Izabel Mano NEME
Mestre em Letras - UNESP/Assis
No século XVIII, com o advento da burguesia e o crescimento da população se
iniciaram os escritos autobiográficos, mas foi apenas no final do século XIX que os
diários puderam ser considerados como uma escrita de si mesmo. Todavia, foi ao
longo do século XX, que essa escrita de foro íntimo adquiriu um status mais
privilegiado, onde se incluem os diários, correspondências e autobiografias. Dessa
forma, emergiram, definitivamente, os diários íntimos e, especialmente aqui, os de
autoria feminina. Se os diários íntimos não eram considerados literatura, atualmente,
após sua redescoberta, com a riqueza de sua narrativa, repletas de informações
autobiográficas, históricas, sociais, saíram da alcova e ganharam o mundo tornandose referência como fonte para pesquisadores das mais variadas áreas do
conhecimento. Quase sempre guardados em segredo, escondidos em gavetas, caixas,
baús, materializados em papel e tinta, os diários íntimos conquistaram na última
década lugar de destaque como objetos de estudo nas academias. Este trabalho trata
do encontro com os familiares de Carolina Martins de Mattos, autora de três volumes
de diários íntimos, e das descontraídas entrevistas realizadas na cidade de Amparo,
SP, durante um dia de sábado. Tudo se iniciou na cozinha de ladrilhos, com uma longa
conversa com Leda, neta de Carolina e guardiã da memória de sua avó.
4. Áurea Moretti Pires: a Mulher, a Resistência e a Tortura – Um estudo sobre a
participação feminina contra a ditadura militar brasileira no interior de São
Paulo, nos períodos de 1966-1975.
Pedro Fernandes RUSSO
Graduado em História pela UNESP/FRANCA.
Orientadora: Prof. Dra. Márcia Pereira da Silva
Áurea Moretti Pires, formada em enfermagem, foi uma das líderes das Forças
Armadas de Libertação Nacional (FALN), movimento na região de Ribeirão Preto-SP,
contrário à ditadura civil-militar brasileira (1964-1985), que foi desmembrado em
outubro de 1969. Na companhia de Vanderley Caixe, Mario Bugliani, dentre outros,
organizavam manifestações políticas e um jornal (O Berro), adversos ao Estado
autoritário. Suas memórias revelam a participação e relevância política da figura
feminina na resistência e sobrevivência à ditadura: como era a vida clandestina, quais
as dificuldades encontradas no treinamento e vida guerrilheiros, como foi enfrentada a
tortura física e psicológica desferidas pelos agentes do governo, como decorreu o
processo que a condenou a 5 (cinco) anos de prisão e suas experiências enquanto
prisioneira política.
5. História Oral e Ausências na Construção da Memória.
Mary Angélica Costa TOURINHO
Doutoranda do Programa de História - UNESP/Assis
Professora do Departamento de História da UESPI
Orientadora: Profª. Drª. Zélia Lopes da Silva
Bolsista CAPES
O coletivo, a identidade, a emoção e as
compõem a memória apresentada como individual.
memória e por consequência do esquecer, passam
mesma, na atualidade. Em se tratando da História
interferências do pesquisador,
Os elementos motivadores da
a integrar os estudos sobre a
Oral, segundo Aliatair Tomson
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