Ciência e Transcendência: Uma Perspectiva Filosófica e Teológica Nythamar de Oliveira - PUCRS / CNPq X Seminário Internacional Inovação, Universidade, Ciência e Transcendência Research Projects ( 1995 – 2015 ) A comparative study of theories of social justice in Kant, Hegel, Rawls, Habermas, and Honneth Kant’s, Hume’s, Habermas’s and Rawls’s contributions to normative ethics, metaethics, applied ethics, and social & political philosophy The philosophical foundations of human rights (Universität Kassel, Prof. Dr. Hans-Georg Flickinger) Critical Theory & Social Epistemology Social Neurophilosophy & Cognitive Neuroscience: António Damásio, Patricia Churchland, Jesse Prinz Supported by: Brazilian National Research Council (CNPq), Alexander von Humboldt Stiftung, Capes, PUCRS (Pontifical Catholic University at Porto Alegre, RS) Neuro Hypes About 31,600,000 results (0.22 seconds) From Bioethics to Neuroethics: The Neuroscientific Turn of Experimental Philosophy Neuroscience, Neurophilosophy, Neuroethics: Interdisciplinary Research in Health, Natural, Social & Behavioral Sciences and the Humanities Nythamar de Oliveira - PUCRS / CNPq / InsCer Porto Alegre, 2012-15 Research in Neurophilosophy The Brain Institute at PoA (InsCer) Interdisciplinary research in "Social Media and DecisionMaking Processes: Reason and Emotion in Social Relations" (CNPq/InsCer): we set out to investigate the processes of moral decisionmaking that materialize in everyday, off-line practices and in online, social media (particularly on Facebook), e.g. Ultimatum & Dictator games Joshua Greene: Moral Dilemmas & the “Trolley Problem”(2003) The switch dilemma From neural ‘is’ to moral ‘ought’: what are the moral implications of neuroscientific moral psychology? The footbridge dilemma Social Media & Decision-Making Processes: Reason & Emotion in Social Relations (405998/2012-0 MCTI/CNPq/MEC/CAPES 18/2012) These processes are investigated within an interdisciplinary perspective of neuroscience, more specifically, from the standpoint of the neural basis of these processes. This is a multidisciplinary research project in neuroscience, normative ethics, bioethics & experimental philosophy with particular emphasis on moral dilemmas, decision-making, and regulatory problems concerning neurotechnologies, social behavior and technological innovations. What is Transcendence ? What is it like to be self-conscious? O que é transcendência ? O que é imanência ? Michelangelo, Creazione di Adamo (1508-12) Raffaello, Scuola di Atene (1509-11) O que é transcendência ? Totaliter aliter: Ganz Andere, Wholly Other, Tout Autre, Totalmente Outro Transcendente par excellence Adon Olam: Senhor do Universo, D’us Criador, Onipotente, Onisciente, Todo-Poderoso D’us Eterno: V'hu haya, v'hu hoveh, v'hu yih'yeh b'tifara אֶ הְ י ֶה אֲ ֶ ר אֶ הְ י ֶה D'us o que era, o que é, (Ehyeh Asher Ehyeh) O que sempre será em glória O que é imanência ? κόσμον τόνδε, τὸν αὐτὸν ἁπάντων, οὔτε τις θεῶν οὐτε ἀνθρώπων ἐποίησεν, ἀλλ' ἦν ἀεὶ καὶ ἔστιν καὶ ἔσται πῦρ ἀείζωον, ἁπτόμενον μέτρα καὶ ἀποσβεννύμενον μέτρα “This kosmos [the same for all] no god nor man has made, but it always was and is and will be: an everliving fire, kindling in measures and in measures going out” (Heraclitus, Frag. 30) πάντα χωρεῖ (Cratylus 402a) “Everything changes / All flows” Teologia da Transcendência: Ontem e Hoje deus revelatus / deus absconditus condenação da idolatria teologia da libertação: alteridade Abertura para o Outro Alves, Dussel, Gutiérrez, Boff; Marc Ellis religio // ars <techne> Scientia transcendens Metaphysica transcendentalis Tomás de Aquino; Duns Scotus, Honnefelder Transcender : entes, ser; propriedades; substância Transcendênciaimanência scientia // philosophia Qu’est-ce que la technique? La détermination instrumentelle et anthropologique de la technique “...la technique est un moyen pour des fins... c’est un faire de l’homme. Les deux déterminations de la technique sont correlationées. Car la mise de fins et l’emploi des moyens pour les réussir, en constituit un faire humain.” (Martin Heidegger, La Question de la Technique, 1953) Homo erectus, homo habilis, homo faber, Homo sapiens, homo oeconomicus “La technique est un mode de déceler (Entbergen). La technique s’essentialise là où arrivent l’arraisonnement (Gestell) et le dévoilement (a-létheia)” "Qual é, afinal, a relação entre Ontoteologia e Cosmoteologia?" Os Dois Caminhos da Metafísica Revisitar o problema kantiano À leitura tradicional do primeiro caminho, dá-se o e suas interpretações nome de ontoteologia, na neokantianas e medida em que se tematiza o fenomenológicas: 1) “Quais as consequências da problema ontológico de Deus (theos) enquanto causa crítica heideggeriana à sui, substantia (prote metafísica?” (p. 71) philosophia, philosophia (2) “Podemos dispensar uma prima, teologia filosófica) metafísica repensada?” (p. 95) O segundo caminho, da (3) “A metafísica como uma metafísica enquanto “ciência questão fundamental ou várias procurada” (episteme metafísicas?” (p. 105) zetoumene) Ontologia Social & Coisificação A fim de reconstruir a relação entre ontoteologia e cosmoteologia, à luz de uma reconfiguração pós-metafísica da relação entre metafísica e ciência, metafísica geral e especial, proponho-me a revisitar o problema da ontologia social enquanto objeto do pensamento que, por um lado, rejeita a coisificação das relações sociais ou do conjunto das relações humanas enquanto “fato social”, como entenderam Comte, Marx, Durkheim, Weber, e, por outro lado, evita pensar o social sem a diferença, a reificação operante na própria redução do ontológico ao ôntico: enquanto valor supremo da mais-valia, moeda corrente do fetichismo de mercado, objeto de idolatria na teologia judaico-cristã, reformulada pelo marxismo e por seus epígonos e críticos. Imago Dei et Utopie Sociale: Essai d’anthropologie postcritique (1987) “L'espoir (Hoffnung) ne nous est donné qu'autour des désespérés” (Walter Benjamin, 1922) “La raison est l’organe du calcul, de la planification; elle est neutre à l’égard des buts, son élément est la coordination”. (Th. Adorno & M. Horkheimer, Dialectique de la Raison, 1944 / Aufklärung) “Nous ne sommes pas encore nés” (Ernst Bloch, Geist der Utopie, 1918) “Comment l'individu peut-il satisfaire ses besoins sans se faire du tort à soi-même?” (Herbert Marcuse, Vers la libération, 1968) "Qual é, afinal, a relação entre Ontoteologia e Cosmoteologia?" 1. Quais as consequências da crítica heideggeriana à metafísica? 2. Podemos dispensar uma metafísica repensada? 3. A metafísica como uma questão fundamental ou várias metafísicas? πρώτη φιλοσοφία: prōtē philosophia έπιστήμη ζητουμένη: episteme zetoumene τὸ τί ἦν εἶναι : to ti ên einai 1. Quais as consequências da crítica heideggeriana à metafísica? A superação da metafísica não significa o fim da metafísica: estamos livres do comando de outros mundos não-humanos. Estamos sós no planeta e nele somos um acontecimento que se espanta consigo mesmo. A questão da superação (Überwindung, overcoming) da metafísica em termos de uma Verwindung (verwinden, venir à bout de, to cope with), esp. no ensaio Zur Seinsfrage 2. Podemos dispensar uma metafísica repensada? Um espectro heideggeriano : Na extrema direita, estão os ultra-orthodoxos (Fédier) Na extrema esquerda, a ala rejeicionista (Caputo) A centro-direita representa a ortodoxia (Kisiel) A centro-esquerda está representada pelos assimilacionistas liberais (aproximações de Derrida, Levinas, Lacan, Wittgenstein) 3. A metafísica como uma questão fundamental ou várias metafísicas? “Aquilo que Heidegger atribui à ontoteologia não é nada mais do que a tentativa de acabar com a ciência procurada por meio da obturação da pergunta pelo ser, por meio de um dos princípios epocais dos quais o filósofo faz toda uma sucessão, na longa história do esquecimento do ser da metafísica ocidental” (p. 116) “Existential philosophy defined the new concepts of ecstasy or of transcendence to fix a distinct kind of being that is by casting itself out of its own given place and time, without dissipating, because at each moment it projects itself — or, more exactly, a variant of itself — into another place and time. Such a being is not ideality, defined as intuitable or reconstitutable anywhere and at any moment. Ex-istence, understood etymologically, is not so much a state or a stance as a movement, which is by conceiving a divergence from itself or a potentiality of itself and casting itself into that divergence with all that it is.” (Al Lingis) Husserl: Transcendência na Imanência (Transzendenz in der Immanenz) Ideias I §57: trata-se de uma espécie própria de transcendência (eigenartige Transzendenz), uma transcendência do tipo “não constituída”, fonte originária da constituição dos objetos: o objeto constituído (oscilando entre o caráter imanente do noema e o que transcende o próprio noema) vs. o eu puro que o visa por meio do cogito. Die Lebenswelt: Auslegungen der vorgegebenen Welt und ihrer Konstitution (Husserliana 39) “In addition, all science belongs within this nexus [I, we, world]; science is an intersubjective activity, a pursuit in the attitude, ‘Us and what is actual’. Science seeks Objective validity; as Objective science it makes assertions about the world straightforwardly, i.e., assertions in which nothing of the ‘us’ is to be found. What is spoken of is only what is Objective: first and foremost, physical nature. Thereby, however, we constantly find ourselves as persons living in the personal world, in the life-world [Lebenswelt], and so do the natural scientists, even in the very activity of natural science: it is just that their focus is directed exclusively to physical or zoological nature, etc. The apprehension of the world as nature thus fits within personal apprehension (the personal attitude).” (Ideen II § 63 p. 289 / ET: p. 302) Sartre & Levinas: Transcendência do “ego” do outro Husserl suspende a ideia de um Infinito Transcendente, abrindo o horizonte da pureza da exterioridade e da transcendência “Excedência”: um movimento de transcendência enquanto saída do ser e da sua autosuficiência absoluta e definitiva (De l'Évasion) Conversão radical pode transformar a «condenação ao ser» em desejo de «socialidade primeira», onde a alteridade é transcendência The Other is an infinitely transcendent reality The self must be separated from the Other in order to have the idea of infinity. The idea of infinity is itself a form of transcendence of the relation to the Other. Exteriority is achieved by having the idea of infinity. Levinas says that the idea of infinity is not a representation of infinity.1 Infinity overflows the idea of infinity. The idea of infinity is an overflowing of finite thought by infinite content. Infinity is produced by the overflowing of the intellect. The mode of being for the Other is not a negation of the self. Being for the Other does not mean that the self disappears in a totality. Being for the Other is a state of exteriority. Being as goodness is being for the Other. Goodness brings transcendence of the face to face relation, in that the being of the self affirms the being of the Other. Para além da espacialidade do olhar e da idolatria do saber do Ocidente e de sua secularização totlizante O rosto do outro é o lugar da transcendência na medida em que ele mesmo põe em causa o eu na sua existência de ser-para-si mediante o traumatismo da transcendência, que impede o eu de permanecer em si e o transporta aos limites de si mesmo Shoah השואה Anthony Steinbock’s phenomenological verticality as an alternative to traditional, dualistic conceptions of transcendence (as opposed to immanence) and as “selfgivenness of the Holy qua Personal presence as this presence is lived” one of the best attempts to make sense of a Judeo-Christian, biblical idea of revelation so as to avoid the idolatry of self-righteousness, secularism, and fundamentalism “By experience, in general I mean the givenness of something (be it an object, a human person, or the Holy) as “it” is lived. As noted above, it is arbitrary to restrict what we count as experience only to the way objects are presented perceptually and epistemically. By mystical experience, I do not mean everything that is nonrational, weird, exotic, occult, or paranormal. I mean the selfgivenness of the Holy qua Personal presence as this presence is lived. The self-givenness pertaining to the Holy is a vertical mode of givenness, namely, epiphany. Epiphany is the personal presence of the Holy, and mystical experience is precisely the personal givenness of the Holy as lived in an especially intimate manner. Epiphany is not rare, unusual, or exceptional in the sense that it is sometimes added on to mundane affairs.”(Steinbock) Sebastião Salgado, “O Sal da Terra” Correlação Semântica (Bedeutungskorrelation): Transcendência-Imanência Ontologia Mundo (olam) Fé (emunah) Intersubjetividade Linguagem Ciência (hokhma) Obrigadinho ! Nythamar de Oliveira - PUCRS / CNPq / AvH X Seminário Internacional Inovação 2015