Ano VIII • nº 172 29 de outubro de 2009 R$ 5,90 empoucaspalavras Já configurada como onda em São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador e Curitiba, surge por aqui, ainda timidamente, a moda das “kebaberias”. Kebab o quê? Kebaberias, ou seja, casas especializadas em kebab, delícia de origem turca, árabe ou grega – ninguém sabe ao certo – mais conhecida no Brasil como churrasco grego. O salivante espeto de cordeiro, frango ou carne bovina já dava o ar da graça, há algum tempo, na lanchonete Calçadão da Torre, no Setor Hoteleiro Sul, no Shawarma, da Feira dos Importados, e no Dunne, do Sudoeste, entre outros endereços. Mas, como garante a repórter Lúcia Leão, sem o charme do Sheikebab, que acaba de abrir as portas na 103 Sul (página 6). Ainda na seção Água na Boca, registramos outra tendência: a migração de marcas de sucesso no Plano Piloto para o jovem e pujante mercado de Águas Claras (página 8). Mas a região central da cidade também não para de produzir novidades. A melhor da quinzena, por isso mesmo estampada na capa desta edição, foi a inauguração do Heat, misto de restaurante, bar e boate que promete elevar a temperatura da noite brasiliense (página 20). Boa leitura e até a próxima quinzena. Maria Teresa Fernandes Editora Rodrigo Oliveira A gastronomia, como a vida, vem em ondas... Só para ficarmos em exemplos mais recentes, lembram-se da moda das lojinhas de empadas? E a onda das temakerias, então? Multiplicaram-se, conquistaram o público jovem e ainda se mantêm – firmes e fortes – vendendo os deliciosos cones recheados com peixe cru, camarão, arroz etc. 6 águanaboca O Quarteto Libanês (quibe cru, baba ganoush, coalhada seca e homus) é uma das delícias do cardápio do Sheikebab 10 12 13 14 15 16 19 20 22 26 30 32 picadinho garfadas&goles pão&vinho espaçocidadão palavradochef roteirogastronômico graves&agudos caianagandaia dia&noite galeriadearte cartadaeuropa luzcâmeraação ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207 Fax: 3964.0207 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Redação [email protected] | Editora Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Carlos Roberto Ferreira sobre foto de Rodrigo Oliveira| Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre dos Santos Franco, Beth Almeida, Catarina Seligman, Diego Recena, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Contato Comercial Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/ Financeiro Daniel Viana | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Coronário. 5 águanaboca Kebab com charme Turca, árabe ou grega, atendendo por diferentes nomes, a iguaria agora tem um restaurante especializado em Brasília Por Lúcia Leão Fotos Rodrigo Oliveira Q uem colocou mochila nas costas e, sem dinheiro no bolso, ganhou o mundo, certamente já dormiu num sleeping bag e matou a fome com um kebab. Marca da gastronomia popular da década de 70, a carne assada em mantas dispostas verticalmente em espetos giratórios defumava igualmente as ruas mais simples e movimentadas de bairros londrinos ou paulistanos, onde quer que se concentrassem os imigrantes turcos, gregos e árabes e circulassem as hordas de jovens viajantes cabeludos, coloridos, curiosos e famintos. Fatiados lateralmente, os bifes espetados – que giravam ali ad eternun, muitas vezes ao relento, no meio das calçadas – eram dispostos à fartura, com condimentos e molhos, em discos de pão árabe, por sua vez fechados em co- 6 nes e embalados em pedaços retangulares do mais grosseiro papel de embrulho. Pois é, o sonho acabou. Mas o kebab não morreu. Menos “contracultural” e com mais cuidados sanitários, o sanduíche continua popular na Europa, apresentado como uma opção étnica aos fast foods industrializados. Em São Paulo, de onde andou uns tempos sumido, o “churrasquinho grego”, como é mais conhecido, começa a reaparecer aqui e ali como prato exótico. E finalmente chega a Brasília cheio de charme, melhor palavra para definir o Sheikebab, casa de comida árabe aberta, em finais de setembro, na 103 Sul. É bem verdade que a iguaria já podia ser encontrada há algum tempo, em versões mais populares, mas também muito saborosas, em estabelecimentos modestos como o Calçadão da Torre, lanchonete do Setor Hoteleiro Sul, onde atende pelo nome de shawarma. Mas – voltando à nossa palavra-chave – sem o charme do Sheikebab. E como também falamos em sonho, vale a pena mencionar que a casa é a concretização de um bem antigo da jornalista Flávia Monteiro e de seu colega de profissão Alexandre Lemos, que de há muito planejavam trocar a lide com as letras e as notícias por outra menos estressante, onde pudessem produzir e oferecer apenas satisfação e prazer. Chegaram lá com a preciosa ajuda da jovem chef Isadora Marar, da terceira geração de uma família de grandes cozinheiros libaneses com quem aprendeu aqueles segredos que só filhos são merecedores de conhecer. No currículo profissional, Isadora traz apenas a experiência – nada desprezível – de ter trabalhado na cozinha de Alice Mesquita, mas esta é a primeira vez que assume a sua própria, já com indisfarçável assinatura, impressa no tempero e na apresentação dos kebabs. As carnes bovina, de frango ou de ovelha são marinadas por 24 horas numa mistura de ervas, capitaneada pela pimenta síria (ela imprime um sabor todo especial e único). São servidas em cones de pão-folha, acompanhadas de alface americana, cebola roxa, pepino e molhos de coalhada e tahine. Ou em prato, com cuscuz marroquino. Este, de leveza e suavidade de sabor cativantes! Mas o comensal que conheça Isadora vai reconhecê-la mesmo é no Quarteto Libanês, porções de quibe cru, homus (pasta de grão de bico), baba ganoush (pasta de berinjela) e coalhada seca acompanhadas de pãezinhos árabes. Seriam iguais aos de quaisquer restaurantes árabes, não tivessem o toque mágico de dona Najla, a matriarca da família Marar com quem Isadora aprendeu a defumar a berinjela, dosar as misturas e preparar a alquimia que finaliza cada iguaria. Sem falar que o Quarteto chega à mesa como uma obra de arte, tão cuidadosa e equilibrada é sua disposição no prato. Exagero? Vai lá ver! A casa, que optou por um cardápio limitado, serve também os tradicionais arroz de aletria e com lentilha, abobrinha recheada e charuto com folha de uva, além de almoço executivo que varia de acordo com a oferta de produtos no mercado. E o charme? Imagine degustar essas delícias num lugar pequeno e aconchegante (são apenas vinte meses), de preferência no jardim protegido por telhas transparentes, cercado de bambuzinhos e abençoado por uma gigantesca árvore A chef Isadora Marar e o seu Quarteto Libanês: com o toque mágico da avó Najla. que como que brota do piso de pedrinhas portuguesas. Ao fundo, a música new age da trilha sonora do francês internacionalmente famoso Buda Bar, uma escolha pessoal de Flávia que não passa desapercebida dos clientes mais atentos e sensíveis. Uma dose de uísque, uma taça de vinho, um doce de nozes, um licor, um cafezinho.... e só! Sheikebab 103 Sul – Bloco B (3323-5262) De 2ª a sábado, das 11h30 às 15h e das 18 às 24h 7 águanaboca Águas Claras, novo eldorado gastronômico? A cidade mais vertical do DF começa a atrair bares e restaurantes badalados do Plano Piloto Por Vicente Sá Fotos Eduardo Oliveira E ra uma vez uma cidade que parecia um imenso canteiro de obras. As pessoas que moravam em meio às construções, à poeira e ao intenso tráfego viviam tristes, pois não tinham nenhum lugar para saborear uma boa comida, tomar um chope gelado e cremoso ou se reunir com os amigos e papear noite adentro. Mas, devagar, as coisas foram mudando. Sem nem mesmo carecer de uma varinha encantada, apenas com a magia do tempo que amadurece as coisas, a cidade foi melhorando. Águas Claras, 17 anos depois de criada e seis depois de se tornar a 20ª Região Administrativa do Distrito Federal, é o novo eldorado dos empresários, principalmente do ramo imobiliário, mas agora também da gastronomia. Hoje, oito de cada dez restaurateurs do Distrito Federal pensam em abrir uma casa na cidade. E motivação é o que não falta, porque Águas Claras, com 80 mil moradores de alto poder aquisitivo, em sua maioria jovens casais com filhos que adoram sair e se divertir, é carente de bons restaurantes e casas noturnas. Então, por que não ir para lá? “Águas Claras é um ótimo investimento a médio prazo. Mesmo o problema 8 Claude Capdeville e o sócio Wanir Júnior, na nova Toca do Chopp: no caso deles, a "lei seca" está ajudando. que havia, de pouca oferta de imóveis comerciais, já está praticamente sanado, pois os novos prédios construídos têm espaço comercial no térreo, o que vai baratear o preço do aluguel. E a cidade ainda está crescendo, devendo chegar a 200 mil habitantes em 2014”, prevê Nadim Haddad, vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar). Os pioneiros Os irmãos Thales e Daniela Furtado, da rede Gordeixo’s, foram os primeiros empresários a enxergar isso. Em 2005, no auge da falta de imóveis comerciais em Águas Claras, conseguiram descobrir um bom espaço no Maggiore Shopping, na Avenida Araucárias. Em agosto daquele ano, levaram para lá suas massas e a conhecida pizza assada e servida na pedra. “Foi uma loucura. A cidade tinha poucas opções e nós tivemos naqueles meses de final de ano uma verdadeira romaria à casa”, lembra Daniela. Segundo ela, o público é tão exigente Trouxinha de caranguejo da Toca do Chopp quanto o do Plano Piloto ou do Sudoeste. Para fidelizar a clientela, a casa criou alguns diferenciais, como estacionamento interno, parquinho para crianças e espaço para jantar à luz de velas. “Além do nosso cardápio tradicional, temos em Águas Claras algumas novidades, como o Frango Tropical, à milanesa, recheado com catupiry e acompanhado de purê de batatas, compota de frutas e arroz com passas”, informa Daniela. Outro empresário que também não demorou a descobrir o novo nicho foi Paulo Bessa, da rede Pizza à Bessa, que abriu uma filial em Águas Claras há quase dois anos. A casa, que fica na Avenida Castanheiras, é administrada por duas amigas dele, Angelina e Lívia, que também acreditaram na nova cidade. Funcionando no Shopping Águas Claras há dois anos, a franquia de fast food Laguna Peixes e Camarões – presente também no Píer 21 – tem encantado a clientela mais jovem com sua lasanha de camarão, seu bolinho de bacalhau e principalmente com o salmão grelhado. Satisfeito com o movimento, o proprietário, Sérgio Resende, acredita que a tendência é melhorar ainda mais. “É uma cidade que ainda vai crescer muito e eu gosto de fazer parte dessa história desde o início”, diz. Livres da blitz Bem mais recentemente, quem resolveu apostar no potencial de Águas Claras, e até se mudou para lá com a família, foi Claude Capdeville. Com sua Toca do Chopp de portas abertas na Avenida das Pizza na pedra do Gordeixo's Castanheiras há pouco mais de um mês, ele já colhe o resultado dos bons frutos que plantou – uma pequena mas fiel clientela. “Além do nosso atendimento tradicional, que deixa as pessoas bem à vontade, nós sempre temos uma pequena surpresa na noite. Eu mesmo vou à cozinha e preparo uma trouxinha de caranguejo ao molho de caju, ou uma empada aberta de queijo. Eu sei que isso é um diferencial que cativa o freguês”, diz Claude. O servidor público Elísio Freitas, um dos primeiros clientes conquistados por Claude, diz que gosta de ir à Toca do Chopp tanto com amigos quanto com a família. “É um lugar bem tranquilo, com chope gelado, boa comida e que caiu no gosto de minha família”, explica. Para ele, a proximidade é um grande atrativo: “A gente não precisa mais dirigir até o Plano Piloto e voltar com medo de blitz. Agora, já temos boas opções dentro de Águas Claras”. Segundo Claude, a “lei seca” tem contribuído, de fato, para que as pessoas pensem em jantar ou sair para locais próximos de sua residência – e oferecer essas opções fora do Plano Piloto é uma excelente oportunidade empresarial. Um dos próximos a levar suas marcas para Águas Claras é Jorge Ferreira, o “Midas” dos bares e restaurantes de Brasília, proprietário de nada menos que 12 estabelecimentos. Ele não vai abrir apenas uma nova casa, mas duas de uma só vez, que serão inauguradas ainda este ano no Shopping Quê!. “São duas casas bem diferentes: uma tratoria, com massas artesanais, caseiras e generosamente servidas, e o Bar do Ferreira, no estilo do Bar do Feitiço, para quem gosta de um botequim simples e limpo”, explica o empresário. Várias outras casas de sucesso do Plano Piloto já perceberam a força desse mercado e abriram filiais ao longo das avenidas Castanheiras e Araucárias, as principais de Águas Claras. PoiZé, Torteria di Lorenza, Capital Steak House Pizza Cesar e Grande Muralha são algumas delas. Todas já conquistando numerosa clientela e vendendo muito bem no que pode vir a ser o mais novo polo gastronômico do Distrito Federal. Para enxergar isso, nem é preciso ter bola de cristal. Pizza à Bessa Avenida Castanheiras, 980 – Edifício Áqua (3435.8833). Diariamente, das 18 às 24h. Toca do Chopp Avenida Castanheiras, 920 – Edifício Ônix (8120.7235). De 2ª a sábado, das 15 às 24h. Gordeixo´s Maggiore Shopping – Avenida Araucárias – Lote 305 (3435.6565). Diariamente, a partir das 17h. PoiZé Avenida Castanheiras, 1060 (3036.5437). De 2ª a 6ª, das 18 às 3h; sábado e domingo, das 12 às 3h. Torteria di Lorenza Avenida Castanheiras, 1060 (3435.3885). Diariamente, das 9 às 22h. Capital Steak House Shopping Quê! – Rua 36 Norte – Lote 5 (3042.0888). Diariamente, das 12 às 24h. Pizza César Shopping Quê! (3435.0527). Diariamente, das 12 às 15h e das 18 às 24h. Grande Muralha Shopping Quê! (3436-7319). Diariamente, das 10h às 21h30. Laguna Camarões e Peixes Águas Claras Shopping – Avenida Araucárias – Lote 2005 (3042.0 994). Diariamente, das 11 às 22h. 9 picadinho harmonizados com espumante Universal Diner, produzido pela vinícola Don Giovanni, de Bento Gonçalves, com 75% de uva Chardonnay e 25% de Pinot Noir. De bar em bar Menu-degustação O Zuu a.Z.d.Z. da chef Mara Alcamim acaba de lançar novo menu-degustação, com cinco pratos mais sobremesa. Os pratos: tempurá de camarão e escalope de salmão e caviar; tartare de manga com vieiras; textura de foie gras com sorbet de chocolate e curry; bolinhos de bacalhau e algas; e confit de french rack de cordeiro e cará trufado. A sobremesa: peras ao vinho com sorvete caseiro de pistache. O preço: R$ 190. No lançamento do menu, os pratos foram 10 Está começando a edição 2009 do festival Bar em Bar, promovido pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Até 29 de novembro, cada boteco participante do festival estará oferecendo um tiragosto especial ao preço único de R$ 15,90. Este ano, a novidade será a promoção Amigos do copo. Pagando R$ 15, o cliente leva um copo exclusivo e dez vales-chopes que devem ser utilizados em dez bares diferentes – um em cada bar. A relação dos participantes, com seus respectivos tira-gostos, está em www.barembar.com.br. Uma só escolha A Spoleto continua com a promoção Especiais do mês, ideal para quem prefere ser surpreendido, ao invés de escolher cada ingrediente – o tradicional sistema da rede de culinária italiana. Para este mês, o chef Gianni Carboni apostou no Spaghetti a Carboni (massa de grano duro com camarões ao molho de vinho branco, bacon, tomate e alho poró) e no Pasta al Basílico (com molho de tomate italiano à base de manjericão). Neste último, o cliente “preguiçoso” só precisa escolher a massa de sua preferência. A Spoleto acaba de abrir uma loja na quadra 100 do Sudoeste, que funciona durante as 24 horas do dia. Vinhos personalizados Final de outubro, vamos às primeiras dicas para as festas de fim de ano. No site www. vinhosevinhos.com, pode-se encomendar vinhos brancos, tintos e espumantes personalizados com o nome da empresa, seu amigo secreto, da esposa e até – por que não? – do chefe. Spoleto O menu especial do mês de outubro da rede Spoleto traz dois novos pratos assinados pelo chef italiano Gianni Carboni. O Pasta al Basílico leva molho de tomate italiano e manjericão. A massa pode ser fettuccine, fusilli integral, penne, farfalle ou spaghetti, à escolha do cliente. A outra novidade é o Spaghetti a Carboni, feito com massa grano duro importada, acompanhada de camarões ao molho de vinho branco, bacon, tomate e alho poró. O Bier Fass do Pontão do Lago Sul promove, de 9 a 15 de novembro, a Semana Alemã, com o melhor da gastronomia germânica. A cerveja gelada poderá ser acompanhada por entradas como o winzer vesper – tábua de frios do vinhateiro, com presunto tipo alemão, lombo canadense, picanha defumada, landjager, terrine de cordeiro, cesta de pão de centeio, picles e molho de mostarda – e a porção de salsichas grillé variadas, com os tipos cervela, schublig, kalbrsbratwurst e frankfurter cortados em rodelas aceboladas e servidas com molho de mostarda e pão de centeio. Entre os pratos principais, destaque para o kassler mit sauerkraut und kartoffeln, composto de cortes de porco selecionados servidos com chucrute e batata cozida. Na sobremesa não poderia faltar, é claro, o famoso apfelstrudel (torta de maçã) com chantilly. Boa hora O Parrilla Madrid relançou a concorrida Hora do Tapeo. Das 18 às 20h30, diariamente, todos os petiscos têm descontos de até 50%. Para o chope, as caipivodkas e a sangria, a promoção é a dose dupla. Prêmio na Alemanha O concurso Anuga Wine Special 2009, da Alemanha, analisou mais de 220 vinhos de 12 países e premiou sete brasileiros, sendo dois deles da vinícola Miolo. O Lote 43, safra 2004, e o Fortaleza do Seival Tannat, safra 2006, ganharam medalhas de prata e bronze, respectivamente Vem chegando o verão... ... e, com o sol se pondo às sete e meia da noite, mais do que nunca é tempo de curtir a happy hour. Melhor ainda se estivermos de frente para o mais belo pôr do sol da cidade, em algum dos cinco restaurantes do Pontão do Lago Sul, que criaram promoções especiais para a estação mais quente do ano. No Bargaço, anéis de lula à doré com molho tártaro e vinagrete (R$ 26 para duas pessoas); no Bier Fass, chope pela metade do preço (R$ 2,35) das 16 às 20h; no Café Antiquário, o “franguinho do Oto”, o mais tradicional e mais pedido tira-gosto da casa – pequenos cubos de frango à milanesa com molho barbacue – a R$ 24,50 (para três pessoas); no flutuante Limini, pipoca de camarão (porção de camarões empanados com molho rosé apimentado) a R$ 34 (para duas pessoas); no Mormaii, bufê de frios com cinco tipos de queijos, champignons, azeitonas pretas, salame italiano, presunto de Parma, molho de queijo gorgonzola e pasta de queijos (R$ 5,80 a porção de 100 gramas). Louco por café O craque do café Antonelo Monardo divulga com pique total seu livro Louco por café, lançado recentemente em Brasília. Agora em novembro ele faz o lançamento do livro nas lojas FNAC de Ribeirão Preto (dia 23) e da Avenida Paulista, em São Paulo (dia 24). Fotos: Divulgação Culinária alemã 11 São demais os perigos Luiz Recena garfadas&goles [email protected] 12 Dia desses contamos a história de um encontro terraespiritual com nosso amado poetinha Vinícius de Moraes. Agora voltamos ao cenário, cantarolando um pedaço de letra de música que ele fez. Sim, “são demais os perigos desta vida”. Não apenas “pra quem tem amor”, mas para quem está vivo. Um simples ser vivente. Depois de rolar como as pedras, em muitas estradas da vida, cobrindo acontecimentos nem sempre pacíficos, no Brasil e no mundo, depois de morar em Sampa e no Rio de Janeiro, depois de trabalhar nos centros dessas cidades grandes, inquietas e não pacíficas, de deixar redações em horas avançadas da noite, o assalto chegou em forma de surpresa, numa pracinha bucólica de Itapuã, praia e fonte de tantas inspirações... Um sábado. Um típico sábado qualquer, por volta das dez/onze da noite, pracinha costumeira de nossos andares, bar pacato, pequeno e alegre, com não mais de dez, doze mesas. Rozane, sentada de frente para o crime, ou para o bandido, deu o sinal/ordem em voz baixa, calma e fria: “Fica quieto que é um assalto”. De perfil, girei 45 graus a cabeça. O olho esquerdo viu primeiro, o direito completou a visão: um cano de revólver a dois palmos da testa, mais mirado para a têmpora esquerda, um braço oscilante, grudado a um corpo magro, de menos de 20 anos, mulato claro, cabelo mais ou menos com a mesma cor. “Passa a grana!”, comandou. Com a frieza que deve estar registrada em algum longínquo DNA na fronteira oeste gaúcha, devolvi a ordem: “Calma, garoto, o dinheiro tá neste bolso, vou meter a mão nele e tirar a grana, calma”. O aprendiz de Al Capone baiano parece ter ouvido, pois, sem desviar o revólver, relaxou e esperou. O dinheiro saiu do bolso e foi entregue. Por mais alguns segundos continuei vendo o mundo pelo buraco de um cano de revólver. Ao final do túnel, a visão é um cão, puxado, ou seja, engatilhado para disparar. O mundo é um cão! Ou, no dizer dos mais baianos, “o cão do Segundo Livro”, o mais feio e perigoso dos representantes do Capeta, que já pisou a terra desde sempre... O destino tinha sentado a uns seis/oito metros de nós, em forma de policial de folga. O moço agachou-se e correu por entre mesas e cadeiras, em direção à esquina, puxando para si o foco da situação. Os assaltantes deram dois tiros, errados, gritaram “sujou! vâmo nessa”, entraram num carro vermelho que esperava de portas abertas, fecharam tudo e sumiram, cantando pneus. O policial ainda conseguiu atirar neles, sem sucesso. Anjos, Bíblia, direitos E assim foi. Durou menos de um minuto o que precisou mais de meia hora para ser vertido em letras. O desastre poderia ter sido maior, pois crianças brincavam de desenhar, dentro do bar. Nada viram, nada ouviram. Choraram depois porque os adultos choravam. Dizem que elas e os boêmios têm anjos da guarda particulares. Em hora dessas, até ateus acreditam nisso. Quanto aos exponenciais direitos dos bandidos e o bíblico “amai-vos uns aos outros”, numa hora dessas, sei não... Suíço-baiano Bom, a luta continua e, já dizia o filósofo do Lago Norte, a vida só é dura pra quem é mole. As novidades nas garfadas começam com o surpreendente Tudo Azul, bistrô suíço-brasileiro, Avenida Sete de Setembro, 3.717, Porto da Barra. Ele é Kurt, ela é Dora. Kurt nasceu gaúcho, descendente de alemães, mas botou o pé na estrada e foi parar na Suíça, onde viveu muito tempo, até aprender a cozinhar. Dora é baiana e já sabia cozinhar. Do encontro dos dois nasceu o pequeno restaurante, com comidinhas baianas e da cozinha germânica. De um lado, salsicha, costeleta, joelho de porco, chucrute. De outro, moquecas, peixes e outras delícias baianas. Jogo empatado. Vitória do cliente. Spaghetti? Cuidado! A Cantina Cortilli está num pequeno centro gastronômico na orla, bairro Costa Azul. Tem uma mesa de antepastos da melhor qualidade. Chope gelado e bem servido. Melhor ficar por aí, pois o fechamento da noite, com um spaghetti, pode ser trágico, tipo assim, macarrão fora do ponto, molho idem. Fuja! Faltou coisa boa A Galeria do Pascoal tem muita coisa original, de telas e esculturas a personagens e comidinhas. Um registro especial para a super bruschetta. Tem todos os ingredientes básicos, mais alguns que ele criou: um queijo, uma alcaparra, uma pequena montanha de tomate cortado miúdo. Uma delícia desse Pascoale, nascido perto de Nápoles, na pequena San Felice a Concello. È vero, Pascoalino? Semana do saco cheio região de Champagne, na França, de usar com a expressão pode parecer estranha, exclusividade essa expressão para designar seu até mesmo chula, mas aqui entre nós, vinho borbulhante. De maneira que, quando to- paulistanos, trata-se de uma grande invenção mamos champanhe em Nova York, na maioria no mundo dos workaholic: todo ano, em das vezes, como foi o meu caso, estamos toman- outubro, na semana dos feriados do Dia das do mesmo é um espumante americano. Em se- Crianças (12) e do Dia do Professor (15) as guida, para acompanhar o penne, um bom e tí- escolas entram em recesso. É época de viajar pico Zinfandel do Napa Valley (húmus e pimenta com a família. em bom corpo aveludado). De sobremesa, Ca- Coincidindo com o clima novaiorquino trazido pela presença de Tony Bennett no Brasil, noli de chocolate. O Tribeca Grill, famoso restaurante do ator inclusive em Brasília, passei ótimos momentos Robert de Niro, não decepcionou: uma taça de com toda a família na Big Apple. Minha missão: champanhe de entrada, esta verdadeira, uma experimentar e comprar alguns dos excelentes sopa de tomates e um ótimo magret de canard vinhos americanos, que custam tão caro acompanhado de um Pinot Noire do Oregon no Brasil, tornando rara a possibilidade muito aveludado, ao estilo da Borgonha. Para de degustá-los. fechar a boa refeição, uma torta de pêssegos Já se haviam passado muitos anos desde que lá estive e, assim, pude redescobrir a grande com sorbet. No delicioso Peter Luger – surpreendam-se! cidade americana. Diferentemente de outros – em vez de vinho bebi uma ótima brown beer destinos turísticos, em que se procura paisagens da casa. O melhor da viagem, porém, e aí vai a bonitas e tranquilidade para um bom descanso, minha dica para os enófilos que por lá aporta- em Nova York o negócio é caminhar por toda a rem, foi a parada estratégica na New York Wine selva de pedra como um autêntico maratonista, Exchange, na Broadway, loja com bons preços fazer compras, aproveitar a programação cultural, que me renderam alguns ícones americanos sempre muito farta, e, é claro, frequentar alguns como o Cabernet Sauvignon Shafer (considerado dos muitos locais badalados da cidade. por muitos o melhor produzido no país), o Stag Vamos aos vinhos. No Carmine’s, no início Leaps (verdadeira lenda que bateu alguns dos do jantar, uma taça de Grand Cru franceses em degustações às cegas) champanhe gelada, de e alguns Pinot Noir do Oregon e Chardonnays bom perlage e aromas, e Zinfandels do Napa Valley. uma delícia. Na terra do paoevinho @alo.com.br De “saco cheio”, na minha viagem, só a ma- Tio Sam, pasmem, não se la, repleta de bons vinhos que, a esta altura, já reconhece o direito da compõem minha modesta adega. pão&vinho P ara quem não mora em São Paulo, ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO 13 Garçom, raimundo ribeiro espaçocidadão comunicacaoraimundoribeiro @gmail.com 14 J um amigo á discuti muito, nos últimos anos, em de- ria, com suas angústias e carências. Os alegres fesa da taxa de 10% cobrada nos bares e frequentadores de bares e restaurantes rara- restaurantes a favor dos garçons. Deter- mente percebem os problemas que o garçom minadas pessoas, tentando ser mais letradas à sua frente enfrenta, como a falta de habita- do que um simples piauiense como eu, afir- ção, a inexistência de transporte nas altas ho- mam: “Mas no Japão tentei dar uma gorjeta e ras da madrugada e a segurança precária nas o garçom se sentiu ofendido. Por que no Brasil ruas, principalmente à noite. tem que ser diferente?” Ora, meus amigos que fazem tudo para Aos poucos, esses profissionais estão se organizando em associações e podem reivindicar deixar de pagar algo, nós não usamos quimo- melhor os seus direitos. No entanto, quando no nem praticamos sumô, e quase nenhum pensamos na profissão de garçom, muitas ve- brasileiro tem os olhos puxados. Portanto, va- zes só visualizamos bares e restaurantes de mos seguir a cultura do nosso país, onde os áreas mais nobres, com melhor rendimento. 10% já foram amplamente assimilados e vêm até incluídos na conta. O garçom é uma figura reverenciada pela Em cidades menos desenvolvidas, ou em áreas mais pobres das grandes cidades, há estabelecimentos que geram resultados bem maioria dos consumidores brasileiros. É ele menos vantajosos para seus empregados, e quem zela pelo chope bem gelado, pela ma- devemos zelar por esses também. É nosso de- carronada com aquele molho especial ou pelo ver localizar problemas em todas as regiões e churrasco de arrepiar argentino. E a legislação em todas as faixas sociais, em busca de solu- brasileira reconhece que os 10%, se esclareci- ções que nem sempre vêm em forma de legis- dos previamente pelo estabelecimento, podem lação. Por isso, faço gestões em benefício da mesmo ser cobrados. categoria, ergo minha voz em defesa dos gar- Bares e restaurantes há muito tempo deixa- çons do Distrito Federal, um grupo profissio- ram de ser comércio e são reconhecidos como nal onde fiz grandes amigos ao longo dos empresas de serviço, onde o principal ator é o anos. garçom, profissional que aprende a distinguir Portanto, quando você pensar nos garçons os nossos gostos e transforma em um mo- do Japão, lembre-se que os nossos são cari- mento feliz o ato milenar de se alimentar. nhosos, sensíveis, bem informados e confiá- Tenho contato permanente com a catego- veis. Quanto aos de lá, quem sabe... Comida N ovas tendências na gastronomia atenção especial na hora de escolher produtos estão pipocando na Europa. Ciente alimentícios no futuro. da necessidade de dar uma injeção Durante os eventos gastronômicos, a maior de ânimo e renovar a visibilidade da gastrono- parte nos fins de semana, são servidas até mia, o jornalista francês Alexandre Cammas duas mil refeições. Há apresentações de resolveu investir num novo movimento que pequenos produtores e chefs que falam batizou de Fooding, uma associação de duas de seus produtos, de seu trabalho, de suas palavras inglesas – food e feeling, ou seja, co- criações. É cada vez maior o número de mida e sensação/emoção – que resulta em al- jovens adeptos desses encontros, cujo local go parecido com “comoção”, em português. e data são divulgados pela internet, com Numa entrevista, Cammas descreveu o movimento como uma versão moderna da gastronomia, palavra na concepção dele uma palavra-chave, para criar uma atmosfera de surpresa e mistério. Na realidade, esses eventos são muito antiquada, que significa “ao uso do estômago”. apropriados para a divulgação de novos “O Fooding é, primeiramente, um outro talentos e suas obras, dando-lhes visibilidade conceito de cozinha; em segundo lugar, é no meio de um cenário informal e convidativo. uma proposta de servir refeições, em certos E empolgam a juventude com sede de reuniões eventos, quase de graça. A proposta é de em massa a céu aberto, lembrando um pouco modernizar a imagem da cozinha francesa e as raves que invadiram o mundo com suas evoluir para uma cozinha mais ‘sexy’, que siga musicas eletrônicas, house, progressive, os movimentos da moda e do design, que seja mais contemporânea, acompanhando as novas tendências”. O movimento tem o intuito de permitir à techno, minimal, drum n’bass, full on e psy trance, entre outros. O Fooding é hoje uma marca registrada. A palavra e seu conceito vêm juventude descobrir a gastronomia. Bom para se juntar, no vocabulário da gastronomia, quem não tem acesso aos restaurantes de a fast food, slow food, cozinha molecu- renome, em razão do seu alto custo. É um lar, world food, cuisine du terroir, cozi- meio de desenvolver o senso crítico dos nha industrial, cozinha de fusão, cozi- jovens e prepará-los para prestar uma nha do mercado e cozinha caseira. Quentin Geenen de Saint Maur palavradochef @alo.com.br palavradochef e emoção 15 roteirogastronômico MÚSICA AO VIVO ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA DELIVERY FRALDÁRIO MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Armazém do Ferreira 202 Norte (3327.8342) CC: Todos Cardápio variado, sabor e qualidade. Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 39,90 ( 2ª a 6ª) e R$ 44,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. buffet de restaurante Camarão 206 Em ambiente aconchegante, com decoração pontuada por arte e história, pode-se tomar um cafezinho ou um chope para acompanhar o pastel de bacalhau, o sanduíche de mortadela ou o autêntico Bauru. No almoço, cardápio paulistano. 206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping cc: todos Scenarius Grill De segunda a sexta-feira serve executivos e servidores públicos do centro da cidade. Aos domingos, o público se transforma: são famílias inteiras que vão saborear delícias como a anchova negra e o bife ancho. SCS Q. 3 Bl. A - Ed. Paranoá (3224.0585 / 3039.1234) CC: Todos Bar Brahma Praliné confeitarias 509 Sul (3244.7999) CC: todos A casa de Brasília segue a proposta das outras filiais, com shows, ótima comida e o tradicional chope cremoso. Frequentado por grandes personalidades da política e da música. A decoração é inspirada nas décadas de 50 a 70. Aos sábdos, a tradicional feijoada acompanhada de chorinho, samba de raiz e outras atrações. O cardápio assinado pelo chef Olivier Anquier. contemporâneos 201 Sul (3224.9313) CC: todos brasileiros QI 21 do Lago Sul (3366.3531) 412 Sul (3345.3531) Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos. Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor. Bar do Mercado 16 É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras. Bar Brasília 506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos BARes Sweet Cake buffet de festa Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os frequentadores. O cardápio é bastante variado, com tortas doces e salgadas, bolos, geleias, quiches, tarteletes, chás, cafés e sucos naturais. Promoção: Café da manhã, de segunda a sexta por R$ 12,90 e Chá da tarde às terças por R$ 20,50 (Buffet por pessoa). 205 Sul Bl. A lj. 3 (3443.7490) CC: V Café Antiquário À beira do lago, diante da vista mais bela de Brasília, a casa atrai todos que desejam unir ambiente agradável, boa cozinha e música. Almoçar um rico grelhado e tomar café ao fim da tarde são apenas algumas das ecléticas delícias do restaurante. O piano sofistica o ambiente de 18h às 20h30 todos os dias. As noites são de jazz e blues ao vivo. Pontão do Lago Sul (3248.7755) CC: Todos BSB Grill San Marino Desde 1998 oferece as melhores e os mais diversos cortes nobres de carne: Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe, Picanha, além de peixe na brasa, esfirras, quibes e outras especialidades árabes. Adega climatizada e espaço reservado completam os ambientes das casas. 304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V 209 Sul (3443.5050) CC: Todos GRELHADOS Villa Borghese O charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto diariamente para almoço e jantar. Sugestão: Tagliatelle Del Mare (Tagliatelle em saboroso molho de azeite extra virgem, tomate, alho, manjericão e camarões grandes), por R$ 45,00. ITALIANOS O Rodízio de massas e galetos está com preços especiais: de domingo a quarta por R$ 15,80 e de quinta a sábado por R$ 17,80. No almoço, Buffet com saladas, pratos executivos e grelhados Roadhouse Grill Tacolino Mexican Fast Food Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres. Fast food de comida mexicana com mais de 20 opções no cardápio. Nachos (a partir de R$ 3,90), tacos, burritos, quesadillas e molhos que podem ser combinados em combos pequenos ou grandes e ainda pratos executivos (a partir de R$ 9,90). Para a sobremesa, churros, casquinhas, sundaes e milk shakes. Dom. a 4ª de 12h à 0h. 5ª a sáb. de 12h às 5h. .Clubes Sul Tr. 2 ao lado do S Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535) naturais Brasília Golfe Center - SCES Trecho 2 (3323.5961) CC: Todos www.restauranteoliver.com.br 405 Sul CC: V, R, VR, Sodexho INTERNACIONAIS Oliver Próximo ao Eixo Monumental, apresenta espetacular vista para um tranquilo campo de golfe, sem prédios ao redor. O ambiente composto por piso de pedras vindas de Pirenópolis e móveis de Tiradentes (MG) conferem ainda mais rusticidade ao restaurante. Elaboradas pelo gourmet Carlos Guerra, as receitas internacionais têm base na culinária mediterrânea. MEXICANOS 201 Sul (3226.5650) CC: Todos Oca da Tribo Saboroso e diversificado buffet, com produtos orgânicos e carnes exóticas. No domingo, pratos especiais, como o bacalhau de natas e o arroz de pequi. Horário: de segunda à sexta, das 11:30 às 15h e sábados, domingos e feriados, das 12 às 16h. ITALIANOS Bottarga Ristorante Alta gastronomia em ambiente surpreendente, o Bottarga é um restaurante exclusivo, integrado ao Espaço Maria Tereza. O menu é uma leitura contemporânea da culinária franco-italiana e foi desenvolvido pelo renomado chef Felipe Bronze. Conta com carnes, massas, peixes, risotos, além do almoço executivo. Carta com mais de 340 rótulos. Almoço: 3ª a dom. 12h30 à 15h / Jantar: 3ª a sáb. 20h à 0h. SHIS QI 5 Cj. 9 Bl. D - Espaço Maria Tereza (3248.0124) CC: V e M SCS trecho 2 (3226.9880) CC: Todos 17 MÚSICA AO VIVO roteirogastronômico ESPAÇO VIP ACESSO PARA DEFICIENTES ÁREA EXTERNA DELIVERY FRALDÁRIO MANOBRISTA BANHEIRO PARA DEFICIENTE Mitzu O maior restaurante japonês de Brasília, com capacidade para atender até 240 pessoas em seus cinco salões e dez tatames. Serve buffet de 3ª a domingo, com mais de 50 deliciosas sugestões, entre sushi, sashimi e pratos quentes, além de cardápio á la carte. Restaurante Badejo A tradicional moqueca capixaba leva o tempero mineiro no Restaurante Badejo, com 19 anos de história em Belo Horizonte e 15 em São Paulo. Agora é a vez de Brasília conhecer o autêntico sabor da cozinha capixaba. SCES - Trecho 4 - Lote 1B Academia de Tênis Setor de Clubes Sul (3316.6866) CC: V e M Nippon Baco Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito. Premiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as. 403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos 309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: Todos Baco Delivery (3223.0323) PIZZARIAS ORIENTAIS 116 Sul (3245.1780) CC: Todos Peixes e frutos do mar CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R Gordeixo Ambiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato. Belini Feitiço Mineiro A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria e restaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda. A culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos. Peixes e frutos do mar 113 Sul (3345.0777) CC: Todos Peixe na Rede A vedete do cardápio é a tilápia, servida de 30 maneiras. O frescor é garantido pela criteriosa criação em cativeiro na fazenda exclusiva do restaurante, a 100 Km de Bsb. Há também pratos de camarão e bacalhau. 405 Sul (3242.1938) 309 Norte (3340.6937) CC: Todos 18 Regionais Padaria 306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D 306 Norte (3272.3032) CC: Todos Fulô do Sertão Ambiente colorido e acolchegante. No cardápio, pratos tradicionais como escondidinho, arrumadinho, galinha cabidela, tapiocas e cuscuz, além das exclusividades da casa como o acarajé paraibano e nhoque do sertão. À noite, música de qualidade com clima romântico à luz de velas, perfeito para momentos especiais. 404 NORTE – Bloco B (3201-0129) CC: V, M, D Divulgação graves&agudos Apostas certeiras O palco do CCBB vai receber até 15 de novembro, sempre às sextas, sábados e domingos, nomes que se projetaram no cenário musical brasileiro como representantes de novas tendências na produção de música autoral. Para muitos deles, o projeto Pode Apos tar! vai ser um agradável reencontro, além da chance de honrar o trabalho de instrumentistas prata da casa, como Hamilton de Holanda e Gabriel Grossi. A bela Mariana Aydar, que abre a série de apresentações nesta sexta-feira, 30, gravou uma canção de Rodrigo Campos, o segundo a se apresentar pelo projeto, no dia seguinte. A voz doce de Nina Becker, que se apresenta no domingo, rendeu-lhe em 2008 o título de melhor cantora na categoria Música Popular, pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Como melhor grupo e cantora revelação, na mesma categoria, haviam sido premiados em 2007 o Fino Coletivo e Marina de La Riva, que se apresentam no fim de semana seguinte junto com Rodrigo Maranhão, vencedor de um Grammy e dois prêmios TIM. No terceiro e último fim de semana de apostas em novos talentos sobem ao palco o paulista Marcelo Jeneci, na sexta (13), que já excursionou com o multiinstrumentista Curumin, atração de sábado (14), e Silvia Machete, que teve a participação de Nina Becker na gravação de seu DVD Eu não sou nenhuma santa. A curadora do projeto, Amanda Menezes, diz que é uma satisfação oferecer esses nomes ao público de Brasília, “naturalmente diversificado, mas sempre interessado, aberto a novas experiências”. Os artistas são unânimes em afirmar que o convite para participar do projeto gerou Divulgação grande expectativa para os que se apresentam em trabalho próprio pela primeira vez, como Marcelo Jeneci e Rodrigo Maranhão. E proporciona as melhores recordações, para quem retorna à cidade, como Mariana Aydar, Curumin e Marina de La Riva. Mariana, inclusive, faz questão de lembrar que foi aqui que cantou pela primeira vez Peixes e Palavras não falam, antes mesmo de serem gravadas. Ela aposta numa boa recepção por parte dos brasilienses, agora que vai mostrar por completo seu novo trabalho. Apesar de ainda modesta, a carreira desses artistas já contempla ricas parcerias. Elas são fundamentais para a pluralidade e o fortalecimento do trabalho de compor e interpretar canções que sensibilizem o público, pela dedicação na concepção dos shows e a forma como músicos e intérpretes se entregam ao público e à música durante as apresentações. A estrada é provavelmente o grande incentivo para a fusão entre diferentes linguagens artísticas ou gêneros musicais que esses artistas estão dispostos a experimentar. Marcelo Jeneci lembra que acertos e frustrações pelo caminho acabam se refletindo no trabalho final. Na mesma linha de raciocínio, Curumin acha que é justamente a vivência do músico o diferencial para a elaboração de um trabalho fora do senso-comum. Já Silvia Machete faz questão de apresentar um show “completo”, propondo dois momentos expressamente distintos de música e teatro, como forma de enriquecer seu trabalho. Curumin Divulgação Nina Becker Divulgação Por Bruno Henrique Peres Marina de La Riva Mariana Aydar Ding Musa Jovens revelações da MPB se apresentam em Brasília nos três próximos fins de semana Pode Apostar! De 30/10 a 15/11, no CCBB. Sextas e sábados, às 21h; domingos, às 20h. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (estudantes, professores, pessoas com mais de 60 anos e clientes do Banco do Brasil. Classificação indicativa: livre. Rodrigo Campos 19 caianagandaia Cores, sabores, sons O Heat introduz um novo conceito de diversão na noite brasiliense Por Guilherme Guedes Fotos Rodrigo Oliveira U m novo centro de lazer e gastronomia promete esquentar a área central de Brasília. Em parceria com o Espaço Ecco, de Karla Osório, os empresários Jaime Recena, Daniel Braga, Júnior Oliveira e Romualdo Lopes acabam de inaugurar o bar e restaurante Heat – calor, em inglês. Jaime Recena admite que a inspiração inicial veio do Azulejaria, bar do qual também foi sócio e que, 20 com a fórmula “boa comida em ambiente descontraído”, fez sucesso junto ao público mais descolado da cidade. “Pensamos até em relançar a marca, mas acabamos optando por um nome diferente, porque evoluimos para uma proposta inteiramente nova, inédita na cidade”. De dia, o Heat é um restaurante; à noite, algo intermediário entre bar e boate. A inspiração veio de estabelecimentos populares em grandes capitais europeias e americanas, cujo formato ainda é inédito em Brasília. A intenção é que, ao invés de ficarem sentadas, as pessoas confraternizem de pé, num ambiente recheado de cores, sabores e muita música. “Escolhemos esse nome porque remete tanto à ideia de uma casa preparada para servir um bom almoço como para receber as pessoas na agitação da noite”, explica Jaime Recena. A ideia por trás do Heat é que ele se torne um ponto de encontro na happy hour, “uma balada antes da balada”, segundo o empresário. No almoço, o Heat serve um cardápio criado pelos chefs Gil Guimarães, um dos proprietários do extinto Azulejaria, e Carlos Guerra, do restaurante Oliver, que ce- deu suas instalações à nova casa, no Espaço Ecco, mas continua de portas abertas no Clube de Golfe. O cardápio será, portanto, uma combinação de duas cozinhas – do Azulejaria e do Oliver – com algumas criações exclusivas. As estrelas do cardápio Os famosos pastéis do Azulejaria, por exemplo estão de volta (carne e queijo, gorgonzola com pera e calabresa bêbada). Também retornam os bolinhos de arroz e as robatas de filé com molho shoyu, agora acompanhadas pelas de frango marinado com limão e o mix três queijos (coalho, mozzarella e provolone). O picadinho de filé, com arroz branco, farofa, banana e ovo poché, é outro prato ressuscitado da Azulejaria. Do Oliver, o Heat serve pratos de grande sucesso como o salmão grelhado ao azeite extra virgem com molho de tomates italianos, creme de leite fresco e manjericão, e o filé com mostarda Dijon, acompanhado de batatas ou arroz branco. Outro destaque da nova casa é o cardápio de bebidas. O foco é nas mais refinadas, como cervejas de primeira linha e vodcas especiais, fruto de uma parceria com a Absolut, que assina os drinks do Heat, baseados na mixologia molecular. O termo é utilizado para descrever bebidas inspiradas na gastronomia molecular, criada e popularizada pelo chef espanhol Ferran Adrià, de Barcelona. Através da união de ciência e gastronomia, com combinações de elementos químicos e ingredientes tradicionais, a mixologia molecular permite a criação de novas cores, texturas e sabores para os drinks. O Azulejaria Brut – na época o primeiro espumante exclusivo de um restaurante brasiliense – também retorna na nova casa, mas com o nome mudado para Heat Brut. Assim como seu antecessor, ele é produzido pela vinícola Don Giovanni, de Bento Gonçalves. rido, alegre, transformando o espaço num bar descolado e moderno”. A noite reserva outras surpresas para os frequentadores do Heat. Como a casa está localizada no Espaço Ecco, palco de exposições e intervenções artísticas, a interação com a arte está garantida. No horário da badalação, as portas que separam a galeria de arte do bar/restaurante serão abertas, para que os clientes possam transitar livremente entre um espaço e outro. E o sistema de iluminação contribuirá para valorizar visualmente as exposições. Heat Espaço Ecco – Setor Comercial Norte (3328.4368) De 2ª a 6ª, das 12 às 15h e das 18 às 2h. Sábado, das 18 às 2h. O charme da iluminação O projeto arquitetônico, assinado por Manuela Rampazzo, dá ao ambiente um colorido muito especial. Controladas por computador, lâmpadas LED estão espalhadas por toda a casa, e a tecnologia utilizada possibilita inúmeras combinações de cores e a criação de tons especiais. Em determinado momento, o ambiente pode estar completamente vermelho, para, instantes depois, alternar para tons de azul, verde ou lilás. Jaime Recena acredita que esse sistema de iluminação imprime ao Heat um “humor” diferente em cada momento do dia ou da noite: “Durante o dia, o ambiente é mais sóbrio, claro, próprio de um restaurante. Mas à noite fica bem mais colo21 Divulgação dia&noite marleyfilho Também no Arena Futebol Clube, mas no dia 8, os fãs do ritmo poderão se deliciar com o show dos norte-americanos do SOJA (Soldiers of Jah Army), que lançam novo CD, Born in Babylon. O hit de mais sucesso por aqui, True Love, bateu recorde no site Youtube, com mais de dois milhões de acessos. A voz suave de Jacob Hemphill, em contraste com toda a energia de Bob Jefferson, explica parte do sucesso da banda. Abre a festa a banda brasiliense Surf Sessions. Ingressos a R$ 25, à venda no Bar Raízes (408 Norte). 22 monobloco Sambas e marchas de Carnaval, clássicos de Tim Maia, Jorge Ben Jor, Nação Zimbi, Luiz Gonzaga, Alceu Valença e Gilberto Gil. Esse é o repertório do show do grupo Monobloco, criado a partir das oficinas de percussão de Pedro Luís e a Parede, em 2000. O grupo promete manter sua tradição de fazer espetáculos que são verdadeiros bailes para animar todos que forem à AABB no dia 1º de novembro, véspera de feriado. A banda Salve Jorge abre a noite, tocando os sucessos de Jorge Ben Jor. A partir de 21h, com ingressos entre R$ 45 e R$ 65. pagodeirosuni-vos! Péricles e Thiaguinho no banjo e nos vocais, Pinha no repique de mão, Brilhantina no cavaquinho e Thell no tantã. É essa a formação do Exaltasamba, que comanda a festa dia 6 de novembro no Marina Hall. No repertório, músicas do último CD Ao vivo na ilha da magia, lançado em maio. Recentemente indicado ao Grammy Latino 2009, o Exaltasamba promete um show carregado de alegria, do início ao fim. Ingressos entre R$ 50 e R$ 80. Informações: 8423.3542. Marcos Hermes maisreggae Márcia Moreira Elliott Harrington Dizem que, dos onze herdeiros de Bob Marley, ele é o único que criou estilo próprio. De fato, Ky-Mani Marley se diferencia do pai por juntar ao reggae jamaicano pitadas de hip-hop, rythm and blues e jazz contemporâneo, entre outros. Quem quiser conhecer o som de Ky-Mani deve ir ao show que ele vai fazer dia 30 no Arena Futebol Clube. No repertório, os sucessos Dear dad, I pray e Ghetto Soldier. Brasília é a primeira escala da turnê Rasta Rockers Brasil 2009 I, que segue depois para o Rio e Florianópolis. Ingressos entre R$ 20 e R$ 40, à venda nas lojas Free Corner. Informações: 3324.9401. Divulgação escrituras&filigranas Divulgação Desenhos, pinturas e esculturas revelam o mundo fantástico de Rodrigo Godá, artista plástico que expõe suas pinturas, nanquins, painéis e esculturas na Caixa Cultural até 29 de novembro. Cheia de alegria e bom humor, a obra de Godá traz uma mensagem de otimismo e crença num futuro “em que suas máquinas, indiferentes ao que acontece ao redor, têm a capacidade de inventar flores, oceanos, animais e plantas”. O trabalho principal da exposição é formado por nove módulos de tela, medindo 1,40 x 1,40m cada, compondo uma locomotiva cheia de flores, pássaros e animais. De terça a domingo, das 9 às 21h. Entrada franca. subterrâneaspassagens rioquetequeromeu... fliporto Sinome Portellada Qual será o futuro do livro? “Não confundam o futuro do livro com o futuro do papel. Nunca tantas ideias foram escritas. Se há algo que possa ameaçá-lo é a falta de leitores e não a mudança de suporte”. Essa é a opinião de Antônio Campos, coordenador da Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas (Fliporto), que acontece entre 5 e 8 de novembro naquela praia pernambucana. O tema estará em discussão nas inúmeras videoconferências, palestras, exposições e debates entre escritores de todo o país, inclusive o diretor da Biblioteca Nacional de Brasília, Antonio Miranda. Informações: www.fliporto.net ... Brasília que te quero minha. Esse é o nome da exposição da artista plástica Isabela Francisco, em cartaz no Espaço Cultural STJ. Nascida em Petrópolis, Rio de Janeiro, pinta desde os sete anos e chegou a expor no Museu Imperial de Petrópolis. Cursou a Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas acabou abandonando sua arte para cursar Direito. Anos depois, Isabela voltou à vocação inicial e expôs em diversas galerias, inclusive na Allarts Gallery, de Lisboa, no mês passado. A tropicalidade brasileira está presente em todo o seu trabalho. Até 18 de novembro, com entrada franca. Informações: 3319.8560. clubedochoro Só no ano passado, João Donato se apresentou ao lado de músicos dos mais variados estilos e gerações: Orquestra Sinfônica da Rússia, Fernanda Takai, Carlos Lyra, Nelson Motta, Bud Shank, Bebel Gilberto, Roberto Menescal, Marcelo D2, Paula Lima, Till Brönner, Roberta Sá, Emílio Santiago e Joyce. Comemorando 60 anos de carreira, o pianista, compositor e arranjador se apresenta dias 28, 29 e 30, a partir das 21h45. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Informações: 3224.0599. 23 Divulgação Esse é o nome da exposição do fotógrafo José Rosa em cartaz na Caixa Cultural até 29 de novembro. São imagens das passarelas subterrâneas da cidade registradas com a técnica pinhole, ou seja, por máquinas fotográficas rudimentares, feitas a partir de latas e caixas. Com curadoria de Tininha Morato, a exposição pode ser vista de terça a domingo, das 9 às 21h. Quem quiser saber mais sobre essa técnica pode se inscrever numa das 12 oficinas do Projeto Fotolata, com inscrições gratuitas. Informações: 3206.9450. Divulgação dia&noite domquixote dunas fazershow Os irmãos Helga e Tó vivem num lugar isolado, sem saber o que há além do portão que separa o quintal do resto do mundo. Naquele lugar, num tempo não revelado, os personagens convivem com a expectativa e o medo de saber o que há depois do portão. Seriam as dunas? Depois de temporada no Teatro Goldoni, a peça estará no Teatro Plínio Marcos, da Funarte. Com direção de Hugo Rodas e Jonathan Andrade, que também é autor do texto, juntamente com Catarina Melo, a peça terá a participação de jovens atores estudantes de escolas públicas do DF. De 5 a 8 de novembro, com ingressos a R$ 10 e R$ 5. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h. bem-me-quer Raça/etnia, classe social, deficiências, religião, orientação sexual, gênero e regionalismo. Temas tão complexos como esses, até mesmo para adultos, estão sendo levados a crianças de 2.600 escolas brasileiras por autores e ilustradores de literatura infantojuvenil, entre eles Adriana Falcão e Jonas Ribeiro. Os livros da coleção Bem-me-quer chamam a atenção dos jovens para a necessidade de se compreender as diferenças e respeitá-las em todas as suas manifestações. Com projeto gráfico de Alex Chacón, a coleção – composta por oito livros e um audiolivro – foi editada pelo Instituto dos Direitos da Criança e do Adolescente, que desenvolve o Projeto Bem-Me-Quer, apoiado pelo Criança Esperança. O lançamento será na Biblioteca Nacional, dia 30, às 19h. Informações: 3202.1354. 24 Ilustração: Jô Oliveira Diego Bresani Coreografias inovadoras e performances altamente técnicas de um elenco de solistas premiados internacionalmente marcam os 43 anos de história do Grand Moscow Classical Ballet, companhia russa que desembarca no Brasil para turnê de 18 dias a oito cidades. Em Brasília, o grupo fará apresentação única na Sala Villa-Lobos, dia 18, às 21h. Sob direção artística de Natalia Kasatkina e Vladimir Vasilyov, o balé apresenta o clássico Dom Quixote, de León Minkus, com duração de 102 minutos, distribuídos em três atos. Fundado em 1966 por um dos mais importantes coreógrafos do Século XX, Igor Moiseyev, o grupo esteve no Brasil pela última vez em 1981. Informações: 3325.6239. Quando vamos ver a apresentação de nosso artista preferido não nos damos conta do verdadeiro arsenal de pessoas e equipamentos que são necessários para tudo sair bem. Atrás de cada espetáculo há um administrador, também chamado de produtor cultural. Um deles, Alê Barreto, estará em Brasília para dividir sua experiência com quem quiser fazer o curso Aprenda a organizar um show. Conhecido por participar da produção de apresentações de Avril Lavigne, Whitesnake e Scorpions, Alê pretende ensinar não só como planejar, executar e desmontar um espetáculo musical, mas como formar e motivar produtores culturais. Dias 9 e 10, das 14 às 22h, no Centro de Estudos da UNACON (Edifício Venâncio 2000). O curso custa R$ 250, mas há preços especiais para grupos. Informe-se em 9273.9002. Divulgação devoltaabrasília A imagem aí do lado não é nenhuma novidade. Todo mundo que visita Londres volta com uma foto parecida, imitando a capa de Abbey Road, célebre disco dos Beatles. Mas esses seis pedestres conseguiram algo que pouca gente teve a chance de fazer: gravar no mesmo estúdio que o quarteto de Liverpool. Os personagens da foto são os integrantes do Roupa Nova, grupo que retorna a Brasília depois do sucesso da temporada de junho passado. No repertório, dez músicas novas do CD Roupa Nova em Londres e o clássico She’s leaving home, do quarteto londrino. O show será no Ginásio Nilson Nelson, dia 31, às 21h. Ingressos entre R$ 30 e R$ 60, à venda na Mormaii e no bar Garota Carioca. Informações: 3425.3300. Agora que os meninos do CQC aprenderam o caminho de Brasília, o projeto Fest Riso 2009 apresenta o stand-up conjunto de Marco Luque com a companhia de humor Divina Comédia. De 30 de outubro a 1º de novembro eles estarão no palco do Teatro dos Bancários, sempre às 20 horas. Ingressos a R$ 30 (na sexta-feira) e R$ 35 (no sábado e no domingo). Bilheteria: 3262.9090. línguaportuguesa irevir “O mundo é um livro, e quem não viaja lê só a primeira página.” A frase de Santo Agostinho define bem o espírito do recém-lançado Ir e vir, movidos pela inquietude. O velho desejo humano de peregrinar, conhecer pessoas e lugares novos serviu de inspiração para Nei Bastos no livro(Editora Senac) lançado no fim de setembro. Com texto de Ana Cristina Campos, a obra, inédita no mercado editorial brasileiro, faz uma crônica da história do turismo e tem tratamento estético sofisticado de um livro de arte. À venda na Fnac e na Livraria Cultura. Preço: R$ 95. ossaltimbancos Paki O ex-governador Cristóvão Buarque e o jornalista Alexandre Garcia são alguns dos convidados para participar do Congresso da Língua Portuguesa em Brasília, promovido pela Universidade Católica abrindo as comemorações do cinquentenário da cidade. Na pauta, a discussão sobre o novo acordo ortográfico e a importância da internet na educação a distância. Entre 19 e 21 de novembro. As inscrições podem ser feitas no Campus II da UCB (916 Norte), ou pelo site www.acleb. org.br/congresso e custam entre R$ 20 e R$ 50. Divulgação Divulgação marcoluque Um jumento, uma galinha, uma gata e um cachorro. Eles estão de volta ao palco do teatro da Escola Parque 307 Sul para encerrar a temporada da Cia Teatral Néia e Nando deste ano. O conto dos Irmãos Grimm (Músicos de Bremem), mais conhecido pela adaptação para o teatro com músicas de Enrique Martinez e letras de Chico Buarque (Saltimbancos) encanta por traduzir um dos mais legítimos anseios humanos: a liberdade. Até dia 22, sábados e domingos, com exceção do dia 7, às 17h. Ingressos a R$ 24 e R$ 12. cursonomuseu Quem gosta de cinema e pretende se aprofundar no tema pode se inscrever no Curso de História do Cinema Mundial, que será realizado de 4 de novembro a 10 de dezembro no Museu da Repúiblica e é gratuito. Os interessados devem se inscrever no blog www.historiacinemamundial.blogspot.com e se candidatar a uma das 50 vagas disponíveis. O produtor executivo do curso é Ciro Marcondes, professor de cinema na Unb e no IESB. 25 galeriadearte Pequenos e Por Ana Cristina Vilela E ntrar na Sala Multiuso do CCBB e ver a exposição O mundo mágico dos ningyos é como decodificar signos, entrar num país estrangeiro em que não se conhece a língua, os costumes, as tradições. Ningyo significa “forma humana” ou, no português, boneca ou boneco. São figuras ricamente talhadas, decoradas, envoltas em significados, em história e crenças. Seria, pensando apenas na forma ocidental de lidar com bonecos, uma exposição para crianças. Mas a própria concepção oriental dos ningyos, construídos não como brinquedos, mas como objetos de adoração e simbolismos, muda o olhar do observador. Basta contemplá-los para compreender por que Roland Barthes escolheu o Japão para escrever O império dos signos. Ao ser seduzido pelo fascínio de uma boneca, vêm à mente as palavras dele: “Acontece que naquele país o império dos significantes é tão vasto, excede a tal ponto a fala, que a troca dos signos é de uma riqueza, de uma mobilidade, de uma sutileza fascinantes... Não é a voz que comunica, é o corpo todo...”. 26 E é no corpo todo dos ningyos, e muito além de suas frágeis estruturas, que se encontra o encanto. Talvez por isso o embaixador Fausto Godoy tenha se apaixonado pelos bonecos tão logo chegou a Tóquio, em 2001: “Eles são a celebração da infância e o cadinho da esperança dos pais em uma vida harmoniosa e bem-sucedida para seus filhos”. A origem dos ningyos é milenar. Os primeiros apareceram no período Jomon (800-200 a.C.). Depois, no período Kofun (300-600) surgiram figuras funerárias chamadas Haniwa. A referência aos ningyos surgiu no período Heian (794-1184). Assim, explica a curadora da exposição, Denise Mattar, “os ningyos têm seu lugar na sociedade japonesa há mais de mil anos”. Mas foi na era Edo (1603-1868) que alcançaram sua maior importância. Os ningyos são produzidos com materiais diversos, principalmente madeira, tecidos ricamente produzidos e gofun, uma pasta branca feita de conchas de ostras trituradas, misturada com água e cola de origem animal. Hoje, usam-se também porcelana, resina e compostos de gesso. Boa parte deles tem função protetora ou marca momentos de passagem de meninos e meninas. Os hina-ningyos são usados no HinaMatsuri (Dia das Meninas), comemorado em 3 de março. Um mês antes, as bonecas são dispostas num altar vermelho em forma de escada. Têm faces brancas, poses nobres e são ricamente vestidas. O ter- Fotos: Divulgação adoráveis mo hina é uma contração da palavra hi’ina e significa “pequeno e adorável”. Comemora-se também, em 5 de maio, o Tango-No-Sekku ou Gogatsu-No-Sekku (Dia dos Meninos). Para essa data são confeccionados os musha ningyo, vestidos com trajes militares, representando as qualidades que os pais desejam para seus filhos, como coragem, honra e lealdade. São personagens específicos, com caráter, desejos e destinos conhecidos. Acredita-se que sirvam como abrigo temporário para os espíritos desses heróis. Apesar de os musha ningyo terem data de origem imprecisa, pode-se assegurar que a maior parte vem do Século XIX. A carga histórica dos ningyos os eleva muito além de qualquer mero brinquedo, chegando aos dias de hoje com o japop e seus mangás revestidos de sensualidade e sedução. Os mangás, mesmo que filhos do espírito do passado, não carregam tantos significados quanto os bonecos protetores, como o Hoso-Ningyo, um talismã que se oferece às crianças quando estão com sarampo, varíola ou catapora, um demônio amigo que espanta a doença. Os 118 bonecos presentes na exposição têm encantado crianças e adultos de todas as idades. Uma viagem através de séculos de história, uma imersão nos mistérios e encantos do Japão. O mundo mágico dos ningyos Até 10/01/10, na Sala Multiuso do CCBB. De 3ª a domingo, das 9 às 21h. Entrada franca. Alice no país das fotografias Obras de 15 artistas franceses têm como tema o clássico da literatura infantil Gabriela Vanga A história mais conhecida de Levis Carroll foi escrita há 144 anos, mas ainda é capaz de inspirar não só crianças como adultos, como é o caso da exposição Um mundo sem medidas, que tem como mote Alice no país das maravilhas, o livro publicado em 1865 pelo matemático, escritor e mágico britânico. Com curadoria da francesa Valerie Marchi, a mostra em cartaz até o dia 8 no Museu da República tem como propósito convidar o espectador a se perder, tal qual a Alice da história, num mundo de divagações, a partir do rompimento com as noções de escala a que estamos acostumados. Assim, as imagens clicadas pelos artistas franceses têm em comum o fato de romperem com proporção e equilíbrio. De acordo com Thaís Pena, produtora executiva da exposição, o visitante é convidado a se perder num lugar em que “as coisas seriam o que elas não são”. As incongruências e desequilíbrios presentes nas fotografias e instalações da exposição alimentam-se de contos de fadas, devaneios, medos e fantasmas da infância dos artistas contemporâneos franceses. Mireille Loup apresenta um conjunto de vastas e inquietantes paisagens onde surgem, clandestinamente, histórias insondáveis. Nesses quadros naturais de majestosos rochedos, águas paradas e vegetação selvagem, a única presença humana perceptível é a de uma menina com expressão enigmática, colocada em situações estranhas. O aspecto mais interessante das obras desconcertantes de Philippe Ramette, grande talento da fotografia francesa, reside no fato de serem realizadas sem nenhum truque. Com a ajuda de curiosas próteses, ele coloca a si próprio em posições improváveis, desafiando a gravidade. Outro fotógrafo, Gilbert Gracin, tam- bém se coloca nas próprias obras, que aliam humor e auto-zombaria, imaginário e sonho. Suas fotomontagens beiram o surrealismo e oferecem uma visão simultaneamente patética e lúdica da vida. Já Françoise Pétrovitch convida o visitante a conhecer um país de sonho e fantasia. Não limita sua criatividade ao uso de uma única técnica, mas prossegue, sem descanso, sua pesquisa em busca de novos materiais, como a cerâmica, que funciona como prolongamento de seus desenhos. Em suas projeções, Bertrand Gadenne coloca em contato dois mundos que, na maioria das vezes, ignoram-se mutuamente: o dos homens e o dos animais. Na obra em exposição, um rato gigante parece surgir magicamente da escuridão para despertar nossos medos de infância. Jeremy Dickinson reproduz minuciosamente automóveis, ônibus e caminhões em todos os ângulos possíveis. O olho do do colecionador de modelos em miniatu- ra perceberá rapidamente que se trata de brinquedos e não de verdadeiros modelos. Instalada na área externa do museu, a obra O gigante, de Samuel Rousseau, impressiona pelo tamanho, mas parece impotente porque o gigante acaba prisioneiro de uma moldura muito estreita para ele. Inversamente, no interior do museu, O homenzinho, projeção de vídeo do artista, que poderia se misturar em todos os lugares, não pode atingir o topo dos degraus que lhe permitirão chegar às alturas Negligentemente deixados no chão, os colares gigantes em vidro de murano e os estandartes de cor malva, rosa, laranja e verde ácido de Jean-Michel Othoniel parecem ter sido feitos para os titãs. O visitante vai descobrir objetos de desejo: enormes, frágeis, belíssimos, mas fora do seu alcance. Um mundo sem medidas De 20/10 a 8/11 no Museu da República. De 3ª a domingo, das 9h às 18h30. Entrada franca 27 Nijole Kudirka Álvaro Villela Dalton Valério galeriadearte Olhares sobre o meio ambiente Exposição da Foto Arte revela diferentes interpretações da natureza Por Alexandre Marino U m índio maneja com atenção uma máquina de costura. Um batráquio prepara-se para atravessar o asfalto, a meio caminho entre o pavor e a inquietação. Uma árvore solitária tenta consolar a terra calva, preparada para o plantio. Sobre o grosso tronco do que restou de uma árvore, um homem ergue os braços a exibir dois ramos às construções que a cercam. As interpretações dos fotógrafos sobre a natureza, o meio ambiente e a sustentabilidade são vastas e diversas. Há olhares líricos, desesperançados, críticos, reflexivos, entre as 151 imagens selecionadas pa28 ra a exposição do 2º Prêmio Foto Arte Brasília, promovido pelo Espaço Cultural Contemporâneo (Ecco), no Setor Comercial Norte, próximo ao Liberty Mall. A exposição permanece até 22 de novembro. “Impossível ver essas imagens e não se sensibilizar com as causas ligadas à proteção do meio ambiente”, observa Eder Chiodetto, curador da exposição e presidente da comissão julgadora. Uma das vantagens do prêmio, segundo ele, é possuir abrangência para cobrir os mais diversos ecossistemas brasileiros, todos eles representados com belas imagens na seleção final. “A multiplicidade de pontos de vista ajudou a criar um painel que mostra de forma contundente a flora e a fauna na- cionais”, destaca. De fato, as 151 imagens que compõem a exposição – entre ensaios fotográficos e fotos únicas – foram selecionadas entre mais de 2.500 trabalhos produzidos por 547 fotógrafos, amadores e profissionais, de 26 Estados e quatro países diferentes. Desse total, 80 artistas estão com seus trabalhos na mostra. Entre eles, a norte-americana Nijole Kudirka. Os vencedores foram Álvaro Villela, da Bahia, com cinco fotos na categoria ensaio, inscritas sob o tema antropologia e cultura. Na categoria foto única, a vencedora foi Márcia Foletto, do Rio de Janeiro, com o mesmo tema. O júri popular, composto por mais de 10 mil internautas que 2º Prêmio Foto Arte Brasília 2009 Até 22/11 no Espaço Cultural Contemporâneo (Ecco), no Setor Comercial Norte (3327.2027) Cores e formas da Paraíba Galeria da Casa Thomas Jefferson apresenta última exposição do ano Divulgação acessaram a galeria virtual do prêmio (www.fotoartebrasilia.com.br),elegeuimagem inscrita por Paulo Sérgio Bernarde, do Acre. Cinco fotógrafos selecionados na categoria ensaio receberam, cada um, R$ 10 mil de prêmio, e três na categoria foto única receberam R$ 5 mil, mesmo valor atribuído ao vencedor do júri popular. Os demais vencedores na categoria ensaio foram Antônio Carlos Faria Júnior (RJ), Dalton Valério (RJ), Nijole Kudirka (EUA) e Tomás Senna (SP). Na categoria foto única também estão entre os vencedores Ana Maria Lima de Moraes (SP) e Jimmy Christian Pessoa Maciel (AM). Três fotógrafos receberam menção honrosa: Patrícia Gouveia (RJ), Charly Techio (PR) e Luciano Garcia Resende (SP). O regulamento previa a inscrição em cinco grandes temas: antropologia e cultura, ecologia, preservação ambiental e sustentabilidade, Amazônia e Cerrado. As imagens selecionadas terão destinação nobre. Serão doadas à WWF-Brasil, organização não governamental dedicada à preservação ambiental, com projetos em todo o país e integrada à rede WWF, com atuação em mais de 100 países. As imagens serão usadas em campanhas de preservação e os autores receberão créditos, divulgando, assim, seu trabalho. Para o curador Eder Chiodetto, o prêmio recebeu obras de cunho mais experimental por fazer “uma leitura mais subjetiva da paisagem, enveredando por uma trajetória mais ligada à percepção e ao mundo sensorial”. Para ele, o resultado demonstra que a disseminação e popularização das câmeras digitais está trazendo uma nova leva de bons fotógrafos. Mas não apenas as câmeras, como afirma Tomás Senna, de São Paulo, um dos premiados na categoria ensaio. Seu trabalho chama a atenção pelo olhar minimalista, que registra alguns galhos solitários em alto contraste, obtendo um resultado poético e desesperançado. “O prêmio valoriza quem produz e incentiva a produzir mais”, afirma ele. Os fotógrafos aguardam as próximas edições. E o público também. O que chama a atenção na imagem acima? Muitas coisas, o leitor pode pensar. Primeira: que se trata de um presépio multicolorido, bem tropical. Segunda: que os personagens da cena têm o olhar alegre, parecem sorrir. Terceira: a existência de um ícone recorrente no cesto de São José, ao lado do Menino Jesus, no chão, na árvore – sete cajus. A imagem é da tela Natividade, cujo autor, Clóvis Júnior, expõe seu trabalho na Casa Thomas Jefferson até 21 de novembro. Conhecido pelo colorido de suas telas e a utilização dos simpáticos frutos do cajueiro, Clóvis nasceu em Guarabira, no interior da Paraíba, mas com 17 anos se mudou para João Pessoa. Inspirado na alegria da cultura e do folclore de seu Estado, começou a pintar aos 18 anos e não parou mais. Geralmente classificado como pintor de arte naïf, ou ingênua, ele já participou de 35 exposições individuais e mais de 50 coletivas em seus 25 anos de carreira. Augusto Luitgards, curador da mostra atual, não concorda com essa classificação: “A despeito das fortes referências populares, Clóvis e sua obra abeberam-se em valores estéticos que não são exatamente ingênuos. Neles, linguagem, iconografia e técnica harmonizam-se na produção de uma arte de fronteira, ou seja, de características eruditas e populares, como bem definiu o escritor Alfredo Bosi”. Melhor do que tentar explicar a arte de Clóvis Júnior é visitar a exposição, que tão bem retrata a tropicalidade brasileira. O guardador da beleza Até 21/11 na Casa Thomas Jefferson (706/906 Sul). De 2ª a 6ª, das 9 às 21h. Sábados, das 9 às 12h. 29 cartadaeuropa Um bom exemplo para o Rio Por Silio Boccanera, de Barcelona V im a Barcelona, capital da Catalunha, para conhecer sua experiência na realização de uma Olimpíada que é hoje considerada modelo de sucesso. Constatei que o grande trunfo dos organizadores dos Jogos de 1992 foi não apenas oferecer ao mundo uma competição esportiva impecável, mas sobretudo deixar um legado de benefícios para a cidade e sua população. Barcelona levou a sério o conceito de que uma Olimpíada não deve durar apenas três semanas e precisa ser mais do que uma gigantesca prova esportiva ou rica promoção comercial. Os organizadores dos Jogos de 1992 aproveitaram os indispensáveis investimentos em verba privada e pública e melhoraram a cidade e as condições de vida dos habitantes. Porto de Barcelona visto de Montjuic 30 Quando a festa esportiva acabou e os atletas voltaram para casa, sobraram mais do que estádios, piscinas e velódromos como herança de um evento tão custoso para se realizar. A prefeitura, a administração regional da Catalunha e o governo central espanhol se preocuparam com um legado para a cidade-sede e, por isso, a Barcelona de hoje saboreia os benefícios de 17 anos atrás. A cidade de um milhão e meio de habitantes, que já tinha fama por suas atrações culturais, a culinária e até sua milionária equipe de futebol, tornou-se ainda mais atraente para os visitantes e agora recebe por ano mais turistas do que o Brasil inteiro. Foram 6,6 milhões no ano passado, grande parte chegando pelo aeroporto ampliado e modernizado, não mais uma espécie de “Galeão da Catalunha”, como existia aqui. O conceito urbanístico que inspirou as obras para a Olimpíada de Barcelona foi o de integrar montanha e mar, partes antes separadas por uma linha de trem, que deixava a população longe das praias locais, tratadas mais como área industrial, sem os atrativos que hoje dominam o litoral. Os promotores fizeram dragar, limpar e enfeitar a área, que se recuperou e tornou-se atraente. Na parte de transporte, buscou-se não apenas a ampliação, mas sobretudo a integração de linhas de trem, ônibus e metrô. Para tirar caminhões de carga do centro da cidade, onde atravancam o trânsito, construiu-se um anel rodoviário em torno de Barcelona, a exemplo do Périférique que circunda Paris ou os dois anéis (M-25 e 406) que fazem o mesmo em Londres. Funcionam bem até hoje e desafogam o tráfego no centro. da que já tinha se transformado em depósito de lixo. Pois os organizadores recuperaram tudo, construíram praças e chafarizes que hoje atraem massas de visitantes e servem como área de lazer para os locais. Quase ao lado, as piscinas utilizadas durante os Jogos continuam sendo usadas pela população, inclusive a que encantou o mundo nas provas de saltos ornamentais, porque, do alto da Colina de Montjuic, mostrava a cidade ao fundo quando os atletas saltavam do trampolim mais alto, dando a impressão de que voavam em espaço vazio. O legado de Barcelona já inspira os organizadores da Olimpíada de Londres, em 2012. A campanha britânica de candidatura pela sede procurou convencer o Comitê Olímpico justamente com os planos de desenvolver toda uma área abandonada e decadente no leste de Londres. Prometeram criar infraestrutura de transporte e construir uma vila olímpica que também vai se transformar em área residencial. As instalações esportivas novas, como o centro aquático e o velódromo, serão fincadas numa área pobre do Lea Valley (algumas estruturas já existentes serão reaproveitadas) e servirão para o lazer da comunidade, quando os Jogos acabarem. A crise econômica internacional, que abalou de forma especial o centro financeiro de Londres, vizinho da futura área olímpica, jogou um pouco de água fria nos planos de atrair empresas para a região e reduziu expectativas de colaboração do setor privado, inclusive de patrocínios. Mas os organizadores se dizem esperançosos de que o panorama melhore nos pró- Fotos: Divulgação Na hora de fazer as grandes obras exigidas para os Jogos, os organizadores optaram não por enfeitar mais as partes já atraentes da cidade, e sim remodelar por completo áreas degradadas, pobres, decadentes. Atacaram, assim, problemas urbanos e sociais, sem esquecer das vantagens a longo prazo para a população local e os visitantes. Foi o caso da Marina de Barcelona, hoje uma das atrações da cidade, lugar de passeio para quem mora ou visita e quer caminhar à beira-mar. Não era assim, antes da Olimpíada de 1992, quando se parecia mais com a região portuária do Rio: abandonada, palco de crimes, prostituição e tráfico de drogas. As praias locais eram desprezadas pelos barceloneses, que preferiam ir longe em busca de um mergulho ou banho de sol, mas agora podem desfrutar do litoral na própria cidade. Ainda à beira-mar, a Vila Olímpica, que abrigou os atletas durante os Jogos, foi construída em área industrial deteriorada e mal vista, cruzada por trens. Depois da Olimpíada, os alojamentos de nadadores, maratonistas, boxeadores e outros foram vendidos ao público e hoje servem de residência para muitos. A vila olímpica virou um bairro elegante, da moda. Os centros esportivos construídos há duas décadas não viraram elefantes brancos e ainda servem para competições. O estádio olímpico, por exemplo, na verdade foi adaptado de uma estrutura que existia há 60 anos, quando Barcelona quis sediar a Olimpíada de 1936 – que acabou sendo em Berlim. A área em volta estava tão abandona- A antiga Vila Olímpica de Barcelona é agora um bairro de classe média ximos dois anos. De qualquer maneira, o estado garante os investimentos necessários para cobrir um orçamento que, desde a candidatura, já triplicou para 9, 5 bilhões de libras (quase R$ 30 bilhões). Na prefeitura de Barcelona, conversamos com o diretor do departamento de esportes, Pere Alcober, que não disfarça seu orgulho pelo que a cidade demonstrou ao mundo durante os Jogos de 1992 e pelo que deixou de legado, hoje quase uma obrigação nos planos de qualquer cidade que promova uma Olimpíada. Alcober se disse feliz pela escolha do Rio para 2016 (sem faltar o comentário de que não acreditava numa vitória de Madri) e deixou claro que qualquer pedido de conselho ou consultoria por parte dos organizadores cariocas será bem recebido em Barcelona. 31 luzcâmeraação À procura de Eric Le grand chef Planeta filme De 4 a 15 de novembro, FIC Brasília exibe quase uma centena de filmes de importantes realizadores estrangeiros e brasileiros Por Sérgio Moriconi E vento que impediu que a ponte-aérea Brasília/Rio/São Paulo permanecesse sendo a única maneira de os amantes de cinema da cidade se manterem atualizados sobre a produção cinematográfica mundial, o Festival Internacional de Cinema deste ano traz uma programação muito ampla e diversificada, com obras de veteranos consagrados, como é o caso do francês Alain Resnais e do português Manoel de Oliveira, e de jovens talentosos e promissores que ainda buscam reconhecimento de crítica e público. Entre eles, uma porção respeitável de prestigiosos cineastas da média guarda apresentam suas últimas realizações, a maioria delas inédita para o público de Brasília. Caberá ao polêmico alemão Michael Haneke o privilégio de exibir na abertura do festival, dia 4 de novembro, o seu A fita branca, laureado com a Palma de Ouro no FesGarapa 32 tival de Cannes em maio passado. O FIC-Brasília, em sua 11ª edição, não deixa passar a oportunidade de também homenagear o Ano da França no Brasil. Oito novas produções fazem um painel da cinematografia de um país que se manteve um dos protagonistas do cinema mundial pelo menos até a metade dos anos 80. Três das obras a serem apresentadas tiveram sua première no último Festival de Cannes, entre elas Ervas daninhas, de Renais, o veteraníssimo mestre da nouvelle vague francesa, autor do clássico Hiroxima, meu amor. Com seus quase 90 anos, Resnais surpreende ao experimentar um insólito drama de um homem obcecado por uma dentista que tem o estranho hábito de pilotar pequenos aviões em suas horas de folga. A mostra de cinema francês inclui em sua programação os últimos filmes de François Ozon (Ricky), e Catherine Breillat (La barbe bleue). Outros cineastas do mesmo quilate de Resnais e Ozon vão estar presentes na enorme mostra Primeira Visão, que apresenta, como o nome mesmo já diz, obras inéditas por aqui. Um dos destaques vai ser, sem dúvida, o inglês Ken Loach. Veteraníssimo, ainda que tenha surgido duas ou três gerações depois de Manuel de Oliveira (presente com o curioso Singularidades de uma rapariga loura), Loach exibe À procura de Eric, outro concorrente de Cannes, comédia dramática que reafirma a intenção do autor de Meu nome é Joe de deixar de lado o azedume em relação às mazelas políticas do seu país e dar um refresco ao público. Refresco um pouco azedo, é bem verdade. Cômico-amargo, À procura de Eric trata de um indivíduo que tenta recolocar sua vida nos eixos depois de um acidente de carro. Quando sai do hospital, sua mulher vai embora e ele não consegue mais se entender com os filhos. Com 50 filmes programados, Primeira Visão dá espaço a cineastas de todo o Fotos: Divulgação Police adjective Singularidades de uma rapariga loura mundo, com grande destaque para brasileiros e latino-americanos, novatos e veteranos, caso dos brasileiros André Luís Oliveira (Sagrado segredo), Domingos Oliveira (Todo mundo tem problemas sexuais), Edu Mansur (O pequeno burguês), Lírio Ferreiro (O homem que engarrafava nuvens) e Chaim Litewski (Cidadão Boisen), Nelson Hoineff (Caro Francis), do paraguaio José Eduardo Alcazar (Quero que você leia Pantagruel), do chileno Sebastián Silva (La lana), do argentino Santiago Loza (La invención de la carne) e do mexicano Roberto Sneider (Arranca-me a vida). Estão também incluídas realizações de pequenas cinematografias, como a romena, com Police adjective, de Corneliu Porumboiu, e a grega, com Apology of an economic hitman, de Stelios Koul. A diversidade marca igualmente a mostra competitiva, muito mais restrita em termos de número de títulos. São dez filmes de cineastas pouco conhecidos, com exceção do japonês Masahito Kobayashi, que concorre com Wakaranai, e do argentino Adrián Caetano, presente com Francia. Ao lado de Lucrecia Martel, Daniel Burman e Pablo Trapero, Caetano é um dos principais nomes do Nuevo Cine, movimento que revitalizou o cinema de seu país a partir do início dos anos 90. Junto a Kobayashi e Caetano vão estar concorrentes do Cazaquistão (Sergei Dvortsevoy), da Itália (Claudo Noce), dos EUA (Sean Baker), de Israel (Youv Shamir), do Uruguai (Pa- blo Stoll), da França (Emmanuel Finkel) e mais um da argentina, ou mais uma, a cineasta Lucía Puenzo. Também de grande interesse, a Mostra Coreia do Sul se debruça sobre uma das cinematografias que mais vêm despertando interesse no mundo nas últimas décadas. Desde que Lee Shang-Dong recebeu o Leão de Prata em Veneza, em 2002, por seu Oásis, os críticos perceberam que as mudanças nas formas de produção e nas leis de incentivo ao cinema do país estavam suscitando novas e originais formas de expressão cinematográfica. A descoberta da obra de Kim Ki-Duk, premiado em Berlim dois anos depois, confirmaram as melhores expectativas. Novelista e roteirista de sucesso antes de se tornar realizador, Lee ShangDong está presente na mostra do FIC com o recente Secret sunshine. Outras quatro novas produções completam a mostra, que ainda conta com Le grand chef, de Jeon Yun-Su, filme baseado numa história em quadrinhos popularíssima na Coreia. Outra interessante mostra do FIC este ano é a dedicada ao japonês Ryuichi Hiroki. Completamente desconhecido no Brasil, apesar de fazer filmes desde os anos 80, Hiroki se mantém ainda hoje um dos mais prolíficos diretores em atividade no seu país. Amante das técnicas digitais, despertou primeiro a atenção como um dos principais representantes dos pinku, ou pink films, subgênero entre o erótico, o trash e o suspense. Muita gente Secret sunshine costumava chamá-los de soft pornô, muito embora muitos deles fossem muito mais hard do que soft. De qualquer maneira, Hiroki (assim como Genji Nakamura, Kazuhiro Sano e Toshiki Sato, entre outros) conseguiu escapar da frivolidade – ou vulgaridade, se quiserem – e imprimir uma boa quantidade de sátira social aos seus filmes. Tradição é o que não faltava aos pinku. Para as plateias ocidentais, a vertente erótica da produção japonesa tem como principais referências O império dos sentidos (1976), de Nagisa Oshima, e mais recentemente Tóquio decadência (1991), de Ryu Murakami. Entretanto, os pinku são muito anteriores e de natureza diferente. Eles começaram a ser produzidos há mais de 40 anos. Seu surgimento explica parte da essência do cinema de Hiroki e também como se dava a atividade cinematográfica no Japão nos anos 70 e 80. Eles eram parte de um movimento de resistência contra os filmes feitos pelos grandes estúdios, acadêmicos demais. Muitas vezes utilizando-se de câmaras de vídeo, os jovens realizadores, entre eles Hiroki, podiam assim iniciar suas carreiras fazendo filmes de pequeníssimo orçamento, imaginativos e de forma independente. XXI Festival Internacional de Cinema de Brasília De 4 a 15/11, na Academia de Tênis José Farani. Programação completa e sinopses dos filmes em www.ficbrasilia.com.br 33 Divulgação luzcâmeraação Golpes e trapaças Por Reynaldo Domingos Ferreira E scrita e dirigida por Rian Johnson, Vigaristas é uma comédia de linguagem sofisticada, também muito bem interpretada, que recorre ao nonsense para narrar a história de dois irmãos tão afeitos ao sonho, à fantasia, que não aceitam de forma alguma permanecer no reduto estreito da vida real, pois desejam alargar seus horizontes à custa da mentira, dos golpes e das trapaças. Não é à toa, portanto, que seus nomes – Stephen (Mark Ruffalo) e Bloom (Adrien Brody) – são alusões às personagens Stephen Dedalus e Leopold Bloom, do Ulisses de James Joyce. E o da namorada do mais novo deles, Penélope (Rachel Weisz), é clara referência à Odisséia, de Homero. Para expor o quase impossível esforço dos irmãos Bloom de viver a ficção, pois não permitiam, desde crianças, que a verdade prevalecesse entre eles, Johnson se deixou influenciar, segundo esclarece, pela estética de Peter Bogdanovitch (Lua de papel, de 1973), Bernardo Bertolucci (O conformista, de 1970) e Federico Fellini (Oito e meio, de 1963). Como conclusão disso, o método expositivo de que ele se utiliza, sustentado, como na literatura, por um narrador (Ricky Jay), é quase linear, mas dinâmico. E é também elegante, na medida em que sabe explorar, com bom gosto, as locações 34 feitas em Montenegro, EUA, Grécia, Rússia, México e República Tcheca (na praça diante do conjunto arquitetônico do Castelo de Praga, onde ocorre uma das se quências mais vibrantes da película). Acrescente-se a isso a observação de que a narrativa se apoia numa fotografia esmerada, de Steve Yedlin, e principalmente na trilha sonora do musicista Nathan Johnson, primo do diretor, que, além de compor temas para sublinhar o perfil psicológico de algumas personagens, como Penelope’s theme, soube selecionar músicas de Bob Dylan (Tonight I’Il be staying here with you), de Cat Stevens (Miles from nowhere) e de Nino Rota (Gary Cooper, de Amarcord, de Fellini). O resultado final do trabalho de Johnson, porém, não é de todo satisfatório. Primeiro, porque o roteiro é impreciso no trato de algumas situações e questões que levanta, como as insinuações relativas ao terrorismo; segundo, porque, na mise en scène, ele tropeça na realização do flash back dos tempos infantis dos protagonistas e não explora, com mais fulgor, as diferenças que, ao longo do tempo, vão surgindo entre Bloom e Stephen. Sob esse aspecto, o trabalho exemplar de Ruffalo e Brody complementa bastante o da direção. O Stephen de Ruffalo é aquela figura de golpista obstinado e refinado que, como observa Bloom, sabe colocar no papel, com a perfeição de um romancista russo, todos os detalhes de um plano para tirar dinheiro de incautos. Já Bloom é um indivíduo fragilizado, alquebrado, que vem tentando escapar das aventuras rocambolescas do irmão, pois não aguenta mais viver de ficção. Da última vez, ele se isolou numa praia de Montenegro, mas, quando menos esperava, lá estava Stephen à sua procura. Rachel Weisz está também esplêndida como Penélope, a desmiolada ricaça de New Jersey que, induzida pelos Bloom, e sem saber o que eles na verdade tramam contra ela, decide acompanhá-los num pretenso assalto ao museu de Praga. Rinko Kikuchi e Maximilian Schell dão vida às personagens mais misteriosas e enigmáticas, que se interpõem no mundo fictício em que vivem os Bloom: Bang Bang e Diamond Dog. Este é uma espécie de oráculo dos irmãos Bloom, que, após muitas andanças, se convencem de que o berço histórico, acolhedor de golpistas, vigaristas, contrabandistas, terroristas e outros “istas” continua sendo o Brasil, como, aliás, deve ficar mais uma vez confirmado, nos próximos dias, pela nossa suprema corte de justiça. Por isso, na última se quência, Stephen aconselha a Bloom: “Se o seu destino é esse, vai para Helsinque e, de lá, voe direto para o Rio de Janeiro”. Vigaristas (The brothers Bloom) EUA/2009, 113 min. Roteiro e direção: Rian Johnson. Com Mark Ruffalo, Adrien Brody, Rachel Weisz, Rinko Kikuchi, Maximilian Schell, Robbie Coltrane e Ricky Jay.