DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES APRESENTA “I WILL BE YOUR MIRROR – POEMS AND PROBLEMS” O PROJETO DO ARTISTA JOÃO LOURO, COMISSARIADO POR MARÍA DE CORRAL QUE REPRESENTARÁ PORTUGAL NA 56ª EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE ARTE, LA BIENNALE DI VENEZIA Lisboa, 18 de março de 2015 – A Diretora-Geral das Artes, Margarida Veiga, o artista João Louro e a comissária María de Corral apresentam “I Will Be Your Mirror – poems and problems”, o projeto que ocupará as salas da biblioteca do primeiro piso do Palazzo Loredan, no centro de Veneza, transformando-o na sede da Representação Oficial de Portugal na 56ª Exposição Internacional de Arte, La Biennale di Venezia, entre 9 de maio e 22 de novembro de 2015. A edição da Bienal deste ano tem como diretor artístico o curador e crítico de arte, jornalista e escritor, Okwui Enwezor. Questionando as formas de agarrar, examinar e tornar compreensível a inquietude do nosso tempo e considerando os novos estímulos, os novos temas, os novos futuros que as mudanças dos últimos dois séculos têm vindo a propor aos artistas, Enwezor propõe para esta 56ª Exposição Internacional de Arte, sob o título All the World’s Futures | Todos os futuros do mundo, “um projeto dedicado a uma nova avaliação da relação entre a arte e os artistas no atual estado das coisas.” O lema do projeto que João Louro levará a Veneza, como resposta ao desafio de Enwezor, toma emprestado o título de uma canção dos Velvet Underground - I’ll Be Your Mirror. Com novos Blind Images, Dead End’s e Covers e novos protagonistas do universo literário - Benjamin, Beckett, Blanchot, Rimbaud, ... – o artista faz um percurso ao longo da sua carreira, das suas convicções artísticas e culturais, das suas preocupações e decisões estéticas e sociológicas. Reitera as interrogações sobre o significado e a eficácia simbólica da imagem e da linguagem, utilizando a invisibilidade ou a rasura como estratégias para nos lembrar que o acesso nos está negado e que o espetador é sempre parte da obra: a obra assume-se espelho, devolvendo ao espetador o papel principal. Neste contexto, María de Corral salienta o facto de João Louro «enfatizar a linguagem visual e os seus modos de expressão, considerando a interpretação como uma forma de comunicação entre a obra de arte e o espetador, tentando estabelecer novas esferas de pensamento para sentir, refletir e intercambiar.» O percurso expositivo termina com o anúncio do fim (a obra The End) e com um mapa amarrotado, peça que para Paulo Herkenhoff, diretor do MAR – Museu de Arte do Rio e prestigiado curador, é um «emblema do mundo contemporâneo, posto que desnorteia e desorienta». A exposição “I Will Be Your Mirror – poems and problems” tem o patrocínio da Fundação EDP e o apoio da Fundação Millennium bcp e da Prado – Cartolinas da Lousã. Acesso ao press kit e imagens em alta resolução em: www.dgartes.pt Para informações adicionais, contacte por favor: DIREÇÃO-GERAL DAS ARTES | COMUNICAÇÃO Mónica Oliveira | T. (+351) 211 507 010 [email protected] ATELIER JOÃO LOURO Maria Teixeira Simões | T. (+351) 213861731 [email protected] Campo Grande, nº 83 - 1º, 1700-088 Lisboa | T. (+351) 211 507 010 | F. (+351) 211 507 261 | E. [email protected] | www.dgartes.pt P. 1 ACERCA DE “I WILL BE YOUR MIRROR – POEMS AND PROBLEMS” María de Corral, comissária - “A João Louro interessa gerar novos aspetos semânticos e pôr em dúvida as normas aceites pela nossa cultura visual, criando lugares inventados, imaginando cenas e habitando palavras que nos permitem cultivar os nossos desejos e aspirações mais profundas.” Nuno Crespo, crítico de arte - “É verdade que podemos reconstruir toda a obra de João Louro a partir de uma conceção crítica da imagem. Não que o seu trabalho seja uma teoria das imagens, nem uma crítica de imagens, mas sobretudo uma gramática crítica das imagens. Ou seja, a sua preocupação não é a de identificar novas modalidades do fazer ou pensar as imagens, é sim olhar para o modo como as imagens são utilizadas. É por essa razão que lhe é indiferente se as imagens são “artísticas”, oriundas da cultura popular ou se são lugares de condensação iconográfica, porque a sua matéria de trabalho são os modos como os homens leem, experimentam e traduzem imagens.” Delfim Sardo, curador - “A obra de João Louro é tributária de dois pressupostos que parecem relevantes para compreender um pouco a complexidade do seu trabalho: uma profunda desconfiança em relação às virtualidades da imagem fotográfica como processo de construção de qualquer tipo de verdade sobre o mundo e uma crença nas possibilidades da linguagem para descrever esse mesmo mundo; simultaneamente ostenta uma concomitante e paradoxal desconfiança em relação às possibilidades da mesma linguagem para descrever imagens. O processo que resulta desta antinomia contraditória é a utilização da linguagem como imagem possível.” Paulo Herkenhoff, curador e diretor do MAR - Museu de Arte do Rio - “O mapa amarrotado de Louro trata a violência de outra forma – constitui um processo de desorientação colidente, mais compatível com as diásporas, os êxodos, os exílios, as guerras, os genocídios que deslocam multidões compelidas a direções que elas próprias não sabem. É preciso partir, não se sabe para onde, disse certa vez Bachelard. O mapa cego de Louro é um emblema do mundo contemporâneo, posto que desnorteia e desorienta.” João Louro, artista plástico - “A minha presença na Bienal de Veneza, representando Portugal, facto que naturalmente me enche de orgulho, acrescido do privilégio de trabalhar com uma curadora que respeito e admiro, com o prestígio e a carreira de María de Corral, constituirá seguramente um momento importante na minha carreira. A feliz coincidência de esta exposição ter lugar no Palazzo Loredan, sede do Instituto Véneto de Ciências, Letras e Artes, só pode auspiciar uma grande visibilidade para este desígnio nacional.” Por ocasião da exposição “I Will Be Your Mirror – poems and problems”, será lançado – pela editora alemã Hatje Cantz – um catálogo com textos de María de Corral, Paulo Herkenhoff, Delfim Sardo e Nuno Crespo. Campo Grande, nº 83 - 1º, 1700-088 Lisboa | T. (+351) 211 507 010 | F. (+351) 211 507 261 | E. [email protected] | www.dgartes.pt P. 2 O PALAZZO LOREDAN O Palazzo Loredan é um histórico palácio veneziano originalmente gótico, situado no centro de Veneza, junto ao Campo Santo Stefano e ao rio S. Vidal, comprado pela família Loredan, em 1536, e renovado pelo arquiteto renascentista Antonio Scarpagnino. A decoração interna inclui frescos no teto de finais do século XVI, por Antonio Aliense, Jacopo Palma il Giovane e Sante Peranda. É a sede do Instituto Véneto de Ciências, Letras e Artes, desde 1891, depois de ter sido residência de governadores franceses e austríacos. Destaque para a passagem do Doge Francesco Loredan, que ocupou o cargo de líder máximo da República de Veneza entre 1752 e 1762, ano da sua morte. NOTAS BIOGRÁFICAS María de Corral - Nascida em Madrid em 1940. Comissária independente e crítica de arte, é assessora de importantes coleções em Espanha, América Latina, e Estados Unidos. É coordenadora da Coleção Associação Arte Contemporânea de Madrid, depositada no Museu Patio Herreriano de Valladolid, e co-dirige, em conjunto com a sua filha, Lorena Martinez de Corral, a empresa Expo Actual, S.L., dedicada a assessoria artística, organização de eventos e comunicação no mundo da arte. Foi diretora do Museu Nacional Rainha Sofia (1991-1994), senior curator do Dallas Museum of Art (2005-2008), diretora do Comité Assessor das coleções da Fundação Telefónica (2003-2006) e diretora de artes plásticas da Fundação La Caixa, responsabilizando-se pelo programa de exposições da Fundação em Madrid e em Barcelona (1981-1991) e da sua coleção de arte contemporânea. Foi diretora da 51ª Biennale di Venezia (2005) e duas vezes diretora da Bienal de Pontevedra (2000 e 2002). João Louro - Nasceu em 1963 em Lisboa, onde vive e trabalha. Estudou arquitetura na Universidade de Arquitetura de Lisboa e pintura na Escola Ar.Co. O seu trabalho engloba pintura, escultura, fotografia e vídeo. Descendente da arte minimal e conceptual, com uma atenção especial às vanguardas, a obra de João Louro exprime, enquanto registo do tempo, a sua visão da arte e da cultura como sistemas auto-referenciais. A plataforma de leitura das suas obras é indissociável do horizonte cultural da modernidade e da sociedade pós-industrial. Traçando uma topografia de referências que são tanto pessoais como geracionais, utiliza como fonte recorrente a linguagem, a palavra escrita e a revisão da imagem na cultura contemporânea, a partir de um conjunto de representações e símbolos do universo visual coletivo. O minimalismo, o conceptualismo, a cultura pop, o estruturalismo e pós-estruturalismo, autores como Walter Benjamin, Guy Debord, Georges Bataille, Blanchot ou artistas como Donald Judd ou o sempre presente Duchamp, formam o léxico através do qual João Louro se exprime. João Louro participou na 51ª Edição da Bienal de Veneza, na exposição “The Experience of Art” no Pavilhão de Itália, comissariada por María de Corral. A sua obra está presente em coleções particulares portuguesas e estrangeiras e em coleções públicas, como: Fundação Calouste Gulbenkian, Coleção BES (Lisboa); Coleção António Cachola (Elvas); Fundación ARCO, Coleccion Helga de Alvear, Coleccion Purificacion Garcia (Madrid); Margulies Collection (Miami); Jumex Foundation (México); Fundação de Serralves (MACS, Porto); MACRO Museo d’Arte Contemporanea (Roma); Museu do Caramulo. O seu trabalho é representado em Portugal pela Galeria Cristina Guerra Contemporary Art (Lisboa) e pela Galeria Fernando Santos (Porto) e nos EUA pela Christopher Grimes Gallery (Los Angeles). Campo Grande, nº 83 - 1º, 1700-088 Lisboa | T. (+351) 211 507 010 | F. (+351) 211 507 261 | E. [email protected] | www.dgartes.pt P. 3 PATROCINADOR APOIO