Ano I • Nº 8 • Fevereiro 2000 • R$ 5,00 www.embalagemmarca.com.br entrevista: roberto banfi, da sadia • logística – roubo de cargas Carta do editor Só beleza não põe a mesa E ncantar o consumi dor, diferenciar o pro duto pela cor e pelo brilho, causar impacto no ponto-de-venda. . . Esses e incontáveis outros concei tos mercadológicos são recorrentes em palestras, seminários e livros em que o tema embalagem é abor dado. A reportagem de capa desta edição, feita por Gui lherme Kamio, coloca em pauta um tema que parece não ser levado na devida conta em projetos de emba lagem de rações para ani mais de estimação. A ques tão é: a quem a embalagem deve atender, ao bicho ou ao dono do bicho? É claro que, quanto ao design, à atração pelo visu al, ao preço, a embalagem deve conquistar quem faz a compra e paga. Trata-se de uma decisão racional. Mas, do ângulo da decisão emocional, chamemos assim, quem decide é quem consome – no caso, cães e gatos. Aí sim, mais do que em qualquer segmento, pode-se falar em marke ting sensorial. Esses ani mais, como às vezes fazem os seres humanos, só que rem o que é bom. Têm faro e paladar apuradíssimos e não se deixam enganar apenas pelo aspecto do que lhes servem. Não adianta a embalagem ser apenas bonita. Se não propiciar barreira adequa da à perda ou à entrada de aromas, por exemplo, a possibilidade de rejeição do alimento aumenta. Se não tiver barreira à gordu ra, transforma-se numa espécie de ímã ou esponja para poeira no ponto-devenda, matando o poder de atração do belo design fei to no computador. Aí, quem rejeita é quem com pra. Se a embalagem não é resistente na movimenta ção e no transporte, o custo aumenta. São muitas, enfim, as possibilidades de perda – e portanto, as opor tunidades de ganho. Wilson Palhares Espaço aberto utilizar EmbalagemMarca como fonte de pesquisa. Vocês estão efe tuando um trabalho de extrema competência e seriedade. Sucesso em 2000. dedicadas a esta importante emba lagem. Mirella Lancellotti Del Priore Analista de mercado Alcan Alumínios do Brasil São Paulo – SP Luiz Patrício Barbosa Júnior Braspack Ipojuca – PE A M ais uma vez, vocês estão de parabéns. É a primeira vez que rece bo uma revista com capa metaliza da (Emb al ag emMarc a nº7). Ela é tão interessante que a mando regu larmente para os Estados Unidos, para meu pessoal que fala português e que conhece o Brasil. Continuem no bom caminho que vocês estão trilhando. Muito sucesso em 2000. Arnold Diesendruck N Arnold Com São Paulo – SP a qualidade de líderes mundiais na fabricação de papéis técnicos e especiais, entre os quais papéis para rótulos e embalagens flexíveis, gos taria de parabenizar a sua revista não só pela qualidade dos textos como também pela linha editorial. Seguramente sua revista me mante rá atualizado quanto às tendências de mercado. proveito a oportunidade para parabenizá-los pela qualidade das informações de EmbalagemMar ca. Sou designer e trabalho na área de desenvolvimento de produtos e embalagens, portanto tenho a neces sidade de buscar constantemente informações que me auxiliem no meu trabalho, e a revista, de fato, me ajuda muito. Maria Isabel de Oliveira A s reportagens de Embalagem Marc a são realmente muito com pletas. Parabéns. Silvana Reis P G ostaria de parabenizá-los pela excelente revista, que é muito útil para o meu trabalho. Vera Rodrigues Piassi P Sebrae Goiânia – GO arabenizo a todos que fazem esta revista pela qualidade e profun didade das informações que são apresentadas em suas reportagens. Tais características me permitem 4 – embalagemmarca • fev 2000 Gerente de negócios Croda do Brasil Campinas – SP arabéns pelo artigo “Perspecti vas 2000” (EmbalagemMarca 7), que faz uma boa análise dos diver sos setores. Marcos Silveira Antonio Ribeiro Diretor-geral Ahlstrom Paper Group do Brasil São Paulo – SP Designer Krys Belt do Brasil Londrina – PR L Pavax Comércio e Representações Ltda Barueri – SP i a última edição de Embala que está simplesmente demais. Porém, encontrei alguns dados que não batem com minhas informações. 1 – Página 18 – segundo a Nielsen, a lata de alumínio possui 22% e não 18% do mercado de cervejas, como foi publicado. 2 – Página 21 – achei que vocês deram pouca importância à lata de alumínio, pois poucas linhas foram gemMarca, A redação agradece o elogio e a cor reção da informação sobre o merca do de cerveja. Quanto ao espaço dedicado ao setor de alumínio, infor mamos que foi proporcional às res postas dadas ao questionário envia do às empresas para a elaboração da reportagem. C omplementando a matéria “Perspectivas 2000”, este ano o setor de embalagens estará forte mente envolvido com questões ambientais. A expressão “source reduction” ganha força seguindo a tendência internacional de reduzir cada vez mais o peso das embala gens. Além disto, podemos sentir uma grande movimentação da indústria e de seus representantes visando ao maior reaproveitamento das embalagens pós consumo. A expectativa para este ano é de que o consumidor se conscientize de seu importante papel no elo da recicla gem, dispondo corretamente as embalagens após o seu uso. Luciana Pellegrino Coordenadora de Meio Ambiente ABRE - Associação Brasileira de Embalagem São Paulo - SP P arabéns por manter o nível. Emb alagemMarca continua exce lente. Sucesso sempre. José Antonio Corral Dias A Gerente de desenvolvimento Telexpel – Industrial Ltda São Paulo – SP dorei o site de vocês e achei muito interessante o conteúdo da revista. Renata Kaoru Takata São Paulo – SP G ostaríamos de estreitar o rela cionamento entre nossa empresa e esta conceituada revista. No final de março, a Akza Ltda promoverá o seminário “Revolução no mundo da embalagem: segurança na embalagem primária”. Seria muito interessante se Emb al agemMarc a pudesse publicar algo sobre o even to, pois cremos que o estaremos divulgando da melhor maneira pos sível, haja visto a penetração da revista na indústria farmacêutica, que é nosso público-alvo. Rosemary Carvalho Teixeira Akza Ltda São Paulo – SP Ver seção “Eventos”, na página 48. M inha assinatura é recente, e aproveito para elogiar o nível de informações da revista. Tathiana Marceli E Edit Impress Design Gráfico Rio de Janeiro – RJ mbalagemMarca nos supre de informações de todas as categorias de embalagens, suas aplicações e tipos de rótulos e fechamentos. Para nós, da área de marketing, essas informações são de extrema EmbalagemMarca agradece e retribui os votos de feliz 2000 a: a10 Design Abigraf Abima Abiplast/Sindiplast Abre Alcan Anthea Comunicação Avery Dennison B+G Designers Barco BASF Benchmark Brasilata Brasilcote Bunge Limited Bureau Digital Bandeirante Caramuru Alimentos CEG – Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro Cia. Cacique de Café Solúvel Cisper CIV Cosméticos Niely CSN Danzas Logística Destaque Comunicação importância para tomarmos novas decisões de comercialização junto aos nossos clientes e fornecedores. Em Recife, a revista é leitura men sal não só de profissionais, mas também de estudantes recém-for mados que atuam em diversos seg mentos ligados a embalagem. Igor Archipovas F Concept Planejamento em Marketing e Comunicação Recife – PE omos brindados na edição de dezembro com a reportagem “Tec nologia em cargas”, uma vez que coincidiu com a instalação do citado sistema de rastreamento de cargas nos veículos de nossa empresa. A Haroldo de Paiva Ribeiro Abrahão Otoch & Cia Ltda Fortaleza – CE revista EmbalagemMarca tem, como a maior parte do público consumidor, o hábito de confundir as embalagens de PVC com embalagens de PET, chamando todas de PET. A Rionil, fabricante e defenso ra há 20 anos de compostos de PVC para embalagens rígidas no Brasil, não vem aqui recriminar o PET, um plástico que veio agregar valor à DIL Consultores em Design Du Pont EAC Lecce Pen Company Editora Abre de Página Editora Abril – Grupo Exame Editora Abril – Núcleo Viagem Equipe de Marketing da Antarctica Fenixmed Fosfertil/Ultrafertil Gazeta Mercantil Gráfica Editora Camargo Soares Gráfica Espírito Santo Gráficos Burti Grupo Brasil Rio Igaras Imaje Imation Inpress Assessoria de Comunicação ITW Hi-Cone Johnson&Johnson K&M/Davene Krones Madia Associados Málaga Produtos Metalizados Manteiga Aviação Máquina da Notícia MD Papéis Mdesign Mercosul Marcas e Patentes família das embalagens plásticas e valorizou aquelas transparentes das quais o PVC foi o pioneiro e conti nua desenvolvendo mercados cada vez mais diversificados. Gostaría mos de ver Emb al ag emMarc a reconhecendo o valor de cada um dos materiais, inclusive o PVC, por mais que sua preferência pelo PET seja nítida, e colocamo-nos à dispo sição para ajudá-los nessa interes sante tarefa. Alain J. M. Besse Diretor superintendente Rionil Compostos Vinílicos Ltda Rio de Janeiro – RJ Agradecemos as observações. Uma resposta mais detalhada está na página 34. Mensagens para EmbalagemMarca Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel: (11) 5181-6533 Fax: (11) 5182-9463 [email protected] As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunida des aos leitores. As mensagens pode rão também ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com. br). Miller Freeman Mobil Films do Brasil Nadir Figueiredo Natura OPP Petroquímica/Trikem Ornare OZ Design Pancrom Gráfica e Fotolito Plano de Propaganda Portal Publicidade Printec Comunicação Prumo Comunicação Reed Exhibition Companies Refinações de Milho Brasil Refrigerantes Pakera Rhodia Rhodia-ster Roof Publicidade Schmalbach-Lubeca/White Cap SIG Combibloc do Brasil Sunnyvale Tapon Corona/Tacin Texxud The Group Worldwide Partners TV1 Universidade Anhembi Morumbi Wheaton do Brasil WNP&P Comunicação Xandô fev 2000 • embalagemmarca – 5 fevereiro 2000 Diretor de Redação Wilson Palhares [email protected] Reportagem [email protected] Flávio Palhares [email protected] Guilherme Kamio [email protected] Leandro Haberli [email protected] Thays Freitas [email protected] Colaboradores Adélia Borges, Fernando Barros, Josué Machado, Luiz Antonio Maciel 8 12 ENTREVISTA: ROBERTO BANFI O diretor de marketing da Sadia conta como a qualidade faz a marca triunfar, aqui e lá fora 24 CAPA Quem a embalagem de pet food deve atrair e conquistar: o animal de estimação ou o seu dono? MARCAS A Coca-Cola em nível mundial e o Guaraná Antarctica no Brasil utilizam equities de suas garrafas de vidro para reforçar a imagem Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado Administração Marcos F. Palhares (Diretor) Eunice Fruet (Financeiro) Departamento Comercial [email protected] 32 FLEXÍVEIS Na guerra dos sabões em pó, os sachês de filmes plásticos ganham espaço 36 LOGÍSTICA Raras seguradoras ainda fazem apólices contra roubo de carga. As embalagens de transporte podem aju dar a reduzir as perdas Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas [email protected] Cesar Torres Público-Alvo EmbalagemMarca é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, con vertedoras e usuárias de embalagens para alimentos, bebidas, cosméticos, medicamen tos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem. A revista é dis tribuída gratuitamente a órgãos governamen tais, universidades, centros de pesquisa, asso ciações, imprensa e agências de propaganda. 18 LEITES Num mercado em que um número crescente de marcas busca destacar-se pelo sabor, a embalagem pode ser o diferencial Fotolito e Impressão Novo Fotolito Editora Gráfica Tiragem 6 500 exemplares EmbalagemMarca E MAIS é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 ESPAÇO ABERTO ........................... 4 MATERIAIS .................................... 28 www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EmbalagemMarca é resguardado por direitos autorais. Não é per mitida a reprodução de matérias editoriais publicadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expres sas em matérias assinadas não refletem necessariamante a opinião da revista. TECNOLOGIA................................ 30 PET X PVC..................................... 34 22 DESIGN A evolução do visual do refrigerante de laranja Sukita DISPLAY ........................................ 40 EVENTOS ...................................... 48 ONDE ENCONTRAR ..................... 49 ALMANAQUE ................................ 50 FOTO de capa: THE IMAGE BANK Carta do Editor ......................... 3 ENTREVISTA ROBERTO BANFI, diretor de marketing e vendas da Sadia, conta como a empresa mudou de agroindústria para fornecedora mundial de produtos alimentícios com altos índices de sofisticação e qual o papel da embalagem nesse processo 8 – embalagemmarca • fev 2000 A lgumas empresas brasilei ras constituem verdadei ros exemplos de que, ape sar das eternas adversida des e incógnitas que caracterizam a economia do país, é possível crescer, mesmo num mundo globalizado em que a palavra de ordem parece ser a entre ga dos pontos, seja fechando, seja vendendo a casa. A Sadia S.A. é um desses exemplos. Na maior parte dos anos que se seguiram à sua fundação, em 1944, a empresa notabilizou-se pela qualidade de seus produtos na área agroindustrial e na de alimentos derivados principalmente de carne. A rigor, a Sadia sempre caminhou em sintonia com as necessidades do mercado, priorizando permanente foto: andré penteado O segredo é valor agregado mente a qualidade. É dentro dessa diretriz que, nos últimos anos, a empresa com sede em Concórdia (SC) vem transformando seu perfil, de modo a agregar a suas caracterís ticas originais a especialização como empresa de alimentos proces sados para consumo final. O eixo dessa mudança se resume em duas palavras: valor agregado. Atuando na área de produtos ali mentícios industrializados congela dos e resfriados, à base de matériasprimas diversificadas, para atender às necessidades e expectativas do consumidor moderno, a Sadia está hoje solidificada como empresa de classe mundial em seu segmento. Oferece cerca de 400 produtos no mercado interno brasileiro e expor ta mais de 100 itens para cinqüenta países. Em termos de posição, está entre as maiores exportadoras do Brasil, é a sexta empresa agroindus trial e produtora de alimentos da América Latina e está entre as dez maiores exportadoras de proteínas animais do mundo. Nesta entrevista, Roberto Banfi, dire tor de marketing e vendas da empre sa, fala da estratégia da Sadia para transformar-se numa das poucas marcas brasileiras reconhecidas no exterior como símbolo de qualidade superior, da importância da embala gem para isso e do que é necessário para continuar avançando. Em que momento a Sadia decidiu que deveria especializar-se como empresa de alimentos, isto é, como produtora e distribuidora de produtos alimentícios industrializados com alto valor agregado? Foi há uns sete ou oito anos, quando resolveu deixar de ser uma mera agroindústria para especializar-se e virar uma empresa de alimentos. Desde então, o esforço para entrar mais e mais em produtos industria lizados de valor agregado vem se intensificando. Mas a Sadia ainda é predominante mente uma agroindústria, não é? Sim, ainda somos muito fortes na agroindústria. Basicamente, 65% do nosso negócio ainda é agroindús tria. Hoje somos a sétima maior empresa do mundo em processa mento de aves e uma das líderes em processamento de suínos. Conse qüentemente, o tamanho do traba lho integrado na agroindústria acaba sendo muito importante. Não se pode – e nem queremos – fazer uma mudança radical. Em outras pala vras, não queremos abandonar com pletamente nossas origens. Quere mos ser cada dia mais reconhecidos como uma empresa de alimentos, nos termos mais amplos possíveis. Operar com produtos de alto valor agregado é possível sem uma marca tão forte quanto a marca Sadia e outras? Sem dúvida, não. Porque é justa mente a marca que permite uma passagem de uma empresa da condição de mera fornecedora de matéria-prima ou de produtos agroindustriais para a de fornece dora de produtos sofisticados, de valor agregado, que dão segurança ao consumidor final. Essa passa gem, em termos mercadológicos, chama-se “stretching”, ou estica mento, da marca, que se transforma em aval para várias categorias de produtos. Esse aval existe na mente do consu midor brasileiro para a marca Sadia? Indiscutivelmente. Tanto é que, em pesquisas para saber qual a marca de peixe industrializado ou de pizza que mais vende, várias vezes foi citada a marca Sadia. Essas pesquisas foram feitas antes de lançarmos as linhas Pizzaria e 7 Mares, de peixes. Isso de certa forma avaliza a afir mação de que a marca é o maior patrimônio de uma empresa, que é preciso dirigir todos os esforços para a construção das marcas. Há quanto tempo é assim na Sadia? A marca Sadia foi construída passoa-passo, eu diria tijolo a tijolo, com consistência, visão estratégica e muito, muito cuidado. Eu diria que esse cuidado com a marca vem des de o começo. Evidentemente, a “ Não dá para operar produto de alto valor agregado sem uma marca forte. É a marca que permite passar de fornecedor de matériaprima a fornecedor ” de produtos sofisticados . partir do momento que marca se tornou um componente mais impor tante, dedicou-se mais atenção ao assunto. Mas uma prova de que essa atenção vem desde o começo é que há 25 anos a mesma agência de pro paganda, a DPZ, cuida da marca. A propósito, qual o significado da marca Sadia? Vem da associação de sílabas for madas com as letras iniciais e finais da razão social original, S. A. Con córdia, de quando a empresa foi fundada, em 1944. Em 1998 a Sadia investiu fortemen te na revigoração da marca (US$ 9 milhões em campanha de marke ting), para enfrentar a entrada de novos players no segmento. Além da campanha ressaltando o “S” da marca e do trabalho nos pontos-devenda, as embalagens foram incluí das naquele esforço? Quais foram as principais mudanças, no caso? Sem dúvida as embalagens foram incluídas naquele esforço, na cam panha “Sadia – O S do Nosso Bra sil”. Esse é um trabalho contínuo, um processo, não é um trabalho finito. As principais mudanças foram pontuais em algumas famí lias. Um caso típico foi a mudança feita nos porcionados, isto é, quibes, almôndegas e medalhões. Foi uma mudança radical no visual da emba lagem. As cores, a apresentação, a tipologia foram totalmente reformu ladas. Isso permitiu um resultado muito positivo no ponto-de-venda. Qual foi o resultado? Percebemos um aumento de ven das, sem que houvesse um aumento proporcional de despesas de marke ting, nem de marketing promocio nal no ponto-de-venda. Existem pesquisas sobre como o consumidor percebe a marca? Para o consumidor, Sadia significa, mais que tudo, um aval de seguran ça, de qualidade do produto. Temos comprovações muito válidas disso. Fazemos, anualmente, uma pesqui sa sobre como a marca é percebida. Hoje no Brasil ela equivale e muitas vezes supera as melhores marcas de origem multinacional que operam neste país. A Sadia tem-se notabilizado tam bém pelo grande número de lança mentos, trinta em média por ano. Agora mesmo acaba de lançar a linha light. O consumidor consegue absorver esse volume? No ano passado, entre modifica ções, aperfeiçoamentos e lançamen tos, foram cobertos 55 produtos. Esse ritmo vai ter de continuar, por que a cada dia temos de atualizar e oferecer ao mercado mais produtos fev 2000 • embalagemmarca – 9 atualizados, que seguem tanto hábi tos atuais quanto hábitos futuros. A empresa investe muito em pesquisa, justamente para criar hábitos de consumo. A prova disso foi o lança mento da Pizzaria Sadia. Antes não existia o hábito de consu mo de pizza? Claro, mas era relativamente pouco em termos de consumo de pizza congelada. Com a nossa entrada, esse consumo virou uma categoria de vulto. Hoje somos líderes, com o principal market share. Desenvolve mos essa categoria, e fazer isso é um dos objetivos da nossa empresa. O consumidor consegue absorver esse volume tão grande de lança mentos? Porque não é só a Sadia que lança novos produtos e novas categorias. Eu diria que sim. O consumidor, mundialmente, é cada dia mais ávi do, porque os produtos ficam obso letos cada vez mais rapidamente. Isso não é válido só para a alta tec nologia, como computadores, cujo ciclo de vida se mede em meses, não em anos. Vale também para consumo de alta rotação, como ali mentos. Não vamos esquecer tam bém que o consumidor brasileiro ficou muito desinformado de atuali zações e novos hábitos de consumo, de novos sabores que mundialmente estavam confirmados há décadas. Com a abertura do mercado foi aberto um leque de exigências. Isso se vê em vários produtos. A Sadia, como fornecedora de produtos que vão desde o consumo mais simples até o consumo mais sofisticado, per cebeu isso rapidamente. O senhor poderia explicar? Costumo dizer que no mercado brasileiro existem as famosas três ondas, de Toffler. A primeira é a onda do setor primário, representa da pelo que alguns chamam de “consumidor da enxada”. São 30, 10 – embalagemmarca • fev 2000 40, 60 milhões de pessoas cujo con sumo consiste em simplesmente satisfazer a demanda fisiológica de comer, de se alimentar. Para esses consumidores a Sadia oferece desde frango inteiro congelado ou resfria do a produtos de elaboração sim ples, como mortadela e lingüiça. Vêm depois os consumidores do setor industrializado, que no Brasil são dezenas de milhões. Em terceiro está o consumidor do período pósindustrialização, que é o consumi “ Os produtos . ficam obsoletos cada vez mais rápido. Isso é válido não só para produtos de alta tecnologia, como os computadores. Vale também para consumo de alta rota- ” ção, como o de alimentos dor antenado, ou moderno. Esse está voltado para uma qualidade de vida melhor, que passa por uma melhora da alimentação. Para ele oferecemos a linha Sadia Light e uma série de outros produtos à base de conveniência – e, como nos demais casos, de qualidade. Essa variedade não implica um esforço muito grande no relaciona mento com o varejista? A internacionalização e a concentra ção do varejista exigem cada vez mais um preparo diferenciado de marketing e vendas. O esforço no relacionamento com o varejista sem dúvida requer uma atenção muito maior que no passado. Com a crescente força de negocia ção das grandes redes de varejo, elas recorrem cada vez mais a mar cas próprias. Isso ocorre de manei ra significativa no segmento em que a Sadia atua? O segmento em que atuamos exige grande investimento em controle de qualidade. Não é qualquer fornece dor que pode oferecer marca própria para esse tipo de produto. Não vamos esquecer que quando um Carrefour, um Pão de Açucar, colo ca a marca própria, fica com a res ponsabilidade de marca própria. Em termos de produto perecível é mais difícil para o varejista encontrar for necedores de confiança. Além disso, na Sadia não temos capacidade dis ponível para fornecer marca própria no grande varejo nacional. Os supermercados incentivam a comparação dos produtos somente em função do preço. Essa prática não traria riscos para os próprios supermercados, na medida em que reduz a rentabilidade dos produtos e priva o consumidor de ter acesso às suas marcas preferidas? Voltemos às três ondas de consumo de que falei antes. É interessante notar que não se trata de uma divi são geográfica. É uma divisão na própria loja: existe o consumidor extremamente sofisticado e ao mesmo tempo tem consumidor que, por razão de poder aquisitivo, é real mente humilde e compra apenas para satisfazer uma necessidade fisiológica. O preço ainda permane ce o grande fator, o alvo, o elemento central na negociação. Mas não é só isso. Mais e mais começam a ter importância a validade, a qualidade do produto, a qualidade de sabor, a qualidade da embalagem, a qualida de de apresentação. Cresce também a importância do trabalho no pontode-venda. Hoje, mais e mais o traba lho de ponto-de-venda é um difere cial que nós, fornecedores, oferece mos às grandes redes. A Sadia, por exemplo, tem um exército de pro motores e repositores nas grandes redes. São mais de mil no Brasil inteiro. Como empresa exportadora, a Sadia certamente dedica especial atenção às embalagens de seus produtos. As embalagens brasilei ras atendem às necessidades que um produto precisa ter hoje não só para ser exportado, mas também para competir no mercado interno? A embalagem brasileira tem quali dade para enfrentar as das melhores procedências. Além disso, empre sas como a nossa têm um sourcing praticamente mundial. Assim, o nosso fornecimento de matéria-pri ma ou de embalagem não é limita do ao que está disponível no mer cado nacional. Fazemos compras em níveis internacionais e compras via internet, temos cotações até em níveis internacionais e temos bench mark constante de nossos técnicos, nossos compradores. Eles têm pre sença constante em feiras interna cionais e estão a par do que aconte ce de melhor e mais atualizado no mundo. Nesse ponto, sem dúvida, não temos problemas. A Sadia trabalha com grande varie dade de formatos e materiais de embalagem – flexíveis em geral, cry-o-vac, vidro, cartonados. Quais as principais tendências de uso em cada um desses materiais? A tendência é ter cada dia mais produtos que ofereçam garantia da qualidade, de shelf-life do produto e, ao mesmo tempo, um appeal de moderno e de prático. Isso é a gran de tendência, porque o produto em si é um conjunto entre o conteúdo e a embalagem. De nada adianta um produto ser muito bom se a embala gem, ao ser aberta, pode cortar os dedos do consumidor, ou se a aber tura exige muito tempo, não ofere ce o fator conveniência. O produto é um conjunto entre matéria-prima, o produto em si e a embalagem. O senhor não diria que, no pontode-venda, a embalagem, como suporte da marca, pode significar o êxito ou o fracasso do produto? Sem dúvida. É uma peça extrema mente importante do ponto de vis ta da comunicação. Algumas mudanças de embalagens às vezes são suficientes para defender ou até ganhar alguns pontos em market share. Embalagem é a primeira comunicação no ponto-de-venda, é “ A tendência é ter cada dia mais produtos que ofereçam garantia de qualidade, de shelflife e, ao mesmo tempo, appeal de moderno e de prático. O produto é um con- ” junto – o conteúdo e a embalagem . extremamente importante. Conse qüentemente, é um diferencial mui to importante, ainda mais quando se sabe que no Brasil mais de 80% das decisões de compra são feitas no ponto-de-venda. Então, a res ponsabilidade da embalagem é cru cial. Isso é mais acentuado no Bra sil, que tem simultaneamente as três ondas de que falei antes, do que em outros países, onde o con sumidor é mais constante. Feliz mente, também no Brasil já se nota uma diferença sensível na atitude do consumidor: Está, cada dia mais, lendo rótulos, analisando, cuidando da saúde e da segurança alimentar. Enfim, não está comprando gato por lebre. Nisso a embalagem tem um papel fundamental. Existe alguma necessidade da Sadia que as embalagens não este jam atendendo? É importante termos um aporte constante de atualização a respeito do que acontece no mundo inteiro, porque hoje o Brasil está inserido no mundo. O Brasil não está atrasa do, mas um fornecedor nacional de embalagem pode e deve manter-se atualizado e oferecer constante mente atualizações em níveis mun diais. O que é lançado no mercado externo pode vir a ser um produto oferecido no mercado brasileiro quase que imediatamente. O que está faltando mesmo é melhorar o poder aquisitivo da população do nosso país, que não é comparável ao poder aquisitivo da maioria dos países do hemisfério norte. A empresa exporta para cinqüenta países. A marca Sadia é claramente reconhecida fora do país como uma marca brasileira? Em alguns países, muito. É o caso da Arábia Saudita, em que a marca Sadia é praticamente tão forte quan to no Brasil, evidentemente que com bem menos produtos que no Brasil. Lá, em qualquer produto à base de frango, a marca Sadia é reconhecida, é um sinônimo, por que há mais de vinte anos estamos exportando com a marca para lá. Outro país em que a marca Sadia tem razoável presença no grande varejo é Portugal. Somos reconhe cidos como a terceira marca brasi leira mais conhecida na Argentina, e agora estamos entrando em outros países do Mercosul, sempre com a marca. O desafio que tivemos no início – o da pronúncia da marca na Argentina, onde se falava Sádia – foi vencido. Hoje o pessoal já fala Sadia, marca que é reconhecida como de qualidade. No segmento, somos vice-líderes, incluindo as marcas argentinas. Conseguimos isso enfatizando sempre a diferen ciação de qualidade. fev 2000 • embalagemmarca – 11 capa animal exige proteção Num mercado bilionário, embalagens para pet food devem satisfazer cães e gatos, não só quem compra para eles n 38 – embalagemmarca • fev 2000 ser eficaz não apenas como meio de comunicação para conquistar quem compra o produto – o dono do bicho. Ela precisará conquistar tam bém quem efetivamente o consome – o bicho. Para isso é fundamental que a embalagem resguarde a inte gridade de seu conteúdo. Ocorre que muitas vezes a recusa do animal por determinada ração pode ser fru to de uma embalagem ineficaz. Devido a esses fatores, os fabricantes vêm se empenhando crescentemente em agregar qualidade às rações, processo que passa obriga toriamente pela embalagem. Assim, são cada vez mais sofisticados os materiais e os incrementos para embalagem, o que dá a medida da movimentação dessa indústria. O mercado de rações para cães e gatos divide-se entre rações secas e úmidas. Enquanto a lata de aço pre domina como embalagem para as úmidas, que têm participação restrita em vendas, as rações secas mostram maior propensão a transformações e upgrades. Isso acontece sobretudo pela alta competitividade, que gera uma batalha constante em busca da melhor saída frente ao aparente anta gonismo entre sofisticação e raciona Fonte: ANFAL Pet 1 090 000 950 000 750 000 632 500 000 550 000 504 000 000 420 000 380 000 286 000 000 482 600 000 Faturamento (Dólares) US$ 825 000 000 Volume (Toneladas) t 997 500 000 Evolução do mercado 220 000 os últimos anos, o Bra sil vem apresentando crescimento notável em alguns mercados, contrariando a regra geral da estagnação ou da queda. É o que aconte ce no segmento de pet food, o de alimentos para animais de estima ção. Números da Anfal-Pet, divisão da Associação Nacional dos Fabri cantes de Alimentos para Animais, mostram que no ano passado o faturamento desse mercado chegou a quase 1 bilhão de dólares, resulta do que consolida o boom na década de 90. A estimativa de crescimento em 2000 gira ao redor de 15% em relação a 1999, e para os próximos anos a perspectiva é ainda mais generosa. Calcula-se que o volume de vendas represente apenas 28% da capacidade de consumo da popu lação de pets, estimada em 25 milhões de cães e 11 milhões de gatos. Frente a esse panorama, a emba lagem assume papel de peso na afir mação definitiva do costume da compra de alimento industrializado para animais domésticos. Com a expansão do mercado, daqui para a frente deverá ganhar cada vez mais expressão um aspecto hoje de certa forma ignorado: a embalagem deve 1 140 000 000 Guilherme Kamio Poeira e aromas “A gordura pode se juntar à poeira, comprometendo a imagem do pro duto e resultando em devoluções”, comenta Rodney Lebre, gerente de marketing da Socil, uma das gran des empresas do segmento. Se não bastasse, a embalagem de pet food deve ainda proporcionar barreira à troca de aromas, para preservar o sabor do alimento – afinal, cães e gatos têm olfato apuradíssimo. A busca de novas soluções em mate riais deixa transparecer a preocupa ção em tornar a embalagem de pet food cada vez mais impermeável. Isso explica a substituição do saco de papel, que reinava absoluto no segmento até o início dos anos 90, pelos sacos de filmes plásticos. A embalagem de papel então dispo nível apresentava problemas de fra gilidade, com alta perfuração dos sacos e migração excessiva de gordura, causando grandes perdas ao longo da cadeia produtiva. A rápida ascensão dos filmes plásticos fez do saco monocamada, baseado em blends de polietileno de baixa densi dade (PEBD) e de baixa densidade linear (PEBDL), a opção da maioria das empresas numa hora de expan são de mercado, pois o foco estava centrado nas chamadas “rações de combate”, produtos standard com menor valor agregado. O saco monocamada de polietile no, contudo, não oferece barreiras totais. “Existem limitações, princi palmente no quesito migração de gordura”, diz Elisaldo Rodrigues Buzo, gerente de suprimentos da Royal Canin do Brasil, tradicional empresa do setor. Outros ressaltam que tal embalagem é muito suscetí vel a trocas de aroma – em certos pontos-de-venda o odor das rações chega a ser insuportável, e não rara mente o pet food é exposto, no ponto-de-venda, ao lado de produtos quimicamente agressivos, como sabão em pó. De olfato apurado, os pets acabam rejeitando a ração. “Os animais também exigem uma emba lagem protetora”, sentencia João Prior, secretário executivo da AnfalPet. Resinas e filmes A explosão de mercado transfor mou o pet food em nicho estratégi co para fornecedores de resinas e filmes especiais. Esses suprimentos ganharam espaço com a invasão dos produtos com apelo premium e super premium no segmento, relati vamente recente, e com a tendência marcante de diversificação através de rações cada vez mais específicas – light, para filhotes, para ani mais idosos, em trata mento médico, etc. Esse leque de nichos mais e mais específicos permite agregar valor ao produto também através da embala gem. Evoluindo a categoria, evolui também a exigência do consumi dor, e a sofisticação torna-se inevi tável. Frente a esse momento de mercado, as perspectivas sorriem para a disseminação dos filmes coextrudados e, num estágio um Resistência ao papel Muito utilizada em pet food no exte rior, a embalagem de papel encontra espaço limitado na indústria nacional e tenta retomar o mercado perdido para os filmes plásticos. As empre sas relutam em experimentar algo diferente, pelo estigma que embala gens de papel deixaram no passado ou por acomodação. É o que pensa Antonio Lopes Ribeiro, diretor geral da Ahlstrom Sibille Brasil, represen tante da Ahlstrom Paper Group, líder em embalagens de papel para pet food nos EUA e na Europa. “Desen volvemos projetos com alguns fabri cantes, mas o interesse definhou”, conta. Segundo ele, algumas marcas que recusaram o uso de papel aqui o utilizam no exterior. Todos os consultados pela Ahlstrom alegaram questões de custo para jus tificar o desinteresse. “São razões questionáveis, já que a embalagem de papel permite um visual mais atraente que o plástico, oferece hoje proteção adequada e é totalmente reciclável”, afirma. Em geral, a emba lagem da Ahlstrom tem três camadas de papel. A externa é um couché de alto brilho, que permite acabamento fino, sem rachaduras na impressão (“efeito catapora”); na intermediária, um papel não-absorvente garante barreira à umidade; e a camada inter na protege contra a migração de gor dura. “No exterior não se utili za tanto plástico quanto aqui”, diz Ribeiro, que espera “ver a virtude ecológica do papel afirmar-se”. fotos: andré godoy lização de custos em embalagem. O grande problema dessa indús tria é que as rações têm característi cas que potencializam a importân cia do aspecto protetor da embala gem. Mais que uma boa resistência mecânica, para evitar dores de cabe ça nos processos de estocagem, transporte e manuseio, e uma sela gem eficiente, impedindo a ação de insetos e acondicionamento exces sivo de ar no interior dos sacos, o foco recai cada vez mais sobre a questão das barreiras. Além do com bate a agentes nocivos aos alimentos, como luz e oxigênio, há o pro blema da alta oleosidade na compo sição do pet food, que acaba favore cendo a migração de gordura para o exterior da embalagem. fev 2000 • embalagemmarca – 39 pouco à frente, aos coextrudados com laminação – que simbolizam, atualmente, o que há de melhor em estrutura multicamada para emba lagem flexível. mance que os monocamada. A maioria dos profissionais ouvidos entende que o filme coextrudado simples é uma saída viável e tende a difundir-se progressivamente enquanto os preços impedirem uma participação maior dos multicama da com laminação. Destes últimos, já podem ser encontradas, em linhas especiais, embalagens laminadas em poliéster ou polipropileno, para intensificar barreiras, resguardar a impressão e dar brilho. Esses avanços, porém, não decretam o fim próximo do saco monocamada. Ele ainda encontra nicho em linhas de combate e em sacarias grandes, mormente acima de três quilos. Nesse caso, pesa a disponibilidade de tecnologia, pois poucos fabricantes conseguem encher automaticamente sacos de grandes volumes com estruturas complexas, o que favorece a esco lha da embalagem com viabilização técnica menos complicada. fotos: divulgação Saída criativa A coextrusão é basicamente a fusão de materiais distintos para a forma ção de um filme com estrutura mul titarefa. Assim, é possível combinar numa só parede as características necessárias para cuidar de proble mas distintos. “A coextrusão signi fica flexibilidade, permitindo a criação de filmes de acordo com necessidades específicas, e tende a se firmar como saída criativa para as empresas”, afirma convicto Domenico Macchia, gerente da Dow Química na área de vendas em polietileno. A Dow, aliás, é for necedora da linha de polietileno de baixa densidade linear Elite, que já vem sendo empregada em várias emba-lagens de pet food, coextru dadas ou multicamada, principal mente na categoria premium. Como a preocupação com a relação custo/benefício é decisiva, o saco coextrudado também é uma alternativa compensadora, pois tem custo menor de processo que os laminados e oferece melhor perfor Mais tecnologia Embalagens de produtos premium e super premium, como estas, aliam qualidade e simplicidade A estrutura coex exige máquinas específicas, e a maioria das conver tedoras que atende o segmento está investindo para disponibilizar a tec nologia aos seus clientes. A Rhoto plás, empresa situada em Barueri Fornecedores se movimentam Estima-se em cerca de 7 700 tonela das o volume de resina plástica consumida ao ano pelo mercado de embalagens para pet food. Isso dá a medida da importância do seg mento para os fornecedores de matéria-prima e de filmes especiais, que se entusiasmam com o poten cial do segmento. “Esse volume pode chegar a 30 000 toneladas, fomentado principalmente pela ten dência de venda em porções meno res”, prevê Luís Fernando Cassinel li, gerente de desenvolvimento de produto da OPP Petroquímica, res ponsável por 42% do fornecimento 40 – embalagemmarca • fev 2000 de polietilenos para convertedores de embalagens de pet food. A OPP acaba de lançar novas linhas de polietileno de baixa densidade linear, que têm no aumento da resis tência mecânica seu principal aper feiçoamento, segundo Cassinelli. No lado concorrente, a Politeno tam bém disponibiliza linhas especiais de polietilenos, principalmente os derivados do octeno. “Eles oferecem mais resistência e capacidade de selagem que os oriundos do bute no”, explica Ricardo Pellegrini, coor denador de desenvolvimento de pro duto da empresa. Já os baseados em catali sadores metalocenos, como a linha Elite, da Dow Quími ca, têm como principais vir tudes a selagem em meio à solidificação da resina (hot tack) e adaptabilidade a processos automatizados, diz Domenico Macchia, gerente da empresa na área de vendas em polietileno. A abertura da economia faci litou o acesso não só aos polietilenos especiais, mas também a resinas nobres, usadas como “aditivos” em sacos multica Embalag filme d (SP), por exemplo, investiu pesado em máquinas coextrusoras para acompanhar o upgrade do setor. “Hoje disponibilizamos coextruso ras para fundir até três materiais, sem contar a laminação posterior”, destaca Luís Scatolini, gerente industrial da Rhotoplás, que proces sa cerca de 60 toneladas de embalagens para pet food mensalmente. No campo da impressão, a estru tura coex também impõe vanta gens. “Blends especiais de polietile no evitam o chamado “efeito cata pora”, que é a rachadura da impres são pelo excesso de manuseio e por problemas de estocagem e empilha mento”, diz Roberto Araújo Lacer da, sócio executivo da Ladal, con vertedora de Rio Claro (SP) que processa flexíveis para pet food desde 1985. Araújo aponta como principal problema a ser combati do, para melhorar a aparência das embalagens do segmento, a marca ção excessiva dos grãos na parede da embalagem, causada sobretudo pela pressão nos paletes. “É um problema dos flexíveis nas sacarias grandes, que respondem por cerca de 90% de nossa produção.” Araújo ressalta o predomínio da flexografia entre as embalagens do setor, pois as tiragens vêm dimi nuindo. Geralmente as empresas contam com fornecimento pulveri zado entre diversas convertedoras, e nem todas disponibilizam a roto gravura. Apesar disso, alguns vêm apostando na contracorrente. A Royal Canin, por exemplo, preco niza a impressão em rotogravura, e a Mogiana, dona da marca Guabi, traz em suas novas embalagens para as linhas Faro e Top Cat impressão em rotogravura oito cores, processo disponibilizado pela Rhotoplás através de uma máquina italiana Rotomec. O aprimoramento da qualidade gráfica, no entanto, não parece ser a vedete do momento. Muitos assina lam o exagero em design gráfico no estágio inicial da categoria, com uso excessivo de fotos e poluição visual. Como o momento já é outro, de expansão de frentes num segmento afirmado, existe quem defen da a simplificação da arte nas embalagens. De acordo com Carlos Kuada, assistente de marketing da Grandfood/Premier Pet, empresa que aposta nas linhas premium e super premium, a padronização das embalagens, para facilitar a identi ficação pelo comprador e criar uma Linhas “Top Cat” e “Faro”, da marca Guabi: impressão em rotogravura oito cores, da Rhotoplás em com a Mobil mada. Nesse campo, desta ca-se a família Surlyn, da Du Pont, uma resina iono mérica já empregada em diversas embalagens de pet food por garantir bar reira à gordura e possibili tar reduções de espessura, segundo o coordenador de embalagens da empresa, Walmir Soller. Com a Surlyn há considerável ganho de produtividade em processos de envase automatizado (form-fill-seal), ele diz, “pois o material proporciona selagem mais rápida e resistente, além de rigidez, para evitar problemas de manuseio e estoque, como amarrotados e marcação dos grãos”. No entanto o Surlyn ainda não oferece resistên cia satisfatória à migração de aro ma, reco-nhece Soller. Uma alternativa para sanar esse problema seriam filmes especiais de polipropileno bi-orientado (BOPP) com laminação em acrílico, disponi bilizados pela Mobil Films do Brasil. Apesar de inéditos no mercado de pet food nacional, a empresa apos ta que as vantagens de tal combina ção conquistarão o setor. O filme 35 MU 842/PE, por exemplo, possibilita o uso de atmosfera modificada, de largo uso nos EUA e já usada pela Royal Canin no Brasil. Segundo Rosiane Diegues, técnica em flexí veis da Mobil, é complicado viabili zar mudanças tão radicais a curto prazo. “A saída é convencer a indústria da qualidade dessa aplica ção e tentar implementá-la passo a passo”, diz. De acordo com Cecília Vero, também da Mobil, é possível uma eventual combinação da lami nação em acrílico com o polietileno usado pela maioria das fabricantes, reduzindo o impacto das inovações. fev 2000 • embalagemmarca – 41 identidade, é essencial. “Decidi mos não pôr fotos em nossas embalagens, mas apenas silhuetas de animais, para buscar um equilí brio gráfico”, argumenta. “Vimos o quão forte é essa tendência no exte rior” , conta Kuada. “Dessa forma, reforçamos o apelo premium do nosso produto.” fotos: divulgação Praticidade, inovação Transpondo a questão do visual, empresas do setor dão os primeiros passos para conquistar público ino vando em praticidade da embala gem. “É um estágio ainda embrio nário no Brasil, mas que já repre senta muito para o consumidor”, pondera João Prior, da Anfal-Pet. É o caso do recente lançamento Receita da Natureza, ração pre mium da Mogiana apresentada no formato stand up pouch, que deixa o produto em pé, e com zíper para facilitar a abertura e a conservação do produto. “Desenvolvemos a embalagem com apoio do Cetea (Centro de Tecnologia de Embala gem do ITAL), após observarmos casos semelhantes no exterior”, conta Gilmar Marques, gerente de marketing da empresa. A experiên cia, inédita no mercado nacional, Receita da Natureza: stand up pouch com zíper 42 – embalagemmarca • fev 2000 tende a movimentar os outros joga dores, o que é positivo, segundo Marques. “É inevitável: as diferen ciações em embalagem são rapida mente absorvidas pelo mercado, pois a competição vem se acirrando cada vez mais.” Por outro lado, Rodney Lebre, gerente de marketing da Socil, outro grande player do mercado, diz que sente falta da apresentação de novas soluções. “Gostaríamos de agregar alças para transporte, estruturas easy-open e outras facilidades, mas faltam saídas viáveis, em termos de custos e processo. Acho que o con sumidor não pagaria a mais por isso”, explica. Lebre acha que o grande passo para esse estágio ainda está para ser dado. “O acesso a incrementos deve ficar mais fácil daqui a alguns anos”, diz. Além da praticidade em si, o foco no futuro pode ser o de proporcionar prazer ao consumidor – ou melhor, ao comprador – através da embala gem, seguindo o natural caminho de marketing visível nos alimentos para consumo humano. Um exemplo é o Herói Bidu: apelo infantil do apelo conseguido pela Mogiana com a associação da marca Herói a um personagem, no caso o cão Bidu, de Maurício de Souza – a criança também influi nas compras para seu pet, e tais inovações geram empatia. “Não são melhoras em praticidade, mas que tornam os momentos de compra e uso do produto uma diver são”, diz um profissional que pede para não ser identificado. Segundo ele, isso atualmente não acontece por causa do velho problema, sempre citado: novidades custam caro. A lata de aço de olho nas rações secas O pet food também gera mercado para o aço, matéria-prima predomi nante no segmento de rações úmi das. A funcionalidade e a impermea bilidade da lata de aço são os princi pais trunfos para o acondicionamen to de tal tipo de ração, cujas carac terísticas impedem o uso de embala gens flexíveis. Mas como a partici pação dos enlatados é restrita no segmento, batendo na casa dos 15%, fornecedores buscam trabalhar já em 2000 a difusão da lata de aço como embalagem potencial também para as rações secas. De acordo com Adriana Stecca, gerente de marketing da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, trata-se de um posicionamento específico para o mercado brasileiro, onde há grandes chances de aceitação des se diferencial. “Estamos mapeando o setor de pet food, em busca de opiniões para apresentar uma emba lagem que atenda às suas necessi dades, principalmente para as ven das em grandes porções”, vislum bra. Como vantagens, Adriana Stec ca realça a conservação da ração por mais tempo, sem a necessidade de uso de outro recipiente para acondicionar embalagens já abertas, “e o forte apelo da reutilização da embalagem, para uso do próprio animal ou outro qualquer”. Além de comodidade para o consumidor, a embalagem de aço seria menos sus cetível à ação de agentes exteriores (ar, luz, aromas). Assim, diminuiria o índice de rejeição da ração por parte do animal, e questões logísticas seriam facilitadas. tendência o enriquecido mercado de leites A embalagem pode ser o diferencial num mercado em que, para destacar-se, os produtos com sabores e aditivos se multiplicam o Leandro Haberli mercado sempre enxergou com bons olhos o crescimento do número de consumidores preocupados com saúde e bem-estar. Afinal, essa tendência já reverteu em lucros significativos para vários setores da economia, como o de alimentos: de 1990 a 1998, a indústria ali mentar multiplicou por seis o faturamento de produtos com apelo light/diet – com baixa caloria e sem açúcar, respectivamente. Agora é o segmento de lácteos que está encontrando naquela tendência um filão com boas possibilidades de expansão, o mercado de leites diferenciados. Nele, produtos com elementos funcionais, níveis de gordura reduzidos e sabores especiais já se tornaram imprescin díveis para que as diferentes marcas mantenham suas vendas em níveis prósperos. foto: divulgação Fornecedores atentos – Ante tais perspectivas, os fornecedores de embalagens assépticas para produtos lácteos começam a diversificar opções de fechamento e já pensam em alterar o design tradicionalista das caixi nhas longa vida, categoria que acondiciona mais de 60% do leite industrializado consumido no país. Correndo por fora na disputa pelo fornecimento de materiais para embalagens de leites aparece o PET, que já é cogitado por alguns fabricantes de produtos lácteos – embora, por enquanto, o alto custo e os problemas de barreira apresentados ainda exijam análises mais minu ciosas para seu emprego em leites. Por sua vez, o setor vidreiro, soberano em embalagens para leite até o final da década de 60, também tem voltado seu olhar para esse promissor mercado. No caso, restrições logísticas representam as maiores dificuldades a superar. 18 – embalagemmarca • fev 2000 Materiais à parte, os fabricantes investem cada vez mais em extensões de linha e em produtos diferenciados para frear o avanço dos concorrentes. “Depois que as marcas regionais passaram a ter grande alcance de mer cado, começamos a primar pela diferenciação e por agregar valor a nossos produtos”, resume Antônio Car los Prado, diretor de marketing do Grupo Vigor. O mercado se complicou a partir de 1994, com a estabilização econômica. As empresas reclamam que, apesar do aumento na demanda de leites, a nova reali dade trouxe poderosos concorrentes estrangeiros para o mercado nacional. A maioria optou pelo uso de embala gens assépticas, cujo uso se generalizou – e a abundante quantidade de marcas de leite em caixinhas levou o produto a ser negociado pelas grandes redes de super mercados como commodity, a preços achatados. Um dos resultados mais palpáveis desse processo tem sido o ritmo quase frenético com que as empresas lácteas lançam novos produtos, com maior valor agrega do, a fim de diferenciar-se. Para ficar num só exem-plo: Vigor Club: para o público infantil As dez maiores empresas de laticínios no Brasil Empresas Nestlé 1997 1998 1997 1998 1 412 608 1 357 832 35 089 28 920 Parmalat 857 238 814 224 21 040 16 052 Itambé 730 422 752 628 18 250 15 369 Paulista 672 742 625 577 24 481 22 162 Elegê 607 198 602 514 38 537 34 402 Grupo Vigor 295 155 287 830 8 142 6 442 Batávia/Agromilk 273 570 274 022 11 125 10 393 Fleischmann Royal 166 000 184 000 4 000 3 000 Danone 166 949 144 429 1 426 651 Laticínios Morrinhos 105 060 121 297 4 300 4 250 5 286 942 5 164 353 166 390 141 641 TOTAL Fonte: Associação Brasileira de Produtores de Leite - Leite Brasil. CNA/Decom e PENSA dos 187 itens produzidos pela Vigor atualmente, 45 são lançamentos recentes. “Para entrar no mercado, as novi dades receberam generosas doses de apelo premium”, ressalta o diretor de marketing da Vigor. A empresa opera no segmento de leite com cinco produtos diferenciados, entre os quais se destaca a Vita mina Leco, cujo êxito de vendas impulsionou duas novas versões: Frutas Verdes e Light. Para crianças, apostou na linha Vigor Club, onde sobressai a Groselha Vitaminada ao Leite, produto com forte apelo infantil, disponível em embalagens assépticas de 200ml. A Tetra Pak é fornecedora exclusiva da Vigor para leites. Novas alternativas – O processo de comoditização do mercado de leites passou a exercer pressão por mudanças nas embalagens. Porém, alterações no forma to das caixinhas têm sido dificultadas, devido aos altos investimentos necessários. Ademais, os pequenos pro dutores de leite têm resistido a pagar mais por novas opções de embalagem. Mas novas alternativas têm sido desenvolvidas. Recentemente, a própria Tetra Pak lançou a Tetra Pris ma Asseptic, de 250ml. Ela representa uma boa possibi lidade para leites diferenciados, pois permite consumo porcionado, prática habitual nos Estados Unidos. Já havia no mercado uma versão de 330ml, mas essa capa cidade foi considerada excessiva para o público infantil, principal filão dos leites com sabor. Além de possibilitar impressão diferenciada sobre seu filme metalizado, como o sistema photo process, que garante bom desempenho em locais de venda por impulso, a Tetra Prisma Asseptic tem outro diferencial. Seu processo de fechamento, batizado de pull-tab, é composto por uma película protetora metalizada, que, retirada, permite o consumo na própria embalagem. Incrementos como esse podem ajudar a consolidar a fidelidade de marca no mercado de leites. Produtos com maior valor agregado representam uma tendência, na visão do departamento de marketing da Tetra Pak. De qualquer forma, ainda que se note alguma inclinação de consumidores migrando para as embalagens indivi duais, a tendência estaria longe de se consolidar. Fabri cantes de embalagens assépticas argumentam que os custos para o desenvolvimento de novos produtos fica ram proporcionalmente muito elevados após a comodi tização do setor. Do lado dos usuários, Jacques Gontijo, vice-presi dente comercial da Itambé, terceira maior fabricante de laticínios do país, faz coro a essa tese, mas reconhece que a evolução das embalagens é inevitável. “Não só a abertura, como também o manuseio, terão de ser facili tados ao consumidor”, ele prevê. Por isso, a Itambé tem intensificado o uso de embalagens assépticas com tam pas que dispensam tesouras ou facas para sua abertura. Em termos de tamanhos, a empresa teve experiência com leites em embalagens de 200ml. Os resultados não animaram, revela Gontijo. “É uma questão de cultura”, acredita. “O consumidor no Brasil ainda prefere com prar uma embalagem com 1 litro de leite a duas com 500ml”. Mesmo assim, a empresa não elimina a hipótese de usar embalagens de menor capacidade. “Para o futuro, nossa intenção é explorar esse mercado através de cantinas esco lares, lanchonetes e lojas de conve niência”, adianta Gontijo. Embalagens menores ainda não deslancharam: questão de cultura fev 2000 • embalagemmarca – 19 foto: divulgação Leco, aposta da Vigor no segmento Número de produtores Recepção anual de leite (em mil litros) As embalagens assépticas utilizadas pela Itambé são fornecidas apenas pela Tetra Pak. Na linha de lácteos refrigerados, entretanto, não há exclusividade, e a empresa tem negociado também com a norte-americana International Paper, presente no Brasil desde 1996. fotos: divulgação Hegemonia ameaçada? – A International Paper vem diversificando a produção de embalagens não refrigeradas, para complementar sua linha gable top (topo triangular ou piramidal), que requer refrigeração. “Estamos também aumentando a produção de embala gens de 200ml, do tipo slim, de perfil mais estreito”, conta Nelson Iwao, gerente comercial. Além da International Paper e da Tetra Pak, há outro concorrente no mercado de embalagens assépticas. Tra ta-se da SIG Combibloc, atuando no Brasil desde 1997. As embalagens fornecidas para a América Latina têm sido importadas dos EUA e da Alemanha, mas a empre sa tem planos de inaugurar uma fábrica na América do Sul em breve. O objetivo é conquistar 5% do mercado nacional de embalagens assépticas. Em fechamentos, a SIG Combibloc oferece uma tampa plástica que dispensa o uso de instrumentos cor tantes, a Combitop. “Queremos intensificar outros dis positivos que estejam alinhados com a forte tendência de conveniência exigida pelo consumidor”, salienta Raul Faria, diretor da empresa para a América Latina. Um diferencial da Combibloc é que permite acondi cionar produtos com partes sólidas, como iogurtes com pedaços de fruta. Outra novidade da marca é uma embalagem asséptica de 2 litros. Além de estimular o giro dos produtos, a visualização no ponto-de-venda é valorizada em função do maior espaço ocupado na gôn dola. É uma embalagem adequada também para uso institucional, em bares e restaurantes, lembra Faria. Além de embalagens assépticas, novidades para acondicionamento de leites têm surgido também na área de flexíveis. A Du Pont vem disponibi lizando um novo método e garante que os custos são baixos. Trata-se de um sistema asséptico de envase para líquidos e outros produtos viscosos em sachês multicamada de alta bar reira. Segundo o fabricante, o sachê Embalagem de 2 litros e fechamentoCombitop, da SIG Combibloc 20 – embalagemmarca • fev 2000 Diferenciar para atrair A busca de diferenciação na produção de leites, além de uma tentativa de manter consumidores fiéis a mar cas, é uma estratégia voltada a direcionar produtos diversos a grupos específicos de consumidores. As mudanças de mercado deflagradas pelo acesso a embalagens assépticas tornaram essa ação fundamen tal para potencializar vendas e evitar prejuízos. O mix de produtos lácteos da Batávia, controlada da Parmalat, ilustra bem o que os grandes fabricantes vêm fazendo nesse sentido. A empresa oferece leites regu lares, outros reforçados com cálcio e ferro, e acaba de lançar um leite com Ômega 3, ácido graxo que ajuda a reduzir a viscosidade sangüínea. “Buscamos oferecer um tipo de leite para cada necessidade do consumi dor”, diz Cláudio Írie, gerente de marketing da Batávia. O setor de lácteos da Parmalat segue a mesma linha. Em 1999, a empresa, segunda maior em laticínios no Brasil, atrás da Nestlé, lançou três leites especiais. De olho no crescimento dos modificados para consumo infantil, foi desenvolvido o Parmalat Primeiro Cresci mento, um leite especial para crianças de 1 a 3 anos. O Parmalat Zymil, por sua vez, é voltado a consumidores com intolerância a lactose, espécie de açúcar natural do leite. Já o Parmalat Ômega 3 visa ao público preocu pado com problemas cardíacos. “A linha de leites espe ciais nasceu porque é preciso atender, cada vez mais, a necessidades específicas dos consumidores”, informa o departamento de marketing da Parmalat, que, na ausência de seu responsável, responde institucional mente pela empresa. é capaz de garantir prazos de validade semelhantes aos das assépticas: até seis meses sem refrigeração. Os sachês menores comportam 200ml, mas versões maio res podem ser produzidas, com capacidade de até 2 litros, mediante simples ajustes no equipamento. O que se pode concluir de tanta movimentação no mercado de leites em busca de diferenciação indica, mais uma vez, que a embalagem tem e terá papel decisivo no esforço das marcas para conquistar market share. Afinal, quando os produtos, para se diferenciarem, multiplicamse às dezenas – e até às centenas – em sabores, aditivos, “fatores” e elementos funcionais, de certa forma, aos olhos do consumidor, se tornam, se não iguais, muito parecidos. O diferencial é a embalagem. design da suavidade a Um histórico passo-a-passo mostrando como a Sukita saiu de sob o 1 3 fotos: divulgação 2 u ma série de suaves intervenções, culminando com uma mudança mais radical. Assim pode ser interpretada a história dos sucessi vos redesenhos da embalagem do refrigerante Sukita, marca que ganhou maior difusão a partir do ano passado devido a um intenso projeto de marketing. A campanha da garota Sukita e do “tio”, idealizada pela agência Carillo Pastore, gerou grande repercussão e acentuou a intenção definitiva da Brahma, dona da marca, de dirigir o produto ao público adolescente. Ao lado das ações de marketing, o rede sign da embalagem do refrigerante tornou-se essencial e acompanhou a 7 intenção de uma guinada na estraté gia comercial da empresa. Essa últi ma “cirurgia plástica”, no entanto, não surgiu ao acaso. É resultado de longo processo de adaptação da embalagem, com o intuito de sempre deixá-la atualizada. A diferença é a embalagem “Enquanto as colas e os guaranás se distinguem no gosto com facilidade, os refrigerantes de laranja são muito semelhantes”, argumenta Antonio Muniz Simas, diretor da DIL Consultores em Design, agência responsável pelas transformações nas embalagens da Sukita há quase dez anos. “Aí, o que faz a diferença é o design da embalagem”, ele diz. 8 Simas destaca que, já em 1991, quando sua agência passou a traba lhar com a marca, embora fosse obrigatória a menção ao conteúdo de suco natural de laranja em todos os refrigerantes similares, somente a Sukita passou a explorar tal atri buto como um valor agregado. Já no ano retrasado, a marca afirmouse como marca solteira, saindo do grande guarda-chuva da família de refrigerantes Brahma. Esse foi o fator que possibilitou maior inde pendência na criação da embala gem, o que culminou com a radica lização no último redesign. De acordo com Simas, o radica lismo foi a forma encontrada para “enfrentar a concorrência de frente, 9 o radicalismo guarda-chuva dos refrigerantes Brahma para tornar-se marca solteira 4 6 5 conforme determinação do fabri cante”. A grande laranja estilizada, que alguns chamam de espiral e outros de turbilhão, acentua a busca da Brahma pelo público jovem. Na campanha de marketing, a embala gem se manteve como forte item de propaganda, tanto que em alguns pontos montou-se um totem com a forma do produto. Essa foi mais uma das ferramentas utilizadas para divulgar a campanha. “Mudanças tão drásticas só são possíveis com o apoio de campanha publicitária”, reforça o diretor da DIL. A nova embalagem, porém, manteve os equities da marca: verde para o logotipo e o desenho da laranja, como explicado ao lado. 10 Vida própria, mas com os equities preservados Passo-a-passo, a evolução em cada redesign da embalagem da Sukita. Fotos 1 e 2 – As primeiras embalagens Sukita. Os refrigerantes Brahma mantinham unidade visual. Fotos 3, 4 e 5 – Primeiro redese nho, em 1993. A Sukita, vice-líder no segmento de refrigerantes sabor laranja, começa a ganhar vida pró pria, porém preservando os equities. O logotipo é verde, as letras são mais informais e aparentam movi mento. A grande preocupação é transmitir mais sabor: a bolinha se transforma numa laranjinha e a tarja “contém suco natural de laranja” ganha destaque. Nessa época, a Brahma já dirige o produto para o público adolescente com a campa nha Aventura de Verdade. Fotos 6 e 7 – A unidade com os demais refrigerantes Brahma era necessária. Sukita entrava nas promo ções gerais dos refrigerantes, como as do Carnaval e da Copa de 1994. Fotos 8 e 9 – Segundo redesenho, em 1995, com objetivo de modernizar a marca. Mais destaque para o suco natural de laranja; laranjinha mais rea lista, reforçando o appetite appeal. Fotos 10 e 11 – Terceiro redesign, em 1999. A laranja foi estilizada e incorporou o movimento do logoti po; aplicada sobre fundo branco, mudou radicalmente a apresentação. A Sukita enfrenta embalagem-a-em balagem o líder da categoria (Fanta). O multipack de doze latas dá ênfase à marca, agora independente dos demais refrigerantes Brahma. 11 marcas a reestréia da foto: André Godoy contour A garrafa que ajudou a construir o poder da Coca-Coca volta com força total d Garrafa Contour usada na edição especial comemorativa do Natal de 1997 24 – embalagemmarca • fev 2000 e volta à cena – de onde aliás a CocaCola parece ter-se dado conta de que nunca deveria ter saído – a mais famo sa embalagem da história, a gar rafa de vidro de 237ml do refri gerante mais consumido no pla neta. Com seu formato incon fundível, que lembra um corpo de mulher, a chamada garrafa contour, ícone de consumo e design criado em 1915 que se consagrou por seu irresistível poder de atração e encantamen to, está sendo “relançada” no mundo inteiro. Para quem de alguma forma se relaciona com embalagem, mais do que um simples reforço do mix de embalagens de um pro duto, o evento pode ser analisado como uma tese comprobatória da poderosa relação da embalagem com a marca à qual serve de apoio. A Coca-Cola realizou pesquisas em diversos países para confir mar o que se tornou o exemplo mais eloqüente dessa relação. “As pesquisas indicaram que essa embalagem é um dos pila res mais importantes da mar ca, juntamente com a questão da fórmula secreta, da cor, do sabor do produto, do tato e até do som único que a garrafa produz ao ser aberta”, conta Fernando Maz zarolo, diretor de marketing da Coca-Coca no Brasil. Na verdade, nenhum produto está tão associado à sua embalagem quanto Coca-Cola, e nenhuma embalagem é tão facilmente identi ficada quanto a chamada garrafa contour. Mesmo no escuro é possí vel reconhecê-la – basta apalpá-la. Tal é a força daquele ícone que sua imagem passou a ser impressa nas latas e seu perfil, aproximado, foi adotado para as diferentes medidas de garrafas de PET do produto. Em outras palavras, a marca Coca-Cola – uma das mais valiosas do mundo – não se fez apenas por aqueles atri butos e por sua reconhecidamente incisiva atuação no marketing e na propaganda. Como lembra Mazza rolo, “entre os inúmeros atributos que atraem o consumidor de CocaCola, o formato da garrafa de 237ml é o que melhor atende seu desejo”. Na garrafa contour, segundo o dire tor de marketing da empresa, “a experiência de tomar Coca-Cola é vivida de forma integral”. No Brasil, o “relançamento” da garrafa de vidro one way se dará em dois momentos, informa Mazzaro lo. No primeiro semestre, será utili zada em atividades de amostragem e de teste. Em fevereiro e março, Mix completo de embalagens da Coca-Coca, agora com a inconfundível contour de 237ml (primeira à esquerda) fotos: divulgação estará presente em eventos que integram a campanha mundial de reposicionamento da marca, por sinal inaugurada no país em janeiro, com o lema “Curta Coca-Cola”, adaptação do inglês “Enjoy CocaCola”. No segundo semestre, a con tour passará a fazer parte perma nente do mix de embalagens do refrigerante, como já ocorre em diversos países. Embora seja descartável e se preste em certa medida a enfrentar pela diferenciação de formato a concorrência de refrigerantes de marcas regionais e populares – as chamadas “tubaínas” – a embala gem de formato inconfundível não está sendo utilizada com essa fina lidade, afirma o gerente de marke ting da Coca-Cola. No entanto, como ele lembra, “qualquer ação que se faça para reforçar a imagem da marca é importante e contribui naquele sentido”. O fato é que o chamado “efeito tubaína” – isto é, o avanço de refri gerantes acondicionados em embalagens de PET, mais baratas que as garrafas de vidro e as latas de alu mínio, sobre as marcas líderes – ocorre no mundo inteiro, segundo Mazzarolo. Assim, o investimento em reforço da imagem única da garrafa seria uma forma de enfren tar a massificação representada pelo PET. Não por menos, as campanhas mais recentes de Coca-Cola insis tiam em que “nada tem seu formato, nada tem seu sabor”. Mas, ao que afirma o executivo da Coca-Cola, não é combater as “tubaínas” o que a gigante transna cional com sede em Atlanta, nos EUA, objetiva com a garrafinha de vidro. O que ela está fazendo é o que se convencionou chamar de “marke ting sensorial”. A Coca-Cola almeja ria, com o “relançamento” e com a campanha de apoio (R$ 100 milhões só no Brasil), reforçar o conceito de uniqueness representado pelas sensa ções supostamente detonadas pelo ato de abrir e consumir o refrigerante na contour. Nem mesmo haveria a intenção de ocupar espaço de outras embalagens, como a lata de alumínio e a garrafas retornável. O público alvo da contour, segundo Mazzarolo, é o consumidor jovem, descontraído, que “pega, abre e consome o refrige rante direto da garrafa”. É um filme já visto, com final feliz. Ou melhor, é um revival de uma história quase secular em que a integração do con sumidor com o produto e seus atri butos únicos consagraram a marca de forma irreversível. Guaraná Antarctica segue a mesma Decididamente, a questão da forma da embalagem – o perfil único, a cor, os traços singulares – como instrumento de reforço da marca parece estar na ordem do dia. No mesmo momento em que a CocaCola investe fortemente em nível mundial para destacar os apelos de sua consagrada garrafa de vidro de 237ml, a Antarctica faz algo seme lhante. Em janeiro último chegou ao mercado nacional a nova lata do Guaraná Antarctica, com design que resgata a cor verde e a identi dade visual da garrafa de vidro, unificando a imagem do produto. Agora, guardadas as limitações de forma da lata, o recipiente de alumí nio e o de vidro se assemelham. Para isso, a DM9DDB, que desenvol veu o novo visual da lata, reproduziu em sua superfície os baixos relevos característicos da garrafa de 300ml do produto e também seu rótulo. Como ocorre com a garrafa contour da Coca-Cola, pesquisas indicaram, segundo a Antarctica, que “a garrafa de vidro está incorporada na prefe rência do consumidor e é um patri mônio da marca”. fev 2000 • embalagemmarca – 25 MATERIAIS energia em pet Primeiro energético nacional se diferencia pela embalagem foto: divulgação d uas singularidades mar cam o First One Atomic Energy Drink, mais novo lançamento da Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho – 3 Fazendas (IRB), dona das aguar dentes Velho Barreiro, Tatuzinho e 3 Fazendas: é o primeiro energético fabricado na América Latina e se destaca por vir em PET, ao contrário dos demais, todos importados, que usam lata de alumínio de 200ml, embalagem já identificada com essa categoria de bebidas. A forma e o design do frasco foram concebidos internamente na IRB. O processo foi longo e cheio de detalhes, pois o objetivo princi pal era a busca de diferenciação – por isso, não se recorreu a um modelo já existente de recipiente. O resultado agradou à IRB. Segundo César Rosa, presidente da empresa, além do impacto visual, garantido pela cor grafite, outras vantagens da embalagem são sua propriedade tér mica, pois transferiria calor das mãos para o produto em velocidade bem menor que a lata. Ademais, pode ser retampado. “Percebi, em festas, que as pessoas bebem meta de de nosso produto, tampam, colo cam no bolso da calça e voltam a dançar. As latas limitam essa flexi bilidade”, comenta Rosa. Nem tudo, porém, foi feito para diferenciar o Atomic das outras mar cas. O objetivo do tom grafite na embalagem é lembrar a lata de alu mínio, facilitando ao consumidor o reconhecimento do tipo de bebida. O pigmento da resina é trazido, com exclusividade, dos Estados Unidos e 28 – embalagemmarca • fev 2000 injetado na pré-forma. A sopragem é feita especialmente por aqueci mento, pela Polipet. “A espessura da garrafa é maior, para conservar melhor os gases e conferir nobreza”, destaca Aron Aharoni, sócio-geren te da Polipet. César Rosa ressalta que a emba lagem de PET acaba saindo mais cara que a lata de alumínio, mas garante maior independência, já que a empresa não depende tanto de questões de importação de material. “Qualquer ação de mercado inespe rada poderia nos deixar sem emba lagens”, diz. A IRB espera conquis tar share de 25% na categoria dos energéticos já no primeiro ano. Mais dezoito Espessura maior: barreira e nobreza “O público jovem das classes A e B não consumia nossos produtos, especialmente as aguardentes, o que nos incomodava e botava em xeque o futuro da empresa”, diz Rosa. A IRB apostou, então, no lançamento do soft drink First One, que abriu caminho para novos projetos. Para a viabilização do energético, a empre sa investiu cerca de 2 milhões de dólares em tecnologia. Entusiasmado com o retorno já obtido e orgulhoso pelo fato de a IRB ter sido pioneira em fabricar tal produto na América Latina, Rosa adianta que prepara o lançamento de mais dezoito bebidas, entre elas um energético light, inédito no mundo. “Os jovens querem novida de, produtos modernos, por isso arriscamos tudo nessa linha”, ele diz. A questão da embalagem, que sempre causou insegurança na IRB, “está sob controle”. tecnologia uma gela, outra aquece São latas que dispensam fontes externas de energia. Elas fazem tudo sozinhas. E parece que desta vez não é só ficção u ma embalagem que gela ou aquece seu conteúdo em um minuto, sem disposi tivos ou fonte de energia externos. Desta vez parece não ser mais um daqueles lançamentos que fazem ruído, chamam a atenção e logo caem no esquecimento. É uma rea lidade que, mesmo inviável por enquanto para grandes volumes, dá a medida do potencial de desen volvimento em sistemas de emba lagens. A novidade foi projetada pela empresa americana Futech Corp., que batizou a tecnologia de refrigeração de Self-Cooling e a de aquecimento, de Heat’n’Eat. A empresa as desenvolveu em parce ria com a International Thermal Packaging e com o apoio da NASA e do Departamento de Energia dos EUA (NREL). foto e ilustração: divulgação Vasto potencial O dispositivo Self Cooling está sendo implantado inicialmente em latas de alumínio e é ativado com o simples puxar da tampa. Segundo a Futech, é completamente interno e resiste a longos períodos de armazenagem. Apesar de a empre sa garantir que a tecnologia pode ser utilizada em uma gama enorme de aplicações, ela está centrada 30 – embalagemmarca • fev 2000 inicialmente na indústria de bebidas. Grisha Gevorkian, do depar tamento de marketing da Futech, conta que as pesquisas para novas aplicações não param, por causa do potencial dessa tecnologia para o vasto mercado de bebidas e alimen tos. “Geladeiras e isopores limitam a flexibilidade do con sumidor”, ela diz. “O mecanis mo Self-Cooling pode ser ins talado durante a fabricação e ocupa apenas cerca de 90 cm3 de espaço da embalagem.” O sistema, reciclável, não contém materiais tóxicos ou elétricos. Basicamente, a tecnologia Self Cooling consiste numa bomba refrigeradora, que extrai calor de um ponto e o deposita em outro. A água é usada como ele mento refrigerador. Ela é transfor mada em vapor, absorvendo calor da estrutura, e é depositada já con densada em uma câmara. O calor então é “rejeitado”, sendo armaze nado numa outra câmara, em vácuo parcial. Além da praticidade para o consumidor, que pode levá-la a qualquer lugar sem se preocupar de antemão com processos de refri geração, já há especulações para o futuro. Na argumentação da O protótipo mostra o espaço que o dispositivo ocuparia na lata Futech, o Self Cooling será capaz de gerar conveniência para o vare jo, pois o preço um pouco maior da bebida poderá ser compensado pela redução dos custos da refri geração convencional. Especulações sobre possíveis usos também não cessam com a tecnologia Heat’n’Eat, que faz o contrário da Self Cooling. Esquen tar pratos semiprontos, desconge lar alimentos, conservar tempera tura em refeições longas e em ser viços de delivery, esterilizar ferra mentas médicas, derreter bastões de cola para aplicações com pisto la e até servir para tornar menos insossa a comida de exércitos em territórios inóspitos... A Futech vislumbra diversos campos para sua tecnologia de aquecimento. O processo Heat’n’Eat envol ve a mistura de dois elementos químicos, atóxicos e biodegradá veis, que reagem e geram calor. A temperatura de aquecimento é regulável, e permite períodos variáveis de calor, como um fogão convencional. Para acionar, basta romper uma membrana que separa os dois elementos químicos. O fabricante afirma que o processo não gera gases. Como o mercado de conve Como funciona Bebida Evaporador Condensador (Agente de secagem com material para mudança de fase) “Cool Can” niência e de porções individuais de alimentos tende a crescer cada vez mais, a Futech enxerga um futuro promissor para seus siste mas inovadores. O custo para a incorporação ainda compromete o preço final do produto, sobretudo quando se trata de produtos com baixo valor agregado. Mas, nas projeções da Futech, para um futu ro próximo, o Self Cooling e o Heat’n’Eat prometem ser saídas viáveis para produtos com grande apelo premium. A expectativa é de que, com o inevitável barateamen to gradual dessas tecnologias, em breve comecem a surgir pontosde-venda sem refrigeradores e sem vending machines, ou mesmo o fim dos isopores usados por vendedores em estádios e eventos. O certo é que existem nichos aco lhedores, onde essas tecnologias seriam bastante convenientes. Vale esperar para ver. Mais informações podem ser conseguidas no site da Futech (www.futech.com) materiais flexibilidade na Embalagens flexíveis entram firme no segmento de sabões em pó Pote, um atrativo O Ariel, da Procter & Gamble, estreou no mercado do Sudeste do país em meados de 1999. Reflexo do agressivo marketing para arre batar mais fatias de mercado, o sabão em embalagem plástica da Procter & Gamble incorporou um atrativo a mais para seduzir o con sumidor: um pote em plástico rígi do, acompanhado de dosador, para o acondicionamento dos saqui nhos. O pote é vendido com uma unidade do sabão em pó no inte rior, formando um kit. Dessa forma, o produto em saco flexível funciona como espécie de refil, novidade que desperta a atenção no ponto-de-venda. A embalagem plástica traz 32 – embalagemmarca • fev 2000 foto: andré godoy h á produtos que, de tão acostumados que esta mos, não imaginamos vê-los em outra embalagem. É o caso dos sabões em pó, que suscitam associação instantânea com a caixa de pape lão. Sendo assim, vale a pena arriscar, lançando novas apresen tações para uma categoria cuja embalagem praticamente significa sua identidade? Parece que sim, pois os dois maiores jogadores do mercado de sabões em pó, a Gessy Lever e a Procter & Gamble, lan çaram mão de experiências. Ambos com sacos de plástico fle xível. Ace e Ariel, da Procter & Gamble: foco no Sudeste maior volume de sabão, no caso 2 quilos. “É o dobro do convencio nal, o que proporciona melhor relação custo/benefício para as consumidoras que tenham uma quantidade grande de roupas para lavar”, pondera Neiva Carmo, diretora de relações externas da Procter & Gamble. Além disso, é ressaltado o aspecto funcional da embalagem no seu contexto de utilização: o saco de plástico flexí vel também protege contra a ação da umidade, inevitável nas áreas de serviço das residências. Para desenvolver o projeto do Ariel em saco plástico, a P&G contou com a ajuda da Dow Quí mica, fornecedora da resina plásti ca, e da convertedora paulista Rhotoplás. O processo teve como preocupação essencial a busca por uma embalagem que combinasse qualidade de material com uma apresentação visual impactante. Para atender ao primeiro quesito, foi utilizada a resina Elite, que forma uma família de polietilenos flexíveis da Dow Química e vem sendo utilizada numa série de outras aplicações (veja reportagem de capa sobre pet food, na página 12 desta edição). Com relação à impressão, a escolha foi pela rotogravura em oito cores, disponibilizada pela Rhotoplás. “Esses recursos dão aspecto nobre a um produto que muitos poderiam considerar de menor valor agregado”, comenta Luís Scatolini, diretor industrial da Rhotoplás. Outra característica área de serviço que realça o produto através da embalagem é a metalização espe cial do rótulo do pote de plástico rígido, “que mostra qualidade superior e gera grande impacto visual”, de acordo com Neiva Car mo. Seguindo a onda do Ariel, a P&G lançou outras marcas tam bém em embalagem plástica, no caso o Ace e o Bold, com a mesma política de mercado. Líder também inova foto: divulgação Se em time que está ganhando não se mexe, as marcas menores pro vam ser ótimo campo para expe riências táticas. A Gessy Lever, detentora da marca mais vendida do segmento, o Omo, resolveu explorar o recurso da embalagem flexível em outras marcas, como Brilhante e Ala, esta última volta da somente ao mercado da região Nordeste. O Ala, já disponível há longo tempo, é resultado de pesquisas de Ala, da Gessy Lever: foco no Nordeste mercado indicativas de que as tra dições culturais da região, como a lavagem de roupa em turnos cole tivos – caracterizada pelas folcló ricas lavadeiras – pediam uma embalagem com proteção contra a umidade, pois o sabão geralmente era deixado em superfícies molha das. Pesou também o fator econô mico, já que o consumidor nor destino compra o produto em volumes menores. Nessa medida, a opção pelo saco plástico foi a saída mais conveniente: além da proteção adequada, há flexibilida de para se trabalhar com volumes diferenciados. Já o Brilhante representou uma surpresa para a Gessy, segundo seu departamento de comunica ção. O feedback até agora traduz uma aceitação animadora por parte dos consumidores dos gran des centros urbanos. Dados Niel sen, no período de setembro a outubro de 1999 e compreenden do o Ariel, o Ace, o Bold e o Bri lhante, apontam que a “nova cate goria” representou 2,8% das ven das de sabão em pó nas lojas com vinte a 49 check-outs. A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou a maior aceita ção desse tipo de produto, com ven das chegando a 4,3% do total. Um bom começo, considerando as pro porções da novidade: uma embala gem “simplificada” e econômica, em lugar das caixas de papel. Estas últimas estão ficando cada vez mais incrementadas, metalizadas, com filmes plásticos envolvendo-as, impressão em alto relevo... Ou seja, estão ficando mais caras. Estireno será 100% nacional Tornar o Brasil auto-suficiente na produção de estireno, matériaprima vital na indústria de embala gens. Essa é meta da Innova, empresa petroquímica do grupo argentino Perez Companc, que na segunda semana de janeiro deu iní cio ao projeto das operações de produção e comercialização de estireno em sua unidade do Pólo Petroquímico de Triunfo (RS). Em setembro, a empresa pretende colo car em operação a sua planta de poliestireno (PS), tendo assim o primeiro site integrado na produ ção do plástico na América Latina. O primeiro passo foi dado em 1998, com a incorporação da uni dade de etilbenzeno da Petroflex, em Triunfo. A Companc, principal fabricante de produtos estirênicos na Argentina, está investindo 280 milhões de dólares para concretizar o projeto, refletindo a aposta do grupo no Mercosul. A meta é deslo car o eixo de produção do Brasil, atualmente localizado em Cubatão (SP) e Camaçari (BA), para a região Sul. Segundo Marcelo Calil Bian chi, diretor comercial da Innova, “o objetivo é abastecer plenamente o mercado local, que tem importado nos últimos anos cerca de um terço do que consome”. A Innova terá duas linhas de PS, uma para produção de cristal e outra para alto impacto. Bianchi prevê que o PS se tornará mais acessível, favorecendo suas aplica ções mais comuns, como materiais diversos para embalagens e descar táveis, caixas para CDs e compo nentes de eletrodomésticos. fev 2000 • embalagemmarca – 33 materiais qual é o plástico? Nem sempre os sinais básicos servem para saber de que resina é feita uma embalagem c Símbolos que indicam a reciclabilidade e identificam o polímero que constitui o produto Wilson Palhares ou de PVC – ou de outros políme ros, como o PP (polipropileno), o PEAD (polietileno de alta densida de) etc. – são mais adequadas. Ocorre que as possibilidades de identificação simplesmente visual desses materiais são mais comple xa do que é colocado na excelente publicação Reciclagem Mecânica do PVC – Uma Oportunidade de Negócio, editada pelo Instituto do PVC. A fim de contribuir nesse sentido, EmbalagemMarca está preparando, para uma próxima edi ção, reportagem em que são abor dados não só os aspectos técnicos, mas também os mercadológicos, de design, de custos e de recicla gem relacionados com os diferen tes materiais plásticos de embala gem. Profissionais e empresas da área ficam convidados a colaborar. Enquanto isso, a forma mais segura de identificar os diferentes mate riais é verificar, nas embalagens, os símbolos que indicam a reciclabili dade e identificam o polímero que constitui o produto, como mostra a tabela ao lado. Polietileno tereftalato PET 2 Polietileno de alta densidade PEAD 3 Policloreto de vinila V ou PVC 4 Polietileno de baixa densidade PEBD 5 Polipropileno PP 6 Poliestireno PS 7 Resinas não indicadas anteriormente OUTROS Fonte: instituto do PVC omo distinguir duas embalagens feitas de diferentes resinas plásti cas, porém com caracte rísticas físicas muito semelhantes, como transparência, brilho, flexibi lidade? Como um consumidor pode, por exemplo, saber se o fras co transparente de xampu, ou a garrafa de óleo comestível, é de PET (polietileno tereftalato) ou de PVC (policloreto de vinila)? Essa questão é aqui colocada em conse qüência de carta enviada pelo leitor Alain J. M. Besse, diretor superin tendente da Rionil Compostos Vinílicos, queixando-se de que EmbalagemMarca teria “nítida preferência pelo PET” (veja a ínte gra da carta na seção Espaço Aberto, na pág. 4). Com a ajuda do sr. Besse e do presidente do Instituto do PVC, Francisco de Assis Esmeraldo, ten tamos elaborar reportagem que mostrasse claramente as diferenças entre ambos os materiais e, sobretu do, para que produtos e em que oportunidades embalagens de PET 1 logística Alívio no roubo de cargas Sinalização nas embalagens ajuda a recuperar mercadorias a Leandro Haberli foto: andré godoy té que ponto uma embalagem pode con tribuir para a redução dos prejuízos causa dos por uma das mais prósperas atividades informais no Brasil, a do roubo de cargas? Muito mais do que se imagina. As empresas seguradoras trabalham sob uma lógica simples. Seus clientes pagam uma quantia pequena, pelo menos se comparada ao valor do bem, para que poucos recebam um valor alto, em caso de even tual dano ao item segurado. No mercado de seguros para trans porte rodoviário de cargas, entre tanto, uma inadequação vem se Roubo de cargas no Estado de São Paulo 1995 1996 1997 1998 1999* Ocorrências 1 620 1 920 2 160 2 604 1 625 Prejuízos** 102,0 157,1 170,4 198,2 118,5 * Até outubro/99 ** Em R$ milhõesFonte: Mercado segurador e Setcesp concretizando rapidamente, des virtuando este raciocínio. Em outras palavras, o roubo de cargas cresceu tanto durante a década de 90 que a quantidade de ressarcidos tornou-se quase tão expressiva quanto a de segurados. De 1995 a 1998, o prejuízo com roubo de cargas no Estado de São Paulo saltou de R$ 102 milhões para R$ 198,2 milhões, segundo estimativas do mercado segurador. Até caminhões de com bustível têm sido alvo das quadri lhas. Só em janeiro deste ano, quatro das maiores distribuidoras de gasolina tiveram, em média, 150 ocorrências, três vezes mais que no mês anterior. Indicativos como esses, aliados aos vultosos valores envolvidos no negócio, tornaram o mercado de seguro de cargas pouco convidativo. Por isso, apenas seis seguradoras, das cerca de noventa que atuam no mercado nacional, aceitam traba lhar com transporte de cargas. Além de poucas opções, quem procura uma seguradora para fazer apólice de uma carga rodoviária encontra inúmeros entraves na hora de firmar o contrato. “Impo Roubos de carga no Brasil mos uma série de restrições à aceitação de seguros”, admite Arlindo Simões Filho, diretor téc nico e jurídico da AGF Brasil Seguros. As limitações passam pela exigência de escoltas arma das, definição de itinerários e horários, além do emprego de satélites para rastreamento do caminhão. Si-mões argumenta que essas ações são imprescindí veis, já que para alguns tipos de mercadoria, como pneus, cigarros e medicamentos, não há taxa de seguro pré-definida que comporte as possibilidades de danos. Segun do ele, nessas mercadorias o risco deixa de ser duvidoso para tornarse certo, condição que fez a importância das estratégias logís ticas aumentar ainda mais para as transportadoras. Embalagem preventiva Ao lado das imposições das segu radoras, outra medida deve ser analisada antes de definir um novo lote: a identificação dos pro dutos por meio de marcações em suas embalagens. O procedimen to, quando feito de maneira ade quada, é importante para aumen RJ - (20%) Outros estados (20%) SP - (60%) tar o índice de recuperação das cargas roubadas, que hoje não ultrapassa os 10%. Para elevar esta taxa, que por ser baixa pesa no orçamento das seguradoras, a embalagem secundária tem um papel importante. Através dela, o produto pode ser identificado com o uso de tecnologias capazes de informar o lote e o fabricante da carga roubada. “Hoje em dia, algumas mercadorias, mesmo localizadas, não podem ser identi ficadas de maneira legal”, lembra Arlindo. Comenta-se até que car gas roubadas e localizadas pela polícia já tiveram de ser devolvi das aos ladrões, devido à falta de identificação. De fato, não estabelecer a identidade da carga contribui para a explosão do número de cami nhões roubados. Apesar de não haver levantamento exato, o cál culo dos profissionais da área é de que o transporte rodoviário res ponda por mais da metade do pre juízo total relativo a roubo de cargas no país, que em 1999 foi estimado em R$ 500 milhões. “O assalto a caminhões vem substi tuindo o roubo a bancos”, acredi ta João Ferreira Límia, diretor da Patrol Bureau de Gerenciamento de Risco, empresa que assessora transportadoras e seguradoras. O empresário defende que as inves tigações sobre roubo de carga deveriam ser transferidas para as secretarias estaduais de Fazenda, em conjunto com a polícia. (ver quadro abaixo) Regras básicas Com os serviços prestados por sua empresa, Límia garante já ter conseguido diminuir em até 90% o índice de risco para clien tes para os quais presta serviço, graças a uma série de recomen dações. As regras básicas são duas. A primeira é selecionar a transportadora e o motorista de maneira criteriosa, o que inclui aferição da frota. Estabelecer uma rota sem paradas aleatórias também é essencial, já que a maioria dos assaltos ocorre em “cond iç ões est át ic as”, como lembra o empresário. Mesmo seguindo os conselhos de especialistas, deter a ação das quadrilhas especializadas não é simples. Basta lembrar que, ape sar de os investimentos em geren ciamento de risco terem avançado de cerca de 3% do faturamento bruto das transportadoras, no iní cio da década de 90, para algo em torno de 12% em 1999, não se registrou queda nos assaltos. Na verdade, a agilidade operacional gerada pela chamada era da infor mação está facilitando a vida de todas as pessoas, inclusive a dos ladrões. Além disso, a escalada do roubo de cargas mostra que as quadrilhas, além de possuírem armamentos capazes de envergo 38 – embalagemmarca • fev 2000 nhar empresas particulares de escolta e segurança, contam com as facilidades de um mercado paralelo que cresce a cada dia. “Tivemos um caso de roubo de medicamentos em que a distribui ção da mercadoria, diretamente nos pontos-de-venda, levou ape nas quatro horas”, exemplifica Límia. Isso mostra que os ladrões estão conseguindo driblar moder nas tecnologias de segurança e que não há como garantir imuni dade contra a ação das quadrilhas especializadas. “O gerenciamento de risco consegue inibir os assal tos, mas não impedi-los”, pondera Pedro Ramires Martins, assessor jurídico do Sindicato das Empre sas de Transportes de Carga do Estado de São Paulo (Setcesp). O Setcesp talvez seja a fonte mais confiável de informações sobre o panorama do roubo de cargas no país. Segundo a entida de, ocorreram 1 077 roubos no Estado de São Paulo de janeiro a outubro de 1998, ante 1 625 regis trados no mesmo período de 1999. Curioso é que, apesar do aumento das ocorrências, o total do prejuí zo se manteve estável (cerca de R$ 120 milhões). A explicação é que muitas transportadoras, orien tadas (ou obrigadas) pelas segura doras, têm adotado estratégias de fracionamento de cargas. Em vez de concentrar um grande valor em um caminhão, são empregados veículos menores, de maneira a minimizar os prejuízos em caso de roubo. “O problema dessa estratégia é o aumento dos custos operacionais de transporte”, cons tata Paulo Roberto de Souza, assessor de segurança do Setcesp. “Essa diferença se reflete no pre ço final do produto.” Os números mostram que o roubo de cargas, além de ser um problema de segurança pública, dificilmente será eliminado com ações isoladas, como o emprego de escoltas armadas. A escalada desse tipo de crime e os prejuízos decorrentes são alertas de que o país precisa equacionar melhor os montantes transportados por cada modal. O fato é que, segun do o Ministério dos Transportes, o Brasil destina mais de 60% de suas cargas a caminhões, mas profissionais da área acreditam que tal valor é subestimado. O crescimento do roubo de cargas mostra que submeter parcela tão substancial da economia a vias mal conservadas e sem condi ções de segurança aumentará ainda mais os prejuízos do país e os lucros da indústria que se apoia neste tipo de crime. Investigação fiscal, uma forma de combate O combate às quadrilhas especiali zadas em roubo de carga deve ser feito através de investigação fiscal. A tese é defendida João Ferreira Límia, diretor da Patrol Bureau de Gerenciamento de Risco. Segundo o empresário, tal procedimento faci litaria a prisão dos receptadores das cargas roubadas, criminosos que raramente são identificados. Além disso, muitos dos produtos mais visados pelos ladrões têm alta carga tributária, o que caracteriza o roubo também como uma tentativa de driblar o fisco. “O caso dos cigarros é bem ilustrativo, já que nesse produto incide uma taxa de 77% de tributação”, observa Límia. “Portanto, trata-se também de um crime de sonegação”, ele considera. Com experiência em buscas de cargas roubadas, Límia acredita que a parceria entre a polícia e os fis cais da Fazenda seria positiva nes se tipo de ação. Sua conclusão: “O trabalho em conjunto elimina as limitações técnicas e constitucio nais que afetam as investigações.” Display fotos: divulgação Sala limpa na CIV de Vitória, PE A Companhia Industrial de significa para a CIV a pos Vidros (CIV) acaba de con sibilidade de atender cluir a construção de uma melhor aos clientes do sala limpa, na sua unidade setor farmacêutico, res de Vitória de Santo Antão ponsável por 10% das ven (PE). Cerca de 2,5 milhões das da vidraria no ano pas de reais foram gastos para sado. A empresa detém a concretização do projeto, 20% do mercado nacional que integra o plano geral de embalagens de vidro de investimentos da para medicamentos, e pre empresa até 2001, orçado tende chegar a 25%. em 50 milhões de reais. A Segundo Carlos Maurício sala limpa, um ambiente Melo, gerente industrial da asséptico e hermético para vidraria, a sala limpa gera o manuseio de produtos, um grande diferencial Atestando a qualidade competitivo, já que não há similar no país com a capacidade de esteriliza ção da instalada na CIV. A certificação e o reco nhecimento internacio nal já estão em fase de conclusão, sob respon sabilidade da empresa norte-americana Clestra Clean Rooms. Bom Dia de cara nova O Café Bom Dia, no merca do desde 1978, está com as embalagens reformula das. Desenvolvido pela Mazz Design, o novo layout tem o objetivo de rejuve nescer a marca, pioneira em cafés especiais no Bra sil e primeira no mundo a receber o certificado de qualidade ISO 9002. A nova embalagem tem um visual forte, que destaca o produ to na gôndola. O fundo da caixa de papel-cartão é liso, em contraste com uma xícara de café. Para a ver são Tradicional, foi escolhi da a cor vermelho-cereja, e para a versão Extra Forte, o marrom é a cor predomi nante. O café é torrado e moído, embalado a alto vácuo, em embalagens for madas por camadas de poliéster, nylon, polietileno e alumínio, que barram a entrada de oxigênio. Desde o dia 2 de feve reiro, 32 marcas de pal mito em conserva estão chegando ao mercado com o Selo de Qualida de, criado pela Anfap – Associação Nacional dos Fabricantes de Pal mito. Trata-se do pri meiro selo brasileiro do setor de alimentos impresso em papel de segurança, com tecno logia que impede a fal sificação. O selo é auto-adesivo e será sempre afixado na lateral dos rótulos auto rizados. Possui fundo de segurança e contém uma área impressa com tinta especial anti-scan ner, o que dificulta a reprodução por impres soras coloridas; tem um desenho impresso com tinta fotocrômica, que ganha cor quando exposto à luz; contém uma área impressa pelo sistema scratch-off, o mesmo dos bilhetes de “raspadinha”. Cada unidade recebe duas numerações, uma visí vel e seqüencial e outra coberta pela camada scratch-off, que poderá ser raspada pelo consu midor para a validação do produto. A validação pode ser feita pelo telefone da Anfap: (11) 7203-0071 ou pelo site da Tecno formas, gráfica especia lizada em impressos de segurança e responsá vel pelo desenvolvimen to do selo (www. tecnoformas.ind.br). Têm direito a utilizar o Selo de Qualidade da Anfap apenas as fábri cas que comprovarem estar seguindo as nor mas determinadas pela Vigilância Sanitária e apresentarem laudo de qualidade emitido pelo Bureau Veritas, empre sa de auditoria interna cional externa creden ciada pela entidade. Display fotos: divulgação Sadia investe pesado em linha light A Sadia anunciou em janeiro sua entrada no promissor mercado de alimentos com baixos teores calóri cos, com a linha Sadia Light. A expectativa de retorno do investi mento de R$ 4 milhões se baseia no crescimento que o mercado de produtos light/diet apresentou durante a década de 90. No total, o volume negociado cresceu mais de seis vezes, passando de US$ 160 milhões em 1990, para US$ 1,1 bilhão em 1998, segundo a Asso ciação Brasileira das Indústrias de Alimentos Dietéticos.A Sadia estima que sua linha light deva representar 4% do faturamento da empresa no mercado doméstico, até o final do ano 2000. Para atingir essa meta, o mix de alimentos light deverá ser ampliado, já a partir de março. Por enquanto, só há produtos ela borados com peito de peru, mas até carne suína poderá fazer parte da linha com poucas calorias. As embalagens, desenvolvidas pela Dil Consultores em Design e Comuni cação de Marketing, são voltadas sobretudo a consumidores preocu pados com a saúde e a boa forma. Assim, o visual dos produtos destaca a manu tenção do sabor dos alimentos, através de um novo grafismo e de um forte appetite appeal, mesmo ante a redução dos níveis de gordura. Novos sucos no mercado Para comemorar os 80 está lançando a linha anos de fundação e os Dan’Fresh de sucos 30 de Brasil, a Danone frescos. Em embalagens Tetra Rex de 1 litro, fabricadas pela Tetra Pak, os sucos têm os sabores de laranja inte gral (também em caixi nhas Tetra Slim, de 200 ml, da Tetra Pak), laranja com cálcio e laranja com pêssego e damasco, todos naturais e sem conservantes. Com os novos produtos, a Dano ne estima um crescimen to de 30% no volume de vendas da linha de sucos frescos industria lizados. 42 – embalagemmarca • fev 2000 Maggi renova linha de pizzas Como principal marca de culinários da Nestlé, a Maggi está relançan do sua linha de pizzas prontas con geladas. Para isso, desenvolveu bolsas metalizadas com capacida de de 750g, que destacam o appe tite appeal, a rapidez e o modo de preparo dos produtos. O objetivo da Nestlé é ampliar em 15% sua participação em um mer cado que movimenta 11 000 tone ladas ao ano, só no Brasil. O desenvolvimento das novas embal agens consumiu investimentos de cerca de 500 000 dólares. Por enquanto, os produtos serão distribuídos apenas para as regiões Sul, Sudeste e parte do CentroOeste do Brasil. Chá em PET de boca larga Os adeptos de exercí cios e freqüentadores de academias de ginás tica do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul ganharam novas opções de bebidas nes te verão. A Brahma colocou no mercado dos dois estados o Lipton Ice Tea nos sabores limão e pêssego. Líder no mercado nacional de chás, com 39,9% de participação (Nielsen), o Lipton é acon dicionado em garrafas de PET de 500 ml de boca larga com tampa de rosca. Display Para valorizar a informação A lin ha de prot et or es sol ar es Sund own gan hou nov as emb al a gens, des envolv id as pela Benchm ark. Mant end o a mesm a ident id ad e vis ual, as emb al a gens agor a têm form at o mais anat ôm ic o, com maior prat ic id a de de uso, já que enc aix a uni form em ent e na mão. A inf orm a ção “não sai na água” gan hou mais dest aq ue para val or iz ar uma das maior es vant ag ens do prod ut o, seg und o o fab ric ant e, fotos: divulgação a Johns on & Johns on. Seragini, também na propaganda Poucos meses depois de criar uma nova empresa de design de produtos, a Seragini anuncia a criação da agência Seragini/Pro. A empresa pretende atuar em todos os campos da comunica ção (já fazem parte do grupo a Seragini Design e a Farné Sera gini). A nova agência vai atuar em planejamento de comunica ção, propaganda, promoções e merchandising, e espera atingir faturamento de 20 milhões de reais até o fim do ano. 44 – embalagemmarca • fev 2000 Do jeito que o bispo gosta A campanha da cerveja Antarctica para o verão, com comerciais na TV estrelados pelo ator Luiz Fernando Guimarães e material gráfico com fotos da modelo Joana Prado, a Feiticeira, começou com o slogan acima. De repente, o mote virou para “Do jeito que a gente gosta” (fala-se que por exigência da Rede Record, onde manda o bispo e o personagem não é querido). Ao que importa: as latas temáticas foram desenvolvidas pelo escritório de design norte-americano Gianni no, que criou a embalagem do cigarro Marlboro. O desenho privi legia cores quentes, que lembram o verão. Para dar sensação de frescor, a figura dos pingüins ficou maior que na lata tradicional. Aliando modernidade e tradição A embalagem do amido de milho Milhena, da Nutril, foi reformulada. Com a proposta de aliar modernida de à tradição do produto, a nova caixa ganhou a cor marrom para dar forma às molduras, ilustrações e tipologia, sobre um fundo amarelo em degradê para o branco. Os desenhos na embalagem são de produtos de consumo do início do século. O amido de milho Milhena é comercializado em caixas de 200g e 500g de papel-cartão, fabri cadas pela Rigesa Westwaco. A gramatura do papel-cartão varia por causa das dimensões das embalagens (250g para a caixa menor e 300g para a maior). fotos: divulgação Display Primeira goiabada em nova embalagem A Peixe, primeira goiabada brasi filme transparente que permite leira, lançada em 1898, ganhou melhor visualização do produto, nova roupagem e mudanças na realçando a aparência de doce fórmula. O doce está sendo apre caseiro. O rótulo do produto tam sentado em embalagem flow pack, bém foi modificado, ganhando design mais moderno. O gerente de marketing da Bombril-Cirio, empresa que detém a marca Peixe, diz que “o segmento de goiabadas em flow pack é o que tem registrado o maior crescimento nos últimos anos, representando 22% do mercado, mesmo pata mar do segmento de embalagens em lata, o maior do setor até agora”. Prêmio à segurança Estatísticas mostram que parte da con taminação de profissionais da saúde por doenças infecciosas se dá por meio de lesões provocadas principalmente por injeções. O laboratório de origem francesa Sanofi-Synthélabo desenvolveu um mecanismo de segurança para as seringas do medica mento Fraxiparina, utilizado no tratamento de trombose, que permite isolar a agulha com um manchão plástico transparente, que recobre a seringa após a aplicação. A inovação, premia da pela Associação Francesa de Embalagem Farmacêutica, na categoria segurança, está chegando ao Brasil. Novelprint tem site novo Mock-up de copoliéster especial Presente em 85 países e com vendas superiores a 700 milhões de dólares anuais, a marca Lacoste está expandindo sua atua ção principal, moda esportiva, através do lançamento do per fume Lacoste Junior. Para a divulgação do novo item, mockups dez vezes maiores que o frasco origi nal foram distribuídos em inúme ros pontosde-venda da Europa e posiciona dos próximo às gôndolas em que o produto é exposto. Os 46 – embalagemmarca • fev 2000 displays gigantes são fei tos a partir de um copo liéster especial, produzido pela Eastman Chemical Company, o Eastar AN004. O material apre senta cores vivas e idênti cas às do vidro do perfu me, além de ter boa resis tência a líquidos, o que dispensa o uso de siste mas de desumidificação. Dentro da réplica superdi mensionada é colocado um frasco em tamanho original, para evitar que o consumidor prove a fra grância violando os produ tos expostos nas gôndo las. Mediante interesse, a Eastman disponibiliza no mercado brasileiro todos os plásticos produzidos em sua matriz, nos Estados Unidos, inclusive a linha de copoliéster utili zada pela Lacoste. A Novelprint, empresa do setor de rótulos auto-adesi vos, acaba de lançar seu novo site (www.novelprint. com.br), que emprega recursos multimídia de ponta, disponibilizados pelo software Flash. Na página, são apresentadas informações detalhadas sobre materiais e máquinas para a decoração de embalagens. Caracu, 100 anos de tradição O verão deste ano está Pastore desenvolveu sendo motivo de celebra embalagens especiais: a ção para a cerveja escura lata da cerveja foi remo Caracu. A estação foi delada, recebendo um escolhida para comemo logo diferente, com os 100 rar os 100 anos da marca, anos em evidência ao completados em setem lado do tradicional touro bro de 1999. Para marcar que simboliza a marca. Os a data, a agência Carillo carriers sixpack das latas e das garrafas long-neck também tra zem o cen tenário em destaque. EVENTOS • Seminário “Revolução no Mundo da Embalagem: Segu rança na Embalagem Primária” – promovido pela Akza Ltda em conjunto com a Hueck Folien GmbH da Alemanha. É voltado para a indústria farmacêutica e serão apresentados os mais recentes desenvolvimentos em embalagens de alumínio, com ênfase na luta contra a falsifica ção e segurança em medica mentos. Dia 28 de março no Amcham Business Center, em São Paulo. Informações: (11) 3901-0072 ou akza@yahoo.com • 12ª Feira e Conferência SCAA – prom ov id a pela SCAA (Associação Americana de Cafés Especiais) entre 14 e 18 de abril em San Francisco (EUA) terá o Brasil como tema do congresso. Exposição de máquinas e equi pamentos de empresas de todo o mundo e apresentação das estratégias das torrefadoras nor te-americanas. Informações: (11) 3067-0900. • Movlog Show – Segunda edi ção da feira internacional de pro dutos, serviços e equipamentos para manuseio, estocagem e logística. De 9 a 12 de maio, no Emballage 2000 Um dos maiores eventos sobre embalagens do mun do. Vai reunir mais de 2.500 expositores, sendo que 1500 são fabricantes de embala gens. Os organizadores espe ram para este ano 105.000 visitantes. De 20 a 24 de novembro em Paris. Informa ções na Promosalons-Brasil, pelo telefone (11) 881-1255. 48 – embalagemmarca • fev 2000 Brasilpack’2000 Feira Internacional de Emba lagem, reunindo as principais empresas da cadeia de embala gem, envase, acabamento e maté ria-prima. É a segunda edição da feira, organizada pela Alcântara Machado e que neste ano firmou um acordo com a Messe Düssel dorf para a promoção, divulga ção e contatos comerciais para Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, SP. Informações: info.movlog@reedexpo.com.br • Drupa 2000 – Maior feira de negó cios dos setores gráfico e de emba lagem mundial, que acontece de cinco em cinco anos em Dussel dorf, Alemanha. De 18 a 31 de maio. Informações: tel. (11) 535-4799 ou pelo e-mail [email protected] • FCE Pharma 2000 – Quinta edi ção da exposição de fornecedores de embalagens, equipamentos, matérias-primas e serviços para a indústria farmacêutica na América Latina. De 5 a 7 de julho, no Expo Center Norte (SP). Informações: tel. (11) 3873-0081 ou pelo e-mail [email protected] • HBA South America – Exposi ção internacional de fornecedores para a indústria cosmética, em sua quinta edição, mostrando matérias-primas, embalagens, equipamentos, terceirização e ser viços. De 5 a 7 de julho, no Expo Center Norte (SP). Informações pelo tel. (11) 3873-0081 ou pelo e-mail [email protected] • TecnoBebida 2000 – Terceira exposição e conferências interna cionais sobre tecnologia para a os principais países de fora da América Latina. A Brasilpack deverá reunir 350 expositores de 25 países, entre os quais Estados Unid os, Alem an ha, Itál ia, Argentina, Espanha e Taiwan. De 24 a 28 de abril no Anhembi, em São Paulo. Informações: (11) 826.9111/7295.1229. indústria de bebidas na América Latina. De 2 a 4 de agosto, no Pavilhão Verde do Expo Center Norte (SP). Informações: tel. (11) 3873-0081 ou pelo e-mail tecn [email protected] • ExpoDrink – Feira Internacional de Bebidas. De 30 de agosto a 1º de setembro no Expo Center Nor Fispal 2000 A maior feira de alimentos da América Latina está em sua 16ª edição, apresentando as últimas tendências em tecno logia, equipamentos, serviços, insumos e automação. Duran te a feira será realizada a Inter neg óc ios/Alim ent íc io’2000, uma rodada de negociações entre empresas do setor ali mentício do Brasil e da Améri ca Latina que vai promover o Projet o Comp rad or, com importadores latino-america nos e exportadores do Estado de São Paulo. A expectativa dos organizadores é que cerca de 700 empresas participem do Projeto, que tem o apoio do Sebrae-SP. De 13 a 16 de junho no Pavilhão de Exposi ções do Anhembi, em São Paulo. Informações no telefone (11) 3758-0996. Como Encontrar te (SP). Informações: tel. (11) 30632911 ou pelo e-mail expodrink@ spfeiras.com.br • Pack Expo Brasil 2000 – Feira internacional de embalagem, reunin do as principais empresas do merca do. De 12 a 15 de setembro no Inter national Trade Mart (SP). Informações: tels. (11) 3758-0996 ou (21) 4935856. • Technoplus 2000 – Feira interna cional de tecnologia industrial. De 12 a 15 setembro, no International Trade Mart (SP). Informações: tels. (11) 3758-0996 ou (21) 493-5856. • Interphex South America – Soluções em máquinas, proces sos, transporte e embalagem para a indústria farmacêutica, em sua segunda edição. Será em outubro, em data a ser confirmada, no International Trade Mart (SP). Maiores informações pelo e-mail info.interphex@reedexpo.com.br • 9º Congresso Brasileiro de Embalagem - “Agregando valor à embalagem” será o tema do even to promovido pela ABRE Associação Brasileira de Embala gem, que reunirá mais de 500 profissionais, entre executivos e empresários, ligados a embala gens no Brasil e no Mercosul. De 13 a 14 de setembro, com progra ma a ser confirmado. Informações pelo fone (11) 282-9722 ou e-mail: [email protected]. N esta seção encontram-se, em ordem alfabética, os números de telefone das empresas citadas nas reportagens da presente edição. Embalagem Marc a fica à disposição para outras informações. AGF Brasil Seguros ANFAL-Pet 0800-11-1001 Mobil Films do Brasil (11) 3049-3400 (11) 211-3933 Mogiana (Guabi Pet) (19) 729-4413 Avery Dennison 0800-55-7600 / (19) 876-7600 OPP Petroquímica (11) 863-9000 Batávia 0800-78-1234 Parmalat (11) 828-2000 Cetea (19) 241-5222 Coca-Cola (21) 559-1653 Patrol Bureau de Gerenciamento de Riscos (21) 544-5334 DIL Consultores em Design (11) 3086-2466 Dow Química (11) 5188-9244 Du Pont (sachês) (11) 7266-8341 Du Pont Futech Corp. USA 0800-17-1715 [email protected] Gessy Lever (sabões em pó) (11) 3741-4350 Grandfood (Premier Pet) (11) 5641-6995 Henkel Loctite Adesivos (11) 426-4011 Innova (11) 5507-3367 / (51) 371-2888 Instituto do PVC International Paper (11) 5506-5211 (11) 7824-1330 IRB – Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho-3Fazendas (11) 263-1411 Itambé (31) 249-3821 Ladal (19) 535-3044 Polipet (11) 4656-4060 Politeno Petroquímica (11) 3040-6900 Procter & Gamble Rhotoplás (11) 848-0264 (11) 7298-5214 Rionil (11) 5505-4477 / (21) 676-1731 Royal Canin Sadia (19) 583-5322 (11) 3649-3901 Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de S. Paulo) (11) 954-7866 SIG Combibloc (11) 828-9799 Socil Guyomar’ch (11) 3873-6702 Tetra Pak Vigor (11) 861-2226 (11) 6099-5500 CORREÇÃO: O telefone certo da Alcan, veiculado na última edição, é (11) 7632-7119. O da Bekum do Brasil é (11) 246-9100. Almanaque Espaço para menina grávida De novo os equities Nas décadas de 20 e 30 e no início dos anos 40, ela acondicionou todos os refrigerantes da Cia. Antarctica Paulista, da soda e do club soda ao guaraná e à água tônica. Até ser substituída, a partir de meados da década de 40, por outra garrafa também standard, de perfil mais moderno, a chamada “menina grá vida” foi a sensação das mesas no que se refere a não alcoólicos. Hoje, com a crescente necessi dade de diferenciação dos produtos pela emba lagem, as garrafas padro nizadas já não existem em refrigerantes, a não ser em PET. Assim, se o design das antigas “meninas grávidas” vies se a ser adaptado às atuais tendências de leveza, resistência mecâ nica e facilidade de transporte, elas dificil mente deixariam de ter seu espaço garantido. Com a palavra, a garrafa de vidro da Perrier. No universo das marcas e do que elas simbolizam em termos de imagem, comuni cação e reconhecimento 1935 pelo público, a norte-ameri cana Avery Dennison, uma das gigantes mundiais da área de adesivos para rótu 1936 los, nascida Kum Kleen na Califórnia, em 1935, foi de certa forma inconstante nos seus primeiros vinte anos de existência. Nesse perío 1946 1958 do, a logomarca da empresa mudou constantemente, com o objetivo de sempre manter sintonia com as diferentes épocas e com 1964 seus próprios objetivos e realizações. Passado esse período de radicais trans formações da logomarca, a corporação vem, 1976 desde então, se atendo mais aos chamados equities, aquelas características arraigadas de um produto, marca ou 1987 empresa. Só para registrar: em 1998, último dado con solidado, a Avery Dennison faturou, no mundo inteiro, 1991 3,46 bilhões de dólares. Por que não tive essa idéia antes? As tecnologias de aplicação e de acondicionamen to do batom foram a fonte de inspiração dos enge nheiros da Henkel, na Alemanha, para inventar, em 1969, a hoje onipresente cola em bastão Pritt. 50 – embalagemmarca • fev 2000 O princípio é elementar: cola, embalagem e apli cador numa única unidade. Simples demais – só que ninguém pensou antes. Que tal começar a observar à nossa volta?