Folha de Londrina – 02/03/2014 02/03/2014 -- 00h00 Em comunidades terapêuticas, benefícios são mais raros Se por um lado psiquiatras creditam à falta de rigor da Previdência Social o aumento do número de auxílios-doença concedidos a dependentes químicos nos últimos anos, por outro comunidades terapêuticas reclamam da dificuldade em conseguir os benefícios para seus internos. No Instituto Pró-Love, entidade assistencial mantida pela Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, o entregador Júlio César Lopes é o único dos 28 internos que teve o pedido aprovado pelo INSS. "Nós damos entrada no pedido e levamos o paciente até a agência da Previdência para fazer a perícia. E geralmente o pedido é negado. Muitos não têm documentos suficientes, outros não possuem o tempo de contribuição necessário (12 anos) para receber o auxílio", afirma o coordenador da comunidade, Rogério Nascimento França, ele mesmo um ex-dependente químico. Para o psiquiatra André Rotta Burkiewicz, presidente da Associação Paranaense de Psiquiatria, a questão é que em muitas comunidades terapêuticas os pacientes não recebem tratamento multidisciplinar, com acompanhamento clínico adequado, razão para que o auxílio-doença não seja concedido. "Somos até favoráveis às comunidades terapêuticas, mas sem o tratamento médico a pessoa pode ficar nove meses a um ano internada que não vai se livrar das drogas. Nesse caso, não tem por que afastar um paciente de sua ocupação profissional, porque ele não está se tratando, ele está simplesmente isolado do convívio social", afirma. (D.P.) O coordenador do Instituto Pró Love, Rogério Nascimento França, reclama que pedidos pelo benefício são sistematicamente barrados por falta de documentos ou por tempo insuficiente de contribuição Fonte: http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--158-20140302