nº 2432 Segunda-feira, 26 de agosto de 2013 ANS retira de seu site lista de planos que teriam venda suspensa A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) retirou do seu site (www.ans.gov.br) a lista de 212 planos de saúde de 21 operadoras que teriam a venda suspensa desde a última sexta-feira, 23, como parte do seu sexto ciclo de monitoramento de qualidade. Segundo a ANS, a medida foi tomada para atender à decisão da Justiça, que determinou a revisão das suspensões. Na terça-feira (20), a ANS anunciou a suspensão da venda, por três meses, de 212 planos de saúde, administrados por 21 operadoras. A medida foi tomada por descumpri- mento de prazos estabelecidos para atendimento médico, realização de exames e internações, além de negativas indevidas de cobertura, e começaria a valer na sexta-feira, 23. No mesmo dia, o desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), atendeu parcialmente ao pedido da FenaSaúde (Federação Nacional da Saúde Suplementar) e determinou à ANS que reveja os critérios de avaliação dos planos de saúde e de contabilização de reclamações dos usuários antes de anunciar a suspensão das vendas. Pela decisão, a ANS não deve- ria considerar em seus cálculos as reclamações que não foram objeto de análise; as que tenham sido objeto de análise pela necessidade de realização de diligências; e as que tenham sido objeto de análise pela não obrigatoriedade de cobertura até o julgamento definitivo do agravo de instrumento. Na quinta (22) a ANS anunciou que recorreu da liminar para tentar manter a suspensão da venda dos planos já na último dia 23 de agosto. Entretanto, como ainda não houve resposta da Justiça, a agência decidiu retirar de seu site a lista de planos punidos. Divulgado edital para concurso do Hospital Universitário Já estão disponíveis os editais da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), para o concurso do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA). Serão ofertadas 1.877 vagas, distribuídas em três editais. Destas, 310 serão destinadas ao nível superior em 59 especialidades médicas, 1.386 para nível superior e médio na área assistencial e 181 vagas para nível superior e médio na área administrativa, além de formação de cadastro de reserva em todos os editais, conforme previsto em lei. As inscrições serão feitas somente via internet no endereço eletrônico do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC), no período das 8 horas do dia 22 de agosto de 2013 às 23h59 do dia 22 de setembro de 2013. As taxas de inscrição serão de R$ 50,00 para nível superior e R$30,00 para nível médio. A data de realização das provas está prevista para o dia 20 de outubro, em local a ser definido pela instituição organizadora do evento. A contratação dos profissionais permitirá ao hospital a reativação de leitos que atualmente encontram-se desativados em decorrência da falta de pessoal e a ampliação dos serviços de saúde prestados à população. A recomposição do quadro de pessoal é uma das ações do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). Os candidatos aprovados no concurso público que ingressarem no quadro permanente da Ebserh serão contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e terão direito ao plano de cargos, carreiras e salários, além do plano de benefícios da empresa. Mais informações poderão ser encontradas no site da UFMA (www.ufma.br). Ano XII nº 2432 Pag. 02 26 de agosto de 2013 Pressionado pelo governo, ‘The Guardian’ destruiu arquivos digitais Tradução de Larriza Thurler, edição de Leticia Nunes. Informações de Julian Borger [“NSA files: why the Guardian in London destroyed hard drives of leaked files”, The Guardian, 20/8/13] Editores do jornal britânico The Guardian tentaram explicar, esta semana, um dos episódios mais estranhos da história do jornalismo na era digital. No dia 20/7, em um porão dos escritórios do jornal, em Londres, um editor e um especialista em computação usaram um triturador e outras ferramentas para destruir discos rígidos de computadores e cartões de memória que continham cópias de arquivos secretos vazados por Edward Snowden. A ação foi observada por técnicos da CGHQ, agência de espionagem e segurança britânica, que tiraram fotos e fizeram anotações, mas nada levaram. O editor-chefe do Guardian, Alan Rusbridger, já havia informado ao governo britânico que existiam outras cópias dos arquivos fora do país e que o jornal não era o único receptor e detentor dos arquivos vazados pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA. No entanto, o governo insistiu que o material deveria ser apreendido ou destruído. A tentativa inicial do Reino Unido para impedir a divulgação do conteúdo dos arquivos aconteceu duas semanas depois da publicação da primeira matéria com base no vazamento de Snowden, sobre uma ordem secreta da corte americana obrigando a provedora de telefonia, TV e internet Verizon a entregar dados sobre os registros telefônicos de seus clientes. Depois deste texto, foi publicado outro sobre como a agência de espionagem britânica estava usando os dados coletados pelo programa de monitoramento online da NSA, chamado de Prism. Dias depois o jornal publicou outra reportagem revelando como a inteligência britânica espionou aliados do país em dois encontros em Londres. Visitas em série Após a publicação das reportagens, dois funcionários do governo britânico foram ao escritório do Guardian. Falaram com Rusbridger e com seu subeditor, Paul Johnson, e pediram os arquivos de Snowden que estavam com o jornal. Eles alegaram que o material era roubado. Não houve ameaça escrita. Os editores argumentaram que os documentos eram de interesse público. Depois de três semanas – e com a publicação de matérias sobre vigilância de internet e telefonia –, os funcionários voltaram ao Guardian com uma aproximação mais dura: “Vocês já se divertiram. Agora queremos o material de volta”, teriam dito. Eles acrescentaram, ainda, que a paciência com o jornal estava se esgotando e que governos, especialmente o da Rússia e o da China, poderiam invadir a rede de TI do Guardian – os editores explicaram que os arquivos não estavam guardados no sistema do jornal. Mesmo assim, em um outro encontro, um especialista da agência de inteligência argumentou que o material ainda era vulnerável. Entre os dias 16 e 19 de julho, o governo aumentou a pressão e, em uma série de telefonemas e encontros, ficou mais explícita a possibilidade de uma incursão policial ou ação legal. Advogados do jornal acharam que o governo poderia dar início a procedimentos criminais. Com medo de ter que entregar o material ou ter sua publicação interrompida, o Guardian optou por destruir os arquivos. Rusbridger argumentou que a entrega do material representaria uma traição à fonte – no caso, Snowden –, já que os arquivos poderiam ser usados na sua condenação. “Não acredito que teríamos o consentimento de Snowden para entregar o material e não queria ajudar as autoridades britânicas a saber o que ele nos forneceu”, contou Rusbridger, acrescentando que a publicação de matérias pode continuar a ser feita a partir dos EUA ou do Brasil. Nos EUA, jornalistas estão protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana, que garante a liberdade de expressão. Doze dias depois da destruição dos arquivos, o jornal publicou matéria sobre o financiamento americano de operações de escuta da CGHQ e um perfil de como é trabalhar no escritório da agência em Cheltenham. A versão americana do Guardian, sediada em Nova York, continuou a publicar evidências da cooperação da NSA com empresas de telecomunicações americanas para maximizar a coleta de dados na internet e aparelhos celulares em todo o mundo. Pressão do governo O governo britânico vem tentando aumentar a pressão sobre jornalistas. No último fim de semana, ficou detido por quase nove horas, no aeroporto de Heathrow, em Londres, o brasileiro David Miranda, parceiro do correspondente do Guardian Glenn Greenwald, para quem Snowden entregou os documentos vazados. A detenção de Miranda foi justificada por uma seção da legislação britânica aprovada em 2000, destinada ao combate ao terrorismo. O brasileiro havia ido para a Alemanha, em viagem paga pelo Guardian, e trazia arquivos digitais com mais documentos de Snowden. EXPEDIENTE: Diário SINDSEP/MA é uma publicação diária do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão - SINDSEP/MA Av. Newton Bello, 524 - Monte Castelo, CEP 65035-430, São Luís - Maranhão. Fone: (98) 2108-0001. E-mail: [email protected] Presidenta: Angela Maria Silva Souza Secretaria de Comunicação: Manoel Lages Mendes Filho, José Alfredo Duarte Torres e José Amaro de Andrade Assessor: Ricardo Milán (DRT 775) Redação: Nielsen Furtado (DRT 789) Projeto Gráfico e Diagramação: Giancarlo Cunha