UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ MARKETING GLOBAL NAS REDES SOCIAIS Fabíola Beller dos Santos [email protected] Professor Uraci Castro Bonfim Curitiba 2012 Resumo O presente artigo tem como propósito introduzir ao conhecimento de todos sobre a importância não só para pessoas comuns, mas também de pequenos escritórios a grandes corporações que estão mudando a visão sobre o marketing global utilizado nas redes sociais em todo o mundo. A comunicação entre clientes e empresas, através de simples informações sobre seu próprio produto, interesses, tendências, compartilhamento de gostos em comum, assim aumentando a audiência através das redes e podendo indiretamente exigir melhorias. Estar no mundo corporativo implica na elaboração de projetos que serão cada vez mais vistos pela sua relação interativa com o global, e a rede é o instrumento que promove a alteração, reorganização e construção dessa comunicação com o mundo globalizado. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e considero que o artigo funciona como uma ferramenta de sucesso vindo da tecnologia deixando o acesso mais fácil entre os consumidores e os produtos desejados, assim as corporações podem utilizar junto com suas inúmeras estratégias de vendas na internet. Palavras-chaves: marketing global, redes sociais, comunicação, vendas e internet. Abstract This article has the purpose of to introduce the knowledge of all about the importance not only for regular people, but also from small offices to large corporations that are changing the global marketing insight used in social networks worldwide. Communication between customers and businesses through simple information about your own product, interests, tendencies, sharing tastes in common, so increasing the audience through networks and may indirectly require improvements. Being in the corporate world implies the development of projects that will be increasingly seen by its interactive relationship with the global network and is the instrument that promotes change, reorganization and construction of this communication with the globalized world. The methodology used was the bibliographical research and I believe that the article functions as a tool for success coming technology making easier access between consumers and the desired products, so corporations can use together with many sales strategies on the internet. Keywords: global marketing, social network, communication, sales and internet. 2 1. INTRODUÇÃO A globalização é considerada por muitos um processo revolucionário, decorrente do avanço e desenvolvimento tecnológico dos últimos anos que tem alterado todos os setores da sociedade. E o crescimento de muitas empresas que tem buscado a entrada em novos continentes, levou o mercado a ser estudado a fundo, pois cada mercado/País tem diferentes necessidades, e no que diz respeito às estratégias de marketing global, a internet desempenha um papel essencial como a arma de negócio mais poderosa no mundo empresarial, atualmente globalizado. Fazem parte dessas estratégias pesquisar as necessidades dos consumidores, seu público-alvo, buscando sempre respeitar as diferenças de cada País, internacionalizando as empresas e as mantendo vivas no mercado altamente competitivo. Onde o novo processo de produção é baseado na informação, ou seja, o novo espaço industrial se organiza em torno do fluxo de informação, que é disseminada nas redes sociais. No histórico das redes, que teve seu início com um programa de chat nas salas de bate-papo on line que ficavam cheias de usuários ávidos por conhecer e conversar pela internet. Depois apareceram os comunicadores instantâneos como ICQ e o MSN messenger. Em seguida veio o Orkut que se tornou por um período o mais popular comunicador de 2004 a 2009 no Brasil, onde é publicado o perfil do usuário, contendo informações que vão desde sua idade até sua lista de filmes favoritos. O que possibilita buscar comunidades com grupos com os mesmos interesses e dentro desses grupos encontrar velhos conhecidos ou descobrir pessoas novas com os mesmos gostos, podendo adicioná-las a sua lista de contatos, esta rede ainda existe, porém é pouco usada. Hoje em dia a rede mais utilizada é o facebook, onde conquistou maior popularidade e é o principal site de serviços e rede social usado atualmente. E o twitter que é uma fonte onde consumidores postam sobre interesses e criticas sobre produtos que usam tendencias da moda, gostos musicais e gastronomicos, assim influenciando “amigos” virtuais e dando uma visão maior as empresas que devem buscar melhorias aos seus produtos e aproveitando o meio interativo, para popularizar seus produtos, fazendo propagandas e atraindo mais interesses sobre conhecer o que 3 está sendo comprado, podendo haver comparações entre marcas, qualidade, elogios e criticas de outros usuários dos produtos ofertados. Assim as empresas podem estar mostrando que estão entendendo mais seus consumidores, não só sendo visto como um investimento de mídia. As redes sociais que a principio eram apenas um serviço extra das empresas que as disponibilizava, hoje é produto de alto lucro, onde o usuário final às vezes nem percebe que contribui para o crescimento da empresa, simplesmente utilizando tal ferramenta, porque a forma de ganhar dinheiro é basicamente igual da televisão: Propaganda! Para os nomes da empresa que aparecem em um site que tem o seu anúncio, geralmente é cobrado aproximadamente R$ 2,00 por cada mil vezes que aparece no site, dependendo do tipo de anúncio. As grandes e pequenas empresas começaram a fazer um estudo de inteligencia do mercado, pois o fechamento de grandes negócios, já foi previamente pesquisado pelo usuário anteriormente pela internet, assim a empresa tem que participar antes no processo da decisão da compra para assim montar sua estratégia e nada melhor que usar as redes sociais. Pois a conectividade é imediata, assim mostrando o mais atual interesse do consumidor sempre interligado ao mundo. 2. REFERENCIAL TEÓRICO Nos tempos atuais se os departamentos de exportação são bem sucedidos, muito se deve ao fato das negociações serem realizadas fora das sedes das empresas, com diferenças de horário, com as barreiras linguisticas, onde dificultam a competitividade das empresas no mercado estrangeiro, e para isso muitas vezes se faz necessário abrir escritórios nesses países. Algumas empresas por vezes compram firmas em países estrangeiros para poder utilizar lojas, fábricas e equipes de trabalhos já constituídos naqueles locais, mas esses escritórios continuam a se reportar às sedes, mas a maioria das decisões de marketing são tomadas individualmente em cada país, onde o pessoal interno tem mais conhecimento sobre os mercados – alvo. O desenvolvimento local dos produtos baseia-se nas necessidades dos consumidores locais. Por isso há necessidade de marketing em cada local de uma empresa, pois através dele é reconhecido que cada 4 mercado/País tem diferentes necessidades, e no que respeita as estratégias de marketing global, a internet desempenha um papel essencial como a arma de negócio mais poderosa no mundo empresarial, atualmente globalizado. MARKETING GLOBAL MARKETING Internacional Estudos MERCADO S Políticas PRODUTO Segmentação MARCA Distribuição Internacional Promoção Internacional Preços Exportação Figura 1: Modelo de Processo do Marketing Global Desta forma entende-se como Marketing global, as ações estratégicas de uma companhia direcionadas as áreas fora do País de origem da empresa. Em um passado não muito distante as estratégias adotadas eram sempre padronizadas em termos de: marca; embalagem, comunicação, ações de pdv, dentre outras. Entretanto, hoje já é possível conceber estratégias de marketing global que respeitam as diferenças existentes entre as diversas praças (países), influenciadas por política, cultura, religião, aspectos sociais, costumes e comportamento dos mercados almejados. Além destes, alguns outros fatores devem ser estudados para a correta articulação das ações, tais como: - Checagem dos significados das marcas, logos, slogans e demais comunicações oficiais, no país de destino (Ex. montadora de automóveis); - Estudar as competições entre concorrentes existentes, como por exemplo, predomínio de produtos locais e/ou regionais (Ex. no mercado brasileiro de refrigerantes, marcas de tubaínas possuem penetração em mercados locais); - Estruturar os produtos de acordo com a legislação de cada país. Se necessário, fazer adequações. (Ex. em alguns países do Oriente Médio, é expressamente proibido entrada de produtos com componente a base de álcool sem a adição de um desnaturante); 5 - Dimensionar as dificuldades de distribuição estratégica e escoamento dos produtos. Alguns países possuem malha rodoviária deteriorada e alta custeio logístico; Com as eliminações das barreiras tanto alfandegárias como não alfandegárias que protegiam nossas indústrias, a internacionalização vem a ser o caminho natural para que as empresas brasileiras se mantenham vivas e competitivas (RODRIGUES, 2004). Ao se internacionalizar, a empresa aprimora seus métodos administrativos e organizacionais. A diversificação de mercados é um processo inexorável do processo exportador e conduzirá a aperfeiçoamentos da empresa, tanto no plano doméstico quanto internacional por dominar novas tecnologias em seu processo produtivo e desenvolvimento de estratégias de marketing e comercialização mais avançadas (LOPEZ; GAMA, 2004). Hoje a globalização, os avanços tecnológicos e os efeitos sobre o trabalho a constituição da sociedade informal, a ocidentalização da cultura e superexposição da mídia, são processos contemporâneos que produzem mudanças nos modos de estar e sentir-se juntos, desarticulam formas tradicionais de coesão e modificam modelos de sociabilidade. São várias as posições em relaçãoa como conceituar ou mesmo estabelecer algum tipo de relação com a globalização. Para alguns a globalização pode formar um sentimento contraditório, referentes ao potencial diante de novas formas de exercer a liberdade e responsabilidade para melhorar condições de vida. Emergindo na vida cotidiana, criando algo como identidade global, que coexiste de alguma maneira com a cultura local. O surgimento das sociedades modernas transfere as relações sociais para um território mais amplo onde as fronteiras desaparecem e, ao mesmo tempo, colocam à disposição das coletividades um conjunto de referências resultado da mundialização da cultura. Cada grupo social, na elaboração de suas identidades coletivas, irá se apropriar destas das mais variadas maneiras. A sociedade global, longe de incentivar a igualdade das identidades está marcada por uma hierarquia clara e injusta. As identidades são diferentes e desiguais porque as instâncias que as constroem tem distintas posições de poder e de legitimidade. 6 Uma identidade cultural se constitui como síntese da construção de múltiplos significados distintivos, fruto de complexas interações sociais que desenvolvem internamente cada grupo e em suas relações com outros, mediante as quais seus membros se unificam e se diferenciam dos demais. E, além de proporcionar elementos concretos de referência e comparação, resume o universo simbólico que caracteriza a coletividade, porque estabelecem patrões singulares de interpretação da realidade, códigos de vida e pensamento que permeiam as diversas formas de manifestação, valores e sentidos. Em um processo de constituição de identidades através de projetos culturais as pessoas vêm se organizando em redes alternativas ou redes de solidariedade social, como forma de se garantirem perante as relações sociais assimétricas e na direção da constituição da sua identidade e acesso à cidadania. Nessa perspectiva, entendemos como rede uma estrutura que apresenta a propriedade de conectividade. Através de seus nós ela tem, simultaneamente, a potencialidade de solidarizar ou de excluir, de promover a ordem e a desordem. Além disso, é uma forma particular de organização, e no âmbito dos processos de integração, de desintegração e de exclusão espacial, ela aparece como instrumento que viabiliza duas estratégias: circular e comunicar. As redes são animadas por fluxos. São dinâmicas e ativas, mas não trazem em si mesmas seu princípio dinâmico, que é um movimento do social. Este é animado tanto por dinâmicas locais quanto globais. As redes estruturam à sua maneira o campo de forças das relações de cooperação e de antagonismo que estão presentes na sociedade humana. São de fato instrumentos de poder e de rivalidades para seu controle. Elas são suscetíveis de funcionar como instrumentos de integração e de exclusão, na linha direta dos processos de diferenciação. Além disso, as redes técnicas em sua relação com o território evidenciam que essa relação é ambígua: ora a rede é “fator de coesão”, ela solidariza, ela homogeneíza; ora ela transgride os territórios, opondo às malhas institucionais suas lógicas funcionais. Nesse aspecto, a análise da evolução das redes, distinguindo sua infraestrutura, seus serviços e seu comando, permite-nos superar esta contradição evidenciando que sua participação é essencial para a construção de novas escalas territoriais, ainda que seu papel não seja determinante, mas de acompanhamento, na estruturação dos territórios. 7 Estar em rede, em tempos de globalização, é um processo no qual os indivíduos, num processo de interação, de intersubjetividade, de mediação cultural, buscam um redimensionamento do espaço público, ainda que, muitas vezes, de forma inconsciente. Toda cultura tem suas próprias práticas distintivas para criar e manter redes sociais. Ao se pensar nas maneiras culturalmente apropriadas de usar tecnologias sociais o melhor de partida são as pessoas: comunidades coerentes de pessoas e as maneiras como elas pensam e como podem se incorporar em processos sociais mais amplos. As tecnologias de rede em geral podem ser usadas para criar um espaço para as "comunidades da prática", e para desenvolverem práticas culturais da comunicação. O espaço mundial deu lugar a uma maior visibilidade das culturas. O desenvolvimento das tecnologias de comunicação também desempenhou neste espaço um papel importante. Fez com que a proximidade das culturas tornasse a sua coexistência muito mais palpável. Figura 2: Globalização 8 2.1 Webmarketing Devido à criação da Internet, inúmeras empresas passaram a atuar no ambiente web, além do ambiente “convencional”, com isso foi necessário uma readequação dos formatos de marketing para serem utilizados na web, um ambiente novo. Temos então o surgimento do webmarketing, tido como uma nova ferramenta, uma vertente a mais do marketing. O webmarketing nada mais é que o marketing aplicado na internet, um de conjunto de instrumentos e modos de operação que visam realçar a presença de uma empresa, profissional, pessoa, ou o que quer que seja através da utilização da Internet. Com a utilização de mecanismos simples, muitas vezes semelhantes aos utilizados no marketing “convencional”. Empresas em todo mundo adotam estratégias de webmarketing, devido ser uma forma eficaz e de baixo custo de se promover e divulgar produtos. Graças ao crescimento assombroso do número de internautas mundialmente, o que trouxe os consumidores para o ambiente on-line, houve um crescimento no volume de transações de comércio e serviços e isso atraiu a atenção das grandes corporações, que passaram a se integrar com o ambiente virtual, com o intuito de atender as novas necessidades de seus clientes. Existem inúmeras ferramentas que são utilizadas na internet, muitos conhecem, mas não a tem como uma ferramenta de marketing, algumas delas são: Banners; E-mail marketing; Links patrocinados; Programa de afiliados; Rich Media (são animações que surgem na tela do computador); Sites de busca e comparação. As empresas têm vislumbrado excelentes lucros com a atuação nas duas frentes, física e virtual, uma auxiliando de certa forma a outra, assim o comércio 9 eletrônico conquistou seu espaço e vem crescendo ano-a-ano. Como exemplos de empresas que crescem com o marketing pela internet podemos citar dois casos o Google e o BuscaPé, um internacional e o outro nacional, ambos se utilizam do modelo gratuito de distribuição da informação o que lhes dá ampla vantagem sobre outras empresas do gênero. O Google não é um mero site de buscas como muitos já devem ter notado, mas diversas vezes vemos esse pensamento, hoje ela é uma das empresas que mais fatura no mundo e se utiliza de algo muito simples, que é a propaganda na internet a baixo custo, onde o cliente tem exposto seus anúncios nas páginas do Google e diversos outros sites das mais diferentes categorias, através do programa AdSense, onde empresas e pessoas que possuem sites podem se filiar ao programa com a finalidade de serem rentabilizadas pela exposição de anúncios em suas páginas, assim o Google divide parte de sua receita com esses terceiros. Além disso, o Google oferece a seus clientes e visitantes inúmeras inovações e soluções para o cotidiano. O BuscaPé não é muito diferente do “modelo Google”, suas principais diferenças se encontram no modo de operação de seu site que está centrado na busca e comparação de preços, de produtos e serviços, o que atualmente o Google vem propiciando a seus usuários. Outro ponto é que o BuscaPé conta com o sistema de afiliados muito semelhante ao AdSense, onde donos de sites se filiam com o intuito de gerar renda através da exposição de anúncios. Ambos os sites auxiliam as empresas que migraram para o ambiente on-line a alcançar uma maior visualização junto aos novos consumidores, auxiliando-as a expor seus produtos, servindo como uma espécie de vitrine. Assim elas praticam algumas das estratégias de webmarketing. Alguns fatores são preponderantes para se utilizar o marketing na Internet: - Alcança as camadas formadoras e multiplicadoras de opinião; - Trata-se de uma mídia com custo absoluto e relativo muito baixo, oferecendo alto índice de retorno sobre investimento em comunicação; - Oferece mais que qualquer outra mídia, a interatividade imediata, potencializando o efeito da mensagem publicitária, se bem criada e produzida; - Reduz custos e aumenta a agilidade; 10 - Facilidade de acesso às informações dos seus produtos e/ou serviços; - A Internet é uma das maiores mídias do mundo, se não a maior. 2.2 As redes Sociais como Ferramenta de Comunicação do Marketing Castells (2006) contextualizou historicamente o surgimento das redes que segundo o autor surgiram com o fim da Guerra Fria e com a redução do risco do holocausto nuclear, alterando a geopolítica global. O sistema capitalista passou por um processo de reestruturação, com a descentralização das empresas e a sua organização em redes, interna e externamente. Do ponto de vista social, houve um declínio do movimento dos trabalhadores, com uma forte individualização e diversificação das relações de trabalho, e a intervenção estatal para desregulamentar os mercados e um aumento da concorrência global. Os movimentos sociais passaram a ser fragmentados e locais, com objetivos efêmeros. Escreve Castells (2006, p.41) que “neste mundo de mudanças confusas e incontroladas, as pessoas tendem a reagrupar-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, territoriais, nacionais”. A busca de identidade, seja coletiva ou individual, torna-se a fonte básica de significado social e as pessoas cada vez mais organizam seu significado em torno não do que fazem, mas sim no que elas são ou acreditam que são. À medida que as identidades se tornam cada vez mais específicas e difíceis de compartilhar, há uma maior fragmentação social, criando uma crescente dificuldade de comunicação entre os grupos sociais. No momento em que se rompe totalmente a comunicação, surge uma alienação dos grupos, que passam a considerar estranhos uns aos outros. Wasserman e Faust (2007) explicam que a análise das redes sociais é um estudo distinto das ciências sociais e comportamentais por assumir a importância dos relacionamentos entre as partes interativas. Os atores e suas ações são vistas como interdependentes, seus laços (links) são canais de transferência ou fluxo de recursos, sejam materiais ou não materiais. Além disso, a estrutura em rede pode trazer tanto oportunidades quanto o cerceamento de ações individuais. Por fim, os 11 modelos de redes podem dar uma ideia de estrutura, seja ela social, econômica, política e assim por diante, que se tornam padrões de relacionamentos perenes. Podem-se definir três níveis de conexões nas redes sociais: interação, relação e laços sociais. Na interação existe uma dependência da ação do outro para ocorrer uma reação e possui um caráter comunicativo entre o indivíduo e seus pares. Já a relação, considerada unidade básica de análise de uma rede social, envolve uma grande quantidade de interações. Estas interações podem ser capazes de construir ou acrescentar algo nas relações, mas também podem ser conflituosos e diminuir a força do laço social. Por fim, o laço social é o resultado da sedimentação das relações estabelecidas pelos agentes; são formas mais institucionalizadas de conexão entre os atores, constituídos no tempo pela da interação social. (RECUERO, 2009). Granovetter (1973, p. 1361) define o que são laços fortes e o que são laços fracos. A força de um laço é “uma combinação de tempo, intensidade emocional, intimidade (confiança mútua) e serviços recíprocos que caracterizam o laço”. Apesar de existirem independentemente um do outro, estes atributos são fortemente correlacionados, complementa Granovetter (1973). Já os laços fracos são fundamentais para a propagação de qualquer coisa que pretenda ser difundido pelas redes sociais. Por meio dos laços fortes as pessoas tendem as receber a mesma mensagem várias vezes, o que acaba diminuindo a motivação de reenviá-las, e a mensagem acaba percorrendo uma distância social menor do que a mensagem que passasse pelos laços fracos. Recuero (2009, p.50) define o capital social como “um conjunto de recursos de um determinado grupo […] que pode ser usufruído por todos os membros do grupo, ainda que individualmente, e que está baseado na reciprocidade […]”. O conceito de capital social pode ser operacionalizado nas redes sociais em cinco categorias: 1. relacional, que inclui as relações, laços e trocas que conectam os indivíduos a uma rede; 2. normativo, ou seja, as normas de comportamento de um determinado grupo e os valores deste grupo; 3. cognitivo, que compreende o conhecimento e as informações colocadas em comum por um grupo; 12 4. confiança no ambiente social, ou a confiança no comportamento de indivíduos num determinado ambiente e, 5. institucional, englobando as instituições formais e informais que estruturam os grupos, onde se conhece as regras de interação social e cujo nível de cooperação e coordenação é bastante alto. Recuero (2009) comenta que a Internet trouxe mudanças fundamentais para a sociedade, sendo uma das mais significativas a possibilidade de expressão e socialização por meio de computadores. Para Recuero (2009, p.24), O estudo das redes sociais na Internet procura focar principalmente em como as estruturas sociais surgem, de que tipo são, como são compostas através da comunicação mediada pelo computador e como essas interações são capazes de gerar fluxos de informações e trocas sociais que impactam nessas estruturas. O uso da Internet contribui para elevar a sociabilidade das pessoas no universo off-line, segundo Castells (2003). O autor referencia-se a estudos que reforçam essa maior sociabilidade, apontando que “o uso da Internet fortalece as relações sociais tanto à distância quanto num nível local para laços fortes e fracos, para fins instrumentais ou emocionais, bem como para participação social na comunidade”. (CASTELLS, 2003, p.103). Os usuários também frequentam mais eventos de arte, lêem mais literatura, vêem e praticam mais esportes e assistam a mais filmes que os não usuários. Li e Bernoff (2009) chamam a atenção para uma tendência das pessoas usarem ferramentas online para se conectar, assumir o controle das suas experiências e obterem informação, auxílio, ideias, produtos e poder de barganha uns dos outros. Para este movimento que acontece de forma espontânea, cunharam o termo groundswell. Segundo Li e Bernoff (2009, p.10), “groundswell é uma tendência social na qual as pessoas usam a tecnologia para obter o que desejam uma das outras, e não com instituições tradicionais como corporações”. Esta tendência ocorre pela colisão de três forças: pessoas, tecnologia e aspectos financeiros. As pessoas sempre contaram uma com as outras e rebelam-se contra poderes institucionalizados; a tecnologia possibilitou conexões rápidas, onipresentes e de forma muito mais interativa. Por fim, na Internet, tráfego é sinônimo de dinheiro, onde os gastos com publicidade online têm sido cada vez maiores. 13 Ainda segundo Li e Bernoff (2009), os criadores são os consumidores online que ao menos uma vez por mês publicam um blog ou artigo online, mantém uma página na Internet ou fazem um upload de vídeo ou áudio. Já os críticos são reativos, ou seja, postam comentários em blogs, fóruns online, escrevem críticas e editam wikis. Os colecionadores, por sua vez, armazenam URL’s, usam RSS ou votam em sites favoritos. O grupo de participantes são os usuários de sites de relacionamento social, como o Facebook e o MySpace. Os espectadores consomem o que o restante produz e são o maior grupo. Por fim, são os inativos são os consumidores que não participam, em-bora estejam online. Pelo perfil tecnográfico social representado na figura 1, pode-se entender como as tecnologias sociais estão sendo usadas por qualquer grupo de clientes, possibilitando a empresa elaborar uma estratégia social adequada. Em pesquisa realizada em setembro o IBOPE (2012) relacionou número de brasileiros com acesso à internet em casa e no ambiente de trabalho chegou a 70,9 milhões de pessoas Desse total, 50,8 milhões foram usuários ativos, com média de 2.731 páginas vistas ao longo do mês. Os sites de busca, portais e comunidades, que incluem blogs e redes sociais, foram os mais acessados pelos internautas brasileiros no período. As redes sociais e outras páginas com foco no conteúdo produzido pelos usuários cresceram 11,6% na comparação com setembro do ano passado. Outra categoria que apresentou crescimento foram os sites de vídeos e páginas com informações, produtos e serviços relativos à indústria do cinema. Na comparação entre os períodos, esses tipos de site cresceram 13,8%. Os sites de lojas de departamento virtuais também apresentaram aumento de 11,5% de audiência em relação ao mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre deste ano, o total de brasileiros com acesso à internet chegou a 83,4 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de 13,1% sobre o mesmo período de 2010 e de 7,2% sobre 2011. 14 Figura 3: Modelo de uso das redes sociais A presença ativa do brasileiro nos sites de redes sociais, aliada à atuação das marcas na Internet, tem transformado o cenário da comunicação e marketing de produtos e serviços. A web tem aproximado as relações entre clientes, consumidores e marcas, pois a sociabilidade que ela proporciona entre os atuantes do ambiente digital tem permitido maior gerenciamento e monitoramento nas relações entre as partes, provocando a humanização das marcas e possibilitando um relacionamento único, próximo e, em muitos casos, duradouro. Essa aproximação é dada por meio das interações promovidas e realizadas no âmbito social da rede. Segundo pesquisa da Trendstream/Lightspeed Research (KOTLER, 2010), as pessoas confiam mais em desconhecidos que fazem parte de suas redes sociais do que em especialistas. Essas pessoas reúnem-se em comunidades, fóruns e grupos com o mesmo interesse para propor discussão sobre produtos e serviços, relatar experiências e expressar opinião, neutra, positiva ou negativa. Dessa forma 15 verificamos que as marcas já estão sendo mencionadas na web, tendo elas uma presença on-line ou não. Figura 4: Redes Sociais e a rotina dos usuários Por isso é de interesse das empresas usar a rede ao seu favor, essa é a máxima da maioria das empresas que procuram criar estratégias de marketing por meio de redes sociais para alcançar novos clientes e fornecedores ou mesmo fidelizar os antigos. Desta forma essa ferramenta permite que os empreendedores consigam descobrir que o seu público alvo deseja e também o que os consumidores pensam sobre os serviços e produtos oferecidos. Mas construir um verdadeiro relacionamento on-line não é uma atividade simples. Para atingir um sucesso é preciso entender que redes como Facebook, Twitter, Orkut, Youtube, Facebook e Myspace como exemplo, são plataformas novas de negócios e merecem a devida atenção e cuidado. 16 OS CLIENTES DEVEM CONHECER O NOVO CANAL DE COMUNICAÇÃO O primeiro passo das empresas nas redes sociais é fazer uma publicidade em mídias tradicionais ou por meio do boca a boca para que o público alvo conheça os novos canais de comunicação da marca. Oferecer múltiplas plataformas de interação que permite ao usuário escolher aquela que se sente mais confortável para se comunicar com o negócio. REALIZAR PROMOÇÕES Redes sociais são importantes ferramentas para fortalecer as ações de marketing do negócio. Realizar promoções exclusivas nesse canal permite aos seguidores da marca conhecer os produtos e descontos oferecidos pela empresa. Ao utilizar esse veículo como estratégia promocional, a empresa também estará economizando o montante que gastaria com anúncios tradicionais Envolver o seu público na rede As páginas empresariais nas redes sociais devem servir para criar um diálogo entre o negócio e o seu público-alvo. Isso permite uma interação e aproximação entre as partes. Para que esse envolvimento seja bem-sucedido, é interessante descobrir o perfil dessa comunidade na rede e como os seus membros querem se comunicar ROTINA NAS ATUALIZAÇÕES As plataformas de comunicação social devem fidelizar os seus seguidores. Para isso, é importante que as empresas possuam uma rotina de horários para a atualização dos posts. Manter os fãs e seguidores do negócio cientes do que está sendo lançado no mercado é fundamenal para que eles estejam em contato permanente com a sua marca Figura 5: Formas de utilização das redes pelos empreendedores O planejamento estratégico de marketing deve ser elaborado pelos administradores depois que o planejamento estratégico da organização como um todo estiver concluído. Ele afirma que todas as áreas funcionais da organização devem ter o seu próprio planejamento, e a área de marketing é uma das mais importantes. Esse planejamento deve ser guiado pela missão e pelos objetivos principais da organização (ETZEL; WALKER, 1974). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A certeza que temos é de que cada vez mais vivemos num mundo menor e interligado. E que isso é bom. O fato é que as redes sociais estão presentes no nosso dia a dia, influenciando a sociedade criando tendências, expandindo informações e incentivando relacionamentos. Onde as empresas também utilizam essa plataforma para disseminar de maneira mais rápida e alinhada informações a respeito de novos produtos, serviços, parcerias e iniciativas estratégicas, tendo um ciclo de venda mais rápido e com melhores resultados. 17 Hoje em dia as pessoas passam a pensar globalmente e agir localmente, utilizando as redes, que são globais e transportam o universal ao local, unindo pontos distantes e conectando os usuários no mundo. Atualmente acontece nas redes sociais uma mistura de serviços e interesses pessoais aos quais presenciamos por trocas de informações das mais variadas culturas. Enfim, este artigo teve a intenção de iniciar uma reflexão sobre como o ato da comunicação é um dos sentidos que estão no cerne da globalização e da sustentação da diversidade cultural. A comunicação é uma das vias pelas quais os indivíduos expressam sua identidade, opiniões e intenções, e as confrontam e dividem com outros indivíduos, muitas vezes de culturas diferentes. 18 4. 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Disponível em:http://www.amcham.com.br/regionais/amcham-saopaulo/noticias/2012/rede-social-e-instrumento-mais-eficaz-para-empresa-aprender-avender-mais-avalia-consultor/view Acessado em 13/11/12. Para juntar a galera. Comunidade tá na rede. Disponível em: Revista PC World Ed. Maio 2004, pág. 86 à 89. 20