Dissertação DEAMBULAÇÃO PRECOCE APÓS INTERVENÇÕES CORONARIANAS PERCUTÂNEAS Andrea Cornelia Augustin Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde Área de concentração: Cardiologia Dissertação DEAMBULAÇÃO PRECOCE APÓS INTERVENÇÕES CORONARIANAS PERCUTÂNEAS Autor: Andrea Cornelia Augustin Orientador: Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite Co-orientador: Alexandre Schaan de Quadros Dissertação submetida como requisito para obtenção do grau de mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cardiologia, da Fundação Universitária de Cardiologia / Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2008 Catalogação na Fonte A923d Augustin, Andrea Cornelia Deambulação precoce após intervenções coronarianas percutâneas / Andrea Cornelia Augustin ; orientação [por] Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite − Porto Alegre, 2008. 63 f.; tab. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. 1. Angioplastia coronariana. 2.Deambulação precoce.3.Enfermagem. I. Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite. II.Título. CDU: 616.132.2 Bibliotecária Responsável: Marlene Tavares Sodré da Silva, CRB 10/1850 Dedicatória A Deus, que me deu forças e coragem para levar adiante mais esta etapa de minha vida. Á minha família, que sempre me apoiou em todos os momentos. Aos meus pais, in memorian, dos quais recebi incansavelmente os maiores incentivos para meu desenvolvimento pessoal e profissional. Agradecimentos Aos meus pais, que não pouparam esforços para me proporcionar o melhor acesso a educação e cultivaram a mesma como uma das essências da minha vida. Aos pacientes participantes da pesquisa, que depositaram sua confiança em toda a equipe de profissionais atuantes na hemodinâmica do IC/FUC, sem os quais este trabalho não seria realizado. Ao Dr. Rogério Eduardo Gomes Sarmento-Leite, meu orientador, pela competência profissional com que me auxiliou na execução deste trabalho. Ao Dr. Alexandre Schaan de Quadros, meu co-orientador, pelas considerações realizadas no decorrer deste trabalho e apoio nas apresentações das pesquisas originadas do mesmo. Aos hemodinamicistas que confiaram a mim o cuidado de seus pacientes participantes deste trabalho, Drs.: Carlos Roberto Cardoso, Cláudio Moraes, La Hore Rodrigues, Rogério Sarmento-Leite, Flávio Celso Leboute, Júlio Vinícius Teixeira, Luis Maria Yordi. Aos ex-residentes do Serviço de Hemodinâmica, Drs.: Alex Sandro Carvalho, Marcelo Sabedotti, Cláudio Vasques Moraes, Cristiano Cardoso, Franklin Quesada, André Manica, Márcio Balbinotti e Henrique Gomes pela grande colaboração e incentivo. À enfermeira Waltraute Koch, a quem tive o privilégio de ter como referência profissional e que influenciou definitivamente a minha formação como enfermeira de hemodinâmica. A enfermeira e administradora de empresas Regina Reinbrecht pelo seu suporte em todos os momentos da pesquisa. Às colegas Cristiane Cauduro Lima e Joice Quevedo Evaldt pelo apoio e auxílio sempre que solicitado. À toda a equipe de enfermagem do Laboratório de Hemodinâmica do IC/FUC, meu agradecimento pela colaboração. À Biotronik pela doação dos tubos para determinação do TCA, em especial às enfermeiras Maria Cesira Zottis Lúcio e Nadia Luzia Ceriolli. Aos funcionários da Unidade de Pesquisa do IC/FUC, em especial ao Ângelo de Souza, Vânia Hirakata e Maria del Carmem S. de Stefani, pela presteza e competência. Ao FAPPIC, pelo custeio de parte dos insumos necessários à realização da pesquisa. Ao Instituto de Cardiologia, instituição profundamente marcada pelo desvelo no atendimento aos pacientes, independente de classe social. A Deus que me deu força, inspiração e saúde na realização desta etapa de minha vida. SUMÁRIO Base Teórica - Deambulação Precoce Após Intervenções Coronarianas Percutâneas..........................................................................................................1 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................2 1.1 Fisiopatologia da Aterosclerose..................................................................3 1.2 Manifestações Clínicas ................................................................................5 1.3 Tratamento da Doença Arterial Coronariana..............................................5 1.3.1 Tratamento Percutâneo da Doença Arterial Coronariana ......................7 1.3.1.1 Técnica de Punção Femoral...................................................................8 1.4 Anticoagulação ...........................................................................................11 1.4.1 Tempo de Coagulação Ativada...............................................................12 1.5 Técnicas de Hemostasia em Intervenções Coronarianas Percutâneas Realizadas pela Via Femoral ............................................................................13 1.5.1 Compressão Manual e Mecânica............................................................13 1.5.2 Dispositivos de Fechamento Vascular ..................................................15 1.6 Complicações Vasculares Relacionadas ao Acesso...............................16 1.7 Deambulação Precoce................................................................................18 2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................22 3. OBJETIVOS....................................................................................................23 3.1 Objetivo Geral .............................................................................................23 3.2 Objetivos Específicos.................................................................................23 Bibliografia da Base Teórica ...............................................................................24 Artigo em Inglês - Early Ambulation After Percutaneous Coronary Interventions .....................................................................................................32 Introduction .........................................................................................................36 Methods ..............................................................................................................37 Statistical Analysis ..............................................................................................39 Results................................................................................................................40 Discussion ..........................................................................................................42 Study Limitations.................................................................................................45 Conclusion ..........................................................................................................46 References .........................................................................................................47 Tables .................................................................................................................51 Lista de Abreviaturas ..........................................................................................55 1 Base Teórica Deambulação Precoce Após Intervenções Coronarianas Percutâneas 2 1 INTRODUÇÃO A doença arterial coronariana (DAC) é considerada uma epidemia de saúde em países desenvolvidos e em desenvolvimento e a revascularização miocárdica percutânea tem sido um procedimento largamente empregado no seu controle, além da terapêutica medicamentosa e cirúrgica. Dados da Organização Mundial da Saúde apontam as doenças cardiovasculares (DCV) como responsáveis por 16,4 milhões de mortes ao ano, e projetam para 2020 estas doenças como responsáveis por 34% das mortes 1. Atualmente, as regiões em desenvolvimento contribuem de forma marcante para essas estatísticas, visto que existe um melhor controle das doenças infectoparasitárias, maior expectativa geral de vida e mudanças de estilo de vida decorrentes da crescente urbanização. Estes fatores somados contribuem para o aumento dos fatores de risco para a DCV. Em números absolutos, há mais pessoas afetadas pela DAC em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento do que em países com maior renda per capita 2. Dados da American Heart Association (AHA) sugerem que existam mais de 13,2 milhões de casos prevalentes de DAC nos Estados Unidos. A incidência de morte ou infarto agudo do miocárdio (IAM) por DAC é de mais de 1,2 milhões de casos por ano, onde 700.000 acontecem no primeiro evento e 500.000 em situações recorrentes. O número de casos de morte súbita cardíaca é de aproximadamente 340.000 ao ano. Estima-se que 5 milhões de pessoas nos EUA sofram de insuficiência cardíaca (IC), que é uma conseqüência tardia da isquemia coronariana em casos de maior gravidade. No Brasil, dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do departamento de análise da informação em saúde apontam 3 que as doenças circulatórias são a principal causa de morte em todas as regiões e para ambos os sexos 3 . A mortalidade de origem cardiovascular acomete aproximadamente 300.000 pessoas por ano 4 , representando uma parcela significativa do total de gastos do Sistema Único de Saúde (SUS). A incidência da DAC aumenta à medida que a população envelhece 5, pois o processo aterosclerótico é progressivo. Assim, paradoxalmente, embora se verifique uma redução da mortalidade atribuível a DAC, a incidência absoluta da doença continua a aumentar 6. 1.1 FISIOPATOLOGIA DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA A aterosclerose é reconhecida como uma doença inflamatória e trombótica caracterizada pelo desenvolvimento de ateromas vasculares que causam lesões obstrutivas. Seu desenvolvimento é secundário a respostas celulares e moleculares específicas, que incluem inflamação, metabolismo lipídico, metabolismo da vitamina B12 e regulação homeostática 7. Durante muito tempo, pensava-se que a aterosclerose fosse apenas o resultado da aposição de gordura na parede arterial. Atualmente, é sabido que a aterosclerose é conseqüência da resposta da parede arterial a vários agentes agressores, e que consiste de um processo proliferativo, em deposição de lipídeos e em um processo inflamatório caracterizado pela presença de macrófagos, monócitos, linfócitos e outras células em diferentes fases da formação e evolução da placa aterosclerótica. A lesão inicial no endotélio é uma inflamação localizada em consequência de hiperlipidemia, tabagismo, diabete melito, hipertensão, homocisteinemia e 4 outros fatores. Estas ocorrem em locais onde o fluxo laminar sanguíneo está alterado, interferindo no endotélio e diminuindo a produção de óxido nítrico. Isto ocorre tipicamente nas bifurcações arteriais. A formação da placa ateromatosa é contínua e inclui disfunção endotelial, penetração de LDL e leucócitos circulantes para a região subendotelial, oxidação do LDL, formação de células espumosas, migração e proliferação de células musculares lisas vasculares (CMLV) para o espaço subendotelial, síntese da matriz extra-celular e lesão estrutural do endotélio, com deposição de plaquetas e formação de trombos. Além da participação nas fases iniciais da formação da placa, os processos inflamatórios continuam operando e são essenciais na progressão da placa aterosclerótica. A placa aterosclerótica madura apresenta, além de células, dois componentes estruturais distintos: um núcleo lipídico, pouco denso, e a capa fibrosa, que representa 70% do tamanho da placa. O núcleo lipídico é rico em lípides extracelulares, principalmente cristais e ésteres de colesterol. O conteúdo deste núcleo lipídico é altamente trombogênico. Um processo chave da história natural do ateroma é a instabilização da placa. O ateroma instável pode ser definido como aquele no qual ocorrem defeitos estruturais na superfície, como ruptura ou ulceração da capa. Freqüentemente estes defeitos são associados a deposição de trombos, que podem variar em extensão, no grau de adesividade da placa e na estabilidade de seus constituintes. Com freqüencia, a deposição de um trombo é acompanhada por graus variáveis de vasoespasmo 8. 5 A combinação entre o tamanho do ateroma de base, o tamanho e a estabilidade do trombo superposto e a intensidade do vasoespasmo determinam o grau e a duração do déficit obstrutivo do fluxo sanguíneo. 1.2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA O espectro das manifestações clínicas vai desde pacientes assintomáticos, passando pela angina estável, síndromes coronarianas agudas, até o infarto com óbito. 1.3 TRATAMENTO DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA O tratamento pode ser clínico, percutâneo ou cirúrgico e visa a aliviar os sinais e sintomas causados pela obstrução coronariana, restaurando a circulação e restabelecendo a condição clínica. Sempre que é considerada uma revascularização, os riscos precisam ser contrapostos aos benefícios. As indicações de revascularização percutânea são baseadas em estudos clínicos e seguem várias diretrizes internacionais, como a da ACC/AHA para intervenção coronariana percutânea (ICP). 6 Fonte: Quadro adaptado de ACC/AHA/SCAI 2005 Guideline Update for Percutaneous Coronary Intervention 9. Quadro1 - Indicações de revascularização percutânea da ACC/AHA (2005). 7 1.3.1 Tratamento Percutâneo da Doença Arterial Coronariana Em 1977, Andreas Gruntzig realizou a primeira ICP, inaugurando uma nova modalidade de revascularização miocárdica, que surgia como alternativa à revascularização cirúrgica. Naquela época, a técnica foi vista com ceticismo pelos seus pares; no entanto, de 1979 a 1982, já haviam 3.000 casos documentados. Avanços na tecnologia dos materiais empregados e na qualidade do equipamento de imagem possibilitaram resultados cada vez melhores e ampliação das indicações, com uma taxa de morbi-mortalidade intraprocedimento e de cirurgia de revascularização de urgência reduzidas. Atualmente, a ICP é a técnica de revascularização miocárdica mais empregada 10 devido à melhora do perfil e novas estruturas de stents, melhora do material como guias e novos dispositivos e avanços da farmacologia adjunta. O salto tecnológico ocorrido na cardiologia intervencionista possibilitou que lesões de mais difícil acesso e pacientes mais graves fossem tratados, com grande índice de sucesso. As diferentes técnicas de acesso arterial, o diâmetro cada vez menor dos cateteres, novas guias, stents de última geração e equipamentos acessórios beneficiam cada vez mais pacientes, e vários estudos caracterizam a ICP como procedimento minimamente invasivo e seguro que possibilita a alta no mesmo dia 10-17. 8 1.3.1.1 Técnica de Punção Femoral A abordagem radial do sistema arterial está sendo cada vez mais empregada. No entanto, a punção femoral percutânea mantém-se, até agora, a técnica dominante empregada na cardiologia intervencionista 18,19 por ser relativamente fácil, rápida, confiável e deter uma baixa taxa de complicações. Após anestesia local, o acesso percutâneo da artéria femoral comum é obtido através da punção do vaso 1 a 3 cm abaixo do ligamento inguinal. Usando uma técnica modificada de Seldinger (figura 1), punciona-se a artéria femoral comum com uma agulha 16G inserida num ângulo de 30 a 45 graus na artéria e introduzse uma guia em J 0.035” através da agulha. Com uma lâmina de bisturi nº 11, realiza-se, na pele, um pequeno corte adjacente ao ponto de entrada para facilitar a inserção do introdutor arterial. Após a obtenção do acesso femoral, insere-se um introdutor arterial de tamanho igual ao cateter a ser usado. A parede anterior da artéria femoral comum deve ser puncionada vários centímetros abaixo do ligamento inguinal mas próximo à bifurcação da artéria femoral superficial com a profunda. Se o local de punção for muito próximo do ligamento inguinal, pode ser difícil obter a hemostasia após a retirada do introdutor, através da compressão manual, levando a um risco aumentado de hematomas e hemorragia retroperitoneal. A principal vantagem do uso desta técnica é a maior rapidez da cateterização seletiva e uma menor curva de aprendizado quando comparada às demais. Além disso, esta abordagem pode ser repetida diversas vezes no mesmo paciente, sem prejuízo da técnica. Sua principal desvantagem é o uso em pacientes com aterosclerose ileo-femoral, nos quais a passagem retrógrada de 9 cateteres por uma área extensamente estreitada ou tortuosa pode ser traumática, difícil ou, às vezes, impossível. Fonte: “The Manual of Interventional Cardiology 20”. Figura 1 - Técnica de Seldinger modificada. Assim que se observa um fluxo de sangue pulsátil através do orifício da agulha, a agulha é retirada e avança-se uma guia 0,035 ou 0,038” pelo orifício até o interior da artéria . Um introdutor arterial com dilatador é dirigido por sobre a guia até atingir a artéria femoral, seguido da retirada do dilatador e da guia. O introdutor então é aspirado e lavado com solução salina. 10 Fonte: “The Manual of Interventional Cardiology 20”. Figura 2 - Pontos de Referência para Acesso Vascular Femoral. O acesso arterial (figura 2) deve ser obtido na junção entre o terço médio e inferior da cabeça do fêmur, que corresponde a 2-3 cm abaixo do ligamento inguinal. O ligamento inguinal estende-se da espinha ilíaca superior anterior até o tubérculo púbico. A prega inguinal é um ponto de referência enganoso e não deve ser usado para a determinação do local de acesso. 11 1.4 ANTICOAGULAÇÃO Os pacientes submetidos à ICP recebem heparina, usualmente do tipo não fracionada (HNF), para promover anticoagulação durante o procedimento. A heparina tem sido usada para inibir a formação de trombos ricos em plaquetas, tanto no local da angioplastia quanto nos equipamentos empregados para a realização da mesma. A meia-vida da HNF é dose-dependente. Com 100UI/Kg de peso, a meia-vida desta droga tem duração aproximada de 1h 21 . É comum usar- se uma dose fixa de 10.000UI de HNF no início da angioplastia. Outros operadores preferem administrar uma dose ajustada pelo peso, no entanto, tradição e hábito podem influenciar na escolha da dose de heparina 22 . A ação da heparina é não específica e não linear e cada paciente responde de maneira diferente a administração de uma mesma dose de heparina. O efeito da HNF é monitorado na sala de hemodinâmica pelo tempo de coagulação ativado (TCA), que é um método simples e rápido que determina o tempo que uma amostra de sangue leva para formar um coágulo. Entretanto, existe uma correlação pobre entre a dose de HNF administrada e o TCA pela variabilidade existente nos instrumentos usados para a mensuração deste último 23 . É possível que não haja uma correlação sólida entre um TCA determinado e o risco de oclusão coronariana. O valor recomendado de 300 segundos é um ponto de corte arbitrário, baseado em análises realizadas em pacientes durante bypass cardiopulmonar 24-26 , Narins et al encontraram uma correlação inversa entre o nível de anticoagulação mensurada, através do TCA e a ocorrência de eventos isquêmicos agudos durante a ICP 27. Ferguson et al, num artigo publicado 12 em 1994, demonstraram que níveis de TCA abaixo de 250 segundos estavam associados a um aumento marcado na incidência de complicações oclusivas 28 . Contraditoriamente, vários estudos randomizados sugerem a eficácia e segurança de baixas doses de heparina durante ICP eletivas, independente do TCA 29,30. Mesmo assim, contemporaneamente, opta-se por manter um TCA alto e altas doses de HNF, ainda que esta prática possa estar associada a uma maior taxa de complicações hemorrágicas do local de punção, já que o risco de sangramento associado à heparina aumenta com a dose, terapia trombolítica, procedimentos invasivos ou defeitos hemostáticos concomitantes 31 . Praticamente a maioria dos dados referentes à administração de heparina foram obtidos antes da introdução dos stents na prática atual, associados a antiagregantes plaquetários potentes. Portanto, uma revisão do papel e da dose da heparina durante a ICP realizada atualmente merece ser feita 32. 1.4.1 Tempo de Coagulação Ativada O TCA começou a ser amplamente utilizado em hemodinâmica a partir do uso dos agentes fibrinolíticos como terapia adjuvante ou concomitante a angioplastia. Apesar de avanços farmacológicos e tecnológicos em cardiologia intervencionista, ainda existe muita incerteza quanto aos níveis de TCA adequados para prevenir complicações isquêmicas e hemorrágicas, especialmente após o advento dos stents, onde os pacientes recebem obrigatoriamente um regime antiplaquetário duplo. A maioria dos estudos clínicos não especifica como ou por que um nível determinado de TCA foi escolhido para seu protocolo. 13 Existem poucas informações científicas que justifiquem o uso rotineiro do TCA a fim de determinar o melhor momento para a retirada do introdutor arterial (IA) 33 . Também, não se consegue determinar se o limite de TCA para a retirada do introdutor correlaciona-se acuradamente a complicações do local de acesso de uma ICP. Um dos poucos estudos relacionados à medida de TCA e níveis de heparina concluiu que o TCA não deve ser usado para determinar a retirada do IA, pois o teste perde a confiabilidade abaixo de 225s 34 . No entanto, convencionalmente é recomendada a retirada do introdutor assim que o TCA encontrar-se abaixo de 160 segundos 23. 1.5 TÉCNICAS DE HEMOSTASIA EM INTERVENÇÕES CORONARIANAS PERCUTÂNEAS REALIZADAS PELA VIA FEMORAL 1.5.1 Compressão Manual e Mecânica A forma clássica de controle do sangramento com a formação de um tampão hemostático é a aplicação firme e contínua de compressão manual. A técnica recomenda que seja aplicada com três dedos da mão esquerda acima do sítio de punção femoral, acima da artéria que leva o mesmo nome. Com os dedos nesta posição, não deve haver sangramento para os tecidos adjacentes ou através do orifício de punção. Esta pressão deve ser reduzida nos 10 a 15 minutos seguintes 23. 14 A compressão manual é um método tradicional que requer apenas boa observação e acurada técnica. Tem a vantagem de proporcionar a observação instantânea do local de punção, permitindo um controle adequado da hemostasia. O introdutor arterial é normalmente removido após 4-6 h da descontinuidade da heparina. Se foram administrados trombolíticos, o nível de fibrinogênio deve ser > 150 mg/dl antes da retirada do IA. Quando o TCA se situa entre 140-160 segundos, o IA é retirado e a região inguinal comprimida até que cesse o sangramento. Os pacientes são mantidos em repouso no leito por, no mínimo, uma hora para cada French usado de acordo com o IA (por ex., 7F= 7 horas, 6F= 6 horas, etc). A maioria dos pacientes não apresentam complicações e é liberada 24h após o procedimento, com a orientação de dirigir-se ao hospital se surgirem sintomas novos ou recorrentes 20. Também podem ser utilizados compressores mecânicos como o Compressar® System, (Advanced Vascular Dynamics, Portland, Oregon) ou o Femostop® (Radi Medical Systems, Upsalla, Suécia). A compressão mecânica é executada por um mecanismo que promove o selamento do vaso, no caso do Compressar®, comprimindo a região inguinal contra uma base onde a região glútea permanece apoiada. Os pacientes queixamse de grande desconforto quando o mecanismo é excessivamente pressionado, causando dor local. Já o FemoStop® é um dispositivo compressivo inflável e transparente aposto sobre o local de punção para promover hemostasia. Os compressores mecânicos tem a vantagem teórica de permitir que a equipe assistencial tenha liberdade para execução de outras tarefas, mas não existe nenhuma evidência de que sejam superiores à tradicional compressão manual, 15 sendo que um estudo recentemente publicado comprovou sua inferioridade em relação a mesma 35. 1.5.2 Dispositivos de Fechamento Vascular Os dispositivos de fechamento vascular (DFV) estão sendo progressivamente incorporados à prática desde sua introdução no mercado no início da década de 90. Existe uma grande variedade disponível para uso, dividindo-se em duas principais categorias: dispositivos de selamento e dispositivos de sutura. Vários outros métodos também estão sendo empregados para fechamento vascular, incluindo grampeadores, curativos de superfície colágena e uma nova técnica de fechamento mediada por ultrassom. O Angioseal® (St. Jude Medical,Minnetonka, MN, USA), um dispositivo de selamento que utiliza colágeno e sutura e o Perclose® (Abbott Laboratories, Illinois, USA.), um dispositivo de suturas, respondem por aproximadamente 75% do mercado global destes materiais. Estão em curso várias modificações e incorporação de tecnologia nos dispositivos existentes e outros em desenvolvimento. Seu uso tem promovido um grande impacto no aumento do conforto para o paciente, diminuindo o tempo para obtenção da hemostasia, levando, assim, à deambulação e à alta hospitalar precoce. A freqüência total de complicações no sítio de acesso varia de 1,5 a 9% 36,37 com o seu uso. Esta variabilidade na taxa de complicações deve-se a critérios classificatórios heterogêneos para complicações menores, variações nos perfis de risco dos pacientes e populações mistas de pacientes submetidos a procedimentos diagnósticos e terapêuticos 38. 16 Para a utilização dos DFV é necessário um treinamento específico. As taxas de complicações com seu uso são relacionadas ao volume de emprego dos mesmos, uma vez que existe uma curva de aprendizado própria de quaisquer novos dispositivos. Considerando-se o quesito custo dos DFV, seu uso continua restrito a países desenvolvidos, ou instituições economicamente favorecidas nos países em desenvolvimento. Assim, num contexto onde o volume de ICP é significativo, fazse necessário pensar em outras estratégias que agreguem segurança associada à possibilidade de deambulação precoce, após realização da revascularização coronariana pela via femoral. 1.6 Complicações vasculares relacionadas ao acesso Uma das mais freqüentes complicações das ICP relaciona-se a ocorrências de eventos hemorrágicos no acesso arterial. Normalmente a equipe de enfermagem administra de forma tão efetiva os episódios de sangramento que seu impacto clínico é pequeno e, às vezes, leva a uma subnotificação dos eventos 33 , tornando difícil sua exata quantificação. A incidência descrita de complicações do local de acesso após angioplastia varia de 1% a 14%, de acordo com as definições e protocolo diagnóstico empregado 39 . Estes problemas incluem trombose do vaso, embolização distal, dissecção ou sangramento mal controlado no local de acesso. O sangramento contínuo pode-se dever a uma punção mal localizada, à laceração do vaso, anticoagulação excessiva ou má técnica na compressão femoral. Na região inguinal, o sangramento mal controlado pode apresentar-se como hemorragia 17 franca, hematoma femoral ou retroperitoneal, pseudoaneurisma ou fístula arteriovenosa. Hemorragia e hematoma são geralmente evidenciados nas primeiras 12 horas do procedimento, mas o diagnóstico de pseudoaneurisma pode não ser evidente por dias ou até semanas após o mesmo 19. Nos primórdios do uso do stent, quando se empregava a anticoagulação com varfarina oral (1990-1996), as complicações vasculares eram da ordem de 10%. O uso de introdutores mais calibrosos (9F), a intensidade e duração da anticoagulação e a remoção do introdutor arterial apenas no dia seguinte eram os fatores que contribuíam para aquela estatística 19. Além das questões relacionadas à técnica de punção, calibre do introdutor, nível de anticoagulação e fatores intrínsecos relacionados aos pacientes, a incidência de complicações femorais depende do momento e da técnica empregada para a remoção do introdutor arterial. Assim, o emprego atual de tienoperidínicos e stents de perfil menor que permitem o uso de introdutores menos calibrosos, a suspensão da heparinização plena após a ICP, aliada à retirada do introdutor no mesmo dia, diminuíram a taxa de complicações relacionadas ao procedimento para 1% a 2% 19. Em relação à determinação de complicações vasculares, existem alguns itens controversos. Os autores de estudos que visam determinar as causas prováveis de complicações femorais não conseguiram chegar a um consenso em relação ao índice de massa corpórea (IMC). Berry et al 18 encontraram que IMC alto e surgimento de hematoma durante o procedimento são preditores de formação de hematoma em pacientes submetidos a ICP pela via femoral. Andersen et al identificaram, através de análise de regressão logística múltipla, os 18 pacientes que tem risco aumentado para sangramento, que são mulheres (OR 2,2), idade > 70 anos (OR 1,0), punção arterial > 1 (OR 7,9), TCA ≥ 175s (OR 2,0), heparina de baixo peso molecular (BPM) antes do procedimento (OR 2,7), clopidogrel antes do procedimento (OR 0,9), diabete melito (DM) (OR 0,4) e IMC > 25 (OR 1,3) 40 . Por outro lado, Dangas et al, ao avaliarem complicações vasculares após o uso de DFV versus compressão manual, afirmam que idade avançada, gênero feminino, e superfície corporal menor são preditores de complicações vasculares 11 . Pracyk e cols, comparando compressão mecânica com compressão manual, através de análises multivariadas, encontraram uma relação entre complicações vasculares e idade avançada e baixo IMC 41 . Estes dados permitem que a equipe multiprofissional possa identificar os pacientes de maior risco para o desenvolvimento de complicações vasculares hemorrágicas a fim de trabalhar na sua prevenção. 1.7 Deambulação precoce O repouso prolongado no leito após ICP realizada pela via femoral, associado à retirada tardia do IA, é uma grande causa de incômodo para os pacientes que são submetidos a este procedimento 42. A imobilidade por várias horas é causa de desconforto para o paciente, podendo provocar lombalgia e retenção urinária. Assim, a deambulação em menor tempo pode ser uma alternativa à abordagem radial para promover maior bemestar ao paciente, após o procedimento. Há alguns estudos que comprovam que a diminuição do tempo de repouso após ICP não aumenta significativamente as complicações após o procedimento 19 43-46 . Desta forma, existe uma tendência para uma permanência menor do paciente no hospital quando submetido a ICP, e um número limitado, porém crescente, de pacientes tem sido tratado com base no conceito de hospital-dia 10,13-15,47 . Apesar das vantagens, a deambulação precoce após ICP pode aumentar o risco de complicações relacionadas ao acesso, como sangramento arterial, pseudoaneurisma ou a necessidade de reparo cirúrgico vascular. Através de uma busca na literatura, pudemos observar que muitos estudos relacionados ao tema de interesse são de pacientes consecutivos10,12. Entretanto, um estudo randomizado comparando alta no mesmo dia com alta após pernoite, publicado em 2007, traz uma abordagem contemporânea, estudando pacientes eletivos submetidos a ICP pela via femoral, com cateteres 5 e 6 F. Neste estudo, foi usada uma dose de heparina de 5.000UI em todos os pacientes. Aqueles randomizados para ter alta no mesmo dia tinham o IA retirado ao término da ICP, deambulavam após 4h de repouso e após uma breve triagem que verificava se os mesmos preenchiam os critérios de alta hospitalar, eram autorizados a deixar o hospital. Estes pacientes não tiveram mais complicações do que os do grupo que dormiu no hospital, demonstrando que é viável e seguro que pacientes eletivos submetidos a ICP pela via femoral sejam liberados no dia do procedimento, após um curto período de observação 18 . Isto pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir os custos hospitalares 48. Um estudo brasileiro com 100 pacientes consecutivos realizado no Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do RS endossa esta idéia. Neste estudo, foram usados cateteres 5F e heparina na dose de 70UI/Kg. Os pacientes 20 tinham o IA retirado após a ICP e permaneciam 2h em repouso. Tendo preenchido os critérios de segurança do estudo, eram liberados para casa. De acordo com esta prática, 97% dos pacientes da amostra atingiram o desfecho proposto 12. Outra pesquisa que estudou a retirada imediata do IA em ICP realizada com cateter 7F, 5.000 UI de heparina e deambulação 6h após demonstrou uma taxa de sangramento do local de punção pequena, da ordem de 2,41%, sem surgimento de complicações vasculares maiores 49. Ao observarmos artigos mais antigos, como o de Waksman, que analisou complicações hemorrágicas em 5.042 pacientes de 1991-1994, podemos observar que o índice de complicações vasculares era muito maior. Neste estudo, foram usados cateteres 8,9 F ou maiores. Os pacientes recebiam 10.000UI de heparina, 64% permaneciam com heparina após o procedimento, o tempo de repouso era determinado em função do regime de anticoagulação, e não houve tentativa de deambulação precoce ou retirada precoce do IA. Foram analisados dados de 5042 pacientes, onde 309 (6,1%) tiveram complicações vasculares e 117 (3,8%) necessitaram de reparo cirúrgico 50. O período de repouso tem diminuído gradativamente ao longo do tempo 45,51 . No entanto, ainda não se conseguiu estabelecer a duração mínima segura de repouso no leito. Todas as pesquisas a respeito de tempo de repouso têm favorecido a duração mais curta em lugar da mais prolongada 52. Os ensaios clínicos randomizados têm demonstrado uma diminuição no tempo de deambulação quando DFV são usados, comparados à compressão manual. No entanto, a duração do tempo de repouso em cada grupo é 21 predeterminada pelo protocolo e, assim, este desfecho é um resultado inevitável do desenho do estudo 53-57. 22 2 JUSTIFICATIVA Diante do avanço tecnológico, é necessário revisar se está sendo oferecido o tratamento mais apropriado aos pacientes, em relação à determinação do tempo de repouso pós ICP pelas evidências existentes. A estratégia de deambulação e alta precoce foi pouco testada no contexto da abordagem femoral sem o emprego de DFV 11 . Se a deambulação precoce for comprovadamente uma manobra segura e efetiva, a ICP pela via femoral talvez possa tornar-se realidade enquanto procedimento ambulatorial. Existem estudos afirmando que esta forma de tratamento é factível em pacientes selecionados 18,50,57 . Neste contexto, haveria uma maior rotatividade de leitos, o que diminuiria os custos hospitalares e possibilitaria o atendimento de um volume maior de pacientes. 23 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL Verificar se há relação entre retirada precoce do introdutor associada a deambulação precoce e eventos hemorrágicos, após a realização da ICP pela via femoral. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 1. Comparar a ocorrência de eventos hemorrágicos em pacientes que tenham sido submetidos à ICP eletiva, analisando tempos de retirada da bainha e de início de deambulação. 2. Avaliar a presença de dor lombar e retenção urinária dos pacientes após o procedimento, com vistas ao aperfeiçoamento da assistência. 24 BIBLIOGRAFIA DA BASE TEÓRICA 1. 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Porto Alegre, Brazil Corresponding Author: Prof. Rogério Sarmento-Leite – Unidade de Pesquisa do IC/FUC. Av. Princesa Isabel, 370 Santana 90.620.001 – Porto Alegre – RS – Brazil [email protected] / [email protected] Indexing words: Key words: early ambulation, angioplasty, nursing. Short title: Early ambulation after coronary angioplasty 35 ABSTRACT Objectives - Early ambulation can bring risks to patients submitted to angioplasty by the femoral route if safety is not proved. The main objective of this work was to evaluate the safety of early ambulation in those patients. Methods - A randomized trial was conducted in patients submitted to angioplasty with use of a 6F sheath introducer. The intervention group (IG) had the sheath removed immediately after procedure and ambulated after 3h of bed rest. The control group (CG) had the sheath removed after 4h from the end of angioplasty and had a bed rest of 6h. Results - Baseline characteristics didn’t differ statistically between groups, as major bleeding (IG=1,7% vs. CG=0,6%; p=0,31). Patients of IG had less pain (26% vs. 41%, p=0,004) than CG, but the frequency of urinary retention was the same in both groups. Conclusion - It was concluded that early ambulation demonstrates to be a safe procedure that adds comfort to patients submitted to angioplasty. 36 INTRODUCTION After a percutaneous coronary intervention (PCI) via the femoral access, the arterial sheath is generally removed 4-6 hours after heparin bolus, and an additional period of 6 hours bed rest is recommended to avoid bleeding or hematoma at the puncture site. This period of immobilization increases costs and health system resource utilization, and also patient discomfort. A strategy of earlier sheath removal and deambulation could partially solve these problems, allow early ambulation after invasive procedures, but are also costly and do not reduce the incidence of puncture site-related vascular complications (4-7). During the 1990’s, there was a great interest in comparing the efficiency of manual or mechanical compression, or in evaluating the efficacy and safety of VCD (8,9). However, data from these previous studies probably does not apply to the current practice, because procedures were performed with larger arterial sheaths and heparin dose administration, resulting in a higher incidence of vascular complications. In this context, a strategy of early sheath removal and ambulation was not properly tested, and this is the purpose of the current study. 37 METHODS The present paper is a randomized clinical trial that considered for inclusion patients submitted to elective PCI via femoral artery access with a 6 French (6F) arterial sheath, in the period between October 2004 and December 2005, in a referral center for interventional cardiology. Exclusion criteria were defined as aortic failure, low molecular weight or unfractioned heparin administration pre or post procedure, use of glycoprotein IIb/IIIa inhibitors or oral anticoagulants before PCI, history of hemorrhagic diathesis, body mass index (BMI) > 30 and hemodynamic instability after PCI. The study was approved by the internal research ethics committee, and all the patients signed an informed consent form. The primary end point was the development of major vascular complications: hematoma > 10 cm, pseudoaneurism and arterial bleeding after or during ambulation. Secondary end points were minor vascular complications: hematoma < 10 cm, vagal reactions after sheath removal, and assessment of patient’s comfort in the perioperative period. Patient’s comfort was arbitrarily defined as absence of urinary retention or lumbar pain. PCI was performed according to routine procedures and operator discretion. By protocol all patients received intravenous heparin at 100 UI/kg body weight. Blood was collected from the arterial sheath at the end of PCI , for evaluation of activated clotting time (ACT) and activated partial thromboplastin time (aPTT) through conventional methods (10,11). Patients were randomly assigned to two groups, intervention group (IG) and control group (CG), with a random computer-generated list. The arterial sheath was immediately removed from patients in the intervention group if ACT < 350 38 seconds (sec), or after 90 min if ACT > 350 sec, and ambulation allowed after 3 hours of bed rest. In the control group patients, arterial sheath was removed 4 hours after PCI completion, and patients liberated for ambulation after 6 hours of additional bed rest. Manual compression after arterial sheath removal was performed by the same and well trained investigator in all patients. If hemostasis was not achieved after 20 minutes, a mechanical compressor (Compressar®, Advanced Vascular Dynamics, Portland, Oregon) was used until complete hemostasis was achieved. The puncture site was observed 5 and 30 minutes after beginning of rest, and additional compression was applied if necessary. Patients from the intervention group were ambulant under nurse observation, and the puncture site was observed immediately before and after ambulation. In the absence of bleeding, the patient was allowed to sit on a chair and walk freely. In patients from the control group, ambulation was monitored by the nursing team for the start of bleeding episodes. No compressive bandages, weights or artery closure devices were used in any of the patients. On the morning following PCI performance, all patients were examined by an independent observer, before hospital discharge. Aspirin (200 mg) and clopidogrel (300 mg) were administered at least six hours before the procedures. Thienopyridines were prescribed for 30 days after the treatment, and aspirin for continuous administration. This combination was recommended for at least six months for patients treated with drug eluting stents. 39 STATISTICAL ANALYSIS Continuous variables were analyzed using the Student’s t test, and categorical variables with the chi-square test or Fisher’s exact test. The significance level was set at p<0.05. Sample size was calculated as 442 patients, considering a general prevalence of 10% for major vascular complications, an expected difference between the two groups of 7% in primary end point, a statistical power of 80% and p<0.05. Analysis was based on the intention to treat. The expected difference between groups was based on previous studies which reported a bleeding incidence ranging from 2,2%-14% (12) and 1,5-9% (13). 40 RESULTS A total of 347 patients were included in the study, 172 assigned to IG and 175 to CG. The groups presented similar demographic characteristics (Table1) and ischemic complications were not observed during and after the procedure. The device used for measuring ACT (MCA 2000®, Fundação Adib Jatene) reported an error on measurements of ten patients, for which ACT was higher than 900 sec, and in two patients with results lower than 50 sec in spite of aPTT > 120. For these patients, arterial sheath removal was determined by the high ACT results for IG (after 90 min if ACT > 350 sec), and in 4 h for CG patients. Table 2 shows no significant difference between groups concerning major bleeding. Only one of the IG patients presented a hematoma > 10 cm, remaining in hospital for an additional day. One patient presented a clinically diagnosed pseudoaneurism, and was conservatively treated, and another had an arterial bleeding during ambulation, controlled with additional compression and rest. A CG patient had a hematoma > 10 cm, and needed additional rest and observation. Regarding other vascular complications, (table 3) there were also no significant differences in the frequency of small haematomas before sheat removal but a tendency for a larger increase in its occurrence after sheat removal was observed. Compression time was similar for the two groups: 22 (8-95) minutes for IG and 18 (8-120) minutes for CG. The mean time of angioplasty was 45 ± 15 minutes, ranging from 10 to 120 minutes. The frequency of vagal reactions was also low and similar between the two groups, 2.3% in IG and 2.9% in CG. As demonstrated in table 4, a small occurrence in urinary retention rate was observed in both groups. Most of them 41 were efficiently handled with non-invasive approaches such as placing the patient in lateral position, suprapubic warming, and standing by the bed, with the arterial sheath in the inguinal region, before urinary catheterization. Only one patient in the control group presented urinary retention resistant to non-invasive approaches, and was ambulant before 6 h of rest. Lumbar pain was observed in 22% vs. 39% (p=0.001) for IG and CG patients, respectively. The incidence of lumbar pain and requests for analgesics was superior in CG due to prolonged bed rest. Interestingly, almost half of the patients of the sample (40.8%) felt pain when asked next day, but did not request analgesics. After the protocol was completed no bleeding episodes were observed in any of the groups. 42 DISCUSSION In this study, we have demonstrated that a strategy of early sheath removal and ambulation is not associated with increased major vascular complications. These findings are in concordance with those of previous studies (3,8,14-16). Smaller sized vascular devices currently used may allow for a reduction in the recovery period time and add to the patient’s comfort. A careful artery access site hemostasis achieved either by manual or mechanical compression, or with vascular closure devices, prevents hematomas, one of the major comorbidities associated to this vascular route (17). Qualified staff working in the post-PCI recovery area is important for the prevention and control of possible complications (15). Minor bleeding episodes found in our sample comprised a low incidence of small hematomas, probably related to puncture site, before sheath removal. It is important to notice that CG had a slight decrease in hematomas rates after sheath removal, possibly due to adequate manual compression (Table 3). On the other hand, findings related to minor bleeding episodes in IC suggest that additional compression or a lower heparin dosage could have decreased the incidence of small hematomas. The established ACT to remove the arterial sheath in IC was set based upon a minimally safety criteria. Koch and col (3) administered low dose heparin, removed the sheath immediately and allowed patients for ambulation after 2h without taking ACT measurements. Indeed, ACT should only be used to determine if adequate anticoagulation during PCI has been achieved, because as formerly 43 stated by Galli and Palatnik (6), there is no strong scientific data that supports the use of ACT in assessing patient readiness for sheath removal (6). It was also stated that no ACT threshold has been yet established for access site complication prediction, and an ACT set around 175 seconds has apparently been empirically set to remove arterial sheath after PCI (6). The use of VCD results in faster hemostasis, allowing a reduction in rest period before ambulation, but has not decreased the frequency of bleeding episodes when compared to other methods (1,8, 18-20). Due to its high costs, the device is mostly used in economically favored countries or institutions. Prolonged bed rest is one of the conservative measures to avoid local bleeding, but is associated to discomfort. As shown in Table 4, early ambulation was associated to a lower frequency of lumbar pain and request for analgesics, confirming the results found by authors with patients submitted to coronary angiography (21-23). A significant number of patients, on the other hand, when asked about pain after the resting period, reported some but did not request analgesics perhaps because they considered it as part the procedure and something tolerable that they can support and had to accept. A total of 169 patients were ambulant after a 3-h bed rest, and recognized this reduction of bed rest time as an important issue. Comfort perception is particularly important, since the population undergoing these procedures has increasing life expectancy and is more susceptible to osteomuscular disorders. The frequency of urinary retention and bladder catheterization was similar between the two groups of patients, but 7% of the IG patients voided after the bed 44 rest, showing that this period of rest contemplates also the physiological bladder storage phase. In general, devices for bladder emptying are not well accepted among patients, who feel embarrassed using them. A reduction of the period of bed rest is therefore important in adding to the patient’s comfort. Although the present study was not aimed to analyze hospital costs, a shorter in-hospital stay represents also an important economic and logistic advantage in cardiovascular procedures (20). Our results showed that non-invasive procedures for bladder emptying were not associated to bleeding episodes. Slight movement of the patient while the sheath is still in the inguinal region is possible, when carefully performed. Assisted movement, furthermore, adds to the patient’s comfort by changing the position of the body (21). Although the initial estimate of sample size was 442 patients, our sample included 347 individuals. Data obtained with this trial showed that increasing the number of patients as originally planned would not significantly modify the results, since the frequency of major bleeding episodes expected was 10%. Considering this new expectation, a sample of 1,428 patients would be necessary for the study to have a statistical power of 80% with significance level at p<0.05 and a beta error of 20%. It would then be possible, based on the upper frequencies of bleeding episodes observed in the two groups (1.7% and 0.6%), to detect an absolute difference of 2%. 45 STUDY LIMITATIONS Randomized studies about time for ambulation cannot be blind, for obvious reasons (the patient knows for how long he/she is immobilized), but the introduction of bias will not probably affect the primary end point. A much larger number of patients would be necessary to increase the power of this study to 80%, which was not achieved since the frequency of complications observed was lower than expected. The study was also limited by the unavailability to diagnose vascular complications with ultrasonography, already defined as superior as only physical examination for the clinical evaluation of bleeding complications (9). 46 CONCLUSION The immediate removal of the femoral sheath and early ambulation of patients submitted to PCI without the use of VCD seems to be a safe and efficient alternative. A low incidence of bleeding episodes was observed, when the heparin dose was related to body weight. This approach adds to the patient’s comfort, resulting in lower frequency of lumbar pain and urinary retention, and allows for discharge from hospital on the same day that the procedure is performed. 47 REFERENCES 1. Metz D, Brasselet C, Tabet E, Nazeyrollas P, Tassan-Mangina S, Deschildre A, Elaerts J, Blaise C. Immediate femoral sheath removal after 6 French routine coronary angioplasty with a weight-adjusted low-dose heparin: results of a prospective registry. 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Effects of modified positioning and mobilization on back pain and delayed bleeding in patients who had received Heparin and undergone angiography: A pilot study. Heart Lung. 1996; 25(2);117. 51 Table 1: Demographic and clinical characteristics of the patients (n=347) Intervention Control Group Group (n=172) (n=175) 64 57 NS 59.7±9.9 61.0±10.4 NS 27±3.9 27±3.6 NS ACT, seconds 324±101 320±101 NS aPTT, seconds >120 >120 NS Men, % Age, years BMI, U p BMI: body mass index, units; ACT: activated clotting time; aPTT: activated partial thromboplastin time. 52 Table 2: Major Bleeding episodes Intervention Control TOTAL p Group Group (n=347) (n=172) (n=175) Major bleeding 3 (1.7%) 1 (0.6%) 4 (1.1%) 0.31 Hematoma >10 cm 1 (0.6%) 1 (0.6%) 2 (0.6%) 1 Pseudoaneurism 1 (0.6%) 0 1 (0.3%) 0.37 Arterial bleeding 1 (0.6%) 0 1 (0.3%) 0.37 53 Table 3:Minor bleeding episodes - Haematoma >10 cm Intervention Control TOTAL Group Group (n=347) (n=172) p (n=175) Before AS removal 4 (2.3%) 7 (4.0%) 11 (3.2%) 0.36 After AS removal 13 (7.5%) 5 (2.9%) 18 (5.2%) 0.06 54 Table 4: Urinary retention and lumbar pain p Intervention Control group group (n=172) (n=175) Urinary retention 10 (5.7%) 5 (2.9%) 0.296 Non-invasive management 3 (1.7%) 3 (1.7%) 1 Lumbar pain 38 (22%) 68 (39%) 0.001 Analgesics 11 (6.3%) 24 (13.9%) 0.031 Patients with pain but not requesting analgesics 27 (15.7%) 44 (25.1%) 0.041 0 (0%) 3 (1.7%) 0.248 Bladder catheterization 55 LISTA DE ABREVIATURAS 56 LISTA DE ABREVIATURAS EM ORDEM DE APARICAO NO TEXTO DAC DCV AHA IAM IC SIM SUS CMLV ACC/AHA ICP ECR HNF TCA IA DFV USA IMC BPM IG CG PCI VCD AS BMI ACT Aptt Sec Doença Arterial Coronariana Doença Cardiovascular American Heart Association Infarto Agudo do Miocárdio Insuficiência Cardíaca Sistema de Informações sobre Mortalidade Sistema Único de Saúde Célula Muscular Lisa Vascular American College of Cardiology/American Heart Association Intervenção Coronariana Percutânea Ensaio Clínico Randomizado Heparina não Fracionada Tempo de Coagulação Ativado Introdutor Arterial Dispositivo de Fechamento Vascular United States of America Índice de Massa Corporal Baixo Peso Molecular Intervention Group Control Group Percutaneous Coronary Interventions Vascular Closure Devices Arterial Sheath Body Mass Index Activated Clotting Time Activated Partial Thromboplastin Time seconds 57 LISTA DE ABREVIATURAS EM ORDEM ALFABÉTICA DAC ACC/AHA ACT AHA Aptt AS BMI BPM CG CMLV DCV DFV ECR HNF IA IAM IC ICP IG IMC PCI Sec SIM SUS TCA USA VCD Doença Arterial Coronariana American College of Cardiology/American Heart Association Activated Clotting Time American Heart Association Activated Partial Thromboplastin Time Arterial Sheath Body Mass Index Baixo Peso Molecular Control Group Célula Muscular Lisa Vascular Doença Cardiovascular Dispositivo de Fechamento Vascular Ensaio Clínico Randomizado Heparina não Fracionada Introdutor Arterial Infarto Agudo do Miocárdio Insuficiência Cardíaca Intervenção Coronariana Percutânea Intervention Group Índice de Massa Corporal Percutaneous Coronary Interventions seconds Sistema de Informações sobre Mortalidade Sistema Único de Saúde Tempo de Coagulação Ativado United States of America Vascular Closure Devices Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo