21 s t General Conference
&
22 n d General Assembly
of the
International Council of Museums
August, 19 t h to 24 t h 2007
Vienna / Austria
Mais informações em:
http://www.icom-oesterreich.at/2007/index.html
THEME * TEMA
Museums and Universal Heritage
Universal Heritage / Individual Responsibility –
Individual Heritage / Universal Responsibility
Os Museus e o Património Universal
Património Universal / Responsabilidade individual –
Património individual / Responsabilidade Universal
(English)
The following ICOM Mission Statement shall serve as an overall motto / introduction to the
General Conference ICOM 2007:
The heritage of a people involves knowledge and attitude as a holistic approach to existence
that includes the environment, the sciences, technology, and the arts, as well as, the
inherent system of ideas and values that define visions of the world, personal and group
perceptions, and ways of life. It can be understood to be a process of creation and
renovation that secures the continuity between matter, life, space, and time.
Abstract
The role of museums within society is changing fundamentally and rapidly. Being increasingly
exposed to numerical and economic criteria, museums are threatened by loosing their main
focus on collections. But collections still remain (at) the core basis for knowledge,
competence and value of museums. The General Conference ICOM 2007 intends to be a
forum to discuss and generate ideas and solutions to bridge the gap between these different
expectations.
Theme
One of the extraordinary aspects of the worldwide community of museums is the collective
responsibility for preserving the heritage of humanity, and what makes that responsibility
more exceptional is that it must be done according to the needs and expectations of the
nation and people whose heritage is being preserved.
Worldwide, the role of museums within society seems to be changing fundamentally and
rapidly. Educational work as well as economic aspects is becoming predominant features
among the 5 main tasks - collection/acquisition, conservation, research,
education/communication and exhibition - by which museums are being defined according to
ICOM Statutes. Acquiring and collecting objects and material no longer seems to be the
primary basis of museums’ work and awareness. Communication and dialogue with visitors is
becoming increasingly important, including new media (visualisation vs. verbalisation). But
the act of preserving heritage in a universal aspect is more than economic or political
expectancy. Contextualisation of objects / collections vs. uncritical adoption of social
tendencies and fashions remains a key issue. As self-assurance and self-consciousness of
museums is changing and shifting, museums have to redefine their role within society.
Collections seem to be moving out of the centre of museums’ focus and activities. Displays
and exhibitions are less and less reflecting the collections by ceasing to show a
conglomeration of objects of different quality and importance. Depots which should be the
centre of museums for research, scientific work and progress in developing (new) methods
with respect to the care, use, preservation and enhancement of tangible and notably the oral
and intangible cultural heritage are being reduced to a conglomerate storage. Thus, depots
seem to be reflecting the collections more properly, but they are inaccessible to the public /
visitors. Thereby, museums are jeopardizing their unique possibility of being the place to see
"the original". The use of new information and communication technologies are creating
possibilities to increase the accessibility (e.g. the web) and prove to be especially beneficiary
for the preservation of intangible heritage.
The value of museums arises from the collections and specific competences related to these
individual collections and their immanent main focus. By arbitrarily widening and increasing
the number of topics within the exhibition programme, museums are endangered to loose
their individual and specific competences and might be reduced to event places.
Quantifying the work and the "output" of museums and focussing only on numerical criteria
(e.g. numbers of visitors) is misleading. Growth is not necessarily good, expansion is not
always wise. As long as such an increase isn’t accompanied by a matching enhancement of
infrastructural means (space and personnel), it is bound to decrease the quality and value of
museums and their work.
True success of museums is measured by hard-to-quantify intangibles like the quality of
research and education as well as the study, care and maintenance of the collections and,
last not least, the level of public trust.
As social institutions museums are not static and constant institutions but they always reflect
and convey / transmit what is happening around them. They are part of the surrounding
historic, social and national power, conditions, structures and identity. At the same time,
museums influence these policies. Museum collections very often are the representative
fabric of personal and national identity. In museums a new contextualisation of the objects
within the collections takes place with respect to content as well as geography. Collected
objects may be removed far from their original context, meaning and use. This is generally
the case with objects with a ritual or sacral background. It is necessary for museums to
confer wit the origin of the objects. Ideally, instead of being detached from its original
background merely for its monetary value, an object is being explained and used to increase
the knowledge about human and cultural achievements of the past ("the common heritage of
humanity" or "Universal Heritage"). Museums are strongholds of such knowledge and knowhow. By contextualising an object across time and space, museums can share this knowledge
and its contemporary meaning with visitors. Therefore, museums should be active
participants, not passive observers and recorders, in the process of preserving heritage,
because they have a primary role in modelling strategies to enhance heritage awareness and
social identity.
(Português)
A seguinte declaração de compromisso do ICOM servirá de lema e de introdução à
Conferência Geral do ICOM de 2007:
O património de um povo implica conhecimentos e atitudes, enquanto abordagem global da
vida, incluindo o ambiente, as ciências, a tecnologia e as artes, bem como o sistema inerente
de ideias e de valores que definem as concepções do mundo, a consciência individual e
colectiva e os diversos estilos de vida. Pode ser entendido como um processo de criação e de
renovação que assegura a continuidade da relação entre a matéria, a vida, o espaço e o
tempo.
Resumo
O papel dos museus na sociedade está a mudar profunda e rapidamente. Cada vez mais
dependentes de critérios numéricos e económicos, os museus correm o risco de não
desenvolver a sua principal actividade que é a exposição das colecções. Porém, as colecções
continuam a ser a base fundamental do conhecimento, competência e valor dos museus. A
Conferência Geral do ICOM 2007 pretende ser um forum de debate e apresentação de ideias
e soluções para colmatar as lacunas entre estas diferentes expectativas.
Tema
A responsabilidade colectiva de conservar o património da humanidade constitui um dos
aspectos mais extraordinários da comunidade internacional de museus. O que faz dessa
responsabilidade um fenómeno ainda mais extraordinário é o facto de dever ser exercida de
acordo com as necessidades e expectativas da nação e do povo cujo património se pretende
preservar.
O papel dos museus na sociedade está a mudar profunda e rapidamente, em todo o mundo.
A função educativa, tal como os aspectos económicos, estão a tornar-se os elementos
predominantes entre as cinco funções principais dos museus, de acordo com os Estatutos do
ICOM – colecção/aquisição, conservação, investigação, educação/comunicação e exposição.
A aquisição e a recolha de objectos parecem já não constituir a principal actividade dos
museus. A comunicação e o diálogo com os visitantes estão a adquirir cada vez mais
importância, incluindo os novos media (a visualização contra a verbalização). Contudo, a
conservação do património, do ponto de vista universal, é mais do que uma expectativa
económica ou política. A contextualização de objectos ou de colecções, contra a adopção
indiscriminada de tendências sociais e modas, mantem-se uma questão fundamental. Os
museus têm que definir novamente o seu papel na sociedade, dado que a autoconfiança e
conhecimento de si próprios estão a mudar.
As colecções já não são o principal objectivo das actividades dos museus. Tendo deixado de
mostrar combinações de objectos de diferente qualidade e importância, as exposições são
cada vez menos o reflexo das colecções. As reservas, que deveriam ser centros de pesquisa,
de trabalho e de progresso científico no desenvolvimento de novos métodos para a
manutenção, utilização, conservação e valorização do património cultural tangível e,
principalmente, oral e intangível, foram reduzidas a simples armazéns. Assim, as reservas
parecem estar mais aptas para guardar as colecções, mas não estão acessíveis ao
público/visitantes. Desta maneira, os museus estão a colocar em perigo a sua oportunidade
única de serem locais privilegiados onde se pode contemplar “o original”. A utilização das
novas tecnologias da informação e da comunicação (como a Internet, por exemplo) está a
aumentar as possibilidades de acesso e é especialmente benéfica para a preservação do
património intangível.
O valor dos museus reside nas suas colecções e nas competências específicas relacionadas
com elas e com os temas que representam. Através do alargamento e aumento arbitrários do
número de tópicos de um programa de exposições, os museus arriscam-se a perder as suas
competências individuais e específicas e podem ficar reduzidos a meros locais de eventos
sociais.
Quantificar o trabalho e o “rendimento” dos museus, focando apenas critérios numéricos (por
ex: o número de visitantes) pode ser ilusório. O crescimento pode não ser necessariamente
uma circunstância benéfica, a expansão nem sempre é uma decisão sensata. Se o
crescimento não for acompanhado de uma melhoria das infra-estruturas (espaço e pessoal),
os museus confrontar-se-ão com uma perda de qualidade e de valor das suas actividades. O
verdadeiro sucesso dos museus mede-se a partir de intangíveis difíceis de quantificar, como a
qualidade da investigação e educação, assim como o estudo, o cuidado e a manutenção das
colecções e, por fim, o nível de confiança do público.
Enquanto instituições sociais, os museus não são estáticos nem constantes, mas reflectem e
transmitem continuamente o que se passa à sua volta. Fazem parte do poder histórico, social
e nacional, das condições, das estruturas e da identidade que os rodeia. Ao mesmo tempo,
os museus influenciam estas políticas. Os acervos são frequentemente o reflexo do conjunto
representativo das identidades pessoais e nacionais. Nos museus, os objectos são repostos
no seu contexto, quer no domínio do conteúdo quer a nível geográfico. Os objectos
coleccionados podem estar afastados do seu contexto, bem como do seu significado e
utilidade de origem. Este é geralmente o caso dos objectos de carácter ritual ou sagrado. É
essencial que os museus respeitem a origem dos objectos. Idealmente, em vez ser retirado
do seu contexto original, devido ao seu valor material, um objecto é explicado e utilizado
para aprofundar o conhecimento sobre as conquistas humanas e culturais do passado (“o
património comum da humanidade” ou “património universal”). Os museus são os baluartes
deste saber e experiência. Ao contextualizar um objecto, no tempo e no espaço, os museus
partilham com os visitantes este conhecimento, bem como o significado contemporâneo do
objecto. Por isso, os museus deveriam ser participantes activos e não observadores passivos,
no processo de preservação do património, porque desempenham um papel primordial na
definição de estratégias que têm como objectivo alargar o conhecimento do património e a
identidade social.
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21 General Conference & 22 General Assembly of the International