português
6
Ensino Fundamental 6o ano
Caro Professor,
Nesta amostra, selecionamos um capítulo do Livro do Aluno da coleção
Para Viver Juntos, para que você conheça mais sobre a obra.
Bom trabalho!
Edições SM
VJP6_ABERTURA.indd 1
8/14/14 2:02 PM
Romance de
aventura
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 10
08/07/14 22:40
1
Capítulo
Capítulo
O que você vai aprender
§§ Características principais do romance de aventura
§§ Enredo, personagem e espaço
§§ Interpretação de textos verbais e não verbais
§§ Texto e produção de sentidos
§§ Letra e fonema
Cena do filme Fúria de Titans,
de Louis Leterrier, 2010.
Warner Bros/Courtesy Everett Collection/Latinstock
converse com os colegas
1. Observe as personagens da cena ao lado, especialmente o homem
que está na frente.
a) Descreva-o, considerando o modo como está vestido e a atitude que ele exibe.
b) Descreva detalhadamente o espaço onde as personagens estão.
2. Esta cena representa um momento da história vivida por essas
personagens. Ao observá-la, é possível identificar o tipo de história
da qual a cena faz parte e imaginar como seriam o começo, o meio
e o fim.
a) O espaço e as personagens da cena descrita caracterizam que
tipo de história?
b) Com base nas características que você observou no homem que
caminha à frente do grupo, você diria que ele é o vilão ou o herói
da história? Justifique sua resposta.
c) Imagine e escreva em seu caderno onde e como começou a história.
d) Você acredita que o espaço retratado na cena é o mesmo do começo da história? Justifique sua resposta.
e) Que tipo de situação você acredita que as personagens terão de
enfrentar a partir desse momento?
f) Como você supõe que terminará a história?
3. Que título você daria para essa história? Justifique sua resposta.
4. Cite nomes de personagens de filmes e livros que viveram histórias
parecidas com a que você imaginou.
Os elementos observados na cena ao lado são característicos
do romance de aventura. Neste capítulo, aprofundaremos o estudo
sobre personagens e enredo com base em textos representativos
desse gênero.
11
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 11
08/07/14 22:40
leitura 1
O que você vai ler
Ablestock/ID/BR
Romance de aventura
Daniel Defoe
(1660-1731),
escritor inglês,
publicou em 1719
sua mais conhecida
obra, As aventuras
de Robinson Crusoé.
Retrato de 1722.
No livro As aventuras de Robinson Crusoé são narradas as aventuras de um
jovem que, em 1652, decide deixar a Inglaterra para enfrentar os mais diversos
desafios que as viagens pelo mar podiam lhe oferecer.
Depois de escapar de um naufrágio e de libertar-se de piratas, chega ao
Brasil, onde se estabelece como proprietário de uma lucrativa plantação que o
torna muito rico. Mesmo assim, resolve partir em busca de novas aventuras…
Mas o navio em que viajava naufraga e, como único sobrevivente, ele passa a
viver em uma ilha deserta, ao norte da América do Sul. Com o que recupera do
naufrágio e com os recursos disponíveis no lugar, constrói tudo o que é necessário para sua sobrevivência. Desse modo, reproduz na ilha muitos aspectos de
seu ambiente de origem, a sociedade inglesa do século XVII.
Robinson Crusoé vive ali durante muitos anos e as únicas pessoas que avista
são alguns indígenas do continente que, de tempos em tempos, desembarcavam
nas praias da ilha para realizar rituais de canibalismo. Mantendo-se sempre escondido, Crusoé consegue soltar um prisioneiro indígena que seria sacrificado
em uma dessas cerimônias. Esse indígena, em homenagem ao dia em que foi
libertado, recebe o nome de Sexta-Feira e torna-se o grande companheiro de
Crusoé, auxiliando-o em seus planos para deixar a ilha.
O trecho que você vai ler narra uma batalha que eles, juntos, travam contra
os indígenas inimigos do povo de Sexta-Feira. Nesse episódio, acabam libertando alguém muito importante…
Robinson Crusoé
Guilherme Vianna/ID/BR
Celebrei o vigésimo sétimo aniversário da minha vida na ilha de modo
especial. Tinha muito a agradecer a Deus, agora mais do que antes, já que os
três últimos anos haviam sido particularmente agradáveis ao lado de Sexta-Feira. Tinha também o estranho pressentimento de que este seria o último
aniversário comemorado na ilha.
O barco estava guardado, em lugar seco e protegido, esperando a época
das chuvas terminar para empreender a viagem até o continente.
Enquanto aguardava tempo bom para lançar-me ao mar, eu preparava todos os detalhes necessários ao sucesso da jornada: armazenar
milho, fazer pão, secar carne ao sol, confeccionar moringas de barro
para transportar água…
Sexta-Feira andava pela praia, à cata de tartarugas. Voltou correndo,
apavorado.
– Patrão, patrão! Três canoas chegar. Muitos inimigos. Já estar
muito perto…
Também me assustei. Não contava com o inesperado: os selvagens não vinham à ilha no tempo das chuvas. Espiei-os do
alto da paliçada, com os binóculos. Desembarcavam muito
próximos do meu “castelo”, logo depois do ribeirão.
O perigo nunca fora tão iminente…
– Não são gente do seu povo, Sexta-Feira?
12
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 12
08/07/14 22:40
erme Viann
a/I
BR
D/
ilh
Gu
– Não, patrão. Ser inimigos. Eu ver direito.
– Assim de tão longe? Como é que você sabe?
– Eu saber. Estes são inimigos. Talvez até vir aqui
pra pegar Sexta-Feira.
Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha por
causa dele! Já haviam passado muitos anos… Mas, de
qualquer forma, o perigo era grande. Estavam tão próximos que poderiam descobrir-nos facilmente. Se quiséssemos
ter alguma chance de sobrevivência, precisávamos atacá-los
primeiro, quando não esperassem. Era fundamental fazer da
surpresa nosso terceiro guerreiro!
– Você pode lutar? – perguntei ao meu companheiro.
– Sexta-Feira guerrear com patrão. Só dizer o que fazer…
Carreguei duas espingardas e quatro mosquetes com chumbo grosso,
para dar a impressão de muitas balas. E preparei ainda duas pistolas. Reparti
as armas de fogo com Sexta-Feira e rumamos para o acampamento dos antropófagos. Eu levava também a espada, presa à cintura, e meu companheiro, seu
inseparável machado.
Protegidos pelas árvores, chegamos a menos de quarenta metros do inimigo. Na hora, não pude contá-los todos. Posteriormente, somando os mortos
e os fugitivos, descobri que eram vinte e um. As chamas da fogueira já ardiam,
como línguas vorazes à espera da gordura humana, que pingava de membros
e partes cortadas, para alimentar sua gula.
Eu relutava em atacá-los. Estava mesmo disposto a aguardar o máximo
possível, escondido no meio do bosque. E, se descobrisse que iriam embora
sem andar muito pela ilha, deixá-los-ia voltar sem importuná-los.
O grupo todo encontrava-se ocupado em soltar as cordas que prendiam
mãos e pés de um prisioneiro. Por fim, desmancharam a roda que ocultava o
condenado à morte e o arrastaram para perto do fogo. Meu Deus, o prisioneiro
era um homem branco! Não, não iria aguardar os acontecimentos. Um homem
cristão como eu estava prestes a ser devorado por selvagens antropófagos… Na
minha ilha. Eu não podia deixar aquela bestialidade prosseguir!
13
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 13
08/07/14 22:40
leitura 1
Romance de aventura
Fiz sinal a Sexta-Feira. Estava pronto? Então que atirasse com a espingarda, que seguisse meu exemplo…
– Agora, Sexta-Feira! – berrei.
Os dois tiros ecoaram simultaneamente. Por um instante, o mundo
parou. Horrorizados, os selvagens viram vários dos seus guerreiros caírem sem vida. Não conseguiam compreender de onde vinha a morte. As
espingardas, carregadas com chumbo grosso, provocaram um enorme
estrago entre os inimigos: cinco caíram mortos, três outros feridos. […]
O mundo então pareceu vir abaixo: a praia virou um enorme
pandemônio. Tínhamos sido descobertos, mas ainda assim os selvagens
não se atreviam a atacar-nos. Gritos de guerra e raiva misturavam-se aos
de dor dos feridos.
Corri ao encontro do inimigo, Sexta-Feira seguiu atrás de mim.
No meio do caminho, já na areia da praia, paramos para garantir a
pontaria do tiro do último mosquete carregado. Mais alguns mortos
e feridos caíram ao chão. Os que ainda se mantinham em pé não
sabiam se corriam ou se lutavam. Fomos ao seu encontro.
Ao passar pelo homem branco, entreguei-lhe minha pistola:
podia precisar dela para defender-se. A luta prosseguia, agora num
combate corpo a corpo. Matei mais dois, três, quatro – não posso
precisar quantos – com a espada. […] Ainda assim, três inimigos
conseguiram saltar dentro de um dos barcos e fugiram para o mar.
Dois pareciam ilesos; o outro sangrava, gravemente ferido. […]
Corremos para a outra canoa, encalhada na areia da praia.
Antes de fazê-la navegar, descobrimos, deitado no seu fundo,
mais um prisioneiro amarrado. De repente, a máscara de guerra,
em que se transformara o rosto de Sexta-Feira, tornou-se doce e
suave ao avistar o velho homem, imóvel no chão do barco.
Sexta-Feira tratou-o com muito cuidado, dedicação e carinho.
Soltou o velho, sentou-o, abraçou-o, apoiou sua cabeça
contra seu forte peito, enquanto afagava com mão
de criança seus cabelos…
Sem o saber, Sexta-Feira acabara de salvar da
morte o seu próprio pai.
Os fugitivos já iam longe no mar. Era inútil persea/ID/BR
iann
eV
rm
gui-los.
[…]
he
l
i
Gu
Daniel Defoe. Robinson Crusoé: a conquista do mundo numa ilha. Adaptação para o
português: Werner Zotz. 17. ed. São Paulo: Scipione, 2001. p. 85-89.
GlossáriO
Antropófago: ser humano que se
alimenta de carne humana.
Bestialidade: comportamento que
assemelha o homem à besta (“animal”);
brutalidade, estupidez, imoralidade.
Empreender: realizar.
Ileso: sem ferimento.
Iminente: próximo, prestes a acontecer.
Moringa: vaso de barro bojudo e de
gargalo estreito usado para acondicionar
e conservar fresca e potável a água.
Mosquete: arma de fogo similar a uma
espingarda.
Paliçada: cerca feita com estacas
apontadas e fincadas na terra, que serve
de barreira defensiva.
Pandemônio: mistura confusa de
pessoas ou coisas; confusão.
Simultaneamente: ao mesmo tempo.
Voraz: que devora.
14
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 14
08/07/14 22:40
Estudo do texto
Para entender o texto
1. Quantos anos Robinson Crusoé já havia vivido naquela ilha?
2. Durante quanto tempo ele permaneceu sozinho na ilha?
3. Crusoé teve de aprender a viver em um espaço bem diferente daquele ao
qual estava acostumado. Com base no texto, copie e complete a tabela a
seguir, apontando as características da ilha e o que ele precisou construir
para ali sobreviver.
A vegetação da ilha
As características do mar da região da ilha
O clima da ilha
Como Robinson Crusoé se alimentava
Instrumentos e objetos que Robinson Crusoé precisou
fabricar para obter alimentos e armazená-los
As características da moradia de Robinson Crusoé
4. Releia.
“Acalmei-o. Claro que não tinham vindo até a ilha por causa dele! Já haviam
passado muitos anos… Mas, de qualquer forma, o perigo era grande. Estavam tão
próximos que poderiam descobrir-nos facilmente. Se quiséssemos ter alguma
chance de sobrevivência, precisávamos atacá-los primeiro, quando não esperassem. Era fundamental fazer da surpresa nosso terceiro guerreiro!”
a)Que fatos da narrativa esse parágrafo permite antecipar?
b)Nesse trecho também é revelado um dos elementos principais do plano
de Robinson Crusoé. Qual é esse elemento?
c)Releia o quadro O que você vai ler. Por qual motivo os selvagens habitualmente vinham à ilha?
d)Se para Crusoé estava claro que os selvagens não tinham vindo à ilha
com a intenção de capturar Sexta-Feira, por que, mesmo assim, ele decidiu atacá-los?
e)No texto há outro fato que justifica a ação violenta de Crusoé contra os
selvagens. Qual é esse fato?
“Também me assustei. Não contava com o inesperado: os selvagens não
vinham à ilha no tempo das chuvas. Espiei-os do alto da paliçada, com os
binóculos. Desembarcavam muito próximos do meu ‘castelo’, logo depois
do ribeirão. O perigo nunca fora tão iminente…”
Guilherme Vianna/ID/BR
5. Releia.
Com base nesse trecho, podemos concluir que Robinson Crusoé estava
preparado ou não para um ataque dos selvagens? Justifique sua resposta.
6. O que pode explicar o fato de o pai de Sexta-Feira ter sido aprisionado pelos
selvagens e levado à ilha para ser sacrificado?
15
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 15
08/07/14 22:40
Estudo do texto
A personagem
heróis do cinema
1.Quem são as personagens do trecho do romance de
aventura que você leu?
Algumas personagens do
cinema marcaram época e
tornaram-se referências de
heróis em diferentes gêneros.
Você conhece algum destes?
2. Quem lidera as ações principais da narrativa?
3. Quem auxilia o líder a alcançar esses objetivos?
DROur Photo12/Glowimages
As personagens podem desempenhar diferentes papéis em
uma história.
As personagens principais desempenham papel central
na história. Podem ser classificadas como:
•• Protagonista – personagem cujos valores, objetivos e
ações aparecem em primeiro plano. Nas narrativas de
aventura, geralmente, o protagonista é caracterizado
como herói.
•• Antagonista – personagem que se opõe ao protagonista
e a seus valores, ameaçando a concretização de seus objetivos, ou, muitas vezes, procurando vencê-lo. O antagonista costuma ser caracterizado como vilão.
As personagens secundárias têm uma participação menor na história. Classificam-se em:
•• Coadjuvantes – auxiliam os protagonistas ou antagonistas a realizar seus objetivos.
•• Figurantes – personagens cujas ações ou mera presença
pouco ou nada alteram o desenvolvimento da narrativa.
Paramount/Courtesy Everett Collection/
Everett/Latinstock
Zorro, em produção para a tevê do
final dos anos 1950.
Indiana Jones, em Os caçadores da
arca perdida, 1981.
20th Century/Courtesy Everett Collection/
Latinstock
ANOTE
4. Quem são as personagens que representam uma oposição
aos objetivos e ações do líder?
Quem é?
Características
Wolverine, em X-Men: o confronto
final, 2006.
Warner Bros. Pictures/Close, Murray/
Album/Latinstock
Papel na narrativa
ID/BR
5. Copie e complete o quadro a seguir, identificando as personagens principais e o modo como foram caracterizadas.
Protagonista ou herói
Antagonistas ou vilões
ANOTE
6. No texto, Robinson Crusoé menciona como estava se sentindo após viver tanto tempo na ilha e qual era seu plano
para o futuro. Com base nisso, descreva que tipo de atitude
ele demonstra ter diante das adversidades. Esse é o comportamento geralmente esperado para uma personagem de
narrativa de aventura? Explique sua resposta.
Harry Potter, em Harry Potter e o
prisioneiro de Azkaban, 2004.
Em geral, as histórias de aventura desenvolvem-se em espaços que oferecem grandes desafios às personagens.
16
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 16
08/07/14 22:40
7. Releia o texto e copie um trecho que caracterize o relacionamento entre Robinson Crusoé e Sexta-Feira.
Aventuras no maR
ANOTE
Marina Ueno/ID/BR
8. Reúna-se com mais dois colegas e discuta as questões a
seguir. Depois anote as conclusões.
a)Que participação tem Sexta-Feira na elaboração e exe–
cução do plano de ataque contra os selvagens?
b)Sexta-Feira poderia impedir a morte de seu pai sem a interferência de Crusoé? Explique.
As personagens de narrativas de aventura são marcadas
pela coragem, inteligência, força, habilidade e determinação, características necessárias para vencer os desafios que
surgem durante a história.
A ilha do tesouro é um dos
romances de aventura mais
célebres da literatura. Escrito
por Robert Louis Stevenson,
em 1883, conta a história de
Jim Hawkins, um jovem que
participa de uma expedição
em busca de um tesouro
escondido. Ao lado de seus
companheiros, enfrenta
terríveis perigos em uma
disputa com assustadores
piratas. Foi nesse livro que
pela primeira vez apareceu
um mapa com um grande X
assinalando o local onde
estaria escondido o baú
do tesouro.
Outro romance de aventura
de muito destaque na
literatura mundial é Moby
Dick, de Herman Melville.
Publicado originalmente em
1851, apresenta as aventuras
do marinheiro Ismael a bordo
de um navio baleeiro que,
rumo ao Pacífico Sul, encontra
a imensa e enfurecida baleia-branca que dá nome à obra.
O contexto de produção
1. Com base no texto do quadro O que você vai ler, responda.
a)Em que ano saiu o romance cujo trecho você estudou?
b)Indique em que século o autor situou as aventuras de
Robinson Crusoé.
c)Qual é o país de origem do autor Daniel Defoe?
d)E o de Robinson Crusoé?
e)Ao longo de todo o romance, há um espaço que, constantemente, favorece o contato de Crusoé com o perigo.
Qual é esse espaço?
ANOTE
2. Nos séculos XVII e XIX — caracterizados pelo intenso contato entre os povos por meio da navegação — foram escritos
muitos romances de aventura ambientados no mar. Quais
seriam os possíveis motivos para que esse cenário fosse
tão frequente nos romances dessa época?
As narrativas de aventura apresentam as ações extraordinárias de personagens fictícias diante de grandes perigos. Essas ações nem sempre são possíveis no mundo real,
porém representam o desejo dos seres humanos de superar
seus limites.
Moradia
ID/BR
3.Embora tenha passado muitos anos isolado, Crusoé pro­
curou organizar seu ambiente e seu cotidiano de acordo
com os referenciais do modo de vida europeu. Copie o quadro abaixo e preencha-o com informações do texto que
comprovem essa afirmação.
Alimentação
Objetos
Religião
17
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 17
08/07/14 22:40
O modo de o ser humano enfrentar os perigos que surgem
diante de si transforma-se com a passagem do tempo e com
as novas descobertas. Os romances de aventura registram
essas mudanças.
Algumas obras de Júlio Verne, um dos maiores autores
desse gênero, revelam os desafios para o europeu no século
XIX. Romances como A volta ao mundo em 80 dias e Cinco semanas em um balão abordam as viagens em balões, expondo
as descobertas da época em relação à aviação. Já As aventuras do capitão Hatteras, As atribulações de um chinês da China e
A jangada (ambientado na Amazônia) revelam os mistérios
e desafios que certos territórios e culturas apresentavam para
as pessoas daquela época.
4.Imagine uma história de aventura que acontecesse nos
tempos atuais. Em sua opinião, qual seria o espaço mais
desafiador para as personagens dessa história? Justifique
sua resposta.
A inspiração
de Daniel Defoe
Para escrever seu romance,
Daniel Defoe inspirou-se na
história verídica de Alexander
Selkirk, um marinheiro escocês.
A seu próprio pedido, em razão
das péssimas condições do
navio em que viajava, Selkirk
foi abandonado numa ilha do
arquipélago Juan Fernández,
no Pacífico Sul. Lá viveu
de 1704 a 1709, quando foi
resgatado por um navio inglês
que passava pela ilha.
Cláudia Ramos/ID/BR
ANOTE
Estudo do texto
5. Releia.
“Por fim, desmancharam a roda que ocultava o condenado à
morte e o arrastaram para perto do fogo. Meu Deus, o prisioneiro
era um homem branco! Não, não iria aguardar os acontecimentos. Um homem cristão como eu estava prestes a ser devorado
por selvagens antropófagos… Na minha ilha. Eu não podia deixar aquela bestialidade prosseguir!”
O encontro de Robinson Crusoé com os indígenas antropófagos mostrou algumas diferenças culturais e religiosas
entre eles.
a) Quais são essas diferenças?
b)Como Crusoé reagiu a elas?
c)A que a personagem Crusoé comparou os indígenas com
quem deparou? Justifique sua resposta com palavras do
texto.
Aprender com a diferença
Você leu o trecho de um romance de aventura e conheceu as
principais características desse gênero.
Embora o objetivo principal dessas histórias seja apresentar ações
extraordinárias de personagens fictícias, nelas ficam registradas as visões
de uma sociedade ou época sobre um lugar, um povo, seus costumes, etc.
Nesse texto, Sexta-Feira passou a conviver com o modo de vida de Robinson Crusoé e adquiriu costumes muito diferentes dos que ele tinha antes
de conhecê-lo.
Com seus colegas e com o professor, discuta as seguintes questões.
I. O que Sexta-Feira provavelmente aprendeu com Crusoé além do
que aponta o trecho lido?
II. E o que Crusoé pode ter aprendido com Sexta-Feira?
18
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 18
08/07/14 22:40
A linguagem do texto
1. Observe algumas frases extraídas do trecho de romance de
aventura que você leu.
“– Patrão, patrão! Três canoas chegar. Muitos inimigos. Já estar
muito perto…”
“– Agora, Sexta-Feira! – berrei.”
“Eu não podia deixar aquela bestialidade prosseguir!”
a)Quanto à pontuação, o que essas frases têm em comum?
b)Com qual finalidade esse tipo de pontuação é utilizado?
c)Leia essas frases em voz alta, procurando dar-lhes a entonação adequada às situações vividas pelas personagens.
Os piratas que roubam
a cena
Mais recentemente,
histórias de piratas e baús
de tesouros voltaram a
emocionar o público do
cinema. Um exemplo disso
é a série de filmes Piratas
do Caribe, em que piratas
sobrenaturais, em seus
navios-fantasma, ressurgem
com tesouros roubados
e com as maldições que
os acompanham.
2. Releia.
“Sexta-Feira andava pela praia, à cata de tartarugas. Voltou correndo, apavorado. […] Também me assustei. Não contava com o
inesperado: os selvagens não vinham à ilha no tempo das chuvas.
Espiei-os do alto da paliçada, com os binóculos. Desembarcavam muito próximos do meu ‘castelo’, logo depois do ribeirão.
O perigo nunca fora tão iminente…“
Que ideia as palavras destacadas sugerem ao leitor?
3. Releia.
na
/I D
/
BR
Vi
an
“De repente, a máscara de guerra, em que se transformara o rosto
de Sexta-Feira, tornou-se doce e suave ao avistar o velho homem,
imóvel no chão do barco.
Sexta-Feira tratou-o com muito cuidado, dedicação e carinho. Soltou o velho, sentou-o, abraçou-o, apoiou sua cabeça contra seu forte
peito, enquanto afagava com mão de criança seus cabelos…”
Guil
e
rm
he
ANOTE
Nesse trecho, há uma mudança no comportamento de Sexta-Feira.
a)Qual expressão indica como Sexta-Feira se mostrava até
aquele momento?
b)Como o narrador caracteriza Sexta-Feira depois de avistar o velho homem?
c) Qual foi o motivo dessa mudança?
Uma narrativa de aventura procura envolver emocionalmente o leitor com as situações de perigo enfrentadas pelas
personagens.
Recursos linguísticos, como o emprego de frases exclamativas e de determinadas palavras e expressões, contribuem
para a criação do clima de emoção da história.
19
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 19
08/07/14 22:40
produção de texto
Fabiana Salomão/ID/BR
Narrativa de aventura
AQUecimento
É muito importante na construção de uma narrativa de aventura a descrição
detalhada dos lugares em que se passa a história. Muitas vezes, o espaço apresentado pode ajudar o leitor a reconhecer o clima propício para a aventura.
ƒƒ Copie o trecho a seguir e complete-o com palavras que caracterizem o
espaço de uma história de aventura.
À meia-noite em ponto, aquele  era o pior lugar para se estar. Ouvia-se
um barulho , mas não era possível saber se seriam  atacando mais uma
vítima,  devorando algum animal ou mesmo uma disputa entre esses
animais ferozes. A  era tanta que as árvores acabavam assemelhando-se
a . Era impossível caminhar naquele lugar, a cada segundo a situação
piorava e parecia que o nosso fim estava mais perto.
Proposta
Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)/ZUMA/Corbis/Latinstock
Você vai criar uma narrativa de aventura que será lida em sua classe e
publicada em um livro organizado pelos alunos.
Escreva sua história com base na imagem a seguir, em que aparecem
duas personagens em ação. Observe a cena detalhadamente.
Cena do filme O novo mundo. Direção: Terrence Malick. EUA, 2005.
Planejamento e elaboração do texto
Antes de escrever, planeje seu texto, pensando nos aspectos a seguir.
Tempo
Espaço
Papel na
narrativa
Modo como
costuma se vestir
Arma que
utiliza
Características
ID/BR
1. Copie o quadro abaixo e preencha-o com informações sobre o espaço da
narrativa, o tempo em que ela acontece e as características das personagens.
Protagonista
Antagonista
20
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 20
08/07/14 22:40
ID/BR
2. Imagine uma aventura que envolva essas duas personagens. Copie o quadro abaixo e utilize-o para planejar sua história.
Protagonista
Personagem
Antagonista
Quem é?
Qual é o seu objetivo?
Qual é o motivo do confronto?
Quem venceu?
O que o vencedor conquistou
com a vitória?
3. Agora, escreva seu texto. Lembre-se de desenvolver os aspectos levantados
no planejamento e não se esqueça de criar um título para sua história.
Avaliação e reescrita do texto
Dicas para ler os textos
•• Forme dupla com um colega de sua classe.
•• Leia sua história em voz alta.
•• Depois de ouvi-lo, seu colega deverá anotar os pontos mais interessantes do
seu texto e aqueles que acredita precisarem de ajustes (justificando).
•• Feitas as anotações, seu colega escreverá um pequeno comentário a respeito
do que gostou no seu texto e lerá para você.
•• Em seguida, será a vez de seu colega ler a história dele e ouvir o seu comentário.
Elementos da narrativa de aventura
Protagonista
Antagonista
O texto apresenta
Sim
Não
Características
Objetivo
Características
Objetivo
Houve um motivo para a oposição entre as personagens?
O protagonista superou ou eliminou essa oposição?
As ações das personagens são coerentes com seus papéis
na narrativa?
Fabiana Salomão/ID/BR
ID/BR
1. Copie e preencha a tabela a seguir, pois ela auxiliará você na avaliação da
sua narrativa de aventura.
2.Faça um breve comentário a respeito de sua produção. Considere os
aspectos a seguir.
a)Do que eu mais gostei em meu texto?
b)Que dificuldades tive para escrever minha história?
c)Quais dúvidas ainda tenho a respeito das características das personagens em narrativas de aventura?
21
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 21
08/07/14 22:40
reflexão linguística
Língua e linguagem
Joaquín Salvador Lavado (QUINO).
Toda Mafalda, – Martins Fontes, 1993.
1. Leia a tira.
Quino. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 50.
a)Qual a relação entre o crescimento rápido das plantas com o calor e a
necessidade de Mafalda utilizar um apito?
b)Ao soprar seu apito, Mafalda produziu o efeito esperado? Explique.
c)Se Mafalda não tivesse um apito, de que outras maneiras ela poderia ter
produzido o mesmo efeito?
ANOTE
As pessoas interagem por meio da linguagem. Na interação, elas constroem sentidos, de acordo com as experiências, as expectativas e os conhecimentos prévios de cada uma. Na tira lida, Felipe, intrigado com o apito
pendurado no pescoço de Mafalda, faz-lhe uma pergunta. A resposta da
amiga não satisfaz sua curiosidade, pois ele não sabe que o pai de Mafalda
costuma carregar vasos pela casa. Dessa forma, Felipe faz uma nova pergunta, até que, finalmente, compreende o porquê do objeto.
Ao falar e emitir um som, escrever, desenhar, fazer um gesto, cantar
uma música, escolher uma roupa, não só comunicamos algo, mas também
agimos sobre o outro. Assim como a primeira resposta de Mafalda gera uma
nova dúvida em Felipe, o sopro no apito provoca uma mudança na ação do
pai. Pela linguagem, portanto, podemos transformar o comportamento, as
atitudes e as opiniões das pessoas com quem interagimos.
Linguagem é uma atividade de interação. Por meio dela os indivíduos se comunicam, constroem sentidos e agem uns sobre os outros.
Cynthia Hart Designer/Corbis/Latinstock
Ilustração representando
artisticamente pessoas da
Idade da Pedra comendo, em
anúncio norte-americano de
cerca de 1895. Desde os tempos
mais remotos o ser humano
compartilha suas histórias com
seus companheiros.
Archivo Iconografico, S.A./Corbis/Latinstock
Linguagem verbal e não verbal
Reprodução de pintura em parede
da caverna de Cavalls, Espanha.
22
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 22
08/07/14 22:40
O ser humano conta histórias desde os tempos mais antigos. Na época
das cavernas, saía para caçar e enfrentava os perigos presentes na natureza.
Quando voltava, trazia alimentos e podia contar para seus companheiros as
aventuras pelas quais havia passado.
Essas histórias eram ouvidas e reproduzidas oralmente para as pessoas.
Outra maneira de comunicar suas aventuras era gravar, nas paredes das
cavernas, os fatos mais marcantes de uma caçada e algumas atividades específicas. O registro era feito com desenhos que representavam as experiências
vividas por aqueles indivíduos. Assim, a história dessas pessoas pré-históricas
foi registrada, permitindo que, nos dias atuais, saibamos algumas informações sobre o modo de vida delas.
Além do desenho e da fala, podemos nos comunicar por meio de outras
linguagens.
Cena de um desfile de moda, Paris, 2007.
Fac-símile/ID/BR
2006 Eric Ryan/Getty Images
2. Observe as imagens:
Placa de orientação.
a)O que aparece na primeira imagem? De que maneira o estilista se
expressa?
b)A segunda imagem mostra uma placa de trânsito. O que ela significa?
Marcos Guilherme/ID/BR
Nas ruas, os motoristas e os pedestres orientam-se pelas informações
que aparecem nas placas de trânsito. Nessas situações, os sinais sonoros
também são fundamentais. Ao acionar a sirene de uma ambulância, por
exemplo, o condutor comunica a urgência da passagem e provoca uma ação
nos motoristas, que lhe abrem passagem com seus carros.
23
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 23
08/07/14 22:40
reflexão linguística
ANOTE
Nos espetáculos teatrais, os movimentos dos atores, suas
expressões faciais e seus gestos somam-se às falas das personagens, à iluminação, ao cenário e à trilha sonora. Essas linguagens, juntas, auxiliam os espectadores na construção dos
sentidos da peça apresentada.
Para expressar suas emoções em e-mails, chats e programas de mensagens instantâneas, os internautas, principalmente os mais jovens, utilizam representações gráficas
compostas de sinais da escrita. Essas representações são
chamadas emoticon, junção de emotion, “emoção” em inglês,
e icon, que significa “ícone” ou “sinal”.
Os deficientes auditivos brasileiros comunicam-se pela
Língua Brasileira de Sinais – Libras. Trata-se de uma língua
com estrutura gramatical própria, e não apenas a gesticulação
das palavras do português. Os sinais da Libras foram elaborados pela combinação da forma e do movimento das mãos e do
ponto no corpo ou no espaço onde esses sinais são feitos.
Percebe-se, portanto, que, para interagir com outras pessoas, o ser humano pode utilizar palavras ou outras formas
de representação.
Linguagem dos jovens na
internet: alguns emoticons
:-D
Rindo
:-(
Triste
:-)
Feliz
;-)
Piscando
|-)
Dormindo
X-)
Com vergonha ou tímido
:-))))
ID/BR
Língua e linguagem
Gargalhando
>:-||
Zangado
:’’’-(
Inundação de lágrimas
:-@
Gritando
Linguagem verbal é a que utiliza palavras escritas ou faladas.
Linguagem não verbal é aquela que usa outros sinais para
a comunicação entre as pessoas, como sons, gestos, imagens,
cores, etc.
ANOTE
A forma específica com a qual a linguagem verbal é utilizada por um grupo de pessoas em determinada região ou
em um país é denominada língua. Assim, para nos comunicarmos no Brasil, usamos a língua portuguesa, que foi trazida pelos portugueses e, posteriormente, enriquecida pelos
diferentes povos que se reuniram aqui.
A língua pode apresentar-se de dois modos: escrita ou falada. Cada língua tem um conjunto de palavras e regras de combinação dessas palavras, a fim de que os falantes possam interagir
entre si e compreender-se. Essas regras podem variar conforme a
situação em que utilizamos a língua escrita ou a falada.
Nos dicionários, encontramos grande parte desse conjunto
de palavras e, nas gramáticas e nos manuais de linguística, as
possibilidades de combinação da língua.
Fernando Favoretto/ID/BR
A língua
Dicionários e gramática
de língua portuguesa.
Língua é um sistema gramatical pertencente a determinado grupo (de falantes). É por meio dela que os indivíduos
desse grupo concebem o mundo que os cerca e com ele interagem.
24
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 24
08/07/14 22:40
reflexão linguística Na prática
Mauricio de Sousa Produções Ltda.
1. Observe a tira e responda às questões.
A Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa.
a)Apesar de não haver palavras, o leitor entende a informação apresentada. Que
linguagem foi usada para construir essa tira?
b)Explique o que cada personagem imaginava ao cultivar a planta.
••Magali
••Cebolinha
••Cascão
c)Copie a(s) alternativa(s) que explica(m) a causa do humor da tira.
••O fato de cada personagem ter um desejo diferente.
••A oposição entre a ação e a vontade do Cascão e a ação e a vontade das duas
primeiras personagens.
••A vontade da Magali de plantar algo para comer.
••O desejo de diversão do Cebolinha.
Mauricio de Sousa Produções Ltda.
2. Na próxima tira, há uma linguagem bastante presente em nosso cotidiano.
A Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa.
3. Indique quais elementos da fotografia
ao lado se relacionam com a linguagem
verbal e quais se relacionam com a não
verbal.
Fábio Motta/AE
a)Qual é essa linguagem?
b)O que as placas indicam?
c)Reveja o segundo e o terceiro quadros. As placas salvaram o Cebolinha do perigo?
Manifestante em
passeata pela paz, Rio de Janeiro.
25
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 25
08/07/14 22:40
reflex ão linguística Na prática
Você conhece
aquela piada do
papagaio?
A
C
Alô?
Alô, quem
está falando?
Marina Ueno/ID/BR
B
Christopher Cormack/Corbis/Latinstock
Marina Ueno/ID/BR
Javier Calbet/ID/ES
4. Observe as imagens a seguir.
D
Londres, 1982.
Figura A
Figura B
Figura C
Figura D
ID/BR
Agora, copie e complete a tabela com as informações pedidas sobre as situações.
Que linguagem predomina? Verbal ou não
verbal?
Qual é a situação retratada?
Marina Ueno/ID/BR
5. Imagine que você chegou a uma cidade e comprou o mapa turístico abaixo.
a)Que informações sobre a cidade você poderia encontrar nesse mapa?
b)Que linguagens foram usadas para transmitir essas informações?
c)Quais lugares da cidade você teria interesse em conhecer? Por quê?
26
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 26
08/07/14 22:40
LÍNGUA VIVA i
O diálogo entre os textos
Museo Nacional del Prado, Madrid . Fotografia: ID/BR
Museo Picasso, Barcelona. Licenciado por
AUTVIS, Brasil, 2010.
1. Compare os dois quadros e escreva o que eles têm em comum.
As meninas, de Diego Velázquez, 1656.
Óleo sobre tela, 318 cm  276 cm.
As meninas, de Pablo Picasso, 1957.
Óleo sobre tela, 194 cm  260 cm.
ANOTE
O quadro da esquerda, As meninas, é de Diego Velázquez, um artista espanhol do
século XVII. Ele era um dos pintores do rei Filipe IV e retratava em suas telas a vida
da corte espanhola. A figura central do quadro é a infanta Margarida, filha do rei.
O quadro da direita é de Pablo Picasso, pintor espanhol do século XX, que fez uma
releitura do quadro de Velázquez. Note que as duas pinturas dialogam entre si, pois
Picasso retomou as ideias e a forma apresentadas anteriormente por Velázquez. No
entanto, não se limitou a repeti-las. Ele, na verdade, recriou-as com uma visão diferente, de acordo com seus objetivos.
Quando percebemos que um texto dialoga com outro, dizemos que eles mantêm
entre si uma relação de intertextualidade.
2. Leia o poema e, a seguir, responda às questões.
Se este mundo fosse meu,
eu fazia tantas mudanças
que ele seria um paraíso
de bichos, plantas e crianças.
lus
traç
ões
Se esta mata fosse minha,
eu não deixava derrubar.
Se cortarem todas as árvores,
onde é que os pássaros vão morar?
ah
I
Se este rio fosse meu,
eu não deixava poluir.
Joguem esgotos noutra parte,
que os peixes moram aqui.
Jó
t
Se esta rua fosse minha,
eu mandava ladrilhar,
não para automóvel matar gente,
mas para criança brincar.
/ID/BR
Paraíso
José Paulo Paes. Poemas para brincar. 16. ed. São Paulo: Ática, 2000.
raç
Ilust
s:
õe
a)Esse poema é a recriação de uma tradicional canção infantil. Qual é essa canção?
b)A finalidade do poema “Paraíso” é a mesma do texto com o qual ele dialoga? Justifique.
c)Quais mudanças você gostaria de fazer em seu mundo? Copie os trechos do poe-ma “Paraíso” e, a seguir, complete-o com suas ideias.
••“Se esta mata fosse minha”, eu .
••“Se este rio fosse meu”, eu .
••“Se este mundo fosse meu”, eu .
27
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 27
08/07/14 22:40
leitura 2
Acervo pessoal/ID/BR
O que você vai ler
Romance de aventura
Laura Bergallo,
autora de livros
infantojuvenis,
roteirista de programas
de TV e ganhadora do
Prêmio Jabuti 2007 na
categoria livro juvenil.
Fotografia de 2006,
Rio de Janeiro.
O texto que você vai ler foi escrito por Laura Bergallo e é um trecho do livro
A criatura, publicado em 2005. Na obra, são explorados os conflitos que se estabelecem entre uma criatura ficcional e o seu criador.
No capítulo selecionado, você conhecerá uma personagem que enfrenta vários desafios e aventuras em cenários cada vez mais presentes no dia a dia de
muitos jovens.
Leia somente os três primeiros parágrafos do texto e responda:
ƒƒ Que tipo de história o texto desenvolverá?
ƒƒ Que fatos e personagens você prevê para a história?
Em seguida, faça a leitura integral do texto.
A criatura
Marcos Guilherme/ID/BR
A tempestade tornava a noite ainda mais escura e assustadora. Raios riscavam
o céu de chumbo e a luz azulada dos relâmpagos iluminava o vale solitário,
penetrando entre as árvores da floresta espessa. Os trovões retumbavam como
súbitos tiros de canhão, interrompendo o silêncio do cenário […].
Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir
e a invadir as margens, carregando tudo o que encontravam no caminho.
Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza,
enquanto o rio se misturava ao resto como se tudo fosse uma coisa só.
Mas algo… ou alguém… ainda resistia.
Agarrado desesperadamente a um tronco grosso que as águas levavam
rio abaixo, um garoto exausto e ferido lutava para se manter consciente e ter
alguma chance de sobreviver. Volta e meia seus braços escorregavam e ele
quase afundava, mas logo ganhava novas forças, erguia a cabeça e tentava
inutilmente dirigir o tronco para uma das margens.
De repente, no período de silêncio que se
seguia a cada trovão, ele começou a ouvir um barulho inquietante, que ficava mais e mais próximo.
Uma fumaça esquisita se erguia à frente,
e ele então compreendeu: era uma
cachoeira! […]
28
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 28
08/07/14 22:40
Num pulo desesperado, agarrou o ramo de uma árvore que ainda se mantinha de pé perto da margem e soltou o tronco flutuante, que seguiu seu caminho até a beira do precipício e nele mergulhou descontrolado.
A tempestade prosseguia e cegava o garoto, o rio continuava seu curso
feroz e a cachoeira rosnava bem perto de onde ele estava. De repente, percebeu que a distância entre uma das margens e o galho em que se pendurava
talvez pudesse ser vencida com um pulo. Deu um jeito de se livrar da camisa
molhada, que colava em seu corpo e tolhia seus movimentos, e respirou fundo
para tomar coragem.
Se errasse o pulo, seria engolido pela queda-d’água… mas, se acertasse,
estaria a salvo. Viu que não tinha outra saída e resolveu tentar. Tomou impulso
e […] conseguiu alcançar a margem. […]
Ficou de pé meio vacilante e examinou o lugar em torno, tentando decidir
para que lado ir. Foi quando ouviu um rugido horrível, que parecia vir de bem
perto. Correu para o lado oposto, mas não foi longe. Logo se viu encurralado
em frente a um penhasco gigantesco, que barrava sua passagem. O rugido se
aproximava cada vez mais.
Estava sem saída. De um lado, o penhasco intransponível; de outro,
uma fera esfomeada que o cercava pronta para atacar. Então, viu um
buraco no paredão de pedra e se meteu dentro dele com rapidez. A
fera o seguiu até a entrada da caverna, mas foi surpreendida. Com
uma pedra grande que achou na porta da gruta, o garoto golpeou a
cabeça do animal com toda a força que pôde e a fera cambaleou até
cair, desacordada.
Já fora da caverna, ele examinou o penhasco que teria que atravessar antes que o bicho voltasse a si. […]
Foi quando uma águia enorme passou voando bem baixo e o
garoto a agarrou pelos pés, alçando voo com ela. Vendo-se no ar,
olhou para baixo, horrorizado. Se caísse, não ia sobrar pedaço.
Segurou com firmeza as compridas garras do pássaro e atravessou
para o outro lado do penhasco.
O outro lado tinha um cenário muito diferente. Para começar, era
dia, e o sol brilhava num céu sem nuvens sobre uma pista de corrida cheia de obstáculos, onde se posicionavam motocicletas devidamente montadas por pilotos de macacão e capacete, em posição
de largada. Apenas em uma das motos não havia ninguém.
BR
D/
e/I
m
er
ilh
os
arc
Gu
M
29
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 29
08/07/14 22:40
leitura 2
Romance de aventura
Marcos Guilherme/ID/BR
A águia deu um voo rasante sobre a pista, e o garoto se soltou quando ela
passava bem em cima da moto desocupada. Assim que ele caiu montado, foi
dado o sinal de largada.
As motos aceleraram ruidosamente e partiram em disparada, enfrentando
obstáculos como rampas, buracos e lamaçais. O páreo era duro, mas a motocicleta do garoto era uma das mais velozes. Logo tomou a dianteira, seguida
de perto por uma moto preta reluzente, conduzida por um piloto de aparência
soturna. […]
Inclinando o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto e
aumentou a distância entre ele e o segundo colocado. Mas o piloto misterioso
tinha uma carta na manga: num golpe rápido, fez sua moto chegar por trás e,
com um movimento preciso, deu uma espécie de rasteira na moto do garoto.
A motocicleta derrapou e caiu, rolando estrondosamente pelo chão da pista e
levantando uma nuvem de poeira. O garoto rolou com ela e ambos se chocaram
com violência contra uma montanha de terra, um dos últimos obstáculos antes
da chegada.
A moto negra ganhou a corrida, sob os aplausos da multidão excitada, e o
garoto ficou desmaiado no chão.
Com um sorriso vitorioso, Eugênio viu aparecer na tela as palavras FIM DE
JOGO. Soltou o joystick e limpou na bermuda o suor da mão. […]
Laura Bergallo. A criatura. São Paulo: SM, 2005. p. 37-44.
GlossáriO
Estrondosamente: o mesmo que
ruidosamente.
Intransponível: que não se pode transpor,
que não se pode atravessar.
Joystick: dispositivo de controle utilizado
em jogos eletrônicos.
Lamaçal: lugar onde há grande quantidade
de lama.
Páreo: competição, disputa.
Penhasco: rocha grande e difícil de escalar.
Rasante: voo praticado a baixa altura, muito
próximo do solo.
Retumbar: ressoar, ecoar, refletir o som com
estrondo.
Ruidosamente: de modo barulhento.
Soturno: assustador, sinistro.
Súbito: repentino, inesperado.
Tolher: impedir, atrapalhar, perturbar.
Vacilante: sem firmeza, trêmulo.
30
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 30
08/07/14 22:40
Estudo do texto
Para entender o texto
1. O romance do qual o texto foi extraído apresenta uma história acontecendo dentro da outra.
a)Quem pode ser considerada a personagem principal em cada história?
b)Essas personagens principais vivem em espaços muito diferentes. Quais
são esses espaços?
c)Qual desses espaços proporciona as principais adversidades que o protagonista precisa superar ao longo da narrativa?
Ele é arrastado pela correnteza em direção a uma cachoeira.
Uma fera faminta o ameaça.
Marcos Guilherme/ID/BR
ID/BR
2. O garoto do jogo enfrentou muitos perigos. Copie e preencha
a tabela a seguir, informando como ele agiu para superá-los.
ANOTE
Ele precisa fugir antes que a fera acorde.
O enredo de uma narrativa de aventura é composto das ações das personagens; essas ações são organizadas em uma sequência de situações.
Essas narrativas, em geral, apresentam a seguinte estrutura.
•• Apresentação ou situação inicial: os espaços e as personagens são
apresentados em uma situação que pode ser de equilíbrio ou de tensão.
•• Complicação: início das adversidades ou dos conflitos em que as personagens principais serão envolvidas.
•• Ações das personagens: são motivadas pela complicação e pelos objetivos das personagens.
•• Desfecho ou resolução: ocorre quando a complicação é solucionada.
•• Situação final: uma nova situação de equilíbrio é estabelecida.
ANOTE
3. O início do texto descreve uma tempestade.
a)Identifique os elementos que a caracterizam.
b)A que outros elementos naturais o texto se refere?
c)Como é caracterizado esse espaço inicial?
A caracterização do espaço compõe a ambientação do enredo da narrativa
de aventura.
4. Releia o final do texto.
a)Pela reação de Eugênio diante da mensagem na tela do computador,
qual era, provavelmente, o objetivo do jogo?
b)O garoto do jogo também parecia ter um objetivo. Qual era?
c)Depois de o garoto do jogo ter superado tantas adversidades, que desfecho você esperava para esse trecho do romance?
31
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 31
08/07/14 22:40
Estudo do texto
O texto e o leitor
1. Releia.
“Alimentadas pela chuva insistente, as águas do rio começavam a subir e a invadir
as margens, carregando tudo o que encontravam no caminho. Barrancos despencavam e árvores eram arrancadas pela força da correnteza, enquanto o rio se misturava
ao resto como se tudo fosse uma coisa só.“
Que impressões provoca no leitor essa descrição detalhada do espaço em
que se desenvolverá a ação de aventura?
2. Releia.
“Mas algo… ou alguém… ainda resistia.”
ANOTE
a)Sabemos, após ler os parágrafos seguintes, que o texto se refere a uma
pessoa. Então, por qual motivo a narrativa apresenta essa dúvida entre
se tratar de alguém ou de alguma coisa?
b)O protagonista do jogo surge após a caracterização detalhada do espaço, debatendo-se na correnteza do rio. O que essa sequência de imagens sugere ao leitor?
Nas narrativas de aventura, o suspense prende o leitor ao texto, e a caracterização do espaço pode contribuir para isso.
3. Releia.
“De repente, no período de silêncio que se seguia a cada trovão, ele começou
a ouvir um barulho inquietante, que ficava mais e mais próximo. Uma fumaça
esquisita se erguia à frente, e ele então compreendeu: era uma cachoeira! […]”
ANOTE
A descrição de sons, cores e objetos na caracterização do espaço também
contribui para a criação do suspense em uma narrativa.
R
a)Quais são as informações do texto que antecipam ao leitor que
algo ameaçador se aproxima?
b)Copie outro trecho do texto em que uma estratégia semelhante
é utilizada para criar suspense na narrativa.
s
Marco
/B
ID
e/
rm
e
h
il
Gu
4. Releia.
“Inclinando o corpo um pouco mais, o garoto conseguiu acelerar sua moto
e aumentou a distância entre ele e o segundo colocado.”
ANOTE
Qual expectativa esse trecho cria no leitor?
Um texto de narrativa de aventura pode utilizar estratégias para gerar no leitor expectativas a respeito de fatos que poderão ocorrer. Muitas vezes, essas
expectativas são levadas em conta na composição do texto, para que o leitor
seja surpreendido por acontecimentos inesperados.
32
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 32
08/07/14 22:40
Comparação entre os textos
ID/BR
Com base em dois trechos de romances de aventura, reconhecemos algumas características gerais desse gênero. Vamos agora estudar as particularidades de cada texto.
Observe o esquema a seguir, que representa a sequência narrativa do
primeiro texto estudado.
Situação inicial
Crusoé e Sexta-Feira preparam-se
para a viagem
em clima de
tranquilidade.
Complicação
Os selvagens
chegam à ilha
e Sexta-Feira e
Crusoé sentem-se
ameaçados.
Ação das
personagens
Crusoé e Sexta-Feira atacam os
selvagens.
Desfecho
Os selvagens
são derrotados
e Sexta-Feira
liberta seu pai.
ID/BR
ID/BR
1. Complete o esquema representativo da segunda narrativa.
Situação inicial
Em um cenário sombrio,
surge um garoto arrastado pela
corren­teza do rio.
Ação
O garoto consegue
golpear a criatura com
uma pedra.
Complicação
6
Complicação
O garoto aproxima-se da cachoeira.
Ação
7
Ação
3
Complicação
4
Complicação
O garoto salta
sobre uma moto
de corrida.
Desfecho
9
2. Com base nos esquemas propostos, qual diferença você pode observar
entre as situações iniciais das duas narrativas?
3. Observe as complicações nas duas narrativas.
a)Qual delas apresenta o maior número de situações difíceis a serem
superadas pelo protagonista?
b)Que relação pode ser feita entre um jogo eletrônico e a quantidade de
complicações apresentadas na segunda narrativa?
4. Quanto aos protagonistas, que diferença existe entre os desfechos das
duas narrativas?
5. Tendo em vista o desfecho do segundo texto, podemos afirmar que ele
é, de fato, uma narrativa de aventura? Responda com base no que você
aprendeu sobre esse gênero.
Sua opinião
1. Para você, quem é o verdadeiro protagonista do segundo texto?
2. Como foi visto, todas as histórias de aventura têm como objetivo envolver
o leitor. Em sua opinião, qual dos dois textos consegue fazer isso com mais
êxito? Por quê?
Convivência e tecnologia
Na primeira narrativa que você leu, Robinson Crusoé, para sobreviver, busca
reproduzir na ilha os recursos científicos do século XVII. Na segunda, Eugênio joga com
habilidade um jogo eletrônico atual.
ƒƒ Discuta com seus colegas e com o professor: de que modo as tecnologias modernas
podem alterar a convivência entre as pessoas?
33
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 33
08/07/14 22:40
produção de texto
Na construção de uma narrativa de aventura, é importante destacar as complicações e as ações das personagens.
Fabiana Salomão/ID/BR
AQUecimento
Narrativa de aventura
ƒƒ Copie o trecho a seguir e complete-o com informações sobre as
complicações enfrentadas pelas personagens.
Os dois garotos andavam pela rua quando, de repente, viram muitos
membros de uma gangue rival surgirem de dentro de um prédio em ruínas.
Não tinham como fugir sem passar por eles, pois . Nem adiantaria pedir
socorro: . A situação era difícil, mas piorou ainda mais quando .
Proposta
Na primeira parte deste capítulo, você produziu uma narrativa de aventura enfocando a caracterização das personagens. Agora, depois de estudar
o enredo típico de narrativas de aventura, você escreverá outro texto em
que constem todas as etapas de uma sequência narrativa.
No final da atividade, terão sido produzidas duas narrativas. Você escolherá uma delas para ser publicada em um livro com os textos dos outros
alunos da classe. Esse material poderá ser doado à biblioteca de sua escola
ou a uma biblioteca pública.
Romilly Lockyer / The Image Bank Getty Images
1. Escreva sua história com base na imagem a seguir.
a)Observe a cena detalhadamente. Onde o menino está?
b)O que ele está vendo?
Queensland, Austrália.
Planejamento e elaboração do texto
Antes de escrever, planeje seu texto com base nos aspectos a seguir.
Características
das personagens
Características
do espaço
Objetivo
das personagens
ID/BR
1. Copie o quadro e preencha-o com as informações pedidas.
34
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 34
08/07/14 22:40
ID/BR
2. Imagine uma aventura com essas e outras personagens. Copie o esquema
abaixo e utilize-o para planejar seu texto.
Situação inicial
Apresentação
das personagens
e do espaço.
Complicação
Qual é o
conflito que
existirá na
história?
Ação das
personagens
Quais são as
ações das
personagens
principais?
Desfecho
Qual é a
resolução do
conflito
e como termina
a história?
3. Elabore seu texto, desenvolvendo os aspectos levantados no planejamento.
Dê um título atrativo a sua história.
Avaliação e reescrita do texto
ID/BR
1. Copie e preencha a tabela a seguir, pois ela auxiliará você na avaliação da
sua narrativa de aventura.
Elementos da narrativa de aventura
O texto apresenta
Sim
Não
Apresentação da personagem e do espaço
Complicação da situação inicial
Recursos que criam o efeito de suspense
Desfecho
2. Troque sua história com a de um colega para que um avalie a narrativa do
outro. Escreva as respostas das perguntas abaixo.
a)Do que eu mais gostei no texto de meu colega?
b)Quais sugestões eu poderia dar para tornar ainda melhor o texto dele?
3. Avalie as sugestões de seu colega e, se julgar que são apropriadas, incorpore-as
ao seu texto. Escolha qual das duas histórias que você escreveu será publicada
no livro coletivo. Passe a limpo o texto e ilustre as cenas mais marcantes.
4. Quando o livro ficar pronto, organize, com seu professor, um dia para a
apreciação das histórias e das ilustrações.
Dicas de como organizar um livro coletivo
•• A classe será dividida em cinco grupos com funções específicas.
•• Depois que os textos estiverem prontos e ilustrados, o grupo 1 organizará os textos
do livro.
•• O grupo 2 fará o sumário do livro, em que constarão o título das narrativas, o nome
•• O grupo 3 será responsável pela capa. Ela conterá uma ilustração que
represente o universo das narrativas de aventura. Essa ilustração será
escolhida entre as produzidas pelos alunos da classe.
•• O grupo 4 ficará responsável pela montagem do livro. Sugestão: fazer dois
furos nas laterais das folhas e passar fita ou cordão para amarrá-las.
Fabiana Salomão/ID/BR
dos autores e o número das páginas correspondentes. Para organizar o livro e o sumário,
os textos podem ser dispostos em ordem alfabética por autor ou título.
•• O grupo 5 ficará encarregado do evento de apresentação do livro.
35
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 35
08/07/14 22:40
reflexão linguística
Texto e produção de sentidos
Fernando Gonsales/Acervo do artista
1. Leia a tira.
Fernando Gonsales. Níquel Náusea: tédio no chiqueiro. São Paulo: Devir, 2006. p. 48.
a)Sobre o que conversam as personagens dessa tira?
b)Por que, provavelmente, a rata não quer ouvir o poema que o rato fez sobre
seu amor por ela?
ANOTE
Na história do casal de ratos, pode-se reconhecer uma situação em que
interlocutores se comunicam por meio de enunciados. O rato faz perguntas sobre a escolha de determinadas palavras; a rata ouve e responde. Com
base no que ela fala, ele reúne ideias para seu poema. Em parceria, eles constroem sentidos. Da mesma forma, o leitor interage com o texto, acionando
seus conhecimentos prévios para entender por que a rata não quer ouvir o
poema, o que provoca o humor da tira.
Interlocutor é cada um dos participantes de uma situação de comunicação. Pode ser o falante, aquele que diz algo, ou o ouvinte, aquele que escuta
o que é dito e responde, por meio de palavras ou gestos, àquilo que é comunicado. Pode também ser o autor de um texto escrito e seu leitor.
Enunciado é aquilo que um interlocutor diz ao outro em dada situação
de comunicação.
2008 King Features Syndicate/Ipress
Na tira a seguir, Hagar e o seu companheiro Eddie Sortudo são os interlocutores. Se observarmos apenas os enunciados e as imagens do primeiro quadrinho, temos uma ideia sobre o que Eddie está segurando em suas
mãos (provavelmente um peixe).
Dick Browne. O melhor de Hagar, o Horrível. Porto Alegre: L&PM, 2007. v. 2. p. 114.
36
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 36
08/07/14 22:40
Com o acréscimo do segundo quadrinho, outros elementos aparecem no texto e percebemos que, na verdade, as duas
personagens estavam se referindo a sereias e não a peixes.
Observa-se, portanto, que o sentido de um texto não fica
completo se não levarmos em conta a situação em que o
enunciado foi produzido. Novas informações podem modificar a leitura inicial e os sentidos do texto.
O contexto de produção
Toda manifestação humana com intenção de comunicar
acontece em determinado contexto, ou seja, em condições
específicas.
Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo
Leandro Amaral/Futura Press
1. Observe as pinturas abaixo.
Pintura rupestre. Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), 2000.
Grafite. Santos (SP), 2006.
a)O que você acha que essas pinturas representam?
b)Imagine o que motivou alguém a desenhá-las.
As duas pinturas são registros de atividades do ser humano produzidas em lugares e tempos muito diferentes.
A primeira imagem é uma pintura rupestre com figuras
de animais feita pelo homem pré-histórico nas paredes das
cavernas.
A segunda imagem é um grafite, uma manifestação artística de moradores das grandes cidades. O grafite serve para
embelezar os muros e os edifícios. Além disso, por meio dele,
realizam-se protestos contra problemas sociais, além de ser
um modo de registrar e divulgar o trabalho de diferentes grupos de grafiteiros.
As duas representações utilizam o desenho, que é uma
linguagem não verbal, mas cada uma foi produzida em um
contexto determinado, com intencionalidades muito particulares. O homem pré-histórico registrou seu cotidiano na
caverna e o homem contemporâneo usou o muro para manifestar suas ideias.
Grafite  pichação
Os habitantes das
grandes cidades, da mesma
forma que os homens pré-históricos pintavam cavernas,
também deixam suas marcas
nos muros e nas fachadas de
prédios.
Várias são as linguagens
usadas por eles: alguns fazem
grafite, outros picham os
espaços públicos.
Discuta com seus colegas:
qual é a importância do
grafite e da pichação como
forma de expressão dos
moradores das cidades?
37
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 37
08/07/14 22:40
reflexão linguística
ANOTE
Texto e produção dos sentidos
Contexto de produção são as condições em que o enunciado é produzido:
quem fala, para quem, de que modo o enunciado é transmitido, em que momento e com que intencionalidade.
A intencionalidade indica o objetivo do interlocutor: avisar, convencer,
divertir, advertir, manter contato, emocionar, etc.
Gêneros textuais
Confira a previsão do tempo para esta quinta-feira
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia para esta quinta-feira em Pernambuco é
de tempo nublado a parcialmente nublado.
Chuva fraca no litoral, Mata e Agreste. Chuvas
isoladas no Sertão do Pajeú. Temperatura estável,
variando de 15 °C a 30 °C.
Andréa Vilela/ID/BR
Para cada ato comunicativo usamos um tipo específico de texto. O
importante é perceber qual será mais adequado à situação. Cada texto
é produzido para um dado público e é adequado para um determinado
momento.
É por essa razão que uma conversa será mais adequada para contar
algo a amigos próximos do que uma carta formal. Entretanto, para um
trabalho de Ciências baseado em uma experiência no laboratório, será
melhor elaborar um relatório do que escrever um bilhete ou um e-mail
para o professor.
A essas diferentes formas de organização dos enunciados damos o
nome de gênero textual. Ao escolher um gênero, é importante saber o público que se quer atingir, o objetivo que se pretende alcançar e em que lugar
e em que momento ocorrerá a comunicação.
Observe o exemplo a seguir.
Disponível em: <www.pernambuco.com>. Acesso em: 3 jul. 2014.
ANOTE
Se quisermos saber as condições do tempo para determinado dia da semana, podemos consultar o jornal, na seção “Previsão do tempo”. Com base
nas informações, será possível saber se fará sol ou não, qual será a temperatura, etc. As informações foram organizadas para comunicar ao leitor os
dados relacionados à previsão do tempo nesse veículo específico.
Gêneros textuais são formas de enunciados existentes na sociedade e que
estão à disposição dos interlocutores.
São inúmeros os gêneros textuais a que o interlocutor pode recorrer, mas é
importante perceber qual será adequado a cada situação e finalidade: o bate-papo, o bilhete, a notícia, o conto de fadas, as provas da escola, as tiras, as
histórias em quadrinhos, os romances de aventura, os anúncios publicitários, as fábulas, as entrevistas, os seminários, as exposições orais, os artigos
de opinião, entre muitos outros.
38
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 38
08/07/14 22:40
1. Leia o texto ao lado, de uma etiqueta de uma
blusa de seda.
a)Qual é a informação principal desse texto?
b)Quem você supõe ter escrito essas instruções?
c)Quem é o possível leitor desse texto?
d)Qual a finalidade das instruções?
Jótah Ilustrações/ID/BR
reflexão linguística Na prática
Instruções de lavagem
Não torcer.
Não passar.
Não lavar na
máquina.
Usar sabão
neutro.
Não secar ao sol.
Não usar alvejante
à base de cloro.
Fernando Gonsales/Acervo do artista
2. Leia a tira.
Fernando Gonsales. Níquel Náusea: tédio no chiqueiro. São Paulo: Devir, 2006. p. 4.
a)Descreva o que acontece em cada um dos quadrinhos.
••Quadrinho 1
••Quadrinho 2
••Quadrinho 3
b)Qual o significado da frase “Essa vassoura está me matando!” em cada um dos
quadrinhos da tira?
c)Explique de que forma o mesmo enunciado pode ter diferentes sentidos em cada
um desses quadrinhos.
Brasil, 2007. Direção: Mauricio de Sousa. Livre. Para
recuperar os quatro elementos da natureza, Mônica,
Cebolinha, Cascão e Magali se dividem e fazem viagens
pelo tempo na máquina recém-criada por Franjinha.
Cine Center Ribeirão, 16h. Continental 2, dom.: 11h30.
Jardim Sul 6, sáb. e dom.: 12h20. Osasco Plaza 2,
dom.: 11h30.
Mauricio de Sousa
TURMA DA MÔNICA – UMA AVENTURA NO TEMPO
Produções Ltda.
3. Leia o texto abaixo. Depois, copie e preencha a tabela.
O texto apresenta quais informações?
ID/BR
Disponível em: <www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 3 jul. 2014.
Onde esse texto pode ter sido publicado?
Quem é o possível leitor do texto?
Qual a finalidade do texto?
Qual é o gênero do texto?
39
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 39
08/07/14 22:41
LÍNGUA VIVA i
O contexto de produção e a linguagem
1. Leia o texto.
No trono
Ablestock/ID/BR
[…]
Essa é minha mãe. Como a gente sofre com mãe, né? Elas são, sem dúvida,
tudo de bom na nossa vida, sem elas não estaríamos aqui, e coisa e tal, mas
chega uma hora em que o inevitável é constatado: depois que a gente faz 15
anos, ir ao cinema com elas, comprar roupa com elas, estar em lugares públicos com elas, as coisas que a gente fazia até ontem na maior naturalidade
viram o maior mico do mundo. E quando mãe pega a gente na escola? Uuui.
Já lhe pedi 375 vezes para ficar na rua de trás, mas ela ignora e fica bem
na porta do colégio, pisca-pisca ligado, buzina apertada, Roberto Carlos nas
alturas. Eu faço o possível para virar uma formiga e passar despercebida até
o carro. Mas pensa que consigo? Ontem mesmo aconteceu uma cena que
prefiro esquecer. Quando eu ainda me despedia das minhas amigas na porta
da escola, ela anuncia sua mais nova aquisição aos urros, aos berros:
– Maria de Lourdes, u-hu! Achei aquele creme importado para espinha que
você vivia me pedindo! Uma fortuna, mas acho que agora essas pipocas horrendas abandonam de vez a sua cara, filhota. Na força, na fé, upalelêê!
Upalelê!???? Fala sério!
– Mãezinha, eu te amo, muito mesmo, mas a pior coisa do mundo é ver você
me tratar em público exatamente como fazia 10 anos atrás. Já, já chega a tal da
maturidade e aí voltaremos a ser amigas do tipo unha e cutícula, tá? Prometo.
Thalita Rebouças. Fala sério, mãe! Rio de Janeiro: Rocco, 2004. p. 100-101.
a)Qual é o assunto tratado no texto?
b)Qual é a opinião da narradora a respeito das mães em geral?
2. Esse texto aborda certa situação do cotidiano de uma garota e foi veiculado,
originalmente, em uma revista para adolescentes. Identifique marcas linguísticas que caracterizam esse contexto de produção.
3. Se ele fosse publicado em uma revista científica dirigida a estudiosos do
comportamento humano, você acredita que esse texto apresentaria a
mesma linguagem? Justifique sua resposta.
4. Escreva o significado das expressões em destaque retiradas do texto.
a)“Já lhe pedi 375 vezes para ficar na rua de trás [...]”
b)“Uma fortuna [...]”
c)“[…] agora essas pipocas horrendas abandonam de vez a sua cara [...]”
d)“[…] voltaremos a ser amigas do tipo unha e cutícula [...]”
la/ID/BR
Vile
O contexto de produção não só determina o gênero a ser utilizado, ou
seja, a organização e a estrutura do texto, mas também o registro da linguagem empregada: formal ou informal.
éa
ANOTE
5. No texto, certas pontuações são combinadas para expressar os sentimentos de quem fala. Que sentimento foi reproduzido pela expressão
“Upalelê!????”?
r
And
40
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 40
08/07/14 22:41
Questões de escrita i
Letra e fonema
Fac-símiles: Coleção Escola Estadual Caetano de Campos,
Aclimação, São Paulo, SP
1. Observe a capa de livros escolares do começo do século XX.
Olavo Bilac e Manoel Bomfim. Atravez
do Brazil: livro de Leitura para o curso
medio das Escolas Primarias. Pratica da
Lingua Portugueza. 7. ed. revista. Rio de
Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1921.
A. de Almeida Júnior. Cartilha de
hygiene. 10. ed. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 1928.
a)Qual é o título de cada um dos livros?
b)Copie as palavras que chamaram sua atenção nesses títulos.
c)Por que essas palavras chamaram sua atenção?
d)Por qual motivo elas foram escritas dessa forma?
e)Como você as escreveria utilizando a grafia atual?
ID/BR
O registro escrito das palavras deve seguir as regras ortográficas estabelecidas pela gramática normativa.
As palavras grafadas nos livros escolares do começo do século XX obedeciam às normas da época. Mas, hoje em dia, essas normas não são mais as
mesmas. A ortografia atual das palavras pode ser consultada no dicionário.
O alfabeto da língua portuguesa é composto por 26 letras.
Letras
Maiúsculas
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Minúsculas
a b c d e
f g h
i j
k
l
m
n
o
p
q
r
s
t
u
v
w
x
y
z
Até recentemente, as letras K/k, W/w e Y/y não faziam parte da língua
portuguesa. Com o último acordo ortográfico, essas letras foram incorporadas
ao nosso alfabeto. As letras k, w e y são utilizadas nos seguintes casos:
•• Em abreviaturas e símbolos técnicos internacionais. Ex.: kg (quilograma).
•• Em vocábulos derivados de nomes estrangeiros. Ex.: shakespeariano.
•• Na grafia de nomes estrangeiros. Ex.: Jackson, Washington.
•• Em palavras estrangeiras não aportuguesadas. Ex.: hobby, boy, kart.
Observe as palavras no quadro a seguir.
lixo
lixa
41
3P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 41
18/07/14 10:29
ANOTE
As palavras lixo e lixa são semelhantes, mas apresentam uma letra diferente. Consequentemente, seus significados também são diferentes.
A letra é a representação escrita do som que emitimos quando falamos.
No caso das palavras do quadro, o que as distingue são os sons das letras o e a.
Fonemas são as unidades sonoras da língua capazes de estabelecer diferenças de significado entre as palavras.
Letras são os sinais gráficos utilizados para representar os sons das palavras de nossa língua.
Hora
4
3
Táxi
4
5
Hospital
8
7
Jót
ah
Ilust
r
R
B
ANOTE
Número de fonemas
/ID/
Número de letras
õe s
aç
ID/BR
Observe a tabela a seguir. Leia as palavras destacando cada som.
Um mesmo fonema pode ser representado graficamente por diversas
letras. Uma mesma letra pode representar mais de um fonema.
Quando temos dúvidas sobre a grafia correta de uma palavra, devemos
consultar o dicionário.
2. Observe os quadros seguintes e responda.
a)Quais letras das palavras abaixo representam o mesmo som que s tem
em sapo?
caça
cebola
sela
sítio
cidra
sótão
laço
b)Quais letras das palavras abaixo representam o mesmo som que ã tem
em irmã?
diante
amplo
maçã
andar
aliança
vilã
enquanto
3. Leia as duas primeiras estrofes de uma canção.
Da nuvem até o chão
Do chão até o bueiro
Do bueiro até o cano
Do cano até o rio
Do rio até a cachoeira
Da cachoeira até a represa
Da represa até a caixa-d’água
Da caixa-d’água até a torneira
Da torneira até o filtro
Do filtro até o copo
Jótah Ilustrações/ID/BR
Água
Paulo Tatit e Arnaldo Antunes. Canções de brincar. Palavra Cantada Produções Musicais, 1996.
a)Do que trata o texto?
b)Copie do texto as palavras cujas letras representam o som de x como
em xícara.
c)Que relação existe entre o som dessas letras e o título da canção?
42
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 42
08/07/14 22:41
4. A letra x pode representar diferentes sons. Copie as palavras a seguir, agrupando-as de acordo com o som representado pela letra x:
o mesmo som do ch em chapéu, o som de s em escolher e o som de z
em azeite.
xícara
enxuto
exame
experiência
exemplo
excelente
ameixa
exagero
1. Leia a marchinha de Carnaval escrita pelo compositor Braguinha, em 1946.
Eu sou o pirata da perna de pau
Do olho de vidro, da cara de mau
Eu sou o pirata da perna de pau
Do olho de vidro, da cara de mau…
Minha galera
Dos verdes mares não teme o tufão
Minha galera
Só tem garotas na guarnição
Por isso se outro pirata
Tenta abordagem eu pego o facão
E grito do alto da popa:
Opa! Homem, não!
Cláudia Ramos/ID/BR
Pirata da perna de pau
Braguinha. Songbook Braguinha. Rio de Janeiro: Lumiar Discos, 2002. v. 3.
Copie quatro palavras do texto que terminem com sons parecidos.
2.Escolha quatro palavras do quadro abaixo e faça uma lista de outras que
terminem com o mesmo som.
mocinho
pirata
perigo
viagem
vilão
forte
corajoso
3.Crie uma nova estrofe com algumas dessas palavras no final de cada verso,
para dar rima, e apresente-a para a classe.
para saber mais
quivo da editor
a
Livros
Edições SM/Ar
Perdido na Amazônia 1, de Toni Brandão. Edições SM.
Robinson Crusoé, de Daniel Defoe. Editora Scipione.
Histórias de aventuras. Editora Ática (Coleção Para Gostar de Ler, 25).
Filmes
Scipione/Arquiv
o da editora
itora
da ed
rquivo
Ática/A
ile/Dis
ney
Fac-sím
Fac-símile/Param
ount Pictures
Quadrilogia Indiana Jones. Direção de Steven Spielberg. EUA, 1981/2008.
Trilogia Piratas do Caribe. Direção de Gore Verbinski. EUA, 2004/2007.
43
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 43
08/07/14 22:41
questões globais
Ática/Arq
uivo da
editora
1. Observe a capa do livro e responda às questões.
a)Que informações a linguagem verbal expressa nes­sa
imagem?
b)Quais informações sobre a história aparecem nessa
capa?
c)Quais linguagens foram usadas para informar o
leitor sobre o conteúdo do livro?
d)A história contada nesse livro é uma narrativa
de aventura? Justifique com as informações que
aparecem na capa.
2. Leia a mensagem do ginasta Mosiah Rodrigues
publicada em seu blog, na época dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocorridos no Rio de Janeiro.
Cheguei na Vila Pan-Americana!!
Oi pessoal! Tudo bem?!
Hoje chegamos à Vila Pan-Americana. Nós fomos os primeiros a
chegar. Aqui é muito lindo, olha que já participei de três Pan e essa
certamente é a melhor vila. Por enquanto tá parecendo uma “cidade
fantasma”, porque tem pouca gente. Hehe.
Ficam duas pessoas em cada quarto, eu estou dividindo o quarto com
o ginasta Vitor Rosa. Hoje à tarde começarei os treinos por aqui.
Amanhã conto mais.
Galera!! Tá chegando a hora!! Torçam por nós!!
Um abração!!
Harry How/Getty Images
Quarta-feira, 4 de julho de 2007.
Postado por Mosiah Rodrigues, às 16h24, horário de Brasília.
Disponível em: <wp.clicrbs.com.br>. Acesso em: 3 jul. 2014.
Mosiah Rodrigues, medalha
de ouro na barra horizontal
masculina, Rio de Janeiro, 2007.
a)Identifique o contexto de produção do enunciado.
••Quem o produz?
••A quem é dirigido o texto?
••Onde o enunciado foi postado?
••Em que momento foi enviado?
••Qual é a finalidade do enunciado?
b)Observe a linguagem do texto.
••Que expressões no texto representam as emoções do ginasta ao chegar à Vila Pan-Americana?
••Que registro da linguagem foi usado para informar o leitor sobre os fatos ocorridos na Vila Pan-Americana? Formal ou informal?
••Copie trechos do texto que sejam exemplos desse registro. ••A quem se refere a expressão galera?
••Qual é a função do título da mensagem do ginasta e dos pontos de exclamação que
ele utilizou?
44
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 44
08/07/14 22:41
O que você aprendeu neste capítulo
Narrativas de
aventura
Língua e
linguagem
§§ Apresentam ações extraordinárias.
§§ Envolvem emocionalmente o leitor.
§§ A linguagem e o cenário contribuem para criar a emoção e o suspense
do texto.
§§ Personagens principais: protagonista e antagonista.
§§ Personagens secundários: coadjuvantes e figurantes.
§§ Sequência narrativa: situação inicial, complicação, desfecho, situação final.
§§ Linguagem: atividade de interação social pela qual as pessoas se
comunicam, constroem sentidos e agem umas sobre as outras.
§§ Linguagem verbal: utiliza palavras escritas ou faladas.
§§ Linguagem não verbal: utiliza outros sinais, como gestos, sons,
imagens, etc.
§§ Língua: sistema gramatical pertencente a determinado grupo de falantes.
Produção de
sentidos
§§ Interlocutor: cada uma das pessoas que participam de uma situação
de comunicação.
§§ Enunciado: aquilo que um interlocutor diz a outro em dada situação
de comunicação.
§§ Contexto de produção: condições de produção do enunciado, ou seja,
quem fala, para quem, em que momento, com que intencionalidade e de
que modo o enunciado é transmitido.
§§ Gêneros textuais: formas de enunciado existentes na sociedade e que
estão à disposição dos interlocutores.
Letra e
fonema
§§ Fonemas: unidades sonoras da língua capazes de estabelecer diferenças
de significado entre as palavras.
§§ Letras: sinais gráficos utilizados para representar os sons das palavras
de nossa língua.
Autoavaliação
Para fazer sua autoavaliação, releia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.
ƒƒ Entre os assuntos tratados neste capítulo, o que você mais gostou de estudar?
ƒƒ Quais foram suas principais dificuldades?
ƒƒ O que você acha que precisa estudar mais?
ƒƒ Você participou de todas as discussões propostas? Em caso negativo, por quê?
ƒƒ Como você avalia sua participação nessas discussões?
45
2P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 45
08/07/14 22:41
oralidade
Parlenda
1. Quando somos crianças, muitos de nossos familiares, professores ou amigos nos ensinam
brincadeiras com palavras. Você se lembra de alguma que tenham lhe ensinado?
Uma muito conhecida é esta:
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou o mundo
Domínio público
Andréa Vilela/ID/BR
Hoje é domingo
Pede cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Chifra a gente
A gente é fraco
2. Esses textos orais são chamados de parlendas, versos curtos que as crianças
declamam para se divertir, para escolher quem começa um jogo, etc.
Os temas das parlendas são, em geral, inspirados em brincadeiras infantis e as
rimas são usadas para ajudar a sua memorização.
Veja outra versão da parlenda acima:
Amanhã é domingo
Pede cachimbo
Galo montês
Pica na rês
A rês é miúda
Pica na tumba
A tumba é de barro
Pica no adro
O adro é fino
Pica no sino
O sino é de ouro
Pica no touro
O touro é bravo
Arrebita o rabo
Mete-se a corte
Já está arranjado
Domínio público
GlossáriO
Adro: pátio exterior descoberto de um templo.
Montês: que vive em um monte ou montanha.
Rês: um animal com quatro patas e que pode ser
usado na alimentação humana, como a vaca.
Tumba: túmulo.
Produção de texto: parlenda
O que você vai fazer
Vocês devem se dividir em grupos de quatro pessoas e preparar um jogo de amarelinha para ser partilhado com alunos do primeiro ano de sua escola. Na preparação da
atividade, vocês devem incluir a recitação de uma parlenda no final de cada jogo, para
que todos os participantes comemorem o término de cada percurso desenhado no chão.
Preparação da atividade
3. Procure o professor da sala para a qual estão preparando a atividade.
a) Combine dia e hora mais adequados para a sua aplicação.
b) Veja com o professor com quais alunos o seu grupo vai trabalhar.
46
3P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 46
18/07/14 10:52
c) Peça que ele os ajude a explicar o que vai acontecer e quais as regras do jogo.
d) Anote em seu caderno quais as parlendas que podem ser ensinadas aos alunos.
4. Em sua casa, pesquise outras parlendas para que a atividade seja mais divertida.
a) Pergunte a seus familiares e amigos adultos se conhecem outras parlendas.
b)Procure-as em livros da biblioteca de sua escola ou da biblioteca pública mais
próxima de sua casa.
c) Busque na internet parlendas divertidas para as crianças com as quais vai trabalhar.
d) Escolha textos com tamanho adequado à situação proposta.
e)Não se esqueça de decorar os textos de que você mais gostou. Procure brincar
com seus amigos e familiares, ensinando-os a declamar com você.
Logo vai perceber que a brincadeira se estabelece na repetição ritmada dos versos
e na tentativa de não errar nenhum deles quando todos estão falando ao mesmo
tempo!
Por isso, você deve:
f) Pronunciar corretamente as palavras.
g)Usar de volume adequado para que todos ouçam sem muito esforço. Cuidado
para não gritar, pois isso pode sugerir que a parlenda seja gritada e não recitada
ou cantada.
h) Estabelecer tempo adequado ao dizer cada verso.
i) Organize a maneira como vai sugerir que todos recomecem, caso algum participante não consiga cumprir toda a parlenda. É preciso ter delicadeza na direção da
atividade.
riar Imag
Favoretto
/C
6. Você deve dizer a parlenda duas ou três vezes. Se
perceber que ainda não decoraram, pode dizer um verso
de cada vez e pedir que o repitam com você. Somente
depois disso, peça que repitam com você o texto todo.
§§ Lembre-se de que seu objetivo é brincar com as
rimas e o ritmo do texto para que todos aprendam a
parlenda que você quer ensinar.
Fernando
5. No dia e hora combinados, siga as instruções do professor
para o começo do jogo de amarelinha. No final de cada
percurso cumprido, ensine a parlenda aos participantes e
ajude-os a recitá-la.
em
O dia do jogo de amarelinha
Avaliação
§§ Após
o término da atividade, faça uma reflexão a respeito dos seguintes aspectos:
a) Você decorou previamente a parlenda escolhida?
b) Ela tinha tamanho adequado para a situação?
c) Pronunciou bem as palavras?
d) Estabeleceu ritmo adequado no momento da recitação para que todos conseguissem acompanhá-lo?
e) Estimulou a participação de todos com repetições dos versos?
Os jogos de palavras ficam mais divertidos quando todos conseguem
falar juntos. Por isso, colabore para que o grupo decore a parlenda e,
depois disso, estabeleça mais rapidez ao jogo. Isso potencializa a atenção
de todos e promove mais interação do grupo.
47
3P_VJ_P6_LA_C01_010A047_E15.indd 47
18/07/14 10:52
português
Ensino Fundamental 7o ano
Caro Professor,
Nesta amostra, selecionamos um capítulo do Livro do Aluno da coleção
Para Viver Juntos, para que você conheça mais sobre a obra.
Bom trabalho!
Edições SM
VJP7_ABERTURA.indd 1
8/14/14 2:02 PM
Henriette Browne. Victoria & Albert Museum,
Londres. Fotografia: V&A Images
Carta do leitor e
carta de reclamação
3P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 214
22/07/14 10:47
7
Capítulo
Capítulo
O que você vai aprender
§§ Características principais da carta do leitor e da carta
de reclamação
§§ Argumentação e ponto de vista
§§ Transitividade verbal: objeto direto e objeto indireto
§§ Questões de escrita: há ou a, afim e a fim, mas e mais
converse com os colegas
Henriette Browne. Menina
escrevendo, cerca de 1860-1880. Óleo sobre tela.
1. Observe a imagem ao lado. Essa é uma tela da pintora francesa
Henriette Browne (1829-1901), cujo título é Menina escrevendo.
Descreva-a.
2. Imagine que a menina esteja escrevendo uma carta e formule hipóteses.
• A quem é destinada a carta?
• Qual é o seu assunto?
• Por que ela decidiu escrever a carta?
3. Nos dias atuais, que formas de mensagem escrita as pessoas
costumam enviar umas para as outras?
4. De que maneira essas mensagens escritas podem ser enviadas
para as pessoas?
5. Por que motivos as pessoas escrevem essas mensagens?
6. Imagine que você tenha de escrever uma carta em cada uma das situações a seguir.
a) Para seu melhor amigo, convencendo-o de que ele deve lhe emprestar a bicicleta por um fim de semana.
b) Para o diretor da escola, para pedir a ele que libere a quadra no
fim de semana, pois você e seus colegas querem fazer um campeonato de vôlei.
Que argumentos você usaria em cada uma das situações para ser
atendido?
Há diversas formas de comunicação entre as pessoas. Uma delas é
a carta, que pode ser usada em diferentes situações: pode ser escrita
para contar novidades aos amigos, fazer propaganda de algum produto, reclamar de alguma situação, entre outras possibilidades.
Neste capítulo, você vai conhecer as características e os espaços de
circulação da carta do leitor e da carta de reclamação.
215
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 215
17/07/14 13:32
leitura 1
Você vai ler três cartas publicadas na revista Superinteressante. Elas
foram escritas pelos leitores para comentar a reportagem “O vilão virou
herói”, publicada em julho de 2007 na revista.
Geralmente, nesse tipo de texto, os leitores de revistas e jornais fazem
comentários positivos ou negativos sobre o que leram.
Você consegue imaginar de que assuntos essas cartas tratam?
Revista
Superinteressante/
Editora Abril
O que você
vai ler
Carta do leitor
Carta 3
Apesar de bastante esclarecedora, a
reportagem minimiza a importância
do lixo atômico, fazendo-o parecer
um problema do tipo “faz parte”, um
mal necessário, quando, de fato, é
um verdadeiro obstáculo para a expansão da energia nuclear.
D. C., Salvador, BA
a
Revista Superinteressante. São Paulo: Abril, ed. 242,
ago. 2007. p. 8.
rquivo da editor
Acho que a matéria acabou pe­cando
por ser tendenciosa demais na defesa
da energia nuclear. A energia nuclear
é, sim, uma alternativa eficaz, teoricamente barata e segura, e nenhum
ambientalista pode discutir isso. O
grande problema se encontra, e continua existindo, nos resíduos nucleares.
E esse é um problema que supera toda
e qualquer vantagem que essa forma
de energia ofereça. Enquanto a disposição dos resíduos não for algo tão
eficaz e seguro quanto a energia
não adianta muito, não?
Editora Abril/A
Carta 1
T. S., Limeira, SP
Carta 2
Antes de ler a matéria (“O vilão virou
herói”, julho, pág. 60), não sabia de
muita coisa sobre a energia nuclear e
realmente a achava monstruosa. Talvez
por causa do acidente em Chernobyl
ou mesmo por causa das bombas atômicas. Mas hoje vejo que ela é muito
mais segura, eficiente e limpa do que
muitas outras fontes de energia.
J. V. M. B., Fortaleza, CE
GlossáriO
Minimizar: não dar o valor devido a alguma
coisa ou a alguém.
Resíduo: resto de qualquer substância.
Tendencioso: em que há alguma intenção oculta.
Capa da edição de julho de 2007, em que foi
publicada a matéria “O vilão virou herói”.
216
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 216
17/07/14 13:32
Estudo do texto
Para entender o texto
1. Qual é o assunto principal abordado nas cartas?
2. Quem escreveu as cartas?
3. Em seu caderno, identifique as cartas que apresentam a posição do leitor em relação ao assunto tratado na reportagem de acordo com os
itens a seguir. Justifique sua resposta.
a)Carta com opiniões positivas a respeito da reportagem.
b)Carta com opiniões negativas a respeito da reportagem.
c)Carta com opiniões tanto negativas quanto positivas a respeito da
reportagem.
4. Por que revistas e jornais publicam a opinião de seus leitores, mesmo
que ela seja negativa?
5. Essas cartas não foram escritas exatamente como estão publicadas na
revista. Elas foram editadas, ou seja, a revista publicou apenas o que lhe
pareceu essencial na carta. Considere esse meio de circulação e responda: por que isso ocorre?
ANOTE
6. Depois de ler as três cartas dos leitores, quais informações você imagina
que fazem parte da reportagem que deu origem às cartas dos leitores?
A carta do leitor, apesar de ter um destinatário específico – a pessoa
que escreveu a matéria ou o responsável por sua publicação –, serve para
divulgar conceitos e opiniões, dar voz ao público da revista ou do jornal,
promover o debate de ideias e expressar respeito pelas posições do leitor.
Argumentação e ponto de vista
1. Leia o título e o subtítulo da reportagem publicada na revista que deu
origem a essas cartas.
O vilão virou herói
O que pode nos salvar do aquecimento global, quem diria, é a energia
nuclear
Revista Superinteressante. São Paulo: Abril, ed. 241, jul. 2007.
a)Com base nessas informações, qual será o ponto de vista defendido nesse texto?
b)Quais são os aspectos da energia nuclear que inicialmente a teriam enquadrado no papel de “vilã”?
2. Releia a carta 1.
a)Essa carta faz referência ao assunto exposto na reportagem?
b)Como o leitor avalia a matéria?
c)O leitor apresenta aspectos positivos e negativos da energia nuclear.
Quais são eles?
217
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 217
17/07/14 13:33
Estudo do texto
3. Releia a carta 2.
a)Nessa carta, o leitor afirma que tinha uma opinião sobre
o uso da energia nuclear antes de ler a matéria. Qual era
a opinião dele sobre o assunto?
b)Que argumentos ele usou para justificar sua opinião?
c)A opinião do leitor foi modificada depois da leitura da
reportagem. Como isso aparece no texto?
4. Releia a carta 3.
a)Qual é a posição manifestada pelo leitor em relação à
energia nuclear?
b)Como ele justifica essa posição na carta?
c)Em relação à matéria publicada na revista, qual é a opinião do leitor?
ANOTE
5. Compare as três cartas.
As informações dadas pela reportagem sobre energia nuclear influenciaram os leitores da mesma forma? Justifique
sua resposta.
O maior acidente
atômico
Chernobyl é uma cidade
localizada no norte da
Ucrânia, país da Europa
oriental. Perto dessa
cidade, na década de 1970,
foi construída uma usina
nuclear. Ali, no dia 26 de abril
de 1986, ocorreu o maior
acidente atômico da história,
produzindo uma nuvem de
radioatividade que atingiu
12 países. Há estimativas
de que naquele período
morreram cerca de 2 mil
pessoas e que outras 4
mil morrerão de doenças
decorrentes do acidente.
O leitor pode apresentar argumentos que reforcem o
ponto de vista defendido no texto ou que sejam contrários
a ele. A escolha desses argumentos dependerá da postura que
ele assumirá diante do assunto exposto.
1. Com base na situação de produção e no conteúdo das cartas, responda.
a)Com que objetivo os leitores escreveram as cartas sobre
a reportagem “O vilão virou herói”?
b)Quem são os prováveis leitores das cartas publicadas na
revista?
c)Por que essas pessoas têm interesse em lê-las?
Revista
te/
Superinteressan ril
Editora Ab
O contexto de produção
ANOTE
2. As cartas lidas foram publicadas na Superinteressante, revista
que divulga informações científicas para o público em geral.
a)Pensando nessa característica da revista, que tipo de linguagem você supõe que seja empregado em seus artigos?
b)Que outros temas, além de energia nuclear, poderiam ser
tratados em uma revista como essa?
c)Pelo conteúdo das três cartas, é possível deduzir que os
leitores dessa revista têm algum conhecimento científico?
Os jornais e revistas geralmente procuram atingir determinado público leitor. Por isso, mantêm um projeto editorial
que atrai esse tipo de leitor.
As cartas do leitor também seguem as características dos
textos publicados nas revistas ou nos jornais, pois são escritas por quem tem interesse pelos mesmos assuntos.
218
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 218
17/07/14 13:33
A linguagem do texto
1. Observe as palavras destacadas nos trechos abaixo.
“Antes de ler a matéria (‘O vilão virou herói’, julho, pág. 60), não sabia de
muita coisa sobre a energia nuclear e realmente a achava monstruosa.”
a)Qual a classe gramatical dessas palavras?
b)A que palavras ou expressões do texto cada uma delas se refere?
c)O emprego dessas palavras no texto é importante para o desenvolvimento da argumentação. Por quê? Explique sua resposta com um trecho do texto.
n dã o
B ra
Lú
cia
“Acho que a matéria acabou pecando por ser tendenciosa demais na defesa da
energia nuclear. A energia nuclear é, sim, uma alternativa eficaz, teoricamente
barata e segura, e nenhum ambientalista pode discutir isso.”
/ ID / B R
“Apesar de bastante esclarecedora, a reportagem minimiza a importância do
lixo atômico [...].”
Símbolo que indica
a presença de
radioatividade.
ANOTE
2. Observe as palavras esclarecedora, tendenciosa e barata nas frases acima. Elas são acompanhadas de termos que modificam seu sentido.
a)Quais são esses modificadores?
b)Qual a classe gramatical dessas palavras que funcionam como modificadores de sentido?
c)Que circunstâncias essas palavras indicam?
Nas cartas do leitor, os adjetivos e os advérbios exercem papel importante na construção da argumentação, pois ajudam a esclarecer a postura
assumida pelo leitor diante do ponto de vista defendido no texto.
3. As cartas do leitor que você leu usam argumentos objetivos ou subjetivos? Como isso aparece no texto?
4. Releia as cartas e copie os verbos que introduzem o ponto de vista do
leitor.
5. O autor da carta 3 começa apontando uma qualidade da matéria “O vilão
virou herói”.
a)Qual é essa qualidade?
b)Que efeito o fato de a carta começar com um elogio à matéria pode ter
sobre o leitor?
Respeito ao meio ambiente
A reportagem sobre a energia nuclear gerou polêmica e deu origem às cartas
do leitor. A questão da energia e de sua manutenção é um tema controverso e
muito presente no nosso cotidiano. Mas não é só o lixo atômico que se mostra um problema para a humanidade.
Discuta com seus colegas e o professor as questões a seguir.
I. Que outros resíduos poluem desastrosamente o meio ambiente?
II. Como as pessoas podem contribuir para preservar o meio ambiente?
III.O que você e seus colegas podem fazer para conscientizar as pessoas sobre esse tema?
219
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 219
17/07/14 13:33
produção de texto
Carta do leitor
lli/ID/BR
Mirella Spine
Você viu que nas cartas do leitor podemos fazer comentários positivos ou
negativos sobre determinada reportagem, ou notícia, ou artigo.
AQUecimento
ƒƒ Copie o texto a seguir e complete-o com alguns termos do quadro,
de modo que fique clara uma opinião — positiva ou negativa — sobre
a matéria “O vilão virou herói”. Atenção à escolha das palavras do
quadro, pois elas é que vão revelar ao leitor se a opinião expressa é
favorável ou não.
A reportagem “O vilão virou herói” é , pois explica de forma muito 
todos os benefícios que a energia nuclear pode trazer ao ser humano. Além
disso, ela é , pois o autor não  o perigo representado pelo lixo atômico.
revela
detalhada
imparcial
enfadonha e cansativa
tendenciosa
esconde
esclarecedora
Proposta
Você vai ler uma reportagem sobre o descarte de pilhas e baterias e elaborar uma opinião sobre o assunto apresentado no texto. Depois escreverá
uma carta supondo que ela será publicada em uma seção de cartas do leitor
do site em que saiu a reportagem.
As pilhas e baterias de uso doméstico apresentam um grande perigo quando
descartadas incorretamente. Na composição dessas pilhas são encontrados
metais pesados como: cádmio, chumbo, mercúrio, que são extremamente
perigosos à saúde humana. Dentre os males provocados pela contaminação
com metais pesados estão o câncer e mutações genéticas.
Só para esclarecer, as pilhas e baterias em funcionamento não oferecem
riscos, uma vez que o perigo está contido no interior delas. O problema é
quando elas são descartadas e passam por deformações nas cápsulas que as
envolvem: amassam, estouram, e deixam vazar o líquido tóxico de seus interiores. Esse líquido se acumula na natureza, ele representa o lixo não biodegradável, ou seja, não é consumido com o passar dos anos. A contaminação
envolve o solo e lençóis freáticos prejudicando a agricultura e a hidrografia.
[...]
Como a própria ilustração já diz, o que não pode ser feito é o descarte desses
materiais no lixo comum. Já existem leis que obrigam os fabricantes a receberem
de volta pilhas e baterias, e desta forma dar a elas o destino adequado. Seria fundamental que também colocassem advertências na própria embalagem do produto,
avisando dos eventuais perigos oferecidos pelo descarte incorreto do material.
O que você consumidor pode fazer? O ideal é separar o lixo tóxico do restante,
dessa forma você facilita a coleta e posterior armazenagem em aterros especiais.
Mas se optar pelo envio ao fabricante, estará alertando-o de sua preocupação e,
quem sabe dessa forma, ele tome consciência de sua responsabilidade como produtor e dê destino correto ao seu produto após o uso.
Líria Alves de Souza. Disponível em: <http://mundoeducacao.uol.com.br>. Acesso em: 2 nov. 2011.
Andréa Vilela/ID/BR
Descarte correto de pilhas e baterias usadas
GlossáriO
Hidrografia:
conjunto de rios,
lagoas e mares de
um local.
Lençol freático:
depósito natural
de água no
subsolo.
Tóxico: venenoso.
220
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 220
17/07/14 13:33
Planejamento e elaboração do texto
1. Antes de escrever a carta, responda no caderno às questões.
a)Que posição é defendida no texto a respeito do descarte de pilhas e baterias
usadas?
b)O que a reportagem acrescenta ao que você já sabia sobre o assunto?
c)Qual é a importância desse assunto para o seu cotidiano?
d) Na reportagem, o problema foi bem explicado?
e)A reportagem apresenta soluções para o problema?
f)Qual é sua opinião sobre a reportagem?
2. Defina o ponto de vista que vai defender em sua carta.
a)Você concorda com os aspectos apresentados no texto ou discorda deles?
b)Você vai fazer comentários negativos ou positivos sobre o conteúdo
da reportagem?
3. Complete o esquema a seguir com os argumentos que farão parte de
sua carta.
Seu ponto de vista sobre o assunto da reportagem
Argumento 1
Argumento 2
Argumento 3
Conclusão
4. Inclua em seu texto estes elementos.
a)Indicação de cidade, estado e data.
b)A quem a carta será dirigida. Pode ser para o editor do site, a pessoa responsável pelo conteúdo publicado, ou para o ombudsman, profissional que
atende os leitores e critica o material publicado.
5. Defina a linguagem da carta tendo em mente que os leitores são, no
geral, jovens e adultos não especialistas em áreas científicas, mas com
alguns conhecimentos sobre os assuntos tratados na publicação.
6. Lembre-se de que os adjetivos exprimem juízo de valor e podem reforçar
as opiniões expressas na carta.
1. Depois de escrita, troque a sua carta pela de um colega. Leia o texto
dele e observe os itens a seguir.
a)A carta expressa a opinião de seu colega sobre a reportagem?
b)Há argumentos que sustentam a opinião dele sobre a matéria?
c)O texto apresenta conclusão?
Mirella Spinelli/ID/BR
Avaliação e reescrita do texto
2. Escreva um breve comentário sobre o texto de seu colega. Dê sugestões e destaque os aspectos positivos do texto dele.
3. Você receberá a avaliação de sua carta. Considere os comentários
de seu colega e reescreva sua carta.
221
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 221
17/07/14 13:33
reflexão linguística
Transitividade verbal
Parece história de filme, mas aconteceu de verdade mesmo.
Neilson Oliveira de Lima, 3, de Pupuaí, no Amazonas, passou
um susto e tanto quando ficou 12 dias perdido na selva amazônica há algumas semanas, até ser encontrado por um caçador.
Toda a história começou quando o menino resolveu seguir
o pai, que foi trabalhar na roça. Depois, não sabia voltar
para casa.
Para sobreviver, ele teve que beber água da chuva e comer
frutas que estavam caídas no chão. Estava acostumado com a vida
na floresta. “Lá, eles andam descalços, sobem em árvore e aprendem
a nadar ainda pequenos”, diz Núbia Vasconcelos, psicóloga que cuidou dele no hospital.
Andréa Vilela/ID/BR
1. Leia o texto a seguir.
Talita Bedinelli. “Ih, qual é o caminho?” Folhinha, suplemento infantil do jornal
Folha de S.Paulo, 3 nov. 2007.
a)Por que o autor afirma que o fato parece história de filme?
b)Suponha que a primeira frase do terceiro parágrafo fosse reformulada.
Toda a história começou quando o menino resolveu.
ANOTE
A omissão da expressão “seguir o pai” seria prejudicial ao entendimento do trecho? Por quê?
O verbo que não precisa de complemento para ter seu sentido inteiramente
compreendido em determinado contexto é chamado intransitivo.
O verbo que precisa ser acompanhado de um complemento que complete seu
sentido é chamado transitivo.
Observe as frases abaixo. Ambas fazem uso de verbos transitivos.
O menino teve que beber água da chuva e comer frutas silvestres.
Uma psicóloga cuidou dele no hospital.
Os três verbos destacados – beber, comer e cuidar – exigem, nas frases em
que se encontram, a companhia de complementos ou objetos. A diferença
entre esses verbos é o modo como o objeto se liga a eles.
Ao afirmarmos que o menino bebeu e comeu algo (no caso, “água da chuva” e “frutas silvestres”), ligamos os verbos beber e comer a seus respectivos
objetos diretamente, ou seja, sem que nenhuma palavra precise se colocar
entre eles.
Ao dizer que uma psicóloga cuidou de alguém (no caso, dele), ligamos o
verbo cuidar ao objeto ele com o auxílio da preposição de. Vários verbos exigem preposições quando se ligam aos objetos. Ex.: assistir a, ir a, desconfiar
de, confiar em, etc.
222
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 222
17/07/14 13:33
ANOTE
O complemento que se liga ao verbo diretamente é chamado objeto direto.
O complemento que se liga ao verbo por meio de uma preposição é chamado objeto indireto.
Fernando Gonsales/Acervo do artista
Observe a tira a seguir.
Fernando Gonsales. Níquel Náusea. Folha de S.Paulo, 12 maio 2005.
ANOTE
No primeiro quadrinho, o papagaio conta ao colega que
seu avô falava muito, mas não menciona com quem ele falava nem sobre o que tratava nessas falas. É certo que quem
fala fala algo para alguém, mas nesse contexto não parece
ser importante esclarecer o que ele falava nem para quem;
a ação de falar é que é importante (não sendo necessário
complemento).
Lembre-se
São preposições: a, ante,
após, até, com, contra, de,
desde, em, entre, para,
perante, por, sem, sob, sobre,
trás.
A transitividade verbal depende sempre da observação do
contexto em que está o verbo. Um mesmo verbo pode ser
empregado ora como intransitivo, ora como transitivo.
Ele quase não fala.
verbo intransitivo
Júlia falou com as amigas durante o intervalo.
verbo transitivo indireto objeto indireto
Vários verbos solicitam dois objetos.
O professor ensinou a tabuada às crianças.
verbo transitivo
direto e indireto
objeto
direto
objeto
indireto
O cliente exigiu do comerciante a nota fiscal.
ANOTE
verbo transitivo
direto e indireto
objeto
indireto
objeto
direto
Os verbos que exigem dois complementos, ligando-se a um
deles sem o auxílio de preposição e ao outro com o auxílio
de preposição, são chamados verbos transitivos diretos e
indiretos ou verbos bitransitivos.
223
3P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 223
22/07/14 10:50
reflexão linguística Na prática
1. Leia os textos a seguir.
Minha pátria, minha língua
Creio que a unificação do português tem um sentido político positivo. Aumenta o conceito
da língua como nação. A adaptação talvez seja difícil. Mas a língua é um organismo vivo e
vai seguir em frente. No meu trabalho de compositor, a ortografia repercute pouco. Nas letras
de rock, a gente trabalha com a informalidade, com a fala da rua.
Tony Bellotto. Revista Veja. São Paulo: Abril, 12 set. 2007.
Meia-sola ortográfica
Sou contra o acordo. Sei que isso é um tiro no próprio pé, pois, se o acordo passar, vou ser
chamado para fazer muitas palestras. Mas não quero esse dinheiro, não. Com outro espírito,
outra proposta, uma unificação talvez fosse possível. Mas esta é uma reforma meia-sola, que
não unifica a escrita de fato e mexe mal em pontos como o acento diferencial. Vamos enterrar dinheiro em uma mudança que não trará efeitos positivos.
Pasquale Cipro Neto. Revista Veja. São Paulo: Abril, 12 set. 2007.
a)Os textos apresentam a opinião de duas pessoas sobre o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa. Por que elas foram escolhidas para falar sobre o tema?
b)Quem é contra as mudanças na ortografia e quem é a favor delas?
c)Que argumentos Tony Bellotto e Pasquale Cipro Neto usam para defender suas
ideias?
2. Releia o fragmento abaixo e responda ao que se pede.
“Mas esta é uma reforma meia-sola, que não unifica a escrita de fato e mexe mal em pontos
como o acento diferencial.”
a)Os verbos unificar e mexer exigem complementos para ter seus sentidos inteiramente compreendidos. Classifique-os quanto à transitividade.
b)Identifique e classifique os objetos desses verbos.
3. O parágrafo abaixo sintetiza os textos do exercício anterior.
Em setembro de 2007, dois especialistas opinaram  então anunciado. A revista Veja
coletou  e os ofereceu . Na ocasião, o professor Pasquale criticou , apontando-lhe
. Já o compositor Tony Bellotto mostrou-se comedido. Ele acentuou , mas previu 
num primeiro momento.
a)Copie-o em seu caderno, preenchendo as lacunas com os termos do quadro
abaixo.
dificuldades de adaptação seus depoimentos
as falhas sobre o Acordo Ortográfico
a unificação ortográfica
aos seus leitores
o valor político das mudanças ortográficas
b)Classifique os termos do quadro de acordo com sua função nas frases.
224
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 224
17/07/14 13:33
LÍNGUA VIVA i
Os objetos e a construção dos sentidos
Blue Lantern Studio/Corbis/Latinstock
1. Leia o texto abaixo, extraído de um livro paradidático.
As transformações corporais e psíquicas impõem-se sobre o adolescente, deixando-o, muitas vezes, perplexo e, até mesmo, com dificuldade para compreender o que lhe está acontecendo. Em suas próprias palavras, “no começo a gente
não entende nada e sofre muito”.
Lewis Carroll, o autor de Alice no país das maravilhas, ilustra muito bem essa
sensação de estranheza, que a transitoriedade da puberdade produz, na personagem de Alice: “Ai meu Deus, como está tudo esquisito hoje! E ontem estava tudo
tão normal. Será que eu mudei durante a noite? Deixe ver: eu era a mesma quando
me levantei hoje de manhã? Estou quase jurando que me sentia um pouquinho
diferente. Mas, se não sou a mesma, então quem é que eu sou?”.
Vera Wrobel e Clélia E. de Oliveira. Os desafios na adolescência. São Paulo: Moderna, 2005. p. 32-33.
Milo Winter. Alice e o
Coelho Branco, 1916.
a)O texto trata de uma questão característica da adolescência. Qual é ela?
b)No texto, as autoras citam a personagem literária Alice. Que relação foi
feita entre o assunto tratado no texto e a personagem?
2. Identifique os complementos que acompanham os verbos em destaque.
a)entende b) ilustra
3. Qual é a função desses complementos nas frases?
4. Como ficaria o sentido da frase “Lewis Carroll ilustra muito bem” sem o
complemento?
5. Leia o texto a seguir sobre a autora dos livros da série Harry Potter.
er/
am/String
Toby Canh tty Images
Ge
Desempregada e em péssima situação financeira, Joanne Kathleen Rowling
sobrevivia com seguro-desemprego. Quando a primeira filha nasceu, como sua
casa não tinha , ela punha  num carrinho e ia para um café próximo à sua
casa, aquecido. Foi nessa época que começou a escrever  sobre o bruxinho
Harry Potter. O primeiro livro demorou cinco anos para ficar pronto. Todos foram
escritos à mão. Inúmeras editoras recusaram  e quando a Bloomsbury aceitou,
pagou muito pouco de adiantamento dos direitos autorais. Nigel Newton, diretor
da editora, diz que Rowling teve , pois eles não editam livros infantis. Ele leu 
só porque estava em cima da pilha. E adorou.
Marcelo Duarte. O guia dos curiosos. São Paulo: Panda Books, 2005. p. 547.
a)No texto, foram omitidas algumas informações. É possível entender o
que aconteceu sem essas palavras?
b)Complete o texto com as palavras e expressões do quadro.
o original
seus originais
uma história infantil
sistema de aquecimento
Escritora J. K. Rowling,
Los Angeles, 2007.
sorte
o bebê
ANOTE
c)Que função essas palavras e expressões exercem dentro das orações?
Os objetos exercem uma função muito importante dentro da oração. Eles
complementam e ampliam o sentido do verbo.
225
3P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 225
22/07/14 10:51
leitura 2
O que
você
vai ler
Carta de reclamação
Os textos abaixo são duas cartas de reclamação endereçadas a uma
empresa fabricante de bicicletas. Elas foram escritas por uma pessoa que
comprou uma bicicleta e que não ficou satisfeita com o produto.
Bom dia, caros senhores,
Tenho uma bicicleta [modelo da bicicleta] comprada na bicicletaria [nome da bicicletaria] no dia
16/04/11. Em menos de um mês de uso a bicicleta apresentou o seguinte problema: a roda fixa girava em
falso. Fui à bicicletaria e eles solucionaram temporariamente o problema.
Porém o problema voltou a ocorrer, ocasionando o espanamento do cubo. [...] A bicicleta foi deixada
na bicicletaria no dia 31 de maio e a única resposta que obtive foi que o problema deveria ser resolvido
pela [nome da empresa] em até trinta dias. [...]
Entro em contato com vocês porque até agora não recebi nenhum outro contato da bicicletaria. Gostaria de ter alguma previsão direto da [nome da empresa], visto que o prazo de 30 dias é mais tempo do
que eu tenho utilizado a bicicleta [...],
Obrigado pela atenção,
Seguem as fotos da nota fiscal e do número do quadro.
D. G.
Prezados senhores,
Conforme solicitado ontem, explico por e-mail as razões que me levam a querer devolver a bicicleta.
Eu queria uma bicicleta com roda fixa e paguei mais de 2.200 reais nesta bicicleta [modelo da bicicleta].
Ao comprar de uma marca conhecida e em que confiava, [marca da bicicleta], pensei estar comprando uma bicicleta de excelente qualidade. Lembro que quando comprei a bicicleta foi-me dito que,
pelo fato de ela ser simples, dificilmente me traria problemas com pouco tempo de uso.
No entanto, logo na segunda semana, a bicicleta apresentou dois problemas de montagem que acabaram me levando à oficina. Na semana seguinte, quando efetivamente os cubos espanaram, percebemos
(eu e a loja) que os cubos não são de boa qualidade.
Isso me deixou bastante irritado com a bicicleta e questionando a escolha que fiz ao comprá-la já
montada (o que só fiz pela confiança na marca).
Além disso, começaram meus problemas com a troca. A [marca da bicicleta]
GlossáriO
é uma marca de elite que deveria possuir um sistema de substituição de peças
adequado. [...]
Cubo: peça tubular
central da roda onde
A gota d’água, quando pensei que o problema seria resolvido, foi a solução
são presas partes
apresentada pela [nome da empresa]. Um cubo de qualidade também duvidável
dos raios.
[...] Inaceitável. Sinceramente, a solução apresentada com a compra do cubo
Espanamento:
pela [nome da empresa] não me satisfaz.
desgaste (de um
Fico bastante irritado pois com a minha outra [modelo de bicicleta da mesma
parafuso ou de uma
marca] eu sempre cuidei para manter todas as peças originais, com o intuito de
rosca); consumo
a bicicleta não perder suas características. É lamentável que não possa fazer isso
pelo atrito.
com um produto que está sendo vendido pelo preço de uma bicicleta de elite
Quadro: estrutura
[...]. Esse tipo de atendimento mata o mercado de bicicletas de roda fixa, cresde metal de uma
cente no cenário americano e europeu.
bicicleta.
Por isso, a [nome da empresa] perdeu um cliente e eu estou devolvendo a
Roda fixa: um
bicicleta.
tipo de bicicleta
simples que não tem
Atenciosamente,
marchas nem freio.
D. G.
226
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 226
17/07/14 13:33
Estudo do texto
Para entender o texto
1. Qual é, resumidamente, a queixa do consumidor D. G.?
2. Releia as cartas.
a)Como D. G. tentou, primeiro, resolver seu problema? Quais foram os
resultados?
b)O que faz D. G. na primeira carta para provar sua argumentação?
c)Qual foi o apoio que a empresa fabricante da bicicleta lhe ofereceu?
d)Quais são os contra-argumentos utilizados por D. G. para mostrar que a
solução proposta pela empresa não é satisfatória?
No dia a dia, é comum os consumidores se sentirem prejudicados pelas
empresas que lhes fornecem produtos e serviços. Um gênero textual que essas pessoas podem usar para pedir a reparação ou a indenização necessárias
ou apenas para expressar suas queixas é a carta de reclamação. Em geral,
o autor da carta de reclamação se dirige à empresa ou à instituição cujos
produtos ou serviços o levaram a sentir-se lesado. As cartas de reclamação
costumam iniciar com a identificação das partes em conflito e pela exposição do fato que motivou a reclamação.
Andréa Vilela/ID/BR
ANOTE
3. O autor da carta expõe as causas e as consequências do mau serviço pós-venda que lhe presta a empresa.
a)Quais são, de acordo com D. G., os problemas que a bicicleta apresentou?
b)Enumere as razões que fazem com que D. G. esteja descontente com a situação.
4. Releia a segunda carta e responda.
a)Que cuidados D. G. tomou em relação ao conserto da outra bicicleta de
mesma marca que teve?
b)O que D. G. espera da empresa?
c)Qual é a conclusão, expressa na carta, a que chega D. G.?
Carta 1
( ) argumentos do cliente
( ) histórico de aquisição do produto e
explicação do problema
( ) indicação de anexos que fornecem
provas para a argumentação
ANOTE
( ) solução temporária do problema
Carta 2
ID/BR
5. Coloque em ordem, numerando de 1 a 4, os movimentos argumentativos
utilizados pelo autor das cartas.
( ) conclusão
( ) histórico de aquisição do produto e
explicação do problema
( ) argumentos e razões que levam a
desistir do produto
( ) argumentos finais e encaminhamento
para a conclusão
No desenvolvimento de uma carta de reclamação, o autor tenta mostrar
que tem razão por meio de argumentos. Assim, ele pode relatar o histórico
do problema que o incomoda; levantar contra-argumentos em relação a soluções que lhe foram oferecidas; enumerar as causas e as consequências da
situação que enfrenta; fazer referência a dados concretos, etc.
227
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 227
17/07/14 13:33
Estudo do texto
6. No trecho abaixo, a reclamação se intensifica quando D. G. mostra que é impossível aceitar a proposta da empresa e encaminha para a conclusão. Indique as expressões empregadas pelo autor que expõem a indignação dele.
“A gota d’água, quando pensei que o problema seria resolvido, foi a solução
apresentada pela [nome da empresa]. Um cubo de qualidade também duvidável
[...]. Inaceitável. Sinceramente, a solução apresentada com a compra do cubo pela
[nome da empresa] não me satisfaz.“
7. Releia a carta 2. Em três momentos diferentes, o autor expõe seus sentimentos em relação à situação. Identifique as frases que expressam esses
sentimentos.
“Fui à bicicletaria e eles solucionaram temporariamente
o problema.
Porém o problema voltou a ocorrer, ocasionando o espanamento do cubo.
Lembro que quando comprei a bicicleta foi-me dito que,
pelo fato de ela ser simples, dificilmente me traria problemas
com pouco tempo de uso.
No entanto, logo na segunda semana, a bicicleta apresentou dois problemas de montagem que acabaram me levando
à oficina.”
Andréa Vilela/ID/BR
8. Considere os dois fragmentos abaixo. Escreva no caderno o tipo de relação que as palavras em destaque estabelecem com a frase anterior.
••causa e consequência
••oposição e restrição
O texto e o leitor
1. Cite os momentos em que o autor se dirige diretamente ao leitor das cartas.
2. Considere os trechos I e II a seguir e responda no caderno. O conteúdo
entre parênteses indica:
••uma explicação para o leitor sobre o que acaba de ser dito.
••uma série de alternativas.
I. “Na semana seguinte, quando efetivamente os cubos espanaram, percebemos (eu e a loja) que os cubos não são de boa qualidade.”
II. “Isso me deixou bastante irritado com a bicicleta e questionando a escolha
que fiz ao comprá-la já montada (o que só fiz pela confiança na marca).”
3. O autor da carta procura envolver seus leitores (representantes da empresa). Relacione cada fragmento a seguir à postura que ele exemplifica.
Para isso, associe cada um dos fragmentos às letras que correspondem às
intenções do autor da carta.
I. “Ao comprar de uma marca conhecida e em que confiava, [marca da bicicleta], pensei estar comprando uma bicicleta de excelente qualidade. Lembro que quando comprei a bicicleta foi-me dito que, pelo fato de ela ser
simples, dificilmente me traria problemas com pouco tempo de uso.”
228
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 228
17/07/14 13:33
II. “Fico bastante irritado, pois com a minha outra [modelo de bicicleta da
mesma marca] eu sempre cuidei para manter todas as peças originais, com
o intuito de a bicicleta não perder suas características.”
III. “Esse tipo de atendimento mata o mercado de bicicletas de roda fixa, crescente no cenário americano e europeu.”
a)Intenção de mostrar que o autor cumpriu seu papel como cliente.
b)Intenção de mostrar à empresa que é preciso rever o atendimento se
tiver pretensão de continuar seus negócios.
c)Intenção de fazer o leitor acompanhar uma linha de pensamento.
Comparação entre os textos
1. Dentre as características listadas abaixo, quais estão presentes tanto na
carta do leitor quanto na carta de reclamação?
a)Apresenta argumentação.
b)Apresenta, em sua formatação, data, destinatário, fórmula para começar e para terminar.
c)O autor não conhece pessoalmente seu destinatário.
d)Dá voz ao público leitor.
2. Na carta do leitor, é comum encontrarmos, lado a lado, argumentos favoráveis e argumentos contrários ao fato ou texto comentado. E na carta de
reclamação, que tipo de argumento encontramos? Justifique.
3. Os jornais e as revistas publicam não só as cartas do leitor que lhes fazem
elogios, mas também as que lhes fazem críticas. As empresas e as autoridades que recebem cartas de reclamação também têm interesse em
divulgá-las? Por quê?
Sua opinião
1. Você usa ou usaria cartas para manifestar suas opiniões?
2. Na sua opinião, cartas de reclamação são eficientes para que se alcance a
solução de um problema ou servem apenas ao desabafo do remetente?
3. Que tipo de argumentos, para você, alcança melhores resultados nas reclamações contra empresas?
A argumentação e o exercício da cidadania
A argumentação que você viu nas cartas do leitor e de reclamação é
um instrumento legítimo do exercício da cidadania: através dela, o leitor de determinado veículo de comunicação ou o consumidor de
determinado produto podem expor suas opiniões ou necessidades.
reclamação. Em qualquer situação, é sempre importante
argumentar educadamente, sem ofender as pessoas. Será que um tom exaltado
demais não depõe contra o próprio autor da reclamação?
cia
ƒƒ Converse também sobre a maneira adequada de fazer a
Lú
do seu cotidiano a argumentação pode ser usada para você
interagir com as pessoas e as instituições que o cercam.
Bra
ndão/ID/BR
ƒƒ Discuta com seus colegas e o professor em que outras situações
229
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 229
17/07/14 13:33
produção de texto
Carta de reclamação
Imagine um consumidor descontente e ansioso para exprimir, por escrito, a diferença
constatada entre o produto que imaginou comprar e o produto que efetivamente comprou.
ƒƒ Para tornar o texto mais claro, copie-o e complete-o com as palavras
Porém
No entanto
Contudo
Apesar de
Comprei em sua loja, há dois meses, um canário belga com a garantia de que
todas as manhãs eu seria acordado pelo melodioso canto do pássaro. , até hoje,
o pequeno comedor de alpiste insiste em ficar mudo.  todos os esforços meus e
de minha esposa, a ave continua de bico fechado. Fizemos de tudo: compramos
gaiola maior, mudamos a comida, demos água mineral e até cantamos para ele!
Nada adiantou! , não queremos devolvê-lo. Afeiçoamo-nos ao animalzinho. ,
solicito que o senhor contrate um professor de canto para ensiná-lo a gorjear.
Só assim honrará o que prometeu.
Fabiana SalomãoID/BR
AQUecimento
ou expressões do quadro.
Proposta
Ilustrações: Fabiana
SalomãoID/BR
Você vai escrever uma carta de reclamação. Para isso, escolha uma das
situações abaixo.
••
Compra de um par de tênis.
••
Troca de mochila.
••
Entrega de bicicleta.
••
Compra de um celular.
Imagine que a carta produzida será encaminhada para um espaço de
defesa do consumidor. Pode ser um site ou uma seção de jornal que trate
dos direitos do consumidor.
230
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 230
17/07/14 13:33
Leia a seguir alguns incisos que fazem parte do Código de Defesa do
Consumidor.
GlossáriO
Capítulo III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
ART. 6o – São direitos básicos do consumidor:
[...]
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;
[...]
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
[...]
Coercitivo: que
impõe, que obriga
uma pessoa a
fazer algo.
Inciso: cada uma
das subdivisões
dos artigos que
compõem o texto
de uma lei.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 16 jul. 2014.
Planejamento e elaboração do texto
1. Planeje a carta respondendo em seu caderno às questões a seguir.
a)Qual dos incisos do artigo 6º- do Código de Defesa do Consumidor não foi
cumprido: o III ou o IV?
b)Descreva o problema que você enfrentou para adquirir ou trocar o produto.
2. Lembre-se de que sua carta não será dirigida à empresa que fabricou ou
vendeu o produto, mas às pessoas que consultam o site ou a seção do
jornal que tratam dos direitos do consumidor. Empregue uma linguagem
mais formal: use a norma-padrão, evite gírias e termos compreendidos
apenas pelos adolescentes ou apenas na sua região.
3. Complete o esquema com os argumentos e a solicitação que você escreverá em sua carta.
Problema
Argumento 1
Argumento 2
Argumento 3
Solicitação
Avaliação e reescrita do texto
1. Releia seu texto e avalie-o com base nas questões a seguir.
a)É possível identificar a situação apresentada na carta?
b)O problema com o produto ou serviço foi descrito com detalhes?
c)Os argumentos conseguiriam convencer o destinatário dos motivos da
reclamação?
d)A solicitação feita está de acordo com os direitos do consumidor?
e)A linguagem é adequada ao leitor do site ou da seção do jornal?
2. Depois de avaliar seu texto, reescreva aquilo que considerar necessário.
231
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 231
17/07/14 13:33
reflexão linguística
Objeto direto e objeto indireto
Garfield, Jim Davis © 1994 Paws, Inc. All Rights Reserved/
Dist. by Universal Uclick
1. Leia esta tira.
Garfield, de Jim Davis.
a)O segundo quadrinho quebra uma expectativa do leitor. Qual é ela?
b)E no terceiro quadrinho, o que pode surpreender o leitor?
2. Analise as frases da tira.
a)Qual é o objeto direto do verbo pegar no primeiro quadrinho? A que
classe gramatical essa palavra pertence?
b)Copie o objeto direto e o objeto indireto do verbo mostrar das duas orações do último quadrinho.
c)A que classe gramatical pertencem as palavras me e te?
As atividades acima chamam a atenção para o fato de que tanto os objetos
diretos como os objetos indiretos podem ser representados por pronomes.
Porém, essas funções de objeto direto e indireto não podem ser desempenhadas por qualquer pronome, e sim pelos pronomes oblíquos.
Pronomes pessoais como objetos
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam as três pessoas do
discurso.
Pronomes pessoais
retos
Pronomes pessoais
oblíquos
Primeira pessoa do singular
eu
me, mim, comigo
Segunda pessoa do singular
tu
te, ti, contigo
Terceira pessoa do singular
ele / ela
o, a, lhe, se, si, consigo
Primeira pessoa do plural
nós
nos, conosco
Segunda pessoa do plural
vós
vos, convosco
Terceira pessoa do plural
eles / elas
os, as, lhes, se, si, consigo
ID/BR
Primeira pessoa: quem fala.
Segunda pessoa: com quem se fala.
Terceira pessoa: do que ou de quem se fala.
232
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 232
17/07/14 13:33
ANOTE
Os pronomes pessoais retos desempenham, na oração, a
função de sujeito. Os pronomes pessoais oblíquos desempenham, na oração, a função de objeto.
Os pronomes o, os, a e as exercem exclusivamente a função
de objeto direto. Veja os exemplos a seguir.
Eu vendi meu carro.
Eu o vendi.
Quero encontrar ele.
Quero encontrá-lo.
As mães buscaram elas na escola.
As mães buscaram-nas na escola.
Perceba que, quando o complemento ele ou ela segue o verbo
no infinitivo, o r final do verbo é suprimido e o pronome oblíquo
o ou a é acrescido de um l (encontrar ela / encontrá-la).
Já quando o complemento ele ou ela segue um verbo terminado em m, o pronome oblíquo é acrescido de um n (buscaram elas / buscaram-nas).
Os pronomes lhe e lhes desempenham sempre a função de
objeto indireto. Veja os exemplos a seguir.
O uso dos pronomes
oblíquos
Os pronomes oblíquos
referentes à segunda pessoa
do plural raramente são
usados no português do Brasil
hoje, apesar de terem sido
importantes no passado.
Sua aplicação se restringe
a situações muito formais
ou a quando se deseja, pelo
uso artístico da linguagem,
reconstruir uma época ou
mesmo produzir efeito de
humor.
Eu vi ele ou eu o vi?
Quando os verbos têm como
complemento os pronomes
retos ele(s) ou ela(s), sua
substituição pelo pronome
oblíquo é obrigatória.
Construções semelhantes
a “Eu vi ele”, comuns na
conversação informal, não são
admitidas na escrita.
Indiquei ao meu colega alterações que poderia fazer no texto.
Indiquei-lhe alterações que poderia fazer no texto.
Os pronomes me, te, se, nos e vos podem exercer tanto a
função de objeto direto quanto a de objeto indireto. Para
determinar seu papel adequadamente, é importante uma observação atenta da transitividade verbal.
Receberam-nos com simpatia.
objeto
direto
Reservaram-nos uma boa mesa.
ANOTE
objeto
indireto
objeto
direto
Os pronomes oblíquos desempenham, nas orações, a função de complementos verbais.
O, os, a e as atuam como objeto direto. Lhe e lhes atuam
como objeto indireto. Os demais pronomes só podem ter
sua função determinada por um contexto.
233
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 233
17/07/14 13:33
reflexão linguística Na prática
1. Leia o texto de Mario Quintana.
Nunca se deve deixar um defunto sozinho.
Ou, se o fizermos, é recomendável tossir discretamente antes de entrar
de novo na sala. Uma noite em que eu estava a sós com uma dessas
desconcertantes criaturas, acabei aborrecendo-me (pudera!) e
fui beber qualquer coisa no bar mais próximo. Pois nem queira
saber... Quando voltei, quando entrei inopinadamente na sala,
estava ele sentado no caixão, comendo sofregamente uma das
quatro velas que o ladeavam! E só Deus sabe o constrangimento em que nos vimos os dois, os nossos míseros gestos de
desculpa e os sorrisos amarelos que trocamos...
Andréa Vilela/ID/BR
Tableau!
Mario Quintana. Sapato furado. São Paulo: FTD, 1998. p. 8.
a)Tableau é uma palavra francesa que quer dizer “quadro, cena, espetáculo”.
Pode ser usada como interjeição, no final do relato de um caso, com o sentido
de “Imagine a cena!”. Que efeito ela produz no leitor do conto ao ser usada
como título?
b)O narrador utiliza o adjetivo desconcertante para se referir ao defunto. De que
modo isso se relaciona ao fato de ele ter se sentido aborrecido?
c)Releia o início do texto. Na frase “Ou, se o fizermos, é recomendável tossir discretamente antes de entrar de novo na sala”, qual elemento é retomado pelo
pronome oblíquo o? Qual é a função desse pronome na oração?
d)Como o verbo fazer se classifica quanto à transitividade?
e)Qual destas frases está de acordo com a norma-padrão? Por quê?
I. Quando voltei, o defunto estava sentado no caixão, devorando uma das velas que o
ladeavam.
II. Quando voltei, o defunto estava sentado no caixão, devorando uma das velas que
ladeavam ele.
Mario Quintana nasceu em Alegrete. Também nasci lá, 34 anos depois e, quando
menino, ouvia falar do poeta como de alguém tão importante que era impossível que já
não tivesse morrido. Levei um susto no dia em que  vi bem vivo. E me tornei seu amigo.
Durante certo tempo, Quintana trabalhou numa editora, como tradutor. Depois
ele foi trabalhar num grande jornal de Porto Alegre. Como era poeta em tempo
integral, desistiram de  dar serviço, e acho que foi a primeira vez que alguém
teve um emprego e um salário para escrever poesia. Mais tarde, ele se aposentou
e, nas sextas-feiras, eu  levava a passear de automóvel. Uma vez  levei
à sede de um clube náutico. Havia muita gente, logo ele foi reconhecido e
vieram muitas crianças para vê . Uma vovó beijou  a mão. Ele disse:
“Não beije minha mão, não sou o Papa”. E voltando-se para , acrescentou:
“Sou o Papão”.
Sergio Faraco. Em: Mario Quintana. Sapato furado. São Paulo: FTD, 1998. p. 37-38.
Mario Quintana,
Porto Alegre, 1991.
© by Elena Quintana. Foto: Eneida Serrano/Editora Abril
2. Substitua o símbolo  pelos pronomes oblíquos adequados.
234
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 234
17/07/14 13:33
LÍNGUA VIVA i
Transitividade e construção de sentidos
1. O trecho abaixo é um fragmento de um conto. Leia-o.
Machado de Assis. A mulher de preto. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>.
Acesso em: 16 jul. 2014.
Andréa Vilela/ID/BR
Estêvão chegou à casa e atirou-se à cama. Ninguém o soube nunca, só as paredes do quarto foram testemunhas; mas a verdade é que Estêvão chorou lágrimas
amargas.
Enfim que lhe dissera Madalena e que exigira dele?
Mesmo sem conhecer o conto na íntegra, o leitor dessas quatro linhas
pode saber bastante sobre Estêvão. Relacione as colunas abaixo, reconhecendo quais são os estados de espírito que as expressões do texto nos
permitem reconhecer na personagem.
I. “atirou-se à cama”
a. sofrimento profundo
II. “só as paredes do quarto foram testemunhas”
b. solidão
III. “chorou lágrimas amargas”
c. abatimento
2. Observe as frases abaixo.
I. A verdade é que Estêvão chorou.
II. A verdade é que Estêvão chorou muito.
III. A verdade é que Estêvão chorou lágrimas amargas.
a)Qual é a diferença de sentido entre elas?
b)Como o verbo chorar se classifica quanto à transitividade em cada frase?
3. Compare as seguintes frases.
I. O rapaz chorou lágrimas amargas.
II. A mulher dormiu o sono dos anjos.
III. O coitado viveu uma vida de cão.
a)Que relação de sentido se percebe entre cada verbo e o núcleo de
seu objeto direto?
b)Considere as frases: “O rapaz chorou lágrimas”, “A mulher dormiu o
sono” e “O coitado viveu uma vida”. Elas lhe parecem completas?
ANOTE
c)Qual é a função dos termos amargas, dos anjos e de cão nessas frases?
Um verbo entendido como intransitivo pode, em determinado contexto, adquirir transitividade. Nesse caso, o objeto direto que o acompanha
é composto de um núcleo semanticamente ligado a ele acrescido de um
qualificativo.
235
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 235
17/07/14 13:33
Questões de escrita i
Mas e mais; a e há; afim e a fim de
1. Observe o uso das palavras mas e mais na seguinte frase.
Técnico vê melhoras, mas cobra mais dedicação do Santa Cruz.
Disponível em: <http://esporte.uol.com.br>. Acesso em: 16 jul. 2014.
ANOTE
Explique a diferença de sentido entre o mas e o mais nessa frase.
Mas indica adversidade, oposição entre ideias. Equivale a no entanto, porém, contudo.
Ex.: O jogador fez um gol, mas seu time não venceu.
Mais indica quantidade ou intensidade, é o oposto de menos.
Ex.: Nas férias, preocupe-se menos e aproveite mais.
2. Nas frases a seguir, substitua  por mas ou mais.
a)Empregadores brasileiros ficam entre os  otimistas em
relação às contratações para o próximo ano.
b)Há  petróleo,  não se sabe quanto.
3. Leia.
Há 20 anos, o grande atleta entrava para a eternidade.
Andréa Vilela/ID/BR
c)Botafogo vence,  atletas brigam e são expulsos.
Não há vagas.
O que você vai ser daqui a 10 anos?
a)Retire a palavra há da expressão “há 20 anos”, na primeira frase. Como
ela poderia ser reescrita para manter o mesmo sentido?
b)Reescreva a frase “Não há vagas”. Mantenha o significado original
substituindo o verbo por outra palavra.
ANOTE
c)Compare as expressões “há 20 anos” e “daqui a 10 anos”. Qual é a principal semelhança e qual é a principal diferença entre elas?
Há expressa tempo passado. Ex.: “Ele nada há muito tempo”. É usado, também, com o sentido de existir. Ex.: “Não há queixas a fazer”.
A refere-se a tempo futuro. Ex.: “Daqui a poucos meses viajaremos”. É usado,
também, para expressar distância. Ex.: “Eu moro a poucos metros da escola”.
4. Compare estas frases.
A fim de conter a inflação, China decide por novo aumento da taxa de juro.
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br>. Acesso em: 15 dez. 2011.
Leia, no Caderno B, as notícias regionais e afins.
236
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 236
17/07/14 13:33
a)Explique a diferença de sentido entre a fim de e afins nas frases.
b)Selecione, no quadro abaixo, a palavra que melhor preencheria a lacuna
da frase se quiséssemos preservar seu sentido original.
Com a  de conter a inflação, China decide por novo aumento de juro.
ANOTE
esperança
ideia
finalidade
conversa
hipótese
A fim de indica finalidade, objetivo, meta. Corresponde a para. Ex.: “Tomei
notas da explicação a fim de poder relembrá-la mais tarde”.
Afim indica semelhança, parentesco, afinidade. Ex.: “Para um bom trabalho em grupo, é importante que os membros tenham interesses afins”.
Carta enigmática
Identifique as informações que aparecem nesta carta enigmática.
Numa
qualquer eu
(–do +senho) um
E com 5 ou 6 retas é fácil fazer um
em torno da
E se faço
com 2 riscos tenho um
azul do
(–o +uinho) de
amarelo.
.
Corro um
Se um
Ilustrações: Andréa VilelaID/BR
e me dou uma
.
.
cai num
(+dacinho)
(+pel), num instante imagino uma linda
a voar no
.
Prezado Ronaldo, de Flávio Carneiro. Edições SM.
Filmes
Central do Brasil. Direção: Walter Salles. Brasil, 2000.
Mensagem para você. Direção: Nora Ephron. EUA, 1998.
editora
uivo da
SM/Arq
Quando eu voltei tive uma surpresa,
de Joel Rufino dos Santos. Rocco.
s
Fac-símile/Europa Filme
O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder.
Companhia das Letras.
Fac-símile/Warner Bros
Livros
Edições
Companhia das Letras/
Arquivo da editora
para saber mais
Rocco/Arquivo da editora
Toquinho, Maurizio Fabrizio, Guido Morra, Vinicius de Moraes. Aquarela. Intérprete: Toquinho.
Em: Pra gente miúda, Universal Music, 1993.
237
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 237
17/07/14 13:33
questões globais
Ana mora em São Paulo, gosta de ler, de ir ao cinema, de estar
à beira-mar. Pedro é de Belo Horizonte, gosta de futebol, escreve
poesias, ama as montanhas. Durante um ano eles trocam cartas. E
também livros, poesias, ternura. A relação desses dois adolescentes vai se estreitando, e a vontade de se conhecerem pessoalmente
cresce. Como será o encontro de Ana e Pedro?
Disponível em: <http://www.editorasaraiva.com.br>. Acesso em: 16 jul. 2014.
Atual/Arquivo da editora
1. Este texto é uma sinopse do livro Ana e Pedro,
de Vivina de Assis Viana e Ronald Claver.
Capa de Ana e Pedro.
São Paulo: Atual, 2004.
a)Classifique os verbos destacados quanto à transitividade e indique seus respectivos
objetos diretos ou indiretos.
b)Complete o texto abaixo preenchendo as lacunas com as palavras adequadas. Se
necessário, você pode usar as palavras do quadro mais de uma vez.
a
há
a fim de
mas
mais
afins
os
-lo
 muito tempo, Ana se corresponde com Pedro, apesar de não conhecê  pessoalmente. A espontaneidade na troca de ideias  faz acreditar que estarem  vários
quilômetros de distância não  impede de terem uma amizade profunda, talvez até
 significativa em sua vida do que as outras.  é provável que a transformação do
afeto em amor  pegue de surpresa e  faça questionar os interesses ,  descobrir se vale a pena seguir em frente.
Garfield, Jim Davis © 1994 Paws, Inc. All Rights
Reserved/Dist. by Universal Uclick
2. Leia a tira e responda às questões a seguir.
Garfield, de Jim Davis.
a)Por que Garfield está bravo?
b)Qual é o fato cômico nessa tira? A cena engraçada aparece explicitamente ou é imaginada pelo leitor?
3. Releia a tira.
a)Em relação à transitividade, o que os verbos correr e chegar têm em comum?
b)Quais as palavras que completam o sentido dos verbos ter e tocar?
c)Em relação à transitividade, como classificamos o verbo ensinar?
4. Escolha o complemento adequado à norma-padrão. Faça as alterações necessárias.
a)Jon e sua garota vão assistir  (um filme / a uma peça de teatro).
b)Garfield tinha de ensinar uma lição  (as crianças / a elas).
238
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 238
17/07/14 13:33
O que você aprendeu neste capítulo
Carta do leitor
Carta de
reclamação
Transitividade
verbal
mas e mais
a e há
afim e a fim de
§§ Divulga conceitos e opiniões e dá voz ao leitor de revistas ou jornais.
§§ O leitor pode apresentar argumentos que reforcem o ponto de vista
defendido no texto ou que sejam contrários a ele.
§§ Expressa reclamações relativas aos direitos do consumidor ou aos
direitos do cidadão.
§§ O autor da carta deve expor argumentos capazes de convencer seu
destinatário de que ele tem razão.
§§ Indica se um verbo precisa ou não ser acompanhado de complemento
para ter seu sentido inteiramente compreendido dentro de
determinado contexto.
§§ Verbos intransitivos: não precisam ser acompanhados de
complemento para ter seu sentido compreendido.
§§ Verbos transitivos: precisam ser acompanhados de complemento para
ter seu sentido compreendido.
§§ Verbos transitivos diretos: têm complemento diretamente ligado a
eles (objeto direto).
§§ Verbos transitivos indiretos: têm complemento ligado a eles por
preposição (objeto indireto).
§§ Verbos transitivos diretos e indiretos (bitransitivos): exigem dois
complementos (objeto direto e indireto).
§§ Pronomes pessoais retos (eu, tu, ele / ela, nós, vós, eles / elas):
desempenham, na oração, a função de sujeito.
§§ Pronomes pessoais oblíquos: desempenham, na oração, a função
de complementos verbais.
§§ Mas indica adversidade, contrariedade, oposição entre ideias. Equivale
a no entanto, entretanto, porém, contudo.
§§ Mais indica quantidade ou intensidade, é o oposto de menos.
§§ A é usado para fazer referência a tempo futuro. É usado, também, para
expressar distância.
§§ Há é usado para expressar tempo passado. É usado também com o
sentido de existir.
§§ Afim indica semelhança, parentesco, afinidade.
§§ A fim de indica finalidade, objetivo, meta. Corresponde a para.
Autoavaliação
Para fazer a autoavaliação, releia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.
ƒƒ Dos assuntos tratados neste capítulo, o que você gostou de aprender?
ƒƒ Você escreveu duas cartas. Qual delas está mais próxima do seu cotidiano?
ƒƒ Como a reescrita das cartas pôde ajudá-lo a melhorar sua produção de texto?
ƒƒ Quais dúvidas você tem sobre transitividade verbal?
239
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 239
17/07/14 13:33
oralidade
Discurso de campanha eleitoral
Título original: O Bem Amado
Lançamento: 2010 (Brasil)
Direção: Guel Arraes
Atores: Marco Nanini, Matheus Nachtergaele,
José Wilker, Caio Blat.
Duração: 107 min
Gênero: Comédia
Fac-símile/Natasha Filmes
1. Você vai ler dois trechos de discursos políticos de dois candidatos a prefeito
presentes no filme O Bem Amado. Leia primeiramente as informações sobre o filme.
Sinopse
Após o assassinato do prefeito de Sucupira por Zeca Diabo (José
Wilker), uma disputa política entre Odorico Paraguaçu (Marco Nanini)
e Vladimir (Tonico Pereira) pelo cargo vago tem início. Odorico vence Cartaz do filme O bem
a eleição e toma posse como prefeito, recebendo sempre o apoio das amado, 2010. Direção de
Guel Arraes.
irmãs Doroteia (Zezé Polessa), Dulcineia (Andréa Beltrão) e Judiceia
(Drica Moraes). Uma de suas promessas é construir o primeiro cemitério da cidade, para
evitar a emigração dos habitantes após morrerem. Só que, após a obra ser concluída,
há um problema: ninguém em Sucupira morre, o que impede que o cemitério enfim seja
inaugurado. Sofrendo pressão devido a acusações de superfaturamento, Odorico precisa
encontrar um meio para que o grande feito de seu mandato não se torne uma grande piada.
Candidato Odorico Paraguaçu
Precisamos de um cemitério em Sucupira! É incrível que nossa cidade, que é um orgulho
de desenvolvimento para o nosso estado, até hoje ainda não tenha onde enterrar os seus
mortos! É uma questão de vida ou morte! Ou melhor, é uma questão de morte ou morte! Uma
cidade que não respeita os seus mortos não pode ser respeitada pelos vivos. Temos urgência
urgentíssima de um campo santo!
Quem ama, quem gosta e por que não dizer quem idolatra a sua terra deseja nela descansar.
Em nossa cidade infeliz ninguém pode realizar esse sonho, ninguém pode dormir o sono
eterno no seio da terra em que nasceu!
Sucupira, até quando assistirá seus filhos emigrarem atrás do sono eterno?
O bem amado. Direção Guel Arraes. Produção Paula Lavigne. Brasil: Natasha Filmes/ Globo Filme, 2010. DVD.
Candidato Vladimir
Meus camaradas,
O que Sucupira precisa é de um prefeito novo que enterre de vez essa herança de miséria
deixada pelo governo anterior. Uma galinha mesmo caipira está custando mil cruzeiros. Eu
pergunto: quem é que pode comer uma galinha de mil cruzeiros?
O bem amado. Direção Guel Arraes. Produção Paula Lavigne. Brasil: Natasha Filmes/ Globo Filme, 2010. DVD.
2. Observe os trechos do discurso dos dois candidatos e responda.
a) Para quem os candidatos estão discursando?
b) Que objetivo os candidatos querem alcançar com seu discurso?
3. Quais argumentos os dois candidatos utilizam para dar força aos seus discursos e
orientar suas candidaturas?
4. Os candidatos usam linguagem informal ou formal em seus discursos? Por quê?
240
2P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 240
17/07/14 13:33
6. Observe o discurso do candidato Vladimir.
a) No início, como ele se refere ao público? Que efeito isso tem sobre a população?
b) Ele termina seu discurso com uma pergunta. Por quê?
Produção de texto: discurso de campanha eleitoral
O que você vai fazer
Divulgação/Buena Vista
5. Observe a frase que inicia o discurso de Odorico Paraguaçu.
a) Em que pessoa o verbo está conjugado?
b) Qual efeito isso tem sobre o público?
Você vai participar de uma eleição para representante de
classe. A sala deverá ser dividida em grupos de três ou quatro
alunos, cada grupo escolherá um integrante para se candidatar.
Preparação do discurso
Cena do filme O bem amado, de Guel Arraes.
7. Em grupo, vocês devem pensar primeiramente nos argumentos principais da campanha:
o que o candidato se propõe a fazer pelos alunos da classe e da escola.
8. Enumerem os argumentos que fundamentem as propostas do candidato, mostrem
a importância de um representante de classe e que o candidato será um ótimo
representante. Esse material servirá de apoio no momento do discurso.
9. Elaborem a maneira de iniciar e terminar o discurso.
10.Utilize linguagem formal. Escolha palavras e expressões para dar força ao seu
discurso e convencer os outros alunos.
11.O candidato deve treinar a entonação da voz, a velocidade e a altura da fala de acordo
com os argumentos. Silêncios e pausas também ajudam na clareza da fala.
12.A postura é muito importante, assim como os gestos e as expressões faciais.
13.Ensaie com o grupo. A memorização do discurso ajudará no dia da apresentação.
14.No dia do discurso, o candidato poderá ter o texto à vista, porém deverá fazer uso
dele o menos possível.
A exposição dos discursos
15.No dia e horário previamente combinado com a professora, cada candidato fará seu
discurso para o restante da classe.
16.No momento do discurso, olhe para o seu público e tente, com suas palavras e
seus gestos, prender a atenção dos colegas. Caso você não seja o candidato do seu
grupo, apoie seu candidato, ficando ao lado dele, ajudando-o no que for necessário.
17.Quando outro candidato estiver falando, fique em silêncio e preste atenção no
discurso dele.
Avaliação
§§ Avaliem
a apresentação dos candidatos, sob a orientação do professor.
a) Os argumentos utilizados foram fortes e convincentes?
b) O volume de voz e a entonação estavam adequados?
c) O candidato foi expressivo? Ele conseguiu atrair a atenção do público?
d) O discurso foi claro, sem hesitações e esquecimentos?
e) O candidato utilizou linguagem formal?
f) Como foi o envolvimento dos componentes do grupo nos preparativos e na apresentação? Todos colaboraram?
241
3P_VJ_P7_LA_C07_214A241_E15.indd 241
22/07/14 10:55
português
8
Ensino Fundamental 8o ano
Caro Professor,
Nesta amostra, selecionamos um capítulo do Livro do Aluno da coleção
Para Viver Juntos, para que você conheça mais sobre a obra.
Bom trabalho!
Edições SM
VJP8_ABERTURA.indd 1
8/14/14 2:03 PM
Coleção Particular/Fotografia: DACS/The Bridgeman Art
Library/Keystone/Licenciado por AUTVIS Brasil, 2011
Poema
Hans Arp. Tábua para ovos,
1922, madeira e tinta.
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 174
02/07/14 02:15
6
Capítulo
Capítulo
O que você vai aprender
§§ Características principais do poema
§§ A arte do poema: imagens
§§ Aposto e vocativo
§§ Vírgula entre termos da oração
converse com os colegas
1. O quadro ao lado é do artista francês Jean Hans Arp e tem como título
Tábua para ovos.
Que objetos participam dessa composição? Como eles estão organizados?
2. Os objetos que compõem esse quadro normalmente fazem parte
da vida cotidiana.
a) Em que espaços eles podem ser encontrados?
b) Qual é a utilidade deles no cotidiano?
c) Quando representados no quadro, esses objetos têm a mesma
função? Por quê?
3. Vários artistas usaram cenas e objetos cotidianos como motivo para
suas obras. Leia este trecho de um poema de Pablo Neruda.
Ode à cebola
Cebola,
luminosa redoma,
pétala a pétala
se formou a tua formosura,
escamas de cristal te acrescentaram
e no segredo da terra escura
se arredondou o teu ventre de orvalho.
[...]
Pablo Neruda. Neruda: antologia poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. p. 157.
a) Que aspectos da cebola são destacados?
b) A que elemento a cebola é comparada?
c) O que esses dois elementos teriam em comum, segundo o poeta?
4. O quadro e o poema utilizam imagens do cotidiano de modo original. Explique essa afirmação.
A linguagem poética cria novos significados para cenas e objetos do
cotidiano. O artista destaca uma visão subjetiva sobre o mundo e usa
as imagens como recurso para produzir efeitos de sentido inesperados. Neste capítulo, aprofundaremos o estudo sobre o gênero poema
e as imagens poéticas.
175
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 175
7/17/14 4:52 PM
leitura 1
Vinicius de Moraes
(1913-1980),
compositor e poeta.
Fotografia de 1979.
O poema que você vai ler foi escrito por Vinicius de Moraes, poeta,
jornalista, diplomata e compositor brasileiro. Nascido em 1913, no Rio de
Janeiro, Vinicius faleceu em 1980, deixando uma obra que alcança a literatura, a música e o teatro.
Escrito entre 1946 e 1950, “A rosa de Hiroxima” faz referência à bomba
atômica lançada sobre uma cidade japonesa em 1945 (um dos mais tristes
episódios da história do século XX). Musicado em 1973 pelo grupo Secos &
Molhados, o poema integrou um disco que vendeu mais de 800 mil cópias,
número expressivo para a indústria fonográfica brasileira à época.
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Guilherme Vianna/ID/BR
Wagner Berber/Editora Abril
O que você vai ler
Poema
Vinicius de Moraes. Em: Ítalo Moriconi (Org.). Os cem melhores
poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 147.
GlossáriO
Atômico: que se refere
à energia liberada na
desintegração do núcleo do
átomo.
Cálido: quente, ardente.
Cirrose: doença que afeta as
células do fígado, prejudicando
seu funcionamento.
Hereditário: que é transmitido
para os descendentes por
determinação genética.
Inexato: que não é exato,
correto ou lógico.
Radioativo: que contém
radiação; que emite energia por
meio de ondas ou partículas.
Telepático: que tem a
capacidade de telepatia,
ou seja, de transmitir e
receber pensamentos a
distância, sem fazer uso dos
sentidos naturais.
176
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 176
02/07/14 02:15
Estudo do texto
Para entender o texto
1. Releia os quatro primeiros versos do poema.
“Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas”
a)Nesse trecho, o eu lírico sugere ao leitor que pense em crianças (de
uma forma geral) e em meninas (em particular). Quais são as ideias
geralmente associadas a esses seres?
b)De que modo o segundo e o quarto versos modificam essas ideias?
c)O adjetivo telepáticas não apenas se soma ao adjetivo mudas, ele o intensifica. O mesmo acontece com inexatas em relação a cegas.
Explique essa afirmação explorando a relação de sentido existente entre
as palavras citadas.
“Pensem nas mulheres
Rotas alteradas”
a)Entre o primeiro e o segundo verso, não há qualquer elemento de conexão aparente: um verbo de ligação, uma conjunção, uma preposição.
O leitor, no entanto, é capaz de imaginar a relação que existe entre
mulheres e rotas alteradas. Reescreva esses versos tornando clara essa
relação.
b)No poema, qual é o sentido que se pode atribuir a esses versos?
Marcos
Guilherme/ID/BR
2. Releia.
3. Em três dos seis primeiros versos, o eu lírico repete parte de um verso.
a)Quais são os efeitos obtidos com essa repetição?
b)Ao usar o verbo pensem e depois a expressão “oh não se esqueçam”, a
quem o eu lírico se dirige?
c)Qual é o modo verbal empregado em pensem e esqueçam?
d)Qual é a relação entre a seleção do modo verbal e as ideias expressas
no poema?
ANOTE
4. O eu lírico apela para que os leitores não se esqueçam da “rosa de Hiroxima”.
a)No contexto do poema, o que é a rosa de Hiroxima?
b)Como o leitor sabe que a rosa de Hiroxima não é uma flor em sentido
literal?
Para transmitir seus sentimentos ou suas impressões sobre o mundo, o
poeta cria imagens, atribuindo novos sentidos para as palavras. No poema
analisado, por exemplo, a “rosa de Hiroxima” é uma imagem poética.
5. Em que verso, por meio de dois adjetivos, o eu lírico expressa sua total
rejeição à rosa de Hiroxima? Identifique esses adjetivos.
177
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 177
02/07/14 02:15
Estudo do texto
As imagens do poema
1. Observe.
“Pensem nas feridas
Como rosas cálidas”
a)Há no poema “A rosa de Hiroxima” uma comparação entre dois elementos. Copie o quadro em seu caderno e complete-o.
Elemento
comparado
Elemento que serve de
termo de comparação
Palavra que
estabelece a relação
ANOTE
b)Qual é o traço comum entre os dois elementos que permite ao eu lírico
realizar essa comparação?
Uma das figuras de linguagem com as quais se criam imagens é a comparação. Ela aproxima, de forma subjetiva, dois elementos de universos diferentes.
Na comparação, há sempre um termo que estabelece a relação entre as palavras comparadas, e o mais frequente é como. Existem outros, por exemplo:
tão quanto, assim como, tão como, além dos verbos parecer, sugerir.
2. Leia os versos a seguir retirados de uma música e de um poema, respectivamente, e indique os elementos comparados e o que eles têm em comum.
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
nna
Via
rm
e
ilhe
Manuel Bandeira. A mata. Em: Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
Gu
A mata agita-se, revoluteia, contorce-se toda e sacode-se!
A mata está hoje como uma multidão em delírio coletivo.
/ID
/BR
Vinicius de Moraes e Tom Jobim. A felicidade. Em: Friends. Polygram Records, 1996.
ANOTE
3. No exercício 4 da seção Para entender o texto, você constatou que no poema
“A rosa de Hiroxima” a palavra rosa é utilizada no lugar da palavra bomba.
a)O que há em comum entre uma rosa e uma bomba atômica?
b)É possível afirmar que o eu lírico propõe uma comparação entre a bomba
atômica e uma rosa?
A metáfora é outra figura de linguagem destinada a criar imagens poéticas.
Ela consiste no emprego de uma palavra ou expressão com sentido e em contexto
não usuais, em razão de uma semelhança observada entre a palavra empregada
e aquela a que se relaciona. Assim, por exemplo, os olhos de uma pessoa podem
ser equiparados a esmeraldas em função de um traço que lhes é comum: verde
brilhante. Dessa forma, pode-se dizer “seus olhos são duas esmeraldas”.
178
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 178
02/07/14 02:15
Simbolizam o amor.
“Cogumelo” após
explosão da bomba
atômica Little boy
sobre Hiroxima, em
6 de agosto de 1945.
Características da “rosa de
Hiroxima”
ID/BR
Características das rosas em geral
U.S. Air Force/AP/Glowimages
4. A explosão atômica, observada a distância, lembra a forma de um cogumelo. De fato, a expressão cogumelo
atômico vem sendo usada há décadas nos filmes e livros que tratam do
episódio.
a)Em sua opinião, por que o poeta
rejeitou a metáfora de uso comum
do cogumelo e buscou a metáfora
inovadora da rosa para tratar do
horror em Hiroxima?
b)Em seu caderno, copie e complete
o quadro abaixo, comparando os
atributos das rosas em geral e da
“rosa de Hiroxima”, tal como caracterizada no poema.
Simboliza a guerra.
Despertam os sentidos (especialmente tato,
olfato e visão).
Remetem à perfeição da natureza.
Têm duração efêmera.
Apresentam cor e aroma característicos e
agradáveis.
c)Qual é o verso que sintetiza os contrastes destacados no quadro?
Na sua face mimosa,
Marília, estão misturadas
Purpúreas folhas de rosa,
Brancas folhas de jasmim.
Dos rubis mais preciosos
Os seus beiços são formados;
Os seus dentes delicados
São pedaços de marfim.
Marcos Guilherme/ID/BR
5. Leia esta estrofe de “Marília de Dirceu”, um poema de Tomaz Antônio Gonzaga.
Tomaz Antônio Gonzaga. Marília de Dirceu. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 16 jul. 2014.
a)Quais são as metáforas empregadas pelo eu lírico para caracterizar os
lábios e os dentes de sua amada?
b)Quais atributos essenciais desses elementos justificam sua escolha?
c)Quando o eu lírico afirma estarem misturadas na “face mimosa” de Marília “purpúreas folhas de rosa” e “brancas folhas de jasmim”, a que ele
está se referindo?
179
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 179
7/17/14 4:55 PM
Estudo do texto
6. Observe os seguintes trechos de poemas.
I.“Pensem nas feridas
Como rosas cálidas”
Vinicius de Moraes.
“A rosa de Hiroxima”.
II.“em geral
fico à vontade no ócio
leio Proust
adolesço eternamente
penteio nuvens”
III.“Flauta e violão na
trova da rua
Que é uma treva
rolando da montanha
Fazem das suas”
Ledusha. “Rendas”.
Carlos Drummond
de Andrade. “Serenata”.
ANOTE
a)As “feridas” do fragmento I certamente não têm existência própria. A
quem elas pertencem?
b)No poema “Rendas”, o eu lírico cita, como uma atividade, sua leitura de
Proust. É possível ler um autor, em sentido literal? Explique sua resposta.
c)No terceiro fragmento, a linguagem figurada possibilita ao poeta sugerir que, durante uma serenata, “flauta e violão [...] fazem das suas”.
Explique essa afirmação.
d)O que há em comum nos três trechos de poema que você explorou?
A metonímia também é uma figura de linguagem utilizada na elaboração de imagens poéticas. Veja alguns exemplos de metonímia.
•• Tomar a parte pelo todo. Ex.: A mulher procurava um teto para seus filhos.
(uma casa)
•• Tomar o autor pela obra. Ex.: Gosto de Monteiro Lobato. (dos livros dele)
•• Tomar o continente pelo conteúdo. Ex.: Nos dias em que pratica esportes, ele
come um belo prato. (a comida que está nele)
•• Tomar a causa pelo efeito. Ex.: O violino cortava a noite com sua triste
beleza. (o som do)
•• Tomar o concreto pelo abstrato. Ex.: As histórias infantis estão cheias de
madrastas sem coração. (sem sentimentos, sem compaixão)
O contexto de produção
1. Como você viu na seção O que você vai ler, “A rosa de Hiroxima” faz parte
da produção poética de Vinicius de Moraes realizada entre 1946 e 1950.
Leia, a seguir, um trecho do texto “Depois da Guerra”, escrito em 1944.
Depois da Guerra vão nascer lírios nas pedras, grandes lírios cor de sangue, belas
rosas desmaiadas. Depois da Guerra vai haver fertilidade, vai haver natalidade, vai
haver felicidade. Depois da Guerra, ah meu Deus, depois da Guerra, como eu vou
tirar a forra de um jejum longo de farra! [...] Depois da Guerra não se fará mais a barba,
gravata só pra museu, pés descalços, braços nus. Depois da Guerra, acabou burocracia, não haverá mais despachos, não se assina mais o ponto. [...] não haverá mais
tristeza: todo o mundo se abraçando num geral desarmamento. [...] Depois da Guerra
[...] Bandas de música voltarão para os coretos, o povo se divertindo no remelexo
do samba. E quanto samba, quanta doce melodia, para a alegria da massa comendo
cachorro-quente! O poeta Schmidt voltará à poesia, de que anda desencantado, e
escreverá grandes livros. Quem quiser ver o poeta Carlos criando, ligará a televisão,
lá está ele, que homem magro! Manuel Bandeira dará aula em praça pública, sua voz
seca soando num bruto de um megafone. Murilo Mendes ganhará um autogiro, trará
mensagens de Vênus, ensinando o povo a amar. [...]
Vinicius de Moraes. Para uma menina com uma flor. Em:
Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.
GlossáriO
Autogiro:
helicóptero.
Tirar a forra:
compensar-se.
180
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 180
7/17/14 4:55 PM
a)Qual é o principal ponto de contato existente entre
“A rosa de Hiroxima” e o trecho de “Depois da Guerra”?
De que modo a constatação dessa semelhança ajuda o
leitor a entender melhor os interesses do poeta?
b)Nesse último texto, o eu lírico expressa uma visão do
mundo pós-guerra. Essa visão corresponde a algo que
ele poderia ter imaginado como concretamente realizável? Explique sua resposta.
c)Qual é o efeito alcançado pelas imagens usadas no texto?
d)A certa altura do texto, vários poetas contemporâneos a
Vinicius são citados: Augusto Frederico Schmidt, Carlos
Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes.
O que o leitor pode descobrir a respeito da vida cultural
da época a partir de “Depois da Guerra”?
2. Levando em conta que a Segunda Guerra começou em 1939
e terminou em 1945, o que os textos “Depois da Guerra” e
“A rosa de Hiroxima” sugerem a respeito do olhar de Vinicius de Moraes sobre o conflito? Ele permaneceu o mesmo
ou se transformou com o tempo?
Guilherme Vianna/ID/BR
Etimologia
A palavra metáfora tem
sua origem no termo grego
metaphorá, cujo significado é
“mudança, transposição”.
A linguagem do texto
ANOTE
1. Releia os versos do poema “A rosa de Hiroxima”.
a) Eles estão organizados em estrofes?
b) Há o uso de rimas no poema?
A rima poética não se baseia exclusivamente na correspondência exata dos sons finais de dois ou mais versos. A musicalidade de um poema pode, também, construir-se com base
na coincidência entre a última vogal tônica ou entre as últimas vogais a partir da tônica em dois ou mais versos. Nesse
caso, fala-se em rima toante (ou assonante).
São exemplos de assonância no poema estudado: crianças,
inexatas, alteradas / telepáticas, cálidas, hereditária, inválida / meninas, feridas, Hiroxima, radioativa.
2. O que se pode observar a respeito da métrica empregada
no poema?
O olhar vigilante da poesia sobre
as transformações do mundo
Os poetas, especialmente a partir do século XX, tornaram-se poderosas antenas do mundo circundante, captando, transfigurando e revelando a realidade, mesmo em seus aspectos amargos.
Discuta com seus colegas e o professor.
ƒƒ Nos dias de hoje, o que nossos olhos são pequenos para ver, mas é
necessário que vejam? Quais são os temas sobre os quais a poesia
pode ou deve se debruçar? Quem são os poetas contemporâneos e
quais são as suas preocupações?
181
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 181
02/07/14 02:15
produção de texto
Poema
Fabiana Salomão/ID/BR
Você estudou neste capítulo alguns recursos usados na linguagem poética
para expressar as sensações e os sentimentos dos poetas.
Nos exercícios a seguir, você vai criar comparações e metáforas, com base nas
palavras dadas.
ƒƒ Leia as palavras do quadro relacionadas a sentimentos.
AQUecimento
alegria
tristeza
medo
surpresa
solidão
••Que elementos podem ser associados a cada um desses sentimentos?
••Escolha dois sentimentos e os elementos a eles associados. Escreva duas
frases usando comparações.
••Explique o que esses sentimentos têm em comum com os elementos escolhidos.
ƒƒ Leia as palavras do quadro.
mar
guerra
festa
parque de diversão
praia
computador
•• Que sentimentos podem ser relacionados a esses elementos?
•• Escolha dois elementos e os sentimentos a eles associados. Escreva duas
frases usando metáforas.
•• Explique os sentidos das metáforas que você criou.
Proposta
Ricardo Chaves/Editora Abril
Santiago Lyon/AP/Glowimages
Você vai criar um poema que depois será exposto em um painel em um
espaço de convivência próximo à escola, como um centro cultural, uma biblioteca, um museu, um teatro, uma livraria, entre outros.
Para criá-lo, você tomará como ponto de partida uma das duas fotografias a seguir.
Ave marinha coberta de petróleo. Fotografia de 2002, Espanha.
Visão da seca no Nordeste. Fotografia de 1983, São João do Piauí.
182
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 182
02/07/14 02:15
Planejamento e elaboração do texto
1. Antes de escolher a fotografia que servirá de referência para o seu
poema, observe atentamente as duas. Se quiser, elabore duas listas,
registrando em cada uma as palavras que você associa a cada imagem.
Feito isso, avalie qual lista contém, na sua opinião, as melhores possibilidades para você criar o poema.
2. Depois de escolhida a fotografia e o tema que vai orientar a sua produção,
anote as imagens poéticas que ela lhe sugere.
a)Quais são as comparações que a situação, o espaço ou os seres retratados permitem fazer?
b)Quais metáforas você pode criar para manifestar, de maneira expressiva e original, os fatos ou sentimentos em seu poema?
c)A figura de linguagem da metonímia pode ser útil para a construção de
seu texto?
3. Escreva seu poema levando em conta as seguintes orientações.
a)Nem todas as imagens poéticas que você criou precisam ser aproveitadas.
Como dizia Drummond, “escrever é cortar palavras”. Mantenha apenas as
ideias que expressem de modo mais original sua visão sobre o assunto.
b)Além das imagens, procure incorporar ao seu poema recursos como a
repetição de palavras e de sons.
c)Decida sobre a organização do poema em versos e estrofes.
d)Crie um título para seu poema.
Avaliação e reescrita do texto
1. Forme um grupo com mais três colegas.
Comentário
ID/BR
2. Cada aluno lerá em voz alta o seu poema. Os componentes do grupo farão
comentários com base nos itens sugeridos a seguir.
O ouvinte reconhece os elementos ou o espaço fotografado que aparece
no poema?
Que imagens originais presentes no poema chamaram a atenção do
grupo?
O poema apresenta recursos sonoros como rimas e ritmo?
3. Depois da leitura e dos comentários, o grupo produzirá um painel com os
poemas. O professor, previamente, verificará em que espaço ele pode ser
afixado. Em data combinada, se possível, vocês farão juntos a instalação do
painel no local definido.
•• Colem os poemas, digitados ou escritos em letra legível,
em uma folha de papel kraft. Se desejarem, combinem
os textos com fotos ou ilustrações que valorizem os
temas trabalhados.
•• Lembrem-se de escrever o nome dos autores dos poemas.
Fabiana Salomão/ID/BR
Dicas de como produzir um painel
•• Na parte de cima do painel, escrevam o nome do trabalho
em letras grandes e chamativas.
183
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 183
02/07/14 02:15
reflexão linguística
Aposto
Calvin & Hobbes, Bill Watterson. © 1992 Watterson/
Dist. by Atlantic Syndication/Universal Uclick
1. Leia a tira.
Bill Watterson. Os dias estão simplesmente lotados. São Paulo: Best Editora, 1995. v. 1. p. 53.
a)Diante da fala da professora, como o leitor imagina que tenha sido o
desempenho de Calvin na prova? Por quê?
b)Que ideia Calvin pretende transmitir ao se denominar “garoto do destino”?
ANOTE
Ao acrescentar a expressão “garoto do destino” ao seu nome, o menino
amplia o sentido da palavra Calvin. Essa expressão que explica o substantivo
é chamada de aposto.
Aposto é a palavra ou frase que se refere a um ou vários termos da oração,
para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou identificá-los.
O aposto, cujo significado é “posto ao lado de”, pode ser colocado antes ou
depois do termo explicado.
Geralmente, entre o aposto e o termo a que ele se refere há uma pausa
marcada por vírgula ou dois-pontos.
Nas frases abaixo, o aposto está destacado. Observe que a relação entre o
aposto e o termo com o qual está unido pode ocorrer de diferentes formas.
Para escrever poesia são necessárias duas ferramentas: um pouquinho de tristeza,
outro tanto de alegria.
Nessa frase, o aposto enumera as ferramentas necessárias para se fazer
poesia.
Vinicius de Moraes, o poetinha, escreveu um livro de poemas infantis na década de
1970.
Aqui, o poetinha explica quem é Vinicius de Moraes.
Romances, contos, crônicas, tudo o que Clarice Lispector escreveu foi brilhante.
184
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 184
02/07/14 02:15
O pronome indefinido tudo resume o conjunto de palavras relacionadas
ao que Clarice Lispector escreveu.
O poeta Mario Quintana nasceu em Porto Alegre.
ANOTE
Nesse caso, o nome Mario Quintana especifica o poeta a quem nos referimos.
Há quatro tipos de aposto.
Enumerativo: enumera, amplia um nome.
Explicativo: explica, identifica um nome.
Recapitulativo: resume os nomes anteriores.
Especificativo: especifica, individualiza um nome.
Tudo o que Clarice Lispector escreveu foi brilhante.
Guilherm
Marcos
O poetinha escreveu um livro de poemas infantis na década de 1970.
e/ID/BR
Observe que, em algumas das frases citadas, é possível substituir
o nome pelo seu aposto, pois ele tem o mesmo valor semântico.
ANOTE
Nessas frases, o aposto passa a exercer a função de sujeito da oração.
O aposto é equivalente ao termo a que se relaciona; portanto, além de
enumerar, explicar, recapitular e especificar um nome ou nomes, ele pode
substituí-los.
Diferença entre adjunto adnominal e aposto
Leia as frases.
O poeta Drummond nasceu em Itabira, Minas Gerais.
O poeta de Itabira gostava muito das montanhas de Minas.
ANOTE
Observe que, na primeira frase, a palavra poeta é genérica. O termo em
destaque que a acompanha especifica o poeta, individualizando-o. É, portanto, um aposto.
Já na segunda frase, o termo destacado equivale a um adjetivo – itabirano – que caracteriza o poeta. Funciona como um atributo, um adjunto
adnominal.
O termo que especifica, individualiza, desenvolve um outro termo da oração é o aposto.
O termo que atribui uma característica ao substantivo funciona como
adjunto adnominal.
185
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 185
02/07/14 02:15
reflexão linguística Na prática
Chris Browne © 2007 by King Features
Syndicate, Inc./Intercontinental Press
1. Leia a tira.
Chris Browne. Hagar, o Horrível.
a)Ao apresentar os príncipes, Eddie acrescenta dados sobre essas pessoas. Quais
são esses dados?
b)Essas informações são significativas para caracterizar esses príncipes?
c)Por que Eddie Sortudo apresenta os nobres dessa maneira?
d)Identifique os apostos em cada uma das falas e classifique-o.
e)Crie outro aposto explicativo que caracterize o príncipe Harold.
2. No texto a seguir, identifique o aposto e explique qual é a sua relação com a palavra
a que se refere.
Ele nos contava que havia três espécies de mar: o mar mesmo, a maré, que é menor do que
o mar, e a marola, que é menor do que a maré.
Rubem Braga. O conde e o passarinho. Em: Pequena antologia do Braga. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 41.
Calvin & Hobbes, Bill Watterson. © 1991 Watterson/
Dist. by Atlantic Syndication/Universal Uclick
3. Leia a tira.
Bill Watterson. O ataque dos transtornados monstros de neve mutantes assassinos. São Paulo: Best Editora, 1994. v. 2. p. 78.
a)Que característica Calvin acrescentou a seu nome?
b)Por que ele fez isso?
c)A mãe de Calvin refere-se a ele destacando outra característica dele. Por que ela
usou essa palavra?
d)Quais são os apostos usados na tira?
e)Qual é a função dos apostos nesse texto?
186
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 186
02/07/14 02:15
LÍNGUA VIVA i
Efeitos de sentido com o uso do aposto
1. Veja esta propaganda.
Você aprendeu que
as características
da água são três:
inodora, insípida e
incolor.
Agora, são quatro:
inodora, insípida, incolor
e insuficiente.
E as pessoas ainda
desperdiçam água.
Isto é muito triste.
Agência Contemporânea/Sistema Firjan
A
A
Você aprendeu que as características da água são três:
inodora, insípida e incolor.
Agora, são quatro: inodora, insípida, incolor e insuficiente.
E as pessoas ainda desperdiçam água.
Isto é muito triste.
O desperdício é a gota d’água.
B
C
Propaganda da Agência Contemporânea / Sistema Firjan
a)A propaganda nos faz um alerta. Qual é ele?
b)Como esse alerta está representado visualmente na propaganda?
2. Explique a frase “O desperdício é a gota d’água”.
B
O desperdício é a
gota d’água.
Toda vez que você
desperdiça água,
cada vez mais o seu
futuro, assim como o
futuro de milhões de
pessoas, milhões de
trabalhadores, enfim, o
próprio futuro do Brasil,
vai direto para o ralo.
Água é saúde, é vida.
É preciso fazer
urgentemente alguma
coisa para acabar com
o desperdício de água.
Enquanto ainda
existe água.
C
3. O texto informa as características da água e acrescenta uma informação.
a)Qual é essa nova informação?
b)Por que foi acrescentada essa informação?
4. Copie dois apostos da propaganda.
5. Qual é a função do aposto nesse texto?
6. Escreva uma frase sobre a importância da água com os termos indicados.
a)Aposto explicativo.
b) Aposto especificativo.
7. A mesma informação pode ser expressa de muitas maneiras. Leia.
Você aprendeu que as características da água são três: inodora, insípida e incolor.
Você aprendeu que a água é inodora, insípida e incolor.
ANOTE
a)Qual é a diferença de sentido que há entre elas?
b)Qual das frases é mais adequada? Por quê?
O aposto pode ser usado no texto para ampliar e acrescentar novos valores às palavras a que se refere. É o caso do aposto explicativo.
Outra função do aposto é restringir o sentido do termo a que se refere,
especificando e destacando a informação.
187
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 187
02/07/14 02:15
leitura 2
© by Elena Quintana. Fotografia: J. B. Scalco/
dedoc/Editora Abril
O que você vai ler
Poema
Mario Quintana
(1906–1994), poeta.
Fotografia de cerca
de 1970.
Você viu na primeira parte do capítulo que os poetas
expressam seus sentimentos e suas ideias sobre o mundo usando figuras de linguagem, com as quais constroem
imagens poéticas.
Nesta segunda parte, você vai ler mais um poema que
fala de uma realidade dos nossos dias. Seu autor, o poeta
gaúcho Mario Quintana, foi um atento observador do século XX e dava um caráter especial aos registros de suas
impressões e sensações sobre os fatos do cotidiano. Mario
Quintana ficou conhecido pela maneira simples com que
tratava as cenas da vida em seus poemas.
João Lin/ID/BR
Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O Arranha-Céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes,
nos brontossauros, nos tiranossauros
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os Papões,
são eles os arranha-céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas,
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas
empinadas gargantas ressecadas
Para que lhes serviu beberem tanta luz?!
Defronte
À janela onde trabalho
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore... Enquanto há verde,
Pastai, pastai, olhos meus...
GlossáriO
Uma grande árvore muito verde... Ah,
Arranha-céu: edifício muito
Todos os meus olhares são de adeus
alto, com muitos andares.
Como o último olhar de um condenado!
Circunstância: momento,
Mario Quintana. Em: Literatura comentada.
São Paulo: Nova Cultural, 1990. p. 92.
João Lin/ID/BR
Poema de circunstância
ocasião.
Mastodonte: mamífero pré-histórico parecido com um
elefante.
Permeio: no meio.
188
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 188
02/07/14 02:15
Estudo do texto
Para entender o texto
1. Releia.
“Daqui
Do fundo
Das suas goelas, [...]”
Em que lugar o eu lírico parece estar?
2. Qual é a paisagem que ele vê a partir desse lugar onde está?
3. Releia.
“Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?”
Qual é o significado das cores verde e azul, nesses versos?
4. Que sentimentos o eu lírico expressa diante da cena a que assiste?
5. Qual seria o motivo de o eu lírico expressar esses sentimentos?
6. Releia.
“Pastai, pastai, olhos meus...”
ANOTE
a)Qual é o significado do verbo pastar no dicionário?
b)O verbo pastar, geralmente, é utilizado para se referir a pessoas? Explique.
c)Que sentido esse verbo adquire nesse verso?
d)O que há em comum entre o significado do dicionário e o expresso no
poema?
Uma característica da linguagem poética é apresentar palavras, expressões
e construções que, no contexto em que são empregadas, podem ser entendidas de mais de uma maneira. Esse recurso é conhecido como linguagem
figurada ou conotativa.
7. Em um dos versos finais, aparece uma metáfora. Copie o esquema em seu
caderno e complete-o com elementos do poema.
Os olhares
(do eu lírico)
Termo relacionado
aos olhares do eu lírico
Elemento
comum
8. O arranha-céu recebe no poema características humanas ou age como se
fosse um ser humano.
a) Copie versos do poema que exemplifiquem essa afirmação.
b) O fato de o arranha-céu ser humanizado produz que sentido no poema?
Por quê?
189
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 189
02/07/14 02:15
Estudo do texto
ANOTE
9. Os arranha-céus parecem ser uma representação de determinado grupo
social. Que interesses esse grupo defende?
Personificação ou prosopopeia é o recurso que consiste em atribuir a
seres inanimados ou irracionais qualidades, capacidades e ações típicas
dos seres humanos.
10. Leia este trecho de um poema de Cassiano Ricardo.
A notícia
Então o vento
lá dentro da serra,
onde apenas havia
o barulho insensato
das coisas sem nome
começou a bater
a bater rataplã
no tambor da manhã.
Então os ecos
saíram das grutas
levando a notícia
por todos os lados.
Então as palmeiras
ao fogo do dia,
em verde tumulto,
pareciam marchar
carregando bandeiras. [...]
/BR
João Lin/ID
Cassiano Ricardo. Martim Cererê. 22. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003.
a) Quais são os elementos da natureza representados no poema?
b) Copie as personificações relacionadas a esses elementos.
c) Que recurso poético foi usado no poema para representar o som do vento?
O texto e o leitor
1. O leitor reconhece no “Poema de circunstância” marcas de subjetividade.
De que maneira essas marcas ajudam o leitor a construir o sentido do
poema? Exemplifique.
2. No “Poema de circunstância”, a pontuação destaca algumas ideias expressas pelo eu lírico. Observe-a.
a) A quem são dirigidas as perguntas iniciais?
b) Que ideia essas perguntas reforçam?
c) Dê exemplos de outros trechos em que a pontuação ajuda o leitor a
perceber os sentimentos do eu lírico.
3. Leia este poema de Chacal.
Se o mundo não vai bem
a seus olhos, use lentes
... ou transforme o mundo
ótica olho vivo
agradece a preferência
João Lin/ID/BR
Reclame
Chacal. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2006. v. 39. p. 62. (Coleção Para Gostar de Ler).
a)Reclame é o nome antigo que se dava às propagandas. Por que o poema
tem esse título?
190
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 190
02/07/14 02:15
b)A palavra reclame pode ter outro significado. Qual é ele?
c)O poema trata de modo irônico de uma questão presente em nossos
dias. Explique qual é essa questão.
ANOTE
4. Do mesmo modo que o de Chacal, o poema de Mario Quintana aborda a
realidade de modo particular.
a)Que aspecto da realidade é retratado no poema de Quintana?
b)Com que finalidade um poeta trataria de um tema como esse em sua obra?
O poeta olha para o mundo que o cerca de modo subjetivo e transforma
um elemento comum do cotidiano em matéria de poesia.
Ao abordar nossa realidade, os poemas podem destacar sua beleza, seus
problemas, de modo a emocionar e despertar o leitor para os temas apresentados.
Comparação entre os textos
Tema
Recursos de
estrutura do
poema
Figuras de
linguagem
Guilherme
Vianna/ID/BR
Poemas
ID/BR
1. Você conheceu neste capítulo dois poetas e estudou alguns recursos da
linguagem poética. Nas questões a seguir, você vai comparar as principais
características dos poemas lidos.
a)Copie a tabela no caderno e complete-a.
A rosa de Hiroxima
Poema de circunstância
b)De que modo os dois poemas procuram atingir o leitor?
Sua opinião
1. Os poemas que você leu trataram de temas importantes e presentes em
nossos dias. Os poemas podem transformar a nossa realidade? Explique.
2. Quais dos poemas deste capítulo apresentaram temas mais próximos do
seu interesse?
Um mundo melhor
A poesia, por ser um registro de seu tempo, trata de questões relacionadas
aos temas atuais, como: relação do homem com a natureza, convívio nas grandes
cidades, guerras, conflitos sociais, etc.
Discuta com seus colegas e o professor as questões a seguir.
I. Como a poesia pode ajudar o homem a perceber os problemas presentes em nossa
sociedade?
II. Você conhece poetas que trataram de questões relacionadas aos temas atuais em
seus poemas? Quem são eles?
191
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 191
02/07/14 02:15
produção de texto
Poema
Você viu neste capítulo que o poeta usa figuras de linguagem para falar do
mundo que o cerca.
••A floresta durante a noite parece 
••O fogo invade a floresta como se fosse 
••O homem deveria defender a floresta como 
ƒƒ Crie uma frase poética para cada palavra abaixo, usando personificações.
••Os rios 
••O vento 
••O fogo 
Fabiana Salomão/ID/BR
AQUecimento
ƒƒ Copie as frases abaixo em seu caderno e as complete com comparações.
Proposta
Fabiana Salomão/ID/BR
Na primeira parte deste capítulo, você produziu um poema enfocando
um olhar mais pessoal, mais subjetivo do poeta para o mundo.
Você vai escrever agora um poema que trate de questões relacionadas à sociedade, ao meio ambiente, ao seu tempo. Esses poemas farão parte de um jornal de poesia que será distribuído na escola e entre os familiares dos alunos.
Observe os títulos de algumas notícias.
192
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 192
02/07/14 02:15
Planejamento e elaboração do texto
1. Escolha uma das notícias do jornal para ser o motivo de sua produção de texto.
2. A partir dessa notícia, determine um aspecto que você quer destacar em
seu poema.
3. O que você pretende com seu poema: fazer uma crítica, emocionar, denunciar, etc.? Lembre-se de que a seleção de palavras deve levar em conta
de que modo se pretende atingir o leitor.
4. Faça uma lista de palavras relacionadas ao assunto que você escolheu.
Procure registrar palavras significativas para o poema. Você pode pensar
em objetos, pessoas, cores, aromas, sons, lugares, etc.
5. Quando sua lista estiver pronta, faça associações entre as palavras, procurando criar comparações, metáforas, personificações.
6. Escreva o seu poema.
7. Não se esqueça de dar um título a ele.
Avaliação e reescrita do texto
1. Forme grupos com mais três colegas. Cada aluno lerá seu poema e os outros anotarão no caderno seus comentários sobre a produção do colega.
Comentários
dos colegas
Comentários
do autor do
poema
ID/BR
2. Copie a tabela a seguir em seu caderno, pois ela poderá ajudá-lo a avaliar
o poema de seus colegas e o seu.
O tema do poema está claro? Qual é ele?
O poema usa recursos poéticos?
Qual é o objetivo do poema: emocionar,
criticar, denunciar, etc.?
Identifique uma qualidade do poema.
3. Faça as modificações que julgar necessárias. Depois de pronto, seu poema
fará parte do jornal de poesia da classe.
Dicas de como organizar o jornal de poesia
•• Cada grupo de quatro alunos ficará responsável por passar a limpo os poemas
/BR
e organizá-los em folhas de papel sulfite.
•• Os poemas podem ser ilustrados ou acompanhados por uma fotografia que
mã
Salo
na
•• Não se esqueçam de colocar os nomes dos autores.
Fab
ia
fiquem bem legíveis.
o/ID
•• Os poemas podem ser digitados ou escritos à mão. O importante é que
represente o tema.
•• Um aluno ficará encarregado de recolher todos os poemas da classe.
•• Os poemas podem ser organizados em forma de jornal (as folhas
grampeadas ou costuradas) e distribuídos entre os alunos e seus familiares.
193
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 193
02/07/14 02:15
reflexão linguística
Vocativo
O pai e a mãe enfezaram – Come, moleque! – depois amansaram – Come, filho, come. E ele não comeu nada. Depois a mãe e o
pai começaram discussão sobre a melhor maneira de estragar uma
criança, o pai dizendo que ela mimava demais, ela dizendo que o pai
é que era mimado pela vó, e no fim das contas empurraram de novo
o prato pra ele – Come! [...]
Marcos Guilherme/ID/BR
1. Leia o trecho de um conto de Domingos Pellegrini chamado “O herói”.
Domingos Pellegrini. Contos brasileiros 3. 18. ed. São Paulo: Ática, 2010. p. 88.
(Coleção Para Gostar de Ler).
ANOTE
a)O que os pais esperam que o filho faça?
b)De que modo eles tentam convencê-lo?
c)Que palavras os pais usam para se dirigir ao filho?
d)No contexto em que são usadas, essas palavras expressam os sentimentos dos pais. Que sentimentos são esses?
Quando queremos chamar, atrair a atenção, convocar, evocar alguém, usamos o vocativo.
Chamamos vocativo o termo sintático que nomeia a pessoa ou coisa a que
nos dirigimos.
Fernando Gonsales/Acervo do artista
Leia esta tira.
Fernando Gonsales. Os ratos também choram. São Paulo: Bookmakers, 1999. p. 65.
Observe que o vocativo nessa tira tem a função de chamar, atrair a atenção. O menino chama o guarda e os alienígenas.
O vocativo geralmente vem isolado por vírgulas. Ele pode vir acompanhado por uma interjeição de chamamento indicada pelo ponto de exclamação.
Ó minha amada!
Ó de casa!
O vocativo é um termo da oração que não está subordinado a nenhum
outro da frase. Ele pode ser representado por um substantivo ou pronome.
194
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 194
02/07/14 02:16
Calvin & Hobbes, Bill Watterson. © 1991 Watterson/
Dist. by Atlantic Syndication/Universal Uclick
2. Leia esta tira.
Bill Watterson. O ataque dos transtornados monstros de neve mutantes assassinos. São Paulo: Best Editora, 1994. v. 2. p. 78.
a)Qual é o vocativo que aparece no primeiro quadrinho?
b)Se o vocativo tem a função de chamar a atenção do interlocutor, por
que Calvin não responde à professora?
c)A atitude de Calvin no último quadrinho está adequada à característica que ele acredita ter?
d)Como o diretor poderia se referir a Calvin, considerando a atitude
do aluno?
3. Leia este trecho de um poema de Mario Quintana.
Mario Quintana. Esconderijos do tempo. São Paulo: Globo, 2005. p. 26.
a)Que aspectos da cidade são apresentados no poema?
b)Por que o eu lírico lamenta o fato de as pessoas saberem ler?
c)A quem o eu lírico se dirige?
d)Como o eu lírico se refere a seu interlocutor?
e)O eu lírico se dirige a seu interlocutor usando uma expressão carinhosa. Qual é essa expressão?
f)Classifique as palavras usadas pelo eu lírico para se dirigir a seu
interlocutor.
g)No poema, há uma personificação. Copie-a em seu caderno.
Guilherm
é que a gente saiba ler... Senão
tu serias de uma beleza única
inteiramente feita
para o amor dos nossos olhos.
Marcos
Um cartaz luminoso ri no ar.
Ó noite, ó minha nega
toda acesa
de letreiros!... Pena
e/ID/BR
Noturno citadino
4. Leia a frase a seguir.
Minha namorada, Pâmela, não quer mais saber de mim.
a)A frase, da forma como está escrita, leva o leitor a duas interpretações,
isto é, causa ambiguidade. Quais são elas?
b)Quais as duas possíveis classificações para a palavra Pâmela? Explique.
c)Reescreva a frase de forma que Pâmela só possa ser um aposto.
d)Reescreva a frase de modo que Pâmela só possa ser um vocativo.
195
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 195
02/07/14 02:16
LÍNGUA VIVA i
Efeitos de sentido com o uso do vocativo
Eu estava no parque, tranquila, quando passou um tio com um
carrinho de sorvete e resolvi comprar um. Tinha uma menina na
minha frente. Beleza. Parque, sol, árvores, não havia pressa. Mas
minha vez não chegava nunca! Tudo porque a menina dizia: “Hum,
me dá um de morango. Não, chocolate. Se bem que eu tomei chocolate ontem... Espera, tem de creme? Oba, então vai de creme! Se
bem que eu prefiro de morango. Será? Mãe, vem cá me dar uma
opinião!” Argh!
Marcos Guilherme/ID/BR
1. Leia um trecho da coluna “(Des)neurando”.
Liliane Prata. Revista Capricho, São Paulo, Abril, 5 ago. 2007.
a)Qual é o assunto tratado no texto?
b)Quais marcas presentes no texto permitem identificar o provável leitor
da revista?
c)Nesse trecho, há o uso de um vocativo. Qual é ele?
d)Que função o vocativo exerce nesse texto?
2. Leia o trecho de uma crônica de Rubem Braga.
Moradores de Copacabana, comprai vossos peixes na peixaria Bolívar, Rua Bolívar 70, de propriedade do sr. Francisco Mandarino. Pois eis que ele é um homem
de bem.
Rubem Braga. Pequena antologia do Braga. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 41.
a)A quem o narrador se dirige?
b)Qual é a função do vocativo nesse texto?
c)O que o narrador espera que os moradores façam?
d)Por que motivos os moradores fariam o que o narrador pede?
3. Leia este trecho da letra de uma canção.
Toada
Vem, morena,
ouvir comigo esta cantiga
sair por esta vida aventureira [...]
Zé Renato, Cláudio Nucci e Juca. Toada. Intérprete: Boca Livre.
Em: Sem limite: Boca Livre Duplo. Universal Music, 2001.
ANOTE
a)A quem o eu lírico se dirige?
b)O que ele espera que a pessoa a quem ele se dirige faça?
c)Identifique o vocativo e a função dele nesses versos.
O vocativo, termo que nomeia a pessoa com quem se fala, pode expressar diversos sentidos, dependendo do contexto em que aparece.
Pode significar um apelo, um chamamento, um convite, um pedido de
atenção, etc.
196
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 196
02/07/14 02:16
Questões de escrita i
Vírgula entre os termos da oração
1. Leia a primeira estrofe de “Mar português”, de Fernando Pessoa.
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Marcos
Guilherme/ID/BR
Ó mar salgado, quanto do teu sal
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Fernando Pessoa. Mensagem: Obra poética I. Porto Alegre: L&PM, 2006.
a)Quais são os vocativos presentes nesta estrofe?
b)Em que posição se encontram no verso?
ANOTE
c)Qual foi a pontuação usada para separar os vocativos?
O vocativo normalmente é separado por vírgulas, seja qual for a posição
em que apareça na frase.
2. Leia um trecho do conto “Convívio”, de Carlos Drummond de Andrade.
Seus tripulantes entendiam-se normalmente com os moradores, não hesitando em solicitar-lhes pequenos serviços: copo d’água, comprimido para dor de
cabeça.
Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.
a)Indique o aposto que aparece no trecho apresentado.
ANOTE
b)Que pontuação foi usada para separar o aposto?
O aposto explicativo, o enumerativo e o recapitulativo são separados do
termo a que se referem por vírgula, dois-pontos ou travessão. O único aposto que não é separado por sinal de pontuação é o especificativo.
3. Identifique os vocativos nas seguintes frases e pontue-as adequadamente.
a)Você meu jovem está em situação difícil.
b)Por que você ainda não fez o bolo mãe?
c)Cara eu não consegui lembrar aquela fórmula de matemática.
d)Venha rápido Júlia.
e)Senhor já sabe o que vai pedir?
f)Vem querida dançar comigo.
g)Não faça isso meu filho!
h)Estimados eleitores agradeço os votos de todos.
197
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 197
02/07/14 02:16
4. Pontue adequadamente os apostos nas frases a seguir.
a)Ela não desejava nada além disto férias, descanso, nenhuma preocupação com provas e notas.
b)Água doce o ouro azul corre o risco de sumir da face da Terra.
c)A casa, o pasto, a estrebaria tudo vai ficando tão longe...
d)A rua Luz do Luar era a minha preferida.
5. A frase a seguir foi tirada de uma reportagem sobre a relação entre excesso de higiene e alergias.
Perrush/ Dreamstime.com/ID/BR
Hoje, nos EUA, mais de 50% das pessoas têm algum tipo de alergia – o dobro
da década de 1980.
Bruno Garattoni. Higiene faz mal à saúde. Revista Superinteressante, São Paulo, Abril, p. 23, fev. 2008.
ANOTE
a)Qual a função sintática do termo hoje? E de nos EUA?
b)Em português, os termos das orações em geral são organizados na
seguinte ordem: sujeito + verbo + complementos verbais + adjuntos
adverbiais. É a chamada ordem direta. Reescreva no caderno a frase da
reportagem, colocando seus termos na ordem direta.
c)Explique por que há vírgula entre os termos hoje e nos EUA, tanto na
frase original quanto na reescrita por você.
d)Se você desejasse dar mais destaque ao local onde 50% das pessoas
têm algum tipo de alergia, e não ao tempo, de que formas poderia reescrever a frase?
e)E se você não quisesse dar destaque ao local do fato (os EUA)? Que
ordem poderia dar aos termos da oração?
Mulher espirrando.
Quando queremos destacar a informação expressa por um adjunto adverbial, podemos deslocá-lo de sua posição habitual (final da oração). Nesse
caso, ele deve ser separado do restante da frase por vírgulas.
Ex.: No mês de janeiro, todos nós estaremos de férias.
Todos nós, no mês de janeiro, estaremos de férias.
Todos nós estaremos, no mês de janeiro, de férias.
6. Agora leia este trecho de uma notícia.
Referência mundial em sua modalidade, a saltadora Fabiana Murer esteve em
Fortaleza, durante a tarde de sexta-feira (26), para ministrar sua palestra “O sucesso
através do esporte”, no auditório Paulo Petrola, na Universidade Estadual do Ceará
(Uece). […]
André Victor. Disponível em: <http://esportes.opovo.com.br>. Acesso em: 28 nov. 2011.
a)Justifique a vírgula depois do termo referência mundial em sua modalidade.
b)Esse termo poderia ter sido colocado em outra posição na frase. Qual?
c)Qual é a função sintática de no auditório Paulo Petrola? E a de na Universidade Estadual do Ceará?
d)Por que há vírgula entre esses termos?
e)Os adjuntos adverbiais estão colocados em sua posição habitual? A vírgula antes de no auditório Paulo Petrola é necessária? Explique.
198
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 198
02/07/14 02:16
7. Os textos a seguir foram extraídos, respectivamente, de uma revista de
divulgação científica e de um jornal.
Quantos brasileiros usam a internet com frequência?
Em fevereiro, o país contabilizava 22 milhões de internautas residenciais ativos.
Revista Mundo Estranho, São Paulo, Abril, jun. 2008, p. 17.
Hoje em dia não se julga mais o fato, julga-se o juiz.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 16 jul. 2014.
ANOTE
a)Classifique sintaticamente o termo destacado em cada frase.
b)Essas orações estão na ordem direta? Por que não há vírgula depois de
hoje em dia?
Os adjuntos adverbiais de pequena extensão, mesmo quando fora de sua
posição habitual, podem não ser separados por vírgula do restante da frase.
Ex.: Aqui as crianças brincam à vontade.
De repente o carro virou à direita.
Frases poéticas
1. A classe será dividida em grupos de cinco alunos.
2. Cada componente do grupo escreve uma palavra em uma tira de papel. Pode
ser o nome de um lugar, de um objeto, de um sentimento, etc.
D/BR
erme/I
s Guilh
Marco
3. Todas as palavras escritas pela classe serão colocadas em um envelope.
4. Cada grupo sorteia três palavras e com elas vai escrever uma frase poética.
Lembre-se de que podem-se fazer comparações, metáforas, usar recursos de
repetições, de rimas, entre outras possibilidades estudadas no capítulo.
5. Em seguida, um aluno do grupo lê, em voz alta, a frase poética produzida.
O carteiro e o poeta. Direção: Michael Radford.
Itália/Bélgica/França, 1994.
Sonhos. Direção: Akira Kurosawa. Estados Unidos/Japão, 1990.
da editora
Planeta/Arquivo
editora
Filmes
Fac-Símile/Warner
Home Video
ABC: poemas adolescentes, de Renata Pallottini.
Editora Escrituras.
Para querer bem, de Manuel Bandeira.
Editora Moderna.
Memórias inventadas: a segunda infância,
de Manoel de Barros. Editora Planeta.
Fac-Símile/
Buena Vista Pictures
Livros
Escrituras/Arquivo da
para saber mais
Moderna/
Arquivo da edi
tora
6. Cada grupo ficará responsável por afixar a frase poética no mural da classe.
Elas podem ser ilustradas, e a cada semana novas frases podem substituir as
antigas.
199
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 199
7/17/14 4:58 PM
questões globais
1. Leia abaixo o poema de Ferreira Gullar.
Estranheza do mundo
uma nova beleza
com que me deslumbro:
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto “para quê”?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.
Ferreira Gullar. Disponível em: <http://www.releituras.com>.
Acesso em: 16 jul. 2014.
a)Qual é o aposto que aparece nesse trecho do poema? Classifique-o.
b)Reescreva o trecho usando o aposto no lugar do termo a que ele
se refere.
c)Qual é a importância do aposto no trecho?
Mirella Spinelli/ID/BR
Olho a árvore e indago:
está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
GlossáriO
Dissipar: desfazer,
desaparecer.
Pervagar:
perambular, andar
sem destino.
2. Copie as frases em seu caderno, acrescentando um vocativo adequado. Indique a que
interlocutor essas frases podem ser dirigidas.
a)Socorro!
b)Posso ir ao banheiro?
c)Esse ônibus passa pela avenida São Gabriel?
d)Leve o casaco, que vai esfriar!
e)O senhor não viu que ele chutou a perna do jogador?
3. Leia as frases abaixo e classifique os termos destacados em adjunto adnominal ou
aposto. Explique cada um dos casos no contexto das frases.
a)A cada aniversário, o poeta Mario Quintana dizia: “Vamos ver até quando vai durar
minha ‘imortalidadezinha’...”
b)Os poemas de Mario Quintana foram, recentemente, editados em forma de CD.
c) O hotel onde o poeta passou grande parte de sua vida, na cidade de Porto Alegre,
abriga hoje o Centro Cultural Mario Quintana.
d) Em vários de seus poemas, Quintana exalta a paisagem e os céus de Porto Alegre.
4. Leia o poema de Sérgio Capparelli.
Grafite no muro do colégio
Mariana, meu amor por você
arde que nem pimenta,
ele queima, faz chorar,
será que você aguenta?
Sérgio Capparelli. Restos de arco-íris. 8. ed. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 38.
a)O eu lírico faz uma declaração de amor. Com o que o eu lírico compara o seu amor?
b)Que características do elemento comparado ele atribui ao seu amor?
c)A quem é dirigida essa declaração?
d)Levando em conta o título, qual a função do nome Mariana no poema?
200
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 200
7/17/14 4:59 PM
O que você aprendeu neste capítulo
As imagens
do poema
§§ Comparação: aproxima, de forma subjetiva, dois elementos de universos
diferentes por meio de termos que expressam uma comparação.
§§ Linguagem figurada ou conotativa: aquela em que palavras, expressões
e construções, no contexto em que são empregadas, podem ser
interpretadas de mais de uma maneira.
§§ Metáfora: consiste no emprego de uma palavra ou expressão com um
sentido e em um contexto não usuais, em razão de uma semelhança
observada entre essa palavra e aquela a que se relaciona.
§§ Metonímia: toma a parte pelo todo, o autor pela obra, o continente pelo
conteúdo, a causa pelo efeito e o concreto pelo abstrato.
§§ Personificação ou prosopopeia: atribui a seres inanimados ou irracionais
qualidades, capacidades e ações típicas dos seres humanos.
Aposto
§§ Aposto: palavra ou frase que se refere a um ou vários termos da oração,
para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou identificá-los. Pode ser colocado
antes ou depois do termo explicado.
§§ Os apostos podem ser especificativos, enumerativos, explicativos e
recapitulativos.
§§ O aposto explicativo, o enumerativo e o recapitulativo são separados do
termo a que se referem por vírgula, dois-pontos ou travessão. O único
aposto que não é separado por sinal de pontuação é o especificativo.
Vocativo
§§ Vocativo: termo sintático que nomeia o interlocutor do enunciado; é usado
para chamar ou atrair a atenção, convocar, evocar alguém, fazer um apelo,
um convite, etc.
§§ Normalmente é separado por vírgulas.
Vírgula entre
os termos da
oração
§§ O vocativo normalmente é separado por vírgulas, seja qual for a posição
em que apareça na frase.
§§ O aposto explicativo, o enumerativo e o recapitulativo podem ser separados
do termo a que se referem por vírgula.
§§ Para destacar a informação expressa por um adjunto adverbial, podemos
deslocá-lo de sua posição habitual (final da oração). Nesse caso, ele deve
ser separado do restante da frase por vírgulas.
Autoavaliação
Para fazer sua autoavaliação, releia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.
ƒƒ Você usou figuras de linguagem na produção de seus poemas?
ƒƒ Empregou palavras de modo diferente para criar uma nova relação de sentido?
ƒƒ Sobre quais figuras de linguagem você ainda tem dúvida?
ƒƒ O que você mais gostou de aprender neste capítulo sobre a arte do poema?
201
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 201
02/07/14 02:16
projeto
Campanha: cuidando de nossa alimentação
O que você vai fazer
Você vai preparar uma campanha com o objetivo de esclarecer qual é a melhor alimentação para que as pessoas tenham uma vida mais saudável. Para isso, sua classe
fará uma pesquisa sobre os hábitos alimentares dos jovens, sobre os principais distúrbios alimentares e os problemas que eles podem acarretar.
Essa campanha será veiculada por meio de cartazes que serão expostos em um espaço da escola.
A classe deverá dividir-se em seis grupos para realizar a pesquisa sobre hábitos e
distúrbios alimentares.
Pesquisa: como obter as informações
Ivania Sant'Anna/kino.com.br
Antes de iniciar sua pesquisa, você e seu
grupo precisam definir que aspectos do
tema serão tratados na campanha. Para isso,
elaborem 10 perguntas que orientarão o
trabalho.
Sugestões de perguntas: o que é uma
alimentação saudável? Qual é a alimentação
preferida dos jovens? Quais são os principais
distúrbios alimentares? Quais são as dicas
para uma alimentação saudável?
Vocês deverão coletar, inicialmente, as
informações sobre o assunto em diferentes
fontes, como livros, internet, jornais e revistas.
Alimentação saudável.
Se possível, procurem entrevistar um professor de Ciências da escola ou alguém da
família.
Em livros, revistas e jornais
Selecionem os livros que tenham informações sobre o tema. Alguns livros didáticos
de Ciências e enciclopédias costumam tratar dos hábitos alimentares. Para localizar
exemplos e dados mais atuais, vocês podem consultar também revistas e jornais.
Para selecionar suas fontes de pesquisa, comecem pela observação do sumário
dos livros e das revistas escolhidos, verificando se eles trazem as informações
necessárias para a elaboração da campanha. Registrem os dados principais e
anotem a fonte consultada e o número da página.
Leve para a sala de aula, no dia combinado, o resultado da pesquisa.
Na internet
Para complementar a pesquisa, vocês podem consultar alguns sites na internet.
Pesquisem em sites confiáveis ligados a alguma universidade, ao Ministério da
Saúde e a revistas especializadas no tema.
Sugestões de sites
<http://incor.usp.br>. Acessar a cartilha Como cuidar do seu coração, para ver várias dicas
para uma alimentação saudável. Acesso em: 27 jan. 2012.
<http://nutricao.saude.gov.br>. Ver, em especial, a série temática Os 10 passos para a
alimentação saudável. Acesso em: 27 jan. 2012.
202
3P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 202
7/17/14 5:00 PM
Façam um resumo das informações encontradas. Cuidado para não fazerem cópia
dos textos. Registrem apenas os dados que serão significativos para a campanha.
Terminada a pesquisa, verifiquem se todas as perguntas iniciais foram respondidas.
Caso seja necessário, procurem outras fontes.
Não se esqueça de anotar os endereços dos sites pesquisados.
Entrevista
Caso seja possível, vocês poderão realizar uma entrevista com um professor
de Ciências, um funcionário da escola ou um familiar. Eles poderão acrescentar
informações ao material já pesquisado por você e seu grupo.
Elaborem um roteiro para realizar a entrevista. Verifiquem quais perguntas iniciais,
preparadas pelo grupo, ainda não foram respondidas e aproveitem para perguntar
ao entrevistado.
Seleção dos dados
Na data marcada, todos os integrantes do grupo
deverão trazer o material pesquisado individualmente
para a sala de aula. Nesse dia, vocês vão selecionar as
informações que serão usadas nos cartazes.
Ablestock/ID/BR
Registrem as respostas no caderno. Lembrem-se de anotar a profissão, a idade e o
nome completo da pessoa entrevistada.
Lembrem-se de que a campanha será dirigida aos
alunos da escola. Quais seriam as informações que seus
colegas gostariam de saber sobre o tema?
Produção de texto
O grupo deve planejar como as informações serão organizadas nos cartazes.
Dividam-nas por subtítulos. Sugestões: o que é uma boa alimentação; o que os jovens
comem; quais são os principais distúrbios; dicas para uma boa alimentação; etc.
Marcelo
d'Salete/ID/BR
Lembrem-se de que o cartaz deve tentar convencer o leitor a prestar atenção em
seus hábitos alimentares. Que informações devem ser mais destacadas? De que
forma elas podem ser destacadas (tamanho da letra, cor, uso de
imagens, etc.)?
Criem um título para o cartaz que atraia o leitor.
Selecionem ilustrações que destaquem as informações mais
significativas.
Numa folha de cartolina, organizem as imagens e o texto, deixando
espaço entre eles.
Num dos cantos do cartaz, coloquem o nome da escola e os
nomes dos integrantes do grupo para informar quem são os
responsáveis pela campanha.
Exposição dos cartazes
Decidam com o professor os locais onde os cartazes serão
expostos e a data da exposição. Eles devem ser afixados em
espaços de circulação de alunos, professores e funcionários.
203
2P_VJ_P8_LA_C06_174A203_E15.indd 203
02/07/14 02:16
português
9
Ensino Fundamental 9o ano
Caro Professor,
Nesta amostra, selecionamos um capítulo do Livro do Aluno da coleção
Para Viver Juntos, para que você conheça mais sobre a obra.
Bom trabalho!
Edições SM
VJP9_ABERTURA.indd 1
8/14/14 2:03 PM
Ivan Cabral/Acervo do artista
Crônica esportiva
e reportagem
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 78
24/07/14 17:20
3
Capítulo
Capítulo
O que você vai aprender
§§ Características principais da crônica esportiva e da
reportagem
§§ Articulação entre descrição e análise
§§ Orações subordinadas adjetivas e pronomes relativos
§§ Usos de este, esse, aquele
converse com os colegas
Charge “Um elefante
incomoda muita gente,
[…], de Ivan Cabral.
1. As duas personagens da charge demonstram estados de humor
opostos.
a) Qual personagem parece estar muito contente?
b) Que elementos foram empregados para evidenciar esse contentamento?
2. A charge parodia uma situação bastante comum entre torcedores
de futebol no Brasil.
a) Que elementos da charge comprovam isso?
b) Você já viveu ou presenciou alguma cena de teor semelhante?
3. O elefante canta uma música muito conhecida, ligeiramente modificada, para provocar o torcedor rival.
a) Você sabe dizer ou pode presumir por que o torcedor do time
campeão foi representado como um elefante?
b) Que sentido tem o verbo incomodar especificamente na charge? Ele tem o mesmo sentido na versão original da música?
4. Uma charge é motivada por um acontecimento do momento em
que foi produzida. A charge ao lado, por exemplo, faz referência
à conquista do campeonato estadual do Rio Grande do Norte, em
2010, pelo ABC Futebol Clube. No entanto, ela talvez ultrapasse as
circunstâncias da produção ao relacionar elementos diversos de
maneira inusitada.
a) Que elementos são mais importantes na charge: os verbais ou
os não verbais?
b) Você acredita que o sentido do humor dessa charge vai permanecer, com o passar do tempo?
Os fatos atuais do mundo esportivo são analisados pela crônica esportiva, gênero em que se misturam jornalismo e literatura. Neste capítulo, você estudará as características desse gênero textual e depois
as comparará com as características de outro gênero fundamental no
jornalismo: a reportagem.
79
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 79
02/07/14 03:59
leitura 1
O que você
vai ler
Crônica esportiva
O texto que você vai ler é uma crônica esportiva. Ela aproveita a relação
de amor e ódio (às vezes simultânea) que os torcedores têm com a Seleção
para fazer uma análise do futebol brasileiro.
ƒƒ Pelo título da crônica, você diria que a cronista vai apenas enaltecer
essa instituição que é a Seleção, vai apenas criticá-la ou fará um misto
dos dois?
Ame a sua Seleção
Evaristo SA/AFP Photo/Getty Images
A Seleção Brasileira nasceu pra mim na Copa de
No meu caso, já que não tive a felicidade de
1986. Muitos de vocês já conhecem essa história: eu crescer assistindo a genialidade de Pelé e sua turma
não tinha completado três anos ainda, mas já ado- ou a arte da Seleção de 82, ela sempre teve uma
rava a farra do futebol. Na ocasião, uma de minhas outra característica muito importante: festa. Sim,
avós, ao voltar de uma viagem com presentes para os papel picado, sorrisos, fogos de artifício e gols (que
netos, trouxe para meu irmão uma camisa da Seleção você pode substituir por Romário), mas não necese, para mim, uma boneca. Era
sariamente muito futebol. Ou
dia de jogo do Brasil e eu achei
alguém que viu sua primeira
taça de título mundial ser
aquilo um absurdo. Do jeito
que só uma criança faria, cholevantada por Dunga poderia
rei e protestei pelo fato dele ter
pensar diferente?
recebido um presente relacioPois bem, oficialmente, a
nado à festa da Copa do Mundo
Amarelinha nasceu em 1914 e
e eu não. Felizmente, minha
em quase cem anos de existênmãe encontrou uma solução:
cia, como todo mundo já sabe,
tratou de escrever Brasil com
se transformou não só na selelápis de cera verde numa folha A cada gol de Pelé, Ronaldo, drible de Garrincha
ção mais vitoriosa do mundo,
de papel ofício e colou a “obra” e Neymar, nasce uma Seleção particular para
mas também na maior expresnuma camisa amarela que eu já alguém.
são da nossa cultura. Seria nortinha no armário. Estava pronta a camisa da Seleção mal pensar, então, que na milésima partida oficial da
Brasileira que, pela minha reação de felicidade e Seleção Brasileira, ela mereceria, no mínimo, uma
satisfação, era tão oficial quanto a que Falcão, Casa- chuva de papel picado, não acham? Pois a CBF acha
grande, Zico, Sócrates e companhia desfilavam nos que não. Na milésima vez que o escudo mais podecampos do México.
roso do futebol mundial entrar em campo, será contra
Pra minha mãe, a Seleção Brasileira nasceu em
58, quando ela era arremessada pra cima por meu avô
a cada gol do Brasil no nosso primeiro título mundial.
Pra meu pai, foi na Copa do Mundo seguinte, quando
a família toda se reunia em volta do rádio pra ouvir
as partidas do time que conquistou o bicampeonato.
Sempre tive a certeza que a cada partida, gol de Pelé
e de Ronaldo, drible de Garrincha e Neymar, jogada
de Sócrates e Ronaldinho, título, goleada ou derrota
do Brasil, nascia uma Seleção Brasileira particular
pra alguém. Umas mais espetaculares e outras sem
muito brilho e com algumas cabeças de bagre dentro
de campo, mas todas especiais de alguma forma.
o Gabão, num lugar onde toda vez que eu vou falar,
preciso consultar de novo pra lembrar.
Fico assustada com a quantidade de pessoas que
dizem que a Seleção Brasileira morreu para elas.
Confesso que isso está bem longe de acontecer pra
mim, mas preciso dizer também, que, infelizmente,
não é nada difícil entendê-las.
Clara Albuquerque. Disponível em: <http://www.correio24horas.com.br>.
Acesso em: 22 jul. 2014.
GlossáriO
CBF: Confederação Brasileira de Futebol.
80
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 80
23/07/14 14:37
Para entender o texto
1. No início do texto, a cronista conta sua primeira experiência com
a Copa do Mundo, assim como a de seus pais. Qual seu objetivo
com esses relatos?
2. A cronista menciona três Copas do Mundo que apresentaram,
respectivamente, uma Seleção Brasileira para ela, para a mãe
e para o pai. O que, nos três casos, parece ter ajudado a tornar
essa experiência marcante para as três crianças?
3. Para a cronista, a noção de “nascimento” de uma Seleção Brasileira para alguém implicava que essa seleção tivesse sido
bem-sucedida? Comprove sua resposta.
4. Releia.
Data
Sede
Campeão
1930
Uruguai
Uruguai
1934
Itália
Itália
1938
França
Itália
1950
Brasil
Uruguai
1954
Suíça
Alemanha
Ocidental
1958
Suécia
Brasil
1962
Chile
Brasil
1966
Inglaterra
Inglaterra
1970
México
Brasil
1974
Alemanha
Alemanha
Ocidental
1978
Argentina
Argentina
“No meu caso, já que não tive a felicidade de crescer assistindo
a genialidade de Pelé e sua turma ou a arte da Seleção de 82, ela
sempre teve outra característica muito importante: festa.”
1982
Espanha
Itália
1986
México
Argentina
1990
Itália
Qual das declarações abaixo corresponde ao sentido desse trecho.
Alemanha
Ocidental
1994
Estados
Unidos
Brasil
I – “Festa” é a segunda característica que a seleção tem para a
cronista. Trata-se de outra característica em relação à citada anteriormente.
II – “Festa” é a característica que a seleção tem para a cronista.
Trata-se de outra característica em relação àquela que seleções
anteriores apresentavam.
1998
França
França
2002
Coreia /
Japão
Brasil
2006
Alemanha
Itália
2010
África do
Sul
Espanha
ID/BR
Estudo do texto
“Sim, papel picado, sorrisos, fogos de artifício e gols [...], mas não necessariamente
muito futebol.”
O que essa explicação destaca quanto à atuação da Seleção Brasileira?
6. O quarto parágrafo aproveita a noção de “festa”, presente no terceiro,
para continuar a discussão. Precisamente que aspecto ligado a essa noção de “festa” foi abordado no quarto parágrafo?
Mirella Spinelli/ID/BR
5. Releia como a cronista explica o termo festa.
A descrição e a análise na crônica esportiva
1. De início, a crônica não parte de um acontecimento pontual (como uma
partida, o comportamento de um jogador, uma decisão da CBF) para fazer
suas considerações.
a)Qual é, em linhas gerais, o tema inicialmente apresentado pela crônica?
b)Na apresentação desse tema, a cronista emprega dados objetivos, estatísticas ou sua experiência pessoal?
2. No terceiro parágrafo, a cronista aborda o desempenho de algumas Seleções Brasileiras.
a)O que ela declara?
b)A avaliação que se fez dessas seleções foi comprovada técnica e objetivamente? Justifique.
81
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 81
02/07/14 03:59
Estudo do texto
3. No final do texto, a cronista faz referência ao futuro milésimo jogo da seleção, sem se deter em aspectos técnicos e táticos. Que ponto de vista foi
expresso sobre esse fato?
4. No final da crônica é apresentado um ponto de vista geral sobre a Seleção
Brasileira.
a)Em que frase isso ocorre? Explique qual é esse ponto de vista.
b)Qual a opinião da cronista sobre ele?
ANOTE
5. A cronista tem críticas em relação ao desempenho da primeira Seleção Brasileira
que ela viu vencer uma Copa.
a)O que ela aponta de favorável e de desfavorável na equipe?
b)Compare esse ponto de vista com o que foi exposto no exercício anterior. O
que essa comparação permite concluir sobre a seleção da atualidade?
c)A conclusão a que você chegou é uma ideia apresentada de forma explícita
na crônica? Explique.
A crônica esportiva não precisa apresentar uma abordagem técnica, objetiva; o que se destaca nesse gênero é a análise. E, ao fazer sua análise, o
cronista pode selecionar um aspecto (uma pessoa, um fato) e abordá-lo de
forma espontânea, com extrema subjetividade.
6. O nome da cronista aparece no final da crônica, uma vez que assina o texto.
Além da assinatura, que outra característica reforça a autoria da crônica lida?
O contexto de produção
SELEÇÃO
DE 1994
1. Releia.
É necessário que o leitor saiba sobre a atuação do jogador Romário para compreender a relação que a cronista estabelece?
Explique.
2. Releia.
“Ou alguém que viu sua primeira taça de título mundial ser levantada por Dunga poderia pensar diferente?“
Mirella Spinelli/ID/BR
“Sim, papel picado, sorrisos, fogos de artifício e gols (que você pode
substituir por Romário), mas não necessariamente muito futebol.”
a)Que informação o leitor deve ter para concordar
com a cronista, nessa passagem?
b)Se a condição que você apresentou no item a não for satisfeita, a compreensão do leitor fica totalmente comprometida? Explique.
3. As referências a Dunga e Romário, exploradas nas questões anteriores,
esclarecem um detalhe sobre a autora e sobre o leitor que ela tem como
provável. Qual é esse detalhe?
4. Que conhecimento sobre o Gabão a crônica pressupõe que o leitor tenha?
5. Releia.
A equipe que
disputou a Copa
de 1994, da qual o
Brasil foi campeão,
é considerada
forte taticamente,
com boa defesa,
mas não se
caracterizou pelo
jogo mais solto
que é próprio
do futebol
brasileiro. Os
jogadores ficavam
muito presos
às designações
técnicas e, para
chegar ao gol,
contava-se
com algumas
habilidades
individuais, entre
elas a de Romário.
“Sempre tive a certeza que a cada partida, gol de Pelé e de Ronaldo, drible de
Garrincha e Neymar, jogada de Sócrates e Ronaldinho, título, goleada ou derrota
do Brasil, nascia uma Seleção Brasileira particular pra alguém. ”
82
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 82
02/07/14 03:59
a)Leia de que jogadores a cronista fala quando se refere a gol, drible e
jogada. O que se nota de comum aos primeiros nomes de cada par? E
aos últimos?
b)É possível apontar uma provável intenção da cronista com essa escolha
de palavras e essa estruturação da frase. Qual?
6. Quando afirma “Muitos de vocês já conhecem essa história”, a cronista
estabelece com o leitor uma interação que tem a ver com a natureza do
gênero que ela emprega. Explique essa declaração.
A linguagem do texto
A crônica esportiva tende a ter linguagem mais informal que a de outros gêneros jornalísticos, como a notícia e a reportagem. Isso decorre de
uma característica do gênero crônica – o autor não tem o compromisso de
reproduzir os fatos, ele os apresenta de acordo com seu ponto de vista.
2. Releia o quarto parágrafo.
a)Explique o valor da expressão pois bem na articulação dos
três primeiros parágrafos com os dois últimos.
b)O que essa expressão anuncia quanto às ideias que a cronista
vinha apresentando nos parágrafos anteriores?
3. Qual o sentido de “chuva de papel picado”, no quarto parágrafo?
Mirella Spinelli/ID/BR
ANOTE
1. Transcreva da crônica três ocorrências que caracterizam uma linguagem
informal.
4. Releia.
I – “A Seleção Brasileira nasceu pra mim na Copa de 1986. [...] eu
não tinha completado três anos ainda [...]”.
II – “Pra minha mãe, a Seleção Brasileira nasceu em 58, quando ela
era arremessada pra cima por meu avô a cada gol do Brasil [...].
Pra meu pai, foi na Copa do Mundo seguinte [...]”.
a)O que fica pressuposto, por esses trechos, a respeito da circunstância
que motiva o “nascimento” de uma seleção para alguém?
b)A expressão “sua / minha seleção” pode ter sentidos diferentes, em outros
contextos. Aponte alguns.
5. Releia o quarto parágrafo. Nesse trecho se faz referência à Seleção Brasileira
por meio de duas expressões.
a)Quais?
b)Que valor cada uma dessas expressões agrega à Seleção Brasileira?
c)Por que cada uma delas foi empregada naquele trecho da crônica?
País do futebol?
A crônica lida nesse capítulo apresenta a seleção como “a maior expressão
da nossa cultura”. Discuta com seus colegas e o professor a seguinte questão.
ƒƒ Em que medida essa associação entre futebol e cultura brasileira é positiva para a
autoimagem dos brasileiros? Em que medida ela pode ser negativa?
83
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 83
02/07/14 03:59
produção de texto
Na época dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, algumas crônicas
esportivas abordaram o fato de a jogadora Marta ter sido convidada a gravar a
marca de seus pés na Calçada da Fama, no Maracanã. Leia o primeiro parágrafo
de uma crônica esportiva sobre o episódio.
AQUecimento
Meninas de ouro
Marcos Guilherme/ID/BR
Crônica esportiva
Ao imprimir seus pés na calçada da fama do Maracanã, anteontem, a craque
Marta poderia ter parafraseado o astronauta Neil Armstrong: “Um pequeno passo
para uma mulher, um grande passo para a mulherada”.
[...]
José Geraldo Couto. Folha de S.Paulo, 28 jul. 2007.
Sobre o mesmo episódio, escreva um parágrafo que poderia ser o primeiro de
uma crônica esportiva. Empregue uma linguagem criativa, que desperte a atenção do leitor. Você pode usar um verso de uma canção, um ditado popular, fazer
referência a um filme ou pode escolher uma das informações abaixo.
ƒƒ Algumas personalidades cujos pés estão na Calçada da Fama no Maracanã:
Pelé, Zico, Garrincha, Romário, Roberto Dinamite, Rivelino, Vavá, etc.
ƒƒ O indicado para a Calçada da Fama pisa em uma caixa de argamassa,
onde registra um molde de seus pés.
ƒƒ Marta é a primeira mulher a integrar o grupo de craques cujas pegadas
foram registradas ali.
Proposta
Juan Villa/Opção Brasil
Isabel Só/Opção Brasil
Observe as imagens abaixo. Elas são relacionadas a disputas esportivas,
que mobilizam no público uma enorme variedade de sentimentos e reações,
contemplando a tensão e a descontração, o abatimento e a euforia, o desprezo e a admiração, a rivalidade e a solidariedade.
Casal de torcedores brasileiros. Torcida brasileira.
Você vai imaginar que é o cronista esportivo de um jornal de circulação
nacional e escrever uma crônica esportiva como se fosse publicá-la nesse
jornal. O assunto da crônica será uma disputa recente do esporte de sua
preferência: um jogo, uma corrida, uma luta, um torneio, etc.
84
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 84
02/07/14 03:59
Planejamento e elaboração do texto
1. Pense no veículo em que a crônica esportiva será publicada, um jornal de
circulação nacional, e reflita sobre as questões abaixo.
a)Quem são os leitores desse jornal?
b)Que linguagem é a mais adequada para atingir esse público?
c)Há crônicas esportivas que são escritas com um tom de descontração, com
toques de humor; outras são mais críticas. Que tom e linguagem são habitualmente usados pelos jornalistas esportivos que escrevem nesse jornal?
d)Qual é o espaço reservado às crônicas esportivas nesse jornal? Elas
costumam ser longas ou curtas?
e)Em “Meninas de ouro”, há um tom de descontração e otimismo. Mas há
também crônicas esportivas que privilegiam a crítica, a denúncia; nelas
há desabafo e, eventualmente, deboche. Qual será o tom da sua crônica?
2. Defina o conteúdo e o tom do texto.
a)Qual disputa esportiva será tratada na crônica?
b)O que será destacado: a atuação de uma das equipes, as qualidades de
um atleta específico, o desempenho do árbrito, um incidente na torcida?
3. Lembre-se também dos tópicos referidos abaixo.
a)Sua crônica deve ter um título.
b)A primeira pessoa verbal pode ser utilizada.
c)Pode haver referência a atletas e competições de tempos e luga­res
distintos dos do evento analisado, com explicações, se necessário.
d)Além da descrição de lances técnicos, sua crônica deve apresentar uma
análise pessoal da disputa.
e)Ilustre a crônica com algum recorte ou fotografia.
Avaliação e reescrita do texto
1. Forme um grupo com quatro colegas.
Sim
Não
ID/BR
2. Leia sua crônica esportiva para eles e peça-lhes que a avaliem de acordo
com os critérios abaixo.
A crônica trata de um evento esportivo recente?
Informa sobre fatos marcantes do evento e apresenta uma
interpretação pessoal deles?
Emprega linguagem adequada aos leitores do jornal?
Tem o tom habitualmente usado nas crônicas esportivas desse
jornal ou nas crônicas que tratam do esporte escolhido?
Tem extensão adequada ao espaço reservado no jornal às
crônicas esportivas?
3. Avalie a crônica dos colegas do grupo de acordo com os mesmos critérios.
d’Salete
/ID/BR
4. Reescreva seu texto considerando as observações dos colegas.
Marcelo
5. Escolham uma das produções do grupo para ler diante da classe.
6. O aluno que for apresentar a crônica à classe precisa preparar-se para a
leitura. Ele deve ler o texto em voz alta, prestando atenção à entonação.
85
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 85
02/07/14 03:59
reflexão linguística
Pronomes relativos
da editora
1. Leia o trecho abaixo.
Companhia da
Letras/Arquivo
O romance 1984, do inglês George Orwell, escrito em 1948 (o título
apenas inverteu os dois últimos algarismos da data), descreve uma
sociedade em que não existe mais liberdade nem privacidade. Todos
os cidadãos são controlados pelo Partido, cujo líder é aclamado como
o Grande Irmão. Nesse pesadelo futurista, os aparelhos de TV, além de
receberem as imagens transmitidas pelo governo, servem também para
espionar a vida familiar dos espectadores, e gigantescos cartazes anunciam por toda parte: “O Grande Irmão está de olho em você!”. A partir
daí, a expressão “Big Brother” passou a designar esse tipo de poder que
tenta controlar os sentimentos e a consciência de cada um – até batizar
um dos mais famosos reality shows da TV mundial.
Revista Mundo Estranho, São Paulo, Abril, p. 15, nov. 2002.
Trecho reformulado
Trecho original
“A partir daí, a expressão ‘Big Brother’ passou a designar esse
tipo de poder que tenta controlar os sentimentos e a consciência
de cada um [...].”
A partir daí, a expressão “Big Brother” passou a designar
um tipo de poder. Esse tipo de poder tenta controlar os
sentimentos e a consciência de cada um.
“O romance 1984 [...] descreve uma sociedade em que não existe
mais liberdade nem privacidade.”
O romance 1984 descreve uma sociedade. Nessa sociedade não
existe mais liberdade nem privacidade.
“Todos os cidadãos são controlados pelo Partido, cujo líder é
aclamado como o Grande Irmão.”
Todos os cidadãos são controlados pelo Partido. O líder do
Partido é aclamado como o Grande Irmão.
ID/BR
Examine alguns períodos do trecho acima e a reformulação que sofreram.
Pronome
Retoma palavra que designa
Exemplo
Que
Coisa, pessoa ou lugar
Li o romance que Orwell escreveu.
Quem
Pessoa
Este é o líder a quem chamam de O Grande Irmão.
O qual, os quais, a qual, as quais
Coisa ou pessoa
Comprei o livro 1984, ao qual você se referiu.
Onde
Lugar
O Brasil é um país onde reality shows fazem sucesso.
Cujo, cujos, cuja, cujas
Ser que possui algo
Orwell fala sobre cidadãos cujas vidas são
controladas pelo Partido.
ID/BR
No trecho original, que palavras, respectivamente, evitam a repetição
das expressões destacadas?
As palavras que retomam os termos que as antecedem, substituindo-os,
são chamadas de pronomes relativos.
Veja no quadro alguns pronomes relativos:
Emprego de alguns pronomes relativos
Onde
O pronome onde é empregado apenas para substituir lugares.
O Brasil é um país onde reality shows fazem sucesso.
86
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 86
02/07/14 03:59
Além de onde, para indicar lugar é possível empregar outros pronomes.
O Brasil é um país em que reality shows fazem sucesso.
O Brasil é um país no qual reality shows fazem sucesso.
No português falado no Brasil, costuma-se usar o pronome onde como no exemplo a seguir.
Surpreende-me a ideia onde o escritor se baseou.
De acordo com a norma-padrão, esse uso deve ser evitado, e
o pronome onde, substituído por outro. Leia o exemplo.
Surpreende-me a ideia na qual o escritor se baseou.
Cujo e suas flexões
Para indicar uma relação de posse por meio de um pronome relativo, deve-se empregar o pronome cujo ou suas flexões
em número e gênero.
Examine.
Está no ar um reality show. A audiência do reality show é expressiva.
Está no ar um reality show cuja audiência é expressiva.
O uso do pronome
relativo que
O pronome relativo que é o
mais empregado, pois, além
de mais sintético que o qual,
pode referir-se a pessoa, coisa
ou lugar.
Chame a professora que
indiquei.
Chegou o livro que você
pediu.
A casa em que cresci foi
vendida.
Porém, na norma-padrão, o
que não pode ser antecedido
por preposições que tenham
mais de uma sílaba, como
contra, entre, para. Com essas
preposições, substitui-se o
que por o qual. Por exemplo,
em vez de “O time para que
eu torço venceu”, será melhor
dizer “O time para o qual eu
torço venceu”.
Leia agora a mesma frase estruturada de outro modo.
Está no ar um reality show que a audiência é expressiva.
Apesar de frequente na fala, esse tipo de construção não é
aceito pela norma-padrão, pois o pronome que retoma apenas
a expressão “reality show”, e não “do reality show”. O pronome
que não indica posse; o único que o faz é cujo.
O pronome cujo deve concordar em gênero e número com
a coisa possuída.
Bom é o livro cujo tema não envelhece.
Bom é o livro cujos temas não envelhecem.
Ao empregar cujo e suas flexões, lembre-se de que a estrutura na qual ele se insere pode ser resumida desta forma.
possuidor + pronome cujo(a)(s) + coisa(s) possuída(s)
Examine a articulação de duas orações.
Este é o romance. Eu aprovo esse romance.
Este é o romance / que eu aprovo.
o romance
Marcos Guilherme/ID/BR
O pronome relativo regido de preposição
87
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 87
02/07/14 03:59
reflexão linguística
Pronomes relativos
Na segunda oração (“que eu aprovo”), como o pronome que equivale a
o romance, temos:
que eu aprovo = o romance eu aprovo = eu aprovo o romance
Agora veja a mesma análise, mas com o verbo falar.
Este é o romance. Eu falei desse romance.
Este é o romance / de que eu falei.
o romance
de
Este é o romance
o qual
você reclama.
com
o qual
você simpatiza.
em
o qual
você acredita.
por
o qual
você luta.
contra
o qual
você luta.
¬reclamar de algo
¬simpatizar com algo
¬acreditar em algo
¬lutar por algo
¬lutar contra algo
ID/BR
O verbo falar nessa frase é transitivo indireto e exige a preposição de.
Examine outros exemplos com preposições variadas.
Em alguns dos casos acima, a contração da preposição com o pronome
seria feita assim: este é o romance do qual você reclama, no qual você acredita, pelo qual você luta.
Pronome relativo: um dos papéis da palavra que
Conforme você estudou no capítulo 2, a palavra que pode ser uma conjunção integrante, que introduz as orações subordinadas substantivas.
Quando o que puder ser substituído por o qual, os quais, a qual, as quais,
ele irá desempenhar o papel de pronome relativo. Compare.
conjunção integrante
Acompanhava-o sempre a certeza / que eu lhe dava.
pronome relativo
Os pronomes relativos e a ambiguidade
Marcos Guilherme/ID/BR
Acompanhava-o sempre a certeza / de que a vida era boa.
Dizemos que uma frase ou expressão é ambígua quando ela pode conduzir a mais de uma interpretação. Observe.
Eu procurei o livro e a revista que perdi.
ANOTE
Nessa frase, não se sabe se tanto o livro quanto a revista haviam sido
perdidos ou se apenas a revista. A ambiguidade é causada pelo fato de livro
e revista serem antecedentes do mesmo pronome relativo (que).
Em alguns gêneros textuais, como poemas, charges e tiras, a ambiguidade é um importante recurso expressivo, intencionalmente utilizado pelos autores. No entanto, quando ela cria dificuldades para a compreensão de uma
mensagem que deveria ser clara para o interlocutor, é considerada uma falha
e deve ser evitada.
88
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 88
02/07/14 03:59
reflexão linguística Na prática
1. Examine os trechos abaixo.
I.Dias depois roubaram a coroa do rei e este prometeu uma riqueza a quem adivinhasse o ladrão.
Luís da Câmara Cascudo. Facécias. São Paulo: Global, 2006. p. 9.
II.[…] uma estrada se abriu, bem a seus pés, que ia para o fundo das águas.
José Lins do Rego. Histórias da velha Totônia. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
a)Que pronome retoma a palavra rei, no primeiro trecho?
b)Reescreva o primeiro trecho, retomando a palavra rei por um pronome relativo.
c)O pronome que, no segundo trecho, retoma que palavra?
d)Reescreva o segundo trecho, substituindo o pronome que por um pronome demonstrativo. Faça as alterações necessárias.
2. Empregue um pronome relativo para unir as duas ideias em um período composto.
a)Animais estrangeiros invadiram as terras + as terras pertenciam às aves nativas.
b)Animais estrangeiros invadiram as terras + as aves nativas moravam nas terras.
c)Animais estrangeiros invadiram as terras + os donos das terras eram as aves nativas.
d)Animais estrangeiros invadiram as terras + as aves nativas foram expulsas das terras.
3. Leia o trecho abaixo.
O famoso Dom Quixote de la Mancha (1605), do espanhol Cervantes, narra as aventuras
de um fidalgo de aldeia que enlouquece lendo livros de cavalaria. Em suas várias andanças
[...] ele enfrenta inimigos e monstros imaginários, como no famoso episódio dos moinhos
de vento, contra os quais investe de lança em riste, tomando-os por gigantes perigosos.
Revista Mundo Estranho, São Paulo, Abril, p. 14, nov. 2002.
Gustave
I. “O famoso Dom Quixote de la Mancha (1605), do espanhol Cervantes, narra as
aventuras de um fidalgo de aldeia que enlouquece lendo livros de cavalaria.”
II.“Em suas várias andanças [...] ele enfrenta inimigos e monstros imaginários,
como no famoso episódio dos moinhos de vento, contra os quais investe de Gustave Doré
, gravura
Dom Quix
de
lança em riste, tomando-os por gigantes perigosos.”
ote e Sa
Doré/Fot
ografia: ID
/ES
a)Transforme estes períodos compostos em períodos simples.
Pronome relativo empregado
Expressão cuja repetição foi evitada
ID/BR
b)Complete o quadro abaixo com o que você observou nos itens anteriores.
ncho
Pança, sé
culo XIX.
I
II
c)Imagine que o segundo trecho tivesse sido escrito como o período abaixo.
Em suas várias andanças, Dom Quixote de la Mancha enfrenta inimigos e monstros imaginários, como no famoso episódio dos moinhos de vento, no qual ele investe de lança em
riste contra os moinhos, que imagina serem gigantes perigosos.
Nessa versão, que palavras são retomadas pelos pronomes relativos destacados?
89
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 89
23/07/14 18:54
reflex ão linguística Na prática
Essa noite eu tive um sonho
De sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
[...]
Marcos Guilherme/ID/BR
4. Leia o começo da letra da canção “O dia em que a Terra parou”.
Raul Seixas e Cláudio Roberto. O dia em que a Terra parou.
Em: Raul Seixas. O dia em que a Terra parou. WEA, 1977.
a)Quantas orações há no trecho “[...] eu sonhei / Com o dia em que a Terra parou”?
Quais são elas?
b)Qual termo da primeira oração o pronome relativo retoma?
c)Que preposição rege esse pronome?
6. Empregue o pronome relativo cujo (e suas flexões) para formar períodos compostos com estas orações.
a).I. Em muitos países saboreia-se o macarrão.
II. A invenção do macarrão é atribuída aos chineses.
b).I. Em muitos países saboreia-se o macarrão.
II. A receita do macarrão leva água e farinha.
c) I. Em muitos países saboreia-se o macarrão.
II. A presença do macarrão é obrigatória na cesta básica nacional.
d).I. Em muitos países saboreia-se o macarrão.
II. O sabor do macarrão pode não ser dos melhores em alguns lugares.
Fabiana Salomão/
ID/BR
5. Articule as duas orações dadas usando um pronome relativo. Fique atento à necessidade de eventualmente empregar uma preposição antes do pronome.
a)Aqui está o veículo. Solicitamos esse veículo.
b)Aqui está o veículo. Viajamos nesse veículo.
c)Aqui está o veículo. Precisamos desse veículo.
d)Aqui está o veículo. Sonhamos com esse veículo.
e)Aqui está o veículo. Optamos por esse veículo.
f)Aqui está o veículo. Compramos esse veículo.
g)Aqui está o veículo. Referimo-nos a esse veículo.
7. Reescreva as frases completando os espaços com pronomes relativos.
a)A ponte,  construção começou há um ano, terá cobrança de pedágio.
b)Após dois anos em Roma, Lúcia voltou ao Brasil,  pretende morar com a família.
c)O excesso de gordura na alimentação é um perigo  come muito.
d)Estudos apontam os hospitais daquela região  necessitam de mais leitos.
e)Cineasta disponibiliza em seu site documentário  elogia filmes brasileiros.
f)O artista  obra eu gosto muito fará uma exposição na cidade.
90
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 90
02/07/14 03:59
LÍNGUA VIVA i
A importância dos pronomes relativos na coesão textual
Richard Bord/Getty Images
1. O trecho abaixo faz referência à obra O pequeno príncipe, de Antoine
de Saint-Exupéry (1900-1944). Leia-o para responder às questões.
[...] No livro O pequeno príncipe, em especial nas edições reproduzidas
a partir da 1ª- edição americana, pela Reynal & Hitchcock, de 1943, cujas
ilustrações baseadas nas aquarelas originais do autor, que ainda estava
vivo e exilado nos EUA, são superiores à 1ª- edição francesa, de 1945, pela
Librairie Gallimard, quer seja na expressão do desenho de Saint-Exupéry
ou pela frase “Crianças! Cuidado com os baobás!”, depreende-se que essas
árvores são a grande ameaça ao planeta do principezinho.
Gilberto Cunha. COP 17- Saint-Exupéry e os baobás.
Disponível em: <http://www.onacional.com.br>. Acesso em: 13 dez. 2011.
a)Segundo o colunista, no livro O pequeno príncipe, os baobás são uma
grande ameaça ao planeta do principezinho. Em que elementos do livro
ele se baseou para fazer essa afirmação?
Oração iniciada por
pronome relativo
Pronome relativo
Termo que o pronome
relativo retoma
ID/BR
b)Muitas das informações dadas nesse trecho estão interligadas de forma
particular. Veja:
livro ¬ ilustração do livro ¬ ilustração do livro feita pelo próprio autor ¬
ilustração do livro feita pelo próprio autor que foi reproduzida na edição
americana, na edição francesa.
A relação entre essas informações favorece que elas sejam expressas
por orações iniciadas por pronomes relativos. Isso ocorreu em duas
orações. Copie o quadro abaixo e complete-o.
c)A organização sintática desse trecho exige atenção. Precisamente, que
traços sintáticos contribuem para isso?
ANOTE
d)Copie a reformulação abaixo, empregando pronomes relativos para articular pares de orações com expressões repetidas.
No livro O pequeno príncipe, depreende-se que os baobás são a grande
ameaça ao planeta do principezinho. Isso pode ser claramente percebido na história. Na história se lê a frase “Crianças! Cuidado com os
baobás”. Outro elemento é a ilustração da obra. Esse elemento reforça
a ameaça dos baobás. A ilustração da obra se baseia nas aquarelas originais do autor. No ano de 1943 saiu a 1ª- edição americana dessa obra.
Nesse ano o escritor ainda estava vivo e exilado nos EUA. A qualidade
dos desenhos na edição americana é considerada superior à da primeira edição francesa. Essa edição é de 1945.
O emprego do pronome relativo pressupõe a existência de duas orações,
uma vez que, por definição, essa é a palavra que retoma, na oração em que
aparece, um termo da oração anterior.
Em vista disso, o emprego do pronome relativo é um dos recursos para
estabelecer a coesão textual.
91
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 91
02/07/14 03:59
leitura 2
O que você vai ler
Reportagem
O texto seguinte é uma reportagem extraída da revista Trivela, uma publicação
espe­cializada em futebol. Ela encerra uma série de seis reportagens que foi realizada
a propó­sito da organização da Copa do Mundo de 2014.
É, como a crônica, um texto assinado, mas a reportagem aborda de forma diferente o conteúdo esportivo.
ƒƒ Reflita sobre quais características poderiam diferenciar a crônica esportiva da
reportagem esportiva.
ƒƒ Leia o título a seguir e, antes de continuar a leitura, pense sobre o que você
espera encontrar nesta reportagem.
Mirella Spinelli/ID/BR
Mundial pode fazer bem
A Eurocopa não é uma Copa do Mundo. Ainda
que seja um torneio dos mais interessantes do ponto
de vista técnico, a atenção da mídia, o valor dos
patrocínios e o número de participantes são menores. Mesmo assim, a Euro foi responsável por quase
um sexto do crescimento de 1,3% do PIB de Portugal em 2004. Em 2006, o Mundial, sozinho, fez
o PIB da Alemanha aumentar em torno de 0,25%.
Aí já se vê como receber grandes eventos pode ser
muito bom para o país.
É nesse tipo de recompensa que o Brasil tem de
ficar de olho em seu projeto para organizar a Copa do
Mundo de 2014. Se o torneio for avaliado como oportunidade econômica e social ­– e não apenas mais um
evento a ser organizado –, há uma real chance de
reduzir carências nacionais e inserir o país na rota
dos grandes destinos turísticos do mundo. Esses benefícios são tão importantes quanto a melhoria da infraestrutura e muito mais necessários que a modernização de estádios.
Infelizmente, há motivos para acreditar que isso
pode se perder. Basta ver o que ocorreu no último
grande evento esportivo organizado no Brasil, os Jogos
Pan-Americanos. Ao escolher entre as obras que deixariam algum legado ao Rio de Janeiro – como despoluição da baía de Guanabara e criação de uma nova
linha de metrô – e a construção de grandes arenas
esportivas de necessidade duvidosa, a organização do
evento e o governo ficaram com a segunda opção.
Tal erro estratégico não passou despercebido
pela população. De acordo com um estudo sobre
a segurança pública e os Jogos Pan-Americanos,
92
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 92
02/07/14 03:59
Mirella Spinelli/ID/BR
Gaillarde Raphael/Gamma
83% dos 2 410 entrevistados achavam que tudo voltaria ao normal
após a cerimônia de encerramento.
“Isso mostra uma total descrença da
população nas autoridades. E ela
tinha razão, porque as medidas não
tiveram continuidade”, comenta o
sociólogo Maurício Murad, professor da Universi­dade Estadual do Rio
de Janeiro […] e autor da pesquisa.
Outro dado importante do estudo é
a percepção da população de que o
Pan poderia ser um catalisador para
investimentos em segurança pública,
transporte, iluminação das ruas, uso
das instalações esportivas pela rede
escolar e outros benefícios sociais.
O problema é que, dos secretários
estaduais entrevistados pela Trivela,
poucos pareciam entender que organizar a Copa é mais do que construir
estádios e infraestrutura. Um deles
foi Carlão, secretário de Esportes de
Santa Catarina e ex-capitão da seleção de vôlei masculino: “Já participei de grandes eventos e sei que
tudo tem de ser feito com antecedência, com envolvimento de sociedade e governo. Reunimos todos os
órgãos e secretarias, incluindo a de
educação para trabalhar no projeto
Copa”.
Estádio olímpico Lluís Companys, Barcelona
(Espanha). Inaugurado em 1929, foi reconstruído
para os Jogos Olímpicos de 1992.
93
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 93
02/07/14 03:59
leitura 2
Reportagem
Bons e maus exemplos
Edifice/Corbis/Latinstock
Pode-se argumentar que os Jogos
Pan-Americanos têm características
diferentes das de uma Copa. Mas também existem exemplos bons e ruins
em Mundiais recentes de futebol para
o Comitê de Organização Brasil 2014
se espelhar.
Em 1998, a França queria vender
ao mundo (e aos próprios franceses)
a imagem de um país aberto e multicultural. Houve sucesso, até porque os
Bleus foram campeões com jogadores
de origem africana, caribenha, armênia, argelina e polinésia. Além da imagem do país, a Copa consolidou a infraestrutura turística francesa e criou um
“boom” do futebol no país, com média
de público e índices de audiência da
Ligue 1 subindo nos anos seguintes.
Quatro anos depois, ocorreu o
oposto. Japão e Coreia do Sul estavam mais preocupados em superar
um ao outro e gastaram muito mais
que o normal em estádios faraônicos.
O futebol cresceu nos dois países,
mas não o suficiente para compensar o investimento feito. No final das
contas, essa disputa ofuscou qualquer tentativa de realizar um projeto
adequado para as necessidades das
nações, incluindo turismo e outros
fatores não futebolísticos.
O Brasil precisa aprender com os
dois casos. Assim, identificará quais
setores seriam mais beneficiados
pela Copa do Mundo e poderá trabalhar para que o evento se volte a eles.
Além do próprio Mundial, políticas
nacionais podem, a partir de agora,
ser elaboradas de modo a ajudar
nesse processo.
Por exemplo, pessoas envolvidas na
organização da candidatura brasileira
a 2014 comentam que há uma grande
chance de o “tema” central ser a ecologia ou o desenvolvimento sustentável. Um caminho simplista é apenas
fazer estádios ecologicamente corretos
e criar parques. Outra possibilidade,
muito mais complexa, é criar toda uma
política ambiental e usar o torneio
como ponto central de um processo
maior. “O Brasil é cheio de carências.
Ninguém que comande a organização
de um evento desse tamanho tem o
A Olimpíada de 1992 transformou a cidade de Barcelona em um dos maiores pontos turísticos do mundo.
Fotografia de cerca de 1992, Barcelona (Espanha).
94
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 94
02/07/14 03:59
direito de desperdiçar a oportunidade
de melhorar o país desse jeito”, afirma
Maurício Murad.
Até agora só se fala em estádios
e transportes. E nem se usa a Copa
como um eventual indutor para a
reformulação da malha ferroviária
(para passageiros) do país. Política
ambiental é algo ainda mais abstrato.
É possível mudar o rumo, mas falta
pouco tempo. Para um projeto tão
profundo como o do Mundial, sete
anos não é muito. Seria uma pena,
pois um evento capaz de mudar o
país pode ser nada mais que um campeonato de futebol.
Falta pouco tempo
Esta reportagem encerra a série Copa’14 […] em que abordamos formação do
comitê de organização, infraestrutura necessária, estádios que podem ser utilizados, escolha das cidades-sede, financiamento das obras e custos de organização
e, agora, legado. Dissecando cada um desses temas com profundidade, dando a
eles a importância devida, a Trivela entrevistou dirigentes de futebol, ministros,
secretários de Estado, parlamentares, representantes do mercado, ONGs e acadêmicos com estudos nessas áreas, para dar um panorama realista do que está diante
do torcedor quando o assunto é a Copa do Mundo de 2014.
[…] ficou evidente que o Brasil tem, em teoria, condições de realizar uma Copa
do Mundo. Mas precisa respeitar sempre uma diretriz: realizar um projeto adequado à realidade e às necessidades brasileiras. Assim, o orçamento ficaria dentro
das possibilidades de um país em desenvolvimento e ainda poderia trazer retorno,
como benefícios diretos e indiretos.
O problema é que, até agora, não se vê isso. Elaborar um projeto para a Copa
do Mundo exige esforços conjuntos de todos os setores da sociedade, que teriam à
disposição diversos fóruns para realizar o debate. No entanto, a regra tem sido a centralização de tudo no Comitê de Candidatura, representado por Ricardo Teixeira.
O resto do país não se mexe, como se sobrasse tempo para fazer tudo com
calma. Nada disso: já estamos em cima da hora e, para fazer um projeto sério, é
preciso começar logo. Não se pode deixar que o atraso seja apenas um pretexto
para justificar soluções improvisadas ou contratar obras e serviços públicos sem
licitação – como aconteceu nos Jogos Pan-Americanos.
Ubiratan Leal. Revista Trivela, São Paulo, Trivela, n. 21, p. 38-41, nov. 2007.
GlossáriO
Bleus: bleu, em francês, significa azul. A
designação Les Bleus é atribuída à Seleção
Francesa em razão da cor da camisa de
seu uniforme.
Boom: expansão súbita.
Catalisador: termo técnico da química que,
no sentido figurado, significa aquilo que
estimula, dinamiza um processo.
Desenvolvimento sustentável:
desenvolvimento planejado, de forma que
não degrade ou esgote os recursos naturais.
Diretriz: conduta, meta.
Dissecar: examinar detalhadamente.
Faraônico: relativo aos faraós; grandioso,
monumental.
Fórum: reunião para debater um tema.
Indutor: causador.
Infraestrutura: rede de serviços públicos de
uma cidade.
Licitação: escolha, por concorrência de
preços, do fornecedor de produtos ou do
executor de obras para os órgãos públicos.
Ligue 1: campeonato francês de futebol.
PIB: sigla de Produto Interno Bruto; valor
que corresponde a toda a riqueza gerada
no país.
95
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 95
02/07/14 03:59
Estudo do texto
1. O fato que gerou a reportagem foi a escolha do Brasil como sede da Copa
do Mundo de 2014, pela Fifa. O texto, no entanto, ultrapassa a divulgação
desse fato. Qual é o principal aspecto abordado na reportagem?
2. A reportagem começa com a declaração de que sediar grandes eventos é bom para um país.
a)O que justifica essa afirmação?
b)Como a declaração foi comprovada?
Fabiana Salomão/ID/BR
Para entender o texto
3. O texto segue apontando que o Brasil deve encarar a recepção da Copa
de 2014 como uma oportunidade econômica e social, mas alerta para a
possibilidade de isso não acontecer. Que antecedente a reportagem cita
para sustentar a existência desse risco?
ANOTE
4. Segundo a reportagem, a própria população já percebeu que sediar uma
grande competição esportiva pode ser um catalisador de investimentos
em setores fundamentais.
a)Quem a reportagem cita a fim de comprovar esse dado?
b)Na sua opinião, por que a reportagem ouviu secretários estaduais
de Esportes?
Na esfera jornalística, a reportagem é um relato mais abrangente que a
notícia. Não se restringe à divulgação de um fato novo, do interesse da comunidade; acrescenta ao fato o trabalho investigativo do repórter, que apura
dados e confronta opiniões de pessoas envolvidas na questão abordada.
5. Em um momento o autor escreve: “E nem se usa a Copa como um eventual
indutor para a reformulação da malha ferroviária (para passageiros) do país”.
Por que era de esperar que a reformulação da malha ferroviária fosse
considerada no planejamento da Copa?
6. A sugestão de um enfoque ecológico para a Copa é do jornalista que escreveu a reportagem? Explique sua resposta.
O texto e o leitor
1. Releia os fragmentos a seguir.
“A Eurocopa não é uma Copa do Mundo. Ainda que seja um torneio dos mais
interessantes do ponto de vista técnico [...].”
“É nesse tipo de recompensa que o Brasil tem de ficar de olho [...].”
“Esses benefícios são tão importantes quanto a melhoria da infraestrutura e muito
mais necessários que a modernização de estádios.”
a)Por que podemos dizer que esses trechos apresentam marca de
subjetividade?
b)Localize no texto outros fragmentos que revelam, sutilmente, a existência de alguém que avalia os fatos, e não simplesmente os reporta.
96
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 96
02/07/14 03:59
2. Observe.
Como se pode notar no trecho acima a presença indireta do leitor?
3. Há na reportagem um intertítulo — “Falta pouco tempo” — que aprofunda a análise do final do texto que o precede. Releia-o.
a)O que há de descrição e o que há de análise nesse trecho?
b)Em seu caderno, copie a alternativa que melhor o avalia.
••Seu conteúdo expressa a opinião de toda a sociedade brasileira.
••Trata-se de uma análise que o autor comprova com a citação de exemplos.
••Seu conteúdo expressa a opinião do autor (ou dos editores da revista);
não conta com uma comprovação.
c)Como essa avaliação se explica, levando em consideração as características da reportagem estudadas nos exercícios anteriores?
d)Esse trecho, isoladamente, é suficiente para que o leitor forme sua própria opinião a respeito do assunto? Explique.
Fabiana Salomão/
ID/BR
“Pode-se argumentar que os Jogos Pan-Americanos têm características diferentes das de uma Copa. Mas também existem exemplos bons e ruins em Mundiais
recentes de futebol para o Comitê de Organização Brasil 2014 se espelhar.”
Comparação entre os textos
1. No estudo da crônica, você verificou o predomínio da análise sobre a descrição; da subjetividade sobre a objetividade. Na reportagem, como você
viu, também existe a análise de um acontecimento. O que torna a análise
da reportagem mais objetiva que a da crônica?
ANOTE
2. Quais são as marcas gramaticais que comprovam ser a reportagem, de
forma geral, mais impessoal do que a crônica?
Tanto a crônica esportiva quanto a reportagem são assinadas. No entanto,
enquanto na crônica é possível apontar marcas – explícitas e implícitas – que
identificam o cronista, na reportagem percebe-se um tom mais impessoal.
Sua opinião
1. Neste capítulo, você leu uma crônica esportiva e uma reportagem. Esses
textos têm pontos em comum: ambos pertencem a gêneros jornalísticos e falam de assuntos relacionados ao tema futebol. Na sua opinião,
a crônica e a reportagem lidas se dirigem ao mesmo leitor? O que procura o leitor de uma crônica esportiva? E o leitor de uma reportagem
sobre esporte?
Esporte e inclusão social
Considera-se que o esporte promove a superação de limites individuais. Essa
ideia é a base para a existência de programas que o usam como forma de incluir socialmente crianças e jovens carentes ou outros grupos marginalizados.
Discuta com seus colegas e o professor as seguintes questões.
I. Esse tipo de iniciativa existe em sua cidade?
II. De que modo o esporte pode ser um meio eficaz de inclusão social?
97
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 97
02/07/14 03:59
produção de texto
Reportagem
O senhor quer disputar as Olimpíadas de 2008?
Hoje parece uma utopia. [...] Mas, quando a
gente veleja por paixão, uma utopia pode virar
um sonho, e o sonho, realidade. A conquista do
Sul-Americano foi uma demonstração disso.
incluindo aquela em que fui medalhista olímpico, a Tornado. Foi o próprio Torben quem me
incentivou a velejar na Star. No início, fiquei um
pouco temeroso, mas aceitei o desafio dele. Muitas vezes uso as velas sobressalentes do Torben.
Em que atrapalha a falta de uma perna?
Minha agilidade nas manobras de um lado
para o outro fica restrita. [...] Outro problema
é que o desempenho piora quando o vento fica
forte. Nessa hora, tanto o timoneiro, no caso eu,
quanto o p
­ roeiro, Marco Lagoa, têm de projetar o corpo para fora do barco. Isso equili­bra a
força da vela, gera potência e velocidade. Meu
proei­ro faz isso tão bem quanto os outros. Eu não
con­si­go tanto, porque é preciso prender o corpo
pelas pernas. Tendo uma só, há uma sobrecarga.
O senhor se sente um símbolo?
Sei que tenho uma responsabilidade. Busco também contribuir para a sociedade com um exemplo
de superação. Quero que isso venha a estimular
portadores de defi­ciências de
menor importância.
O limite pode estar
muito além daquilo
que você mesmo se
impõe.
Por que escolher a classe Star, a mesma de seu
irmão Torben?
É a única em que eu posso competir. As outras
requerem um trabalho de pernas muito maior,
Trechos de entrevista publicada na revista Veja, São Paulo, Abril, 9 fev. 2005.
Renata Grael/Acervo da fotógrafa
AQUecimento
Na produção de uma reportagem, é comum o repórter recorrer a entrevistas
para a obtenção de dados.
Suponha que você escreva para uma revista de esportes e tenha conseguido
a entrevista seguinte com o velejador brasileiro Lars Grael, decacampeão brasileiro e pentacampeão sul-americano da classe Tornado. Grael sofreu um grave
acidente em 1998, durante uma competição, e perdeu uma das pernas.
O velejador Lars Grael. Fotografia
de cerca de 2000.
ƒƒ Copie o trecho abaixo, completando-o com base no depoimento lido.
Lars Grael tem planos para as Olimpíadas de 2008. Ele tem consciência do esforço necessário – independentemente de suas atuais limitações –, visto que competirá com velejadores que estão entre os melhores do mundo. Para ele, no entanto, .
A permanência na classe em que disputava antes do acidente, a Tornado, não
é viável, pois . Mesmo na modalidade Star, aquela em que passou a competir por
sugestão , há obstáculos. Com vento forte, por exemplo, é necessário , manobra
que se torna complicada, uma vez que, para executá-la, o velejador precisa .
É inegável a necessidade de adaptar-se à nova situação para continuar a competir, mas, segundo Lars, .
Proposta
Você vai escrever uma reportagem enfocando os Jogos Paraolímpicos, cujo
título será “Praticar esportes para superar limites ou superar limites para praticar
esportes?”. Sua produção será divulgada no mural da escola e lida pela comunidade escolar: alunos, professores, direção, demais funcionários, pais, etc.
As informações do quadro seguinte lhe serão úteis como ponto de partida.
98
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 98
02/07/14 04:00
Informações para sua reportagem
Clodoaldo Silva,
que sofreu
paralisia cerebral,
é o nadador
mais premiado
da história das
Paraolimpíadas.
Fotografia de
cerca de 2005.
Antônio Tenório,
deficiente
visual, é judoca
medalha de ouro.
Fotografia de
cerca de 2004.
CBDC - Confederação Brasileira
de Desportos para Cegos
Acervo pessoal/ID/BR
Cláudia Cícero
dos Santos,
que perdeu a
perna direita em
um acidente, é
campeã mundial
de remo adaptado.
Fotografia de
cerca de 2000.
Gaspar Nóbrega/
Hesse Comunicação
• Em 1960, em Roma, aconteceram os primeiros Jogos Paraolímpicos, que reuniram 400 atletas
paraolímpicos de 23 países. Desde então, com raras exceções, os Jogos Paraolímpicos vêm se realizando
logo após os Jogos Olímpicos, na mesma cidade-sede.
• O Brasil foi representado pela primeira vez em Paraolimpíadas nos Jogos de Heidelberg, na Alemanha, em
1972. Entretanto, as primeiras medalhas vieram somente quatro anos depois, nos Jogos Paraolímpicos de
Toronto, no Canadá.
• Pouco mais de 40 anos após sua implementação, os Jogos Paraolímpicos demonstraram seu potencial de
crescimento: as Paraolimpíadas de Atenas, na Grécia, reuniram 4 mil atletas, que representaram 142 países
em dezenove modalidades.
• No site do Comitê Paraolímpico Brasileiro (www.cpb.org.br), há informações sobre as modalidades, as
categorias e o desempenho dos atletas brasileiros.
Planejamento e elaboração do texto
1. Organize as informações de que dispõe e amplie sua pesquisa.
a)Procure entrevistas com atletas, treinadores e organizadores dos jogos
em sites, jornais e revistas.
b)Use dados atualizados. Você pode até fazer referência a fatos do passado, desde que mantenha seu foco principal no presente.
2. Ao escrever, leve em conta as características do gênero jornalístico que você
está praticando e do suporte onde ele será publicado, o mural da escola.
a)Além do título, use subtítulos, se isso for conveniente para organizar o texto.
b)Cite suas fontes para comprovar os dados e opiniões que pretende sustentar.
c)Explore o conteúdo de sua pesquisa de modo diversificado, elaborando boxes informativos ou opinativos.
d)Não use a primeira pessoa.
Avaliação e reescrita do texto
Sim
Não
ID/BR
1. Na tabela abaixo avalie seu texto.
A reportagem dá informações suficientes para que o leitor se posicione
a respeito da pergunta proposta no título?
Além de fornecer informações, o texto também faz uma análise dos
assuntos abordados?
O texto foi escrito na terceira pessoa?
A reportagem é adequada ao suporte mural quanto ao tamanho das letras,
à organização das informações no espaço e à presença de subtítulos?
2. Reescreva o texto, se necessário.
3. Passe o texto a limpo de acordo com as orientações do professor e coloque-o no mural.
99
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 99
02/07/14 04:00
reflexão linguística
Orações subordinadas adjetivas
1. Leia o poema que segue.
O sempre amor
Marcos Gu
ilherme/ID
/B
R
Amor é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele falo palavras como lanças.
Amor é a coisa mais alegre
amor é a coisa mais triste
amor é coisa que mais quero.
Por causa dele podem entalhar-me,
sou de pedra-sabão.
Alegre ou triste,
amor é coisa que mais quero.
Adélia Prado. Poesia reunida. São Paulo: Arx, 2002. p. 86.
a)Nos dois primeiros versos, o substantivo coisa foi qualificado pelos adjetivos
alegre e triste. Como esse substantivo foi qualificado no terceiro verso?
b)Reescreva o terceiro verso conforme os anteriores. Ao fazer isso, que
noção presente no terceiro verso do poema se perde?
É frequente o emprego de estruturas como a do terceiro verso para caracterizar substantivos e pronomes: presente que mais quero (equivale a “presente mais
querido”), presente que surpreende (equivale a “presente surpreendente”), etc.
Você estudou no capítulo 1 as orações que desempenham uma função
sintática, as orações subordinadas. O capítulo 2 ocupou-se das orações subordinadas substantivas. Neste capítulo, estudaremos as orações subordinadas que equivalem a um adjetivo e desempenham a função sintática que
lhe é própria: a de adjun­to adnominal.
As orações subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos e caracterizam o substantivo ou o pronome da oração principal ao
qual se referem. Observe.
ginásio
Ele mostrou o ginásio / onde os atletas treinam.
oração principal
oração subordinada adjetiva
o (aquilo)
Não consegui o / que mais eu desejava.
ANOTE
oração principal
oração subordinada adjetiva
A oração subordinada adjetiva é aquela que desempenha a função sintática de adjunto adnominal em relação a um termo da oração principal. Ela
é introduzida por pronome relativo: que, quem, o qual, cujo, onde, etc.
100
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 100
02/07/14 04:00
Classificação das orações subordinadas
adjetivas
As orações subordinadas adjetivas podem atribuir características de dois tipos: as que são inerentes ao ser a que elas se
referem e as que são ocasionais. Leia as frases.
Gosto das palavras, que comunicam as mais variadas ideias.
Sentiu o poder das palavras que ferem como lanças.
ANOTE
No primeiro período, a oração subordinada adjetiva enuncia
uma característica que se aplica às palavras genericamente. Ela
esclarece um atributo próprio das palavras, a fim de enfatizá-lo.
No segundo, a oração subordinada adjetiva particulariza o
substantivo; trata de palavras específicas, utilizadas para despertar quem as lê. A oração delimita o sentido do substantivo.
Quando a oração subordinada amplia o sentido de um termo antecedente, esclarecendo um atributo seu, é denominada
oração subordinada adjetiva explicativa. Ela vem sempre
separada da oração principal por vírgula e pode ser omitida
sem prejuízo para a compreensão do período.
Quando a oração subordinada particulariza um antecedente, delimitando-o, é denominada oração subordinada adjetiva restritiva. Ela não se separa da oração principal por vírgula
e é indispensável para o sentido da frase.
Classificação
sintática e
morfológica
As palavras têm dois tipos
de classificação: de acordo
com a forma ou com a função.
A classificação feita em
decorrência da forma, da
natureza da palavra, é
chamada de classificação
morfológica. A classificação
feita de acordo com o papel
desempenhado pela palavra
dentro de uma oração é
chamada de classificação
sintática.
Ex.: a palavra limpo, um
adjetivo, que pode ser
predicativo do sujeito em “A
sala ficou limpa” e adjunto
adnominal em “A sala limpa
permaneceu trancada”.
As dificuldades no começo da dieta podem aparecer por isso
uma boa dica para ter o sucesso esperado é a ingestão constante de
frutas, que além de leves são nutritivas e de baixa caloria.
Márcia Cezimbra. Glúten vira cola no intestino e provoca diversas complicações.
Disponível em: <http://www.senado.gov.br>. Acesso em: 22 jul. 2014.
Já neste título de artigo, a oração subordinada adjetiva é
restritiva: delimita o sentido do substantivo alimentos.
Ilustrações: Mirella Spinelli/ID/BR
Neste trecho de artigo, a oração subordinada adjetiva é explicativa e se refere ao substantivo frutas. Observe a presença
da vírgula antes do que.
Conheça os alimentos que ajudam a melhorar a função
cerebral
Éverton Oliveira. Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br>. Acesso
em: 5 dez. 2011.
Posição das orações adjetivas
A oração subordinada adjetiva pode estar após a oração
principal ou pode interrompê-la, como no período abaixo.
Os poemas / que tratam de amor / são numerosos.
oração principal
oração subordinada
adjetiva restritiva
oração subordinada
101
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 101
23/07/14 14:50
reflexão linguística Na prática
1. O trecho abaixo foi extraído de uma crônica publicada em 20 de abril de 1957, na qual
Nelson Rodrigues comenta resultados do Brasil no Campeonato Sul-Americano.
Conservou-se, ao máximo, a formação Zizinho-Didi, que poderia funcionar contra adversários menos categorizados, mas que era de todo contraindicada nos jogos contra os
uruguaios e os argentinos. Manteve-se um Edson, que não apresentava condição de jogo,
e deixou-se uma muralha como Bellini na cerca. Um jogador decisivo como Garrincha,
que se caracteriza pela penetração e velocidade, só jogou na partida final. Conclusão –
nos cotejos que, realmente, decidiriam o certame, o ataque brasileiro era um sossego, um
repouso para o antagonista. Do ponto de vista tático, fomos de uma falta de imaginação, de
invenção, de eficiência que dava pena.
Fabiana Salomão/ID/BR
Nelson Rodrigues. O berro impresso das manchetes. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p. 226.
a)A que o cronista atribui o resultado decepcionante da partida que comenta: à Seleção Brasileira ou ao esquema tático posto em prática? Justifique sua resposta.
b)Observe as quatro primeiras orações em destaque no texto. Qual é a função delas?
c)Releia e escreva no caderno o trecho omitindo essas quatro orações.
d)Qual é o papel das orações omitidas na resposta ao item anterior para a construção do sentido do texto?
e)Levando em conta o contexto da crônica, quais palavras poderiam substituir a
expressão “nos cotejos que, realmente, decidiriam o certame”?
f)Reescreva os dois últimos períodos do trecho em seu caderno omitindo as orações em destaque.
g)As orações suprimidas no item anterior cumprem a mesma função no texto que
as orações omitidas no item c?
h)Como se classificam as seis orações em destaque no fragmento transcrito?
2. Observe estes trechos retirados de outras crônicas de Nelson Rodrigues.
I. Sim, amigos: ainda ontem, jogando no Pacaembu, o Tricolor tirou o pão da boca do Santos; arrancou o empate de uma batalha que parecia perdida.
II. O time que nos deu aquele maravilhoso primeiro tempo constitui, a meu ver, uma promessa e uma ameaça. Promessa para nós e ameaça para os outros.
III. A tragédia do Alvinegro, através dos tempos, tem sido a falta de um mínimo de constância, de fixação num nível certo. [...] Com esses altos e baixos, que lhe são inerentes, é que
ele vai permitindo a recuperação dos adversários.
Nelson Rodrigues. O berro impresso das manchetes. Rio de Janeiro: Agir, 2007. p. 243, 237, 232.
a)Qual é, entre os três fragmentos, o mais explicitamente subjetivo? Quais são as
marcas linguísticas que justificam sua resposta?
b)Qual é o significado da expressão “o Tricolor tirou o pão da boca do Santos”, empregada em sentido figurado?
c)Identifique, em cada um dos fragmentos, uma oração subordinada adjetiva.
d)Classifique cada uma dessas orações como restritiva ou explicativa.
3. Em seu caderno, preencha as frases abaixo substituindo as lacunas por orações
subordinadas adjetivas explicativas.
a)O Tricolor, , tirou o pão da boca do Santos.
b)Promessa para nós, , e ameaça para os outros.
c)Ele, , vai permitindo a recuperação dos adversários.
102
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 102
02/07/14 04:00
Garfield, Jim Davis. © 1995 Paws, Inc. All Rights Reserved/
Dist. by Universal Uclick
4. Leia a tira de Garfield e responda às questões.
Jim Davis. Garfield: toneladas de diversão. Porto Alegre: L&PM, 2006. v. 5. p. 8.
a)Qual expectativa do leitor o terceiro quadrinho quebra?
b)A lista de coisas que não fará parece deixar Garfield feliz e satisfeito. Por quê?
c)A fala do terceiro quadrinho é um período composto. Identifique suas orações.
d)Que termo da primeira oração é retomado na segunda pelo pronome relativo?
e)Classifique a oração introduzida pelo pronome relativo.
5. Leia um trecho de uma reportagem.
Cada vez mais, é comum a divulgação de casos de jogadores que sofrem problemas
cardíacos em campo. É uma situação assustadora, que deve servir de alerta para um risco
muito real.
Dassler Marques, Marcus Alves e Ubiratan Leal. Cenas que poderiam ser evitadas. Revista Trivela, São Paulo, Trivela,
p. 34, out. 2007.
a)Identifique e classifique as orações que compõem cada período desse trecho.
b)Os dois períodos são semelhantes quanto à estrutura, isto é, quanto à classificação de suas orações. Imagine que o redator dessa matéria não desejasse repetir
tal estrutura. Como ele poderia reescrever o segundo período?
6. Leia a frase abaixo.
Os patos possuem uma glândula que fica perto da cloaca, que se chama glândula uropigial,
que produz uma secreção que é capaz de tornar as penas impermeáveis à água.
A repetição do pronome relativo torna a leitura da frase confusa. Reescreva-a substituindo duas orações subordinadas adjetivas por adjetivos.
Acredita-se que o primeiro presépio foi feito no século 8, na Igreja Santa
Maria Maggiore, em Roma, onde o próprio papa rezava a missa de Natal. A
tradição, porém, ganhou bastante popularidade depois que, em 1223, São
Francisco de Assis montou o primeiro presépio vivo de que se tem notícia.
Para relembrar o ambiente humilde em que Jesus nasceu, usou um boi e um
asno de verdade, uma manjedoura cheia de feno e alguns camponeses e
pastores pobres de Assis, na Itália.
Marcos Guilherme/ID/BR
7. Copie o trecho a seguir em seu caderno e sublinhe as orações adjetivas.
Revista Galileu, Edição Especial n. 1, São Paulo, Globo, p. 11, nov. 2002.
103
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 103
02/07/14 04:00
LÍNGUA VIVA i
Orações subordinadas adjetivas: generalização e especificação
1. O texto abaixo foi escrito por Juca Kfouri, comentarista esportivo, por ocasião da despedida do tenista Gustavo Kuerten das quadras. Leia-o.
Guga começa a se despedir do tênis hoje, ali pelas 21h, na Bahia,
mais exatamente na Copa do Sauípe, no Torneio Aberto do Brasil.
Seu adversário será o argentino Carlos Berlocq, que acaba de ser quadrifinalista no Aberto de Viña del Mar, no Chile.
O argentino é o favorito e o próprio Guga é quem diz que ganhar ou
perder, agora, não tem mais a menor importância.
Ele quer ter apenas o prazer de jogar, presente que se deu antes de abandonar definitivamente a raquete, encerramento prematuro da carreira por problemas físicos.
Mas carreira que já está para sempre na história do tênis mundial, como tricampeão em Roland Garros.
E carreira do melhor jogador brasileiro de tênis de todos os tempos, o único que
chegou a ser número 1 do mundo e por quase um ano.
Hoje, como ontem e como amanhã, é dia de bater palmas para Gustavo Kuerten,
o Guga, quatro letras como Pelé, como Zico, como Mané, ele que sempre gostou
de ser chamado de Manezinho da Ilha.
Eduardo Knapp/Folhapress
O começo do adeus do Manezinho da Ilha
O jogador de tênis
Gustavo Kuerten.
Fotografia de 2005.
Juca Kfouri. Disponível em: <http://www.blogolhada.com.br>. Acesso em: 4 nov. 2011.
a)O cronista, sem rodeios, anuncia que o jogador argentino Carlos
Berlocq é favorito no jogo contra Guga. Que efeito de sentido essa afirmação pode causar no leitor? Justifique sua resposta.
b)Observe.
“Seu adversário será o argentino Carlos Berlocq, que acaba de ser quadrifinalista no Aberto de Viña del Mar, no Chile.”
“[...] do melhor jogador brasileiro de tênis de todos os tempos, o único que
chegou a ser número 1 do mundo [...]”
É significativo que o texto use orações subordinadas adjetivas para tratar de ambos os jogadores. Qual é a função dessas orações?
c)Como se classifica cada uma dessas orações subordinadas adjetivas?
d)Por que é importante que a crônica explique ao leitor quem é Carlos
Berlocq?
2. Responda com base nos dois trechos acima.
a)Qual é o antecedente da oração “que chegou a ser número 1 do mundo”?
b)Qual é o antecedente da oração “que acaba de ser quadrifinalista”?
c)Qual das duas orações subordinadas adjetivas é sintaticamente indispensável à frase: a que se refere a Carlos Berlocq ou a que se refere a Guga?
d)Que relação se poderia ver entre a importância sintática de cada uma
dessas orações e o valor que o comentarista atribui a cada jogador?
3. Qual é a construção sintática utilizada pelo cronista para indicar a singularidade da carreira de Guga? Em outras palavras: de que modo ele atesta
que não se trata de uma carreira qualquer?
104
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 104
02/07/14 04:00
4. O texto aproxima o tênis do futebol e compara Gustavo Kuerten a alguns
dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos.
a)Qual é o fato linguístico que permite o estabelecimento dessas relações? Através de que tipo de oração ele é expresso no texto?
ANOTE
b)Qual é a importância desses paralelos em um país onde, em comparação ao
futebol, o tênis é um esporte que mobiliza pouco o público e a imprensa?
As orações subordinadas adjetivas podem especificar os termos que as
antecedem e, assim, contribuir para a precisão dos textos.
5. A crônica abaixo foi produzida pelo mesmo autor e divulgada no dia seguinte ao da que você acabou de ler. Atente aos sentidos criados pelas
orações subordinadas adjetivas em destaque.
“Não é que eu não queira jogar mais, é que não consigo mais.”
Mais claro, sincero, franco, impossível.
Era Guga, se dirigindo aos torcedores depois de perder na estreia do
Torneio Aberto do Brasil, na Costa do Sauípe, por 2 a 0, com parciais de
7/5 e 6/1.
O nome do vencedor, um tenista argentino, sinceramente, e sem
nenhum menosprezo, não interessa.
Porque sem que tenha culpa disso, ele é como o forasteiro que ganha o
duelo com o velho xerife já sem forças, por mais que tenha sido o melhor
do oeste, do sul e do norte e do leste.
Guga não consegue mais, depois de ter conseguido ser o número 1 do
mundo por quase uma temporada inteira.
Não entender a dor de Guga, não entender o sofrimento de Guga,
não entender o prazer de Guga, não entender o esforço de Guga e não
entender a despedida de Guga não é só não entender de Guga, é
não entender a vida que, como a de Guga, é repleta de altos e baixos.
A de Guga, aliás, muito mais de altos do que baixos.
Eduardo Martins/A Tarde/Folhapress
“Eu não consigo mais”
O tenista Gustavo Kuerten em
uma entrevista coletiva durante
o Torneio Aberto do Brasil 2008,
Costa do Sauípe (BA).
Juca Kfouri. Disponível em: <http://blogdojuca.blog.uol.com.br>. Acesso em: 9 nov. 2011.
a)Na crônica do dia anterior, o jogador argentino fora apresentado através de uma oração subordinada adjetiva explicativa. Já nesse segundo
momento, o cronista refere-se a ele “como o forasteiro que ganha o
duelo com o velho xerife já sem forças”. Essa oração subordinada adjetiva restritiva singulariza o jogador? Explique sua resposta.
b)Por que se pode afirmar que a oração subordinada adjetiva restritiva “que
ganha o duelo com o velho xerife já sem forças” tem sentido pejorativo?
ANOTE
c)Nesse texto, Guga não é qualificado mediante orações subordinadas adjetivas. Para explicar seu sofrimento, seu prazer, sua despedida, o que
o cronista qualifica é a vida, que é repleta de altos e baixos. Qual é o
efeito criado por essa oração subordinada adjetiva explicativa no texto?
As orações subordinadas adjetivas podem, também, apresentar características genéricas aos termos que as antecedem e, assim, trazer ao texto
opiniões fundamentadas no senso comum.
105
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 105
02/07/14 04:00
Questões de escrita i
Usos de este, esse, aquele
Fernando Gonsales/Acervo do artista
1. Leia.
Fernando Gonsales. Níquel Náusea.
Pronome
este(s)
esta(s), isto
esse(s)
essa(s), isso
aquele(s)
aquela(s),
aquilo
Situação
Uso
Exemplo
no espaço
situa seres e objetos próximos à
primeira pessoa do discurso
Esta caneta que estou usando não
escreve direito.
no tempo
em relação ao momento da fala,
refere-se ao presente
Um ano como este em que estamos será
inesquecível.
no texto
indica uma informação que será
dada ou, entre informações
dadas, a citada por último
Separe estes ingredientes: água e sal.
Detesto chá e café. Este é amargo
demais.
no espaço
situa seres e objetos próximos à
segunda pessoa do discurso
Depois de usar, você pode me emprestar
essa sua caneta?
no tempo
em relação ao momento da
fala, refere-se ao passado e ao
futuro próximos
Todos os anos são especiais. Esse
que está para começar terá suas boas
surpresas.
no texto
indica uma informação que foi
dada
Os italianos comiam macarrão com
especiarias; na China, esse alimento era
uma sopa.
no espaço
situa seres e objetos próximos à
terceira pessoa do discurso
Quando aquele candidato terminar
seu texto, pediremos sua caneta
emprestada.
no tempo
em relação ao momento da
fala, refere-se ao passado e ao
futuro distantes
Minhas melhores lembranças são
daqueles primeiros anos da infância.
no texto
indica, em relação a um par de
informações dadas, a que foi
citada em primeiro lugar
Pão e macarrão levam praticamente os
mesmos ingredientes. Aquele fermenta,
este não.
ID/BR
a)Qual é, provavelmente, a profissão da personagem masculina nessa tira?
Justifique sua resposta.
b)A mulher parece não enxergar bem ou não compreender o que vê. Quais
são os elementos da tira que levam o leitor a essa percepção?
c)O homem parece disposto a solucionar o problema de visão ou de com­
preensão da mulher que se encontra à sua frente? Explique sua resposta.
d)Releia o primeiro quadrinho. O pronome esse está empregado de acordo com a norma-padrão? Por quê?
e)No segundo e no quarto quadrinhos, o pronome esse é substituído por
este. Explique esse uso.
Os pronomes demonstrativos situam os seres, os fatos e as informações
no espaço, no tempo e nos textos. Observe a tabela a seguir.
106
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 106
02/07/14 04:00
2. Leia o trecho seguinte.
No início deste século, as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro fizeram uma
campanha de saúde pública em que se ofereciam 100 réis por cada rato levado
ao incinerador público. Nessa época, o lixo vivia espalhado por todo lado e esses
animais proliferavam em abundância, transmitindo doenças à população.
Francisco Luiz Rodrigues e Vilma Maria Cavinatto. Lixo: de onde vem? Para onde vai? 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2003.
a)A expressão “No início deste século” se refere a que século?
b)Como é possível saber o século a que o texto se refere?
c)Por que o segundo pronome empregado foi o demonstrativo essa?
1. No país do futebol, muitas palavras e expressões cotidianas têm significado
especial quando utilizadas para narrar ou comentar uma partida. Em seu
caderno, tente completar o miniglossário a seguir.
• Amarelar: ficar com medo do adversário e, por isso, jogar mal.
•B
alãozinho (lençol, chapéu): lance de habilidade em que o jogador
chuta a bola sobre o adversário, em trajetória curva, e volta a dominá-la
adiante.
• Catimbar: deixar o jogo lento.
• Chaleira: .
• Dar de trivela: .
• Filó: .
• Onde a coruja dorme: .
• Passar uma bola redonda: .
• Tanque: .
Marcos Guilherme/ID/BR
Glossário futebolístico
2. Quais outros termos você acrescentaria a essa lista? Desafie um colega a
descobrir quem consegue elaborar o vocabulário futebolístico mais extenso.
3. Pelota, gorduchinha e maricota são algumas das palavras que designam a
bola de futebol. Quais outras você conhece?
Fac-símile/Eu
O milagre de Berna. Direção: Sönke Wortmann.
Alemanha, 2003.
O casamento de Romeu e Julieta. Direção: Bruno Barreto.
Brasil, 2004.
O dia em que o Brasil esteve aqui. Direção: Caio Ortiz e João
Dornelas. Brasil, 2005.
ropa Filmes
Filmes
ora
da ed
it
rquiv
o
Fac-símile
O berro impresso das manchetes, de Nelson Rodrigues.
Editora Agir.
Agir/A
Livro
Fac-símile/Buena Vista International
/Prodigo
Filmes
para saber mais
107
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 107
02/07/14 04:00
questões globais
[…] Como ponto positivo, diz-se que a mutação genética poderia
conferir às espécies maior resistência a pragas ou a temperaturas originalmente inadequadas a determinadas culturas, o que tornaria as
lavouras mais produtivas. Como ponto negativo está a atual carência de estudos que possam mensurar as consequências desse uso
para o meio ambiente e a saúde, a perda da biodiversidade – que
poderia interferir no equilíbrio ecológico do planeta – e o possível
aumento do uso de agrotóxicos, já que culturas transgênicas mais
resistentes poderiam dar origem às chamadas “superpragas”.
Revista E, Sesc, n. 11, ano 13, p. 21, maio 2007.
Holger Winkler/Corbis/Latinstock
1. O texto a seguir comenta pontos positivos e negativos dos produtos transgênicos.
Cientista trabalhando em
campo de trigo. Fotografia
de 2005.
a)Dos três pontos negativos destacados no texto, dois estão modificados por orações
adjetivas. Copie-os e as orações que os modificam.
b)A que termos anteriores essas orações se referem?
c)Como se classificam essas orações?
d)Que sentido a pontuação das orações subordinadas adjetivas cria no período?
e)No trecho “Como ponto positivo, diz-se que a mutação genética poderia conferir às
espécies maior resistência a pragas ou a temperaturas originalmente inadequadas a
determi­nadas culturas [...]” há uma oração subordinada adjetiva? Explique sua resposta.
2. Reescreva o período a seguir substituindo a oração destacada pelas sugeridas abaixo,
fazendo os ajustes necessários.
Mesmo antes do “descobrimento”, os indígenas já conheciam a mandioca,
que lhes fornecia o polvilho e a farinha.
a)Eles extraíam o polvilho e a farinha.
R
Fabiana Salomão/ID/B
b)Eles produziam o polvilho e a farinha.
c)O consumo estendeu-se para toda a população.
d)Esteve baseado posteriormente o sustento dos habitantes do Brasil Colônia.
Glauco/Acervo do artista
3. Leia a tira.
Glauco. Folha de S.Paulo, 12 jul. 2005. p. E7.
a)Como o marido reage quando a esposa lhe apresenta o amigo?
b)A atitude dele no último quadrinho está de acordo com essa reação? Explique.
c)Observe as ocorrências da palavra que na tira. Em qual das frases em que aparece,
essa palavra tem a função de pronome relativo?
d)Nessa frase, qual é o antecedente do que?
e)Classifique a oração introduzida pelo pronome relativo que.
108
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 108
02/07/14 04:00
O que você aprendeu neste capítulo
Crônica
esportiva
Reportagem
§§ Abordagem: não costuma apresentar uma abordagem técnica, objetiva;
o que se destaca nesse gênero é a análise. O cronista pode comentar um
fato de modo subjetivo.
§§ Linguagem: tende a ser mais informal do que outros textos jornalísticos,
como a notícia e a reportagem.
§§ Características: na esfera jornalística, a reportagem é um relato mais
abrangente que a notícia. Não se restringe à divulgação de um fato novo;
acrescenta ao fato o trabalho investigativo do repórter, que apura dados e
confronta opiniões de pessoas envolvidas na questão abordada.
Pronome
relativo
§§ Retoma o termo que o antecede, substituindo-o no início da oração seguinte.
§§ Alguns pronomes relativos: que, quem, o qual (e suas flexões), onde, cujo
(e suas flexões).
§§ É um importante recurso de coesão textual.
Orações
subordinadas
adjetivas
§§ Exercem a função sintática de adjunto adnominal de um termo da oração
anterior.
§§ São introduzidas por pronomes relativos.
§§ Classificação das orações subordinadas adjetivas:
• Explicativa: apresenta uma característica que se aplica a todo o conjunto
formado pelo termo antecedente.
• Restritiva: delimita a abrangência do termo antecedente; refere-se a um
subgrupo dentro de um conjunto maior.
§§ A presença e a ausência de sinais de pontuação, como vírgulas e travessões,
separando as orações subordinadas adjetivas criam sentidos diferentes.
Pronomes
demonstrativos
§§ Além do papel de localização no espaço e no tempo, têm importante
função na coesão textual ao referir-se a termos citados no texto.
§§ Usos dos pronomes demonstrativos.
• Este: para referir-se a termos que serão citados adiante.
• Esse: para referir-se a termos que já foram citados.
• No par este/aquele, aquele retoma o primeiro termo que foi citado; este
retoma o último termo que foi citado.
Autoavaliação
Para fazer sua autoavaliação, releia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.
ƒƒ Você gostou mais de escrever crônica esportiva ou reportagem?
ƒƒ Em sua opinião, os textos ficaram melhores após a reescrita?
ƒƒ A apresentação dos textos para a classe teve influência na escrita dos colegas?
ƒƒ Você está mais atento ao emprego dos pronomes relativos em seus textos?
ƒƒ Que dúvidas você ainda tem sobre orações subordinadas adjetivas?
109
2P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 109
02/07/14 04:00
caixa de ferramentas
Você vai realizar uma pesquisa de opinião entre seus colegas sobre o que as alunas e os alunos do 6o e do 9o anos da escola gostam
de ler. O resultado dessa pesquisa poderá ser colocado em um mural
da escola. Com isso, os alunos poderão conhecer um pouco dos hábitos de leitura dos colegas e trocar sugestões de livros.
Antes de coletar os dados para a pesquisa e saber a opinião dos
alunos, você precisa conhecer algumas das etapas da realização desse trabalho. Um dos instrumentos importantes para obter os dados é
a elaboração das perguntas para a pesquisa.
O que é pesquisa de opinião?
Ilustrações: Marcelo d’Salete/
ID/BR
Pesquisa de opinião: preparação de
perguntas para coleta de dados
Essa ferramenta se destina a verificar os conhecimentos ou as impressões que uma
quantidade significativa de pessoas tem em relação a determinado assunto.
Para a realização de uma pesquisa de opinião, o primeiro passo é definir o que você quer
descobrir com a coleta de dados e selecionar o público que será entrevistado.
Em uma pesquisa, é possível aparecer questões fechadas, aquelas em que há um número
restrito de respostas dadas na entrevista, e perguntas abertas, que permitem ao entrevistado responder livremente.
As perguntas fechadas, por conterem respostas previamente definidas, permitem um
mapeamento mais ágil e objetivo das informações e, por isso, são muito empregadas nas
pesquisas de opinião. Uma das maneiras de realizar uma lista de opções de resposta é considerar
que o entrevistado pode não se encaixar nas opções dadas. Nesse caso, os questionários
costumam trazer também as opções “Outros”, “Não opinou” ou “Não respondeu”.
/ID/
lete
Ma
rce
lo d
’Sa
O objetivo de sua pesquisa é identificar quais são os hábitos de leitura das alunas e
dos alunos do 6o e do 9o anos da escola. Para obter tais dados, você deve seguir algumas
etapas de trabalho.
§§ Forme dupla com um colega de classe para elaborar as questões da pesquisa e
coletar os dados com ele.
§§ Combine com o professor o lugar e o dia da coleta de dados.
§§ Determine o público que será entrevistado. Lembre-se de
que entre os entrevistados deve haver alunos do 6o e do
9o anos, do sexo feminino e do sexo masculino.
Nem sempre é possível entrevistar todas as pessoas em uma
pesquisa. Por isso, é comum trabalhar por amostragem.
BR
Sua pesquisa de opinião
Amostragem
As pesquisas de opinião são realizadas por amostragem. Para que o resultado da pesquisa
seja confiável, é necessário selecionar cuidadosamente a amostra. Por exemplo: uma pesquisa
que vise descobrir o grau de fanatismo pelo futebol na população brasileira não pode focar na
entrevista apenas membros de uma torcida organizada.
110
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 110
23/07/14 14:58
No caso da pesquisa de opinião que você vai realizar, leve em conta o total dos alunos do
6o e do 9o anos e estabeleça um número que represente o grupo. Além disso, entre os entrevistados deve haver alunos e alunas, já que essa seleção é importante para que a coleta
de dados seja significativa e representativa. Desse modo, os resultados da pesquisa podem
apontar hábitos de leitura de grupos diferentes; por exemplo, meninos do 6o ou do 9o ano,
meninas do 9o ano, etc.
Elaboração das perguntas
§§ Em
um dia combinado com o professor, a classe vai preparar os questionários que
serão aplicados na pesquisa. As questões devem ser apresentadas à classe, e todos
os alunos devem aplicar o mesmo questionário.
§§ A primeira parte do questionário deve conter questões que identifiquem o perfil dos
entrevistados (idade, ano em que estuda, sexo e outros dados que julgar pertinentes
para sua pesquisa).
§§ A segunda parte deve apresentar questões específicas sobre o tema que você está
pesquisando. Elabore um questionário com perguntas fechadas, isto é, você deve
apresentar alternativas como resposta.
§§ Alguns temas podem orientar a produção das perguntas: gênero preferido pelos
alunos, de quem são as indicações de leitura, acesso aos livros, entre outras
possibilidades de perguntas.
Coleta e apresentação dos dados
ID/BR
dupla deve aplicar o questionário a um número significativo de pessoas
(mínimo de 20).
§§ Em um dia combinado com
Gêneros preferidos
Alunos
o professor, todas as duplas
Narrativas de
do 6o– ano Narrativas
Poemas
HQ
devem levar o resultado de
de humor
aventura
sua pesquisa para a classe.
Meninas
§§ Os dados de cada pergunta
devem ser contados e
Meninos
organizados.
§§ Pode-se construir uma
tabela com o resultado final
da pesquisa. Nessa tabela
devem constar as perguntas
e a quantidade de respostas
o
Gênerospreferidos
preferidos pelos
6o 6ano
Gêneros
pelosalunos
alunosdodo
ano
de cada item. Por exemplo:
14
gêneros mais lidos pelas
o
12
meninas do 9 ano; as
personagens de gibis preferidas
10
pelos meninos do 6o ano, etc.
8
Também se podem construir
6
gráficos com as informações
4
mais importantes da pesquisa.
§§ O resultado da pesquisa, com as
2
tabelas e os gráficos, pode ser
0
Narrativas
Poemas
Narrativas
HQ
colocado em um cartaz,
de humor
de aventuras
que será afixado no mural
Meninas
Meninos
da escola.
ID/BR
§§ Cada
111
3P_VJ_P9_LA_C03_078A111_E15.indd 111
23/07/14 14:58
Download

Caro Professor, nesta amostra, selecionamos um