Radioescuta Antena Vertical para frequências baixas Carlos L. Gon€alves, PORTUGAL, 30 Janeiro 2006… uns 50 anos ap‚s o ƒltimo nev„o em Lisboa ! Actualmente, para muitos DXistas confinados a €reas demasiado reduzidas no local de resid•ncia, uma op‚ƒo dotada de alguns ingredientes de comodidade e desempenho poder€ ser a velha antena vertical, frequentemente conotada apenas com frequ•ncias altas no espectro de HF. Contudo, a utiliza‚ƒo judiciosa de materiais isolantes suscept„veis de se manterem facilmente na vertical permite compor um circuito eficiente para LF e MF, e ainda obter algum rendimento bem al…m dos 3 MHz ( 100 m ). Na pr€tica, por…m, o rendimento decresce apreciavelmente s† abaixo dos 12 MHz merc• do circuito de acoplamento ( transformador de imped‡ncia ) e do tipo de disposi‚ƒo da maior parte do fio condutor desta antena no material que suporta aquele. Tais materiais isolantes ficarƒo necessariamente ao crit…rio dos experimentadores, ainda que haja, logo ˆ partida, alguns que possam ser aconselhados ˆ priori, v.g. tubagem de PVC e canas telesc†picas ou mesmo mastros telesc†picos, estes ‰ltimos nƒo dispon„veis directamente no nosso mercado nem em muitos outros: os mastros Spieth ( Alemanha ), de 10 m, sƒo muito semelhantes ˆs simples, corriqueiras canas de pesca telesc†picas… refiro-me ˆs canas sem quaisquer acess†rios para a pr€tica a que se destinam normalmente, claro…, mas esses mastros sƒo caros, mesmo excluindo os portes de envio. A minha sugestƒo de vertical ,tamb…m baseada em pontos de alguns artigos da especialidade, consiste na “ op‚ƒo cana ”, que tenho utilizado com sucesso em antenas como a K9AY, j€ objecto de artigo na A.R.L.A. Material : Cana telesc†pica de uns 7~10 m, de prefer•ncia, do tipo que se desmonta na posi‚ƒo inversa, ou seja, os elementos encaixam de cima para baixo… tipo que nƒo se encontra com a facilidade que se espera, ao que parece, sendo o custo algo superior ao da cana telesc†pica normal, ainda que de igual extensƒo. Poste ( preferencialmente, de madeira tratada ) com di‡metro adequado no topo por forma a receber a base da cana. Como alternativa, uma extensƒo de tubo de PVC de parede grossa. Dever€ evitar-se folgas entre as paredes da cana e da extensƒo que fica por baixo, de maneira a minimizar oscila‚•es e at… rota‚ƒo em presen‚a de vento forte. Fio unifilar ou multifilar de Ž •1 mm; cerca de 14 m. Na minha, utilizei fio unifilar. Idem, de igual di‡metro ou superior, em v€rios tro‚os de igual comprimento do elemento vertical, que virƒo a constituir o plano de terra artificial, caso nƒo se disponha de terra natural ( penso em terra‚os, veda‚•es, por exemplo ), nƒo sendo de excluir a utiliza‚ƒo de ambos. Transformador de imped‡ncia, tipicamente, para adapta‚ƒo do cabo coaxial de 50 Ω, em que as rela‚•es poderƒo ser 16/1, 25/1 ou mesmo 36/1. Este derradeiro elemento nƒo pode ser descurado ! A imped‡ncia da antena … inversamente proporcional ˆ frequ•ncia, pelo que a nƒo utiliza‚ƒo de um transformador corresponderia a um curto circuito entre cabo e elemento vertical, em LF ou at… em MF. Os pormenores virƒo mais adiante. Constru‚ƒo : Do topo da cana at… cerca de 2/3 da sua extensƒo, os 14 m de fio sƒo dispostos em espiral e fixados com fita; da„ at… ˆ base, o fio restante poder€ ficar tamb…m no exterior, fixado com fita. O meu exemplar, de 7,2 m, tem 3,5 m de fio, da base ao enrolamento na parte superior da cana, constando aquele de umas 350 espiras na extensƒo de 3,7 m, at… ao “ chap…u ”, e dispostas aquelas mediante uma varia‚ƒo do di‡metro entre 26,3 mm e > 6.15 mm. O passo …, naturalmente, decrescente ˆ medida que o di‡metro das espiras diminui, at… ao elemento mais delgado da cana. Toque final, para diminui‚ƒo de ru„do causado por descargas de est€tica: dois c„rculos perpendiculares de uns 15 cm de di‡metro, soldados entre si, e ligados electricamente ao extremo do fio no topo da cana. Fica ao crit…rio do construtor a forma mais adequada de conseguir robustez em caso de vento, sendo de notar, contudo que, optando por um suporte doutro material, e.g. tubo de PVC - que obrigar€ a espiras de di‡metro constante, ainda que tamb…m de passo vari€vel - dever€ providenciar-se um sistema de espias ( em material isolante ). E regressando ao †rgƒo de acoplamento de sinal… pessoalmente, utilizo um n‰cleo AMIDON FT114-J ( traduz-se por um anel com Ž ext. 1,14 ”, material “ J ” [ equivalente ao material Amidon “ 75 ” ] ) com 40 espiras de fio Kynar Ž 0,50 mm: o fio da antena … ligado na 40‘ espira, o cabo … ligado ˆ 7‘ espira, a malha do cabo de 50 Ω … ligada ˆ 1‘ espira. Com cerca de 30 espiras, o rendimento diminui um pouco em LF e ficar€, qui‚€, algo real‚ado nas faixas baixas de HF, ainda que – como referido no princ„pio – esta antena proporcione franco rendimento at… aos 12 MHz. Mediante uma ficha PL com adaptador, liga-se a malha do cabo aos tro‚os formando o j€ referido plano de terra. Ser€ quase desnecess€rio diz•lo, mas aqui fica um conselho - o transformador dever€ ficar numa c€psula ao abrigo da intemp…rie. Para consegui-lo, proporia uma simples caixa pl€stica utilizada em electr†nica ou uma “ c€psula ” de fabrico caseiro feita com tubo de PVC cujos topos seriam encimados por dois discos de vidro acr„lico, a fixar consoante a habilidade de cada um: num topo, seria fixada a tomada PL, no outro, um terminal para ligar o fio da antena, tal como exemplificado na fotografia infra, em que a “ c€psula ” caseira encerra um transformador 9:1 - no caso, utilizando espiras triplas entrela‚adas num n‰cleo Amidon FT-114-J - suscept„vel de aplicar-se a uma Beverage ou antena de Z equivalente. A antena vertical sugerida neste artigo …, em suma, uma antena omnidireccional de pouco ru„do e que, em conjun‚ƒo com outra - direccional, de prefer•ncia - e um regulador de fase de sinal, poder€ revelar-se muito ‰til no DX em ondas m…dia e longa. Os experimentadores destas lides melhorarƒo o desempenho desta vertical se puderem mont€-la directamente no solo e constru„rem um plano de terra artificial melhorado, situa‚ƒo que o autor nƒo p“de contemplar no local onde a sua vertical … utilizada. Em jeito de ep„logo, acrescentaria que esta antena foi uma modifica‚ƒo da experi•ncia original, constando de condutor igual ˆ extensƒo do suporte vertical ( uns escassos 7 m ) e transformador adequado, logo, com desempenho razo€vel nas bandas altas de HF… mas p…ssimo em MF e LF. Aqui fica, por conseguinte, uma outra sugestƒo, mas mais uma chamada de aten‚ƒo – o transformador de imped‡ncia nunca deve ser menosprezado ! Literatura consultada: Mark Connelly, WA1ION, “ Broadband Receiving Antenna Matching ”, JUL 2003.