ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO PROGRAMA PLATINUM SOBRE AS VARIÁVEIS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL E FORÇA EM ALUNOS IDOSOS DE UMA ACADEMIA DE BELÉM. Yvinne Jordanne dos Santos de Sousa Orientado pelo Prof.° Ms. Moises Santa Rosa RESUMO Este estudo teve como objetivo analisar a efetividade do programa Platinum da Companhia Athletica, unidade Belém sobre os componentes da aptidão física relacionada à saúde, como a força e a composição corporal. Para isso foi realizada uma pesquisa documental comparando-se os resultados das avaliações funcionais nas variáveis citadas acima, antes e depois de seis meses de treinamento de 06 sujeitos, que realizam as atividades do referido programa. A pesquisa pretende responder o seguinte problema: Qual a efetividade do programa Platinum sobre o desenvolvimento da força e da composição corporal em alunos da terceira idade da Companhia Athletica, unidade Belém? Com a pesquisa destaca-se que o programa no desenvolvimento da composição corporal é efetivo de maneira geral, pois apesar da maioria dos sujeitos analisados terem aumentado seu percentual de gordura, eles não se encontram tão distantes do padrão exigido pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte. E quanto à força constatamos que a média do grupo apesar de terem aumentado o tempo em alguns segundos, permaneceu numa classificação “bom”, segundo a tabela de avaliação do protocolo de Gdlan, para o teste de levantar da posição sentada. Conclue que o programa de modo geral é efetivo no desenvolvimento da composição corporal e da força, pois seus praticantes se encontram dentro dos padrões pré-estabelecidos. Palavras-chaves: Composição Corporal; Envelhecimento; Força; Programa Platinum ABSTRACT This study aimed to analyze the effectiveness of the Athletica Company’s Platinum Program, headquarters Belém, on the components of health-related fitness such as strength and body composition. For this documentary research was carried out by comparing the results of functional assessments in the variables mentioned above, before and after six months of training 06 individuals who perform the activities of the program. The research aims to answer the following problem: What is the effectiveness of the Platinum Program on the development of strength and body composition in the headquarters Belém Athletica Company’s third age students? With the research highlight the program in the development of body composition is effective in general, because although the majority of subjects analyzed had increased its percentage of fat, they are not so far from the standard required by the American College of Sports Medicine. And the strength confirmed that the mean of the group despite having increased the time in seconds, remained in a 'good' rating, according to the evaluation table Gdlan protocol for the test stand from a sitting position. I conclude that the program is generally effective in the development of body composition and strength, as its practitioners are within the established standards. Keywords: Body Composition, Aging, Strength; Platinum Program INTRODUÇÃO Nos últimos tempos vem acontecendo um fenômeno nas sociedades do mundo, que é o aumento no número de pessoas que atingem a terceira idade, considerado como pessoas com mais de 60 anos. Dados da Organização Mundial da Saúde apud Matsudo (2001) estima-se que “a população brasileira de idosos em 1996 era de 7,8 milhões, e no intervalo de 1950 a 2020 será de 16 vezes maior o número de pessoas acima de 60 anos de idade”. O envelhecimento é um processo pertence a todos, ninguém está isento, ele faz parte do crescimento e do desenvolvimento do ser humano. No entanto, os idosos são vistos, muitas vezes como alguém que não tem mais nada a oferecer ou simplesmente associado à imagem de doenças, ou a sua incapacidade, ou até mesmo a dependência. A imagem de que o idoso não serve mais precisa mudar, porque podem ter na velhice uma vida tão ativa quanto na idade adulta. E o exercício físico é uma ferramenta imprescindível no processo de envelhecimento, pois ele traz benefícios que favorecem a socialização e reduz as dificuldades nas atividades da vida diária, uma vez que são importantes para que os idosos permaneçam com uma melhor aptidão física, pois requerem um nível mínimo de capacidade aeróbica, força muscular, resistência, flexibilidade e composição corporal para que mantenham sua capacidade funcional. Dentre os componentes da aptidão física relacionado à saúde, a força e a composição corporal ganham importância significativa. A força porque com o passar dos anos ocorre uma diminuição nos seus níveis, afetando as tarefas cotidianas dos idosos, que necessitam de muito mais força e resistência muscular. E a composição corporal porque com o avançar da idade, proporciona o aumento da gordura e o peso corporal magro diminui, com esse aumento, os riscos de doenças se elevam. (ACSM apud DANTAS, 2003). Sabe-se que a população idosa está em constante crescimento, e essa grande parcela tem sido alvo de muitos pesquisadores. O contato no estágio com o grupo da terceira idade despertou o interesse de estar pesquisando-os mais profundamente. Como o exercício é um meio não-medicamentoso para retardar o processo de envelhecimento, muitos programas de exercício físico (atividade física orientada) exclusivamente para terceira idade têm sido criados, como o programa platinum, da companhia athletica, unidade Belém. Essa temática tem sido alvo de muitas pesquisas, como um estudo de Matsudo (2000) que tinha o objetivo de analisar os principais efeitos do envelhecimento em diferentes componentes da aptidão física: antropométricos, neuromusculares e metabólicos. Considerando as variáveis antropométricas, o processo de envelhecimento é acompanhado por um aumento do peso corporal, especialmente dos 40 aos 60 anos de idade, com diminuição após os 70 anos de idade; diminuição da estatura corporal gradativa, explicada, em grande parte, pela perda de massa óssea; aumento da gordura corporal, diminuição da massa livre de gordura. Nos aspectos neuromotores, o aumento da idade cronológica é acompanhado por uma perda da área dos músculos esqueléticos, explicada pela diminuição do número e tamanho das fibras musculares (em especial, das fibras de contração rápida do tipo IIb) e uma perda gradativa da força muscular e, portanto, do desempenho neuromotor. Neste sentido, faz-se necessário pesquisar sobre a efetividade do programa platinum sobre a força e a composição corporal. Diante da necessidade de estudar essa temática, a seguinte questão de estudo foi levantada: Qual a efetividade do programa Platinum sobre o desenvolvimento da força e da composição corporal em alunos da terceira idade da Companhia Athletica, unidade Belém? A fim de responder essa indagação propomos o seguinte objetivo de estudo: Analisar a efetividade do programa Platinum sobre o desenvolvimento da força e da composição corporal em alunos da terceira idade da Companhia Atlética, unidade Belém. E as questões norteadoras: explicar os níveis de composição corporal e força em indivíduos da terceira idade que realizam o programa platinum; e descrever a importância da força na saúde e qualidade vida na terceira idade. A pesquisa traz uma relevância, pois orientará os profissionais que trabalham com os idosos a fim de que tenham conhecimento a respeito do processo de envelhecimento e de como os programas de exercício físico voltado pra terceira idade podem influenciar de maneira positiva nas atividades da vida diária (AVDS) Os dados utilizados para a pesquisa foi extraído das fichas de avaliações funcionais dos alunos praticantes do programa, sendo escolhido dois momentos, seis meses antes e depois, onde se comparou as variáveis de força e composição corporal. Para analisar a força, foi utilizado o teste de levantar da posição sentada, que compõe o protocolo de GDLAM. E para a composição corporal foi analisado o teste das 3 dobras cutâneas de Pollock (supra-ilíaca, supra-espinhal e coxa) MARCO TEÓRICO ENVELHECIMENTO E ATIVIDADE FÍSICA Nos últimos tempos vem acontecendo um fenômeno nas sociedades do mundo, o aumento no número de pessoas que atingem a terceira idade, considerado como pessoas com mais de 60 anos. Dados da Organização Mundial da Saúde apud Matsudo (2001) estima-se que, “a população brasileira de idosos em 1996 era de 7,8 milhões, e no intervalo de 1950 a 2020 será de 16 vezes maior o número de pessoas acima de 60 anos de idade na sociedade brasileira”. Esse fenômeno se dá, pelo aumento da expectativa de vida, pode-se perceber pelas comparações às décadas passadas, em que a população morria antes dos 50 anos, agora a média de expectativa de vida atual nos países em desenvolvimento é de 64 anos, podendo atingir os 71 anos de idade até 2020. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE apud MATSUDO, 2001). O envelhecimento traz alterações anatômicas, fisiológicas e psicológicas, elas interferem na sua qualidade de vida, fazendo com que sofram mudanças nas atitudes, nos valores existenciais e no comportamento, podendo afetar inclusive a autonomia nos níveis físicos, psíquico e social. Portanto o envelhecimento é pertencente a todos, ninguém está isento desse processo, todos estão envelhecendo. Ele faz parte do crescimento e do desenvolvimento do ser humano, o envelhecimento não está associado só a fatores negativos, mas a uma série de aspectos positivos que contribuem para a vida do indivíduo. Vê-los como alguém que não tem mais nada a oferecer ou simplesmente associado à imagem de doenças, ou a sua incapacidade, ou até mesmo a dependência, são assim que muitos os enxergam, realidade que precisa ser mudada, pois podem ter uma velhice saudável. Segundo Matsudo (2001, p. 17): O “idoso” existe por causa de uma classificação cronológica, e pela necessidade de identificar ou descrever com uma palavra o ser humano nas diferentes fases da vida. Mas na verdade a pessoa que chega e ultrapassa os 60 anos de idade, é um ser humano vivenciando mais uma etapa de sua vida. Portanto, precisamos pensar em como devemos “programar” o processo de envelhecimento que nos atinge sem distinção de sexo, cor, origem ou nível socioeconômico. O envelhecimento é um processo universal. Ocorrem mudanças nas células, nos tecidos e no funcionamento de diversos órgãos. O homem durante o ciclo da vida é um ser biopsicossocial podendo influenciar o ambiente em que vive e sofrer influências, num processo de adaptação, em suas relações com o mundo. (RODRIGUES; DIOGO, 2000). Sabe-se que a população idosa tem aumentado cada vez mais, contudo ainda é uma minoria que tem consistência da importância da prática regular de exercícios físicos e de seus benefícios tanto profiláticos como curativos das disfunções associadas ao envelhecimento. (KING, apud ASSUMPÇÃO et al. 2008). A inatividade física é um fator de risco que pode levar a alguns problemas de saúde como, doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade, diabete tipo II, osteoporose, entre outros. (VAN DER BIJ et al., apud ASSUMPÇÃO et al 2008) O exercício físico para idosos promove inúmeros benefícios a nível fisiológico, físico, social e psicológico, cujo objetivo principal é a melhoria do bem-estar e da qualidade de vida. Também a capacidade de permanecer independente dos outros, para que ele possa realizar suas tarefas do dia-a-dia (SPIRDUSO, 1995, apud ALMEIDA, 2009 ) Segundo Spirduso, apud Almeida (2009 p. 51) Muitos comportamentos ou atitudes do ser humano têm sido identificados como potenciais colaboradores no retardar do processo de envelhecimento, sejam eles, o cumprimento de uma dieta alimentar equilibrada, a abstenção de álcool e de drogas, o ato de não fumar, os bons hábitos de sono, a ausência de stress e a participação em atividades físicas, são aqueles que mais vezes aparecem referenciados. Por isso que muitos programas de exercício físico (atividade física orientada) exclusivamente para terceira idade têm sido criados, como o programa platinum, da companhia athletica, unidade Belém. Este programa foi criado na Companhia Atlhetica de São Paulo, unidade Murumbi, conforme as diretrizes do programa Platinum (2004) com o intuito de integrar seus alunos da terceira idade em um programa específico que envolvesse todos os departamentos da academia: Musculação, aquático, ginástica, cardiovascular e esportes. Logo depois ele foi implantado nas demais unidades, como em Belém. O objetivo do programa é o de melhorar a qualidade de vida dos idosos que a academia atende, oferecendo serviços adequados às suas necessidades, por meio de incentivos à ajuda mútua, estimulando as suas faculdades físicas e intelectuais; aperfeiçoar ou restabelecer a capacidade funcional (SPIRDUSO & CRONIN, 2001); auxiliar na reabilitação de doenças agudas e crônicas (SPIRDUSO & CRONIN, 2001); reforçar a sua independência e autoconfiança; incentivar a prevenção e a informação; melhorar a sua situação social incentivando o diálogo e a compreensão entre as gerações; maximizar a sua saúde psicológica (SPIRDUSO & CRONIN, 2001). O Programa Platinum atende às principais necessidades do cliente com mais de 60 anos, voltadas ao fortalecimento muscular, alongamento, postura, equilíbrio, condicionamento físico geral e resistência cardio respiratória, nas salas de ginástica em grupo, na musculação, nos aparelhos cardiovasculares e na piscina, com uma orientação adequada aos objetivos e capacidades físicas individuais. Os exercícios são prescritos e adequados de acordo com a condição física e funcional individual e visa recuperar, manter e melhorar a particularidade física em geral e a qualidade de vida, proporcionando autonomia e independência física. O programa contará com aulas de hidroginástica; aulas “multiplatinum”, onde tem como objetivo trabalhar o equilíbrio, a força, resistência, flexibilidade, relaxamento, coordenação, respiração e a postura; e também a musculação que pode ser realizada até 5x na semana, ficando a critério do aluno de acordo com sua disponibilidade. APTIDÃO FÍSICA PARA A 3ª IDADE, FORÇA E COMPOSIÇÃO CORPORAL: COMPONENTES ELEMENTARES PARA UMA VIDA SAUDÁVEL. É muito importante para a vida do ser humano a presença da aptidão física ou do condicionamento físico, que nada mais é, segundo Barbanti (1990) um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada uma não apenas realizar as tarefas diárias, as ocupações ativas das de lazer e enfrentar emergências imprevisíveis sem fadiga excessiva, mas também ajuda a evitar doenças hipocinéticas, enquanto, funcionando no pico da capacidade intelectual e sentindo uma alegria de viver. Nieman apud Gonçalves (2002), explica a aptidão física relacionada à saúde, com a capacidade de realizar atividades diárias com vigor e está relacionada a um menor risco de doença crônica. A aptidão física esta relacionada à disponibilidade de energia, capacidade de desempenho, resistência a fadiga e a ausência de doenças. Desse modo, leva-se a capacidade de trabalhar com vigor e prazer, sem fadiga, resistindo a doenças hipocinéticas com energia suficiente para atividades de lazer e recreação, agindo de forma saudável e carregando as emergências da vida de maneira condicionada. Barbanti (1993) define aptidão física envolvido com dois componentes: o primeiro relacionado à capacidade esportiva e a segunda à saúde. Aos esportes contribuem para o rendimento esportivo, eles são: velocidade, agilidade, equilíbrio, resistência anaeróbica, potência muscular e coordenação. Já a relacionada à saúde, Guiselini (2004) explica que ela está diretamente ligada ao melhor estado de saúde. São eles: resistência cardiorrespiratória, força, resistência muscular, flexibilidade e composição corporal. Neste trabalho abordaremos as capacidades da aptidão física relacionada à saúde, como a Força e composição corporal. A força é a capacidade de exercer tensão contra uma resistência, a qual é dependente de fatores mecânicos, psicológicos e fisiológicos. Pode ser entendida como a movimentação em certa velocidade por um músculo ou grupamento muscular. (KRAEMER, apud ASSUMPÇÃO et al, 2008) Na 7ª e 8ª décadas da vida, ocorre a diminuição da força muscular para níveis de aproximadamente 20 a 40% menores que em jovens adultos e continuam a declinar com o avançar da idade ate 50% da força de uma pessoa jovem saudável. (VANDERVOORT, apud ASSUMPÇÃO et al, 2008) Os atletas que se mantiveram em um treinamento de força, mantêm valores elevados de força muscular ate a sexta década de vida. O autor chega a conclusão de que o decréscimo da força esta associado não só ao processo de envelhecimento, mas a inatividade física. E na composição corporal, ocorrem várias alterações com o aumento da idade cronológica, onde as mais evidentes são as dimensões corporais. Com o envelhecimento ocorrem mudanças principalmente na estatura, na massa corporal e na composição corporal. Segundo Petroski apud Gonçalves (2002), composição corporal é a quantificação dos principais componentes que estruturam o corpo humano, é a estimativa da gordura corporal no fracionamento do corpo em dois componentes: massa de gordura e massa corporal magra. O exercício físico ajuda a manter o equilíbrio da composição corporal, diminuindo o peso da gordura e melhorando o peso da musculatura corporal através de exercícios aeróbicos, como: caminhadas, corridas, natação, hidroginástica; e de força e resistência muscular. As mudanças da composição corporal resultantes da idade, onde a gordura aumenta e o peso corporal magro diminui, são em razão de uma menor taxa metabólica basal e dos hábitos de atividade física das pessoas idosas e também a redução da realização das atividades da vida diária (AVDS). (ROBERGS & ROBERTS apud DANTAS, 2003). Por isso a procura de tantas pessoas da terceira idade em busca de programas de exercício físico, para que a gordura de reserva seja o principal objetivo de se eliminar, diminuindo os riscos de doenças. (ACSM apud DANTAS, 2003). Com isso percebe-se a importância de se controlar a gordura corporal de cada idoso e manter os níveis de força para que os mesmos consigam realizar suas atividades diárias sem nenhum desconforto. MATERIAIS E MÉTODOS Este estudo foi uma pesquisa documental, que visou analisar a influência de um programa de atividades físicas padronizado de uma academia de Belém, sobre alguns componentes da aptidão física relacionada à saúde, como força e composição corporal. A pesquisa documental segundo Gil (2008) guarda estreitas semelhanças com a pesquisa bibliográfica. A principal diferença entre as duas é a natureza das fontes: na pesquisa bibliográfica os assuntos abordados recebem contribuições de diversos autores; na pesquisa documental, os materiais utilizados geralmente não receberam ainda um tratamento analítico. E Gil (2008) ainda considera que os documentos são fontes ricas e apresenta uma estabilidade nos dados. Lakatos e Marconi (1999), fala que as informações são provenientes de órgãos que as realizaram e englobam todos os materiais escritos ou não, que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica. Podem ser encontrados em arquivos públicos e particulares, assim como em fontes estatísticas compiladas por órgãos oficiais e particulares. O tipo de estudo que foi aplicado na pesquisa foi o explicativo, que apresenta a característica de aprofundar as causas dos fenômenos, está diretamente ligado com a pesquisa em questão, pois o interesse é analisar a efetividade do programa Platinum sobre as variáveis de composição corporal e força em alunos de uma academia de Belém. E Gil explica (2008, p. 42): Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. O enfoque da pesquisa se deu a partir do enfoque empírico analítico, que buscou basear-se na teoria e por conseguinte verificar sua comprovação na pratica. “Se explicita no experimento, na sistematização e controle dos dados empíricos e através das análises estatísticas e teóricas” (TEIXEIRA, 2008, P.127). Escobar (2002) pressupõe o método científico denominado empíricoanalítico como a explicação do fenômeno que precisa ter “objetividade” e, para tanto, deve centralizar o processo cognitivo no objeto. Nessa visão a objetividade permite a imparcialidade do pesquisador e, portanto, afirma a neutralidade axiológica do método científico. Esse método que, de certa forma, segue os princípios válidos para as ciências físicas e naturais, enfatiza a relação causal que se explicita no experimento, na sistematização e no controle dos dados empíricos através de análises estatísticas. Nessa perspectiva, a validade científica é dada pelo teste dos instrumentos de coleta e tratamento dos dados e pelo grau de significância estatística. Como conseqüência desses pressupostos de ciência o método empírico-analítico privilegia uma concepção funcionalista de homem. Quanto à abordagem, o estudo se caracterizou como pesquisa quantitativa, pois considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.). Resultados precisam ser replicados (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). E Oliveira (2004, p. 115), explica a abordagem quantitativa como: Significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatística desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc,. A Análise estatística procura empregar várias técnicas descritivas e de inferência nos dados, fazer inferências a partir da amostra para a totalidade da população e testar os resultados para a significância estatística. O objeto de análise foram as fichas de avaliações dos testes funcionais que os alunos da referida academia realizaram, com dados já coletados periodicamente por ocasião das avaliações. Portanto, são dados já existentes, configurando-se numa uma variável da pesquisa documental, com fonte retrospectiva. Segundo Marconi, Lakatos (1999) a pesquisa retrospectiva são eventos compilados após o acontecimento pelo autor, transcrito de fontes primárias retrospectiva. Essas fichas de avaliação ficam guardadas na sala de avaliação física da academia, organizadas por período de avaliação. Os dados são referentes aos alunos que realizam o programa Platinum, sendo que foram analisados resultados de 06 indivíduos, nas variáveis Força e Composição corporal. O local da pesquisa foi uma academia da rede nacional, Cia Athletica, unidade Belém. O instrumento utilizado foram os prontuários com resultados das avaliações já coletadas por ocasião das avaliações periódicas, sendo escolhidos dois momentos, antes e depois de seis meses. Os dados encontram-se agrupados quantitativamente e demonstrados graficamente em números inteiros e em percentuais. Para verificar a efetividade do programa, foram comparados os resultados das variáveis de estudo em dois momentos distintos: Antes do programa e seis meses depois. O prontuário descreve o teste das 3 dobras cutâneas de Pollock que utiliza as dobras sub-escapular, supra-ilíaca e coxa, para avaliar o percentual de gordura, e para avalia a força muscular, emprega teste de Levantar da posição sentada, que compõe o protocolo de GDLAM, que consiste em avaliar a capacidade funcional da extremidade inferior e em que o indivíduo, partindo da posição sentada em uma cadeira, levantará e sentará cinco vezes consecutivamente (GURALNIK et al. apud DANTAS, 2004) Foram incluídos na amostra indivíduos que freqüentaram regularmente o programa de exercícios, há pelo menos durante seis meses e que tiveram menos de 10 faltas durante o período. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capítulo encontram-se demonstrados graficamente em valores médios e individuais, os resultados das avaliações do percentual de gordura, IMC e força muscular. No gráfico 1, é possível verificar os valores dos percentuais de gordura individuais pré e pós treinamento nos sujeitos, e no gráfico 2, os valores médios pré e pós do grupo. Percebemos que de acordo com a tabela 3 nenhum sujeito encontra-se dentro do percentual de gordura ideal, o sujeito 2 do sexo masculino é o que mais se aproxima tanto antes como após o período de programa do percentual ideal. O restante dos sujeitos que são do sexo feminino, quem esteve mais aproximado do percentual ideal antes e depois do programa foi o sujeito 4. Gráfico 1 – Percentual de gordura individual (Pré e Pós) Gordura Corporal Valores em (%) 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 PRÉ 20,3 22,22 28 22,83 27,17 19,58 PÓS 27,6 22,3 30,8 26,1 36,5 15,3 Gráfico 2 – Valores médios do % de gordura (Pré e Pós) Valores em (%) Média Pré e Pós 27 26 25 24 23 22 21 Média PRÉ PÓS 23,35 26,43 É possível verificar pela média do grupo que houve um aumento no percentual de gordura, passando de 23,35% no pré treinamento para 26,43% após seis meses de programa. Não estando tão longe do percentual ideal indicado pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) indicado na tabela 3. Tabela 3 percentual de gordura / segundo ACSM Gráfico 4 – Valores individuais de IMC (Pré e Pós) IMC 40 30 20 10 0 1 2 3 4 5 6 PRÉ 26,6 33,02 32,17 22,37 33,81 19,58 PÓS 26,6 35,6 33,3 22,4 36,1 18,9 Analisando o Índice de Massa Corpórea (IMC) segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) através da tabela 5, a classificação do 1º indivíduo antes e após o programa é de sobrepeso, onde não houve variação, permanecendo constante o seu IMC; já o 2º, 3º e 5º individuo antes do programa já se encontrava classificado como obeso, permanecendo na mesma classe, com um pequeno aumento do IMC; O 4º e o 6º estão no seu peso ideal tanto antes como após o treinamento. Com isso vemos que na maior parte os idosos se encontram com sobrepeso ou mesmo obesos, pois quatro dos seis idosos encontram-se acima do peso e somente dois encontram-se no seu peso ideal. Com o avançar da idade a gordura aumenta e o peso corporal magro diminui, está é razão de encontramos muitos idosos acima do peso. Tabela 5 – IMC / segundo OMS Gráfico 6 – Valor médio do IMC (Pré e Pós) IMC Médio 29,0 28,5 28,0 27,5 27,0 Média PRÉ PÓS 27,9 28,8 Vemos nos valores médios do grupo que se encontram numa faixa de sobre-peso. A obesidade é uma condição crescente no cenário mundial. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2004), 38,8 milhões de pessoas com 20 anos de idade ou mais estão acima do peso, o que significa 40,6% da população total do país, e, dentro desse grupo, 10,5 milhões são obesos. Guedes, Junior, Rocha (2008) acrescenta: Além disso, o excesso de peso traz consigo outras patologias, como diabetes tipo II, hiperlipidemia, hipertensão arterial sistêmica etc. Gráfico 7 – Força de Membros Inferiores (Pré e Pós) Valores em (seg) Força de Membros Inferiores 14 12 10 8 6 4 2 0 1 2 3 4 5 6 PRÉ 4,68 11,21 10,73 8,78 8,97 7,92 PÓS 6,11 10,31 12,93 8 9,15 7,5 O gráfico 7, é classificado segundo a tabela 9, do protocolo de GDLAN, onde classifica o 1º indivíduo como muito bom, permanecendo nessa classificação tanto antes como após o programa. No 2º indivíduo vemos a melhora, onde antes era classificado como fraco e depois passou para regular. Já o 3º indivíduo passa do regular para o fraco. O 4º indivíduo permanece na classificação de bom. O 5º indivíduo apesar de ter aumentado o seu tempo permanece na de bom e o 6º e ultimo indivíduo vai do bom para o muito bom. Desta forma constatamos que a média do grupo apesar de ter aumentado o tempo em alguns segundos, permaneceu na mesma classificação durante os 6 meses, de bom. Vemos que os idosos do programa platinum tem uma boa mobilidade de membros inferiores, destacando a força como um componente elementar o processo de envelhecimento. Gráfico 8 – Força média dos membros inferiores (Pré e Pós) Valores em (seg) Média 9,10 9,00 8,90 8,80 8,70 8,60 8,50 Média PRÉ PÓS 8,72 9 Tabela 9: Padrão de Avaliação da Autonomia Funcional do Protocolo GDLAM Testes Classif. C10m(seg) LPS(seg) LPDV(seg) LCLC(seg) IG(escores) Fraco + 7,09 + 11,19 + 4,40 + 43,00 + 28,54 Regular 7,09-6,34 11,19-9,55 4,40-3,30 43,00-38,69 28,54-25,25 Bom 6,33-5,71 9,54-7,89 3,29-2,63 38,68-34,78 25,24-22,18 Muito Bom - 5,71 - 7,89 - 2,63 - 34,78 - 22,18 C10m = caminhar 10 metros; LPS = levantar da posição sentada; LPDV = levantar da posição de decúbito ventral; LCLC = levantar da cadeira e locomover-se pela casa; IG = índice GDLAM. Diante das análises dos gráficos percebemos pela média do grupo que houve um aumento no percentual de gordura, passando de 23,35% no pré treinamento para 26,43% após seis meses de programa. Não estando tão longe do percentual ideal indicado pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM). Desta Forma concluímos que o programa no desenvolvimento da composição corporal é efetivo de maneira geral, pois apesar da maioria dos sujeitos analisados aumentaram seu percentual de gordura, eles não se encontram tão distantes do padrão exigido pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte, o exercício físico é um dos mecanismos para se controlar o peso, mas se o aluno não se alicerçar a uma boa dieta alimentar e a um descanso adequado não obterá um resultado tão satisfatório. E quanto a força constatamos que a média do grupo apesar de ter aumentado o tempo em alguns segundos, permaneceu numa classificação “bom”. Portanto, os idosos do programa platinum tem uma boa mobilidade de membros inferiores. Os participantes do programa platinum apresentam uma composição corporal um pouco acima dos padrões indicado pela ACSM e uma força boa para que possam realizar suas atividades com mobilidade e independência, de acordo com o teste de levantar da posição sentada, do protocolo de Gdlan. A força muscular é extremamente importante no processo de envelhecimento, pois com o passar do tempo os idosos apresentam diminuições progressivas da força que são manifestadas principalmente nos grandes grupos musculares, devido à sarcopenia e ao decréscimo do tamanho e número de fibras musculares, especialmente as do tipo II. (DANTAS, 2003). Por esses motivos que a força é tão importante na vida das pessoas, para que possam ser realizadas suas atividades da vida diária com qualidade, desenvolvendo na terceira idade mais uma etapa com qualidade. De acordo com esses resultados concluo que o programa de modo geral é efetivo no desenvolvimento da composição corporal e da força, pois seus praticantes se encontram dentro dos padrões pré-estabelecidos, apesar de alguns terem aumentado suas variáveis. CONCLUSÃO Concluo que pela média do grupo houve um aumento do % de gordura, mas permaneceram na mesma classificação (IMC) após seis meses de programa, não estando tão longe do percentual ideal indicado pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM). Vários fatores que não são controlados pela academia podem ter contribuído para o aumento do % de gordura. E quanto a força constatamos que a média do grupo apesar de ter aumentado o tempo em alguns segundos, permaneceu na mesma classificação “bom”. Portanto, os idosos do programa platinum tem uma boa mobilidade de membros inferiores. O estudo teve suas limitações, pois o grupo platinum tem um total de 35 alunos ativos, mas algumas avaliações estavam faltando dados, ou não estavam dentro do período que a pesquisa objetivava, de 6 em 6 meses. Onde só foi possível analisar 6 indivíduos, pois a avaliação não é obrigatória ficando a critério do aluno. O estudo seria mais fidedigno se os testes fossem aplicados em todos, deste modo o estudo teria mais respaldo cientificamente. Recomenda-se que o programa esteja analisando ou controlando outras variáveis que não sejam só o exercício físico, mas também a alimentação. Concluo que o programa de modo geral é efetivo no desenvolvimento da composição corporal e da força, pois seus praticantes se encontram dentro dos padrões pré-estabelecidos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Fábio Manuel Ferreira de. Sarcopenia: será uma inevitabilidade do envelhecimento ou conseqüência do desuso? Porto, 2009. p.79. Universidade do Porto, Universidade de Desporto. 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