CONGRESO LXV CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA BOTÁNICA XXXIV ERBOT - Encontro Regional de Botânicos MG, BA, ES 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2014 - SALVADOR - BAHIA - BRASIL Latinoamericano de Botânica na América Latina: conhecimento, interação e difusão Spondias dulcis FORST F. (ANACARDIACEAE) COMO BIOINDICADORA DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NO PARQUE ESTADUAL DO ITACOLOMI-MG AUTOR(ES):Luzimar Campos da SILVA;Eliza LOUBACK;Tiago Augusto Rodrigues PEREIRA;Juraci Alves de OLIVEIRA;Sílvia Ribeiro de SOUZA; INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Viçosa Instituto de Botânica de São Paulo Próximo ao Parque Estadual do Itacolomi (PEI) situado no município de Ouro Preto, MG, encontra-se uma fábrica de alumínio primário, potencial liberadora de flúor e outros poluentes na região. Como as massas de ar podem conduzir os poluentes liberados pela fábrica para o PEI, é importante verificar a qualidade do ar deste importante parque. O presente trabalho teve como objetivo avaliar no PEI o efeito das emissões dos poluentes de uma fábrica de alumínio localizada em Ouro Preto, em biomonitoramento ativo, utilizando Spondias dulcis Forst F. (Anacardiaceae) como organismo bioindicador. Para tal estudo, indivíduos foram expostos em quatro pontos no PEI (Portaria, Capela, Início da Trilha e Lagoa Seca) durante 5 dias. O surgimento de sintomas visuais foi avaliado diariamente ao longo do experimento. Ao final das exposições, foram coletados folíolos com e sem sintomas visuais para estudos anatômicos em microscopia de luz, eletrônica de varredura (MEV) e quantificação de flúor na matéria seca das folhas. O flúor se mostrou presente nos indivíduos de S. dulcis em todos os pontos do PEI, mostrando que o vento leva o poluente para esta área. O ponto Portaria foi considerado o mais poluído pela quantificação de flúor na matéria seca, pois se encontra próximo à usina. No entanto, as plantas do ponto Lagoa Seca foram as que apresentaram maiores sintomas visuais, devido aos fortes ventos encontrados nesta localidade que provocaram quebra nas folhas, favorecendo a entrada dos poluentes em seus tecidos. O ponto Início da Trilha foi considerado o menos impactado, pois as plantas apresentaram poucos sintomas visuais e teor insignificante de fluoreto. Foram visualizados dois tipos de sintomas nos folíolos: escurecimento da face adaxial e amplas necroses amarronzadas, surgindo em 24h em todos os pontos, exceto no Início da Trilha. As análises anatômicas mostraram três padrões de danos: necroses superficiais, atingindo apenas a epiderme e o parênquima paliçádico ou o lacunoso, necroses profundas, atingindo toda a lâmina foliar e necroses pontuais observadas apenas nas nervuras centrais. Em MEV foram observados perda de turgor e achatamento da parede periclinal externa das células epidérmicas. Nas regiões de maior dano, houve escamação da cera epicuticular, culminando na ruptura da epiderme e exposição dos tecidos internos. S. dulcis mostrou ser uma importante espécie bioindicadora, pois com poucos dias apresentou sintomas visuais e acúmulo de flúor em seus tecidos foliares.