PRÁTICAS E AÇÕES SUSTENTÁVEIS DA EMPRESA DE TRANSPORTE
COLETIVO DE CAMPO GRANDE, MS
Área Temática: Estratégias Sustentáveis
Tema: Outros Temas Correlatos
1. Introdução
O sistema de transporte coletivo refere-se a um conjunto de linhas que compõem
infraestrutura, ônibus, micro-ônibus, terminais urbanos e equipamentos que permitem ofertar a
população serviços de transporte coletivo (RECK, 2011).
Na capital de Mato Grosso do Sul, a cidade de Campo Grande, são cinco as empresas
privadas responsáveis pela oferta de serviços de transporte coletivo rodoviário, Viação Cidade
Morena (VCM), São Francisco, Campo Grande, Jaguar e Serrana. Das empresas citadas, uma
das maiores e mais reconhecidas é a empresa Viação Cidade Morena (ASSETUR,2015).
Contemporaneamente, ações sustentáveis são propostas para serem meios de configurar
a civilização e atividade humana, de tal forma que a sociedade e suas economias possam
preencher as necessidades de expressão de seu potencial presente, preservando, ao mesmo
tempo, a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir próeficiência na manutenção indefinida desses ideais (LEMOS 2005).
De acordo com dados do 1º Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos
Automotores Rodoviários, levantados pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), apesar do aumento vertiginoso da frota
de veículos no Brasil, estimada em cerca de 36 milhões de veículos, incluindo automóveis,
veículos comerciais leves, ônibus, caminhões e motocicletas, o nível de emissões de gases
poluentes tem caído no País. O inventário indicou que o setor de transportes é o que mais causa
impactos na qualidade do ar, e a modalidade dos rodoviários é responsável por 90% das
emissões de gases poluentes e de CO2 (MMA, 2011).
Com base nessas informações justifica-se a intenção de realização de um estudo de caso
referente à Viação Cidade Morena (VCM), empresa de transporte público da cidade de Campo
Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Atuando desde 1951 na capital, a empresa
(VCM) foi pioneira nesse serviço de transporte público rodoviário, sendo uma das maiores
detentoras da concessão de transportes feita pela prefeitura da cidade, com 23,81% sendo
composto por uma frota de 124 veículos, ajudando a transportar os aproximados trezentos mil
passageiros demandantes deste serviço por dia na capital. Em se tratando de sustentabilidade a
(VCM) demonstra possuir uma consciência em sentido de desenvolver ações para diminuir o
impacto que o transporte público causa ao meio ambiente (ASSETUR, 2015).
Sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto agora como
para um futuro indefinido e que, segundo o Relatório de Brundtland (1987 apud SOBRINHO,
2008), sustentabilidade é suprir as demandas presentes sem afetar a possibilidade de demandas
futuras. O termo original foi desenvolvimento sustentável, um termo adaptado pela Agenda 21
no programa das Nações Unidas. O termo Sustentabilidade é então, usado como um termo
amplo para todas as atividades humanas.
O modelo do autor Carroll (1997 apud BARBIERE; CAJAZEIRA, 2009) e o modelo
em parceria de Carroll e Schwartz (2003) se tornaram referências quanto ao estudo da Teoria
de Sustentabilidade Empresarial. O primeiro modelo diz respeito à definição e os domínios de
Responsabilidade Social Empresarial, que de acordo com a definição do autor, a
Responsabilidade Social das Empresas compreende as expectativas econômicas, legais, éticas
e filantrópicas que a sociedade tem em relação às organizações em dado período. De acordo
com esta definição, as expectativas devem ser atingidas ao mesmo tempo, ou seja, serem
lucrativas, obedecerem às leis, atenderem as expectativas da sociedade.
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O segundo modelo de Carroll e Schwartz (2003) foi um aperfeiçoamento do primeiro,
que deu origem ao modelo dos três domínios da responsabilidade social (RSE), onde os três
domínios criados foram o econômico, o ético e o legal, que foram apresentados em círculo com
o intuito de evitar priorização de domínio e para facilitar a visualização. O domínio econômico
refere-se às atividades voltadas para produzir impactos econômicos positivos, diretos e
indiretos, entendidos como maximização de lucro ou do valor das ações. O domínio ético referese às responsabilidades da empresa diante das expectativas da população em geral e dos
stakeholders relacionados, envolvendo imperativos éticos domésticos e globais. E o domínio
legal refere-se às respostas dadas pela empresa com relação a normas e princípios legais,
podendo ser vistas sobre três grandes categorias, a conformidade legal, as medidas para evitar
litígios e a medida antecipatória às leis.
A Figura 1 ilustra a construção do modelo dos três domínios da responsabilidade social
(RSE).
Fonte: Schwartz & Carroll (2003, p.509).
Figura 1: Modelo dos Três Domínios.
A ideia da criação de um modelo de gestão empresarial é incorporar as dimensões da
sustentabilidade conforme a perspectiva do desenvolvimento sustentável. Como outro exemplo,
o modelo conhecido como triple bottom line (tríplice linha de resultados líquidos) foi
desenvolvido pela empresa de consultoria britânica Sustain-Ability. Esse modelo tornou-se
popular no ambiente empresarial, com o livro Canibals with forks (Canibais com garfo e faca),
publicado em 1997, de John Elkington, um dos sócios da empresa. O autor Elkington
(1997/2001) procura nesse livro responder a seguinte questão: O capitalismo, assim como um
canibal, se tornaria civilizado se usasse garfo? A metáfora do garfo refere-se às dimensões
econômica, social e ambiental da sustentabilidade. Provocante por si só a ideia central do
modelo faz parte dos esquemas de desaglutinação do conceito de desenvolvimento sustentável
com intuito de conceber três dimensões para o âmbito das empresas.
Pelo fato de ações sustentáveis serem retratadas como um tema indispensável no momento
para a sociedade e empresas pensarem o ambiente e seu consequente, adotou-se como problema
de pesquisa a ser analisado: Quais práticas da empresa Viação Cidade Morena se refletem direta
ou indiretamente em ações sustentáveis? Desta forma, o presente estudo tem como objetivo
verificar as práticas da empresa de transporte coletivo Viação Cidade Morena com o intuito de
expor consequências ao ambiente social. Para tanto, versar-se-á a pesquisa em referência a
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teoria de sustentabilidade empresarial dos três domínios da responsabilidade social de Carroll
e Schwartz (2003).
2. Metodologia
A pesquisa terá um caráter exploratório objetivando proporcionar melhor visão e
compreensão do cenário do problema, pois visa investigar uma situação para se obter
conhecimento e compreensão. Será feito o levantamento de experiências e opiniões de atores
que cercam o objeto a ser estudado pelo problema levantado, de tal maneira, terá uma
abordagem qualitativa (MALHOTRA, 2011).
Tratará de um estudo de caso, pois, os dados primários serão obtidos em idas à campo
originados de um caso, o da empresa Viação Cidade Morena. O modelo dos autores Carroll e
Schwartz (2003), será usado como referência para o desenvolvimento da pesquisa a fim de
atender aos objetivos traçados respaldando-a em uma teoria de Sustentabilidade Empresarial.
Quanto a forma de coleta dos dados, os primários oriundos das idas a campo tratadas e
agendadas com o local a ser visitado se darão por um roteiro de entrevistas e visitas a ser
elaborado. Já os secundários serão coletados através de contato direto e indireto com periódicos,
livros, pesquisas e documentos de Estado, assim como a base de dados do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), artigos, teses e dissertações que versem sobre o tema.
3. Resultados e Discussão
Almeja-se com a presente pesquisa conseguir apontar que ações a empresa Viação
Cidade Morena faz que cause (direta) ou gera (indireta) consequências ao ambiente social,
tomando por base a teoria de sustentabilidade empresarial dos três domínios da
responsabilidade social de Carroll e Schwartz (2003).
4. Considerações Finais
Espera-se que esta pesquisa possa contribuir com o acúmulo de conteúdo que reflita o
senso de responsabilidade social para não só com administradores e empresários, mas, para com
o todo social. Espera-se também que esta pesquisa proporcione um feedback em relação a uma
parte das ações e consequências dos serviços de transporte coletivo rodoviário de Campo
Grande, Mato Grosso do Sul.
Referências Bibliográficas
ASSETUR. Associação das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Campo
Grande. Prefeitura de Campo Grande, MS. Disponível em: <http://www.assetur.com.br/>.
Acesso em 19 de Outubro de 2015.
BARBIERI, Jose Carlos; CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis. Responsabilidade Social
Empresarial e Empresa Sustentável. São Paulo: Ed.Saraiva, 2009.
CARROLL, A.; SCHWARTZ, M. Corporate Social Responsibility: A Three-domain
Approach. Business Ethics Quarterly. V. 13, I.4, p. 503-530. 2003.
ELKINGTON, John. Canibais com garfo e faca. Makron Books, 2001.
LEMOS, H. M. A Evolução da Questão Ambiental e O Desenvolvimento Sustentável.
Editora COPPE, Rio de Janeiro, 2005.
MALHOTRA, Naresh. Pesquisa de Marketing: Foco na Decisão. 3 ed. Pearson, 2011.
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MMA, Ministério do Meio Ambiente, Governo do Brasil. 1º Inventário Nacional de Emissões
Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. Secretaria de Mudanças Climáticas e
Qualidade Ambiental, 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/>. Acesso em 19 de
Outubro de 2015.
RECK, Garrone. Apostila de Transporte Público. Departamento de Transportes. UFPR,
2011. Disponível em:
<http://www.dtt.ufpr.br/Transporte%20Publico/Arquivos/TT057_Apostila.pdf>. Acesso em
19 de Outubro de 2015.
SOBRINHO, Carlos Aurélio. Desenvolvimento Sustentável: Uma Análise a Partir do
Relatório Brundtland. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. UNESP - Marília,
Março de 2008.
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