UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
MARKETING GLOBAL NAS REDES SOCIAIS
Fabíola Beller dos Santos
[email protected]
Professor Uraci Castro Bonfim
Curitiba
2012
Resumo
O presente artigo tem como propósito introduzir ao conhecimento de todos
sobre a importância não só para pessoas comuns, mas também de pequenos
escritórios a grandes corporações que estão mudando a visão sobre o marketing
global utilizado nas redes sociais em todo o mundo. A comunicação entre clientes e
empresas, através de simples informações sobre seu próprio produto, interesses,
tendências, compartilhamento de gostos em comum, assim aumentando a audiência
através das redes e podendo indiretamente exigir melhorias. Estar no mundo
corporativo implica na elaboração de projetos que serão cada vez mais vistos pela
sua relação interativa com o global, e a rede é o instrumento que promove a
alteração, reorganização e construção dessa comunicação com o mundo
globalizado. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e considero que o
artigo funciona como uma ferramenta de sucesso vindo da tecnologia deixando o
acesso mais fácil entre os consumidores e os produtos desejados, assim as
corporações podem utilizar junto com suas inúmeras estratégias de vendas na
internet.
Palavras-chaves: marketing global, redes sociais, comunicação, vendas e internet.
Abstract
This article has the purpose of to introduce the knowledge of all about the
importance not only for regular people, but also from small offices to large
corporations that are changing the global marketing insight used in social networks
worldwide. Communication between customers and businesses through simple
information about your own product, interests, tendencies, sharing tastes in common,
so increasing the audience through networks and may indirectly require
improvements. Being in the corporate world implies the development of projects that
will be increasingly seen by its interactive relationship with the global network and is
the instrument that promotes change, reorganization and construction of this
communication with the globalized world. The methodology used was the
bibliographical research and I believe that the article functions as a tool for success
coming technology making easier access between consumers and the desired
products, so corporations can use together with many sales strategies on the
internet.
Keywords: global marketing, social network, communication, sales and internet.
2
1. INTRODUÇÃO
A globalização é considerada por muitos um processo revolucionário,
decorrente do avanço e desenvolvimento tecnológico dos últimos anos que tem
alterado todos os setores da sociedade. E o crescimento de muitas empresas que
tem buscado a entrada em novos continentes, levou o mercado a ser estudado a
fundo, pois cada mercado/País tem diferentes necessidades, e no que diz respeito
às estratégias de marketing global, a internet desempenha um papel essencial como
a arma de negócio mais poderosa no mundo empresarial, atualmente globalizado.
Fazem parte dessas estratégias pesquisar as necessidades dos consumidores, seu
público-alvo,
buscando
sempre
respeitar
as
diferenças
de
cada
País,
internacionalizando as empresas e as mantendo vivas no mercado altamente
competitivo. Onde o novo processo de produção é baseado na informação, ou seja,
o novo espaço industrial se organiza em torno do fluxo de informação, que é
disseminada nas redes sociais.
No histórico das redes, que teve seu início com um programa de chat nas
salas de bate-papo on line que ficavam cheias de usuários ávidos por conhecer e
conversar pela internet. Depois apareceram os comunicadores instantâneos como
ICQ e o MSN messenger. Em seguida veio o Orkut que se tornou por um período o
mais popular comunicador de 2004 a 2009 no Brasil, onde é publicado o perfil do
usuário, contendo informações que vão desde sua idade até sua lista de filmes
favoritos. O que possibilita buscar comunidades com grupos com os mesmos
interesses e dentro desses grupos encontrar velhos conhecidos ou descobrir
pessoas novas com os mesmos gostos, podendo adicioná-las a sua lista de
contatos, esta rede ainda existe, porém é pouco usada. Hoje em dia a rede mais
utilizada é o facebook, onde conquistou maior popularidade e é o principal site de
serviços e rede social usado atualmente. E o twitter que é uma fonte onde
consumidores postam sobre interesses e criticas sobre produtos que usam
tendencias da moda, gostos musicais e gastronomicos, assim influenciando
“amigos” virtuais e dando uma visão maior as empresas que devem buscar
melhorias aos seus produtos e aproveitando o meio interativo, para popularizar seus
produtos, fazendo propagandas e atraindo mais interesses sobre conhecer o que
3
está sendo comprado, podendo haver comparações entre marcas, qualidade,
elogios e criticas de outros usuários dos produtos ofertados. Assim as empresas
podem estar mostrando que estão entendendo mais seus consumidores, não só
sendo visto como um investimento de mídia. As redes sociais que a principio eram
apenas um serviço extra das empresas que as disponibilizava, hoje é produto de alto
lucro, onde o usuário final às vezes nem percebe que contribui para o crescimento
da empresa, simplesmente utilizando tal ferramenta, porque a forma de ganhar
dinheiro é basicamente igual da televisão: Propaganda! Para os nomes da empresa
que aparecem em um site que tem o seu anúncio, geralmente é cobrado
aproximadamente R$ 2,00 por cada mil vezes que aparece no site, dependendo do
tipo de anúncio.
As grandes e pequenas empresas começaram a fazer um estudo de inteligencia
do mercado, pois o fechamento de grandes negócios, já foi previamente pesquisado
pelo usuário anteriormente pela internet, assim a empresa tem que participar antes
no processo da decisão da compra para assim montar sua estratégia e nada melhor
que usar as redes sociais. Pois a conectividade é imediata, assim mostrando o mais
atual interesse do consumidor sempre interligado ao mundo.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nos tempos atuais se os departamentos de exportação são bem sucedidos,
muito se deve ao fato das negociações serem realizadas fora das sedes das
empresas, com diferenças de horário, com as barreiras linguisticas, onde dificultam a
competitividade das empresas no mercado estrangeiro, e para isso muitas vezes se
faz necessário abrir escritórios nesses países. Algumas empresas por vezes
compram firmas em países estrangeiros para poder utilizar lojas, fábricas e equipes
de trabalhos já constituídos naqueles locais, mas esses escritórios continuam a se
reportar às sedes, mas a maioria das decisões de marketing são tomadas
individualmente em cada país, onde o pessoal interno tem mais conhecimento sobre
os mercados – alvo. O desenvolvimento local dos produtos baseia-se nas
necessidades dos consumidores locais. Por isso há necessidade de marketing em
cada local de uma empresa, pois através dele é reconhecido que cada
4
mercado/País tem diferentes necessidades, e no que respeita as estratégias de
marketing global, a internet desempenha um papel essencial como a arma de
negócio mais poderosa no mundo empresarial, atualmente globalizado.
MARKETING
GLOBAL
MARKETING
Internacional
Estudos
MERCADO
S
Políticas
PRODUTO
Segmentação
MARCA
Distribuição
Internacional
Promoção
Internacional
Preços
Exportação
Figura 1: Modelo de Processo do Marketing Global
Desta forma entende-se como Marketing global, as ações estratégicas de
uma companhia direcionadas as áreas fora do País de origem da empresa. Em um
passado não muito distante as estratégias adotadas eram sempre padronizadas em
termos de: marca; embalagem, comunicação, ações de pdv, dentre outras.
Entretanto, hoje já é possível conceber estratégias de marketing global que
respeitam as diferenças existentes entre as diversas praças (países), influenciadas
por política, cultura, religião, aspectos sociais, costumes e comportamento dos
mercados almejados. Além destes, alguns outros fatores devem ser estudados para
a correta articulação das ações, tais como:
- Checagem dos significados das marcas, logos, slogans e demais
comunicações oficiais, no país de destino (Ex. montadora de automóveis);
- Estudar as competições entre concorrentes existentes, como por exemplo,
predomínio de produtos locais e/ou regionais (Ex. no mercado brasileiro de
refrigerantes, marcas de tubaínas possuem penetração em mercados locais);
- Estruturar os produtos de acordo com a legislação de cada país. Se
necessário, fazer adequações. (Ex. em alguns países do Oriente Médio, é
expressamente proibido entrada de produtos com componente a base de álcool sem
a adição de um desnaturante);
5
- Dimensionar as dificuldades de distribuição estratégica e escoamento dos
produtos. Alguns países possuem malha rodoviária deteriorada e alta custeio
logístico;
Com
as
eliminações
das
barreiras
tanto
alfandegárias
como
não
alfandegárias que protegiam nossas indústrias, a internacionalização vem a ser o
caminho natural para que as empresas brasileiras se mantenham vivas e
competitivas (RODRIGUES, 2004).
Ao se internacionalizar, a empresa aprimora seus métodos administrativos e
organizacionais. A diversificação de mercados é um processo inexorável do
processo exportador e conduzirá a aperfeiçoamentos da empresa, tanto no plano
doméstico quanto internacional por dominar novas tecnologias em seu processo
produtivo e desenvolvimento de estratégias de marketing e comercialização mais
avançadas (LOPEZ; GAMA, 2004).
Hoje a globalização, os avanços tecnológicos e os efeitos sobre o trabalho a
constituição da sociedade informal, a ocidentalização da cultura e superexposição
da mídia, são processos contemporâneos que produzem mudanças nos modos de
estar e sentir-se juntos, desarticulam formas tradicionais de coesão e modificam
modelos de sociabilidade. São várias as posições em relaçãoa como conceituar ou
mesmo estabelecer algum tipo de relação com a globalização.
Para alguns a globalização pode formar um sentimento contraditório,
referentes ao potencial diante de novas formas de exercer a liberdade e
responsabilidade para melhorar condições de vida. Emergindo na vida cotidiana,
criando algo como identidade global, que coexiste de alguma maneira com a cultura
local.
O surgimento das sociedades modernas transfere as relações sociais para
um território mais amplo onde as fronteiras desaparecem e, ao mesmo tempo,
colocam à disposição das coletividades um conjunto de referências resultado da
mundialização da cultura. Cada grupo social, na elaboração de suas identidades
coletivas, irá se apropriar destas das mais variadas maneiras. A sociedade global,
longe de incentivar a igualdade das identidades está marcada por uma hierarquia
clara e injusta. As identidades são diferentes e desiguais porque as instâncias que
as constroem tem distintas posições de poder e de legitimidade.
6
Uma identidade cultural se constitui como síntese da construção de múltiplos
significados distintivos, fruto de complexas interações sociais que desenvolvem
internamente cada grupo e em suas relações com outros, mediante as quais seus
membros se unificam e se diferenciam dos demais. E, além de proporcionar
elementos concretos de referência e comparação, resume o universo simbólico que
caracteriza a coletividade, porque estabelecem patrões singulares de interpretação
da realidade, códigos de vida e pensamento que permeiam as diversas formas de
manifestação, valores e sentidos.
Em um processo de constituição de identidades através de projetos culturais
as pessoas vêm se organizando em redes alternativas ou redes de solidariedade
social, como forma de se garantirem perante as relações sociais assimétricas e na
direção da constituição da sua identidade e acesso à cidadania. Nessa perspectiva,
entendemos como rede uma estrutura que apresenta a propriedade de
conectividade. Através de seus nós ela tem, simultaneamente, a potencialidade de
solidarizar ou de excluir, de promover a ordem e a desordem. Além disso, é uma
forma particular de organização, e no âmbito dos processos de integração, de
desintegração e de exclusão espacial, ela aparece como instrumento que viabiliza
duas estratégias: circular e comunicar.
As redes são animadas por fluxos. São dinâmicas e ativas, mas não trazem
em si mesmas seu princípio dinâmico, que é um movimento do social. Este é
animado tanto por dinâmicas locais quanto globais. As redes estruturam à sua
maneira o campo de forças das relações de cooperação e de antagonismo que
estão presentes na sociedade humana. São de fato instrumentos de poder e de
rivalidades para seu controle. Elas são suscetíveis de funcionar como instrumentos
de integração e de exclusão, na linha direta dos processos de diferenciação. Além
disso, as redes técnicas em sua relação com o território evidenciam que essa
relação é ambígua: ora a rede é “fator de coesão”, ela solidariza, ela homogeneíza;
ora ela transgride os territórios, opondo às malhas institucionais suas lógicas
funcionais. Nesse aspecto, a análise da evolução das redes, distinguindo sua
infraestrutura, seus serviços e seu comando, permite-nos superar esta contradição
evidenciando que sua participação é essencial para a construção de novas escalas
territoriais, ainda que seu papel não seja determinante, mas de acompanhamento,
na estruturação dos territórios.
7
Estar em rede, em tempos de globalização, é um processo no qual os
indivíduos, num processo de interação, de intersubjetividade, de mediação cultural,
buscam um redimensionamento do espaço público, ainda que, muitas vezes, de
forma inconsciente. Toda cultura tem suas próprias práticas distintivas para criar e
manter redes sociais. Ao se pensar nas maneiras culturalmente apropriadas de usar
tecnologias sociais o melhor de partida são as pessoas: comunidades coerentes de
pessoas e as maneiras como elas pensam e como podem se incorporar em
processos sociais mais amplos. As tecnologias de rede em geral podem ser usadas
para criar um espaço para as "comunidades da prática", e para desenvolverem
práticas culturais da comunicação. O espaço mundial deu lugar a uma maior
visibilidade das culturas. O desenvolvimento das tecnologias de comunicação
também desempenhou neste espaço um papel importante. Fez com que a
proximidade das culturas tornasse a sua coexistência muito mais palpável.
Figura 2: Globalização
8
2.1 Webmarketing
Devido à criação da Internet, inúmeras empresas passaram a atuar no
ambiente web, além do ambiente “convencional”, com isso foi necessário uma
readequação dos formatos de marketing para serem utilizados na web, um ambiente
novo. Temos então o surgimento do webmarketing, tido como uma nova ferramenta,
uma vertente a mais do marketing.
O webmarketing nada mais é que o marketing aplicado na internet, um de
conjunto de instrumentos e modos de operação que visam realçar a presença de
uma empresa, profissional, pessoa, ou o que quer que seja através da utilização da
Internet. Com a utilização de mecanismos simples, muitas vezes semelhantes aos
utilizados no marketing “convencional”. Empresas em todo mundo adotam
estratégias de webmarketing, devido ser uma forma eficaz e de baixo custo de se
promover e divulgar produtos.
Graças ao crescimento assombroso do número de internautas mundialmente,
o que trouxe os consumidores para o ambiente on-line, houve um crescimento no
volume de transações de comércio e serviços e isso atraiu a atenção das grandes
corporações, que passaram a se integrar com o ambiente virtual, com o intuito de
atender as novas necessidades de seus clientes.
Existem inúmeras ferramentas que são utilizadas na internet, muitos
conhecem, mas não a tem como uma ferramenta de marketing, algumas delas são:

Banners;

E-mail marketing;

Links patrocinados;

Programa de afiliados;

Rich Media (são animações que surgem na tela do computador);

Sites de busca e comparação.
As empresas têm vislumbrado excelentes lucros com a atuação nas duas
frentes, física e virtual, uma auxiliando de certa forma a outra, assim o comércio
9
eletrônico conquistou seu espaço e vem crescendo ano-a-ano. Como exemplos de
empresas que crescem com o marketing pela internet podemos citar dois casos o
Google e o BuscaPé, um internacional e o outro nacional, ambos se utilizam do
modelo gratuito de distribuição da informação o que lhes dá ampla vantagem sobre
outras empresas do gênero. O Google não é um mero site de buscas como muitos já
devem ter notado, mas diversas vezes vemos esse pensamento, hoje ela é uma das
empresas que mais fatura no mundo e se utiliza de algo muito simples, que é a
propaganda na internet a baixo custo, onde o cliente tem exposto seus anúncios nas
páginas do Google e diversos outros sites das mais diferentes categorias, através do
programa AdSense, onde empresas e pessoas que possuem sites podem se filiar ao
programa com a finalidade de serem rentabilizadas pela exposição de anúncios em
suas páginas, assim o Google divide parte de sua receita com esses terceiros. Além
disso, o Google oferece a seus clientes e visitantes inúmeras inovações e soluções
para o cotidiano. O BuscaPé não é muito diferente do “modelo Google”, suas
principais diferenças se encontram no modo de operação de seu site que está
centrado na busca e comparação de preços, de produtos e serviços, o que
atualmente o Google vem propiciando a seus usuários. Outro ponto é que o
BuscaPé conta com o sistema de afiliados muito semelhante ao AdSense, onde
donos de sites se filiam com o intuito de gerar renda através da exposição de
anúncios.
Ambos os sites auxiliam as empresas que migraram para o ambiente on-line a
alcançar uma maior visualização junto aos novos consumidores, auxiliando-as a
expor seus produtos, servindo como uma espécie de vitrine. Assim elas praticam
algumas das estratégias de webmarketing.
Alguns fatores são preponderantes para se utilizar o marketing na Internet:
- Alcança as camadas formadoras e multiplicadoras de opinião;
- Trata-se de uma mídia com custo absoluto e relativo muito baixo,
oferecendo alto índice de retorno sobre investimento em comunicação;
- Oferece mais que qualquer outra mídia, a interatividade imediata,
potencializando o efeito da mensagem publicitária, se bem criada e produzida;
- Reduz custos e aumenta a agilidade;
10
- Facilidade de acesso às informações dos seus produtos e/ou serviços;
- A Internet é uma das maiores mídias do mundo, se não a maior.
2.2 As redes Sociais como Ferramenta de Comunicação do Marketing
Castells (2006) contextualizou historicamente o surgimento das redes que
segundo o autor surgiram com o fim da Guerra Fria e com a redução do risco do
holocausto nuclear, alterando a geopolítica global. O sistema capitalista passou por
um processo de reestruturação, com a descentralização das empresas e a sua
organização em redes, interna e externamente. Do ponto de vista social, houve um
declínio do movimento dos trabalhadores, com uma forte individualização e
diversificação
das
relações
de
trabalho,
e
a
intervenção
estatal
para
desregulamentar os mercados e um aumento da concorrência global. Os
movimentos sociais passaram a ser fragmentados e locais, com objetivos efêmeros.
Escreve Castells (2006, p.41) que “neste mundo de mudanças confusas e
incontroladas, as pessoas tendem a reagrupar-se em torno de identidades primárias:
religiosas, étnicas, territoriais, nacionais”. A busca de identidade, seja coletiva ou
individual, torna-se a fonte básica de significado social e as pessoas cada vez mais
organizam seu significado em torno não do que fazem, mas sim no que elas são ou
acreditam que são. À medida que as identidades se tornam cada vez mais
específicas e difíceis de compartilhar, há uma maior fragmentação social, criando
uma crescente dificuldade de comunicação entre os grupos sociais. No momento em
que se rompe totalmente a comunicação, surge uma alienação dos grupos, que
passam a considerar estranhos uns aos outros.
Wasserman e Faust (2007) explicam que a análise das redes sociais é um
estudo distinto das ciências sociais e comportamentais por assumir a importância
dos relacionamentos entre as partes interativas. Os atores e suas ações são vistas
como interdependentes, seus laços (links) são canais de transferência ou fluxo de
recursos, sejam materiais ou não materiais. Além disso, a estrutura em rede pode
trazer tanto oportunidades quanto o cerceamento de ações individuais. Por fim, os
11
modelos de redes podem dar uma ideia de estrutura, seja ela social, econômica,
política e assim por diante, que se tornam padrões de relacionamentos perenes.
Podem-se definir três níveis de conexões nas redes sociais: interação,
relação e laços sociais. Na interação existe uma dependência da ação do outro para
ocorrer uma reação e possui um caráter comunicativo entre o indivíduo e seus
pares. Já a relação, considerada unidade básica de análise de uma rede social,
envolve uma grande quantidade de interações. Estas interações podem ser capazes
de construir ou acrescentar algo nas relações, mas também podem ser conflituosos
e diminuir a força do laço social. Por fim, o laço social é o resultado da sedimentação
das relações estabelecidas pelos agentes; são formas mais institucionalizadas de
conexão entre os atores, constituídos no tempo pela da interação social.
(RECUERO, 2009).
Granovetter (1973, p. 1361) define o que são laços fortes e o que são laços
fracos. A força de um laço é “uma combinação de tempo, intensidade emocional,
intimidade (confiança mútua) e serviços recíprocos que caracterizam o laço”. Apesar
de existirem independentemente um do outro, estes atributos são fortemente
correlacionados, complementa Granovetter (1973). Já os laços fracos são
fundamentais para a propagação de qualquer coisa que pretenda ser difundido pelas
redes sociais. Por meio dos laços fortes as pessoas tendem as receber a mesma
mensagem várias vezes, o que acaba diminuindo a motivação de reenviá-las, e a
mensagem acaba percorrendo uma distância social menor do que a mensagem que
passasse pelos laços fracos.
Recuero (2009, p.50) define o capital social como “um conjunto de recursos
de um determinado grupo […] que pode ser usufruído por todos os membros do
grupo, ainda que individualmente, e que está baseado na reciprocidade […]”. O
conceito de capital social pode ser operacionalizado nas redes sociais em cinco
categorias:
1. relacional, que inclui as relações, laços e trocas que conectam os indivíduos a
uma rede;
2. normativo, ou seja, as normas de comportamento de um determinado grupo e os
valores deste grupo;
3. cognitivo, que compreende o conhecimento e as informações colocadas em
comum por um grupo;
12
4. confiança no ambiente social, ou a confiança no comportamento de indivíduos
num determinado ambiente e,
5. institucional, englobando as instituições formais e informais que estruturam os
grupos, onde se conhece as regras de interação social e cujo nível de cooperação e
coordenação é bastante alto.
Recuero (2009) comenta que a Internet trouxe mudanças fundamentais para
a sociedade, sendo uma das mais significativas a possibilidade de expressão e
socialização por meio de computadores. Para Recuero (2009, p.24),
O estudo das redes sociais na Internet procura focar principalmente em como
as estruturas sociais surgem, de que tipo são, como são compostas através da
comunicação mediada pelo computador e como essas interações são capazes de
gerar fluxos de informações e trocas sociais que impactam nessas estruturas.
O uso da Internet contribui para elevar a sociabilidade das pessoas no
universo off-line, segundo Castells (2003). O autor referencia-se a estudos que
reforçam essa maior sociabilidade, apontando que “o uso da Internet fortalece as
relações sociais tanto à distância quanto num nível local para laços fortes e fracos,
para fins instrumentais ou emocionais, bem como para participação social na
comunidade”. (CASTELLS, 2003, p.103). Os usuários também frequentam mais
eventos de arte, lêem mais literatura, vêem e praticam mais esportes e assistam a
mais filmes que os não usuários.
Li e Bernoff (2009) chamam a atenção para uma tendência das pessoas
usarem ferramentas online para se conectar, assumir o controle das suas
experiências e obterem informação, auxílio, ideias, produtos e poder de barganha
uns dos outros. Para este movimento que acontece de forma espontânea, cunharam
o termo groundswell. Segundo Li e Bernoff (2009, p.10), “groundswell é uma
tendência social na qual as pessoas usam a tecnologia para obter o que desejam
uma das outras, e não com instituições tradicionais como corporações”. Esta
tendência ocorre pela colisão de três forças: pessoas, tecnologia e aspectos
financeiros. As pessoas sempre contaram uma com as outras e rebelam-se contra
poderes institucionalizados; a tecnologia possibilitou conexões rápidas, onipresentes
e de forma muito mais interativa. Por fim, na Internet, tráfego é sinônimo de dinheiro,
onde os gastos com publicidade online têm sido cada vez maiores.
13
Ainda segundo Li e Bernoff (2009), os criadores são os consumidores online
que ao menos uma vez por mês publicam um blog ou artigo online, mantém uma
página na Internet ou fazem um upload de vídeo ou áudio. Já os críticos são
reativos, ou seja, postam comentários em blogs, fóruns online, escrevem críticas e
editam wikis. Os colecionadores, por sua vez, armazenam URL’s, usam RSS ou
votam em sites favoritos. O grupo de participantes são os usuários de sites de
relacionamento social, como o Facebook e o MySpace. Os espectadores consomem
o que o restante produz e são o maior grupo.
Por fim, são os inativos são os consumidores que não participam, em-bora
estejam online.
Pelo perfil tecnográfico social representado na figura 1, pode-se entender
como as tecnologias sociais estão sendo usadas por qualquer grupo de clientes,
possibilitando a empresa elaborar uma estratégia social adequada.
Em pesquisa realizada em setembro o IBOPE (2012) relacionou número de
brasileiros com acesso à internet em casa e no ambiente de trabalho chegou a 70,9
milhões de pessoas Desse total, 50,8 milhões foram usuários ativos, com média de
2.731 páginas vistas ao longo do mês. Os sites de busca, portais e comunidades,
que incluem blogs e redes sociais, foram os mais acessados pelos internautas
brasileiros no período. As redes sociais e outras páginas com foco no conteúdo
produzido pelos usuários cresceram 11,6% na comparação com setembro do ano
passado. Outra categoria que apresentou crescimento foram os sites de vídeos e
páginas com informações, produtos e serviços relativos à indústria do cinema. Na
comparação
entre
os
períodos,
esses
tipos
de
site
cresceram
13,8%.
Os sites de lojas de departamento virtuais também apresentaram aumento
de 11,5% de audiência em relação ao mesmo período do ano anterior.
No segundo trimestre deste ano, o total de brasileiros com acesso à internet
chegou a 83,4 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 13,1%
sobre o mesmo período de 2010 e de 7,2% sobre 2011.
14
Figura 3: Modelo de uso das redes sociais
A presença ativa do brasileiro nos sites de redes sociais, aliada à atuação das
marcas na Internet, tem transformado o cenário da comunicação e marketing de
produtos e serviços. A web tem aproximado as relações entre clientes,
consumidores e marcas, pois a sociabilidade que ela proporciona entre os atuantes
do ambiente digital tem permitido maior gerenciamento e monitoramento nas
relações entre as partes, provocando a humanização das marcas e possibilitando
um relacionamento único, próximo e, em muitos casos, duradouro. Essa
aproximação é dada por meio das interações promovidas e realizadas no âmbito
social da rede.
Segundo pesquisa da Trendstream/Lightspeed Research (KOTLER, 2010), as
pessoas confiam mais em desconhecidos que fazem parte de suas redes sociais do
que em especialistas. Essas pessoas reúnem-se em comunidades, fóruns e grupos
com o mesmo interesse para propor discussão sobre produtos e serviços, relatar
experiências e expressar opinião, neutra, positiva ou negativa. Dessa forma
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verificamos que as marcas já estão sendo mencionadas na web, tendo elas uma
presença on-line ou não.
Figura 4: Redes Sociais e a rotina dos usuários
Por isso é de interesse das empresas usar a rede ao seu favor, essa é a
máxima da maioria das empresas que procuram criar estratégias de marketing por
meio de redes sociais para alcançar novos clientes e fornecedores ou mesmo
fidelizar os antigos. Desta forma essa ferramenta permite que os empreendedores
consigam descobrir que o seu público alvo deseja e também o que os consumidores
pensam sobre os serviços e produtos oferecidos. Mas construir um verdadeiro
relacionamento on-line não é uma atividade simples. Para atingir um sucesso é
preciso entender que redes como Facebook, Twitter, Orkut, Youtube, Facebook e
Myspace como exemplo, são plataformas novas de negócios e merecem a devida
atenção e cuidado.
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OS CLIENTES DEVEM CONHECER O
NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO O
primeiro passo das empresas nas redes
sociais é fazer uma publicidade em mídias
tradicionais ou por meio do boca a boca
para que o público alvo conheça os novos
canais de comunicação da marca.
Oferecer múltiplas plataformas de
interação que permite ao usuário escolher
aquela que se sente mais confortável para
se comunicar com o negócio.
REALIZAR PROMOÇÕES Redes sociais
são importantes ferramentas para fortalecer
as ações de marketing do negócio. Realizar
promoções exclusivas nesse canal permite
aos seguidores da marca conhecer os
produtos e descontos oferecidos pela
empresa. Ao utilizar esse veículo como
estratégia promocional, a empresa também
estará economizando o montante que
gastaria com anúncios tradicionais
Envolver o seu público na rede As
páginas empresariais nas redes sociais
devem servir para criar um diálogo entre o
negócio e o seu público-alvo. Isso permite
uma interação e aproximação entre as
partes. Para que esse envolvimento seja
bem-sucedido, é interessante descobrir o
perfil dessa comunidade na rede e como os
seus membros querem se comunicar
ROTINA NAS ATUALIZAÇÕES As
plataformas de comunicação social devem
fidelizar os seus seguidores. Para isso, é
importante que as empresas possuam uma
rotina de horários para a atualização dos
posts. Manter os fãs e seguidores do negócio
cientes do que está sendo lançado no
mercado é fundamenal para que eles estejam
em contato permanente com a sua marca
Figura 5: Formas de utilização das redes pelos empreendedores
O planejamento estratégico de marketing deve ser elaborado pelos
administradores depois que o planejamento estratégico da organização como um
todo estiver concluído. Ele afirma que todas as áreas funcionais da organização
devem ter o seu próprio planejamento, e a área de marketing é uma das mais
importantes. Esse planejamento deve ser guiado pela missão e pelos objetivos
principais da organização (ETZEL; WALKER, 1974).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A certeza que temos é de que cada vez mais vivemos num mundo menor e
interligado. E que isso é bom. O fato é que as redes sociais estão presentes no
nosso dia a dia, influenciando a sociedade criando tendências, expandindo
informações e incentivando relacionamentos. Onde as empresas também utilizam
essa plataforma para disseminar de maneira mais rápida e alinhada informações a
respeito de novos produtos, serviços, parcerias e iniciativas estratégicas, tendo um
ciclo de venda mais rápido e com melhores resultados.
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Hoje em dia as pessoas passam a pensar globalmente e agir localmente,
utilizando as redes, que são globais e transportam o universal ao local, unindo
pontos distantes e conectando os usuários no mundo. Atualmente acontece nas
redes sociais uma mistura de serviços e interesses pessoais aos quais
presenciamos por trocas de informações das mais variadas culturas.
Enfim, este artigo teve a intenção de iniciar uma reflexão sobre como o ato da
comunicação é um dos sentidos que estão no cerne da globalização e da
sustentação da diversidade cultural. A comunicação é uma das vias pelas quais os
indivíduos expressam sua identidade, opiniões e intenções, e as confrontam e
dividem com outros indivíduos, muitas vezes de culturas diferentes.
18
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Negócios e a Sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede: A Era da Informação: economia,
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Advertising Research, v. 14, n. 3, p. 41-44, 1974.
GRANOVETTER, Mark. S.. The Strength of Weak Ties. The American Journal of
Sociology. v. 78, n. 6, p. 1360-1380, May 1973.
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forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Editora
Elsevier, 2010.
RODRIGUES, Waldemar. Comércio Exterior Teoria e Gestão. São Paulo: Atlas, p.
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marketing global nas redes sociais - TCC On-line