AOS TRABALHADORES DO IEFP Projecto de novo Regulamento Interno apresentado pelo IEFP é atentado aos direitos dos trabalhadores! IEFP tenta travar Negociação do Acordo Colectivo em curso! São mais do que razões para lutar 1 - IEFP tenta travar Negociação do Acordo Colectivo em curso! Vem tornando-se cada vez mais clara a tentativa, por parte do IEFP, de procurar impor um Regulamento Interno, impedindo a negociação de um Acordo Colectivo, com objectivo de retirar direitos aos trabalhadores. Para ficar claro quais os objectivos do IEFP é importante ter presente a grande diferença que existe entre um Acordo Colectivo e um Regulamento Interno. − Um Acordo Colectivo resulta de uma negociação colectiva, é um direito consagrado na Constituição da República e na lei, a todos os trabalhadores, que é exercido através dos sindicatos, e o acordado tem força de lei e não pode ser alterado unilateralmente pela entidade patronal, só podendo ser alterado se as duas partes que o assinaram concordarem. É a forma mais sólida de garantir aos trabalhadores a manutenção dos seus direitos. − Um Regulamento Interno, de acordo com a própria lei, resulta da vontade da entidade patronal, pode ser alterado unilateralmente quando ela quiser, embora possam ser consultados os representantes dos trabalhadores, mas a entidade patronal não é obrigada a aceitar as propostas dos trabalhadores. De acordo com o nº1 do artº 153 do Código do Trabalho: “o empregador pode elaborar regulamentos internos contendo normas de organização e disciplina” , portanto só poderá incluir normas deste tipo, e não matéria da contratação colectiva como consta do Projecto de Regulamento do IEFP, e não poderá ser utilizado, como o IEFP está a procurar fazer, para esvaziar a negociação e negar o direito constitucional que os trabalhadores têm a um Acordo Colectivo. O Regulamento Interno é facultativo (pode existir, por interesse patronal e desde que não ponha em causa o direito à negociação colectiva). 2 – Negociação Colectiva avançou em Agosto de 2007! A FNSFP – Federação Nacional do Sindicatos da Função Pública e os Sindicatos nela filiados (Norte, Centro, Sul e Açores) apresentaram ao IEFP e ao MTSS – Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social uma Proposta de Acordo Colectivo, no mês de Agosto (13.08.2007). Em virtude de o IEFP não ter apresentado nos 30 dias seguintes - conforme estava legalmente obrigado - a respectiva Contraproposta, requeremos ao MTSS em 13.09.2007, e também de acordo com a lei, a passagem à fase de Conciliação deste processo. Desde 19.10.2007 que as negociações do Acordo Colectivo decorrem em Conciliação, com a presença, para além da destes Sindicatos e do IEFP, de representantes dos Serviços de Conciliação do MTSS e dos Ministério da tutela (SEEFP) e das Finanças (DGAP). Estão já marcadas as reuniões negociais do Acordo Colectivo durante o mês de Março, tendo-se realizado até ao momento 6 reuniões, durante as quais foram já alvo de negociação as matérias constantes dos Capítulos de “Direitos, Deveres e Garantias”, “Contrato de Trabalho” e “Prestação de Trabalho”. Através dos Comunicados aos Trabalhadores do IEFP que já divulgámos, fomos dando conta do sucedido nessas 6 reuniões, dos respectivos resultados, bem como alertámos todos para a intenção do IEFP em retirar direitos existentes – por exemplo, eliminação do seguro de acidentes pessoais, eliminação das “horas do mês” (art. 68º do Regulamento de Férias, Faltas e Licenças) ou ainda a não abertura dos Concursos (por concretizar desde 2004). A FNSFP Os Sindicatos da Função Pública do Centro, do Norte e Sul 3 – Projecto de Regulamento Interno do IEFP extravasa o âmbito legal! É neste quadro, e com o processo negocial do Acordo Colectivo a decorrer, que recebemos do IEFP, por e-mail, em 18.02.2008, o “Projecto de Regulamento do Pessoal do IEFP”, cuja quase totalidade das suas normas diz respeito a matérias que, de acordo com a Lei, devem ser objecto de Negociação Colectiva e que, neste momento, até estão a ser negociadas por nós com o IEFP. De acordo com a Lei, a FNSFP já remeteu ao IEFP o Parecer nela previsto, onde: − referimos que, dos 113 artigos desse Projecto de Regulamento, apenas 11 se poderão considerar que versam sobre “normas de organização e disciplina” e que, mesmo quanto a esses 11, as suas matérias ou já constam do texto do Acordo Colectivo ou materializam-se através de normas dele constantes e que deverão respeitar; − consideramos que esse Projecto de Regulamento - por extravasar o que, de acordo com a lei, deve constar de um Regulamento Interno - representa a Contraproposta prevista na Lei (art. 545º do Código do Trabalho) que, desde o início, temos vindo a solicitar ao IEFP e que por isso será objecto da Negociação Colectiva em curso. − afirmamos que a FNSFP não aceitará que os direitos adquiridos pelos trabalhadores possam ser anulados ou suprimidos. E, quanto a este último aspecto, alertamos novamente os trabalhadores para o facto de que, para além do que já antes denunciámos, o IEFP pretender vir agora anular muitos mais outros direitos como: − DIAS DE FÉRIAS – que passariam para apenas 22 dias, rompendo a igualdade com os trabalhadores da Administração Pública que têm um mínimo de 25 dias (acrescidos de dias pelos factores de idade e tempo de serviço); − EFECTIVO DIREITO À CARREIRA – que quase desaparece, por restringir as promoções a um número ínfimo de trabalhadores, agravando a estagnação profissional da esmagadora maioria ...como se já não tivesse bastado a não abertura de concursos desde 2004 ! Tudo isto será alvo de contestação, luta sindical e jurídica por parte da FNSFP e pelos Sindicatos que a compõem. Os trabalhadores do IEFP estão confrontados com a maior tentativa de retirada de direitos dos últimos anos e têm o direito e o dever de reagir. A FNSFP e os Sindicatos que a compõem não vão ficar indiferentes perante tal atentado aos direitos dos trabalhadores perpetrado pelo IEFP e vão exigir a continuação da negociação em curso que o IEFP já se tinha comprometido a continuar. Por isso, apelamos à disponibilidade de todos os trabalhadores para todas as formas de luta que vierem a ser necessárias e que iremos discutir com todos. PORQUE A LUTA VAI MESMO SER NECESSÁRIA