RESUMO A presença da osteoporose leva à fragilidade óssea e ao conseqüente risco de fraturas. Estima-se que em torno de 30% das mulheres brasileiras, com idade entre 50 e 70 anos, terão fraturas por causa deste mal, relacionadas à menopausa e à hereditariedade. Alendronato é um bisfosfonato bem indicado para seu tratamento, e indicação médica adequada evita problemas secundários. O refluxo gastroesofágico pode ser considerado patológico, é a DRGE, provocando sintomas e/ou lesões. Pacientes em tratamento para osteoporose, com RGE e manifestações relacionadas à DRGE, devem ser monitorados. Este estudo transversal teve como objetivo identificar a presença de DRGE e alterações vocais em mulheres pós-menopausadas com osteoporose, que fazem uso de bisfosfonato oral alendronato, em relação àquelas que não fazem uso deste medicamento. Foram avaliadas 118 mulheres pós-menopausadas, 59 em uso de alendronato oral, para grupo caso, e 59 para grupo controle. A população foi composta por mulheres com idade entre 52 e 85 anos, cuja Média=66,877,78 anos, p=0,0073*; e Índice de Massa Corpórea apresentou Média=27,384,63. As manifestações típicas para DRGE consideradas foram regurgitação, azia/pirose e/ou esofagite, mais presente no grupo caso (52; 88,14%), em relação ao grupo controle (46; 77,97%), com OR=2,09, e OR=2,56 ajustada pela idade. E manifestações atípicas associadas à presença de DRGE, com diferenças significativas, foram globus faríngeo (50; 51,02%), disfagia (32; 32,65%), desconforto nas vias aéreas superiores (19; 19,39%) e odinofagia (17; 17,35%), com p=0,010*, p=0,041*, p=0,030* e p=0,025*, respectivamente. Em relação à presença de alterações na voz, também foi mais percebida no grupo caso (53; 89,83%), em relação ao grupo controle (43; 72,88%), com p=0,022 * e OR=4,40 ajustada pela idade. Das alterações vocais mais percebidas entre os grupos foram rouquidão (85; 72,03%), fadiga vocal (42; 35,59%), e dificuldade para falar (27; 22,88%). Em geral, os resultados e diferenças significativas entre os grupos, nos leva a considerar que o alendronato oral pode ser considerado fator agravante para DRGE, que já pode estar pré-existente. E consequentemente à DRGE, ou diretamente, isto é, com atuação direta do medicamento na região orofaríngea, mais alterações na voz. Palavras-chave: Voz, Refluxo Gastroesofágico, Alendronato, Bisfosfonato. ABSTRACT The presence of osteoporosis leads to bone fragility and a consequent risk of fractures. It is estimated that around 30% of Brazilian women, aged between 50 and 70 years, have fractures because of this evil, related to menopause and heredity. Alendronate is a bisphosphonate well indicated for the treatment, and adequate medical indication avoids secondary problems. Gastroesophageal reflux can be considered pathological, it’s a GERD, causing symptoms and/or lesions. Patients being treated for osteoporosis, with gastroesophageal reflux and GERD related manifestations, should be monitored. This cross-sectional study aimed to identify the presence of GERD and vocal changes in postmenopausal women with osteoporosis who use oral bisphosphonate alendronate, compared to those who do not use this medicine. Were evaluated 118 postmenopausal women, 59 taking oral alendronate, for the case group, and 59 in the control group. The population consisted of women aged 52 to 85 years, whose Average=66.877.78 years, p=0.0073*; and Body Mass Index which was presented Average=27.38 4.63. The manifestations typical for GERD considered were regurgitation, heartburn/pyrosis and/or esophagitis, more present in the case group (52; 88.14%), compared to the control group (46; 77.97%), with OR=2.09 and OR=2.56 adjusted for age. And atypical manifestations associated with the presence of GERD, with significant differences, were pharyngeal globus (50; 51.02%), dysphagia (32; 32.65%), discomfort in the upper airways (19; 19.39%) and odynophagia (17; 17.35%), with p=0.010*, p=0.041*, p=0.030* e p=0.025*, respectively. Regarding the presence of voice changes, was also perceived more in case group (53; 89.83%) compared to the control group (43; 72.88%), p=0.022* and OR=4.40 adjusted for age. Of the perceived vocal changes between groups were hoarseness (85; 72.03%), vocal fatigue (42; 35.59%), and difficulty speaking (27; 22.88%). In general, the results and significant differences between groups, leads us to consider that oral alendronate can be regarded as an aggravating factor for GERD, which can already be pre-existing. And consequently to GERD, or directly, that is, with direct action of the drug in the oropharyngeal region, most voice changes. Keywords: Voice, Gastroesophageal Reflux, Alendronate, Bisphosphonate.