1 ANAIS DA XI-SARU ISSN: 22379584 Mercado de trabalho formal na Região Integrada de Desenvolvimento Petrolina (PE) – Juazeiro (BA) Maria do Socorro Macedo Coelho lima Benedyto Savio de Lima e Silva Salvador – 2014 2 MERCADO DE TRABALHO FORMAL NA REGIÃO INTEGRADA DE DESENVOLVIMENTO PETROLINA (PE) – JUAZEIRO (BA) Maria do Socorro Macedo Coelho lima1 Benedyto Savio de Lima e Silva2 RESUMO Esse texto examina a evolução do emprego e do mercado de trabalho formal na Região Integrada de Desenvolvimento Polo Petrolina/PE e Juazeiro/BA- RIDE na primeira década do séc. XXI. Realiza-se inicialmente uma breve explanação sobre o mercado de trabalho e a ocupação formal, A economia brasileira e a reestruturação do mercado de trabalho. Apresenta fatores históricos sobre a criação da RIDE, e fatores socioeconômicos para descrever e discutir esse senário utilizando-se dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, do Censo Demográfico, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Nas considerações finais apresenta questões relevantes sobre a irregularidade do dinamismo dentro dos municípios que compõe a RIDE e a necessidade de um planejamento e ações de longo prazo. Palavras-chave: Mercado de Trabalho, Trabalho Formal, Ride Petrolina-Pe Juazeiro-BA. . 1. INTRODUÇÃO O mundo vem se mobilizando em torno da construção de índices que buscam medir o desenvolvimento de uma determinada região, ou de uma sociedade, que deem conta dos “aspectos qualitativos” do desenvolvimento, aqueles relacionados ao bem-estar, à qualidade de vida e a sustentabilidade. Procuram indicadores que vão além do PIB per capito, já que esse não define o grau de distribuição de renda ou a sustentabilidade de uma economia. Dentre outras finalidades, esses índices buscam medir e orientar as ações e as consequências da nova dinâmica capitalista responsável por reforçar as 1 1 Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano da UNIFACS, Mestre em Economia (UFC), Professora Assistente da Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE) e-mail: [email protected]. 2 Mestre em Ciências pela UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo, Especialista em Gestão de Cooperativismo de Crédito pela UFC, Servidor Público do Estado. (E-mail: [email protected]) 3 desigualdades sociais e espaciais, como tambem, colabora para o diagnóstico dos níveis de distribuição de renda e de sustentabilidade do desenvolvimento. No ano de 2013 o Brasil foi classificado como sétima economia do mundo, em volume do Produto Interno Bruto – PIB, e, no entanto continua apresentando uma das maiores concentrações de renda no mundo. O Brasil convive com uma parcela substantiva de população que depende diretamente da atividade agrícola. O mercado de trabalho agrícola carrega elevada heterogeneidade em sua estrutura ocupacional, marcada pela presença limitada das relações de trabalho assalariado convivente com as diversidades de outras formas de relações de trabalho. Quando se diz que o crescimento de uma economia foi baixo, tem-se em mente o quanto essa economia, efetivamente deveria ou poderia crescer comparativamente com o seu crescimento potencial alcançado e sustentado no futuro usando, efetiva e plenamente os fatores de produção ao longo do tempo, considerando; aspectos populacionais, a evolução da produtividade, os ganhos tecnológicos e o crescimento do estoque de capital. Esse texto examina a evolução do mercado de trabalho formal da Região Integrada de Desenvolvimento Polo Petrolina Juazeiro – RIDE Petrolina considerando a evolução socioeconômica desses municípios. A fruticultura é a principal atividade econômica dessa região, e através dela outras atividades produtivas se desenvolveram. (SILVA, 2001). Essa região é composta por oito municípios situados no interior dos Estados de Pernambuco e Bahia, sendo quatro em Pernambuco: Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, e quatro na Bahia: Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá. O texto busca revelar a evolução e o comportamento do mercado de trabalho da RIDE Polo Petrolina Juazeiro, associando-o, quando possível, à evolução socioeconômica, ocorridas nesses municípios. O recorte temporal definido para esse estudo inicia em 2000 e vai ate 2010 por está dentro do intervalo da criação da RIDE. Algumas informações anteriores (décadas de 1970 ate 2000) ou posteriores (2010-2013) a esse período foram apresentadas na intensão de construir cenários contemplando á implantação da fruticultura irrigada até os seus dias atuais, para compreender a dinâmica e a diversidade de outras formas de relações no mercado de trabalho. Estuda a ocupação do mercado de trabalho partindo do fluxo populacional, da descrição do 4 emprego na região e de alguns indicadores sociais como: Índice de Desenvolvimento Humano (ID), renda e educação. As principais bases de dados utilizados tiveram como fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 1970, 1980, 1990, 2000, e 2010, Censo Demográfico e o Sistema de Contas Nacionais (SCN), 2000-2010. O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE - Relação Anual de Informações Sociais – RAIS (20002010), Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED. Publicações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD realizadas pelo IBGE. Relatórios das Nações Unidas do Instituto Latinoamericano y del caribe de planificacions Econômica Y Social – ILPES; Comision Económica para América latina y el caribe – CEPAL, e Banco do Nordeste do Brasil. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 2000-2010. Conforme Souza, (1999), a agricultura exerce um importante papel no mercado de trabalho e no desenvolvimento por possibilitar fortes efeitos de encadeamento no restante da economia, tanto em regiões que estejam localizadas distantes dos centros industriais quanto às áreas desenvolvidas do país. De acordo com Rao e Caballo (1990), o crescimento agrícola provoca um crescimento mais que proporcional no resto da economia através do seu efeito multiplicador. O estabelecimento de uma cadeia produtiva pressupõe a integração de varias fases do processo de produção, no caso do setor agrícola, esse fenômeno se manifesta desde o plantio, passando pelo beneficiamento até a colocação do produto no mercado consumidor. Numa lógica econômica integrada, esse sistema forma subsistemas interdependentes com características de complementariedade. Por se tratar de uma região agroexportadora, e estar examinando o mercado de trabalho, esse texto parte do principio de que a globalização dos mercados é em parte, um caminho natural de uma sociedade que busca continuamente crescer, o Brasil tem experimentado momentos de transições, com abertura comercial e reforma no papel do Estado, processo de estabilização de preços, crescentes inovações tecnológicas alterando os processos produtivos e as novas formas de contratação de trabalho, o avanço da negociação coletiva, e a busca da flexibilidade nas relações de emprego, entre outros, têm afetado significativamente o mercado de trabalho. É preciso considerar tambem, que em algumas dessas transições ainda estão por produzir seus efeitos definitivos. 5 2. O MERCADO DE TRABALHO E A OCUPAÇÃO FORMAL As revoluções industriais criaram novos meios de articulação entre “a produção capitalista propriamente dita e um amplo e complexo universo de formas de subordinações de produção, às quais, justamente, se transferem os custos da reposição do capital” (FERNANDO PEDRÃO). A partir da década de 90, é possível destacar um rol de importantes mudanças na economia brasileira, são transições econômicas, sociais, demográficas e tecnológicas, que afetam a evolução do mercado de trabalho e implicam em mudanças nas relações de emprego. Essas mudanças devem ser observadas muito além de sua influência sobre o nível das principais variáveis que compõem o mercado de trabalho, afetando-lhe, também, a dinâmica e as estruturas regional, setorial e ocupacional (CHAHAD, 2003). Essas mudanças vão refletir na evolução da atividade econômica do País, e de forma diferenciada nos Estados e Municípios. A evolução do PIB condiciona a evolução do mercado de trabalho quanto ao seu comportamento e suas modificações ao longo do período em consideração. De acordo com Fernando Pedrão, em seu livro raízes do capitalismo, o trabalhador é aquela pessoa que está integrada na sociedade economicamente organizada, e sua participação decorre de sua capacidade para controlar um determinado saber prático e desenvolver relacionamentos a partir do seu trabalho, de sua moradia, como tambem de associar-se em momentos de laser e momentos políticos. A posição do trabalhador na sociedade econômica moderna pode ser representada, em boa parte, pela dos assalariados, porém jamais pôde ser simplificada aos termos de emprego regular: Grande parte do trabalho realizado jamais foi assalariado, nem o assalariamento foi um objeto universal de produção capitalista. (...) sempre houve um importante componente de trabalho tecnicamente equivalente ao assalariado, mas realizado e remunerado em condições de incertezas. (PEDRÃO, 1994, pg. 130) Na sociedade econômica moderna, esse trabalhador é, em sua maioria assalariados, mas não na sua totalidade já que grande parte do trabalho realizado jamais foi assalariado. Uma atividade utilizando empregos diretos nas unidades de produção, com cargos, programas e emprego formal, viabiliza a existência de outras 6 atividades, não controladas, mesmo não sendo contratadas diretamente pelas empresas. São atividades exercidas por produtores independentes, sem a garantia que o emprego formal fornece. O emprego formalmente contratado apoia-se no trabalho do não contratado, onde esses realizam tarefas que não possuem um preço estabelecido. O tempo disponível desse trabalhador pode ser direcionado para alguma forma de trabalho ou lazer, e estará condicionado a ter equivalência financeira com a qualificação do seu detentor. A realização de um trabalho socialmente necessário tem diferentes expressões, segundo sua realização, no âmbito da produção capitalista ou em atividades colaterais de produção como: produção primitiva, camponesa, ou informal. “a valorização do tempo-trabalho dos assalariados está interligada à do tempo dos não assalariados” A estabilização dos salários no mercado de trabalho decorre do quanto foi realizado desse trabalho, “E quando estes últimos fazem as tarefas mais árduas ou menos reconhecidas, indiretamente, funcionam como elementos de estabilização dos salários no mercado de trabalho” (PEDRÃO, 1994, p. 131). O trabalho formal no Brasil é aquele com benefícios e carteira profissional assinada e com todos os direitos trabalhistas garantidos. Quando uma pessoa trabalha para uma empresa ele está ocupado. O papel “ocupado” ou a função que a pessoa desempenha em algumas atividades econômicas lhe confere o direito a uma remuneração, tambem chamada de salário ou de vencimento. No caso dos donos das empresas, chamados empresários, essa remuneração é o lucro, e esses “donos” têm o “poder econômico” e irão determinar o futuro da empresa. São chamados de empregos formais, ou seja, os empregos que estão de acordo com uma série de leis que se referem ao trabalho e às atividades econômicas, são eles: os trabalhadores que têm registro em carteira e possuem seus direitos trabalhistas garantidos, recolhendo uma taxa para a aposentadoria (contribuição ao INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social), e as pessoas que, mesmo trabalhando por conta própria (mesmo não estando empregadas em empresas ou órgãos do governo), recolhem determinadas taxas e desenvolvem atividades que são chamadas de formais. A globalização produtiva, as inovações tecnológicas e as mudanças organizacionais, veem modificando o mercado de trabalho brasileiro ao longo das últimas três décadas (OLIMPIA; ROLIM, 2000). Desde 1980, vem crescendo a 7 proporção de trabalhadores informais, isto é, sem carteira de trabalho assinada no total da força de trabalho ocupada. Em 1981, os trabalhadores sem um contrato formal de trabalho atingiam 28,0% do total da população ocupada. O conceito de setor informal surgiu a partir de estudos desenvolvidos na década de 1970 pela Organização Internacional do Trabalho - OIT, a partir do Programa Mundial de Emprego, sendo que a OIT ratifica o conceito de informal a partir da visão das unidades produtivas e não por possuir carteira de trabalho assinada ou não. Os dois grupos mais numerosos são os empregados sem carteira assinada e o trabalhador por conta própria, sendo que são classificados como informais também os trabalhadores domésticos sem carteira assinada, aprendiz/estagiário sem remuneração, trabalhador na produção para o próprio consumo e o trabalhador não remunerado em ajuda a membro do domicílio (SABOIA; SABOIA, 2004) (Apud: Fernandes, Schlindwein, 2011). Várias pesquisas caracterizam o mercado de trabalho: A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED); a Pesquisa Mensal de Emprego (PME); a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), entre outros. São estatísticas feitas tendo como fonte: Registros Administrativos, Pesquisas Domiciliares, e Pesquisas por Estabelecimentos Setoriais. 1- Registros Administrativos: RAIS; CAGED. 2- Pesquisas Domiciliares: - Não específicas: Censo; PNAD. - Específicas: PED, PME. 3- Pesquisas por Estabelecimentos/Setoriais: -PMC - Pesquisa Mensal do Comercio, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. PIM - Pesquisa Industrial Mensal de Produção, para indústria, PIMES - Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, Emprego e salário. A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) foi fundada em 23 de dezembro de 1975 e, a partir do ano seguinte todos os empregadores foram obrigados a entregar uma declaração sobre os dados de seus empregados. Os dados referem-se ao total de emprego, de estabelecimentos, sobre o índice de rotatividade, entre outros. A RAIS vem se aperfeiçoado, todo e qualquer estabelecimento é obrigado a declarar a RAIS, sob penalidade de multa, possibilitando assim, uma visão real do mercado de trabalho formal, e fornecendo uma série de dados sobre o emprego no Brasil. Pode ser vista como um 8 “censo anual do emprego formal”, ela destina-se principalmente para a base de cálculo do PIS, entre outros. (SABÓIA E TOLIPAN, 1985). As informações da RAIS são úteis para a análise estrutural no mercado de trabalho, já que utiliza dados de todos os empregados formais: estatutários, celetistas, temporários e avulsos, no entanto, os números de estabelecimentos que apresentam declarações mudam a cada ano, impossibilitando assim verificar o real crescimento do mercado de trabalho formal, segundo o Ministério da Educação (2010). No ano de 1965, o Governo Federal criou o Cadastro Gera de Empregados e Desempregados (CAGED) através da Lei 4.923/65, que instituiu o registro permanente de admissão e dispensa de empregados, sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT com o objetivo de verificar o total de admissões e desligamentos no mercado de trabalho. São informações mensais com base nos estabelecimentos declarantes no País. Esse cadastro geral serve de base para a elaboração de estudos, pesquisas, projetos e programas ligados ao mercado de trabalho, subsidia a tomada de decisão para as ações governamentais, é utilizado pelo Programa de Seguro-desemprego na conferencia de dados referentes aos vínculos trabalhistas, entre outros. Tanto a RAIS quanto o CAGED tratam-se de registros administrativos, já que as empresas preenchem por obrigação legal referente a seus empreendimentos e empregados, o que difere das pesquisas domiciliares, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que utiliza-se de questionários aplicados nos domicílios objetivando caracterizar aspectos socioeconômicos das famílias, dentre os quais as diferentes formas de ocupação, incluindo o emprego formal e informal (NEAD, 2007). Na década de 60, evidenciou a necessidade de informações para planejar e acompanhar o desenvolvimento social, econômico e demográfico do Brasil já que os dados dos censos demográficos, realizados a cada 10 anos, eram insuficientes e defasados no tempo para atender tais demandas, a PNAD possibilitou um maior controle das fases operacionais e significativa redução do tempo de execução e de custos e permitiu o aprofundamento dos temas que investigam toda a população. A PNAD vem sendo realizada desde 1967, principalmente para estudar temas sobre a população brasileira durante os períodos em que não é publicado o Censo 9 Demográfico. Ela está estruturada em pesquisas básicas, suplementares e especiais. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2010). - Pesquisas Básicas - abordam temas sobre o desenvolvimento do Brasil, como: emprego formal e informal. Investigam, de forma contínua, os temas definidos como de maior importância para medir e acompanhar o nível socioeconômico da população: habitação e mão-de-obra, além de características demográficas e educacionais. - Pesquisas Suplementares - aprofundam os temas permanentes e investigam outros assuntos de interesse que se interliguem com os da pesquisa básica, complementam as pesquisas básicas. Abordam temas que se relacionem com estas. - Pesquisas Especiais - abordam assuntos de maior complexidade, que exigem tratamento à parte da pesquisa básica, podendo até requerer um esquema de amostragem distinto. incluem temas específicos, que são tratados a parte das demais pesquisas. A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário – PIMES tem por objetivo apontar a tendência do emprego e dos salários nas atividades industriais, através da geração de indicadores mensais extraídos das variáveis coletadas. A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), desde outubro de 1984 ela é feita mensalmente, na Região Metropolitana de São Paulo, é fruto de convênio entre a Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Realiza um levantamento domiciliar contínuo, tem como objetivo captar, através de amostragem probabilística, informações sobre o mercado de trabalho urbano. A pesquisa oferece dados para o acompanhamento da evolução conjuntural e para a análise das características e transformações na estrutura do mercado de trabalho regional. Atualmente, a PED também vem sendo aplicada na Região do ABC paulista e em mais seis áreas metropolitanas - Belo Horizonte, Distrito Federal, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Salvador -, por meio de parcerias estabelecidas entre a Fundação Seade e o Dieese e secretarias de trabalho e órgãos de planejamento ou pesquisa dos respectivos governos locais. Em 1980, foi iniciada a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) que permitiu avaliar mensalmente os indicadores de emprego de regiões metropolitanas: Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Em 2001, a metodologia da PME foi ampliada com o objetivo de fazer um levantamento mais abrangente sobre o mercado de trabalho. Porém, ela não pode ser utilizada como 10 pesquisa mensal do emprego porque não é possível acompanhar a evolução de todas as regiões metropolitanas, já que ela só cobre seis das nove regiões (ROCHA, 1996). Existem várias classificações sobre os conceitos de indicadores de emprego no país e até mesmo internacionalmente (COUTO, COUTO E FREITAS, 2008; ÁGUAS, 2010; KON, 2012). Conforme Fernandes, Schlindwein, (2014), o IBGE utiliza essa é a classificação: - Pessoas Desocupadas: a parcela da População Economicamente Ativa (PEA) que engloba indivíduos sem trabalho na semana de referência (a da verificação), mas que estavam disponíveis para assumir um trabalho nessa semana e que tomaram alguma providência efetiva para conseguir trabalho no período de referência de 30 dias. - Taxa de Desocupação: representa o percentual de pessoas desocupadas na semana de referência em relação à PEA nessa semana. No ambiente mundial, a classificação desses indicadores de emprego são baseados nas atividades de emprego, e definido de acordo com a Classificação Internacional segundo a Situação na Profissão (CISP), aprovada pela Comissão de Estatística das Nações Unidas em 1958 e revista na 15ª Conferência Internacional dos Estatistas do Trabalho (CIET) em 1993”. O CISP classifica de forma mais abrangente, ele define seis atividades tendo como base: o tipo de risco econômico associado ao trabalho, a conexão entre a pessoa e o emprego, bem como, o tipo de autoridade sobre as organizações e sobre os outros trabalhadores de acordo com a posição que têm ou que podem vir a ter. (ILO, 2009; Kon, 2012) (i) trabalhadores assalariados e remunerados, também conhecidos como empregados; (ii) trabalhadores independentes com empregados, também conhecidos como empregadores; (iii) trabalhadores independentes sem empregados, também conhecidos como trabalhadores por conta própria; (iv) membros das cooperativas de produtores; (v) trabalhadores familiares, também conhecidos como trabalhadores familiares não remunerados; e (vi) trabalhadores não classificados por atividade. No âmbito das conferencias da Organização internacional do Trabalho (OIT) ocorrem discussões e mudanças sobre a metodologia utilizada para mensurar as variáveis do mercado de trabalho, são publicações que fornecem definições, conceitos e fórmulas utilizadas nos indicadores de emprego. Estas definições servem como base para a adaptação aos Objetivos de desenvolvimento do Milênio 11 (ODM) que a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu em 2000, visando “alcançar pleno emprego produtivo e trabalho decente para todos, incluindo mulheres e jovens”. O corpo executivo da União Europeia, representado pela Eurostat (divisão de estatística da Comissão Europeia), fez um resumo das recomendações da OIT e definiu os desempregados como: São todos os indivíduos que não estão empregados durante a semana de referencia e procura ativamente emprego nas quatro semanas anteriores, isto e, tomaram ações específicas para encontrar trabalho por conta própria ou conta de outrem, estando prontos para começar a trabalhar imediatamente ou nas duas semanas seguintes; incluem tambem aqueles que têm já um trabalho, mas ainda não se encontram a trabalhar e que iniciarão atividade, no máximo, nos três meses seguintes. (CIES, 2010, p. 1) Para o IBGE, desocupados são “pessoas sem trabalho”, já para o Eurostart, pessoas desempregadas são “indivíduos que não estão empregados”, essa segunda definição engloba com maior exatidão o volume de desempregados, uma vez que entre as Pessoas Ocupadas (PO), encontram-se indivíduos que trabalhão em situações não condizentes com o emprego. Eis a importância de a População Economicamente Ativa (PEA) com a População Ocupada, já que PEA são “pessoas que exercerem trabalho, remunerado ou sem remuneração, na semana de referencia, durante pelo menos uma hora completa (...) ou que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastado nessa semana” (IBGE, 2007, p. 3). As PO pertencem a categorias de acordo com sua ocupação: (i) empregado, pessoa que trabalhava para um empregador, geralmente obrigando-se ao cumprimento de uma jornada de trabalho; (ii) conta própria, pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento sozinho ou com sócio, sem ter empregado ou com a ajuda de trabalhador não remunerado; (III) empregador, pessoa que trabalhava explorando o seu próprio empreendimento tendo pelo menos um empregado; (iv) trabalhador não remunerado, pessoa que trabalhava sem remuneração em empreendimento de membros da unidade domiciliar que era conta própria ou empregador. (IBGE 2007) População total – população com menos de 10 anos e a PIA; PIA – População não economicamente ativa e a PEA; 12 PEA – Desempregados e os ocupados. Enfim, desempregados são aqueles que querem trabalhar, procuram emprego, mas não encontram. Essa diferentes medidas para o desemprego aberto calculado pelo IBGE (PME), e pelo DIEESE/SEADE (PED) ocorrem em razão da área geográfica pesquisada, da separação entre PIA e população total, e principalmente em função da separação entre inativos, ocupados e desocupados. Par i IBGE, o desemprego aberto inclui pessoas que nos últimos 30 dias procuraram emprego de forma efetiva e não exerceu nenhuma ocupação nos últimos sete dias, já o DIEESE/SEADE considera tambem o desemprego oculto, ou seja, inclui as pessoas que procuraram trabalho nos últimos 12 meses e exerceram algum tipo de atividade mesmo considerada de caráter precário. 2.1. A ECONOMIA BRASILEIRA E A REESTRUTURAÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO A última década do século XX, no Brasil, ocorreu uma reestruturação do mercado de trabalho no setor público e no setor privado. A taxa de desemprego subiu bastante, e observou-se um crescimento significativo das formas mais precárias de inserção no mercado de trabalho, como: autônomos que trabalham para o setor público, assalariamento sem carteira, entre outros. Também surgiram uma série de mecanismos de flexibilização das relações trabalhistas (contrato de prestação de serviço, contrato por tempo determinado, entre outros), e da flexibilização dos rendimentos, através de mecanismos de remuneração variável, e da redução dos rendimentos do trabalho em termos reais. Dentre as várias razões possíveis de citar para explicar tal fenômeno, merecem destaque: o forte crescimento da População Economicamente Ativa (PEA), as baixas taxas médias de crescimento, a abertura comercial e financeira desregulada, as terceirização de atividades e queda da taxa de investimento total reestruturação produtiva, grande número de privatizações. Predominou o interesse em estabelecer uma política de redução de custos salariais para as empresas através de um ideário que preconizava a flexibilização e desregulamentação do mercado de trabalho como mecanismo de se atingir um nível de emprego mais elevado. 13 Na década de 1990, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu com uma taxa média de 1,3%, o que significou uma queda da renda do trabalho, estagnação do mercado consumidor e taxas crescentes de desemprego. Nos três primeiros anos dessa década, de 2001 a 2003 o mercado de trabalho também não gerou empregos suficiente para responder às necessidades da força de trabalho. A economia brasileira cresceu em 2001 (1,3%), em 2002 (2,7%) e em 2003 (1,1%). Foi realizado uma pesquisa em cinco regiões metropolitanas e no Distrito Federal pela PED e a taxa média do nível do emprego atingiu 20,8%. Em 2004 o PIB per capita aumentou em 4,3% ao ano e o PIB alcançou uma taxa de 5,7% ao ano. Esse fenômeno não se repetiu em 2005, cresceu apenas 3,2% em razão da não renovação do acordo com o Fundo Monetário Nacional (FMI). Em 2006, o crescimento foi de 4,0%, e o superávit comercial chegou a US$ 46 bilhões, com forte expansão das exportações. O PIB alcançou 6,1% no ano de 2007 e manteve intensidade a no ano de 2008, quando essa expansão correspondeu a 5,2%. Entre o ultimo trimestre de 2008 e o primeiro de 2009 o país foi atingido pela crise internacional, o que afetou o ciclo de crescimento da economia brasileira. O último recuo no PIB havia ocorrido em 1992 (-0,5%), e desde então, o país vinha alternado momentos de crescimento e estagnação, também chamado de “vôo de galinha”. (DIEESE, 2012). A retração do PIB em 2009 foi decorrência direta da maior crise internacional do capitalismo nos últimos 80 anos. Desse modo, o desempenho da economia brasileira tem que ser compreendido no contexto da recessão mundial daquele ano. Diante desse momento internacional, a colocação do Brasil no ranking internacional foi bastante razoável. A economia dos EUA recuou 2,4%, a Alemanha 4,9% e o Japão 5,1%, e entre os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China), atual BRICS com a entrada da África do Sul, a economia encolheu 7,9%%. (DIEESE, 2012). Quanto ao número de empregos gerados, existe uma correlação entre o crescimento do PIB e a expansão dos empregos. De 2001 a 2003, o aumento médio do PIB foi 1,7% e o crescimento total de emprego formal foi de 12,6% o que significa uma expansão média anual de 4,2%. Entre 2004 e 2008, o PIB cresceu em média 4,7%, o emprego formal aumentou 33,5%, ocasionando um crescimento médio anual do emprego formal na ordem de 5,9%. Apesar da forte queda do PIB ocorrida em 2009 em razão da crise mundial, o mercado de trabalho apresentou continuidade no processo de formalização do emprego (geração de quase um milhão de novos 14 postos com carteira assinada), quanto à renda, esta seguiu em processo de recuperação e as taxas de desemprego não cresceram. (DIEESE, 2012). A explicação para o crescimento a partir de 2004, provavelmente, está no fortalecimento do mercado consumidor. Algumas medidas macroeconômicas permitiram que famílias historicamente excluídas pudessem adquirir os seus primeiros bens duráveis como geladeira, fogão, carro etc. Os indicadores do comércio, com índices de crescimento acima da expansão do PIB, atestam esse fortalecimento do mercado interno, provavelmente em razão da manutenção da taxa de inflação, acesso ao crédito, adoção de crédito consignado, programas de transferência de renda, política de valorização do salário mínimo, foi impulsionado pela política de valorização do salário mínimo, política de transferência de renda para os mais pobres e a expansão do crédito, gerou impacto positivo e relativamente equilibrado na ampliação de todos os segmentos da economia como a indústria, o comércio, serviços, agricultura, construção civil e outros. Mas como se entender todo esse processo, afinal, o que determinou esse crescimento do mercado consumidor a partir de 2004? Deve-se considerar que uma economia dinâmica é liderada pelo consumo de massa e por investimentos em infraestrutura. A recuperação do emprego tem seu inicio em setores em que os salários médios são mais baixos como: comércio e construção civil, e em áreas específicas onde há carência de mão de obra como engenharias, setores especializados dentre outros. Em seguida, esse processo se generaliza entre os diversos setores, com melhoria geral do mercado de trabalho refletindo positivamente nas negociações salariais, realizadas em um ambiente de livre negociação e de crescimento econômico. Deve-se considerar que durante esse período o planejamento macroeconômico estava sustentado pelo seguinte tripé: meta inflacionária, superávit primário, e pagamento da dívida, e vale salientar que, essa mudança deu-se sem romper com o tripé de sustentação de política macroeconômica vigente no país desde 1999. O câmbio flutuante adotado em janeiro de 1999 foi o primeiro pilar desse tripé em substituição ao regime de bandas cambiais, vigente até então. Além da adoção de metas de superávit primário, em janeiro de 1999, o Brasil fechou um acordo com o FMI com o qual o governo se comprometeu a manter uma disciplina fiscal e monetária e garantir recursos para o pagamento dos juros e serviços da dívida interna foi o segundo pilar, e o terceiro pilar do tripé foi o regime de metas de 15 inflação, adotado oficialmente em 1º de junho de 1999. Ficou determinado que a definição da meta para a inflação seria feita com base na variação de um índice de preços, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com intervalos de tolerância tanto para cima do centro da meta, quanto para baixo. Atualmente, essas metas passaram a ser definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com dois anos de antecedência. Alguns ajustes vêm sendo feitos nessas políticas, pelo governo, em razão das mudanças da conjuntura nacional e internacional. O comportamento do mercado de trabalho está fortemente relacionado com a orientação da política macroeconômica. A década de 1990 e dos primeiros anos deste século foram marcados pela flexibilização das relações de trabalho como solução para o desemprego e para a precarização do trabalho, já na ultima década observou-se uma mudança de discurso, se caracterizou pela ausência de medidas governamentais nessa direção. Em um contexto de poucas mudanças nas relações de trabalho, ou nos fatores internos ao mercado de trabalho, como a educação básica e a qualificação da força de trabalho, foi possível observar um crescimento das taxas de emprego, especialmente o formal. A elasticidade produto-emprego verificada nos últimos anos tem sido bastante elevada, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), até mesmo em 2009, quando a economia brasileira atravessou uma recessão, foram gerados quase um milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada, resultado equivalente a cerca de 70% da média observada no quinquênio encerrado em 2008. (DIEESE, 2012). De uma forma geral, esse crescimento econômico verificado na última década está diretamente relacionado com a expansão do mercado consumidor interno, impulsionado pela política de valorização do salário mínimo, pela política de transferência de renda para os mais pobres e pela expansão do crédito. Estudos apontam que em uma economia liderada pelo consumo de massa e por investimentos em infraestrutura, a recuperação do emprego ocorre inicialmente em setores em que os salários médios são mais baixos, como comércio e construção civil, e logo após é que essa recuperação ocorrerá em algumas áreas específicas como: setores especializados, engenharia etc. Preocupado em contribuir para o combate à pobreza e a desigualdade, como tambem com o crescimento econômico e o desenvolvimento humano e sustentável, o PNUD Brasil - por intermédio da cooperação técnica e em parceria com o governo 16 brasileiro, o setor privado e a sociedade civil - tem a constante missão de alinhar seu trabalho às necessidades de um país dinâmico, complexo, multifacetado e diversificado. O PNUD está no Brasil desde o início da década de 60, criando e implementando projetos. No ano de 2000, os líderes mundiais assumiram o compromisso de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, um conjunto de oito metas cujo objetivo é tornar o mundo um lugar mais justo, solidário e melhor para se viver, incluindo o objetivo maior de reduzir a pobreza extrema pela metade até 2015. O PNUD publica a Atlas de Desenvolvimento Humano dos Municípios informando os indicadores de população, educação, habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade utilizando dados extraídos dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. O IDH e os índices de pobreza e indigência valorizam mais a renda familiar média e definem patamares de renda mínima que irão refletir com maior precisão a distribuição de renda, componente mais importante do grave fenômeno da pobreza no Brasil. Já o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU, utiliza indicadores de escolaridade e de longevidade como medida de sustentabilidade do desenvolvimento. (CRUZ, 2014). 3. A CRIAÇÃO DAS RIDEs São regiões metropolitanas brasileiras que possuem municípios em mais de uma unidade federativa, criadas a partir de legislação específica e visam abastecer mecanismos de gestão integrada para o desenvolvimento da região. Junto com sua criação, é constituído o Conselho Administrativo da Ride – COARIDE, com o objetivo de promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades regionais, promover a realização de planos regionais de desenvolvimento, coordenar projetos e programas comuns aos municípios, promover a instalação de serviços e infraestrutura, entre outros. Foram criadas para articular ações da união em um mesmo contexto social e geoeconômico. O Artigo 43 da constituição\federal delega à lei complementar a definição das condições de integração. Os momentos históricos da criação das RIDEs podem ser identificados em três períodos distintos. O primeiro período inicia com a formação de regiões metropolitanas, anos 70, período do governo militar, da Constituição Federal de 17 1967 e dos Planos Nacionais de Desenvolvimento – PND que pregoava a distribuição espacial das atividades econômicas e redução das disparidades regionais, o Governo Federal criou nove regiões metropolitanas (Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre). Houve a explosão urbana e metropolitana- 44% da população moravam em cidades que tinha entre 250 mil e 2 milhões de habitantes. No I PND (72-74) previa a criação de polos regionais como estratégia de descentralização econômica a partir da década de 80 houve aumento das cidades de porte médio, aumento populacional nos municípios periféricos e crescimento das regiões metropolitanas (AZEVEDO, ALVES, 2010). O segundo período foi marcado pela constituição de 1988, onde se viveu um momento de democratização e descentralização que consolidou novos paradigmas e a valorização da instancia municipal no trato dos conflitos. No Art. 25, foi delegado aos estados a atribuição de instituir áreas metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregionais. O Art. 43 da Constituição Federal, visando reduzir as desigualdades regionais, abre a possibilidade de instituir regiões de desenvolvimento em municípios de diferentes estados, mas integrantes do mesmo complexo social e geoeconômico. Nos anos 90 foram criadas oficialmente 13 novas regiões metropolitanas, além da RIDE do Distrito Federal e Entorno (1998). “O final dos anos 90 assiste ao acirramento das dificuldades econômicas e sociais das regiões metropolitanas, com índices de crescimento negativo”... aumento da violência e inchaço das periferias (GARSON, 2009). Foram criadas as RIDES do Pólo PetrolinaJuazeiro e RIDE Grande Teresina. O terceiro período iniciou-se com o governo Lula que apoiado nos mesmos preceitos constitucionais e a favor da gestão associada e dos consórcios públicos. Em 2003 instala o Ministério das Cidades e retorna o planejamento regional ao Ministério da Integração Nacional. 3.1 A COMPOSIÇÃO DA RIDE DO POLO PETROLINA (PE)-JUAZEIRO (BA) A divisão territorial do Sertão dos Estados de Pernambuco e da Bahia é a seguinte: Pernambuco possui 3 microrregiões. 1- Sertão do Araripe, 2-Sertão do Pajeú, 3- Sertão do São Francisco. Bahia possui 4 microrregiões. 1- Semiárido do Nordeste II, 2- Sertão Produtivo, 3- Velho Chico. 4- Sertão do São Francisco. Os 18 municípios da microrregião do Sertão do São Francisco de Pernambuco são: Afrânio, Cabrobó, Petrolina, Dormentes, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, e Orocó. E da Bahia são: Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho, Juazeiro, Uauá. (FERREIRA, 2013) Os municípios de Petrolina-PE e Juazeiro-BA, situados no Submédio São Francisco, estão distantes de suas capitais, 700 km de Recife e 500 km de Salvador respectivamente, são municípios sede das microrregiões de Petrolina e Juazeiro, caracterizadas como áreas dinâmicas por possuir um crescimento socioeconômico diferente das demais áreas da região do Sertão do São Francisco. Juntas, formam o maior aglomerado urbano do semiárido. Fazem parte da RIDE Petrolina-Juazeiro, que abrange oito municípios sendo quatro da Bahia: Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, e Sobradinho e quatro em Pernambuco: Petrolina, Lagoa Grande, Orocó, e Santa Maria da Boa Vista. Juntas ocupam uma área de 33.947,8 km², com população de aproximadamente 686.500 habitantes (IBGE, 2010). Figura 1 – localização da RIDE Petrolina Juazeiro Fonte: Banco do Nordeste do Brasil - BNB (2005). Segundo estudos das Redes Urbanas Regionais (IPEA, 2007; IBGE 2007), os municípios de Petrolina e Juazeiro constituem uma aglomeração urbana não 19 metropolitana. O ministério das Cidades também não considera o conjunto de municípios da RIDE uma aglomeração urbana de caráter metropolitano, e sim como Centro Sub-Regional 1. Apesar das condições climáticas característica do semiárido, ocorreu um crescimento populacional acima da taxa nordestina e brasileira. O auge desse aumento do contingente populacional dos municípios da RIDE foi o período de 1970 a 1990 onde ocorreu um aumento populacional de aproximadamente 180%. Em razão do clima seco e dos bons níveis de irrigação, tornou-se desde a década de 80 um Pólo de agronegócio, comércio e serviços. Essa região é a maior exportadora de frutas tropicais do país. A agricultura, em especial a fruticultura irrigada é a principal atividade econômica desses oito municípios estudados, que juntos formam uma área dinâmica que tem apresentado resultados significativos nas dimensões econômicas e demográficas. (LIMA, 1994). Outro fator que contribui para o dinamismo dessa região é a infraestrutura de transportes que cruzam os municípios Petrolina e Juazeiro, a Ponte Presidente Dutra faz a ligação entre os dois Estados: Pernambuco e Bahia. No transporte rodoviário de cargas temos: a BR 235 que da acesso aos estados de Sergipe, Piauí, Maranhão, Tocantins e Para; A BR 407 liga a Bahia, Pernambuco e Piauí; A BR 232 e BR 122 que conecta a região à Recife e Salvador, capital de cada Estado e ao porto marítimo para exportação da produção. Além da malha rodoviária, a região conta também com rede ferroviária, hidroviária (Rio São Francisco) e aeroviária (Aeroporto com pista de pouso com capacidade de exportação) permitindo a ida de mercadorias para os mercados norte-americanos e europeus. Esse dinamismo do agronegócio dessa região teve como inicio a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, desde então, essa região passou a ser objeto de planejamento. Desde a década de 60, a questão nordestina começou a ser vista não se limitando apenas a superação do efeito da seca, e sim, procurou-se formular um projeto para o desenvolvimento do nordeste que estivesse em consonância com o projeto de desenvolvimento do próprio país. O problema da pobreza estaria associado à exclusão das massas de trabalhadores no processo produtivo, a predominância da agricultura de subsistência e da informalidade nas relações de trabalho, do que mesmo a oferta de alimento. A criação de um organismo regional possibilitou o planejamento e desenvolvimento da região, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste 20 (SUDENE) enfrentou fortes resistências das elites locais. Seu modelo focalizou a industrialização e a adoção de incentivos fiscais e para a criação de órgãos similares em outras regiões do país. Na década de 1970 foi introduzida a agricultura irrigada e a construção da barragem de Sobradinho (1973-79). Ao longo das ultimas décadas, investimentos governamentais viabilizaram a consolidação das atividades agrícolas na região, através de investimentos que garantiram a disponibilidade de água (infraestrutura com canais de irrigação), de terra, da mão de obra abundante e além das condições climáticas favoráveis, que possibilitam até 2,5 safras por ano em culturas como uva, e de outros ciclos produtivos precoces. (COEHO, 2008). As atividades agrícolas existentes na região de Petrolina e Juazeiro são baseadas nos fluxos de produto, capital e pessoas entre as grandes regiões do País, em razão da vocação e especialização desenvolvida ao longo das ultimas quatro décadas. 3.2- COMPORTAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO NA RIDE DO POLO PETROLINA - JUAZEIRO A expansão urbana no Brasil, como um componente fundamental das mudanças estruturais na sociedade brasileira, ocorreu na segunda metade do século XX. Na década de 1960 a população urbana tornou-se superior à rural. O nosso processo de urbanização é um fenômeno estrutural recente, em especial entre os anos 1950 e 1970 com um crescente deslocamento para as metrópoles ou para centros dinâmicos. Entre os anos de 2000 a 2010, a região da RIDE apresentou um crescimento populacional de 21%, acima da média do nordeste, que foi de 11%. Se considerarmos 1970 a 2010, década em que inicio a barragem de sobradinho e que possibilitou a agricultura planejada com a implantação dos canais de irrigação, essa região foi de grande atrativo em relação às demais localidades no Nordeste, já que dentro do nordeste a população cresceu em 88,82% e a RIDE aumentou em 240%. Quanto ao número de pessoas residentes, no ano 2000, nos dois Estados da Ride tinham uma População total (todos os residentes) proporcional, 10 anos após, a população do lado pernambucano cresceu 29,44% e baiana 10,10%. Provavelmente na cidade de Sobradinho deve ter alterado algum processo produtivo na hidrelétrica de sobradinho ter contribuído para reduzir a população. 21 Tabela 1: População residente, por situação de domicílio, nos municípios da RIDE. Petrolina/ Juazeiro, nos períodos de 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. Municípios 1970 1980 1991 2000 2010 Brasil 93.134.846 119.011.052 146.825.475 169.872.856 190.755.799 Nordeste 28.111.551 34.815.439 42.497.540 47.782.487 53.081.950 Pernambuco 5.160.625 6.142.229 7.127.855 7.929.154 8.796.448 Bahia 7.493.437 9.455.392 11.867.991 13.085.769 14.016.906 Petrolina 61.252 104.297 175.406 218.538 294.081 19.137 22.719 Lagoa Grande Sta Maria Boa Vista da 18.837 23.876 42.006 36.914 39.473 Orocó 5.285 7.087 10.731 10.825 13.176 Juazeiro 61.648 118.175 128.767 174.567 197.984 Casa Nova 37.036 39.321 46.838 55.730 64.944 24.895 28.841 21.988 Sobradinho Curaçá 17.791 20.638 24.895 28.841 32.165 RIDE 201.849 313.394 449.851 565.877 686.410 Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010. A tabela 2 mostra um grande crescimento do PIB no intervalo de 2000 a 2010, de 1.835.015 para 6.711743 que representa um crescimento de 265,75%. No lado pernambucano cresceu 1.421% e no baiano 896%%, sendo assim, o PIB pernambucano cresceu bem mais, pode-se ver bem essa diferença quando observa o crescimento de cada cidade polo. Juazeiro cresceu 198% e Petrolina 395% Tabela 2 — Produto Interno Bruto — RIDE — 20002010 Município 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Casa Nova 77.628 112.295 142.509 218.885 276.081 344.719 Curaçá 48.887 59.430 87.393 125.151 123.623 155.432 Juazeiro 644.620 912.795 935.240 1.290.252 1.471.189 1.919.843 Sobradinho 205.526 311.382 357.758 408.108 458.137 Lagoa Grande 50.464 75.257 96.165 133.996 179.247 251.842 Orocó 23.864 28.516 43.362 50.565 88.058 117.739 725.486 1.038.248 1.530.758 1.772.665 2.362.785 3.188.898 70.307 105.694 154.448 203.426 280.784 275.132 1.835.015 2.537.761 3.301.258 4.152.697 5.189.875 6.711.743 Petrolina Santa M. Boa Vista. Total geral 193.760 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Sistema de Contas Nacionais (SCN), 2000-2010. Valores em reais 22 A PEA inclui os empregados e desempregados. O termo técnico utilizado é População Ocupada (PO) e População Não Ocupada (PNO). Os ocupados incluem não apenas empregados, como autônomos e empregadores. Isto é, todos os situados no mercado de trabalho formal. Os trabalhadores informais não são computados nas estatísticas de emprego. Fazem parte da parcela tida como desempregada. Alguns estudos apresentam os informais como subempregados, ou seja, com jornada parcial, salários inferiores aos equivalentes no mercado formal, exclusão dos direitos trabalhistas e previdenciários. A PIA baiana cresceu de forma geométrica em 5,96 e a pernambucana em 9,80. Dentre esses valores a PEA (economicamente ativa) ficou de forma geométrica do lado baiano 4,62 e pernambucano 10,77. O que esta proporcional já que estão nos ocupados e os desempregados. A taxa de crescimento exponencial de Petrolina superou todas as cidades que pertencem a RIDE. (Tabela 3, e Tabela 4). É importante verificar o tipo de ocupação que está gerando esse crescimento, já que a agricultura possibilita as formas mais precárias de ocupação. Tabela 3 — Taxa de crescimento da população em idade ativa — RIDE — 2000/2010 Taxa de Crescimento Anual Município 2000 2010 Geométrica Exponencial Casa Nova 43.122 52.425 1,97 1,95 Curaçá 22.257 26.033 1,58 1,57 Juazeiro 136.016 162.160 1,77 1,76 Sobradinho 16.898 18.006 0,64 0,64 Orocó 8.088 10.550 2,69 2,66 Petrolina 169.871 240.136 3,52 3,46 Lagoa Grande 14.253 18.053 2,39 2,36 Santa Maria da Boa Vista 27.498 30.997 1,20 1,20 Total 438.003 558.360 2,46 2,43 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Censo Demográfico, 2000/2010. Tabela 4 — Taxa de crescimento da população economicamente ativa — RIDE — 2000/2010 Taxa de Crescimento Anual Município 2000 2010 Geométrica Exponencial 23 Casa Nova 23.245 27.818 1,81 1,80 Curaçá 11.954 12.855 0,73 0,73 Sobradinho 8.397 8.662 0,31 0,31 Juazeiro 75.159 89.600 1,77 1,76 Lagoa Grande 7.485 9.838 2,77 2,73 Orocó 4.420 5.956 3,03 2,98 Petrolina 92.663 138.680 4,11 4,03 Santa Maria da Boa Vista 16.644 18.128 0,86 0,85 Total 239.967 311.537 2,64 2,61 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Censo Demográfico, 2000/2010. A taxa de ocupação, tabela 5, representa a população ocupada, Petrolina vem se destacando em ocupação. Esse fato também pode ser observado na tabela 6 apresenta uma grande redução do desemprego. A tabela 8 mostra quanto ao estoque formal do setor agropecuário que essa concentração de emprego em Pernambuco, na agropecuária era de 7.155 e passou para 11.462, representando um percentual de 164%. Já a Bahia cresceu somente 38%. Tabela 5 — Taxa de Participação - RIDE 2000/2010 Variação Município 2000 2010 Absoluta Percentual Casa Nova 53,9 53,1 -0,84 -1,56 Curaçá 53,7 49,4 -4,33 -8,06 Sobradinho 49,7 48,1 -1,59 -3,19 Juazeiro 55,3 55,3 0,00 -0,01 Lagoa Grande 52,5 54,5 1,98 3,77 Orocó 54,6 56,5 1,81 3,30 Petrolina 54,5 57,8 3,20 5,87 Santa Maria da Boa Vista 60,5 58,5 -2,04 -3,38 Total 54,8 55,8 1,01 1,84 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Censo Demográfico, 2000/2010. Tabela 6 — Taxa de desemprego — RIDE 2000/2010 Variação Município 2000 2010 Absoluta Percentual Casa Nova 9,74 7,92 -1,82 -18,73 Curaçá 11,24 8,79 -2,45 -21,82 Sobradinho 24,97 12,49 -12,48 -49,98 24 Juazeiro 17,86 11,09 -6,77 -37,90 Lagoa Grande 11,61 11,40 -0,21 -1,77 Orocó 8,03 5,61 -2,42 -30,18 Petrolina 17,68 10,43 -7,25 -41,00 Santa Maria da Boa Vista 8,90 6,89 -2,01 -22,56 Total 15,93 10,12 -5,81 -36,47 Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — Censo Demográfico, 2000/2010. A tabela 5 e a tabela 6 mostram que cresceu a participação no mercado de trabalho, mas bem menos do que a redução do desemprego, considerando assim que pessoas podem ter desistido de procurar emprego, ou migraram para o trabalho “por conta própria”. Quanto ao emprego formal, Petrolina possui mais de 50% dessas vagas e associadas a Juazeiro, ambas possuem 79.705 em seu estoque formal, sendo responsável por quase 85% dessa ocupação. (tabela 7, e Tabela 8). Tabela 7 — Estoque de emprego formal — RIDE — 2000 2010 Município 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Lagoa Grande 1.041 1.322 1.355 1.600 1.834 2.388 2.175 2.441 2.402 2.228 2.523 Orocó 366 368 49 524 561 619 577 596 601 549 554 Petrolina 23.879 25.512 28.181 30.305 33.493 37.653 40.454 Santa Maria da Boa Vista 1.882 1.692 1.819 1.602 2.167 1.987 1.710 41.460 45.004 47.293 51.010 1.652 1.709 1.814 1.908 Casa Nova 1.900 2.351 3.770 4.560 4.450 5.668 5.902 6.116 6.161 5.646 6.629 Curaçá 727 763 637 1.001 1.217 1.142 1.825 1.791 1.692 1.677 1.557 Juazeiro 18.990 20.423 19.679 21.956 21.199 23.414 24.607 25.218 26.308 28.996 28.695 Sobradinho 873 1.402 1.210 1.282 1.546 Total 49.658 53.798 56.478 62.600 65.888 74.016 78.669 80.676 85.087 89.485 94.422 1.367 988 1.052 967 1.145 1.419 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), 2000-2010. Tabela 08 — Estoque de emprego formal, segundo o setor de atividade econômica — RIDE — 2000 Município Serviços Agropecuária, Extrativa Indústria de Ind. de Construção Administração Comércio Serviços Ext. Vegetal, Total Mineral Transformação Uti. Civil Pública Caça e Pesca Pública Lagoa Grande 0 17 0 1 101 4 364 554 1.041 Orocó 0 0 0 4 8 6 348 0 366 2.070 14 1.372 4.894 6.194 3.621 5.683 23.879 27 0 0 156 80 701 918 1.882 Petrolina 31 Santa Maria da Boa Vista 0 25 Casa Nova 6 5 0 0 97 62 427 1.303 1.900 Curaçá 1 1 15 5 43 214 0 448 727 Juazeiro 9 3.461 402 628 3.248 5.068 2.522 3.652 18.990 Sobradinho 0 4 163 31 623 33 9 10 873 Total 47 5.585 594 2.041 9.170 11.661 7.992 12.568 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), 2000. 49.658 Tabela 9 — Estoque de emprego formal, segundo o setor de atividade econômica — RIDE — 2010 Município Serviços Agropecuária, Extrativa Indústria de Ind. de Construção Administração Comércio Serviços Ext. Vegetal, Total Mineral Transformação Uti. Civil Pública Caça e Pesca Pública Lagoa Grande 0 150 0 0 313 48 1.145 867 2.523 Orocó 0 0 0 2 69 11 453 19 554 Petrolina 72 Santa Maria da Boa Vista 9 3.287 78 5.414 12.443 12.566 6.756 10.394 51.010 84 3 3 339 75 1.213 182 1.908 Casa Nova 0 195 54 36 615 227 2.524 2.978 6.629 Curaçá 1 32 0 1 229 66 1.049 179 1.557 Juazeiro 26 3.754 457 584 7.605 6.166 5.875 4.228 28.695 Sobradinho 0 11 162 36 162 137 991 47 1.546 Total 108 7.513 754 6.076 21.775 19.296 20.006 18.894 94.422 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) — Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), 2010. Conforme as Tabelas 7, 8 e 9, o emprego formal na RIDE duplicou nos últimos 10 anos, os municípios pernambucanos cresceram aproximadamente, 106% já os municípios baianos cresceram 72%. No ano 2000, a agropecuária era a principal atividade de emprego formal acompanhado pelo setor da administração pública, já em 2010, a administração pública passou a liderar, seguido pelo comercio. Ao se comparar de forma absoluta a situação do emprego no ano de 2000 com a situação em 2010, a agropecuária, passou a existir em Orocó e reduziu 80,17% em Santa Maria da Boa Vista no lado pernambucano. Essa mesma situação ocorreu no lado baiano, Curaçá apresentou uma redução de 60%. Se somar os 4 municípios de Pernambuco teremos um aumento absoluto de emprego na agropecuária da ordem de 86,48% (ano 2000=7.155 e ano 2010=13.343), a mesma proporção não ocorreu no lado baiano que foi de 37,24% (ano 2000=5.413 e ano 2010=7.432). 26 Para Furtado (2001) o desenvolvimento econômico constitui o aumento do fluxo de renda real. Esse aumento no fluxo de renda de forma quantitativa ocasiona a melhoria qualitativa. O aumento de bens e serviços por unidade de tempo possibilita a ocorrência do desenvolvimento, ao gerar empregos. A renda é a variável econômica que expressa toda a produção e circulação de riqueza, é a expressão monetária do produto, desta forma se faz necessário estabelecer a relação entre produção, emprego e renda porque quando a produção cresce cria espaços (SANTOS, 1996, P.25). 3.3 – COMPORTAMENTO DE INDICADORES SOCIAIS DA RIDE O crescimento de uma sociedade não representa melhora na sua qualidade de vida, muitas vezes, o que se observa é o aumento das desigualdades. É preciso que esse crescimento seja transformado em mudanças contínuas. Conforme a Atlas das Nações Unidas, o desenvolvimento humano é um processo que envolve a ampliação das liberdades das pessoas quanto ás suas capacidades e as oportunidades ao seu dispor, e assim, escolherem o querem ser ou obter na vida. O Brasil vem sendo um país que inspira outras nações do hemisfério sul, mas o seu passivo histórico reflete um legado negativo para o alcance do desenvolvimento pleno de sua sociedade. Internamente, apresentamos grandes desigualdades, é como se houvesse vários os Brasis dentro do Brasil. Em alguns municípios a renda per capita mensal é de aproximadamente R$ 1.700,00 e em outros em que o cidadão ganha R$ 210,00 mensal. Em alguns municípios, 80% da população tem concluído o ensino fundamental completo, já em outros esse número não chega a 13%. Tabela 10— Índice de Desenvolvimento Humano, Renda, Longevidade e Educação— RIDE — 2000-2010. Município IDHM Renda (2000) IDHM Renda (2010) IDHM IDHM IDHM IDHM IDHM Longevidade longevidade Educação Educação (2000) (2000) (2010) (2000) (2010) IDHM (2010) Brasil 0,692 0,739 0,727 0,816 0,456 0,637 0,612 0,727 Pernambuco 0,615 0,673 0,705 0,789 0,372 0,574 0,544 0,673 Bahia 0,594 0,663 0,68 0,783 0,332 0,555 0,512 0,66 Lagoa Grande 0,523 0,581 0,645 0,705 0,255 0,520 0,441 0,597 Orocó 0,519 0,536 0,691 0,766 0,297 0,553 0,474 0,610 27 0,63 Petrolina Santa Maria da 0,53 Boa Vista 0,496 Casa Nova 0,695 0,756 0,799 0,410 0,611 0,580 0,697 0,564 0,677 0,773 0,285 0,472 0,468 0,590 0,577 0,611 0,736 0,171 0,435 0,373 0,570 Curaçá 0,504 0,544 0,648 0,778 0,234 0,463 0,424 0,581 Juazeiro 0,609 0,657 0,668 0,796 0,369 0,594 0,531 0,677 Sobradinho 0,567 0,605 0,639 0,748 0,398 0,555 0,524 0,631 RIDE * 0,547 0,586 0,666 0,762 0,256 0,525 0,476 0,619 Fonte: Atlas das Nações Unidas – PNAD 2000 a 2010 (*) valor médio Ao se olhar mais de perto o desenvolvimento municipal, é possível entender melhor os caminhos percorridos e pensar em estratégias de longo prazo. No intervalo do ano 2000 ao ano 2010, o IDHM da RIDE cresceu de forma absoluta 30% superando a média dos Estados que está faz parte, o Brasil cresceu 18%, Pernambuco cresceu 23,7% e a Bahia 28,9%. Dentro da sua composição: renda, longevidade e educação, esta ultima foi a que mais evoluiu, cresceu mais de 100%, acompanhada por longevidade 14% e renda com 7%. Se considerarmos que educação é um fator determinante para a melhoria no mercado de trabalho, uma vez que o trabalhador vende o seu “tempo livre” associado a seu conhecimento, essa região tende a melhorar as oportunidades no mercado de trabalho. Tabela 11— Renda per capita, Renda per capita exceto renda nula, Renda proveniente do rendimento do trabalho, Índice d Gini— RIDE — 2000-2010. Renda per Renda per capita, capita, exceto exceto renda renda nula nula. (2000) (2010) % da renda proveniente de rendimentos do trabalho (2000) % da renda proveniente Índice de de Gini rendimentos (2000) do trabalho (2010) 793,87 605,61 800,84 76,55 74,32 0,64 0,6 367,31 525,64 383,14 531,61 70,96 68,58 0,66 0,62 Bahia 322,04 496,73 338,44 503,15 73,82 71,2 0,66 0,62 Lagoa Grande 206,67 296,99 217,92 302,74 79,83 75,45 0,59 0,52 Orocó 201,72 404,4 224,41 605,06 208,77 413,19 227,8 609 78,94 81,48 62,77 82,99 0,55 0,63 0,51 0,62 267,86 226,16 276,3 69,37 71,1 0,58 0,55 289,24 190,23 295,93 75,85 67,37 0,55 0,54 236,77 193,58 242,67 66,47 54,52 0,55 0,51 Renda per capita (2000) Renda per capita (2010) Brasil 592,46 Pernambuco Município Petrolina Santa Maria da 216 Boa Vista 175,6 Casa Nova Curaçá 184,44 Índice de Gini (2010) 28 Juazeiro 354,06 476,58 359,81 480,17 78,84 77,82 0,62 0,56 Sobradinho 272,74 344,74 276,58 350,37 76,61 68,66 0,57 0,49 RIDE (*) 251,95 342,70 260,78 348,12 75,92 70,08 0,58 0,53 Fonte: Atlas das Nações Unidas – PNAD 2000 a 2010 (*) valor médio A renda per capita indica a capacidade média de se adquirir bens e serviços. A grande limitação desse indicador né não considerar a desigualdade de renda entre eles, fato que pode ser observado quando conhecemos a parcela da população dos municípios que vivem na pobreza. Provavelmente a melhoria na educação vem contribuindo com o aumento da renda, porem ainda esta muito aquém da média dos Estados ao qual a RIDE faz parte. Esse senário já se encontra diferente, uma vez que ocorreu um aumento nas exportações, como tambem crescimento na produção das vinícolas, esse mesmo fenômeno pode ser observado quando retiramos a renda nula. Quanto ao quesito renda, fica mais fácil entender a gravidade desses números e necessidade de um planejamento a longo prazo, quando verificamos o Índice de Gení, que mede a concentração de riqueza e a renda per capita, a desigualdade vem reduzindo mas a renda continua muito baixa. Conforme Silva, Tondo e Lima (2007, p. 167) o retorno de um cidadão que recebe todas as condições para atuar no mercado de trabalho será da ordem de um para dez, uma vez que “esse cidadão geraria renda suficiente para outras dez pessoas”. Enfim, na tabela 12 mostra a continuidade do dinamismo da RIDE. Que vem crescendo o mercado exportador e consequentemente a PEA. . A escolha de 2007 e 2012 esta no fato de que em 2007 ainda não tinha tido a crise internacional e que o ano de 2012 Petrolina continua com um bom dinamismo. Tabela 12 – Exportações e Importações dos Municípios que compõe a RIDE do Pólo Petrolina Juazeiro Exportações Importações Exportações2 Importações3 2007 2007 2012 2012 Pernambuco 894.263.616 1.721.092.248 854.605.483 6.594.169,98 Petrolina 120.792.188 14.442.220 161.537.717 154.980.984 Santa Maria da Boa Vista 0 0 0 0 Colunas1 Colocação 29 Lagoa Grande 12.778.155 535,796 1.552.815 564.425 Orocó 0 0 0 0 Bahia 7.684.248.748 5.423.724.847 10.980.060.910 7.767.245.208 Juazeiro 70.866.019 5.742.641 41.604.178 4.663.857 Curaçá 0 0 0 0 Casa Nova 59.301.447 1.311.781 66.985.871 4.523.304 Sobradinho 0 0 0 0 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Emprego. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio. MDIC 2013 Em 2012, Petrolina liderou as exportações de Pernambuco, saiu do terceiro lugar, posição que ocupava em 2007 para o primeiro em 2012. Lagoa Grande veio logo em seguida na participação da RIDE, Lagoa Grande vem despontando também como Pólo vinícola, em uma área conhecida como “vermelhos” já estão instaladas e em funcionamento quatro vinícolas. Essa nova prática precisa ser mais bem estudada quanto ao seu potencial. 4. CONCLUSÃO Esse texto examina a evolução do mercado de trabalho da Região Integrada de Desenvolvimento Polo Petrolina Juazeiro – RIDE Petrolina Juazeiro - em especial o mercado formal, paralelamente com a evolução socioeconômica desses municípios. Essa região é composta por oito municípios situados no interior dos Estados de Pernambuco e Bahia, sendo quatro em Pernambuco: Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, e quatro na Bahia: Juazeiro, Casa Nova, Sobradinho e Curaçá. O texto busca revelar a evolução e o comportamento do mercado de trabalho da RIDE Pólo Petrolina Juazeiro, associando-o, quando possível, à evolução socioeconômica, ocorridas nesses municípios. Quanto à integração entre municípios com a formação de uma Região Integrada, não foi possível observar entre os municípios que compõe a RIDE uma tendência coletiva quando o assunto é definir políticas de desenvolvimento ou fatores relacionados à ocupação territorial que são necessários em uma Região Integrada, cada município atua desarticulado procurando encontrar saídas para a redução da pobreza e a geração de emprego e renda. Com relação à população, essa região vem apresentando tendência à atração para os dois Estados, como tambem existe uma grande migração interna em razão da necessidade de mão de obra pouco ou não qualificada para atender a demanda 30 da agricultura e não para atender ao que ficou determinado na “Política Nacional de Desenvolvimento Regional no Brasil”. Seria necessário programar um modelo de gestão compartilhada. Quanto à oportunidade de emprego e renda, observou-se uma redução na taxa de desemprego, mas não deve ser traduzida como melhoria na renda e possibilidades de abertura de novos negócios já que no IDHM, o item renda foi o que menos cresceu. Um fato bom observado é que a educação fundamental cresceu bastante o que se pode traduzir em possibilidades de emprego e renda em momentos futuros, caso existam politicas compartilhadas. O número de estabelecimentos vem crescendo, possibilitando um movimento endógeno na região. Quanto ao rendimento médio do trabalhador dentro da Ride este mostrou que surgiram novas oportunidades e que o trabalhador esta tendo um maior rendimento, como tambem que o setor agropecuário está remunerando melhor o seu trabalhador nos municípios de Lagoa Grande, Petrolina e Casa Nova, esse fato pode ser atribuído à expansão dos canais de irrigação, o aumento da exportação de frutas, o crescimento de áreas irrigadas por grandes colonos e a expansão do mercado vinícola. A Embrapa através de suas pesquisas e orientações, assim como a Codevasf que controla os projetos de irrigação contribuem para esse bom resultado. Quanto ao PIB, e possível perceber a diferença entre o PIB potencial e o PIB real da RIDE, a existência desse hiato do produto quanto aos fatores de produção, sinaliza que pelo menos em parte não está sendo plenamente utilizados, na RIDE os fatores de produção, resultando em desemprego, ou que existe uma combinação ineficiente desses fatores. Mesmo com o crescimento da educação, a produtividade ainda está abaixo do que poderia ser possível. Mas, apesar de toda essa evolução, o mercado de trabalho agrícola formal precisa ser melhor planejado, uma vez que, o emprego temporário termina por dizimar parte do ganho obtido no trabalho agrícola formal. REFERENCIAS AGUAS, M.F.F. Uma análise da evolução recente da Taxa de Desemprego segundo diferentes classificações. Em Encontro ABEP/NEPO, 2010. 31 AZEVEDO, H.P.L., ALVES, A.M. 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