PROGRAMA
DE
LITERATURA
11ª E 12ª classes
2º CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO
Áreas de Ciências Humanas
Ficha Técnica
TÍTULO: Programa de Literatura - 11ª e 12ª classes
EDITORA: INIDE
IMPRESSÃO: GestGráfica, S.A.
TIRAGEM: 2.000 exemplares
LUANDA, 2.ª EDIÇÃO, Dezembro 2012
© 2012 INIDE
PROGRAMA APROVADO PELO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
ÍNDICE
Introdução Geral à Disciplina -------------------------------------------------- 4
Objectivos Gerais da Disciplina ------------------------------------------------ 5
Conteúdos Programáticos na 11ª Classe --------------------------------------- 6
Conteúdos Programáticos na 12ª Classe ------------------------------------- 14
Orientações Metodológicas --------------------------------------------------- 22
Avaliação ----------------------------------------------------------------------- 24
Bibliografia --------------------------------------------------------------------- 25
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11ª E 12ª CLASSES
INTRODUÇÃO GERAL À DISCIPLINA
O Ensino da Literatura como disciplina autónoma para a 11ª e 12ª classes do
Ensino Secundário justifica-se por várias razões, embora não entendendo uma
autonomia como factor de afastamento de estudo sistemático da língua. Pelo
contrário, os estudos literários, pela reinvenção que perspectivam da língua, são
um largo ensaio onde o aluno(a) pode observar a riqueza e as potencialidades
que a língua escrita literária oferece ao(à) leitor(a) e, pela sua historicidade, são
espaços de verificação do desenvolvimento e constituição das línguas históricas.
Mas o ensino da Literatura justifica-se por outras razões igualmente importantes:
pelo desenvolvimento emocional que proporciona, pela sua natureza cultural e
ética e pelo diálogo que estabelece com o grande texto de cultura.
Sendo, obviamente, um programa que passa essencialmente pela Literatura
Angolana, não se podem esquecer os textos orais onde aquela originalidade de
uma cultura, dos costumes e de uma visão do mundo começou a manifestarse. Assim, os contos, as fábulas, as adivinhas e os provérbios tradicionais serão,
portanto, um primeiro campo de estudo e que se seguirá ao estudo da Literatura
escrita do país, procurando dar ao(à) aluno(a) uma visão da nossa história literária
(Angola), mas também a análise mais apropriada de textos que respondam às
grandes linhas genealógicas: o texto narrativo, o texto lírico e o dramático.
Ler um texto literário, porém, é sempre de estabelecer um diálogo com outros
textos de autores de outros povos que falam a mesma língua e com textos de
outras culturas. Assim se justifica a introdução neste programa de textos de
Literatura Moçambicana, Cabo Verdiana, de São Tomé, Brasileira, Guineense
e Portuguesa, bem como uma breve referência a autores de outras línguas que
surjam como exemplo em obras magnas de literatura universal.
Pretende-se assim, aliás, alargar a enciclopédia do(a) aluno(a) pondo-o(a) em
contacto directo e intensivo com alguns autores estrangeiros e referenciando
outras obras como de leitura extensiva.
Embora com parcimónia, o(a) aluno(a) deverá lentamente apropriar-se e
aprofundar-se de alguma metalinguagem literária e linguística que lhe forneça
rigor e clareza de análise dos textos, mas de forma a incentivar-se sempre o gosto
pela leitura e, se possível, a motivação para a escrita.
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PROGRAMA DE LITERATURA
OBJECTIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
›› Conhecer elementos de história da teoria e crítica literária e das principais
obras para o conhecimento da Literatura Angolana;
›› Compreender as características e especificidades dos géneros, modos e
períodos literários;
›› Identificar a especificidade do texto literário no que se refere à linguagem,
aspectos formais e composicionais;
›› (Re)conhecer as diferenças/semelhanças temáticas, formais, estruturais,
entre outras, na comparação de textos (literários e não literários) de um
mesmo autor ou de autores diferentes, de uma mesma época ou de épocas
distintas, de um mesmo género ou de géneros diferentes;
›› Enquadrar os escritores angolanos e outros em períodos temporais e sócioculturais;
›› Distinguir alguns escritores angolanos e suas obras e textos (colectânea) a
serem utilizados nos manuais para leitura metódica e extensiva;
›› Distinguir autores de outras nacionalidades lusófonas a serem enquadrados
e estudados na Literatura Angolana;
›› Desenvolver a competência de leitura e análise do texto literário e sua
interpretação e argumentação;
›› Compreender as mensagens transmitidas por diversos autores em obras de
diferentes épocas;
›› Reconhecer e distinguir o estilo individual e o estilo da época;
›› Reconhecer os procedimentos de coesão e coerência textual;
›› Desenvolver métodos e técnicas de trabalho individual, de grupo e em grupo
que contribuam para a construção e desenvolvimento da aprendizagem da
Literatura Angolana.
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11ª E 12ª CLASSES
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NA 11ª CLASSE
Conteúdos Programáticos
Entende por esta terminologia a súmula de assuntos consignados para o ensino/
aprendizagem contidos dentro do programa preconizado. Não é senão a matéria
sumariada em cada unidade ou temas do Programa. Conteúdos programáticos
espelham, duma forma minuciosa, as partes de unidades temáticas de um dado
programa de trabalho.
1. Conteúdos Linguísticos.
2. Conteúdos comunicativos.
3. Leitura.
4. Escrita.
5. Funcionamento da língua.
6. Escritores Angolanos e de outras nacionalidades:
6.1. Escritores angolanos e obras de literatura obrigatória;
6.2. Escritores de outras nacionalidades.
7. Introdução ao estudo da Literatura Angolana.
1. Conteúdos linguísticos:
1.1. Funções da linguagem:
›› Expressiva;
›› Apelativa;
›› Fática;
›› Referencial;
›› Metalinguística.
1.2. Marcas linguísticas:
›› Objectivação;
›› Gestos;
›› Entoação.
1.3. Registos da língua:
›› Cuidado
›› Corrente;
›› Familiar;
›› Popular;
›› Gíria e calão.
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PROGRAMA DE LITERATURA
1.4. Sistema de línguas:
›› Valores semânticos de frases;
›› Modalizadores de enunciação;
›› Conectores e sua utilidade no texto literário;
›› Discurso directo e indirecto visto de uma forma literária;
›› Marcadores textuais;
›› Marcadores de coesão;
›› Marcadores de paráfrase.
1.5. Coerência textual:
›› Externa (que se situa a referência no tempo e no espaço);
›› Interna (co-referência - identidade de referentes ao longo do texto);
›› Processos de retoma (que estabelecem uma continuidade de elementos
temáticos no texto literário.
2. Conteúdos Comunicativos:
2.1. Estudo do texto literário:
›› As cadeias ou segmentos de expressões co-referências;
›› As sequências (marcas de sequencialidade);
›› Estilística, estilo e análise estilística;
2.2. Texto literário:
›› Fronteiras do texto literário;
›› Nível textual;
›› Intertextualidade.
2.3. Leitura crítica:
›› Leitura;
›› Crítica;
›› Discurso crítico.
2.4. Lírica:
›› Estratos textuais do texto lírico;
›› Integração lírica.
2.5. Narrativa:
›› Estrutura da acção;
›› Sintaxe narrativa;
›› Narração/Descrição.
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11ª E 12ª CLASSES
2.6. O texto como ponto de partida da análise literária:
›› Conteúdo e forma, significado e significante;
›› Elementos extrínsecos, formais e intrínsecos;
›› A dedução e a indução na análise literária;
›› Análise microscópica e análise macroscópica.
2.7. Análise do texto dramático:
›› O texto literário;
›› O texto e as demais artes;
›› Comédia;
›› Tragédia;
›› Micro análise;
›› As personagens;
›› A acção.
3. Leitura
A linguagem falada ou escrita é o mais eficiente e poderoso instrumento de
intercâmbio e veiculação social. Sem a linguagem, não seria possível compreender
a Natureza e a evolução da sociedade.
O valor da leitura é evidente e indiscutível. Ela permite apreender o que está
escrito. Possibilita o contacto espiritual com os que estão ausentes no tempo
e no espaço. Fixa e torna mais claros e precisos os conhecimentos. Facilita
o aproveitamento da experiência das gerações passadas, da deriva, ao mesmo
tempo, à tradição e o progresso.
A leitura deve, por conseguinte, ocupar na escola um lugar de relevo dominante.
Sua situação no processo educativo é básica, não obstante o desenvolvimento dos
recursos técnicos da escola.
Objectivos do ensino da leitura
O ensino da leitura tem como objectivo:
›› Dotar o aluno da capacidade de ler com compreensão, rapidez e naturalidade;
›› Fixar no mesmo hábitos de boa leitura, tanto para os fins de colheita de
informações úteis, como para a utilização das horas de lazer;
›› Levar a compreender a vantagem da leitura como instrumento de
aperfeiçoamento cultural;
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PROGRAMA DE LITERATURA
No entanto, para que os objectivos da leitura se concretizem, várias actividades
ou modalidades de leitura podem ser desenvolvidas:
Leitura extensiva – leitura de textos longos e/ou obras completas. É o tipo de
leitura que mais contribui para a formação de um leitor competente.
Leitura metódica – leitura detalhada e orientada de pequenos textos. Este tipo
de leitura favorece, sobretudo, a memorização.
Estes dois tipos de leitura são importantes. A leitura, neste domínio, é o estudo
e análise de obras literárias de escritores de uma época e/ou de épocas diferentes;
de uma nação e/ou de nações diferentes; de escritores individuais ou colectivos.
Neste programa serão leccionados não só excertos, mas também obras integrais.
Assim, por exemplo, a partir de leitura de excertos de obras literárias, os alunos
tornar-se-ão aptos a elaborar textos de diferentes modalidades, como o resumo,
a crónica, o comentário.
4. Escrita
A aprendizagem da escrita constitui uma via de redescoberta e de reconstrução
da língua. É com a prática da língua que se organiza e se desenvolve o pensamento,
se acelera aquisições linguísticas, comunicativas e gramaticais, permite ler melhor
e a aprender mais.
A interiorização de hábitos de escrita decorre da frequência da sua prática,
associada a situações de prazer e de reforço da auto-confiança. Deve-se escrever
sem receio de censuras, mas com certeza de poder contar com os apoios
necessários ao aperfeiçoamento de textos, o que permitirá, ao(à) aluno(a), exporse através das suas produções.
Escrever é uma actividade comunicativa que, como todas, tem sentido social.
Deve materializar-se em produções que circulem entre alunos, entre turmas,
entre escolas...
Diversificando percursos e estratégias, cabe ao(à) professor(a) o papel de
interlocutor, animador e criador de situações para melhorar a escrita, integrando-a
em projectos funcionais e com significação.
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11ª E 12ª CLASSES
Algumas sugestões de actividade da escrita:
›› Desenvolver temas de interesse dos alunos, tais como:
• Jornais de escola;
• Jornais de turma;
• Jornal mural;
• Concursos literários.
›› Prática de escritos informativos/expositivos como:
• Resumos;
• Relatórios;
• Recontos;
• Cartas;
• Registos de experiências.
›› Construção e produção criativa de textos escritos pelos alunos, a partir
de textos literários sugeridos ou de outras literaturas de autores por eles
conhecidos;
›› Escrever, por iniciativa própria ou por estímulo, vários textos sobre temas
a gosto pessoal ou que exprimam sentimentos e/ou experiências pessoais.
5. Funcionamento da Língua
Conhecer uma língua é conhecer e saber analisar o código que lhe dá forma, as
suas componentes, a sua estrutura e as variadas relações que estabelecem entre si.
Àquilo que resulta desta engrenagem chama-se gramática, entendida esta como
o estudo reflexivo efectuado sobre o funcionamento interno da língua.
Do ponto de vista funcional, a língua é um sistema de sinais, o mais complexo
e perfeito de todos os sistemas dessa classe que o homem já inventou.
O ensino da língua não deve parar às portas da Universidade; ela deve sim,
continuar até aos últimos anos das várias licenciaturas, mestrados e até mesmo
doutoramentos. A língua portuguesa, no nosso caso, também nossa – porque a
língua não pertence a ninguém –, de cultura angolana moderna, deve ter os seus
suportes culturais apoiados por uma política específica bem direccionada, para
que exerça de forma eficiente o seu papel de comunicador no seio da sociedade.
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PROGRAMA DE LITERATURA
A língua, como meio de comunicação entre as pessoas, é um fenómeno
histórico-social porque se deve ao trabalho e à vida social o aproveitamento nos
seres humanos da necessidade da linguagem.
Assim, a língua portuguesa, no nosso país, deve ser tida em conta no seu
sentido positivo, já que é com ela que se avivam os sentimentos nacionais. É
língua de ensino, de comunicação de massas, da religião e língua da cultura.
6. Escritores Angolanos e de outras nacionalidades
6.1. Escritores Angolanos e obras de leitura obrigatória:
›› Alda Lara – Prelúdio (Poesia);
›› António Jacinto – Monangamba – Texto-vida e obra do autor;
›› Agostinho Neto – Havemos de Voltar (Poesia) e vida e obra do autor;
›› Alfredo Troni – O Óbito, As missas do óbito (Textos) In Nga Muturi – obra;
›› Castro Soromenho – Terra Morta – obra;
›› Manuel Pacavira - Vida e obra do autor;
›› Maia Ferreira – A Angola (Poesia) – Vida e obra do autor;
›› Óscar Ilibas – Ecos da Minha Terra – (Obra) Vida e obra do autor;
›› Viriato da Cruz – Makèzú (Poesia) – Vida e obra do autor.
11ª Classe (nova geração)
›› Fragata de Morais – Inkuna minha Terra – (Obra);
›› João Abel – Dois (in Bom dia) 1971;
›› Luís Kandjimbo - Vida e obra do autor;
›› José Luís Mendonça – Vida e obra do autor;
›› John Bella – Vida e obra do autor.
6.2. Escritores de outras nacionalidades (CPLP):
Cabo Verde
›› Jorge Barbosa;
›› Baltazar Lopes.
Moçambique
›› José Craveirinha;
›› Rui Knopfi.
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11ª E 12ª CLASSES
São Tomé e Príncipe
›› Marcelino da Veiga.
Guiné-bissau
›› Helder Proença.
Brasil
›› Carlos Drummond de Andrade;
›› Jorge Amado.
Portugal
›› Luís de Camões;
›› Fernando Pessoa.
6.3. Escritores de outras nacionalidades:
›› Alejo Carpentier – Escritor cubano.
›› João De La Fontaine – Poeta e académico francês.
7. Introdução ao estudo da literatura angolana
7.1. Literatura Tradicional (oral) Angolana:
›› Periodologia da literatura angolana;
›› A literatura angolana do silêncio;
›› A Casa dos Estudantes do Império;
›› Embandeiro, Mensagem, Cultura angolana.
7.2. A Literatura angolana antes da Colonização.
7.3. A Literatura Angolana “eurocêntrica” – séculos XV-XIX:
›› Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa.
7.4. A ausência de literaturas africanas de expressão portuguesa: da
Negritude ao combate e à independência;
›› Saturnino de Sousa e Oliveira e Manuel Alves de Castro Francina;
›› Héli Chatelain;
›› Óscar Ribas.
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PROGRAMA DE LITERATURA
7.5. O percurso da literatura angolana dos séculos XIX- XX:
›› A Literatura Angolana no período pós-independência;
›› Percursores da Literatura Angolana:
• Maia Ferreira;
• Alfredo Troni;
• Tomaz Vieira da Cruz;
• Cordeiro Mota, etc.
7.6. A Literatura Angolana, escrita:
›› Maia Ferreira;
›› Óscar Ribas;
›› António Jacinto;
›› Agostinho Neto, etc.
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11ª E 12ª CLASSES
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS NA 12ª CLASSE
1. Conteúdos Linguísticos.
2. Conteúdos Comunicativos.
3. Leitura.
4. Escrita.
5. Funcionamento da Língua.
6. Escritores angolanos e de outras nacionalidades:
6.1. Escritores angolanos e obras de leitura obrigatória;
6.2. Escritores de outras nacionalidades.
7. Introdução ao estudo à literatura angolana.
1. Conteúdos linguísticos:
1.1. Registos da Língua:
›› Corrente;
›› Familiar;
›› Popular;
›› Técnica;
›› Científica.
1.2. Tipos de texto:
›› O texto lírico (poético);
›› O texto dramático;
›› O texto narrativo.
1.3. Conexão textual:
›› Conectores como articuladores do discurso, no texto literário;
›› Relação de natureza semântica;
›› Relação de conexão entre actos da fala, natureza pragmática e expressão de
interacção comunicativa.
1.4. Texto literário:
›› Estilística e texto literário;
›› Estilo e análise estilística;
›› Análise estilística de um soneto de Camões.
1.5. Publicidade e linguagem literária:
1.5.1. Conotação e discurso publicitário.
1.5.2. Relação entre a análise literária e a teoria literária (especificidade da
análise literária).
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PROGRAMA DE LITERATURA
2. Conteúdos comunicativos
2.1. Textologia literária:
›› Âmbito de estudo; texto literário;
›› Teoria e crítica literária;
›› Denotação;
›› Conotação.
2.2. Análise do Texto Poético (lírico):
›› Metáfora;
›› O tempo na poesia;
›› O Espaço e o Enredo;
›› O texto Lírico (especificidade).
2.3. O Texto Narrativo:
›› A acção;
›› O tempo;
›› O espaço;
›› As personagens;
›› O Ponto de Vista;
›› Recursos naturais.
2.3.1. Análise Actancial do Texto narrativo.
2.4. O teatro:
›› Estrutura;
›› Comédia e Tragédia;
›› As Personagens;
›› Situação dramática.
2.5. Introdução ao texto literário:
›› Texto literário e texto não literário;
›› Periodologia literária;
›› Noção de texto literário.
2.6 Análise do texto em prosa:
›› Prosa. Denotação e Conotação;
›› Macroanálise;
›› Microanálise;
›› A Acção;
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11ª E 12ª CLASSES
››
››
››
››
››
O Tempo;
O Espaço;
As personagens;
O Ponto de Vista;
Recursos Narrativos.
2.6.1. Pré-texto: história literária
2.6.2. Níveis.
2.6.3. Nível pré-textual:
›› Biografismo;
›› Positivismo.
3. Leitura
Ler é um processo universal de obtenção de significados. A escola deve
ajudar o(a) aluno(a) a apropriar-se de estratégias que lhe permitam aprofundar
a relação afectiva com as obras, literárias ou não, a fim de que possa trocar,
progressivamente, o seu próprio percurso enquanto leitor e construir a sua
autonomia face ao conhecimento.
Favorecer o gosto de ler implica que a escola proporcione ocasiões e ambientes
favoráveis (bibliotecas) à leitura silenciosa e individual e que promova a leitura
de obras variadas em que os alunos encontrem registos para as suas inquietações,
interesses e expectativas.
Assim, a partir da leitura de excertos de obras literárias, os alunos tornar-se-ão
aptos a elaborar textos vários de diferentes modalidades, tais como: informativos,
narrativos (contos) argumentativos (crónica), descritivos, jornalísticos, etc.
O aprofundamento da relação afectiva com a leitura exige o contacto dos alunos
com os livros, enquanto objectos; exige o acesso a uma grande variedade de obras
e a vivência de situações que propiciem o prazer imediato da leitura e a afirmação
da subjectividade do leitor. Esta será a actividade de leitura recreativa. Outra
prática da leitura é a orientada, em que se direcciona prioritariamente sobre obras
seleccionadas de entre os propostos dos programas. Este tipo de actividades, a
mediação do(a) professor(a), visam exercitar os alunos na interpretação de textos.
A leitura para Informação e Estudo é aquela em que os alunos devem
usar dicionários, enciclopédias, gramáticas, ficheiros e outros materiais que
assim se tornam recurso habitual dos aprendentes para o alojamento dos seus
conhecimentos.
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PROGRAMA DE LITERATURA
Este tipo de actividades engloba as leituras:
Metódica – que é um tipo de leitura detalhada e orientada de pequenos textos
e que favorece, sobretudo, a memorização;
Extensiva – em que a leitura de textos longos e/ou mesmo de obras completas
é uma certeza e necessidade na caracterização dos textos: lírico, narrativo e
dramático.
4. A escrita
a) Importância da escrita:
A escrita é, sem dúvida, um dos grandes instrumentos de intercomunicação
social e de progresso cultural e económico.
“Sem a escrita, diz Aguayo, os homens encontrariam as maiores dificuldades
para aprender e mesmo para ganhar honradamente a vida”.
Não poderiam, igualmente, manter correspondência com os amigos e parentes,
nem tomar notas e apontamentos necessários para auxiliar a memória, quando
esta, como quase sempre acontece, se revela deficiente.
A escrita permite organizar o trabalho do pensamento. A linguagem falada
costuma ser obscura, desordenada e incompleta, enquanto que a linguagem
escrita pode ser tão clara, metódica e precisa quanto se deseja. É por isso que
Lord Bac dizia que a “escrita tornava exactos os homens”.
b) Objectivos da escrita:
O ensino da escrita na escola tem como objectivos os seguintes:
›› Dar ao aluno o domínio da técnica da escrita no mais alto nível de clareza,
rapidez e legibilidade;
›› Habilitar os alunos à redacção da correspondência usual e de notas e
informações para seu próprio uso;
›› Assegurar-lhes o hábito de dar uma disposição estética a todo trabalho
escrito;
›› Mostrar aos alunos o valor da linguagem escrita como instrumento de
aperfeiçoamento intelectual e de intercomunicação social.
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11ª E 12ª CLASSES
A aprendizagem da escrita é uma actividade complexa que exige certa
maturidade psicofisiológica. Essa maturidade possível deve ser caracterizado
por provas especiais, é ela que marca o momento em que o(a) aluno(a) está em
condições de aprender a escrita.
Alguns autores aconselham a articulação íntima da leitura à escrita, desde
os primeiros anos da escola elementar. Montaigne, por exemplo, foi um dos
primeiros a preconizar o ensino da escrita ao lado da leitura.
c) Algumas técnicas do ensino da escrita:
Os resultados das pesquisas experimentais mostram que quanto maior a
inclinação da pena mais rápido os movimentos da escrita.
A escrita e a leitura são e sempre foram domínios inter-relacionados, já que a
leitura deverá ser o ponto de partida para a aquisição de modelos de textos e de
técnicas de redacção. Da mesma forma, ela poderá fornecer ao leitor referências
que servirão de inspiração ao texto produzido.
Por esse motivo, aos alunos deverá ser dada a possibilidade de produzirem
textos de carácter utilitário, necessários à sua vida escolar e social, mas também
textos com finalidades diversificadas, não direccionadas.
Todas estas actividades estimulam a criatividade, criam o desejo de ler e fazem
do(a) aluno(a) um(a) leitor(a)/escrevente activo(a).
5. Funcionamento da Língua
A língua, como meio de comunicação entre os homens, é um fenómeno
histórico-social porque se deve ao trabalho e à vida social o aproveitamento nos
seres humanos da necessidade da linguagem.
Os progressos da Ciência e da Cultura e a internacionalização da vida dos
povos contemporâneos elevam o número de pessoas que conhecem, não só a
sua linguagem nacional, mas também outras línguas mundiais. Assim, para a
educação em Angola, a língua portuguesa que foi imposta a este povo (Angola),
é muitas vezes uma recordação da falta de direitos e de liberdade, o símbolo do
colonialismo... Mas é e foi com ela, que se avivam os sentimentos nacionais.
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PROGRAMA DE LITERATURA
Conhecer e analisar a língua é conhecer e analisar o código que lhe dá forma,
as suas componentes e as variadas relações que estabelecem entre si. Aquilo que
resulta daqui é chamado de gramática, entendida esta como o estudo reflexivo
efectuado sobre o funcionamento interno da língua.
A Língua Portuguesa, falada ou escrita, tem um sistema e uma estrutura
próprias que obedecem a regras de ordem fonético-fonológicas, amorfossintáctica
e semântica que asseguram a compreensão entre os membros da comunidade
linguística.
Quando falamos da comunidade linguística em Angola teremos que pensar
que o contacto da língua oficial com as outras línguas nacionais fá-la entrar num
processo evolutivo. Por esse motivo, deve-se ter uma visão da gramática como
algo dinâmico, como construção. Dizia Cipolla: “Há que substituir a concepção
estática da gramática por uma visão dinâmica das suas estruturas, para que
se possam ajustar às necessidades do aprendente”. Esta visão da língua, como
produtividade e criatividade, parece ser aquela que melhor poderá contribuir
para o ensino/aprendizagem da Língua Portuguesa e, consequentemente, para o
estudo e análise estrutural de obras literárias no ensino da Literatura.
Já diz ia Diderot que “língua de um povo dá o vocabulário e o vocabulário é
uma tabela fiel de todos os conhecimentos desse povo”.
Neste processo, o funcionamento da língua/gramática, deve ocupar um lugar
fundamental. Todo o(a) professor(a) deve ter esta como ponto de referência, uma
vez que ela fornece ao(à) aluno(a) as características da língua. A gramática, para
seu êxito, os alunos deverão aprendê-la em interacção com a língua, em trabalho
individual ou em grupo, e reflectirem sobre um aspecto concreto da língua, sendo
eles próprios a explicitarem a regra ou regras do seu uso.
6. Escritores angolanos e de outras nacionalidades
6.1. Escritores angolanos e obras de literatura obrigatórias (12ª Classe)
›› António de Assis Júnior – Vida e obra;
›› Pepetela – A Corda (obra); O Primeiro Oficial (texto) In O Cão e os Clalús;
›› Wanhenga Xitu – Vozes na Sanzala – Kahitu (obra);
›› Manuel Rui – Quem me dera ser Onda; O búzio, In Cinco vezes onze,
poemas em Novembro (1984);
›› Jofre Rocha – Os Imortais (In Assim se fez madrugada);
›› Luandino Vieira – Nós os do Makulusu (obra);
›› Tomaz Vieira da Cruz – Vida e obra.
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11ª E 12ª CLASSES
(Escritores da Nova Geração)
›› Botelho de Vasconcelos – Vida e obra;
›› Cremilda de Lima – Vida e obra;
›› João Melo – Vida e obra do autor;
›› João Maimona – Vida e obra;
›› João Tala – Vida e obra;
›› Lopito Feijóo – Vida e obra.
6.2. Escritores de outras nacionalidades (CPLP):
Cabo Verde
›› Manuel Lopes.
Moçambique
›› Noémia de Sousa.
São Tomé e Príncipe
›› Francisco José Tenreiro.
Guiné-Bissau
›› Vasco Cabral.
Brasil
›› Luís Rejo.
Portugal
›› Eça de Queirós;
›› José Saramago.
6.3. Escritores de outras nacionalidades:
›› Aleixo N. Tolstoi – Escritor russo.
›› Thomas Wyatt – Poeta e diplomata inglês.
›› Voltaire - Poeta e prosador francês.
7. Introdução ao estudo da literatura angolana
7.1. A literatura angolana: das origens ao combate.
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PROGRAMA DE LITERATURA
7.2. Das várias maneiras de ver e de não ver a colonização da literatura
angolana:
›› O grande silêncio após 1930;
›› A geração de 70: A nova poesia angolana;
›› Alienação, Independentismo, Negritude, Mulatismo e Negrismo na poesia
africana de expressão portuguesa.
7.3. A aparição dos afro-americanos e dos africanos de expressão portuguesa
nos séculos XVII e XIX.
7.4. A Literatura Angolana no período do pós-independência.
7.5. O papel dos escritores angolanos e outros na luta de libertação nacional.
7.6. O surgimento dos escritores de Nova Geração e o seu papel na literatura
angolana:
›› Óscar Ribas;
›› Arnalda Santos;
›› Bessa Victor;
›› Pepetela;
›› Manuel Rui;
›› Uanhenga Xitu, etc.
7.7. A literatura angolana escrita (XIX-XX ...)
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11ª E 12ª CLASSES
Orientações Metodológicas
A disciplina de Literatura e de Literatura Angolana é tida como uma disciplina
nova nesta classe. Assim, será rentável ao docente se inicialmente tiver presente
no seu dia-a-dia a ideia de “Literatura” no seu contexto mais amplo.
É ponto assente que cada povo/nação tem as suas especificidades literárias,
linguísticas, sociais e culturais. Tem, por isso, a sua literatura. Mas o que é, afinal,
isso de literatura?
Ela será a expressão da experiência humana. Para o(a) aluno(a), se colocado
em contacto com obras da herança, regional, nacional e universal, movido pelo
interesse e prazer próprios, acrescentará as suas possibilidades de pensar, sentir
e agir e comunicar-se-á como pessoa e cidadão responsável e, ao mesmo tempo,
participante em ideias e valores comuns e intemporais. Nelas e por elas ele vê e
verá, afinal, afinidades e diferenças, continuidades e roturas entre povos, tempos
e espaços; reflecte sobre os grandes problemas e conflitos morais e sociais;
procura elementos de solução, renovação e inspiração; percorre o itinerário de
pensamento imaginativo ao racional; encontra a unidade na diversidade humana;
reconhece, enfim, a verdadeira índole e fontes da sua nacionalidade, situando-se
no mundo actual.
Para tal, o(a) professor(a) de Literatura deve ser capaz de entender e situarse dentro desta realidade literária, pois só assim será capaz de conduzir os seus
alunos a bom porto, no ensino da literatura em geral e no da literatura angolana
em particular.
O programa de Literatura e de Literatura Angolana no 2° Ciclo do Ensino
Secundário visa, essencialmente, a descoberta por parte do(a) aluno(a), da
grande riqueza científico-cultural do mundo ancestral.
Para tal, aos alunos deve ser incutido o espírito da construção de autonomia,
isto é, para que possam ir descobrindo por si sós, a grande riqueza científicocultural dos Povos do Mundo.
A aula de Literatura deve ser uma aula participativa, uma aula de prática de
língua em todas as suas potencialidades. Daí que todos os alunos devem ter a
oportunidade de desenvolver as suas competências comunicativas e expressivas
de um modo globalizante de crescimento do ser, do saber e do saber fazer.
22
PROGRAMA DE LITERATURA
Progressivamente, os alunos deverão adquirir uma metalinguagem específica
que lhes permita fazer uma leitura mais rectilínea do texto literário devendo
conhecer, em termos gerais, técnicas de auto-domínio textual, nomeadamente a
técnica de análise estrutural, interpretação textual e análise semiótica.
Sem exagerar, no repertório terminológico, o(a) professor(a) deve preparar
o(a) aluno(a) para o ensino “universalizante” fornecendo-lhe utensílios básicos
de análise e hermenêutica literária.
23
11ª E 12ª CLASSES
Avaliação
É uma tarefa prática bastante complexa, pelo número de determinantes que
suporta. A avaliação em Literatura é, como em todas as outras disciplinas do
currículo, uma das macro-funções cometidas ao professor.
Sendo o texto literário um sistema polifacetado, a avaliação do seu estudo/
aprendizagem tem de conjugar aspectos que evidenciem o texto literário, não
só como objecto autónomo e linguístico, mas também como polissistema que
cruza componentes culturais e sociais ou mesmo políticos, que permitem ao(à)
aluno(a) uma formação multimoda a fim de o desenvolver no plano pessoal e no
seio da sociedade.
O(a) aluno(a) deve ser avaliado(a) em termos de objectivos previamente
traçados e das competências que forem consideradas como determinantes do
ensino a adquirir, tanto a nível da assimilação dos conteúdos programáticos,
como em termos de competência linguística, comunicativa, literária e cultural,
contemplando tanto a produção como a recepção dos enunciados.
A Avaliação deve prever, portanto, tanto a clássica divisão em formativa e
sumativa, como ter em conta não só a hetero-avaliação, como a auto-avaliação
do(a) aluno(a), tornando-o consciente e responsável pela sua aprendizagem.
No âmbito do ensino/aprendizagem da literatura, todas as actividades
empreendidas implicam a obrigatoriedade da intervenção do(a) aluno(a) (por
vezes, escolha e selecção de temas e autores, planificação, práticas de métodos
e técnicas de pesquisa, escolha de recursos, avaliação sistemática e corrente da
aprendizagem, elaboração de critérios coerentes com as características do trabalho
desenvolvido). Pelo que, no processo de avaliação, ele deve, necessariamente ser
chamado a intervir, não esquecendo que em todo este processo está também
implicado o(a) professor(a).
Nestes pressupostos, considerando que a Avaliação deverá ser sempre
formativa, os seus traços dominantes devem pressupor que o(a) aluno(a):
›› Conhece o que deve aprender a fazer e consequentemente no que vai ser
avaliado;
›› Deve conhecer quais os critérios que estão subjacentes ao processo de
avaliação;
›› Deve dispor de instrumentos que lhe permitam reflectir sobre a sua
actividade e a correcção de eventuais erros ou insuficiências.
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PROGRAMA DE LITERATURA
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