laurie anderson 2 EXPOSIÇão EXHIBITION 1 I in u eu em tu laurie anderson I in u eu em tu e x p os i ç ã o exhibition 2 Centro cultural banco do brasil | Rio de Janeiro 28.03 > 26.06 | 2011 laurie anderson Centro cultural banco do brasil | São Paulo 12.10 > 26.12 | 2010 I in u eu em tu Mag+ rede cultural | 2011 7 Realização Ministério da Cultura Plataforma para performance, instalação Performance platform, installation | CCBB SP, 2010 9 I in U / eu em tu / Laurie Anderson I in U / eu em tu / Laurie Anderson O Centro Cultural Banco do Brasil traz, pela primeira vez ao Brasil, a obra de uma das mais importantes artistas da cena contemporânea internacional, a norte-americana Laurie Anderson. The Centro Cultural Banco do Brasil brings the work of Laurie Anderson to Brazil for the first time. One of the most important artists on the international contemporary art scene, Laurie Anderson presents her retrospective exhibition entitled I IN U / EU EM TU. A mostra I IN U / EU EM TU faz uma retrospectiva dos quarenta anos da carreira da artista, incluindo as suas mais instigantes realizações, entre instalações (bidimensionais e tridimensionais), fotografias, desenhos, vídeos, músicas e documentações de performances, além de um conjunto de filmes. Os aspectos sensoriais e expressionistas do trabalho de Anderson estão enraizado em sua forte fundação conceitual e tal combinação produz uma poderosa nova forma. Com essa iniciativa, o CCBB oferece ao público o contato e a aproximação com a arte contemporânea, proporcionando a oportunidade de presenciar ao vivo uma performance da artista e de conferir trabalhos inéditos de sua autoria. Centro Cultural Banco do Brasil Covering works from her forty year career as a multi media artist, the exhibition includes her most challenging works from installations (two and three dimensional), photographs, drawings, videos, songs, recordings of performances as well as a collection of films. The sensuous and expressionist aspects of Anderson’s work are grounded in her strong conceptual basis and the combination produces a powerful new form. With this initiative, The CCBB offers to the public, not only her retrospective but also her live performances and current works-in-progress. Centro Cultural Banco do Brasil 11 hi st ó r ias STOR IES Eu em Tu é um show de histórias. Qual é a cara de uma história? Como uma artista que tem trabalhado principalmente com performances ao vivo, gosto do fato de histórias serem invisíveis. Por outro lado, eu às vezes me utilizo de vários meios para contá-las. Eu em Tu é uma coleção de histórias, em muitas formas diferentes: música, escultura, instrumentos, filme, eletrônicos e invenções. Em 1978, eu estava sentada na minha escrivaninha escrevendo uma história numa máquina de escrever elétrica. Pausei por um momento e li o que havia escrito. Era horrível. Desencorajada, coloquei a cabeça nas mãos e as mãos sobre os ouvidos e deixei-me ficar. De repente, me dei conta de que estava ouvindo um murmúrio alto e complicado com muitas nuances belíssimas. Era o som do motor da máquina de escrever elétrica e o som fazia com que a superfície da mesa vibrasse e todos esses sons viajavam através dos ossos em meus braços até dentro da minha cabeça. E eu pensei: “É isso! Construirei uma mesa cantante”. Construí a mesa no porão do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque. Usei materiais das lojas de equipamentos eletrônicos usados do meu bairro. Meu assistente, Bob Bielecki concebeu a forma como o som viajava desde a fonte (um gravador de cassetes) através de um dispositivo que comprimia o som e o enviava por uma haste de metal até a superfície da mesa e daí através dos braços dos ouvintes. Era como instalar poderosos fones de ouvido, com a diferença de que neste caso não havia fios. O corpo era o condutor. A mesa foi exposta no Salão de Projetos do MoMA como The Handphone Table. Uma das coisas que eu mais gostava sobre a mesa é que o ouvinte se sentava na mesma posição que eu estava quando pensei sobre este trabalho: a cabeça abaixada e as mãos sobre os ouvidos num gesto entre pensativo e deprimido. Às vezes, penso que as melhores ideias surgem quando você está realmente desencorajado e não há nada a fazer a não ser começar do zero. Os sons que fiz para a mesa – instrumentos de percussão, tempestades, vozes e melodias – foram espalhados radicalmente à direita e à esquerda em amplo estéreo. Os sons lentamente mudavam de lugar, viajando até a cabeça. Dediquei a mesa a um dos meus poetas favoritos, George Herbert, um poeta metafísico da Inglaterra do século 17, que escreveu um poema de amor à música. Um dos versos diz: “Agora eu em você sem nenhum movimento do corpo”. Adoro este verso porque ele descreve como a I in U is a show about stories. What does a story look like? As an artist working mostly in live performance, I love the fact that stories are invisible. On the other hand, I sometimes use various media to tell them. I in U is a collection of stories in lots of different forms: music, sculpture, instruments, film, electronics, and inventions. In 1978 I was sitting at my desk writing a story on an electric typewriter. I paused for a moment to read what I had written. It was horrible. Discouraged, I put my head in my hands and my hands over my ears and just sat there. Suddenly I realized that I was hearing a loud and complicated humming with lots of beautiful overtones. It was the sound of the motor in the electric typewriter and the sound was making the surface of table vibrate and these sounds were traveling through the bones in my arms and up into my head. And I thought, “That’s it! I’ll build a singing table.” I built the table in the basement of the Museum of Modern Art in New York. I used materials from the second hand electronics stores in my neighborhood. My collaborator Bob Bielecki designed the way the sound traveled from the source (a cassette tape recorder) through a driver which compressed the sound and sent it up a metal rod, through the surface of the table and up through the arms of the listener. It was like putting on powerful headphones except there were no wires. The body was the conductor. The table was exhibited in the Projects Room at MoMA as The Handphone Table. One of the things I liked best about the table was that the listener was sitting in the same position I was when I thought of the table: head bowed and hands over the ears in a gesture somewhere between thoughtfulness and depression. Sometimes I think that best ideas come when you’re really discouraged and there’s nothing left to do except start over. The sounds I made for the table- bass instruments, storms, voices and melodies- were panned extremely left and right in wide stereo. The sounds would slowly change places, traveling through the head. I dedicated the table to one of my favorite poets George Herbert, a seventeenth century English metaphysical love poet, who wrote a love poem to music. One of the lines was, “Now I in you without a body move.” I loved this 13 música e a linguagem podem literalmente entrar no corpo, transformar a pessoa, fazer com que você dance, e prosseguir. Como disse William S. Burroughs: “A linguagem é um vírus”. Trabalhar para esta exposição foi para mim uma grande experiência. Fora a alegria de reunir trabalhos dos últimos quarenta anos e tentar contar uma longa história com estas coisas, também foi excitante poder mostrar o ambiente físico de uma performance, a multi-imagem Ilusão. Isso é algo que eu sonhava em fazer há anos e pela primeira vez de fato aconteceu. Afinal de contas, a maior parte destes trabalhos foi feita para o palco – locais escuros com repentinas luzes e tempos dramáticos. Portanto, foi um verdadeiro desafio adaptá-los para o espaço neutro e bem iluminado do museu e para um modo completamente diferente e mais expandido de experimentar o tempo. Por fim, foi muito divertido fazer desenhos, diagramas e pinturas na parede. Eu sempre quis saber o que influencia os artistas, então às vezes construo um grande painel como parte da exposição, uma lousa de agradecimentos. São listas de nomes, pequenos esboços de pessoas e ideias que me influenciaram no processo de montar a exposição. Em Eu em Tu, os desenhos ficaram maiores e mais complexos. Eles transbordaram a lousa e subiram as paredes. Alguns se assemelhavam a enormes tiras de quadrinhos com pequenas histórias de performances. Outros eram mais abstratos, ou predominantemente palavras. Literalmente, eu não podia parar. Talvez agora, depois de quarenta anos, simplesmente existam pessoas demais para agradecer. Quero especialmente agradecer Marcello Dantas por me encorajar a criar esta exposição e ao CCBB por prover um espaço de exposição tão dramático e democrático. E, claro, quero agradecer ao time de designers, arquitetos, pintores e montadores que realizaram esta exposição. line because it described how music and language can literally enter your body, change you, make you dance, then move on. Like William S. Burroughs said, “Language is a virus.” Working on this exhibition has been a great experience for me. Aside from the fun of assembling work from the past forty years and trying to tell a long story with these things, it has also been exciting to be able to show a physical set from a performance, the multi image Delusion. This is something I have dreamed of doing for years and this is the first time it actually worked. After all, most of this work was made for the stage- dark places with sudden dramatic lights and timing. So it was a real challenge to adapt them to the neutral well lit museum space and the completely different more expansive way of experiencing time. And last, it was the greatest fun making drawings, diagrams and paintings on the wall. I always love to know what influences artists, so sometimes I make a big chart as part of the exhibition, a chalkboard of thank you’s and acknowledgements. It is lists of names, little sketches of people and ideas that influenced me in the making of an exhibition. In I in U the drawings got bigger and more complex. They overflowed the chalkboard and spilled onto the walls. Some were like huge comic strips with short stories from performances. Others were more abstract, or mostly words. I just literally couldn’t stop. Maybe now after forty years there are just too many people to thank. I want especially to thank Marcello Dantas for encouraging me to make this show and to CCBB for providing such a dramatic and populist exhibition space. And of course thanks to the team of designers and architects and painters and builders who realized this show. E m Trân s i to In Transit Laur ie A nder so n e a m ã o dupla do t em po Laurie Anderson and the two-way road of time Marcello Dantas Marcello Dantas Transitoriedade, o estado de movimento permanente, destinado a nunca chegar, sempre em deslocamento. Transitoriedade de espaço, de tempo, de suporte, de origem, de destino. Laurie Anderson é a grande artista da transitoriedade em nosso tempo. Lá e cá, aquilo e isso, quando uma definição cercava sua criatividade, ela imediatamente já se colocava em outro terreno. Laurie Anderson criou uma categoria para si mesma, uma categoria definível como o estado de permanente mutação. Sua arte se transforma em diferentes mídias com a mesma suavidade com que sua voz muda de tons. Mas Laurie é, na verdade, uma criadora da mais ancestral forma de arte, uma contadora de histórias. Sua maneira de comentar o cotidiano, de questionar o que é tido como certo, de despertar consciência é combinada com sua forma de criar um sentimento de conforto transitório em que às vezes nos faz sentir aconchegados em uma nuvem, sem entender a queda que está iminente. Conheci Laurie Anderson há mais de vinte anos, quando trabalhei com ela em Nova Iorque, preparando sua primeira vinda ao Brasil, em 1989, para a performance Talk Normal. Laurie, no auge de sua criatividade, ensinou-me muito sobre como misturar a vida na arte e a arte na vida. Que essas coisas eram indissociáveis, e que a linha de fronteira na verdade não existia. Tudo se contamina. Para coroar essa maneira de ver o mundo, em 2007 Laurie foi agraciada com o Prêmio Gish pela sua “notável contribuição para a beleza do mundo e pelo prazer e compreensão da vida pela humanidade”. Uma afirmação rara nos tempos de hoje. Contaminação é um signo para entender a diversificada obra de Laurie Anderson. Formada em Artes Visuais e Escultura, ela enveredou por uma carreira na performance, na música, na literatura, no cinema, no vídeo, na arte pública, nas novas mídias e nas instalações de grande porte. Suas ideias sempre encontram um refúgio em outra mídia depois que Laurie deixa naturalmente que se contaminem. Algo que parecia ser objeto é discurso, e o discurso é a essência do seu objeto. Trabalhar com tecnologia é em si uma condição transitória; tecnologia é a ciência aplicada ao conhecimento circunstancial de uma técnica. Laurie usou muito a linguagem da tecnologia para expressar sua poética. Transitoriety; a state of permanent movement, destined to never arrive, in constant displacement. Transitoriety of space, time, support, origin, destination. Laurie Anderson is the great artist of transitoriety in our times. Here and there, this and that, when a definition surrounded her creativity, she immediately placed herself in another terrain. Laurie Anderson created a category for herself, a category able to be defined as a state of permanent mutation. Her art is transformed in different mediums with the same suavity that her voice changes pitches. But Laurie is, truly speaking, an artist of the most ancestral form of art; she is a storyteller. Her way of commenting daily life, of questioning that which is taken for granted, of awakening our awareness is combined with her ability to create a feeling of transitory comfort in which at times she makes us feel enveloped by a cloud, unaware of the imminent fall. I met Laurie Anderson over twenty years ago, when I worked with her in New York preparing her first visit to Brazil, in 1989, to present her performance Talk Normal. Laurie, at the peak of her creativity, taught me a lot about how to mix life into art and art into life: that these things were indissoluble and there is truly no borderline between them. Everything is mutually contaminated. To crown this way of perceiving life, in 2007 Laurie was the recipient of the Gish Prize for her “outstanding contribution to the beauty of the world and to mankind’s enjoyment and understanding of life”. A rare statement nowadays. Contamination is the sign for the understanding Laurie Anderson’s diversified work. Graduated in Visual Arts and Sculpture, she developed a career in the performing arts, music, literature, cinema, video, public art, new medias and large size installations. Her ideas always find a refuge in another medium when Laurie naturally allows them to contaminate each other. Something that appears to be an object becomes discourse; and discourse is the essence of her object. To work with technology is in itself a transitory condition; technology is science applied to the circumstantial recognition of a technique. Laurie has used the language of technology to express her poetics. Laurie Anderson coloca-se no mundo para experimentar, para questionar e principalmente para causar dúvidas e fazer perguntas. Sua obra suscita reflexões e incorpora uma ampla camada de referências decodificadas na sua essência para criar pontes com o amplo público que nas últimas quatro décadas ela vem conquistando. Desde sua primeira performance com os patins de gelo congelados, Laurie posicionou-se na sua condição de ente em permanente transformação, de estado transiente. Transitoriedade também nos traz a ideia de deslocamento, lugar, que é algo recorrente em sua obra, um lugar por onde se passa, mas não se permanece. Das montanhas e ilhas do Japão em Hidden inside mountains, os Estados Unidos como lugar e como signo em United States, homeland e Home of the brave, das ruas e praças de Sevilha em Carmen, do Tibet de sua meditação e até seus voos panorâmicos de asa-delta no Rio de Janeiro, sua obra capta de forma singular o espírito nômade de nossos tempos. Paradoxo essencial da sua criação é que, apesar de sua linguagem e expressão serem essencialmente transitórias, seu maior fundamento são suas histórias. E histórias são as coisas mais permanentes que possuímos. A capacidade que temos de repetir, recontar e proliferar as mesmas histórias através do tempo é o que nos dá um sentido de permanência e origem. Laurie trabalha muito bem esse contraste entre o que contamos e como o contamos. Entre o que sempre será e o que não é mais, assim que é dito. Eu sempre quis fazer uma exposição com Laurie, mas foi só em 2008, quando nos reencontramos no Brasil, que ela me instigou a tocar esse projeto adiante. Minha admiração por ela só aumentou, pela maneira insegura, verdadeira, cheia de dúvidas e incertezas que mostra como ela vive intensamente o processo com que se envolve. E revela sua fascinante curiosidade por tudo e por todos de quem se aproxima. A senha da sua sintonia com o mundo está na sua atenciosa observação de tudo e de todos. Laurie Anderson stands in the world in order to experiment, to question and, above all, to generate doubts and raise questions. Her work inspires reflections and embodies a broad range of decoded references in its essence of creating bridges to the large public that she has been conquering throughout the last four decades. Since her first performance with frozen ice skates, Laurie took a stance in her condition of a being in permanent transformation, in a transient state. Transitoriety also brings up the idea of displacement. Place is a recurrent element in her work, a territory of passage, where one does not remain. From Japan’s mountains and islands in Hidden Inside Mountains, United States as a place and as a sign in United States, Homeland and Home of the Brave, Seville’s streets and plazas in Carmen, the Tibet of her meditation and even her panoramic hang glider flights in Rio de Janeiro, her work captures in a unique way the nomad spirit of our times. An essential paradox of her creation is that, in spite of the transitoriness of her language and expression, her major fundament is her stories. And stories are the most permanent things we have. Our ability to repeat, recount and multiply the very same stories throughout time grants us a sense of permanence and origin. Laurie works quite well this contrast between that which we narrate and how we do it; between that which will always be and that which is no longer there as soon as it is said. I’ve always wanted to present an exhibition of Laurie, but it was only in 2008, when we met again in Brazil, that she encouraged me to follow this project through. The admiration I have for her only increased with the insecure, true, full of doubts and uncertainties manner with which she intensely lives the processes she is involved with; and reveals her fascinating curiosity for everything and everyone who comes near her. The password for her tuning with the world is found in her attentive observation of everything and everyone. 19 agora eu em tu sem mover o corpo A Mesa Handphone é um trabalho baseado em condução óssea. Canções em ondas graves estereofônicas são amplificadas e transmitidas através de conversores de energia. Estes sons são enviados por eixos de metal que estão em contato com a superfície da mesa. O ouvinte posiciona seus cotovelos nestes pontos e suas mãos sobre as orelhas. O som viaja ao longo da mesa, dos braços e da cabeça do ouvinte. Handphone Table Mesa de madeira, eletrônicos embutidos Wooden table with built-in electronics | CCBB SP, 2010 21 now i in you without a body move The Handphone Table is a work based on bone conduction. Stereo low-frequency songs are amplified and fed through transducers. These sounds are pushed up metal shafts which make contact with the table surface. The listener places his elbows on these points and his hands over his ears. The sound travels through the table and the listener’s arms and into the head. Visitante ouvindo a obra Handphone Table A visitor listening to the Handphone Table 23 Handphone Table Mesa de madeira, eletrônicos embutidos Wooden table with built-in electronics | CCBB SP, 2010 25 THE NEW MACHINES 2010 Escultura de pássaro falante com altofalantes, eletrônicos e suporte metálico Electronic talking bird sculpture with built in speakers, electronics and metal stand 27 PAPAGAIO PARROT Sua voz. Sua voz parecia uma velha bomba enferrujada que enviava as palavras muito, muito lentamente por uma longa tubulação... E quando chegavam à sua boca aberta, as palavras emergiam como fios enferrujados. Fios que permaneceram por demasiado tempo sob a terra úmida. Tenho visto dragões de novo. Sim, é verdade... Não gosto de dar nem um dólar a uma mulher nua. É praxe minha. Então pode atirar em mim. É assim que eu vejo as coisas. Talvez a pilha esteja acabando. Aqui, deixe-me tirar este lápis da minha boca. Beleza em todas as suas formas... Engraçado como o ódio também pode ser uma coisa bela. Quando é afiado como uma faca. Duro como um diamante. Perfeito. E quando morremos, nossos corpos se transformam em diamantes... Para xícaras de chá... Não apenas para giz e carbono. Demasiadas pessoas estão tomando Prozac. É isso o que eu acho. Essa falsa alegria que está por toda parte agora está realmente me colocando pra baixo... Engraçado como machos humanos podem ficar tão excitados pela pornografia. Quando eles veem uma foto... Pode até ser em preto e branco... Eles podem se excitar. É simplesmente um caso de vista ruim? É debilidade mental? Ou são suas imaginações extraordinárias? Lá lá ri lá lá Her voice. Her voice was like an old rusty pump that sent the words very very slowly up a long pipe... and then when they got to her open mouth the words came out like rusty wire. Wire that had been in the cold clay for a long time. I’ve been seeing dragons again. Yes it’s true...... I don’t like giving a nude woman a dollar. It’s just my policy. So shoot me. That’s just the way I see it. Maybe the batteries are running low. Here, let me take this pencil out of my mouth. Beauty in all its forms.... Funny how hatred can also be a beautiful thing. When it’s as sharp as a knife. As hard as a diamond. Perfect. And when we die, our bodies turn to diamonds... to teacups... Not just to chalk and carbon.. Too many people are taking Prozac. That’s what I think. This fake cheeriness that’s everywhere now is really getting me down... Funny how human males can get so excited by pornography. When they see a picture.... it can even be black and white... they can get excited. Is this simply a case of poor eyesight? Is it feeblemindedness. Or is it their amazing imaginations? Twideldee dee... twideldee dum...... 29 Desenhos para o cenário da performance Songs and Stories for Moby Dick Drawing for set of Songs and Stories for Moby Dick performance | 1999 يضارألا عيمج مMudanças امكFormas Suas.... Alguns Água اكنارب، حاتم ريغcalçada à يد ما رويكورب روبenvenenamento ودنوغيس... ... formigueiro entende recém وموك- nascido é coberto يدformigas ،... formigueiro. ةيعالطتسإلا ةدحولا دجاوتت سويد اي ةيرحبلا، Vivendo ميحج ال... داحتالا Inglaterra افاروم غ، بتكملا وس يبوروألا داحتالا دحوملا. وس يبوروألا داحتالا ؟زيد وموك نيدلا جارس دحوملا بتكملا. يبوروألا داحتالاDigo! ليك يوفش ديربلا convencer ايSEU ويك ةيمزراوخ ءاه !كسفن واست entende Não ؟يوفشAcho ةيفتاهلا ةقاطبلا ويك. ويك مصاع وتناتMáquina Não Tenha ainda inventado وديس، يرود نييقيسوملل يلودلا داحتالاو معن ةجردلاTermina Ruptura يد ديربلاreparação Για να καταστείλει την εγκληματικότητα της πράξης. Voz ήταν νόμιμη και παράνομη την καταστολή του αρχιερέα της πράξης. Η ηλικία σας, την καταστολή της παρανόμου Κόμο Uma Voz mandou enferrujada Bomba palavra από το σωλήνα έξω από το lentamente 1000 όπως αυτό ... Μετά από μια μακρά Snakes virão Μπόκα Aberta ως palavras Αράμ Sairam enferrujado Como micron. Linha δώσει κάποια απόσταση, επειδή η λέξη και ηλεκτρονικού RUB τους αναζητούν για άλλη μια φορά. E SE morremos, nossos corpos のような単語をください...ああ、 estão не xícara Diamond-де-ча ... たとえば... 。 Oは、百万回万回 .... Алем диссоциации, Гиз, carvão 万異なることを意味することが растительным. Muitas pessoas tam- できます。 Oは”ああ私の愛す bém tomam Prozac. Э. о Que Penso る、私が知っている”を意味する ЕС. Então, агора Que tranquilidade Eu tenho depressão .... Э. engraçado Комо как pessoas podem Ser Muito animado ПК Порно. Imagem é exibida Quando ことができますOはいやだ...決し て....””を意味することができ ますOは、私は決してあなたを好 きで、私がしてるよ”と言うこと ができることは... ...単語Wは空で す...、ゼロは何もしてい Voce ... Под- だから自然の中で多くのものは非 O-Прету электронной Бранко ... 常に空になっています。ボウルに 31 Desenhos das animações da performance Delusion Drawing from animation in Delusion performance | 2010 33 Desenhos na parede, instalação Wall drawings installation | CCBB SP, 2010 35 Instalação com textos Text installation | CCBB SP, 2010 Aqui vai minha teoria sobre pontuação. Ao invés de um ponto final no fim de cada sentença, deveria haver um pequeno relógio indicando quanto tempo foi gasto ao escrever a sentença. Aqueles dias. Todos aqueles dias. Para que servem os dias? Para nos despertar. Para colocar entre as noites sem fim. 37 These days. All these days. What are days for? To wake us up. To put between the endless nights. 39 Existe um livro chamado Sum Latin, que significa “Eu sou”, e que mostra ilustrações de quarenta vidas após a morte. E em um deles você chega nessas planícies desertas. Há prédios bombardeados, tiros de metralhadora, terroristas brandindo rifles passeiam em caminhonetes pick up cobertas de lama. There’s a book called Sum Latin for “I am” and it pictures forty different afterlives. And in one of them you arrive on these deserted plains. There are bombed out buildings, machine gun fire, terrorists waving rifles ride around in mud covered pick-up trucks. Worms, pintura na parede de uma história de Delusion Wall painting of Worms a story from Delusion | CCBB SP, 2010 “Agora, sem um corpo, me mudo para dentro de ti” George Herbert, poeta metafísico inglês do século XVII 41 The afterlife has become an enormous battleground for religious wars that go on for all eternity. Newcomers are being recruited to boot camps. Small fires burn in the darkness. In another afterlife you die and when you arrive there you find that your creators are actually very small, very stupid purple worms. You have to talk very slowly to them. Occasionally draw a picture. Now when you die the worms crowd around clamoring, “What is the answer? Why are we here ? Why do we live?” Of course since you just died seconds ago you’re really disoriented and unable to come up with anything but they keep screaming, “Why are we here? What are we doing here?” Then you notice quite a few of them are crying. And they’re crying because they think we know the answers and that they are too stupid to understand us. We the recent arrivals just lie there blinking, huh? A vida após a morte se transformou em um enorme campo de batalha para guerras religiosas que se prolongam por toda a eternidade. Novatos estão sendo recrutados para campos de treinamento. Pequenas fogueiras queimam na escuridão. Em outra vida após a morte, você morre e quando chega ali descobre que seus criadores são na realidade muito pequenos, pequenos vermes roxos muito estúpidos. Você precisa falar bem devagar com eles. Ocasionalmente fazer um desenho. Quando você morre, os vermes se aglomeram à sua volta clamando “Qual é a resposta? Por que estamos aqui? Por que vivemos?”. Claro que, como você acaba de morrer há segundos, você está verdadeiramente desorientado e é incapaz de inventar alguma coisa, mas eles continuam gritando: “Por que estamos aqui? O que estamos fazendo aqui?”. Aí você percebe que muitos deles estão chorando. E eles estão chorando porque eles acreditam que nós sabemos as respostas e que eles são estúpidos demais para nos entender. Nós, os recém-chegados, apenas ficamos deitados ali, piscando, hã? Detalhe da pintura de parede Worms uma história de Delusion Detail of wall painting of Worms, a story from Delusion | CCBB SP, 2010 “Now I in u without a body move” George Herbert, english metaphysical poet from the 17 th century 43 Eu quero te contar uma história sobre uma história. É sobre um método que usei por quase toda a minha vida para me convencer a continuar. E é um sistema motivacional, de forma que, se eu fizesse isso ou aquilo, ganharia esse ou aquele prêmio ou recompensa. Basicamente é o sistema da cenoura e do burro. Quando passa por ele, você pendura uma cenoura na frente do burro. Você mantém a cenoura ali e o burro vai indo, de uma coisa a outra. E isso funcionou muito bem na maior parte da minha vida. Ninguém nunca viu o mecanismo ou pareceu perceber como realmente acontecia. E aí em algum dia, sem nenhuma razão e assim simplesmente, o meu burro morreu. Fiquei ali encarando-o. Ele parecia empalhado. Ele tinha um sorrisinho tolo na cara. Eu o cutuquei com meu pé. Nada. Os prêmios, as promessas, todo o sistema tinha parado de funcionar. Eu olhei em volta. O pó estava se assentando na estrada. Eu estava ali segurando essa cenoura velha. Eu podia ver algumas moscas ao longe. E aí algumas palavras meio que flutuaram para dentro da minha mente em forma de pergunta, e a pergunta era de um livro de Herman Melville, e a questão era: O que é do homem se ele vive mais do que a duração da vida de seu deus? Há alguns meses meu professor me mostrou algo. Ele disse: “Eu vou tocar um som e eu quero que você siga esse som com a sua mente. Pronta?”. Aí ele disse: vou fazer isso mais uma vez. Dessa vez não siga com a sua mente. I want to tell you a story about a story. It’s about a method I’ve used most of my life to push myself, convince myself, to go on. And it’s a motivational system so that if I did this or that thing, then I’d get this or that prize or reward. Basically it’s the carrot and the donkey system. You hang the carrot in front of the donkey and the donkey just keeps on trudging from one thing to another, one project to another, no matter what. And this worked really well for most of my life. No one saw the mechanism or seemed to notice how it actually worked. And then one day for no reason at all and just like that my donkey died. I stood there staring at him. He looked stuffed. He had a foolish little smile on his face. I shoved him a little with my foot. Nothing. The prizes, the promises, the whole system had stopped working. I looked around. The dust was settling on the road. I could see some flies off in the distance. 45 And then some words came sort of drifting into my mind in the form of a question and the question was from a book by Herman Melville and the question was: What is man if he outlives the lifetime of his god? A few months ago my teacher showed me something. He said I’m going to play a sound and I want you to follow this sound with your mind. Ready? Then he said, I’m going to do this one more time. This time don’t follow it with your mind. Pintura de parede de uma história de Delusion Wall painting of a story from Delusion | CCBB SP, 2010 47 In my dream I am your customer Pintura de parede Wall painting | CCBB SP, 2010 49 Na Segunda Guerra Mundial, mensagens eram enviadas em código usando poemas para criptografia. Essa coleção de sonhos usa “Eu em tu sem um movimento do corpo” como sua senha criptografada. In World War II messages were sent in code using poems for encryption. This collection of my dreams uses “I in you without a body move” as its encryption key code. Dream book 2010 Papel, madeira, ventiladores, eletrônicos. Uma coleção de sonhos foi criptografada usando a frase “Eu em tu sem um movimento do corpo” Paper, wood, fans, electronics. A collection of dreams were encrypted using the phrase “Now I in You without a body move” Estou em meu corpo da forma como a maior parte das pessoas está em seu carro. I am in my body the way most people are in their cars. 51 DbHbAF+ Vy4+kxn+S+rk5o+sx 5ox3on+ kx+oxy1wy42+l4llvo +6kvvb+ )o+nyxe3+uxy6+6rk 3+3y+ny+ 6s3r+s3+2y+6o+sx5 s3o+2o5o1kv+ Z}+zoyzvo+y5o1+3y +2oo+sp+ 3ro8+mkx+3rsxu+y p+6rk3+ s3+wsqr3+lo+qyyn+ py1b+ DbBHbAF+ Vy23+sx+k+23y1w+ 6s3r+3r1oo+zoyzvo +S+nyxe3+vsuob+ DbCAbAF S+23kxn+yx+k+lkv myx8+6rsvo+Zk1s2 +s2+l41xsxqb DbCJbAF+ Sew+sx+k+zvk8+6s3 r+k+vy3+yp+y5o1v8 + ox3r42sk23sm+km3 y12b+ [ro8+2oow+3y+lo+p 1yw+2s3myw2+ y1+mywwo1mskv2b + ywo+k1o+4xno16ok 1+wynov2+ EbEbAF+ ywo3rsxq+mk3kmv 82wsm+rk2+rkzzox onb+}4wlvsxq2+vsu o+kx+k3ywsm+lywl b+ p1yw+lsvvlyk1n2b+ S+uooz+rok1sxq+2y woyxo+2k8sxq+Òbb byxobbb36ox38gyxo bbb+ )o+rk5o+loox+1orok 12sxq+kvv+nk8b+ S+rk5o+yxv8+yxo+v sxo+sx+3ro+zvk8b+ wo3rsxq+1okvv8+p kuo+kly43+3rk3+py 7bÓ+ W8+l1y3ro1+23kxn 2+sx+3ro+nyy16k8+ 3kusxq+zry3yq1kzr 2b+ EbDAbAF+ Xy+wk33o1+ry6+ [ro+vsxo+s2+yxo+6 y1nd+ÒRo1obÓ+ W8+wy3ro1+kxn+S +vyyu+y43+3ro+6sx ny6+l43+s3e2+3yy+ nk1u+3y+2oo+kx83 rsxqb+ EbBbAF EbBEbAF+ Sew+vy23+sx+3ro+ 24l41l2+2ywo6ro1o +sx Sew+ 2m1okwsxqb+ Lsq+ryvvy6+ 2r4nno1sxq+ kxswkv+ 2y4xn2b+ [ro+lk3r1yyw+2wov v2+nkxub+ Xy13ro1x+Mkvspy1 xsk+y1+wk8lo+sx+T kzkxb 4nnoxv8+oxo1q8+l4 1x2+sx+w8+mro23 kxn+vokz2+y43+sx+ 3ro+2rkzo+yp+kx+o xy1wy42+6s1op1kw o+zo12yxb+ EbDbAF S+uooz+2oosxq+3ro +2kwo+sxs3skv2+l4 3+S+nyxe3+uxy6+6r k3+3ro8+wokxb EbBHbAF+ Sx+k+no2o13on+ry 3ov+vyll8+k+py7+s 2+zvoknsxq+6s3r+k +my1z2ob+ S+mywl+w8+rks1+ S+vyyu+vsuo+Rk1zy +Wk17b+ Kvv+3ro+z1yn4m32 +Ñ+ 3ro+3yy3rzk23oa+ 2ykza+kxn+l1s23v8 +3y6ov2+ k1o+p1yw+3ro+eDA e2b+ FbBbAF+ [ro+py7+s2+2yllsxq a+ÒS+vy5on+8y4gS +kv6k82+vy5on+8y 4jÓ+ Se5o+loox+2o15on+ zoxq4sx+ Sew+3rsxusxq+Ò.y4 +uxy6a+3ro1oe2+2y 2ywo6ro1o+sx+L1s qr3yxb+ A linguagem é um vírus de outro planeta. sx+k+1o23k41kx3+ O5o183rsxq+s2+mr kvu8+6rs3o+ Sew+xy3+241o+6rk 3+3y+nyb+ [ro+zoxq4sx+s2+nk wz+kxn+vswzb+ Zy22slv8+l1ok3rsxq b+Wk8lo+noknb+ DbBHbAF+ Vy23+sx+k+23y1w+ 6s3r+3r1oo+zoyzvo +S+nyxe3+vsuob+ DbCAbAF S+23kxn+yx+k+lkv myx8+6rsvo+Zk1s2 +s2+l41xsxqb DbCJbAF+ Sew+sx+k+zvk8+6s3 r+k+vy3+yp+y5o1v8 + ox3r42sk23sm+km3 y12b+ [ro8+2oow+3y+lo+p 1yw+2s3myw2+ y1+mywwo1mskv2b + ywo+k1o+4xno16ok 1+wynov2+ p1yw+lsvvlyk1n2b+ )o+rk5o+loox+1orok 12sxq+kvv+nk8b+ S+rk5o+yxv8+yxo+v sxo+sx+3ro+zvk8b+ [ro+vsxo+s2+yxo+6 y1nd+ÒRo1obÓ+ EbBbAF Sew+vy23+sx+3ro+ 24l41l2+2ywo6ro1o +sx Xy13ro1x+Mkvspy1 xsk+y1+wk8lo+sx+T kzkxb 4nnoxv8+oxo1q8+l4 1x2+sx+w8+mro23 kxn+vokz2+y43+sx+ 3ro+2rkzo+yp+kx+o xy1wy42+6s1op1kw o+zo12yxb+ EbDbAF S+uooz+2oosxq+3ro +2kwo+sxs3skv2+l4 3+S+nyxe3+uxy6+6r k3+3ro8+wokxb EbEbAF+ ywo3rsxq+mk3kmv 82wsm+rk2+rkzzox onb+}4wlvsxq2+vsu o+kx+k3ywsm+lywl b+ S+uooz+rok1sxq+2y woyxo+2k8sxq+Òbb Language is a virus from outer space. 53 LISTENING WALL 2010 Componentes eletrônicos e áudio em “loop” Electronic components and audio loop Aqui vai minha teoria sobre pontuação. Ao invés de um ponto final no fim de cada sentença, deveria haver um pequeno relógio indicando quanto tempo foi gasto ao escrever a sentença. 55 Travesseiro #1 Você sabe quando, às vezes, você escuta alguém gritando e entra por um ouvido e sai por outro. E às vezes, quando você escuta alguém gritando, o grito penetra no meio da sua cabeça e fica lá para sempre. Pillow #1 You know sometimes when you hear someone screaming it goes in one ear and out the other. And sometimes when you hear someone screaming it goes right into the middle of your head and stays there forever. Escutando a obra Talking Pillow Listening to the Talking Pillow Here’s my theory of punctuation. Instead of a period at the end of each sentence there shoud be a tiny clock that shows you how long it took you to write that sentence. 57 Fui ao cinema e vi um cachorro de dez metros de altura. Esse cachorro era inteiramente feito de luz. E ele preenchia a tela toda. E seus olhos eram longos corredores. Ele tinha esses longos, profundos olhos de corredores. Eu queria você... E eu te procurava... Mas eu não conseguia te encontrar. Eu queria você... E eu te procurei o dia todo... Mas eu não consegui te achar... Não consegui encontrar você.... Lírio branco Que filme de Fassbinder é esse? Um homem com apenas um braço entra numa floricultura e diz: “Que flor expressa que os dias passam e apenas continuam a passar incessantemente em direção ao futuro? Que os dias passam sem parar, incessantemente nos puxando para o futuro?”. E a florista diz: “Lírios brancos”. Você caminha Você caminha e nem sempre percebe isso, mas você está sempre caindo. Em cada passo, você cai um pouco para frente e então se segura antes da queda. Uma e outra vez você está caindo e se segura antes da queda. E é desta forma que você pode caminhar e cair ao mesmo tempo. I went to the movies and I saw a dog thirty feet high. And this dog was made entirely of light. And he filled up the whole screen. And his eyes were long hallways. He had those long, echoing, hallway eyes. I wanted you . . . And I was looking for you . . . But I couldn’t find you. I wanted you . . . And I was looking for you all day ... But I couldn’t find you . . . I couldn’t find you . . . White Lily What Fassbinder film is it? A one armed man comes into a flower shop and he says,“What flower expresses days go by and they just keep going by endlessly pulling you into the future? Days go by endlessly. Endlessly pulling you into the future?”And the florist says, “White Lily.” You’re Walking You’re walking and you don’t always realize it but you’re always falling. With each step you fall forwards slightly and then catch yourself from falling. Over and over you’re falling and then catching yourself from falling. And this is how you can be walking and falling at the same time. 59 I dreamed I was a dog in a dog show and my father came to the dog show and he said, “That’s a really good dog. I like that dog.” Pintura de parede de Dog Show, uma história de Delusion Wall painting of Dog Show, a story from Delusion | CCBB SP, 2010 61 Na Série Sonho Institucional, eu decidi dormir em vários lugares públicos para ver se o lugar influenciava meus sonhos. Escolhi lugares como banheiros públicos, um banco de parque, uma biblioteca pública. Tentava ficar o mais cansada possível, e então dormia. Originalmente, eu quis fazer isso porque estava interessada em tabus. Dormir em lugares públicos não é aconselhável, embora não seja ilegal; parece violar um contrato social tácito que requer consciência. Pessoas que estão inconscientes evidentemente estão muito vulneráveis. Também eu achei que esses lugares públicos seriam muito desconfortáveis e que havia uma grande probabilidade de esse desconforto influenciar meus sonhos. In Institutional Dream Series I decided to sleep in various public places to see if the place would influence my dreams. I chose places like public bathrooms, a park bench, the public library. I would try to get as tired as possible and then fall asleep. Initially I wanted to do this because I was interested in taboos. Public sleeping is discouraged although not illegal; it seems to violate an unspoken social contract that requires awareness. People who are unconscious are obviously very vulnerable. Also I thought that these public places would be pretty uncomfortable and that there was a good chance this discomfort would influence the dreams I had. Coney Island, 14 de janeiro de 1973 Deito-me perto da água, cuja maré está baixa. Faz um frio de rachar e a areia está úmida. Coloco meu suéter de gola alta sobre meu rosto. Depois de alguns minutos, começo a relaxar e a perder a consciência. Estou tentando dormir em diferentes lugares públicos para ver se o lugar pode impactar ou controlar meus sonhos. Neste momento, esta parece ser uma ideia maluca. Posso escutar a maré subindo. A água começa a cobrir meus pés gelados. Não tenho certeza se estou dormindo ou se estou acordada, então mantenho meus olhos cerrados. Depois de algumas horas, escuto um zumbido forte se aproximando. Parece que uma onda gigante se aproxima do litoral. Levantome e começo a correr. Um enorme helicóptero sobrevoa o local. INSTITUTIONAL DREAM SERIES 1972-73 Série de fotografias preto e branco com texto Series of black and white photographs with text Coney Island January 14, 1973 I lie down near the water which is at low tide. It is bitterly cold and the sand is damp. I pull my turtleneck sweater over my face. After several minutes I begin to relax and lose consciousness. I am trying to sleep indifferent public places to see if the place can color or control my dreams. At the moment this seems like a crazy idea. I can hear the tide coming in. The water is beginning to cover my frozen feet. I’m not sure whether I’m asleep or awake so I keep my eyes shut tight. After a couple of hours I hear a loud rushing drone. It sounds like giant wave is rolling toward shore. I jump up and start to run. A large helicopter is hovering directly overhead. 63 Porto de South Street | Beliche “Lettie G. Howard”, 10 de dezembro de 1972 Deito-me no beliche e sonho com um deserto branco no qual cada planta está rotulada com letras minúsculas. South Street Seaport | The “Lettie G. Howard” starboard berth December 10, 1972 I lie down in the starboard berth and dream about a white desert in which every plant was labeled in tiny writing. Banheiro feminino | Biblioteca Schermerhorn, Universidade de Columbia, 3 de abril de 1972 Deito-me no sofá de onde posso ver as mulheres entrando e saindo do banheiro, coloco meu caderno sobre o rosto e minhas lentes de contato sob a língua. Sonho que a biblioteca é um mercado a céu aberto e todas as estantes são bancadas cheias de vegetais. Women’s Bathroom | Schermerhorn Library, Columbia University April 3, 1972 I lie down on the couch where I can see the women coming in and out of the bathroom, I put a notebook over my face and place my contact lenses under my tongue. I dream that the library is an open air market and all the stacks are stalls stocked with vegetables. Instalação de Institutional Dream Series Installation of Institutional Dream Series CCBB SP, 2010 Tribunal de Justiça, plantão noturno 100 Centre Street, 29 de dezembro de 1972 O primeiro caso é roubo e assalto. O tribunal é barulhento e está cheio de gente. Descanso a cabeça encostada numa parede que cobre todo o comprimento da sala. Lentamente começo a cochilar. Tenho a impressão de que nuvens ou sombras escuras cruzam o salão bem abaixo do teto. Quando acordo, percebo que essa sensação é produzida pelo boné que estou usando e que, com o menear periódico da minha cabeça, alternadamente esconde e revela as fortes luzes penduradas perto do teto. Acordo justamente quando o juiz está confiscando nossa câmera. “Você evidentemente sabe que chantagem é contra a lei”, ele diz. Mas ele apenas faz o espetáculo de tirar o filme da máquina para logo depois nos devolver. Night Court 100 Centre Street, December 29, 1972 The first case up is Robbery and Assault. The courtroom is noisy and full of people. I rest my head against a wall running the length of the courtroom. I drift off slowly. I have the impression that dark shadows or clouds are scudding across the courtroom just below the ceiling. When I wake up I realize this sensation is produced by the peaked cap I am wearing which, with me head’s periodic bobbing, alternately obscures and reveals the bright lights which hang near the ceiling. I wake up just as the judge is confiscating our camera. “You understand of course blackmail is illegal,” he is saying. But he only makes a show of taking the film out of the camera and then hands it back. 65 Duetos no Gelo Apresentado em 1975 em Nova Iorque e Gênova. Peças para violino previamente gravadas tocavam por meio de um amplificador dentro do violino. Ao mesmo tempo, o violino era tocado ao vivo. A peça pré-gravada estava em loop, sem um começo ou um fim. Eu precisava de um mecanismo para medir o tempo, uma forma de expressar duração. Então calcei um par de patins de gelo com lâminas congeladas em blocos de gelo de forma que, quando o gelo derretia e eu perdia o equilíbrio, o concerto terminava. Algumas vezes, em Gênova, eu parava de tocar por um momento e fazia uma homenagem no meu italiano rudimentar às pessoas que estavam me escutando de pé. Eu dizia que tocava aquelas músicas em memória da minha avó, porque no dia em que ela morreu eu caminhei sobre um lago congelado. Havia muitos patos grasnando e batendo as asas. Cheguei muito perto deles e eles não voaram para longe. Então eu percebi que eles não podiam se mover porque suas patas haviam congelado numa nova camada de gelo. Um homem que me escutou contar essa história começou a explicar aos recém-chegados: “Ela está tocando esta música porque um dia ela e sua avó ficaram congeladas juntas num lago”. Duets on Ice Genova Genoa 1975 67 Duets On Ice Presented in 1975 in New York and Genoa. Pre-recorded violin pieces were played through a speaker inside the violin. The violin was simultaneously played live. The pre-recorded piece was a loop, it didn’t have a beginning or an end. I needed a timing mechanism, a way to express duration. So I wore a pair of ice skates with their blades frozen into blocks of ice so that when the ice melted and I lost my balance the concert was over. Sometimes in Genoa I would stop playing for a moment and make a dedication in my beginner’s Italian to the people who were standing around and listening. I said that I was playing these songs in memory of my grandmother because on the day she died I walked out onto a frozen lake; there were a lot of ducks honking and flapping their wings. I got very close to them and they didn’t fly away. Then I saw that they couldn’t move because their feet had been frozen into the new layer of ice. One man who heard me tell this story was explaining to newcomers, “She’s playing this music because once she and her grandmother were frozen together in a lake.” Duets on Ice 1975 Brooklyn, NY 2ª Avenida Second Avenue, Manhattan Porta Soprano, Genova, Itália Genoa, Italy Instalação de Duets on Ice Installation of Duets on Ice | CCBB SP, 2010 69 Esboços para a Performance As: If Sketches for As:If, Performance | 1974 SELF PLAYING VIOLIN 2010 Violino com alto-falante e eletrônicos | prova do artista Violin with built in speaker and electronics | artist proof Performance As: If As:If performance | 1974 71 Performance na abertura da mostra, 12 de outubro Performance at opening, October 12 | CCBB SP, 2010 73 Instalação de patins de gelo e vídeo da performance realizada em 12 de outubro Installation of skates and video of performance on Oct 12 | CCBB SP, 2010 75 DIGITAL VIOLIN 1984 Pintura de parede de texto de Delusion Wall painting of text from Delusion | CCBB SP, 2010 Violino eletrônico Electronic violin 75 NEON VIOLIN 1982 NEON BOW 1980 Acrílico e neon Plexiglass and neon Arco de violino, tubo fluorescente Violin bow, florescent tube Tocando Neon Bow, Estados Unidos Pt. 2 Performing with Neon Bow, United States Pt. 2 | 1983 77 VIOPHONOGRAPH 2010 Violino com arco giratório, estilete e alto-falantes Violin with turntable and bow with stylus and speaker Era um antigo vaso japonês, cheio de ranhuras. Ranhuras não muito profundas, mas por todo o vaso. Parecia uma daquelas lanternas de papel dobráveis. Era um experimento. O vaso foi colocado numa plataforma giratória e posto para girar. Uma agulha foi colocada na ranhura. Uma agulha de vitrola. Estavam esperando para ouvir a voz do oleiro moldando o vaso 2000 anos atrás. Tinham a esperança de que os sons do oleiro tivessem de alguma forma ficado impregnados no barro úmido. E permanecido lá, intactos, presos nas dobras da argila. O vaso girou e girou, como um disco sendo tocado na terceira dimensão. Girava. Eles escutavam. Alguns ouviram um dialeto japonês indiscernível, veloz e grave. Alguns ouviram ruídos estridentes. A agulha escavava o vaso. A agulha ficava cega. Tão científico assim. Cada vez mais cega e científica. Mais cega… E mais científica. 79 Tocando o viophonograph Playing the viophonograph | 1976 It was an ancient Japanese pot, incised with grooves. Thin-ridged grooves. Grooves all around it. It looked like one of those collapsible paper lanterns. It was an experiment. The pot was placed on a turntable and the turntable began to revolve. A needle was set into the groove. A stereo needle. They were waiting to hear the voice of the potter potting the pot 2,000 years ago. They were hoping the sounds of the potter had somehow been embedded into the wet clay. And stayed there, intact, clinging to the ridges of the clay. The pot turned around and around, like a record being treadled into the third dimension. It turned. They listened. They were listening. Some of them heard an unidentifiable Japanese dialect, rapid and high. Some of them heard high-pitched static. The needle dug into the pot. The needle was getting blunt. More and more blunt. It was that scientific. Blunter and scientific. More blunt . . . and more scientific. 81 TAPE BOW VIOLIN 2010 Violino com arco mecânico Violin with mechanical bow Esboço para Tape Bow Violin Sketch for Tape Bow Violin | 1978 Instalação de Tape Bow Violin Installation of Tape Bow Violin | CCBB SP, 2010 83 Tape Bow Trio, The Kitchen, NY, 1978 Partituras de Tape Bow para Born, Never Asked Tape Bow Scores for Born, Never Asked | 1980 85 TALKING STICK 1998 Instrumento de alumínio cilíndrico com componentes eletrônicos e controles Cylindrical aluminum instrument with electronics and controllers Tocando Talking Stick em Songs and Stories for Moby Dick Playing Talking Stick in Songs and Stories for Moby Dick | 1999 87 Tilt 1994 Hearring 1997 Caixa de música eletrônica - dueto para duas vozes. O ouvinte pode acessar parte do dueto, inclinando o nível para a esquerda ou direita. Brinco eletrônico sonoro. Fabricado em uma edição da Revista Parkett Electronic music box - duet for two voices.The listener can access part of the duet by tilting the level to the left or right. Electronic earring with sound. Made in an edition for Parkett Magazine. 89 BOWL AND BLADE 2010 Arco de metal, lâmina de serra, acrílico e eletrônicos. Sons e músicas são conduzidos através de um bastão de vidro da base até a lâmina de serra e a tigela, que atua como um alto-falante enfatizando harmônicos. Metal bowl, saw blade, plexiglas rod and electronics. Sounds and music are driven up a glass rod from the base to the saw blade and bowl which act as speakers emphasizing harmonics. 91 93 1 2 3 1 Self Portrait at the age of 5 Autorretrato com 5 anos de idade 2 Autorretrato com câmera Self portrait with camera | 1988 3 Absent in the Present | 1975 Olhando no espelho lateralmente Série de fotografias Looking into the mirror sideways Photographic series 95 4 1 6 2 5 3 7 97 8 11 12 13 9 10 1 Fotografia de divulgação Press photograph, Paris | 1987 2 Performance com máscara de lentes em Home of The Brave Performing with Lens Mask in Home of the Brave | 1984 3 Como “Sharkey” em Home of the Brave As “Sharkey” in Home of the Brave | 1984 4 Mutação em um gorila para o vídeo Human Face Mutating into a gorilla for Human Face video 5 Retrato por Annie Liebovitz Portrait by Annie Liebovitz | 1989 6 Clone em What You Mean We? As Clone in What You Mean We? | 1986 7 Como “ Unprocessed Clone” em What You Mean We? As “Unprocessed Clone” in What You Mean We? | 1986 8 Como uma marionete em Estados Unidos Pt. 4 As a marionette in United States Pt. 4 | 1983 9 Autorretrato Self Portrait | 1970 10 Como uma ex-patriota em Roma As an expatriot in Rome | 1979 11 Fotografia de divulgação Press photograph | 1984 12 Performing in Mister Heartbreak Performing in Mister Heartbreak | 1984 13 Como comentarista de televisão As TV commentator | 1985 99 Instalação da parede de cronologia Chronology wall installation | CCBB SP, 2010 101 Dispositivos de escuta para a instalação da parede de cronologia Listening devices for chronology wall installation | CCBB SP, 2010 103 LAURI E ANDERSON LAUR IE ANDERSON Laurie Anderson é uma das mais reconhecidas – e ousadas – pioneiras artísticas dos Estados Unidos. Conhecida principalmente por suas apresentações multimídia, ela tem assumido uma gama variada de papéis que incluem os de artista visual, compositora, poeta, fotógrafa, cineasta, experimentadora de eletrônicos, vocalista e instrumentista. O Superman inaugurou a carreira musical de Anderson em 1980, chegando ao segundo lugar nas principais paradas pop da Inglaterra e mais tarde aparecendo em Big Science, o primeiro de seus sete álbuns pela Warner Brothers. Outros álbuns de Anderson incluem Mister Heartbreak, United States Live, Strange Angels, Bright Red e a trilha sonora do seu longa-metragem Home of the Brave. Uma caixa de luxo da sua produção pela Warner Brothers, Talk Normal, foi lançada no outono de 2000 em Rhino/Warner Archives. Em 2001, Anderson lançou seu primeiro álbum pela Nonesuch Records, intitulado Life on a String, seguido por Live in New York, gravado no Town Hall na cidade de Nova Iorque em setembro de 2001, e lançado em maio de 2002. Anderson fez diversas turnês pelos Estados Unidos e no exterior com shows que vão desde simples apresentações performáticas da palavra falada a elaborados eventos multimídia. Entre seus trabalhos principais, estão United States I-V (1983), Empty Places (1990), The Nerve Bible (1995) e Songs and Stories for Moby Dick, uma performance em teatro baseada no romance de Herman Melville. Songs and Stories for Moby Dick viajou pelo mundo entre 1999 e 2000. No outono de 2001, Anderson viajou pelos Estados Unidos e Europa com uma banda, executando músicas de Life on a String. Ela tem também apresentado muitos trabalhos solo, incluindo Happiness, lançado em 2001 e apresentado em turnês internacionais até a primavera de 2003. Laurie Anderson is one of America’s most reknowned – and daring – creative pioneers. Known primarily for her multimedia presentations, she has cast herself in roles as varied as visual artist, composer, poet, photographer, filmmaker, electronics whiz, vocalist, and instrumentalist. O Superman launched Anderson’s recording career in 1980, rising to number two on the British pop charts and subsequently appearing on Big Science, the first of her seven albums on the Warner Brothers label. Other record releases include Mister Heartbreak, United States Live, Strange Angels, Bright Red, and the soundtrack to her feature film Home of the Brave. A deluxe box set of her Warner Brothers output, Talk Normal, was released in the fall of 2000 on Rhino/Warner Archives. In 2001, Anderson released her first record for Nonesuch Records, entitled Life on a String, which was followed by Live in New York, recorded at Town Hall in New York City in September 2001, and released in May 2002. Anderson has toured the United States and internationally numerous times with shows ranging from simple spoken word performances to elaborate multimedia events. Major works include United States I-V (1983), Empty Places (1990), The Nerve Bible (1995), and Songs and Stories for Moby Dick, a multimedia stage performance based on the novel by Herman Melville. Songs and Stories for Moby Dick toured internationally throughout 1999 and 2000. In the fall of 2001, Anderson toured the United States and Europe with a band, performing music from Life on a String. She has also presented many solo works, including Happiness, which premiered in 2001 and toured internationally through Spring 2003. 105 Anderson publicou seis livros. Textos de performances solo de Anderson aparecem no livro Extreme Exposure, editado por Jo Bonney. Anderson também escreveu a entrada de Nova Iorque para a Enciclopédia Britânica e, em 2006, a editora Edition 7L publicou o livro de desenhos de sonhos de Anderson, denominado Night Life. O trabalho visual de Laurie Anderson tem sido exibido nos principais museus da Europa e dos Estados Unidos. Em 2003, o Musée d’Art Contemporain de Lyon, na França, produziu uma retrospectiva itinerante do seu trabalho, intitulada The Record of the Time: Sound in the Work of Laurie Anderson [“O registro do tempo: o som no trabalho de Laurie Anderson”]. Esta retrospectiva incluiu instalação, áudio, instrumentos, vídeo e objetos de arte, e cobriu a carreira de Anderson desde a década de 1970 até seus trabalhos mais recentes. A exposição prosseguiu em turnê internacional de 2003 a 2005. Como artista visual, Anderson é representada pela galeria Sean Kelly em Nova Iorque, onde sua exposição The Waters Reglitterized foi inaugurada em setembro de 2005. Em 2008, o Museum of Modern Art adquiriu seu Self-Playing Violin, que fez parte da exposição Making Music no outono de 2008. Como compositora, Anderson contribuiu com músicas para filmes de Wim Wenders e Jonathan Demme; peças de dança para Bill T. Jones, Trisha Brown, Molissa Fenley; e com uma partitura para a produção teatral Far Side of the Moon, de Robert Lepage. Ela também criou peças para o National Public Radio, a BBC e a Expo ‘92 em Sevilha. Em 1997, ela foi curadora do Meltdown Festival no Royal Festival Hall em Londres, de duas semanas de duração. Seu trabalho orquestral mais recente é Songs for Amelia Earhart, apresentado pela primeira vez no Carnegie Hall em fevereiro de 2000 e executado pela American Composers Orchestra. Mais tarde, a peça viajou pela Europa com a Orquestra de Câmera de Stuttgart sob a regência de Dennis Russell Davies. Anderson has published six books. Text from Anderson’s solo performances appears in the book Extreme Exposure, edited by Jo Bonney. Anderson has also written the entry for New York for the Encyclopedia Brittanica and in 2006, Edition 7L published Anderson’s book of dream drawings entitled Night Life. Laurie Anderson’s visual work has been presented in major museums throughout the United States and Europe. In 2003, The Musée Art Contemporain of Lyon in France produced a touring retrospective of her work, entitled The Record of the Time: Sound in the Work of Laurie Anderson. This retrospective included installation, audio, instruments, video and art objects and spans Anderson’s career from the 1970’s to her most current works. It continued to tour internationally from 2003 to 2005. As a visual artist, Anderson is represented by the Sean Kelly Gallery in New York where her exhibition, The Waters Reglitterized, opened in September 2005. In 2008, the Museum of Modern Art acquired her Self-Playing Violin which was featured in the Making Music exhibition in Fall 2008. As a composer, Anderson has contributed music to films by Wim Wenders and Jonathan Demme; dance pieces by Bill T. Jones, Trisha Brown, Molissa Fenley, and a score for Robert LePage’s theater production, Far Side of the Moon. She has created pieces for National Public Radio, The BBC, and Expo ‘92 in Seville. In 1997 she curated the two-week Meltdown Festival at Royal Festival Hall in London. Her most recent orchestra work Songs for Amelia Earhart. premiered at Carnegie Hall in February 2000 performed by the American Composers Orchestra and later toured Europe with the Stuttgart Chamber Orchestra conducted by Dennis Russell Davies. The piece was performed as part of the Groningen Festival honoring Laurie Anderson in Fall 2008 with the Noord Nederlands Orkest. 107 Esta mesma peça foi executada pela Noord Nederlands Orkest durante o Groningen Festival em honra a Laurie Anderson no outono de 2008. Reconhecida internacionalmente como líder e pioneira no uso da tecnologia nas artes, Anderson colaborou com o Interval Research Corporation, um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de novos instrumentos criativos, incluindo o Talking Stick. Ela criou a sequência introdutória do primeiro segmento do especial do PBS (Public Broadcasting Service), Art 21, uma série sobre arte no século 21. Suas premiações incluem o Prêmio Tenco de composição, em San Remo, Itália, em 2001, e o prêmio Deutsche Schallplatten por Life on a String, também em 2001, além de bolsas da Guggenheim Foundation e do National Endowment for the Arts. Recentemente, ela colaborou com Bran Ferren, da Applied Minds, Inc., para criar uma peça que participou da exposição The Third Mind, no Museu Guggenheim de Nova Iorque no inverno de 2009. Em 2002, Anderson foi indicada para ser a primeira artista em residência na NASA, uma experiência que culminou com sua performance solo itinerante The End of the Moon, em 2004. Projetos recentes incluem uma série de instalações audiovisuais e um filme em alta definição, Hidden Inside Mountains, criado para a World Expo 2005 em Aichi, no Japão. Em 2007, ela recebeu o prestigiado Dorothy e Lillian Gish Prize pela excelência de sua contribuição para as artes. Em 2008, ela completou uma turnê internacional com a peça performática Homeland, que foi lançada como álbum pela Nonesuch Records em junho de 2010 e aclamada pela crítica. A mais nova performance solo de Anderson, Delusion, estreou nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver no início de 2010, estrelou recentemente o BAM Next Wave Festival em Nova Iorque e continua em turnê internacional. Em outubro de 2010, Anderson inaugurou uma grande mostra intitulada I in U no CCBB de São Paulo. Laurie Anderson vive e trabalha na cidade de Nova Iorque. Recognized worldwide as a groundbreaking leader in the use of technology in the arts, Anderson collaborated with Interval Research Corporation, a research and development laboratory founded by Paul Allen and David Liddle, in the exploration of new creative tools, including the Talking Stick. She created the introduction sequence for the first segment of the PBS special Art 21, a series about Art in the 21st century. Her awards include the 2001 Tenco Prize for Songwriting in San Remo, Italy and the 2001 Deutsche Schallplatten prize for Life On A String as well as grants from the Guggenheim Foundation and the National Endowment for the Arts. She recently collaborated with Bran Ferren of Applied Minds, Inc to create an artwork that was displayed in The Third Mind exhibition at the Guggenheim Museum in New York in Winter 2009. In 2002, Anderson was appointed the first artist-in-residence of NASA, an experience which culminated in her 2004 touring solo performance The End of the Moon. Recent projects include a series of audio-visual installations and a high definition film, Hidden Inside Mountains, created for World Expo 2005 in Aichi, Japan. In 2007 she received the prestigious Dorothy and Lillian Gish Prize for her outstanding contribution to the arts. In 2008 she completed a two-year worldwide tour of her performance piece, Homeland, which was released as an album on Nonesuch Records in June, 2010 to critical acclaim. Anderson’s newest solo performance Delusion debuted at the Vancouver Winter Olympics in early 2010, recently headlined the BAM Next Wave Festival in New York and continues to tour internationally. In October, 2010, Anderson opened a major new artwork exhibition entitled I in U at the CCBB in São Paulo, Brazil. Laurie Anderson lives and works in New York City. 109 No Psiquiatra At the Shrink’s “Algum tempo atrás, eu passei um período frequentando uma psiquiatra. Eu chegava ao seu consultório por volta das oito da manhã e me sentava. Ela se sentava num canto e num dos seus lados havia uma janela e no outro um espelho. E ela podia perceber pelos sutis movimentos dos meus olhos se eu estava olhando para ela, pela janela ou para o espelho. Eu olhava muito para o espelho, e uma das coisas que percebi é que nas segundas ele estava perfeitamente limpo e claro, mas quando chegava sexta-feira estava coberto com marcas de lábios. Esse processo foi no começo surpreendente, mas depois eu gradualmente me acostumei com isso e eventualmente passei a depender dele. Então um dia, casualmente, eu disse: ‘como as marcas labiais que aparecem no seu espelho’. Ela olhou para o espelho e disse: ‘Que marcas? ’. E eu percebi que, em razão da maneira como o sol entrava pela janela e banhava o espelho, ela não podia vê-las. Então eu disse: ‘Por que você não se levanta e se senta na minha cadeira? Você poderá vê-las daqui’. Então ela se levantou e eu nunca a tinha visto fora de sua cadeira antes, e ela veio e se sentou na minha cadeira e disse: ‘Oh! Marcas de lábios!’. A próxima vez que eu estive com ela foi também a última. Ela disse que descobriu que sua filha de doze anos entrava no consultório durante a semana e beijava o espelho, e que a empregada vinha durante o fim de semana e limpava as marcas. E eu percebi que nós estávamos enxergando as coisas de pontos de vistas literalmente tão diferentes que eu nunca mais precisei vê-la de novo.” “A while ago I spent some time seeing a psychiatrist and I’d get to her office about eight in the morning and sit down. She was sitting in a corner and on one side of her was a window and on the other side a mirror. And she could tell by slight movements of my eyes whether I was looking at her or out the window or at the mirror. And I looked at the mirror a lot and one of the things I noticed was that on Mondays it was perfectly clean and clear but by Fridays it was covered with lip marks. And this was a process that was surprising at first and then gradually I got used to it and eventually I started to depend on it. Then one day, in passing, I said, “It’s like the lip marks that appear on your mirror.” And she looked at the mirror and said, “What lip marks?” And I realized that because of the way the sun was coming in through the window and hitting the mirror that she couldn’t see them. So I said, “Why don’t you get up and sit in my chair? You can see them from here” So she got up and I had never seen her out of her chair before and she came and sat in my chair and she said, “Oh! Lip marks!” The next time I saw her was the last time. She said that she’d discovered that her twelve year old daughter had been coming into her office during the week and kissing the mirror and that the maid would come in over the weekend and wash off the marks. And I realized that we were seeing things from such literally different points of view that I’d never have to see her again.” Vídeo projeção sobre figura pequena de argila com aúdio Video projection onto small clay figure with audio | 1975 Vídeo projeção sobre figura pequena de argila com aúdio Video projection onto small clay figure with audio | 1996 111 Você sabe que Alexandre, o Grande, não foi morto em batalha na Macedônia como todo mundo acha. Na verdade, ele foi capturado durante a batalha por uma enorme tribo de homens amarelos e obrigado a lutar em seu exército como escravo. Trinta anos se passaram e finalmente seus captores, que puderam perceber o grande soldado que ele era, decidiram recompensá-lo. E deram-lhe um saco de moedas de ouro e Alexandre pegou uma das moedas e a olhou e viu seu rosto impresso nela. E disse: “Essa moeda é do tempo em que eu era Alexandre, o Grande”. GOLD 1995 Vídeo e argila Video and clay Fragmento de vídeo de Gold Video still from Gold You know Alexander the Great wasn’t killed at the battle at Macedon like everybody thinks he was. In fact, he was captured during the battle by a huge tribe of yellow men and forced to fight in their army as a slave. Thirty years went by and finally his captors, who could see what a great fighter he was, decided to pay him. And they gave him a bag of gold coins and Alexander took one of the gold coins and looked at it and on it was his own picture. And he said, “This was from the time when I was Alexander the great.” 113 And when the tears fall from both my eyes They fall from my left eye because I love you And they fall from my right eye because I cannot bear you. Pintura de parede de texto de Delusion Wall painting of text from Delusion CCBB SP, 2010 115 Videoprojeção de Song for Lines/Songs for Waves Video projection from Song for Lines/Songs for Waves | 1977 Instalação de videoprojeção de Song for Lines/Songs for Waves Installation of video projection from Song for Lines/Songs for Waves | 1977 117 Imagens de Drum Dance de Home of the Brave Images from Drum Dance, Home of the Brave | 1986 Desenho para Drum Suit, fabricado com almofadas eletrônicas Drawing for Drum Suit, made from electronic pads Instalação Drum Dance, de Home of the Brave Installation of Drum Dance, from Home of the Brave | CCBB, 1986, 119 Anderson tocando o Bodysynth Anderson Playing the Bodysynth, 1993 Instrumento usado na performance Stories from the Nerve Bible. Esta série de sensores foi controlada pela flexão dos músculos das mãos e braços. Instrument used in Stories from the Nerve Bible performance.This series of sensors was controlled by flexing the muscles of the hands and arms. Anderson com Headlight Glasses Anderson Wearing Headlight Glasses |1983 Fotografia de United States,1-4 na Academia de Música do Brooklyn, NY Photograph from United States, 1-4 at Brooklyn Academy of Music, Brooklyn, NY Cassette in Mouth 1978 Anderson demonstra uma canção para a boca e pequeno alto-falante movido a bateria no qual a dinâmica e o fraseado de uma gravação de violino são controlados pela abertura e fechamento da boca. Anderson demonstrates a song for mouth and small battery-powered speaker in which the dynamics and phrasing of a violin recording are controlled by opening and closing the mouth. Projection Dress 1975 Filme e slides foram projetados neste vestido Film and slides were projected onto this dress 121 Instalação de videoprojeção de Delusion Installation of video projection from Delusion | 2010 123 Performance de United States Pt. 1, Carnegie Hall, Nova Iorque Performance of United States Pt. 1, Carnegie Hall, NY | 1979 Esboço para teatro flutuante Sketch for the floating theater | 1996 Esboço para performance Sketches for performance | 1974 Esboço para a performance United States Pt.4 Sketch for performance for United States Pt. 4 | 1983 Esboço para projeção holográfica Sketch for holographic projection | 1979 Esboço para Closed Circuits Sketch for Closed Circuits | 1980 125 5 1 2 3 4 6 1 Esboço para United States Pt. 3 Sketch for United States Pt. 3 | 1983 2 Esboço para o carpete vermelho, United States Pt. 4 Sketch for the red carpet, United States Pt. 4 | 1983 3/4 Esboço para Moby Dick Sketches for Moby Dick | 1999 5 Esboço para Singing Purse Sketch for Singing Purse | 1974 6 Esboço para Tornado, Histórias de Nerve Bible Sketch for Tornado, Stories from the Nerve Bible | 1992 127 Uma sala com músicas, performances, peças de rádio e partituras para dança A room with songs, performances, radio pieces and dance scores | CCBB SP, 2010 Músicas lyrics A Curious Phenomenon Drums Animals English Another Day in America Excellent Birds Art and Illusion Falling Baby Doll False Documents Bagpipe Solo Far Side of the Moon Beautiful Pea Green Boat Fininish Farmers Beautiful Red Dress Fireworks Beginning French Flow Big Science For a Large and Changing Room Big Science Reprise For Eletronic Dogs Blue Day (Strange Perfumes) Four, Three, Twoo, One Blue Lagoon Frames for the Pictures Bodies in Motion Freefall Born, Never Asked From the Air Bright Red Going Somewhere Broken Gravity’s Angel Cartoon Song Here With You Cello Solo Hey ah City Song Hiawatha Classified Hothead (La Langue d’Amour) Closed Circuits House of Blues John Lilly Love Among the Sailors Coolsville I Brought Wood to Your Corral Kokoku Love is a Bird Credit Racket I Dreamed I Had to Take a Test... Language Is a Virus Mach 20 Dance of Eletricity If You Can’t Talk About It- Point to It (for Language Is a Vírus - William S. Burroughs Maria Teresa Teresa Maria Dark Angel Reverend Ike) Language of the Future Monkey’s Paw Dark Time in the Revolution In Our Sleep Langue D’Amour Muddy River Democratic Way It Tango Late Show My Compensation Difficult Listening Hour It Was Up in the Mountains Let X=X My Eyes Dog Show It’s Not the Bullet That Kills You… Life On A Sting My Right Eye Down in Soho Jane Fonda Lightining Out for the Territories Neon Duet (For Violin and Neon Bow) Dr. Miller Jimi Hendrix Cover Looking for You New Jersey Turnpike Dropping The Pencil Jimmy Carter Lost Art of Conversation New York Social Life 129 VÍDEOs e filmes VIDEOs and films Night Flight From Houston Smoke Rings The Stranger Beautiful Red Dress Night In Baghdad So Happy Birthday The Rotowhirl Sharkey’s Day Nina Simone Someone Else’s Dream The Ugly One With the Jewels O Superman O Superman Song for Two Jims The Visitors Language is a Vírus O Superman (For Massenet) Speak My Language Thinking of You Life on a String Odd Objects (for Light-in-mouth) Speechless Three Expedience No.2 The End of The Moon On The Way to Jerusalém Statue of Liberty Three Expediences Moby Dick One Beautufil Evening Steven Weed Three Songs for Paper, Film and Vídeo Music for Dogs One White Whale Stiff Neck Three Walking Songs Delusion Only an Expert Strange Angels (for Tape Bow Violin) PSA Jerryrigging Over the River Strike Tightrope PSA Military Research Pictures of It (for Acoustic Tape Bow) Structuralist Filmmaking Time and a Half PSA National Anthem Pieces and Parts Sweaters Time to GO PSA National Debt Poison Talk Normal Transitory Life PSA Television Private Proporty Talkshow Unlike Van Gogh PSA Women & Money Progress Telephone Song Vídeo Rock Human Face Puppet Motel The Beginning of Memory Violin Hidden Inside Mountains Radar The Big Top Violin Solo Home of the Brave Ramon The Cultural Ambassador Violin Walk Carmen Red Map The Day the Devil Voices on Tape What You Mean We?” Reverb The Dream Before Walk the Dog Rising Sun The End of the World Walking and Falling Running Dogs The Geopgraphic North Pole Washington Street Same Time Tomorrow The Healing Horn We’ve Got Four Big Clocks and They’re Sax Duet The Hollywood Strangler All Ticking Sax Solo (For Tape Bow VIolin) The Island Where I Come From White Lily Say Hello The Lake White Lily Say What You Mean The Mailman’s Nightmare Wildebeasts Say What You MEan (Backwards) The Mysterious Jim Word of Mouth Sharkey’s Day The Ouija Board World Without End Sharkey’s Night The Puppet Motel Yankee See Slip Away The Salesman You Didn’t Mean What You Said Small Voice (for Speaker-in-Mouth) The Soul Is A Bird You’ve Got to Have Leaders 131 Instalação com textos Text installation | CCBB SP, 2010 “Paradise is exactly like where you are right now only much, much better” 133 Patrocínio Sponsorship Banco do Brasil Realização Realization Centro Cultural Banco do Brasil Curadoria Curator Tradução Translation Marcello Dantas Renato Rezende Produção Production Revisão Revision Magnetoscópio Produções Duda Costa Produção executiva Executive production Legendagem Subtitles Angela Magdalena Produlz Arquitetura Architecture Cenografia e pintura Carpenters and painters Jeanine Menezes Artos Engenharia Gerente de produção Production manager Despachante aduaneiro Custom release Eugene Tsai Waiver Logistic Coordenador de produção Production coordinator Equipe técnica Technicians Brad Hampton Videodesign e edição Video design and editing Amy Khoshbin Técnico e consultor técnico Installation technical coordination Ben Rubin Iramá Gomes Mauro Cesar da Silva Marcelo de Oliveira Ramos Apoio montagem e produção Assembly support and production Bruno Quental Daniele Carvalho Felipe Carvalho Jorge Jargia Design gráfico e produção Graphic design and production Assessoria jurídica Legal advice 19 Design | Heloisa Faria Elisa Janowitzer André Castro Seguro Insurance Olivieri & Associados JMS Assistente de desenvolvimento Desenvolviment assistant Transporte Brasil Brasil shipping Karin Kauffmann Transporte internacional International shipping Compilação de texto e edição Text compilation and editing Alex Kauffman Contabilista accountant Andrew Zimmerman Design e fabricação de obras Design and works fabrication A Alternativa Dietl Apoio administrativo Brasil Brazil administration support Ademir Polanske Adma Sara Dário Francisco Marty Chafkin, Bob Bielecki Agradecimentos Acknowledgements Iluminação Lighting Fundação Armando Alvares Penteado Sean Kelly Gallery Dalton Camargos Assessoria de imprensa Press officer Marcele Rocha Neste sonho estou num programa de auditório. “Amei seu novo livro!”, diz o apresentador. Não escrevi livro algum, mas tento entrar na onda. Acho que tem as palavras ‘baba de cão’ no título, não é? O apresentador se surpreende por eu não saber o título do meu próprio livro. In this dream I’m on a talk show. “Love your new book!” says the host. I haven’t written a book but I try go along with this anyway. I think it has the words “dog drool” in the title, doesn’t it? The host is surprised that I don’t seem to know the title of my own book. 135 obras e x p ostas Exhibited Works INSTITUTIONAL DREAM SERIES 1972-73 | Série de fotografias preto e branco com texto Series of B&W photographs with text AT THE SHRINK’S 1975/97 Videoprojeção e argila | prova do artista Video projection and clay | artist proof DUETS ON ICE 1975 Série de fotografias | prova do artista Photograph series | artist proof HEARRING 1997 Placa de circuito de latão/cobre e alto-falantes Brass/copper circuit board and loudspeaker BOWL AND BLADE 2010 Arco de metal, lâmina de serra, acrílico e eletrônicos Metal bowl, saw blade, plexiglas rod and electronics LISTENING WALL 2010 Componentes eletrônicos, áudio em “loop” Electronic components, audio loop BLOOD FOUNTAIN 1997 Vídeo projetado e papel Video projected and paper TILT 2010 Nível de metal com alto-falantes e eletrônicos Aluminum level with speakers and electronics LIGHT IN AUGUST 2010 Livro impresso personalizado Custom printed book PUPPET MOTEL 1997 Projeção – CD-ROM CD-ROM Projection NEWSPAPER WEAVINGS Julho July 3, 2010 Jornais entrelaçados Newspaper woven SONGS FOR LINES 1977 Esta performance consiste em 10 sons nos quais música e imagem são igualmente importantes This performance consists of 10 songs in which music and image are equally important TALKING STICK 1998 Instrumento de alumínio cilíndrico com componentes eletrônicos e controles Cylindrical aluminum instrument with electronics and controllers NEON BOW 1980 Arco de violino, tubo fluorescente Violin Bow, florescent tube NIGHT LIFE 2005 Desenhos digitais e texto Digital drawings and text NEON VIOLIN 1982 Acrílico e neon Plexiglass and neon SELF PLAYING VIOLIN 2010 Violino com alto-falante e eletrônicos | prova do artista Violin with built in speaker and electronics | artist proof HANDPHONETABLE 2010 Madeira e eletrônicos | prova do artista Wood and eletronics | artist proof TAPE BOW VIOLIN 2010 Violino com arco mecânico Violin with mechanical bow TALKING PILLOW 2010 Travesseiro e eletrônicos Pillow and electronics VIOPHONOGRAPH 2010 Violino com arco giratório, estilete e alto-falantes Violin with turntable and bow with stylus and speaker HANDBOOK 2010 Livro da artista com textos escritos à mão em português Artist bookwith handwritten Portuguese text DIGITAL VIOLIN 1984 Violino eletrônico Electronic violin DRUM DANCE 1986 Trechos do vídeo Home of the Brave Excecpts from Home of the Brave GOLD 1995 Vídeo e argila Video and clay NEWSPAPER WEAVINGS Julho July 17, 2010 Jornais entrelaçados Newspaper woven SYDNEY SAILS 2010 Videoprojeção e papel Video projection and paper DREAM BOOK 2010 Livro de sonhos em código eletrônico, ventiladores e madeira Book of dreams incode, electronics, fans and wood SCENES FROM DELUSION 2010 Performance ao vivo com filme e música Alive performance with film and music THE NEW MACHINES 2010 Escultura de pássaro falante com alto-falantes, eletrônicos e suporte metálico Electronic talking bird sculpture with built in speakers, electronics and metal stand 137 Créditos fotográficos Photographs credits p. 4/5, 16/17, 18, 20/21, 22/23, 24/25, 30/31, 32/33, 34/35, 36/37, 38/39, 40, 41/42, 45, 46/47, 54/55, 56/57, 68/69, 70/71, 72, 73, 74, 75-2, 81-2, 88/89, 90/91, 98/99, 100/101, 112/113, 120/121, 126/127, 130/131, 133 Dimitri Lee | p. 50/51, 52 Marcello Dantas | p. 58, 64 Geraldine Pontius | p. 67, 78, 82 Bob Bielecki | p. 118 1 - Bob Bielecki 2 - Lynn Goldsmith | 3 - Bob Bielecki | p. 119 | Bib George | p. 122 Unknown p. 66, 72, 76/77, 81, 82, 86/87, 110-1, 111 Amy Khoshbin | p. 62, 74, 75, 85, 114/115, 116, 120/121 foto de divulgação press photo | p. 92/93 Autorretratos Self portraits Laurie Anderson | p. 94 1 - Lynn Goldsmith 2 - John Lindley | 3 - John Lindley | p. 95 4, 5 - foto de divulgação press photo | 6, 7 - fragmentos de vídeo video stills | p. 96 9 - Lynn Goldsmith | 10 - Laurie Anderson | 11 - Jacqueline Burckhardt | p. 97 12 - Lynn Goldsmith | 13 - foto de divulgação press photo | 14 - fragmentos de vídeo video still | p. 80, 87, 108/109, 114, 112-2, 111-3 Laurie Anderson | p. 117 fragmentos do filme “Home of the Brave” film stills from “Home of the Brave” John Lindley dp capa cover | lombada spine Lou Reed | 4a capa back cover Dimitri Lee CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ  A561i v.2 Anderson, Laurie, 1947 I in u = Eu em tu, volume 2 / curadoria Marcello Dantas ; tradução Renato Rezende. - Santana do Parnaíba, SP : Mag Mais Rede Cultural, 2011. 3v. : il. ; 17cm Catálogo da exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo de 12/10 à 26/12 de 2010 e no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro de 28/03 à 26/06 de 2011 Texto em português e inglês Conteúdo: v.1. História = Stories - v.2. Exposição = Exhibition - v.3. Instalação = Installation ISBN 978-85-60169-07-8 (v.2) - 978-85-60169-05-4 (Obra completa) 1. Anderson, Laurie, 1947- - Exposições - Catálogos. 2. Arte moderna Séc. XX - Estados Unidos - Exposições - Catálogos. 3. Multimídia (Arte). I. Dantas, Marcello, 1968- II. Título. 11-1220. CDD: 709.73 CDU: 7.036(73) 02.03.11 03.03.11 024876 ISBN 978-85-60169-07-8 livro 2 9 788560 169078 livro 3 ISBN 978-85-60169-08-5 9 788560 169085 ISBN 978-85-60169-05-4 luva 9 788560 169054 Realização Ministério da Cultura