Parnasianismo Contexto sociocultural Contemporâneo à escola realista, porém divergente: segundo o poeta parnasiano, a poesia não deveria intrometer-se me questões críticas, políticas ou sociais. O poeta deveria buscar apenas a perfeição da poesia, como a mais pura expressão do belo. Características Teoria da “arte pela arte” Perfeição formal Objetividade temática Enjabement Gosto pela descrição Erotismo Preocupação com a versificação, rima, sonoridade (aliteração e assonância) Utilização da mitologia clássica Alberto de Oliveira – É o mais ortodoxo dos parnasianos. Sempre fiel as propostas da escola. Explorou a descrição de objetos artisticamente elaborados, do rio Paraíba, temas da antiguidade clássica e erotismo. Todos com muito apuro e rigidez formais. Vaso grego Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. Raimundo Correa – O mais filosófico dos poetas parnasianos. Explorou ainda o pessimismo e a subjetividade, afastando-se das propostas parnasianas e antecipando o decadentismo simbolista, com emprego de sua musicalidade e sinestesias. Grande desvendador da alma humana. Acusado de plágio. Mal Secreto Se a cólera que espuma, a dor que mora N'alma, e destroi cada ilusão que nasce, Tudo que punge, tudo que devora O coração no rosto se estampasse; Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa ,então piedade nos causasse! Quanta gente que ri, talvez , consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo Como invisível chaga cancerosa! Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa! Vicente de Carvalho – Explorou a natureza, principalmente seus mares e oceanos. Entretanto a melancolia é o que mais se destaca em sua obra. Velho tema Só a leve esperança, em toda a vida, Disfarça a pena de viver, mais nada; Nem é mais a existência, resumida, Que uma grande esperança malograda. O eterno sonho da alma desterrada Sonho que a traz ansiosa e embevecida, É uma hora feliz, sempre adiada E que não chega nunca em toda a vida. Essa felicidade que supomos, Árvore milagrosa que sonhamos Toda arreada de dourados pomos, Existe, sim: mas nós não a alcançamos Porque está sempre apenas onde a pomos E nunca a pomos onde nós estamos. Olavo Bilac – Considerado o mais popular entre os poetas deste estilo. Deixou-se levar por temas que o afastaram das propostas parnasianas, como, por exemplo, o lirismo amoroso bem ao gosto dos românticos, também explorou o nacionalismo histórico, abusou de descrições e de uma rígida busca pela perfeição formal. A um poeta Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço: e trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua Rica mas sóbria, como um templo grego Não se mostre na fábrica o suplicio Do mestre. E natural, o efeito agrade Sem lembrar os andaimes do edifício: Porque a Beleza, gêmea da Verdade Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade.