• História – Nova República –
(1985–2002)
pg. 02
Hotel de selva no rio N
o: turismo
ecológico surge como alternegr
at
econômica para o Amazonas iva
• História – A Segunda Revolução
Industrial
• Geografia – Aspectos da
economia amazonense
pg. 04
pg. 06
• Geografia – A evolução e a
hegemonia do capitalismo
pg. 08
• Literatura – Romantismo IV –
Prosa II
pg. 10
no
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Movim ent de Col 1992
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impeach as ruas em
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tomo
UEA capacita
profesores
indígenas
História
Professor DILTON Lima
Nova Republica (1985–2002)
Governo José Sarney (1985–1990)
professores da Universidade do Estado do
Com a morte de Tancredo Neves, assumiu a
Presidência, em caráter definitivo o vice José
Sarney, que estava em exercício desde o
primeiro dia do novo governo, já havia dado
posse ao Ministério escolhido por Tancredo e
decidido a não assinar mais decretos-leis,
transferindo para o Congresso Nacional maior
poder de decisão.
Amazonas (UEA) e da Organização Geral dos
Constituição de 1988
Professores Ticunas Bilíngües (OGPTB).
A Constituição de 1988 representou um passo
importante na redemocratização do País. As
principais determinações foram:
• O racismo (crime inafiançável e imprescritível).
• Foi mantida a República Federativa, com
regime presidencialista (até o plebiscito de
1993). No entanto o poder do Executivo foi
reduzido em relação às Constituições
anteriores, enquanto o poder Legislativo e o
Judiciário foram fortalecidos.
• A constituição estabelece ainda a eleição em
dois turnos para presidente da República,
governador de Estado e prefeitos de
municípios com mais de 200 000 habitantes.
• Foi abolida a censura nos meios de
comunicação.
• Demarcação das terras indígenas.
• Voto facultativo dos 16 aos 18 anos e após os
70.
• Direito de voto aos analfabetos.
• Vantagens trabalhistas: direito de greve, férias
remuneradas acrescidas de 1/3 do salário,
jornada de trabalho de 44 horas semanais,
hora extra paga com 50% a mais do valor da
hora normal, licença-maternidade de 120 dias,
etc.
Foi realizada em janeiro e fevereiro a segunda
etapa do Curso de Licenciatura para Professores
Indígenas do Alto Solimões, ministrado por
Realizado por meio de convênio entre e UEA e
o Ministério da Educação via Programa de
Formação Superior e Licenciaturas Indígenas
(Prolind), o curso é o único desse molde
ministrado em aldeia em todo o Brasil.
As aulas desta segunda etapa foram
ministradas na Aldeia Filadélfia, município de
Benjamin Constant. Foram oferecidas 250
vagas para professores das etnias ticuna,
cocama e cambeba divididos em seis turmas,
com aulas de segunda a sábado.
O projeto pedagógico foi apresentado pela
Organização Geral dos Professores Ticunas
Bilíngües (OGPTB). Além de palestras de
professores convidados e apresentações
culturais, os alunos tiveram aulas de Química,
Matemática, Educação, Biologia, Língua
Portuguesa, Língua Ticuna, Língua Cocama,
História, Antropologia, Direito e Artes. A temática
da programação pedagógica desta segunda
etapa é Educação, Direitos e Identidade.
Dentro da programação do curso, foram
agendados os seguintes eventos: encontro com
secretários de educação e representantes de
outros órgãos governamentais, duas rodadas de
discussões sobre a educação e a Assembléia
Geral da OGPTB, além do seminário de
encerramento, dias 13, 14 e 15 de fevereiro.
Ao todo, o curso terá nove etapas presenciais
(de ensino intensivo) e oito etapas intermediárias
(de prática pedagógicas, estudos e pesquisas).
As atividades são dovididas em módulos durante
as férias escolares e abrangem três áreas:
Estudos de Linguagem; Ciências da Natureza e
Matemática e Ciências Humanas. A primeira
etapa foi realizada em julho de 2006.
De acordo com a coordenação do projeto,
cerca 15 mil alunos indígenas da região do Alto
Solimões serão beneficiados diretamente com a
qualificação desses professores, que deve
possibilitar uma interação entre saberes
tradicionais e científicos. Para isso, a organização da grade curricular objetiva que os
professores conquistem a autonomia desejada,
sejam competentes em sua profissão, dominem
os conteúdos, mas que, principalmente, tenham
espaço para refletir sobre sua prática e seus
saberes já acumulados.
Cruzado já apresentava problemas: muitos
produtos desapareceram do mercado, e
começou a cobrança de ágio, ou seja, o
consumidor era obrigado a pagar um tanto a
mais sobre o preço estipulado pelo
congelamento.
Em novembro de 1986, após eleições, foi
anunciado o Plano Cruzado II, que congelou
preços muito acima da realidade do mercado.
Com o passar do tempo, a inflação voltou a
crescer e, em maio de 1987, já ultrapassava a
casa dos 20% ao mês. O fracasso do plano
provocou a queda do ministro Dílson Funaro.
Em junho de 87, o governo decretou um plano
econômico, agora sob a orientação do ministro
Luís Carlos Bresser Pereira. O Plano Bresser,
como ficou conhecido, visava regularizar as
contas públicas. Por não conseguir manter a
política de preços e de salários controlados.
Maílson da Nóbrega, o quarto e último ministro da
Fazenda do governo Sarney, tentou ainda outro
“pacote” de medidas para sanear a economia: o
Plano Verão, anunciado em janeiro de 1989, que
decretou um novo congelamento, criou o cruzado
novo e comprometeu-se a conter os gastos
públicos. O governo Sarney terminou em
ambiente de recessão econômica, especulação
financeira e ameaça de hiperinflação.
Governo Fernando Collor
Fernando Collor de Melo pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN) derrotou Luís Inácio Lula
da Silva, candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no 2.° Turno das eleições de 1989.
Contou com o apoio da TV Globo para vender
seu marketing político. Graças a isso, Collor
ficou conhecido como:
• Caçador de Marajás.
• Defensor dos descamisados.
• Messias.
• Salvador da pátria.
• Amigo dos pobres.
Um dia depois de assumir a Presidência, Collor
anunciou uma série de medidas que visavam
reorganizar a economia nacional. Elaborado
pela equipe da ministra Zélia Cardoso de Mello,
o Plano Brasil Novo, mais conhecido como
Plano Collor, determinou:
• a extinção do cruzado novo e a volta do
cruzeiro como moeda nacional;
• o bloqueio, por dezoito meses, dos depósitos
em contas correntes e cadernetas de
poupança que ultrapassassem os 50.000
cruzados novos (50 cruzeiros);
• o congelamento parcial de preços e salários;
• o fim de subsídios e incentivos fiscais;
• o lançamento do Programa Nacional de
Desestatização;
• a extinção de vários órgãos do governo.
Economia no governo Sarney
Do ponto de vista econômico, o governo Sarney
foi bastante conturbado. Herdeiro dos
problemas gerados pelo modelo de
desenvolvimento econômico estabelecido
durante o regime militar e agravado pelas
sucessivas crises internacionais, o governo
elaborou vários planos para combater a inflação
e estabilizar a economia.
No dia 28 de fevereiro, foi decretado o Plano
Cruzado, que estabelecia uma série de
medidas:
• O cruzeiro foi substituído pelo cruzado, com
corte de três zeros.
• Todos os preços foram congelados.
• Os salários, também congelados, seriam
corrigidos anualmente, ou cada vez que a
inflação atingisse 20% (gatilho salarial).
• Foi extinta a correção monetária.
• Foi criado o seguro-desemprego.
Os objetivos do plano eram: enxugar a
máquina administrativa do Estado, acabar com
a inflação e modernizar a economia. Sem
dúvida, as medidas causaram grande impacto e
afetaram a vida da população em geral, dos
trabalhadores aos empresários. Porém os
resultados não foram satisfatórios.
Em julho de 1990, foram implementadas
reduções nas tarifas alfandegárias, dando início
à abertura internacional da economia brasileira.
Em março de 1991, o Tratado de Assunção
criou o Mercosul. O tratado tem por objetivo
integrar as relações econômicas no Cone Sul.
Elaborado pela equipe do então ministro da
Fazendo Dílson Funaro, o plano contou, inicialmente, com o apoio da população, entusiasmada
com as perspectivas de estabilização econômica.
O povo foi incentivado a colaborar, fiscalizando
estabelecimentos comerciais que praticassem
preços acima da tabela determinada pelo
governo. A inflação foi reduzida, o desemprego
diminuiu, o poder aquisitivo da população
cresceu. Mas em poucos meses, o Plano
Fim da Era Collor
A administração federal teve, com ele, um estilo
oligárquico e uma feição populista. Ironicamente,
provocou uma modernização política que foi a
2
verificou-se intensa especulação de preços,
especialmente aqueles ligados aos setores
oligopolizados da economia, o que aumentou
ainda mais o processo inflacionário.
causa principal de sua própria desintegração.
Collor, assim como Jânio Quadros e João Goulart,
apostou em um apoio popular que substituiria o
apoio que ele não teve nos grandes partidos e no
Congresso Nacional. Escudado nos milhões de
votos que recebeu, seu poder desmoronou-se
quando a opinião pública, motivada pelo escândalo da CPI de Paulo César Farias, voltou-se
contra o governo, e ele teve de confrontar-se com
as fontes reais do poder no Brasil.
Não foram os desacertos políticos e socioeconômicos, que aconteceram durante os 930
dias da era Collor, os responsáveis principais do
colapso do governo. Pedro Collor, irmão do
presidente, acusou a existência de um tráfico de
influências dentro do governo, intermediado
pelo empresário Paulo César Farias, tesoureiro
da campanha presidencial de Collor e seu
amigo pessoal.
A repercussão das acusações pela imprensa
resultaram em uma indignação popular sem
precedentes. Esta se acentuou na medida em
que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI),
organizada para a averiguação dos fatos, acabou
por descobrir ligações entre o presidente e os
envolvidos diretamente nas negociatas que
implicaram o desvio de milhões de dólares dos
cofres públicos.
Em 29 de setembro de 1992, a Câmara de
Deputados votou favoravelmente ao impedimento.
Collor conseguiu apenas 38 votos em seu favor.
Manifestaram-se a favor do impeachment 441
deputados, mais de 100 além do número mínimo
previsto pela Constituição (Artigo 86) para
suspender o presidente e permitir seu julgamento
pelo Senado. Collor foi suspenso por 180 dias.
Com a suspensão de Fernando Collor, assumiu a
Presidência o vice Itamar Augusto Franco.
Observação: Envolvimento com o chamado
“Esquema PC”: uma vasta rede de corrupção e
tráfico de influência armada e liderada pelo
empresário alagoano Paulo César Farias;
Eleições de 1994
Após implantar o Plano Real, o ministro da
Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, deixou o
cargo para candidatar-se à presidência da
República.
Fernando Henrique venceu as eleições no
primeiro turno, com 54% dos votos válidos,
contra 27% dados a Luis Inácio Lula da Silva. O
novo presidente assumiu em 1.° de Janeiro de
1995, para cumprir um mandato de 4 anos.
Governo de Fernando Henrique Cardoso
(1995-1998)
Para amparar bancos em dificuldade, em
novembro de 1995, foi criado o Programa de
Estimulo à Reestruturação do Sistema
Financeiro Nacional (PROER), que facilita a
fusão entre bancos em dificuldade. Por meio do
PROER, o Banco Central assume a parte podre
dos bancos quebrados, isto é, os créditos de
difícil recebimento e as obrigações duvidosas.
Os compradores ficam com a parte boa dos
bancos, isto é, clientes, agências e bens.
Além da defesa do real, o governo Fernando
Henrique busca equilibrar as finanças públicas
numa série de reformas constitucionais
essenciais para garantir estabilidade econômica.
Segundo Governo Fernando Henrique
(1988–2002)
O governo FHC segue o chamado projeto
neoliberal, cuja ênfase é a diminuição da
intervenção do Estado na economia. Neste 2.°
Governo, pretendem-se aplicar certas medidas
para controlar a inflação e modernizar o País; as
medidas são as seguintes:
Ajuste fiscal: limitação dos gastos do Estado
na Economia de acordo com a arrecadação.
Esta medida visa combater o déficit público.
Redução do tamanho do Estado: limitação do
Estado na Economia. Esta medida visava a
continuação da política neoliberal.
Privatização: venda de empresas estatais a
grupos que não se relacionam à atividade
especifica do Estado. Esta medida visa entregar
as empresas aos grupos estrangeiros.
Abertura financeira: permissão para que as
instituições financeiras internacionais possam
atuar em igualdade de condições com as do
País. Esta medida põe fim às restrições à
entrada de capital estrangeiro no País.
Impeachment (1992)
Afastamento do presidente Fernando Collor da
Presidência da República por estar envolvido
em esquema de corrupção, roubo do dinheiro
público e formação de quadrilha. O presidente
da República Fernando Collor teve seus direitos
políticos suspensos por 8 anos (cassação de
mandato). Deveria retornar a vida política em
2000.
Governo Itamar Franco
A convocação do senador Fernando Henrique
Cardoso para o Ministério da Fazenda resultou
na elaboração de um novo plano econômico. O
Plano FHC (letras iniciais do nome de seu
criador), rebatizado posteriormente como Plano
Real, criou o URV (Unidade Real de Valor), um
indexador provisório da economia, que serviria
como transição até que uma nova moeda – o
real – entrasse em vigor. O real manteria
paridade com o dólar e eliminaria a espiral
inflacionária. O novo plano econômico não
incluiu as soluções conhecidas e já provadas
insuficientes, como o congelamento dos preços
e de salários e confiscos.
Os setores sindicais e alguns partidos políticos,
entre eles o PT, opuseram-se parcialmente às
determinações do Plano FHC, por entenderem
que o mesmo implicava um arrocho salarial. O
plano não fixou nenhuma norma para a
conversão dos preços, mas os salários dos
trabalhadores foram convertidos em URV com
base na média dos quatro meses anteriores.
Às vésperas de o novo plano entrar em vigor,
Luís Inácio LULA da Silva
O eleito
Oposição e guinada ao centro fazem o PT
vencer a primeira eleição presidencial.
Após 22 anos de existência do partido, três
derrotas e oito anos de oposição quase sistemática a Fernando Henrique Cardoso (com
críticas ao modelo econômico e ao legado na
área social), o ex-torneiro mecânico Luis Inácio
Lula da Silva, 57 (PT), chega à Presidência da
República.
Lula venceu o economista José Serra, 60,
candidato oficial, duas vezes ministro de FHC e
uma das principais lideranças do PSDB. Segundo
o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Lula obteve
cerca de 53 milhões de votos – 61% dos votos
válidos.
3
Desafio
Histórico
01. (ESPM) Em 15 de janeiro de 1985,
Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf no
colégio eleitoral por 480 votos contra 180.
“Fomos ao colégio eleitoral para que ele
nunca mais seja utilizado”, afirmou
Tancredo Neves, cuja eleição encerrava o
período de 21 anos de regime militar no
país. No entanto, Tancredo não tomou
posse, vindo a falecer após doença que o
obrigou a sete intervenções cirúrgicas. O
vice-presidente, José Sarney, assumiu a
presidência, iniciando a Nova República.
Leonel Itaussu A. Mello e Luís César Amad
Costa. “História do Brasil”
Quanto ao período de governo do
presidente José Sarney é correto
afirmar que em seu mandato:
a) Foi revogado o Ato Institucional número
cinco (AI–5).
b) Foi promulgada a atual Constituição
brasileira, em 1988.
c) Foi implantado o Plano Real com o objetivo
de reordenar a economia brasileira.
d) Foi extinto o bipartidarismo e promovida
uma reforma partidária que reintroduziu o
pluripartidarismo.
e) Foi aprovada uma emenda constitucional
que permitiu a reeleição presidencial
consecutiva.
02. (PUCRS) Tendo em vista as relações do
Brasil com os blocos econômicos e
organismos comerciais e financeiros do
mundo contemporâneo, a política
externa dos governos de Fernando
Henrique Cardoso, em linhas gerais,
caracterizou-se
a) pelo abandono da ALALC, em vista da
participação ativa no NAFTA;
b) pela oposição permanente à OMC, devido
a pressões do FMI;
c) pela participação nas negociações da
ALCA, preservando a liderança no
MERCOSUL;
d) pela participação ativa nos foros da OCDE,
buscando o fortalecimento da ALADI;
e) pelo afastamento da OEA, ampliando a
participação nos foros econômicos da
ONU.
03. (PUCRS) A vitória de Fernando
Henrique Cardoso nas eleições
presidenciais de 1994 teve como fator
decisivo a
a) adoção de uma política eficaz de controle
da natalidade, visando a conscientizar
parcela da população menos favorecida;
b) redução da criminalidade no campo,
devido ao programa de reforma agrária
que prevê tolerância em relação à invasão
de terras improdutivas no País;
c) política externa de importação de
produtos do Mercosul, com o objetivo de
reduzir as taxas alfandegárias, resultando
em preços mais atrativos no mercado
brasileiro;
d) implantação do Plano Real, que criou
uma moeda estável no país após décadas
de inflação;
e) queda do des emprego devido à adoção
do piano de estatização e intervenção
reguladora do Estado na economia.
Desafio
Histórico
01. (Cesgranrio) A industrialização
acelerada de diversos países, ao longo
do século XIX, alterou o equilíbrio e a
dinâmica das relações internacionais.
Com a Segunda Revolução Industrial
emergiu o Imperialismo, cuja
característica marcante foi o(a):
a) substituição das intervenções militares
pelo uso da diplomacia internacional;
b) busca de novos mercados consumidores
para as manufaturas e os capitais
excedentes dos países industrializados.
c) manutenção da autonomia administrativa
e dos governos nativos nas áreas
conquistadas;
d) procura de especiarias, ouro e produtos
tropicais inexistentes na Europa;
e) transferência de tecnologia, estimulada
por uma política não intervencionista.
02. (Fatec) Segundo as teorias desenvolvimentistas, a guerra era concebida
como:
a) uma necessidade de ampliar o mercado
interno substituindo as importações;
b) uma política econômica tendendo a
desvalorizar a produção agrícola;
c) uma forma de criar condições para a
importação de tecnologia estrangeira;
d) um recurso complementar e necessário à
importação de produtos primários;.
e) uma política econômica que necessitava
do apoio de todas as classes sociais
para ser implementada.
03. (FEI) De 1815 a 1891, a Inglaterra viveu
um período de grande estabilidade
política interna, combinada com grande
desenvolvimento econômico, que
possibilitou aos ingleses o domínio dos
mares e a expansão colonialista. As
principais realizações desse período se
deram durante:
a) a Era Vitoriana;
b) a Revolução Gloriosa;
c) o governo de Henrique VIII;
d) o governo de Elizabeth I;
e) a instalação do anglicanismo.
04. (Fuvest) A conquista da Ásia e da
África, durante a segunda metade do
século XIX, pelas principais potências
imperialistas objetivava
a) a busca de matérias-primas, a aplicação
de capitais excedentes e a procura de
novos mercados para os manufaturados;
b) a implantação de regimes políticos
favoráveis à independência das colônias
africanas e asiáticas;
c) o impedimento da evasão em massa dos
excedentes demográficos europeus para
aqueles continentes;
d) a implantação da política econômica
mercantilista, favorável à acumulação de
capitais nas respectivas Metrópoles;
e) a necessidade de interação de novas
culturas, a compensação da pobreza e a
cooperação dos nativos.
História
III – O Imperialismo
No fim do Século XIX, os países industrializados
da Europa iniciaram uma corrida em busca de
novos mercados fora do continente, propiciando
o neocolonialismo na África e na Ásia. As razões
que motivaram o neocolonialismo foram:
1. Mercados consumidores fora do continente
europeu que pudesse absorver o excedente
de produtos industrializados.
2. Mercado produtor de matérias-primas e
fornecedor de mão-de-obra barata para
acelerar o processo de industrialização.
3. Escoamento do excedente populacional
europeu para novas áreas coloniais.
Professor Francisco MELO de Souza
A Segunda Revolução Industrial
II – Segunda revolução industrial (1860)
A partir de 1860, a indústria ampliou-se para
outras regiões, como os Estados alemães, o norte
da Itália, a Rússia, os Estados Unidos, o Japão e
a Holanda. Nesse momento, começaram a
ocorrer grandes inovações técnicas. O aço e os
sintéticos foram utilizados como material industrial
básico, e as principais fontes de energia eram a
eletricidade e o petróleo. Os setores industriais
também se multiplicaram com o surgimento da
indústria siderúrgica, petroquímica, eletroeletrônica e automobilística. Para completar esse
quadro de mudanças profundas, Graham Bell
inventou o telefone, facilitando sobremaneira as
comunicações, cujos resultados podemos sentir
no nosso cotidiano; a tecnologia passou a permitir
a comunicação com qualquer parte do mundo,
como se vivêssemos numa aldeia global.
A justificativa para o expansionismo imperialista
era:
1. Darwinismo social – Os europeus afirmavam
que a lei da sociedade funciona como a lei da
selva: “só os mais fortes sobrevivem”. Por
isso, era disseminada a ideologia da
superioridade racial do branco europeu.
2. Doutrina religiosa – Afirmava que a Igreja
cristã possuía uma missão de salvar almas
dos infiéis para o cristianismo. Assim, eram
disseminados os valores ocidentais.
3. Missão civilizatória – Os europeus afirmavam
que levariam a civilização a esses continentes,
tais como: a nova ciência e a tecnologia.
O capitalismo monopolista
O Neocolonialismo na África
Essa nova fase da economia capitalista foi
marcada pela concentração econômica da
produção e do capital em torno de grandes
empresas ou associações de empresas.
A livre concorrência das empresas capitalistas
transformou-se numa verdadeira batalha de
preços. Nessa batalha, as empresas mais
poderosas e competitivas eliminavam as mais
fracas. Dessa forma, surgiram os grandes
conglomerados econômicos, concentrando
enormes capitais e dominando, em alguns
setores, toda a produção. E assim, surgiram os
monopólios industriais, que, por sua vez,
eliminavam a concorrência e fixavam preços em
busca de uma maior lucratividade.
Esses monopólios são assim representados:
• Cartéis – Formaram-se por meio de acordo
entre grandes empresas que, para evitar os
desgastes da concorrência, convencionam
entre si formas de manutenção dos preços e
de divisão de mercados. Os cartéis
originaram-se na Alemanha.
• Holding – Caracteriza-se quando uma grande
companhia assume o controle de inúmeras
outras por meio da compra da maior parte de
suas ações, passando, então, a atuar de
forma coordenada.
• Trustes – Formam-se quando as grandes
empresas, produtoras de determinadas
mercadorias, eliminam ou absorvem as
pequenas concorrentes e passam a
monopolizar a produção, o preço e o
mercado. Os trustes surgiram nos Estados
Unidos.
O processo de concentração econômica
também se desenvolveu no setor bancário. Os
grandes bancos acabaram associando-se às
grandes indústrias para financiar seus
investimentos e participar dos lucros de seus
projetos.
A fusão do capital bancário com o capital
industrial marcou essa nova fase do capitalismo,
conhecido como capitalismo financeiro e
monopolista, que foi caracterizado por:
1. Grande aumento da produção industrial que,
para ser vendida, necessitava da ampliação
dos mercados consumidores.
2. Grande acúmulo de capitais que também
precisavam ser investidos em novos projetos
lucrativos, fora de seus respectivos países.
O início da partilha da África, pelos ingleses,
ocorreu em 1815. A Inglaterra, nesse período,
comprou as colônias do Cabo e do Nata dos
holandeses. Dessa forma, iniciou uma intervenção
capitalista nesse continente: os negros passaram
a fornecer matéria-prima para o mercado inglês,
ao mesmo tempo em que se tornavam mão-deobra barata.
A partir de 1830, haverá uma nova corrida rumo
à África em busca de novos mercados, porém
mais violenta do que a do século XVI, pois essa
não respeitou a unidade lingüística, religiosa e
cultural dos povos africanos.
Inglaterra – No fim do século XVIII e meados do
século XIX, os ingleses, com enorme poder naval
e econômico, assumem a liderança da
colonização africana. Combatem a escravidão, já
menos lucrativa, direcionando o comércio africano
para a exportação de ouro, marfim e animais.
Para isso estabelecem novas colônias na costa e
passam a implantar um sistema administrativo
fortemente centralizado na mão de colonos
brancos ou representantes da Coroa inglesa.
A Inglaterra dominou o Egito, o Sudão, a
Rodésia, a Uganda, o Quênia, o Zanzibar, a
Somália e África Oriental inglesa. No Ocidente,
Gâmbia, Serra Leoa, Costa do Ouro e Nigéria.
Holanda – Os holandeses estabelecem-se na
litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a
partir de 1652. Desenvolvem, na região, uma
nova cultura e formam uma comunidade
conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde,
os bôeres perdem o domínio da região para o
Reino Unido na Guerra dos Bôeres.
França – Os domínios franceses iniciam-se na
Argélia, depois Tunísia, África Ocidental francesa
(Guiné, Senegal, Daomé, Níger, Costa do
Marfim, Alto Volta e Mali). Região equatoriana
(Gabão, Congo, Chade e República CentroAfricana) e; Marrocos e Madagáscar.
Bélgica – Dominou o Congo em 1908.
Alemanha – Dominou a África Oriental:
Tanganica, Ruanda, Burundi. No Ocidente
africano: Camerum, Togo e a Namíbia.
Itália – Os italianos criaram possessões na
Somália, Eritréia, Líbia, e Etiópia.
A Conferência de Berlim – Em 28 de fevereiro de
1885, a Conferência de Berlim formulou “as regras
4
do jogo” na partilha da África. Princípio básico:
para reclamar um território, um país europeu tinha
de ocupá-lo, o que acabou permitindo um
desenfreado número de anexações que ficaram
conhecidas como “corrida de obstáculos”, pois
cada nação européia saía em disparada para se
apoderar do maior número de territórios.
A Inglaterra apesar das decisões da Conferência
de Berlim, manteve seus domínios na África.
Chá X ópio – Inicialmente, os britânicos
compravam chá, sem conseguir vender aos
chineses algum produto em igual quantidade,
mas descobriram que o ópio era uma
mercadoria de grande aceitação entre os
chineses. Com aprovação do governo britânico,
a Companhia das Índias Orientais lançou-se à
venda do ópio, que era produzido na Índia e na
Birmânia. Os efeitos foram devastadores.
O governo chinês reagiu, enviando uma carta
diplomática à rainha Vitória, da Inglaterra, para
que a Soberana proibisse o comércio de ópio
ilegal na China. Mas o pedido não foi levado em
consideração.
Guerra do ópio – O comércio prosseguiu,
levando as autoridades chinesas a promover,
em 1839, a queima de 20 mil caixas da
substância na cidade de Cantão. Os britânicos
reagiram, declarando guerra à China; era o
início da Guerra do Ópio.
Tratado de Nanquim – Em 1842, as tropas
britânicas vitoriosas submetem a China ao
Tratado de Nanquim, estabelecendo, entre
outras cláusulas, a abertura de cinco portos
chineses ao livre comércio, a imunidade e os
privilégios especiais aos súditos britânicos e a
transferência de Hong Kong à Grã-Bretanha.
Revolta Taiping – Em 1851, eclodiu uma revolta
de camponeses, apoiada por populares das
cidades que se espalhou da comarca de Yangtse para outras regiões chinesas. Conhecida
como a revolta Taiping, só foi sufocada em
1864.
A divisão da China – No fim do século XIX, Grã
Bretanha, França, Alemanha, Rússia, Estados
Unidos e Japão dividiam o imenso território
chinês em diversas esferas de influência.
Os nacionalistas chineses reagiam contra
intervenção estrangeira e ao tíbio
comportamento da dinastia Manchu, então
ocupante do trono imperial. No norte da China,
uma associação secreta, denominada
Sociedade Secreta Harmoniosos Punhos
Justiceiros, promoveu atentados e rebeliões
contra estrangeiros e missionários cristãos. Em
1900, com respaldo popular crescente, os
boxers (eram os membros da associação
secreta) sitiaram o bairro ocupado pelas
delegações estrangeira em Pequim. Foi o início
da Guerra dos Boxers, que se espalhou das
zonas costeiras para as cidades que margeiam
o rio Yang-tse. A luta terminou com a derrota
dos chineses e a imposição pelas potências
estrangeiras da política da Porta Aberta, pela
qual a China era obrigada a fazer novas
concessões econômicas.
A Guerra dos Bôeres (1899–1902)
Os Bôeres eram descendentes dos holandeses,
que dominavam a região aurífera de Transvaall e
de Orange. A Inglaterra, com a finalidade de
explorar o ouro do sul da África, invadiu a região
e impôs, após três anos de guerra, a sua
dominação. Nos anos seguintes, verificou-se a
corrida do ouro na África do Sul, quando
grandes empresas mineradoras lá se instalaram.
O Neocolonialismo na Ásia
Em geral, o modo de produção dos países
asiáticos era formado pela união da pequena
produção agrícola, com a indústria doméstica,
compondo pequenas comunidades economicamente auto-suficientes. O comércio de
produtos europeus, principalmente os ingleses,
destruiu rapidamente essa indústria artesanal,
ficando a população local na exclusiva
dependência da agricultura. Tornavam-se,
assim, abastecedores de víveres e de matériasprimas da Europa.
Índia
Uma das regiões mais cobiçadas por diversas
nações européias, no decorrer dos séculos XVI a
XIX, foi a Índia. Os ingleses, no século XIX, assenhorearam-se da maior parte de seu território até
o Ceilão (Sri-Lanka). Astutamente, impediram o
surgimento de um poder central forte e estabeleceram um regime de “protetorado” sobre a Índia
– regime que, na prática, significava a intervenção
na administração local. Pela força ou pela intriga,
os principados em que a Índia estava dividida
iam sendo submetidos à administração da
Companhia das Índias Orientais, companhia
britânica que detinha o monopólio do comércio
com o Oriente.
Em 1857, a Revolta dos Cipaios, primeiro
movimento nacionalista indiano, colocou em
perigo o domínio inglês, mas foi sufocada dois
anos depois.
Em 1877, a rainha Vitória, soberana britânica, era
sagrada imperatriz da Índia.Poucos meses
depois, em 15 de agosto do mesmo ano, o
escritor português Eça de Queiroz escrevia
sobre a Índia em Crônicas de Londres: “A
grande fome é sucedida por uma fome maior, e
diante da calamidade os celeiros acham-se
vazios, as economias, da nação, exaustas, o
tesouro do governo gasto e a esperança
perdida... Isso explica por que já morreram nas
primeiras semanas de escassez 500 mil
pessoas”.
Japão
O primeiro contato entre japoneses e ocidentais
ocorreu no período das grandes navegações,
nos séculos XV e XVI. No século XVII, o
comércio do Japão passou a ser monopólio de
alguns poucos comerciantes holandeses.
O isolamento japonês perdurou até 1853, ano
em que a Esquadra Negra, sob o domínio do
comandante Perry, forçou a abertura dos portos
japoneses ao comércio com os Estados Unidos.
No entanto o Japão, ainda na década de 1860,
iniciou um “subimperialismo” sobre outras
nações – China, Coréia e Taiwan (ou Formosa)
–, industrializando-se. O período modernizador
do Japão ficou conhecido como Era Meiji, que
significa “governo esclarecido”.
Em 1885, a França consolidou seu domínio na
antiga Cochinchina: Laos, Camboja e Império
Anamita (parte do atual Vietnã), pertencentes
anteriormente à China. Os holandeses
conquistaram as ilhas que, hoje, constituem a
Indonésia. Os Estados Unidos conquistaram as
Filipinas, que estavam sob o domínio espanhol
China
Dificuldades impostas pelo governo central –
Nos séculos XVII e XVIII, os europeus
encontravam dificuldade para comerciar no
interior da China. O governo central colocava
empecilhos aos comerciantes estrangeiros que,
mesmo assim, foram pouco a pouco penetrando
no país. Ao contrário da Índia (onde se
comerciava diretamente com os príncipes
locais), a China mantinha sua unidade política,
com o imperador fazendo sentir sua autoridade
sobre as mais distantes províncias. Para cada
negociação, o estrangeiro tinha de relacionar-se
com o governo central. No século XIX, no
entanto, o poder central praticamente já não
detinha autoridade sobre o seu território.
5
Desafio
Histórico
01. (Fuvest) Uma das frases a seguir,
atribuída a um pensador de fins do
século XIX, indica a prática política que
prevalecia nas relações internacionais
da Europa de então. Qual?
a) Uma paz injusta deve ser preferida a uma
guerra justa.
b) O que faz o Estado é a força em primeiro
lugar, a força em segundo lugar e ainda
outra vez a força.
c) A convivência pacífica do concerto das
nações pede uma França forte, amiga de
uma Alemanha forte, diante da aliança
anglo-russa.
d) Não impedir que alemães ocupem
território alemão é a vitória do bom senso
sobre o formalismo dos tratados.
e) A lei e a ordem mundiais dependem de
um Ocidente civilizado unido frente à
ameaça asiática: esta é a missão do
homem branco.
02. (Fuvest) No século XIX, a história
inglesa foi marcada pelo longo reinado
da rainha Vitória. Seu governo
caracterizou-se:
a) pela grande popularidade da rainha,
apesar dos poderes que lhe concedia o
regime monárquico absolutista vigente;
b) pela expansão do Império Colonial na
América, explorado através do monopólio
comercial e do tráfico de escravos;
c) pelo início da Revolução industrial, que
levou a Inglaterra a tornar-se a maior
produtora de tecidos de seda;
d) por sucessivas crises políticas internas,
que contribuíram para a estagnação
econômica e o empobrecimento da
população.
e) por grande prosperidade econômica e
estabilidade política, em contraste com
acentuada desigualdade social.
03. (Puccamp) A Expansão Neocolonialista
do século XIX foi acelerada essencialmente,
a) pela disputa de mercados consumidores
para produtos industrializados e de
investimentos de capitais em novos
projetos, além da busca de matériasprimas;
b) pelo crescimento incontrolado da população européia, gerando a necessidade de
migração para a África e Ásia;
c) pela necessidade de irradiar a superioridade da cultura européia pelo mundo.
d) pelo desenvolvimento do capitalismo
comercial e das práticas do mercantilismo;
e) pela distribuição igualitária dos monopólios de capitais e pelo decréscimo da
produção industrial.
Desafio
Geográfico
01. (FMSC-SP) A atividade extrativa no
Brasil normalmente coincide com:
a) Áreas de povoamento recente, presença
constante de indústrias madeireiras e
boa infra-estrutura de transporte.
b) Áreas de povoamento antigo, presença
de indústrias madeireiras e deficiente
infra-estrutura de transporte.
c) Áreas de fraca densidade demográfica,
deficiente infra-estrutura de escoamento
da produção e populações de baixo
poder aquisitivo.
d) Áreas densamente povoadas, grande
utilização de mão-de-obra feminina e
populações de baixo poder aquisitivo.
e) Área de clima quente e úmido, solos
férteis e agricultura de subsistência.
02. (Cesgranrio) Contribuiu para dificultar o
extrativismo vegetal na Amazônia:
a) A tendência do caboclo para a atividade
agrícola.
b) A utilização do elemento negro na
agricultura intensiva regional.
c) A concorrência oferecida pela Floresta
Tropical Atlântica.
d) A dispersão relativa das espécies.
e) A grande organização da atividade
pesqueira da bacia fluvial amazônica.
03. Quanto à reserva extrativista pode-se
afirmar que:
a) É a tendência atual para o incremento da
mineração.
b) É a recente proposta de implementação
do turismo ecológico.
c) Foi formulada em 1985, pelo Conselho
Nacional Indigenista.
d) É moderna, por buscar tecnologia de
ponta para os recursos renováveis.
e) Todas estão corretas.
04. A extração de açaí pode ser um
exemplo que representa:
a) O extrativismo vegetal como simples
coleta.
b) A empresa extrativa vegetal.
c) A agrossivicultura.
d) Atividade de apoio a outras atividades.
e) Nenhuma das anteriores.
05. Das opções abaixo, uma não concorreria para resolver os problemas atuais
da pesca.
Identifique-a:
a) Criação de uma cooperativa de
pescadores.
b) Aceleração no ritmo de captura para
aumentar a produção.
c) Criação de um terminal pesqueiro.
d) Aplicação rigorosa das leis que
regulamentam a pesca.
e) Industrialização do pescado.
Geografia do Brasil
peculiar de fertilidade, contrariando o que se
convencionou chamar “solo fértil”, para os
velozes interesses comerciais.
Apesar de nunca ter sido o forte da economia do
Estado, houve épocas em que a produção de
certos produtos agrícolas regionais (mandioca,
batata, laranja, banana, cacau, etc.) abastecia
satisfatoriamente a população. Porém, a partir do
fim da década de 60, com economia voltando-se
mais para a indústria da ZFM, a situação mudou.
A maior parte da produção foi sendo levada no
tradicional sistema de roça em pequenas
propriedades, tornando-se uma agricultura de
subsistência, com resultados insuficientes para
garantir o abastecimento local, o sustento e a
melhoria de vida tão desejada pelos produtores
do interior.
Chegou-se a ponto de até importar produtos
facilmente adaptados à região, como, por
exemplo, o cheiro-verde (50%), a laranja e a
banana, de outros estados, a preços elevados,
que chegavam via aérea, enquanto muitos
agricultores do interior estavam impossibilitados
de escoar e ampliar suas produções de
hortifrutigranjeiros, por falta de apoio técnicofinanceiro e logístico. Esses fatores estão na lista
dos que contribuíram para a migração campocidade.
As barreiras impostas pelo “mito da falta de
vocação agrícola “, a questão técnico-financeira
e logística e a própria necessidade de abastecimento do crescente mercado consumidor, a
partir do aumento da população, superior à
produção rural, constituíram-se, entre outros,
grandes desafios para um Estado que se tornou
muito dependente de outras regiões no setor
agrícola.
Atualmente, o Governo Estadual, seguindo os
preceitos do desenvolvimento sustentável,
desenvolve o programa Zona Franca Verde, cuja
finalidade é a geração de emprego e renda para
melhorar a qualidade de vida da população do
interior, aliada à conservação do meio ambiente
com proteção ao patrimônio natural, por meio
de sistemas de produção florestal, pesqueira e
agropecuária.
Essas iniciativas têm sido vitais para a
superação dos entraves que ainda dificultam a
consolidação do setor primário na economia,
assim como, por exemplo:
a) Falta de conhecimentos e tecnologias aos
pequenos produtores.
b) Construção e manutenção de uma malha
viária capaz de garantir o escoamento da
produção.
c) Falta de financiamentos ou juros elevados nos
empréstimos agrícolas.
d) Não obediência ao Estatuto da Terra, que
define direitos e deveres no campo.
e) Falta de apoio político, voltado para as lutas
do homem do interior.
f) Lutas pela posse, envolvendo indígenas,
posseiros, jagunços, peões, etc;
Professor Paulo BRITO
Aspectos da economia
amazonense
Situação atual das atividades extrativas
Entende-se por atividades extrativas o conjunto
formado pelo extrativismo vegetal, animal e
mineral. São as mais antigas atividades humanas,
que retiram os produtos da natureza sem nunca
repô-los, já que elas não reproduzem ou
multiplicam as riquezas naturais. Foram elas que
garantiram a vida das primitivas comunidades
amazônicas e dos seus descendentes, que
durante muitos anos tiveram uma economia
baseada na extração de seus alimentos e outros
artigos diretamente da floresta e dos rios.
Todavia, devido à forma rudimentar de produção,
essas atividades têm-se tomado incompatíveis à
demanda e à preservação da natureza, daí
estarem sendo substituídas por avançados
processos de industrialização, como ocorre
normalmente numa economia de mercado,
capazes de garantir uma elevada produtividade
compatível às necessidades de consumo, algo
que o extrativismo tradicional, com sua ínfima
produção, não consegue cumprir.
Assim, o extrativismo vegetal vem cedendo lugar
ao plantio de espécies regionais ou que se
adaptem ao clima, ou ainda a agrossilvicultura,
que está relacionada às exigências internacionais
de qualidade ecológica.
A pesca
A pesca é uma das atividades econômicas mais
identificadas com as características geográficas
da região, pois o ambiente natural do Amazonas
apresenta uma malha hidrográfica com 45 mil
km de rios e mais de 2,5 mil espécies de peixes.
Sendo um dos poucos estados com bom
potencial de crescimento na sua produção, a
pesca é subexplorada, considerando que o
peixe é um recurso que gera alimento, renda e
atrai turistas para pesca esportiva.
Não há dúvidas quanto à sua importância para a
população. Os peixes são a principal fonte de
proteínas, destacando o Amazonas como o
maior produtor de pescado de água doce do
Brasil e o maior consumo per capita: 500g/dia
no interior e 70~80k/ano na capital. A atividade
envolve um grande número de pessoas (45mil
empregos), organizadas em 42 colônias de
pescadores, com perspectiva de mais 10 a partir
de 2003 (Fepesca/Aipam).
O aumento no consumo de pescado vem determinando uma maior captura que, graças à
industrialização, teve sua insumos adquiridos,
assim como motores, equipamentos de conservação (refrigerador e isopor, por exemplo),
redes de nylon, etc.
As riquezas regionais como produtos
potenciais
As iniciativas governamentais têm contado com
o apoio incondicional das instituições de
pesquisa na busca de soluções para superar os
maiores desafios do setor primário. Além de
apresentar o levantamento de certos recursos
originais de plantas tropicais, indicando a sua
utilidade medicinal e principais formulações, o
estudo da FGV/ISAE encomendado pelo
Governo do Estado e a Suframa, classificou as
potencialidades regionais da seguinte forma:
I. Produtos Potenciais de Abastecimento
Local e Regional: Inclui o grupo de atividades
que se restringe ao abastecimento local em
função da população do Estado, que demanda
estes tipos de produtos. Porém é um mercado
delimitado pela demanda local, ou seja, suporta
uma pressão empresarial limitada e cresce de
acordo com fatores como renda e população,
entre outros. No caso do abastecimento
regional, ele depende da competitividade
O desenvolvimento das atividades agrárias
As recentes mudanças na agricultura
Até o início da década de 1990, quando se falava
em desenvolver uma agricultura comercia! no
Estado do Amazonas, logo se reportava à idéia
equivocada da falta de vocação agrícola,
reforçada pelo conhecimento da existência de
solos impróprios para as tradicionais monoculturas (café, soja, cana-de-açúcar, feijão, arroz,
milho, algodão...) implantadas em regiões
tropicais, e também da ocorrência de fenômenos
típicos como a laterização e lixiviação, que
causam a erosão.
Este pensamento surgiu mais das experiências
mal sucedidas na Amazônia e da falta de
conhecimentos e assistência técnica, do que
propriamente das condições naturais da floresta,
detentora de uma capacidade reguladora de
seu estoque de nutrientes, configurando um tipo
6
interestadual, ou seja, de fatores como
produtividade, transporte, custo de produção, e
outros, que tornam o produto atraente para
comercialização em outros estados da
Amazônia.
II. Produtos Potenciais de Mercado Amplo:
Grupo de produtos colocados de forma
hierárquica, caracterizado por possuir um perfil
de mercado e que corresponde a culturas ou
atividades que já possuem tradição de
produção na região e/ou aquelas que por
enquanto não existem, mas que têm potencial e
despontam como relevantes no mercado local.
regional e internacional, proporcionando
indicativos de investimentos.
113 kg/ha devido, principalmente, ao fato de
que os pés são fracos (possuem mais de 30
anos de idade), além de serem severamente
atacados por pragas.
As atividades de criação
A pecuária
Não há dúvida de que essa atividade cresceu nos
últimos anos, e há uma tendência de que
continue crescendo, especialmente pela melhoria
na qualidade dos rebanhos e adoção de novas
técnicas de reprodução e criação. Gradativamente, deixa de ser uma pecuária extensiva, para
se tomar cada vez mais intensiva, abastecendo o
mercado consumidor de carne, leite e derivados.
O setor ganhou, nos últimos anos, diversas
empresas de produção de laticínios (iogurte,
queijo, manteiga, doces, requeijão, etc.) e
frigoríficos.
As criações de bovinos e bubalinos (búfalos)
tiveram um crescimento acima de 100% no
Amazonas nos últimos cinco anos. Os respectivos rebanhos saíram de 888.662 cabeças, em
1997, para 1.302.527 no ano de 2002. Um
aumento de 147%.
Comparado ao rebanho bovino brasileiro, que
chega a pouco mais de 154 milhões de cabeças,
este número é irrisório.
O rebanho bovino está distribuído principalmente
pelos municípios de Autazes, Parintins, Careiro,
Itacoatiara, Manacapuru e Rio Preto da Eva.
Expansão e modernização
Pólo Graneleiro de Grãos e Soja
Comercial
O comércio do Amazonas foi fortemente impulsionado pelo modelo ZFM. Cerca de 37,2% da
Receita Tributária, que foi de R$ l ,7 bilhão em
2001, originou-se da atividade comercial, cujas
empresas (~37 mil, Sefaz/2001) passaram por
um amplo processo de expansão e modernização. Graças a isso, o Estado recuperou suas
finanças e vem mantendo sua máquina administrativa atualizada (funcionalismo público, investimentos socioeconômicos e infra-estruturais).
São mais de 35 anos de tradição de comércio
importador da ZFM, especializado em artigos
eletro-eletrônicos, perfumaria, vestuário,
porcelana, informática, etc. para o mercado de
consumo regional e nacional, como também
importação de bens de capital ou intermediários
destinados às indústrias do PIM que, paralelamente, também realizaram vendas no comércio
local.
O comércio externo (importação-exportação)
favoreceu enormemente a economia regional e
até nacional, em virtude do modelo ou política
fiscal, que isenta produtos importados e
fabricados na ZFM do pagamento de certos
impostos. Até poucos anos atrás, era o único do
Brasil a receber mercadorias importadas de
diversos pontos do Planeta, bem como pessoas
de diversas regiões brasileiras e do mundo, que
deixavam boas somas no Estado, o que fez de
Manaus um grande pólo de atração, com
dezenas de lojas instaladas em seu centro e
shoppins que se espalham por toda a cidade.
De 1994 a 1997, as importações apresentaram
crescimento, aumentando o déficit na balança
comercial. Entretanto, de 1998 para cá, elas
vêm caindo gradativamente, diminuindo esse
déficit. As exportações não param de crescer;
em 1994, elas somaram U$ 133,95 milhões e
em 2001 chegaram a U$ 851,22 milhões.
Embora com uma produção de soja ainda
reduzida no contexto nacional (3.300 t IDAM/2001), o Estado dispõe de um enorme
potencial para cultivo e produção,
especialmente nas regiões de campos naturais
e de cerrados, localizados ao sul do Estado,
que têm despertado o interesse tanto de
agricultores tecnificados quanto do Governo,
como uma nova fronteira agrícola.
Nesse contexto, a Hidrovia do Madeira e o
Terminal Graneleiro de Itacoatiara destacam-se
como alternativas importantes no escoamento de
grãos. Em 2001, foram exportadas 1.127 mil
toneladas de soja mato-grossense, para os
mercados europeu (72%) e asiático (28%). A
economia de frete, usando hidrovia e porto, é da
ordem de US$ 17,5 p/t, ou seja 10,6%, sobre a
antiga rota. A implantação de uma usina para
esmagamento de soja em Itacoatiara, em 2002,
com capacidade para esmagar
aproximadamente 600 mil t/ano, deve dar um
grande avanço econômico possibilitando a
exportação de farelo e óleo de soja.
Frente a essa nova realidade, o comportamento
da cultura da soja, em termos de crescimento de
área e de produtividade, tem-se concentrado na
região sul do Estado, destacando-se Humaitá,
que hoje responde por 76,92% da área plantada
e uma evolução na produtividade para 2,1 t/ha, e
Itacoatiara, com 300 ha de área plantada. A
produção de farelo de soja, óleo degomado e
óleo refinado, estimada em 2002, foi, respectivamente: 360 mil/t; 90 mil/t e 50 mil/t.
Pólo de Guaraná
O guaraná é um produto que apresenta múltiplas e comprovadas propriedades, inclusive
medicinais. Normalmente, é comercializado sob
a forma de refrigerantes, xarope, pó e bastão. A
participação relativa do produto, nos mercados
interno e externo, tem sido crescente, principalmente nas formas de refrigerante e em pó.
Embora o Amazonas possua a maior área
plantada, cerca de 9.445 hectares (IDAM, 2001),
apresenta, ainda, baixa produtividade (113
kg/ha de semente torrada) em relação aos
demais estados brasileiros cultivadores do
guaraná (400kg/ ha de semente torrada).
O Município de Maués possui aproximadamente
6.233 hectares (IDAM, 2001) de guaraná, sendo
a maior área plantada no Brasil. Entretanto,
nesse município, a cultura apresenta baixa
produtividade de semente torrada, da ordem de
O turismo: Características e novas
modalidades
Nas últimas três décadas, o turismo tornou-se
uma atividade expressiva no Estado,
acompanhando lado a lado os outros setores.
Em 1971, no quarto ano da implantação da
ZFM, o Amazonas recebeu cerca de 100.000
visitantes. Os números foram crescendo e, em
1986, só de turistas brasileiros foram em tomo
de 190.000, realizando compras no valor total
de US$150 milhões em produtos estrangeiros e
US$ 35,4 milhões em produtos nacionais do D.I.
de Manaus.
7
Desafio
Geográfico
01. Assinale a alternativa incorreta:
a) O extrativismo vegetal da madeira é
realizado não somente por madeireiros
individuais, mas, sobretudo, por
empresas nacionais e multinacionais
organizadas para tal fim.
b) As multinacionais que realizam a extração
da madeira atuam no mundo inteiro, em
áreas de florestas equatoriais e tropicais,
onde realizam também grandes projetos
de reflorestamento, para que as espécies
sejam preservadas.
c) Na Amazônia, atuam dezenas de multinacionais no ramo madeireiro, que muito
têm contribuído para a devastação da
Floresta Amazônica.
d) A exploração de madeira na Amazônia
destina-se ao abastecimento dos merca
dos interno e externo.
e) O mogno e a cerejeira são madeiras
muito procuradas da Amazônia, correndo
o risco de extinção.
02. A Amazônia é uma das regiões que
concentram o maior número de conflitos
com mortes no campo brasileiro. Tais
conflitos intensificaram-se a partir dos
anos de 1970, devido:
a) à revolta dos indígenas contra os
posseiros que se apoderam ilicitamente
de usas terras por meio de títulos falsos.
b) à luta pela posse da terra nas áreas de
maior concentração dos projetos
agropecuários incentivados pela Sudam.
c) à luta pelos posseiros no Bico do
Papagaio, para organização da Liga
Camponesa contra as injustiças sociais
no campo.
d) à tentativa governamental de assentar
excedentes populacionais nordestinos na
área.
e) Ao perigo representado pelo grande
contingente de nordestinos que vieram
especialmente trabalhar nos seringais.
03. Os municípios de Itacoatiara, Parintins,
Iranduba e Presidente Figueiredo têm
como principal base económica,
respectivamente:
a) Piscucultura, turismo, reserva de nióbio,
avicultura.
b) Pólo madeireiro, pecuária, hortifrutigranjeiro, jazidas de cassiterita.
c) Pólo de construção naval, guaraná,
dendê, juta.
d) Garimpos, fruticultura, indústria argilífera,
cereais.
e) Juta, banana, castanha, pescado.
04. O principal produto agrícola do
Amazonas é:
a)
b)
c)
d)
e)
mandioca;
juta;
milho;
guaraná;
arroz.
Desafio
Geográfico
01. (Fuvest 2006) De uma publicação
francesa, em 1787: “Quais são as fontes
da força econômica da Inglaterra? – o
comércio marítimo e a agricultura; a
agricultura, sobretudo, é lá mais
conhecida do que em qualquer outra
parte, e, geralmente, praticada segundo
princípios diferentes”.
Podemos deduzir que os “princípios
diferentes” aos quais a frase se refere
são os do
a) feudalismo;
b) capitalismo;
c) mercantilismo;
d) cooperativismo;
e) escravismo.
02. (Mackenzie) Em vez de fazer os
camponeses trabalharem para eles em
suas próprias casas, na chamada
estação morta, os empresários
manufatureiros reuniam-nos em grandes
oficinas e lhes impunham uma nova
divisão técnica de trabalho. Ao fazer
isso, estes capitalistas revolucionavam
não só as relações sociais de produção,
mas também as forças produtivas, ao
inventar o trabalhador coletivo, ou seja,
um corpo disciplinado e coordenado de
produtores especializados. (Paul Singer)
A descrição anterior se refere:
a) ao sistema de corporações de ofício que
existiu na Europa durante a Alta Idade
Média e foi responsável pela consolidação
do modo de produção feudal;
b) às transformações ocorridas na
organização do trabalho na transição do
feudalismo para o capitalismo;
c) à superação das relações de produção
baseadas na propriedade privada dos
meios de produção e à implementação do
controle dos produtores sobre o produto
de seu trabalho;
d) à coletivização dos trabalhadores rurais
diante das transformações ocorridas pela
imposição do sistema de cooperativas
estatais;
e) à difusão do trabalho compulsório para
atender à necessidade das indústrias em
expansão.
03. (Unifesp) Com o advento e a consolidação do capitalismo, na época moderna,
o trabalho pôde, ao contrário do que
ocorria no feudalismo, tornar-se livre de
qualquer coação extra-econômica.
Isto foi possível porque
a) os empresários perderam seus benefícios
especiais;
b) o Estado perdeu o poder de controlar os
sindicatos;
c) as corporações de ofício perderam seus
monopólios;
d) os trabalhadores perderam os seus meios
de produção;
e) os proprietários de terras perderam seus
privilégios.
Geografia Geral
economia não podia sobreviver inteiramente à
revelia da participação do Estado. A quebra das
economias na década de trinta exigiu a ação
imediata do Estado no sentido de superar mais
uma crise. As propostas do economista John
Maynard Keynes deram fôlego aos Estados e,
aos poucos, nova era de prosperidade vivenciouse. Entretanto, a partir dos anos setenta de
século passado, o tamanho paquidérmico do
Estado e sua pouca habilidade na condução
austera da economia, reacende a discussão
sobre os destinos da humanidade. Apoiados nas
teses daqueles que defendiam a restrição da
participação estatal na economia nova fase
deflagrou-se. Com a derrocada do socialismo do
Leste europeu, o caminho ficou livre para o
capitalismo. Nova onda liberal abate-se sobre as
economias mundiais. Um convite à abertura dos
mercados, a desestatização das economias e ao
estabelecimento de acordos comerciais
supranacionais é a tônica do presente. Por trás
dessa imagem de vitalidade e virtuosidade,
escondem-se mecanismos de reprodução das
desigualdades entre os países e os povos. Tratase do refinamento das estratégias de exploração
entre os países do centro e da periferia do
capitalismo.
Professor HABDEL
A evolução e a hegemonia do
capitalismo
“Desde o início da Revolução Industrial, iniciada
em meados do século XVIII, quando o sucesso
de uma sociedade passou a ser definido como
a evolução dos padrões de vida da população,
nenhum sistema econômico conseguiu superar
ou mesmo igualar o capitalismo. [...] Todavia os
maiores inimigos do capitalismo (no século XX
eram o nazi-fascismo e o socialismo) estão
dentro dele. Apesar de os sistemas concorrentes terem desaparecido, o capitalismo vem
produzindo um agravamento de seus problemas
fundamentais: desigualdades sociais e
internacionais, desemprego em grande escala,
instabilidades financeiras (perda de valor de
inúmeras moedas nacionais), etc. Alguma coisa
tem de mudar para que o capitalismo sobreviva
no século XXI”. (Thurow, Lesler C. O futuro do
capitalismo. Rio de Janeiro, Rocco, 1997).
Características:
No capitalismo, predomina a propriedade
privada dos meios de produção. Em alguns
países, o Estado também é dono dos meios de
produção, principalmente no que se refere aos
setores básicos e de infra-estrutura. A sociedade
é dividida em duas classes fundamentais:
burguesia (dona dos meios de produção) e
proletáriado (trabalhadores que têm para vender
apenas a sua força de trabalho). Isso provoca
profundas desigualdades sociais que são muito
acentuadas nos países subdesenvolvidos. Hoje,
com a globalização da economia, essas
desigualdades têm aumentado também no
interior dos países centrais do capitalismo.
Os agentes econômicos buscam incessantemente a reprodução do capital. Esse é o
objetivo básico do capitalismo. Os agentes
econômicos, particulares ou públicos, investem
seguindo a lógica do mercado. Orientam-se
pela livre concorrência, livre iniciativa e pela livre
concorrência, ancorados pela lei da oferta e da
procura. Mesmo assim, não são raros os casos
de setores que são monopolizadas ou oligopolizados. O mercado é o grande maestro da
economia, muito embora o Estado tenha
importante papel nela.
Caracteriza-se ainda pela relação contratual de
trabalho. O trabalho assalariado é a mola mestra
desse sistema. Mesmo assim, subsistem, em
regiões menos desenvolvida e rurais, as relações
de parcerias, arrendamentos e, até mesmo
trabalho forçado ou escravidão por dívida. O
dinheiro ou cartões bancários ou de crédito são
os seus principais instrumentos de crédito.
Didaticamente, podemos dividir o capitalismo
em três fases:
O capitalismo surge como uma solução ao
problema da desagregação do sistema feudal.
Nesse sistema, a formação da riqueza estava na
exploração da terra e do campesinato. No
capitalismo, a tônica dava-se, inicialmente, na
comercialização de produtos e mercadorias com
o objetivo de obter lucro. Evoluindo, passou a
incorporar atividades voltadas à produção de
mercadorias. O lucro obtido era reinvestido na
comercialização e na produção. O capitalismo
também é caracterizado pela estruturação da
sociedade em duas classes sociais. De um lado,
os donos dos meios de produção. De outro,
aqueles que só dispõem de sua força de
trabalho para sobreviver.
Embora hegemônico no presente, no seu nascimento o capitalismo trouxe deferentes nuances e
diferenciados estágios de desenvolvimento.
Floresceu rapidamente na parte ocidental da
Europa. Foi mais vacilante na porção oriental. Na
Espanha, onde foi chamado de metalista ou
bulionista, afiançava que o poder de uma nação
era mensurado a partir de suas reservas em
ouro. Na vizinha França, assumiu cunho mais
industrialista. Para os franceses o desenvolvimento de suas atividades produtivas possibilitaria a expansão de seus produtos no mercado
externo. As práticas restritivas às importações e
a forte presença do Estado como órgão disciplinador e regulamentador do comércio e da
manufatura seriam as molas propulsoras do
desenvolvimento daquela nação. Na Inglaterra,
onde atingiu seu pleno desenvolvimento e
maturidade, o comércio era matéria de primeira
grandeza na condução do Estado. Procurava-se
a todo custo manter a balança comercial
favorável, ou seja, redução das importações com
o conseqüente aumento das exportações. Os
ingleses canalizaram, desde o início, os lucros
auferidos com o comércio para o incentivo à
produção industrial.
Enorme capacidade de ajustar-se às novas
realidades sempre foi o ponto forte do capitalismo. Em cada lugar, em cada momento histórico,
em cada estágio de desenvolvimento econômico,
esse sistema conseguiu adaptar-se às novas
condições e permanecer forte até os dias atuais.
Se as Navegações marcaram o ponto alto na
superação das estruturas feudais, a Revolução
Industrial rendeu-lhe estatuto de maioridade. Nos
anos trinta, período entre Guerras, nova prova de
resistência foi imposta ao capitalismo. Uma
Fase Comercial
Compreende o período que vai do fim do século
XV até meados do século XVIII. A formação da
riqueza dava-se na esfera da circulação das
mercadorias. Esse ciclo se concretizava com a
circulação de mercadorias que eram trazidas de
fora da Europa e das que eram levadas às suas
colônias. Essa foi uma das razões pelas quais
ficou conhecido como mercantilismo. Segundo
essa doutrina econômica, a forte intervenção do
Estado na economia poderia promover a
prosperidade nacional e o fortalecimento do
Estado. Esse período foi marcado pela expansão
marítima européia, momento de franca
crescimento econômico e cultural do Velho
Continente. Novas rotas foram estabelececidas
8
divisão social do trabalho. Ou seja, quem passa
a ser o dono dos meios de produção á a nova
burguesia industrial nascente. Ela dominava os
meios de produção e empregava artesãos como
força de trabalho assalariada. O mercado de
consumo havia aumentado em decorrência da
expansão marítima européia. As potências
colonialistas tinham que abastecer suas
colônias com produtos mais elaborados em que
havia valor agregado. Uma característica ainda
mantém a manufatura ligada ao artesanato. É
que a produção era manual, já que a Revolução
Industrial não havia acontecido.
A Primeira Revolução Industrial, que teve como
combustível o carvão mineral e como motor a
máquina a vapor, produziu um novo espaço
geoeconômico. Um espaço de produção
industrial, agropecuário e extrator foi redefinido.
Assim como um novo espaço de riquezas, de
circulação e consumo vai proporcionar às
cidades novos equipamentos aos novos
moradores que se deslocam em levas cada vez
maior do campo (urbanização da população). A
cidade ganhou nova função, além das de defesa
e trocas, a de produção industrial.
Ia-se cada vez mais longe e cada vez mais
rápido. O barco a vapor encurtou as distâncias
no Planeta. O trem possibilitou o surgimento de
indústrias longe das fontes de matérias-primas,
transportando um volume cada vez maior de
mercadorias e passageiros. O aço deu resistência, altura e leveza às construções. A descoberta
do petróleo possibilitou o aparecimento do
transporte individual (o automóvel) que iria
modificar por completo o traçado das grandes
cidades (o surgimento dos subúrbios distantes) e
a vida de seus moradores. O uso da energia
elétrica possibilitou mudanças radicais na
produção industrial. Logo o tempo que era
comandado pela natureza, já que a vida da
população era regida pelo nascer e pôr-do-Sol,
passou a ser regido pelo tempo do patrão. A
lâmpada elétrica possibilitou a vida e o trabalho
noturno. A Segunda Revolução Industrial
produziu todas estas modificações e possibilitou
o que viria depois.
entre a Europa e as áreas produtoras de
especiarias no Extremo Oriente. Novos territórios
foram conquistados e passaram a gravitar em
torno de sua economia. Como resultados, o
mundo assistiu à expropriação das riquezas das
novas terras, ao genocídio de suas populações e
à escravização de grande parte das populações
negras da África. A riqueza e o progresso da
Europa foram construídos com o suor, o sangue
e a vida de milhões de nativos das Américas e
da África.
A conduta metalista era uma da formas de se
promover a riqueza nacional. Uma balança
comercial sempre favorável era mais um mecanismo de obtenção de riqueza. O Estado passou
a apoiar a expansão marítima e o colonialismo.
Desenvolvia-se, nesse momento, uma forma
perversa de drenar riqueza das colônias para as
metrópoles. No “pacto colonial” que se impôs, a
metrópole vendia o que era mais caro (manufaturas) e comprava o que era mais barato
(matéria-prima e alimentos, os chamados bens
primários). Portugal, Espanha, Inglaterra, França
e Holanda foram os destaques desse momento.
Fase Industrial
“As transformações sociais e econômicas associadas a esse período foram tão intensas que
representaram uma verdadeira revolução,
conhecida como Revolução Industrial. [...] Nos
séculos XVII e XIX, o capitalismo florescia na
forma de pequenas e numerosas empresas que
competiam por uma fatia de mercado, sem que o
Estado interviesse na economia. Nessa fase,
denominada de capitalismo liberal ou concorrencial, predominava a doutrina de Adam Smith
(1723-1790), segundo a qual o mercado deve ser
regido pela livre concorrência, baseada na lei da
procura e da oferta [...]. Refletindo o otimismo
científico-tecnológico do período, Smith acreditava
que o mercado atingiria um equilíbrio natural por
si só e que o progresso constante conduziria a
humanidade à condição ideal, na qual não haveria
escassez, e tudo seria bem-estar”. (Moreira, Igor.
O espaço geográfico: Geografia geral e do Brasil.
Ed. Ática, p. 32, 2002.).
Um capitalismo mais forte e consolidado substitui
o mercantilismo definitivamente a partir de
meados do século XVIII. Com o processo de
substituição do trabalho manual das manufaturas
pelas máquinas a vapor, iniciada nas indústrias
têxteis da Inglaterra, projetava-se uma nova fase
na história do capitalismo: o capitalismo industrial.
No mercantilismo, o Estado absolutista era
favorável aos interesses da burguesia comercial.
Os monopólios e as constantes ingerências do
Estado na economia dificultavam e até se
contrapunham aos interesses da nova burguesia
industrial que se estava consolidando. A
industrialização também foi um fenômeno que se
expandiu do Reino Unido (Inglaterra), para outros
países da Europa, como França, Alemanha,
Bélgica, Itália, Rússia como também para os EUA,
e de forma incipiente, para o Japão até o início do
século XX. Nos países subdesenvolvidos, a
industrialização só viria a acontecer a partir,
principalmente, da Segunda Guerra Mundial.
A riqueza acumulada na expansão comercial
européia foi investida na mecanização da
produção. Essa revolução técnica ampliou ainda
mais a economia de mercado. A indústria pôde,
assim, ascender à sua mais desenvolvida fase.
Fase Financeira
No plano econômico, assiste-se à chegada da
fase mais evoluída do capitalismo. Agora denominado capitalismo financeiro ou monopolista, é
caracterizado pela concentração de capitais e
pela formação de grandes monopólios e
oligopólios, ou seja, empresas de grande porte
que se associam para determinar os preços dos
produtos, controlar o mercado e absorver os
concorrentes de menor porte. Ocorre, portanto
um enfraquecimento da concorrência. No entanto
o capitalismo monopolista somente se consolidou
na primeira metade do século XX. Essa foi, talvez,
uma prova de fogo para o Capitalismo. No
período entre as duas guerras mundiais, o
fermento da crise estava lançado. De um lado,
excesso de produção; de outro, retração do
poder de compra e de consumo da sociedade.
Em 1929, sobreveio a crise, provocando entre
tantos a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Mais
uma vez, o velho camaleão mudava de roupa.
A partir desse momento, surge uma nova
conduta: O Keynesianismo, pois o Estado passa
a intervir maciçamente na economia ora como
regulamentador, ora como empresário. Impondo
uma renda mínima, limitando a jornada de trabalho, um seguro-desemprego, uma previdência e
assistência social, proibindo o trabalho do menor,
a criação de empresas estatais e de empregos,
entre outras, foram mediadas adotadas com
vistas ao combate da crise e à busca de uma
reestruturação econômica. Hoje, o Capitalismo
dá mais uma prova de vitalidade, inaugurando a
sua mais nova fase: o Neoliberalismo.
Estágio de desenvolvimento da indústria:
Fase artesanal: não-divisão social do trabalho,
não havia ocorrido ainda a divisão técnica do
trabalho. Havia o emprego de ferramentas
simples, e a produção destinava-se ao
abastecimento e consumo local.
Fase manufatora: este é o estágio intermediário
entre o artesanato e a maquinofatura. Distinguese do estágio anterior porque nele ocorre a
9
Desafio
Geográfico
01. (UFC) A Primeira Revolução Industrial
provocou uma grande transformação
no espaço geográfico. A esse respeito, leia
as afirmações abaixo.
I. Aconteceu um intenso processo de
urbanização, e as cidades passaram
a comandar as atividades
econômicas e a organização do
espaço geográfico.
II. Com a ampliação da divisão
internacional do trabalho, alguns
países europeus especializaram-se
na produção industrial, controlando
o mercado mundial de produtos
industrializados.
III. Aconteceram grandes mudanças no
modo de produção, sem implicações
na organização política e territorial da
Europa.
Assinale a alternativa correta.
a)
b)
c)
d)
e)
Apenas I é verdadeira.
Apenas III é verdadeira.
Apenas I e II são verdadeiras.
Apenas II e III são verdadeiras.
I, II e III são verdadeiras.
02. (Ufrrj) Com a emergência da Terceira
Revolução Industrial e da reestruturação
do capitalismo, nas últimas décadas do
século passado, além da ruptura do
modelo industrial e tecnológico, eram
questionadas também as relações
econômicas, sociais e políticas definidas
pelo padrão de industrialização fordista.
Sobre a reestruturação do capitalismo e
as conseqüências sobre a organização
do trabalho não é correto afirmar que
a) reverteu o longo período de alinhamento
da relação capital/trabalho, relativamente
favorável ao segundo.
b) admitiu as regulações governamentais
protecionistas que engessaram o
mercado de trabalho e aumentaram a
competitividade.
c) golpeou a organização sindical que, na
defensiva, perdeu parte do seu poder de
representação e enfrentamento.
d) alterou o processo produtivo e o trabalho
envolvido na produção, acentuando a
exclusão econômica e social.
e) afetou o mundo do trabalho ao mudar as
relações no processo produtivo, a divisão
do trabalho e as negociações coletivas.
03. (Unifesp) O processo de industrialização tardia verificado após a Segunda
Guerra Mundial promoveu
a) uma divisão territorial do trabalho baseada na troca desigual de commodities.
b) a reunião de líderes de países pobres
contra o capital internacional.
c) uma articulação produtiva entre núcleos
de países centrais e de países pobres.
d) a atuação decisiva de países periféricos
no Conselho de Segurança da ONU.
e) uma frente de países ricos que atuou
pela libertação colonial dos povos.
Desafio
literário
01. Opte pela correlação incorreta:
a) José de Alencar: Fernando Seixas,
Aurélia, Adelaide.
b) Bernardo Guimarães: Leôncio, Álvaro,
Malvina.
c) Manuel A. de Almeida: Luisinha,
Vidinha, Major Vidigal.
d) Visconde de Taunay: Inocência, Cirino,
Manecão.
e) José de Alencar: Augusto e Carolina.
02. O romance focaliza a vida indígena
brasileira antes do contato com o
homem branco. Tem como figura
central o índio araguaia Jaguarê que
procura derrotar outros guerreiros
para conquistar a glória de ser o mais
forte e poderoso entre todos.
a)
b)
c)
d)
e)
A Confederação dos Tamoios
Ubirajara
Iracema
I-Juca Pirama
O Guarani
03. (SANTA CASA) Coube à Companhia
Dramática Nacional, de João Caetano,
encenar, em 1838, aquela que foi, no
dizer de seu autor, a “primeira
tragédia escrita por um brasileiro e
única de assunto nacional”.
a) A Capital Federal, de Artur Azevedo.
b) Gonzaga ou A Revolução de Minas, de
Castro Alves.
c) O Demônio Familiar, de José de
Alencar.
d) A Família e a Festa na Roça, de Martins
Pena.
e) Antônio José ou O Poeta da Inquisição,
de Gonçalves de Magalhães.
Caiu no vestibular
04. (USP) O índio em alguns romances
de José de Alencar, como Iracema e
Ubirajara, é:
a) retratado com objetividade, numa
perspectiva rigorosa e científica;
b) idealizado sob o pano de funda da
natureza, do qual é o herói épico;
c) pretexto episódico para descrição da
natureza;
d) visto com o desprezo do branco
preconceituoso, que o considera
inferior;
e) representado como um primitivo feroz e
de maus instintos.
05. (UC–PR) Coube a (...) atingir o ponto
mais alto do teatro romântico
brasileiro. Numa linguagem simples e
correta, retratou os variados tipos da
sociedade do século XIX.
a)
b)
c)
d)
e)
Martins Pena
Machado de Assis
Procópio Ferreira
Cornélio Pena
José de Alencar
Literatura
4. Dr. Torquato – Recebe ajuda de
Aurélia e casa-se com Adelaide.
5. Abreu – Jovem e rico, apaixona-se
por Aurélia, mas não é correspondido.
Professor João BATISTA Gomes
6. Lourenço Camargo – Avô de Aurélia;
ao morrer, declara a neta sua herdeira
universal.
Romantismo IV – Prosa II
7. Pedro e Emília – Pais de Aurélia.
8. Mariquinhas e Nicota – Irmãs de
Seixas.
4. OBRAS DE JOSÉ DE ALENCAR
O GUARANI (romance)
9. Lemos – Tio e tutor de Aurélia.
a) Época – Primeira metade do século XVII.
5. VISCONDE DE TAUNAY
b) Cenário – Uma fazenda à margem do
Rio Paquequer, afluente do Paraíba, perto
da cidade do Rio de Janeiro.
Nascimento e morte – Alfredo
d'Escragnolle Taunay nasce no Rio de
Janeiro, em 22 de fevereiro de 1843. Falece
em 25 de janeiro de 1899.
c) Personagens:
1. D. Antônio de Mariz – Colonizador
português; pai de Cecília.
4. Loredano – Ex-padre; vilão.
Guerra do Paraguai – Participa da Guerra
do Paraguai, como engenheiro, na
expedição de Mato Grosso, cuja triste e
heróica retirada narra no livro publicado
inicialmente em francês: A Retirada da
Laguna (obra histórico-documental).
5. D. Álvaro – Mora com a família de D.
Antônio. É apaixonado por Cecília. Ao
descobrir que ela ama o selvagem,
suicida-se.
Política – Deixa o exército no posto de
Major, dedicando-se à política, da qual se
afasta como Senador por Santa Catarina
(1899).
6. Isabel – É apaixonada por Álvaro.
Suicida-se junto com ele.
Regionalismo sóbrio – Seu regionalismo é
sóbrio, com pouca fantasia e aguçada
observação. A história de Inocência é
contada dentro de um conjunto de
verossimilidade e constitui a nossa melhor
obra regionalista do Romantismo.
2. Peri – Herói da história, índio forte e
corajoso, com pinta de super-herói.
3. Cecília – Heroína da história.
7. D. Diogo – Irmão de Cecília.
IRACEMA (romance)
a) Época – Nesta obra, as referências a
tempo limitam-se ao lendário. Imagina-se
que a época em que se transcorrem os
acontecimentos seja a de origem do
Ceará.
OBRAS
1.
2.
3.
4.
5.
b) Cenário – Florestas e praias do Ceará.
c) Personagens:
A Mocidade de Trajano (romance, 1872)
Inocência (romance, 1872)
Lágrimas do Coração (romance, 1873)
Ouro Sobre Azul (romance, 1878)
O Encilhamento (romance, 1890)
INOCÊNCIA (romance)
1. Martim – Guerreiro branco,
personagem de existência real
(Martim Soares Moreno), o primeiro
colonizador português a descobrir o
Ceará.
a) Época – Século XIX.
b) Cenário – Sertão de Mato Grosso,
ambiente tipicamente rústico.
c) Narrativa – Terceira pessoa (narrador
onisciente).
d) Personagens:
2. Iracema – Índia tabajara, a virgem
dos lábios de mel, a virgem de Tupã.
1. Inocência – Sertaneja muito bonita,
prometida pelo pai ao boiadeiro
Manecão Doca.
3. Araquém – Pai de Iracema, pajé da
tribo.
4. Caubi – Irmão de Iracema.
2. Cirino – Curandeiro (farmacêutico)
que viaja pelo sertão de Mato Grosso,
praticando a Medicina. É conhecido
no interior como Doutor Cirino.
Apaixona-se por Inocência e morre
por ela.
5. Irapuã – Chefe tabajara, símbolo do
ciúme.
6. Poti – Chefe dos Pitiguaras, tribo
onde mora Martim.
7. Moacir – Filho de Martim e Iracema.
Em tupi, “o filho da dor”.
3. Pereira – Pai de Inocência. Pequeno
fazendeiro do interior de Mato Grosso.
Para ele, a honra da família está
acima de tudo.
SENHORA (romance)
a) Época – Meados do século XIX.
b) Cenário – Rio de Janeiro, destacando
dois bairros: Santa Teresa e Laranjeiras.
c) Foco narrativo – Terceira pessoa
(narrador onisciente).
d) Temática – Conflito entre casar-se por
amor ou por dinheiro.
4. Manecão – Boiadeiro, capataz,
vaqueiro. Cabelos grandes, ar
selvagem, forte, valente. É noivo de
Inocência por imposição do pai dela.
5. Tico – Anão, quase mudo, é esperto,
muito apegado a Pereira e a
Inocência. É uma espécie de criado.
e) Personagens:
6. Meyer – Entomologista alemão. Está
viajando pelo sertão brasileiro atrás
de borboletas para os museus de sua
terra.
1. Aurélia Camargo – Heroína; mulher
perfeita em todos os sentidos.
2. Fernando Seixas – Herói.
7. Antônio Cesário – Padrinho de
Inocência, mora distante da fazenda
de Pereira cerca de dezessete léguas,
3. Adelaide Amaral – Chega a ficar
noiva com Seixas.
10
personagens não se dividem mais em
heróis e vilões. Praticam o bem e o mal,
impulsionadas pelas necessidades de
sobrevivência (a fome, a ascensão social, as
necessidades amorosas).
em Minas Gerais. É quem pode
interceder junto a Pereira a favor de
Cirino e Inocência. Presencia a morte
de Cirino.
5. FRANKLIN TÁVORA
Subúrbio carioca – O autor retrata, pela
primeira vez, o subúrbio carioca. Há, no
livro, um desfile dos tipos comuns do Rio de
Janeiro: o soldado, a prostituta, o malandro,
as parteiras, as rezadeiras – todos descritos
sem a fantasia exagerada do Romantismo.
Nascimento e morte – João Franklin da
Silveira Távora nasce em Baturité, Ceará,
em 13 de janeiro de 1842. Falece no Rio de
Janeiro, em 18 de agosto de 1888.
Advogado e político – Ainda criança, vai
para Pernambuco, onde se forma em Direito
em 1863. Advoga por algum tempo e entra
na política.
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE
MILÍCIAS
Críticas a José de Alencar – Faz duras
críticas a José de Alencar nas Cartas a
Cincinato. São artigos em forma de cartas
em que critica principalmente os romances
Iracema e O Gaúcho.
a) Cenário – Rio de Janeiro.
b) Época – Início do século XIX, época do
Rei D. João VI.
c) Personagens:
1. Leonardo – Herói da história.
Profissão: malandro. No fim, casa-se
com uma mulher rica e é promovido a
Sargento da Milícia carioca. Até os
sete anos, vive com os pais. Depois,
vai viver com o padrinho.
Literatura do Norte – Por intermédio de sua
obra máxima, O Cabeleira, tena inaugurar
uma nova corrente literária denominada
Literatura do Norte – mais fiel aos usos e
costumes das nossas regiões rurais. Mas a
literatura voltada para o nordeste só se faz
realidade com José Américo de Almeida (A
Bagaceira, 1928).
2. Leonardo Pataca – Pai do herói.
Profissão: soldado.
O Cabeleira – Escreve romances, dramas,
comédias e faz críticas literárias e políticas.
Mas da vasta produção, somente O
Cabeleira continua merecendo alguma
atenção dos leitores, quase sempre por
imposição dos programas de leitura nas
escolas.
3. Maria Hortaliça – Mãe do herói.
Desfeito o casamento com Pataca,
fuge para Portugal com um capitão de
navio.
4. Padrinho – Cria Leonardo, mas é
muito benevolente com o menino:
perdoa-lhe todas as traquinagens.
OBRAS
5. Luisinha – Namorada de Leonardo.
Casa-se com ele – não sem antes
ficar viúva de José Manuel.
1.
2.
3.
4.
A Trindade Maldita )(omance, 1861)
Os Índios do Jaguaribe (romance, 1862)
A Casa de Palha (romance, 1866)
Um Casamento no Arrabalde (romance,
1869)
5. O Cabeleira (romance, 1876)
6. O Matuto (romance, 1878)
7. Lourenço (romance, 1881)
6. Vidinha – Amante de Leonardo.
7. Major Vidigal – O terror da
malandragem carioca. É quem
transforma Leonardo em soldado,
depois em sargento da Milícia.
6. MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA
6. MARTINS PENA
Nascimento e morte – Nasce no Rio de
Janeiro, em 17 de novembro de 1831. Morre
em 28 de novembro de 1861, no naufrágio
do Vapor Hermes, próximo a Macaé.
Nascimento e morte – Luís Carlos Martins
Pena nasce no Rio, em 1815. Falece em
Lisboa, em 1848.
Primeira comédia – Muito cedo, põe-se a
escrever comédias (a primeira redação do
Juiz de Paz na Roça é de 1833; o autor tem,
então, dezoito anos), recebendo estímulo de
João Caetano – o primeiro ator brasileiro.
Romance de folhetim – De família pobre,
órfão, conhece de perto a vida da pequena
classe média carioca. Para sobreviver,
trabalha assiduamente no jornalismo, como
revisor e redator do Correio Mercantil, onde
publica, em folhetim, as Memórias de um
Sargento de Milícias, sob o pseudônimo de
“um brasileiro” (1853). O romancista não
tem ainda vinte anos de idade.
Morte aos 33 – Torna-se Adido da legação
brasileira em Londres, mas minado pela
tuberculose, é obrigado a regressar ao
Brasil. Em trânsito por Lisboa, vem a falecer,
com apenas trinta e três anos de idade.
Ajuda a Machado de Assis – Mais tarde, é
nomeado administrador da Tipografia
Nacional. Neste cargo, conhece e ajuda o
então ainda aprendiz de tipógrafo Machado
de Assis
Comédias coloquiais – Suas peças teatrais
são escritas em linguagem coloquial, em
prosa, com a única intenção de fazer rir.
Para isso, apresenta ao público carioca o
ridículo dos tipos roceiros e provincianos em
contato com a cidade grande.
Romance picaresco – O romance de
Manuel Antônio de Almeida é picaresco
(gênero literário de origem espanhola), ou
seja, tem intenção de não ser sério.
Leonardo é o primeiro herói malandro da
Literatura Brasileira.
OBRAS
1. O Juiz de Paz na Roça (comédia, 1838)
2. O Inglês Maquinista (comédia, 1845)
3. O Judas em Sábado de Aleluia (comédia,
1844)
4. O Noviço (comédia, 1845)
5. Quem Casa Quer Casa (comédia, 1845)
Crônica de costumes – Memórias de um
Sargento é uma novela de tom humorístico
que faz crônica de costumes do Rio
Colonial, na época de D. João VI. As
11
Leitura
obrigatória
Vaso Grego
Alberto de Oliveira
Esta, de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada,
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvazada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às
[bordas
Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se de antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
1. ENJAMBEMENT – Processo poético de pôr
no verso seguinte uma ou mais palavras
que completam o sentido do verso anterior.
O termo francês pode ser substituído por
cavalgamento ou encadeamento. Note
que o processo em questão ocorre entre os
versos 1/2, 5/6 e 10/11.
2. VERSOS DECASSÍLABOS – Todos os versos do soneto têm dez sílabas métricas –
prática comum entre os poetas do Parnasianismo
3. SINÉRESE – O autor usa sinérese (contração de duas sílabas em uma só, sem
alteração de letras nem de sons) no verso
5. Veja:
E/ra o/ poe/ta/ de/ Teos/ que a/ sus/pen/di/a
Essa prática garante a perfeição formal, ou
seja, que todos os versos sejam isométricos.
4. RIMAS RICAS – Ocorrem entre palavras de
classes diferentes. Encontramo-las nos
seguintes pares de versos: 2/4 (dia:
substantivo; servia: verbo), 9/12 (admira:
verbo; lira: substantivo) e 11/14 (doce:
adjetivo; fosse: verbo).
5. ORDEM INVERSA – Quando a inversão é
exagerada, tornando obscuro o sentido,
chama-se sínquise. Das quatro estrofes, a
que tem ordem mais caótica é a primeira.
Para captar-lhe a idéia, é necessário
reescrevê-la na ordem direta. Veja:
Esta copa brilhante, de relevos áureos,
trabalhada de divas mãos, um dia, vinda
do Olimpo, como já cansada de servir aos
deuses, servia a um novo deus.
6. ANACREONTE – Poeta grego, natural de
Teos (século VI a. C.), famoso por suas
canções de amor irônicas e melancólicas.
Encarte referente ao curso pré-vestibular
Aprovar da Universidade do Estado do
Amazonas. Não pode ser vendido.
DESAFIO HISTÓRICO (p. 3)
01. B;
02. A;
03. C;
DESAFIO HISTÓRICO (p. 4)
01. B;
02. A;
03. C;
Governador
ACUÑA, Cristóbal de. Informes de jesuítas em el
Eduardo Braga
amazonas: 1660-1684. Iquitos - Peru, 1986.
Vice-Governador
ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionário
Omar Aziz
brasileiro da língua portuguesa. São Paulo:
Reitor
Melhoramentos, 1975.
Lourenço dos Santos Pereira Braga
questões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática, 1996.
Carlos Eduardo Gonçalves
ARRUDA, José Jobson de A. et ali. Toda a
Pró-Reitor de Planejamento e Administração
Antônio Dias Couto
Pró-Reitor de Extensão e
Assuntos Comunitários
Ademar R. M. Teixeira
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Walmir Albuquerque
Coordenadora Geral
Munira Zacarias
Coordenador de Professores
João Batista Gomes
Coordenador de Ensino
Carlos Jennings
Coordenadora de Comunicação
Liliane Maia
Coordenador de Logística e Distribuição
Raymundo Wanderley Lasmar
Produção
História: História geral e História do Brasil, 8. ed.
BECHARA, Evanildo. Gramática portuguesa. 31.
ed. São Paulo: Nacional, 1987
CARVAJAL, Gaspar de. Descobrimento do rio de
COELHO, Marcos A. ; TERRA, Lygia. Geografia
Moderna, 2001.
COELHO, Marcos de Amorim. Geografia do Brasil
- 5. ed. São Paulo: Moderna, 2003.
HOORNAERT, Eduardo (Coord.). Comissão de
Estudos da Igreja na América Latina. História da
Heimar de Oliveira
Mateus Borja
Paulo Alexandre
Rafael Degelo
Tony Otani
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 9)
01. E;
02. C;
03. B;
04. D;
05. C;
Igreja na Amazônia. Petrópolis-RJ: Vozes, 1992.
MAGNOLI, Demétrio; ARAÚJO, Regina. Sociedade
e Espaço: Geografia geral e do Brasil. São Paulo:
Ática, 2000.
ARAPUCA (p. 10)
01. E;
MOREIRA, Igor. Construindo o espaço brasileiro.
2. Ed: Ática. 2004.
APLICAÇÕES (p. 10 e 11)
01. A;
02. E;
03. E;
04. A;
05. C;
06. E;
MOREIRA, Igor. O espaço geográfico: Geografia
MOTA, Myryam Becho e BRAICK, Patrícia Ramos.
Aurelino Bentes
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 8)
01. B;
02. B;
03. D;
04. D;
05. E;
Geral. O espaço natural e socioeconômico.
Renato Moraes
Antônio Carlos
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 7)
01. D;
02. E;
Orellana. São Paulo: Nacional, 1941.
Aline Susana Canto Pantoja
Alberto Ribeiro
DESAFIO GEOGRÁFICO (p. 6)
01. V, V, F, F, V;
02. C;
03. B;
São Paulo: Editora Ática, 2000.
geral e do Brasil. Ática, 2002.
Projeto Gráfico – Jobast
DESAFIO HISTÓRICO (p. 5)
01. B;
02. E;
03. C;
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário de
Vice-Reitor
História das Cavernas ao Terceiro Milênio. 2. ed. São
Paulo: Moderna, 2002.
SHMIDT, Mario. Nova História Crítica do Brasil: 500
CAIU NO VESTIBULAR (p. 11)
01. E;
DESAFIO GRAMATICAL (p. 11)
01. B;
02. C;
03. C;
04. A;
05. E;
anos de História malcontada. São Paulo: Nova
Geração, 2003.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil. São
Paulo: Moderna, 2000.
VESENTINI, José William - 1950. Geografia Crítica: A
Sociedade Brasileira. São Paulo: Ática 2004.
Editoração Eletrônica
Horácio Martins
Este material didático, que será distribuído nos Postos de Atendimento (PAC) na capital e Escolas da Rede Estadual de Ensino, é
base para as aulas transmitidas diariamente (horário de Manaus), de segunda a sábado, nos seguintes meios de comunicação:
• TV Cultura (7h às 7h30); sábados: reprise às 23h
• Amazon Sat (15h às 15h30)
• RBN (13h às 13h30) reprise: 5h30 e 7h (satélite)
• Rádio Rio Mar (19h às 19h30)
• Rádio Seis Irmãos do São Raimundo
(8h às 9h e reprise de 16h às 16h30)
• Rádio Panorama de Itacoatiara (11h às 11h30)
• Rádio Difusora de Itacoatiara (8h às 8h30)
• Rádio Comunitária Pedra Pintada de Itacoatiara
(10h às 10h30)
• Rádio Santo Antônio de Borba (18h30 às 19h)
• Rádio Estação Rural de Tefé (19h às 19h30) – horário local
• Rádio Independência de Maués (6h às 6h30)
• Rádio Cultura (6h às 6h30 e reprise de 12h às 12h30)
• Centros e Núcleos da UEA (12h às 12h30)
Postos de distribuição:
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PAC São José – Alameda Cosme Ferreira – Shopping São José
PAC Cidade Nova – Rua Noel Nutles, 1350 – Cidade Nova I
PAC Compensa – Av. Brasil, 1325 – Compensa
PAC Porto – Rua Marquês de Santa Cruz, s/n.°
armazém 10 do Porto de Manaus – Centro
• PAC Alvorada – Rua desembargador João
Machado, 4922 – Planalto
• PAC Educandos – Av. Beira Mar, s/nº – Educandos
www.uea.edu.br e www.linguativa.com.br
Endereço para correspondência: Projeto Aprovar - Reitoria da UEA - Av. Djalma Batista,
3578 - Flores. CEP 69050-010. Manaus-AM
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