É SUSTENTABILIDADE: EDUCAÇÃO ATRAVÉS DO JOGO PLANETARIUM
Helen de Montille Ferreira (PUC-SP/NEATS), Cíntia B. Fazion (PUC-SP/NEATS),
Marina Moscovici Mendes (PUC-SP/NEATS).
Resumo
Planetarium é um jogo de tabuleiro que promove, de forma lúdica, a sensibilização para o
tema da Sustentabilidade nas dimensões econômica, social e ambiental. O jogo tem como
foco principal as decisões e escolhas de ações que as famílias realizam no seu dia-a-dia. O
cenário apresenta situações familiares e oportunidades de criação de ações coletivas através
de negociação. Planetarium tem como objetivo proporcionar aos participantes a oportunidade
de vivenciar os quatro princípios norteadores da Carta da Terra, uma declaração dos eixos
éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e
pacifica: (I) respeitar e cuidar da comunidade de vida, (II) integridade ecológica, (III) justiça
social e econômica e (IV) democracia, não-violência e cultura de paz. Planetarium é um
instrumento de sensibilização que mobiliza para o tema de forma lúdica, interativa, divertida e
leve. O jogo viabiliza aos participantes refletir e discutir sobre mobilização e utilização de
recursos em um ambiente propício para negociações e cooperação, através da análise de
comportamentos. Poderá ser utilizado também como evento introdutório para palestras ou
capacitações sobre Sustentabilidade. Por se tratar de uma ferramenta neutra, ele pode ser
customizado a partir dos conhecimentos e experiências dos mais variados públicos. Para a
sua aplicação são necessárias 3 horas de oficina, entre abertura, jogo e fechamento. O jogo é
indicado para jovens a partir dos 16 anos e adultos, com grupo mínimo de 6 e máximo de 20
pessoas. O jogo se tornou uma ferramenta de sensibilização, que não acaba com o curso, mas,
está apenas no inicio do seu papel de transformação da consciência do ser humano para a
sustentabilidade.
Palavras-Chave: SUSTENTABILIDADE, EDUCAÇÃO, JOGO E RIO+20
Abstract
Planetarium is a board game that promotes, in a playful manner, awareness of the issue
of sustainability in the economic, social and environmental. The game focus is primarily
on the decisions and choices of actions that families carry in your day-to-day. The scenario
presents familiar situations and opportunities for the creation of collective action through
negotiation. Planetarium aims to provide participants the opportunity to experience the
four guiding principles of the Earth Charter, a declaration of fundamental ethical axes to
build a global society more just, sustainable and peaceful: (i) respecting and caring for the
community life (II) ecological
integrity, (iii) social
and
economic
justice,
and (IV) democracy, nonviolence and
peace
culture. Planetarium is
an
instrument
for mobilizing awareness to the subject in a playful, interactive, fun and light. The
game allows participants to reflect and discuss mobilization and utilization of resources in an
environment conducive to negotiations and cooperation, through the analysis of
behavior. You may
also be used as introductory event for lectures or training
on Sustainability. Because it is a neutral tool, can be customized based on knowledge and
experiences of
many
different audiences. To implement
it requires
3
hours of
workshop, between opening and closing the game. The game is designed for young people
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aged 16 years and adults with a minimum group of 6 and maximum 20 people. The game
became an awareness tool, which does not end with the course, but is only the beginning of its
role in transformation of human consciousness for sustainability.
Keywords: SUSTAINABILITY, EDUCATION, PLAY/GAME, RIO +20
Introdução
Conceito e histórico da Sustentabilidade
O conceito de desenvolvimento sustentável que atualmente é também entendido como
sustentabilidade surgiu nos anos 80, a partir da busca de soluções internacionais para a
exaustão deflagrada pelos efeitos da globalização mundial. A degradação provocada pelos
efeitos nocivos do capitalismo atingiu diversas dimensões de esgotamento nos âmbitos
econômicos, ambientais e sociais de maneira integrada, como cita MENDES (2011).
Os conceitos de sustentabilidadei, bem como pensar soluções para conter a exaustão
total do planeta e de seus habitantes se fizeram necessários após séculos de exploração
inconsequente dos recursos naturais, acompanhando a crescente e acelerada ação do sistema
capitalista.
Após a Segunda Guerra Mundial, em meados dos anos 40, o cenário era: reconstruir as
sociedades afetadas pela segunda guerra mundial e estabelecer uma ordem internacional
hegemônica, entre as nações periféricas ou subdesenvolvidas e as industrializadas e
urbanizadas, o que gerou a crença na ideia de desenvolvimento, compreendido como a
possibilidade de progresso ilimitado. Assim como comenta (JOSÉ ELI DA VEIGA, 2005:17)
desenvolvimento era sinônimo de crescimento econômico e o principal indicador para medir o
desenvolvimento era o PIB – Produto Interno Bruto – como é até hoje.
Mesmo antes dos anos 80 movimentos ambientalistas já discutiam esta questão, porém
somente quando o mundo se viu frente a sérios problemas como a possível falta de água
potável, o esgotamento dos recursos naturais como petróleo, madeira, entre outros e
especialmente o aquecimento global causado pelas mudanças climáticas, que por sua vez
também é fruto da ação humana; é que realmente as discussões acerca da sustentabilidade
vieram à tona, ocupando lugar nas agendas governamentais e corporativas.
Alguns marcos históricos foram importantes na construção desse novo paradigma,
chamado de Sustentabilidade.
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Em 1971, a ONU organizou em Founex um seminário internacional sobre o
desenvolvimento e o meio ambiente, que preparou a Conferência de Estocolmo que se
realizou em 1972. Foi nesse ano também que pela primeira vez um documento acerca de
questões ambientais e crescimento foi publicado. Organizado por Dana Meadows, o intitulado
“Os limites do crescimento” foi publicado pelo Clube de Romaii e tornou-se o livro sobre
meio ambiente mais vendido da história, pois vendeu mais de trinta milhões de exemplares
em trinta idiomas. Esse documento deu início à discussão da degradação ambiental e suas
catastróficas conseqüências no nível planetário, originando os primeiros estudos com a
preocupação de diminuir os danos gerados ao meio ambiente. A Conferência de Estocolmo
lançou as bases das ações ambientais em nível internacional, sendo que a Declaração de
Estocolmo definiu princípios de preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a
necessidade de apoio financeiro e assistência técnica a comunidades e países mais pobres.
Embora a expressão "desenvolvimento sustentável" ainda não fosse usada, a declaração, no
seu item 6, já abordava a necessidade imperativa de "defender e melhorar o ambiente humano
para as atuais e futuras gerações" - um objetivo a ser alcançado juntamente com a paz e
o desenvolvimento econômico e social.
Em 1983 o conceito de sustentabilidade entrou em cena, em um relatório construído
pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Esse
documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, nome da então primeira ministra da
Noruega, Gro Harlem Brundtland. O documento foi publicado em abril de 1987.
O relatório Bruntdtland chama a atenção para a garantia de recursos básicos como
água, alimentos e energia em longo prazo, a preservação da biodiversidade e dos
ecossistemas, além do desenvolvimento de tecnologias com uso de fontes energéticas
renováveis. Fala também do aumento da produção industrial nos países não industrializados
com base em tecnologias ecologicamente adaptadas, controle da urbanização desordenada e
integração entre campo e cidades menores e atendimento das necessidades básicas como
saúde, escola e moradia.
Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (CNUMAD), informalmente conhecida como a Cúpula da Terra, realizou
no Rio de Janeiro em 1992, a Rio-92 ou Eco-92; reuniu 175 países. Foi discutido nesse
encontro a questão das mudanças climáticas, a perda da biodiversidade e o desmatamento.
Um dos principais resultados da Conferência foi a Agenda 21.
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Não se trata, portanto, de se pensar na ideia de desenvolvimento sustentável ainda
atrelada ao modelo de desenvolvimento econômico como único motor possível para o sucesso
de uma nação e do mundo. E a partir da realização da Rio 92, a discussão ganha
complexidade, não restringindo o conceito ao plano dos recursos naturais e sua relação com o
meio social. Supera-se de certa forma, a dicotomia na relação homem – natureza.
Da mesma forma os princípios que culminam na Agenda 21, representam avanços no
entendimento da problemática entre homem e natureza, corroborando a noção de que não
basta que seja freado o crescimento econômico para se pensar em sustentabilidade, não se
tratando, portanto de causalidade, mas há que se pensar em múltiplas facetas desse problema
que atinge a todos.
Em 2000, foi divulgada a Carta da Terraiii ou a Carta dos Povos. Ela é uma declaração
de princípios éticos fundamentais para a construção, no século XXI, de uma sociedade global
justa, sustentável e pacífica. O documento busca inspirar todos a um novo sentido de
interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a
família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. Oferece um novo
marco, inclusivo e integralmente ético para guiar a transição para um futuro sustentável. Ela
reconhece que os objetivos de proteção ecológica, erradicação da pobreza, desenvolvimento
econômico equitativo, respeito aos direitos humanos, democracia e paz são interdependentes e
indivisíveis.
O documento é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de
objetivos comuns e valores universais. O projeto que começou como uma iniciativa
das Nações Unidas, se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil.
Em 2000 a Comissão da Carta da Terra (uma entidade internacional independente) concluiu
e divulgou o documento como a carta dos povos.
A redação deste envolveu o mais inclusivo e participativo processo associado à criação
de uma declaração internacional. Esse processo é a fonte básica de sua legitimidade como um
marco de guia ético. A legitimidade do documento foi fortalecida pela adesão de mais de
4.500
organizações,
incluindo
vários
organismos
governamentais
e
organizações
internacionais.
A proposta da Carta da Terra vai além de medidas imediatistas, provocando uma
vontade de se criar novos paradigmas civilizatórios, pois os paradigmas clássicos estão
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esgotando o planeta. Convida o mundo envolvendo todas as áreas planetárias, de todos os
âmbitos possíveis e ainda convoca a criação de uma cultura de sustentabilidade, começando
pela educação, realçando preocupação não somente com sugestões de combate imediato, mas
algo que exige mais tempo para ser integrado, e que, no entanto garantirá a continuidade e a
manutenção das medidas adotadas, pelos governos, empresas, organizações e pela população
mundial, no sentido de transformar o mundo atual, de fato, em um mundo sustentável.
De todo modo, o desenvolvimento dos países continua a ter como principal indicador,
o crescimento econômico; traduzido como crescimento da produção ou, em termos contrários,
como crescimento preponderantemente não sustentável da exploração de recursos naturais. As
políticas públicas, bem como a ação efetiva dos governos, ainda se norteiam basicamente pela
crença na possibilidade do crescimento econômico perpétuo. Segundo AMARTYA
SEN, Prêmio Nobel de Economia, 1998:
"Não houve mudança significativa no entendimento dos determinantes do progresso,
da prosperidade ou do desenvolvimento. Continuam a ser vistos como resultado direto
do desempenho econômico."
Educação em Sustentabilidade
Em 1960, havia uma população de 3 bilhões de pessoas no planeta, consumindo um
total de U$4,8 trilhões/ano. Em 1999, a população mundial já atingia 6 bilhões de pessoas,
com consumo da ordem de U$20 trilhões/ano (WORLD WATCH INSTITUTE, 2004). A
população mundial dobrou, enquanto que o consumo quadruplicou no mesmo período.
Conforme dados da FAO (Food and Agriculture Organization of The United Nations) de 2001
a 2003, havia 854 milhões de pessoas sofrendo com a fome no mundo. (Ribeiro, 2012) “O
alimento está disponível, mas não é acessível para milhões de pessoas que não têm poder
aquisitivo nem terras. O excedente global de alimentos não se traduz em segurança
alimentar.” (ABREU; VIANA; MORENO; TORRES, 2001)
Quando falamos em sustentabilidade falamos no tripé econômico, social e ambiental.
“A problemática ambiental não é ideologicamente neutra nem é alheia a interesses
econômicos e sociais. Sua gênese dá-se num processo histórico dominado pela expansão do
modo de produção capitalista, pelos padrões tecnológicos gerados por uma racionalidade
econômica guiada pelo propósito de maximizar os lucros e os excedentes econômicos em
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curto prazo, numa ordem econômica mundial marcada pela desigualdade entre nações e
classes sociais”. (LEFF, 2001)
A partir da década de 1970, cientistas, governos e sociedade civil passaram a
questionar o modelo socioeconômico dessa “sociedade de consumo” que tem “limites físicos,
ecológicos, sociais e humanos”. (SACHS, 2007, p.123). A economia da criatividade:
vivemos duas mudanças essenciais nas relações humanas: o que produzimos já não é finito —
portanto, deve ser acessível a todos; e o prazer de colaborar tornou-se tão importante quanto a
remuneração. Nas próximas décadas, estes fatores podem ajudar a promover imensas
transformações sociais. (Dowbor, 2008) Sensibilizar as pessoas na relevância de suas atitudes
no seu dia a dia se torna primordial para termos um planeta sustentável.
A Unesco (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) definiu
quatro pilares para a educação no seculo XXI. Esses pilares da educação são aprender a ser; a
conviver; a fazer e aprender a aprender. A educação é uma das melhores armas para lutar com
a pobreza e a fome. Ela deve trazer novas competências para o ser humano. Irina Bokova diz
que precisamos tomar conta da natureza e salvaguardar a biodiversidade no relatorio
elaborado para a RIO+20 economias verdes para sociedades verdes. (UNESCO, 2011)
“A educação para o desenvolvimento sustentável deve promover os comportamentos e
as atitudes necessárias para uma nova cultura da sustentabilidade. Deve ser o meio
de desenvolver e transmitir novas competências e conhecimentos”. (UNESCO, 2011)
Bedushi Filho diz que a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas
centradas na: sensibilização; mudança de comportamento e participação dos educandos. A
relação entre meio ambiente e educação assume um papel cada vez mais desafiador
demandando a emergência de novos saberes para apreender processos sociais que se
complexificam e para riscos ambientais que se intensificam. (Beduschi, 2007)
"Atores sociais hábeis elaboram quadros alternativos para a organização do campo,
propagam esses quadros e convencem outros atores a cooperar para estabelecer
identidades e interesses recém-definidos.” (Fligstein,2009)
A educação se torna orientada para aceitar a incerteza e o futuro; gerando um
pensamento complexo e aberto às indeterminações, às mudanças, e à diversidade; construindo
e reconstruindo um processo contínuo de novas leituras e interpretações; e configurando
novas possibilidades. Sustentabilidade implica em inter-relação entre: justiça social; qualidade
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de vida e equilíbrio ambiental. Ela provoca uma ruptura com o atual padrão de
desenvolvimento. (Beduschi, 2007)
“Seja a mudança que deseja ver no mundo”. (Gandhi)
O Projeto Educação para a Sustentabilidade realizado pela Fundação São Paulo-PUC e
Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo utiliza os conceitos de
educação para sustentabilidade do professor Beduschi Filho. Através das aulas teóricas se
criou a sensibilização; com as vivências práticas a mudança de comportamento e com o jogo
planetarium a participação ativa dos educandos se tornando multiplicadores. Reencontramos
também os quatro pilares da educação estabelecidos pela Unesco ser, conviver, fazer e
aprender. Ser e conviver foram plenamente internalizados nas vivências; fazer no jogo e
aprender nas aulas tanto teóricas como práticas.
Metodologia - Educação através do Jogo Planetarium
O Jogo Planetarium é fruto do Projeto Educação para a Sustentabilidade
Socioambiental fruto de um convênio entre a Fundação São Paulo – PUCSP/SP, por meio do
NEATS – Núcleo de Estudos Avançados em Terceiro Setor - do Programa de Pós-Graduação
em Administração da PUC-SP (o Projeto foi criado e coordenado pelo núcleo) e a Secretaria
do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, com recursos do FEMA – Fundo
Especial do Meio Ambiente, desenvolvido de 2011 a 2012.
O Projeto “Educação para a Sustentabilidade Socioambiental” se propôs a oferecer um
curso complementar a formação dos alunos de graduação e pós-graduação, comprometendo
estes futuros profissionais das diversas áreas com a problemática do meio ambiente. Fez parte
dessa formação a capacitação para realizar intervenções de sensibilização para a
sustentabilidade socioambiental em comunidades de São Paulo, sendo fornecido aos alunos
como instrumento o jogo socioambiental – Jogo Planetarium, especialmente desenvolvido
para estimular e facilitar essa intervenção.
O objetivo geral desse projeto foi capacitar 45 alunos para ações que suportem a
sustentabilidade socioambiental em sua prática profissional, para que sejam multiplicadores
desse conhecimento para outros públicos.
Para a capacitação desses alunos, foi criado um material didático a respeito da
educação socioambiental, num modelo de formação transdisciplinar. Além disso, criou um
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jogo para facilitar a integração com a comunidade, capaz de transmitir os conhecimentos
sobre o assunto.
A formação dos multiplicadores no âmbito do presente projeto, contou com a
dedicação de 100 horas de atividades programadas (84 horas de curso em 14 encontros aos
sábados; 4 horas de orientação de trabalhos; e 12 horas de aplicação do jogo, conforme
disponibilidade de espaço e agenda). Fez parte da capacitação a apresentação, ao final do
projeto, de um trabalho de conclusão de curso realizado em grupo e a participação em fóruns /
blog do projeto, conforme disponibilidade.
Os encontros foram realizados aos sábados, sendo de 06 de agosto a 19 de novembro
de 2011, das 9h às 16h, no campus Perdizes da PUC-SP. No período da manhã foram
ministradas aulas participativas sobre os principais temas de Sustentabilidade, em seus
aspectos econômico, social e ambiental. No período da tarde foram realizadas as oficinas
sobre os temas apresentados, desenvolvidas a partir dos quatro pilares da Educação,
preconizados pela UNESCO: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser.
O Jogo Planetarium é voltado para o público acima de 16 anos, mas que também pode
ser utilizado em outros espaços e pelos multiplicadores para a sensibilização da população em
geral sobre as questões socioambientais.
O jogo tem como foco principal as decisões e escolhas de ações que as famílias
realizam no seu dia-a-dia. O cenário apresenta situações familiares e oportunidades de criação
de ações coletivas através de negociação.
Planetarium tem como objetivo proporcionar aos participantes a oportunidade de
vivenciar os quatro princípios norteadores da Carta da Terra, uma declaração dos eixos
éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e
pacifica:

(I) respeitar e cuidar da comunidade de vida;

(II) integridade ecológica;

(III) justiça social e econômica; e

(IV) democracia, não-violência e cultura de paz.
IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – adm.convibra.com.br
As estratégias pedagógicas são focadas como uma ferramenta de sensibilização que
mobiliza para o tema de forma lúdica e interativa; cria oportunidade para discutir
comportamentos e espaço para negociações; e poderá ser utilizado também como evento
introdutório para palestras ou capacitações sobre sustentabilidade.
Para começar a jogar, faz-se necessário os seguintes recursos:
 3 horas de aplicação, entre abertura, jogo e fechamento;
 Demanda equipe de 3 multiplicadores por aplicação;
 Painel Planeta Terra e Painel das Ações com 4mx1m cada;
 Seis grupos com tabuleiro de 0,8m x 0,8m cada;
 Mesa de apoio para marcadores de recursos e consumo;
Número de vagas/ perfil:

Jogo cooperativo;

Grupo mínimo de 6 e máximo de 20 pessoas;

Indicado para jovens a partir de 16 anos e adultos.
Resultados e Considerações Finais
Foi e está sendo muito valiosa a iniciativa de atuação direta na sociedade, em
articulação com os objetivos de ensino e pesquisa, e, em paralelo a isso, o curso tem
proporcionado:
- curso de capacitação de multiplicadores universitários aplicado, validado e pronto a
ser reproduzido em outros espaços;
- alunos da PUC-SP capacitados para se tornarem multiplicadores em educação
socioambiental e sustentabilidade;
- jogo de facilitação para educação da sustentabilidade, como instrumento facilitador
de sensibilização da população sobre as questões da sustentabilidade.
O projeto atingiu seus objetivos tendo formados 44 multiplicadores que se tornaram
grandes apoiadores do desenvolvimento sustentável. Se pensarmos unicamente até esta data
os 44 multiplicadores terão em média aplicado o jogo em 132 organizações. Nessas 132
organizações foram sensibilizadas cerca 2000 pessoas. O projeto, que se encontra em fase de
multiplicação do jogo Planetarium junto a diversos públicos, até a presente data vem
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atingindo plenamente seus objetivos: centenas de pessoas sensibilizadas pelo jogo em
aplicações com diferentes públicos-alvo. As pessoas foram sensibilizadas tanto no nível da
necessidade de se rever os padrões de consumo como no nível dos fundamentos essenciais da
vida que são os quatro princípios da Carta da Terra:
1. Respeitar e cuidar da comunidade da vida;
2. Integridade Ecológica;
3. Justiça social e econômica;
4. Democracia, não-violência e cultura da paz.
O jogo se tornou uma ferramenta de sensibilização, que não acaba com o curso, mas,
está apenas no início do seu papel de transformação da consciência do Ser humano para
a Sustentabilidade.
“Só haverá um mundo sustentável se houverem pessoas sustentáveis”.
Bibliografia
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9
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html
i
De acordo com o dicionário Aurélio, o termo "sustentável", provém do latim sustentare (sustentar;
defender; favorecer, apoiar; conservar, cuidar)
ii
O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres que se reunem para debater um vasto conjunto de assuntos
relacionados a política, economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Foi fundado em 1968 por Aurelio Peccei, industrial e academico italiano e Alexander King, cientista escocês.
iii
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html
IX Convibra Administração – Congresso Virtual Brasileiro de Administração – adm.convibra.com.br
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