laurie anderson 2
EXPOSIÇão
EXHIBITION
1
I in u
eu em tu
laurie anderson
I in u
eu em tu
e x p os i ç ã o
exhibition
2
Centro cultural banco do brasil | Rio de Janeiro
28.03 > 26.06 | 2011
laurie anderson
Centro cultural banco do brasil | São Paulo
12.10 > 26.12 | 2010
I in u
eu em tu
Mag+ rede cultural | 2011
7
Realização
Ministério
da Cultura
Plataforma para performance, instalação
Performance platform, installation | CCBB SP, 2010
9
I in U / eu em tu / Laurie Anderson
I in U / eu em tu / Laurie Anderson
O Centro Cultural Banco do Brasil traz, pela primeira vez
ao Brasil, a obra de uma das mais importantes artistas
da cena contemporânea internacional, a norte-americana
Laurie Anderson.
The Centro Cultural Banco do Brasil brings the work of
Laurie Anderson to Brazil for the first time. One of the most
important artists on the international contemporary art
scene, Laurie Anderson presents her retrospective exhibition entitled I IN U / EU EM TU.
A mostra I IN U / EU EM TU faz uma retrospectiva dos quarenta anos da carreira da artista, incluindo as suas mais
instigantes realizações, entre instalações (bidimensionais e
tridimensionais), fotografias, desenhos, vídeos, músicas e
documentações de performances, além de um conjunto de
filmes. Os aspectos sensoriais e expressionistas do trabalho
de Anderson estão enraizado em sua forte fundação conceitual e tal combinação produz uma poderosa nova forma.
Com essa iniciativa, o CCBB oferece ao público o contato e
a aproximação com a arte contemporânea, proporcionando
a oportunidade de presenciar ao vivo uma performance da
artista e de conferir trabalhos inéditos de sua autoria.
Centro Cultural Banco do Brasil
Covering works from her forty year career as a multi media artist, the exhibition includes her most challenging
works from installations (two and three dimensional), photographs, drawings, videos, songs, recordings of performances as well as a collection of films. The sensuous and
expressionist aspects of Anderson’s work are grounded in
her strong conceptual basis and the combination produces
a powerful new form.
With this initiative, The CCBB offers to the public, not only
her retrospective but also her live performances and current
works-in-progress.
Centro Cultural Banco do Brasil
11
hi st ó r ias
STOR IES
Eu em Tu é um show de histórias. Qual é a cara de uma história?
Como uma artista que tem trabalhado principalmente com performances ao vivo, gosto do fato de histórias serem invisíveis. Por
outro lado, eu às vezes me utilizo de vários meios para contá-las.
Eu em Tu é uma coleção de histórias, em muitas formas diferentes:
música, escultura, instrumentos, filme, eletrônicos e invenções.
Em 1978, eu estava sentada na minha escrivaninha escrevendo uma história numa máquina de escrever elétrica. Pausei por
um momento e li o que havia escrito. Era horrível. Desencorajada, coloquei a cabeça nas mãos e as mãos sobre os ouvidos e
deixei-me ficar. De repente, me dei conta de que estava ouvindo
um murmúrio alto e complicado com muitas nuances belíssimas.
Era o som do motor da máquina de escrever elétrica e o som fazia com que a superfície da mesa vibrasse e todos esses sons
viajavam através dos ossos em meus braços até dentro da minha
cabeça. E eu pensei: “É isso! Construirei uma mesa cantante”.
Construí a mesa no porão do Museu de Arte Moderna em Nova
Iorque. Usei materiais das lojas de equipamentos eletrônicos usados do meu bairro. Meu assistente, Bob Bielecki concebeu a forma como o som viajava desde a fonte (um gravador de cassetes)
através de um dispositivo que comprimia o som e o enviava por
uma haste de metal até a superfície da mesa e daí através dos
braços dos ouvintes. Era como instalar poderosos fones de ouvido, com a diferença de que neste caso não havia fios. O corpo era
o condutor. A mesa foi exposta no Salão de Projetos do MoMA
como The Handphone Table.
Uma das coisas que eu mais gostava sobre a mesa é que o ouvinte se sentava na mesma posição que eu estava quando pensei
sobre este trabalho: a cabeça abaixada e as mãos sobre os ouvidos num gesto entre pensativo e deprimido. Às vezes, penso que
as melhores ideias surgem quando você está realmente desencorajado e não há nada a fazer a não ser começar do zero.
Os sons que fiz para a mesa – instrumentos de percussão, tempestades, vozes e melodias – foram espalhados radicalmente à
direita e à esquerda em amplo estéreo. Os sons lentamente mudavam de lugar, viajando até a cabeça. Dediquei a mesa a um dos
meus poetas favoritos, George Herbert, um poeta metafísico da
Inglaterra do século 17, que escreveu um poema de amor à música. Um dos versos diz: “Agora eu em você sem nenhum movimento do corpo”. Adoro este verso porque ele descreve como a
I in U is a show about stories. What does a story look like? As
an artist working mostly in live performance, I love the fact
that stories are invisible. On the other hand, I sometimes use
various media to tell them. I in U is a collection of stories in
lots of different forms: music, sculpture, instruments, film,
electronics, and inventions.
In 1978 I was sitting at my desk writing a story on an electric
typewriter. I paused for a moment to read what I had written.
It was horrible. Discouraged, I put my head in my hands and
my hands over my ears and just sat there. Suddenly I realized
that I was hearing a loud and complicated humming with lots of
beautiful overtones. It was the sound of the motor in the electric
typewriter and the sound was making the surface of table vibrate and these sounds were traveling through the bones in my
arms and up into my head. And I thought, “That’s it! I’ll build a
singing table.”
I built the table in the basement of the Museum of Modern Art
in New York. I used materials from the second hand electronics
stores in my neighborhood. My collaborator
Bob Bielecki designed
the way the sound traveled from the source (a
cassette tape recorder)
through a driver which
compressed the sound
and sent it up a metal rod, through the surface of the table and
up through the arms of the listener. It was like putting on powerful headphones except there were no wires. The body was
the conductor. The table was exhibited in the Projects Room at
MoMA as The Handphone Table.
One of the things I liked best about the table was that the
listener was sitting in the same position I was when I thought
of the table: head bowed and hands over the ears in a gesture
somewhere between thoughtfulness and depression. Sometimes I think that best ideas come when you’re really discouraged and there’s nothing left to do except start over.
The sounds I made for the table- bass instruments, storms,
voices and melodies- were panned extremely left and right in
wide stereo. The sounds would slowly change places, traveling
through the head. I dedicated the table to one of my favorite
poets George Herbert, a seventeenth century English metaphysical love poet, who wrote a love poem to music. One of
the lines was, “Now I in you without a body move.” I loved this
13
música e a linguagem podem literalmente entrar no corpo, transformar a pessoa, fazer com que você dance, e prosseguir. Como
disse William S. Burroughs: “A linguagem é um vírus”.
Trabalhar para esta exposição foi para mim uma grande experiência. Fora a alegria de reunir trabalhos dos últimos quarenta anos
e tentar contar uma longa história com estas coisas, também foi
excitante poder mostrar o ambiente físico de uma performance, a
multi-imagem Ilusão. Isso é algo que eu sonhava em fazer há anos
e pela primeira vez de fato aconteceu. Afinal de contas, a maior
parte destes trabalhos foi feita para o palco – locais escuros com
repentinas luzes e tempos dramáticos. Portanto, foi um verdadeiro
desafio adaptá-los para o espaço neutro e bem iluminado do museu e para um modo completamente diferente e mais expandido
de experimentar o tempo.
Por fim, foi muito divertido fazer desenhos, diagramas e pinturas
na parede. Eu sempre quis saber o que influencia os artistas, então às vezes construo um grande painel como parte da exposição,
uma lousa de agradecimentos. São listas de nomes, pequenos esboços de pessoas e ideias que me influenciaram no processo de
montar a exposição. Em Eu em Tu, os desenhos ficaram maiores
e mais complexos. Eles transbordaram a lousa e subiram as paredes. Alguns se assemelhavam a enormes tiras de quadrinhos com
pequenas histórias de performances. Outros eram mais abstratos,
ou predominantemente palavras. Literalmente, eu não podia parar. Talvez agora, depois de quarenta anos, simplesmente existam
pessoas demais para agradecer.
Quero especialmente agradecer Marcello Dantas por me encorajar a criar esta exposição e ao CCBB por prover um espaço de
exposição tão dramático e democrático. E, claro, quero agradecer
ao time de designers, arquitetos, pintores e montadores que realizaram esta exposição.
line because it described how music and language can literally
enter your body, change you, make you dance, then move on.
Like William S. Burroughs said, “Language is a virus.”
Working on this exhibition has been a great experience for
me. Aside from the fun of assembling work from the past forty
years and trying to tell a long story with these things, it has
also been exciting to be able to show a physical set from a
performance, the multi image Delusion. This is something I
have dreamed of doing for years and this is the first time it
actually worked. After all, most of this work was made for the
stage- dark places with sudden dramatic lights and timing. So
it was a real challenge to adapt them to the neutral well lit
museum space and the completely different more expansive
way of experiencing time.
And last, it was the greatest fun making drawings, diagrams
and paintings on the wall. I always love to know what influences artists, so sometimes I make a big chart as part of the
exhibition, a chalkboard of thank you’s and acknowledgements. It is lists of names, little sketches of people and ideas
that influenced me in the making of an exhibition. In I in U the
drawings got bigger and more complex. They overflowed the
chalkboard and spilled onto the walls. Some were like huge
comic strips with short stories from performances. Others
were more abstract, or mostly words. I just literally couldn’t
stop. Maybe now after forty years there are just too many
people to thank.
I want especially to thank Marcello Dantas for encouraging
me to make this show and to CCBB for providing such a dramatic and populist exhibition space. And of course thanks to
the team of designers and architects and painters and builders
who realized this show.
E m Trân s i to
In Transit
Laur ie A nder so n e a m ã o dupla do t em po
Laurie Anderson and the two-way road of time
Marcello Dantas
Marcello Dantas
Transitoriedade, o estado de movimento permanente, destinado a
nunca chegar, sempre em deslocamento. Transitoriedade de espaço, de tempo, de suporte, de origem, de destino. Laurie Anderson
é a grande artista da transitoriedade em nosso tempo.
Lá e cá, aquilo e isso, quando uma definição cercava sua criatividade, ela imediatamente já se colocava em outro terreno. Laurie Anderson criou uma categoria para si mesma, uma categoria
definível como o estado de permanente mutação. Sua arte se
transforma em diferentes mídias com a mesma suavidade com
que sua voz muda de tons. Mas Laurie é, na verdade, uma criadora da mais ancestral forma de arte, uma contadora de histórias.
Sua maneira de comentar o cotidiano, de questionar o que é
tido como certo, de despertar consciência é combinada com sua
forma de criar um sentimento de conforto transitório em que às
vezes nos faz sentir aconchegados em uma nuvem, sem entender
a queda que está iminente.
Conheci Laurie Anderson há mais de vinte anos, quando trabalhei com ela em Nova Iorque, preparando sua primeira vinda ao
Brasil, em 1989, para a performance Talk Normal. Laurie, no auge
de sua criatividade, ensinou-me muito sobre como misturar a vida
na arte e a arte na vida. Que essas coisas eram indissociáveis, e
que a linha de fronteira na verdade não existia. Tudo se contamina.
Para coroar essa maneira de ver o mundo, em 2007 Laurie foi
agraciada com o Prêmio Gish pela sua “notável contribuição para
a beleza do mundo e pelo prazer e compreensão da vida pela humanidade”. Uma afirmação rara nos tempos de hoje.
Contaminação é um signo para entender a diversificada obra
de Laurie Anderson. Formada em Artes Visuais e Escultura, ela
enveredou por uma carreira na performance, na música, na literatura, no cinema, no vídeo, na arte pública, nas novas mídias e
nas instalações de grande porte. Suas ideias sempre encontram
um refúgio em outra mídia depois que Laurie deixa naturalmente
que se contaminem. Algo que parecia ser objeto é discurso, e o
discurso é a essência do seu objeto. Trabalhar com tecnologia é
em si uma condição transitória; tecnologia é a ciência aplicada ao
conhecimento circunstancial de uma técnica. Laurie usou muito a
linguagem da tecnologia para expressar sua poética.
Transitoriety; a state of permanent movement, destined to never
arrive, in constant displacement. Transitoriety of space, time, support, origin, destination. Laurie Anderson is the great artist of transitoriety in our times.
Here and there, this and that, when a definition surrounded her
creativity, she immediately placed herself in another terrain. Laurie
Anderson created a category for herself, a category able to be defined as a state of permanent mutation. Her art is transformed in
different mediums with the same suavity that her voice changes
pitches. But Laurie is, truly speaking, an artist of the most ancestral form of art; she is a storyteller.
Her way of commenting daily life, of questioning that which is
taken for granted, of awakening our awareness is combined with
her ability to create a feeling of transitory comfort in which at
times she makes us feel enveloped by a cloud, unaware of the
imminent fall.
I met Laurie Anderson over twenty years ago, when I worked
with her in New York preparing her first visit to Brazil, in 1989, to
present her performance Talk Normal. Laurie, at the peak of her
creativity, taught me a lot about how to mix life into art and art into
life: that these things were indissoluble and there is truly no borderline between them. Everything is mutually contaminated. To
crown this way of perceiving life, in 2007 Laurie was the recipient
of the Gish Prize for her “outstanding contribution to the beauty of
the world and to mankind’s enjoyment and understanding of life”.
A rare statement nowadays.
Contamination is the sign for the understanding Laurie Anderson’s diversified work. Graduated in Visual Arts and Sculpture,
she developed a career in the performing arts, music, literature,
cinema, video, public art, new medias and large size installations.
Her ideas always find a refuge in another medium when Laurie
naturally allows them to contaminate each other. Something that
appears to be an object becomes discourse; and discourse is
the essence of her object. To work with technology is in itself a
transitory condition; technology is science applied to the circumstantial recognition of a technique. Laurie has used the language
of technology to express her poetics.
Laurie Anderson coloca-se no mundo para experimentar, para
questionar e principalmente para causar dúvidas e fazer perguntas. Sua obra suscita reflexões e incorpora uma ampla camada
de referências decodificadas na sua essência para criar pontes
com o amplo público que nas últimas quatro décadas ela vem
conquistando. Desde sua primeira performance com os patins de
gelo congelados, Laurie posicionou-se na sua condição de ente
em permanente transformação, de estado transiente.
Transitoriedade também nos traz a ideia de deslocamento, lugar,
que é algo recorrente em sua obra, um lugar por onde se passa,
mas não se permanece. Das montanhas e ilhas do Japão em Hidden inside mountains, os Estados Unidos como lugar e como
signo em United States, homeland e Home of the brave, das ruas
e praças de Sevilha em Carmen, do Tibet de sua meditação e até
seus voos panorâmicos de asa-delta no Rio de Janeiro, sua obra
capta de forma singular o espírito nômade de nossos tempos.
Paradoxo essencial da sua criação é que, apesar de sua linguagem e expressão serem essencialmente transitórias, seu maior
fundamento são suas histórias. E histórias são as coisas mais
permanentes que possuímos. A capacidade que temos de repetir, recontar e proliferar as mesmas histórias através do tempo é
o que nos dá um sentido de permanência e origem. Laurie trabalha muito bem esse contraste entre o que contamos e como o
contamos. Entre o que sempre será e o que não é mais, assim
que é dito.
Eu sempre quis fazer uma exposição com Laurie, mas foi só
em 2008, quando nos reencontramos no Brasil, que ela me instigou a tocar esse projeto adiante. Minha admiração por ela só
aumentou, pela maneira insegura, verdadeira, cheia de dúvidas
e incertezas que mostra como ela vive intensamente o processo
com que se envolve. E revela sua fascinante curiosidade por tudo
e por todos de quem se aproxima. A senha da sua sintonia com
o mundo está na sua atenciosa observação de tudo e de todos.
Laurie Anderson stands in the world in order to experiment, to
question and, above all, to generate doubts and raise questions.
Her work inspires reflections and embodies a broad range of decoded references in its essence of creating bridges to the large
public that she has been conquering throughout the last four decades. Since her first performance with frozen ice skates, Laurie
took a stance in her condition of a being in permanent transformation, in a transient state.
Transitoriety also brings up the idea of displacement. Place is a
recurrent element in her work, a territory of passage, where one
does not remain. From Japan’s mountains and islands in Hidden
Inside Mountains, United States as a place and as a sign in United
States, Homeland and Home of the Brave, Seville’s streets and
plazas in Carmen, the Tibet of her meditation and even her panoramic hang glider flights in Rio de Janeiro, her work captures in a
unique way the nomad spirit of our times.
An essential paradox of her creation is that, in spite of the transitoriness of her language and expression, her major fundament is
her stories. And stories are the most permanent things we have.
Our ability to repeat, recount and multiply the very same stories
throughout time grants us a sense of permanence and origin.
Laurie works quite well this contrast between that which we narrate and how we do it; between that which will always be and that
which is no longer there as soon as it is said.
I’ve always wanted to present an exhibition of Laurie, but it was
only in 2008, when we met again in Brazil, that she encouraged
me to follow this project through. The admiration I have for her
only increased with the insecure, true, full of doubts and uncertainties manner with which she intensely lives the processes she is
involved with; and reveals her fascinating curiosity for everything
and everyone who comes near her. The password for her tuning
with the world is found in her attentive observation of everything
and everyone.
19
agora
eu em tu
sem mover o corpo
A Mesa Handphone é um trabalho
baseado em condução óssea. Canções em ondas graves estereofônicas são amplificadas e transmitidas
através de conversores de energia.
Estes sons são enviados por eixos
de metal que estão em contato com
a superfície da mesa. O ouvinte posiciona seus cotovelos nestes pontos e suas mãos sobre as orelhas.
O som viaja ao longo da mesa, dos
braços e da cabeça do ouvinte.
Handphone Table
Mesa de madeira, eletrônicos embutidos
Wooden table with built-in electronics | CCBB SP, 2010
21
now
i in you
without
a body move
The Handphone Table is a work based on bone conduction. Stereo low-frequency songs are amplified and
fed through transducers. These sounds are pushed up
metal shafts which make contact with the table surface.
The listener places his elbows on these points and his
hands over his ears. The sound travels through the table
and the listener’s arms and into the head.
Visitante ouvindo a obra Handphone Table A visitor listening to the Handphone Table
23
Handphone Table
Mesa de madeira, eletrônicos embutidos
Wooden table with built-in electronics | CCBB SP, 2010
25
THE NEW MACHINES 2010
Escultura de pássaro falante com altofalantes, eletrônicos e suporte metálico
Electronic talking bird sculpture with built
in speakers, electronics and metal stand
27
PAPAGAIO
PARROT
Sua voz. Sua voz parecia uma velha
bomba enferrujada que enviava as
palavras muito, muito lentamente
por uma longa tubulação... E quando
chegavam à sua boca aberta, as
palavras emergiam como fios enferrujados. Fios que permaneceram por
demasiado tempo sob a terra úmida.
Tenho visto dragões de novo. Sim,
é verdade...
Não gosto de dar nem um dólar a
uma mulher nua. É praxe minha.
Então pode atirar em mim. É assim
que eu vejo as coisas. Talvez a pilha
esteja acabando.
Aqui, deixe-me tirar este lápis da
minha boca.
Beleza em todas as suas formas...
Engraçado como o ódio também
pode ser uma coisa bela. Quando
é afiado como uma faca. Duro
como um diamante. Perfeito.
E quando morremos, nossos
corpos se transformam em diamantes... Para xícaras de chá...
Não apenas para giz e carbono.
Demasiadas pessoas estão tomando Prozac. É isso o que eu
acho. Essa falsa alegria que está
por toda parte agora está realmente me colocando pra baixo...
Engraçado como machos humanos podem ficar tão excitados
pela pornografia. Quando eles
veem uma foto... Pode até ser
em preto e branco... Eles podem
se excitar. É simplesmente um
caso de vista ruim? É debilidade
mental? Ou são suas imaginações extraordinárias?
Lá lá ri lá lá
Her voice. Her voice was like
an old rusty pump that sent
the words very very slowly up
a long pipe... and then when
they got to her open mouth the
words came out like rusty wire.
Wire that had been in the cold
clay for a long time.
I’ve been seeing dragons again.
Yes it’s true......
I don’t like giving a nude woman a dollar. It’s just my policy.
So shoot me. That’s just the
way I see it. Maybe the batteries are running low.
Here, let me take this pencil out
of my mouth.
Beauty in all its forms.... Funny
how hatred can also be a beautiful thing. When it’s as sharp as
a knife. As hard as a diamond.
Perfect.
And when we die, our bodies
turn to diamonds... to teacups... Not just to chalk and
carbon..
Too many people are taking
Prozac. That’s what I think.
This fake cheeriness that’s
everywhere now is really getting me down...
Funny how human males can
get so excited by pornography.
When they see a picture.... it
can even be black and white...
they can get excited. Is this
simply a case of poor eyesight?
Is it feeblemindedness. Or is it
their amazing imaginations?
Twideldee dee... twideldee
dum......
29
Desenhos para o cenário da performance
Songs and Stories for Moby Dick
Drawing for set of Songs and Stories for
Moby Dick performance | 1999
‫ يضارألا عيمج م‬Mudanças ‫ امك‬Formas Suas.... Alguns
Água ‫ اكنارب‬، ‫ حاتم ريغ‬calçada à ‫يد ما رويكورب‬
‫ روب‬envenenamento ‫ودنوغيس‬... ... formigueiro
entende recém ‫ وموك‬- nascido é coberto ‫ يد‬formigas
،... formigueiro. ‫ةيعالطتسإلا ةدحولا دجاوتت‬
‫ سويد اي ةيرحبلا‬، Vivendo ‫ميحج ال‬... ‫داحتالا‬
Inglaterra ‫ افاروم غ‬، ‫بتكملا وس يبوروألا داحتالا‬
‫دحوملا‬. ‫وس يبوروألا داحتالا ؟زيد وموك نيدلا جارس‬
‫دحوملا بتكملا‬.
‫ يبوروألا داحتالا‬Digo! ‫ليك يوفش ديربلا‬
convencer ‫ اي‬SEU ‫ويك ةيمزراوخ ءاه !كسفن واست‬
entende Não ‫ ؟يوفش‬Acho ‫ةيفتاهلا ةقاطبلا ويك‬.
‫ ويك مصاع وتنات‬Máquina Não Tenha ainda inventado ‫ وديس‬، ‫يرود نييقيسوملل يلودلا داحتالاو‬
‫ معن ةجردلا‬Termina Ruptura ‫ يد ديربلا‬reparação
Για να καταστείλει την
εγκληματικότητα της πράξης. Voz
ήταν νόμιμη και παράνομη την
καταστολή του αρχιερέα της πράξης.
Η ηλικία σας, την καταστολή της
παρανόμου Κόμο Uma Voz mandou
enferrujada Bomba palavra από
το σωλήνα έξω από το lentamente
1000 όπως αυτό ... Μετά από μια
μακρά Snakes virão Μπόκα Aberta
ως palavras Αράμ Sairam enferrujado Como micron. Linha δώσει
κάποια απόσταση, επειδή η λέξη και
ηλεκτρονικού RUB τους αναζητούν
για άλλη μια φορά.
E SE morremos, nossos corpos
のような単語をください...ああ、
estão не xícara Diamond-де-ча ...
たとえば... 。 Oは、百万回万回
.... Алем диссоциации, Гиз, carvão
万異なることを意味することが
растительным. Muitas pessoas tam-
できます。 Oは”ああ私の愛す
bém tomam Prozac. Э. о Que Penso
る、私が知っている”を意味する
ЕС. Então, агора Que tranquilidade
Eu tenho depressão ....
Э. engraçado Комо как pessoas
podem Ser Muito animado ПК
Порно. Imagem é exibida Quando
ことができますOはいやだ...決し
て....””を意味することができ
ますOは、私は決してあなたを好
きで、私がしてるよ”と言うこと
ができることは... ...単語Wは空で
す...、ゼロは何もしてい
Voce ... Под-
だから自然の中で多くのものは非
O-Прету электронной Бранко ...
常に空になっています。ボウルに
31
Desenhos das animações da performance Delusion
Drawing from animation in Delusion performance | 2010
33
Desenhos na parede, instalação
Wall drawings installation | CCBB SP, 2010
35
Instalação com textos Text installation | CCBB SP, 2010
Aqui vai minha teoria sobre pontuação. Ao invés de um ponto final no fim de cada sentença,
deveria haver um pequeno relógio indicando quanto tempo foi gasto ao escrever a sentença.
Aqueles dias. Todos aqueles dias. Para que servem os dias?
Para nos despertar. Para colocar entre as noites sem fim.
37
These days. All these days. What are days for?
To wake us up. To put between the endless nights.
39
Existe um livro chamado Sum Latin, que significa
“Eu sou”, e que mostra ilustrações de quarenta vidas após a morte. E em um deles você chega nessas planícies desertas. Há prédios bombardeados, tiros de metralhadora, terroristas brandindo rifles passeiam em caminhonetes pick up cobertas de lama.
There’s a book called Sum Latin for “I am” and
it pictures forty different afterlives. And in one of
them you arrive on these deserted plains. There
are bombed out buildings, machine gun fire, terrorists waving rifles ride around in mud covered
pick-up trucks. Worms, pintura na parede de uma história de Delusion
Wall painting of Worms a story from Delusion | CCBB SP, 2010
“Agora, sem um corpo, me mudo para dentro de ti”
George Herbert, poeta metafísico inglês do século XVII
41
The afterlife has become an enormous battleground for religious
wars that go on for all eternity. Newcomers are being recruited to
boot camps. Small fires burn in the darkness.
In another afterlife you die and when you arrive there you find
that your creators are actually very small, very stupid purple
worms. You have to talk very slowly to them. Occasionally draw
a picture.
Now when you die the worms crowd around clamoring, “What
is the answer? Why are we here ? Why do we live?”
Of course since you just died seconds ago you’re really disoriented and unable to come up with anything but they keep screaming,
“Why are we here? What are we doing here?” Then you notice
quite a few of them are crying. And they’re crying because they
think we know the answers and that they are too stupid to understand us. We the recent arrivals just lie there blinking, huh? A vida após a morte se transformou em um enorme campo
de batalha para guerras religiosas que se prolongam por toda
a eternidade. Novatos estão sendo recrutados para campos de
treinamento. Pequenas fogueiras queimam na escuridão.
Em outra vida após a morte, você morre e quando chega ali
descobre que seus criadores são na realidade muito pequenos,
pequenos vermes roxos muito estúpidos. Você precisa falar bem
devagar com eles. Ocasionalmente fazer um desenho.
Quando você morre, os vermes se aglomeram à sua volta clamando “Qual é a resposta? Por que estamos aqui? Por que vivemos?”.
Claro que, como você acaba de morrer há segundos, você está
verdadeiramente desorientado e é incapaz de inventar alguma coisa, mas eles continuam gritando: “Por que estamos aqui? O que
estamos fazendo aqui?”. Aí você percebe que muitos deles estão
chorando. E eles estão chorando porque eles acreditam que nós
sabemos as respostas e que eles são estúpidos demais para nos
entender. Nós, os recém-chegados, apenas ficamos deitados ali,
piscando, hã?
Detalhe da pintura de parede Worms uma história de Delusion
Detail of wall painting of Worms, a story from Delusion | CCBB SP, 2010
“Now I in u without a body move”
George Herbert, english metaphysical poet from the 17 th century
43
Eu quero te contar uma história sobre uma história. É sobre um
método que usei por quase toda a minha vida para me convencer a
continuar. E é um sistema motivacional, de forma que, se eu fizesse isso ou aquilo, ganharia esse ou aquele prêmio ou recompensa.
Basicamente é o sistema da cenoura e do burro. Quando passa por
ele, você pendura uma cenoura na frente do burro. Você mantém
a cenoura ali e o burro vai indo, de uma coisa a outra. E isso funcionou muito bem na maior parte da minha vida. Ninguém nunca
viu o mecanismo ou pareceu perceber como realmente acontecia.
E aí em algum dia, sem nenhuma razão e assim simplesmente,
o meu burro morreu. Fiquei ali encarando-o. Ele parecia empalhado. Ele tinha um sorrisinho tolo na cara. Eu o cutuquei com meu
pé. Nada. Os prêmios, as promessas, todo o sistema tinha parado
de funcionar. Eu olhei em volta. O pó estava se assentando na
estrada. Eu estava ali segurando essa cenoura velha. Eu podia ver
algumas moscas ao longe. E aí algumas palavras meio que flutuaram para dentro da minha
mente em forma de pergunta, e a pergunta era de um livro de
Herman Melville, e a questão era: O que é do homem se ele vive
mais do que a duração da vida de seu deus? Há alguns meses meu
professor me mostrou algo. Ele disse: “Eu vou tocar um som e eu
quero que você siga esse som com a sua mente. Pronta?”.
Aí ele disse: vou fazer isso mais uma vez.
Dessa vez não siga com a sua mente.
I want to tell you a story about a story. It’s about a method I’ve
used most of my life to push myself, convince myself, to go on.
And it’s a motivational system so that if I did this or that thing,
then I’d get this or that prize or reward. Basically it’s the carrot and
the donkey system.
You hang the carrot in front of the donkey and the donkey just
keeps on trudging from one thing to another, one project to another, no matter what.
And this worked really well for most of my life. No one saw the
mechanism or seemed to notice how it actually worked.
And then one day for no reason at all and just like that my
donkey died.
I stood there staring at him. He looked stuffed. He had a foolish
little smile on his face. I shoved him a little with my foot. Nothing.
The prizes, the promises, the whole system had stopped working.
I looked around. The dust was settling on the road. I could see
some flies off in the distance.
45
And then some words came sort of drifting into my mind in the
form of a question and the question was from a book by Herman
Melville and the question was: What is man if he outlives the lifetime of his god?
A few months ago my teacher showed me something. He said
I’m going to play a sound and I want you to follow this sound with
your mind. Ready?
Then he said, I’m going to do this one more time.
This time don’t follow it with your mind.
Pintura de parede de uma história de Delusion
Wall painting of a story from Delusion | CCBB SP, 2010
47
In my dream I am your customer
Pintura de parede Wall painting | CCBB SP, 2010
49
Na Segunda Guerra Mundial, mensagens eram enviadas em
código usando poemas para criptografia. Essa coleção de sonhos usa “Eu em tu sem um movimento do corpo” como sua
senha criptografada.
In World War II messages were sent in code using poems for
encryption. This collection of my dreams uses “I in you without
a body move” as its encryption key code.
Dream book 2010
Papel, madeira, ventiladores, eletrônicos. Uma coleção de sonhos foi
criptografada usando a frase “Eu em tu sem um movimento do corpo”
Paper, wood, fans, electronics. A collection of dreams were encrypted
using the phrase “Now I in You without a body move”
Estou em meu corpo da forma como a maior parte das pessoas está em seu carro.
I am in my body the way most people are in their cars.
51
DbHbAF+
Vy4+kxn+S+rk5o+sx
5ox3on+
kx+oxy1wy42+l4llvo
+6kvvb+
)o+nyxe3+uxy6+6rk
3+3y+ny+
6s3r+s3+2y+6o+sx5
s3o+2o5o1kv+
Z}+zoyzvo+y5o1+3y
+2oo+sp+
3ro8+mkx+3rsxu+y
p+6rk3+
s3+wsqr3+lo+qyyn+
py1b+
DbBHbAF+
Vy23+sx+k+23y1w+
6s3r+3r1oo+zoyzvo
+S+nyxe3+vsuob+
DbCAbAF
S+23kxn+yx+k+lkv
myx8+6rsvo+Zk1s2
+s2+l41xsxqb
DbCJbAF+
Sew+sx+k+zvk8+6s3
r+k+vy3+yp+y5o1v8
+
ox3r42sk23sm+km3
y12b+
[ro8+2oow+3y+lo+p
1yw+2s3myw2+
y1+mywwo1mskv2b
+
ywo+k1o+4xno16ok
1+wynov2+
EbEbAF+
ywo3rsxq+mk3kmv
82wsm+rk2+rkzzox
onb+}4wlvsxq2+vsu
o+kx+k3ywsm+lywl
b+
p1yw+lsvvlyk1n2b+
S+uooz+rok1sxq+2y
woyxo+2k8sxq+Òbb
byxobbb36ox38gyxo
bbb+
)o+rk5o+loox+1orok
12sxq+kvv+nk8b+
S+rk5o+yxv8+yxo+v
sxo+sx+3ro+zvk8b+
wo3rsxq+1okvv8+p
kuo+kly43+3rk3+py
7bÓ+
W8+l1y3ro1+23kxn
2+sx+3ro+nyy16k8+
3kusxq+zry3yq1kzr
2b+
EbDAbAF+
Xy+wk33o1+ry6+
[ro+vsxo+s2+yxo+6
y1nd+ÒRo1obÓ+
W8+wy3ro1+kxn+S
+vyyu+y43+3ro+6sx
ny6+l43+s3e2+3yy+
nk1u+3y+2oo+kx83
rsxqb+
EbBbAF
EbBEbAF+
Sew+vy23+sx+3ro+
24l41l2+2ywo6ro1o
+sx
Sew+
2m1okwsxqb+
Lsq+ryvvy6+
2r4nno1sxq+
kxswkv+
2y4xn2b+
[ro+lk3r1yyw+2wov
v2+nkxub+
Xy13ro1x+Mkvspy1
xsk+y1+wk8lo+sx+T
kzkxb
4nnoxv8+oxo1q8+l4
1x2+sx+w8+mro23
kxn+vokz2+y43+sx+
3ro+2rkzo+yp+kx+o
xy1wy42+6s1op1kw
o+zo12yxb+
EbDbAF
S+uooz+2oosxq+3ro
+2kwo+sxs3skv2+l4
3+S+nyxe3+uxy6+6r
k3+3ro8+wokxb
EbBHbAF+
Sx+k+no2o13on+ry
3ov+vyll8+k+py7+s
2+zvoknsxq+6s3r+k
+my1z2ob+
S+mywl+w8+rks1+
S+vyyu+vsuo+Rk1zy
+Wk17b+
Kvv+3ro+z1yn4m32
+Ñ+
3ro+3yy3rzk23oa+
2ykza+kxn+l1s23v8
+3y6ov2+
k1o+p1yw+3ro+eDA
e2b+
FbBbAF+
[ro+py7+s2+2yllsxq
a+ÒS+vy5on+8y4gS
+kv6k82+vy5on+8y
4jÓ+
Se5o+loox+2o15on+
zoxq4sx+
Sew+3rsxusxq+Ò.y4
+uxy6a+3ro1oe2+2y
2ywo6ro1o+sx+L1s
qr3yxb+
A linguagem é um vírus de outro planeta.
sx+k+1o23k41kx3+
O5o183rsxq+s2+mr
kvu8+6rs3o+
Sew+xy3+241o+6rk
3+3y+nyb+
[ro+zoxq4sx+s2+nk
wz+kxn+vswzb+
Zy22slv8+l1ok3rsxq
b+Wk8lo+noknb+
DbBHbAF+
Vy23+sx+k+23y1w+
6s3r+3r1oo+zoyzvo
+S+nyxe3+vsuob+
DbCAbAF
S+23kxn+yx+k+lkv
myx8+6rsvo+Zk1s2
+s2+l41xsxqb
DbCJbAF+
Sew+sx+k+zvk8+6s3
r+k+vy3+yp+y5o1v8
+
ox3r42sk23sm+km3
y12b+
[ro8+2oow+3y+lo+p
1yw+2s3myw2+
y1+mywwo1mskv2b
+
ywo+k1o+4xno16ok
1+wynov2+
p1yw+lsvvlyk1n2b+
)o+rk5o+loox+1orok
12sxq+kvv+nk8b+
S+rk5o+yxv8+yxo+v
sxo+sx+3ro+zvk8b+
[ro+vsxo+s2+yxo+6
y1nd+ÒRo1obÓ+
EbBbAF
Sew+vy23+sx+3ro+
24l41l2+2ywo6ro1o
+sx
Xy13ro1x+Mkvspy1
xsk+y1+wk8lo+sx+T
kzkxb
4nnoxv8+oxo1q8+l4
1x2+sx+w8+mro23
kxn+vokz2+y43+sx+
3ro+2rkzo+yp+kx+o
xy1wy42+6s1op1kw
o+zo12yxb+
EbDbAF
S+uooz+2oosxq+3ro
+2kwo+sxs3skv2+l4
3+S+nyxe3+uxy6+6r
k3+3ro8+wokxb
EbEbAF+
ywo3rsxq+mk3kmv
82wsm+rk2+rkzzox
onb+}4wlvsxq2+vsu
o+kx+k3ywsm+lywl
b+
S+uooz+rok1sxq+2y
woyxo+2k8sxq+Òbb
Language is a virus from outer space.
53
LISTENING WALL 2010
Componentes eletrônicos e áudio em “loop”
Electronic components and audio loop
Aqui vai minha teoria sobre pontuação. Ao invés de um ponto final no fim de cada sentença,
deveria haver um pequeno relógio indicando quanto tempo foi gasto ao escrever a sentença.
55
Travesseiro #1
Você sabe quando, às vezes, você escuta
alguém gritando e entra por um ouvido
e sai por outro.
E às vezes, quando você escuta alguém
gritando, o grito penetra no meio da
sua cabeça e fica lá para sempre.
Pillow #1
You know sometimes when you hear
someone screaming it goes in one ear
and out the other.
And sometimes when you hear someone
screaming it goes right into the middle
of your head and stays there forever.
Escutando a obra Talking Pillow
Listening to the Talking Pillow
Here’s my theory of punctuation. Instead of a period at the end of each sentence there
shoud be a tiny clock that shows you how long it took you to write that sentence.
57
Fui ao cinema e vi um cachorro de dez metros de altura.
Esse cachorro era inteiramente feito de luz. E ele preenchia a tela toda. E seus olhos eram longos corredores.
Ele tinha esses longos, profundos olhos de corredores.
Eu queria você... E eu te procurava...
Mas eu não conseguia te encontrar.
Eu queria você... E eu te procurei o dia
todo... Mas eu não consegui te achar...
Não consegui encontrar você....
Lírio branco
Que filme de Fassbinder é esse?
Um homem com apenas um braço entra numa
floricultura e diz: “Que flor expressa que os dias
passam e apenas continuam a passar incessantemente em direção ao futuro? Que os dias passam
sem parar, incessantemente nos puxando para o
futuro?”. E a florista diz: “Lírios brancos”.
Você caminha
Você caminha e nem sempre
percebe isso, mas você está sempre
caindo. Em cada passo, você cai
um pouco para frente e então se
segura antes da queda.
Uma e outra vez você está caindo
e se segura antes da queda.
E é desta forma que você pode
caminhar e cair ao mesmo tempo.
I went to the movies and I saw a dog thirty feet
high. And this dog was made entirely of light.
And he filled up the whole screen. And his eyes
were long hallways. He had those long, echoing,
hallway eyes.
I wanted you . . . And I was
looking for you . . . But I couldn’t
find you. I wanted you . . . And I
was looking for you all day ... But
I couldn’t find you . . . I couldn’t
find you . . .
White Lily
What Fassbinder film is it?
A one armed man comes into a flower shop
and he says,“What flower expresses days go by
and they just keep going by endlessly pulling
you into the future? Days go by endlessly. Endlessly pulling you into the future?”And the
florist says, “White Lily.”
You’re Walking
You’re walking and you don’t always realize it but
you’re always falling. With each step you fall forwards
slightly and then catch yourself from falling.
Over and over you’re falling and then catching yourself from falling. And this is how you can be walking
and falling at the same time.
59
I dreamed I was a dog in a dog show and my
father came to the dog show and he said,
“That’s a really good dog. I like that dog.”
Pintura de parede de Dog Show, uma história de Delusion
Wall painting of Dog Show, a story from Delusion | CCBB SP, 2010
61
Na Série Sonho Institucional, eu decidi dormir em vários lugares
públicos para ver se o lugar influenciava meus sonhos. Escolhi lugares como banheiros públicos, um banco de parque, uma biblioteca
pública. Tentava ficar o mais cansada possível, e então dormia.
Originalmente, eu quis fazer isso porque estava interessada em tabus. Dormir em lugares públicos não é aconselhável, embora não
seja ilegal; parece violar um contrato social tácito que requer consciência. Pessoas que estão inconscientes evidentemente estão
muito vulneráveis. Também eu achei que esses lugares públicos
seriam muito desconfortáveis e que havia uma grande probabilidade de esse desconforto influenciar meus sonhos.
In Institutional Dream Series I decided to sleep in various public
places to see if the place would influence my dreams. I chose
places like public bathrooms, a park bench, the public library. I
would try to get as tired as possible and then fall asleep.
Initially I wanted to do this because I was interested in taboos. Public sleeping is discouraged although not illegal; it seems to violate an
unspoken social contract that requires awareness. People who are
unconscious are obviously very vulnerable. Also I thought that these
public places would be pretty uncomfortable and that there was
a good chance this discomfort would influence the dreams I had.
Coney Island, 14 de janeiro de 1973
Deito-me perto da água, cuja maré está baixa. Faz um frio de rachar e a areia
está úmida. Coloco meu suéter de gola alta sobre meu rosto. Depois de
alguns minutos, começo a relaxar e a perder a consciência. Estou tentando
dormir em diferentes lugares públicos para ver se o lugar pode impactar ou
controlar meus sonhos. Neste momento, esta parece ser uma ideia maluca.
Posso escutar a maré subindo. A água começa a cobrir meus pés gelados.
Não tenho certeza se estou dormindo ou se estou acordada, então mantenho
meus olhos cerrados. Depois de algumas horas, escuto um zumbido forte se
aproximando. Parece que uma onda gigante se aproxima do litoral. Levantome e começo a correr. Um enorme helicóptero sobrevoa o local.
INSTITUTIONAL DREAM SERIES 1972-73
Série de fotografias preto e branco com texto
Series of black and white photographs with text
Coney Island January 14, 1973
I lie down near the water which is at low tide. It is bitterly cold and the sand
is damp. I pull my turtleneck sweater over my face. After several minutes I
begin to relax and lose consciousness. I am trying to sleep indifferent public
places to see if the place can color or control my dreams. At the moment this
seems like a crazy idea. I can hear the tide coming in. The water is beginning
to cover my frozen feet. I’m not sure whether I’m asleep or awake so I keep
my eyes shut tight. After a couple of hours I hear a loud rushing drone. It
sounds like giant wave is rolling toward shore. I jump up and start to run. A
large helicopter is hovering directly overhead.
63
Porto de South Street | Beliche “Lettie G.
Howard”, 10 de dezembro de 1972
Deito-me no beliche e sonho com um deserto branco no qual cada planta está rotulada
com letras minúsculas.
South Street Seaport | The “Lettie G.
Howard” starboard berth December 10, 1972
I lie down in the starboard berth and dream
about a white desert in which every plant
was labeled in tiny writing.
Banheiro feminino | Biblioteca
Schermerhorn, Universidade de Columbia,
3 de abril de 1972
Deito-me no sofá de onde posso ver as
mulheres entrando e saindo do banheiro,
coloco meu caderno sobre o rosto e minhas
lentes de contato sob a língua. Sonho que
a biblioteca é um mercado a céu aberto e
todas as estantes são bancadas cheias de
vegetais.
Women’s Bathroom | Schermerhorn
Library, Columbia University April 3, 1972
I lie down on the couch where I can see the
women coming in and out of the bathroom,
I put a notebook over my face and place my
contact lenses under my tongue. I dream
that the library is an open air market and all
the stacks are stalls stocked with vegetables.
Instalação de Institutional Dream Series
Installation of Institutional Dream Series
CCBB SP, 2010
Tribunal de Justiça, plantão noturno
100 Centre Street, 29 de dezembro de 1972
O primeiro caso é roubo e assalto. O tribunal é barulhento e está cheio de gente.
Descanso a cabeça encostada numa parede que cobre todo o comprimento da sala.
Lentamente começo a cochilar.
Tenho a impressão de que nuvens ou sombras escuras cruzam o salão bem abaixo
do teto. Quando acordo, percebo que essa
sensação é produzida pelo boné que estou
usando e que, com o menear periódico da
minha cabeça, alternadamente esconde e
revela as fortes luzes penduradas perto do
teto. Acordo justamente quando o juiz está
confiscando nossa câmera. “Você evidentemente sabe que chantagem é contra a
lei”, ele diz. Mas ele apenas faz o espetáculo de tirar o filme da máquina para logo
depois nos devolver.
Night Court
100 Centre Street, December 29, 1972
The first case up is Robbery and Assault.
The courtroom is noisy and full of people.
I rest my head against a wall running the
length of the courtroom. I drift off slowly.
I have the impression that dark shadows or
clouds are scudding across the courtroom
just below the ceiling. When I wake up I
realize this sensation is produced by the
peaked cap I am wearing which, with me
head’s periodic bobbing, alternately obscures and reveals the bright lights which
hang near the ceiling. I wake up just as
the judge is confiscating our camera. “You
understand of course blackmail is illegal,”
he is saying. But he only makes a show of
taking the film out of the camera and then
hands it back.
65
Duetos no Gelo
Apresentado em 1975 em Nova Iorque e Gênova.
Peças para violino previamente gravadas tocavam
por meio de um amplificador dentro do violino. Ao
mesmo tempo, o violino era tocado ao vivo. A peça
pré-gravada estava em loop, sem um começo ou um
fim. Eu precisava de um mecanismo para medir o
tempo, uma forma de expressar duração. Então calcei um par de patins de gelo com lâminas congeladas
em blocos de gelo de forma que, quando o gelo derretia e eu perdia o equilíbrio, o concerto terminava.
Algumas vezes, em Gênova, eu parava de tocar
por um momento e fazia uma homenagem no meu
italiano rudimentar às pessoas que estavam me escutando de pé. Eu dizia que tocava aquelas músicas
em memória da minha avó, porque no dia em que ela
morreu eu caminhei sobre um lago congelado. Havia
muitos patos grasnando e batendo as asas. Cheguei
muito perto deles e eles não voaram para longe. Então eu percebi que eles não podiam se mover porque
suas patas haviam congelado numa nova camada de
gelo. Um homem que me escutou contar essa história começou a explicar aos recém-chegados: “Ela
está tocando esta música porque um dia ela e sua
avó ficaram congeladas juntas num lago”.
Duets on Ice Genova Genoa 1975
67
Duets On Ice
Presented in 1975 in New York and Genoa.
Pre-recorded violin pieces were played through a
speaker inside the violin. The violin was simultaneously played live. The pre-recorded piece was a
loop, it didn’t have a beginning or an end. I needed
a timing mechanism, a way to express duration. So
I wore a pair of ice skates with their blades frozen
into blocks of ice so that when the ice melted and I
lost my balance the concert was over.
Sometimes in Genoa I would stop playing for a
moment and make a dedication in my beginner’s
Italian to the people who were standing around
and listening. I said that I was playing these songs
in memory of my grandmother because on the
day she died I walked out onto a frozen lake; there
were a lot of ducks honking and flapping their
wings. I got very close to them and they didn’t fly
away. Then I saw that they couldn’t move because
their feet had been frozen into the new layer of
ice. One man who heard me tell this story was explaining to newcomers, “She’s playing this music
because once she and her grandmother were frozen
together in a lake.”
Duets on Ice 1975
Brooklyn, NY
2ª Avenida Second Avenue, Manhattan
Porta Soprano, Genova, Itália Genoa, Italy
Instalação de Duets on Ice
Installation of Duets on Ice | CCBB SP, 2010
69
Esboços para a Performance As: If
Sketches for As:If, Performance | 1974
SELF PLAYING VIOLIN 2010
Violino com alto-falante e eletrônicos | prova do artista
Violin with built in speaker and electronics | artist proof
Performance As: If
As:If performance | 1974
71
Performance na abertura da mostra, 12 de outubro
Performance at opening, October 12 | CCBB SP, 2010
73
Instalação de patins de gelo e vídeo da performance realizada em 12 de outubro
Installation of skates and video of performance on Oct 12 | CCBB SP, 2010
75
DIGITAL VIOLIN 1984
Pintura de parede de texto de Delusion
Wall painting of text from Delusion | CCBB SP, 2010
Violino eletrônico
Electronic violin
75
NEON VIOLIN 1982
NEON BOW 1980
Acrílico e neon
Plexiglass and neon
Arco de violino, tubo fluorescente Violin bow, florescent tube
Tocando Neon Bow, Estados Unidos Pt. 2
Performing with Neon Bow, United States Pt. 2 | 1983
77
VIOPHONOGRAPH 2010
Violino com arco giratório, estilete e alto-falantes
Violin with turntable and bow with stylus and speaker
Era um antigo vaso japonês, cheio de ranhuras.
Ranhuras não muito profundas, mas por todo o vaso.
Parecia uma daquelas lanternas de papel dobráveis.
Era um experimento. O vaso foi colocado numa plataforma giratória e posto para girar. Uma agulha foi
colocada na ranhura. Uma agulha de vitrola. Estavam esperando para ouvir a voz do oleiro moldando
o vaso 2000 anos atrás. Tinham a esperança de que
os sons do oleiro tivessem de alguma forma ficado
impregnados no barro úmido. E permanecido lá,
intactos, presos nas dobras da argila. O vaso girou e
girou, como um disco sendo tocado na terceira dimensão. Girava. Eles escutavam. Alguns ouviram um
dialeto japonês indiscernível,
veloz e grave. Alguns ouviram ruídos estridentes. A
agulha escavava o vaso.
A agulha ficava cega.
Tão científico assim.
Cada vez mais cega
e científica. Mais
cega… E mais
científica.
79
Tocando o viophonograph
Playing the viophonograph | 1976
It was an ancient Japanese pot,
incised with grooves. Thin-ridged
grooves. Grooves all around it. It
looked like one of those collapsible
paper lanterns. It was an experiment.
The pot was placed on a turntable
and the turntable began to revolve.
A needle was set into the groove. A
stereo needle. They were waiting to
hear the voice of the potter potting
the pot 2,000 years ago. They were
hoping the sounds of the potter had
somehow been embedded into the
wet clay. And stayed there, intact,
clinging to the ridges of the clay. The
pot turned around and around, like a
record being treadled into the third
dimension. It turned. They listened.
They were listening. Some of them
heard an unidentifiable Japanese
dialect, rapid and high. Some of
them heard high-pitched static. The
needle dug into the pot. The needle
was getting blunt. More and more
blunt. It was that scientific. Blunter
and scientific. More blunt . . . and
more scientific.
81
TAPE BOW VIOLIN 2010
Violino com arco mecânico
Violin with mechanical bow
Esboço para Tape Bow Violin
Sketch for Tape Bow Violin | 1978
Instalação de Tape Bow Violin
Installation of Tape Bow Violin | CCBB SP, 2010
83
Tape Bow Trio, The Kitchen, NY, 1978
Partituras de Tape Bow
para Born, Never Asked
Tape Bow Scores for
Born, Never Asked | 1980
85
TALKING STICK 1998
Instrumento de alumínio cilíndrico com componentes eletrônicos e controles
Cylindrical aluminum instrument with electronics and controllers
Tocando Talking Stick em Songs and Stories for Moby Dick
Playing Talking Stick in Songs and Stories for Moby Dick | 1999
87
Tilt 1994
Hearring 1997 Caixa de música eletrônica - dueto para duas vozes. O ouvinte pode
acessar parte do dueto, inclinando o nível para a esquerda ou direita.
Brinco eletrônico sonoro. Fabricado
em uma edição da Revista Parkett
Electronic music box - duet for two voices.The listener can access
part of the duet by tilting the level to the left or right.
Electronic earring with sound. Made in
an edition for Parkett Magazine.
89
BOWL AND BLADE 2010
Arco de metal, lâmina de serra, acrílico e eletrônicos. Sons e músicas são conduzidos através de um
bastão de vidro da base até a lâmina de serra e a
tigela, que atua como um alto-falante enfatizando
harmônicos.
Metal bowl, saw blade, plexiglas rod and electronics.
Sounds and music are driven up a glass rod from the
base to the saw blade and bowl which act as speakers emphasizing harmonics.
91
93
1
2
3
1 Self Portrait at the age of 5
Autorretrato com 5 anos de idade
2 Autorretrato com câmera
Self portrait with camera | 1988
3 Absent in the Present | 1975
Olhando no espelho lateralmente
Série de fotografias
Looking into the mirror sideways
Photographic series
95
4
1
6
2
5
3
7
97
8
11
12
13
9
10
1 Fotografia de divulgação
Press photograph, Paris | 1987
2 Performance com máscara de
lentes em Home of The Brave
Performing with Lens Mask in
Home of the Brave | 1984
3 Como “Sharkey” em
Home of the Brave
As “Sharkey” in Home
of the Brave | 1984
4 Mutação em um gorila para
o vídeo Human Face
Mutating into a gorilla for
Human Face video
5 Retrato por Annie Liebovitz
Portrait by Annie Liebovitz | 1989
6 Clone em What You Mean We?
As Clone in What You Mean We? | 1986
7 Como “ Unprocessed Clone”
em What You Mean We?
As “Unprocessed Clone” in
What You Mean We? | 1986
8 Como uma marionete em
Estados Unidos Pt. 4
As a marionette in United
States Pt. 4 | 1983
9 Autorretrato
Self Portrait | 1970
10 Como uma ex-patriota em Roma
As an expatriot in Rome | 1979
11 Fotografia de divulgação
Press photograph | 1984
12 Performing in Mister Heartbreak
Performing in Mister Heartbreak | 1984
13 Como comentarista de televisão
As TV commentator | 1985
99
Instalação da parede de cronologia
Chronology wall installation | CCBB SP, 2010
101
Dispositivos de escuta para a instalação da parede de cronologia
Listening devices for chronology wall installation | CCBB SP, 2010
103
LAURI E ANDERSON
LAUR IE ANDERSON
Laurie Anderson é uma das mais reconhecidas – e ousadas – pioneiras artísticas dos Estados Unidos. Conhecida principalmente
por suas apresentações multimídia, ela tem assumido uma gama
variada de papéis que incluem os de artista visual, compositora,
poeta, fotógrafa, cineasta, experimentadora de eletrônicos, vocalista e instrumentista.
O Superman inaugurou a carreira musical de Anderson em 1980,
chegando ao segundo lugar nas principais paradas pop da Inglaterra e mais tarde aparecendo em Big Science, o primeiro de seus
sete álbuns pela Warner Brothers. Outros álbuns de Anderson
incluem Mister Heartbreak, United States Live, Strange Angels,
Bright Red e a trilha sonora do seu longa-metragem Home of the
Brave. Uma caixa de luxo da sua produção pela Warner Brothers,
Talk Normal, foi lançada no outono de 2000 em Rhino/Warner Archives. Em 2001, Anderson lançou seu primeiro álbum pela Nonesuch Records, intitulado Life on a String, seguido por Live in
New York, gravado no Town Hall na cidade de Nova Iorque em
setembro de 2001, e lançado em maio de 2002.
Anderson fez diversas turnês pelos Estados Unidos e no exterior
com shows que vão desde simples apresentações performáticas
da palavra falada a elaborados eventos multimídia. Entre seus trabalhos principais, estão United States I-V (1983), Empty Places (1990),
The Nerve Bible (1995) e Songs and Stories for Moby Dick, uma
performance em teatro baseada no romance de Herman Melville.
Songs and Stories for Moby Dick viajou pelo mundo entre 1999 e
2000. No outono de 2001, Anderson viajou pelos Estados Unidos e
Europa com uma banda, executando músicas de Life on a String.
Ela tem também apresentado muitos trabalhos solo, incluindo
Happiness, lançado em 2001 e apresentado em turnês internacionais até a primavera de 2003.
Laurie Anderson is one of America’s most reknowned – and
daring – creative pioneers. Known primarily for her multimedia presentations, she has cast herself in roles as varied as
visual artist, composer, poet, photographer, filmmaker, electronics whiz, vocalist, and instrumentalist.
O Superman launched Anderson’s recording career in 1980,
rising to number two on the British pop charts and subsequently appearing on Big Science, the first of her seven albums on the Warner Brothers label. Other record releases include Mister Heartbreak, United States Live, Strange Angels,
Bright Red, and the soundtrack to her feature film Home of
the Brave. A deluxe box set of her Warner Brothers output,
Talk Normal, was released in the fall of 2000 on Rhino/Warner
Archives. In 2001, Anderson released her first record for Nonesuch Records, entitled Life on a String, which was followed by
Live in New York, recorded at Town Hall in New York City in
September 2001, and released in May 2002.
Anderson has toured the United States and internationally
numerous times with shows ranging from simple spoken
word performances to elaborate multimedia events. Major works include United States I-V (1983), Empty Places
(1990), The Nerve Bible (1995), and Songs and Stories for
Moby Dick, a multimedia stage performance based on the
novel by Herman Melville. Songs and Stories for Moby Dick
toured internationally throughout 1999 and 2000. In the fall
of 2001, Anderson toured the United States and Europe
with a band, performing music from Life on a String. She
has also presented many solo works, including Happiness,
which premiered in 2001 and toured internationally through
Spring 2003.
105
Anderson publicou seis livros. Textos de performances solo de
Anderson aparecem no livro Extreme Exposure, editado por Jo
Bonney. Anderson também escreveu a entrada de Nova Iorque
para a Enciclopédia Britânica e, em 2006, a editora Edition 7L
publicou o livro de desenhos de sonhos de Anderson, denominado Night Life.
O trabalho visual de Laurie Anderson tem sido exibido nos principais museus da Europa e dos Estados Unidos. Em 2003, o Musée
d’Art Contemporain de Lyon, na França, produziu uma retrospectiva itinerante do seu trabalho, intitulada The Record of the Time:
Sound in the Work of Laurie Anderson [“O registro do tempo: o
som no trabalho de Laurie Anderson”]. Esta retrospectiva incluiu
instalação, áudio, instrumentos, vídeo e objetos de arte, e cobriu a
carreira de Anderson desde a década de 1970 até seus trabalhos
mais recentes. A exposição prosseguiu em turnê internacional de
2003 a 2005. Como artista visual, Anderson é representada pela
galeria Sean Kelly em Nova Iorque, onde sua exposição The Waters Reglitterized foi inaugurada em setembro de 2005. Em 2008,
o Museum of Modern Art adquiriu seu Self-Playing Violin, que fez
parte da exposição Making Music no outono de 2008.
Como compositora, Anderson contribuiu com músicas para filmes de Wim Wenders e Jonathan Demme; peças de dança para
Bill T. Jones, Trisha Brown, Molissa Fenley; e com uma partitura
para a produção teatral Far Side of the Moon, de Robert Lepage.
Ela também criou peças para o National Public Radio, a BBC e
a Expo ‘92 em Sevilha. Em 1997, ela foi curadora do Meltdown
Festival no Royal Festival Hall em Londres, de duas semanas
de duração. Seu trabalho orquestral mais recente é Songs for
Amelia Earhart, apresentado pela primeira vez no Carnegie Hall
em fevereiro de 2000 e executado pela American Composers Orchestra. Mais tarde, a peça viajou pela Europa com a Orquestra
de Câmera de Stuttgart sob a regência de Dennis Russell Davies.
Anderson has published six books. Text from Anderson’s
solo performances appears in the book Extreme Exposure,
edited by Jo Bonney. Anderson has also written the entry
for New York for the Encyclopedia Brittanica and in 2006,
Edition 7L published Anderson’s book of dream drawings
entitled Night Life.
Laurie Anderson’s visual work has been presented in major
museums throughout the United States and Europe. In 2003,
The Musée Art Contemporain of Lyon in France produced a
touring retrospective of her work, entitled The Record of the
Time: Sound in the Work of Laurie Anderson. This retrospective included installation, audio, instruments, video and art
objects and spans Anderson’s career from the 1970’s to her
most current works. It continued to tour internationally from
2003 to 2005. As a visual artist, Anderson is represented by
the Sean Kelly Gallery in New York where her exhibition, The
Waters Reglitterized, opened in September 2005. In 2008, the
Museum of Modern Art acquired her Self-Playing Violin which
was featured in the Making Music exhibition in Fall 2008.
As a composer, Anderson has contributed music to films by
Wim Wenders and Jonathan Demme; dance pieces by Bill T.
Jones, Trisha Brown, Molissa Fenley, and a score for Robert
LePage’s theater production, Far Side of the Moon. She has
created pieces for National Public Radio, The BBC, and Expo
‘92 in Seville. In 1997 she curated the two-week Meltdown
Festival at Royal Festival Hall in London. Her most recent orchestra work Songs for Amelia Earhart. premiered at Carnegie
Hall in February 2000 performed by the American Composers
Orchestra and later toured Europe with the Stuttgart Chamber
Orchestra conducted by Dennis Russell Davies. The piece was
performed as part of the Groningen Festival honoring Laurie
Anderson in Fall 2008 with the Noord Nederlands Orkest.
107
Esta mesma peça foi executada pela Noord Nederlands Orkest
durante o Groningen Festival em honra a Laurie Anderson no
outono de 2008.
Reconhecida internacionalmente como líder e pioneira no uso da
tecnologia nas artes, Anderson colaborou com o Interval Research
Corporation, um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de
novos instrumentos criativos, incluindo o Talking Stick. Ela criou
a sequência introdutória do primeiro segmento do especial do
PBS (Public Broadcasting Service), Art 21, uma série sobre arte no
século 21. Suas premiações incluem o Prêmio Tenco de composição, em San Remo, Itália, em 2001, e o prêmio Deutsche Schallplatten por Life on a String, também em 2001, além de bolsas da
Guggenheim Foundation e do National Endowment for the Arts.
Recentemente, ela colaborou com Bran Ferren, da Applied Minds,
Inc., para criar uma peça que participou da exposição The Third
Mind, no Museu Guggenheim de Nova Iorque no inverno de 2009.
Em 2002, Anderson foi indicada para ser a primeira artista em residência na NASA, uma experiência que culminou com sua performance solo itinerante The End of the Moon, em 2004. Projetos recentes incluem uma série de instalações audiovisuais e um filme
em alta definição, Hidden Inside Mountains, criado para a World
Expo 2005 em Aichi, no Japão. Em 2007, ela recebeu o prestigiado Dorothy e Lillian Gish Prize pela excelência de sua contribuição
para as artes. Em 2008, ela completou uma turnê internacional
com a peça performática Homeland, que foi lançada como álbum
pela Nonesuch Records em junho de 2010 e aclamada pela crítica.
A mais nova performance solo de Anderson, Delusion, estreou
nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver no início de 2010, estrelou recentemente o BAM Next Wave Festival em Nova Iorque e
continua em turnê internacional. Em outubro de 2010, Anderson
inaugurou uma grande mostra intitulada I in U no CCBB de São
Paulo. Laurie Anderson vive e trabalha na cidade de Nova Iorque.
Recognized worldwide as a groundbreaking leader in the
use of technology in the arts, Anderson collaborated with
Interval Research Corporation, a research and development
laboratory founded by Paul Allen and David Liddle, in the
exploration of new creative tools, including the Talking Stick.
She created the introduction sequence for the first segment
of the PBS special Art 21, a series about Art in the 21st century. Her awards include the 2001 Tenco Prize for Songwriting in San Remo, Italy and the 2001 Deutsche Schallplatten
prize for Life On A String as well as grants from the Guggenheim Foundation and the National Endowment for the
Arts. She recently collaborated with Bran Ferren of Applied
Minds, Inc to create an artwork that was displayed in The
Third Mind exhibition at the Guggenheim Museum in New
York in Winter 2009.
In 2002, Anderson was appointed the first artist-in-residence of NASA, an experience which culminated in her 2004
touring solo performance The End of the Moon. Recent projects include a series of audio-visual installations and a high
definition film, Hidden Inside Mountains, created for World
Expo 2005 in Aichi, Japan. In 2007 she received the prestigious Dorothy and Lillian Gish Prize for her outstanding contribution to the arts. In 2008 she completed a two-year worldwide tour of her performance piece, Homeland, which was
released as an album on Nonesuch Records in June, 2010
to critical acclaim. Anderson’s newest solo performance
Delusion debuted at the Vancouver Winter Olympics in early
2010, recently headlined the BAM Next Wave Festival in New
York and continues to tour internationally. In October, 2010,
Anderson opened a major new artwork exhibition entitled
I in U at the CCBB in São Paulo, Brazil. Laurie Anderson lives
and works in New York City. 109
No Psiquiatra
At the Shrink’s
“Algum tempo atrás, eu passei um período frequentando uma psiquiatra. Eu chegava ao seu consultório por volta das oito da manhã
e me sentava. Ela se sentava num canto e num dos seus lados
havia uma janela e no outro um espelho. E ela podia perceber pelos sutis movimentos dos meus olhos se eu estava olhando para
ela, pela janela ou para o espelho. Eu olhava muito para o espelho,
e uma das coisas que percebi é que nas segundas ele estava perfeitamente limpo e claro, mas quando chegava sexta-feira estava
coberto com marcas de lábios. Esse processo foi no começo surpreendente, mas depois eu gradualmente me acostumei com isso
e eventualmente passei a depender dele.
Então um dia, casualmente, eu disse: ‘como as marcas labiais
que aparecem no seu espelho’. Ela olhou para o espelho e disse:
‘Que marcas? ’. E eu percebi que, em razão da maneira como o
sol entrava pela janela e banhava o espelho, ela não podia vê-las.
Então eu disse: ‘Por que você não se levanta e se senta na minha
cadeira? Você poderá vê-las daqui’. Então ela se levantou e eu nunca a tinha visto fora de sua cadeira antes, e ela veio e se sentou na
minha cadeira e disse: ‘Oh! Marcas de lábios!’.
A próxima vez que eu estive com ela foi também a última. Ela disse que descobriu que sua filha de doze anos entrava no consultório
durante a semana e beijava o espelho, e que a empregada vinha
durante o fim de semana e limpava as marcas. E eu percebi que
nós estávamos enxergando as coisas de pontos de vistas literalmente tão diferentes que eu nunca mais precisei vê-la de novo.”
“A while ago I spent some time seeing a psychiatrist and I’d get
to her office about eight in the morning and sit down. She was
sitting in a corner and on one side of her was a window and on
the other side a mirror. And she could tell by slight movements
of my eyes whether I was looking at her or out the window or at
the mirror. And I looked at the mirror a lot and one of the things I
noticed was that on Mondays it was perfectly clean and clear but
by Fridays it was covered with lip marks. And this was a process
that was surprising at first and then gradually I got used to it and
eventually I started to depend on it.
Then one day, in passing, I said, “It’s like the lip marks that appear on your mirror.” And she looked at the mirror and said, “What
lip marks?” And I realized that because of the way the sun was
coming in through the window and hitting the mirror that she
couldn’t see them. So I said, “Why don’t you get up and sit in my
chair? You can see them from here” So she got up and I had never
seen her out of her chair before and she came and sat in my chair
and she said, “Oh! Lip marks!” The next time I saw her was the last time. She said that she’d
discovered that her twelve year old daughter had been coming
into her office during the week and kissing the mirror and that the
maid would come in over the weekend and wash off the marks.
And I realized that we were seeing things from such literally different points of view that I’d never have to see her again.”
Vídeo projeção sobre figura pequena de argila com aúdio
Video projection onto small clay figure with audio | 1975
Vídeo projeção sobre figura pequena de argila com aúdio
Video projection onto small clay figure with audio | 1996
111
Você sabe que Alexandre, o Grande,
não foi morto em batalha na Macedônia como todo mundo acha. Na
verdade, ele foi capturado durante a
batalha por uma enorme tribo de homens amarelos e obrigado a lutar em
seu exército como escravo. Trinta
anos se passaram e finalmente seus
captores, que puderam perceber o
grande soldado que ele era, decidiram recompensá-lo. E deram-lhe um
saco de moedas de ouro e Alexandre
pegou uma das moedas e a olhou e
viu seu rosto impresso nela. E disse:
“Essa moeda é do tempo em que eu
era Alexandre, o Grande”.
GOLD 1995
Vídeo e argila
Video and clay
Fragmento de vídeo de Gold
Video still from Gold
You know Alexander the Great wasn’t
killed at the battle at Macedon like
everybody thinks he was. In fact, he
was captured during the battle by a
huge tribe of yellow men and forced
to fight in their army as a slave. Thirty
years went by and finally his captors,
who could see what a great fighter
he was, decided to pay him. And
they gave him a bag of gold coins
and Alexander took one of the gold
coins and looked at it and on it was
his own picture. And he said, “This
was from the time when I was Alexander the great.”
113
And when the tears fall
from both my eyes
They fall from my left
eye because I love you
And they fall from my
right eye because
I cannot bear you.
Pintura de parede de texto de Delusion
Wall painting of text from Delusion
CCBB SP, 2010
115
Videoprojeção de Song for
Lines/Songs for Waves
Video projection from Song for
Lines/Songs for Waves | 1977
Instalação de videoprojeção de Song for Lines/Songs for Waves
Installation of video projection from Song for Lines/Songs for Waves | 1977
117
Imagens de Drum Dance
de Home of the Brave
Images from Drum Dance,
Home of the Brave | 1986
Desenho para Drum Suit, fabricado com almofadas eletrônicas
Drawing for Drum Suit, made from electronic pads
Instalação Drum Dance,
de Home of the Brave
Installation of Drum Dance, from
Home of the Brave | CCBB, 1986,
119
Anderson tocando o Bodysynth Anderson Playing the Bodysynth, 1993
Instrumento usado na performance Stories from the Nerve Bible. Esta série de
sensores foi controlada pela flexão dos músculos das mãos e braços.
Instrument used in Stories from the Nerve Bible performance.This series of sensors was controlled by flexing the muscles of the hands and arms.
Anderson com Headlight Glasses Anderson Wearing Headlight Glasses |1983
Fotografia de United States,1-4 na Academia de Música do Brooklyn, NY
Photograph from United States, 1-4 at Brooklyn Academy of Music, Brooklyn, NY
Cassette in Mouth 1978
Anderson demonstra uma canção para a boca e pequeno alto-falante movido a
bateria no qual a dinâmica e o fraseado de uma gravação de violino são controlados pela abertura e fechamento da boca.
Anderson demonstrates a song for mouth and small battery-powered speaker in
which the dynamics and phrasing of a violin recording are controlled by opening
and closing the mouth.
Projection Dress 1975
Filme e slides foram projetados neste vestido
Film and slides were projected onto this dress
121
Instalação de videoprojeção de Delusion
Installation of video projection from Delusion | 2010
123
Performance de United
States Pt. 1, Carnegie
Hall, Nova Iorque
Performance of United
States Pt. 1, Carnegie
Hall, NY | 1979
Esboço para teatro flutuante
Sketch for the floating theater | 1996
Esboço para performance
Sketches for performance | 1974
Esboço para a
performance United
States Pt.4
Sketch for performance
for United States
Pt. 4 | 1983
Esboço para projeção holográfica
Sketch for holographic
projection | 1979
Esboço para Closed Circuits
Sketch for Closed Circuits | 1980
125
5
1
2
3
4
6
1 Esboço para United States Pt. 3
Sketch for United States Pt. 3 | 1983
2 Esboço para o carpete vermelho, United States Pt. 4
Sketch for the red carpet, United States Pt. 4 | 1983
3/4 Esboço para Moby Dick
Sketches for Moby Dick | 1999
5 Esboço para Singing Purse
Sketch for Singing Purse | 1974
6 Esboço para Tornado, Histórias de Nerve Bible
Sketch for Tornado, Stories from the Nerve Bible | 1992
127
Uma sala com músicas, performances, peças de rádio e partituras para dança
A room with songs, performances, radio pieces and dance scores | CCBB SP, 2010
Músicas lyrics
A Curious Phenomenon
Drums
Animals
English
Another Day in America
Excellent Birds
Art and Illusion
Falling
Baby Doll
False Documents
Bagpipe Solo
Far Side of the Moon
Beautiful Pea Green Boat
Fininish Farmers
Beautiful Red Dress
Fireworks
Beginning French
Flow
Big Science
For a Large and Changing Room
Big Science Reprise
For Eletronic Dogs
Blue Day (Strange Perfumes)
Four, Three, Twoo, One
Blue Lagoon
Frames for the Pictures
Bodies in Motion
Freefall
Born, Never Asked
From the Air
Bright Red
Going Somewhere
Broken
Gravity’s Angel
Cartoon Song
Here With You
Cello Solo
Hey ah
City Song
Hiawatha
Classified
Hothead (La Langue d’Amour)
Closed Circuits
House of Blues
John Lilly
Love Among the Sailors
Coolsville
I Brought Wood to Your Corral
Kokoku
Love is a Bird
Credit Racket
I Dreamed I Had to Take a Test...
Language Is a Virus
Mach 20
Dance of Eletricity
If You Can’t Talk About It- Point to It (for
Language Is a Vírus - William S. Burroughs
Maria Teresa Teresa Maria
Dark Angel
Reverend Ike)
Language of the Future
Monkey’s Paw
Dark Time in the Revolution
In Our Sleep
Langue D’Amour
Muddy River
Democratic Way
It Tango
Late Show
My Compensation
Difficult Listening Hour
It Was Up in the Mountains
Let X=X
My Eyes
Dog Show
It’s Not the Bullet That Kills You…
Life On A Sting
My Right Eye
Down in Soho
Jane Fonda
Lightining Out for the Territories
Neon Duet (For Violin and Neon Bow)
Dr. Miller
Jimi Hendrix Cover
Looking for You
New Jersey Turnpike
Dropping The Pencil
Jimmy Carter
Lost Art of Conversation
New York Social Life
129
VÍDEOs e filmes
VIDEOs and films
Night Flight From Houston
Smoke Rings
The Stranger
Beautiful Red Dress
Night In Baghdad
So Happy Birthday
The Rotowhirl
Sharkey’s Day
Nina Simone
Someone Else’s Dream
The Ugly One With the Jewels
O Superman
O Superman
Song for Two Jims
The Visitors
Language is a Vírus
O Superman (For Massenet)
Speak My Language
Thinking of You
Life on a String
Odd Objects (for Light-in-mouth)
Speechless
Three Expedience No.2
The End of The Moon
On The Way to Jerusalém
Statue of Liberty
Three Expediences
Moby Dick
One Beautufil Evening
Steven Weed
Three Songs for Paper, Film and Vídeo
Music for Dogs
One White Whale
Stiff Neck
Three Walking Songs
Delusion
Only an Expert
Strange Angels
(for Tape Bow Violin)
PSA Jerryrigging
Over the River
Strike
Tightrope
PSA Military Research
Pictures of It (for Acoustic Tape Bow)
Structuralist Filmmaking
Time and a Half
PSA National Anthem
Pieces and Parts
Sweaters
Time to GO
PSA National Debt
Poison
Talk Normal
Transitory Life
PSA Television
Private Proporty
Talkshow
Unlike Van Gogh
PSA Women & Money
Progress
Telephone Song
Vídeo Rock
Human Face
Puppet Motel
The Beginning of Memory
Violin
Hidden Inside Mountains
Radar
The Big Top
Violin Solo
Home of the Brave
Ramon
The Cultural Ambassador
Violin Walk
Carmen
Red Map
The Day the Devil
Voices on Tape
What You Mean We?”
Reverb
The Dream Before
Walk the Dog
Rising Sun
The End of the World
Walking and Falling
Running Dogs
The Geopgraphic North Pole
Washington Street
Same Time Tomorrow
The Healing Horn
We’ve Got Four Big Clocks and They’re
Sax Duet
The Hollywood Strangler
All Ticking
Sax Solo (For Tape Bow VIolin)
The Island Where I Come From
White Lily
Say Hello
The Lake
White Lily
Say What You Mean
The Mailman’s Nightmare
Wildebeasts
Say What You MEan (Backwards)
The Mysterious Jim
Word of Mouth
Sharkey’s Day
The Ouija Board
World Without End
Sharkey’s Night
The Puppet Motel
Yankee See
Slip Away
The Salesman
You Didn’t Mean What You Said
Small Voice (for Speaker-in-Mouth)
The Soul Is A Bird
You’ve Got to Have Leaders
131
Instalação com textos Text installation | CCBB SP, 2010
“Paradise is exactly like where you are right now only much, much better”
133
Patrocínio Sponsorship
Banco do Brasil
Realização Realization
Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria Curator
Tradução Translation
Marcello Dantas
Renato Rezende
Produção Production
Revisão Revision
Magnetoscópio Produções
Duda Costa
Produção executiva
Executive production
Legendagem Subtitles
Angela Magdalena
Produlz
Arquitetura Architecture
Cenografia e pintura
Carpenters and painters
Jeanine Menezes
Artos Engenharia
Gerente de produção
Production manager
Despachante aduaneiro
Custom release
Eugene Tsai
Waiver Logistic
Coordenador de produção
Production coordinator
Equipe técnica Technicians
Brad Hampton
Videodesign e edição
Video design and editing
Amy Khoshbin
Técnico e consultor técnico
Installation technical coordination
Ben Rubin
Iramá Gomes
Mauro Cesar da Silva
Marcelo de Oliveira Ramos
Apoio montagem e produção
Assembly support and production
Bruno Quental
Daniele Carvalho
Felipe Carvalho
Jorge Jargia
Design gráfico e produção
Graphic design and production
Assessoria jurídica Legal advice
19 Design | Heloisa Faria
Elisa Janowitzer
André Castro
Seguro Insurance
Olivieri & Associados
JMS
Assistente de desenvolvimento
Desenvolviment assistant
Transporte Brasil Brasil shipping
Karin Kauffmann
Transporte internacional
International shipping
Compilação de texto e edição
Text compilation and editing
Alex Kauffman
Contabilista accountant
Andrew Zimmerman
Design e fabricação de obras
Design and works fabrication
A Alternativa
Dietl
Apoio administrativo Brasil
Brazil administration support
Ademir Polanske
Adma Sara
Dário Francisco
Marty Chafkin, Bob Bielecki
Agradecimentos
Acknowledgements
Iluminação Lighting
Fundação Armando Alvares Penteado
Sean Kelly Gallery
Dalton Camargos
Assessoria de imprensa
Press officer
Marcele Rocha
Neste sonho estou num programa de
auditório. “Amei seu novo livro!”, diz o
apresentador. Não escrevi livro algum,
mas tento entrar na onda. Acho que tem
as palavras ‘baba de cão’ no título, não é?
O apresentador se surpreende por eu não
saber o título do meu próprio livro.
In this dream I’m on a talk show. “Love
your new book!” says the host. I haven’t
written a book but I try go along with this
anyway. I think it has the words “dog
drool” in the title, doesn’t it? The host is
surprised that I don’t seem to know the
title of my own book.
135
obras e x p ostas Exhibited Works
INSTITUTIONAL DREAM SERIES
1972-73 | Série de fotografias
preto e branco com texto
Series of B&W photographs with text
AT THE SHRINK’S 1975/97
Videoprojeção e argila | prova do artista
Video projection and clay | artist proof
DUETS ON ICE 1975
Série de fotografias | prova do artista
Photograph series | artist proof
HEARRING 1997
Placa de circuito de latão/cobre
e alto-falantes
Brass/copper circuit board and
loudspeaker
BOWL AND BLADE 2010
Arco de metal, lâmina
de serra, acrílico e eletrônicos
Metal bowl, saw blade,
plexiglas rod and electronics
LISTENING WALL 2010
Componentes eletrônicos,
áudio em “loop”
Electronic components,
audio loop
BLOOD FOUNTAIN 1997
Vídeo projetado e papel
Video projected and paper
TILT 2010
Nível de metal com
alto-falantes e eletrônicos
Aluminum level with speakers
and electronics
LIGHT IN AUGUST 2010
Livro impresso personalizado
Custom printed book
PUPPET MOTEL 1997
Projeção – CD-ROM
CD-ROM Projection
NEWSPAPER WEAVINGS
Julho July 3, 2010
Jornais entrelaçados
Newspaper woven
SONGS FOR LINES 1977
Esta performance consiste em
10 sons nos quais música e imagem
são igualmente importantes
This performance consists of 10
songs in which music and image
are equally important
TALKING STICK 1998
Instrumento de alumínio
cilíndrico com componentes
eletrônicos e controles
Cylindrical aluminum instrument
with electronics and controllers
NEON BOW 1980
Arco de violino, tubo fluorescente
Violin Bow, florescent tube
NIGHT LIFE 2005
Desenhos digitais e texto
Digital drawings and text
NEON VIOLIN 1982
Acrílico e neon
Plexiglass and neon
SELF PLAYING VIOLIN 2010
Violino com alto-falante e
eletrônicos | prova do artista
Violin with built in speaker and
electronics | artist proof
HANDPHONETABLE 2010
Madeira e eletrônicos | prova do
artista
Wood and eletronics | artist proof
TAPE BOW VIOLIN 2010
Violino com arco mecânico
Violin with mechanical bow
TALKING PILLOW 2010
Travesseiro e eletrônicos
Pillow and electronics
VIOPHONOGRAPH 2010
Violino com arco giratório,
estilete e alto-falantes
Violin with turntable and
bow with stylus and speaker
HANDBOOK 2010
Livro da artista com textos
escritos à mão em português
Artist bookwith handwritten
Portuguese text
DIGITAL VIOLIN 1984
Violino eletrônico
Electronic violin
DRUM DANCE 1986
Trechos do vídeo Home of the Brave
Excecpts from Home of the Brave
GOLD 1995
Vídeo e argila
Video and clay
NEWSPAPER WEAVINGS
Julho July 17, 2010
Jornais entrelaçados
Newspaper woven
SYDNEY SAILS 2010
Videoprojeção e papel
Video projection and paper
DREAM BOOK 2010
Livro de sonhos em código
eletrônico, ventiladores e madeira
Book of dreams incode,
electronics, fans and wood
SCENES FROM DELUSION 2010
Performance ao vivo
com filme e música
Alive performance with
film and music
THE NEW MACHINES 2010
Escultura de pássaro falante
com alto-falantes, eletrônicos e
suporte metálico
Electronic talking bird sculpture
with built in speakers, electronics
and metal stand
137
Créditos fotográficos Photographs credits
p. 4/5, 16/17, 18, 20/21, 22/23, 24/25, 30/31, 32/33, 34/35, 36/37,
38/39, 40, 41/42, 45, 46/47, 54/55, 56/57, 68/69, 70/71, 72, 73, 74,
75-2, 81-2, 88/89, 90/91, 98/99, 100/101, 112/113, 120/121, 126/127,
130/131, 133 Dimitri Lee | p. 50/51, 52 Marcello Dantas | p. 58, 64
Geraldine Pontius | p. 67, 78, 82 Bob Bielecki | p. 118 1 - Bob Bielecki
2 - Lynn Goldsmith | 3 - Bob Bielecki | p. 119 | Bib George | p. 122 Unknown
p. 66, 72, 76/77, 81, 82, 86/87, 110-1, 111 Amy Khoshbin | p. 62, 74, 75,
85, 114/115, 116, 120/121 foto de divulgação press photo | p. 92/93
Autorretratos Self portraits Laurie Anderson | p. 94 1 - Lynn Goldsmith
2 - John Lindley | 3 - John Lindley | p. 95 4, 5 - foto de divulgação press photo
| 6, 7 - fragmentos de vídeo video stills | p. 96 9 - Lynn Goldsmith | 10 - Laurie
Anderson | 11 - Jacqueline Burckhardt | p. 97 12 - Lynn Goldsmith | 13 - foto
de divulgação press photo | 14 - fragmentos de vídeo video still | p. 80, 87,
108/109, 114, 112-2, 111-3 Laurie Anderson | p. 117 fragmentos do filme
“Home of the Brave” film stills from “Home of the Brave” John Lindley dp
capa cover | lombada spine Lou Reed | 4a capa back cover Dimitri Lee
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

A561i
v.2
Anderson, Laurie, 1947 I in u = Eu em tu, volume 2 / curadoria Marcello Dantas ; tradução Renato
Rezende. - Santana do Parnaíba, SP : Mag Mais Rede Cultural, 2011. 3v. : il. ; 17cm
Catálogo da exposição realizada no Centro Cultural Banco do Brasil
de São Paulo de 12/10 à 26/12 de 2010 e no Centro Cultural Banco do Brasil
do Rio de Janeiro de 28/03 à 26/06 de 2011
Texto em português e inglês
Conteúdo: v.1. História = Stories - v.2. Exposição = Exhibition - v.3.
Instalação = Installation
ISBN 978-85-60169-07-8 (v.2) - 978-85-60169-05-4 (Obra completa)
1. Anderson, Laurie, 1947- - Exposições - Catálogos. 2. Arte moderna Séc. XX - Estados Unidos - Exposições - Catálogos. 3. Multimídia (Arte). I.
Dantas, Marcello, 1968- II. Título.
11-1220. CDD: 709.73
CDU: 7.036(73)
02.03.11 03.03.11 024876
ISBN 978-85-60169-07-8
livro 2
9 788560 169078
livro 3
ISBN 978-85-60169-08-5
9 788560 169085
ISBN 978-85-60169-05-4
luva
9 788560 169054
Realização
Ministério
da Cultura
Download

eu em tu I In u - Banco do Brasil