ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENG03108 – MEDIÇÕES TÉRMICAS
MATRIZ TUBULAR ALTERNADA COMO ELEMENTO ACUMULADOR DE CALOR,
MEDIÇÃO DE VAZÃO UTILIZANDO UM VENTURI E CALIBRAÇÃO DE UM NTC
PARA MEDIDAS DE TEMPERATURA.
ISMAEL JORGE MOLZ - 206842
JAIR GLAUCCO GONZATTI VIDALETTI - 206841
Professores: Paulo Smith Schneider e Letícia Jenisch Rodrigues
Porto Alegre
Dezembro 2014
Sumário
Lista de Figuras.............................................................................................................................................. 3
Lista de Tabelas ............................................................................................................................................. 3
Lista de Símbolos .......................................................................................................................................... 4
Resumo ......................................................................................................................................................... 5
Abstract ......................................................................................................................................................... 6
1.
Introdução............................................................................................................................................. 7
2.
Revisão Bibliográfica ............................................................................................................................. 7
3.
Fundamentos ........................................................................................................................................ 8
4.
5.
3.1.
TUBOS ALTERNADOS (INCROPERA) .............................................................................................. 8
3.2.
VENTURI ........................................................................................................................................ 9
3.3.
SENSORES DE TEMPERATURA ..................................................................................................... 12
Metodologia ....................................................................................................................................... 13
4.1.
Acumulador de calor ................................................................................................................... 15
4.2.
Venturi ........................................................................................................................................ 16
4.3.
Termômetro de resistência elétrica, NTC. .................................................................................. 17
Resultados ........................................................................................................................................... 18
5.1.
Acumulador de Calor .................................................................................................................. 18
5.2.
Venturi ........................................................................................................................................ 19
5.3.
Medidor de temperatura, NTC. .................................................................................................. 19
6.
Conclusões .......................................................................................................................................... 21
7.
Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 22
2
Lista de Figuras
Figura 3.1. 1. Esboço de uma matriz tubular em escoamento cruzado. ........................................... 8
Figura 3.1. 2. Condições de escoamento em tubos (a) alinhados e (b) alternados. ....................... 9
Figura 3.2. 1. Venturi clássico com diagrama de pressões [Fonte: Viana, 1999]. ......................... 10
Figura 3.2. 2. Venturi utilizado para medição de vazão com análise dos pontos 1 e 2. ............... 11
Figura 3.2. 3. Manômetro em U para medidas de diferença de pressão. ....................................... 12
Figura 4. 1. Esquema de montagem da bancada experimental [Edital de trabalho final, 2014-2].
.................................................................................................................................................................... 14
Figura 4.1 1. Distribuição da temperatura causada pelo acumulador na seção de ensaio,
simulada no software Fluent. ................................................................................................................. 15
Figura 4.1 2. Vista superior da matriz tubular alternada utilizada para o acumulador. ................. 16
Figura 4.2. 1. Venturi construído para medição de vazão. ................................................................ 17
Figura 4.3. 1. Medidor de temperatura utilizando um NTC 10 K. ..................................................... 18
Figura 5.3. 1. Curva de Calibração do NTC, com a equação ajustada. .......................................... 20
Figura 5.3. 2. Curva de Operação do NTC, com a equação ajustada. ........................................... 20
Lista de Tabelas
Tabela 5.2. 1. Calibração do medidor de temperatura, NTC, por comparação com um PT100. 19
3
Lista de Símbolos
𝑁𝑒: Número de Nusselt [adimensional]
𝑅𝑒: Número de Reynolds [adimensional]
Pr: Número de Prandtl [adimensional]
p: Pressão estática [Pa]
𝜌: massa específica [kg/m³]
𝑉: velocidade [m/s]
g: aceleração da gravidade = 9,81 [m/s²]
z: dimensão de cota [m]
𝑝1 : pressão estática no ponto 1 [Pa]
πœŒπ‘Žπ‘Ÿ : massa específica do ar [kg/m³]
𝑉1 : velocidade no ponto 1 [m/s]
𝑝2 : pressão estática no ponto 2 [Pa]
𝑉2 : velocidade no ponto 2 [m/s]
𝐴1 : área transversal ao escoamento no ponto 1 [m²]
𝐴2 : área transversal ao escoamento no ponto 2 [m²]
d: diâmetro da seção transversal ao escoamento [m]
πœŒπ‘šπ‘Žπ‘› : massa específica do fluido manométrico [kg/m³]
βˆ†β„Ž: diferenças de altura entre as colunas do fluido manométrico [m]
R: resistência elétrica [Ω]
T: temperatura [°C]
4
Resumo
O trabalho se trata da construção de um acumulador de calor de 1000 g com
limites inferior e superior de 950 g e 1050 g respectivamente, em que se procura uma
geometria que proporcione o menor tempo de resposta para um regime de acumulação
e descarga de energia térmica (calor) possível, quando submetido a uma corrente
forçada de ar, a temperatura prescrita. A alternativa escolhida são tubos feitos de
resina Poliéster Cristal dispostos alternadamente sobre uma placa de papelão. Além
disso, foram construídos um Venturi, para a medição de vazão, utilizando garrafas pet,
tubos de PVC e tubos metálicos para as tomadas de pressão, e um medidor de
temperatura utilizando um sensor NTC 10 K, o qual foi calibrado por comparação com
um PT100, com curva de operação já conhecida. O acumulador à temperatura
ambiente com a massa definida não se mostrou relevante para a diminuição da
temperatura do escoamento de ar em relação à abertura da tampa da seção de ensaio.
O Venturi não pode ser testado devido a problemas no manômetro utilizado para as
tomadas de pressão, do Laboratório de Ensaios Térmicos e Aerodinâmicos LETA. Para
o sensor de temperatura foi obtida uma curva de operação que se mostrou eficiente
quando utilizada na prática.
Palavras-chave: Venturi, medidor de vazão, NTC, medidor de temperatura, acumulador
de calor, Resina Poliéster Cristal, tubos alternados.
5
Abstract
The work is about the construction of a heat accumulator with 1000 ± 50 g of
mass, which geometry must provide the lowest response time possible for an
accumulation and discharge of thermal energy system when submitted to a forced air
flow at a prescribed temperature. The alternative chosen are tubes made of Crystal
Polyester Resin arranged alternately on a cardboard plate. Furthermore, a Venturi was
built, as a flow meter, using plastic bottles, PVC tubes and metal tubes for the pressure
outtakes, as well as a temperature meter using a NTC 10K sensor, which was
calibrated by comparison with a PT100, with operation curve already known. At
environment temperature, the heat accumulator with defined mass showed itself as
irrelevant for the reduction of the air flow temperature when in comparison with the
reduction caused by the opening of the lid of the test section. The Venturi could not be
properly tested due to problems in the manometer used for the pressures outtakes of
the Laboratory of Thermal and Aerodynamic Tests, LETA. For the temperature sensor
was obtained an operation curve which showed itself efficient when applied in real
situations.
Key-words: Venturi, flow meter, NTC, temperature meter, heat accumulator, crystal
polyester resin, alternated tubes.
6
1. Introdução
Acumuladores de calor são elementos que têm a função de armazenar energia
térmica e posteriormente liberá-la conforme o propósito para qual ele foi construído.
Medidores de vazão tem como objetivo medir a vazão de um escoamento interferindo o
mínimo possível no mesmo, bem como medidores de temperatura.
O trabalho proposto teve três objetivos. O principal foi construir um elemento
acumulador que liberasse a energia armazenada rapidamente. Junto a ele foram
construídos um medidor de vazão, procurando obter a menor perda de carga possível,
e um medidor de temperatura, visando-se a obtenção de uma curva de calibração
precisa o suficiente para a execução de medidas precisas no experimento.
Os parâmetros e restrições que serviram de base para a execução desse projeto
foram disponibilizados aos alunos da disciplina de Medições Térmicas da UFRGS em
forma de edital, permitindo a livre concorrência dentro dessas regras e estimulando a
busca pela criatividade e eficiência. Foram necessários os conhecimentos de
fenômenos de transferência de calor e mecânica dos fluidos para a elaboração do
projeto e fabricação dos equipamentos.
2. Revisão Bibliográfica
Silaipillayarputhur e Idem, 2013, propuseram matrizes tubulares em um
escoamento cruzado e permanente, utilizando os conceitos de efetividade local,
balanço de energia e NUT para prever o desempenho térmico do modelo. A geometria
foi validada utilizando a abordagem P-NUT e o método de Domingos.
Huang e Van Sciver, 1996, utilizaram dois Venturis idênticos de 2,29 mm de
garganta e 4,57 mm de diâmetro interno conectados em série para medir a vazão de
um escoamento bifásico de gás Hélio. O desempenho desses medidores pode ser
descrito como homogêneo apesar da orientação do escoamento, mostrando que este
método leva a pequenas perdas de carga quando comparado a outros tipos de
medidores mecânicos.
7
3. Fundamentos
Para a correta compreensão desse trabalho devem-se conhecer três
fundamentos principais. São eles: trocador de calor com tubos alternados, medição de
vazão utilizando Venturi e medição de temperatura com sensores NTC e PT100.
3.1.TUBOS ALTERNADOS (INCROPERA)
O escoamento cruzado em matrizes tubulares é relevante em inúmeras
aplicações industriais, tais como geração de vapor em uma caldeira ou resfriamento de
ar na serpentina de um condicionador de ar. O arranjo geométrico é mostrado
esquematicamente na Figura 3.1.1.
Figura 3.1. 1. Esboço de uma matriz tubular em escoamento cruzado.[INCROPERA,
2008]
O coeficiente de transferência de calor associado a um tubo é determinado pela
sua posição na matriz, porém, geralmente, deseja-se conhecer o coeficiente de
transferência de calor médio para a totalidade da matriz tubular e para isso utilizam-se
correlações para o número de Nusselt médio [INCROPERA, 2008].
8
Μ…Μ…Μ…Μ…
𝑁𝑒 = 𝑁𝑒(𝑅𝑒, Pr)
(Eq. 3.1.1)
Para o arranjo alternado a trajetória do escoamento principal é mais tortuosa do
que em uma configuração alinhada dos tubos, e uma maior porção da área superficial
dos tubos a jusante permanece nessa trajetória, permitindo uma maior troca de calor
entre o fluido e os tubos [INCROPERA, 2008].
Figura 3.1. 2. Condições de escoamento em tubos (a) alinhados e (b) alternados.
[INCROPERA, 2008]
3.2. VENTURI
São medidores com o melhor desempenho entre os seus similares, na categoria
de medidores de obstrução. São os que provocam a menor perda de carga permanente
9
na medida, portanto os menos intrusivos. A Figura 3.2.1 apresenta uma construção
típica desse instrumento [SCHNEIDER, 2012].
Figura 3.2. 1. Venturi clássico com diagrama de pressões [Fonte: Viana, 1999].
O equacionamento para medidores de vazão atuando em escoamentos
incompressíveis busca estabelecer uma relação entre a vazão e a diferença de pressão
medida a montante e na menor seção do Venturi (garganta). A equação de Bernoulli
aplicada a um fluido escoando ao longo de uma linha de corrente é dada por:
1
𝑝 + 2 . 𝜌. 𝑉² + πœŒπ‘”π‘§ = 𝑐𝑑𝑒
(Eq. 3.2.1)
10
Porém, como não há diferença de altura neste medidor, é possível simplificar a
equação anterior através da eliminação do termo potencial. Ainda é possível assumir
que se trata de um escoamento incompressível (massa específica constante). Tendo
essas informações em mente, tomam-se dois pontos de observação 1 e 2, sendo 1 a
montante do Venturi e 2 na sua menor seção, como na figura a seguir, obtendo-se:
Figura 3.2. 2. Venturi utilizado para medição de vazão com análise dos pontos 1 e 2.
1
1
𝑝1 + 2 . πœŒπ‘Žπ‘Ÿ . 𝑉12 = 𝑝2 + 2 . πœŒπ‘Žπ‘Ÿ . 𝑉22
(Eq. 3.2.2)
É importante dizer que esse equacionamento só é válido para as condições de
escoamento permanente, incompressível, ao longo de uma mesma linha de corrente,
sem atrito, sem diferença de cota z e com velocidade uniforme ao longo dos pontos de
observação 1 e 2. Sendo essas condições respeitadas, a equação da continuidade é
dada por:
𝑉1 . 𝐴1 = 𝑉2 . 𝐴2
(Eq. 3.2.3)
Sabendo que a área da seção transversal ao escoamento é:
𝐴=
πœ‹.𝑑²
4
(Eq. 3.2.4)
Conhecendo as equações acima se devem buscar os dados necessários para o
cálculo da vazão, ou seja, a diferença de pressão entre 1 e 2. Para isso um manômetro
deve ser conectado nos pontos 1 e 2 para medir essa diferença de pressão estática,
através da equação mostrada a seguir:
11
𝑝1 βˆ’ 𝑝2 = πœŒπ‘šπ‘Žπ‘› . 𝑔. βˆ†β„Ž
(Eq. 3.2.5)
Figura 3.2. 3. Manômetro em U para medidas de diferença de pressão.
Com a combinação dessas equações, sabendo a massa específica do fluido
manométrico e do fluido em escoamento, os diâmetros das seções onde estão
localizados os pontos 1 e 2 e a relação entre as velocidades 1 e 2, é possível chegar a
um valor de vazão em m³/s.
3.3.SENSORES DE TEMPERATURA
Tanto o NTC quanto o PT100 são sensores de temperatura de resistência
elétrica. São elementos que apresentam variação da sua resistência elétrica em função
da variação da temperatura do meio ao qual eles são submetidos. A leitura de
temperatura feita através destes sensores é realizada a partir de uma curva de
calibração, onde cada valor de temperatura, já conhecida, corresponderá a um valor de
resistência elétrica. Para a obtenção da curva de calibração alguns processos são
necessários.
Primeiramente deve-se construir um aparato físico capaz de produzir variações
controladas de temperatura de um fluido. Também se deve ter um elemento sensor já
12
calibrado com sua curva de operação conhecida. Por utilizar outro elemento para a
calibração do sensor, denomina-se esse tipo de calibração de calibração por
comparação.
Para executar a calibração por comparação, monta-se uma tabela de
correspondências de valores da variável dependente R em função da independente
Tcalibração. Adquiridas as resistências elétricas medidas pelo sensor a ser calculado e
as respectivas temperaturas obtidas através do sensor padrão com suas curvas já
conhecidas, identifica-se uma equação de ajuste desses dados levantados. Ao fim
deste processo teremos duas curvas: de calibração e de operação, sendo a de
calibração 𝑅 = 𝑓(π‘‡π‘π‘Žπ‘™π‘–π‘π‘Ÿπ‘Žçãπ‘œ) e a de operação π‘‡π‘šπ‘’π‘‘π‘–çãπ‘œ = 𝑓(π‘…π‘™π‘–π‘‘π‘Ž).
Vale ressaltar que o PT100 é um sensor com comportamento linear, já o NTC
não é linear e a variação de sua resistência é inversamente proporcional a da
temperatura. Sempre é preferível usar sensores lineares, pela facilidade e obtenção de
melhores resultados.
4. Metodologia
A instrumentação construída, bem como o elemento acumulador, deverão ser
dispostos em suas respectivas posições na bancada experimental apresentada na
figura a seguir.
13
Figura 4. 1. Esquema de montagem da bancada experimental [Edital de trabalho final,
2014-2].
Toda a tubulação da bancada experimental é de PVC com diâmetro de 100 mm,
incluindo as luvas de conexão. Pode-se perceber que devido à dimensão do diâmetro,
entre todos os instrumentos de medição tem-se 1 m de tubulação, ou seja, 10 vezes o
diâmetro da tubulação, comprimento necessário para que esteja garantido o
escoamento completamente desenvolvido quando chegar às instrumentações.
Explicado o dimensionamento da tubulação, é possível seguir para o
funcionamento da bancada. Ar ambiente é admitido de forma forçada por um ventilador
(1). Sua vazão é medida por uma placa de orifício do LETA (2) e, após 1 m de tubo,
pelo Venturi desenvolvido pelo grupo para esse projeto (3). O Venturi é conectado à
tubulação por meio de duas luvas. O ar segue para o aquecedor (4) que eleva a sua
temperatura para cerca de 70 °C. A temperatura e a pressão estática são lidas em (5)
com instrumentos do LETA. O ar é injetado na seção de ensaio (6) que possui as
dimensões internas: comprimento 46 cm, largura 30 cm e altura 15,5 cm. Nessa seção
o elemento acumulador é posicionado para o ensaio. Posterior a essa seção a
temperatura e a pressão estática do escoamento são lidas novamente com
instrumentos do LETA (7). O instrumento medidor de temperatura desenvolvido pelo
grupo para esse ensaio é instalado em (8).
14
4.1. Acumulador de calor
O primeiro elemento desenvolvido a ser visto é o acumulador de calor. O
acumulador construído é de Resina Poliéster Crital solidificada com o auxílio de um
catalisador e possuí massa de 1000 g com limites inferior e superior de 950 g e 1050 g,
respectivamente.
Tendo em vista que se procura uma geometria que proporcione o menor tempo
de resposta para um regime de acumulação e descarga de energia térmica (calor)
possível, quando submetido a uma corrente forçada de ar, a temperatura prescrita, a
alternativa escolhida são tubos dispostos alternadamente sobre uma placa de papelão.
Simulou-se no software Fluent, a geometria do acumulador escolhida, para
simples análise do comportamento do escoamento de ar sobre o acumulador, assim
como a variação da temperatura que este acumulador proporcionaria teoricamente.
Figura 4.1 1. Distribuição da temperatura causada pelo acumulador na seção de
ensaio, simulada no software Fluent.
Para a construção do acumulador usou-se tubos de PVC com diâmetro de 25
mm, tampas para tubos de PVC com diâmetro de 25 mm, duas placas de isopor, um
15
recipiente de polímero, silicone e uma placa de papelão. Os tubos foram cortados com
comprimento de 15 cm, tampados e posicionados nas placas de isopor previamente
furadas para mantê-los em pé ao longo da reação química da resina. A quantidade de
resina calculada para preencher esses tubos foi vazada dentro do recipiente de
polímero e, junto a ela, foi adicionado o catalisador (aproximadamente 2% do volume
de resina). A resina e o catalisador foram misturados por cerca de dois minutos e essa
mistura vazada dentro dos 15 tubos de PVC. Após 3 horas, os elementos de resina
foram desmoldados e a eles foi dado o devido acabamento superficial com lixa. Os
tubos de resina foram colados com silicone na placa de papelão com a disposição que
pode ser vista na Figura 4.1.2.
Figura 4.1 2. Vista superior da matriz tubular alternada utilizada para o acumulador.
4.2. Venturi
O próximo elemento a ser visto é o Venturi construído, utilizado para a medição
da vazão do escoamento. Para sua fabricação foram utilizados dois pedaços de tubo
de PVC com diâmetro de 100 mm, duas garrafas PET de 2 l, uma luva para tubos de
PVC com diâmetro de 25 mm, durepoxi e tubos metálicos de cabos de televisão.
Primeiramente furou-se, com o auxílio de um parafuso quente, um tubo de PVC
e a luva para instalar em cada um desses furos um tubo metálico, que serão utilizados
16
para as medidas de pressão estática nesses pontos. Esses foram fixados usando
durepoxi. As garrafas de 2 l tiveram suas partes inferiores retiradas, permanecendo
somente a parte em forma de funil, e suas roscas serradas e posteriormente lixadas.
Os bicos das partes remanescentes das garrafas foram posicionados um de cada lado
da luva de 25 mm e fixados usando durepoxi ajudando também na vedação. O outro
lado das garrafas, com diâmetro maior, foi fixado nos tubos de PVC com diâmetro de
100 mm utilizando durepoxi, auxiliando também na vedação. O resultado pode ser visto
na Figura 4.2.1 a seguir.
Figura 4.2. 1. Venturi construído para medição de vazão.
4.3. Termômetro de resistência elétrica, NTC.
O instrumento medidor de temperatura foi construído utilizando um NTC 10 K, 1
m de fio de cobre 3 mm, um pedaço de tubo de PVC com diâmetro de 100 mm, fita
isolante líquida e durepoxi. Cada saída do NTC foi soldada com estanho a um pedaço
de fio de cobre com comprimento de 50 cm. A junção entre o NTC e os fios foi isolada
com o auxílio de fita isolante líquida. O sensor foi levado para o laboratório (LETA) para
ser calibrado.
A calibração foi feita com o auxílio de um PT100 disponibilizado pelo laboratório
junto com a sua curva de calibração. Aqueceu-se água e encheu-se uma garrafa
térmica até aproximadamente 1/3 de sua capacidade. Dentro dessa garrafa foram
posicionados o NTC e o PT100 submersos em água. A outra extremidade dos
sensores foi ligada a multímetros para medir suas resistências. Esperou-se a
estabilização das resistências medidas pelos multímetros e esses valores foram
17
anotados. Após isso, colocou-se uma xícara de chá com água à temperatura ambiente
dentro da garrafa térmica. Novamente esperou-se a estabilização das resistências e
anotaram-se esses valores. Esse processo foi repetido até obter-se 12 pontos. A
temperatura foi calculada a partir das informações do PT100 e, com as temperaturas e
as resistências do NTC foram construídas as curvas de calibração e operação.
O tubo de PVC foi furado, também com o auxílio de um parafuso quente e,
dentro do furo, foi colocado o NTC. Após posicionar o sensor no centro do tubo de
PVC, esse foi fixado usando durepoxi, auxiliando também na vedação do tubo. Esses
elementos foram levados ao laboratório LETA para serem testados e ensaiados.
Figura 4.3. 1. Medidor de temperatura utilizando um NTC 10 K.
5. Resultados
5.1. Acumulador de Calor
No ensaio com o acumulador na seção de teste, foi observado que a maior
variação de temperatura ocorreu durante a abertura da tampa da seção, visto que o
acumulador estava à temperatura ambiente e não resfriado como será no momento da
18
avaliação. Com isso a constante de tempo que seria obtida neste ensaio não
expressaria efeito algum do acumulador construído.
5.2. Venturi
O resultado para a medição de vazão testada no Laboratório de Ensaios
Térmicos e Aerodinâmicos LETA, foi prejudicado por um problema no manômetro para
a medição de pressão, do próprio laboratório, ocorrido no dia 12/12 às 13 h, horário
marcado para o ensaio do grupo. Sendo assim não foi possível a comparação das
vazões medidas pelo laboratório através da placa de orifício e pelo Venturi construído
pelo grupo.
5.3. Medidor de temperatura, NTC.
Leitura RP T 10 0 (Ω) RN T C (kΩ)
1
131,03
1,1492
2
127,32
1,6395
3
124,7
2,137
4
122,81
2,555
5
121,59
2,8606
6
120,17
3,2995
7
119,1
4,013
8
118,5
4,203
9
117,45
4,719
10
116,75
5,055
11
116,4
5,245
12
109,28
11,062
TP T 10 0 (°C)
78,865053
69,348532
62,62797
57,779931
54,650509
51,008067
48,26341
46,72435
44,030995
42,235425
41,33764
23,074128
Tabela 5.2. 1. Calibração do medidor de temperatura, NTC, por comparação com um
PT100.
19
Figura 5.3. 1. Curva de Calibração do NTC, com a equação ajustada.
Figura 5.3. 2. Curva de Operação do NTC, com a equação ajustada.
As curvas ajustadas com os dados obtidos na calibração do sensor de
temperatura NTC, foram obtidas através do software CurveExpert 1.4.
20
6. Conclusões
Baseado nos resultados apresentados é possível afirmar que o acumulador não
causou variações significativas na temperatura do escoamento quando comparado à
outros fatores que estavam agindo sobre a mesma.
Não foi possível executar medidas de vazão com o Venturi construído, pois o
manômetro utilizado não possuia comprimento suficiente para o líquido manométrico
percorrer e mostrar a diferença de altura, fazendo com que, ao conectarmos as
entradas do manômetro nos pontos definidos do Venturi, ocorresse vazamento de
líquido manométrico pelas mangueiras.
Os medidores de temperatura construídos com o auxílio de sensores do tipo
NTC apresentaram calibração suficientemente precisa, o que foi comprovado quando
comparado com as temperaturas medidas pelo PT100 calibrado posicionado na
bancada para esse propósito.
21
7. Referências Bibliográficas
SCHNEIDER, P. S., 2012, Medição de Pressão em fluidos. Departamento de
Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Disponível no site http://143.54.70.55/medterm/pressaovazao.html.
SCHNEIDER, P. S., 2012, Medição de Velocidade e Vazão de fluidos. Departamento
de Engenharia Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
Disponível no site http://143.54.70.55/medterm/pressaovazao.html.
SCHNEIDER, P. S., 2012, Termometria e Psicrometria. Departamento de Engenharia
Mecânica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponível no site
http://143.54.70.55/medterm/temperatura.html.
INCROPERA, F. P., Fundamentos de Transferência de Calor e Massa, 6ª ed., 2008.
SILAPILLAYARPUTHUR, K; IDEM, S. A General Matrix Approach to Model SteadyState Performance of Cross-Flow Heat Exchangers. Heat transfer Engineering. 34,
4, 338-348, Feb. 2013. ISSN: 01457632.
HUANG, X; VAN SCIVER, S.W. Performance of a Venturi Flow Meter in TwoPhased Helium Flow. Cryogenics. 34, 4, 303-309, Apr. 1996. ISSN: 00112275.
22
Download

Construção e ensaio de um elemento acumulador