DESOSPITALIZAÇÃO DE PACIENTES IDOSOS – DEPENDENTES EM
SERVIÇO DE EMERGÊNCIA: SUBSÍDIOS PARA ORIENTAÇÃO
MULTIPROFISSIONAL DE ALTA.
Ana Maria Santana de Alcantara
Orientadora: Profa. Dra.Paulete Goldenberg
RESUMO
Com o aumento na expectativa de vida e da incidência de doenças crônicas, a desospitalização se
constitui num premente desafio. Além da insuficiência de recursos públicos, a família, em geral,
tem dificuldades de assumir o cuidado do paciente na residência, criando nessas condições uma
zona de impasses a serem enfrentados pela equipe multiprofissional no tocante a educação em saúde
no momento da alta hospitalar.
Este estudo teve como objetivo identificar dificuldades de desospitalização do paciente idoso dependente atendido em Serviço de Emergência do Hospital São Paulo, tendo em vista subsidiar
propostas de orientação de alta.
O estudo foi composto, num primeiro momento, pela caracterização do perfil do paciente e
qualificação do nível de dependência para atividades de vida diária. Em um segundo momento,
foram entrevistados os familiares identificando fatores problemáticos relacionados à
desospitalização e, finalmente, em um terceiro momento, procedeu-se a avaliação da orientação de
alta, com vistas a repensar esse processo. A partir do sistema de informação da Unidade de
Emergência do Hospital São Paulo e de entrevistas com familiares obtivemos dados que
contemplaram itens sobre a configuração familiar, instalação residencial, situação financeira e
recursos de apoio.
Cerca de 40% dos pacientes internados no Pronto Socorro eram idosos, revelando importância do
treinamento nos cuidados dos mesmos. Através da percepção familiar os fatores apresentados como
condicionantes da alta hospitalar e cuidados domiciliares foram: adaptação de custos; articulação da
rede social de apoio; aquisição de equipamentos; adaptações na residência. Além disso, cuidadores
externaram: sobrecarga física e emocional; escasso apoio para cuidado; mudança no estilo de vida e
aspectos emocionais (insegurança, impotência, tristeza, desesperança, desamparo). Ainda foram
apresentados, em relação à orientação de alta: fragmentação da ação; confusão na identificação dos
profissionais; dúvidas na realização dos procedimentos de cuidado; falta de treinamento; problemas
de relacionamento com a equipe e discordância de alta por inalteração ou piora do quadro clínico.
O estudo aponta elevado número de pacientes idosos dependentes de alta do Pronto Socorro a serem
desospitalizados. Familiares destes idosos necessitam orientação sistematizada sobre cuidados
domiciliares afim de efetivarem a alta com segurança para o paciente e o cuidador. O assistente
social, por seu caráter investigativo e interventivo, possui papel relevante na organização do
trabalho em equipe. Com base na teoria da Aprendizagem Significativa Crítica, afirma-se a suspeita
de que é possível identificar espaços de mobilização pacientes – familiares na orientação da alta
hospitalar em serviços de emergência, no sentido de potencializar a desospitalização.
Palavras-Chave: Serviço Social, Urgência e Emergência, Envelhecimento, Desospitalização,
Orientação Multiprofissional.
ABSTRACT
With the growth of life expectancy and the incidence of chronic illness, the de-hospitalization is a
pressing challenge. Besides the public resources insufficiency, the family in general has had
difficulties to assume the patient care in their homes, creating in these conditions a difficult
environment to be faced by multi-professional team regarding health education at the dehospitalization.
This study’s main objective was to identify de-hospitalization difficulties for aging patients –
someone who depends on the Hospital São Paulo Emergency Service, with the objective of
subsidizing an orientation proposal of discharge from the hospital.
The study was composed, at the first moment, by profile characterization of the patient and
qualification level of dependency regarding his daily life activities. At the second moment, families
were interviewed in order to identify problematic factors regarding to des-hospitalization and,
finally, at a third moment, the evaluation of discharge from the hospital was followed with the
objective of rethinking this process. Based on the information system of Hospital São Paulo
Emergency Unit and an interview with family, we have obtained data that complemented items
about family configuration, home installation, financial situation and support resources.
Around 40% of hospitalized patients on Emergency were elderly, which revealed the importance of
training on their self care. Through family perception, the factors showed as conditions for
discharge from the hospital and home care were: cost adaptation; social network; equipment
acquisition; home adaptation. Beside this, caregivers voiced physical and emotional overcharge
(insecurity, impotence, sadness, desperation, abandonment). It has also been presented, regarding to
orientation of discharge from the hospital: a fragmentation of action; a misunderstanding on
professionals identification in charge of the treatment; doubts on care procedures performance; lack
of training; problems regarding team and disagreement concerning the discharge from the hospital
due to unchanged situation or the worsening of the clinical scenario.
The study shows a high number of elderly patients depending on the discharge from the hospital of
Emergency to be de-hospitalized. The family of this elderly needs systematic orientation about
home care in order to perform the discharge from the hospital with security to the caregiver and
patient. The social assistants, because of their investigative and hospitalized experience character,
have relevant role on team work organization. Based on Meaningful Critical Learning, it is
understood the possibility of identifying spaces for patient – family mobilization on discharge from
the hospital on emergency services, with the objective of empowering the de-hospitalization.
Keywords: Social Services, Urgency and Emengency, Aging, De-hospitalization, Orientation
Multiprofessional.
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Abstract - Unifesp