• História – Nova República – (1985–2002) pg. 02 Hotel de selva no rio N o: turismo ecológico surge como alternegr at econômica para o Amazonas iva • História – A Segunda Revolução Industrial • Geografia – Aspectos da economia amazonense pg. 04 pg. 06 • Geografia – A evolução e a hegemonia do capitalismo pg. 08 • Literatura – Romantismo IV – Prosa II pg. 10 no minou l u c e u lor ento q Movim ent de Col 1992 m impeach as ruas em u tomo UEA capacita profesores indígenas História Professor DILTON Lima Nova Republica (1985–2002) Governo José Sarney (1985–1990) professores da Universidade do Estado do Com a morte de Tancredo Neves, assumiu a Presidência, em caráter definitivo o vice José Sarney, que estava em exercício desde o primeiro dia do novo governo, já havia dado posse ao Ministério escolhido por Tancredo e decidido a não assinar mais decretos-leis, transferindo para o Congresso Nacional maior poder de decisão. Amazonas (UEA) e da Organização Geral dos Constituição de 1988 Professores Ticunas Bilíngües (OGPTB). A Constituição de 1988 representou um passo importante na redemocratização do País. As principais determinações foram: • O racismo (crime inafiançável e imprescritível). • Foi mantida a República Federativa, com regime presidencialista (até o plebiscito de 1993). No entanto o poder do Executivo foi reduzido em relação às Constituições anteriores, enquanto o poder Legislativo e o Judiciário foram fortalecidos. • A constituição estabelece ainda a eleição em dois turnos para presidente da República, governador de Estado e prefeitos de municípios com mais de 200 000 habitantes. • Foi abolida a censura nos meios de comunicação. • Demarcação das terras indígenas. • Voto facultativo dos 16 aos 18 anos e após os 70. • Direito de voto aos analfabetos. • Vantagens trabalhistas: direito de greve, férias remuneradas acrescidas de 1/3 do salário, jornada de trabalho de 44 horas semanais, hora extra paga com 50% a mais do valor da hora normal, licença-maternidade de 120 dias, etc. Foi realizada em janeiro e fevereiro a segunda etapa do Curso de Licenciatura para Professores Indígenas do Alto Solimões, ministrado por Realizado por meio de convênio entre e UEA e o Ministério da Educação via Programa de Formação Superior e Licenciaturas Indígenas (Prolind), o curso é o único desse molde ministrado em aldeia em todo o Brasil. As aulas desta segunda etapa foram ministradas na Aldeia Filadélfia, município de Benjamin Constant. Foram oferecidas 250 vagas para professores das etnias ticuna, cocama e cambeba divididos em seis turmas, com aulas de segunda a sábado. O projeto pedagógico foi apresentado pela Organização Geral dos Professores Ticunas Bilíngües (OGPTB). Além de palestras de professores convidados e apresentações culturais, os alunos tiveram aulas de Química, Matemática, Educação, Biologia, Língua Portuguesa, Língua Ticuna, Língua Cocama, História, Antropologia, Direito e Artes. A temática da programação pedagógica desta segunda etapa é Educação, Direitos e Identidade. Dentro da programação do curso, foram agendados os seguintes eventos: encontro com secretários de educação e representantes de outros órgãos governamentais, duas rodadas de discussões sobre a educação e a Assembléia Geral da OGPTB, além do seminário de encerramento, dias 13, 14 e 15 de fevereiro. Ao todo, o curso terá nove etapas presenciais (de ensino intensivo) e oito etapas intermediárias (de prática pedagógicas, estudos e pesquisas). As atividades são dovididas em módulos durante as férias escolares e abrangem três áreas: Estudos de Linguagem; Ciências da Natureza e Matemática e Ciências Humanas. A primeira etapa foi realizada em julho de 2006. De acordo com a coordenação do projeto, cerca 15 mil alunos indígenas da região do Alto Solimões serão beneficiados diretamente com a qualificação desses professores, que deve possibilitar uma interação entre saberes tradicionais e científicos. Para isso, a organização da grade curricular objetiva que os professores conquistem a autonomia desejada, sejam competentes em sua profissão, dominem os conteúdos, mas que, principalmente, tenham espaço para refletir sobre sua prática e seus saberes já acumulados. Cruzado já apresentava problemas: muitos produtos desapareceram do mercado, e começou a cobrança de ágio, ou seja, o consumidor era obrigado a pagar um tanto a mais sobre o preço estipulado pelo congelamento. Em novembro de 1986, após eleições, foi anunciado o Plano Cruzado II, que congelou preços muito acima da realidade do mercado. Com o passar do tempo, a inflação voltou a crescer e, em maio de 1987, já ultrapassava a casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano provocou a queda do ministro Dílson Funaro. Em junho de 87, o governo decretou um plano econômico, agora sob a orientação do ministro Luís Carlos Bresser Pereira. O Plano Bresser, como ficou conhecido, visava regularizar as contas públicas. Por não conseguir manter a política de preços e de salários controlados. Maílson da Nóbrega, o quarto e último ministro da Fazenda do governo Sarney, tentou ainda outro “pacote” de medidas para sanear a economia: o Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, que decretou um novo congelamento, criou o cruzado novo e comprometeu-se a conter os gastos públicos. O governo Sarney terminou em ambiente de recessão econômica, especulação financeira e ameaça de hiperinflação. Governo Fernando Collor Fernando Collor de Melo pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN) derrotou Luís Inácio Lula da Silva, candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no 2.° Turno das eleições de 1989. Contou com o apoio da TV Globo para vender seu marketing político. Graças a isso, Collor ficou conhecido como: • Caçador de Marajás. • Defensor dos descamisados. • Messias. • Salvador da pátria. • Amigo dos pobres. Um dia depois de assumir a Presidência, Collor anunciou uma série de medidas que visavam reorganizar a economia nacional. Elaborado pela equipe da ministra Zélia Cardoso de Mello, o Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor, determinou: • a extinção do cruzado novo e a volta do cruzeiro como moeda nacional; • o bloqueio, por dezoito meses, dos depósitos em contas correntes e cadernetas de poupança que ultrapassassem os 50.000 cruzados novos (50 cruzeiros); • o congelamento parcial de preços e salários; • o fim de subsídios e incentivos fiscais; • o lançamento do Programa Nacional de Desestatização; • a extinção de vários órgãos do governo. Economia no governo Sarney Do ponto de vista econômico, o governo Sarney foi bastante conturbado. Herdeiro dos problemas gerados pelo modelo de desenvolvimento econômico estabelecido durante o regime militar e agravado pelas sucessivas crises internacionais, o governo elaborou vários planos para combater a inflação e estabilizar a economia. No dia 28 de fevereiro, foi decretado o Plano Cruzado, que estabelecia uma série de medidas: • O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, com corte de três zeros. • Todos os preços foram congelados. • Os salários, também congelados, seriam corrigidos anualmente, ou cada vez que a inflação atingisse 20% (gatilho salarial). • Foi extinta a correção monetária. • Foi criado o seguro-desemprego. Os objetivos do plano eram: enxugar a máquina administrativa do Estado, acabar com a inflação e modernizar a economia. Sem dúvida, as medidas causaram grande impacto e afetaram a vida da população em geral, dos trabalhadores aos empresários. Porém os resultados não foram satisfatórios. Em julho de 1990, foram implementadas reduções nas tarifas alfandegárias, dando início à abertura internacional da economia brasileira. Em março de 1991, o Tratado de Assunção criou o Mercosul. O tratado tem por objetivo integrar as relações econômicas no Cone Sul. Elaborado pela equipe do então ministro da Fazendo Dílson Funaro, o plano contou, inicialmente, com o apoio da população, entusiasmada com as perspectivas de estabilização econômica. O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando estabelecimentos comerciais que praticassem preços acima da tabela determinada pelo governo. A inflação foi reduzida, o desemprego diminuiu, o poder aquisitivo da população cresceu. Mas em poucos meses, o Plano Fim da Era Collor A administração federal teve, com ele, um estilo oligárquico e uma feição populista. Ironicamente, provocou uma modernização política que foi a 2 verificou-se intensa especulação de preços, especialmente aqueles ligados aos setores oligopolizados da economia, o que aumentou ainda mais o processo inflacionário. causa principal de sua própria desintegração. Collor, assim como Jânio Quadros e João Goulart, apostou em um apoio popular que substituiria o apoio que ele não teve nos grandes partidos e no Congresso Nacional. Escudado nos milhões de votos que recebeu, seu poder desmoronou-se quando a opinião pública, motivada pelo escândalo da CPI de Paulo César Farias, voltou-se contra o governo, e ele teve de confrontar-se com as fontes reais do poder no Brasil. Não foram os desacertos políticos e socioeconômicos, que aconteceram durante os 930 dias da era Collor, os responsáveis principais do colapso do governo. Pedro Collor, irmão do presidente, acusou a existência de um tráfico de influências dentro do governo, intermediado pelo empresário Paulo César Farias, tesoureiro da campanha presidencial de Collor e seu amigo pessoal. A repercussão das acusações pela imprensa resultaram em uma indignação popular sem precedentes. Esta se acentuou na medida em que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), organizada para a averiguação dos fatos, acabou por descobrir ligações entre o presidente e os envolvidos diretamente nas negociatas que implicaram o desvio de milhões de dólares dos cofres públicos. Em 29 de setembro de 1992, a Câmara de Deputados votou favoravelmente ao impedimento. Collor conseguiu apenas 38 votos em seu favor. Manifestaram-se a favor do impeachment 441 deputados, mais de 100 além do número mínimo previsto pela Constituição (Artigo 86) para suspender o presidente e permitir seu julgamento pelo Senado. Collor foi suspenso por 180 dias. Com a suspensão de Fernando Collor, assumiu a Presidência o vice Itamar Augusto Franco. Observação: Envolvimento com o chamado “Esquema PC”: uma vasta rede de corrupção e tráfico de influência armada e liderada pelo empresário alagoano Paulo César Farias; Eleições de 1994 Após implantar o Plano Real, o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, deixou o cargo para candidatar-se à presidência da República. Fernando Henrique venceu as eleições no primeiro turno, com 54% dos votos válidos, contra 27% dados a Luis Inácio Lula da Silva. O novo presidente assumiu em 1.° de Janeiro de 1995, para cumprir um mandato de 4 anos. Governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-1998) Para amparar bancos em dificuldade, em novembro de 1995, foi criado o Programa de Estimulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (PROER), que facilita a fusão entre bancos em dificuldade. Por meio do PROER, o Banco Central assume a parte podre dos bancos quebrados, isto é, os créditos de difícil recebimento e as obrigações duvidosas. Os compradores ficam com a parte boa dos bancos, isto é, clientes, agências e bens. Além da defesa do real, o governo Fernando Henrique busca equilibrar as finanças públicas numa série de reformas constitucionais essenciais para garantir estabilidade econômica. Segundo Governo Fernando Henrique (1988–2002) O governo FHC segue o chamado projeto neoliberal, cuja ênfase é a diminuição da intervenção do Estado na economia. Neste 2.° Governo, pretendem-se aplicar certas medidas para controlar a inflação e modernizar o País; as medidas são as seguintes: Ajuste fiscal: limitação dos gastos do Estado na Economia de acordo com a arrecadação. Esta medida visa combater o déficit público. Redução do tamanho do Estado: limitação do Estado na Economia. Esta medida visava a continuação da política neoliberal. Privatização: venda de empresas estatais a grupos que não se relacionam à atividade especifica do Estado. Esta medida visa entregar as empresas aos grupos estrangeiros. Abertura financeira: permissão para que as instituições financeiras internacionais possam atuar em igualdade de condições com as do País. Esta medida põe fim às restrições à entrada de capital estrangeiro no País. Impeachment (1992) Afastamento do presidente Fernando Collor da Presidência da República por estar envolvido em esquema de corrupção, roubo do dinheiro público e formação de quadrilha. O presidente da República Fernando Collor teve seus direitos políticos suspensos por 8 anos (cassação de mandato). Deveria retornar a vida política em 2000. Governo Itamar Franco A convocação do senador Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda resultou na elaboração de um novo plano econômico. O Plano FHC (letras iniciais do nome de seu criador), rebatizado posteriormente como Plano Real, criou o URV (Unidade Real de Valor), um indexador provisório da economia, que serviria como transição até que uma nova moeda – o real – entrasse em vigor. O real manteria paridade com o dólar e eliminaria a espiral inflacionária. O novo plano econômico não incluiu as soluções conhecidas e já provadas insuficientes, como o congelamento dos preços e de salários e confiscos. Os setores sindicais e alguns partidos políticos, entre eles o PT, opuseram-se parcialmente às determinações do Plano FHC, por entenderem que o mesmo implicava um arrocho salarial. O plano não fixou nenhuma norma para a conversão dos preços, mas os salários dos trabalhadores foram convertidos em URV com base na média dos quatro meses anteriores. Às vésperas de o novo plano entrar em vigor, Luís Inácio LULA da Silva O eleito Oposição e guinada ao centro fazem o PT vencer a primeira eleição presidencial. Após 22 anos de existência do partido, três derrotas e oito anos de oposição quase sistemática a Fernando Henrique Cardoso (com críticas ao modelo econômico e ao legado na área social), o ex-torneiro mecânico Luis Inácio Lula da Silva, 57 (PT), chega à Presidência da República. Lula venceu o economista José Serra, 60, candidato oficial, duas vezes ministro de FHC e uma das principais lideranças do PSDB. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lula obteve cerca de 53 milhões de votos – 61% dos votos válidos. 3 Desafio Histórico 01. (ESPM) Em 15 de janeiro de 1985, Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf no colégio eleitoral por 480 votos contra 180. “Fomos ao colégio eleitoral para que ele nunca mais seja utilizado”, afirmou Tancredo Neves, cuja eleição encerrava o período de 21 anos de regime militar no país. No entanto, Tancredo não tomou posse, vindo a falecer após doença que o obrigou a sete intervenções cirúrgicas. O vice-presidente, José Sarney, assumiu a presidência, iniciando a Nova República. Leonel Itaussu A. Mello e Luís César Amad Costa. “História do Brasil” Quanto ao período de governo do presidente José Sarney é correto afirmar que em seu mandato: a) Foi revogado o Ato Institucional número cinco (AI–5). b) Foi promulgada a atual Constituição brasileira, em 1988. c) Foi implantado o Plano Real com o objetivo de reordenar a economia brasileira. d) Foi extinto o bipartidarismo e promovida uma reforma partidária que reintroduziu o pluripartidarismo. e) Foi aprovada uma emenda constitucional que permitiu a reeleição presidencial consecutiva. 02. (PUCRS) Tendo em vista as relações do Brasil com os blocos econômicos e organismos comerciais e financeiros do mundo contemporâneo, a política externa dos governos de Fernando Henrique Cardoso, em linhas gerais, caracterizou-se a) pelo abandono da ALALC, em vista da participação ativa no NAFTA; b) pela oposição permanente à OMC, devido a pressões do FMI; c) pela participação nas negociações da ALCA, preservando a liderança no MERCOSUL; d) pela participação ativa nos foros da OCDE, buscando o fortalecimento da ALADI; e) pelo afastamento da OEA, ampliando a participação nos foros econômicos da ONU. 03. (PUCRS) A vitória de Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 1994 teve como fator decisivo a a) adoção de uma política eficaz de controle da natalidade, visando a conscientizar parcela da população menos favorecida; b) redução da criminalidade no campo, devido ao programa de reforma agrária que prevê tolerância em relação à invasão de terras improdutivas no País; c) política externa de importação de produtos do Mercosul, com o objetivo de reduzir as taxas alfandegárias, resultando em preços mais atrativos no mercado brasileiro; d) implantação do Plano Real, que criou uma moeda estável no país após décadas de inflação; e) queda do des emprego devido à adoção do piano de estatização e intervenção reguladora do Estado na economia. Desafio Histórico 01. (Cesgranrio) A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX, alterou o equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial emergiu o Imperialismo, cuja característica marcante foi o(a): a) substituição das intervenções militares pelo uso da diplomacia internacional; b) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes dos países industrializados. c) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas conquistadas; d) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa; e) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista. 02. (Fatec) Segundo as teorias desenvolvimentistas, a guerra era concebida como: a) uma necessidade de ampliar o mercado interno substituindo as importações; b) uma política econômica tendendo a desvalorizar a produção agrícola; c) uma forma de criar condições para a importação de tecnologia estrangeira; d) um recurso complementar e necessário à importação de produtos primários;. e) uma política econômica que necessitava do apoio de todas as classes sociais para ser implementada. 03. (FEI) De 1815 a 1891, a Inglaterra viveu um período de grande estabilidade política interna, combinada com grande desenvolvimento econômico, que possibilitou aos ingleses o domínio dos mares e a expansão colonialista. As principais realizações desse período se deram durante: a) a Era Vitoriana; b) a Revolução Gloriosa; c) o governo de Henrique VIII; d) o governo de Elizabeth I; e) a instalação do anglicanismo. 04. (Fuvest) A conquista da Ásia e da África, durante a segunda metade do século XIX, pelas principais potências imperialistas objetivava a) a busca de matérias-primas, a aplicação de capitais excedentes e a procura de novos mercados para os manufaturados; b) a implantação de regimes políticos favoráveis à independência das colônias africanas e asiáticas; c) o impedimento da evasão em massa dos excedentes demográficos europeus para aqueles continentes; d) a implantação da política econômica mercantilista, favorável à acumulação de capitais nas respectivas Metrópoles; e) a necessidade de interação de novas culturas, a compensação da pobreza e a cooperação dos nativos. História III – O Imperialismo No fim do Século XIX, os países industrializados da Europa iniciaram uma corrida em busca de novos mercados fora do continente, propiciando o neocolonialismo na África e na Ásia. As razões que motivaram o neocolonialismo foram: 1. Mercados consumidores fora do continente europeu que pudesse absorver o excedente de produtos industrializados. 2. Mercado produtor de matérias-primas e fornecedor de mão-de-obra barata para acelerar o processo de industrialização. 3. Escoamento do excedente populacional europeu para novas áreas coloniais. Professor Francisco MELO de Souza A Segunda Revolução Industrial II – Segunda revolução industrial (1860) A partir de 1860, a indústria ampliou-se para outras regiões, como os Estados alemães, o norte da Itália, a Rússia, os Estados Unidos, o Japão e a Holanda. Nesse momento, começaram a ocorrer grandes inovações técnicas. O aço e os sintéticos foram utilizados como material industrial básico, e as principais fontes de energia eram a eletricidade e o petróleo. Os setores industriais também se multiplicaram com o surgimento da indústria siderúrgica, petroquímica, eletroeletrônica e automobilística. Para completar esse quadro de mudanças profundas, Graham Bell inventou o telefone, facilitando sobremaneira as comunicações, cujos resultados podemos sentir no nosso cotidiano; a tecnologia passou a permitir a comunicação com qualquer parte do mundo, como se vivêssemos numa aldeia global. A justificativa para o expansionismo imperialista era: 1. Darwinismo social – Os europeus afirmavam que a lei da sociedade funciona como a lei da selva: “só os mais fortes sobrevivem”. Por isso, era disseminada a ideologia da superioridade racial do branco europeu. 2. Doutrina religiosa – Afirmava que a Igreja cristã possuía uma missão de salvar almas dos infiéis para o cristianismo. Assim, eram disseminados os valores ocidentais. 3. Missão civilizatória – Os europeus afirmavam que levariam a civilização a esses continentes, tais como: a nova ciência e a tecnologia. O capitalismo monopolista O Neocolonialismo na África Essa nova fase da economia capitalista foi marcada pela concentração econômica da produção e do capital em torno de grandes empresas ou associações de empresas. A livre concorrência das empresas capitalistas transformou-se numa verdadeira batalha de preços. Nessa batalha, as empresas mais poderosas e competitivas eliminavam as mais fracas. Dessa forma, surgiram os grandes conglomerados econômicos, concentrando enormes capitais e dominando, em alguns setores, toda a produção. E assim, surgiram os monopólios industriais, que, por sua vez, eliminavam a concorrência e fixavam preços em busca de uma maior lucratividade. Esses monopólios são assim representados: • Cartéis – Formaram-se por meio de acordo entre grandes empresas que, para evitar os desgastes da concorrência, convencionam entre si formas de manutenção dos preços e de divisão de mercados. Os cartéis originaram-se na Alemanha. • Holding – Caracteriza-se quando uma grande companhia assume o controle de inúmeras outras por meio da compra da maior parte de suas ações, passando, então, a atuar de forma coordenada. • Trustes – Formam-se quando as grandes empresas, produtoras de determinadas mercadorias, eliminam ou absorvem as pequenas concorrentes e passam a monopolizar a produção, o preço e o mercado. Os trustes surgiram nos Estados Unidos. O processo de concentração econômica também se desenvolveu no setor bancário. Os grandes bancos acabaram associando-se às grandes indústrias para financiar seus investimentos e participar dos lucros de seus projetos. A fusão do capital bancário com o capital industrial marcou essa nova fase do capitalismo, conhecido como capitalismo financeiro e monopolista, que foi caracterizado por: 1. Grande aumento da produção industrial que, para ser vendida, necessitava da ampliação dos mercados consumidores. 2. Grande acúmulo de capitais que também precisavam ser investidos em novos projetos lucrativos, fora de seus respectivos países. O início da partilha da África, pelos ingleses, ocorreu em 1815. A Inglaterra, nesse período, comprou as colônias do Cabo e do Nata dos holandeses. Dessa forma, iniciou uma intervenção capitalista nesse continente: os negros passaram a fornecer matéria-prima para o mercado inglês, ao mesmo tempo em que se tornavam mão-deobra barata. A partir de 1830, haverá uma nova corrida rumo à África em busca de novos mercados, porém mais violenta do que a do século XVI, pois essa não respeitou a unidade lingüística, religiosa e cultural dos povos africanos. Inglaterra – No fim do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravidão, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim e animais. Para isso estabelecem novas colônias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da Coroa inglesa. A Inglaterra dominou o Egito, o Sudão, a Rodésia, a Uganda, o Quênia, o Zanzibar, a Somália e África Oriental inglesa. No Ocidente, Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Ouro e Nigéria. Holanda – Os holandeses estabelecem-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1652. Desenvolvem, na região, uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres. França – Os domínios franceses iniciam-se na Argélia, depois Tunísia, África Ocidental francesa (Guiné, Senegal, Daomé, Níger, Costa do Marfim, Alto Volta e Mali). Região equatoriana (Gabão, Congo, Chade e República CentroAfricana) e; Marrocos e Madagáscar. Bélgica – Dominou o Congo em 1908. Alemanha – Dominou a África Oriental: Tanganica, Ruanda, Burundi. No Ocidente africano: Camerum, Togo e a Namíbia. Itália – Os italianos criaram possessões na Somália, Eritréia, Líbia, e Etiópia. A Conferência de Berlim – Em 28 de fevereiro de 1885, a Conferência de Berlim formulou “as regras 4 do jogo” na partilha da África. Princípio básico: para reclamar um território, um país europeu tinha de ocupá-lo, o que acabou permitindo um desenfreado número de anexações que ficaram conhecidas como “corrida de obstáculos”, pois cada nação européia saía em disparada para se apoderar do maior número de territórios. A Inglaterra apesar das decisões da Conferência de Berlim, manteve seus domínios na África. Chá X ópio – Inicialmente, os britânicos compravam chá, sem conseguir vender aos chineses algum produto em igual quantidade, mas descobriram que o ópio era uma mercadoria de grande aceitação entre os chineses. Com aprovação do governo britânico, a Companhia das Índias Orientais lançou-se à venda do ópio, que era produzido na Índia e na Birmânia. Os efeitos foram devastadores. O governo chinês reagiu, enviando uma carta diplomática à rainha Vitória, da Inglaterra, para que a Soberana proibisse o comércio de ópio ilegal na China. Mas o pedido não foi levado em consideração. Guerra do ópio – O comércio prosseguiu, levando as autoridades chinesas a promover, em 1839, a queima de 20 mil caixas da substância na cidade de Cantão. Os britânicos reagiram, declarando guerra à China; era o início da Guerra do Ópio. Tratado de Nanquim – Em 1842, as tropas britânicas vitoriosas submetem a China ao Tratado de Nanquim, estabelecendo, entre outras cláusulas, a abertura de cinco portos chineses ao livre comércio, a imunidade e os privilégios especiais aos súditos britânicos e a transferência de Hong Kong à Grã-Bretanha. Revolta Taiping – Em 1851, eclodiu uma revolta de camponeses, apoiada por populares das cidades que se espalhou da comarca de Yangtse para outras regiões chinesas. Conhecida como a revolta Taiping, só foi sufocada em 1864. A divisão da China – No fim do século XIX, Grã Bretanha, França, Alemanha, Rússia, Estados Unidos e Japão dividiam o imenso território chinês em diversas esferas de influência. Os nacionalistas chineses reagiam contra intervenção estrangeira e ao tíbio comportamento da dinastia Manchu, então ocupante do trono imperial. No norte da China, uma associação secreta, denominada Sociedade Secreta Harmoniosos Punhos Justiceiros, promoveu atentados e rebeliões contra estrangeiros e missionários cristãos. Em 1900, com respaldo popular crescente, os boxers (eram os membros da associação secreta) sitiaram o bairro ocupado pelas delegações estrangeira em Pequim. Foi o início da Guerra dos Boxers, que se espalhou das zonas costeiras para as cidades que margeiam o rio Yang-tse. A luta terminou com a derrota dos chineses e a imposição pelas potências estrangeiras da política da Porta Aberta, pela qual a China era obrigada a fazer novas concessões econômicas. A Guerra dos Bôeres (1899–1902) Os Bôeres eram descendentes dos holandeses, que dominavam a região aurífera de Transvaall e de Orange. A Inglaterra, com a finalidade de explorar o ouro do sul da África, invadiu a região e impôs, após três anos de guerra, a sua dominação. Nos anos seguintes, verificou-se a corrida do ouro na África do Sul, quando grandes empresas mineradoras lá se instalaram. O Neocolonialismo na Ásia Em geral, o modo de produção dos países asiáticos era formado pela união da pequena produção agrícola, com a indústria doméstica, compondo pequenas comunidades economicamente auto-suficientes. O comércio de produtos europeus, principalmente os ingleses, destruiu rapidamente essa indústria artesanal, ficando a população local na exclusiva dependência da agricultura. Tornavam-se, assim, abastecedores de víveres e de matériasprimas da Europa. Índia Uma das regiões mais cobiçadas por diversas nações européias, no decorrer dos séculos XVI a XIX, foi a Índia. Os ingleses, no século XIX, assenhorearam-se da maior parte de seu território até o Ceilão (Sri-Lanka). Astutamente, impediram o surgimento de um poder central forte e estabeleceram um regime de “protetorado” sobre a Índia – regime que, na prática, significava a intervenção na administração local. Pela força ou pela intriga, os principados em que a Índia estava dividida iam sendo submetidos à administração da Companhia das Índias Orientais, companhia britânica que detinha o monopólio do comércio com o Oriente. Em 1857, a Revolta dos Cipaios, primeiro movimento nacionalista indiano, colocou em perigo o domínio inglês, mas foi sufocada dois anos depois. Em 1877, a rainha Vitória, soberana britânica, era sagrada imperatriz da Índia.Poucos meses depois, em 15 de agosto do mesmo ano, o escritor português Eça de Queiroz escrevia sobre a Índia em Crônicas de Londres: “A grande fome é sucedida por uma fome maior, e diante da calamidade os celeiros acham-se vazios, as economias, da nação, exaustas, o tesouro do governo gasto e a esperança perdida... Isso explica por que já morreram nas primeiras semanas de escassez 500 mil pessoas”. Japão O primeiro contato entre japoneses e ocidentais ocorreu no período das grandes navegações, nos séculos XV e XVI. No século XVII, o comércio do Japão passou a ser monopólio de alguns poucos comerciantes holandeses. O isolamento japonês perdurou até 1853, ano em que a Esquadra Negra, sob o domínio do comandante Perry, forçou a abertura dos portos japoneses ao comércio com os Estados Unidos. No entanto o Japão, ainda na década de 1860, iniciou um “subimperialismo” sobre outras nações – China, Coréia e Taiwan (ou Formosa) –, industrializando-se. O período modernizador do Japão ficou conhecido como Era Meiji, que significa “governo esclarecido”. Em 1885, a França consolidou seu domínio na antiga Cochinchina: Laos, Camboja e Império Anamita (parte do atual Vietnã), pertencentes anteriormente à China. Os holandeses conquistaram as ilhas que, hoje, constituem a Indonésia. Os Estados Unidos conquistaram as Filipinas, que estavam sob o domínio espanhol China Dificuldades impostas pelo governo central – Nos séculos XVII e XVIII, os europeus encontravam dificuldade para comerciar no interior da China. O governo central colocava empecilhos aos comerciantes estrangeiros que, mesmo assim, foram pouco a pouco penetrando no país. Ao contrário da Índia (onde se comerciava diretamente com os príncipes locais), a China mantinha sua unidade política, com o imperador fazendo sentir sua autoridade sobre as mais distantes províncias. Para cada negociação, o estrangeiro tinha de relacionar-se com o governo central. No século XIX, no entanto, o poder central praticamente já não detinha autoridade sobre o seu território. 5 Desafio Histórico 01. (Fuvest) Uma das frases a seguir, atribuída a um pensador de fins do século XIX, indica a prática política que prevalecia nas relações internacionais da Europa de então. Qual? a) Uma paz injusta deve ser preferida a uma guerra justa. b) O que faz o Estado é a força em primeiro lugar, a força em segundo lugar e ainda outra vez a força. c) A convivência pacífica do concerto das nações pede uma França forte, amiga de uma Alemanha forte, diante da aliança anglo-russa. d) Não impedir que alemães ocupem território alemão é a vitória do bom senso sobre o formalismo dos tratados. e) A lei e a ordem mundiais dependem de um Ocidente civilizado unido frente à ameaça asiática: esta é a missão do homem branco. 02. (Fuvest) No século XIX, a história inglesa foi marcada pelo longo reinado da rainha Vitória. Seu governo caracterizou-se: a) pela grande popularidade da rainha, apesar dos poderes que lhe concedia o regime monárquico absolutista vigente; b) pela expansão do Império Colonial na América, explorado através do monopólio comercial e do tráfico de escravos; c) pelo início da Revolução industrial, que levou a Inglaterra a tornar-se a maior produtora de tecidos de seda; d) por sucessivas crises políticas internas, que contribuíram para a estagnação econômica e o empobrecimento da população. e) por grande prosperidade econômica e estabilidade política, em contraste com acentuada desigualdade social. 03. (Puccamp) A Expansão Neocolonialista do século XIX foi acelerada essencialmente, a) pela disputa de mercados consumidores para produtos industrializados e de investimentos de capitais em novos projetos, além da busca de matériasprimas; b) pelo crescimento incontrolado da população européia, gerando a necessidade de migração para a África e Ásia; c) pela necessidade de irradiar a superioridade da cultura européia pelo mundo. d) pelo desenvolvimento do capitalismo comercial e das práticas do mercantilismo; e) pela distribuição igualitária dos monopólios de capitais e pelo decréscimo da produção industrial. Desafio Geográfico 01. (FMSC-SP) A atividade extrativa no Brasil normalmente coincide com: a) Áreas de povoamento recente, presença constante de indústrias madeireiras e boa infra-estrutura de transporte. b) Áreas de povoamento antigo, presença de indústrias madeireiras e deficiente infra-estrutura de transporte. c) Áreas de fraca densidade demográfica, deficiente infra-estrutura de escoamento da produção e populações de baixo poder aquisitivo. d) Áreas densamente povoadas, grande utilização de mão-de-obra feminina e populações de baixo poder aquisitivo. e) Área de clima quente e úmido, solos férteis e agricultura de subsistência. 02. (Cesgranrio) Contribuiu para dificultar o extrativismo vegetal na Amazônia: a) A tendência do caboclo para a atividade agrícola. b) A utilização do elemento negro na agricultura intensiva regional. c) A concorrência oferecida pela Floresta Tropical Atlântica. d) A dispersão relativa das espécies. e) A grande organização da atividade pesqueira da bacia fluvial amazônica. 03. Quanto à reserva extrativista pode-se afirmar que: a) É a tendência atual para o incremento da mineração. b) É a recente proposta de implementação do turismo ecológico. c) Foi formulada em 1985, pelo Conselho Nacional Indigenista. d) É moderna, por buscar tecnologia de ponta para os recursos renováveis. e) Todas estão corretas. 04. A extração de açaí pode ser um exemplo que representa: a) O extrativismo vegetal como simples coleta. b) A empresa extrativa vegetal. c) A agrossivicultura. d) Atividade de apoio a outras atividades. e) Nenhuma das anteriores. 05. Das opções abaixo, uma não concorreria para resolver os problemas atuais da pesca. Identifique-a: a) Criação de uma cooperativa de pescadores. b) Aceleração no ritmo de captura para aumentar a produção. c) Criação de um terminal pesqueiro. d) Aplicação rigorosa das leis que regulamentam a pesca. e) Industrialização do pescado. Geografia do Brasil peculiar de fertilidade, contrariando o que se convencionou chamar “solo fértil”, para os velozes interesses comerciais. Apesar de nunca ter sido o forte da economia do Estado, houve épocas em que a produção de certos produtos agrícolas regionais (mandioca, batata, laranja, banana, cacau, etc.) abastecia satisfatoriamente a população. Porém, a partir do fim da década de 60, com economia voltando-se mais para a indústria da ZFM, a situação mudou. A maior parte da produção foi sendo levada no tradicional sistema de roça em pequenas propriedades, tornando-se uma agricultura de subsistência, com resultados insuficientes para garantir o abastecimento local, o sustento e a melhoria de vida tão desejada pelos produtores do interior. Chegou-se a ponto de até importar produtos facilmente adaptados à região, como, por exemplo, o cheiro-verde (50%), a laranja e a banana, de outros estados, a preços elevados, que chegavam via aérea, enquanto muitos agricultores do interior estavam impossibilitados de escoar e ampliar suas produções de hortifrutigranjeiros, por falta de apoio técnicofinanceiro e logístico. Esses fatores estão na lista dos que contribuíram para a migração campocidade. As barreiras impostas pelo “mito da falta de vocação agrícola “, a questão técnico-financeira e logística e a própria necessidade de abastecimento do crescente mercado consumidor, a partir do aumento da população, superior à produção rural, constituíram-se, entre outros, grandes desafios para um Estado que se tornou muito dependente de outras regiões no setor agrícola. Atualmente, o Governo Estadual, seguindo os preceitos do desenvolvimento sustentável, desenvolve o programa Zona Franca Verde, cuja finalidade é a geração de emprego e renda para melhorar a qualidade de vida da população do interior, aliada à conservação do meio ambiente com proteção ao patrimônio natural, por meio de sistemas de produção florestal, pesqueira e agropecuária. Essas iniciativas têm sido vitais para a superação dos entraves que ainda dificultam a consolidação do setor primário na economia, assim como, por exemplo: a) Falta de conhecimentos e tecnologias aos pequenos produtores. b) Construção e manutenção de uma malha viária capaz de garantir o escoamento da produção. c) Falta de financiamentos ou juros elevados nos empréstimos agrícolas. d) Não obediência ao Estatuto da Terra, que define direitos e deveres no campo. e) Falta de apoio político, voltado para as lutas do homem do interior. f) Lutas pela posse, envolvendo indígenas, posseiros, jagunços, peões, etc; Professor Paulo BRITO Aspectos da economia amazonense Situação atual das atividades extrativas Entende-se por atividades extrativas o conjunto formado pelo extrativismo vegetal, animal e mineral. São as mais antigas atividades humanas, que retiram os produtos da natureza sem nunca repô-los, já que elas não reproduzem ou multiplicam as riquezas naturais. Foram elas que garantiram a vida das primitivas comunidades amazônicas e dos seus descendentes, que durante muitos anos tiveram uma economia baseada na extração de seus alimentos e outros artigos diretamente da floresta e dos rios. Todavia, devido à forma rudimentar de produção, essas atividades têm-se tomado incompatíveis à demanda e à preservação da natureza, daí estarem sendo substituídas por avançados processos de industrialização, como ocorre normalmente numa economia de mercado, capazes de garantir uma elevada produtividade compatível às necessidades de consumo, algo que o extrativismo tradicional, com sua ínfima produção, não consegue cumprir. Assim, o extrativismo vegetal vem cedendo lugar ao plantio de espécies regionais ou que se adaptem ao clima, ou ainda a agrossilvicultura, que está relacionada às exigências internacionais de qualidade ecológica. A pesca A pesca é uma das atividades econômicas mais identificadas com as características geográficas da região, pois o ambiente natural do Amazonas apresenta uma malha hidrográfica com 45 mil km de rios e mais de 2,5 mil espécies de peixes. Sendo um dos poucos estados com bom potencial de crescimento na sua produção, a pesca é subexplorada, considerando que o peixe é um recurso que gera alimento, renda e atrai turistas para pesca esportiva. Não há dúvidas quanto à sua importância para a população. Os peixes são a principal fonte de proteínas, destacando o Amazonas como o maior produtor de pescado de água doce do Brasil e o maior consumo per capita: 500g/dia no interior e 70~80k/ano na capital. A atividade envolve um grande número de pessoas (45mil empregos), organizadas em 42 colônias de pescadores, com perspectiva de mais 10 a partir de 2003 (Fepesca/Aipam). O aumento no consumo de pescado vem determinando uma maior captura que, graças à industrialização, teve sua insumos adquiridos, assim como motores, equipamentos de conservação (refrigerador e isopor, por exemplo), redes de nylon, etc. As riquezas regionais como produtos potenciais As iniciativas governamentais têm contado com o apoio incondicional das instituições de pesquisa na busca de soluções para superar os maiores desafios do setor primário. Além de apresentar o levantamento de certos recursos originais de plantas tropicais, indicando a sua utilidade medicinal e principais formulações, o estudo da FGV/ISAE encomendado pelo Governo do Estado e a Suframa, classificou as potencialidades regionais da seguinte forma: I. Produtos Potenciais de Abastecimento Local e Regional: Inclui o grupo de atividades que se restringe ao abastecimento local em função da população do Estado, que demanda estes tipos de produtos. Porém é um mercado delimitado pela demanda local, ou seja, suporta uma pressão empresarial limitada e cresce de acordo com fatores como renda e população, entre outros. No caso do abastecimento regional, ele depende da competitividade O desenvolvimento das atividades agrárias As recentes mudanças na agricultura Até o início da década de 1990, quando se falava em desenvolver uma agricultura comercia! no Estado do Amazonas, logo se reportava à idéia equivocada da falta de vocação agrícola, reforçada pelo conhecimento da existência de solos impróprios para as tradicionais monoculturas (café, soja, cana-de-açúcar, feijão, arroz, milho, algodão...) implantadas em regiões tropicais, e também da ocorrência de fenômenos típicos como a laterização e lixiviação, que causam a erosão. Este pensamento surgiu mais das experiências mal sucedidas na Amazônia e da falta de conhecimentos e assistência técnica, do que propriamente das condições naturais da floresta, detentora de uma capacidade reguladora de seu estoque de nutrientes, configurando um tipo 6 interestadual, ou seja, de fatores como produtividade, transporte, custo de produção, e outros, que tornam o produto atraente para comercialização em outros estados da Amazônia. II. Produtos Potenciais de Mercado Amplo: Grupo de produtos colocados de forma hierárquica, caracterizado por possuir um perfil de mercado e que corresponde a culturas ou atividades que já possuem tradição de produção na região e/ou aquelas que por enquanto não existem, mas que têm potencial e despontam como relevantes no mercado local. regional e internacional, proporcionando indicativos de investimentos. 113 kg/ha devido, principalmente, ao fato de que os pés são fracos (possuem mais de 30 anos de idade), além de serem severamente atacados por pragas. As atividades de criação A pecuária Não há dúvida de que essa atividade cresceu nos últimos anos, e há uma tendência de que continue crescendo, especialmente pela melhoria na qualidade dos rebanhos e adoção de novas técnicas de reprodução e criação. Gradativamente, deixa de ser uma pecuária extensiva, para se tomar cada vez mais intensiva, abastecendo o mercado consumidor de carne, leite e derivados. O setor ganhou, nos últimos anos, diversas empresas de produção de laticínios (iogurte, queijo, manteiga, doces, requeijão, etc.) e frigoríficos. As criações de bovinos e bubalinos (búfalos) tiveram um crescimento acima de 100% no Amazonas nos últimos cinco anos. Os respectivos rebanhos saíram de 888.662 cabeças, em 1997, para 1.302.527 no ano de 2002. Um aumento de 147%. Comparado ao rebanho bovino brasileiro, que chega a pouco mais de 154 milhões de cabeças, este número é irrisório. O rebanho bovino está distribuído principalmente pelos municípios de Autazes, Parintins, Careiro, Itacoatiara, Manacapuru e Rio Preto da Eva. Expansão e modernização Pólo Graneleiro de Grãos e Soja Comercial O comércio do Amazonas foi fortemente impulsionado pelo modelo ZFM. Cerca de 37,2% da Receita Tributária, que foi de R$ l ,7 bilhão em 2001, originou-se da atividade comercial, cujas empresas (~37 mil, Sefaz/2001) passaram por um amplo processo de expansão e modernização. Graças a isso, o Estado recuperou suas finanças e vem mantendo sua máquina administrativa atualizada (funcionalismo público, investimentos socioeconômicos e infra-estruturais). São mais de 35 anos de tradição de comércio importador da ZFM, especializado em artigos eletro-eletrônicos, perfumaria, vestuário, porcelana, informática, etc. para o mercado de consumo regional e nacional, como também importação de bens de capital ou intermediários destinados às indústrias do PIM que, paralelamente, também realizaram vendas no comércio local. O comércio externo (importação-exportação) favoreceu enormemente a economia regional e até nacional, em virtude do modelo ou política fiscal, que isenta produtos importados e fabricados na ZFM do pagamento de certos impostos. Até poucos anos atrás, era o único do Brasil a receber mercadorias importadas de diversos pontos do Planeta, bem como pessoas de diversas regiões brasileiras e do mundo, que deixavam boas somas no Estado, o que fez de Manaus um grande pólo de atração, com dezenas de lojas instaladas em seu centro e shoppins que se espalham por toda a cidade. De 1994 a 1997, as importações apresentaram crescimento, aumentando o déficit na balança comercial. Entretanto, de 1998 para cá, elas vêm caindo gradativamente, diminuindo esse déficit. As exportações não param de crescer; em 1994, elas somaram U$ 133,95 milhões e em 2001 chegaram a U$ 851,22 milhões. Embora com uma produção de soja ainda reduzida no contexto nacional (3.300 t IDAM/2001), o Estado dispõe de um enorme potencial para cultivo e produção, especialmente nas regiões de campos naturais e de cerrados, localizados ao sul do Estado, que têm despertado o interesse tanto de agricultores tecnificados quanto do Governo, como uma nova fronteira agrícola. Nesse contexto, a Hidrovia do Madeira e o Terminal Graneleiro de Itacoatiara destacam-se como alternativas importantes no escoamento de grãos. Em 2001, foram exportadas 1.127 mil toneladas de soja mato-grossense, para os mercados europeu (72%) e asiático (28%). A economia de frete, usando hidrovia e porto, é da ordem de US$ 17,5 p/t, ou seja 10,6%, sobre a antiga rota. A implantação de uma usina para esmagamento de soja em Itacoatiara, em 2002, com capacidade para esmagar aproximadamente 600 mil t/ano, deve dar um grande avanço econômico possibilitando a exportação de farelo e óleo de soja. Frente a essa nova realidade, o comportamento da cultura da soja, em termos de crescimento de área e de produtividade, tem-se concentrado na região sul do Estado, destacando-se Humaitá, que hoje responde por 76,92% da área plantada e uma evolução na produtividade para 2,1 t/ha, e Itacoatiara, com 300 ha de área plantada. A produção de farelo de soja, óleo degomado e óleo refinado, estimada em 2002, foi, respectivamente: 360 mil/t; 90 mil/t e 50 mil/t. Pólo de Guaraná O guaraná é um produto que apresenta múltiplas e comprovadas propriedades, inclusive medicinais. Normalmente, é comercializado sob a forma de refrigerantes, xarope, pó e bastão. A participação relativa do produto, nos mercados interno e externo, tem sido crescente, principalmente nas formas de refrigerante e em pó. Embora o Amazonas possua a maior área plantada, cerca de 9.445 hectares (IDAM, 2001), apresenta, ainda, baixa produtividade (113 kg/ha de semente torrada) em relação aos demais estados brasileiros cultivadores do guaraná (400kg/ ha de semente torrada). O Município de Maués possui aproximadamente 6.233 hectares (IDAM, 2001) de guaraná, sendo a maior área plantada no Brasil. Entretanto, nesse município, a cultura apresenta baixa produtividade de semente torrada, da ordem de O turismo: Características e novas modalidades Nas últimas três décadas, o turismo tornou-se uma atividade expressiva no Estado, acompanhando lado a lado os outros setores. Em 1971, no quarto ano da implantação da ZFM, o Amazonas recebeu cerca de 100.000 visitantes. Os números foram crescendo e, em 1986, só de turistas brasileiros foram em tomo de 190.000, realizando compras no valor total de US$150 milhões em produtos estrangeiros e US$ 35,4 milhões em produtos nacionais do D.I. de Manaus. 7 Desafio Geográfico 01. Assinale a alternativa incorreta: a) O extrativismo vegetal da madeira é realizado não somente por madeireiros individuais, mas, sobretudo, por empresas nacionais e multinacionais organizadas para tal fim. b) As multinacionais que realizam a extração da madeira atuam no mundo inteiro, em áreas de florestas equatoriais e tropicais, onde realizam também grandes projetos de reflorestamento, para que as espécies sejam preservadas. c) Na Amazônia, atuam dezenas de multinacionais no ramo madeireiro, que muito têm contribuído para a devastação da Floresta Amazônica. d) A exploração de madeira na Amazônia destina-se ao abastecimento dos merca dos interno e externo. e) O mogno e a cerejeira são madeiras muito procuradas da Amazônia, correndo o risco de extinção. 02. A Amazônia é uma das regiões que concentram o maior número de conflitos com mortes no campo brasileiro. Tais conflitos intensificaram-se a partir dos anos de 1970, devido: a) à revolta dos indígenas contra os posseiros que se apoderam ilicitamente de usas terras por meio de títulos falsos. b) à luta pela posse da terra nas áreas de maior concentração dos projetos agropecuários incentivados pela Sudam. c) à luta pelos posseiros no Bico do Papagaio, para organização da Liga Camponesa contra as injustiças sociais no campo. d) à tentativa governamental de assentar excedentes populacionais nordestinos na área. e) Ao perigo representado pelo grande contingente de nordestinos que vieram especialmente trabalhar nos seringais. 03. Os municípios de Itacoatiara, Parintins, Iranduba e Presidente Figueiredo têm como principal base económica, respectivamente: a) Piscucultura, turismo, reserva de nióbio, avicultura. b) Pólo madeireiro, pecuária, hortifrutigranjeiro, jazidas de cassiterita. c) Pólo de construção naval, guaraná, dendê, juta. d) Garimpos, fruticultura, indústria argilífera, cereais. e) Juta, banana, castanha, pescado. 04. O principal produto agrícola do Amazonas é: a) b) c) d) e) mandioca; juta; milho; guaraná; arroz. Desafio Geográfico 01. (Fuvest 2006) De uma publicação francesa, em 1787: “Quais são as fontes da força econômica da Inglaterra? – o comércio marítimo e a agricultura; a agricultura, sobretudo, é lá mais conhecida do que em qualquer outra parte, e, geralmente, praticada segundo princípios diferentes”. Podemos deduzir que os “princípios diferentes” aos quais a frase se refere são os do a) feudalismo; b) capitalismo; c) mercantilismo; d) cooperativismo; e) escravismo. 02. (Mackenzie) Em vez de fazer os camponeses trabalharem para eles em suas próprias casas, na chamada estação morta, os empresários manufatureiros reuniam-nos em grandes oficinas e lhes impunham uma nova divisão técnica de trabalho. Ao fazer isso, estes capitalistas revolucionavam não só as relações sociais de produção, mas também as forças produtivas, ao inventar o trabalhador coletivo, ou seja, um corpo disciplinado e coordenado de produtores especializados. (Paul Singer) A descrição anterior se refere: a) ao sistema de corporações de ofício que existiu na Europa durante a Alta Idade Média e foi responsável pela consolidação do modo de produção feudal; b) às transformações ocorridas na organização do trabalho na transição do feudalismo para o capitalismo; c) à superação das relações de produção baseadas na propriedade privada dos meios de produção e à implementação do controle dos produtores sobre o produto de seu trabalho; d) à coletivização dos trabalhadores rurais diante das transformações ocorridas pela imposição do sistema de cooperativas estatais; e) à difusão do trabalho compulsório para atender à necessidade das indústrias em expansão. 03. (Unifesp) Com o advento e a consolidação do capitalismo, na época moderna, o trabalho pôde, ao contrário do que ocorria no feudalismo, tornar-se livre de qualquer coação extra-econômica. Isto foi possível porque a) os empresários perderam seus benefícios especiais; b) o Estado perdeu o poder de controlar os sindicatos; c) as corporações de ofício perderam seus monopólios; d) os trabalhadores perderam os seus meios de produção; e) os proprietários de terras perderam seus privilégios. Geografia Geral economia não podia sobreviver inteiramente à revelia da participação do Estado. A quebra das economias na década de trinta exigiu a ação imediata do Estado no sentido de superar mais uma crise. As propostas do economista John Maynard Keynes deram fôlego aos Estados e, aos poucos, nova era de prosperidade vivenciouse. Entretanto, a partir dos anos setenta de século passado, o tamanho paquidérmico do Estado e sua pouca habilidade na condução austera da economia, reacende a discussão sobre os destinos da humanidade. Apoiados nas teses daqueles que defendiam a restrição da participação estatal na economia nova fase deflagrou-se. Com a derrocada do socialismo do Leste europeu, o caminho ficou livre para o capitalismo. Nova onda liberal abate-se sobre as economias mundiais. Um convite à abertura dos mercados, a desestatização das economias e ao estabelecimento de acordos comerciais supranacionais é a tônica do presente. Por trás dessa imagem de vitalidade e virtuosidade, escondem-se mecanismos de reprodução das desigualdades entre os países e os povos. Tratase do refinamento das estratégias de exploração entre os países do centro e da periferia do capitalismo. Professor HABDEL A evolução e a hegemonia do capitalismo “Desde o início da Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII, quando o sucesso de uma sociedade passou a ser definido como a evolução dos padrões de vida da população, nenhum sistema econômico conseguiu superar ou mesmo igualar o capitalismo. [...] Todavia os maiores inimigos do capitalismo (no século XX eram o nazi-fascismo e o socialismo) estão dentro dele. Apesar de os sistemas concorrentes terem desaparecido, o capitalismo vem produzindo um agravamento de seus problemas fundamentais: desigualdades sociais e internacionais, desemprego em grande escala, instabilidades financeiras (perda de valor de inúmeras moedas nacionais), etc. Alguma coisa tem de mudar para que o capitalismo sobreviva no século XXI”. (Thurow, Lesler C. O futuro do capitalismo. Rio de Janeiro, Rocco, 1997). Características: No capitalismo, predomina a propriedade privada dos meios de produção. Em alguns países, o Estado também é dono dos meios de produção, principalmente no que se refere aos setores básicos e de infra-estrutura. A sociedade é dividida em duas classes fundamentais: burguesia (dona dos meios de produção) e proletáriado (trabalhadores que têm para vender apenas a sua força de trabalho). Isso provoca profundas desigualdades sociais que são muito acentuadas nos países subdesenvolvidos. Hoje, com a globalização da economia, essas desigualdades têm aumentado também no interior dos países centrais do capitalismo. Os agentes econômicos buscam incessantemente a reprodução do capital. Esse é o objetivo básico do capitalismo. Os agentes econômicos, particulares ou públicos, investem seguindo a lógica do mercado. Orientam-se pela livre concorrência, livre iniciativa e pela livre concorrência, ancorados pela lei da oferta e da procura. Mesmo assim, não são raros os casos de setores que são monopolizadas ou oligopolizados. O mercado é o grande maestro da economia, muito embora o Estado tenha importante papel nela. Caracteriza-se ainda pela relação contratual de trabalho. O trabalho assalariado é a mola mestra desse sistema. Mesmo assim, subsistem, em regiões menos desenvolvida e rurais, as relações de parcerias, arrendamentos e, até mesmo trabalho forçado ou escravidão por dívida. O dinheiro ou cartões bancários ou de crédito são os seus principais instrumentos de crédito. Didaticamente, podemos dividir o capitalismo em três fases: O capitalismo surge como uma solução ao problema da desagregação do sistema feudal. Nesse sistema, a formação da riqueza estava na exploração da terra e do campesinato. No capitalismo, a tônica dava-se, inicialmente, na comercialização de produtos e mercadorias com o objetivo de obter lucro. Evoluindo, passou a incorporar atividades voltadas à produção de mercadorias. O lucro obtido era reinvestido na comercialização e na produção. O capitalismo também é caracterizado pela estruturação da sociedade em duas classes sociais. De um lado, os donos dos meios de produção. De outro, aqueles que só dispõem de sua força de trabalho para sobreviver. Embora hegemônico no presente, no seu nascimento o capitalismo trouxe deferentes nuances e diferenciados estágios de desenvolvimento. Floresceu rapidamente na parte ocidental da Europa. Foi mais vacilante na porção oriental. Na Espanha, onde foi chamado de metalista ou bulionista, afiançava que o poder de uma nação era mensurado a partir de suas reservas em ouro. Na vizinha França, assumiu cunho mais industrialista. Para os franceses o desenvolvimento de suas atividades produtivas possibilitaria a expansão de seus produtos no mercado externo. As práticas restritivas às importações e a forte presença do Estado como órgão disciplinador e regulamentador do comércio e da manufatura seriam as molas propulsoras do desenvolvimento daquela nação. Na Inglaterra, onde atingiu seu pleno desenvolvimento e maturidade, o comércio era matéria de primeira grandeza na condução do Estado. Procurava-se a todo custo manter a balança comercial favorável, ou seja, redução das importações com o conseqüente aumento das exportações. Os ingleses canalizaram, desde o início, os lucros auferidos com o comércio para o incentivo à produção industrial. Enorme capacidade de ajustar-se às novas realidades sempre foi o ponto forte do capitalismo. Em cada lugar, em cada momento histórico, em cada estágio de desenvolvimento econômico, esse sistema conseguiu adaptar-se às novas condições e permanecer forte até os dias atuais. Se as Navegações marcaram o ponto alto na superação das estruturas feudais, a Revolução Industrial rendeu-lhe estatuto de maioridade. Nos anos trinta, período entre Guerras, nova prova de resistência foi imposta ao capitalismo. Uma Fase Comercial Compreende o período que vai do fim do século XV até meados do século XVIII. A formação da riqueza dava-se na esfera da circulação das mercadorias. Esse ciclo se concretizava com a circulação de mercadorias que eram trazidas de fora da Europa e das que eram levadas às suas colônias. Essa foi uma das razões pelas quais ficou conhecido como mercantilismo. Segundo essa doutrina econômica, a forte intervenção do Estado na economia poderia promover a prosperidade nacional e o fortalecimento do Estado. Esse período foi marcado pela expansão marítima européia, momento de franca crescimento econômico e cultural do Velho Continente. Novas rotas foram estabelececidas 8 divisão social do trabalho. Ou seja, quem passa a ser o dono dos meios de produção á a nova burguesia industrial nascente. Ela dominava os meios de produção e empregava artesãos como força de trabalho assalariada. O mercado de consumo havia aumentado em decorrência da expansão marítima européia. As potências colonialistas tinham que abastecer suas colônias com produtos mais elaborados em que havia valor agregado. Uma característica ainda mantém a manufatura ligada ao artesanato. É que a produção era manual, já que a Revolução Industrial não havia acontecido. A Primeira Revolução Industrial, que teve como combustível o carvão mineral e como motor a máquina a vapor, produziu um novo espaço geoeconômico. Um espaço de produção industrial, agropecuário e extrator foi redefinido. Assim como um novo espaço de riquezas, de circulação e consumo vai proporcionar às cidades novos equipamentos aos novos moradores que se deslocam em levas cada vez maior do campo (urbanização da população). A cidade ganhou nova função, além das de defesa e trocas, a de produção industrial. Ia-se cada vez mais longe e cada vez mais rápido. O barco a vapor encurtou as distâncias no Planeta. O trem possibilitou o surgimento de indústrias longe das fontes de matérias-primas, transportando um volume cada vez maior de mercadorias e passageiros. O aço deu resistência, altura e leveza às construções. A descoberta do petróleo possibilitou o aparecimento do transporte individual (o automóvel) que iria modificar por completo o traçado das grandes cidades (o surgimento dos subúrbios distantes) e a vida de seus moradores. O uso da energia elétrica possibilitou mudanças radicais na produção industrial. Logo o tempo que era comandado pela natureza, já que a vida da população era regida pelo nascer e pôr-do-Sol, passou a ser regido pelo tempo do patrão. A lâmpada elétrica possibilitou a vida e o trabalho noturno. A Segunda Revolução Industrial produziu todas estas modificações e possibilitou o que viria depois. entre a Europa e as áreas produtoras de especiarias no Extremo Oriente. Novos territórios foram conquistados e passaram a gravitar em torno de sua economia. Como resultados, o mundo assistiu à expropriação das riquezas das novas terras, ao genocídio de suas populações e à escravização de grande parte das populações negras da África. A riqueza e o progresso da Europa foram construídos com o suor, o sangue e a vida de milhões de nativos das Américas e da África. A conduta metalista era uma da formas de se promover a riqueza nacional. Uma balança comercial sempre favorável era mais um mecanismo de obtenção de riqueza. O Estado passou a apoiar a expansão marítima e o colonialismo. Desenvolvia-se, nesse momento, uma forma perversa de drenar riqueza das colônias para as metrópoles. No “pacto colonial” que se impôs, a metrópole vendia o que era mais caro (manufaturas) e comprava o que era mais barato (matéria-prima e alimentos, os chamados bens primários). Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda foram os destaques desse momento. Fase Industrial “As transformações sociais e econômicas associadas a esse período foram tão intensas que representaram uma verdadeira revolução, conhecida como Revolução Industrial. [...] Nos séculos XVII e XIX, o capitalismo florescia na forma de pequenas e numerosas empresas que competiam por uma fatia de mercado, sem que o Estado interviesse na economia. Nessa fase, denominada de capitalismo liberal ou concorrencial, predominava a doutrina de Adam Smith (1723-1790), segundo a qual o mercado deve ser regido pela livre concorrência, baseada na lei da procura e da oferta [...]. Refletindo o otimismo científico-tecnológico do período, Smith acreditava que o mercado atingiria um equilíbrio natural por si só e que o progresso constante conduziria a humanidade à condição ideal, na qual não haveria escassez, e tudo seria bem-estar”. (Moreira, Igor. O espaço geográfico: Geografia geral e do Brasil. Ed. Ática, p. 32, 2002.). Um capitalismo mais forte e consolidado substitui o mercantilismo definitivamente a partir de meados do século XVIII. Com o processo de substituição do trabalho manual das manufaturas pelas máquinas a vapor, iniciada nas indústrias têxteis da Inglaterra, projetava-se uma nova fase na história do capitalismo: o capitalismo industrial. No mercantilismo, o Estado absolutista era favorável aos interesses da burguesia comercial. Os monopólios e as constantes ingerências do Estado na economia dificultavam e até se contrapunham aos interesses da nova burguesia industrial que se estava consolidando. A industrialização também foi um fenômeno que se expandiu do Reino Unido (Inglaterra), para outros países da Europa, como França, Alemanha, Bélgica, Itália, Rússia como também para os EUA, e de forma incipiente, para o Japão até o início do século XX. Nos países subdesenvolvidos, a industrialização só viria a acontecer a partir, principalmente, da Segunda Guerra Mundial. A riqueza acumulada na expansão comercial européia foi investida na mecanização da produção. Essa revolução técnica ampliou ainda mais a economia de mercado. A indústria pôde, assim, ascender à sua mais desenvolvida fase. Fase Financeira No plano econômico, assiste-se à chegada da fase mais evoluída do capitalismo. Agora denominado capitalismo financeiro ou monopolista, é caracterizado pela concentração de capitais e pela formação de grandes monopólios e oligopólios, ou seja, empresas de grande porte que se associam para determinar os preços dos produtos, controlar o mercado e absorver os concorrentes de menor porte. Ocorre, portanto um enfraquecimento da concorrência. No entanto o capitalismo monopolista somente se consolidou na primeira metade do século XX. Essa foi, talvez, uma prova de fogo para o Capitalismo. No período entre as duas guerras mundiais, o fermento da crise estava lançado. De um lado, excesso de produção; de outro, retração do poder de compra e de consumo da sociedade. Em 1929, sobreveio a crise, provocando entre tantos a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Mais uma vez, o velho camaleão mudava de roupa. A partir desse momento, surge uma nova conduta: O Keynesianismo, pois o Estado passa a intervir maciçamente na economia ora como regulamentador, ora como empresário. Impondo uma renda mínima, limitando a jornada de trabalho, um seguro-desemprego, uma previdência e assistência social, proibindo o trabalho do menor, a criação de empresas estatais e de empregos, entre outras, foram mediadas adotadas com vistas ao combate da crise e à busca de uma reestruturação econômica. Hoje, o Capitalismo dá mais uma prova de vitalidade, inaugurando a sua mais nova fase: o Neoliberalismo. Estágio de desenvolvimento da indústria: Fase artesanal: não-divisão social do trabalho, não havia ocorrido ainda a divisão técnica do trabalho. Havia o emprego de ferramentas simples, e a produção destinava-se ao abastecimento e consumo local. Fase manufatora: este é o estágio intermediário entre o artesanato e a maquinofatura. Distinguese do estágio anterior porque nele ocorre a 9 Desafio Geográfico 01. (UFC) A Primeira Revolução Industrial provocou uma grande transformação no espaço geográfico. A esse respeito, leia as afirmações abaixo. I. Aconteceu um intenso processo de urbanização, e as cidades passaram a comandar as atividades econômicas e a organização do espaço geográfico. II. Com a ampliação da divisão internacional do trabalho, alguns países europeus especializaram-se na produção industrial, controlando o mercado mundial de produtos industrializados. III. Aconteceram grandes mudanças no modo de produção, sem implicações na organização política e territorial da Europa. Assinale a alternativa correta. a) b) c) d) e) Apenas I é verdadeira. Apenas III é verdadeira. Apenas I e II são verdadeiras. Apenas II e III são verdadeiras. I, II e III são verdadeiras. 02. (Ufrrj) Com a emergência da Terceira Revolução Industrial e da reestruturação do capitalismo, nas últimas décadas do século passado, além da ruptura do modelo industrial e tecnológico, eram questionadas também as relações econômicas, sociais e políticas definidas pelo padrão de industrialização fordista. Sobre a reestruturação do capitalismo e as conseqüências sobre a organização do trabalho não é correto afirmar que a) reverteu o longo período de alinhamento da relação capital/trabalho, relativamente favorável ao segundo. b) admitiu as regulações governamentais protecionistas que engessaram o mercado de trabalho e aumentaram a competitividade. c) golpeou a organização sindical que, na defensiva, perdeu parte do seu poder de representação e enfrentamento. d) alterou o processo produtivo e o trabalho envolvido na produção, acentuando a exclusão econômica e social. e) afetou o mundo do trabalho ao mudar as relações no processo produtivo, a divisão do trabalho e as negociações coletivas. 03. (Unifesp) O processo de industrialização tardia verificado após a Segunda Guerra Mundial promoveu a) uma divisão territorial do trabalho baseada na troca desigual de commodities. b) a reunião de líderes de países pobres contra o capital internacional. c) uma articulação produtiva entre núcleos de países centrais e de países pobres. d) a atuação decisiva de países periféricos no Conselho de Segurança da ONU. e) uma frente de países ricos que atuou pela libertação colonial dos povos. Desafio literário 01. Opte pela correlação incorreta: a) José de Alencar: Fernando Seixas, Aurélia, Adelaide. b) Bernardo Guimarães: Leôncio, Álvaro, Malvina. c) Manuel A. de Almeida: Luisinha, Vidinha, Major Vidigal. d) Visconde de Taunay: Inocência, Cirino, Manecão. e) José de Alencar: Augusto e Carolina. 02. O romance focaliza a vida indígena brasileira antes do contato com o homem branco. Tem como figura central o índio araguaia Jaguarê que procura derrotar outros guerreiros para conquistar a glória de ser o mais forte e poderoso entre todos. a) b) c) d) e) A Confederação dos Tamoios Ubirajara Iracema I-Juca Pirama O Guarani 03. (SANTA CASA) Coube à Companhia Dramática Nacional, de João Caetano, encenar, em 1838, aquela que foi, no dizer de seu autor, a “primeira tragédia escrita por um brasileiro e única de assunto nacional”. a) A Capital Federal, de Artur Azevedo. b) Gonzaga ou A Revolução de Minas, de Castro Alves. c) O Demônio Familiar, de José de Alencar. d) A Família e a Festa na Roça, de Martins Pena. e) Antônio José ou O Poeta da Inquisição, de Gonçalves de Magalhães. Caiu no vestibular 04. (USP) O índio em alguns romances de José de Alencar, como Iracema e Ubirajara, é: a) retratado com objetividade, numa perspectiva rigorosa e científica; b) idealizado sob o pano de funda da natureza, do qual é o herói épico; c) pretexto episódico para descrição da natureza; d) visto com o desprezo do branco preconceituoso, que o considera inferior; e) representado como um primitivo feroz e de maus instintos. 05. (UC–PR) Coube a (...) atingir o ponto mais alto do teatro romântico brasileiro. Numa linguagem simples e correta, retratou os variados tipos da sociedade do século XIX. a) b) c) d) e) Martins Pena Machado de Assis Procópio Ferreira Cornélio Pena José de Alencar Literatura 4. Dr. Torquato – Recebe ajuda de Aurélia e casa-se com Adelaide. 5. Abreu – Jovem e rico, apaixona-se por Aurélia, mas não é correspondido. Professor João BATISTA Gomes 6. Lourenço Camargo – Avô de Aurélia; ao morrer, declara a neta sua herdeira universal. Romantismo IV – Prosa II 7. Pedro e Emília – Pais de Aurélia. 8. Mariquinhas e Nicota – Irmãs de Seixas. 4. OBRAS DE JOSÉ DE ALENCAR O GUARANI (romance) 9. Lemos – Tio e tutor de Aurélia. a) Época – Primeira metade do século XVII. 5. VISCONDE DE TAUNAY b) Cenário – Uma fazenda à margem do Rio Paquequer, afluente do Paraíba, perto da cidade do Rio de Janeiro. Nascimento e morte – Alfredo d'Escragnolle Taunay nasce no Rio de Janeiro, em 22 de fevereiro de 1843. Falece em 25 de janeiro de 1899. c) Personagens: 1. D. Antônio de Mariz – Colonizador português; pai de Cecília. 4. Loredano – Ex-padre; vilão. Guerra do Paraguai – Participa da Guerra do Paraguai, como engenheiro, na expedição de Mato Grosso, cuja triste e heróica retirada narra no livro publicado inicialmente em francês: A Retirada da Laguna (obra histórico-documental). 5. D. Álvaro – Mora com a família de D. Antônio. É apaixonado por Cecília. Ao descobrir que ela ama o selvagem, suicida-se. Política – Deixa o exército no posto de Major, dedicando-se à política, da qual se afasta como Senador por Santa Catarina (1899). 6. Isabel – É apaixonada por Álvaro. Suicida-se junto com ele. Regionalismo sóbrio – Seu regionalismo é sóbrio, com pouca fantasia e aguçada observação. A história de Inocência é contada dentro de um conjunto de verossimilidade e constitui a nossa melhor obra regionalista do Romantismo. 2. Peri – Herói da história, índio forte e corajoso, com pinta de super-herói. 3. Cecília – Heroína da história. 7. D. Diogo – Irmão de Cecília. IRACEMA (romance) a) Época – Nesta obra, as referências a tempo limitam-se ao lendário. Imagina-se que a época em que se transcorrem os acontecimentos seja a de origem do Ceará. OBRAS 1. 2. 3. 4. 5. b) Cenário – Florestas e praias do Ceará. c) Personagens: A Mocidade de Trajano (romance, 1872) Inocência (romance, 1872) Lágrimas do Coração (romance, 1873) Ouro Sobre Azul (romance, 1878) O Encilhamento (romance, 1890) INOCÊNCIA (romance) 1. Martim – Guerreiro branco, personagem de existência real (Martim Soares Moreno), o primeiro colonizador português a descobrir o Ceará. a) Época – Século XIX. b) Cenário – Sertão de Mato Grosso, ambiente tipicamente rústico. c) Narrativa – Terceira pessoa (narrador onisciente). d) Personagens: 2. Iracema – Índia tabajara, a virgem dos lábios de mel, a virgem de Tupã. 1. Inocência – Sertaneja muito bonita, prometida pelo pai ao boiadeiro Manecão Doca. 3. Araquém – Pai de Iracema, pajé da tribo. 4. Caubi – Irmão de Iracema. 2. Cirino – Curandeiro (farmacêutico) que viaja pelo sertão de Mato Grosso, praticando a Medicina. É conhecido no interior como Doutor Cirino. Apaixona-se por Inocência e morre por ela. 5. Irapuã – Chefe tabajara, símbolo do ciúme. 6. Poti – Chefe dos Pitiguaras, tribo onde mora Martim. 7. Moacir – Filho de Martim e Iracema. Em tupi, “o filho da dor”. 3. Pereira – Pai de Inocência. Pequeno fazendeiro do interior de Mato Grosso. Para ele, a honra da família está acima de tudo. SENHORA (romance) a) Época – Meados do século XIX. b) Cenário – Rio de Janeiro, destacando dois bairros: Santa Teresa e Laranjeiras. c) Foco narrativo – Terceira pessoa (narrador onisciente). d) Temática – Conflito entre casar-se por amor ou por dinheiro. 4. Manecão – Boiadeiro, capataz, vaqueiro. Cabelos grandes, ar selvagem, forte, valente. É noivo de Inocência por imposição do pai dela. 5. Tico – Anão, quase mudo, é esperto, muito apegado a Pereira e a Inocência. É uma espécie de criado. e) Personagens: 6. Meyer – Entomologista alemão. Está viajando pelo sertão brasileiro atrás de borboletas para os museus de sua terra. 1. Aurélia Camargo – Heroína; mulher perfeita em todos os sentidos. 2. Fernando Seixas – Herói. 7. Antônio Cesário – Padrinho de Inocência, mora distante da fazenda de Pereira cerca de dezessete léguas, 3. Adelaide Amaral – Chega a ficar noiva com Seixas. 10 personagens não se dividem mais em heróis e vilões. Praticam o bem e o mal, impulsionadas pelas necessidades de sobrevivência (a fome, a ascensão social, as necessidades amorosas). em Minas Gerais. É quem pode interceder junto a Pereira a favor de Cirino e Inocência. Presencia a morte de Cirino. 5. FRANKLIN TÁVORA Subúrbio carioca – O autor retrata, pela primeira vez, o subúrbio carioca. Há, no livro, um desfile dos tipos comuns do Rio de Janeiro: o soldado, a prostituta, o malandro, as parteiras, as rezadeiras – todos descritos sem a fantasia exagerada do Romantismo. Nascimento e morte – João Franklin da Silveira Távora nasce em Baturité, Ceará, em 13 de janeiro de 1842. Falece no Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1888. Advogado e político – Ainda criança, vai para Pernambuco, onde se forma em Direito em 1863. Advoga por algum tempo e entra na política. MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS Críticas a José de Alencar – Faz duras críticas a José de Alencar nas Cartas a Cincinato. São artigos em forma de cartas em que critica principalmente os romances Iracema e O Gaúcho. a) Cenário – Rio de Janeiro. b) Época – Início do século XIX, época do Rei D. João VI. c) Personagens: 1. Leonardo – Herói da história. Profissão: malandro. No fim, casa-se com uma mulher rica e é promovido a Sargento da Milícia carioca. Até os sete anos, vive com os pais. Depois, vai viver com o padrinho. Literatura do Norte – Por intermédio de sua obra máxima, O Cabeleira, tena inaugurar uma nova corrente literária denominada Literatura do Norte – mais fiel aos usos e costumes das nossas regiões rurais. Mas a literatura voltada para o nordeste só se faz realidade com José Américo de Almeida (A Bagaceira, 1928). 2. Leonardo Pataca – Pai do herói. Profissão: soldado. O Cabeleira – Escreve romances, dramas, comédias e faz críticas literárias e políticas. Mas da vasta produção, somente O Cabeleira continua merecendo alguma atenção dos leitores, quase sempre por imposição dos programas de leitura nas escolas. 3. Maria Hortaliça – Mãe do herói. Desfeito o casamento com Pataca, fuge para Portugal com um capitão de navio. 4. Padrinho – Cria Leonardo, mas é muito benevolente com o menino: perdoa-lhe todas as traquinagens. OBRAS 5. Luisinha – Namorada de Leonardo. Casa-se com ele – não sem antes ficar viúva de José Manuel. 1. 2. 3. 4. A Trindade Maldita )(omance, 1861) Os Índios do Jaguaribe (romance, 1862) A Casa de Palha (romance, 1866) Um Casamento no Arrabalde (romance, 1869) 5. O Cabeleira (romance, 1876) 6. O Matuto (romance, 1878) 7. Lourenço (romance, 1881) 6. Vidinha – Amante de Leonardo. 7. Major Vidigal – O terror da malandragem carioca. É quem transforma Leonardo em soldado, depois em sargento da Milícia. 6. MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA 6. MARTINS PENA Nascimento e morte – Nasce no Rio de Janeiro, em 17 de novembro de 1831. Morre em 28 de novembro de 1861, no naufrágio do Vapor Hermes, próximo a Macaé. Nascimento e morte – Luís Carlos Martins Pena nasce no Rio, em 1815. Falece em Lisboa, em 1848. Primeira comédia – Muito cedo, põe-se a escrever comédias (a primeira redação do Juiz de Paz na Roça é de 1833; o autor tem, então, dezoito anos), recebendo estímulo de João Caetano – o primeiro ator brasileiro. Romance de folhetim – De família pobre, órfão, conhece de perto a vida da pequena classe média carioca. Para sobreviver, trabalha assiduamente no jornalismo, como revisor e redator do Correio Mercantil, onde publica, em folhetim, as Memórias de um Sargento de Milícias, sob o pseudônimo de “um brasileiro” (1853). O romancista não tem ainda vinte anos de idade. Morte aos 33 – Torna-se Adido da legação brasileira em Londres, mas minado pela tuberculose, é obrigado a regressar ao Brasil. Em trânsito por Lisboa, vem a falecer, com apenas trinta e três anos de idade. Ajuda a Machado de Assis – Mais tarde, é nomeado administrador da Tipografia Nacional. Neste cargo, conhece e ajuda o então ainda aprendiz de tipógrafo Machado de Assis Comédias coloquiais – Suas peças teatrais são escritas em linguagem coloquial, em prosa, com a única intenção de fazer rir. Para isso, apresenta ao público carioca o ridículo dos tipos roceiros e provincianos em contato com a cidade grande. Romance picaresco – O romance de Manuel Antônio de Almeida é picaresco (gênero literário de origem espanhola), ou seja, tem intenção de não ser sério. Leonardo é o primeiro herói malandro da Literatura Brasileira. OBRAS 1. O Juiz de Paz na Roça (comédia, 1838) 2. O Inglês Maquinista (comédia, 1845) 3. O Judas em Sábado de Aleluia (comédia, 1844) 4. O Noviço (comédia, 1845) 5. Quem Casa Quer Casa (comédia, 1845) Crônica de costumes – Memórias de um Sargento é uma novela de tom humorístico que faz crônica de costumes do Rio Colonial, na época de D. João VI. As 11 Leitura obrigatória Vaso Grego Alberto de Oliveira Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às [bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se de antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. 1. ENJAMBEMENT – Processo poético de pôr no verso seguinte uma ou mais palavras que completam o sentido do verso anterior. O termo francês pode ser substituído por cavalgamento ou encadeamento. Note que o processo em questão ocorre entre os versos 1/2, 5/6 e 10/11. 2. VERSOS DECASSÍLABOS – Todos os versos do soneto têm dez sílabas métricas – prática comum entre os poetas do Parnasianismo 3. SINÉRESE – O autor usa sinérese (contração de duas sílabas em uma só, sem alteração de letras nem de sons) no verso 5. Veja: E/ra o/ poe/ta/ de/ Teos/ que a/ sus/pen/di/a Essa prática garante a perfeição formal, ou seja, que todos os versos sejam isométricos. 4. RIMAS RICAS – Ocorrem entre palavras de classes diferentes. Encontramo-las nos seguintes pares de versos: 2/4 (dia: substantivo; servia: verbo), 9/12 (admira: verbo; lira: substantivo) e 11/14 (doce: adjetivo; fosse: verbo). 5. ORDEM INVERSA – Quando a inversão é exagerada, tornando obscuro o sentido, chama-se sínquise. Das quatro estrofes, a que tem ordem mais caótica é a primeira. Para captar-lhe a idéia, é necessário reescrevê-la na ordem direta. Veja: Esta copa brilhante, de relevos áureos, trabalhada de divas mãos, um dia, vinda do Olimpo, como já cansada de servir aos deuses, servia a um novo deus. 6. ANACREONTE – Poeta grego, natural de Teos (século VI a. C.), famoso por suas canções de amor irônicas e melancólicas. Encarte referente ao curso pré-vestibular Aprovar da Universidade do Estado do Amazonas. Não pode ser vendido. DESAFIO HISTÓRICO (p. 3) 01. B; 02. A; 03. C; DESAFIO HISTÓRICO (p. 4) 01. B; 02. A; 03. C; Governador ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el Eduardo Braga amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986. Vice-Governador ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário Omar Aziz brasileiro da língua portuguesa. São Paulo: Reitor Melhoramentos, 1975. Lourenço dos Santos Pereira Braga questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996. Carlos Eduardo Gonçalves ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a Pró-Reitor de Planejamento e Administração Antônio Dias Couto Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários Ademar R. M. Teixeira Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Walmir Albuquerque Coordenadora Geral Munira Zacarias Coordenador de Professores João Batista Gomes Coordenador de Ensino Carlos Jennings Coordenadora de Comunicação Liliane Maia Coordenador de Logística e Distribuição Raymundo Wanderley Lasmar Produção História: História geral e História do Brasil, 8. ed. BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31. ed. São Paulo: Nacional, 1987 CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia Moderna, 2001. COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil - 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003. HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de Estudos da Igreja na América Latina. História da Heimar de Oliveira Mateus Borja Paulo Alexandre Rafael Degelo Tony Otani DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 9) 01. E; 02. C; 03. B; 04. D; 05. C; Igreja na Amazônia. 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Editoração Eletrônica Horácio Martins Este material didático, que será distribuído nos Postos de Atendimento (PAC) na capital e Escolas da Rede Estadual de Ensino, é base para as aulas transmitidas diariamente (horário de Manaus), de segunda a sábado, nos seguintes meios de comunicação: • TV Cultura (7h às 7h30); sábados: reprise às 23h • Amazon Sat (15h às 15h30) • RBN (13h às 13h30) reprise: 5h30 e 7h (satélite) • Rádio Rio Mar (19h às 19h30) • Rádio Seis Irmãos do São Raimundo (8h às 9h e reprise de 16h às 16h30) • Rádio Panorama de Itacoatiara (11h às 11h30) • Rádio Difusora de Itacoatiara (8h às 8h30) • Rádio Comunitária Pedra Pintada de Itacoatiara (10h às 10h30) • Rádio Santo Antônio de Borba (18h30 às 19h) • Rádio Estação Rural de Tefé (19h às 19h30) – horário local • Rádio Independência de Maués (6h às 6h30) • Rádio Cultura (6h às 6h30 e reprise de 12h às 12h30) • Centros e Núcleos da UEA (12h às 12h30) Postos de distribuição: • • • • PAC São José – Alameda Cosme Ferreira – Shopping São José PAC Cidade Nova – Rua Noel Nutles, 1350 – Cidade Nova I PAC Compensa – Av. 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