vitória Ano VIII • Nº 11 • Novembro de 2013 Revista da Arquidiocese de Vitória - ES Vida e morte: a dor pela perda de um filho Atualidade Privacidade, você tem? Liturgia A santificação das horas Entrevista Pe. Wladimir Porreca vitória Revista da Arquidiocese de Vitória - ES Ano VIII – Edição 11 – Novembro/2013 Publicação da Arquidiocese de Vitória Pensar Diálogos o particular e o universal Micronotícias 12 Entrevista 14 somos Liturgia 18 Espiritualidade 21 Cicloturismo e câncer no ar Padre Wladimir Porreca 8 atualidade Privacidade, você tem? 5 6 A santificação das horas Irmã morte Comunidade de comunidades 22 Cristo Rei do Universo 24 Caminhos da Bíblia 28 Aspas Especial 30 31 Projeto 32 Prática do Saber 36 Reflexões 38 Arquivo e Memória 39 Ensinamentos 40 Cultura Capixaba 42 Designer Albino Portella Acontece 44 Impressão Gráfica 4 Irmãos (27) 3326-1555 Uma palavra que aquece e ilumina Arte Sacra O sacrário As CEBs capixabas e o pensamento pastoral do Papa Francisco Casa Marista de semiliberdade Publicidade para crianças e consumismo O anúncio do anjo A criação do Copav Creio na ressurreição dos mortos 34 Ideias Um encanto vai se desfazendo Bispos Auxiliares Dom Rubens Sevilha Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias Reportagem Vida e morte, a dor pela perda de um filho 17 Arcebispo Metropolitano Dom Luiz Mancilha Vilela Sepulturas Transversais Encerramento do ano da fé Editora Maria da Luz Fernandes / 3098-ES Repórter Letícia Bazet / 3032-ES Colaboradores Alessandro Gomes Dauri Batisti Gilliard Zuque Giovanna Valfré Edebrande Cavalieri Vander Silva Revisão de texto Yolanda Therezinha Bruzamolin Publicidade e Propaganda [email protected] Telefone: (27) 3198-0850 Fale com a revista vitória: [email protected] Projeto Gráfico e Editoração Comunicação Impressa (27) 3319-9062 Ilustradores ¶ Kiko, · Gabriel ASSINATURA Faça a assinatura anual da Revista e receba com toda tranquilidade. Ligue para 3198-0850 youtube.com/mitraaves @arquivix PARA ANUNCIAR Associe a marca de sua empresa ao projeto desta Revista e seja visto pelas lideranças das comunidades. Ligue para (27) 3198-0850 ou comercial@redeamericaes. com.br facebook.com/arquivix A sua participação enriquece a Revista Vitória. Envie opiniões sobre as matérias publicadas e sugestões de pauta para [email protected] w w w. a v e s . o r g . b r fale com a gente editorial A vida é cíclica E stamos para iniciar um novo ciclo litúrgico e logo em seguida chega o novo ano. A vida é assim, cíclica, mesmo quando parece novidade, o que também não deixa de ser verdade, pois os ciclos nunca se repetem de maneira idêntica. Esta edição fala de vida e de morte, de individualidade e coletividade, de organização eclesial e de política, de Bíblia, de tradições... enfim, de vida com todas as suas complexidades e nuances e, propõe um olhar diferente para o dia contemplando nele a riqueza da vida de fé pela santificação das horas. Na vida litúrgica as horas do dia remetem-nos para a história da salvação, para os momentos marcantes da vida de Jesus: Santa Ceia, Crucificação, Morte, Ressurreição e Pentecostes. Se a história da salvação pode ser compreendida nas horas de um dia é porque os ciclos da vida sempre voltarão de forma nova, isto é, jamais serão vividos da mesma forma. A memória da história da salvação em um dia, também significa que os ciclos da vida acontecem de maneira consecutiva ou simultânea e o mais importante é, em cada hora, quando os acontecimentos surgem, acordar para eles e santificar cada momento. Maria da Luz Fernandes Editora pensar Paula Mendes Fotografias diálogos O Particular e o Universal ou Pessoa e Comunidade A tualmente, a tendência das pessoas, de maneira geral, é a valorização do indivíduo. Nesta preocupação com o particular corre-se o risco de chegar a um fechamento perigoso para o desenvolvimento pessoal ao querer defender sua individualidade do mundo exterior, mesmo que, em princípio, seja legítimo e correto. O caramujo fecha-se sempre quando sua vida corre perigo. Tenho ligeiramente a impressão de que aquela ideia de “global”, surgida na metade do século passado e acentuada no início do século XXI, vem sendo questionada por outro fenômeno: a preservação do mundo particular e a da interioridade. A proximidade das nações, a consciência da corresponsabilidade universal, gerando a cultura da vizinhança, do cuidado para com as pessoas como também com a natureza, ecologia universal, parece-me um grande avanço da humanidade e faz surgir o contraponto da individualidade. O ser pessoal não admite ficar massificado pela exterioridade, pelo mundo social. Provoca- se, com isso, ou uma luta em busca da prioridade, um fenômeno sobre o outro ou uma respeitosa complementaridade de um e outro em favor do todo pessoal e comunitário. Acredito que estes dois polos, globalidade e individualidade, devam fazer parte do avanço da humanidade exigindo o justo equilíbrio do ser humano como ser de relações. Ele é cuidador e construtor da harmonia universal onde a globalidade não deve anular o indivíduo, o pessoal e, este, por sua vez, não venha a ignorar que sua vida, sua existência, só terá sentido na abertura para o outro, o mundo global, o universal. Ninguém gosta de se ver invadido em sua privacidade, contudo isto pode acontecer 6 revista vitória Novembro/2013 em vários níveis: um país cuja geografia humana comporta tribos, grupos humanos diversos com vários dialetos que desejam permanecer vivos, ser reconhecidos, sujeitos de direitos e amadurecer na convivência humana neste mundo global, assim como os países que foram criados artificialmente, constantemente experimentam revoltas porque querem ser reconhecidos, defendem a individualidade da tribo, da região, da cultura e valores. Em defesa do individual surge, de maneira muito forte, no mundo das comunicações, o fenômeno internet. O mundo da mídia começou expressando a forte tendência no resgate do indivíduo, da individualidade, do ser humano como tal. Por isso, produziu um fechamento da pessoa, do indivíduo. Paralelamente surge, no entanto, uma reação na dimensão comunitária do ser humano, que, no mundo da comunicação, manifesta-se claramente pelas redes sociais. Em suma, o ser humano não aceita perder a sua individualidade, mas deseja e faz questão da abertura para o outro. A busca do comunitário, o sonho da “aldeia global” está inerente à individualidade, por mais paradoxal que pareça ser, pois sabe e está consciente de que não será feliz se optar pelo encasulamento de si mesmo. Da mesma forma que o comunitário, o global apela para o individual e pessoal. Diante desta dialética ou bipolarização, a Boa Notícia cristã tem sua contribuição para o bom relacionamento humano, a globalidade, a ecologia universal. A pessoa e a Comunidade são dois polos essenciais no anúncio e testemunho cristão. Já no Antigo Testamento, as Sagradas Escrituras deixam bem claro nos Dez Mandamentos, a constituição do povo de Deus, a determinação sagrada: “amar o próximo como a si mesmo”. O Novo testamento tem como ensinamento central o Amor. Basta lermos os discursos de Jesus, os escritos de João, as cartas de São Paulo, aliás, todos os escritos do Novo Testamento! O ser humano foi criado, remido por amor, chamado para viver no amor e destinado ao amor eterno. Meu próximo é meu semelhante. Daí surge o devido respeito ao qual cada ser humano tem direito e, consequentemente, o dever com relação a seu semelhante. A pessoa, como ser de relação, para ser feliz deve amar a si mesma e amar o seu semelhante. Contudo, mesmo sabendo desta obrigação ética e moral, notamos um desconcerto geral na sociedade contemporânea. Nem sempre a família tem sido escola de relações humanas e cristãs. Reconhece- se a dimensão pessoal de cada membro familiar, mas desconhece-se o sentido comunitário da sua vocação para a unidade, a vida em comunidade. A polarização de um ou do outro faz surgir, então, “A busca do comunitário, o sonho da “aldeia global” está inerente à individualidade.” o ditador, o dono da comunidade, a anulação do pessoal e particular. O direito à privacidade desaparece, torna-se propriedade de todos. Faz surgir também o Estado dominador e invasor do pessoal, do particular, como se o social pudesse cumprir sua tarefa ignorando o pessoal e individual. Esta tensão entre estes dois polos é inevitável. Porém, é sumamente necessário que não se destruam sobrepondo-se, produzindo ora o individualismo empobrecedor, ora a massificação destruidora da pessoa. A complementação de ambos é o caminho, como nos ensina São Paulo: “suportando-vos uns aos outros com amor” (Col. 3,13). Pessoa e Comunidade, ambas convivendo na mútua complementação, sendo uma suporte para a outra, de tal forma que a pessoa faz soar o seu ser na comunidade e se realiza enquanto ressonância das pessoas: o “nós” como comunidade lugar da plenitude do “eu” e do “ tu”! A aldeia e o mundo global encontram o seu lugar. Dom Luiz Mancilha Vilela, sscc Arcebispo Novembro/2013 revista vitória 7 Atualidade N ós damos cada vez mais preferência às empresas que nos oferecem um atendimento personalizado. Por conta disso enfrentávamos a famigerada mala direta, se lembra? Era só fazer cadastro em uma loja que em questão de dias recebíamos propagandas e mais propagandas de lojas que nunca frequentamos e que não tínhamos ideia de como conseguiram o nosso endereço. Com o avanço da internet isso foi piorando. Agora o nosso endereço eletrônico é o principal alvo. Diariamente dezenas de propagandas invadem a nossa caixa postal em uma demanda bem maior do que recebíamos em casa. Em nome de um atendimento cada vez mais personalizado as empresas extrapolam e invadem a nossa privacidade, principalmente quando utilizamos os sites de buscas, como o Google, por exemplo. 8 revista vitória Novembro/2013 Quem navega na internet sabe que hoje em dia é praticamente impossível não acessar uns dos produtos ligados ao Google: Gmail, Google Chrome, YouTube, Google Maps, entre muitos outros que são inseridos nesta mega empresa constantemente. Através de nossos acessos, o Google mapeia nossas preferências e utiliza destas informações para nos oferecer o tal atendimento personalizado. Por exemplo, se você recentemente acessou o sistema de buscas para saber o resultado de uma partida de futebol do seu time favorito, em breve estará visualizando nos serviços da empresa anúncios de materiais esportivos e camisas de sua equipe preferida. Coincidência? É o resultado do mapeamento dos seus acessos na internet e isto vale também para quem utiliza a web ou alguns aplicativos nos aparelhos celulares. É normal as pessoas se perguntarem se esta falta de privacidade da nossa vida online também pode ser utilizada de maneira negativa. Aí temos duas respostas e você pode optar por qual acreditar: segundo o grupo Google, ela utiliza sim estas informações para fins comerciais e isto está explícito no contrato que assinamos e que, geralmente, não lemos quando fazemos algum cadastro, seja no Facebook, Google Mais, Gmail, entre outros. Por outro lado, na imprensa internacional foi noticiada nos últimos meses a espionagem estrangeira no alto escalão do governo e empresas estratégicas brasileiras, tendo como instrumentos principais deste crime os e-mails utilizados por estas pessoas. Você pode se tranquilizar com a constatação de que não é um empresário estratégico da economia mundial, nem membro do alto escalão do governo federal, mas saiba que quando você seleciona o ícone de concordo com os termos e compromissos da política de privacidade de um site, você cede suas informações postadas para uso deles. Por conta disso, governos de várias partes do globo debatem as melhores estratégias para combater a falta de privacidade na internet e está em tramitação na Câmara Federal brasileira uma proposta sobre o tema. O texto faz menção à privacidade, identificação dos usuários, retenção de dados, a função social da rede e responsabilidade civil de usuários e provedores. Recentemente, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o governo brasileiro está preocupado em decorrência Novembro/2013 revista vitória 9 Atualidade das denúncias sobre a existência de um programa que permite aos serviços de segurança dos Estados Unidos monitorar telefonemas e e-mails. Ele afirmou que há uma série de aspectos que devem ser esclarecidos, mas defendeu a liberdade na internet e o direito de seus usuários à privacidade. Seguem algumas dicas de especialistas: wevite divulgar em redes sociais informações que possam comprometê-lo futuramente. Números de telefone, endereços que deixem claro onde você mora e estuda ou a exata localização para onde você está indo podem transformá-lo na isca perfeita para assaltantes; wse você compartilha um computador com outras pessoas e não quer que elas vejam parte do conteúdo guardado, a melhor maneira de se proteger é criar senhas para as suas pastas confidenciais. Como medida complementar, crie uma conta de usuário para cada uma das pessoas que utiliza o PC; wevite deixar arquivos com códigos bancários, senhas de sites ou número de documentos em pastas de fácil acesso ou sem nenhuma proteção. Tome cuidado também com as senhas utilizadas durante a navegação. (fonte: Site Tecmundo) O que já é sabido é o fato de que nos dias de hoje a tecnologia caminha em passos muito mais largos e rápidos do que a burocracia para criação e fiscalização de leis referentes a crimes cibernéticos e, quando uma estratégia é montada, o resultado já surge obsoleto perante as novas opções tecnológicas. Segundo especialistas em informática, enquanto uma definição eficaz não surge, cabe a cada usuário da web adotar medidas preventivas para proteger ao máximo possível a própria privacidade. Serviços que nos oferecem produtos que tenham a ver com o nosso perfil agradam muito quando acertam o alvo, mas quando não acertam podem se tornar incômodos. A linha que divide as duas situações é frágil e o que deve prevalecer é a nossa privacidade. Por enquanto, a melhor maneira de evitar este tipo de chateação é o nosso bom senso. Escolha bem onde vai dar seus próximos cliques na internet. Vander Silva Jornalista 10 revista vitória Novembro/2013 www.aves.org.br www.facebook.com/arquivix twiter.com/arquivix vitória Revista da Arquidiocese de Vitória - ES ss o para transformar seus projetos em realidade. Nós estamos a postos para contribuir. U e eu temp Editoração eletrônica [email protected] (27) 3319-9062 (27) 3229-0299 micronotícias Baixa produtividade O Espírito Santo está na lista do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apontou a baixa produtividade dos magistrados e a alta taxa de congestionamento de processos de 10, dos 27 tribunais estaduais. Cicloturismo na Itália Um grupo de 100 brasileiros escolheu um cenário inspirador, pegou a bicicleta e passou uma semana conhecendo o norte da Itália. Além deles, 30 italianos e um pequeno grupo de outros países também participaram do passeio. Estradas rodeadas de vegetação, castelos medievais e uma vista para o belo Mar Adriático fizeram parte do roteiro do grupo, como parte do 1º Encontro Internacional de Cicloturismo Brasil-Itália. Os percursos variavam de 45km a 65km por dia e o encontro reuniu pessoas de diferentes idades. No percurso, os “bike hotéis” se destacaram com a oferta de produtos e serviços exclusivos para ciclistas, como estacionamento de bicicletas, mesa com água e frutas, bomba para encher pneu, lavagem de roupa de um dia para o outro, entre outras facilidades. 12 revista vitória Novembro/2013 O relatório, divulgado anualmente pelo CNJ desde 2009, visa possibilitar maior conhecimento do Judiciário e medidas de integração, redução das desigualdades regionais e melhor prestação do serviço à sociedade. O Índice de Produtividade Comparada considera a força de trabalho do tribunal, as despesas totais, a litigiosidade e número de processos resolvidos. A partir dos dados, se estabelece a eficiência do TJ, considerando a estrutura que ele tem e comparando com a atuação dos outros tribunais de acordo com o porte de cada um. Escravidão no Brasil Câncer pelo ar Especialistas da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer avaliou a poluição do ar exterior como cancerígena. Apesar da possibilidade de variação considerável na composição da contaminação do ar e dos níveis de exposição, a agência destacou que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do mundo. Os dados mais recentes mostram que, em 2010, mais de 223 mil pessoas morreram de câncer de pulmão relacionado à poluição do ar. A classificação abrange mais de cem agentes cancerígenos conhecidos, como o amianto, o plutônio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro. A classificação já abrangia também muitas substâncias, habitualmente encontradas no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do câncer. O primeiro Índice de Escravidão Global apontou que no Brasil, quase 200 mil pessoas ainda vivem em situações análogas à escravidão. A atividade concentra-se, sobretudo, nas indústrias madeireiras, carvoeiras, de mineração, de construção civil e nas lavouras de cana, algodão e soja. A exploração sexual, sobretudo o turismo sexual infantil no nordeste, também são campos sensíveis, segundo o relatório, que cita ainda a exploração da mão de obra de imigrantes bolivianos em oficinas de costura. Apesar do quadro apontado, as ações do Governo Brasileiro são consideradas exemplares pela ONG que coordenou o levantamento. Adesivo contra mosquitos Ao ser grudado na roupa, um pequeno adesivo promete proteger o corpo contra mosquitos durante 48h. Por meio de uma tecnologia específica, o material consegue bloquear a habilidade que os mosquitos têm de ‘rastrear’ os humanos por meio do dióxido de carbono. O produto, chamado The Kite, foi fabricado para qualquer parte do planeta e, de acordo com a empresa que o desenvolveu, ele pode substituir os sprays e outros produtos que atuam, justamente, no combate aos mosquitos. Novembro/2013 revista vitória 13 entrevista “a família precisa ser família” Padre Wladimir Porreca, assessor da CNBB para a família, esteve no Espírito Santo e conversou com a Revista Vitória. Para ele o segredo é a família ser família. vitória - O que fez do senhor o assessor da CNBB para a Família? Wladimir - Primeiro eu amo muito a família. Sou um filho de oito, uma família italiana, a minha casa é uma casa de festa. Desde padre novo comecei a estudar as questões da família, porque atendia casais e queria ter recursos, não apenas religiosos, mas recursos científicos-humanos para poder ajudar a família. Quando uma família é família, o ser humano é feliz, realizado e satisfeito, mas quando não tem família, ele fica a vida inteira procurando, nas coisas e nas pessoas, a realização, e não vai achar. Eu sempre digo assim: se não tem a bênção do pai e da mãe, a gente não vai para a vida. vitória - Como a Comissão orienta as Dioceses? Wladimir - Em princípio é dar assessoria e suporte, pedindo que haja uma conscientização sobre a beleza da família. Depois o trabalho com pequenos grupos. 14 revista vitória Novembro/2013 Nós estamos percebendo que esse anúncio não é para grandes massas, esse anúncio é coisa íntima, de grupos que se relacionam, conversam, trocam experiências. No terceiro momento há também uma preocupação social, por isso nós estamos agora incentivando muito, e aqui em Vitória, se Deus quiser vai sair logo, a Associação de Famílias, esse reconhecimento jurídico de pessoas que amam e que defendem a família. E quando eu falo defender, lembre da palavra promover, não defender no sentido de gritar por aí, mas de promover a família, porque se nós não tivermos esse amparo jurídico, também perdemos caminho, perdemos terreno. Eu falo da família querida por Deus. A família composta de um homem, de uma mulher, e de filhos. A família que nós acreditamos como natural, e de fato é. A família realmente, que Deus deseja, e que é o lugar de realização plena para o ser humano, é uma família composta de homem, mulher e filhos. vitória - Andando pelo Brasil, existe alguma história de família que o marcou mais? Wladimir - Em cada lugar encontro casos e histórias que me sensibilizam muito. Porém, entre tantos casos e histórias que vejo pelo Brasil afora, sensibilizo-me com as famílias que têm filhos deficientes. Quando eu vejo aquela mãe e aquele pai com uma criança especial, eu vejo os verdadeiros anunciadores do Evangelho, da gratuidade, da reciprocidade e da confiança. É claro que esses valores eu também encontro em muitas famílias, mas na minha experiência pessoal, o que me sensibiliza muito é a família onde tem uma criança portadora de uma deficiência mental ou física. É outra dinâmica na família, é outra sensibilidade, é outra humanização, é outra coesão, é muito interessante. vitória - Trabalhando na CNBB o senhor consegue manter contato com as famílias? Wladimir - Eu sou padre do povo! Eu saí do povo e estou louco para voltar para o povo! Em 2015 é hora de voltar para a minha Dio- cese, São João da Boa Vista em São Paulo. Agora, eu quase não paro na CNBB. Cada hora estou em um lugar desse país. E se eu não saísse, eu não conseguiria sobreviver como padre. Eu preciso estar em contato com o povo. A energia da minha vida de padre está no meu povo. vitória - O que o senhor sente que falta nas famílias atualmente? Wladimir - Ser família. O Estado não dá recurso para ela ser família. O Estado dá recurso para grávida, para o menor infrator, mas não dá recurso para a família. Quanto mais forte a família fica, mais independente do Estado ela é, porque ela se autogere. É interessante isso, a família passa por diversas transformações, e no meio de todas elas, ela se ressignifica. Então o que falta é a família ser família. E não é só o Estado não, eu vejo também “O importante não é você atingir o ideal ou ficar no real, o importante é você transitar entre essas duas realidades a Igreja. Por exemplo, a educação dos filhos, nós queremos levar os filhos para a catequese. Quem tem que dar catequese é o pai e a mãe. ‘Ah, mas eles não sabem!’, então vamos ensinar pai e mãe a dar catequese. Vamos favorecer que pai e mãe sejam educados na fé, para poderem educar o filho. Isso é devolver à família o lugar dela. E além do Estado e da Igreja, tem também a sociedade, onde impera hoje o individualismo e o relativismo. E dentro dessas duas ditaduras, a família está ficando escrava do trabalho. Falta ser família, ter tempo de estar junto. O Papa Francisco tem falado muito nisso, o tempo do encontro. vitória - Como a Pastoral Familiar pode ir contra essas ditaduras? Wladimir - O individualismo é quando só importa o que eu gosto, o que eu quero, o que eu sinto. A Pastoral Familiar faz grupos pequenos, vamos estar Novembro/2013 revista vitória 15 entrevista O segredo para atingir o ideal de uma família, que se relaciona bem, onde todos são felizes, onde é possível acontecer, é não perder o Menino Jesus. Aí está a Igreja doméstica” juntos, vamos ter flexibilidade, vamos escutar o outro, o outro também tem muito a colaborar com você, a experiência do outro traz crescimento, não é só você que está vivo, você não é uma ilha, você precisa de um outro para ser gente, só o outro o faz ser você mesmo. Então entra todo o esquema da comunidade, das pequenas comunidades. E depois, no segundo momento, é preciso entender que existem verdades únicas. Não existe uma construção de verdade. Quando eu falo relativismo é quando cada um começa a criar a sua própria verdade, isso para mim é verdade e para você não é verdade. E quando o ser humano entra nesse relativismo de verdade, ele perde o fundamento, e às vezes as grandes perguntas existenciais acabam se diluindo, e aí ele não sabe nem quem ele é, onde ele está pisando, o que está fazendo. E não tem como viver sem as verdades, porque, por exemplo, a 16 revista vitória Novembro/2013 verdade da justiça é a verdade em si; a verdade da solidariedade é uma verdade em si, não é o que eu quero ou que eu deixo de querer. As verdades biológicas, eu não posso falar simplesmente que vou parar de respirar, agora eu não vou ao banheiro. Às vezes a gente grita por liberdade, mas não se sabe que somos condicionados, o ser humano é limitado. vitória - Como a Pastoral Fa- miliar está lidando hoje com as novas configurações familiares? Wladimir - A nossa postura é que existem sempre muitas formas de família, mas o modelo de família é único: Jesus, Maria e José, é a família nuclear. As outras são formas que buscam esse ideal, e nós não podemos perder esse ideal. Às vezes vamos aos extremismos de apontar o que não é família ou dizer que tudo é família. Mas, o nosso ideal, qual é? Jesus, Maria e José. E não é o ideal cristão, é o ideal natural, vem antes, e todas as pessoas procuram esse ideal. O importante não é você atingir o ideal ou ficar no real, o importante é você transitar entre essas duas realidades, aquilo que você gostaria e aquilo que é possível, aquilo que eu tenho como meta e aquilo que eu estou vivendo. Muitas vezes a gente pensa na família como uma homeostase, como se família não tivesse problema. Quer mais complexidade que a família de Nazaré? Mas qual foi o segredo dela? Qual a sacralidade da família de Nazaré? Não perder o Menino Jesus. A sacralidade da família de Nazaré é o Menino Jesus. Então, nos altos e baixos da vida que todos nós temos, o segredo para atingir o ideal de uma família, que se relaciona bem, onde todos são felizes, onde é possível acontecer, é não perder o Menino Jesus. Aí está a Igreja doméstica. vitória - O que o senhor fala para as famílias do Espírito Santo? Wladimir - Primeiro, que eu gostei muito de enxergar aqui um povo religioso, isso para mim é fundamental. E eu vi isso nas várias manifestações, não só no caminho da Igreja. Esse aspecto religioso fundamenta o aspecto humano e faz de um povo, um povo mais aberto, mais sensível, mais realizado. Depois repetir as palavras de Dom Maurício Grotto de Camargo no XX Congresso do Encontro de Casais com Cristo: ECC não tenha medo da Pastoral Familiar, Pastoral Familiar, não tenha medo do ECC, ECC e Pastoral Familiar, não tenham medo das equipes de Nossa Senhora, Equipe de Nossa Senhora, não tenha medo da Pastoral Familiar e do ECC. Nós somos do mesmo batismo, do mesmo propósito, nós amamos e acreditamos na família, vamos estar juntos para promovê-la. arte sacra “Ninguém come essa carne sem antes a adorar [...] pecaríamos se não a adorássemos”. (Santo Agostinho) O http://sergioceron.com.br/tecnica-categoria/mosaico/ tabernáculo como lugar da presença do Senhor vivo, surge no segundo milênio da cristandade, ao se falar da presença permanente de Cristo pela transubstanciação do pão e do vinho. Essa consciência já estava presente na Idade Antiga, onde a eucaristia era venerada e conservada para os doentes. Abre-se, agora, uma nova dimen- ARTISTA SÉRGIO CERON Mosaico pavimental, Tabernáculo, Paróquia Sagrados Corações, Londrina, 2008 são da realidade cristã: a Eucaristia torna-se objeto de contemplação, oração e adoração, pessoal e comunitária. “Fora da celebração do memorial do Senhor, a Santa Eucaristia é objeto de culto como sacramento permanente”, diz o Dicionário de Liturgia. A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II reafirma essa verdade e o Missal Romano recomenda que “de acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes locais, o Santíssimo Sacramento seja conservado num tabernáculo, colocado em lugar de honra na igreja, suficientemente amplo, visível, devidamente decorado e que favoreça a oração. Normalmente, o sacrário deve ser único, inamovível, feito de material sólido e inviolável, não transparente, fechado de modo que se evite ao máximo o perigo de profanação”. Ainda segundo o Missal, no altar em que se celebra a Missa não é conveniente que haja sacrário. A presença de Cristo na assembleia, no sacerdote, na Palavra, prepara o fiel para rece- Fone: http://www.archdaily.com/37723/saintjohns-abbey-vjaa/0808021_vja_stj_160/ O LUGAR DA RESERVA EUCARÍSTICA (o tabernáculo ou sacrário) ber Cristo na Eucaristia. Assim, é preferível que o sacrário se localize numa capela apropriada para adoração e oração dos fiéis, ligada com a igreja e visível, ou ainda, no presbitério, fora do altar da celebração, na forma e lugar mais adequados, caso não seja possível a capela. Ao reservar um espaço para o sacrário, a Igreja proporciona aos fiéis condições para maior recolhimento e percepção do mistério que envolve a presença real de Cristo Eucarístico. O material e a localização do sacrário na igreja devem convidar o fiel a chegar mais perto deste mistério. Raquel Tonini, membro da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese de Vitória e Grupo de Reflexão do Setor Espaço Celebrativo da Comissão Litúrgica da CNBB Novembro/2013 revista vitória 17 somos liturgia ORAI SEM CESSAR A inda encontramos alguns padres ou leigos que dizem: está na hora de rezar o breviário. Mas, muitos podem desconhecer esta terminologia que se refere à Liturgia das Horas. Esta é a oração pública e comunitária oficial da Igreja Católica. Através dela, cada fiel é chamado a parar em meio ao agito do cotidiano e dedicar um momento de oração, recordando a obra que Deus realizou em favor de seu povo ou, em uma simples e profunda expressão, santificar o seu dia. Sim! A Liturgia das Horas cumpre, por excelência, a função de nos lembrar que o dia e tudo o 18 revista vitória Novembro/2013 que foi criado não são nossos, mas pertencem ao Senhor. O povo do Antigo Testamento rezava cada situação vivida fazendo memória das maravilhas que Deus operava em seu favor de maneira laudativa, ou seja, como um grande louvor. Dessa forma, é costume hebraico rezar a cada três horas para fazer memória do mistério de Cristo e deixar que o dia seja orientado por Ele. A experiência de parar repetidas vezes durante o dia para rezar não é exclusiva do judaísmo ou do cristianismo. Os muçulmanos também param os seus afazeres, estejam onde estiverem, e se voltam na direção de Meca para elevarem as suas preces. Foi na recitação dos Salmos que esta rica tradição foi cristalizada e até hoje eles constituem a coluna vertebral e o coração da Liturgia das Horas. Este conjunto de salmos recebe um nome especial, o saltério, que designa também o instrumento usado para acompanhar o canto dos salmos. Rezar ou cantar salmos é algo muito significativo para os cristãos, seja em momentos de alegria, de aflição ou alguma outra necessidade. As horas do dia foram muito bem sistematizadas para que desde o nascer até o pôr-do-sol o nome do Senhor fosse louvado. Hipólito de Roma, que viveu no século III, faz uma bonita associação dos momentos de oração, com os mistérios de Cristo. Assim, pela manhã, na oração que recebe o nome de Laudes, fazemos memória da Ressurreição do Senhor. No decorrer do dia, acontecem três orações, chamadas de Hora Média, pois estão no meio da oração da manhã e da oração da tarde. Às nove horas, chamada hora terça, recorda-se o Espírito Santo, por causa de Pentecostes. Na hora sexta, rezada ao meio dia, lembra-se a crucificação de Jesus e às quinze horas, chamada hora nona, ganha realce a libertação operada pela morte de Cristo. As vésperas são o louvor da tarde que sobe a Deus em forma de intercessão e agradecimento pelo dia vivido, enquanto que nos preparam para enfrentar a noite iluminados pela luz pascal. Antes de deitar, a última hora, chamada Completas, nos acena para o dia que não tem ocaso. Há uma outra hora, comumente rezada pela madrugada nos mosteiros, ou em outra hora oportuna, chamada Ofício de Leituras, que além dos salmos apresenta uma leitura dos Padres da Igreja e mestres espirituais. Os homens e mulheres de hoje precisam redescobrir a grandeza de se meditar durante o dia, através da Liturgia das Horas ou, popularmente, através do Ofício Divino das Comunidades. As famílias podem eleger um momento durante o dia e rezarem unidas. E falta de tempo não pode ser desculpa para quem quer rezar, pois a tecnologia também favorece a oração. É possível ter toda a liturgia no celular, no tablet ou no computador e leva-la para qualquer lugar. O mais importante para nós é “orar sem cessar, em tudo dar graças.” (cf. 1 Ts 5,17) Marcus Tullius Equipe Litúrgica da Arquidiocese Novembro/2013 Igreja Santo Aloísio - Estados Unidos revista vitória 19 espiritualidade “Para o ateu, cada dia que passa, é um dia a menos de vida. Mas, na fé, eu sei que cada dia vivido é um dia a mais de vida. IRMÃ MORTE A morte é um mistério e todos temos medo dela. Popularmente costumamos dizer que “para tudo há uma solução, menos para a morte!”. De fato, humanamente falando, não encontramos explicação ou solução para a tremenda e assustadora realidade da morte que é a única certeza que temos na vida: um dia vamos morrer. Para nós que temos fé a morte tem solução sim. Nós cremos que a existência humana é como uma história escrita em três volumes ou um filme em três partes. O primeiro volume é antes do nosso nascimento. Ninguém nasce por acaso. Todo ser humano foi criado por Deus, foi por Ele planejado, por Ele desejado e amado e nesse mundo colocado. Primeira conclusão: eu não sou um jogado ou abandonado na vida. Eu tenho uma origem. Tenho um Pai que é Deus. O segundo volume da nossa existência começa no dia em que aparecemos nesse mundo. Deus aqui nos colocou (não nos abandonou aqui!) para uma missão e, fundamentalmente, nossa missão consiste em sermos bons e fazermos o bem sempre e para com todos. Jesus é o nosso modelo e Mestre de vida. Somos cristãos. O terceiro volume da nossa existência começa com a morte. Para nós, crentes, a morte é o começo da Vida e não o final. A morte é a porta que se abre para a outra vida. Assim sendo, São Francisco podia chamar a morte de irmã e São João da Cruz referia-se à morte como “doce encontro”: O doce abraço do filho que retorna à casa e aos braços do Pai. A ressurreição de Cristo é a garantia da Vida que venceu a morte. Sem a fé eu me sentiria uma pessoa sem origem e sem fim. Eu seria um ser humano suspenso no ar... Para o ateu, cada dia que passa, é um dia a menos de vida. Mas, na fé, eu sei que cada dia vivido é um dia a mais de vida. O cristianismo transpira vida por todos os poros da alma. Quero partilhar uma poesia de Ir. Marie Ange Robbe: PARA MEU AMIGO Quando eu morrer, e você quiser dizer uma palavra à minha vida que foi, não ponha sobre a terra que me cobre, a rosa, bela demais. Nem o jasmim, por seu aroma indiscreto. Não ponha a magnólia porque é fidalga, e fala melhor às vidas que foram grandes. Não ponha a violeta que é a mais humilde e, eu devera, mas não fui. Não ponha nenhuma flor de cor amarela, a cor da luz, porque andei entre as sombras, amei a penumbra, bebi todos os cinzas e você não vai achar nenhuma flor da cor neutra que se apaga para o outro brilhar. Quando eu morrer, Plante ali a hera. Que se agarra e cresce, Que vive e morre Onde nasceu. Fiel. Dom Rubens Sevilha, ocd Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória Novembro/2013 revista vitória 21 comunidade de comunidades Cristo Rei ponto de chegada e C elebrada no último domingo do ano litúrgico, a Festa de Cristo Rei, mais do que uma comemoração das comunidades que receberam este nome, é uma data exaltada pela Igreja de todo mundo. Ela é ponto de chegada de todo o mistério celebrado durante o ano. Tudo o que celebramos, do advento até o último domingo do tempo comum, é caminho para este grande momento. Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda nossa vida. Ele é o fim para o qual se dirigem todas as coisas. “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim de todas as coisas” (Ap 1, 8). As principais ideias sobre o reinado de Cristo estão expressas na Encíclica Quas Primas escrita pelo Papa Pio XI em 1925. No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, foi varrido por uma onda de secularismo e de ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anti-clericalismos e governos ditatoriais se insurgiam contra a Igreja. É neste contexto que o papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: Jesus Cristo continua a reinar, soberano, sobre 22 revista vitória Novembro/2013 do Universo: partida de nossa fé toda a história da humanidade e assim deveria permanecer para todo o sempre. Em nossa Arquidiocese 18 comunidades, além de uma paróquia, recebem o nome de Cristo Rei e programaram diversas atividades para comemorar a data, como novenas, celebrações e shows populares. A Paróquia Cristo Rei, localizada em Campo Verde, Cariacica, surgiu em 2009, após desmembramento da Paróquia São João Batista, de Cariacica-Sede. Desde a instauração, feita por Dom Mário Marquez, na época nosso bispo auxiliar, tem o padre Amarílio Luiz Corradi como pároco. Segundo ele, como não existia outra paróquia na Arquidiocese dedicada a Cristo Rei, o conselho paroquial optou por este nome. E agora todos os anos, os paroquianos têm um motivo a mais para celebrar a data: o aniversário da paróquia. ComunidadeS Cristo Rei Área Benevente Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Anchieta (2) Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Alfredo Chaves (2) Área Cariacica-Viana Paróquia de São João Batista, Areinha (1) Paróquia Virgem Maria, Nova Brasília (1) Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Baia-Nova (1) Paróquia Nossa Senhora da Penha, Flexal (2) Área Serra Paróquia São Paulo Apóstolo, Serra Dourada (1) Paróquia São José Operário, Carapina (1) Paróquia São Benedito, São Marcos II (1) Área Serrana Paróquia do Divino Espírito Santo, Santa Leopoldina (1) Paróquia de Santa Isabel, Santa Isabel (1) Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, Pedra Azul (1) Paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz, Santa Maria de Jetibá (1) Área Vila Velha Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Rio Marinho (1) Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Divino Espírito Santo (1) Paróquia de Santo Antônio de Sant’ana Galvão, Jockey de Itaparica (1) Novembro/2013 revista vitória 23 Reportagem Vida e morte, a dor pela perda de um filho A o ouvir as mães que tiveram abortos espontâneos, aquela frase de Santo Agostinho “ninguém ama o que não conhece”, parece sem sentido ou pelo menos não ser aplicável a todas as situações. Ao mesmo tempo, o texto do início do Livro de Jeremias “antes mesmo de te formar no ventre materno, eu te conheci...” torna-se vida e de completa compreensão. Assim se sentem as mães que foram surpreendidas com a interrupção de uma gravidez que desejavam sem que nada pudessem fazer. Amor eterno que o tempo não consegue apagar. As mães falam dos filhos que não nasceram como se os tivessem conhecido e dizem que a relação se estabelece de maneira natural assim que os primeiros sinais se manifestam no corpo. Andressa, mãe de um menino de 5 anos, passou por dois abortos espontâneos consecutivos e diz que o teste serve apenas para confirmar o que ela sente e tem certeza. “O exame é só uma parte química que você precisa para acreditar. Quem já teve um filho sabe qual é a diferença”. Os médicos têm explicações científicas e lógicas para algumas situações, mas nada conforta ou muda o sentimento de uma mãe que perde o filho que está gerando. As que ouvimos são unânimes ao afirmar que explicações técnicas, naquele momento, não são necessárias, pois desde o primeiro sinal de gravidez a cabeça muda e o amor toma conta. A médica Ginecologista e Obstetra, Viviane Albuquerque, que nos auxiliou nesta reportagem, confirma: “quando elas perguntam eu explico, mas quando a 24 revista vitória Novembro/2013 mulher descobre que houve a perda não adianta ficar explicando com coisas científicas o luto que ela sente”. Luto e a sensação de “ter feito alguma coisa errada” que provocou a interrupção da gravidez, é o que Lilian, Ana, Andressa e Beatriz sentem. Histórias diferentes, perdas em etapas diferentes e o sentimento comum: tristeza, frustração, sensação estranha. Andressa e Beatriz tiveram abortos espontâneos nos primeiros dois meses, o que clinicamente é chamado de aborto pre- maturo. Lilian e Ana levaram a gravidez mais adiante e perderam os filhos já formados, ou seja, abortos tardios (leia texto abaixo). Aborto precoce é aquele que acontece até 12 semanas. Geralmente é provocado por alguma falha ou da concepção ou da genética ou alguma má formação incompatível com a vida. Aborto tardio é aquele que ocorre depois de 12 semanas. Nestes casos é porque algum problema com o corpo da mulher faz com que ela não consiga segurar o feto. Dra. Viviane Albuquerque Novembro/2013 revista vitória 25 Reportagem Todas falam dos filhos que não conheceram ou conviveram por pouco tempo na UTI, Unidade de Terapia Intensiva do hospital, como se tudo estivesse acontecendo agora. Porém, concordam entre si e a doutora Viviane confirma, que a perda após três meses de gestação é mais dolorosa “Acho que quanto mais tarde for, mais traumático. No primeiro mês é algo que ainda está se formando, mas quando o bebê já está formadinho e vem o aborto eu acho muito mais frustrante. A mulher que aborta aos três meses ela vê um bebê inteiro. Deve ser muito difícil”, diz Andressa. Lilian que passou por 3 abortos prematuros contou que quando perdeu um filho com 7 meses de gravidez, segurou-o no colo até o momento do sepultamento quase acreditando que, de repente, ele voltasse a viver e disse: “é muito difícil”. Depois do primeiro aborto ficam sentimentos de medo e culpa, sensações de incapacidade e abandono, de enfraquecimento na fé e até de ouvir dos outros: “de novo, o que está acontecendo” ou “falta de coragem para encarar-se e encarar a sociedade e dizer: não consegui”, expressou Lilian. Mas, a vontade de ser mãe prevalece. 26 revista vitória Novembro/2013 “Os médicos têm explicações científicas e lógicas para algumas situações, mas nada conforta ou muda o sentimento de uma mãe que perde o filho que está gerando. Como diz a Dra. Viviane “uma vez que apareceu o teste positivo a mulher já é mãe” e essa experiência é única e faz com que todas tentem de novo. Para a doutora, “a mulher que sofreu um aborto e engravida de novo, geralmente esquece um pouco a perda e concentra-se na nova gestação”. Para as mães, fica a sensação de uma dor eterna. Para a médica, a preocupação técnica de deixar a mulher bem para que ela possa ter saúde e estar preparada para novas gestações. Para a Igreja Católica, quando procurada por essas mães, após a escuta, é necessário fazê-las entender que o que aconteceu não é culpa delas ou punição de Deus. Padre Genilson Dallapícola (pe. Nite), que já acompanhou várias mulheres que sofreram aborto espontâneo, diz que a fé e a espiritualidade são afetadas nestes momentos. “A mãe que aborta coloca em cheque a ação de Deus na vida dela e se pergunta porque Deus permitiu isso e entra numa crise de fé”. Segundo o sacerdote é preciso saber escutar e tentar fazê-la entender que não é culpa dela e que isso acontece com muitas mulheres, principalmente no início da gravidez. No atendimento e aconselhamento espiritual o padre afirma que o sofrimento das mulheres é muito grande. Não tem receita, mas o padre diz que nestes casos e quando a fé é abalada torna-se necessário “trabalhar a própria visão de Deus, dizer para ela que Deus não pune ninguém, Deus só faz o bem para nós, Deus não é vingativo. Para ajudar uma mulher nessas horas, como diz pe. Nite “é preciso escutar, rezar, dar bênção e envolver a família e a comunidade para sustentar a mulher que fica muito fragilizada”. Para quem já passou por essa situação ou conhece alguém que passou, a Dra. Viviane faz alguns esclarecimentos que podem minimizar a dor na hora em que a mulher consegue distanciar-se da situação “Gravidez é o ovo nidado, quer dizer, ele não só tem que ser fecundado. Uma vez que houve fecundação o teste de gravidez dá positivo porque o hormônio já está presente, mas muitas vezes essa célula concebida, não vai se implantar no útero. Além dessa, existem outras situações, como problema grave na carga genética ou quando você tem uma gestação anembrionária, ou seja, você tem a concepção de algum dos óvulos com a carga genética vazia e um com carga genética normal. Nesses casos tem a fecundação, tem implantação do ovo, tem hormônio positivo e tem até a formação de uma placenta, mas não tem o principal que é o trofoblasto que forma o indivíduo”. Nos primeiros meses da gestação, a má formação da célula é reconhecida pelo organismo como algo a ser eliminado e o próprio organismo a expulsa. Isso é difícil de ser compreendido e explicado, mas, por ser um momento de fragilidade para a mulher, é necessário um empenho conjunto. A própria mulher precisa ajudar-se e procurar ajuda. A participação da família, dos amigos, a explicação do médico na hora certa e o acompanhamento espiritual podem contribuir para que o sentimento de amor por esse filho que não nasceu ou não sobreviveu, por razões naturais, seja conservado sem que a mãe se culpe, porque como disse Andressa “quem sabe a hora é Deus”. Novembro/2013 revista vitória 27 Caminhos da Bíblia Uma Palavra que aquece e ilumina C ada um de nós, no arco da vida, já vivenciou ou vivenciará a experiência dos discípulos de Emaús relatada no Evangelho de Lucas 24,13-35. Seja no momento de solidão e abandono, seja na perda de alguém que se ama ou seja pelas dificuldades próprias que as estradas da vida nos apresentam, em todas essas situações, o coração esfria e sentimo-nos sós, nossos olhos se obscurecem e, por vezes, perdemos o rumo, perdemos a direção. A situação do texto dos discípulos de Emaús é conhecida. Jesus tinha morrido e alguns de seus discípulos se dispersaram, voltaram ao próprio caminho, deixaram a comunidade. A intenção de Lucas é a de ressaltar a presença do Ressuscitado nas estradas, no caminho de seus discípulos, lá onde eles mais precisam dele, onde há mais necessidade, onde tudo parece perder seu sentido, onde as esperanças se dissipam. A decepção e a tristeza, causadas pela morte do Senhor, faz com que os discípulos deixem o seu grupo e abandonem a comunidade. Ambos se dirigem para a cidade chamada Emaús. Esta cidade pode ser entendida como um “lugar simbólico”, isto é, Emaús é o “lugar” para onde todo o discípulo vai quando perde as esperanças e deixa a comunidade de fé. 28 revista vitória Novembro/2013 Quanto mais se afastavam de Jerusalém, mais os discípulos se tornavam cegos, afastavam-se da cidade da Paz, seus olhos se obscureciam e o seu coração se tornava frio e insensível, tornando-se incapazes de reconhecer o Senhor, que se colocava a caminho com eles. Diante do coração cheio de lamentos e dúvidas dos discípulos, o primeiro contato do Ressuscitado vem da escuta atenta. O Senhor escuta as suas palavras e interrogações, os ouve profundamente e, somente depois disso, os repreende e lhes explica as Escrituras. Nos dois discípulos a esperança morreu e eles não são capazes de reconhecer aquele que lhes dirige a palavra, aquele que se torna próximo, aquele que caminha com eles. Jesus interpreta as Escrituras e lhes recorda o sentido profundo de tudo o que elas falam sobre ele. Jesus “simulou” que ia mais adiante e, neste momento, os discípulos pedem: “Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina”. Este é o pedido de cada discípulo em todo o tempo e lugar. Eles reconhecem o Senhor ao partir o pão. Esse gesto, repetido tantas vezes no caminho do discipulado, se torna único e capaz de fazê-los reconhecer o Senhor junto deles. Ele se deixou reconhecer e iluminou os olhos daqueles que se sentiam abandonados e entristecidos. Os discípulos reconhecem o Senhor, que desaparece diante deles: “Não nos ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?”. Sobre as brasas cobertas de cinzas de seus corações vem o sopro do Espírito que aquece e ilumina, que dá nova vida e garante o vigor para o caminho. Eles, imediatamente, retornam a Jerusalém, deixam para trás o caminho que os afastava da comunidade, que os conduzia na direção de suas próprias angústias e desilusões, para voltarem à comunidade de fé − lugar do testemunho e da presença do Ressuscitado, que ilumina e aquece o coração daqueles que caminham ao seu lado. Pe. Andherson Franklin, professor de Sagrada Escritura no IFTAV e doutor em Sagrada Escritura Novembro/2013 revista vitória 29 aspas Se continuarmos guardando mágoas e ressentimentos, as veias do nosso coração ficarão todas fechadas. Não vai demorar para o nosso coração estar todo fechado. Monsenhor Jonas Abib Sair do seu lugar, da maneira já ultrapassada de se comunicar, para um jeito novo, interpessoal, coletivo e dialógico é uma verdadeira conversão, pois, vivemos novos tempos no mundo da comunicação. Dom Luiz Mancilha Jovem, você não nasceu para abrir as cortinas do mundo e ficar apreciando o “espetáculo” da vida. Não! Você pode e deve ser muito mais que mero espectador. Francisco Galvão, seminarista paulino Rezamos de verdade? Sem uma relação constante com Deus, é difícil ter uma vida cristã autêntica e coerente. Papa Francisco no Twitter (@pontifex_pt) 30 revista vitória Novembro/2013 especial As ceb’s capixabas e o pensamento pastoral do papa Francisco N ossa “Igreja capixaba”, tendo por base estrutural de sua formação as pequenas comunidades, tem, de perto, correspondido ao pensamento pastoral do nosso Papa Francisco. No Encontro com a Comissão de Coordenação do CELAM no Rio de Janeiro, durante a Jornada Mundial da Juventude, o Papa Francisco destacou aos bispos da América Latina e do Caribe a necessidade da existência dos Conselhos Diocesanos de Pastoral, Conselhos Paroquiais e Conselhos para Assuntos Econômicos, como forma determinante para o bom andamento pastoral de nossas Igrejas, e enalteceu os grupos bíblicos e a comunidade eclesial de base como forma de superação do clericalismo e de um crescimento da responsabilidade laical. (Cf. PAPA FRANCISCO, Encontro com a comissão de coordenação do CELAM, Rio de Janeiro, 28 de julho de 2013.) Os Conselhos paroquiais e comunitários, os conselhos econômicos, a paróquia organizada como uma rede de comunidades, a existência dos círculos bíblicos ou grupos de reflexão são uma realidade antiga em nossas dioceses capixabas. A fala do nosso Papa vem ratificar aquilo que tem sido uma rea- lidade de nossa prática pastoral e nos incentivar a levar adiante esse projeto de Igreja, sendo assim um incentivo para os que acreditam e lutam por esse projeto, um indicativo para aqueles que têm dúvida por onde a Igreja deve pastoralmente caminhar e um chamamento para aqueles que ainda estão fora de nossas comunidades. A comunidade eclesial de base, com os matizes próprios do nosso tempo, não deixa de ser, por excelência, o lugar da efetivação da Igreja enquanto tal. Ela contém todos os elementos necessários para a vivência da fé cristã. Nela está a Palavra, estão os Sacramentos, especificamente a Eucaristia, nela está a fraternidade, a partilha, está o ensinamento dos Apóstolos e a oração. Enquanto uma “pequena Igreja” é, pois casa da iniciação à vida cristã, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral, estando em estado permanente de missão, a serviço da vida plena para todos. (Cf. CNBB, Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, 2011-2015, nº 30 a 64). A Comunidade Eclesial de base tira o católico do anonimato e da massificação e o exercita para a comunhão e a participação, proporcionando-lhe o caminho do discipulado de Jesus sendo, por excelência, a educadora na vivência da fé cristã. Ela é facilitadora da proximidade entre pessoas de diversas classes e gerações, conclamando a todos a terem um só coração e uma só alma. (Cf. Atos 4, 32) Ela é geradora de discípulos missionários pelo sacramento do batismo como também gestante dos mesmos, pela catequese, tornando-se assim como que o “ventre sagrado” da própria Igreja, onde os filhos de Deus são gerados e gestados para a vivência da fé cristã. Nisso ela se torna facilitadora do exercício do sacerdócio batismal dos leigos. Ao gestá-los como discípulos missionários, ela os prepara para a ação evangelizadora dentro e fora da comunidade. Dentro, enquanto comunidades que são constituídas e mantidas na fé e na vivência pelos próprios leigos. Fora, enquanto os prepara para a militância cristã na vida familiar, social, política e em todos os demais organismos comunitários da sociedade. A Comunidade Eclesial de Base, mesmo em nova época e em novos tempos, continua sendo “um jeito novo de ser Igreja”. Pe. João Batista Maroni, diocese de Cachoeiro de Itapemirim, professor de Teologia Pastoral no IFTAV Novembro/2013 revista vitória 31 Projeto Casa Marista de Semiliberdade Projeto proporciona vida nova para adolescentes em conflito com a lei. P ioneira no Espírito Santo, a Casa Marista de Semiliberdade oportuniza aos adolescentes em conflito com a lei a construção de um novo projeto de vida, pautado na responsabilidade, dignidade e reintegra- 32 revista vitória Novembro/2013 ção social. O projeto de medidas socioeducativas é desenvolvido desde 2008, por meio de uma gestão compartilhada entre a União Brasileira de Educação e Ensino/Marista e o Governo do Estado, por meio do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases), sendo este o responsável pela disponibilização dos recursos para manutenção da execução da medida. O atendimento para os 12 adolescentes é ininterrupto, sendo o sábado e o domingo reservados para a convivência com as famílias. O acompanhamento dos adolescentes é feito por uma equipe multidisciplinar formada por educadores e técnicos como psicólogos, assistentes sociais, analista jurídico e pedagoga, os quais também prestam assistência aos familiares dos adolescentes. A equipe também é responsável pela construção do Plano Individual de Atendimento, que identifica as potencialidades dos adolescentes e estabelece as metas individuais, em conjunto com o adolescente e sua família, para serem alcançadas durante o período do cumprimento da medida. Durante todo o dia, são desenvolvidas atividades internas e externas, sendo elas pedagógicas, de lazer, esporte e cultura, além dos cursos profissionalizantes e a escolarização. Por meio dos princípios cristãos da filosofia Marista, os adolescentes também são levados a vivenciar a espiritualidade e a proximidade com a Palavra de Deus. A medida socioeducativa de semiliberdade viabiliza oportunidades de mudanças para a vida dos adolescentes, seja na convivência em comunidade, na profissionalização ou na reconstrução do vínculo familiar. Essa afirmação se comprova a partir da estatística de egressos da Casa Marista, a qual apontou que entre os 24 adolescentes liberados por alvará, em progressão ou extinção de medida, 19 foram inseridos e hoje atuam profissionalmente em grandes empresas do Estado. E fica a certeza de que vidas podem ser transformadas, com a união de fatores como a oferta de oportunidades por parte das ONGs da sociedade civil, do Governo do Estado, a presença e responsabilidade familiar, e ainda a visão do adolescente para a construção de um novo projeto de vida, vislumbrando um futuro de vida digna e igualitária. Novembro/2013 revista vitória 33 ideias encanto UM vai se desfazendo O grande escritor argentino Jorge Luis Borges, numa conversa com outro escritor da sua terra, Ernesto Sabato, disse que acreditava que nenhum político pode ser totalmente sincero. Este pensamento me vem à mente sempre que uma cena envolvendo políticos ganha destaque, como é o caso agora do tal episódio Marina-Rede-Campos-PSB. Claro, é necessário e urgente se colocar na busca de novos modos de se fazer política neste país. É urgente e necessário que novas experiências se deem e com a participação de muitos e novos atores numa grande rede. E, ninguém melhor que Marina Silva tem se mostrado portador desse discurso. Ela o faz muito bem. E mais, o que ela fala parece se aproximar bem daquilo que, de um modo ou de outro, é o desejo de milhões de brasileiros: um desenvolvimento – digo ao meu jeito e resumidamente - que inclua a todos e que não estabeleça a natureza como grande perdedora. No entanto, vou acompanhando o desenrolar da cena com o pensamento de Jorge Luis Borges, nenhum político pode ser totalmente sincero... A jornada da personagem central deste episódio – Marina Silva - que vai da acreana ribeirinha, tutelada por bispo e freiras, até a figura necessariamente performática de hoje, é de fato uma jornada marcada pelo sucesso. No entanto, esse sucesso tem se dado também, estranhamente, por uma facilidade muito grande, ao meu ver, de deixar para trás experiências e patrimônios importantes. Apesar da simpatia que seu discurso pode angariar, não consigo assimilar bem essa sua facilidade em ir abandonando projetos em função das urgências quase que messiânicas de assumir novos postos de ação e articulação de forças. E então um encanto vai se desfazendo. Veja, a título de exemplo - já que não tenho a pretensão de fazer o inventário de suas desistências - como a Marina deixa o rico patrimônio espiritual de Fé e Vida que as Ceb’s propõem, e segue a partir de 1997 pela linha da espiritualidade cristã pentecostal evangélica e de matriz 34 revista vitória Novembro/2013 americana. Não que isso não possa acontecer, mas... Marina fazia parte de uma grande multidão de jovens dos anos 80. Jovens – entre os quais me incluo - que almejavam um país que retomasse o caminho da democracia e da justiça. Todos fomos partícipes do mesmo sonho, seja nas comunidades ribeirinhas da região amazônica ou nas periferias da Grande Vitória. E a fé e a participação que a Igreja nos oferecia através de suas comunidades fortaleciam-nos com alegria e entusiasmo. Não custa dizer que estou indelevelmente marcado por aquela experiência espiritual e eclesial, assim como muitos que viveram aquele lindo período. Completamente impossível viver a fé sem as referências que as comunidades me deram. Até me é fácil – pela experiência nas Ceb’s – dialogar com outras tradições e experiências, mas me despedir destas referências, jamais. Ternamente ouvi por um vídeo, certo dia, o relato sobre como ela abandonou essa vivência de fé. Decepcionei-me com sua explicação. Seja nas Ceb’s, nas uni- versidades, nas fábricas – cada um em seu lugar, com atos e atitudes, seguíamos na direção das mudanças. Também a fundação de um partido que respondesse a esses anseios era a busca de muitos, e não foi coisa de um grupinho aqui e ali, não foi coisa daqueles que se tornaram prefeitos, deputados, ou presidente, ou daqueles que causaram decepção pela corrupção a que se submeteram. Foi uma rede tecida em todos os cantos do país, em cada comunidade, em cada bairro, em cada grupo de base. Aquele sim, me parece, foi um novo jeito de fazer política. Não se partiu de candidatos bem cotados em pesquisa, mas da organização popular. E isto não vejo nas novas propostas, nem de longe avisto. Não basta, para se forjar um novo jeito de fazer política, que os sonhos de alguns ganhem algum espaço na mídia. É preciso fazer como então, fazer a coleta dos sonhos de muitos nas comunidades e bairros, nas escolas e empresas, nos espaços virtuais e naqueles que continuam bem ásperos, duros e reais. Se uns poucos sonharem sonhos grandes se “Não basta, para se forjar um novo jeito de fazer política, que os sonhos de alguns ganhem algum espaço na mídia. tornam sonháticos, é verdade. Uma velha frase-lema de então dizia: sonho que se sonha só é apenas sonho. Sonho que se sonha juntos é realidade que começa. Mas sem querer me alongar aqui na sequência das desistências da Marina vejo sua ida para um outro partido com certo estranhamento. Passar tantas vezes de uma estrada para outra pode muito facilmente se conjugar com conveniência. E termino com a continuação da frase do Borges: Nenhum político pode ser totalmente sincero porque ele está sempre procurando eleitores. Parafraseando o grande argentino diríamos que o principal objetivo do político (velho) nunca é fazer política de modo novo, mas ganhar votos, infelizmente. Mas, observemos. Dauri Batisti Novembro/2013 revista vitória 35 prÁtica do saber Publicidade para crianças e consumismo O s debates da sociedade em geral em torno da ética na televisão por muito tempo ficaram concentrados nos programas jornalísticos. Há alguns anos, porém, a preocupação se ampliou para a programação de entretenimento – principalmente novelas e programas de auditório. Mas, mais recentemente, os olhares começaram a se voltar para a publicidade, mais diretamente a publicidade direcionada a crianças e adolescentes. No caso do jornalismo, a preocupação com a ética é (ou deveria ser) quase que inerente à atividade profissional, pois está intimamente associada à credibilidade e a um vínculo de confiança historicamente estabelecido entre a imprensa e os leitores, mesmo assim, o desrespeito aos direitos humanos e a apologia à violência exibidos nos programas policialescos 36 revista vitória Novembro/2013 envergonham a profissão. Já no caso dos programas de entretenimento, inicialmente acreditava-se que tudo era em nome da alegria e do passatempo, mas quando negros, homossexuais, idosos, deficientes e índios, por exemplo, começaram a ser expostos de forma discriminatória e/ou ridicularizados diante de milhares de pessoas via satélite, uma parcela da sociedade preocupada com a defesa dos direitos humanos passou a se manifestar. Nos dois casos, são as estratégias comerciais das emissoras de TV que falam mais alto, no entanto, um alvo mais frágil e lucrativo está sendo mirado com mais intensidade: o público infantil, influenciado diretamente pelas empresas de brinquedos e alimentos por meio da televisão. Público este que não deveria ser de forma alguma alvo da publicidade comercial, pois está em processo de formação de valores mais importantes para suas vidas do que o de se tornarem meros consumidores. Desde 2001 tramitam projetos na Câmara dos Deputados e no Senado sobre a regulamentação da publicidade direcionada a crianças, mas as pressões empresariais e o pouco comprometimento político têm colaborado para que nada aconteça de fato. Enquanto isso, ao longo da programação televisiva, mais e mais estratégias persuasivas são usadas. O mais viável é que haja uma regulamentação da atividade, assim como acontece em vários países como Canadá, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Suécia e muitos outros. Devem ser ouvidos constantemente todos os lados da questão: pais, educadores, crianças e adolescentes, fabricantes/anunciantes de produtos, agências de publicidade, veículos de comunicação, acadêmicos/especialistas, governo e organizações da sociedade ligadas ao tema. O problema é que anunciantes, agências e veículos sequer admitem o debate, pois alegam que a iniciativa se trata de “censura”. Um dos pontos mais importantes em algumas regulamentações é o que se preocupa com o “fatos amolação”, trata-se daquele efeito gerado pela publicidade de levar a criança a insistir muito com os pais para que comprem um determinado produto. Outro exemplo anti-ético grave é quanto ao uso de efeitos especiais para mostrar que o produto – normalmente brinquedo – faz algo que na verdade só existe na ficção – até uma certa idade as crianças não conseguem distinguir entre ficção e realidade. E sobre esse aspecto da realidade-ficção, é muito preocupante também o fato de uma apresentadora de programa ou personagem fazer um comercial ou um testemunhal de um produto ou serviço, pois a maioria das crianças não tem claro que programa é uma coisa e intervalo comercial é outra. Para tratar desses temas, o grupo de pesquisa e ação Observatório da Mídia – www.ufes.br/ observatoriodamidia -, da UFES, formalizou uma parceria com o Instituto Alana para a realização de um amplo estudo inédito sobre a influência da publicidade sobre as crianças. Desde 2011 estão sendo gravadas e analisadas programações de 15 canais de TV, sobretudo em períodos de Dia das Crianças, Natal e Páscoa. Os dados preliminares são alarmantes, mas a pesquisa como um todo será concluída no final de 2014. Convido a todos a ficarem atentos em tal fenômeno e discutirem com seus filhos sobre a questão do consumismo, que leva a problemas como a obesidade e a mudanças de comportamentos sociais, tão importantes na formação dos valores de nossas famílias. Edgard Rebouças professor de ética na publicidade e na televisão da Ufes e coordenador do Observatório da Mídia: direitos humanos, políticas e sistemas Novembro/2013 revista vitória 37 reflexões O ANÚNCIO DOS ANJOS Jesus veio ao mundo para todos, sem excluir ninguém. Mas sua missão de implantar o reino de Deus supõe inverter valores comuns na sociedade.” Q ueremos iniciar este artigo despertando a corresponsabilidade de todos para a obra evangelizadora, de modo que as necessidades da Igreja sejam assumidas solidariamente por todos. Conforme vem sendo amplamente divulgado, a Campanha para Evangelização/2013 terá início na Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro, estendendo-se até o 3º Domingo do Advento. A Campanha é importante para a sustentabilidade da Evan- 38 revista vitória Novembro/2013 gelização, buscando atender também as estruturas eclesiais que estão a serviço da missão. Por isso, é necessário que todos participem para que alcancemos os objetivos esperados e possamos evangelizar melhor. Se não evangelizarmos quem vai evangelizar? A CE possui o conhecido slogan “Evangeli. Já”, que faz referência à Palavra evangelizar. O lema “Eu vos anuncio uma grande alegria!”, conhecido como “o anúncio dos anjos aos pastores de Belém” (Lc 2,10). Os primeiros a receber a Boa Notícia (Evangelho) são os marginalizados, aqui representados pelos pastores. Com efeito, na sociedade da época, eles eram desprezados, porque não tinham possibilidade de cumprir todas as exigências da lei. Essa escolha soa estranha diante de algo tão importante na história da salvação. Não seria mais lógico avisar o sumo sacerdote, que dirigia a vida religiosa de Israel? Não deviam sabê-lo primeiro as famílias ricas e influentes de Belém, que tinham empregados para avisar os outros? O anúncio se faz a pastores que viviam nos campos, trabalhadores simples, sem poder nem importância social. Eles são as primeiras testemunhas e os primeiros que anunciam a chegada do Salvador. Jesus veio ao mundo para todos, sem excluir ninguém. Mas sua missão de implantar o reino de Deus supõe inverter valores comuns na sociedade. Hoje, o que Deus lhe fala através do anúncio dos anjos aos pastores de Belém? Unidos a Cristo pela graça batismal, todos nós somos convidados a participar da missão evangelizadora da Igreja através do testemunho e do compromisso com essa ação, garantindo recursos materiais para a realização do trabalho evangelizador. Sejamos conscientes da nossa responsabilidade como discípulos missionários do Senhor, sendo generosos na Coleta Nacional para a Evangelização, que será realizada dia 15 de dezembro. Com o apóstolo Paulo, lhes peço: “Que cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria”. (2 Cor 9, 7). Seja um evangelizador! Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória ARQUIVO E MEMÓRIA A CRIAÇÃO DO COPAV O COPAV – Conselho Pastoral da Arquidiocese de Vitória é um conselho consultivo criado em 1974, com o objetivo de assessorar o Arcebispo na condução dos trabalhos pastorais e de buscar mais unidade na caminhada pastoral da Arquidiocese. Consciência de grupo e corresponsabilidade com os rumos da Igreja de Vitória motivaram a criação desse importante conselho. O COPAV inicialmente era formado por representantes de várias pastorais existentes na Arquidiocese. Depois das criações das áreas pastorais e de seus conselhos, o COPAV passou a ser formado por delegados das Áreas Pastorais. Primeira reunião do COPAV em 01 de março de 1973. Agachados da esquerda para a direita: Padre Antônio Rocha de Araújo (pe. Toninho), Geraldo Lavagnolli. Paulo Mattedi, Padre José Ayrola, Dante Pola, Mario Gomes, S/ Ident., Pe. Geraldo Lyrio Rocha, S/Ident. Em pé da esquerda para a direita: Aracy Cabral, Bárbara, Flávia Cinelli, S/ Identi., Irmão Michel Bergmann, Dom João Batista da Motta e Albuquerque, Irmã Elba Randow, Angela Rezende, Irmã Terezinha Toledo, Frei Ivo- Redentorista, Marlene Cararo, Irmã Amine Abrahão, Geraldo Sperandio, Pe. José Geraldo, Netor Cinelli, S/ Identif., frei Lauro de Carvalho Borges - Agostiniano, Dom Luis Gonzaga Fernandes Giovanna Valfré Coordenação do Cedoc Novembro/2013 revista vitória 39 ensinamentos Creio na Ressurreição dos mortos e na Vida Eterna! N este mês em que celebramos o Dia de Finados, data em torno da qual surgiram costumes que, muitas vezes, as pessoas repetem sem saber o significado, é oportuno refletirmos sobre essas questões a partir dos ensinamentos da Igreja, expressos no Catecismo. O Credo cristão, popularmente conhecido como Oração do Creio, pelo qual professamos nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e em sua ação criadora, salvadora e santificadora, culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna. Assim como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, os justos viverão para sempre com Cristo Ressuscitado e serão ressuscitados por Ele no último dia (Jo 6,39-40). Já a partir do momento da morte, cada pessoa passa pelo 40 revista vitória Novembro/2013 Juízo Particular, recebendo em sua alma imortal a retribuição eterna, seja por meio de uma purificação (Purgatório), seja a entrada imediata na felicidade do Céu ou a condenação eterna. As pessoas que morrem na graça e na amizade de Deus, vivem para sempre com Cristo, vendo-O como Ele é, face a face (cf. 1Jo 3, 2; 1Cor 13, 12). Neste contexto da fé cristã, entende-se a oração pelos defuntos que normalmente as pessoas fazem, de modo muito particular, visitando os túmulos no dia 2 de novembro, como a contribuição dos vivos para com os que morreram na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados para entrar na alegria do Céu. Isso não é um simples costume, trata-se de doutrina fundamentada na Sagrada Escritura (2Mc 12, 38-45; 1Cor 3, 13-15; 1Pd 1, 7). É a intercessão pelas almas que, no Purgatório, se prepa- ram para a eternidade feliz. Um verdadeiro gesto de caridade e solidariedade para com nossos irmãos falecidos. Trata-se da comunhão dos santos, que não é interrompida pela morte. Em relação à ressurreição definitiva dos mortos, a Igreja ensina que todas as pessoas que morreram ressuscitarão para uma ressurreição de vida, se praticaram o bem, ou para uma ressurreição de julgamento, se tiverem praticado o mal (cf. Jo 5, 29). Ela antecederá o Juízo Final, no qual diante de Cristo, será definitivamente revelada a verdade sobre a relação de cada pessoa com Deus. Ou seja, está associada à manifestação gloriosa final (Parusia) de Jesus Cristo. Quanto aos católicos que aceitam a doutrina espírita como filosofia de vida, a Igreja adverte: não existe reencarnação. Não voltaremos mais a outras vidas terrestres. “Os homens devem morrer uma só vez” (Hb 9, 27). A doutrina da reencarnação é incompatível com a fé católica (cf. CIC 1013). Vitor Nunes Rosa Professor de Filosofia na Faesa Novembro/2013 revista vitória 41 cultura CAPIXABA Sepulturas transversais A s necrópoles construídas por nossos irmãos luteranos, mais precisamente os pomeranos da região serrana capixaba, mostram que a arte e cultura dos povos também se manifestam nas sepulturas, ornamentos e lápides presentes nos cemitérios. A primeira particularidade, que salta aos olhos, está na tradição de construírem suas sepulturas, sempre posicionadas voltadas para o nascer do sol (uma referência ao Pai celeste) e uma demonstração de zelo pela última morada. A morte é, para os pomeranos, o descanso junto ao Senhor. Para valorizar essa compreensão podemos perceber as sepulturas muito bem ornadas com flores e epígrafes trazendo versículos da bíblia gravados em placas de madeira entalhadas, com uma riqueza de cores e ornamentos que dificilmente encontramos em outras culturas. A sepultura para os irmãos que interrompiam a própria vida, através do suicídio, era também registrada na posição dos túmulos. Segundo a tradição as sepulturas deveriam estar posicionadas na transversal (e não para o nascer do sol) simbolizando a escolha do ente ali sepultado. Hoje, essa prática de sepultamento não é mais apoiada pelos pastores locais. Isso porque todos devem ser lembrados por seus bons atos sobre a terra e as famílias que perderam seus entes queridos sofriam a perda e também a constante lembrança desses atos. Diovani Favoretto Historiadora 42 revista vitória Novembro/2013 vitória Revista da Arquidiocese de Vitória - ES Faça sua assinatura anual e receba a revista pelo correio Nome:________________________________________________________________________________________________ Endereço:___________________________________________________________ nº:______________Aptº:_____________ Bairro:___________________________________ Cidade:___________________________________ Estado:____________ Cep:__________________ Tel.: ( )_________________ou___________________E-mail:___________________________ / / Data de nascimento:___________________________________ CPF:____________________________________________ Departamento Comercial Depósito bancário no Banestes: Agência 104 Conta 5.854.831 Envie esta ficha e o comprovante para o endereço ao lado Fundação Nossa Senhora da Penha / ES Rua Alberto de Oliveira Santos, 42 - Ed. Ames 19º salas 1916 e 1920 - CEP 29010-901 - Vitória - ES Telefone: (0xx27) 3198-0850 Assinatura anual: R$ 50,00 Periodicidade: mensal acontece Curso de formação A Pastoral da Juventude (PJ) da Arquidiocese promove nos dias 9 e 10 de novembro um curso de formação para as lideranças paroquiais, com o tema “Nos passos de Francisco somos Igreja jovem”. O encontro visa estudar os ensinamentos do Papa Francisco, à luz do que Francisco de Assis deixou de legado, com o objetivo de subsidiar a formação para as coordenações, refletindo em ações para os grupos de jovens paroquiais. Durante o curso também serão abordadas as atividades permanentes da PJ, para fortalecer e unir o grupo. Mais informações podem ser buscadas junto às paróquias. Lançamento do livro de Dom Silvestre A trajetória de Dom Silvestre Scandian, arcebispo emérito de Vitória, foi publicada no livro “Serenidade em Meio a Altas Ondas”. A publicação reúne textos do arcebispo e testemunhos sobre sua atuação e está à venda no Santuário de Fátima, na Serra. O lançamento aconteceu no dia 27 de outubro. Casos Especiais No dia 9 de novembro acontece curso de formação para agentes da Pastoral Familiar sobre os casos especiais. O encontro será de 8h às 12h, no Colégio Agostiniano e conta com o casal Ângela e Paulo Del Rey como facilitadores. Novembro/2013 revista vitória 45 acontece Festa de Cristo Rei Durante os dias 14 a 24 de novembro, a paróquia Cristo Rei, em Cariacica, celebra com novena, missa, oração e festa o seu padroeiro. Veja a programação: 14 a 22 de novembro wNovena nas comunidades. 16 de novembro wNoite de Louvor, na comunidade São Pedro. 24 de novembro wMissa de encerramento, às 17h na comunidade São Pedro, com Dom Sevilha. Depois shows e ação entre amigos. 46 revista vitória Novembro/2013 Assembleia do dízimo No dia 24 de novembro acontece a Assembleia Anual do Dízimo, com a presença do arcebispo Dom Luiz Mancilha. No encontro acontece a apresentação das equipes do dízimo, o relatório do ano de 2012, reflexão e propostas para o ano de 2014, e ainda apresentação e aprovação do calendário de atividades. A Assembleia acontece de 7h15 às 12h30, no Centro de Formação Dom João Batista, em Ponta Formosa, e as inscrições podem ser feitas até o dia 19 de novembro no Departamento de Pastoral, pelo email mitra.secretariapastoral@ aves.org.br, ou telefone 3025-6288. Deve ser enviada a relação com os nomes de quatro delegados por paróquia. (027) 2122-0444 www.argalit.com.br fb.com/TintasArgalit