Unidade de Acesso a Inovação e Sustentabilidade Diretrizes Gerais para Planejamento da Solução Educacional 5 Menos que São Mais: Redução de Desperdício em Micro e Pequenas Empresas Belo Horizonte – MG SEBRAE – 2012 1 ( Fazer a revisão da ficha catalográfica ) Este documento, escrito por Catharina c. de Macedo, é o produto da Consultoria para adequação da Metodologia 5 MENOS QUE SÃO MAIS, elaborada pelo Sebrae DF, segundo DGPS (Diretrizes Gerais para Planejamento da Solução Educacional) do Sebrae MG. © 2011, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de Minas Gerais – Sebrae-MG Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610) INFORMAÇÕES E CONTATOS Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas – Sebrae MG Unidade de Educação, Empreendedorismo e Cooperativismo Av. Barão Homem de Melo, 329 – 4º andar – CEP 30.431-285 – Belo Horizonte – MG Telefone (31) 3379.9331 Internet www.sebraemg.com.br Presidente do Conselho Deliberativo Lazaro Luiz Gonzaga Diretor Superintendente do Sebrae Minas Afonso Maria Rocha Diretor Técnico do Sebrae do Sebrae Minas Luiz Márcio Haddad Pereira Santos Diretor de Operações do Sebrae Elbe Brandão Unidade de Tecnologia Gerente da Unidade de Educação, Empreendedorismo e Cooperativismo Ricardo Luiz Alves Pereira Coordenação Estadual Lílian da Silva Botelho Vanessa Torres Vaz de Melo Consultora Conteúdista Catharina Cavalcante de Macêdo Consultora em adequação ambiental do Sebrae DF Sócia Proprietária da Spirale Tratamento de Linguagem e revisão Serviço a ser executado Editoração Eletrônica - Serviço a ser executado 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................4 2. OBJETIVO GERAL......................................................................................................................5 2.1 Objetivos Específicos..............................................................................................................5 3. COMPETÊNCIAS........................................................................................................................6 4. PÚBLICO ALVO..........................................................................................................................7 6. CONTEÚDO MÍNIMO ...............................................................................................................9 7. ESTRUTURA GERAL.................................................................................................................22 8. RECURSOS BÁSICOS................................................................................................................30 9. RELATÓRIOS E DOCUMENTOS................................................................................................30 10. CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO................................................................................................30 11. COMUNIDADES DE CONSULTORES.......................................................................................30 12. PERFIL DO CONSULTOR .......................................................................................................33 13. AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO.....................................................................................................34 14. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................35 3 1. INTRODUÇÃO A metodologia SEBRAE 5 MENOS QUE SÃO MAIS – Redução de Desperdício em Micro e Pequenas Empresas está organizada para proporcionar benefícios econômicos associados à melhoria do desempenho ambiental da empresa, foi concebida pelo Sebrae/DF a partir de experiência adquirida desde 1996 com o desenvolvimento do projeto piloto Elaboração de Plano de Melhoria de Desempenho Ambiental para Micro e Pequenas Empresas e com base na aplicação de outras ferramentas de gestão ambiental, como a norma NBR ISO 14001, os processos de coleta seletiva, Produção mais Limpa, Boas Práticas de Gestão Empresarial e a abordagem conceitual dos Cinco Menos que são Mais. Sua proposta é abordar a dimensão ambiental da atuação da empresa a partir do prisma do aumento da rentabilidade/lucratividade que poderá ser obtido com a diminuição/eliminação dos eventuais desperdícios de insumos (materiais e trabalho), levando empresários de micro e pequenas empresas a adotarem práticas ambientalmente mais adequadas e, ao mesmo tempo, possibilitando o reposicionamento dos seus negócios para um contexto de mercado mais moderno e competitivo. A importância que têm as questões ambientais para o sucesso dos negócios em longo prazo é muito difundida hoje em dia. As exigências crescentes da sociedade, refletidas em padrões ambientais cada vez mais restritos e o aumento das ferramentas de comando e controle dos órgãos ambientais, demonstram claramente esta tendência. As grandes companhias já perceberam que investimentos contínuos e crescentes no controle da poluição e recuperação de áreas degradadas podem pôr em risco a viabilidade de um negócio, o que as tem forçado a adotar a prevenção da degradação ambiental e instrumentos de gestão ambiental cada vez mais eficientes para novas operações e produtos, planejando-os do “berço ao berço”. Atualmente, é sabido que a questão ambiental das empresas está inserida no negócio. Assim, quando uma delas gera resíduo, está perdendo matéria-prima pela qual pagou e esse resíduo poderia ser minimizado, em vez de causar poluição, reduzindo os custos do processo produtivo e tornando a empresa mais competitiva. Além disso, podem surgir novas oportunidades de negócio ao se considerar a questão ambiental, com a reutilização ou reciclagem de resíduos. A redução da degradação ambiental também resulta em ganhos para as empresas porque envolve a preservação do patrimônio e dos recursos naturais e da biodiversidade. As micro e pequenas empresas, em que pese, em geral, ao relativamente pequeno impacto ambiental, se considerados no conjunto do arranjo produtivo ou em toda a cadeia de produção, são passíveis de gerar danos ambientais significativos, equivalentes aos de uma grande indústria de transformação. Contudo, as micro e pequenas empresas, em sua maioria, apresentam pequeno aporte de capital inicial, capital de giro limitado e pouca atenção a técnicas de gestão empresarial, o que as torna vulneráveis e pouco receptivas a procedimentos relacionados ao controle ambiental de seu empreendimento. 4 Dessa forma, considerando as questões ambientais que estão diretamente relacionadas com a competitividade das empresas e as dificuldades inerentes aos micro e pequenos empreendedores em adotar procedimentos de controle ambiental, além dos impactos efetivos e potenciais que determinadas atividades podem e vêm causando ao meio ambiente, é que o Sebrae/DF decidiu desenvolver a Metodologia de Redução de Desperdício em Micro e Pequenas Empresas, e hoje adotada pelo Sebrae Minas. A consultoria para aplicação desta metodologia está dividida em 3 fases, com total de 62 horas, disponibilizadas para visitas técnicas e elaboração dos relatórios: Antes de iniciar a Consultoria é realiza uma palestra de sensibilização desta solução educacional: • • • A Fase I (12 horas) é dedicada ao diagnóstico e prognóstico; A Fase II (34 horas) é destinada às medições e implementação de um dos estudos de caso propostos para mitigar ou eliminar os desperdícios identificados; A Fase III (16 horas) é destinada ao acompanhamento para avaliação e ajustes, quando necessários. Como resultado, o SEBRAE espera tornar as micro e pequenas empresas mais competitivas, aumentar as possibilidades de ampliar a rentabilidade de seus negócios e contribuir para a redução dos eventuais impactos negativos que sobras e resíduos possam causar ao meio ambiente. 2. OBJETIVO GERAL Fazer um levantamento de dados da empresa, referente ao consumo de água, de energia elétrica e de matéria-prima, elaborar um diagnóstico dos desperdícios, caso existam e propor soluções para minimizar esses esbanjamentos, visando diminuir os custos de produção, aumentar a produtividade e reduzir/eliminar impactos ambientais negativos. 2.1 Objetivos Específicos • Diminuir os custos de produção, as despesas operacionais e a pressão sobre os recursos naturais e ambientais por meio da adoção de procedimentos e mecanismos limpos, de fácil aplicação e de resultados econômicos e ambientais convincentes; • Conscientizar os micro e pequenos empresários sobre a importância de se adotarem ferramentas de gestão ambiental; • Evidenciar o valor de as empresas assumirem posturas mais éticas, melhorarem sua imagem institucional no mercado e atuarem de forma ecologicamente responsável; • Demonstrar que não há conflito entre a lucratividade e a questão ambiental. 5 3. COMPETÊNCIAS No SEBRAE, competência é a faculdade de mobilizar conhecimentos, atitudes e habilidades/procedimentos levando em conta um desempenho satisfatório em diferentes situações de vida: pessoais, profissionais ou sociais. Desenvolver competências envolve a mobilização de esquemas cognitivos, atitudinais e operacionais em um determinado contexto, razão pela qual depende da área, do tema e das circunstâncias, já que a situação pode exigir mais ênfase em uma dessas dimensões, embora todas devam ser contempladas. Competências cognitivas Desenvolvem a investigação e a organização do conhecimento, ou seja, aprender a aprender e a pensar. Aqui o consultor usa estratégias de aprendizagem para incentivar o participante a interpretar a realidade: observar, comparar, argumentar, questionar, organizar, posicionar-se, resolver problemas e estabelecer correlações, transformandose em um cidadão empreendedor, crítico e reflexivo. Competências atitudinais Estimulam o potencial individual. O desenvolvimento do participante se aplica às atividades que envolvem emoções, atitudes, crenças, fantasia, humor, arte e valores. O consultor deve aproveitar as visitas técnicas para orientar os participantes quanto às formas para resolver conflitos, cultivar a harmonia; incentivar a imaginação, a criatividade, a capacidade de autoconhecimento e da autocrítica. Competências operacionais Visam à aplicação do conhecimento em uma prática refletida e consciente. Todos os conhecimentos adquiridos e construídos pelos participantes deverão ter sua aplicação demonstrada e comprovada. Este momento é de aplicação do conhecimento por meio de capacidades, habilidades e destrezas. O participante deve transpor o conhecimento para a vida, aplicando-o para seu autodesenvolvimento e evolução dos negócios. Para a solução 5 MENOS QUE SÃO MAIS, os empresários, participantes da consultoria deverão desenvolver as seguintes competências de natureza: Cognitiva Atitudinal Operacional Compreender o conceito de desperdício, bem como os impactos positivos, relacionados a economia e meio ambiente, promovidos por meio da minimização do desperdício de água, matéria-prima e energia elétrica. Tomar consciência que gestão ambiental pode contribuir para redução de custos na Empresa. Implantar estratégias para minimização do desperdício nas Empresas. Para cada um dos três grandes temas abordados na consultoria, espera-se que o participante desenvolva as seguintes competências específicas: 6 Fase III – Acompanhamento. Fase II – Medições Implementação. Fase I – Diagnóstico e Prognóstico. Tema Dimensão Competências Específicas • Cognitiva • • Atitudinal • Operacional Cognitiva Atitudinal • • • Conhecer alguns dos principais impactos ambientais gerados pelo processo produtivo da Empresa. Compreender que o impacto ambiental gerado por um conjunto de empresas do mesmo seguimento / setor é sempre significativo, do ponto de vista ambiental e econômico, para a cidade, Reconhecer o potencial e a possibilidade da redução de impacto ambiental como mudanças de atitudes convencionais para práticas simples onde o foco principal é a minimização do desperdício. Identificar e relacionar que estas mudanças de atitudes convencionais para práticas operacionais simples de redução de desperdício, podem ser aplicadas no dia-a-dia de qualquer ser humano, bem como nas pequenas e micro empresas. Conhecer as etapas e estratégias destinadas a aplicação da Metodologia Cinco Menos que são Mais. Envolver-se na busca de possíveis ações para implantação da Metodologia Cinco Menos que são Mais, de forma eficiente. Coletar dados, realizar medições e implementar as ações redução acordadas com o Consultor. Operacional Cognitiva Atitudinal • • • Operacional Conhecer os resultados econômicos e ambientais que podem ser alcançados com a correta aplicação da metodologia. Reconhecer o potencial e a possibilidade da utilização desta metodologia nas micro e pequenas empresas. Continuar coletando dados, realizando medições e implementando as demais ações de redução de desperdício que eventualmente tenham sido sugeridas no Relatório Fase III, em seu plano de continuidade, pelo consultor. 4. PÚBLICO ALVO 7 O público alvo desta metodologia são as micro e pequenas empresas do comércio, da indústria, dos serviços e da agroindústria, participantes de cadeias produtivas e arranjos produtivos locais, engajadas nas ações do SEBRAE, e cujas atividades envolvem aspectos e impactos ambientais negativos. Visando preservar a qualidade das consultorias a serem realizadas, sugere-se que cada Consultor atenda no máximo 10 empresas ao mesmo tempo. 5. METODOLOGIA A metodologia aqui exposta surgiu de um plano de trabalho geral que estabeleceu, de início, os aspectos fundamentais para a realização de uma avaliação abrangente da empresa, conforme uma rotina comum de operação baseada na teoria dos sistemas. Assim concebida, a empresa é analisada a partir de um modelo de sistema aberto (figura 01), por onde entra energia em forma de matérias ou recursos (e), que são convertidos em produtos (p) ou serviços úteis (s), com perda energética e geração de resíduos (r), os quais são reaproveitados/reciclados e reempregados no processo de conversão de energia em produtos e serviços úteis (sx → ex), reduzindo dessa forma o gasto energético e a saída de resíduos do sistema (empresa). Figura 01 – Modelo sistêmico adotado para representar o fluxo de energia e materiais numa empresa, desde a entrada de insumos (matérias-primas, etc.) até a saída do material processado (bens e/ou serviços). Segundo esse modelo sistêmico geral, a empresa pode apresentar dois tipos de entrada energética (ou insumos): externa (e) e interna (ex), proveniente da saída de resíduos em algum momento do processo (sx). Este circuito interno de retroalimentação é o objeto primordial da investigação do Consultor: se já existente, checar se é adequado e eficiente; se não existe, verificar se pode ser instalado a baixo custo. Antes, porém, o Consultor deve checar as fontes de emissão de resíduos e de perda energética do sistema/empresa, verificar como podem ser minimizadas ou mesmo eliminadas. A partir desses delineamentos iniciais foi definido um procedimento metodológico para aplicação nas empresas, dividido em três fases: Diagnóstico e Prognóstico (Fase I), Implementação (Fase II) e Acompanhamento (Fase III). 8 Para cada uma destas fases existem relatórios específicos que devem ser elaborados pelo Consultor. Todos estes relatórios possuem Modelos específicos que estão detalhados e comentados no Banco de Recursos. Vale salientar que também pode ser utilizado o Software SIPRED como apoio para elaboração do Relatório Fase I, pois foi elaborado para auxiliar na sistematização das informações coletadas nas empresas durante a primeira fase da consultoria. O Banco de Recursos também possui um documento apresentando o Software e comentando detalhadamente sobre a melhor forma da sua utilização. 6. CONTEÚDO MÍNIMO 6.1. GESTÃO AMBIENTAL 6.1.1. ASPECTOS MOTIVADORES DA MUDANÇA DE VISÃO DE EMPRESÁRIOS EM RELAÇÃO ÀS QUESTÕES AMBINETAIS Até pouco tempo, as exigências referentes à proteção ambiental eram consideradas como um freio ao crescimento, um fator de aumento dos custos de produção. Era o domínio do ponto de vista econômico ortodoxo: Ecologia x Economia (Portes e Linde, 1995). Sob o ponto de vista da teoria econômica tradicional, a preservação e o uso racional dos recursos naturais contrapõem-se ao desenvolvimento econômico e à lucratividade da empresa (Bertolino, 2005). Estes embates empresariais não ocorrem mais atualmente. As dimensões mercadológicas têm-se tornado cada vez mais relevantes quando relacionadas às questões ambientais (Carvalho, 2000). Ou seja, ampliou-se a forma de se avaliar as questões ambientais: • Custo x Benefícios • Limitações x Potencialidade • Ameaças x Oportunidades Essas mudanças foram e são motivadas por grupos de interesse Social e Mercadológico: • Legisladores; • Órgãos públicos federais e estaduais; • Circunvizinhos; • Organizações ambientalistas e de consumidores; • Mídia; • Público em geral; • Investidores; • Financeiras (bancos e outras instituições que evitam investimentos em negócios com perfil ambiental conturbado); e • Seguradoras. Cada um dos grupos faz valer suas reivindicações através de meios que lhes são disponíveis: • Desenvolvimentos políticos; 9 • • • • • • • Ações dos órgãos públicos; Pressão da sociedade; Testes de empresas e produtos; Reportagens; Alterações na lei da procura; Taxas de seguros; Encarecimento de créditos ou prejuízos à imagem que representam perdas de negócios e consequentemente de lucratividade. Atualmente, a principal ferramenta de escolha de ações de empresas com responsabilidade social e ambiental é o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI, em Inglês Dow Jones Sustainable Group Index). Este Índice foi lançado em setembro de 1999 pela Dow Jones e a Sustainable Asset Management (SAM), gestora de recursos da Suíça especializada em empresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental. O índice é formado por 312 ações de empresas em 26 países e quatro brasileiras integram a lista: Itaú, Unibanco, Embraer e Cemig (Callenbach, 1993). 6.1.2. EVOLUÇÕES COMUNS DA ORGANIZAÇÕES (Bertolino, 2005). GESTÃO AMBIENTAL DENTRO DAS Seguem algumas possíveis evoluções comuns da gestão ambiental dentro das organizações (figura 02), vale salientar que diferentes setores industriais se encontram em diferentes estágios do esquema evolutivo: Figura 02 – Indica as zonas comuns à evolução da gestão ambiental dentro das organizações. Fonte: Graedel e Allemby (2003). Zona 1 - Complacência com Regulação Necessidade de adaptações para atender imposições regulatórias que requerem certos níveis de desempenho ambiental. Nesta fase, o foco é para atenuar danos à saúde de trabalhadores e, também, em permitir a redução dos níveis de emissões, efluentes e resíduos. Zona 2 - Prevenção da Poluição 10 Revisão de produtos e processos, para minimizar seus impactos ambientais, de forma simples, como prevenção de vazamentos, conservação de energia etc. A empresa só está preocupada com atividades internas, nenhuma mudança significativa é feita em produtos ou processos nesta fase, mas o modo com o qual eles são fabricados é aperfeiçoado. Zonas 3 e 4 - Projetando pelo prisma Ambiental Design Ambiental, processo pelo qual um vasto espectro de considerações ambientais são levadas em conta como um passo rotineiro do desenvolvimento de processos e produtos. A principal ferramenta deste Processo é uma lista, cujos itens devem ser conhecidos pelo projetista: • O produto deve ser desenhado para ser durável; • Fácil de consertar; • Projetado de forma a poder ser reusado; • Se não puder ser reusado, que possa ser reciclado, portanto, fabricado com materiais recicláveis e; • Preferencialmente que já tenha sido fabricado com materiais reciclados; • Que seus componentes sejam simples de desmontar, num processo de reciclagem; • Que seja projetado para economizar energia ou outros recursos naturais; • Que as matérias-primas ou componentes utilizados sejam obtidos por processos ambientalmente superiores; • Que o processo de fabricação do produto seja ambientalmente superior; • Que o desenho do produto reduza a necessidade de embalagens etc. Uma vez que um projeto é finalizado, pode ser usada a ACV (Análise de Ciclo de Vida) para uma avaliação completa de todas as considerações que devem ser analisadas no projeto de produtos ambientalmente superiores. Zona 5- Ecologia Industrial (EI) Forma de manter uma desejável capacidade de suporte, permitindo a continuidade da evolução econômica, porém, também considerando a evolução cultural e tecnológica. Princípios norteadores da EI: • Tudo que entra no processo de manufatura deve deixá-lo como parte de um produto vendável; • Cada unidade de energia usada na manufatura deve produzir uma transformação de material desejável; • Utilizar o mínimo de energia em seus produtos e serviços; • Escolher uma ampla utilização de materiais não tóxicos quando do projeto de seus produtos; • Obter a maioria dos materiais necessários através de reciclagem (não só de seus próprios produtos como também de terceiros), ao invés da extração de matérias-primas, mesmo no caso dos materiais usuais; • Cada processo e produto devem ser projetados para preservar a utilidade portada pelos materiais usados; • Cada produto deve ser projetado para que possa ser usado para criar outros produtos úteis, ao final de sua própria vida útil; 11 • • Cada unidade fabril deve ser desenvolvida, construída, ou modificada, com foco na qualidade ambiental, à diversidade das espécies e à minimização dos impactos nos recursos locais ou regionais; e Estreitar suas relações com fornecedores, clientes e representantes das demais empresas, com o intuito de desenvolver formas cooperativas para minimizar materiais de embalagens, promover a reciclagem e, também, a reutilização. Zona 6 – Desenvolvimento Industrial Sustentável O processo de desenvolvimento sustentável tem o sentido de uma mudança de visão profunda na forma de agir das empresas. Trata-se de um processo de adaptação harmônica da empresa às mudanças de contexto, de acordo com as necessidades emergentes da sociedade. Nesse modelo o compromisso organizacional com a visão compartilhada sobre desenvolvimento sustentável consolida-se com a integração dos aspectos ambientais em todas as atividades do negócio, sob a ótica de melhoria e inovação tecnológica. 6.1.3. ECOEFICIÊNCIA (Bertolino, 2005). Constata-se uma tendência de aumento na interseção entre economia e ecologia nos últimos anos e décadas. Vale salientar que a Metodologia Cinco Menos que são Mais, detalhada neste documento, tem como princípio base a ecoeficiência, que seria o modelo correto para expressar a relação entre economia e ecologia, pois ilustra que o conjunto das alternativas de decisão se divide em diferentes partes: • aquelas que estão em conflito; e • aquelas que se complementam: Há decisões e ações que somente fazem sentido economicamente ou ecologicamente, mas também há aquelas que fazem sentido tanto economicamente quanto ecologicamente. A ecoeficiência tem como princípios os seguintes pressupostos de ação: • Reconhecimento de que não pode haver crescimento econômico em longo prazo, a menos que ele seja sustentável; • Confirmação de que todos os produtos, serviços e processos devem contribuir para um mundo sustentável; • Manutenção de credibilidade junto à sociedade, necessária à sustentação das operações da empresa; • Criação de um diálogo aberto com todos os parceiros, para identificar problemas e oportunidades e estruturar a credibilidade; • Proporcionar aos empregados um sentido para o que fazem, além do recebimento de salários, o que resulta no desenvolvimento das capacidades e no aumento da produtividade; e • Manutenção da liberdade empresarial, através de iniciativas voluntárias em vez de proibições reguladoras pelo Estado. 6.1.4. SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 12 Como as estratégias empregadas para lidar com as questões ambientais têm-se múltiplas tarefas e responsabilidades ambientais, surgem medidas isoladas em virtude de desafios atuais ou mesmo de situações de emergência. Gerando, em muitos casos, uma coleção de medidas ambientais distribuídas por vários cargos e responsáveis. O resultado geral não é nem muito sistemático nem eficiente, surgindo a necessidade da implantação de um sistema de Gestão Ambiental. O que é um Sistema de Gestão Ambiental? “A parte do sistema de gestão global que inclui estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental” (NBR ISO 14001:1996). Quais são os principais objetivos Principais Objetivos de um Sistema de Gestão Ambiental? • • • • • • • • • • • Estabelecer uma Política Ambiental; Identificar e controlar aspectos/impactos; Definir e documentar tarefas, responsabilidades, autoridades e procedimentos; Identificar, monitorar e cumprir requisitos legais; Promover a comunicação (interna e externa); Estabelecer objetivos, metas e medir desempenho; Treinar colaboradores internos e parceiros; Atender a situações de emergência; Identificar oportunidades de negócios; Integrar o SGA com os demais sistemas existentes; e Promover a melhoria contínua. Quais são seus elementos básicos? • • • • • • • • • • Política Ambiental; Programa de Gestão Ambiental considerando a avaliação ambiental inicial; Estrutura organizacional; Integração da gestão ambiental nas várias atividades de negócios da organização; Monitoramento, medição e registros; Ações corretivas e preventivas; Auditorias; Análises críticas; Treinamento e comunicação interna; e Comunicação externa. Por que implementar um sistema de gestão ambiental? • • Adequação as conformidades legais; Pressão das partes interessadas, melhoria da imagem da Organização; 13 • • • • • • • • Melhoria da competitividade; Redução de custos; Conformidade junto a matriz / clientes; Visão preventiva x corretiva; Sistematização das ações voltadas ao meio ambiente; Prevenir ocorrências de impactos significativos ao meio ambiente; Prevenir acidentes; e Redução de desperdícios. Quais são os tipos de Sistemas de Gestão Ambientais? Figura 03 – Ilustra os procedimentos e ferramentas utilizadas para implementação de sistemas de gestão ambientais em organizações. 6.2. METODOLOGIA CINCO MENOS QUE SÃO MAIS Para as pequenas empresas, os conceitos das normas ISO série 14000 podem ser implementados a partir de Programas de Melhoria de Desempenho Ambiental (PMDA), com ênfase na Redução de Desperdícios. A ação ambiental do SEBRAE visa colocar os micro e pequenos empresários em condições de competição no mercado, em face à globalização. O engajamento dos empresários é feito pela internalização dos cinco principais pontos de economia que lhes renderão produtividade, o que fará alcançarem a competitividade que tanto almejam e necessitam. Num primeiro momento, problemas como a prevenção e a redução dos desperdícios e da poluição são cruciais para a melhoria do desempenho ambiental das Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Pode-se afirmar, sem dúvida, que procedimentos simples de gestão ambiental enfocando os itens abaixo representam, no conjunto de empresas brasileiras, um passo importante na busca do desenvolvimento sustentado: • Minimização do desperdício de água na produção; • Minimização do desperdício de energia por unidade de produção; • Minimização das perdas de matéria-prima por unidade de produção; • Minimização da geração de resíduos; e 14 • Minimização da poluição. Com essas “minimizações”, a produção de resíduos será reduzida (sólidos, líquidos e gasosos) e, consequentemente, será diminuída a poluição dos ecossistemas. A maior parte das atividades humanas, e, principalmente as ações empresariais, estão diretamente envolvidas com a questão do uso de recursos naturais, na forma de matérias-primas, geração de produtos e subprodutos. Cabe ao empresário atuar de modo a economizar insumos e matérias-primas, como requisito para aumentar a competitividade dos negócios. Entre os recursos naturais há que se destacarem aqueles que são considerados não renováveis, visto que foram formados em épocas geológicas anteriores à atual, como é o caso do petróleo, do carvão mineral e os minérios em geral. O uso desses recursos deve ser feito sempre com parcimônia, ao mesmo tempo em que se procura um recurso alternativo para substituí-lo. O não atendimento a esse requisito implica a exaustão do recurso ou a inviabilidade do seu uso, pela relação custo-benefício que passa a representar. A questão central que afeta os negócios é que os preços se elevam na medida em que a escassez dos produtos aumenta. Felizmente, com a crescente escassez de matérias-primas, aumenta a criatividade do homem e, consequentemente, surgem alternativas de uso sustentável dos recursos naturais. A manutenção da oferta e do custo da matéria-prima é função da demanda, da eficiência da exploração (com maior ou menor tecnologia) e, principalmente, da dimensão da reserva do recurso (minérios em geral). Quanto aos recursos naturais renováveis, aqueles que se renovam naturalmente, ou que podem ser ajudados pelo homem (solos, água, plantas e animais, energia solar, eólica e de maré, entre outros) devem igualmente ser utilizados de forma correta, sempre se respeitando o seu potencial de exploração, de acordo com a prática do uso sustentável do recurso. 6.2.1. Menos Água No caso específico da água, há que se ressaltar que, embora seja considerada um recurso natural renovável, ainda assim é um recurso finito, dado que os processos naturais de renovação (evaporação e evapotranspiração, condensação, precipitação e filtragem no solo), em muitos lugares, estão sendo mais lentos do que os processos humanos que promovem sua deterioração e, porque os processos artificiais de purificação da água servida são muito dispendiosos. Note-se a necessidade de melhoria dos processos industriais que utilizam como matéria–prima à água, como elemento de refrigeração, de geração de vapor e, sobretudo como lavagem de máquinas e equipamentos. Essa água muitas vezes sofre alteração em suas características físico-químicas e torna-se agente poluidor dos solos e dos mananciais. Quanto mais tecnologia limpa for aplicada aos processos produtivos, menor será o consumo de água, que tem como consequência imediata a redução dos efluentes. O Brasil perde cerca de 40% de sua água tratada canalizada em redes de distribuição 15 deficientes, o que acarreta enormes prejuízos de recursos, elevando custos que, invariavelmente, são repassados ao consumidor. A produção industrial consome muita água. Assim sendo, uma empresa, ao adotar um sistema de gestão ambiental, deve preocupar-se em evitar desperdícios, fazendo campanhas preventivas com seus funcionários e adotando medidas que minimizem estas perdas, o que reverterá em lucros. Um sério problema causado pelo não tratamento dos efluentes líquidos das indústrias é a poluição dos mananciais hídricos por substâncias químicas tóxicas. Por outro lado, o esgoto doméstico leva para as águas nutrientes como o fósforo e o nitrogênio, os quais enriquecem estes ambientes, processo denominado de eutrofização, que torna a água eutrófia. Este processo leva à perda da transparência, induz a proliferação de algas que dão à água uma cor verde azulada, além de favorecer a proliferação de plantas aquáticas superiores (macrófitas) como o aguapé (baronesa), alterando as propriedades físico-químicas da água. Além disto, os esgotos contaminam as águas com coliformes fecais (bactérias que podem causar danos à saúde humana), tornando o líquido inviável para o consumo. Podem ocorrer situações em que será necessário efetuar a segregação de linhas de abastecimento de água para os processos especificamente e também para os efluentes gerados, uma vez que nem sempre é necessária a água de melhor qualidade, para determinado processo. Além disso, às vezes, um efluente não contaminado é misturado com efluente contaminado e passa a necessitar de tratamento. (Gerenciamento do Uso da Água e Efluentes Líquidos para Pequena e Microempresa, CNTL / SENAI, Porto Alegre, 2003.). Dois importantes instrumentos legais devem ser considerados no planejamento e gestão dos recursos hídricos visando a sua proteção e conservação. Um deles é a Resolução Conama nº 20/86, que classifica a água e estabelece normas para o enquadramento de um manancial hídrico em termos de seu uso. O outro é a Lei n° 9.433/97 – a Lei das Águas brasileiras – que propõe um gerenciamento descentralizado e integrado, com participação da comunidade, das bacias hidrográficas. Neste contexto, interessa à empresa o conhecimento das questões ligadas à outorga (licença de uso) e cobrança que são previstas na Lei n° 9.433/97, e que serão fatores relevantes na tomada de decisão para implantar qualquer tipo de empreendimento. Vale salientar que no Banco de Recursos, existem mais detalhes sobre as ações que podem ser sugeridas para redução do desperdício de água nas Micro e Pequenas Empresas. 6.2.2. Menos Energia 16 Quanto à energia, vale considerar, em primeiro lugar, que sua geração, de variadas formas, é altamente impactante ao meio ambiente, além da dificuldade e dos custos crescentes para a sua obtenção. No Brasil, onde as hidroelétricas respondem pela maior parcela, temos muitos impactos ambientais adversos, desde a construção até o enchimento dos reservatórios com perda de biodiversidade e dos solos, acarretando alterações significativas em termos sociais (remanejamento de comunidades inteiras), econômicos e culturais. As atividades humanas requerem energia, e esta é demandada em quantidades cada vez maiores no processo de desenvolvimento, sem que sejam avaliadas as consequências. É preciso utilizar energia de modo racional, como princípio de sustentabilidade da própria energia que se utiliza e, também, como modo de diminuir o custo de produção. No Brasil perdem-se cerca de 35% de energia elétrica em redes de distribuição, o que tem levado as companhias de eletricidade a desenvolverem campanhas de economia de energia, já que é mais barato eliminar desperdícios, nessa área, do que construir novas hidroelétricas. Pode-se economizar energia apenas diminuindo o desperdício, aumentando a eficiência dos equipamentos ou utilizando energias naturais de custo zero, como é o caso da luz solar. A utilização de máquinas e equipamentos modernos, ainda que muitas vezes requeiram investimentos iniciais, justificam-se por si mesmas, pela economia de energia, pelo melhor desempenho, que requer menos controle de qualidade e menor custo operacional. Programas institucionalizados, tais como o Procel da Eletrobrás, auxiliam o empresário a diminuir seus custos, aumentando sua competitividade e auxiliando a conservação dos recursos naturais. Vale salientar que no Banco de Recursos, existem mais detalhes sobre as ações que podem ser sugeridas para redução do desperdício de energia nas Micro e Pequenas Empresas. 6.2.3. Menos Matéria-Prima O tratamento que se deve dar ao uso de matérias-primas não é diferente. Pode-se aumentar a eficiência do uso da matéria-prima e produzir mais com menos. No Brasil desperdiçam-se boa parte de material de construção numa obra. Isto quer dizer que, aproximadamente, a cada três prédios que se constroem, foi desperdiçado material suficiente para se construir um quarto edifício. É claro que esse desperdício é repassado ao consumidor como custo de produção no valor de venda do imóvel. São enormes os desperdícios na exploração da madeira. Em alguns casos, o que o produto final aproveita representa apenas 20% do que foi originalmente extraído da floresta. 17 Esse processo produtivo não vai muito adiante à medida que existe concorrência e algumas empresas passam a produzir com melhor qualidade e menor preço. Esse fator faz reduzir o uso ineficiente da matéria-prima, pela necessidade de se baixar o preço de custo para manter-se vivo no negócio. Por outro lado, à medida que a matéria-prima escasseia, os custos se elevam e os negócios podem inviabilizar-se. Qualquer atividade humana, empresarial ou não, deve investir em melhoria de desempenho. É importante verificar quanto o processo gera de sobras ou rejeitos. Vale salientar que no Banco de Recursos, existem mais detalhes sobre as ações que podem ser sugeridas para redução do desperdício de matérias-primas nas Micro e Pequenas Empresas. 6.2.4. Menos Resíduos Segundo a Norma NBR 10004 (Resíduos Sólidos - revisada em 2004), define-se resíduos sólidos como: “Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”. Ainda classifica os resíduos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública: Classe I – perigosos e Classe II - não perigosos. Cada tipo de resíduo deve ser destinado de uma forma específica, segundo as Normas Técnicas Brasileiras. Os Resíduos Classe I - perigosos - são aqueles cujas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas podem acarretar em riscos à saúde pública e/ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada, como, por exemplo: • Óleo lubrificante usado ou contaminado; • Equipamentos descartados contaminados com óleo; • Acumuladores elétricos a base de Chumbo (baterias); • Lâmpadas com Vapor de Mercúrio após o uso (Fluorescentes). Os Resíduos Classe II, não perigosos, dividem-se em: • Resíduos Classe II – A. Não inertes: aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Podem apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água, como, por exemplo, o lixo comum proveniente de restaurantes, escritórios, banheiros, etc. • Resíduos Classe II – B. Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G, da NBR 10004. O anexo H da NBR 10004 lista alguns resíduos classificados como não perigosos. Como exemplo: rochas, tijolos, vidros, certos plásticos e borrachas que não são decompostos prontamente. As sobras geradas por uma empresa podem ser a matéria-prima de outro processo industrial. Pode-se desenvolver um setor específico na própria unidade geradora, ou vender a terceiros. 18 No Brasil uma parcela significativa do alimento produzido, perde-se na armazenagem, no transporte e no acondicionamento dos produtos. Uma grande parte é desperdiçada no processo de manipulação inclusive em nível doméstico. Considerando-se, apenas para exemplificar, as matérias-primas mais utilizadas e de maior percepção da população, tais como madeira, petróleo e minérios, e aplicando-se procedimentos de sustentabilidade, não só haverá enormes economias para as empresas, mas, principalmente, em relação aos impactos ambientais, que serão reduzidos de forma significativa. Algumas empresas reciclam entulho de construção na fabricação de blocos de cimento, com redução do custo de produção e eliminação de despesas com transporte para descarte de rejeitos, além de não ter problemas para a disposição final. A destinação final desse tipo de rejeito é objeto da Resolução Conama nº 307/2002. No setor de alimentos, pesquisas têm demonstrado que, por vícios culturais ou mesmo por falta de conhecimento, muitos alimentos menos nutritivos são preferidos, enquanto outros de melhor qualidade são preteridos. Quanto maior a produção de resíduos, maior o desperdício de matérias-primas, maior o potencial de poluição e, provavelmente, menos poder de competição, no caso do setor produtivo. Numa organização podem ocorrer muitos desperdícios, que podem ser identificados no ciclo de vida de um produto, numa abordagem do “berço ao berço”, que vai da extração de matérias-primas ao descarte final desse produto, passando pela reciclagem. Esses desperdícios podem ter várias origens: • Erros na produção que devem ser corrigidos, consumindo mão-de-obra e recursos naturais; • Etapas e tarefas nos processos que se revelam desnecessárias; • Movimentação aleatória de pessoal de um local para outro, implicando desperdícios de horas de trabalho; • Transporte de materiais de um local para outro envolvendo operações desnecessárias, requerendo mudanças de layout; • Grupos de pessoas paradas numa linha de produção, aguardando a conclusão de etapas do processo que dependem de outras, posicionadas anteriormente; • Produtos para os quais não existem compradores; e • Produtos que têm, ou teriam comprador, mas que não atendem suas exigências. Considerando que resíduos são perdas nos processos, devem ser minimizados. Por outro lado, mesmo se fazendo o possível para evitar sua geração, e maximizando o reuso, eles existem e podem ser fonte de riqueza, pois servem tanto de matéria-prima para outros processos, como podem sofrer reciclagem e reduzir o consumo de recurso natural na produção de um novo bem. Resíduos resultam de processos de diversas atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços, e ainda da varrição pública. Os resíduos apresentam-se nos estados sólido, gasoso e líquido. Portanto, considerando que sua geração seja inevitável, é importante que tanto os empresários quanto a população em geral tenham a consciência do não desperdício, 19 adotando medidas de fácil aplicação e que podem resultar em geração de emprego e renda, assim como diminuição de custos. Para isso basta reaproveitar ao máximo, com criatividade, rever processos, separar o lixo (coleta seletiva) e dispor dele de maneira correta. O gerenciamento correto dos resíduos é fundamental para qualquer empresa que deseja maximizar as oportunidades e reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos. Deve-se assegurar que todos os resíduos serão gerenciados de forma apropriada e segura, desde a geração até a destinação final e deve envolver as seguintes etapas: • Geração (fontes); • Caracterização (classificação, quantificação); • Manuseio; • Acondicionamento; • Armazenamento; • Coleta; • Transporte; • Reuso/reciclagem; • Tratamento; • Destinação final Vale salientar que no Banco de Recursos, existem mais detalhes sobre as ações que podem ser sugeridas para redução do desperdício nas Micro e Pequenas Empresas. 6.2.4. Menos Poluição O acesso ao serviço de coleta de lixo é fundamental para a proteção das condições de saúde, através do controle e redução de vetores e, por conseguinte, das doenças relacionadas. A coleta do lixo traz significativa melhoria para a qualidade ambiental do entorno imediato das áreas beneficiadas, mas por si só não é capaz de eliminar efeitos ambientais nocivos decorrentes da inadequada destinação do lixo, tais como a poluição do solo e das águas, através do chorume. O tratamento do lixo coletado é condição essencial para a preservação da qualidade ambiental e da saúde da população. Associado a outras informações ambientais e socioeconômicas, incluindo serviços de abastecimento d’água, saneamento ambiental, saúde, educação e renda, é um bom indicador de desenvolvimento humano. Trata-se de indicador muito importante, tanto para a caracterização básica da qualidade de vida da população residente num território e das atividades usuárias dos solos e das águas dos corpos receptores, quanto para o acompanhamento das políticas públicas de saneamento básico e ambiental. A dimensão ambiental dos indicadores de desenvolvimento sustentável diz respeito ao uso dos recursos naturais e à degradação do ambiental, e está relacionada aos objetivos de preservação e conservação do meio ambiente, considerados fundamentais ao benefício das gerações futuras. Estas questões aparecem organizadas nos temas atmosfera, terra, oceanos, mares e áreas costeiras, biodiversidade e saneamento. 20 Nesta dimensão, optou-se por reunir num tema relativo a saneamento os indicadores relacionados a abastecimento d’água, esgotamento sanitário, e coleta e destino de lixo, por também expressarem pressões sobre os recursos naturais, e serem questões pertinentes à política ambiental. Veja abaixo um resumo desses temas: • Camada de ozônio (fonte: http://www.ibge.gov.br/home/geografia/ambientais/ ids/ids.pdf). O ozônio da atmosfera absorve a maior parte dos raios ultravioleta (UV-B) nocivos do ponto de vista biológico. Sem a ação de filtragem da camada de ozônio, os raios ultravioleta podem penetrar na atmosfera e provocar profundos efeitos sobre a saúde humana, dos animais, das plantas e dos microorganismos. É capaz de afetar a vida marinha, os ciclos biogeoquímicos e a qualidade do ar. A eliminação de substâncias destruidoras da camada de ozônio e sua substituição por substâncias menos nocivas conduzirão à reconstituição da camada de ozônio e à utilização de produtos menos agressivos ao meio ambiente • Poluição do ar A poluição do ar nos grandes centros urbanos é um dos grandes problemas ambientais da atualidade, com consequências dramáticas sobre a saúde da população, especialmente para as crianças, os idosos, e os portadores de doenças do trato respiratório, como asma e insuficiência respiratória. Automóveis, veículos a diesel e indústrias são as principais fontes de poluição atmosférica dos centros urbanos. A concentração de poluentes no ar ambiente é o resultado, em determinado território, da emissão proveniente das fontes estacionárias e móveis, conjugada a fatores tais como clima, geografia, uso do solo, distribuição e tipologia de fontes, condições de emissão e dispersão dos poluentes. O monitoramento do ar nestas áreas visa a fornecer informações sistemáticas e regulares para a análise do estado da qualidade do ambiente, subsidiando ações de fiscalização, controle e gestão da qualidade do ar, como, por exemplo, melhoria dos transportes públicos e introdução de tecnologias não poluentes. • Agricultura/Uso de Agrotóxicos O aumento da produção de alimentos de maneira sustentável é o grande desafio atual do setor agrícola. Os agrotóxicos, produtos utilizados para o controle de pragas, doenças e ervas daninhas, estão entre os principais instrumentos do atual modelo de desenvolvimento da agricultura brasileira. Agrotóxicos podem ser persistentes, móveis e tóxicos no solo, na água e no ar. Tendem a se acumular no solo e na biota, e seus resíduos podem chegar às águas de superfície por escoamento, e às subterrâneas por lixiviação. A exposição humana e ambiental a esses produtos cresce em importância pelo aumento do volume de vendas. O uso intensivo dos agrotóxicos está associado a 21 agravos à saúde da população, tanto dos consumidores quanto dos trabalhadores que lidam diretamente com os produtos, à contaminação de alimentos e à degradação do meio ambiente. • Esgotamento sanitário A ausência ou deficiência dos serviços de esgotamento sanitário é fundamental para a avaliação das condições de saúde, pois o acesso adequado a este sistema de saneamento é essencial para controle e redução de doenças. Associado a outras informações ambientais e socioeconômicas, incluindo outros serviços de saneamento, saúde, educação e renda, é um bom indicador universal de desenvolvimento sustentável. Trata-se de indicador muito importante tanto para a caracterização básica da qualidade de vida da população residente num território, quanto para o acompanhamento das políticas públicas de saneamento básico e ambiental. Ao permitir a discriminação das áreas urbanas e rurais, este indicador fornece subsídios para análise de suas diferenças. • Acesso a água O acesso à água tratada é fundamental para a melhoria das condições de saúde e higiene. Associado a outras informações ambientais e socioeconômica, incluindo outros serviços de saneamento, saúde, educação e renda, é um indicador universal de desenvolvimento sustentável. Parte significativa da população é provida de água através de poço ou nascente, cuja qualidade pode ser ou não satisfatória. Portanto, neste indicador é considerado apenas o conjunto da população que tem acesso à rede geral de abastecimento. Assim, demonstra-se claramente o quanto desperdícios e falta de estrutura podem resultar na poluição do meio ambiente e na perda da biodiversidade. Além disso, o lixo resulta em poluição visual, do ar, do solo e da água e pode ainda provocar a transmissão de doenças transmitidas por insetos (mosquitos da dengue, malária, febre amarela) ou animais (ratos e urubus, que podem transmitir leptospirose, tifo, desinteria, entre outras doenças) cuja cadeia alimentar se faz no lixo. É permitido e pertinente que o consultor explore outros assuntos fora aqueles descritos no conteúdo mínimo, desde que alinhados ao objetivo e competências da solução. Além disso, podem ser propostas ações e ajustes adequados à realidade do Sebrae MG e/ou a determinados setores empresariais, que ainda podem não ter sido trabalhados. 7. ESTRUTURA GERAL A metodologia Cinco Menos que são Mais – Redução de Desperdício possui foco na redução do desperdício de água, energia, matérias-primas, poluição e impactos ambientais negativos e possui três fases, com seus respectivos relatórios padrão: • • A Fase I é dedicada ao diagnóstico e prognóstico. A Fase II é destinada às medições e implementação de um dos estudos de caso propostos para mitigar ou eliminar os desperdícios identificados. 22 • Na Fase III é realizado o acompanhamento para avaliação e ajustes, quando necessários. Observação importante: Vale salientar que o Consultor deve ressaltar ao empresário que os dados e observações sobre a empresa são considerados confidenciais e serão mantidos sob sigilo pelo Sebrae. Os dados estatísticos divulgados farão parte do contexto de determinado setor econômico, jamais citando as empresas que foram objeto da análise estatística. FASE I – DIAGNÓSTICO A Fase I é dedicada ao Diagnóstico isto é, ao levantamento de todos os processos envolvidos na fabricação dos bens ou na realização dos serviços pela empresa. A duração é de 4 horas, e o Consultor, acompanhado do empresário ou de pessoa indicada por ele, visita todos os setores produtivos da empresa, desde o local onde é feito o recebimento de insumos (matérias primas etc) até o despacho do produto ou de entrega do serviço. Para essa fase foram elaboradas rotinas de avaliação e formulários (citar este formulários padronizados apresentados e discutidos em detalhes a seguir) para que o Consultor faça o registro das observações e dos dados quantitativos, os quais serão posteriormente por ele analisados para subsidiar a elaboração do relatório de Diagnóstico e realização do Prognóstico, que é uma avaliação de como se encontra a empresa, seus maiores problemas com desperdícios e como eles poderão ser minimizados ou mesmo eliminados. Na oportunidade da visita de diagnóstico, informar ao empresário que serão efetuados registros fotográficos das situações de possível resolução encontradas na empresa, com vistas a análises posteriores e auxilio à argumentação técnica no Relatório Final. Toda e qualquer imagem terá o mesmo tratamento de confidencialidade expresso no parágrafo anterior, devendo ser arquivadas no banco de imagens do Sebrae e ali permanecendo em sigilo sob sua responsabilidade. Para adequada aplicação da Metodologia Sebrae 5 Menos Que São Mais – Redução de Desperdício, o Consultor poderá adotar os seguintes procedimentos antes de iniciar os trabalhos de investigação na empresa: • Identificar os segmentos empresariais; • Obter as tabelas de custo de água e de energia elétrica na região da empresa analisada; • Classificar o porte da empresa por faturamento e número de empregados. O levantamento de dados na empresa segue o seguinte ordenamento: 1) Identificação dos Processos • Diagrama de Fluxo. 2) Identificação das Entradas • Principais matérias-primas utilizadas. • Principais insumos utilizados. 23 • Energia elétrica (consumo médio mensal). • Água (consumo médio mensal). 3) Identificação das Saídas • Água servida (água de lavagem). • Esgoto gerado. • Lixo/Resíduos (sólidos, materiais perigosos). • Emissões (gases, calor e outras radiações). É importante que o Consultor inspecione todo o processo de produção da empresa, visite todas as instalações e especule sobre o porquê da adoção de determinado equipamento ou procedimento em vez de outro. Tomando como referência o modelo sistêmico, tudo, literalmente tudo que entra na empresa (sistema) tem de sair na forma de produto acabado, resíduo ou perda. Assim, a melhor estratégia para se identificarem as fontes geradoras de resíduos é mapear as entradas, relacionando o que, como, o quanto e por onde entra cada um dos itens necessários à transformação dos recursos (insumos) em bens ou serviços, não se esquecendo de também mapear todos os itens agregados aos itens principais, ou seja, tudo aquilo que é empregado para proteger ou transportar o insumo até a porta da empresa e que acaba também dando entrada nela, apesar de não ser diretamente empregado na confecção do bem. Assim, embalagens, pallets, lacres e todo e qualquer tipo de material que acompanha o insumo (matéria-prima, equipamentos, materiais, etc.) até à empresa deve ser também registrado, quantificado e avaliado. Caso a empresa já adote algum procedimento interno de aproveitamento/destinação de resíduos (retroalimentação), este deverá ser devidamente registrado para a análise referente a sua pertinência, eficiência e eficácia. É recomendável ter à mão um bloco de notas para o registro de observações auxiliares ou de dúvidas não respondidas, para que sejam esclarecidas posteriormente. Ao final, os dados coletados e as observações realizadas na empresa serão processados e utilizados para elaborar um relatório de como ela se encontra (Diagnóstico), se há desperdícios significativos e se e como eles poderão ser resolvidos, ou seja, é montado um Prognóstico para a solução dos problemas detectados. Pode ser utilizado o Software Sipred para sistematização das informações coletadas e elaboração do Relatório - Fase 1. Este software, elaborado pelo Sebrae DF e disponibilizado gratuitamente a qualquer consultor desta Metodologia, busca facilitar a elaboração dos relatórios, bem como auxilia na sua padronização. O Sipred possui os mesmo campos do Check List da Fase I e pode ser preenchido logo após a primeira visita a Empresa. Para o seu preenchimento, deve-se seguir as mesmas recomendações expostas no relatório Fase I comentado, que está disponível no Banco de Recursos. 24 Ao final do preenchimento o software Sipred gera o relatório Fase I, já configurado com o padrão da Metodologia, que pode ser lido e editado no Software Word Office. Tão logo o relatório contendo o Diagnóstico e Prognóstico fique pronto, é marcada uma reunião com o empresário e a ele (somente a ele ou à pessoa por ele designada) são repassados em detalhes todos os pontos emissores de desperdícios na empresa, e quanto isso tem representado em perdas financeiras para ela. Os dados coletados também serão tabulados pelo SEBRAE com a finalidade de verificações estatísticas e monitoramento de todo o processo. Assim, a Fase I deve ser implementada em 12 horas por empresa , quando devem ser realizadas as seguintes atividades: Visita 01 - 4 horas. • Nesta visita o consultor deve conhecer toda a empresa e coletar dados relevantes do processo produtivo da Empresa, de acordo check-list do Relatório Fase I, exposto no Banco de Recursos. • Inicialmente deve conversar com o Empresário sobre a Metodologia a ser aplicada e nivelar expectativas quanto aos resultados a serem alcançados; • Logo após deve-se pedir para conhecer a empresa. Durante a visita, devese faz as perguntas expostas no check list e tirar fotos (quando autorizado). • Em um terceiro momento, pode-se pedir para ver os documentos da Empresa, necessários a complementação dos dados do check list, que não foram preenchidos, como as contas de energia elétrica, água e dados relacionados as compras mensais. • Caso o Empresário não consiga fornecer todos os dados necessários, solicitar o envio dos mesmos por e-mail. Elaboração do Relatório Fase I - 4 horas. • Elaboração do Diagnóstico e Prognóstico. • Deve-se seguir o Modelo da Metodologia, Relatório Fase I, detalhado e comentado no Banco de Recursos. • Pode ser utilizado o Software Sipred, cujas orientações de uso estão no Banco de Recursos. Visita 02 - 4 horas. • Entrega do Relatório Fase I. • Apresentação dos principais focos do desperdício. • Definição de um estudo de caso a ser detalhado na Fase II. FASE II – IMPLEMENTAÇÃO A Fase II é destinada às medições de um foco de desperdício, que irá gerar um estudo de caso, selecionado pelo consultor em comum acordo com o empresário, após a entrega do Relatório Fase I. 25 Definido o foco de redução de desperdício, deve ser planejada a logística para realização das medições necessárias para identificar a quantidade exata do desperdício diagnosticado. Após a quantificação e a comprovação da significância do desperdício medido, o consultor deve elaborar um plano de ação, cuja implementação visa mitigar ou eliminar o desperdício medido. Vale salientar que um dos critérios para seleção destas ações deve ser a sua baixa complexidade e reduzido custo financeiro, para que possa ser implementada de imediato. Para comprovar a efetividade das ações implementadas, devem ser realizadas novas medições para quantificar os ganhos ambientais e econômicos obtidos após a execução das ações indicadas pela consultoria. Vale enfatizar que devem ser realizadas medições antes e após a implementação destas ações para que se possa relatar precisamente os benefícios obtidos com auxilio da consultoria. Seu formato exato de aplicação dependerá das circunstâncias e características de cada empresa, das possibilidades, disposição e empenho do empresário em colocar em prática todas as medidas e, ainda, do grau de retorno (benefício) que pode ser percebido pela empresa. Vale salientar que o documento com modelo detalhado e comentado Relatório Fase II faz parte do Banco de Recursos. Assim, a fase II deve ser implementada em 34 horas de consultoria por empresa, quando devem ser realizadas as seguintes atividades: Vista 03 – 4 horas. • Definição da logística para medição (existem alguns exemplos de medições, no documento com modelo detalhado e comentado do Relatório Fase II, no Banco de Recursos). Visita 04 – 4 horas. • Acompanhamento da primeira medição; • O consultor deve inicialmente acompanhar as medições e verificar se a logística preparada na visita anterior esta sendo seguida; • Caso os funcionários / colaboradores encontrem dificuldades para a realização da medição sugerida, o consultor deve intervir, modificando a logística ou fornecendo novas instruções. Visita 05 – 2 horas. • Visita para eventuais correções da medição. Normalmente o consultor avisa que vai haver esta visita, mas não marca data e nem hora, para que consiga avaliar se as medições estão acontecendo normalmente. Visita 06 – 1 hora. 26 • Coleta dos dados medidos. Em alguns casos esta coleta pode ser feita via e-mail ou fax. Elaboração do Relatório Parcial Fase II - 6 horas. • Tabulação dos dados medidos e elaboração do relatório parcial Fase II, com as ações de redução de desperdício a serem implantadas. • Deve-se seguir o Modelo da Metodologia, Relatório Fase II, detalhado e comentado no Banco de Recursos. • (Normalmente demoramos muito para tabular os dados medidos, isso depende muito do tipo de Empresa). Visita 07 – 4 horas. • Apresentação do relatório parcial Fase II com os resultados medidos e o plano com as ações de redução de desperdício a serem implementadas. • Na visita, o consultor e o empresário devem preencher um Termo de Compromisso, com cronograma de execução das ações e o nome dos responsáveis pelas mesmas. • O modelo deste Termo de Compromisso encontra-se no Banco de Recursos. • O consultor deve solicitar ao Empresário que realize novas medições após a implementação das ações sugeridas. Visita 08 – 1 hora. • Coleta dos novos dados medidos. Em alguns casos esta coleta pode ser feita via e-mail ou fax. Elaboração do Relatório Fase II – 8 horas. • Tabulação dos dados medidos e elaboração do relatório Fase II, com os resultados econômicos e ambientais das ações de redução de desperdício já implantadas e medidas. • Deve-se seguir o Modelo da Metodologia, Relatório Fase II, detalhado e comentado no Banco de Recursos. • (Normalmente demoramos muito para tabular os dados medidos, isso depende muito do tipo de Empresa e tempo de medição). Se um restaurante medir durante 15 dias, essas horas são poucas! Visita de entrega do Relatório Fase II – 2 horas. Caso a empresa não consiga implantar de imediato nenhuma das ações sugeridas ou queira implantar alguma outra ação mais complexa posteriormente, o consultor pode sugerir ao SEBRAE a aplicação da Fase III, desde que seja detectado interesse e comprometimento por parte do Empresário. A fase III também pode ser utilizada como auditoria para averiguar a efetividade e continuidade das ações implementadas. FASE III – ACOMPANHAMENTO A Fase III é opcional e pode ser oferecida as empresas que obtiverem um bom desempenho das Fases I e II da consultoria, esta decisão ficará sob responsabilidade do gestor da solução. 27 Nela é realizado o acompanhamento para avaliação e ajustes das ações sugeridas, quando necessários. É constituído de visitas técnicas dos consultores do Sebrae que, ao final de cada sessão de verificação, elabora um Relatório de Acompanhamento. Neste acompanhamento podem ser realizadas novas medições, ou não, também pode ser utilizado o recurso de observação de fotos, visando averiguar a efetividade e continuidade das ações implementadas na fase II da consultoria, bem como a implementação de novas ações não possíveis de serem implementadas em um curto espaço de tempo. Vale salientar que nesta fase poderão ser utilizados produtos e serviços do Sebrae, tais como Sebraetec, PAS e Eficiência Energética, entre outros. A fase 03 deve ser implementada em 16 horas de consultoria, quando devem ser realizadas as seguintes atividades: Elaboração do plano de continuidade, monitoramento/acompanhamento 4 horas. • O Modelo do plano de continuidade, monitoramento/acompanhamento encontra-se no Banco de Recursos. Visita 11 - 2 horas. • Entrega e apresentação do plano de continuidade e acompanhamento/monitoramento; • Na visita, o consultor e o empresário, devem preencher um Termo de Compromisso, com cronograma de execução de novas ações e o nome dos responsáveis pelas mesmas. • O modelo deste Termo de Compromisso encontra-se no Banco de Recursos. • O consultor pode solicitar ao Empresário que realize novas medições após a implementação das ações sugeridas. Visita 12 – 4 horas. • Visita técnica para acompanhamento, avaliação, ajustes e coleta de dados. Elaboração do Relatório final Fase III 3 - 4 horas. • Neste relatório, deve estar registrado os resultados alcançado pela consultoria e as ações que foram mantidas após a Fase II. • Deve-se seguir o Modelo da Metodologia, Relatório Fase III, detalhado e comentado no Banco de Recursos. Visita de entrega do Relatório Fase III – 2 horas. Contudo, para se alcançarem os objetivos propostos devem ser realizadas reuniões prévias de trabalho entre a equipe do SEBRAE, responsável pela aplicação da Metodologia, e a equipe de consultores das empresas cadastradas nesse órgão. Veja abaixo os conteúdos, ferramentas e os produtos gerados ao longo do desenvolvimento da solução: 28 Conceitos e ferramentas Produto 1) Identificação dos Processos • Diagrama de Fluxo Relatório Fase I – expõe o diagnóstico, isto é, mostra o levantamento de todos os processos envolvidos na fabricação dos bens ou na 2) Identificação das Entradas realização dos serviços pela empresa; e o • Principais matérias-primas utilizadas prognóstico com a sugestão de ações para • Principais insumos utilizados minimização do desperdício e impactos ambiental • Energia elétrica (consumo médionegativos. Deve-se seguir o Modelo da mensal) Metodologia, Relatório Fase I, detalhado e • Água (consumo médio mensal) comentado no Banco de Recursos. 01 3) Identificação das Saídas • Água servida (água de lavagem) • Esgoto gerado • Lixo/Resíduos (sólidos, materiais perigosos) • Emissões (gases, calor e outras radiações) 4) Utilização do Software Sipred • sistematização das informações coletadas e elaboração dos relatórios. Realização de medições visandoRelatório fase II – expõe os dados de um estudo quantificar a redução do desperdíciode caso de redução do desperdício de água, ou de obtida com a implementação das açõesenergia, ou de matéria-prima. Deve-se seguir o sugeridas pela consultoria. Modelo da Metodologia, Relatório Fase II, detalhado e comentado no Banco de Recursos. Acompanhamento e complementaçãoRelatório fase III – expõe os dados coletados no da consultoria fase I e fase II realizada,acompanhamento para avaliação e ajustes da podendo utilizar produtos e serviços doimplementação de mais ações de redução de Sebrae, tais como Sebraetec, PAS edesperdício. Deve-se seguir o Modelo da Eficiência Energética, entre outros. Metodologia, Relatório Fase III, detalhado e comentado no Banco de Recursos. 02 03 A seguir são dadas orientações sobre procedimentos que podem ser adotados pelo consultor, sob o risco de o relatório não vir a ser aceito/validado pelo Sebrae: • • • • Todos os campos do check list da Fase I devem ser reenchidos. Caso exista duplicidade de resposta ou dado, NÃO utilizar expressões como “idem” ou “o mesmo do campo anterior”. Redija quantas vezes forem necessárias a informação no campo requerido. Caso não haja aplicação da pergunta para aquela empresa, registrar “Não se aplica” no campo da resposta. Nos campos destinados a observações complementares ou detalhamentos da informação, redigi-los de forma objetiva, clara e concisa. Todos os documentos deverão ostentar a logomarca do Sebrae e da instituição consultora contratada. No momento da investigação na empresa, os formulários poderão ser preenchidos diretamente no sistema, por intermédio de um computador (caso 29 • • • • • • disponível), ou inicialmente preenchidos à mão e depois transferidos para o sistema informatizado disponibilizado pelo Sebrae. Por intermédio dele, será realizada a avaliação das empresas atendidas e do trabalho do consultor. O Sebrae realizará pesquisa junto às empresas atendidas para avaliar o grau de satisfação do empresário e a performance de atendimento da instituição consultora e do consultor. Os trabalhos relativos à Eficiência Energética, se for o caso, serão desenvolvidos por outra consultoria, conforme as recomendações do Diagnóstico. Os Relatórios finais Fases I, II e III somente poderão ser entregues ao proprietário da empresa, ou à pessoa de contato que prestou todas as informações durante a consultoria, cujo nome consta do formulário de Cadastro. Em hipótese alguma os Relatórios podem ser entregue a outras pessoas, mesmo que diretamente vinculadas ao proprietário ou seu contato, como secretárias, auxiliares, parentes etc. No momento da entrega dos Relatórios finais Fases I, II e III, o consultor deverá obter um recibo com a data, local, nome legível e assinatura do proprietário ou contato que o recebeu. Quando solicitado, o consultor deverá prestar orientações básicas sobre todos os setores do Sebrae, bem como agendar com consultores internos do Sebrae eventuais esclarecimento de duvidas e orientações mais específicas. Se o empresário necessitar de alguma informação sobre o Sebrae, deverá ser informado do número de telefone de contato do Sebrae local. 8. RECURSOS BÁSICOS Devem ser elaborados Relatórios correspondentes as Fases I, II e III de acordo com os Modelos da Metodologia, detalhado e comentado no Banco de Recursos. Pode ser utilizado o Software Sipred, para auxiliar na elaboração do relatório Fase I. As instruções de uso do Software Sipred fazem parte do Banco de Recursos. 9. RELATÓRIOS E DOCUMENTOS Antes e após a realização dos trabalhos, o consultor deve preparar os documentos relativos ao planejamento e à execução da ação. Existem modelos específicos para cada um destes relatórios e estão disponíveis no Banco de Recursos. 10. CRITÉRIOS DE CERTIFICAÇÃO A finalização da consultoria com a implementação da Metodologia CINCO MENOS QUE SÃO MAIS, está condicionada a finalização das fases I e II com a implementação comprovada (por meio de medições) de uma ação de redução de desperdício. A fase III será opcional, podendo ser demandada ou não pelo Sebrae e/ou empresário. 11. COMUNIDADES DE CONSULTORES A Comunidade é um espaço virtual de convivência que tem por objetivo o intercâmbio de conhecimento, aprendizado e interação. Ela é a extensão da sala de aula, portanto, todos os membros devem se sentir a vontade para contribuir com textos, atividades, dinâmicas, dúvidas, críticas ou sugestões. 30 Neste espaço serão concentradas todas as informações para os consultores credenciados nessa solução: DGPS, banco de atividades, leitura complementar, figuras para compor apresentações, relatórios, etc. Acesso à Comunidade O primeiro passo para o acesso à Comunidade 5 MENOS QUE SÃO MAIS é aceitar o convite que foi enviado por e-mail. Após o aceite do convite acesse o site www.sebraemg.com.br/comunidades. Ao clicar na Comunidade abrirá um breve resumo sobre a mesma, clique em Entrar, no canto superior direito da página. Clique em PESSOA FÍSICA, preencha com seu CPF e Senha (recebida por email) e clique em CONFIRMAR DADOS. 31 Seja bem-vindo (a) à Comunidade 05 menos que são mais! 32 Navegação na Comunidade A navegação é feita através dos menus horizontal e vertical. No menu horizontal estão as informações e ferramentas comuns a todas as comunidades, como o Correio Eletrônico - onde é possível enviar e-mail apenas às pessoas cadastradas na Comunidade; Perfil - espaço onde o usuário deverá cadastrar suas informações pessoais; Convidar – ferramenta que possibilita ao usuário enviar convites a outras pessoas para participar da Comunidade; Membros – onde um membro visualiza os demais participantes da comunidades; Biblioteca Arquivos – espaço onde estão publicados vários arquivos referentes ao programa; Fórum – espaço para interação entre os membros; Boas Práticas – espaço onde o usuário poderá publicar ações de sucesso que sirvam de exemplos para demais membros da Comunidade. No Menu lateral estão concentradas as informações específicas da Comunidade. O Programa – espaço onde poderá se ter uma visão geral do Programa, seus objetivos, público-alvo, conteúdo programático, etc. Manual do Participante: Manual com os principais conceitos e ferramentas para aplicação na empresa. É utilizado para consulta posterior do empresário aos conteúdos trabalhados. Banco de Recursos – espaço importante da comunidade onde estão publicados vários arquivos com sugestões para serem trabalhadas em sala de aula. Modelos e Relatórios – neste espaço são encontrados o Plano Metodológico, a Lista de Verificação de Material Complementar, Relatórios de diagnóstico e consultorias Lista de presença e demais documentos referentes ao programa. Sites Interessantes – sugestões de sites para o empresário estender sua pesquisa sobre o tema. Bibliografia sugerida – artigos, textos, livros, revistas, etc, utilizados para construir o conteúdo e para o empresário estender seu conhecimento. Além dos espaços e ferramentas disponibilizados nos menus Horizontal e Vertical há também a ferramenta O que há de novo – onde são informadas as últimas publicações da Comunidade. 12. PERFIL DO CONSULTOR Os profissionais que atuarão junto a esse público são consultores e pela experiência e conhecimentos relacionados às empresas de pequeno porte, deve estimular a elaboração de planos, a identificação da necessidade de pesquisa, o conhecimento de técnicas e instrumentos para a eficiência das funções gerenciais, além de desenvolver competência no cliente para a tomada eficaz de decisões empresariais. O papel do consultor é incentivar a mudança, a adoção do novo, a flexibilidade de pensamento, ajudando a clarificar as estratégias e as formas de implantá-la para obter resultados. A 33 função do consultor é a de agente propulsor da mudança e a do cliente é assumir a responsabilidade pela implementação das ações. A seguir, seguem as especificações do perfil do consultor. Formação: Nível superior com especialização (desejável) em gestão ambiental, engenharia de produção, logística, alimentos, qualidade, produção mais limpa, administração da produção. Experiência requerida: Como instrutor, professor ou consultor; Experiência em gestão organizacional e processos produtivos com ênfase em Sistema de Gestão Ambiental, Produção mais Limpa e sistema de tratamento de resíduos, efluentes rurais, urbanos e industriais; Com orientação de programas de gestão e educação ambiental. Conhecimentos: Dos conteúdos de Gestão Ambiental e Preparação e adequação às normas ambientais ; Gestão de espaços protegidos e do espaço rural; Riscos ambientais/seguros; Na aplicação de técnicas vivenciais; Da realidade das micro e pequenas empresas. Habilidades: Capacidade de comunicação; Capacidade de negociação; Capacidade de promover ambientes cooperativos; Habilidade nos relacionamentos interpessoais; Capacidade de traduzir conceitos técnicos para o dia-a-dia dos clientes; Visão sistêmica dos processos de aprendizagem; Capacidade de estimular o pensamento divergente e inovador; Capacidade de organizar e sistematizar informações e dados; Para atuar em grupos com diversidades culturais, sociais e econômicas. 13. AVALIAÇÃO DA SOLUÇÃO O processo de avaliação consiste em investigar a qualidade da solução, de modo a aprimorá-lo e promover o melhor aprendizado dos participantes. O modelo pensado para a avaliação das soluções educacionais para empresas em expansão apresenta quatro níveis: • Avaliação de aprendizagem; 34 • • • Avaliação de reação; Avaliação do processo; Avaliação de impacto na implantação de estratégias. A avaliação de aprendizagem é aplicada ao final do curso de formação de consultores, quando a qualificação como consultor da Metodologia Cinco Mesmo que são Mais, esta condicionada a finalização da consultoria fases I e II com a implementação comprovada de uma ação de redução de desperdício. Para esta avaliação de aprendizagem deve ser apresentada aos participantes no final de cada encontro as competências específicas previstas. A avaliação da reação pretende aferir o nível de satisfação do cliente com a solução por meio de instrumento próprio em relação: • • • • Ao conteúdo da solução; À metodologia adotada; Aos materiais utilizados e distribuídos; Conhecimento, postura e didática do consultor. A avaliação de impacto tem por finalidade verificar os efeitos da aplicação das consultorias do Programa para o empreendedor e sua empresa. Essa avaliação é de responsabilidade do SEBRAE e, se aplicável, é realizada após um período da aplicação da metodologia. O período de aplicação da pesquisa será definido pelo gestor da solução. Para o acompanhamento sistemático do trabalho realizado nas consultorias especializadas. Após cada intervenção, o consultor deverá apresentar os relatórios específicos do programa. 14. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTOLINO, Marco Túlio. Estudo da complementariedade de sistemas de gestão ambiental e sistemas de gestão da análise de perigos e pontos críticos de controle. Dissertação (Mestrado) – Universidade Regional de Blumenau – Blumenau, 2005. CALLENBACH, E., et ali. Gerenciamento Ecológico – Eco-Manangement – Guia do Instituto Elmwood de Auditoria Ecológica e Negócios Sustentáveis. São Paulo: Ed. Cultrix, 1993. BERTOLINO, Marco Túlio. Análise do Processo Produtivo das Estratégias em Gestão Ambiental. Universidade Regional de Blumenau. Centro de Ciências Tecnológicas Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental Blumenau/ SC – Brasil. 2005 Curso básico de gestão ambiental. – Brasília : Sebrae, 2004. Gerenciamento do Uso das Água e Efluentes Líquidos para Pequena e Microempresa, CNTL / SENAI, Porto Alegre, 2003. 35 CARVALHO, Alexandre Bruno Moreno de. Os benefícios da ecoeficácia. Revista Banas Ambiental, São Paulo, Ano I, N º 4, p. 14-16, fev. 2000. CZAJA, Maurício Camargo. Implementação requer administração pró-ativa. Revista Banas Ambiental, São Paulo, Ano II, N º 12, p. 46-50, jun/2001. DYLLICK et ali. Guia da Série de Normas ISO 14001 - Sistemas de Gestão Ambiental. Tradução: Beate Frank. Blumenau: Edifurb, 2000. GRAEDEL, T. E. e ALLENBY B. R. Industrial Ecology. New Jersey: Prentice Hall, 1995. HUNT, Christopher B. e AUSTER, Ellen R. Proactive Environmental Management: Avoiding the Tóxic Trap. Sloan Management Review, MIT: 31/2, p.07-18, winter 1990. NORMA NBR ISO 14.001:2004 – Sistemas de gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso, 2º versão, 2004. PORTER, M. E.; LINDE, C. Green and competitive. Havard Busines Review. P. 120134, Sep./Oct. 1995. RATTNER, H. 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