Ano I • Nº 8 • Fevereiro 2000 • R$ 5,00
www.embalagemmarca.com.br
entrevista: roberto banfi, da sadia • logística – roubo de cargas
Carta do editor
Só beleza não põe a mesa
E
n­can­tar o con­su­mi­
dor, di­fe­ren­ciar o pro­
du­to pela cor e pelo
bri­lho, cau­sar im­pac­to no
pon­to-de-ven­da. . . Es­ses e
in­con­tá­veis ou­tros con­cei­
tos mer­ca­do­ló­gi­cos são
re­cor­ren­tes em pa­les­tras,
se­mi­ná­rios e li­vros em que
o tema em­ba­la­gem é abor­
da­do. A re­por­ta­gem de capa
des­ta edi­ção, fei­ta por Gui­
lher­me Ka­mio, co­lo­ca em
pau­ta um tema que pa­re­ce
não ser le­va­do na de­vi­da
con­ta em pro­je­tos de em­ba­
la­gem de ra­ções para ani­
mais de es­ti­ma­ção. A ques­
tão é: a quem a em­ba­la­gem
deve aten­der, ao bi­cho ou
ao dono do bi­cho?
É cla­ro que, quan­to ao
de­sign, à atra­ção pelo visu­
al, ao pre­ço, a em­ba­la­gem
deve con­quis­tar quem faz
a com­pra e paga. Tra­ta-se
de uma de­ci­são ra­cio­nal.
Mas, do ân­gu­lo da de­ci­são
emo­cio­nal,
cha­me­mos
as­sim, quem de­ci­de é quem
con­so­me – no caso, cães e
ga­tos. Aí sim, mais do que
em qual­quer segmento,
pode-se fa­lar em mar­ke­
ting sen­so­rial. Es­ses ani­
mais, como às vezes fa­zem
os se­res hu­ma­nos, só que­
rem o que é bom. Têm faro
e pa­la­dar apu­ra­dís­si­mos e
não se dei­xam en­ga­nar
ape­nas pelo as­pec­to do que
lhes ser­vem.
Não adian­ta a em­ba­la­gem
ser ape­nas bo­ni­ta. Se não
pro­pi­ciar bar­rei­ra ade­qua­
da à per­da ou à entrada de
aro­mas, por exem­plo, a
pos­si­bi­li­da­de de re­jei­ção
do alimento au­men­ta. Se
não ti­ver bar­rei­ra à gordu­
ra, trans­for­ma-se numa
es­pé­cie de ímã ou es­pon­ja
para poei­ra no pon­to-deven­da, ma­tan­do o po­der de
atra­ção do belo de­sign fei­
to no com­pu­ta­dor. Aí,
quem re­jei­ta é quem com­
pra. Se a em­ba­la­gem não é
re­sis­ten­te na mo­vi­men­ta­
ção e no trans­por­te, o cus­to
au­men­ta. São mui­tas,
en­fim, as pos­si­bi­li­da­des de
per­da – e por­tan­to, as opor­
tu­ni­da­des de ga­nho.
Wilson Palhares
Espaço aberto
uti­li­zar Em­ba­la­gem­Mar­ca como
fon­te de pes­qui­sa. Vo­cês es­tão efe­
tuan­do um tra­ba­lho de ex­tre­ma
com­pe­tên­cia e se­rie­da­de. Su­ces­so
em 2000.
de­di­ca­das a esta im­por­tan­te em­ba­
la­gem.
Mi­rel­la Lan­cel­lot­ti Del Prio­re
Ana­lis­ta de mercado
Al­can Alu­mí­nios do Bra­sil
São Pau­lo – SP
Luiz Pa­trí­cio Bar­bo­sa Jú­nior
Bras­pack
Ipo­ju­ca – PE
A
M
ais uma vez, vo­cês es­tão de
pa­ra­béns. É a pri­mei­ra vez que re­ce­
bo uma re­vis­ta com capa me­ta­li­za­
da (Emb
­ al
­ ag
­ em­Marc
­ a nº7). Ela é
tão in­te­res­san­te que a man­do re­gu­
la­rmen­te para os Es­ta­dos Uni­dos,
para meu pes­soal que fala por­tu­guês
e que co­nhe­ce o Bra­sil. Con­ti­nuem
no bom ca­mi­nho que vo­cês es­tão
tri­lhan­do. Mui­to su­ces­so em 2000.
Ar­nold Die­sen­druck
N
Ar­nold Com
São Pau­lo – SP
a qua­li­da­de de lí­de­res mun­diais
na fa­bri­ca­ção de pa­péis téc­ni­cos e
es­pe­ciais, en­tre os quais pa­péis para
ró­tu­los e embalagens fle­xí­veis, gos­
ta­ria de pa­ra­be­ni­zar a sua re­vis­ta
não só pela qua­li­da­de dos tex­tos
como tam­bém pela linha edi­to­rial.
Se­gu­ra­men­te sua re­vis­ta me man­te­
rá atua­li­za­do quan­to às ten­dên­cias
de mercado.
pro­vei­to a opor­tu­ni­da­de para
pa­ra­be­ni­zá-los pela qua­li­da­de das
in­for­ma­ções de Em­ba­la­gem­Mar­
ca. Sou de­sig­ner e tra­ba­lho na área
de de­sen­vol­vi­men­to de produtos e
embalagens, por­tan­to te­nho a ne­ces­
si­da­de de bus­car cons­tan­te­men­te
in­for­ma­ções que me au­xi­liem no
meu tra­ba­lho, e a re­vis­ta, de fato,
me aju­da mui­to.
Ma­ria Isa­bel de Oli­vei­ra
A
s re­por­ta­gens de Em­ba­la­gem­
Marc
­ a são real­men­te mui­to com­
ple­tas. Pa­ra­béns.
Sil­va­na Reis
P
G
os­ta­ria de pa­ra­be­ni­zá-los pela
ex­ce­len­te re­vis­ta, que é mui­to útil
para o meu tra­ba­lho.
Vera Ro­dri­gues Pias­si
P
Se­brae
Goiâ­nia – GO
a­ra­be­ni­zo a to­dos que fa­zem
esta re­vis­ta pela qua­li­da­de e pro­fun­
di­da­de das in­for­ma­ções que são
apre­sen­ta­das em suas re­por­ta­gens.
Tais ca­rac­te­rís­ti­cas me per­mi­tem
4 – embalagemmarca • fev 2000
Ge­ren­te de ne­gó­cios
Cro­da do Bra­sil
Cam­pi­nas – SP
a­ra­béns pelo ar­ti­go “Pers­pec­ti­
vas 2000” (Em­ba­la­gem­Mar­ca 7),
que faz uma boa aná­li­se dos di­ver­
sos se­to­res.
Mar­cos Sil­vei­ra
An­to­nio Ri­bei­ro
Di­re­tor-ge­ral
Ahls­trom Pa­per Group do Bra­sil
São Pau­lo – SP
De­sig­ner
Krys Belt do Bra­sil
Lon­dri­na – PR
L
Pa­vax Co­mér­cio e
Re­pre­sen­ta­ções Ltda
Ba­rue­ri – SP
i a úl­ti­ma edi­ção de Em­ba­la­
que está sim­ples­men­te
de­mais. Po­rém, en­con­trei al­guns
da­dos que não ba­tem com mi­nhas
in­for­ma­ções.
1 – Pá­gi­na 18 – segundo a Niel­sen,
a lata de alu­mí­nio pos­sui 22% e não
18% do mercado de cer­ve­jas, como
foi pu­bli­ca­do.
2 – Pá­gi­na 21 – achei que vo­cês
de­ram pou­ca im­por­tân­cia à lata de
alu­mí­nio, pois poucas li­nhas fo­ram
gem­Mar­ca,
A re­da­ção agra­de­ce o elo­gio e a cor­
re­ção da in­for­ma­ção so­bre o merca­
do de cer­ve­ja. Quan­to ao es­pa­ço
de­di­ca­do ao se­tor de alu­mí­nio, in­for­
ma­mos que foi pro­por­cio­nal às res­
pos­tas da­das ao ques­tio­ná­rio en­via­
do às em­pre­sas para a ela­bo­ra­ção da
re­por­ta­gem.
C
om­ple­men­tan­do a ma­té­ria
“Pers­pec­ti­vas 2000”, este ano o
se­tor de embalagens es­ta­rá for­te­
men­te en­vol­vi­do com ques­tões
am­bien­tais. A ex­pres­são “sour­ce
re­duc­tion” ga­nha for­ça se­guin­do a
ten­dên­cia in­ter­na­cio­nal de re­du­zir
cada vez mais o peso das embala­
gens. Além dis­to, po­de­mos sen­tir
uma gran­de mo­vi­men­ta­ção da
in­dús­tria e de seus re­pre­sen­tan­tes
vi­san­do ao maior rea­pro­vei­ta­men­to
das embalagens pós con­su­mo. A
ex­pec­ta­ti­va para este ano é de que o
con­su­mi­dor se cons­cien­ti­ze de seu
im­por­tan­te pa­pel no elo da re­ci­cla­
gem, dis­pon­do cor­re­ta­men­te as
embalagens após o seu uso.
Lu­cia­na Pel­le­gri­no
Coor­de­na­do­ra de Meio Am­bien­te
ABRE - Associação Brasileira de
Em­ba­la­gem
São Pau­lo - SP
P
a­ra­béns por man­ter o ní­vel.
Emb
­ a­la­gem­Mar­ca con­ti­nua ex­ce­
len­te. Su­ces­so sem­pre.
José An­to­nio Cor­ral Dias
A
Ge­ren­te de de­sen­vol­vi­men­to
Te­lex­pel – In­dus­trial Ltda
São Pau­lo – SP
do­rei o site de vo­cês e achei
mui­to in­te­res­san­te o con­teú­do da
re­vis­ta.
Re­na­ta Kao­ru Ta­ka­ta
São Pau­lo – SP
G
os­ta­ría­mos de es­trei­tar o re­la­
cio­na­men­to en­tre nos­sa empresa e
esta con­cei­tua­da re­vis­ta. No final
de março, a Akza Ltda pro­mo­verá o
se­mi­ná­rio “Re­vo­lu­ção no mun­do
da em­ba­la­gem: se­gu­ran­ça na
em­ba­la­gem pri­má­ria”. Se­ria mui­to
in­te­res­san­te se Emb
­ al
­ agem­Marc
­a
pu­des­se pu­bli­car algo so­bre o even­
to, pois cre­mos que o es­ta­re­mos
di­vul­gan­do da me­lhor ma­nei­ra pos­
sí­vel, haja vis­to a pe­ne­tra­ção da
re­vis­ta na in­dús­tria far­ma­cêu­ti­ca,
que é nos­so pú­bli­co-alvo.
Ro­se­mary Car­va­lho Tei­xei­ra
Akza Ltda
São Pau­lo – SP
Ver se­ção “Even­tos”, na página 48.
M
i­nha as­si­na­tu­ra é re­cen­te, e
apro­vei­to para elo­giar o ní­vel de
in­for­ma­ções da re­vis­ta.
Ta­thia­na Mar­ce­li
E
Edit Im­press Design Grá­fi­co
Rio de Ja­nei­ro – RJ
m­ba­la­gem­Mar­ca
nos su­pre de
in­for­ma­ções de to­das as ca­te­go­rias
de embalagens, suas apli­ca­ções e
ti­pos de ró­tu­los e fe­cha­men­tos.
Para nós, da área de mar­ke­ting,
es­sas in­for­ma­ções são de ex­tre­ma
Em­ba­la­gem­Mar­ca agra­de­ce e re­tri­bui
os vo­tos de fe­liz 2000 a:
a10 Design
Abi­graf
Abi­ma
Abi­plast/Sin­di­plast
Abre
Al­can
An­thea Comunicação
Avery Den­ni­son
B+G De­sig­ners
Bar­co
BASF
Bench­mark
Bra­si­la­ta
Bra­sil­co­te
Bun­ge Li­mi­ted
Bu­reau Di­gi­tal Ban­dei­ran­te
Ca­ra­mu­ru Alimentos
CEG – Com­pa­nhia Dis­tri­bui­do­ra de
Gás do Rio de Ja­nei­ro
Cia. Ca­ci­que de Café So­lú­vel
Cis­per
CIV
Cos­mé­ti­cos Niely
CSN
Dan­zas Lo­gís­ti­ca
Des­ta­que Comunicação
im­por­tân­cia para to­mar­mos no­vas
de­ci­sões de co­mer­cia­li­za­ção jun­to
aos nos­sos clien­tes e for­ne­ce­do­res.
Em Re­ci­fe, a re­vis­ta é lei­tu­ra men­
sal não só de pro­fis­sio­nais, mas
tam­bém de es­tu­dan­tes re­cém-for­
ma­dos que atuam em di­ver­sos seg­
men­tos li­ga­dos a em­ba­la­gem.
Igor Ar­chi­po­vas
F
Con­cept Pla­nejamento em
Marketing e Comunicação
Re­ci­fe – PE
o­mos brin­da­dos na edi­ção de
de­zem­bro com a re­por­ta­gem “Tec­
no­lo­gia em car­gas”, uma vez que
coin­ci­diu com a ins­ta­la­ção do ci­ta­do
sis­te­ma de ras­trea­men­to de car­gas
nos veí­cu­los de nos­sa empresa.
A
Ha­rol­do de Pai­va Ri­bei­ro
Abra­hão Otoch & Cia Ltda
For­ta­le­za – CE
re­vis­ta Em­ba­la­gem­Mar­ca
tem, como a maior parte do pú­bli­co
con­su­mi­dor, o há­bi­to de con­fun­dir
as embalagens de PVC com embalagens de PET, cha­man­do to­das de
PET. A Rio­nil, fa­bri­can­te e de­fen­so­
ra há 20 anos de com­pos­tos de PVC
para embalagens rí­gi­das no Bra­sil,
não vem aqui re­cri­mi­nar o PET, um
plás­ti­co que veio agre­gar valor à
DIL Consultores em Design
Du Pont
EAC Lec­ce Pen Com­pany
Edi­to­ra Abre de Pá­gi­na
Edi­to­ra Abril – Gru­po Exa­me
Edi­to­ra Abril – Nú­cleo Via­gem
Equi­pe de Marketing da An­tarc­ti­ca
Fe­nix­med
Fos­fer­til/Ul­tra­fer­til
Ga­ze­ta Mer­can­til
Grá­fi­ca Edi­to­ra Ca­mar­go Soa­res
Grá­fi­ca Es­pí­ri­to San­to
Grá­fi­cos Bur­ti
Gru­po Bra­sil Rio
Iga­ras
Ima­je
Ima­tion
In­press As­ses­so­ria de Comunicação
ITW Hi-Cone
John­son&John­son
K&M/Da­ve­ne
Kro­nes
Ma­dia As­so­cia­dos
Málaga Produtos Metalizados
Man­tei­ga Avia­ção
Má­qui­na da No­tí­cia
MD Pa­péis
Mde­sign
Mer­co­sul Mar­cas e Pa­ten­tes
fa­mí­lia das embalagens plás­ti­cas e
va­lo­ri­zou aque­las trans­pa­ren­tes das
quais o PVC foi o pio­nei­ro e con­ti­
nua de­sen­vol­ven­do mercados cada
vez mais di­ver­si­fi­ca­dos. Gos­ta­ría­
mos de ver Emb
­ al
­ ag
­ em­Marc
­a
re­co­nhe­cen­do o valor de cada um
dos ma­te­riais, in­clu­si­ve o PVC, por
mais que sua pre­fe­rên­cia pelo PET
seja ní­ti­da, e co­lo­ca­mo-nos à dis­po­
si­ção para aju­dá-los nes­sa in­te­res­
san­te ta­re­fa.
Alain J. M. Bes­se
Di­re­tor su­pe­rin­ten­den­te
Rio­nil Com­pos­tos Vi­ní­li­cos Ltda
Rio de Ja­nei­ro – RJ
Agra­de­ce­mos as ­ob­ser­va­ções. Uma
res­pos­ta mais de­ta­lha­da está na
pá­gi­na 34.
Mensagens
para
EmbalagemMarca
Redação: Rua Arcílio Martins, 53
CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel: (11) 5181-6533
Fax: (11) 5182-9463
[email protected]
As men­sa­gens re­ce­bi­das por car­ta,
e-mail ou fax po­de­rão ter tre­chos não
es­sen­ciais eli­mi­na­dos, em fun­ção do
es­pa­ço dis­po­ní­vel, de modo a dar o
maior nú­me­ro pos­­sí­vel de opor­­tu­ni­da­
des aos lei­to­res. As men­sa­gens po­de­
rão tam­­bém ser in­se­ri­das no site da
revista (www.embalagemmarca.com.
br).
Mil­ler Free­man
Mo­bil Films do Bra­sil
Na­dir Fi­guei­re­do
Na­tu­ra
OPP Pe­tro­quí­mi­ca/Tri­kem
Or­na­re
OZ Design
Pan­crom Grá­fi­ca e Fo­to­li­to
Pla­no de Pro­pa­gan­da
Por­tal Pu­bli­ci­da­de
Prin­tec Comunicação
Pru­mo Comunicação
Reed Ex­hi­bi­tion Com­pa­nies
Re­fi­na­ções de Mi­lho Bra­sil
Re­fri­ge­ran­tes Pa­ke­ra
Rho­dia
Rho­dia-ster
Roof Pu­bli­ci­da­de
Schmal­bach-Lu­be­ca/Whi­te Cap
SIG Com­bi­bloc do Bra­sil
Sunny­va­le
Ta­pon Co­ro­na/Ta­cin
Tex­xud
The Group World­wi­de Part­ners
TV1
Uni­ver­si­da­de Anhem­bi Mo­rum­bi
Whea­ton do Bra­sil
WNP&P Comunicação
Xan­dô
fev 2000 • embalagemmarca – 5
fevereiro 2000
Diretor de Redação
Wilson Palhares
[email protected]
Reportagem
[email protected]
Flávio Palhares
[email protected]
Guilherme Kamio
[email protected]
Leandro Haberli
[email protected]
Thays Freitas
[email protected]
Colaboradores
Adélia Borges, Fernando Barros,
Josué Machado, Luiz Antonio Maciel
8
12
ENTREVISTA:
ROBERTO BANFI
O di­re­tor de mar­ke­ting
da Sadia con­ta como a
qua­li­da­de faz a mar­ca
triun­far, aqui e lá fora
24
CAPA
Quem a em­ba­la­gem
de pet food deve
atrair e con­quis­tar: o
ani­mal de es­ti­ma­ção
ou o seu dono?
MARCAS
A Coca-Cola em ní­vel
mun­dial e o Gua­ra­ná
An­tarc­ti­ca no Bra­sil
uti­li­zam equi­ties de
suas gar­ra­fas de vi­dro
para re­for­çar a ima­gem
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
Administração
Marcos F. Palhares (Diretor)
Eunice Fruet (Financeiro)
Departamento Comercial
[email protected]
32
FLEXÍVEIS
Na guer­ra dos sa­bões
em pó, os sachês
de fil­mes plás­ti­cos
ga­nham es­pa­ço
36
LOGÍSTICA
Ra­ras se­gu­ra­do­ras
ainda fa­zem apó­li­ces
con­tra rou­bo de car­ga.
As embalagens de
trans­por­te po­dem aju­
dar a re­du­zir as per­das
Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
[email protected]
Cesar Torres
Público-Alvo
Em­ba­la­gem­Mar­ca é di­ri­gi­da a pro­fis­sio­nais que
ocu­pam car­gos téc­ni­cos, de di­re­ção, ge­rên­cia
e su­per­vi­são em em­pre­sas for­ne­ce­do­ras, con­
ver­te­do­ras e usuá­rias de em­ba­la­gens para
alimentos, be­bi­das, cos­mé­ti­cos, me­di­ca­men­
tos, ma­te­riais de lim­pe­za e home ser­vi­ce, bem
como pres­ta­do­res de ser­vi­ços re­la­cio­na­dos
com a ca­deia de em­ba­la­gem. A re­vis­ta é dis­
tri­buí­da gra­tui­ta­men­te a ór­gãos go­ver­na­men­
tais, uni­ver­si­da­des, cen­tros de pes­qui­sa, as­so­
cia­ções, im­pren­sa e agên­cias de propaganda.
18
LEITES
Num mercado em que
um nú­me­ro cres­cen­te
de mar­cas bus­ca
des­ta­car-se pelo sabor,
a em­ba­la­gem pode
ser o di­fe­ren­cial
Fotolito e Impressão
Novo Fotolito Editora Gráfica
Tiragem
6 500 exemplares
EmbalagemMarca
E MAIS
é uma publicação mensal da
Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 – Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 - São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
ESPAÇO ABERTO ........................... 4
MATERIAIS .................................... 28
www.embalagemmarca.com.br
O con­teú­do edi­to­rial de Em­ba­la­gem­Mar­ca é
res­guar­da­do por di­rei­tos au­to­rais. Não é per­
mi­ti­da a re­pro­du­ção de ma­té­rias edi­to­riais
pu­bli­ca­das nes­ta re­vis­ta sem au­to­ri­za­ção da
Blo­co de Co­mu­ni­ca­ção Ltda. Opi­niões ex­pres­
sas em ma­té­rias as­si­na­das não re­fle­tem
ne­ces­sa­ria­man­te a opi­nião da re­vis­ta.
TECNOLOGIA................................ 30
PET X PVC..................................... 34
22
DESIGN
A evo­lu­ção do
visual do re­fri­ge­ran­te
de la­ran­ja Su­ki­ta
DISPLAY ........................................ 40
EVENTOS ...................................... 48
ONDE ENCONTRAR ..................... 49
ALMANAQUE ................................ 50
FOTO de capa: THE IMAGE BANK
Carta do Editor ......................... 3
ENTREVISTA
ROBERTO BANFI,
diretor de marketing
e vendas da Sadia,
conta como a
empresa mudou de
agroindústria para
fornecedora mundial
de produtos
alimentícios com
altos índices de
sofisticação e qual o
papel da embalagem
nesse processo
8 – embalagemmarca • fev 2000
A
l­gu­mas em­pre­sas bra­si­lei­
ras cons­ti­tuem ver­da­dei­
ros exem­plos de que, ape­
sar das eter­nas ad­ver­si­da­
des e in­cóg­ni­tas que
ca­rac­te­ri­zam a eco­no­mia
do país, é pos­sí­vel cres­cer, mesmo
num mun­do glo­ba­li­za­do em que a
pa­la­vra de or­dem pa­re­ce ser a en­tre­
ga dos pon­tos, seja fe­chan­do, seja
ven­den­do a casa. A Sadia S.A. é um
des­ses exem­plos. Na maior parte dos
anos que se se­gui­ram à sua fun­da­ção,
em 1944, a empresa no­ta­bi­li­zou-se
pela qua­li­da­de de seus produtos na
área agroin­dus­trial e na de alimentos
de­ri­va­dos prin­ci­pal­men­te de carne.
A ri­gor, a Sadia sem­pre ca­mi­nhou
em sin­to­nia com as ne­ces­si­da­des do
mercado, prio­ri­zan­do per­ma­nen­te­
foto: andré penteado
O segredo é valor agregado
men­te a qua­li­da­de. É den­tro des­sa
di­re­triz que, nos úl­ti­mos anos, a
empresa com sede em Con­cór­dia
(SC) vem trans­for­man­do seu per­fil,
de modo a agre­gar a suas ca­rac­te­rís­
ti­cas ori­gi­nais a es­pe­cia­li­za­ção
como empresa de alimentos pro­ces­
sa­dos para con­su­mo final.
O eixo des­sa mu­dan­ça se re­su­me
em duas pa­la­vras: valor agre­ga­do.
Atuan­do na área de produtos ali­
men­tí­cios in­dus­tria­li­za­dos con­ge­la­
dos e res­fria­dos, à base de ma­té­riaspri­mas di­ver­si­fi­ca­das, para aten­der
às ne­ces­si­da­des e expectativas do
con­su­mi­dor mo­der­no, a Sadia está
hoje so­li­di­fi­ca­da como empresa de
clas­se mun­dial em seu segmento.
Ofe­re­ce cer­ca de 400 produtos no
mercado in­ter­no brasileiro e ex­por­
ta mais de 100 itens para cin­qüen­ta
paí­ses. Em ter­mos de po­si­ção, está
en­tre as maio­res ex­por­ta­do­ras do
Bra­sil, é a sex­ta empresa agroin­dus­
trial e pro­du­to­ra de alimentos da
Amé­ri­ca La­ti­na e está en­tre as dez
maio­res ex­por­ta­do­ras de pro­teí­nas
ani­mais do mun­do.
Nes­ta en­tre­vis­ta, Ro­ber­to Ban­fi, di­re­
tor de mar­ke­ting e ven­das da empre­
sa, fala da es­tra­té­gia da Sadia para
trans­for­mar-se numa das poucas
mar­cas bra­si­lei­ras re­co­nhe­ci­das no
ex­te­rior como sím­bo­lo de qua­li­da­de
su­pe­rior, da im­por­tân­cia da em­ba­la­
gem para isso e do que é ne­ces­sá­rio
para continuar avan­çan­do.
Em que mo­men­to a Sadia de­ci­diu
que de­ve­ria es­pe­cia­li­zar-se como
empresa de alimentos, isto é, como
pro­du­to­ra e dis­tri­bui­do­ra de produtos ali­men­tí­cios in­dus­tria­li­za­dos
com alto valor agre­ga­do?
Foi há uns sete ou oito anos, quan­do
re­sol­veu dei­xar de ser uma mera
agroin­dús­tria para es­pe­cia­li­zar-se e
vi­rar uma empresa de alimentos.
Des­de en­tão, o es­for­ço para en­trar
mais e mais em produtos in­dus­tria­
li­za­dos de valor agre­ga­do vem se
in­ten­si­fi­can­do.
Mas a Sadia ainda é pre­do­mi­nan­te­
men­te uma agroin­dús­tria, não é?
Sim, ainda so­mos mui­to for­tes na
agroin­dús­tria. Ba­si­ca­men­te, 65% do
nos­so ne­gó­cio ainda é agroin­dús­
tria. Hoje so­mos a sé­ti­ma maior
empresa do mun­do em pro­ces­sa­
men­to de aves e uma das lí­de­res em
pro­ces­sa­men­to de suí­nos. Con­se­
qüen­te­men­te, o ta­ma­nho do tra­ba­
lho in­te­gra­do na agroin­dús­tria aca­ba
sendo mui­to im­por­tan­te. Não se
pode – e nem que­re­mos – fazer uma
mu­dan­ça ra­di­cal. Em ou­tras pa­la­
vras, não que­re­mos aban­do­nar com­
ple­ta­men­te nos­sas ori­gens. Que­re­
mos ser cada dia mais re­co­nhe­ci­dos
como uma empresa de alimentos,
nos ter­mos mais am­plos pos­sí­veis.
Ope­rar com produtos de alto valor
agre­ga­do é pos­sí­vel sem uma mar­ca
tão forte quan­to a mar­ca Sadia e
ou­tras?
Sem dú­vi­da, não. Por­que é jus­ta­
men­te a mar­ca que per­mi­te uma
pas­sa­gem de uma empresa da
condição de me­ra for­ne­ce­do­ra de
ma­té­ria-pri­ma ou de produtos
agroin­dus­triais para a de fornece­
dora de pro­du­tos so­fis­ti­ca­dos, de
valor agre­ga­do, que dão se­gu­ran­ça
ao con­su­mi­dor final. Essa pas­sa­
gem, em ter­mos mer­ca­do­ló­gi­cos,
cha­ma-se “stretching”, ou es­ti­ca­
men­to, da mar­ca, que se transforma
em aval para vá­rias ca­te­go­rias de
produtos.
Esse aval exis­te na men­te do con­su­
mi­dor brasileiro para a mar­ca
Sadia?
In­dis­cu­ti­vel­men­te. Tan­to é que, em
pes­qui­sas para sa­ber qual a mar­ca de
pei­xe in­dus­tria­li­za­do ou de piz­za que
mais ven­de, vá­rias vezes foi ci­ta­da a
mar­ca Sadia. Es­sas pes­qui­sas fo­ram
fei­tas an­tes de lan­çar­mos as li­nhas
Piz­za­ria e 7 Mares, de pei­xes.
Isso de cer­ta forma ava­li­za a afir­
ma­ção de que a mar­ca é o maior
pa­tri­mô­nio de uma empresa, que é
pre­ci­so di­ri­gir to­dos os es­for­ços
para a cons­tru­ção das mar­cas. Há
quan­to tem­po é as­sim na Sadia?
A mar­ca Sadia foi cons­truí­da pas­soa-pas­so, eu di­ria ti­jo­lo a ti­jo­lo, com
con­sis­tên­cia, vi­são es­tra­té­gi­ca e
mui­to, mui­to cui­da­do. Eu di­ria que
esse cui­da­do com a mar­ca vem des­
de o co­me­ço. Evi­den­te­men­te, a
“
Não dá para
operar produto de
alto valor agregado
sem uma marca forte.
É a marca que permite passar de fornecedor de matériaprima
a fornecedor
”
de produtos
sofisticados .
partir do mo­men­to que mar­ca se
tor­nou um com­po­nen­te mais im­por­
tan­te, de­di­cou-se mais aten­ção ao
as­sun­to. Mas uma pro­va de que essa
aten­ção vem des­de o co­me­ço é que
há 25 anos a mes­ma agên­cia de pro­
pa­gan­da, a DPZ, cui­da da mar­ca.
A pro­pó­si­to, qual o sig­ni­fi­ca­do da
mar­ca Sadia?
Vem da as­so­cia­ção de sí­la­bas for­
ma­das com as le­tras ini­ciais e fi­nais
da ra­zão so­cial ori­gi­nal, S. A. Con­
cór­dia, de quan­do a empresa foi
fun­da­da, em 1944.
Em 1998 a Sadia in­ves­tiu for­te­men­
te na re­vi­go­ra­ção da mar­ca (US$ 9
milhões em cam­pa­nha de mar­ke­
ting), para en­fren­tar a entrada de
novos pla­yers no segmento. Além
da cam­pa­nha res­sal­tan­do o “S” da
mar­ca e do tra­ba­lho nos pon­tos-deven­da, as embalagens fo­ram in­cluí­
das na­que­le es­for­ço? Quais fo­ram
as prin­ci­pais mu­dan­ças, no caso?
Sem dú­vi­da as embalagens fo­ram
in­cluí­das na­que­le es­for­ço, na cam­
pa­nha “Sadia – O S do Nos­so Bra­
sil”. Esse é um tra­ba­lho con­tí­nuo,
um pro­ces­so, não é um tra­ba­lho
fi­ni­to. As prin­ci­pais mu­dan­ças
fo­ram pon­tuais em al­gu­mas fa­mí­
lias. Um caso tí­pi­co foi a mu­dan­ça
fei­ta nos por­cio­na­dos, isto é, qui­bes,
al­môn­de­gas e me­da­lhões. Foi uma
mu­dan­ça ra­di­cal no visual da em­ba­
la­gem. As co­res, a apre­sen­ta­ção, a
ti­po­lo­gia fo­ram to­tal­men­te re­for­mu­
la­das. Isso per­mi­tiu um re­sul­ta­do
mui­to po­si­ti­vo no pon­to-de-ven­da.
Qual foi o re­sul­ta­do?
Per­ce­be­mos um au­men­to de ven­
das, sem que hou­ves­se um au­men­to
pro­por­cio­nal de des­pe­sas de mar­ke­
ting, nem de mar­ke­ting pro­mo­cio­
nal no pon­to-de-ven­da.
Exis­tem pes­qui­sas so­bre como o
con­su­mi­dor per­ce­be a mar­ca?
Para o con­su­mi­dor, Sadia sig­ni­fi­ca,
mais que tudo, um aval de se­gu­ran­
ça, de qua­li­da­de do pro­du­to. Te­mos
com­pro­va­ções mui­to vá­li­das disso.
Fa­ze­mos, anual­men­te, uma pes­qui­
sa so­bre como a mar­ca é per­ce­bi­da.
Hoje no Bra­sil ela equi­va­le e mui­tas
vezes su­pe­ra as me­lho­res mar­cas de
ori­gem mul­ti­na­cio­nal que ope­ram
nes­te país.
A Sadia tem-se no­ta­bi­li­za­do tam­
bém pelo gran­de nú­me­ro de lan­ça­
men­tos, trin­ta em mé­dia por ano.
Ago­ra mesmo aca­ba de lan­çar a
linha light. O con­su­mi­dor con­se­gue
ab­sor­ver esse volume?
No ano pas­sa­do, en­tre mo­di­fi­ca­
ções, aper­fei­çoa­men­tos e lan­ça­men­
tos, fo­ram co­ber­tos 55 produtos.
Esse rit­mo vai ter de continuar, por­
que a cada dia te­mos de atua­li­zar e
ofe­re­cer ao mercado mais produtos
fev 2000 • embalagemmarca – 9
atua­li­za­dos, que se­guem tan­to há­bi­
tos atuais quan­to há­bi­tos fu­tu­ros. A
empresa in­ves­te mui­to em pes­qui­sa,
jus­ta­men­te para criar há­bi­tos de
con­su­mo. A pro­va dis­so foi o lança­
mento da Piz­za­ria Sadia.
An­tes não exis­tia o há­bi­to de con­su­
mo de piz­za?
Cla­ro, mas era re­la­ti­va­men­te pou­co
em ter­mos de con­su­mo de piz­za
con­ge­la­da. Com a nos­sa entrada,
esse con­su­mo vi­rou uma ca­te­go­ria
de vul­to. Hoje so­mos lí­de­res, com o
prin­ci­pal mar­ket sha­re. De­sen­vol­ve­
mos essa ca­te­go­ria, e fazer isso é um
dos ob­je­ti­vos da nos­sa empresa.
O con­su­mi­dor con­se­gue ab­sor­ver
esse volume tão gran­de de lan­ça­
men­tos? Por­que não é só a Sadia
que lan­ça novos produtos e no­vas
ca­te­go­rias.
Eu di­ria que sim. O con­su­mi­dor,
mun­dial­men­te, é cada dia mais ávi­
do, por­que os produtos fi­cam ob­so­
le­tos cada vez mais ra­pi­da­men­te.
Isso não é vá­li­do só para a alta tec­
no­lo­gia, como com­pu­ta­do­res, cujo
ci­clo de vida se mede em me­ses,
não em anos. Vale tam­bém para
con­su­mo de alta ro­ta­ção, como ali­
mentos. Não va­mos es­que­cer tam­
bém que o con­su­mi­dor brasileiro
fi­cou mui­to de­sin­for­ma­do de atua­li­
za­ções e novos há­bi­tos de con­su­mo,
de novos sa­bo­res que mun­dial­men­te
es­ta­vam con­fir­ma­dos há dé­ca­das.
Com a aber­tu­ra do mercado foi
aber­to um le­que de exi­gên­cias. Isso
se vê em vá­rios produtos. A Sadia,
como for­ne­ce­do­ra de produtos que
vão des­de o con­su­mo mais sim­ples
até o con­su­mo mais so­fis­ti­ca­do, per­
ce­beu isso ra­pi­da­men­te.
O se­nhor po­de­ria ex­pli­car?
Cos­tu­mo di­zer que no mercado
brasileiro exis­tem as fa­mo­sas três
on­das, de Tof­fler. A primeira é a
onda do se­tor pri­má­rio, re­pre­sen­ta­
da pelo que al­guns cha­mam de
“con­su­mi­dor da en­xa­da”. São 30,
10 – embalagemmarca • fev 2000
40, 60 milhões de pes­soas cujo con­
su­mo con­sis­te em sim­ples­men­te
sa­tis­fa­zer a de­man­da fi­sio­ló­gi­ca de
co­mer, de se ali­men­tar. Para es­ses
consumidores a Sadia ofe­re­ce des­de
fran­go in­tei­ro con­ge­la­do ou res­fria­
do a produtos de ela­bo­ra­ção sim­
ples, como mor­ta­de­la e lin­güi­ça.
Vêm de­pois os consumidores do
se­tor in­dus­tria­li­za­do, que no Bra­sil
são de­ze­nas de milhões. Em ter­cei­ro
está o con­su­mi­dor do pe­río­do pósin­dus­tria­li­za­ção, que é o con­su­mi­
“
Os produtos
.
ficam obsoletos cada
vez mais rápido. Isso é
válido não só para
produtos de alta
tecnologia, como os
computadores. Vale
também para
consumo de alta rota-
”
ção, como o de alimentos
dor an­te­na­do, ou mo­der­no. Esse
está vol­ta­do para uma qua­li­da­de de
vida me­lhor, que pas­sa por uma
me­lho­ra da ali­men­ta­ção. Para ele
ofe­re­ce­mos a linha Sadia Light e
uma sé­rie de ou­tros produtos à base
de con­ve­niên­cia – e, como nos
de­mais ca­sos, de qua­li­da­de.
Essa va­rie­da­de não im­pli­ca um
es­for­ço mui­to gran­de no re­la­cio­na­
men­to com o va­re­jis­ta?
A in­ter­na­cio­na­li­za­ção e a con­cen­tra­
ção do va­re­jis­ta exi­gem cada vez
mais um pre­pa­ro di­fe­ren­cia­do de
mar­ke­ting e ven­das. O es­for­ço no
re­la­cio­na­men­to com o va­re­jis­ta sem
dú­vi­da re­quer uma aten­ção mui­to
maior que no pas­sa­do.
Com a cres­cen­te for­ça de ne­go­cia­
ção das gran­des re­des de va­re­jo,
elas re­cor­rem cada vez mais a mar­
cas pró­prias. Isso ocor­re de ma­nei­
ra sig­ni­fi­ca­ti­va no segmento em que
a Sadia atua?
O segmento em que atua­mos exi­ge
gran­de in­ves­ti­men­to em con­tro­le de
qua­li­da­de. Não é qual­quer for­ne­ce­
dor que pode ofe­re­cer mar­ca pró­pria
para esse tipo de pro­du­to. Não
va­mos es­que­cer que quan­do um
Car­re­four, um Pão de Açu­car, co­lo­
ca a mar­ca pró­pria, fica com a res­
pon­sa­bi­li­da­de de mar­ca pró­pria. Em
ter­mos de pro­du­to pe­re­cí­vel é mais
di­fí­cil para o va­re­jis­ta en­con­trar for­
ne­ce­do­res de con­fian­ça. Além dis­so,
na Sadia não te­mos ca­pa­ci­da­de dis­
po­ní­vel para for­ne­cer mar­ca pró­pria
no gran­de va­re­jo na­cio­nal.
Os su­per­mer­ca­dos in­cen­ti­vam a
com­pa­ra­ção dos produtos so­men­te
em fun­ção do pre­ço. Essa prá­ti­ca
não tra­ria ris­cos para os pró­prios
su­per­mer­ca­dos, na me­di­da em que
re­duz a ren­ta­bi­li­da­de dos produtos e
pri­va o con­su­mi­dor de ter aces­so às
suas mar­cas pre­fe­ri­das?
Vol­te­mos às três on­das de con­su­mo
de que fa­lei an­tes. É in­te­res­san­te
no­tar que não se tra­ta de uma di­vi­
são geo­grá­fi­ca. É uma di­vi­são na
pró­pria loja: exis­te o con­su­mi­dor
ex­tre­ma­men­te so­fis­ti­ca­do e ao
mesmo tem­po tem con­su­mi­dor que,
por ra­zão de po­der aqui­si­ti­vo, é real­
men­te hu­mil­de e com­pra ape­nas
para sa­tis­fa­zer uma ne­ces­si­da­de
fi­sio­ló­gi­ca. O pre­ço ainda per­ma­ne­
ce o gran­de fa­tor, o alvo, o ele­men­to
central na ne­go­cia­ção. Mas não é só
isso. Mais e mais co­me­çam a ter
im­por­tân­cia a va­li­da­de, a qua­li­da­de
do pro­du­to, a qua­li­da­de de sabor, a
qua­li­da­de da em­ba­la­gem, a qua­li­da­
de de apre­sen­ta­ção. Cres­ce tam­bém
a im­por­tân­cia do tra­ba­lho no pon­tode-ven­da. Hoje, mais e mais o tra­ba­
lho de pon­to-de-ven­da é um di­fe­re­
cial que nós, for­ne­ce­do­res, ofe­re­ce­
mos às gran­des re­des. A Sadia, por
exem­plo, tem um exér­ci­to de pro­
mo­to­res e re­po­si­to­res nas gran­des
re­des. São mais de mil no Bra­sil
in­tei­ro.
Como empresa ex­por­ta­do­ra, a
Sadia cer­ta­men­te de­di­ca es­pe­cial
aten­ção às embalagens de seus
produtos. As embalagens bra­si­lei­
ras aten­dem às ne­ces­si­da­des que
um pro­du­to pre­ci­sa ter hoje não só
para ser ex­por­ta­do, mas tam­bém
para com­pe­tir no mercado in­ter­no?
A em­ba­la­gem bra­si­lei­ra tem qua­li­
da­de para en­fren­tar as das me­lho­res
pro­ce­dên­cias. Além dis­so, em­pre­
sas como a nos­sa têm um sour­cing
pra­ti­ca­men­te mun­dial. Assim, o
nos­so for­ne­ci­men­to de ma­té­ria-pri­
ma ou de em­ba­la­gem não é li­mi­ta­
do ao que está dis­po­ní­vel no mer­
cado na­cio­nal. Faze­mos com­pras
em níveis in­ter­na­cio­nais e com­pras
via in­ter­net, te­mos co­ta­ções até em
níveis in­ter­na­cio­nais e te­mos bench­
mark cons­tan­te de nos­sos téc­ni­cos,
nos­sos com­pra­do­res. Eles têm pre­
sen­ça cons­tan­te em fei­ras in­ter­na­
cio­nais e estão a par do que acon­te­
ce de me­lhor e mais atua­li­za­do no
mun­do. Nes­se pon­to, sem dú­vi­da,
não te­mos pro­ble­mas.
A Sadia tra­ba­lha com gran­de va­rie­
da­de de for­ma­tos e ma­te­riais de
em­ba­la­gem – fle­xí­veis em ge­ral,
cry-o-vac, vi­dro, car­to­na­dos. Quais
as prin­ci­pais ten­dên­cias de uso em
cada um des­ses ma­te­riais?
A ten­dên­cia é ter cada dia mais
produtos que ofe­re­çam ga­ran­tia da
qua­li­da­de, de shelf-life do pro­du­to
e, ao mesmo tem­po, um appeal de
mo­der­no e de prá­ti­co. Isso é a gran­
de ten­dên­cia, por­que o pro­du­to em
si é um con­jun­to en­tre o con­teú­do e
a em­ba­la­gem. De nada adian­ta um
pro­du­to ser mui­to bom se a em­ba­la­
gem, ao ser aber­ta, pode cor­tar os
de­dos do con­su­mi­dor, ou se a aber­
tu­ra exi­ge mui­to tem­po, não ofe­re­
ce o fa­tor con­ve­niên­cia. O pro­du­to
é um con­jun­to en­tre ma­té­ria-pri­ma,
o pro­du­to em si e a em­ba­la­gem.
O se­nhor não di­ria que, no pon­tode-ven­da, a em­ba­la­gem, como
su­por­te da mar­ca, pode sig­ni­fi­car o
êxi­to ou o fra­cas­so do pro­du­to?
Sem dú­vi­da. É uma peça ex­tre­ma­
men­te im­por­tan­te do pon­to de vis­
ta da co­mu­ni­ca­ção. Al­gu­mas
mu­dan­ças de embalagens às vezes
são su­fi­cien­tes para de­fen­der ou até
ga­nhar al­guns pon­tos em mar­ket
sha­re. Em­ba­la­gem é a pri­mei­ra
co­mu­ni­ca­ção no pon­to-de-ven­da, é
“
A tendência é
ter cada dia mais
produtos que
ofereçam garantia de
qualidade, de shelflife e, ao mesmo
tempo, appeal de
moderno e de prático.
O produto é um con-
”
junto – o conteúdo e a
embalagem .
ex­tre­ma­men­te im­por­tan­te. Con­se­
qüen­te­men­te, é um di­fe­ren­cial mui­
to im­por­tan­te, ainda mais quan­do
se sabe que no Bra­sil mais de 80%
das de­ci­sões de com­pra são fei­tas
no pon­to-de-ven­da. En­tão, a res­
pon­sa­bi­li­da­de da em­ba­la­gem é cru­
cial. Isso é mais acen­tua­do no Bra­
sil, que tem si­mul­ta­nea­men­te as
três on­das de que fa­lei an­tes, do
que em ou­tros paí­ses, onde o con­
su­mi­dor é mais cons­tan­te. Fe­liz­
men­te, tam­bém no Bra­sil já se nota
uma di­fe­ren­ça sen­sí­vel na atitude
do con­su­mi­dor: Está, cada dia mais,
len­do ró­tu­los, ana­li­san­do, cui­dan­do
da saúde e da se­gu­ran­ça ali­men­tar.
En­fim, não está com­pran­do gato
por le­bre. Nis­so a em­ba­la­gem tem
um pa­pel fun­da­men­tal.
Exis­te al­gu­ma ne­ces­si­da­de da
Sadia que as embalagens não es­te­
jam aten­den­do?
É im­por­tan­te ter­mos um apor­te
cons­tan­te de atua­li­za­ção a respeito
do que acon­te­ce no mun­do in­tei­ro,
por­que hoje o Bra­sil está in­se­ri­do
no mun­do. O Bra­sil não está atra­sa­
do, mas um for­ne­ce­dor na­cio­nal de
em­ba­la­gem pode e deve man­ter-se
atua­li­za­do e ofe­re­cer cons­tan­te­
men­te atua­li­za­ções em níveis mun­
diais. O que é lan­ça­do no mercado
externo pode vir a ser um pro­du­to
ofe­re­ci­do no mercado brasileiro
qua­se que ime­dia­ta­men­te. O que
está fal­tan­do mesmo é me­lho­rar o
po­der aqui­si­ti­vo da po­pu­la­ção do
nos­so país, que não é com­pa­rá­vel
ao po­der aqui­si­ti­vo da maio­ria dos
paí­ses do he­mis­fé­rio nor­te.
A empresa ex­por­ta para cin­qüen­ta
paí­ses. A mar­ca Sadia é cla­ra­men­te
re­co­nhe­ci­da fora do país como
uma mar­ca bra­si­lei­ra?
Em al­guns paí­ses, mui­to. É o caso
da Ará­bia Sau­di­ta, em que a mar­ca
Sadia é pra­ti­ca­men­te tão forte quan­
to no Bra­sil, evi­den­te­men­te que
com bem me­nos produtos que no
Bra­sil. Lá, em qual­quer pro­du­to à
base de fran­go, a mar­ca Sadia é
re­co­nhe­ci­da, é um si­nô­ni­mo, por­
que há mais de vinte anos es­ta­mos
ex­por­tan­do com a mar­ca para lá.
Ou­tro país em que a mar­ca Sadia
tem ra­zoá­vel pre­sen­ça no gran­de
va­re­jo é Por­tu­gal. So­mos re­co­nhe­
ci­dos como a ter­cei­ra mar­ca bra­si­
lei­ra mais co­nhe­ci­da na Argentina,
e ago­ra es­ta­mos en­tran­do em ou­tros
paí­ses do Mer­co­sul, sem­pre com a
mar­ca. O de­sa­fio que ti­ve­mos no
iní­cio – o da pro­nún­cia da mar­ca na
Argentina, onde se fa­la­va Sá­dia –
foi ven­ci­do. Hoje o pes­soal já fala
Sadia, mar­ca que é re­co­nhe­ci­da
como de qua­li­da­de. No segmento,
so­mos vice-lí­de­res, in­cluin­do as
mar­cas ar­gen­ti­nas. Con­se­gui­mos
isso en­fa­ti­zan­do sem­pre a di­fe­ren­
cia­ção de qua­li­da­de.
fev 2000 • embalagemmarca – 11
capa
animal exige
proteção
Num mercado bilionário, embalagens para pet food devem
satisfazer cães e gatos, não só quem compra para eles
n
38 – embalagemmarca • fev 2000
ser efi­caz não apenas como meio de
comunicação para conquistar quem
com­pra o pro­du­to – o dono do
bicho. Ela precisará conquistar tam­
bém quem efe­ti­va­men­te o con­so­me
– o bicho. Para isso é fundamental
que a embalagem res­guar­de a in­te­
gri­da­de de seu con­teú­do. Ocorre
que muitas vezes a re­cu­sa do ani­mal
por de­ter­mi­na­da ra­ção pode ser fru­
to de uma em­ba­la­gem ine­fi­caz.
Devido a es­ses fa­to­res, os fabricantes vêm se empenhando crescentemente em agre­gar qua­li­da­de às
ra­ções, pro­ces­so que pas­sa obri­ga­
to­ria­men­te pela em­ba­la­gem. Assim,
são cada vez mais so­fis­ti­cados os
ma­te­riais e os in­cre­men­tos para
em­ba­la­gem, o que dá a me­di­da da
mo­vi­men­ta­ção des­sa in­dús­tria.
O mercado de rações para cães e
gatos di­vi­de-se en­tre ra­ções se­cas e
úmi­das. En­quan­to a lata de aço pre­
do­mi­na como em­ba­la­gem para as
úmi­das, que têm par­ti­ci­pa­ção res­tri­ta
em ven­das, as ra­ções se­cas mos­tram
maior pro­pen­são a trans­for­ma­ções e
up­gra­des. Isso acon­te­ce sobretudo
pela alta com­pe­ti­ti­vi­da­de, que gera
uma ba­ta­lha cons­tan­te em bus­ca da
me­lhor saí­da fren­te ao apa­ren­te an­ta­
go­nis­mo en­tre so­fis­ti­ca­ção e ra­cio­na­
Fonte: ANFAL Pet
1 090 000
950 000
750 000
632 500 000
550 000
504 000 000
420 000
380 000
286 000 000
482 600 000
Faturamento (Dólares)
US$
825 000 000
Volume (Toneladas)
t
997 500 000
Evolução do mercado
220 000
os úl­ti­mos anos, o Bra­
sil vem apre­sen­tan­do
crescimento no­tá­vel
em alguns mercados,
contrariando a regra geral da estagnação ou da queda. É o que acon­te­
ce no segmento de pet food, o de
alimentos para ani­mais de es­ti­ma­
ção. Nú­me­ros da An­fal-Pet, di­vi­são
da Associação Na­cio­nal dos Fa­bri­
can­tes de Alimentos para Ani­mais,
mos­tram que no ano pas­sa­do o
faturamento des­se mercado che­gou
a qua­se 1 bilhão de dólares, re­sul­ta­
do que con­so­li­da o boom na década
de 90. A es­ti­ma­ti­va de crescimento
em 2000 gira ao re­dor de 15% em
re­la­ção a 1999, e para os pró­xi­mos
anos a pers­pec­ti­va é ainda mais
ge­ne­ro­sa. Cal­cu­la-se que o volume
de ven­das re­pre­sen­te ape­nas 28%
da ca­pa­ci­da­de de con­su­mo da po­pu­
la­ção de pets, es­ti­ma­da em 25 milhões de cães e 11 milhões de ga­tos.
Fren­te a esse pa­no­ra­ma, a em­ba­
la­gem as­su­me pa­pel de peso na afir­
ma­ção de­fi­ni­ti­va do cos­tu­me da
com­pra de alimento in­dus­tria­li­za­do
para animais domésticos. Com a
expansão do mercado, daqui para a
frente deverá ganhar cada vez mais
expressão um aspecto hoje de certa
forma ignorado: a embalagem deve
1 140 000 000
Guilherme Kamio
Poeira e aromas
“A gordura pode se jun­tar à poei­ra,
com­pro­me­ten­do a ima­gem do pro­
du­to e re­sul­tan­do em de­vo­lu­ções”,
co­men­ta Rod­ney Le­bre, ge­ren­te de
mar­ke­ting da So­cil, uma das gran­
des em­pre­sas do segmento. Se não
bas­tas­se, a em­ba­la­gem de pet food
deve ainda pro­por­cio­nar bar­rei­ra à
tro­ca de aro­mas, para pre­ser­var o
sabor do alimento – afinal, cães e
ga­tos têm ol­fa­to apu­ra­dís­si­mo. A
bus­ca de no­vas so­lu­ções em ma­te­
riais dei­xa trans­pa­re­cer a preo­cu­pa­
ção em tor­nar a em­ba­la­gem de pet
food cada vez mais im­per­meá­vel.
Isso ex­pli­ca a subs­ti­tui­ção do
saco de pa­pel, que rei­na­va ab­so­lu­to
no segmento até o iní­cio dos anos
90, pelos sa­cos de fil­mes plás­ti­cos.
A em­ba­la­gem de pa­pel en­tão dis­po­
ní­vel apre­sen­ta­va pro­ble­mas de fra­
gi­li­da­de, com alta per­fu­ra­ção dos
sa­cos e mi­gra­ção ex­ces­si­va de gordura, cau­san­do gran­des per­das ao
lon­go da ca­deia pro­du­ti­va. A rá­pi­da
as­cen­são dos filmes plásticos fez do
saco mo­no­ca­ma­da, ba­sea­do em
blends de po­lie­ti­le­no de bai­xa den­si­
da­de (PEBD) e de bai­xa den­si­da­de
li­near (PEBDL), a op­ção da maio­ria
das em­pre­sas numa hora de ex­pan­
são de mercado, pois o foco es­ta­va
cen­tra­do nas cha­ma­das “ra­ções de
com­ba­te”, produtos stan­dard com
me­nor valor agre­ga­do.
O saco mo­no­ca­ma­da de po­lie­ti­le­
no, con­tu­do, não ofe­re­ce bar­rei­ras
to­tais. “Exis­tem li­mi­ta­ções, prin­ci­
pal­men­te no que­si­to mi­gra­ção de
gordura”, diz Eli­sal­do Ro­dri­gues
Buzo, ge­ren­te de su­pri­men­tos da
Ro­yal Ca­nin do Bra­sil, tra­di­cio­nal
empresa do se­tor. Ou­tros res­sal­tam
que tal em­ba­la­gem é mui­to sus­ce­tí­
vel a tro­cas de aro­ma – em cer­tos
pon­tos-de-ven­da o odor das ra­ções
che­ga a ser in­su­por­tá­vel, e não ra­ra­
men­te o pet food é exposto, no ponto-de-venda, ao lado de produtos
qui­mi­ca­men­te agres­si­vos, como
sabão em pó. De ol­fa­to apu­ra­do, os
pets aca­bam re­jei­tan­do a ra­ção. “Os
ani­mais tam­bém exi­gem uma em­ba­
la­gem pro­te­to­ra”, se­n­ten­cia João
Prior, se­cre­tá­rio exe­cu­ti­vo da An­falPet.
Resinas e filmes
A ex­plo­são de mercado trans­for­
mou o pet food em ni­cho es­tra­té­gi­
co para fornecedores de re­si­nas e
fil­mes es­pe­ciais. Es­ses su­pri­men­tos
ga­nha­ram es­pa­ço com a in­va­são
dos produtos com ape­lo pre­mium e
su­per pre­mium no segmento, re­la­ti­
va­men­te re­cen­te, e com a ten­dên­cia
mar­can­te de di­ver­si­fi­ca­ção
através de ra­ções cada vez
mais es­pe­cí­fi­cas – light,
para fi­lho­tes, para ani­
mais ido­sos, em tra­ta­
men­to mé­di­co, etc. Esse
le­que de ni­chos mais e
mais es­pe­cí­fi­cos per­mi­te
agre­gar valor ao pro­du­to
tam­bém através da em­ba­la­
gem.
Evo­luin­do a ca­te­go­ria, evo­lui
tam­bém a exi­gên­cia do con­su­mi­
dor, e a so­fis­ti­ca­ção tor­na-se ine­vi­
tá­vel. Fren­te a esse mo­men­to de
mercado, as pers­pec­ti­vas sor­riem
para a dis­se­mi­na­ção dos fil­mes
coex­tru­da­dos e, num es­tá­gio um
Resistência ao papel
Mui­to uti­li­za­da em pet food no ex­te­
rior, a em­ba­la­gem de pa­pel en­con­tra
es­pa­ço li­mi­ta­do na in­dús­tria na­cio­nal
e ten­ta re­to­mar o mercado per­di­do
para os filmes plásticos. As em­pre­
sas re­lu­tam em ex­pe­ri­men­tar algo
di­fe­ren­te, pelo es­tig­ma que embala­
gens de papel dei­xa­ram no passado
ou por aco­mo­da­ção. É o que pen­sa
An­to­nio Lo­pes Ri­bei­ro, di­re­tor ge­ral
da Ahls­trom Si­bil­le Bra­sil, re­pre­sen­
tan­te da Ahls­trom Pa­per Group, lí­der
em em­ba­la­gens de pa­pel para pet
food nos EUA e na Eu­ro­pa. “De­sen­
vol­vemos pro­je­tos com al­guns fa­bri­
can­tes, mas o in­te­res­se de­fi­nhou”,
con­ta. Segundo ele, al­gu­mas mar­cas
que re­cu­sa­ram o uso de pa­pel aqui o
uti­li­zam no ex­te­rior.
To­dos os con­sul­ta­dos pela Ahlstrom
ale­ga­ram ques­tões de cus­to para jus­
ti­fi­car o de­sin­te­res­se. “São ra­zões
ques­tio­ná­veis, já que a em­ba­la­gem
de pa­pel per­mi­te um visual mais
atraen­te que o plás­ti­co, ofe­re­ce hoje
pro­te­ção ade­qua­da e é to­tal­men­te
re­ci­clá­vel”, afirma. Em geral, a em­ba­
la­gem da Ahls­trom tem três ca­ma­das
de pa­pel. A externa é um cou­ché de
alto bri­lho, que per­mi­te aca­ba­men­to
fino, sem ra­chaduras na im­pres­são
(“efeito catapora”); na in­ter­me­diá­ria,
um pa­pel não-ab­sor­ven­te garante
bar­rei­ra à umi­da­de; e a ca­ma­da in­ter­
na pro­te­ge con­tra a mi­gra­ção de gor­
dura. “No ex­te­rior não se uti­li­
za tanto plástico quanto
aqui”, diz Ri­bei­ro, que
espera “ver a vir­tu­de
eco­ló­gi­ca do pa­pel
afir­mar-se”.
fotos: andré godoy
li­za­ção de cus­tos em em­ba­la­gem.
O gran­de pro­ble­ma des­sa in­dús­
tria é que as ra­ções têm ca­rac­te­rís­ti­
cas que po­ten­cia­li­zam a im­por­tân­
cia do as­pec­to pro­te­tor da em­ba­la­
gem. Mais que uma boa re­sis­tên­cia
me­câ­ni­ca, para evi­tar do­res de ca­be­
ça nos pro­ces­sos de es­to­ca­gem,
trans­por­te e ma­nu­seio, e uma se­la­
gem efi­cien­te, im­pe­din­do a ação de
in­se­tos e acon­di­cio­na­men­to ex­ces­
si­vo de ar no in­te­rior dos sa­cos, o
foco re­cai cada vez mais so­bre a
ques­tão das bar­rei­ras. Além do com­
ba­te a agen­tes no­ci­vos aos alimentos, como luz e oxi­gê­nio, há o pro­
ble­ma da alta oleo­si­da­de na com­po­
si­ção do pet food, que aca­ba fa­vo­re­
cen­do a mi­gra­ção de gordura para o
ex­te­rior da em­ba­la­gem.
fev 2000 • embalagemmarca – 39
pou­co à fren­te, aos coex­tru­da­dos
com la­mi­na­ção – que sim­bo­li­zam,
atual­men­te, o que há de me­lhor em
es­tru­tu­ra mul­ti­ca­ma­da para em­ba­
la­gem fle­xí­vel.
man­ce que os mo­no­ca­ma­da. A
maio­ria dos pro­fis­sio­nais ou­vi­dos
en­ten­de que o fil­me coex­tru­da­do
sim­ples é uma saí­da viá­vel e ten­de
a di­fun­dir-se pro­gres­si­va­men­te
enquanto os pre­ços im­pe­di­rem uma
par­ti­ci­pa­ção maior dos mul­ti­ca­ma­
da com la­mi­na­ção. Des­tes úl­ti­mos,
já po­dem ser en­con­tra­das, em li­nhas
es­pe­ciais, embalagens la­mi­na­das
em po­liés­ter ou po­li­pro­pi­le­no, para
in­ten­si­fi­car bar­rei­ras, res­guar­dar a
im­pres­são e dar bri­lho.
Es­ses avan­ços, po­rém, não
de­cre­tam o fim próximo do saco
mo­no­ca­ma­da. Ele ainda en­con­tra
ni­cho em li­nhas de com­ba­te e em
sa­ca­rias gran­des, mor­men­te aci­ma
de três qui­los. Nes­se caso, pesa a
dis­po­ni­bi­li­da­de de tec­no­lo­gia, pois
pou­cos fa­bri­can­tes con­se­guem
en­cher au­to­ma­ti­ca­men­te sa­cos de
gran­des vo­lu­mes com es­tru­tu­ras
com­ple­xas, o que fa­vo­re­ce a es­co­
lha da em­ba­la­gem com via­bi­li­za­ção
téc­ni­ca me­nos com­pli­ca­da.
fotos: divulgação
Saída criativa
A coex­tru­são é ba­si­ca­men­te a fu­são
de ma­te­riais dis­tin­tos para a for­ma­
ção de um fil­me com es­tru­tu­ra mul­
ti­ta­re­fa. Assim, é pos­sí­vel com­bi­nar
numa só pa­re­de as ca­rac­te­rís­ti­cas
ne­ces­sá­rias para cui­dar de pro­ble­
mas dis­tin­tos. “A coex­tru­são sig­ni­
fi­ca fle­xi­bi­li­da­de, per­mi­tin­do a
cria­ção de fil­mes de acor­do com
ne­ces­si­da­des es­pe­cí­fi­cas, e ten­de a
se fir­mar como saí­da cria­ti­va para
as em­pre­sas”, afir­ma con­vic­to
Do­me­ni­co Mac­chia, ge­ren­te da
Dow Quí­mi­ca na área de ven­das
em po­lie­ti­le­no. A Dow, aliás, é for­
ne­ce­do­ra da linha de po­lie­ti­le­no de
bai­xa den­si­da­de li­near Eli­te, que já
vem sen­do em­pre­ga­da em vá­rias
emba-lagens de pet food, coex­tru­
da­das ou mul­ti­ca­ma­da, prin­ci­pal­
men­te na ca­te­go­ria pre­mium.
Como a preo­cu­pa­ção com a
re­la­ção cus­to/be­ne­fí­cio é de­ci­si­va,
o saco coex­tru­da­do tam­bém é uma
al­ter­na­ti­va com­pen­sa­do­ra, pois tem
cus­to me­nor de pro­ces­so que os
la­mi­na­dos e ofe­re­ce me­lhor per­for­
Mais tecnologia
Embalagens de produtos premium
e super premium, como estas,
aliam qualidade e simplicidade
A es­tru­tu­ra coex exi­ge má­qui­nas
es­pe­cí­fi­cas, e a maio­ria das con­ver­
te­do­ras que aten­de o segmento está
in­ves­tin­do para dis­po­ni­bi­li­zar a tec­
no­lo­gia aos seus clien­tes. A Rho­to­
plás, empresa si­tua­da em Ba­rue­ri
Fornecedores se movimentam
Es­ti­ma-se em cer­ca de 7 700 to­ne­la­
das o volume de re­si­na plás­ti­ca
con­su­mi­da ao ano pelo mercado de
embalagens para pet food. Isso dá
a me­di­da da im­por­tân­cia do seg­
mento para os for­ne­ce­do­res de
ma­té­ria-pri­ma e de fil­mes es­pe­ciais,
que se en­tu­sias­mam com o po­ten­
cial do segmento. “Esse volume
pode che­gar a 30 000 to­ne­la­das,
fo­men­ta­do prin­ci­pal­men­te pela ten­
dên­cia de ven­da em por­ções me­no­
res”, prevê Luís Fer­nan­do Cas­si­nel­
li, ge­ren­te de de­sen­vol­vi­men­to de
pro­du­to da OPP Pe­tro­quí­mi­ca, res­
pon­sá­vel por 42% do for­ne­ci­men­to
40 – embalagemmarca • fev 2000
de po­lie­ti­le­nos para con­ver­te­do­res
de em­ba­la­gens de pet food. A OPP
aca­ba de lan­çar no­vas li­nhas de
po­lie­ti­le­no de bai­xa den­si­da­de
li­near, que têm no aumento da re­sis­
tên­cia me­câ­ni­ca seu prin­ci­pal aper­
feiçoamento, segundo Cas­si­nel­li.
No lado con­cor­ren­te, a Po­li­te­no tam­
bém dis­po­ni­bi­li­za li­nhas es­pe­ciais
de po­lie­ti­le­nos, prin­ci­pal­men­te os
de­ri­va­dos do oc­te­no. “Eles ofe­re­cem
mais re­sis­tên­cia e ca­pa­ci­da­de de
se­la­gem que os oriun­dos do bu­te­
no”, explica Ri­car­do Pel­le­gri­ni, coor­
de­na­dor de de­sen­vol­vi­men­to de pro­
du­to da empresa.
Já os ba­sea­dos em ca­ta­li­
sa­do­res me­ta­lo­ce­nos, como
a linha Eli­te, da Dow Quí­mi­
ca, têm como prin­ci­pais vir­
tu­des a se­la­gem em meio à
so­li­di­fi­ca­ção da re­si­na (hot
tack) e adap­ta­bi­li­da­de a
pro­ces­sos au­to­ma­ti­za­dos,
diz Do­me­ni­co Mac­chia,
ge­ren­te da empresa na área
de ven­das em po­lie­ti­le­no.
A aber­tu­ra da eco­no­mia faci­
li­tou o aces­so não só aos
po­lie­ti­le­nos es­pe­ciais, mas
tam­bém a re­si­nas nobres, usa­das
como “adi­ti­vos” em sa­cos mul­ti­ca­
Embalag
filme d
(SP), por exem­plo, in­ves­tiu pe­sa­do
em má­qui­nas coex­tru­so­ras para
acom­pa­nhar o up­gra­de do se­tor.
“Hoje dis­po­ni­bi­li­za­mos coex­tru­so­
ras para fun­dir até três ma­te­riais,
sem con­tar a la­mi­na­ção pos­te­rior”,
destaca Luís Sca­to­li­ni, ge­ren­te
in­dus­trial da Rho­to­plás, que pro­ces­
sa cer­ca de 60 to­ne­la­das de embalagens para pet food men­sal­men­te.
No cam­po da im­pres­são, a es­tru­
tu­ra coex tam­bém im­põe van­ta­
gens. “Blends es­pe­ciais de po­lie­ti­le­
no evi­tam o cha­ma­do “efei­to ca­ta­
po­ra”, que é a ra­cha­du­ra da im­pres­
são pelo ex­ces­so de ma­nu­seio e por
pro­ble­mas de es­to­ca­gem e em­pi­lha­
men­to”, diz Ro­ber­to Araú­jo La­cer­
da, só­cio exe­cu­ti­vo da La­dal, con­
ver­te­do­ra de Rio Cla­ro (SP) que
pro­ces­sa fle­xí­veis para pet food
des­de 1985. Araú­jo apon­ta como
prin­ci­pal pro­ble­ma a ser com­ba­ti­
do, para me­lho­rar a apa­rên­cia das
embalagens do segmento, a mar­ca­
ção ex­ces­si­va dos grãos na pa­re­de
da em­ba­la­gem, causada sobretudo
pela pres­são nos pa­le­tes. “É um
pro­ble­ma dos fle­xí­veis nas sa­ca­rias
gran­des, que res­pon­dem por cer­ca
de 90% de nos­sa pro­du­ção.”
Araú­jo res­sal­ta o pre­do­mí­nio da
fle­xo­gra­fia en­tre as embalagens do
se­tor, pois as ti­ra­gens vêm di­mi­
nuin­do. Ge­ral­men­te as em­pre­sas
con­tam com for­ne­ci­men­to pul­ve­ri­
za­do en­tre di­ver­sas con­ver­te­do­ras,
e nem to­das dis­po­ni­bi­li­zam a ro­to­
gra­vu­ra. Apesar dis­so, al­guns vêm
apos­tan­do na con­tra­cor­ren­te. A
Ro­yal Ca­nin, por exem­plo, pre­co­
ni­za a im­pres­são em ro­to­gra­vu­ra, e
a Mo­gia­na, dona da mar­ca Gua­bi,
traz em suas no­vas embalagens
para as li­nhas Faro e Top Cat
im­pres­são em ro­to­gra­vu­ra oito
co­res, pro­ces­so dis­po­ni­bi­li­za­do
pela Rho­to­plás através de uma
má­qui­na ita­lia­na Ro­to­mec.
O apri­mo­ra­men­to da qua­li­da­de
grá­fi­ca, no entanto, não pa­re­ce ser a
ve­de­te do mo­men­to. Mui­tos as­si­na­
lam o exa­ge­ro em de­sign grá­fi­co no
es­tá­gio ini­cial da ca­te­go­ria, com
uso ex­ces­si­vo de fo­tos e po­lui­ção
visual. Como o mo­men­to já é ou­tro,
de ex­pan­são de fren­tes num segmento afir­ma­do, exis­te quem de­fen­
da a sim­pli­fi­ca­ção da arte nas
embalagens. De acor­do com Car­los
Kua­da, as­sis­ten­te de mar­ke­ting da
Grand­food/Pre­mier Pet, empresa
que apos­ta nas li­nhas pre­mium e
su­per pre­mium, a pa­dro­ni­za­ção das
embalagens, para fa­ci­li­tar a iden­ti­
fi­ca­ção pelo comprador e criar uma
Linhas “Top Cat” e “Faro”, da marca Guabi: impressão em rotogravura oito cores, da Rhotoplás
em com
a Mobil
ma­da. Nes­se cam­po, desta­
ca-se a fa­mí­lia Surlyn, da
Du Pont, uma re­si­na io­no­
mé­ri­ca já em­pre­ga­da em
di­ver­sas embalagens de
pet food por garantir bar­
rei­ra à gordura e pos­si­bi­li­
tar re­du­ções de es­pes­su­ra,
segundo o coor­de­na­dor de
embalagens da empresa,
Wal­mir Sol­ler. Com a Surlyn
há considerável ga­nho de
pro­du­ti­vi­da­de em pro­ces­sos
de en­va­se au­to­ma­ti­za­do
(form-fill-seal), ele diz, “pois o
material pro­por­cio­na se­la­gem mais
rá­pi­da e re­sis­ten­te, além de ri­gi­dez,
para evi­tar pro­ble­mas de ma­nu­seio
e es­to­que, como amar­ro­ta­dos e
mar­ca­ção dos grãos”. No entanto o
Surlyn ainda não ofe­re­ce re­sis­tên­
cia sa­tis­fa­tó­ria à mi­gra­ção de aro­
ma, reco-nhece Soller.
Uma al­ter­na­ti­va para sa­nar esse
pro­ble­ma seriam fil­mes es­pe­ciais de
po­li­pro­pi­le­no bi-orien­ta­do (BOPP)
com la­mi­na­ção em acrí­li­co, dis­po­ni­
bi­li­za­dos pela Mo­bil Films do Bra­sil.
Apesar de iné­di­tos no mercado de
pet food na­cio­nal, a empresa apos­
ta que as van­ta­gens de tal com­bi­na­
ção conquistarão o setor. O fil­me 35
MU 842/PE, por exem­plo, pos­si­bi­li­ta
o uso de at­mos­fe­ra mo­di­fi­ca­da, de
lar­go uso nos EUA e já usa­da pela
Ro­yal Ca­nin no Brasil. Se­gun­do
Ro­sia­ne Die­gues, téc­ni­ca em fle­xí­
veis da Mo­bil, é com­pli­ca­do via­bi­li­
zar mu­dan­ças tão ra­di­cais a cur­to
pra­zo. “A saí­da é con­ven­cer a
in­dús­tria da qua­li­da­de des­sa apli­ca­
ção e ten­tar im­ple­men­tá-la pas­so a
pas­so”, diz. De acor­do com Ce­cí­lia
Vero, tam­bém da Mo­bil, é pos­sí­vel
uma even­tual com­bi­na­ção da la­mi­
na­ção em acrí­li­co com o po­lie­ti­le­no
usa­do pela maio­ria das fa­bri­can­tes,
re­du­zin­do o im­pac­to das ino­va­ções.
fev 2000 • embalagemmarca – 41
iden­ti­da­de, é es­sen­cial. “De­ci­di­
mos não pôr fo­tos em nos­sas
embalagens, mas ape­nas si­lhue­tas
de ani­mais, para bus­car um equi­lí­
brio grá­fi­co”, ar­gu­men­ta. “Vi­mos o
quão forte é essa ten­dên­cia no ex­te­
rior” , conta Kuada. “Dessa forma,
re­for­ça­mos o ape­lo pre­mium do
nos­so pro­du­to.”
fotos: divulgação
Praticidade, inovação
Trans­pon­do a ques­tão do visual,
em­pre­sas do se­tor dão os pri­mei­ros
pas­sos para con­quis­tar pú­bli­co ino­
van­do em pra­ti­ci­da­de da em­ba­la­
gem. “É um es­tá­gio ainda em­brio­
ná­rio no Bra­sil, mas que já re­pre­
sen­ta mui­to para o con­su­mi­dor”,
pon­de­ra João Prior, da An­fal-Pet.
É o caso do re­cen­te lançamento
Re­cei­ta da Na­tu­re­za, ra­ção pre­
mium da Mo­gia­na apresentada no
for­ma­to stand up pouch, que dei­xa
o pro­du­to em pé, e com zí­per para
fa­ci­li­tar a aber­tu­ra e a con­ser­va­ção
do pro­du­to. “De­sen­vol­ve­mos a
em­ba­la­gem com apoio do Cetea
(Cen­tro de Tec­no­lo­gia de Em­ba­la­
gem do ITAL), após ob­ser­var­mos
ca­sos se­me­lhan­tes no ex­te­rior”,
con­ta Gil­mar Mar­ques, ge­ren­te de
mar­ke­ting da empresa. A ex­pe­riên­
cia, iné­di­ta no mercado na­cio­nal,
Receita da Natureza: stand up
pouch com zíper
42 – embalagemmarca • fev 2000
ten­de a mo­vi­men­tar os ou­tros jo­ga­
do­res, o que é po­si­ti­vo, segundo
Mar­ques. “É ine­vi­tá­vel: as di­fe­ren­
cia­ções em em­ba­la­gem são ra­pi­da­
men­te ab­sor­vi­das pelo mercado,
pois a com­pe­ti­ção vem se acir­ran­do
cada vez mais.”
Por ou­tro lado, Rod­ney Le­bre,
ge­ren­te de mar­ke­ting da So­cil, outro
gran­de pla­yer do mercado, diz que
sen­te fal­ta da apre­sen­ta­ção de no­vas
so­lu­ções. “Gos­ta­ría­mos de agre­gar
al­ças para trans­por­te, es­tru­tu­ras
easy-open e ou­tras fa­ci­li­da­des, mas
fal­tam saí­das viá­veis, em ter­mos de
cus­tos e pro­ces­so. Acho que o con­
su­mi­dor não pa­ga­ria a mais por
isso”, ex­pli­ca. Le­bre acha que o
gran­de pas­so para esse es­tá­gio ainda
está para ser dado. “O aces­so a
in­cre­men­tos deve fi­car mais fá­cil
da­qui a al­guns anos”, diz.
Além da pra­ti­ci­da­de em si, o foco
no fu­tu­ro pode ser o de pro­por­cio­nar
pra­zer ao con­su­mi­dor – ou melhor,
ao comprador – através da em­ba­la­
gem, se­guin­do o na­tu­ral ca­mi­nho de
mar­ke­ting vi­sí­vel nos alimentos para
con­su­mo hu­ma­no. Um exem­plo é o
Herói Bidu:
apelo infantil
do ape­lo con­se­gui­do pela Mo­gia­na
com a as­so­cia­ção da mar­ca He­rói a
um per­so­na­gem, no caso o cão Bidu,
de Mau­rí­cio de Sou­za – a crian­ça
tam­bém in­flui nas com­pras para seu
pet, e tais ino­va­ções ge­ram em­pa­tia.
“Não são me­lho­ras em pra­ti­ci­da­de,
mas que tor­nam os mo­men­tos de
com­pra e uso do pro­du­to uma di­ver­
são”, diz um pro­fis­sio­nal que pede
para não ser iden­ti­fi­ca­do. Segundo
ele, isso atual­men­te não acon­te­ce por
cau­sa do ve­lho pro­ble­ma, sem­pre
ci­ta­do: no­vi­da­des cus­tam caro.
A lata de aço de olho nas rações secas
O pet food tam­bém gera mercado
para o aço, ma­té­ria-pri­ma pre­do­mi­
nan­te no segmento de ra­ções úmi­
das. A fun­cio­na­li­da­de e a im­per­mea­
bi­li­da­de da lata de aço são os prin­ci­
pais trun­fos para o acon­di­cio­na­men­
to de tal tipo de ra­ção, cujas ca­rac­
te­rís­ti­cas im­pe­dem o uso de embala­
gens fle­xí­veis. Mas como a par­ti­ci­
pa­ção dos en­la­ta­dos é res­tri­ta no
segmento, ba­ten­do na casa dos
15%, for­ne­ce­do­res bus­cam tra­ba­lhar
já em 2000 a di­fu­são da lata de aço
como em­ba­la­gem po­ten­cial tam­bém
para as ra­ções se­cas.
De acor­do com Adria­na Stec­ca,
ge­ren­te de mar­ke­ting da Com­pa­nhia
Si­de­rúr­gi­ca Na­cio­nal – CSN, tra­ta-se
de um po­si­cio­na­men­to es­pe­cí­fi­co
para o mercado brasileiro, onde há
gran­des chan­ces de acei­ta­ção des­
se di­fe­ren­cial. “Es­ta­mos ma­pean­do
o se­tor de pet food, em bus­ca de
opi­niões para apre­sen­tar uma em­ba­
la­gem que aten­da às suas ne­ces­si­
da­des, prin­ci­pal­men­te para as ven­
das em gran­des por­ções”, vis­lum­
bra. Como van­ta­gens, Adriana Stec­
ca real­ça a con­ser­va­ção da ra­ção
por mais tem­po, sem a ne­ces­si­da­de
de uso de ou­tro re­ci­pien­te para
acon­di­cio­nar embalagens já aber­tas,
“e o forte ape­lo da reu­ti­li­za­ção da
em­ba­la­gem, para uso do pró­prio
ani­mal ou ou­tro qual­quer”. Além de
co­mo­di­da­de para o con­su­mi­dor, a
em­ba­la­gem de aço se­ria me­nos sus­
ce­tí­vel à ação de agen­tes ex­te­rio­res
(ar, luz, aro­mas). Assim, di­mi­nui­ria o
ín­di­ce de re­jei­ção da ra­ção por parte
do ani­mal, e ques­tões lo­gís­ti­cas
seriam facilitadas.
tendência
o enriquecido
mercado de
leites
A embalagem pode ser o diferencial num mercado em que, para
destacar-se, os produtos com sabores e aditivos se multiplicam
o
Leandro Haberli
mercado sem­pre enxergou com bons olhos
o crescimento do número de consumidores
preocupados com saúde e bem-es­tar.
Afinal, essa ten­dên­cia já reverteu em
lu­cros sig­ni­fi­ca­ti­vos para vá­rios se­to­res da eco­no­mia,
como o de alimentos: de 1990 a 1998, a indústria ali­
mentar mul­ti­pli­cou por seis o faturamento de produtos
com ape­lo light/diet – com bai­xa ca­lo­ria e sem açú­car,
res­pec­ti­va­men­te.
Ago­ra é o segmento de lác­teos que está en­con­trando
naquela tendência um filão com boas pos­si­bi­li­da­des de
ex­pan­são, o mercado de lei­tes di­fe­ren­cia­dos. Nele,
produtos com ele­men­tos fun­cio­nais, níveis de gordura
re­du­zi­dos e sa­bo­res es­pe­ciais já se tornaram im­pres­cin­
dí­veis para que as di­fe­ren­tes mar­cas man­te­nham suas
ven­das em níveis prós­pe­ros.
foto: divulgação
Fornecedores atentos – Ante tais pers­pec­ti­vas, os
for­ne­ce­do­res de embalagens assépticas para produtos
lác­teos co­me­çam a di­ver­si­fi­car op­ções de fe­cha­men­to e
já pen­sam em al­te­rar o de­sign tra­di­cio­na­lis­ta das cai­xi­
nhas lon­ga vida, ca­te­go­ria que acon­di­cio­na mais de 60%
do lei­te in­dus­tria­li­za­do con­su­mi­do no país.
Cor­ren­do por fora na dis­pu­ta pelo for­ne­ci­men­to de
ma­te­riais para embalagens de lei­tes apa­re­ce o PET, que
já é co­gi­ta­do por al­guns fa­bri­can­tes de produtos lác­teos
– embora, por enquanto, o alto cus­to e os pro­ble­mas de
bar­rei­ra apre­sen­ta­dos ainda exijam aná­li­ses mais mi­nu­
cio­sas para seu em­pre­go em lei­tes. Por sua vez, o se­tor
vi­drei­ro, so­be­ra­no em embalagens para lei­te até o final
da década de 60, tam­bém tem vol­ta­do seu olhar para
esse promissor mercado. No caso, res­tri­ções lo­gís­ti­cas
re­pre­sen­tam as maio­res di­fi­cul­da­des a superar.
18 – embalagemmarca • fev 2000
Ma­te­riais à parte, os fa­bri­can­tes in­ves­tem cada vez
mais em ex­ten­sões de linha e em produtos di­fe­ren­cia­dos
para frear o avan­ço dos con­cor­ren­tes. “De­pois que as
mar­cas re­gio­nais pas­sa­ram a ter gran­de al­can­ce de mer­
cado, co­me­ça­mos a pri­mar pela di­fe­ren­cia­ção e por
agre­gar valor a nos­sos produtos”, re­su­me An­tô­nio Car­
los Pra­do, di­re­tor de mar­ke­ting do Gru­po Vi­gor.
O mercado se complicou a partir de 1994, com a
es­ta­bi­li­za­ção eco­nô­mi­ca. As em­pre­sas re­cla­mam que,
apesar do au­men­to na de­man­da de lei­tes, a nova reali­
dade trouxe poderosos concorrentes es­tran­gei­ros para o
mercado na­cio­nal. A maioria optou pelo uso de em­ba­la­
gens as­sép­ti­cas, cujo uso se generalizou – e a abun­dan­te
quan­ti­da­de de mar­cas de lei­te em caixinhas levou o
produto a ser negociado pe­las gran­des re­des de su­per­
mer­ca­dos como com­mo­dity, a preços achatados.
Um dos re­sul­ta­dos mais pal­pá­veis des­se pro­ces­so
tem sido o rit­mo qua­se fre­né­ti­co com que as em­pre­sas
lác­teas lan­çam novos produtos, com maior valor agrega­
do, a fim de diferenciar-se. Para ficar num só exem-plo:
Vigor Club:
para o público infantil
As dez maiores empresas de laticínios no Brasil
Empresas
Nestlé
1997
1998
1997
1998
1 412 608
1 357 832
35 089
28 920
Parmalat
857 238
814 224
21 040
16 052
Itambé
730 422
752 628
18 250
15 369
Paulista
672 742
625 577
24 481
22 162
Elegê
607 198
602 514
38 537
34 402
Grupo Vigor
295 155
287 830
8 142
6 442
Batávia/Agromilk
273 570
274 022
11 125
10 393
Fleischmann Royal
166 000
184 000
4 000
3 000
Danone
166 949
144 429
1 426
651
Laticínios Morrinhos
105 060
121 297
4 300
4 250
5 286 942
5 164 353
166 390
141 641
TOTAL
Fonte: Associação Brasileira de Produtores de Leite - Leite Brasil. CNA/Decom e PENSA
dos 187 itens pro­du­zi­dos pela Vi­gor atual­men­te, 45 são
lan­ça­men­tos re­cen­tes. “Para entrar no mercado, as no­vi­
da­des re­ce­be­ram generosas do­ses de ape­lo pre­mium”,
res­sal­ta o di­re­tor de mar­ke­ting da Vi­gor.
A empresa opera no segmento de leite com cinco
produtos diferenciados, entre os quais se des­ta­ca a Vi­ta­
mi­na Leco, cujo êxito de ven­das im­pul­sio­nou duas
no­vas ver­sões: Fru­tas Ver­des e Light. Para crian­ças,
apos­tou na linha Vi­gor Club, onde sobressai a Gro­se­lha
Vi­ta­mi­na­da ao Lei­te, pro­du­to com forte ape­lo in­fan­til,
dis­po­ní­vel em embalagens assépticas de 200ml. A Te­tra
Pak é fornecedora exclusiva da Vi­gor para leites.
Novas alternativas – O pro­ces­so de co­mo­di­ti­za­ção
do mercado de lei­tes passou a exercer pressão por
mudanças nas em­ba­la­gens. Porém, alterações no for­ma­
to das caixinhas têm sido di­fi­cul­ta­das, devido aos al­tos
investimentos ne­ces­sá­rios. Ade­mais, os pe­que­nos pro­
du­to­res de lei­te têm resistido a pa­gar mais por no­vas
op­ções de em­ba­la­gem.
Mas no­vas al­ter­na­ti­vas têm sido desenvolvidas.
Re­cen­te­men­te, a própria Te­tra Pak lançou a Te­tra Pris­
ma As­sep­tic, de 250ml. Ela re­pre­sen­ta uma boa pos­si­bi­
li­da­de para lei­tes di­fe­ren­cia­dos, pois per­mi­te con­su­mo
por­cio­na­do, prá­ti­ca ha­bi­tual nos Estados Unidos. Já
ha­via no mercado uma ver­são de 330ml, mas essa ca­pa­
ci­da­de foi con­si­de­ra­da ex­ces­si­va para o pú­bli­co in­fan­til,
prin­ci­pal fi­lão dos lei­tes com sabor.
Além de pos­si­bi­li­tar im­pres­são di­fe­ren­cia­da so­bre
seu fil­me me­ta­li­za­do, como o sis­te­ma pho­to pro­cess,
que ga­ran­te bom de­sem­pe­nho em lo­cais de ven­da por
im­pul­so, a Te­tra Pris­ma As­sep­tic tem ou­tro di­fe­ren­cial.
Seu pro­ces­so de fe­cha­men­to, ba­ti­za­do de pull-tab, é
com­pos­to por uma pe­lí­cu­la pro­te­to­ra me­ta­li­za­da, que,
re­ti­ra­da, per­mi­te o con­su­mo na pró­pria em­ba­la­gem.
Incrementos como esse po­dem aju­dar a con­so­li­dar a
fi­de­li­da­de de mar­ca no mercado de lei­tes. Pro­du­tos com
maior valor agre­ga­do re­pre­sen­tam uma ten­dên­cia, na
visão do de­par­ta­men­to de mar­ke­ting da Te­tra Pak. De
qualquer forma, ainda que se note alguma inclinação de
consumidores mi­gran­do para as embalagens in­di­vi­
duais, a tendência estaria longe de se consolidar. Fa­bri­
can­tes de embalagens assépticas ar­gu­men­tam que os
cus­tos para o de­sen­vol­vi­men­to de novos produtos fi­ca­
ram pro­por­cio­nal­men­te mui­to ele­va­dos após a co­mo­di­
ti­za­ção do setor.
Do lado dos usuários, Ja­cques Gon­ti­jo, vice-pre­si­
den­te co­mer­cial da Itam­bé, ter­cei­ra maior fa­bri­can­te de
la­ti­cí­nios do país, faz coro a essa tese, mas re­co­nhe­ce
que a evo­lu­ção das embalagens é ine­vi­tá­vel. “Não só a
aber­tu­ra, como tam­bém o ma­nu­seio, terão de ser fa­ci­li­
ta­dos ao con­su­mi­dor”, ele pre­vê. Por isso, a Itam­bé tem
in­ten­si­fi­ca­do o uso de embalagens assépticas com tam­
pas que dis­pen­sam te­sou­ras ou fa­cas para sua aber­tu­ra.
Em termos de ta­ma­nhos, a empresa teve ex­pe­riên­cia
com lei­tes em embalagens de 200ml. Os re­sul­ta­dos não
animaram, revela Gontijo. “É uma ques­tão de cul­tu­ra”,
acre­di­ta. “O con­su­mi­dor no Bra­sil ainda pre­fe­re com­
prar uma em­ba­la­gem com 1 li­tro de
lei­te a duas com 500ml”. Mes­mo
as­sim, a empresa não elimina a
hipótese de usar embalagens de
me­nor ca­pa­ci­da­de. “Para o fu­tu­ro,
nos­sa in­ten­ção é ex­plo­rar esse
mercado através de can­ti­nas es­co­
la­res, lan­cho­ne­tes e lo­jas de con­ve­
niên­cia”, adianta Gontijo.
Embalagens menores ainda não
deslancharam: questão de cultura
fev 2000 • embalagemmarca – 19
foto: divulgação
Leco, aposta da Vigor no segmento
Número de produtores
Recepção anual de leite
(em mil litros)
As embalagens as­sép­ti­cas uti­li­za­das pela Itam­bé são
for­ne­ci­das ape­nas pela Te­tra Pak. Na linha de lác­teos
re­fri­ge­ra­dos, en­tre­tan­to, não há ex­clu­si­vi­da­de, e a
empresa tem negociado tam­bém com a norte-americana
In­ter­na­tio­nal Pa­per, presente no Bra­sil des­de 1996.
fotos: divulgação
Hegemonia ameaçada? – A In­ter­na­tio­nal Pa­per
vem diversificando a pro­du­ção de embalagens não
refrigeradas, para complementar sua linha ga­ble top
(topo trian­gu­lar ou pi­ra­mi­dal), que requer re­fri­ge­ra­ção.
“Es­ta­mos tam­bém au­men­tan­do a pro­du­ção de embala­
gens de 200ml, do tipo slim, de perfil mais estreito”,
conta Nel­son Iwao, ge­ren­te co­mer­cial.
Além da In­ter­na­tio­nal Pa­per e da Te­tra Pak, há ou­tro
con­cor­ren­te no mercado de embalagens assépticas. Tra­
ta-se da SIG Com­bi­bloc, atuan­do no Bra­sil des­de 1997.
As embalagens for­ne­ci­das para a Amé­ri­ca La­ti­na têm
sido im­por­ta­das dos EUA e da Ale­ma­nha, mas a empre­
sa tem pla­nos de inau­gu­rar uma fábrica na Amé­ri­ca do
Sul em bre­ve. O ob­je­ti­vo é con­quis­tar 5% do mercado
na­cio­nal de embalagens as­sép­ti­cas.
Em fe­cha­men­tos, a SIG Com­bi­bloc ofe­re­ce uma
tam­pa plás­ti­ca que dis­pen­sa o uso de ins­tru­men­tos cor­
tan­tes, a Com­bi­top. “Que­re­mos in­ten­si­fi­car ou­tros dis­
po­si­ti­vos que es­te­jam ali­nha­dos com a forte ten­dên­cia
de con­ve­niên­cia exi­gi­da pelo consu­mi­dor”, sa­lien­ta
Raul Fa­ria, di­re­tor da empresa para a Amé­ri­ca La­ti­na.
Um diferencial da Combibloc é que permite acon­di­
cio­nar produtos com par­tes só­li­das, como io­gur­tes com
pe­da­ços de fru­ta. Outra no­vi­da­de da marca é uma
em­ba­la­gem as­sép­ti­ca de 2 li­tros. Além de estimular o
giro dos produtos, a vi­sua­li­za­ção no pon­to-de-ven­da é
va­lo­ri­za­da em fun­ção do maior es­pa­ço ocu­pa­do na gôn­
do­la. É uma embalagem adequada tam­bém para uso
ins­ti­tu­cio­nal, em ba­res e res­tau­ran­tes, lembra Faria.
Além de embalagens assépticas,
no­vi­da­des para acon­di­cio­na­men­to de
lei­tes têm sur­gi­do também na área de
fle­xí­veis. A Du Pont vem dis­po­ni­bi­
li­zan­do um novo mé­to­do e ga­ran­te
que os cus­tos são baixos. Tra­ta-se de
um sis­te­ma as­sép­ti­co de en­va­se para
lí­qui­dos e ou­tros produtos vis­co­sos
em sa­chês mul­ti­ca­ma­da de alta bar­
rei­ra. Segundo o fabricante, o sachê
Embalagem
de 2 litros e
fechamentoCombitop, da SIG
Combibloc
20 – embalagemmarca • fev 2000
Di­fe­ren­ciar para atrair
A bus­ca de di­fe­ren­cia­ção na pro­du­ção de lei­tes, além
de uma ten­ta­ti­va de man­ter consumidores fiéis a mar­
cas, é uma estratégia vol­ta­da a di­re­cio­nar pro­du­tos
diversos a gru­pos específicos de consumidores. As
mudanças de mercado deflagradas pelo aces­so a
embalagens as­sép­ti­cas tor­naram essa ação fun­da­men­
tal para po­ten­cia­li­zar ven­das e evi­tar pre­juí­zos.
O mix de produtos lác­teos da Ba­tá­via, controlada da
Parmalat, ilus­tra bem o que os gran­des fa­bri­can­tes vêm
fa­zen­do nesse sentido. A empresa ofe­re­ce lei­tes re­gu­
la­res, outros reforçados com cál­cio e fer­ro, e aca­ba de
lan­çar um lei­te com Ôme­ga 3, áci­do gra­xo que aju­da a
re­du­zir a vis­co­si­da­de san­güí­nea. “Bus­ca­mos ofe­re­cer
um tipo de lei­te para cada ne­ces­si­da­de do con­su­mi­
dor”, diz Cláu­dio Írie, ge­ren­te de mar­ke­ting da Ba­tá­via.
O se­tor de lác­teos da Par­ma­lat se­gue a mes­ma linha.
Em 1999, a empresa, se­gun­da maior em la­ti­cí­nios no
Bra­sil, atrás da Nestlé, lan­çou três lei­tes es­pe­ciais. De
olho no crescimento dos mo­di­fi­ca­dos para con­su­mo
in­fan­til, foi de­sen­vol­vi­do o Par­ma­lat Pri­mei­ro Cres­ci­
men­to, um lei­te es­pe­cial para crian­ças de 1 a 3 anos. O
Par­ma­lat Zymil, por sua vez, é vol­ta­do a consumidores
com in­to­le­rân­cia a lac­to­se, es­pé­cie de açú­car na­tu­ral
do lei­te. Já o Par­ma­lat Ôme­ga 3 visa ao pú­bli­co preo­cu­
pa­do com pro­ble­mas car­día­cos. “A linha de lei­tes es­pe­
ciais nas­ceu por­que é preciso aten­der, cada vez mais, a
ne­ces­si­da­des es­pe­cí­fi­cas dos consumidores”, in­for­ma
o de­par­ta­men­to de mar­ke­ting da Par­ma­lat, que, na
au­sên­cia de seu res­pon­sá­vel, res­pon­de ins­ti­tu­cio­nal­
men­te pela empresa.
é ca­paz de ga­ran­tir pra­zos de va­li­da­de se­me­lhan­tes aos
das assépticas: até seis me­ses sem re­fri­ge­ra­ção. Os
sa­chês me­no­res com­por­tam 200ml, mas ver­sões maio­
res po­dem ser pro­du­zi­das, com ca­pa­ci­da­de de até 2
li­tros, me­dian­te sim­ples ajus­tes no equi­pa­men­to.
O que se pode concluir de tanta movimentação no
mercado de leites em busca de diferenciação indica, mais
uma vez, que a embalagem tem e terá papel decisivo no
esforço das marcas para conquistar market share. Afinal,
quando os produtos, para se diferenciarem, multiplicamse às dezenas – e até às centenas – em sabores, aditivos,
“fatores” e elementos funcionais, de certa forma, aos
olhos do consumidor, se tornam, se não iguais, muito
parecidos. O diferencial é a embalagem.
design
da
suavidade a
Um histórico passo-a-passo mostrando como a Sukita saiu de sob o
1
3
fotos: divulgação
2
u
ma sé­rie de sua­ves in­ter­ven­ções, cul­mi­nan­do
com uma mu­dan­ça mais
ra­di­cal. Assim pode ser
interpreta­da a his­tó­ria dos su­ces­si­
vos re­de­se­nhos da em­ba­la­gem do
re­fri­ge­ran­te Su­ki­ta, mar­ca que
ga­nhou maior di­fu­são a partir do
ano pas­sa­do de­vi­do a um in­ten­so
pro­je­to de mar­ke­ting.
A cam­pa­nha da ga­ro­ta Su­ki­ta e do
“tio”, idea­li­za­da pela agên­cia Ca­ril­lo
Pas­to­re, ge­rou gran­de re­per­cus­são e
acen­tuou a in­ten­ção de­fi­ni­ti­va da
Brah­ma, dona da mar­ca, de di­ri­gir o
pro­du­to ao pú­bli­co ado­les­cen­te. Ao
lado das ações de mar­ke­ting, o re­de­
sign da em­ba­la­gem do re­fri­ge­ran­te
tor­nou-se es­sen­cial e acom­pa­nhou a
7
in­ten­ção de uma gui­na­da na es­tra­té­
gia co­mer­cial da empresa. Essa úl­ti­
ma “ci­rur­gia plás­ti­ca”, no entanto,
não sur­giu ao aca­so. É re­sul­ta­do de
lon­go pro­ces­so de adap­ta­ção da
em­ba­la­gem, com o in­tui­to de sem­pre
dei­xá-la atua­li­za­da.
A di­fe­ren­ça é a em­ba­la­gem
“En­quan­to as co­las e os gua­ra­nás se
dis­tin­guem no gos­to com fa­ci­li­da­de,
os re­fri­ge­ran­tes de la­ran­ja são mui­to
se­me­lhan­tes”, ar­gu­men­ta An­to­nio
Mu­niz Si­mas, di­re­tor da DIL
Consultores em Design, agên­cia
res­pon­sá­vel pe­las trans­for­ma­ções
nas embalagens da Su­ki­ta há qua­se
dez anos. “Aí, o que faz a di­fe­ren­ça
é o de­sign da em­ba­la­gem”, ele diz.
8
Si­mas destaca que, já em 1991,
quan­do sua agên­cia pas­sou a tra­ba­
lhar com a mar­ca, em­bo­ra fos­se
obri­ga­tó­ria a men­ção ao con­teú­do
de suco na­tu­ral de la­ran­ja em to­dos
os re­fri­ge­ran­tes si­mi­la­res, so­men­te
a Su­ki­ta pas­sou a ex­plo­rar tal atri­
bu­to como um valor agre­ga­do. Já
no ano re­tra­sa­do, a mar­ca afir­mouse como mar­ca sol­tei­ra, sain­do do
gran­de guar­da-chu­va da fa­mí­lia de
re­fri­ge­ran­tes Brah­ma. Esse foi o
fa­tor que pos­si­bi­li­tou maior in­de­
pen­dên­cia na cria­ção da em­ba­la­
gem, o que cul­mi­nou com a ra­di­ca­
li­za­ção no úl­ti­mo re­de­sign.
De acor­do com Si­mas, o ra­di­ca­
lis­mo foi a forma en­con­tra­da para
“en­fren­tar a con­cor­rên­cia de fren­te,
9
o
radicalismo
guarda-chuva dos refrigerantes Brahma para tornar-se marca solteira
4
6
5
con­for­me de­ter­mi­na­ção do fa­bri­
can­te”. A gran­de la­ran­ja es­ti­li­za­da,
que al­guns cha­mam de es­pi­ral e
ou­tros de tur­bi­lhão, acen­tua a bus­ca
da Brah­ma pelo pú­bli­co jo­vem. Na
cam­pa­nha de mar­ke­ting, a em­ba­la­
gem se man­te­ve como forte item de
pro­pa­gan­da, tan­to que em al­guns
pon­tos mon­tou-se um to­tem com a
forma do pro­du­to. Essa foi mais
uma das fer­ra­men­tas uti­li­za­das para
di­vul­gar a cam­pa­nha.
“Mu­dan­ças tão drás­ti­cas só são
pos­sí­veis com o apoio de cam­pa­nha
pu­bli­ci­tá­ria”, re­for­ça o di­re­tor da
DIL. A nova em­ba­la­gem, po­rém,
man­te­ve os equi­ties da mar­ca: ver­de
para o lo­go­ti­po e o de­se­nho da
la­ran­ja, como explicado ao lado.
10
Vida própria, mas com os equities preservados
Pas­so-a-pas­so, a evo­lu­ção em cada
re­de­sign da em­ba­la­gem da Su­ki­ta.
Fo­tos 1 e 2 – As pri­mei­ras embalagens Su­ki­ta. Os re­fri­ge­ran­tes Brah­ma
man­ti­nham uni­da­de visual.
Fo­tos 3, 4 e 5 – Pri­mei­ro re­de­se­
nho, em 1993. A Su­ki­ta, vice-lí­der no
segmento de re­fri­ge­ran­tes sabor
la­ran­ja, co­me­ça a ga­nhar vida pró­
pria, po­rém pre­ser­van­do os equi­ties.
O lo­go­ti­po é ver­de, as le­tras são
mais in­for­mais e apa­ren­tam mo­vi­
men­to. A gran­de preo­cu­pa­ção é
trans­mi­tir mais sabor: a bo­li­nha se
trans­for­ma numa la­ran­ji­nha e a tar­ja
“con­tém suco na­tu­ral de la­ran­ja”
ga­nha des­ta­que. Nes­sa épo­ca, a
Brah­ma já di­ri­ge o pro­du­to para o
pú­bli­co ado­les­cen­te com a cam­pa­
nha Aven­tu­ra de Ver­da­de.
Fo­tos 6 e 7 – A uni­da­de com os
de­mais re­fri­ge­ran­tes Brah­ma era
ne­ces­sá­ria. Su­ki­ta en­tra­va nas pro­mo­
ções ge­rais dos re­fri­ge­ran­tes, como
as do Car­na­val e da Copa de 1994.
Fo­tos 8 e 9 – Segundo re­de­se­nho,
em 1995, com ob­je­ti­vo de mo­der­ni­zar a
mar­ca. Mais des­ta­que para o suco
na­tu­ral de la­ran­ja; la­ran­ji­nha mais rea­
lis­ta, re­for­çan­do o appetite appeal.
Fo­tos 10 e 11 – Ter­cei­ro re­de­sign,
em 1999. A la­ran­ja foi es­ti­li­za­da e
in­cor­po­rou o mo­vi­men­to do lo­go­ti­
po; apli­ca­da so­bre fun­do bran­co,
mu­dou ra­di­cal­men­te a apre­sen­ta­ção.
A Su­ki­ta en­fren­ta em­ba­la­gem-a-em­
ba­la­gem o lí­der da ca­te­go­ria (Fan­ta).
O multi­pack de doze la­tas dá ên­fa­se
à mar­ca, ago­ra in­de­pen­den­te dos
de­mais re­fri­ge­ran­tes Brah­ma.
11
marcas
a reestréia da
foto: André Godoy
contour
A garrafa que ajudou a construir o poder
da Coca-Coca volta com força total
d
Garrafa Contour usada na
edição especial comemorativa
do Natal de 1997
24 – embalagemmarca • fev 2000
e vol­ta à cena – de
onde aliás a CocaCola pa­re­ce ter-se
dado con­ta de que
nun­ca de­ve­ria ter
saí­do – a mais fa­mo­
sa em­ba­la­gem da his­tó­ria, a gar­
ra­fa de vi­dro de 237ml do re­fri­
ge­ran­te mais con­su­mi­do no pla­
ne­ta. Com seu for­ma­to in­con­
fun­dí­vel, que lem­bra um cor­po
de mu­lher, a cha­ma­da gar­ra­fa
con­tour, íco­ne de con­su­mo e
de­sign cria­do em 1915 que se
con­sa­grou por seu ir­re­sis­tí­vel
po­der de atra­ção e en­can­ta­men­
to, está sen­do “re­lan­ça­da” no
mun­do in­tei­ro.
Para quem de al­gu­ma forma
se re­la­cio­na com em­ba­la­gem,
mais do que um sim­ples re­for­ço
do mix de embalagens de um pro­
du­to, o even­to pode ser ana­li­sa­do
como uma tese com­pro­ba­tó­ria da
po­de­ro­sa re­la­ção da em­ba­la­gem
com a mar­ca à qual ser­ve de apoio.
A Coca-Cola rea­li­zou pes­qui­sas
em di­ver­sos paí­ses para con­fir­
mar o que se tor­nou o exem­plo
mais elo­qüen­te des­sa re­la­ção.
“As pes­qui­sas in­di­ca­ram que
essa em­ba­la­gem é um dos pi­la­
res mais im­por­tan­tes da mar­
ca, jun­ta­men­te com a ques­tão
da fór­mu­la se­cre­ta, da cor, do
sabor do pro­du­to, do tato e até
do som úni­co que a gar­ra­fa pro­duz
ao ser aber­ta”, con­ta Fer­nan­do Maz­
za­ro­lo, di­re­tor de mar­ke­ting da
Coca-Coca no Bra­sil.
Na ver­da­de, ne­nhum pro­du­to
está tão as­so­cia­do à sua em­ba­la­gem
quan­to Coca-Cola, e ne­nhu­ma
em­ba­la­gem é tão fa­cil­men­te iden­ti­
fi­ca­da quan­to a cha­ma­da gar­ra­fa
con­tour. Mes­mo no es­cu­ro é pos­sí­
vel re­co­nhe­cê-la – bas­ta apal­pá-la.
Tal é a for­ça da­que­le íco­ne que sua
ima­gem pas­sou a ser im­pres­sa nas
la­tas e seu per­fil, apro­xi­ma­do, foi
ado­ta­do para as di­fe­ren­tes me­di­das
de gar­ra­fas de PET do pro­du­to. Em
ou­tras pa­la­vras, a mar­ca Coca-Cola
– uma das mais va­lio­sas do mun­do
– não se fez ape­nas por aque­les atri­
bu­tos e por sua re­co­nhe­ci­da­men­te
in­ci­si­va atua­ção no mar­ke­ting e na
pro­pa­gan­da. Como lem­bra Maz­za­
ro­lo, “en­tre os inú­me­ros atri­bu­tos
que atraem o con­su­mi­dor de CocaCola, o for­ma­to da gar­ra­fa de 237ml
é o que me­lhor aten­de seu de­se­jo”.
Na gar­ra­fa con­tour, segundo o di­re­
tor de mar­ke­ting da empresa, “a
ex­pe­riên­cia de to­mar Coca-Cola é
vi­vi­da de forma in­te­gral”.
No Bra­sil, o “re­lan­ça­men­to” da
gar­ra­fa de vi­dro one way se dará em
dois mo­men­tos, in­for­ma Maz­za­ro­
lo. No pri­mei­ro se­mes­tre, será uti­li­
za­da em ati­vi­da­des de amos­tra­gem
e de tes­te. Em fe­ve­rei­ro e março,
Mix completo de embalagens
da Coca-Coca, agora com a
inconfundível contour de
237ml (primeira à esquerda)
fotos: divulgação
es­ta­rá pre­sen­te em even­tos que
in­te­gram a cam­pa­nha mun­dial de
re­po­si­cio­na­men­to da mar­ca, por
si­nal inau­gu­ra­da no país em janeiro,
com o lema “Cur­ta Coca-Cola”,
adap­ta­ção do in­glês “En­joy CocaCola”. No segundo se­mes­tre, a con­
tour pas­sa­rá a fazer parte per­ma­
nen­te do mix de embalagens do
re­fri­ge­ran­te, como já ocor­re em
di­ver­sos paí­ses.
Em­bo­ra seja des­car­tá­vel e se
pres­te em cer­ta me­di­da a en­fren­tar
pela di­fe­ren­cia­ção de for­ma­to a
con­cor­rên­cia de re­fri­ge­ran­tes de
mar­cas re­gio­nais e po­pu­la­res – as
cha­ma­das “tu­baí­nas” – a em­ba­la­
gem de for­ma­to in­con­fun­dí­vel não
está sen­do uti­li­za­da com essa fi­na­
li­da­de, afir­ma o ge­ren­te de mar­ke­
ting da Coca-Cola. No entanto,
como ele lem­bra, “qual­quer ação
que se faça para re­for­çar a ima­gem
da mar­ca é im­por­tan­te e con­tri­bui
na­que­le sen­ti­do”.
O fato é que o cha­ma­do “efei­to
tu­baí­na” – isto é, o avan­ço de re­fri­
ge­ran­tes acon­di­cio­na­dos em embalagens de PET, mais ba­ra­tas que as
gar­ra­fas de vi­dro e as la­tas de alu­
mí­nio, so­bre as mar­cas lí­de­res –
ocor­re no mun­do in­tei­ro, segundo
Maz­za­ro­lo. Assim, o in­ves­ti­men­to
em re­for­ço da ima­gem única da
gar­ra­fa se­ria uma forma de en­fren­
tar a mas­si­fi­ca­ção re­pre­sen­ta­da pelo
PET. Não por me­nos, as cam­pa­nhas
mais re­cen­tes de Coca-Cola in­sis­
tiam em que “nada tem seu for­ma­to,
nada tem seu sabor”.
Mas, ao que afirma o executivo
da Coca-Cola, não é com­ba­ter as
“tu­baí­nas” o que a gi­gan­te trans­na­
cio­nal com sede em Atlan­ta, nos
EUA, ob­je­ti­va com a gar­ra­fi­nha de
vi­dro. O que ela está fa­zen­do é o que
se con­ven­cio­nou cha­mar de “mar­ke­
ting sen­so­rial”. A Coca-Cola al­me­ja­
ria, com o “re­lan­ça­men­to” e com a
cam­pa­nha de apoio (R$ 100 milhões
só no Bra­sil), re­for­çar o con­cei­to de
uni­que­ness re­pre­sen­ta­do pe­las sen­sa­
ções su­pos­ta­men­te de­to­na­das pelo
ato de abrir e con­su­mir o re­fri­ge­ran­te
na con­tour. Nem mesmo ha­ve­ria a
in­ten­ção de ocu­par es­pa­ço de outras
embalagens, como a lata de alu­mí­nio
e a gar­ra­fas re­tor­ná­vel. O pú­bli­co
alvo da contour, segundo Mazzarolo,
é o con­su­mi­dor jo­vem, des­con­traí­do,
que “pega, abre e con­so­me o re­fri­ge­
ran­te di­re­to da gar­ra­fa”. É um fil­me
já vis­to, com final fe­liz. Ou me­lhor,
é um re­vi­val de uma his­tó­ria qua­se
secular em que a in­te­gra­ção do con­
su­mi­dor com o pro­du­to e seus atri­
bu­tos únicos con­sa­gra­ram a mar­ca
de forma ir­re­ver­sí­vel.
Guaraná Antarctica segue a mesma
De­ci­di­da­men­te, a ques­tão da forma
da em­ba­la­gem – o per­fil úni­co, a
cor, os tra­ços sin­gu­la­res – como
ins­tru­men­to de re­for­ço da mar­ca
pa­re­ce es­tar na or­dem do dia. No
mesmo mo­men­to em que a CocaCola in­ves­te for­te­men­te em ní­vel
mun­dial para des­ta­car os ape­los de
sua con­sa­gra­da gar­ra­fa de vi­dro de
237ml, a An­tarc­ti­ca faz algo se­me­
lhan­te. Em janeiro úl­ti­mo che­gou
ao mercado na­cio­nal a nova lata do
Gua­ra­ná An­tarc­ti­ca, com de­sign
que res­ga­ta a cor ver­de e a iden­ti­
da­de visual da gar­ra­fa de vi­dro,
uni­fi­can­do a ima­gem do pro­du­to.
Ago­ra, guar­da­das as li­mi­ta­ções de
forma da lata, o re­ci­pien­te de alu­mí­
nio e o de vi­dro se as­se­me­lham.
Para isso, a DM9DDB, que de­sen­vol­
veu o novo visual da lata, re­pro­du­ziu
em sua su­per­fí­cie os baixos re­le­vos
ca­rac­te­rís­ti­cos da gar­ra­fa de 300ml
do pro­du­to e tam­bém seu ró­tu­lo.
Como ocor­re com a gar­ra­fa con­tour
da Coca-Cola, pes­qui­sas in­di­ca­ram,
segundo a An­tarc­ti­ca, que “a gar­ra­fa
de vi­dro está in­cor­po­ra­da na pre­fe­
rên­cia do con­su­mi­dor e é um pa­tri­
mô­nio da mar­ca”.
fev 2000 • embalagemmarca – 25
MATERIAIS
energia em
pet
Primeiro energético nacional se diferencia pela embalagem
foto: divulgação
d
uas sin­gu­la­ri­da­des mar­
cam o First One Ato­mic
Energy Drink, mais
novo lan­ça­men­to da
In­dús­trias Reu­ni­das de
Be­bi­das Ta­tu­zi­nho – 3
Fa­zen­das (IRB), dona das aguar­
den­tes Ve­lho Bar­rei­ro, Ta­tu­zi­nho e 3
Fa­zen­das: é o pri­mei­ro ener­gé­ti­co
fa­bri­ca­do na Amé­ri­ca La­ti­na e se
des­ta­ca por vir em PET, ao contrário
dos demais, to­dos im­por­ta­dos, que
usam lata de alu­mí­nio de 200ml,
em­ba­la­gem já iden­ti­fi­ca­da com essa
ca­te­go­ria de be­bi­das.
A for­ma e o de­sign do frasco
fo­ram con­ce­bi­dos in­ter­na­men­te na
IRB. O pro­ces­so foi lon­go e cheio
de de­ta­lhes, pois o ob­je­ti­vo prin­ci­
pal era a bus­ca de di­fe­ren­cia­ção –
por isso, não se re­cor­reu a um
mo­de­lo já exis­ten­te de recipiente. O
re­sul­ta­do agra­dou à IRB. Segundo
Cé­sar Rosa, pre­si­den­te da em­pre­sa,
além do im­pac­to vi­sual, ga­ran­ti­do
pela cor gra­fi­te, ou­tras van­ta­gens da
em­ba­la­gem são sua pro­prie­da­de tér­
mi­ca, pois trans­fe­riria ca­lor das
mãos para o pro­du­to em ve­lo­ci­da­de
bem me­nor que a lata. Ademais,
pode ser retampado. “Per­ce­bi, em
fes­tas, que as pes­soas be­bem me­ta­
de de nos­so pro­du­to, tam­pam, co­lo­
cam no bol­so da cal­ça e vol­tam a
dan­çar. As la­tas li­mi­tam essa fle­xi­
bi­li­da­de”, co­men­ta Rosa.
Nem tudo, po­rém, foi fei­to para
di­fe­ren­ciar o Ato­mic das ou­tras mar­
cas. O ob­je­ti­vo do tom gra­fi­te na
em­ba­la­gem é lembrar a lata de alu­
mí­nio, fa­ci­li­tan­do ao con­su­mi­dor o
re­co­nhe­ci­men­to do tipo de be­bi­da.
O pig­men­to da re­si­na é tra­zi­do, com
ex­clu­si­vi­da­de, dos Es­ta­dos Uni­dos e
28 – embalagemmarca • fev 2000
in­je­ta­do na pré-forma. A so­pra­gem
é fei­ta es­pe­cial­men­te por aque­ci­
men­to, pela Po­li­pet. “A es­pes­su­ra
da gar­ra­fa é maior, para con­ser­var
me­lhor os ga­ses e con­fe­rir no­bre­za”,
destaca Aron Aha­ro­ni, só­cio-ge­ren­
te da Po­li­pet.
César Rosa res­sal­ta que a em­ba­
la­gem de PET aca­ba sain­do mais
cara que a lata de alu­mí­nio, mas
ga­ran­te maior in­de­pen­dên­cia, já que
a em­pre­sa não de­pen­de tan­to de
ques­tões de im­por­ta­ção de ma­te­rial.
“Qual­quer ação de mer­ca­do ines­pe­
ra­da po­de­ria nos dei­xar sem em­ba­
la­gens”, diz. A IRB es­pe­ra con­quis­
tar share de 25% na ca­te­go­ria dos
energéticos já no pri­mei­ro ano.
Mais dezoito
Espessura maior: barreira e nobreza
“O pú­bli­co jo­vem das clas­ses A e B
não con­su­mia nos­sos pro­du­tos,
es­pe­cial­men­te as aguar­den­tes, o que
nos in­co­mo­da­va e bo­ta­va em xe­que
o fu­tu­ro da em­pre­sa”, diz Rosa. A
IRB apos­tou, en­tão, no lan­ça­men­to
do soft drink First One, que abriu
ca­mi­nho para no­vos pro­je­tos. Para a
via­bi­li­za­ção do energético, a em­pre­
sa in­ves­tiu cer­ca de 2 mi­lhões de
dó­la­res em tec­no­lo­gia.
En­tu­sias­mado com o re­tor­no já
ob­ti­do e or­gu­lhoso pelo fato de a
IRB ter sido pio­nei­ra em fa­bri­car tal
pro­du­to na Amé­ri­ca La­ti­na, Rosa
adianta que pre­pa­ra o lan­ça­men­to
de mais dezoito be­bi­das, entre elas
um ener­gé­ti­co light, iné­di­to no
mundo. “Os jo­vens que­rem no­vi­da­
de, pro­du­tos mo­der­nos, por isso
ar­ris­ca­mos tudo nes­sa li­nha”, ele
diz. A ques­tão da em­ba­la­gem, que
sem­pre causou in­se­gu­ran­ça na IRB,
“está sob controle”.
tecnologia
uma gela, outra
aquece
São latas que dispensam fontes externas
de energia. Elas fazem tudo sozinhas. E
parece que desta vez não é só ficção
u
ma em­ba­la­gem que
gela ou aque­ce seu
con­teú­do em um
mi­nu­to, sem dis­po­si­
ti­vos ou fon­te de ener­gia ex­ter­nos.
Desta vez parece não ser mais um
daqueles lançamentos que fazem
ruído, chamam a atenção e logo
caem no es­que­ci­men­to. É uma rea­
li­da­de que, mesmo inviável por
enquanto para grandes volumes,
dá a me­di­da do po­ten­cial de de­sen­
vol­vi­men­to em sis­te­mas de em­ba­
la­gens. A no­vi­da­de foi pro­je­ta­da
pela em­pre­sa ame­ri­ca­na Fu­tech
Corp., que batizou a tec­no­lo­gia de
re­fri­ge­ra­ção de Self-Coo­ling e a de
aque­ci­men­to, de Heat’n’Eat. A
em­pre­sa as de­sen­vol­veu em par­ce­
ria com a In­ter­na­tio­nal Ther­mal
Pac­ka­ging e com o apoio da NASA
e do De­par­ta­men­to de Ener­gia dos
EUA (NREL).
foto e ilustração: divulgação
Vasto potencial
O dis­po­si­ti­vo Self Coo­ling está
sen­do im­plan­ta­do ini­cial­men­te em
la­tas de alu­mí­nio e é ativado com
o sim­ples pu­xar da tam­pa. Segundo
a Futech, é com­ple­ta­men­te in­ter­no
e re­sis­te a lon­gos pe­río­dos de
ar­ma­ze­na­gem. Ape­sar de a empre­
sa ga­ran­tir que a tec­no­lo­gia pode
ser uti­li­za­da em uma gama enor­me
de apli­ca­ções, ela está cen­tra­da
30 – embalagemmarca • fev 2000
ini­cial­men­te na in­dús­tria de
be­bi­das.
Gris­ha Ge­vor­kian, do de­par­
ta­men­to de mar­ke­ting da
Fu­tech, conta que as pes­qui­sas
para no­vas apli­ca­ções não
pa­ram, por cau­sa do po­ten­cial
des­sa tec­no­lo­gia para o vas­to
mer­ca­do de be­bi­das e ali­men­
tos. “Ge­la­dei­ras e iso­po­res
li­mi­tam a fle­xi­bi­li­da­de do con­
su­mi­dor”, ela diz. “O me­ca­nis­
mo Self-Coo­ling pode ser ins­
ta­la­do du­ran­te a fa­bri­ca­ção e
ocu­pa ape­nas cer­ca de 90 cm3
de es­pa­ço da em­ba­la­gem.” O
sis­te­ma, re­ci­clá­vel, não con­tém
ma­te­riais tó­xi­cos ou elé­tri­cos.
Ba­si­ca­men­te, a tec­no­lo­gia
Self Coo­ling con­sis­te numa
bom­ba re­fri­ge­ra­do­ra, que ex­trai
ca­lor de um pon­to e o de­po­si­ta em
ou­tro. A água é usa­da como ele­
men­to re­fri­ge­ra­dor. Ela é trans­for­
ma­da em va­por, ab­sor­ven­do ca­lor
da es­tru­tu­ra, e é de­po­si­ta­da já con­
den­sa­da em uma câ­ma­ra. O ca­lor
en­tão é “re­jei­ta­do”, sen­do ar­ma­ze­
na­do numa ou­tra câ­ma­ra, em vá­cuo
par­cial. Além da pra­ti­ci­da­de para o
con­su­mi­dor, que pode levá-la a
qual­quer lu­gar sem se preo­cu­par
de an­te­mão com pro­ces­sos de re­fri­
ge­ra­ção, já há es­pe­cu­la­ções para o
fu­tu­ro. Na argumentação da
O protótipo mostra o espaço que
o dispositivo ocuparia na lata
Futech, o Self Coo­ling será ca­paz
de ge­rar con­ve­niên­cia para o vare­
jo, pois o pre­ço um pou­co maior
da be­bi­da po­de­rá ser compensado
pela redução dos cus­tos da re­fri­
ge­ra­ção con­ven­cio­nal.
Es­pe­cu­la­ções so­bre pos­sí­veis
usos tam­bém não ces­sam com a
tec­no­lo­gia Heat’n’Eat, que faz o
con­trá­rio da Self Coo­ling. Es­quen­
tar pra­tos semipron­tos, des­con­ge­
lar ali­men­tos, con­ser­var tem­pe­ra­
tu­ra em re­fei­ções lon­gas e em ser­
vi­ços de de­li­very, es­te­ri­li­zar fer­ra­
men­tas mé­di­cas, der­re­ter bas­tões
de cola para apli­ca­ções com pis­to­
la e até ser­vir para tor­nar me­nos
in­sos­sa a co­mi­da de exér­ci­tos em
ter­ri­tó­rios inós­pi­tos... A Fu­tech
vis­lum­bra di­ver­sos cam­pos para
sua tec­no­lo­gia de aque­ci­men­to.
O pro­ces­so Heat’n’Eat en­vol­
ve a mis­tu­ra de dois ele­men­tos
quí­mi­cos, ató­xi­cos e bio­de­gra­dá­
veis, que rea­gem e ge­ram ca­lor. A
tem­pe­ra­tu­ra de aque­ci­men­to é
re­gu­lá­vel, e per­mi­te pe­río­dos
va­riá­veis de ca­lor, como um fo­gão
con­ven­cio­nal. Para acionar, basta
rom­per uma mem­bra­na que se­pa­ra
os dois ele­men­tos quí­mi­cos. O
fabricante afirma que o pro­ces­so
não gera ga­ses.
Como o mer­ca­do de con­ve­
Como funciona
Bebida
Evaporador
Condensador
(Agente de
secagem com
material para
mudança de
fase)
“Cool Can”
niên­cia e de por­ções in­di­vi­duais
de ali­men­tos ten­de a cres­cer cada
vez mais, a Fu­tech en­xer­ga um
fu­tu­ro pro­mis­sor para seus sis­te­
mas ino­va­do­res. O cus­to para a
in­cor­po­ra­ção ain­da com­pro­me­te o
pre­ço fi­nal do pro­du­to, so­bre­tu­do
quando se trata de pro­du­tos com
bai­xo va­lor agre­ga­do. Mas, nas
projeções da Futech, para um fu­tu­
ro pró­xi­mo, o Self Coo­ling e o
Heat’n’Eat pro­me­tem ser saí­das
viá­veis para pro­du­tos com gran­de
ape­lo pre­mium. A expectativa é de
que, com o ine­vi­tá­vel ba­ra­tea­men­
to gra­dual des­sas tec­no­lo­gias, em
breve comecem a surgir pon­tosde-ven­da sem re­fri­ge­ra­do­res e
sem ven­ding ma­chi­nes, ou mesmo
o fim dos iso­po­res usa­dos por
ven­de­do­res em es­tá­dios e even­tos.
O cer­to é que exis­tem ni­chos aco­
lhe­do­res, onde es­sas tec­no­lo­gias
se­riam bas­tan­te con­ve­nien­tes.
Vale es­pe­rar para ver.
Mais in­for­ma­ções po­dem ser
con­se­gui­das no site da Fu­tech
(www.fu­tech.com)
materiais
flexibilidade na
Embalagens flexíveis entram firme no segmento de sabões em pó
Pote, um atrativo
O Ariel, da Proc­ter & Gam­ble,
estreou no mercado do Sudeste do
país em meados de 1999. Re­fle­xo
do agres­si­vo mar­ke­ting para ar­re­
ba­tar mais fa­tias de mercado, o
sa­bão em em­ba­la­gem plás­ti­ca da
Procter & Gamble in­cor­po­rou um
atra­ti­vo a mais para se­du­zir o con­
su­mi­dor: um pote em plás­ti­co rí­gi­
do, acom­pa­nha­do de do­sa­dor, para
o acon­di­cio­na­men­to dos sa­qui­
nhos. O pote é ven­di­do com uma
uni­da­de do sa­bão em pó no in­te­
rior, for­man­do um kit. Des­sa
forma, o pro­du­to em saco fle­xí­vel
fun­cio­na como es­pé­cie de re­fil,
no­vi­da­de que des­per­ta a aten­ção
no pon­to-de-ven­da.
A em­ba­la­gem plás­ti­ca traz
32 – embalagemmarca • fev 2000
foto: andré godoy
h
á produtos que, de tão
acos­tu­ma­dos que es­ta­
mos, não ima­gi­na­mos
vê-los em ou­tra
em­ba­la­gem. É o caso dos sa­bões
em pó, que sus­ci­tam as­so­cia­ção
ins­tan­tâ­nea com a cai­xa de pa­pe­
lão. Sen­do as­sim, vale a pena
ar­ris­car, lan­çan­do no­vas apre­sen­
ta­ções para uma ca­te­go­ria cuja
em­ba­la­gem pra­ti­ca­men­te sig­ni­fi­ca
sua iden­ti­da­de? Pa­re­ce que sim,
pois os dois maio­res jo­ga­do­res do
mercado de sa­bões em pó, a Gessy
Le­ver e a Proc­ter & Gam­ble, lan­
ça­ram mão de ex­pe­riên­cias.
Am­bos com sa­cos de plás­ti­co fle­
xí­vel.
Ace e Ariel, da Procter &
Gamble: foco no Sudeste
maior volume de sa­bão, no caso 2
qui­los. “É o dobro do con­ven­cio­
nal, o que pro­por­cio­na me­lhor
re­la­ção cus­to/be­ne­fí­cio para as
con­su­mi­do­ras que tenham uma
quan­ti­da­de gran­de de rou­pas para
la­var”, pon­de­ra Nei­va Car­mo,
di­re­to­ra de re­la­ções ex­ter­nas da
Proc­ter & Gam­ble. Além dis­so, é
res­sal­ta­do o as­pec­to fun­cio­nal da
em­ba­la­gem no seu con­tex­to de
uti­li­za­ção: o saco de plás­ti­co fle­xí­
vel tam­bém pro­te­ge con­tra a ação
da umi­da­de, ine­vi­tá­vel nas áreas
de ser­vi­ço das re­si­dên­cias.
Para de­sen­vol­ver o pro­je­to do
Ariel em saco plás­ti­co, a P&G
con­tou com a aju­da da Dow Quí­
mi­ca, for­ne­ce­do­ra da re­si­na plás­ti­
ca, e da con­ver­te­do­ra pau­lis­ta
Rho­to­plás. O pro­ces­so teve como
preo­cu­pa­ção es­sen­cial a bus­ca por
uma em­ba­la­gem que com­bi­nas­se
qua­li­da­de de ma­te­rial com uma
apre­sen­ta­ção visual im­pac­tan­te.
Para aten­der ao pri­mei­ro que­si­to,
foi uti­li­za­da a re­si­na Eli­te, que
forma uma fa­mí­lia de po­lie­ti­le­nos
fle­xí­veis da Dow Química e vem
sen­do uti­li­za­da numa sé­rie de
ou­tras apli­ca­ções (veja reportagem de capa so­bre pet food, na
página 12 desta edição). Com
re­la­ção à im­pres­são, a es­co­lha foi
pela ro­to­gra­vu­ra em oito co­res,
dis­po­ni­bi­li­za­da pela Rho­to­plás.
“Es­ses re­cur­sos dão as­pec­to
no­bre a um pro­du­to que mui­tos
po­de­riam con­si­de­rar de me­nor
valor agre­ga­do”, co­men­ta Luís
Sca­to­li­ni, di­re­tor in­dus­trial da
Rho­to­plás. Ou­tra ca­rac­te­rís­ti­ca
área de serviço
que real­ça o pro­du­to através da
em­ba­la­gem é a me­ta­li­za­ção es­pe­
cial do ró­tu­lo do pote de plás­ti­co
rí­gi­do, “que mos­tra qua­li­da­de
su­pe­rior e gera gran­de im­pac­to
visual”, de acor­do com Nei­va Car­
mo. Se­guin­do a onda do Ariel, a
P&G lan­çou ou­tras mar­cas tam­
bém em em­ba­la­gem plás­ti­ca, no
caso o Ace e o Bold, com a mes­ma
po­lí­ti­ca de mercado.
Lí­der tam­bém ino­va
foto: divulgação
Se em time que está ga­nhan­do não
se mexe, as mar­cas me­no­res pro­
vam ser óti­mo cam­po para ex­pe­
riên­cias tá­ti­cas. A Gessy Le­ver,
de­ten­to­ra da mar­ca mais ven­di­da
do segmento, o Omo, re­sol­veu
ex­plo­rar o recurso da em­ba­la­gem
fle­xí­vel em ou­tras mar­cas, como
Bri­lhan­te e Ala, esta úl­ti­ma vol­ta­
da so­men­te ao mercado da re­gião
Nor­des­te.
O Ala, já dis­po­ní­vel há longo
tem­po, é re­sul­ta­do de pes­qui­sas de
Ala, da Gessy
Lever: foco no Nordeste
mercado indicativas de que as tra­
di­ções cul­tu­rais da re­gião, como a
la­va­gem de rou­pa em tur­nos co­le­
ti­vos – ca­rac­te­ri­za­da pe­las fol­cló­
ri­cas la­va­dei­ras – pe­diam uma
em­ba­la­gem com pro­te­ção contra a
umi­da­de, pois o sa­bão ge­ral­men­te
era dei­xa­do em su­per­fí­cies mo­lha­
das. Pe­sou tam­bém o fa­tor eco­nô­
mi­co, já que o con­su­mi­dor nor­
des­ti­no com­pra o pro­du­to em
vo­lu­mes me­no­res. Nes­sa me­di­da,
a op­ção pelo saco plás­ti­co foi a
saí­da mais con­ve­nien­te: além da
pro­te­ção ade­qua­da, há fle­xi­bi­li­da­
de para se tra­ba­lhar com vo­lu­mes
di­fe­ren­cia­dos.
Já o Bri­lhan­te re­pre­sen­tou uma
sur­pre­sa para a Gessy, segundo
seu de­par­ta­men­to de co­mu­ni­ca­
ção. O feed­back até ago­ra tra­duz
uma acei­ta­ção ani­ma­do­ra por
parte dos consumidores dos gran­
des cen­tros ur­ba­nos. Da­dos Niel­
sen, no pe­río­do de se­tem­bro a
ou­tu­bro de 1999 e com­preen­den­
do o Ariel, o Ace, o Bold e o Bri­
lhan­te, apon­tam que a “nova ca­te­
go­ria” re­pre­sen­tou 2,8% das ven­
das de sa­bão em pó nas lo­jas com
vinte a 49 check-outs.
A re­gião me­tro­po­li­ta­na do Rio
de Ja­nei­ro re­gis­trou a maior acei­ta­
ção desse tipo de pro­du­to, com ven­
das che­gan­do a 4,3% do total. Um
bom co­me­ço, considerando as pro­
por­ções da no­vi­da­de: uma em­ba­la­
gem “sim­pli­fi­ca­da” e eco­nô­mi­ca,
em lugar das cai­xas de pa­pel. Es­tas
úl­ti­mas estão ficando cada vez mais
in­cre­men­ta­das, me­ta­li­za­das, com
fil­mes plás­ti­cos en­vol­ven­do-as,
im­pres­são em alto relevo... Ou seja,
estão fi­can­do mais ca­ras.
Estireno
será 100%
nacional
Tor­nar o Bra­sil auto-su­fi­cien­te
na pro­du­ção de es­ti­re­no, ma­té­riapri­ma vi­tal na in­dús­tria de embala­
gens. Essa é meta da In­no­va,
empresa pe­tro­quí­mi­ca do gru­po
ar­gen­ti­no Pe­rez Com­panc, que na
se­gun­da se­ma­na de janeiro deu iní­
cio ao pro­je­to das ope­ra­ções de
pro­du­ção e co­mer­cia­li­za­ção de
es­ti­re­no em sua uni­da­de do Pólo
Pe­tro­quí­mi­co de Triun­fo (RS). Em
se­tem­bro, a empresa pre­ten­de co­lo­
car em ope­ra­ção a sua plan­ta de
po­lies­ti­re­no (PS), ten­do as­sim o
pri­mei­ro site in­te­gra­do na pro­du­
ção do plás­ti­co na Amé­ri­ca La­ti­na.
O pri­mei­ro pas­so foi dado em
1998, com a in­cor­po­ra­ção da uni­
da­de de etil­ben­ze­no da Pe­tro­flex,
em Triun­fo. A Com­panc, prin­ci­pal
fa­bri­can­te de produtos es­ti­rê­ni­cos
na Argentina, está in­ves­tin­do 280
milhões de dó­la­res para con­cre­ti­zar
o pro­je­to, re­fle­tindo a apos­ta do
grupo no Mer­co­sul. A meta é des­lo­
car o eixo de pro­du­ção do Bra­sil,
atual­men­te lo­ca­li­za­do em Cu­ba­tão
(SP) e Ca­ma­ça­ri (BA), para a re­gião
Sul. Se­gun­do Mar­ce­lo Ca­lil Bian­
chi, di­re­tor co­mer­cial da In­no­va, “o
ob­je­ti­vo é abas­te­cer ple­na­men­te o
mercado lo­cal, que tem im­por­ta­do
nos úl­ti­mos anos cer­ca de um ter­ço
do que con­so­me”.
A In­no­va terá duas li­nhas de PS,
uma para pro­du­ção de cris­tal e
ou­tra para alto im­pac­to. Bianchi
prevê que o PS se tor­nará mais
aces­sí­vel, fa­vo­re­cen­do suas apli­ca­
ções mais co­muns, como ma­te­riais
di­ver­sos para embalagens e des­car­
tá­veis, cai­xas para CDs e com­po­
nen­tes de ele­tro­do­més­ti­cos.
fev 2000 • embalagemmarca – 33
materiais
qual é o
plástico?
Nem sempre os sinais básicos servem para
saber de que resina é feita uma embalagem
c
Sím­bo­los que in­di­cam
a re­ci­cla­bi­li­da­de e
iden­ti­fi­cam o po­lí­me­ro
que cons­ti­tui o pro­du­to
Wilson Palhares
ou de PVC – ou de ou­tros po­lí­me­
ros, como o PP (po­li­pro­pi­le­no), o
PEAD (po­lie­ti­le­no de alta den­si­da­
de) etc. – são mais ade­qua­das.
Ocor­re que as pos­si­bi­li­da­des de
iden­ti­fi­ca­ção sim­ples­men­te visual
des­ses ma­te­riais são mais com­ple­
xa do que é co­lo­ca­do na ex­ce­len­te
pu­bli­ca­ção Re­ci­cla­gem Me­câ­ni­ca
do PVC – Uma Opor­tu­ni­da­de de
Ne­gó­cio, edi­ta­da pelo Ins­ti­tu­to do
PVC. A fim de con­tri­buir nes­se
sen­ti­do, Em­ba­la­gem­Mar­ca está
pre­pa­ran­do, para uma pró­xi­ma edi­
ção, re­por­ta­gem em que são abor­
da­dos não só os as­pec­tos téc­ni­cos,
mas tam­bém os mer­ca­do­ló­gi­cos,
de de­sign, de cus­tos e de re­ci­cla­
gem re­la­cio­na­dos com os di­fe­ren­
tes ma­te­riais plás­ti­cos de em­ba­la­
gem. Pro­fis­sio­nais e em­pre­sas da
área fi­cam con­vi­da­dos a co­la­bo­rar.
En­quan­to isso, a forma mais se­gu­ra
de iden­ti­fi­car os di­fe­ren­tes ma­te­
riais é ve­ri­fi­car, nas embalagens, os
sím­bo­los que in­di­cam a re­ci­cla­bi­li­
da­de e iden­ti­fi­cam o po­lí­me­ro que
cons­ti­tui o pro­du­to, como mos­tra a
ta­be­la ao lado.
Polietileno tereftalato
PET
2
Polietileno de
alta densidade
PEAD
3
Policloreto de vinila
V ou PVC
4
Polietileno de
baixa densidade
PEBD
5
Polipropileno
PP
6
Poliestireno
PS
7
Resinas não indicadas
anteriormente
OUTROS
Fonte: instituto do PVC
omo dis­tin­guir duas
embalagens fei­tas de
di­fe­ren­tes re­si­nas plás­ti­
cas, po­rém com ca­rac­te­
rís­ti­cas fí­si­cas mui­to se­me­lhan­tes,
como trans­pa­rên­cia, bri­lho, fle­xi­bi­
li­da­de? Como um con­su­mi­dor
pode, por exem­plo, sa­ber se o fras­
co trans­pa­ren­te de xam­pu, ou a
gar­ra­fa de óleo co­mes­tí­vel, é de
PET (po­lie­ti­le­no te­ref­ta­la­to) ou de
PVC (po­li­clo­re­to de vi­ni­la)? Essa
ques­tão é aqui co­lo­ca­da em con­se­
qüên­cia de car­ta en­via­da pelo lei­tor
Alain J. M. Bes­se, di­re­tor su­pe­rin­
ten­den­te da Rio­nil Com­pos­tos
Vi­ní­li­cos, quei­xan­do-se de que
Em­ba­la­gem­Mar­ca te­ria “ní­ti­da
pre­fe­rên­cia pelo PET” (veja a ín­te­
gra da car­ta na se­ção Es­pa­ço
Aber­to, na pág. 4).
Com a aju­da do sr. Bes­se e do
pre­si­den­te do Ins­ti­tu­to do PVC,
Fran­cis­co de As­sis Es­me­ral­do, ten­
ta­mos ela­bo­rar re­por­ta­gem que
mos­tras­se cla­ra­men­te as di­fe­ren­ças
en­tre am­bos os ma­te­riais e, sobretu­
do, para que produtos e em que
opor­tu­ni­da­des embalagens de PET
1
logística
Alívio no roubo de
cargas
Sinalização nas embalagens ajuda a recuperar mercadorias
a
Leandro Haberli
foto: andré godoy
té que ponto uma
embalagem pode con­
tribuir para a redução
dos prejuízos causa­
dos por uma das mais prósperas
atividades informais no Brasil, a
do roubo de cargas? Muito mais
do que se imagina. As em­pre­sas
se­gu­ra­do­ras tra­ba­lham sob uma
ló­gi­ca sim­ples. Seus clien­tes
pa­gam uma quan­tia pe­que­na, pelo
me­nos se com­pa­ra­da ao va­lor do
bem, para que pou­cos re­ce­bam
um va­lor alto, em caso de even­
tual dano ao item se­gu­ra­do. No
mercado de se­gu­ros para trans­
por­te ro­do­viá­rio de car­gas, en­tre­
tan­to, uma inade­qua­ção vem se
Roubo de cargas no Estado de São Paulo
1995
1996
1997
1998
1999*
Ocorrências
1 620 1 920 2 160 2 604 1 625
Prejuízos**
102,0 157,1 170,4 198,2 118,5
* Até outubro/99
** Em R$ milhõesFonte: Mercado segurador e Setcesp
con­cre­ti­zan­do ra­pi­da­men­te, des­
vir­tuan­do este ra­cio­cí­nio. Em
ou­tras pa­la­vras, o rou­bo de car­gas
cresceu tan­to durante a década de
90 que a quan­ti­da­de de res­sar­ci­dos
tor­nou-se qua­se tão ex­pres­si­va
quan­to a de se­gu­ra­dos.
De 1995 a 1998, o pre­juí­zo
com rou­bo de car­gas no Es­ta­do de
São Pau­lo sal­tou de R$ 102 milhões para R$ 198,2 milhões,
segundo es­ti­ma­ti­vas do mercado
se­gu­ra­dor. Até ca­mi­nhões de com­
bus­tí­vel têm sido alvo das qua­dri­
lhas. Só em janeiro des­te ano,
qua­tro das maio­res dis­tri­bui­do­ras
de ga­so­li­na ti­ve­ram, em mé­dia,
150 ocor­rên­cias, três vezes mais
que no mês an­te­rior. In­di­ca­ti­vos
como esses, alia­dos aos vul­to­sos
va­lo­res en­vol­vi­dos no ne­gó­cio,
tor­na­ram o mercado de se­gu­ro de
car­gas pou­co con­vi­da­ti­vo. Por
isso, ape­nas seis se­gu­ra­do­ras, das
cer­ca de noventa que atuam no
mercado na­cio­nal, acei­tam tra­ba­
lhar com trans­por­te de car­gas.
Além de pou­cas op­ções, quem
pro­cu­ra uma se­gu­ra­do­ra para fa­zer
apó­li­ce de uma car­ga ro­do­viá­ria
en­con­tra inú­me­ros en­tra­ves na
hora de fir­mar o con­tra­to. “Im­po­
Roubos de carga
no Brasil
mos uma sé­rie de res­tri­ções à
acei­ta­ção de se­gu­ros”, ad­mi­te
Ar­lin­do Si­mões Fi­lho, di­re­tor téc­
ni­co e ju­rí­di­co da AGF Bra­sil
Se­gu­ros. As li­mi­ta­ções pas­sam
pela exi­gên­cia de es­col­tas ar­ma­
das, de­fi­ni­ção de iti­ne­rá­rios e
ho­rá­rios, além do em­pre­go de
sa­té­li­tes para ras­trea­men­to do
ca­mi­nhão. Si-mões ar­gu­men­ta
que es­sas ações são im­pres­cin­dí­
veis, já que para al­guns ti­pos de
mer­ca­do­ria, como pneus, ci­gar­ros
e me­di­ca­men­tos, não há taxa de
se­gu­ro pré-de­fi­ni­da que com­por­te
as pos­si­bi­li­da­des de da­nos. Se­gun­
do ele, nes­sas mer­ca­do­rias o ris­co
dei­xa de ser du­vi­do­so para tor­narse cer­to, con­di­ção que fez a
im­por­tân­cia das es­tra­té­gias lo­gís­
ti­cas au­men­tar ain­da mais para as
trans­por­ta­do­ras.
Embalagem preventiva
Ao lado das im­po­si­ções das se­gu­
ra­do­ras, ou­tra me­di­da deve ser
ana­li­sa­da an­tes de de­fi­nir um
novo lote: a iden­ti­fi­ca­ção dos pro­
du­tos por meio de mar­ca­ções em
suas em­ba­la­gens. O pro­ce­di­men­
to, quan­do fei­to de ma­nei­ra ade­
qua­da, é im­por­tan­te para au­men­
RJ - (20%)
Outros
estados (20%)
SP - (60%)
tar o ín­di­ce de re­cu­pe­ra­ção das
car­gas rou­ba­das, que hoje não
ul­tra­pas­sa os 10%. Para ele­var
esta taxa, que por ser bai­xa pesa
no or­ça­men­to das se­gu­ra­do­ras, a
em­ba­la­gem se­cun­dá­ria tem um
pa­pel im­por­tan­te. Atra­vés dela, o
pro­du­to pode ser iden­ti­fi­ca­do com
o uso de tec­no­lo­gias ca­pa­zes de
in­for­mar o lote e o fa­bri­can­te da
car­ga rou­ba­da. “Hoje em dia,
al­gu­mas mer­ca­do­rias, mes­mo
lo­ca­li­za­das, não po­dem ser iden­ti­
fi­ca­das de ma­nei­ra le­gal”, lem­bra
Ar­lin­do. Co­men­ta-se até que car­
gas rou­ba­das e lo­ca­li­za­das pela
po­lí­cia já ti­ve­ram de ser de­vol­vi­
das aos la­drões, de­vi­do à fal­ta de
iden­ti­fi­ca­ção.
De fato, não es­ta­be­le­cer a
iden­ti­da­de da car­ga con­tri­bui para
a ex­plo­são do nú­me­ro de ca­mi­
nhões rou­ba­dos. Ape­sar de não
ha­ver le­van­ta­men­to exa­to, o cál­
cu­lo dos pro­fis­sio­nais da área é de
que o trans­por­te ro­do­viá­rio res­
pon­da por mais da me­ta­de do pre­
juí­zo to­tal re­la­ti­vo a rou­bo de
car­gas no país, que em 1999 foi
es­ti­ma­do em R$ 500 mi­lhões. “O
as­sal­to a ca­mi­nhões vem subs­ti­
tuin­do o rou­bo a ban­cos”, acre­di­
ta João Fer­rei­ra Lí­mia, di­re­tor da
Pa­trol Bu­reau de Ge­ren­cia­men­to
de Ris­co, em­pre­sa que as­ses­so­ra
trans­por­ta­do­ras e se­gu­ra­do­ras. O
em­pre­sá­rio de­fen­de que as in­ves­
ti­ga­ções so­bre rou­bo de car­ga
de­ve­riam ser trans­fe­ri­das para as
se­cre­ta­rias es­ta­duais de Fa­zen­da,
em con­jun­to com a po­lí­cia. (ver
qua­dro abaixo)
Regras básicas
Com os ser­vi­ços pres­ta­dos por
sua em­pre­sa, Lí­mia ga­ran­te já
ter con­se­gui­do di­mi­nuir em até
90% o ín­di­ce de ris­co para clien­
tes para os quais pres­ta ser­vi­ço,
graças a uma sé­rie de re­co­men­
da­ções. As re­gras bá­si­cas são
duas. A pri­mei­ra é se­le­cio­nar a
trans­por­ta­do­ra e o mo­to­ris­ta de
ma­nei­ra cri­te­rio­sa, o que in­clui
afe­ri­ção da fro­ta. Es­ta­be­le­cer
uma rota sem pa­ra­das alea­tó­rias
tam­bém é es­sen­cial, já que a
maio­ria dos as­sal­tos ocor­re em
“con­d i­ç ões es­t á­t i­c as”, como
lem­bra o em­pre­sá­rio.
Mes­mo se­guin­do os con­se­lhos
de es­pe­cia­lis­tas, de­ter a ação das
qua­dri­lhas es­pe­cia­li­za­das não é
sim­ples. Bas­ta lem­brar que, ape­
sar de os in­ves­ti­men­tos em ge­ren­
cia­men­to de ris­co te­rem avan­ça­do
de cer­ca de 3% do fa­tu­ra­men­to
bru­to das trans­por­ta­do­ras, no iní­
cio da dé­ca­da de 90, para algo em
tor­no de 12% em 1999, não se
re­gis­trou que­da nos as­sal­tos. Na
ver­da­de, a agi­li­da­de ope­ra­cio­nal
ge­ra­da pela cha­ma­da era da in­for­
ma­ção está fa­ci­li­tan­do a vida de
to­das as pes­soas, in­clu­si­ve a dos
la­drões. Além dis­so, a es­ca­la­da do
rou­bo de car­gas mos­tra que as
qua­dri­lhas, além de pos­suírem
ar­ma­men­tos ca­pa­zes de en­ver­go­
38 – embalagemmarca • fev 2000
nhar em­pre­sas par­ti­cu­la­res de
es­col­ta e se­gu­ran­ça, con­tam com
as fa­ci­li­da­des de um mer­ca­do
pa­ra­le­lo que cres­ce a cada dia.
“Ti­ve­mos um caso de rou­bo de
me­di­ca­men­tos em que a dis­tri­bui­
ção da mer­ca­do­ria, di­re­ta­men­te
nos pon­tos-de-ven­da, le­vou ape­
nas qua­tro ho­ras”, exem­pli­fi­ca
Lí­mia. Isso mos­tra que os la­drões
es­tão con­se­guin­do dri­blar mo­der­
nas tec­no­lo­gias de se­gu­ran­ça e
que não há como ga­ran­tir imu­ni­
da­de con­tra a ação das qua­dri­lhas
es­pe­cia­li­za­das. “O ge­ren­cia­men­to
de ris­co con­se­gue ini­bir os as­sal­
tos, mas não im­pe­di-los”, pon­de­ra
Pe­dro Ra­mi­res Mar­tins, as­ses­sor
ju­rí­di­co do Sin­di­ca­to das Em­pre­
sas de Trans­por­tes de Car­ga do
Es­ta­do de São Pau­lo (Set­cesp).
O Set­cesp tal­vez seja a fon­te
mais con­fiá­vel de in­for­ma­ções
so­bre o pa­no­ra­ma do rou­bo de
car­gas no país. Se­gun­do a en­ti­da­
de, ocor­re­ram 1 077 rou­bos no
Es­ta­do de São Pau­lo de ja­nei­ro a
ou­tu­bro de 1998, ante 1 625 re­gis­
tra­dos no mes­mo pe­río­do de 1999.
Cu­rio­so é que, ape­sar do au­men­to
das ocor­rên­cias, o to­tal do pre­juí­
zo se man­te­ve es­tá­vel (cer­ca de
R$ 120 mi­lhões). A ex­pli­ca­ção é
que mui­tas trans­por­ta­do­ras, orien­
ta­das (ou obri­ga­das) pe­las se­gu­ra­
do­ras, têm ado­ta­do es­tra­té­gias de
fra­cio­na­men­to de car­gas. Em vez
de con­cen­trar um gran­de va­lor em
um ca­mi­nhão, são empregados
veí­cu­los me­no­res, de maneira a
mi­ni­mi­zar os pre­juí­zos em caso
de rou­bo. “O pro­ble­ma des­sa
es­tra­té­gia é o au­men­to dos cus­tos
ope­ra­cio­nais de trans­por­te”, cons­
ta­ta Pau­lo Ro­ber­to de Sou­za,
as­ses­sor de se­gu­ran­ça do Set­cesp.
“Essa di­fe­ren­ça se re­fle­te no pre­
ço fi­nal do pro­du­to.”
Os nú­me­ros mos­tram que o
rou­bo de car­gas, além de ser um
pro­ble­ma de se­gu­ran­ça pú­bli­ca,
di­fi­cil­men­te será eli­mi­na­do com
ações iso­la­das, como o em­pre­go
de es­col­tas ar­ma­das. A es­ca­la­da
des­se tipo de cri­me e os pre­juí­zos
de­cor­ren­tes são aler­tas de que o
país pre­ci­sa equa­cio­nar me­lhor
os mon­tan­tes trans­por­ta­dos por
cada mo­dal. O fato é que, se­gun­
do o Mi­nis­té­rio dos Trans­por­tes,
o Bra­sil des­ti­na mais de 60% de
suas car­gas a ca­mi­nhões, mas
pro­fis­sio­nais da área acre­di­tam
que tal va­lor é su­bes­ti­ma­do. O
cres­ci­men­to do rou­bo de car­gas
mos­tra que sub­me­ter par­ce­la tão
subs­tan­cial da eco­no­mia a vias
mal con­ser­va­das e sem con­di­
ções de se­gu­ran­ça au­men­ta­rá
ain­da mais os pre­juí­zos do país e
os lu­cros da in­dús­tria que se
apoia nes­te tipo de cri­me.
In­ves­ti­ga­ção fis­cal, uma forma de combate
O com­ba­te às qua­dri­lhas es­pe­cia­li­
za­das em rou­bo de car­ga deve ser
fei­to atra­vés de in­ves­ti­ga­ção fis­cal.
A tese é de­fen­dida João Fer­rei­ra
Lí­mia, di­re­tor da Pa­trol Bu­reau de
Ge­ren­cia­men­to de Ris­co. Se­gun­do
o em­pre­sá­rio, tal pro­ce­di­men­to fa­ci­
li­ta­ria a pri­são dos re­cep­ta­do­res
das car­gas rou­ba­das, cri­mi­no­sos
que ra­ra­men­te são iden­ti­fi­ca­dos.
Além dis­so, mui­tos dos pro­du­tos
mais vi­sa­dos pe­los la­drões têm alta
car­ga tri­bu­tá­ria, o que ca­rac­te­ri­za o
rou­bo tam­bém como uma ten­ta­ti­va
de dri­blar o fis­co. “O caso dos
ci­gar­ros é bem ilus­tra­ti­vo, já que
nes­se pro­du­to in­ci­de uma taxa de
77% de tri­bu­ta­ção”, ob­ser­va Lí­mia.
“Por­tan­to, tra­ta-se tam­bém de um
cri­me de so­ne­ga­ção”, ele considera.
Com ex­pe­riên­cia em bus­cas de
car­gas rou­ba­das, Lí­mia acre­di­ta que
a par­ce­ria en­tre a po­lí­cia e os fis­
cais da Fa­zen­da se­ria po­si­ti­va nes­
se tipo de ação. Sua conclusão: “O
tra­ba­lho em con­jun­to eli­mi­na as
li­mi­ta­ções téc­ni­cas e cons­ti­tu­cio­
nais que afe­tam as in­ves­ti­ga­ções.”
Display
fotos: divulgação
Sala lim­pa na CIV de Vitória, PE
A Com­pa­nhia In­dus­trial de
sig­ni­fi­ca para a CIV a pos­
Vi­dros (CIV) aca­ba de con­
si­bi­li­da­de de aten­der
cluir a cons­tru­ção de uma
me­lhor aos clien­tes do
sala lim­pa, na sua uni­da­de
se­tor far­ma­cêu­ti­co, res­
de Vi­tó­ria de San­to An­tão
pon­sá­vel por 10% das ven­
(PE). Cer­ca de 2,5 milhões
das da vi­dra­ria no ano pas­
de reais fo­ram gas­tos para
sa­do. A empresa de­tém
a con­cre­ti­za­ção do pro­je­to,
20% do mercado na­cio­nal
que in­te­gra o pla­no ge­ral
de embalagens de vi­dro
de investimentos da
para me­di­ca­men­tos, e pre­
empresa até 2001, or­ça­do
tende chegar a 25%.
em 50 milhões de reais. A
Se­gun­do Car­los Mau­rí­cio
sala lim­pa, um am­bien­te
Melo, ge­ren­te in­dus­trial da
as­sép­ti­co e her­mé­ti­co para
vi­dra­ria, a sala lim­pa gera
o ma­nu­seio de produtos,
um gran­de di­fe­ren­cial
Ates­tan­do a qua­li­da­de
com­pe­ti­ti­vo, já que não
há si­mi­lar no país com a
ca­pa­ci­da­de de es­te­ri­li­za­
ção da ins­ta­la­da na CIV.
A cer­ti­fi­ca­ção e o re­co­
nhe­ci­men­to in­ter­na­cio­
nal já es­tão em fase de
con­clu­são, sob res­pon­
sa­bi­li­da­de da empresa
norte-ame­ri­ca­na Cles­tra
Clean Rooms.
Bom Dia de cara nova
O Café Bom Dia, no merca­
do des­de 1978, está com
as embalagens re­for­mu­la­
das. De­sen­vol­vi­do pela
Mazz Design, o novo la­yout
tem o ob­je­ti­vo de re­ju­ve­
nes­cer a mar­ca, pio­nei­ra
em ca­fés es­pe­ciais no Bra­
sil e pri­mei­ra no mun­do a
re­ce­ber o cer­ti­fi­ca­do de
qua­li­da­de ISO 9002. A nova
em­ba­la­gem tem um visual
forte, que destaca o pro­du­
to na gôn­do­la. O fun­do da
cai­xa de pa­pel-car­tão é liso,
em con­tras­te com uma
xí­ca­ra de café. Para a ver­
são Tra­di­cio­nal, foi es­co­lhi­
da a cor ver­me­lho-ce­re­ja, e
para a ver­são Ex­tra For­te, o
mar­rom é a cor pre­do­mi­
nan­te. O café é tor­ra­do e
moí­do, em­ba­la­do a alto
vá­cuo, em embalagens for­
ma­das por ca­ma­das de
po­liés­ter, nylon, po­lie­ti­le­no e
alu­mí­nio, que bar­ram a
entrada de oxi­gê­nio.
Des­de o dia 2 de fe­ve­
rei­ro, 32 mar­cas de pal­
mi­to em con­ser­va es­tão
che­gan­do ao mercado
com o Selo de Qua­li­da­
de, cria­do pela An­fap –
Associação Na­cio­nal
dos Fa­bri­can­tes de Pal­
mi­to. Tra­ta-se do pri­
mei­ro selo brasileiro do
se­tor de alimentos
im­pres­so em pa­pel de
se­gu­ran­ça, com tec­no­
lo­gia que im­pe­de a fal­
si­fi­ca­ção.
O selo é auto-ade­si­vo e
será sem­pre afi­xa­do na
la­te­ral dos ró­tu­los au­to­
ri­za­dos. Pos­sui fun­do de
se­gu­ran­ça e con­tém
uma área im­pres­sa com
tin­ta es­pe­cial anti-scan­
ner, o que di­fi­cul­ta a
re­pro­du­ção por im­pres­
so­ras co­lo­ri­das; tem um
de­se­nho im­pres­so com
tin­ta fo­to­crô­mi­ca, que
ga­nha cor quan­do
ex­pos­to à luz; con­tém
uma área im­pres­sa pelo
sis­te­ma scratch-off, o
mesmo dos bilh­etes de
“ras­pa­di­nha”. Cada
unidade re­ce­be duas
nu­me­ra­ções, uma vi­sí­
vel e se­qüen­cial e ou­tra
co­ber­ta pela ca­ma­da
scratch-off, que poderá
ser ras­pa­da pelo con­su­
mi­dor para a va­li­da­ção
do pro­du­to.
A va­li­da­ção pode ser
fei­ta pelo te­le­fo­ne da
An­fap: (11) 7203-0071
ou pelo site da Tec­no­
for­mas, grá­fi­ca es­pe­cia­
li­za­da em im­pres­sos de
se­gu­ran­ça e res­pon­sá­
vel pelo de­sen­volvi­men­
to do selo (www.
tec­no­formas.ind.br).
Têm di­rei­to a uti­li­zar o
Selo de Qualidade da
Anfap ape­nas as fá­bri­
cas que com­pro­va­rem
es­tar se­guin­do as nor­
mas de­ter­mi­na­das pela
Vi­gi­lân­cia Sa­ni­tá­ria e
apre­sen­ta­rem lau­do de
qua­li­da­de emi­ti­do pelo
Bu­reau Ve­ri­tas, empre­
sa de au­di­to­ria in­ter­na­
cio­nal ex­ter­na cre­den­
cia­da pela entidade.
Display
fotos: divulgação
Sadia investe pesado em linha light
A Sa­dia anun­ciou em ja­nei­ro sua
en­tra­da no pro­mis­sor mer­ca­do de
ali­men­tos com bai­xos teo­res ca­ló­ri­
cos, com a li­nha Sa­dia Light. A
ex­pec­ta­ti­va de re­tor­no do investi­
mento de R$ 4 milhões se ba­seia
no cres­ci­men­to que o mer­ca­do de
pro­du­tos light/diet apre­sen­tou
du­ran­te a dé­ca­da de 90. No to­tal, o
vo­lu­me ne­go­cia­do cres­ceu mais de
seis ve­zes, pas­san­do de US$ 160
mi­lhões em 1990, para US$ 1,1
bi­lhão em 1998, se­gun­do a As­so­
cia­ção Bra­si­lei­ra das In­dús­trias de
Ali­men­tos Die­té­ti­cos.A Sa­dia es­ti­ma
que sua li­nha light deva re­pre­sen­tar
4% do fa­tu­ra­men­to da em­pre­sa no
mer­ca­do do­més­ti­co, até o fi­nal do
ano 2000. Para atin­gir essa meta, o
mix de ali­men­tos light de­ve­rá ser
am­plia­do, já a par­tir de mar­ço.
Por en­quan­to, só há pro­du­tos ela­
bo­ra­dos com pei­to de peru, mas
até car­ne suí­na po­de­rá fa­zer par­te
da li­nha com pou­cas ca­lo­rias. As
em­ba­la­gens, de­sen­vol­vi­das pela Dil
Con­sul­to­res em De­sign e Co­mu­ni­
ca­ção de Mar­ke­ting, são vol­ta­das
so­bre­tu­do a con­su­mi­do­res preo­cu­
pa­dos com a saú­de e a boa for­ma.
As­sim, o vi­sual
dos pro­du­tos
des­ta­ca a ma­nu­
ten­ção do sa­bor
dos ali­men­tos,
atra­vés de um
novo gra­fis­mo e
de um for­te
ap­pe­ti­te ap­peal,
mes­mo ante a
re­du­ção dos
ní­veis de
gor­du­ra.
Novos sucos no mercado
Para co­me­mo­rar os 80
está lan­çan­do a li­nha
anos de fun­da­ção e os
Dan’Fresh de su­cos
30 de Bra­sil, a Da­no­ne
fres­cos. Em em­ba­la­gens
Te­tra Rex de 1 li­tro,
fa­bri­ca­das pela Te­tra
Pak, os su­cos têm os
sa­bo­res de la­ran­ja in­te­
gral (tam­bém em cai­xi­
nhas Te­tra Slim, de 200
ml, da Te­tra Pak), la­ran­ja
com cál­cio e la­ran­ja com
pês­se­go e da­mas­co,
to­dos na­tu­rais e sem
con­ser­van­tes. Com os
no­vos pro­du­tos, a Da­no­
ne es­ti­ma um cres­ci­men­
to de 30% no vo­lu­me de
ven­das da li­nha de
su­cos fres­cos in­dus­tria­
li­za­dos.
42 – embalagemmarca • fev 2000
Mag­gi re­no­va
linha de piz­zas
Como prin­ci­pal mar­ca de cu­li­ná­rios
da Nes­tlé, a Mag­gi está re­lan­çan­
do sua linha de piz­zas pron­tas con­
ge­la­das. Para isso, de­sen­vol­veu
bol­sas me­ta­li­za­das com ca­pa­ci­da­
de de 750g, que des­ta­cam o appe­
tite appeal, a ra­pi­dez e o modo de
pre­pa­ro dos produtos.
O ob­je­ti­vo da Nes­tlé é am­pliar em
15% sua par­ti­ci­pa­ção em um mer­
cado que mo­vi­men­ta 11 000 to­ne­
la­das ao ano, só no Bra­sil. O
de­sen­vol­vi­men­to das no­vas embal­
agens con­su­miu investimentos de
cerca de 500 000 dó­la­res.
Por enquanto, os produtos se­rão
dis­tri­buí­dos ape­nas para as re­giões
Sul, Su­des­te e parte do Cen­troOes­te do Bra­sil.
Chá em PET de boca larga
Os adep­tos de exer­cí­
cios e fre­qüen­ta­do­res
de aca­de­mias de gi­nás­
ti­ca do Rio de Ja­nei­ro e
do Rio Gran­de do Sul
ga­nha­ram no­vas
op­ções de be­bi­das nes­
te ve­rão. A Brah­ma
co­lo­cou no mer­ca­do dos
dois es­ta­dos o Lip­ton
Ice Tea nos sa­bo­res
li­mão e pês­se­go. Lí­der
no mer­ca­do
na­cio­nal de
chás, com
39,9% de
par­ti­ci­pa­ção
(Niel­sen), o
Lip­ton é acon­
di­cio­na­do em
gar­ra­fas de
PET de 500 ml
de boca lar­ga
com tam­pa de
ros­ca.
Display
Para valorizar
a informação
A li­n ha de pro­t e­t o­r es so­l a­r es
Sun­d own ga­n hou no­v as em­b a­l a­
gens, de­s en­vol­v i­d as pela
Bench­m ark. Man­t en­d o a mes­m a
iden­t i­d a­d e vi­s ual, as em­b a­l a­
gens ago­r a têm for­m a­t o mais
ana­t ô­m i­c o, com maior pra­t i­c i­d a­
de de uso, já que en­c ai­x a uni­
for­m e­m en­t e na mão. A in­f or­m a­
ção “não sai na água” ga­n hou
mais des­t a­q ue para va­l o­r i­z ar
uma das maio­r es van­t a­g ens do
pro­d u­t o, se­g un­d o o fa­b ri­c an­t e,
fotos: divulgação
a John­s on & John­s on.
Se­ra­gi­ni, tam­bém
na pro­pa­gan­da
Pou­cos me­ses de­pois de criar
uma nova em­pre­sa de de­sign de
pro­du­tos, a Se­ra­gi­ni anun­cia a
cria­ção da agên­cia Se­ra­gi­ni/Pro.
A em­pre­sa pre­ten­de atuar em
to­dos os cam­pos da co­mu­ni­ca­
ção (já fa­zem par­te do gru­po a
Se­ra­gi­ni De­sign e a Far­né Se­ra­
gi­ni). A nova agên­cia vai atuar
em pla­ne­ja­men­to de co­mu­ni­ca­
ção, pro­pa­gan­da, pro­mo­ções e
mer­chan­di­sing, e es­pe­ra atin­gir
fa­tu­ra­men­to de 20 milhões de
reais até o fim do ano.
44 – embalagemmarca • fev 2000
Do jei­to que o bispo gos­ta
A cam­pa­nha da cer­ve­ja An­tarc­ti­ca
para o ve­rão, com co­mer­ciais na TV
es­tre­la­dos pelo ator Luiz Fer­nan­do
Gui­ma­rães e ma­te­rial grá­fi­co com
fotos da mo­de­lo Joa­na Pra­do, a
Fei­ti­cei­ra, começou com o slogan
acima. De repente, o mote virou
para “Do jeito que a gente gosta”
(fala-se que por exigência da Rede
Record, onde manda o bispo e o
personagem não é querido). Ao
que importa: as la­tas te­má­ti­cas
fo­ram de­sen­vol­vi­das pelo es­cri­tó­rio
de de­sign nor­te-ame­ri­ca­no Gian­ni­
no, que criou a em­ba­la­gem do
ci­gar­ro Marl­bo­ro. O de­se­nho pri­vi­
le­gia co­res quen­tes, que lem­bram o
ve­rão. Para dar sen­sa­ção de fres­cor,
a fi­gu­ra dos pin­güins fi­cou maior
que na lata tra­di­cio­nal.
Aliando modernidade e tradição
A em­ba­la­gem do ami­do de mi­lho
Mi­lhe­na, da Nu­tril, foi re­for­mu­la­da.
Com a pro­pos­ta de aliar mo­der­ni­da­
de à tra­di­ção do pro­du­to, a nova
cai­xa ga­nhou a cor mar­rom para
dar for­ma às mol­du­ras, ilus­tra­ções
e ti­po­lo­gia, so­bre um fun­do ama­re­lo
em de­gra­dê para o bran­co. Os
de­se­nhos na em­ba­la­gem são de
pro­du­tos de con­su­mo do iní­cio do
sé­cu­lo. O ami­do de mi­lho Mi­lhe­na
é co­mer­cia­li­za­do em cai­xas de
200g e 500g de pa­pel-car­tão, fa­bri­
ca­das pela Ri­ge­sa Wes­twa­co. A
gra­ma­tu­ra do pa­pel-car­tão va­ria
por cau­sa das di­men­sões das
em­ba­la­gens (250g para a cai­xa
me­nor e 300g para a maior).
fotos: divulgação
Display
Pri­mei­ra goia­ba­da em nova em­ba­la­gem
A Pei­xe, pri­mei­ra goia­ba­da bra­si­
fil­me trans­pa­ren­te que per­mi­te
lei­ra, lan­ça­da em 1898, ga­nhou
me­lhor vi­sua­li­za­ção do pro­du­to,
nova rou­pa­gem e mu­dan­ças na
real­çan­do a apa­rên­cia de doce
fór­mu­la. O doce está sen­do apre­
ca­sei­ro. O ró­tu­lo do pro­du­to tam­
sen­ta­do em em­ba­la­gem flow pack,
bém foi mo­di­fi­ca­do, ga­nhan­do
de­sign mais mo­der­no. O ge­ren­te
de mar­ke­ting da Bom­bril-Ci­rio,
empresa que de­tém a mar­ca
Pei­xe, diz que “o segmento de
goia­ba­das em flow pack é o
que tem re­gis­tra­do o maior
crescimento nos úl­ti­mos
anos, re­pre­sen­tan­do 22%
do mercado, mesmo pa­ta­
mar do segmento de
embalagens em lata, o
maior do se­tor até ago­ra”.
Prê­mio à se­gu­ran­ça
Es­ta­tís­ti­cas mos­tram que parte da con­
ta­mi­na­ção de pro­fis­sio­nais da saúde
por doen­ças in­fec­cio­sas se dá por
meio de le­sões pro­vo­ca­das
prin­ci­pal­men­te por in­je­ções. O
la­bo­ra­tó­rio de ori­gem fran­ce­sa
Sa­no­fi-Synthé­la­bo de­sen­vol­veu
um me­ca­nis­mo de se­gu­ran­ça
para as se­rin­gas do me­di­ca­
men­to Fra­xi­pa­ri­na, uti­li­za­do no
tra­ta­men­to de trom­bo­se, que
per­mi­te iso­lar a agu­lha com um
man­chão plás­ti­co trans­pa­ren­te,
que re­co­bre a se­rin­ga após a
apli­ca­ção. A ino­va­ção, pre­mia­
da pela Associação Fran­ce­sa
de Em­ba­la­gem Far­ma­cêu­ti­ca,
na ca­te­go­ria se­gu­ran­ça, está
che­gan­do ao Bra­sil.
Novelprint tem site novo
Mock-up de co­po­liés­ter es­pe­cial
Pre­sen­te em 85 paí­ses e
com ven­das su­pe­rio­res a
700 milhões de dó­la­res
anuais, a mar­ca La­cos­te
está ex­pan­din­do sua atua­
ção prin­ci­pal, moda
es­por­ti­va, através do
lançamento do per­
fu­me La­cos­te
Ju­nior. Para a
divulgação do
novo item, mockups dez vezes
maio­res que o
fras­co ori­gi­
nal fo­ram
dis­tri­buí­dos
em inú­me­
ros pon­tosde-ven­da
da Eu­ro­pa e
po­si­cio­na­
dos pró­xi­mo
às gôn­do­las
em que o
pro­du­to é
ex­pos­to. Os
46 – embalagemmarca • fev 2000
dis­plays gi­gan­tes são fei­
tos a partir de um co­po­
liés­ter es­pe­cial, pro­du­zi­do
pela Eas­tman Che­mi­cal
Com­pany, o Eas­tar
AN004. O ma­te­rial apre­
sen­ta co­res vi­vas e idên­ti­
cas às do vi­dro do per­fu­
me, além de ter boa re­sis­
tên­cia a lí­qui­dos, o que
dis­pen­sa o uso de sis­te­
mas de de­su­mi­di­fi­ca­ção.
Den­tro da ré­pli­ca su­per­di­
men­sio­na­da é co­lo­ca­do
um fras­co em ta­ma­nho
ori­gi­nal, para evi­tar que o
con­su­mi­dor pro­ve a fra­
grân­cia violando os produ­
tos expostos nas gôn­do­
las. Me­dian­te in­te­res­se, a
Eas­tman dis­po­ni­bi­li­za no
mercado brasileiro to­dos
os plás­ti­cos pro­du­zi­dos
em sua ma­triz, nos
Estados Unidos, in­clu­si­ve
a linha de co­po­liés­ter uti­li­
za­da pela La­cos­te.
A No­vel­print, empresa do se­tor de ró­tu­los auto-ade­si­
vos, aca­ba de lan­çar seu novo site (www.no­vel­print.
com.br), que em­pre­ga re­cur­sos mul­ti­mí­dia de pon­ta,
dis­po­ni­bi­li­za­dos pelo soft­wa­re Flash. Na pá­gi­na, são
apre­sen­ta­das in­for­ma­ções de­ta­lha­das so­bre ma­te­riais
e má­qui­nas para a de­co­ra­ção de embalagens.
Ca­ra­cu, 100 anos de tra­di­ção
O ve­rão des­te ano está
Pas­to­re de­sen­vol­veu
sen­do mo­ti­vo de celebra­
em­ba­la­gens es­pe­ciais: a
ção para a cer­ve­ja es­cu­ra
lata da cer­ve­ja foi re­mo­
Ca­ra­cu. A es­ta­ção foi
de­la­da, re­ce­ben­do um
es­co­lhi­da para co­me­mo­
logo di­fe­ren­te, com os 100
rar os 100 anos da mar­ca,
anos em evi­dên­cia ao
com­ple­ta­dos em se­tem­
lado do tra­di­cio­nal tou­ro
bro de 1999. Para mar­car
que sim­bo­li­za a mar­ca. Os
a data, a agên­cia Ca­ril­lo
carriers six­pack das la­tas
e das gar­ra­fas
long-neck
tam­bém tra­
zem o cen­
te­ná­rio em
des­ta­que.
EVENTOS
• Se­mi­ná­rio “Re­vo­lu­ção no
Mun­do da Em­ba­la­gem: Se­gu­
ran­ça na Em­ba­la­gem Pri­má­ria”
– pro­mo­vi­do pela Akza Ltda em
con­jun­to com a Hueck Fo­lien
GmbH da Ale­ma­nha. É vol­ta­do
para a in­dús­tria far­ma­cêu­ti­ca e
se­rão apre­sen­ta­dos os mais
re­cen­tes de­sen­vol­vi­men­tos em
embalagens de alu­mí­nio, com
ên­fa­se na luta con­tra a fal­si­fi­ca­
ção e se­gu­ran­ça em me­di­ca­
men­tos. Dia 28 de março no
Am­cham Bu­si­ness Cen­ter, em
São Pau­lo. In­for­ma­ções: (11)
3901-0072 ou akza@ya­hoo.com
• 12ª Fei­ra e Con­fe­rên­cia SCAA
–
pro­m o­v i­d a
pela
SCAA
(Associação Ame­ri­ca­na de Ca­fés
Es­pe­ciais) en­tre 14 e 18 de abril
em San Fran­cis­co (EUA) terá o
Bra­sil como tema do con­gres­so.
Ex­po­si­ção de má­qui­nas e equi­
pa­men­tos de em­pre­sas de todo
o mun­do e apre­sen­ta­ção das
estratégias das tor­re­fa­do­ras nor­
te-ame­ri­ca­nas. In­for­ma­ções: (11)
3067-0900.
• Mo­vlog Show – Se­gun­da edi­
ção da fei­ra in­ter­na­cio­nal de pro­
du­tos, ser­vi­ços e equi­pa­men­tos
para ma­nu­seio, es­to­ca­gem e
lo­gís­ti­ca. De 9 a 12 de maio, no
Em­bal­la­ge 2000
Um dos maio­res even­tos
so­bre embalagens do mun­
do. Vai reu­nir mais de 2.500
ex­po­si­to­res, sen­do que 1500
são fa­bri­can­tes de embala­
gens. Os or­ga­ni­za­do­res es­pe­
ram para este ano 105.000
vi­si­tan­tes. De 20 a 24 de
no­vem­bro em Pa­ris. In­for­ma­
ções na Pro­mo­sa­lons-Bra­sil,
pelo te­le­fo­ne (11) 881-1255.
48 – embalagemmarca • fev 2000
Bra­sil­pack’2000
Fei­ra In­ter­na­cio­nal de Em­ba­
la­gem, reu­nin­do as prin­ci­pais
em­pre­sas da ca­deia de em­ba­la­
gem, en­va­se, aca­ba­men­to e ma­té­
ria-pri­ma. É a se­gun­da edi­ção da
fei­ra, or­ga­ni­za­da pela Al­cân­ta­ra
Ma­cha­do e que nes­te ano fir­mou
um acor­do com a Mes­se Düs­sel­
dorf para a pro­mo­ção, divulga­
ção e con­ta­tos co­mer­ciais para
Cen­tro de Ex­po­si­ções Imi­gran­tes,
em São Pau­lo, SP. In­for­ma­ções:
info.mo­vlog@ree­dex­po.com.br
• Dru­pa 2000 – Maior fei­ra de ne­gó­
cios dos se­to­res grá­fi­co e de em­ba­
la­gem mun­dial, que acon­te­ce de
cin­co em cin­co anos em Dus­sel­
dorf, Ale­ma­nha. De 18 a 31 de maio.
In­for­ma­ções: tel. (11) 535-4799 ou
pelo e-mail [email protected]
• FCE Phar­ma 2000 – Quin­ta edi­
ção da ex­po­si­ção de for­ne­ce­do­res
de em­ba­la­gens, equi­pa­men­tos,
ma­té­rias-pri­mas e ser­vi­ços para a
in­dús­tria far­ma­cêu­ti­ca na Amé­ri­ca
La­ti­na. De 5 a 7 de ju­lho, no Expo
Cen­ter Nor­te (SP). In­for­ma­ções:
tel. (11) 3873-0081 ou pelo e-mail
[email protected]
• HBA South Ame­ri­ca – Ex­po­si­
ção in­ter­na­cio­nal de for­ne­ce­do­res
para a in­dús­tria cos­mé­ti­ca, em
sua quinta edi­ção, mos­tran­do
ma­té­rias-pri­mas, em­ba­la­gens,
equi­pa­men­tos, ter­cei­ri­za­ção e ser­
vi­ços. De 5 a 7 de ju­lho, no Expo
Cen­ter Nor­te (SP). In­for­ma­ções
pelo tel. (11) 3873-0081 ou pelo
e-mail [email protected]
• Tec­no­Be­bi­da 2000 – Ter­cei­ra
ex­po­si­ção e con­fe­rên­cias in­ter­na­
cio­nais so­bre tec­no­lo­gia para a
os prin­ci­pais paí­ses de fora da
Amé­ri­ca La­ti­na. A Bra­sil­pack
deverá reu­nir 350 ex­po­si­to­res de
25 paí­ses, en­tre os quais Es­ta­dos
Uni­d os, Ale­m a­n ha,
Itá­l ia,
Argentina, Es­pa­nha e Tai­wan.
De 24 a 28 de abril no Anhem­bi,
em São Pau­lo.
In­for­ma­ções:
(11) 826.9111/7295.1229.
in­dús­tria de be­bi­das na Amé­ri­ca
La­ti­na. De 2 a 4 de agos­to, no
Pa­vi­lhão Ver­de do Expo Cen­ter
Nor­te (SP). In­for­ma­ções: tel. (11)
3873-0081 ou pelo e-mail tecn­
[email protected]
• Ex­po­Drink – Fei­ra In­ter­na­cio­nal
de Be­bi­das. De 30 de agos­to a 1º
de se­tem­bro no Expo Cen­ter Nor­
Fis­pal 2000
A maior fei­ra de alimentos da
Amé­ri­ca La­ti­na está em sua
16ª edi­ção, apre­sen­tan­do as
úl­ti­mas ten­dên­cias em tec­no­
lo­gia, equi­pa­men­tos, ser­vi­ços,
in­su­mos e au­to­ma­ção. Du­ran­
te a fei­ra será rea­li­za­da a In­ter­
ne­g ó­c ios/Ali­m en­t í­c io’2000,
uma ro­da­da de ne­go­cia­ções
en­tre em­pre­sas do se­tor ali­
men­tí­cio do Bra­sil e da Amé­ri­
ca La­ti­na que vai pro­mo­ver o
Pro­je­t o Com­p ra­d or, com
im­por­ta­do­res la­ti­no-ame­ri­ca­
nos e ex­por­ta­do­res do Es­ta­do
de São Pau­lo. A ex­pec­ta­ti­va
dos or­ga­ni­za­do­res é que cer­ca
de 700 em­pre­sas par­ti­ci­pem
do Pro­je­to, que tem o apoio do
Se­brae-SP. De 13 a 16 de
ju­nho no Pa­vi­lhão de Ex­po­si­
ções do Anhem­bi, em São
Pau­lo. In­for­ma­ções no telefone
(11) 3758-0996.
Como Encontrar
te (SP). In­for­ma­ções: tel. (11) 30632911 ou pelo e-mail ex­po­drink@
spfei­ras.com.br
• Pack Expo Bra­sil 2000 – Fei­ra
in­ter­na­cio­nal de em­ba­la­gem, reu­nin­
do as prin­ci­pais em­pre­sas do mer­ca­
do. De 12 a 15 de se­tem­bro no In­ter­
na­tio­nal Tra­de Mart (SP). In­for­ma­ções:
tels. (11) 3758-0996 ou (21) 4935856.
• Tech­no­plus 2000 – Fei­ra in­ter­na­
cio­nal de tec­no­lo­gia in­dus­trial. De
12 a 15 se­tem­bro, no In­ter­na­tio­nal
Tra­de Mart (SP). In­for­ma­ções: tels.
(11) 3758-0996 ou (21) 493-5856.
• In­ter­phex South Ame­ri­ca –
So­lu­ções em má­qui­nas, pro­ces­
sos, trans­por­te e em­ba­la­gem para
a in­dús­tria far­ma­cêu­ti­ca, em sua
se­gun­da edi­ção. Será em ou­tu­bro,
em data a ser con­fir­ma­da, no
In­ter­na­tio­nal Tra­de Mart (SP).
Maiores in­for­ma­ções pelo e-mail
info.in­ter­phex@ree­dex­po.com.br
• 9º Con­gres­so Bra­si­lei­ro de
Em­ba­la­gem - “Agre­gan­do valor à
em­ba­la­gem” será o tema do even­
to pro­mo­vi­do pela ABRE Associação Brasileira de Em­ba­la­
gem, que reu­ni­rá mais de 500
pro­fis­sio­nais, en­tre exe­cu­ti­vos e
em­pre­sá­rios, li­ga­dos a embala­
gens no Bra­sil e no Mer­co­sul. De
13 a 14 de se­tem­bro, com pro­gra­
ma a ser con­fir­ma­do. In­for­ma­ções
pelo fone (11) 282-9722 ou e-mail:
[email protected].
N
esta se­ção en­con­tram-se, em or­dem al­fa­bé­ti­ca, os nú­me­ros de te­le­fo­ne
das em­pre­sas ci­ta­das nas re­por­ta­gens da pre­sen­te edi­ção. Em­ba­la­gem­
Marc
­ a fica à dis­po­si­ção para outras in­for­ma­ções.
AGF Brasil Seguros
ANFAL-Pet
0800-11-1001
Mobil Films do Brasil
(11) 3049-3400
(11) 211-3933
Mogiana (Guabi Pet)
(19) 729-4413
Avery Dennison
0800-55-7600 / (19) 876-7600
OPP Petroquímica
(11) 863-9000
Batávia
0800-78-1234
Parmalat
(11) 828-2000
Cetea
(19) 241-5222
Coca-Cola
(21) 559-1653
Patrol Bureau de
Gerenciamento de Riscos
(21) 544-5334
DIL Consultores em Design
(11) 3086-2466
Dow Química
(11) 5188-9244
Du Pont (sachês)
(11) 7266-8341
Du Pont
Futech Corp. USA
0800-17-1715
[email protected]
Gessy Lever (sabões em pó)
(11) 3741-4350
Grandfood (Premier Pet)
(11) 5641-6995
Henkel Loctite Adesivos
(11) 426-4011
Innova
(11) 5507-3367 / (51) 371-2888
Instituto do PVC
International Paper
(11) 5506-5211
(11) 7824-1330
IRB – Indústrias Reunidas de
Bebidas Tatuzinho-3Fazendas
(11) 263-1411
Itambé
(31) 249-3821
Ladal
(19) 535-3044
Polipet
(11) 4656-4060
Politeno Petroquímica
(11) 3040-6900
Procter & Gamble
Rhotoplás
(11) 848-0264
(11) 7298-5214
Rionil
(11) 5505-4477 / (21) 676-1731
Royal Canin
Sadia
(19) 583-5322
(11) 3649-3901
Setcesp (Sindicato das Empresas
de Transportes de Carga do
Estado de S. Paulo)
(11) 954-7866
SIG Combibloc
(11) 828-9799
Socil Guyomar’ch (11) 3873-6702
Tetra Pak
Vigor
(11) 861-2226
(11) 6099-5500
CORREÇÃO:
O telefone certo da Alcan, veiculado na última edição, é (11)
7632-7119. O da Bekum do
Brasil é (11) 246-9100.
Almanaque
Es­pa­ço para me­ni­na grá­vi­da De novo os equi­ties
Nas dé­ca­das de 20 e 30 e
no iní­cio dos anos 40, ela
acon­di­cio­nou to­dos os
re­fri­ge­ran­tes da Cia.
An­tarc­ti­ca Pau­lis­ta, da
soda e do club soda ao
gua­ra­ná e à água tô­ni­ca.
Até ser subs­ti­tuí­da, a
partir de mea­dos da
década de 40, por ou­tra
gar­ra­fa tam­bém stan­dard,
de per­fil mais mo­der­no,
a cha­ma­da “me­ni­na grá­
vi­da” foi a sen­sa­ção das
me­sas no que se re­fe­re a
não al­coó­li­cos. Hoje,
com a cres­cen­te ne­ces­si­
da­de de di­fe­ren­cia­ção
dos produtos pela em­ba­
la­gem, as gar­ra­fas pa­dro­
ni­za­das já não exis­tem
em re­fri­ge­ran­tes, a não
ser em PET. Assim, se o
de­sign das an­ti­gas
“me­ni­nas grá­vi­das” vies­
se a ser adap­ta­do às
atuais tendências de
le­ve­za, re­sis­tên­cia me­câ­
ni­ca e fa­ci­li­da­de de
trans­por­te, elas di­fi­cil­
men­te dei­xa­riam de ter
seu es­pa­ço ga­ran­ti­do.
Com a pa­la­vra, a gar­ra­fa
de vi­dro da Per­rier.
No uni­ver­so das mar­cas e
do que elas sim­bo­li­zam em
ter­mos de ima­gem, co­mu­ni­
ca­ção e re­co­nhe­ci­men­to
1935
pelo pú­bli­co, a nor­te-ame­ri­
ca­na Avery Den­ni­son, uma
das gi­gan­tes mun­diais da
área de ade­si­vos para ró­tu­
1936
los, nas­ci­da Kum Kleen na
Ca­li­fór­nia, em 1935, foi de
cer­ta forma in­cons­tan­te nos
seus pri­mei­ros vin­te anos
de exis­tên­cia. Nes­se pe­río­
1946
1958
do, a lo­go­mar­ca da empresa
mu­dou
cons­tan­te­men­te,
com o ob­je­ti­vo de sem­pre
man­ter sin­to­nia com as
di­fe­ren­tes épo­cas e com
1964
seus pró­prios ob­je­ti­vos e
rea­li­za­ções. Pas­sa­do esse
pe­río­do de ra­di­cais trans­
for­ma­ções da lo­go­mar­ca, a
cor­po­ra­ção
vem,
1976
des­de
en­tão, se aten­do mais aos
cha­ma­dos equi­ties, aque­las
ca­rac­te­rís­ti­cas ar­rai­ga­das
de um pro­du­to, mar­ca ou
1987
empresa. Só para re­gis­trar:
em 1998, úl­ti­mo dado con­
so­li­da­do, a Avery Den­ni­son
fa­tu­rou, no mun­do in­tei­ro,
1991
3,46 bilhões de dó­la­res.
Por que não tive essa idéia an­tes?
As tec­no­lo­gias de apli­ca­ção e de acon­di­cio­na­men­
to do ba­tom fo­ram a fon­te de ins­pi­ra­ção dos en­ge­
nhei­ros da Hen­kel, na Ale­ma­nha, para in­ven­tar,
em 1969, a hoje oni­pre­sen­te cola em bas­tão Pritt.
50 – embalagemmarca • fev 2000
O prin­cí­pio é ele­men­tar: cola, em­ba­la­gem e apli­
ca­dor numa úni­ca uni­da­de. Sim­ples de­mais – só
que nin­guém pen­sou an­tes. Que tal co­me­çar a
ob­ser­var à nos­sa vol­ta?
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EmbalagemMarca Nº 8