Programa de Financiamento para 2009 A gestão da dívida pública em 2009 continuará a subordinar-se aos princípios de rigor e eficiência definidos na Lei Quadro da Dívida (Lei n.º 7/98, de 3 de Fevereiro), assegurando o financiamento requerido pela execução orçamental e prosseguindo os objectivos de minimização de custos directos e indirectos numa perspectiva de longo prazo e a sua distribuição equilibrada pelos vários orçamentos anuais, prevenindo, também, uma excessiva concentração temporal das amortizações e a exposição a riscos excessivos. Os objectivos estruturais enunciados na Lei estão, desde 1999, traduzidos num conjunto de orientações aprovadas pelo Governo para a gestão do financiamento e da dívida que definiram uma carteira de referência (benchmark) da qual resultam objectivos quantificados para o custo esperado da dívida e limites para os riscos que podem ser assumidos pela gestão. Em 2009, manter-se-á a importância estratégica de assegurar uma maior profundidade à curva de rendimentos da República, procurando-se para tal, de acordo com a avaliação das condições de mercado, oferecer adequadas alternativas de investimento, através de emissões em maturidades devidamente seleccionadas, reforçando a liquidez nesses segmentos da curva. Estas opções consideram-se instrumentais para o objectivo, não só de manter, como também de aumentar, o envolvimento dos principais intermediários financeiros neste mercado e de continuar o processo de alargamento e diversificação da base de investidores. Não obstante a afirmada intenção de manter os princípios gerais e os objectivos estratégicos numa perspectiva de longo prazo, o ano de 2009 afigura-se como particularmente exigente. A crise financeira iniciada em 2007 agravou-se em 2008, particularmente no último trimestre, e perspectiva-se um ano de recessão económica. Para a generalidade dos países da área do euro, como também para os Estados Unidos, as necessidades de financiamento vão sofrer um acréscimo muito substancial, em resposta à prevista contracção do produto e à necessidade de financiar os muitos pacotes de suporte a diversos sectores da economia, entre os quais avulta, pela sua dimensão, o sector financeiro. Acresce a este cenário o quase desaparecimento de algumas classes de investidores que tinham assumido um papel muito relevante nos últimos anos, como é o caso dos hedge funds, e a redução de disponibilidades de outros players de grande dimensão. Neste contexto, a estratégia a seguir em 2009 privilegiará dois elementos essenciais consistentes com os objectivos nucleares definidos na lei e no mandato do IGCP: ! ao nível do financiamento, assegurar-se-á o financiamento necessário para a execução orçamental, procedendo de forma atempada e cautelosa às operações de financiamento; ! ao nível da gestão activa da carteira de dívida, assegurar-se-á um controlo apertado do risco da carteira, em particular do risco de crédito das contrapartes em operações de derivados, e procurar-seá minimizar o custo da dívida através de operações de derivados. 10 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008 Programa de Financiamento para 2009 Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública | Relatório de 2008 11