PROGRAMA DE INTERIORIZA‚ÌO DO TRABALHO EM SAòDE (PITS)
ANO VI - Nº160 - QUARTA
SEMANA
DE
ABRIL
DE
2002
SEGUNDA FASE EXPANDE
COBERTURA DO PITS
META É QUE 119 NOVOS
MUNICÍPIOS BRASILEIROS MAIS
CARENTES SEJAM ATENDIDOS POR
EQUIPES DE MÉDICOS E ENFERMEIROS
Foi lançada no último dia 16 de abril a segunda fase do Programa de Interiorização do Trabalho
em Saúde (Pits). Neste ano, 119 municípios das
regiões mais carentes do país deverão contar com
equipes formadas por médicos e enfermeiros. Com
a expansão do programa serão criadas 295 equipes, uma média de duas para cada município.
Em 2001, 141 localidades das regiões Norte,
Nordeste, Centro-Oeste e Norte de Minas Gerais
receberam equipes do Pits. A iniciativa leva médicos
e enfermeiros a municípios onde não há qualquer
cobertura de atenção à saúde. Essas
localidades registram altos índiR$ 4 mil a R$ 4,5 mil,
ces de mortalidade infantil,
A LISTA DOS MUNICêPIOS
enquanto os enfermeiros
malária, tuberculose e hanPARTICIPANTES DO PROGRAMA DE INTERIORIZA‚ÌO DO
ganham entre R$ 2,8
seníase. O projeto tammil a R$ 3,15 mil. O
bém tem por objetivo
TRABALHO EM SAòDE PODE SER ACESSADA,
valor da bolsa é deterimpulsionar a reorganiNA INTERNET, PELO ENDERE‚O WWW.SAUDE.GOV.BR.
minado pela distância
zação da atenção básie condições de acesso
ca à saúde, representaAS INSCRI‚ÍES PARA OS PROFISSIONAIS DE SAòDE
entre a capital do estada principalmente pelo
Programa Saúde da Famí- INTERESSADOS EM PARTICIPAR SERÌO FEITAS PELO MESMO do e o município onde
trabalham. Os profissionais
lia (PSF).
ENDERE‚O, ENTRE OS DIAS 17 DE ABRIL E 19
também têm seguro de vida e
Em comparação ao ano
acidentes pessoais. Os municípios
passado, o Pits vai chegar a muniDE MAIO.
beneficiados devem garantir alimentacípios ainda menores. Foram escolhidas
ção, residência e transporte.
cidades que ainda não tenham equipes do PSF e
Todos os selecionados passam, durante o períocom menos de 20 mil habitantes – limite este que, no
do do programa, por um curso de especialização
ano passado, era de 50 mil pessoas. Terão prioridaem Saúde da Família nas faculdades preferencialde os municípios que requerem maior controle da
mente dos estados em que estão lotados, com tutoria
malária, tuberculose e hanseníase; e nos quais exisrealizada por médicos e enfermeiros capacitados.
ta alta incidência de mortalidade infantil, ou seja,
Isso revela a preocupação do Pits com a formação
com taxas iguais ou maiores do que os índices
continuada dos profissionais participantes. O Minismédios de cada região.
tério da Saúde também garante o fornecimento de
Os médicos que participam do programa receequipamentos e material de estudo e trabalho.
bem durante um ano uma bolsa mensal que varia de
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O PITS VEIO ATENDER ÀS NECESSIDADES DOS MUNICÍPIOS CARENTES, AO LEVAR SAÚDE ONDE
A POPULAÇÃO MAIS PRECISA. EM RUBIM, OS RESULTADOS NO CURTO PRAZO FORAM ÓTIMOS. A MORTALIDADE
INFANTIL, POR EXEMPLO, CAIU DRASTICAMENTE. EM APENAS UM ANO, O ÍNDICE PASSOU DE 30 PARA
3 ÓBITOS POR MIL NASCIDOS VIVOS. O TRABALHO DOS PROFISSIONAIS DO SAÚDE DA FAMÍLIA
FOI FUNDAMENTAL PARA ALCANÇARMOS ESSA CONQUISTA.
Claudemir Carpe
Prefeito de Rubim (MG), um dos municípios integrantes da primeira fase do Pits
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O NOSSO OBJETIVO É LEVAR, DE FORMA VOLUNTÁRIA, PROFISSIONAIS DE SAÚDE PARA OS MUNICÍPIOS
QUE MAIS NECESSITAM DE ASSISTÊNCIA MÉDICA. O PITS CONSTITUI A PRINCIPAL ESTRATÉGIA PARA SUPERAR ESSE
DESAFIO, VISTO QUE A MAIORIA DESSES PROFISSIONAIS ESTÁ CONCENTRADA NOS GRANDES CENTROS URBANOS.
AO MESMO TEMPO, ESTAMOS FORTALECENDO O PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA EM TODO O PAÍS.
Cláudio Duarte
Secretário de Políticas de Saúde
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COM O PITS, O PROFISSIONAL DE SAÚDE TERÁ A OPORTUNIDADE DE AUMENTAR SEUS CONHECIMENTOS,
AO RECEBER UMA SÉRIE DE BENEFÍCIOS E TRABALHAR EM PEQUENOS MUNICÍPIOS ESPALHADOS PELO PAÍS. É UMA
EXPERIÊNCIA INESQUECÍVEL TANTO PARA O PROFISSIONAL DE SAÚDE COM PARA A POPULAÇÃO ATENDIDA.
Barjas Negri
Ministro da Saúde
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Apesar das dificuldades,
a enfermeira Silvana Resende
se orgulha dos resultados
do trabalho desenvolvido
em Aricanduva
A EXPERIæNCIA MAIS GRATIFICANTE DE UMA ENFERMEIRA
Presente à cerimônia de lançamento da segunda fase
do Pits como representante dos enfermeiros participantes do
programa, Silvana Resende Monteiro está orgulhosa. “Essa
foi a experiência mais gratificante profissionalmente”, revela. A enfermeira atua em Aricanduva (MG), município localizado a 550 km de Belo Horizonte.
Silvana trabalhava no Programa Saúde da Família (PSF)
de Santa Luzia (MG), mas quando surgiu a oportunidade
de atuar no Pits, ela abriu mão dos amigos e do conforto.
“Eu nem sabia direito onde ia morar em Aricanduva. Mas
sabia a importância do meu trabalho para aquela comunidade, que até então não tinha praticamente nenhuma assistência médica. Deixei tudo movida pela vontade de ajudar
as pessoas”, conta.
Ao chegar em Aricanduva, a enfermeira se deparou
com uma comunidade com hábitos e cultura bem peculiares, muitas vezes contrários ao que dita a cartilha da boa
saúde. “Foi preciso um trabalho de educação e conscientização muito intenso, pois precisávamos mudar comportamentos que estavam prejudicando a saúde das pessoas”.
A transformação foi possível apenas com o empenho dos
demais membros da equipe, formada por nove agentes
comunitários de saúde e um médico. As pessoas aprenderam, por exemplo, a usar o filtro para beber água e a
andar calçadas.
Atualmente, Silvana visita a comunidade rural três vezes
por semana. Vacinação de idosos e crianças, exames preventivos e de pré-natal são algumas das atividades desenvolvidas. Quando chegar a Aricanduva, Silvana já tem um
desafio pela frente: visitar uma casa com acesso somente a
cavalo, para atualizar o cartão de vacina de uma criança
de seis meses. “Isso não é uma barreira intransponível para
mim. Quando temos vontade e orgulho do nosso trabalho,
vale a pena lutar contra todas as dificuldades”, finaliza.
CONTINUIDADE NOS MUNICêPIOS Jç PARTICIPANTES
PESQUISA MOSTRA QUE 93% DOS MÉDICOS E ENFERMEIROS TÊM INTERESSE EM CONTINUAR NO PITS 2002
O Pits poderá ser prorrogado por mais um ano nos municípios em que já existe. Os profissionais que quiserem continuar no programa receberão um incentivo que correspondente a
10% sobre a bolsa paga atualmente. A maioria dos municípios atendidos manifestou intenção de manter a iniciativa.
Dados preliminares de avaliação coordenada pelo Ministério da Saúde mostram que 93%
dos médicos e enfermeiros consultados também querem permanecer. Apesar das dificuldades de acesso e precariedade encontrada nos municípios (80% estão situados na zona rural), apenas 7% dos enfermeiros e 23% dos médicos foram desligados do programa – grande parte alegando problemas pessoais e de
saúde. A maioria dos profissionais do Pits (82%) aprova a metodologia e a qualidade do curso de especialização.
Quanto às condições de trabalho, 77% dos profissionais consideram que dispõem de unidades de saúde com
estrutura física adequada. Outro dado importante: 81% dos enfermeiros estão capacitando os agentes comunitários
de saúde locais para ajudar na prevenção de doenças da população. Além disso, 75% dos enfermeiros e 53% dos
médicos fazem visitas domiciliares para acompanhar as condições de saúde da população local.
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