Ano VIII • nº 172
29 de outubro de 2009
R$ 5,90
empoucaspalavras
Já configurada como onda em São Paulo, Porto
Alegre, Rio de Janeiro, Florianópolis, Salvador
e Curitiba, surge por aqui, ainda timidamente, a
moda das “kebaberias”. Kebab o quê? Kebaberias,
ou seja, casas especializadas em kebab, delícia de
origem turca, árabe ou grega – ninguém sabe ao
certo – mais conhecida no Brasil como churrasco
grego.
O salivante espeto de cordeiro, frango ou carne
bovina já dava o ar da graça, há algum tempo, na
lanchonete Calçadão da Torre, no Setor Hoteleiro
Sul, no Shawarma, da Feira dos Importados, e no
Dunne, do Sudoeste, entre outros endereços. Mas,
como garante a repórter Lúcia Leão, sem o charme
do Sheikebab, que acaba de abrir as portas na 103
Sul (página 6).
Ainda na seção Água na Boca, registramos
outra tendência: a migração de marcas de sucesso
no Plano Piloto para o jovem e pujante mercado
de Águas Claras (página 8). Mas a região central
da cidade também não para de produzir novidades.
A melhor da quinzena, por isso mesmo estampada
na capa desta edição, foi a inauguração do Heat,
misto de restaurante, bar e boate que promete
elevar a temperatura da noite brasiliense (página 20).
Boa leitura e até a próxima quinzena.
Maria Teresa Fernandes
Editora
Rodrigo Oliveira
A gastronomia, como a vida, vem em ondas...
Só para ficarmos em exemplos mais recentes, lembram-se da moda das lojinhas de empadas? E a
onda das temakerias, então? Multiplicaram-se, conquistaram o público jovem e ainda se mantêm –
firmes e fortes – vendendo os deliciosos cones
recheados com peixe cru, camarão, arroz etc.
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águanaboca
O Quarteto Libanês (quibe cru, baba ganoush, coalhada
seca e homus) é uma das delícias do cardápio do Sheikebab
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picadinho
garfadas&goles
pão&vinho
espaçocidadão
palavradochef
roteirogastronômico
graves&agudos
caianagandaia
dia&noite
galeriadearte
cartadaeuropa
luzcâmeraação
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207
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Luis Turiba, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria
e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Contato Comercial Giselma Nascimento (9985.5881) | Administrativo/
Financeiro Daniel Viana | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Coronário.
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águanaboca
Kebab com charme
Turca, árabe ou grega, atendendo por diferentes nomes, a
iguaria agora tem um restaurante especializado em Brasília
Por Lúcia Leão
Fotos Rodrigo Oliveira
Q
uem colocou mochila nas costas
e, sem dinheiro no bolso, ganhou o mundo, certamente já
dormiu num sleeping bag e matou a fome
com um kebab. Marca da gastronomia
popular da década de 70, a carne assada
em mantas dispostas verticalmente em espetos giratórios defumava igualmente as
ruas mais simples e movimentadas de bairros londrinos ou paulistanos, onde quer
que se concentrassem os imigrantes turcos, gregos e árabes e circulassem as hordas de jovens viajantes cabeludos, coloridos, curiosos e famintos. Fatiados lateralmente, os bifes espetados – que giravam
ali ad eternun, muitas vezes ao relento, no
meio das calçadas – eram dispostos à fartura, com condimentos e molhos, em discos
de pão árabe, por sua vez fechados em co-
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nes e embalados em pedaços retangulares
do mais grosseiro papel de embrulho.
Pois é, o sonho acabou. Mas o kebab
não morreu. Menos “contracultural” e
com mais cuidados sanitários, o sanduíche
continua popular na Europa, apresentado
como uma opção étnica aos fast foods industrializados. Em São Paulo, de onde andou uns tempos sumido, o “churrasquinho grego”, como é mais conhecido, começa a reaparecer aqui e ali como prato
exótico. E finalmente chega a Brasília cheio
de charme, melhor palavra para definir o
Sheikebab, casa de comida árabe aberta,
em finais de setembro, na 103 Sul.
É bem verdade que a iguaria já podia
ser encontrada há algum tempo, em versões mais populares, mas também muito
saborosas, em estabelecimentos modestos
como o Calçadão da Torre, lanchonete do
Setor Hoteleiro Sul, onde atende pelo nome de shawarma. Mas – voltando à nossa
palavra-chave – sem o charme do Sheikebab. E como também falamos em sonho,
vale a pena mencionar que a casa é a
concretização de um bem antigo da
jornalista Flávia Monteiro e de seu
colega de profissão Alexandre Lemos, que
de há muito planejavam trocar a lide com
as letras e as notícias por outra menos estressante, onde pudessem produzir e oferecer apenas satisfação e prazer.
Chegaram lá com a preciosa ajuda da
jovem chef Isadora Marar, da terceira geração de uma família de grandes cozinheiros libaneses com quem aprendeu aqueles segredos que só filhos são merecedores
de conhecer. No currículo profissional,
Isadora traz apenas a experiência – nada
desprezível – de ter trabalhado na cozinha
de Alice Mesquita, mas esta é a primeira
vez que assume a sua própria, já com indisfarçável assinatura, impressa no tempero e na apresentação dos kebabs.
As carnes bovina, de frango ou de ovelha são marinadas por 24 horas numa
mistura de ervas, capitaneada pela pimenta síria (ela imprime um sabor todo especial e único). São servidas em cones de
pão-folha, acompanhadas de alface americana, cebola roxa, pepino e molhos de coalhada e tahine. Ou em prato, com cuscuz
marroquino. Este, de leveza e suavidade
de sabor cativantes! Mas o comensal que
conheça Isadora vai reconhecê-la mesmo
é no Quarteto Libanês, porções de quibe
cru, homus (pasta de grão de bico), baba
ganoush (pasta de berinjela) e coalhada seca acompanhadas de pãezinhos árabes.
Seriam iguais aos de quaisquer restaurantes árabes, não tivessem o toque mágico
de dona Najla, a matriarca da família Marar com quem Isadora aprendeu a defumar a berinjela, dosar as misturas e preparar a alquimia que finaliza cada iguaria.
Sem falar que o Quarteto chega à mesa como uma obra de arte, tão cuidadosa e
equilibrada é sua disposição no prato.
Exagero? Vai lá ver!
A casa, que optou por um cardápio limitado, serve também os tradicionais arroz de aletria e com lentilha, abobrinha recheada e charuto com folha de uva, além
de almoço executivo que varia de acordo
com a oferta de produtos no mercado.
E o charme? Imagine degustar essas
delícias num lugar pequeno e aconchegante (são apenas vinte meses), de preferência no jardim protegido por telhas
transparentes, cercado de bambuzinhos
e abençoado por uma gigantesca árvore
A chef Isadora Marar e o seu Quarteto Libanês: com o toque mágico da avó Najla.
que como que brota do piso de pedrinhas portuguesas. Ao fundo, a música
new age da trilha sonora do francês internacionalmente famoso Buda Bar, uma
escolha pessoal de Flávia que não passa
desapercebida dos clientes mais atentos
e sensíveis.
Uma dose de uísque, uma taça de
vinho, um doce de nozes, um licor, um
cafezinho.... e só!
Sheikebab
103 Sul – Bloco B (3323-5262)
De 2ª a sábado, das 11h30 às 15h e
das 18 às 24h
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águanaboca
Águas Claras, novo
eldorado gastronômico?
A cidade mais
vertical do DF
começa a atrair
bares e restaurantes
badalados do
Plano Piloto
Por Vicente Sá
Fotos Eduardo Oliveira
E
ra uma vez uma cidade que parecia
um imenso canteiro de obras. As
pessoas que moravam em meio às
construções, à poeira e ao intenso tráfego
viviam tristes, pois não tinham nenhum
lugar para saborear uma boa comida, tomar um chope gelado e cremoso ou se
reunir com os amigos e papear noite adentro. Mas, devagar, as coisas foram mudando. Sem nem mesmo carecer de uma varinha encantada, apenas com a magia do
tempo que amadurece as coisas, a cidade
foi melhorando.
Águas Claras, 17 anos depois de criada e seis depois de se tornar a 20ª Região
Administrativa do Distrito Federal, é o
novo eldorado dos empresários, principalmente do ramo imobiliário, mas agora
também da gastronomia. Hoje, oito de cada dez restaurateurs do Distrito Federal
pensam em abrir uma casa na cidade. E
motivação é o que não falta, porque Águas
Claras, com 80 mil moradores de alto poder aquisitivo, em sua maioria jovens casais com filhos que adoram sair e se divertir, é carente de bons restaurantes e casas
noturnas. Então, por que não ir para lá?
“Águas Claras é um ótimo investimento a médio prazo. Mesmo o problema
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Claude Capdeville e o sócio Wanir Júnior, na nova Toca do Chopp: no caso deles, a "lei seca" está ajudando.
que havia, de pouca oferta de imóveis comerciais, já está praticamente sanado, pois
os novos prédios construídos têm espaço
comercial no térreo, o que vai baratear o
preço do aluguel. E a cidade ainda está
crescendo, devendo chegar a 200 mil habitantes em 2014”, prevê Nadim Haddad,
vice-presidente do Sindicato de Hotéis,
Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar).
Os pioneiros
Os irmãos Thales e Daniela Furtado,
da rede Gordeixo’s, foram os primeiros
empresários a enxergar isso. Em 2005, no
auge da falta de imóveis comerciais em
Águas Claras, conseguiram descobrir um
bom espaço no Maggiore Shopping, na
Avenida Araucárias. Em agosto daquele
ano, levaram para lá suas massas e a conhecida pizza assada e servida na pedra.
“Foi uma loucura. A cidade tinha poucas
opções e nós tivemos naqueles meses de
final de ano uma verdadeira romaria à
casa”, lembra Daniela.
Segundo ela, o público é tão exigente
Trouxinha de caranguejo da Toca do Chopp
quanto o do Plano Piloto ou do Sudoeste.
Para fidelizar a clientela, a casa criou alguns diferenciais, como estacionamento
interno, parquinho para crianças e espaço
para jantar à luz de velas. “Além do nosso
cardápio tradicional, temos em Águas
Claras algumas novidades, como o Frango Tropical, à milanesa, recheado com catupiry e acompanhado de purê de batatas,
compota de frutas e arroz com passas”,
informa Daniela. Outro empresário que também não
demorou a descobrir o novo nicho foi
Paulo Bessa, da rede Pizza à Bessa, que
abriu uma filial em Águas Claras há quase
dois anos. A casa, que fica na Avenida
Castanheiras, é administrada por duas
amigas dele, Angelina e Lívia, que também acreditaram na nova cidade.
Funcionando no Shopping Águas Claras há dois anos, a franquia de fast food Laguna Peixes e Camarões – presente também no Píer 21 – tem encantado a clientela
mais jovem com sua lasanha de camarão,
seu bolinho de bacalhau e principalmente
com o salmão grelhado. Satisfeito com o
movimento, o proprietário, Sérgio Resende, acredita que a tendência é melhorar ainda mais. “É uma cidade que ainda vai crescer muito e eu gosto de fazer parte dessa
história desde o início”, diz.
Livres da blitz
Bem mais recentemente, quem resolveu apostar no potencial de Águas Claras,
e até se mudou para lá com a família, foi
Claude Capdeville. Com sua Toca do
Chopp de portas abertas na Avenida das
Pizza na pedra do Gordeixo's
Castanheiras há pouco mais de um mês,
ele já colhe o resultado dos bons frutos
que plantou – uma pequena mas fiel clientela. “Além do nosso atendimento tradicional, que deixa as pessoas bem à vontade, nós sempre temos uma pequena surpresa na noite. Eu mesmo vou à cozinha e
preparo uma trouxinha de caranguejo ao
molho de caju, ou uma empada aberta de
queijo. Eu sei que isso é um diferencial
que cativa o freguês”, diz Claude.
O servidor público Elísio Freitas, um
dos primeiros clientes conquistados por
Claude, diz que gosta de ir à Toca do Chopp
tanto com amigos quanto com a família.
“É um lugar bem tranquilo, com chope gelado, boa comida e que caiu no gosto de
minha família”, explica. Para ele, a proximidade é um grande atrativo: “A gente não
precisa mais dirigir até o Plano Piloto e voltar com medo de blitz. Agora, já temos boas
opções dentro de Águas Claras”.
Segundo Claude, a “lei seca” tem contribuído, de fato, para que as pessoas pensem em jantar ou sair para locais próximos de sua residência – e oferecer essas
opções fora do Plano Piloto é uma excelente oportunidade empresarial.
Um dos próximos a levar suas marcas
para Águas Claras é Jorge Ferreira, o
“Midas” dos bares e restaurantes de Brasília, proprietário de nada menos que 12
estabelecimentos. Ele não vai abrir apenas uma nova casa, mas duas de uma só
vez, que serão inauguradas ainda este ano
no Shopping Quê!. “São duas casas bem
diferentes: uma tratoria, com massas artesanais, caseiras e generosamente servidas,
e o Bar do Ferreira, no estilo do Bar do
Feitiço, para quem gosta de um botequim
simples e limpo”, explica o empresário.
Várias outras casas de sucesso do Plano Piloto já perceberam a força desse mercado e abriram filiais ao longo das avenidas Castanheiras e Araucárias, as principais de Águas Claras. PoiZé, Torteria di
Lorenza, Capital Steak House Pizza Cesar
e Grande Muralha são algumas delas. Todas já conquistando numerosa clientela e
vendendo muito bem no que pode vir a
ser o mais novo polo gastronômico do
Distrito Federal. Para enxergar isso, nem
é preciso ter bola de cristal.
Pizza à Bessa
Avenida Castanheiras, 980 – Edifício Áqua
(3435.8833). Diariamente, das 18 às 24h.
Toca do Chopp
Avenida Castanheiras, 920 – Edifício Ônix
(8120.7235). De 2ª a sábado, das 15 às 24h.
Gordeixo´s
Maggiore Shopping – Avenida Araucárias –
Lote 305 (3435.6565). Diariamente, a partir
das 17h.
PoiZé
Avenida Castanheiras, 1060 (3036.5437).
De 2ª a 6ª, das 18 às 3h; sábado e domingo,
das 12 às 3h.
Torteria di Lorenza
Avenida Castanheiras, 1060 (3435.3885).
Diariamente, das 9 às 22h.
Capital Steak House
Shopping Quê! – Rua 36 Norte – Lote 5
(3042.0888). Diariamente, das 12 às 24h.
Pizza César
Shopping Quê! (3435.0527). Diariamente,
das 12 às 15h e das 18 às 24h.
Grande Muralha
Shopping Quê! (3436-7319). Diariamente,
das 10h às 21h30.
Laguna Camarões e Peixes
Águas Claras Shopping – Avenida Araucárias
– Lote 2005 (3042.0 994). Diariamente, das
11 às 22h.
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picadinho
harmonizados com espumante Universal
Diner, produzido pela vinícola Don Giovanni,
de Bento Gonçalves, com 75% de uva
Chardonnay e 25% de Pinot Noir.
De bar em bar
Menu-degustação
O Zuu a.Z.d.Z. da chef Mara Alcamim acaba
de lançar novo menu-degustação, com cinco
pratos mais sobremesa. Os pratos: tempurá
de camarão e escalope de salmão e caviar;
tartare de manga com vieiras; textura de
foie gras com sorbet de chocolate e curry;
bolinhos de bacalhau e algas; e confit
de french rack de cordeiro e cará trufado.
A sobremesa: peras ao vinho com sorvete
caseiro de pistache. O preço: R$ 190.
No lançamento do menu, os pratos foram
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Está começando a edição 2009 do festival
Bar em Bar, promovido pela Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Até 29 de novembro, cada boteco participante do festival estará oferecendo um tiragosto especial ao preço único de R$ 15,90.
Este ano, a novidade será a promoção
Amigos do copo. Pagando R$ 15, o cliente
leva um copo exclusivo e dez vales-chopes
que devem ser utilizados em dez bares
diferentes – um em cada bar. A relação
dos participantes, com seus respectivos
tira-gostos, está em www.barembar.com.br.
Uma só escolha
A Spoleto continua com a promoção
Especiais do mês, ideal para quem prefere
ser surpreendido, ao invés de escolher cada
ingrediente – o tradicional sistema da rede
de culinária italiana. Para este mês, o chef Gianni Carboni apostou no Spaghetti a
Carboni (massa de grano duro com camarões
ao molho de vinho branco, bacon, tomate e
alho poró) e no Pasta al Basílico (com molho
de tomate italiano à base de manjericão).
Neste último, o cliente “preguiçoso” só
precisa escolher a massa de sua preferência.
A Spoleto acaba de abrir uma loja na quadra
100 do Sudoeste, que funciona durante as
24 horas do dia.
Vinhos personalizados
Final de outubro, vamos às primeiras dicas
para as festas de fim de ano. No site www.
vinhosevinhos.com, pode-se encomendar
vinhos brancos, tintos e espumantes personalizados com o nome da empresa, seu
amigo secreto, da esposa e até – por que
não? – do chefe.
Spoleto
O menu especial do mês de outubro da rede
Spoleto traz dois novos pratos assinados
pelo chef italiano Gianni Carboni. O Pasta
al Basílico leva molho de tomate italiano e
manjericão. A massa pode ser fettuccine,
fusilli integral, penne, farfalle ou spaghetti,
à escolha do cliente. A outra novidade é
o Spaghetti a Carboni, feito com massa
grano duro importada, acompanhada
de camarões ao molho de vinho branco,
bacon, tomate e alho poró.
O Bier Fass do Pontão do Lago Sul promove,
de 9 a 15 de novembro, a Semana Alemã,
com o melhor da gastronomia germânica.
A cerveja gelada poderá ser acompanhada
por entradas como o winzer vesper – tábua
de frios do vinhateiro, com presunto tipo
alemão, lombo canadense, picanha
defumada, landjager, terrine de cordeiro,
cesta de pão de centeio, picles e molho de
mostarda – e a porção de salsichas grillé
variadas, com os tipos cervela, schublig,
kalbrsbratwurst e frankfurter cortados em
rodelas aceboladas e servidas com molho
de mostarda e pão de centeio. Entre
os pratos principais, destaque para o
kassler mit sauerkraut und kartoffeln,
composto de cortes de porco selecionados
servidos com chucrute e batata cozida.
Na sobremesa não poderia faltar, é claro,
o famoso apfelstrudel (torta de maçã)
com chantilly.
Boa hora
O Parrilla Madrid relançou a concorrida Hora
do Tapeo. Das 18 às 20h30, diariamente,
todos os petiscos têm descontos de até 50%.
Para o chope, as caipivodkas e a sangria, a
promoção é a dose dupla.
Prêmio na Alemanha
O concurso Anuga Wine Special 2009, da
Alemanha, analisou mais de 220 vinhos de
12 países e premiou sete brasileiros, sendo
dois deles da vinícola Miolo. O Lote 43, safra
2004, e o Fortaleza do Seival Tannat, safra
2006, ganharam medalhas de prata e
bronze, respectivamente
Vem chegando o verão...
... e, com o sol se pondo às sete e meia
da noite, mais do que nunca é tempo de
curtir a happy hour. Melhor ainda se
estivermos de frente para o mais belo
pôr do sol da cidade, em algum dos cinco
restaurantes do Pontão do Lago Sul, que
criaram promoções especiais para a estação
mais quente do ano. No Bargaço, anéis de
lula à doré com molho tártaro e vinagrete
(R$ 26 para duas pessoas); no Bier Fass,
chope pela metade do preço (R$ 2,35) das
16 às 20h; no Café Antiquário, o “franguinho
do Oto”, o mais tradicional e mais pedido
tira-gosto da casa – pequenos cubos de
frango à milanesa com molho barbacue –
a R$ 24,50 (para três pessoas); no flutuante
Limini, pipoca de camarão (porção de
camarões empanados com molho rosé
apimentado) a R$ 34 (para duas pessoas);
no Mormaii, bufê de frios com cinco tipos
de queijos, champignons, azeitonas pretas,
salame italiano, presunto de Parma, molho
de queijo gorgonzola e pasta de queijos
(R$ 5,80 a porção de 100 gramas).
Louco por café
O craque do café Antonelo Monardo
divulga com pique total seu livro Louco
por café, lançado recentemente em Brasília.
Agora em novembro ele faz o lançamento
do livro nas lojas FNAC de Ribeirão Preto
(dia 23) e da Avenida Paulista, em São
Paulo (dia 24).
Fotos: Divulgação
Culinária alemã 11
São demais os perigos
Luiz Recena
garfadas&goles
[email protected]
12
Dia desses contamos a história de um encontro terraespiritual com nosso amado poetinha Vinícius de Moraes.
Agora voltamos ao cenário, cantarolando um pedaço de letra de música que ele fez. Sim, “são demais os
perigos desta vida”. Não apenas “pra quem tem amor”, mas para quem está vivo. Um simples ser vivente.
Depois de rolar como as pedras, em muitas estradas da vida, cobrindo acontecimentos nem sempre pacíficos,
no Brasil e no mundo, depois de morar em Sampa e no Rio de Janeiro, depois de trabalhar nos centros dessas
cidades grandes, inquietas e não pacíficas, de deixar redações em horas avançadas da noite, o assalto chegou
em forma de surpresa, numa pracinha bucólica de Itapuã, praia e fonte de tantas inspirações...
Um sábado. Um típico sábado qualquer, por volta das dez/onze da noite, pracinha costumeira de nossos
andares, bar pacato, pequeno e alegre, com não mais de dez, doze mesas. Rozane, sentada de frente para
o crime, ou para o bandido, deu o sinal/ordem em voz baixa, calma e fria: “Fica quieto que é um assalto”.
De perfil, girei 45 graus a cabeça. O olho esquerdo viu primeiro, o direito completou a visão: um cano de
revólver a dois palmos da testa, mais mirado para a têmpora esquerda, um braço oscilante, grudado a um
corpo magro, de menos de 20 anos, mulato claro, cabelo mais ou menos com a mesma cor. “Passa a grana!”,
comandou. Com a frieza que deve estar registrada em algum longínquo DNA na fronteira oeste gaúcha,
devolvi a ordem: “Calma, garoto, o dinheiro tá neste bolso, vou meter a mão nele e tirar a grana, calma”.
O aprendiz de Al Capone baiano parece ter ouvido, pois, sem desviar o revólver, relaxou e esperou. O dinheiro
saiu do bolso e foi entregue. Por mais alguns segundos continuei vendo o mundo pelo buraco de um cano de
revólver. Ao final do túnel, a visão é um cão, puxado, ou seja, engatilhado para disparar. O mundo é um cão!
Ou, no dizer dos mais baianos, “o cão do Segundo Livro”, o mais feio e perigoso dos representantes do
Capeta, que já pisou a terra desde sempre...
O destino tinha sentado a uns seis/oito metros de nós, em forma de policial de folga. O moço agachou-se e
correu por entre mesas e cadeiras, em direção à esquina, puxando para si o foco da situação. Os assaltantes
deram dois tiros, errados, gritaram “sujou! vâmo nessa”, entraram num carro vermelho que esperava de portas abertas, fecharam tudo e sumiram, cantando pneus. O policial ainda conseguiu atirar neles, sem sucesso.
Anjos, Bíblia, direitos
E assim foi. Durou menos de um minuto o que
precisou mais de meia hora para ser vertido em letras.
O desastre poderia ter sido maior, pois crianças
brincavam de desenhar, dentro do bar. Nada viram,
nada ouviram. Choraram depois porque os adultos
choravam. Dizem que elas e os boêmios têm anjos
da guarda particulares. Em hora dessas, até ateus
acreditam nisso. Quanto aos exponenciais direitos
dos bandidos e o bíblico “amai-vos uns aos outros”,
numa hora dessas, sei não...
Suíço-baiano
Bom, a luta continua e, já dizia o filósofo do Lago
Norte, a vida só é dura pra quem é mole. As novidades
nas garfadas começam com o surpreendente Tudo
Azul, bistrô suíço-brasileiro, Avenida Sete de Setembro,
3.717, Porto da Barra. Ele é Kurt, ela é Dora. Kurt
nasceu gaúcho, descendente de alemães, mas botou
o pé na estrada e foi parar na Suíça, onde viveu muito
tempo, até aprender a cozinhar. Dora é baiana e já sabia
cozinhar. Do encontro dos dois nasceu o pequeno
restaurante, com comidinhas baianas e da cozinha
germânica. De um lado, salsicha, costeleta, joelho de
porco, chucrute. De outro, moquecas, peixes e outras
delícias baianas. Jogo empatado. Vitória do cliente.
Spaghetti? Cuidado!
A Cantina Cortilli está num pequeno centro gastronômico na orla, bairro Costa Azul. Tem uma mesa
de antepastos da melhor qualidade. Chope gelado e
bem servido. Melhor ficar por aí, pois o fechamento
da noite, com um spaghetti, pode ser trágico, tipo
assim, macarrão fora do ponto, molho idem. Fuja!
Faltou coisa boa
A Galeria do Pascoal tem muita coisa original, de
telas e esculturas a personagens e comidinhas. Um
registro especial para a super bruschetta. Tem todos
os ingredientes básicos, mais alguns que ele criou:
um queijo, uma alcaparra, uma pequena montanha
de tomate cortado miúdo. Uma delícia desse Pascoale, nascido perto de Nápoles, na pequena San Felice
a Concello. È vero, Pascoalino?
Semana do
saco cheio
região de Champagne, na França, de usar com
a expressão pode parecer estranha,
exclusividade essa expressão para designar seu
até mesmo chula, mas aqui entre nós,
vinho borbulhante. De maneira que, quando to-
paulistanos, trata-se de uma grande invenção
mamos champanhe em Nova York, na maioria
no mundo dos workaholic: todo ano, em
das vezes, como foi o meu caso, estamos toman-
outubro, na semana dos feriados do Dia das
do mesmo é um espumante americano. Em se-
Crianças (12) e do Dia do Professor (15) as
guida, para acompanhar o penne, um bom e tí-
escolas entram em recesso. É época de viajar
pico Zinfandel do Napa Valley (húmus e pimenta
com a família.
em bom corpo aveludado). De sobremesa, Ca-
Coincidindo com o clima novaiorquino
trazido pela presença de Tony Bennett no Brasil,
noli de chocolate.
O Tribeca Grill, famoso restaurante do ator
inclusive em Brasília, passei ótimos momentos
Robert de Niro, não decepcionou: uma taça de
com toda a família na Big Apple. Minha missão:
champanhe de entrada, esta verdadeira, uma
experimentar e comprar alguns dos excelentes
sopa de tomates e um ótimo magret de canard
vinhos americanos, que custam tão caro
acompanhado de um Pinot Noire do Oregon
no Brasil, tornando rara a possibilidade
muito aveludado, ao estilo da Borgonha. Para
de degustá-los.
fechar a boa refeição, uma torta de pêssegos
Já se haviam passado muitos anos desde
que lá estive e, assim, pude redescobrir a grande
com sorbet.
No delicioso Peter Luger – surpreendam-se!
cidade americana. Diferentemente de outros
– em vez de vinho bebi uma ótima brown beer
destinos turísticos, em que se procura paisagens
da casa. O melhor da viagem, porém, e aí vai a
bonitas e tranquilidade para um bom descanso,
minha dica para os enófilos que por lá aporta-
em Nova York o negócio é caminhar por toda a
rem, foi a parada estratégica na New York Wine
selva de pedra como um autêntico maratonista,
Exchange, na Broadway, loja com bons preços
fazer compras, aproveitar a programação cultural,
que me renderam alguns ícones americanos
sempre muito farta, e, é claro, frequentar alguns
como o Cabernet Sauvignon Shafer (considerado
dos muitos locais badalados da cidade.
por muitos o melhor produzido no país), o Stag
Vamos aos vinhos. No Carmine’s, no início
Leaps (verdadeira lenda que bateu alguns dos
do jantar, uma taça de
Grand Cru franceses em degustações às cegas)
champanhe gelada, de
e alguns Pinot Noir do Oregon e Chardonnays
bom perlage e aromas,
e Zinfandels do Napa Valley.
uma delícia. Na terra do
paoevinho
@alo.com.br
De “saco cheio”, na minha viagem, só a ma-
Tio Sam, pasmem, não se
la, repleta de bons vinhos que, a esta altura, já
reconhece o direito da
compõem minha modesta adega.
pão&vinho
P
ara quem não mora em São Paulo,
ALEXANDRE
DOS SANTOS
FRANCO
13
Garçom,
raimundo
ribeiro
espaçocidadão
comunicacaoraimundoribeiro
@gmail.com
14
J
um amigo
á discuti muito, nos últimos anos, em de-
ria, com suas angústias e carências. Os alegres
fesa da taxa de 10% cobrada nos bares e
frequentadores de bares e restaurantes rara-
restaurantes a favor dos garçons. Deter-
mente percebem os problemas que o garçom
minadas pessoas, tentando ser mais letradas
à sua frente enfrenta, como a falta de habita-
do que um simples piauiense como eu, afir-
ção, a inexistência de transporte nas altas ho-
mam: “Mas no Japão tentei dar uma gorjeta e
ras da madrugada e a segurança precária nas
o garçom se sentiu ofendido. Por que no Brasil
ruas, principalmente à noite.
tem que ser diferente?”
Ora, meus amigos que fazem tudo para
Aos poucos, esses profissionais estão se organizando em associações e podem reivindicar
deixar de pagar algo, nós não usamos quimo-
melhor os seus direitos. No entanto, quando
no nem praticamos sumô, e quase nenhum
pensamos na profissão de garçom, muitas ve-
brasileiro tem os olhos puxados. Portanto, va-
zes só visualizamos bares e restaurantes de
mos seguir a cultura do nosso país, onde os
áreas mais nobres, com melhor rendimento.
10% já foram amplamente assimilados e vêm
até incluídos na conta.
O garçom é uma figura reverenciada pela
Em cidades menos desenvolvidas, ou em
áreas mais pobres das grandes cidades, há estabelecimentos que geram resultados bem
maioria dos consumidores brasileiros. É ele
menos vantajosos para seus empregados, e
quem zela pelo chope bem gelado, pela ma-
devemos zelar por esses também. É nosso de-
carronada com aquele molho especial ou pelo
ver localizar problemas em todas as regiões e
churrasco de arrepiar argentino. E a legislação
em todas as faixas sociais, em busca de solu-
brasileira reconhece que os 10%, se esclareci-
ções que nem sempre vêm em forma de legis-
dos previamente pelo estabelecimento, podem
lação. Por isso, faço gestões em benefício da
mesmo ser cobrados.
categoria, ergo minha voz em defesa dos gar-
Bares e restaurantes há muito tempo deixa-
çons do Distrito Federal, um grupo profissio-
ram de ser comércio e são reconhecidos como
nal onde fiz grandes amigos ao longo dos
empresas de serviço, onde o principal ator é o
anos.
garçom, profissional que aprende a distinguir
Portanto, quando você pensar nos garçons
os nossos gostos e transforma em um mo-
do Japão, lembre-se que os nossos são cari-
mento feliz o ato milenar de se alimentar.
nhosos, sensíveis, bem informados e confiá-
Tenho contato permanente com a catego-
veis. Quanto aos de lá, quem sabe...
Comida
N
ovas tendências na gastronomia
atenção especial na hora de escolher produtos
estão pipocando na Europa. Ciente
alimentícios no futuro.
da necessidade de dar uma injeção
Durante os eventos gastronômicos, a maior
de ânimo e renovar a visibilidade da gastrono-
parte nos fins de semana, são servidas até
mia, o jornalista francês Alexandre Cammas
duas mil refeições. Há apresentações de
resolveu investir num novo movimento que
pequenos produtores e chefs que falam
batizou de Fooding, uma associação de duas
de seus produtos, de seu trabalho, de suas
palavras inglesas – food e feeling, ou seja, co-
criações. É cada vez maior o número de
mida e sensação/emoção – que resulta em al-
jovens adeptos desses encontros, cujo local
go parecido com “comoção”, em português.
e data são divulgados pela internet, com
Numa entrevista, Cammas descreveu o
movimento como uma versão moderna da
gastronomia, palavra na concepção dele
uma palavra-chave, para criar uma atmosfera
de surpresa e mistério.
Na realidade, esses eventos são muito
antiquada, que significa “ao uso do estômago”.
apropriados para a divulgação de novos
“O Fooding é, primeiramente, um outro
talentos e suas obras, dando-lhes visibilidade
conceito de cozinha; em segundo lugar, é
no meio de um cenário informal e convidativo.
uma proposta de servir refeições, em certos
E empolgam a juventude com sede de reuniões
eventos, quase de graça. A proposta é de
em massa a céu aberto, lembrando um pouco
modernizar a imagem da cozinha francesa e
as raves que invadiram o mundo com suas
evoluir para uma cozinha mais ‘sexy’, que siga
musicas eletrônicas, house, progressive,
os movimentos da moda e do design, que seja
mais contemporânea, acompanhando as
novas tendências”.
O movimento tem o intuito de permitir à
techno, minimal, drum n’bass, full on e
psy trance, entre outros.
O Fooding é hoje uma marca
registrada. A palavra e seu conceito vêm
juventude descobrir a gastronomia. Bom para
se juntar, no vocabulário da gastronomia,
quem não tem acesso aos restaurantes de
a fast food, slow food, cozinha molecu-
renome, em razão do seu alto custo. É um
lar, world food, cuisine du terroir, cozi-
meio de desenvolver o senso crítico dos
nha industrial, cozinha de fusão, cozi-
jovens e prepará-los para prestar uma
nha do mercado e cozinha caseira.
Quentin
Geenen de
Saint Maur
palavradochef
@alo.com.br
palavradochef
e emoção
15
roteirogastronômico
MÚSICA AO VIVO
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Armazém do Ferreira
202 Norte (3327.8342)
CC: Todos
Cardápio variado, sabor e qualidade.
Buffet no almoço é o carro-chefe,
com mais de 10 pratos quentes,
diversos tipos de saladas e várias
opções de sobremesa, a R$ 39,90
( 2ª a 6ª) e R$ 44,90 (sáb, dom e
feriados) por pessoa.
buffet de restaurante
Camarão 206
Em ambiente aconchegante,
com decoração pontuada por
arte e história, pode-se tomar
um cafezinho ou um chope para
acompanhar o pastel de bacalhau,
o sanduíche de mortadela ou
o autêntico Bauru. No almoço,
cardápio paulistano.
206 Sul (3443.4841), Liberty Mall
e Brasília Shopping cc: todos
Scenarius Grill
De segunda a sexta-feira serve
executivos e servidores públicos
do centro da cidade. Aos domingos,
o público se transforma: são famílias
inteiras que vão saborear delícias
como a anchova negra e o bife
ancho.
SCS Q. 3 Bl. A - Ed. Paranoá
(3224.0585 / 3039.1234)
CC: Todos
Bar Brahma
Praliné
confeitarias
509 Sul (3244.7999)
CC: todos
A casa de Brasília segue a proposta das
outras filiais, com shows, ótima comida e
o tradicional chope cremoso. Frequentado
por grandes personalidades da política
e da música. A decoração é inspirada
nas décadas de 50 a 70. Aos sábdos,
a tradicional feijoada acompanhada de
chorinho, samba de raiz e outras atrações. O
cardápio assinado pelo chef Olivier Anquier.
contemporâneos
201 Sul (3224.9313)
CC: todos
brasileiros
QI 21 do Lago Sul (3366.3531)
412 Sul (3345.3531)
Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem
decoração caprichada, com móveis e
objetos da primeira metade do século
XX. Destaques para os pasteizinhos.
Sugestão de gourmet: Cordeiro
ensopado com ingredientes
especiais, que realçam seu sabor.
Bar do Mercado
16
É um dos mais renomados buffets de
festa da cidade, com mais de dez anos
de experiência. Além dos salgados
e doces finos oferecidos no buffet,
destaque para o Risoto de Foie-Gras, o
Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim
e o Filé ao Molho de Tâmaras.
Bar Brasília
506 Sul Bloco A (3443.4323)
CC: Todos
BARes
Sweet Cake
buffet de festa
Restaurante inspirado no Rio de
Janeiro dos anos 40. O buffet,
com cerca de 20 tipos de frios,
sanduíches e rodadas de empadas
e quibes, com a performance do
garçom Tampinha, são boas opções
para os frequentadores.
O cardápio é bastante variado, com
tortas doces e salgadas, bolos,
geleias, quiches, tarteletes, chás,
cafés e sucos naturais. Promoção:
Café da manhã, de segunda a sexta
por R$ 12,90 e Chá da tarde às terças
por R$ 20,50 (Buffet por pessoa).
205 Sul Bl. A lj. 3
(3443.7490)
CC: V
Café Antiquário
À beira do lago, diante da vista mais bela de
Brasília, a casa atrai todos que desejam unir
ambiente agradável, boa cozinha e música.
Almoçar um rico grelhado e tomar café
ao fim da tarde são apenas algumas das
ecléticas delícias do restaurante. O piano
sofistica o ambiente de 18h às 20h30 todos
os dias. As noites são de jazz e blues ao vivo.
Pontão do Lago Sul
(3248.7755) CC: Todos
BSB Grill
San Marino
Desde 1998 oferece as melhores e os
mais diversos cortes nobres de carne:
Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe,
Picanha, além de peixe na brasa, esfirras,
quibes e outras especialidades árabes.
Adega climatizada e espaço reservado
completam os ambientes das casas.
304 Norte (3326.0976)
413 Sul (3346.0036) CC: A, V
209 Sul (3443.5050)
CC: Todos
GRELHADOS
Villa Borghese
O charme da decoração e a
iluminação à luz de velas dão
o clima romântico. Aberto
diariamente para almoço e jantar.
Sugestão: Tagliatelle Del Mare
(Tagliatelle em saboroso molho de
azeite extra virgem, tomate, alho,
manjericão e camarões grandes),
por R$ 45,00.
ITALIANOS
O Rodízio de massas e galetos
está com preços especiais: de
domingo a quarta por R$ 15,80 e
de quinta a sábado por R$ 17,80.
No almoço, Buffet com saladas,
pratos executivos e grelhados
Roadhouse Grill
Tacolino Mexican Fast Food
Criado nos EUA, foi eleito por três anos
consecutivos o preferido da família
americana. Com mais de 100 lojas,
seus generosos pratos foram criados,
pesquisados e inspirados nas raízes da
América. Conheça tais delícias: ribs,
steaks, pasta, hambúrgueres.
Fast food de comida mexicana com
mais de 20 opções no cardápio.
Nachos (a partir de R$ 3,90), tacos,
burritos, quesadillas e molhos que
podem ser combinados em combos
pequenos ou grandes e ainda pratos
executivos (a partir de R$ 9,90). Para
a sobremesa, churros, casquinhas,
sundaes e milk shakes. Dom. a 4ª de
12h à 0h. 5ª a sáb. de 12h às 5h.
­ .Clubes Sul Tr. 2 ao lado do
S
Pier 21 (3321.8535)
Terraço Shopping (3034.8535)
naturais
Brasília Golfe Center - SCES
Trecho 2 (3323.5961) CC: Todos
www.restauranteoliver.com.br
405 Sul
CC: V, R, VR, Sodexho
INTERNACIONAIS
Oliver
Próximo ao Eixo Monumental, apresenta
espetacular vista para um tranquilo campo
de golfe, sem prédios ao redor. O ambiente
composto por piso de pedras vindas
de Pirenópolis e móveis de Tiradentes
(MG) conferem ainda mais rusticidade
ao restaurante. Elaboradas pelo gourmet
Carlos Guerra, as receitas internacionais
têm base na culinária mediterrânea.
MEXICANOS
201 Sul (3226.5650) CC: Todos
Oca da Tribo
Saboroso e diversificado buffet,
com produtos orgânicos e carnes
exóticas. No domingo, pratos
especiais, como o bacalhau de
natas e o arroz de pequi. Horário: de
segunda à sexta, das 11:30 às 15h
e sábados, domingos e feriados, das
12 às 16h.
ITALIANOS
Bottarga Ristorante
Alta gastronomia em ambiente surpreendente,
o Bottarga é um restaurante exclusivo,
integrado ao Espaço Maria Tereza. O menu
é uma leitura contemporânea da culinária
franco-italiana e foi desenvolvido pelo
renomado chef Felipe Bronze. Conta com
carnes, massas, peixes, risotos, além do
almoço executivo. Carta com mais de 340
rótulos. Almoço: 3ª a dom. 12h30 à 15h /
Jantar: 3ª a sáb. 20h à 0h.
SHIS QI 5 Cj. 9 Bl. D - Espaço
Maria Tereza (3248.0124) CC: V e M
SCS trecho 2 (3226.9880)
CC: Todos
17
MÚSICA AO VIVO
roteirogastronômico
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
Mitzu
O maior restaurante japonês de
Brasília, com capacidade para atender
até 240 pessoas em seus cinco salões
e dez tatames. Serve buffet de 3ª a
domingo, com mais de 50 deliciosas
sugestões, entre sushi, sashimi e
pratos quentes, além de cardápio
á la carte.
Restaurante Badejo
A tradicional moqueca capixaba leva o
tempero mineiro no Restaurante Badejo,
com 19 anos de história em Belo
Horizonte e 15 em São Paulo. Agora
é a vez de Brasília conhecer o autêntico
sabor da cozinha capixaba.
SCES - Trecho 4 - Lote 1B
Academia de Tênis
Setor de Clubes Sul
(3316.6866) CC: V e M
Nippon
Baco
Tradicional e inovador. Sushis e
sashimis ganham toques inusitados.
Exemplo disso é o sushi de atum
picado, temperado com gengibre e
cebolinha envolto em fina camada de
salmão. As novidades são fruto de
muita pesquisa do proprietário Jun Ito.
Premiada por todas as revistas.
Massas originais da Itália, vinhos
e ambiente. No cardápio, pizzas
tradicionais e exóticas. Novidades são
uma constante. Opção de rodízio em
dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª
e domingo, e na 408 Sul, às 2as.
403 Sul (3224.0430 /
3323.5213) CC: Todos
309 Norte (3274.8600), 408 Sul
(3244.2292) CC: Todos
Baco Delivery (3223.0323)
PIZZARIAS
ORIENTAIS
116 Sul (3245.1780)
CC: Todos
Peixes e frutos do mar
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Gordeixo
Ambiente agradável, comida boa e
área de lazer para as crianças fazem
o sucesso da casa desde 1987. No
almoço, além das pizzas, o buffet de
massas preparadas na hora, onde
o cliente escolhe os molhos e os
ingredientes para compor seu prato.
Belini
Feitiço Mineiro
A casa premiada é um misto de
padaria, delikatessen, confeitaria
e restaurante. O restaurante serve
risotos, massas e carnes. Destaque
para o café gourmet, único torrado na
própria loja, para as pizzas especiais
e os buffets servidos na varanda.
A culinária de raiz das Minas Gerais
e uma programação cultural que
inclui músicos de renome nacional e
eventos literários. Diariamente, buffet
com oito a nove tipos de carnes.
Destaque para a leitoa e o pernil à
pururuca, servidos às 6as e domingos.
Peixes e frutos do mar
113 Sul (3345.0777)
CC: Todos
Peixe na Rede
A vedete do cardápio é a tilápia, servida
de 30 maneiras. O frescor é garantido
pela criteriosa criação em cativeiro na
fazenda exclusiva do restaurante, a
100 Km de Bsb. Há também pratos de
camarão e bacalhau.
405 Sul (3242.1938)
309 Norte (3340.6937)
CC: Todos
18
Regionais
Padaria
306 Norte (3273.8525)
CC: V, M e D
306 Norte (3272.3032)
CC: Todos
Fulô do Sertão
Ambiente colorido e acolchegante. No
cardápio, pratos tradicionais como
escondidinho, arrumadinho, galinha
cabidela, tapiocas e cuscuz, além
das exclusividades da casa como
o acarajé paraibano e nhoque do
sertão. À noite, música de qualidade
com clima romântico à luz de velas,
perfeito para momentos especiais.
404 NORTE – Bloco B
(3201-0129) CC: V, M, D
Divulgação
graves&agudos
Apostas certeiras
O
palco do CCBB vai receber até
15 de novembro, sempre às sextas, sábados e domingos, nomes
que se projetaram no cenário musical brasileiro como representantes de novas tendências na produção de música autoral.
Para muitos deles, o projeto Pode Apos­
tar! vai ser um agradável reencontro, além
da chance de honrar o trabalho de instrumentistas prata da casa, como Hamilton
de Holanda e Gabriel Grossi.
A bela Mariana Aydar, que abre a série de apresentações nesta sexta-feira, 30,
gravou uma canção de Rodrigo Campos,
o segundo a se apresentar pelo projeto, no
dia seguinte. A voz doce de Nina Becker,
que se apresenta no domingo, rendeu-lhe
em 2008 o título de melhor cantora na categoria Música Popular, pela Associação
Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Como melhor grupo e cantora revelação, na mesma categoria, haviam sido premiados em 2007 o Fino Coletivo e Marina de La Riva, que se apresentam no fim
de semana seguinte junto com Rodrigo
Maranhão, vencedor de um Grammy e
dois prêmios TIM. No terceiro e último
fim de semana de apostas em novos talentos sobem ao palco o paulista Marcelo Jeneci, na sexta (13), que já excursionou
com o multiinstrumentista Curumin,
atração de sábado (14), e Silvia Machete,
que teve a participação de Nina Becker na
gravação de seu DVD Eu não sou nenhuma
santa.
A curadora do projeto, Amanda Menezes, diz que é uma satisfação oferecer esses nomes ao público de Brasília, “naturalmente diversificado, mas sempre interessado, aberto a novas experiências”. Os
artistas são unânimes em afirmar que o
convite para participar do projeto gerou
Divulgação
grande expectativa para os que se apresentam em trabalho próprio pela primeira
vez, como Marcelo Jeneci e Rodrigo Maranhão. E proporciona as melhores recordações, para quem retorna à cidade, como
Mariana Aydar, Curumin e Marina de La
Riva. Mariana, inclusive, faz questão de
lembrar que foi aqui que cantou pela primeira vez Peixes e Palavras não falam, antes
mesmo de serem gravadas. Ela aposta numa boa recepção por parte dos brasilienses, agora que vai mostrar por completo
seu novo trabalho.
Apesar de ainda modesta, a carreira
desses artistas já contempla ricas parcerias. Elas são fundamentais para a pluralidade e o fortalecimento do trabalho de
compor e interpretar canções que sensibilizem o público, pela dedicação na concepção dos shows e a forma como músicos e intérpretes se entregam ao público e
à música durante as apresentações. A estrada é provavelmente o grande incentivo
para a fusão entre diferentes linguagens
artísticas ou gêneros musicais que esses artistas estão dispostos a experimentar.
Marcelo Jeneci lembra que acertos e
frustrações pelo caminho acabam se refletindo no trabalho final. Na mesma linha
de raciocínio, Curumin acha que é justamente a vivência do músico o diferencial
para a elaboração de um trabalho fora do
senso-comum. Já Silvia Machete faz questão de apresentar um show “completo”,
propondo dois momentos expressamente
distintos de música e teatro, como forma
de enriquecer seu trabalho.
Curumin
Divulgação
Nina Becker
Divulgação
Por Bruno Henrique Peres
Marina de La Riva
Mariana Aydar
Ding Musa
Jovens revelações da MPB se apresentam
em Brasília nos três próximos fins de semana
Pode Apostar! De 30/10 a 15/11, no CCBB. Sextas e
sábados, às 21h; domingos, às 20h.
Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (estudantes,
professores, pessoas com mais de 60 anos
e clientes do Banco do Brasil. Classificação
indicativa: livre.
Rodrigo Campos
19
caianagandaia
Cores, sabores, sons
O Heat introduz um novo conceito de diversão na noite brasiliense
Por Guilherme Guedes
Fotos Rodrigo Oliveira
U
m novo centro de lazer e gastronomia promete esquentar a área
central de Brasília. Em parceria
com o Espaço Ecco, de Karla Osório, os
empresários Jaime Recena, Daniel Braga,
Júnior Oliveira e Romualdo Lopes acabam
de inaugurar o bar e restaurante Heat –
calor, em inglês. Jaime Recena admite
que a inspiração inicial veio do Azulejaria, bar do qual também foi sócio e que,
20
com a fórmula “boa comida em ambiente
descontraído”, fez sucesso junto ao público mais descolado da cidade. “Pensamos
até em relançar a marca, mas acabamos
optando por um nome diferente, porque
evoluimos para uma proposta inteiramente nova, inédita na cidade”.
De dia, o Heat é um restaurante; à noite, algo intermediário entre bar e boate. A
inspiração veio de estabelecimentos populares em grandes capitais europeias e americanas, cujo formato ainda é inédito em
Brasília. A intenção é que, ao invés de ficarem sentadas, as pessoas confraternizem de pé, num ambiente recheado de cores, sabores e muita música. “Escolhemos
esse nome porque remete tanto à ideia de
uma casa preparada para servir um bom
almoço como para receber as pessoas na
agitação da noite”, explica Jaime Recena.
A ideia por trás do Heat é que ele se torne
um ponto de encontro na happy hour,
“uma balada antes da balada”, segundo o
empresário.
No almoço, o Heat serve um cardápio
criado pelos chefs Gil Guimarães, um dos
proprietários do extinto Azulejaria, e Carlos Guerra, do restaurante Oliver, que ce-
deu suas instalações à nova casa, no Espaço Ecco, mas continua de portas abertas
no Clube de Golfe. O cardápio será, portanto, uma combinação de duas cozinhas
– do Azulejaria e do Oliver – com algumas criações exclusivas.
As estrelas do cardápio
Os famosos pastéis do Azulejaria, por
exemplo estão de volta (carne e queijo,
gorgonzola com pera e calabresa bêbada).
Também retornam os bolinhos de arroz e
as robatas de filé com molho shoyu, agora
acompanhadas pelas de frango marinado
com limão e o mix três queijos (coalho,
mozzarella e provolone). O picadinho de
filé, com arroz branco, farofa, banana e
ovo poché, é outro prato ressuscitado da
Azulejaria.
Do Oliver, o Heat serve pratos de grande sucesso como o salmão grelhado ao
azeite extra virgem com molho de tomates
italianos, creme de leite fresco e manjericão, e o filé com mostarda Dijon, acompanhado de batatas ou arroz branco.
Outro destaque da nova casa é o cardápio de bebidas. O foco é nas mais refinadas, como cervejas de primeira linha e
vodcas especiais, fruto de uma parceria
com a Absolut, que assina os drinks do
Heat, baseados na mixologia molecular.
O termo é utilizado para descrever bebidas inspiradas na gastronomia molecular,
criada e popularizada pelo chef espanhol
Ferran Adrià, de Barcelona. Através da
união de ciência e gastronomia, com combinações de elementos químicos e ingredientes tradicionais, a mixologia molecular permite a criação de novas cores, texturas e sabores para os drinks.
O Azulejaria Brut – na época o primeiro espumante exclusivo de um restaurante
brasiliense – também retorna na nova casa, mas com o nome mudado para Heat
Brut. Assim como seu antecessor, ele é
produzido pela vinícola Don Giovanni,
de Bento Gonçalves.
rido, alegre, transformando o espaço num
bar descolado e moderno”.
A noite reserva outras surpresas para
os frequentadores do Heat. Como a casa
está localizada no Espaço Ecco, palco de
exposições e intervenções artísticas, a interação com a arte está garantida. No horário da badalação, as portas que separam a
galeria de arte do bar/restaurante serão
abertas, para que os clientes possam transitar livremente entre um espaço e outro.
E o sistema de iluminação contribuirá para valorizar visualmente as exposições.
Heat
Espaço Ecco – Setor Comercial Norte
(3328.4368)
De 2ª a 6ª, das 12 às 15h e das 18 às 2h.
Sábado, das 18 às 2h.
O charme da iluminação
O projeto arquitetônico, assinado por
Manuela Rampazzo, dá ao ambiente um
colorido muito especial. Controladas por
computador, lâmpadas LED estão espalhadas por toda a casa, e a tecnologia utilizada possibilita inúmeras combinações de
cores e a criação de tons especiais. Em determinado momento, o ambiente pode estar completamente vermelho, para, instantes depois, alternar para tons de azul,
verde ou lilás.
Jaime Recena acredita que esse sistema de iluminação imprime ao Heat um
“humor” diferente em cada momento do
dia ou da noite: “Durante o dia, o ambiente é mais sóbrio, claro, próprio de um restaurante. Mas à noite fica bem mais colo21
Divulgação
dia&noite
marleyfilho
Também no
Arena Futebol
Clube, mas no dia
8, os fãs do ritmo
poderão se deliciar com o show
dos norte-americanos do SOJA
(Soldiers of Jah
Army), que
lançam novo CD,
Born in Babylon. O hit de mais sucesso por aqui, True Love, bateu recorde no
site Youtube, com mais de dois milhões de acessos. A voz suave de Jacob
Hemphill, em contraste com toda a energia de Bob Jefferson, explica parte
do sucesso da banda. Abre a festa a banda brasiliense Surf Sessions. Ingressos
a R$ 25, à venda no Bar Raízes (408 Norte).
22
monobloco
Sambas e marchas de Carnaval,
clássicos de Tim Maia, Jorge Ben Jor,
Nação Zimbi, Luiz Gonzaga, Alceu
Valença e Gilberto Gil. Esse é
o repertório do show do grupo
Monobloco, criado a partir das
oficinas de percussão de Pedro
Luís e a Parede, em 2000. O grupo
promete manter sua tradição de
fazer espetáculos que são verdadeiros
bailes para animar todos que forem à
AABB no dia 1º de novembro, véspera
de feriado. A banda Salve Jorge
abre a noite, tocando os sucessos
de Jorge Ben Jor. A partir de 21h,
com ingressos entre R$ 45 e R$ 65.
pagodeirosuni-vos!
Péricles e Thiaguinho no banjo
e nos vocais, Pinha no repique de
mão, Brilhantina no cavaquinho e
Thell no tantã. É essa a formação
do Exaltasamba, que comanda a
festa dia 6 de novembro no Marina
Hall. No repertório, músicas do
último CD Ao vivo na ilha da magia,
lançado em maio. Recentemente
indicado ao Grammy Latino 2009,
o Exaltasamba promete um show
carregado de alegria, do início
ao fim. Ingressos entre R$ 50
e R$ 80. Informações: 8423.3542.
Marcos Hermes
maisreggae
Márcia Moreira
Elliott Harrington
Dizem que, dos onze herdeiros de Bob Marley, ele é o único que criou estilo
próprio. De fato, Ky-Mani Marley se diferencia do pai por juntar ao reggae
jamaicano pitadas de hip-hop, rythm and blues e jazz contemporâneo, entre
outros. Quem quiser conhecer o som de Ky-Mani deve ir ao show que ele vai
fazer dia 30 no Arena Futebol Clube. No repertório, os sucessos Dear dad,
I pray e Ghetto Soldier. Brasília é a primeira escala da turnê Rasta Rockers
Brasil 2009 I, que segue depois para o Rio e Florianópolis. Ingressos entre
R$ 20 e R$ 40, à venda nas lojas Free Corner. Informações: 3324.9401.
Divulgação
escrituras&filigranas
Divulgação
Desenhos, pinturas e esculturas revelam o mundo fantástico de Rodrigo
Godá, artista plástico que expõe suas pinturas, nanquins, painéis e esculturas na Caixa Cultural até 29 de novembro. Cheia de alegria e bom
humor, a obra de Godá traz uma mensagem de otimismo e crença num
futuro “em que suas máquinas, indiferentes ao que acontece ao redor,
têm a capacidade de inventar flores, oceanos, animais e plantas”.
O trabalho principal da exposição é formado por nove módulos de tela,
medindo 1,40 x 1,40m cada, compondo uma locomotiva cheia de flores,
pássaros e animais. De terça a domingo, das 9 às 21h. Entrada franca.
subterrâneaspassagens
rioquetequeromeu...
fliporto
Sinome Portellada
Qual será o futuro do livro?
“Não confundam o futuro
do livro com o futuro do
papel. Nunca tantas ideias
foram escritas. Se há algo
que possa ameaçá-lo é a
falta de leitores e não a
mudança de suporte”.
Essa é a opinião de Antônio
Campos, coordenador da
Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas
(Fliporto), que acontece
entre 5 e 8 de novembro
naquela praia pernambucana. O tema estará em
discussão nas inúmeras
videoconferências, palestras,
exposições e debates entre
escritores de todo o país,
inclusive o diretor da Biblioteca Nacional de Brasília,
Antonio Miranda. Informações: www.fliporto.net
... Brasília que te quero minha. Esse é o nome
da exposição da artista plástica Isabela Francisco, em cartaz no Espaço Cultural STJ.
Nascida em Petrópolis, Rio de Janeiro, pinta
desde os sete anos e chegou a expor no Museu
Imperial de Petrópolis. Cursou a Escola de
Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, mas acabou abandonando sua arte
para cursar Direito. Anos depois, Isabela
voltou à vocação inicial e expôs em diversas
galerias, inclusive na Allarts Gallery, de
Lisboa, no mês passado. A tropicalidade brasileira está presente em todo o seu
trabalho. Até 18 de novembro, com entrada franca. Informações: 3319.8560.
clubedochoro
Só no ano passado, João Donato se apresentou ao lado de
músicos dos mais variados estilos e gerações: Orquestra
Sinfônica da Rússia, Fernanda Takai, Carlos Lyra,
Nelson Motta, Bud Shank, Bebel Gilberto, Roberto
Menescal, Marcelo D2, Paula Lima, Till Brönner,
Roberta Sá, Emílio Santiago e Joyce. Comemorando
60 anos de carreira, o pianista, compositor e arranjador
se apresenta dias 28, 29 e 30, a partir das 21h45.
Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Informações: 3224.0599.
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Divulgação
Esse é o nome da exposição do fotógrafo José Rosa em cartaz na Caixa Cultural
até 29 de novembro. São imagens das passarelas subterrâneas da cidade registradas com a técnica pinhole, ou seja, por máquinas fotográficas rudimentares,
feitas a partir de latas e caixas. Com curadoria de Tininha Morato, a exposição
pode ser vista de terça a domingo, das 9 às 21h. Quem quiser saber mais sobre
essa técnica pode se inscrever numa das 12 oficinas do Projeto Fotolata, com
inscrições gratuitas. Informações: 3206.9450.
Divulgação
dia&noite
domquixote
dunas
fazershow
Os irmãos Helga e Tó vivem num lugar
isolado, sem saber o que há além do portão
que separa o quintal do resto do mundo.
Naquele lugar, num tempo não revelado,
os personagens convivem com a expectativa e
o medo de saber o que há depois do portão.
Seriam as dunas? Depois de temporada no
Teatro Goldoni, a peça estará no Teatro Plínio
Marcos, da Funarte. Com direção de Hugo
Rodas e Jonathan Andrade, que também é
autor do texto, juntamente com Catarina Melo, a peça terá a participação de jovens atores
estudantes de escolas públicas do DF. De 5 a 8 de novembro, com ingressos a R$ 10
e R$ 5. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 20h.
bem-me-quer
Raça/etnia, classe social, deficiências, religião, orientação sexual, gênero e regionalismo. Temas tão complexos como esses, até mesmo para adultos, estão sendo levados
a crianças de 2.600 escolas brasileiras por autores e ilustradores de literatura infantojuvenil, entre eles Adriana Falcão e Jonas Ribeiro. Os livros da coleção Bem-me-quer
chamam a atenção dos jovens para a necessidade de se compreender as diferenças e
respeitá-las em todas as suas manifestações. Com projeto gráfico de
Alex Chacón, a coleção – composta
por oito livros e um audiolivro – foi
editada pelo Instituto dos Direitos
da Criança e do Adolescente, que
desenvolve o Projeto Bem-Me-Quer,
apoiado pelo Criança Esperança.
O lançamento será na Biblioteca
Nacional, dia 30, às 19h.
Informações: 3202.1354.
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Ilustração: Jô Oliveira
Diego Bresani
Coreografias inovadoras e performances altamente técnicas
de um elenco de solistas premiados internacionalmente
marcam os 43 anos de história do Grand Moscow Classical
Ballet, companhia russa que desembarca no Brasil para
turnê de 18 dias a oito cidades. Em Brasília, o grupo fará
apresentação única na Sala Villa-Lobos, dia 18, às 21h. Sob
direção artística de Natalia Kasatkina e Vladimir Vasilyov,
o balé apresenta o clássico Dom Quixote, de León Minkus,
com duração de 102 minutos, distribuídos em três atos.
Fundado em 1966 por um dos mais importantes coreógrafos
do Século XX, Igor Moiseyev, o grupo esteve no Brasil pela
última vez em 1981. Informações: 3325.6239.
Quando vamos ver a apresentação de nosso artista
preferido não nos damos
conta do verdadeiro arsenal
de pessoas e equipamentos
que são necessários para
tudo sair bem. Atrás de cada
espetáculo há um administrador, também chamado
de produtor cultural. Um
deles, Alê Barreto, estará
em Brasília para dividir
sua experiência com
quem quiser fazer o curso
Aprenda a organizar um
show. Conhecido por participar da produção de apresentações de Avril Lavigne,
Whitesnake e Scorpions,
Alê pretende ensinar não
só como planejar, executar
e desmontar um espetáculo
musical, mas como formar
e motivar produtores culturais. Dias 9 e 10, das 14 às
22h, no Centro de Estudos
da UNACON (Edifício
Venâncio 2000). O curso
custa R$ 250, mas há preços
especiais para grupos.
Informe-se em 9273.9002.
Divulgação
devoltaabrasília
A imagem aí do lado não é
nenhuma novidade. Todo
mundo que visita Londres
volta com uma foto parecida, imitando a capa de
Abbey Road, célebre disco
dos Beatles. Mas esses seis
pedestres conseguiram algo que pouca gente teve a chance de fazer: gravar no
mesmo estúdio que o quarteto de Liverpool. Os personagens da foto são os integrantes do Roupa Nova, grupo que retorna a Brasília depois do sucesso da temporada de junho passado. No repertório, dez músicas novas do CD Roupa Nova em
Londres e o clássico She’s leaving home, do quarteto londrino. O show será
no Ginásio Nilson Nelson, dia 31, às 21h. Ingressos entre R$ 30 e R$ 60,
à venda na Mormaii e no bar Garota Carioca. Informações: 3425.3300.
Agora que os meninos do
CQC aprenderam o caminho de
Brasília, o projeto Fest Riso 2009
apresenta o stand-up conjunto de
Marco Luque com a companhia
de humor Divina Comédia. De 30
de outubro a 1º de novembro eles
estarão no palco do Teatro dos
Bancários, sempre
às 20 horas.
Ingressos a
R$ 30 (na
sexta-feira)
e R$ 35 (no
sábado e no
domingo).
Bilheteria:
3262.9090.
línguaportuguesa
irevir
“O mundo é um livro, e quem não
viaja lê só a primeira página.” A frase
de Santo Agostinho define bem o
espírito do recém-lançado Ir e vir,
movidos pela inquietude. O velho
desejo humano de peregrinar,
conhecer pessoas e lugares novos
serviu de inspiração para Nei Bastos
no livro(Editora Senac) lançado no
fim de setembro. Com texto de Ana
Cristina Campos, a obra, inédita no
mercado editorial brasileiro, faz uma
crônica da história do turismo e tem
tratamento estético sofisticado de
um livro de arte. À venda na Fnac
e na Livraria Cultura. Preço: R$ 95.
ossaltimbancos
Paki
O ex-governador Cristóvão Buarque e o jornalista Alexandre Garcia são alguns
dos convidados para participar do Congresso da Língua Portuguesa em Brasília,
promovido pela Universidade Católica abrindo as comemorações do cinquentenário da cidade. Na pauta, a discussão sobre o novo acordo ortográfico e a importância da internet na educação a distância. Entre 19 e 21 de novembro. As inscrições podem ser feitas no Campus II da UCB (916 Norte), ou pelo site www.acleb.
org.br/congresso e custam entre R$ 20 e R$ 50.
Divulgação
Divulgação
marcoluque
Um jumento, uma galinha, uma
gata e um cachorro. Eles estão de
volta ao palco do teatro da Escola
Parque 307 Sul para encerrar a
temporada da Cia Teatral Néia e
Nando deste ano. O conto dos
Irmãos Grimm (Músicos de
Bremem), mais conhecido pela
adaptação para o teatro com
músicas de Enrique Martinez e letras de Chico Buarque (Saltimbancos) encanta
por traduzir um dos mais legítimos anseios humanos: a liberdade. Até dia 22,
sábados e domingos, com exceção do dia 7, às 17h. Ingressos a R$ 24 e R$ 12.
cursonomuseu
Quem gosta de cinema e pretende se aprofundar no tema pode se inscrever no
Curso de História do Cinema Mundial, que será realizado de 4 de novembro a
10 de dezembro no Museu da Repúiblica e é gratuito. Os interessados devem
se inscrever no blog www.historiacinemamundial.blogspot.com e se candidatar
a uma das 50 vagas disponíveis. O produtor executivo do curso é Ciro
Marcondes, professor de cinema na Unb e no IESB.
25
galeriadearte
Pequenos e
Por Ana Cristina Vilela
E
ntrar na Sala Multiuso do CCBB e
ver a exposição O mundo mágico dos
ningyos é como decodificar signos,
entrar num país estrangeiro em que não se
conhece a língua, os costumes, as tradições.
Ningyo significa “forma humana” ou, no
português, boneca ou boneco. São figuras
ricamente talhadas, decoradas, envoltas em
significados, em história e crenças.
Seria, pensando apenas na forma ocidental de lidar com bonecos, uma exposição para crianças. Mas a própria concepção oriental dos ningyos, construídos não
como brinquedos, mas como objetos de
adoração e simbolismos, muda o olhar do
observador. Basta contemplá-los para
compreender por que Roland Barthes escolheu o Japão para escrever O império dos
signos. Ao ser seduzido pelo fascínio de
uma boneca, vêm à mente as palavras dele: “Acontece que naquele país o império dos significantes é tão vasto, excede a tal
ponto a fala, que a troca
dos signos é de uma riqueza, de uma mobilidade, de uma
sutileza fascinantes...
Não é a voz
que comunica, é o corpo todo...”.
26
E é no corpo todo dos ningyos, e muito além de suas frágeis estruturas, que se
encontra o encanto. Talvez por isso o embaixador Fausto Godoy tenha se apaixonado pelos bonecos tão logo chegou a Tóquio, em 2001: “Eles são a celebração da
infância e o cadinho da esperança dos
pais em uma vida harmoniosa e bem-sucedida para seus filhos”.
A origem dos ningyos é milenar. Os
primeiros apareceram no período Jomon
(800-200 a.C.). Depois, no período Kofun
(300-600) surgiram figuras funerárias chamadas Haniwa. A referência aos ningyos
surgiu no período Heian (794-1184). Assim, explica a curadora da exposição, Denise Mattar, “os ningyos têm seu lugar na
sociedade japonesa há mais de mil anos”.
Mas foi na era Edo (1603-1868) que alcançaram sua maior importância.
Os ningyos são produzidos com materiais diversos, principalmente madeira, tecidos ricamente produzidos e gofun, uma
pasta branca feita de conchas de ostras trituradas, misturada com água e cola de origem animal. Hoje, usam-se também porcelana, resina e compostos de gesso. Boa
parte deles tem função protetora ou marca
momentos de passagem de meninos e meninas. Os hina-ningyos são usados no HinaMatsuri (Dia das Meninas), comemorado
em 3 de março. Um mês antes, as bonecas são dispostas num altar vermelho em
forma de escada. Têm faces brancas, poses nobres e são ricamente vestidas. O ter-
Fotos: Divulgação
adoráveis
mo hina é uma contração da palavra hi’ina
e significa “pequeno e adorável”.
Comemora-se também, em 5 de maio,
o Tango-No-Sekku ou Gogatsu-No-Sekku
(Dia dos Meninos). Para essa data são
confeccionados os musha ningyo, vestidos
com trajes militares, representando as
qualidades que os pais desejam para seus
filhos, como coragem, honra e lealdade.
São personagens específicos, com caráter,
desejos e destinos conhecidos. Acredita-se
que sirvam como abrigo temporário para
os espíritos desses heróis. Apesar de os
musha ningyo terem data de origem imprecisa, pode-se assegurar que a maior parte
vem do Século XIX.
A carga histórica dos ningyos os eleva
muito além de qualquer mero brinquedo,
chegando aos dias de hoje com o japop e
seus mangás revestidos de sensualidade e
sedução. Os mangás, mesmo que filhos
do espírito do passado, não carregam tantos significados quanto os bonecos protetores, como o Hoso-Ningyo, um talismã
que se oferece às crianças quando estão
com sarampo, varíola ou catapora, um demônio amigo que espanta a doença.
Os 118 bonecos presentes na exposição têm encantado crianças e adultos de
todas as idades. Uma viagem através de
séculos de história, uma imersão nos mistérios e encantos do Japão.
O mundo mágico dos ningyos
Até 10/01/10, na Sala Multiuso do CCBB. De
3ª a domingo, das 9 às 21h. Entrada franca.
Alice no país
das fotografias
Obras de
15 artistas
franceses têm
como tema
o clássico da
literatura infantil
Gabriela Vanga
A
história mais conhecida de Levis
Carroll foi escrita há 144 anos,
mas ainda é capaz de inspirar não
só crianças como adultos, como é o caso
da exposição Um mundo sem medidas, que
tem como mote Alice no país das maravilhas, o livro publicado em 1865 pelo matemático, escritor e mágico britânico.
Com curadoria da francesa Valerie
Marchi, a mostra em cartaz até o dia 8 no
Museu da República tem como propósito
convidar o espectador a se perder, tal qual
a Alice da história, num mundo de divagações, a partir do rompimento com as
noções de escala a que estamos acostumados. Assim, as imagens clicadas pelos artistas franceses têm em comum o fato de
romperem com proporção e equilíbrio.
De acordo com Thaís Pena, produtora
executiva da exposição, o visitante é convidado a se perder num lugar em que “as
coisas seriam o que elas não são”. As incongruências e desequilíbrios presentes
nas fotografias e instalações da exposição
alimentam-se de contos de fadas, devaneios, medos e fantasmas da infância dos
artistas contemporâneos franceses.
Mireille Loup apresenta um conjunto
de vastas e inquietantes paisagens onde surgem, clandestinamente, histórias insondáveis. Nesses quadros naturais de majestosos
rochedos, águas paradas e vegetação selvagem, a única presença humana perceptível é
a de uma menina com expressão enigmática, colocada em situações estranhas.
O aspecto mais interessante das obras
desconcertantes de Philippe Ramette,
grande talento da fotografia francesa, reside no fato de serem realizadas sem nenhum truque. Com a ajuda de curiosas
próteses, ele coloca a si próprio em posições improváveis, desafiando a gravidade.
Outro fotógrafo, Gilbert Gracin, tam-
bém se coloca nas próprias obras, que
aliam humor e auto-zombaria, imaginário
e sonho. Suas fotomontagens beiram o
surrealismo e oferecem uma visão simultaneamente patética e lúdica da vida.
Já Françoise Pétrovitch convida o visitante a conhecer um país de sonho e fantasia. Não limita sua criatividade ao uso de
uma única técnica, mas prossegue, sem
descanso, sua pesquisa em busca de novos
materiais, como a cerâmica, que funciona
como prolongamento de seus desenhos.
Em suas projeções, Bertrand Gadenne coloca em contato dois mundos que,
na maioria das vezes, ignoram-se mutuamente: o dos homens e o dos animais. Na
obra em exposição, um rato gigante parece surgir magicamente da escuridão para
despertar nossos medos de infância.
Jeremy Dickinson reproduz minuciosamente automóveis, ônibus e caminhões
em todos os ângulos possíveis. O olho do
do colecionador de modelos em miniatu-
ra perceberá rapidamente que se trata de
brinquedos e não de verdadeiros modelos.
Instalada na área externa do museu, a
obra O gigante, de Samuel Rousseau, impressiona pelo tamanho, mas parece impotente porque o gigante acaba prisioneiro de uma moldura muito estreita para
ele. Inversamente, no interior do museu,
O homenzinho, projeção de vídeo do artista, que poderia se misturar em todos os
lugares, não pode atingir o topo dos degraus que lhe permitirão chegar às alturas
Negligentemente deixados no chão, os
colares gigantes em vidro de murano e os
estandartes de cor malva, rosa, laranja e
verde ácido de Jean-Michel Othoniel parecem ter sido feitos para os titãs. O visitante
vai descobrir objetos de desejo: enormes,
frágeis, belíssimos, mas fora do seu alcance.
Um mundo sem medidas
De 20/10 a 8/11 no Museu da República. De
3ª a domingo, das 9h às 18h30. Entrada
franca
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Nijole Kudirka
Álvaro Villela
Dalton Valério
galeriadearte
Olhares sobre
o meio ambiente
Exposição da Foto Arte revela diferentes interpretações da natureza
Por Alexandre Marino
U
m índio maneja com atenção
uma máquina de costura. Um
batráquio prepara-se para atravessar o asfalto, a meio caminho entre o
pavor e a inquietação. Uma árvore solitária tenta consolar a terra calva, preparada
para o plantio. Sobre o grosso tronco do
que restou de uma árvore, um homem ergue os braços a exibir dois ramos às construções que a cercam.
As interpretações dos fotógrafos sobre
a natureza, o meio ambiente e a sustentabilidade são vastas e diversas. Há olhares
líricos, desesperançados, críticos, reflexivos, entre as 151 imagens selecionadas pa28
ra a exposição do 2º Prêmio Foto Arte
Brasília, promovido pelo Espaço Cultural
Contemporâneo (Ecco), no Setor Comercial Norte, próximo ao Liberty Mall. A exposição permanece até 22 de novembro.
“Impossível ver essas imagens e não
se sensibilizar com as causas ligadas à proteção do meio ambiente”, observa Eder
Chiodetto, curador da exposição e presidente da comissão julgadora. Uma das
vantagens do prêmio, segundo ele, é possuir abrangência para cobrir os mais diversos ecossistemas brasileiros, todos eles
representados com belas imagens na seleção final. “A multiplicidade de pontos de
vista ajudou a criar um painel que mostra
de forma contundente a flora e a fauna na-
cionais”, destaca.
De fato, as 151 imagens que compõem a exposição – entre ensaios fotográficos e fotos únicas – foram selecionadas
entre mais de 2.500 trabalhos produzidos
por 547 fotógrafos, amadores e profissionais, de 26 Estados e quatro países diferentes. Desse total, 80 artistas estão com
seus trabalhos na mostra. Entre eles, a
norte-americana Nijole Kudirka.
Os vencedores foram Álvaro Villela,
da Bahia, com cinco fotos na categoria ensaio, inscritas sob o tema antropologia e
cultura. Na categoria foto única, a vencedora foi Márcia Foletto, do Rio de Janeiro,
com o mesmo tema. O júri popular, composto por mais de 10 mil internautas que
2º Prêmio Foto Arte Brasília 2009
Até 22/11 no Espaço Cultural
Contemporâneo (Ecco), no Setor Comercial
Norte (3327.2027)
Cores e formas
da Paraíba
Galeria da Casa Thomas Jefferson
apresenta última exposição do ano
Divulgação
acessaram a galeria virtual do prêmio
(www.fotoartebrasilia.com.br),elegeuimagem inscrita por Paulo Sérgio Bernarde,
do Acre.
Cinco fotógrafos selecionados na categoria ensaio receberam, cada um, R$ 10
mil de prêmio, e três na categoria foto única receberam R$ 5 mil, mesmo valor atribuído ao vencedor do júri popular. Os demais vencedores na categoria ensaio foram Antônio Carlos Faria Júnior (RJ),
Dalton Valério (RJ), Nijole Kudirka
(EUA) e Tomás Senna (SP). Na categoria
foto única também estão entre os vencedores Ana Maria Lima de Moraes (SP) e
Jimmy Christian Pessoa Maciel (AM).
Três fotógrafos receberam menção honrosa: Patrícia Gouveia (RJ), Charly Techio
(PR) e Luciano Garcia Resende (SP).
O regulamento previa a inscrição em
cinco grandes temas: antropologia e cultura, ecologia, preservação ambiental e sustentabilidade, Amazônia e Cerrado. As
imagens selecionadas terão destinação nobre. Serão doadas à WWF-Brasil, organização não governamental dedicada à preservação ambiental, com projetos em todo
o país e integrada à rede WWF, com atuação em mais de 100 países. As imagens
serão usadas em campanhas de preservação e os autores receberão créditos, divulgando, assim, seu trabalho.
Para o curador Eder Chiodetto, o prêmio recebeu obras de cunho mais experimental por fazer “uma leitura mais subjetiva da paisagem, enveredando por uma
trajetória mais ligada à percepção e ao
mundo sensorial”. Para ele, o resultado
demonstra que a disseminação e popularização das câmeras digitais está trazendo
uma nova leva de bons fotógrafos.
Mas não apenas as câmeras, como
afirma Tomás Senna, de São Paulo, um
dos premiados na categoria ensaio. Seu
trabalho chama a atenção pelo olhar minimalista, que registra alguns galhos solitários em alto contraste, obtendo um resultado poético e desesperançado. “O prêmio valoriza quem produz e incentiva a
produzir mais”, afirma ele. Os fotógrafos
aguardam as próximas edições. E o público também.
O
que chama a atenção na imagem
acima? Muitas coisas, o leitor pode pensar. Primeira: que se trata
de um presépio multicolorido, bem tropical. Segunda: que os personagens da cena
têm o olhar alegre, parecem sorrir. Terceira: a existência de um ícone recorrente no
cesto de São José, ao lado do Menino Jesus, no chão, na árvore – sete cajus.
A imagem é da tela Natividade, cujo
autor, Clóvis Júnior, expõe seu trabalho
na Casa Thomas Jefferson até 21 de novembro. Conhecido pelo colorido de suas
telas e a utilização dos simpáticos frutos
do cajueiro, Clóvis nasceu em Guarabira,
no interior da Paraíba, mas com 17 anos
se mudou para João Pessoa. Inspirado na
alegria da cultura e do folclore de seu Estado, começou a pintar aos 18 anos e não
parou mais.
Geralmente classificado como pintor
de arte naïf, ou ingênua, ele já participou
de 35 exposições individuais e mais de 50
coletivas em seus 25 anos de carreira. Augusto Luitgards, curador da mostra atual,
não concorda com essa classificação:
“A despeito das fortes referências populares, Clóvis e sua obra abeberam-se em valores estéticos que não são exatamente ingênuos. Neles, linguagem, iconografia e
técnica harmonizam-se na produção de
uma arte de fronteira, ou seja, de características eruditas e populares, como bem
definiu o escritor Alfredo Bosi”.
Melhor do que tentar explicar a arte
de Clóvis Júnior é visitar a exposição, que
tão bem retrata a tropicalidade brasileira.
O guardador da beleza
Até 21/11 na Casa Thomas Jefferson
(706/906 Sul). De 2ª a 6ª, das 9 às 21h.
Sábados, das 9 às 12h.
29
cartadaeuropa
Um bom exemplo
para o Rio
Por Silio Boccanera, de Barcelona
V
im a Barcelona, capital da Catalunha, para conhecer sua experiência na realização de uma Olimpíada que é hoje considerada modelo de sucesso. Constatei que o grande trunfo dos
organizadores dos Jogos de 1992 foi não
apenas oferecer ao mundo uma competição esportiva impecável, mas sobretudo
deixar um legado de benefícios para a cidade e sua população.
Barcelona levou a sério o conceito de
que uma Olimpíada não deve durar apenas três semanas e precisa ser mais do que
uma gigantesca prova esportiva ou rica
promoção comercial. Os organizadores
dos Jogos de 1992 aproveitaram os indispensáveis investimentos em verba privada
e pública e melhoraram a cidade e as condições de vida dos habitantes.
Porto de Barcelona
visto de Montjuic
30
Quando a festa esportiva acabou e os
atletas voltaram para casa, sobraram mais
do que estádios, piscinas e velódromos
como herança de um evento tão custoso
para se realizar. A prefeitura, a administração regional da Catalunha e o governo
central espanhol se preocuparam com
um legado para a cidade-sede e, por isso,
a Barcelona de hoje saboreia os benefícios de 17 anos atrás.
A cidade de um milhão e meio de habitantes, que já tinha fama por suas atrações culturais, a culinária e até sua milionária equipe de futebol, tornou-se ainda
mais atraente para os visitantes e agora recebe por ano mais turistas do que o Brasil
inteiro. Foram 6,6 milhões no ano passado, grande parte chegando pelo aeroporto
ampliado e modernizado, não mais uma
espécie de “Galeão da Catalunha”, como
existia aqui.
O conceito urbanístico que inspirou
as obras para a Olimpíada de Barcelona
foi o de integrar montanha e mar, partes
antes separadas por uma linha de trem,
que deixava a população longe das praias
locais, tratadas mais como área industrial,
sem os atrativos que hoje dominam o litoral. Os promotores fizeram dragar, limpar
e enfeitar a área, que se recuperou e tornou-se atraente.
Na parte de transporte, buscou-se não
apenas a ampliação, mas sobretudo a integração de linhas de trem, ônibus e metrô.
Para tirar caminhões de carga do centro
da cidade, onde atravancam o trânsito,
construiu-se um anel rodoviário em torno
de Barcelona, a exemplo do Périférique
que circunda Paris ou os dois anéis (M-25
e 406) que fazem o mesmo em Londres.
Funcionam bem até hoje e desafogam o
tráfego no centro.
da que já tinha se transformado em depósito de lixo. Pois os organizadores recuperaram tudo, construíram praças e chafarizes que hoje atraem massas de visitantes e
servem como área de lazer para os locais.
Quase ao lado, as piscinas utilizadas
durante os Jogos continuam sendo usadas
pela população, inclusive a que encantou
o mundo nas provas de saltos ornamentais, porque, do alto da Colina de Montjuic, mostrava a cidade ao fundo quando
os atletas saltavam do trampolim mais alto, dando a impressão de que voavam em
espaço vazio.
O legado de Barcelona já inspira os organizadores da Olimpíada de Londres,
em 2012. A campanha britânica de candidatura pela sede procurou convencer o
Comitê Olímpico justamente com os planos de desenvolver toda uma área abandonada e decadente no leste de Londres.
Prometeram criar infraestrutura de transporte e construir uma vila olímpica que
também vai se transformar em área residencial. As instalações esportivas novas,
como o centro aquático e o velódromo, serão fincadas numa área pobre do Lea Valley (algumas estruturas já existentes serão
reaproveitadas) e servirão para o lazer da
comunidade, quando os Jogos acabarem.
A crise econômica internacional, que
abalou de forma especial o centro financeiro de Londres, vizinho da futura área
olímpica, jogou um pouco de água fria
nos planos de atrair empresas para a região e reduziu expectativas de colaboração
do setor privado, inclusive de patrocínios.
Mas os organizadores se dizem esperançosos de que o panorama melhore nos pró-
Fotos: Divulgação
Na hora de fazer as grandes obras exigidas para os Jogos, os organizadores optaram não por enfeitar mais as partes já atraentes da cidade, e sim remodelar por completo áreas degradadas, pobres, decadentes. Atacaram, assim, problemas urbanos
e sociais, sem esquecer das vantagens a
longo prazo para a população local e os visitantes.
Foi o caso da Marina de Barcelona,
hoje uma das atrações da cidade, lugar de
passeio para quem mora ou visita e quer
caminhar à beira-mar. Não era assim, antes da Olimpíada de 1992, quando se parecia mais com a região portuária do Rio:
abandonada, palco de crimes, prostituição e tráfico de drogas. As praias locais
eram desprezadas pelos barceloneses, que
preferiam ir longe em busca de um mergulho ou banho de sol, mas agora podem
desfrutar do litoral na própria cidade.
Ainda à beira-mar, a Vila Olímpica,
que abrigou os atletas durante os Jogos, foi
construída em área industrial deteriorada
e mal vista, cruzada por trens. Depois da
Olimpíada, os alojamentos de nadadores,
maratonistas, boxeadores e outros foram
vendidos ao público e hoje servem de residência para muitos. A vila olímpica virou
um bairro elegante, da moda.
Os centros esportivos construídos há
duas décadas não viraram elefantes brancos e ainda servem para competições. O
estádio olímpico, por exemplo, na verdade foi adaptado de uma estrutura que existia há 60 anos, quando Barcelona quis sediar a Olimpíada de 1936 – que acabou
sendo em Berlim.
A área em volta estava tão abandona-
A antiga Vila Olímpica de Barcelona
é agora um bairro de classe média
ximos dois anos. De qualquer maneira, o
estado garante os investimentos necessários para cobrir um orçamento que, desde
a candidatura, já triplicou para 9, 5 bilhões de libras (quase R$ 30 bilhões).
Na prefeitura de Barcelona, conversamos com o diretor do departamento de esportes, Pere Alcober, que não disfarça seu
orgulho pelo que a cidade demonstrou ao
mundo durante os Jogos de 1992 e pelo
que deixou de legado, hoje quase uma
obrigação nos planos de qualquer cidade
que promova uma Olimpíada. Alcober se
disse feliz pela escolha do Rio para 2016
(sem faltar o comentário de que não acreditava numa vitória de Madri) e deixou claro que qualquer pedido de conselho ou
consultoria por parte dos organizadores cariocas será bem recebido em Barcelona.
31
luzcâmeraação
À procura de Eric
Le grand chef
Planeta filme
De 4 a 15 de novembro, FIC Brasília exibe quase uma centena
de filmes de importantes realizadores estrangeiros e brasileiros
Por Sérgio Moriconi
E
vento que impediu que a ponte-aérea Brasília/Rio/São Paulo permanecesse sendo a única maneira de
os amantes de cinema da cidade se manterem atualizados sobre a produção cinematográfica mundial, o Festival Internacional de Cinema deste ano traz uma programação muito ampla e diversificada, com
obras de veteranos consagrados, como é o
caso do francês Alain Resnais e do português Manoel de Oliveira, e de jovens talentosos e promissores que ainda buscam
reconhecimento de crítica e público. Entre eles, uma porção respeitável de prestigiosos cineastas da média guarda apresentam suas últimas realizações, a maioria delas inédita para o público de Brasília. Caberá ao polêmico alemão Michael Haneke
o privilégio de exibir na abertura do festival, dia 4 de novembro, o seu A fita branca, laureado com a Palma de Ouro no
FesGarapa
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tival de Cannes em maio passado.
O FIC-Brasília, em sua 11ª edição,
não deixa passar a oportunidade de também homenagear o Ano da França no
Brasil. Oito novas produções fazem um
painel da cinematografia de um país que
se manteve um dos protagonistas do cinema mundial pelo menos até a metade dos
anos 80. Três das obras a serem apresentadas tiveram sua première no último Festival de Cannes, entre elas Ervas daninhas,
de Renais, o veteraníssimo mestre da nouvelle vague francesa, autor do clássico Hiroxima, meu amor. Com seus quase 90 anos,
Resnais surpreende ao experimentar um
insólito drama de um homem obcecado
por uma dentista que tem o estranho hábito de pilotar pequenos aviões em suas
horas de folga. A mostra de cinema francês inclui em sua programação os últimos
filmes de François Ozon (Ricky), e Catherine Breillat (La barbe bleue).
Outros cineastas do mesmo quilate de
Resnais e Ozon vão estar presentes na
enorme mostra Primeira Visão, que apresenta, como o nome mesmo já diz, obras
inéditas por aqui. Um dos destaques vai
ser, sem dúvida, o inglês Ken Loach. Veteraníssimo, ainda que tenha surgido duas
ou três gerações depois de Manuel de Oliveira (presente com o curioso Singularidades de uma rapariga loura), Loach exibe À
procura de Eric, outro concorrente de Cannes, comédia dramática que reafirma a intenção do autor de Meu nome é Joe de deixar de lado o azedume em relação às mazelas políticas do seu país e dar um refresco
ao público. Refresco um pouco azedo, é
bem verdade. Cômico-amargo, À procura
de Eric trata de um indivíduo que tenta recolocar sua vida nos eixos depois de um
acidente de carro. Quando sai do hospital, sua mulher vai embora e ele não consegue mais se entender com os filhos.
Com 50 filmes programados, Primeira Visão dá espaço a cineastas de todo o
Fotos: Divulgação
Police adjective
Singularidades de uma rapariga loura
mundo, com grande destaque para brasileiros e latino-americanos, novatos e veteranos, caso dos brasileiros André Luís
Oliveira (Sagrado segredo), Domingos Oliveira (Todo mundo tem problemas sexuais),
Edu Mansur (O pequeno burguês), Lírio
Ferreiro (O homem que engarrafava nuvens) e Chaim Litewski (Cidadão Boisen),
Nelson Hoineff (Caro Francis), do paraguaio José Eduardo Alcazar (Quero que você leia Pantagruel), do chileno Sebastián
Silva (La lana), do argentino Santiago Loza (La invención de la carne) e do mexicano
Roberto Sneider (Arranca-me a vida). Estão também incluídas realizações de pequenas cinematografias, como a romena,
com Police adjective, de Corneliu Porumboiu, e a grega, com Apology of an economic hitman, de Stelios Koul.
A diversidade marca igualmente a mostra competitiva, muito mais restrita em termos de número de títulos. São dez filmes
de cineastas pouco conhecidos, com exceção do japonês Masahito Kobayashi, que
concorre com Wakaranai, e do argentino
Adrián Caetano, presente com Francia.
Ao lado de Lucrecia Martel, Daniel Burman e Pablo Trapero, Caetano é um dos
principais nomes do Nuevo Cine, movimento que revitalizou o cinema de seu país
a partir do início dos anos 90. Junto a Kobayashi e Caetano vão estar concorrentes
do Cazaquistão (Sergei Dvortsevoy), da Itália (Claudo Noce), dos EUA (Sean Baker),
de Israel (Youv Shamir), do Uruguai (Pa-
blo Stoll), da França (Emmanuel Finkel) e
mais um da argentina, ou mais uma, a cineasta Lucía Puenzo.
Também de grande interesse, a Mostra
Coreia do Sul se debruça sobre uma das cinematografias que mais vêm despertando
interesse no mundo nas últimas décadas.
Desde que Lee Shang-Dong recebeu o Leão
de Prata em Veneza, em 2002, por seu Oásis, os críticos perceberam que as mudanças nas formas de produção e nas leis de
incentivo ao cinema do país estavam suscitando novas e originais formas de expressão cinematográfica. A descoberta da obra
de Kim Ki-Duk, premiado em Berlim dois
anos depois, confirmaram as melhores expectativas. Novelista e roteirista de sucesso
antes de se tornar realizador, Lee ShangDong está presente na mostra do FIC com
o recente Secret sunshine. Outras quatro novas produções completam a mostra, que
ainda conta com Le grand chef, de Jeon
Yun-Su, filme baseado numa história em
quadrinhos popularíssima na Coreia.
Outra interessante mostra do FIC este
ano é a dedicada ao japonês Ryuichi Hiroki. Completamente desconhecido no
Brasil, apesar de fazer filmes desde os
anos 80, Hiroki se mantém ainda hoje
um dos mais prolíficos diretores em atividade no seu país. Amante das técnicas digitais, despertou primeiro a atenção como
um dos principais representantes dos
pinku, ou pink films, subgênero entre o
erótico, o trash e o suspense. Muita gente
Secret sunshine
costumava chamá-los de soft pornô, muito
embora muitos deles fossem muito mais
hard do que soft. De qualquer maneira,
Hiroki (assim como Genji Nakamura, Kazuhiro Sano e Toshiki Sato, entre outros)
conseguiu escapar da frivolidade – ou vulgaridade, se quiserem – e imprimir uma
boa quantidade de sátira social aos seus
filmes.
Tradição é o que não faltava aos pinku.
Para as plateias ocidentais, a vertente erótica da produção japonesa tem como principais referências O império dos sentidos
(1976), de Nagisa Oshima, e mais recentemente Tóquio decadência (1991), de Ryu
Murakami. Entretanto, os pinku são muito anteriores e de natureza diferente. Eles
começaram a ser produzidos há mais de
40 anos. Seu surgimento explica parte da
essência do cinema de Hiroki e também
como se dava a atividade cinematográfica
no Japão nos anos 70 e 80. Eles eram parte de um movimento de resistência contra
os filmes feitos pelos grandes estúdios,
acadêmicos demais. Muitas vezes utilizando-se de câmaras de vídeo, os jovens realizadores, entre eles Hiroki, podiam assim
iniciar suas carreiras fazendo filmes de pequeníssimo orçamento, imaginativos e de
forma independente.
XXI Festival Internacional
de Cinema de Brasília
De 4 a 15/11, na Academia de Tênis José
Farani. Programação completa e sinopses
dos filmes em www.ficbrasilia.com.br
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Divulgação
luzcâmeraação
Golpes e trapaças
Por Reynaldo Domingos Ferreira
E
scrita e dirigida por Rian Johnson,
Vigaristas é uma comédia de linguagem sofisticada, também muito
bem interpretada, que recorre ao nonsense
para narrar a história de dois irmãos tão
afeitos ao sonho, à fantasia, que não aceitam de forma alguma permanecer no reduto estreito da vida real, pois desejam
alargar seus horizontes à custa da mentira,
dos golpes e das trapaças.
Não é à toa, portanto, que seus nomes
– Stephen (Mark Ruffalo) e Bloom
(Adrien Brody) – são alusões às personagens Stephen Dedalus e Leopold Bloom,
do Ulisses de James Joyce. E o da namorada do mais novo deles, Penélope (Rachel
Weisz), é clara referência à Odisséia, de
Homero.
Para expor o quase impossível esforço
dos irmãos Bloom de viver a ficção, pois
não permitiam, desde crianças, que a verdade prevalecesse entre eles, Johnson se
deixou influenciar, segundo esclarece, pela estética de Peter Bogdanovitch (Lua de
papel, de 1973), Bernardo Bertolucci (O
conformista, de 1970) e Federico Fellini
(Oito e meio, de 1963).
Como conclusão disso, o método expositivo de que ele se utiliza, sustentado,
como na literatura, por um narrador
(Ricky Jay), é quase linear, mas dinâmico.
E é também elegante, na medida em que
sabe explorar, com bom gosto, as locações
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feitas em Montenegro, EUA, Grécia, Rússia, México e República Tcheca (na praça
diante do conjunto arquitetônico do Castelo de Praga, onde ocorre uma das se­
quências mais vibrantes da película).
Acrescente-se a isso a observação de
que a narrativa se apoia numa fotografia
esmerada, de Steve Yedlin, e principalmente na trilha sonora do musicista Nathan Johnson, primo do diretor, que,
além de compor temas para sublinhar o
perfil psicológico de algumas personagens, como Penelope’s theme, soube selecionar músicas de Bob Dylan (Tonight I’Il
be staying here with you), de Cat Stevens
(Miles from nowhere) e de Nino Rota (Gary
Cooper, de Amarcord, de Fellini).
O resultado final do trabalho de Johnson, porém, não é de todo satisfatório. Primeiro, porque o roteiro é impreciso no
trato de algumas situações e questões que
levanta, como as insinuações relativas ao
terrorismo; segundo, porque, na mise en
scène, ele tropeça na realização do flash­
back dos tempos infantis dos protagonistas e não explora, com mais fulgor, as diferenças que, ao longo do tempo, vão surgindo entre Bloom e Stephen.
Sob esse aspecto, o trabalho exemplar
de Ruffalo e Brody complementa bastante
o da direção. O Stephen de Ruffalo é
aquela figura de golpista obstinado e refinado que, como observa Bloom, sabe colocar no papel, com a perfeição de um romancista russo, todos os detalhes de um
plano para tirar dinheiro de incautos. Já
Bloom é um indivíduo fragilizado, alquebrado, que vem tentando escapar das
aventuras rocambolescas do irmão, pois
não aguenta mais viver de ficção. Da última vez, ele se isolou numa praia de Montenegro, mas, quando menos esperava, lá
estava Stephen à sua procura.
Rachel Weisz está também esplêndida
como Penélope, a desmiolada ricaça de
New Jersey que, induzida pelos Bloom, e
sem saber o que eles na verdade tramam
contra ela, decide acompanhá-los num
pretenso assalto ao museu de Praga. Rinko
Kikuchi e Maximilian Schell dão vida às
personagens mais misteriosas e enigmáticas, que se interpõem no mundo fictício
em que vivem os Bloom: Bang Bang e
Diamond Dog. Este é uma espécie de oráculo dos irmãos Bloom, que, após muitas
andanças, se convencem de que o berço
histórico, acolhedor de golpistas, vigaristas, contrabandistas, terroristas e outros
“istas” continua sendo o Brasil, como,
aliás, deve ficar mais uma vez confirmado,
nos próximos dias, pela nossa suprema
corte de justiça. Por isso, na última se­
quência, Stephen aconselha a Bloom: “Se
o seu destino é esse, vai para Helsinque e,
de lá, voe direto para o Rio de Janeiro”.
Vigaristas (The brothers Bloom)
EUA/2009, 113 min. Roteiro e direção: Rian
Johnson. Com Mark Ruffalo, Adrien Brody,
Rachel Weisz, Rinko Kikuchi, Maximilian
Schell, Robbie Coltrane e Ricky Jay.
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R$ 5,90