Exmo. Sr. Luis Ignácio Lula da Silva – Presidente da República Exma. Sra. Dilma Roussef– Ministra Chefe da Casa Civil Exmo. Sr. Carlos Minc – Ministro do Meio Ambiente Desde o ano de 2001, as comunidades da área compreendida por parte da bacia do rio Jauaperi e do baixo rio Branco, vêm lutando pela criação de uma Reserva Extrativista que atende aos anseios de quase duas centenas de famílias que aí vivem. Com o apoio de técnicos do Governo Federal e de entidades da sociedade civil, todo o processo necessário para o estabelecimento desta Reserva foi executado conforme a legislação vigente. No entanto, desde 2006, tal processo encontra-se parado na Casa Civil, aguardando sua finalização. Entendemos que a criação da Reserva Extrativista do Baixo Rio Branco-Jauaperi não deva ser tratada pelo Governo Federal como um problema, mas como parte de uma solução definitiva a vários conflitos registrados nesta região. Ao mesmo tempo, o estabelecimento desta Reserva Extrativista está de acordo às políticas públicas adotadas pelos diversos programas de conservação e desenvolvimento sustentável do Governo Federal, como é o caso do Programa ARPA e o Projeto Corredores Ecológicos, ambos capitaneados pelo Ministério do Meio Ambiente. A demora na criação desta importante Unidade de Conservação tem feito com que as comunidades dos rios Branco e Jauaperi corram o risco de perderem o acesso aos recursos naturais e às áreas que tradicionalmente utilizam por conta de uma série de ações criminosas empreendidas por invasores que buscam a região para a prática de pesca e caça predatórias e grilagem de terras públicas. Por sua vez, a falta de respostas por parte do Governo Federal às várias demandas dessas comunidades gera um clima de profundo descrédito nas políticas voltadas à região e deixa as famílias e técnicos engajados no processo de criação da Reserva à mercê de ações violentas, como o assassinato de um colaborador do IBAMA em atividade de fiscalização, em 2006, e o recente incêndio criminoso da casa do Sr. Francisco Felix, morador da comunidade Floresta e presidente da Associação dos Agroextrativistas do Baixo Rio Branco e Jauaperi (ECOEX) – crime que até o momento não foi investigado pelas autoridades competentes. Estamos cientes das dificuldades atuais que o Governo Federal enfrenta no que se refere à consolidação de uma agenda socioambiental para a Amazônia, mas acreditamos que a criação da Reserva Extrativista do Baixo Rio Branco-Jauaperi constitui-se como o início de um importante processo participativo para solucionar definitivamente os conflitos existentes e ainda vem somar-se ao cenário positivo voltado ao desenvolvimento sustentável na região. É importante ressaltar que o Acordo de Pesca do rio Jauaperi, estabelecido pela Instrução Normativa no 99 de 26/04/2006, tem seu término previsto para abril do próximo ano. Este instrumento tem sido o principal responsável pela inibição de ações predatórias na região. Caso a Reserva não seja criada com urgência - idealmente antes do término do Acordo – os conflitos existentes na região tenderão a se agravar, comprometendo seriamente a vida das populações locais que lutam pela conservação da região. Sendo assim, vimos por meio desta reivindicar a criação imediata da Reserva Extrativista do Baixo Rio Branco – Jauaperi e rogar para que Vs. Excias. honrem sua missão de fazer valer a consolidação de políticas públicas regionais justas e com base na participação e cooperação entre a sociedade civil e o Governo Federal. Associação Ecológica dos Agroextrativistas do baixo rio Branco – Jauaperi – ECOEX Associação dos Artesãos do Rio Jauaperi – AARJ Associação Amazônia Conselho Nacional dos Seringueiros - CNS Fundação Vitória Amazônica – FVA Grupo de Trabalho Amazônico – GTA Instituto Socioambiental – ISA WWF-Brasil