1 MAPA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO ENSINO RELIGIOSO NO PERÍODO DE 1995 a 2010 2 ENSINO RELIGIOSO 3 MAPA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO NO PERÍODO DE 1995 a 2010 SÉRGIO ROGÉRIO AZEVEDO JUNQUEIRA (COORD.) CURITIBA - 2013 4 Pontifícia Universidade Católica do Paraná Prof. Dr. Clemente Ivo Juliatto – Reitor Escola de Educação e Humanidades Profa. Dra. Maria Lurdes Gisi – Decana EEH Programa de Pós-Graduação e Teologia Prof. Dr. Agenor Brighenti – Coordenador do Programa Linha Teologia e Sociedade Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER) EQUIPE DE PESQUISA Sérgio Rogério Azevedo Junqueira (Coordenador) Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Sérgio Barbosa Rodrigues Bruno Serafim Ferracioli (Bolsa Capes) Maria Eunice Rodrigues Chaves (Bolsa PROSUPE) Elizabete Aparecida Pereira (PIBIC) Luciane de Fátima Gelinski Feola (PIBIC/CAPES) Rafael Matos dos Santos (PIBIC) Tacieli Adriane Maciel (PIBIC/PUCPR) Dados da Catalogação na Publicação Pontifícia Universidade Católica do Paraná Sistema Integrado de Bibliotecas – SIBI/PUCPR Biblioteca Central M297 2013 Mapa da produção científica do ensino religioso : no período de 1995 a 2010 / Sérgio Rogério Azevedo Junqueira (coord.). – 2013. 430 f. : il. ; 30 cm Bibliografia: f. 411-414 1. Ensino religioso - 1995-2010. 2. Pesquisa bibliográfica. 3. Religião Pesquisa. 4. Reforma do ensino. I. Junqueira, Sérgio Rogério Azevedo. II. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Teologia. CDD 20. ed. – 377.1 5 6 SUMÁRIO Parecer 10 Apresentação 13 1ª. Parte – Fundamentos 28 Capítulo 01 - Ensino Religioso: construção de uma identidade 29 Capítulo 02 - Uma área do conhecimento e sua divulgação 37 2ª. Parte – Produção Científica 41 Capítulo 03 - Produção Bibliográfica 42 1. Dissertações e teses: organização da pesquisa 43 2. Artigos em eventos: explicitação da pesquisa 49 3. Artigos em periódicos: uma produção amadurecida 60 4. Livros: uma produção consolidada 77 3ª. Parte – Produção do Ensino Religioso 86 Capítulo 04 - Identidade da produção científica entre 1995 a 2010 87 1. Dissertações e teses: espaço de pesquisa 88 2. Artigos em eventos: divulgação das pesquisas 96 3. Artigos publicados em Periódicos Científicos 115 4. Livros: uma reflexão consolidada 126 Capítulo 05 - Pesquisadores e temas de uma identidade 151 1. Perfil dos Pesquisadores 151 + Teses e Dissertações 160 + Artigos em Eventos Científicos 168 + Artigos em Periódicos Científicos 174 + Livros 180 2. Temas abordados nas diferentes publicações 184 + Identidade (História, Legislação, Epistemologia) 188 + Ensino-Aprendizagem (Metodologia, Subsídios, Aprendizagem) 247 + Formação de Professor 343 + Educação Confessional 385 Considerações Finais 408 Referenciais 411 Adendo Produção de 2011 Produção de 2012 7 TABELAS Tabela 01a - Dissertações Tabela 02b - Dissertações Tabela 02 - Instituições Tabela 03 - Programas Tabela 04 - Orientador/Orientando Tabela 05 - Evento Tabela 06 - Quadro resumo dos ENER´s Tabela 07 - Estrutura de artigo Tabela 08 - Revista de Catequese Tabela 09 - Revista AEC Tabela 10 - Livros Tabela 11 - Editora Tabela 12 - Autores Tabela 13 - Dissertações Tabela 14 - Instituições Tabela 15 - Instituições Tabela 16 - Programas Tabela 17 - Programas Tabela 18 - Exterior Tabela 19 - Eventos Tabela 20 - CONERE Tabela 21 - Simpósios Tabela 22 - Seminários Tabela 23 - Colóquios Tabela 24 - Anais Educação Tabela 25 - Eventos Ciências da Religião Tabela 26 - Eventos Ensino Religioso Tabela 27 - Cronologia Tabela 28 - Publicação de Educação Tabela 29 - Publicações Teologia/ Ciência da Religião Tabela 30 - Publicações Áreas Diferenciadas Tabela 31 - Cronologia Tabela 32 - Editoras Tabela 33 - Pesquisadores Tabela 34 - Teses e Dissertações Tabela 35 - Orientando - Orientador Tabela 36 - Teses - Orientador Tabela 37 - Orientador - Orientando Tabela 38 - Formação - Graduação Tabela 39 - Especialização Tabela 40 - Formação - Mestre Tabela 41 - Formação - Doutor Tabela 42 - Formação Tabela 43 - Formação Tabela 44 - Autores Tabela 45 - Educação Tabela 46 - Teologia/ Ciência da Religião Tabela 47 - Ensino Religioso Tabela 48 A - Autores Tabela 48 B - Autores Tabela 49 - Formação Tabela 50 - Formação Tabela 51 - Formação Tabela 52 - Formação Tabela 53 - Formação Tabela 54 - Autores Tabela 55 - Produção Tabela 56 - Produção sobre Identidade Tabela 57 - Produção sobre Ensino-Aprendizagem Tabela 58 - Produção sobre a Formação de professor Tabela 59 - Produção sobre Educação Confessional 8 MAPAS Mapa 01 - Dissertações entre 1975 a 1994 Mapa 02 - Eventos de Ensino Religioso de 1974 a 1998 Mapa 03 - Artigos em Revistas de Catequese (SP) / Educação da AEC (SP) até 1994 Mapa 04 - Dissertações entre 1995 a 2010 Mapa 05 - Teses entre 1995 a 2010 Mapa 06 - Eventos entre 1995 a 2010 9 SIGLAS E ABREVIATURAS AEC AECPR ALER ANPTECRE ASPER CAPES CE CEB CNBB CNE CNPQ CONAE CONIC CV D DF Dra ENER ER FONAPER FTD GPER GRERE GT IES ISBN ISSN LDB M MEC MG PCNER PIBIC PR Prof. Profa. PUCPR PUCSP RJ RS SC SP TCC Associação de Educação Católica Associação de Educação Católica do Paraná Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión Associação dos Programas de Pós-Graduação em Teologia e Ciências da Religião Associação de Professores de Ensino Religioso Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Ceará Câmara de Educação Básica Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Conselho Nacional de Educação Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Conferência Nacional de Educação Conselho Nacional de Igrejas Cristãs Currículo Lattes Doutor Distrito Federal Doutora Encontro Nacional de Ensino Religioso Ensino Religioso Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso Frère Théophane Durand Grupo de Pesquisa Educação e Religião Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso Grupo de Trabalho Instituições de Ensino Superior International Standard Book Number International Standard Serial Number Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Mestre Ministério da Educação Minas Gerais Parâmetro Curricular Nacional de Ensino Religioso Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Paraná Professor Professora Pontifícia Universidade Católica do Paraná Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Santa Catarina São Paulo Trabalho de Conclusão de Curso 10 PARECER 11 PARECER TÉCNICO Parecerista: Prof. Livre-docente Dr. Afonso Maria Ligorio Soares Matéria: Mapa da produção científica do Ensino Religioso no período 1995-2010 Responsável pelo Projeto: Prof. Livre-docente Dr. Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 1. Pertinência O levantamento e análise empreendidos pelo grupo de pesquisadores liderados pelo prof. Sérgio Junqueira resultaram em um mapeamento substantivo da produção realizada no período compreendido entre 1995 e 2010, dando conta do que poderia ser denominado como fase de constituição do Ensino Religioso após as definições ensejadas pela atual redação do art. 33 da LDB. A classificação do material recolhido, a abrangência dos exemplares e sua representatividade e distribuição pelo território nacional, bem como a precisão das questões que nortearam a análise da produção (p. 10) comprovam a coerência entre o enfoque da pesquisa, a área de conhecimento que lhe está na origem e a leitura crítica que destina à produção científica estudada. 2. Relevância Há que reconhecer o ineditismo da pesquisa empreendida, em um esforço concentrado que remonta a 2008, e certamente implicou no desafio de conciliar o tempo dos pesquisadores com a ausência de verbas específicas, o que, certamente, deve ter impedido que o projeto viesse a termo em menor prazo. O fato de ser preciso trabalhar com textos de estruturas diferenciadas (artigos, comunicações científicas, dissertações, teses e livros) deve ter exigido ajustes de não fácil execução. No entanto, o resultado aqui espelhado é uma contribuição sem paralelo na história recente das Ciências da Religião e, provavelmente, nas Ciências da Educação. Temos aqui um estado da arte bastante exaustivo sobre amplitude, tendências teóricas e vertentes metodológicas que emergem do que até aqui se escreveu sobre o Ensino Religioso. Esse mapa está destinado a orientar e a influenciar positivamente a produção ulterior sobre esse Ensino, na medida em que detecta onde estão os desequilíbrios e as lacunas, os trajetos a serem reforçados e as veredas a serem deixadas de lado. 3. Impacto presumível É de se esperar que o Mapa ora apresentado repercuta fortemente em, pelo menos, duas pontas: de um lado, os Programas de pós-graduação das áreas de Ciências da Religião e de Educação; de outro lado, nas instâncias governamentais responsáveis pela regulamentação e planejamento do Ensino Religioso nas várias Unidades Federativas. Pelo que diz respeito aos Programas de Ciências da Religião, o presente Mapa está cobrando uma abertura maior em suas linhas de pesquisa para o tema do Ensino Religioso, 12 principalmente no que concerne o estudo da relação de constituição entre a pesquisa acadêmica sobre as religiões e sua transposição didática na forma de ensino religioso. 4. Limites e Prospectivas É bastante compreensível que uma pesquisa tão inédita, com a ambição de cobrir um período tão largo de tempo em um espaço tão vasto como é o Brasil não consiga, afinal, dar conta da realidade total das produções referentes ao tema delimitado. Esta constatação não é a delação de um defeito, mas a constatação de limitações muito realistas. Certamente teria sido melhor cobrir um período menor de tempo e concentrar a busca de material de forma mais intensa nesse período. Mas o fato é que não havia mapas anteriores de igual calibre, cobrindo outros períodos. Desse modo, é louvável a iniciativa que foi levada a termo, nas condições realistas que se apresentaram. Também se pode apontar para a necessidade de que pesquisas ulteriores que venham a alimentar e complementar este Mapa inicial recebam um adequado financiamento das agências responsáveis a fim de que se possa enriquecer o levantamento quantitativo e refinar ainda mais as análises qualitativas, inclusive – talvez – estabelecendo parcerias e convênios interinstitucionais e internacionais. 5. Mérito da Pesquisa Por todas as razões alegadas acima – a saber, a pertinência do levantamento e análise empreendidos; a relevância e originalidade da pesquisa; o impacto que se espera no mundo acadêmico, no sentido de suscitar mais e melhores produções sobre o tema – e não obstante as inevitáveis lacunas que costumam acompanhar um trabalho de tal magnitude, este Mapa da produção científica do Ensino Religioso (período 1995-2010) reúne todas as condições e méritos para ser aprovado e publicado de forma a garantir sua ampla divulgação junto a Programas de Pós-graduação da área e/ou a ela afins, bem como a todos os estudiosos que, de alguma forma estejam envolvidos com o tema. Dr. Afonso M. L. Soares PUC-SP, 19/12/2012 13 APRESENTAÇÃO 14 APRESENTAÇÃO Os estudos compreendidos como tipo de “estado do conhecimento” que procuram realizar uma análise da produção de um tema organizado em um período estabelecido de tempo contribuem para revelar temáticas e metodologias que são priorizadas pelos pesquisadores, oferecendo elementos importantes para aprimorar a pesquisa em um determinado campo do saber. Estes mapas são fundamentais para acompanhar a constituição de uma área do conhecimento, pois revelam os temas que permanecem ao longo do tempo, assim como as tendências ou os temas silenciados. Para a realização deste mapeamento, o corpus sobre o qual foi elaborada análise deste trabalho são os artigos pesquisados em periódicos, em eventos, teses e dissertações, livros e relatórios de pesquisas. Neste estudo foi realizado um mapeamento da produção no campo do ensino religioso produzidos em dissertações, teses, artigos de eventos e periódicos, assim como em livros sobre este componente curricular. Procurou-se verificar as mudanças nos temas priorizados, emergentes e silenciados, assim como nas tendências teóricas e metodológicas das pesquisas. As questões que nortearam a análise dessa produção foram: Quais temas e subtemas mais frequentes nesses estudos? Quais autores e referenciais teóricos que fundamentaram as pesquisas? Quais as metodologias e técnicas de coleta de dados utilizadas nestes estudos? Que tendências estão mais evidentes? Quais as temáticas que emergem e quais as esquecidas? Para a constituição do corpus de análise foram selecionados os resumos das fontes já mencionadas organizadas a partir da Plataforma do Curriculum Vitte, Banco de Dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Periódicos CAPES, Indexadores como SCIELO, Latindex, Biblioteca Wolfgang Gruen (GPER), Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e Universidade Federal do Paraná. O indicador de busca dos resumos foi às palavras-chaves utilizadas pelos autores das pesquisas, tais como: ensino religioso - ensino religioso escolar – educação religiosa (quando compreendida como componente curricular). O mapeamento foi realizado com apoio de estudantes da graduação com bolsa do programa de iniciação à pesquisa do PIBIC e por cinco pesquisadores, 15 estes últimos realizaram análise do conteúdo a partir dos resumos com base em fichas que continham informações sobre: título, autor, instituição, objetivo, metodologia e resultados. Por tratar-se de textos com estruturas diferenciadas como artigos de periódicos e de eventos, dissertações, teses e livros a pesquisa exigiu ajustes para poder mapear estes produtos, sendo que as categorias de análise foram distribuídas em quatro: história e legislação; aspectos metodológicos e epistemológicos; formação de professores; escola confessional. A primeira categoria sobre a história e legislação compreende os textos que exploram a origem e desenvolvimento desta área de conhecimento que compõe a base nacional comum do currículo e a discussão sobre a legislação. A segunda categoria organiza os trabalhos sobre elementos da metodologia, o processo ensino e aprendizagem, subsídios, seleção de conteúdos, epistemologia e didática da disciplina. Os materiais referentes à formação de professores foram articulados na terceira categoria, com o estudo que se inicia com a experiência da formação expandindo-se com o estudo sobre o currículo. Finalmente, os trabalhos sobre este componente curricular aplicado em instituições explicitamente confessional que apresentam características particulares. Este longo estudo iniciado em 2008 visa contribuir para uma ampla discussão sobre a identidade pedagógica do Ensino Religioso por meio de análise da produção científica nesta área, a fim de favorecer na formação do (a) professor (a). Ao aprofundar teoricamente essa temática, se faz necessário estabelecer uma análise de contexto destacando a função do Ensino Religioso enquanto área de conhecimento estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (1998 e 2010). A contemporaneidade traz uma série de questionamentos, mudanças e desafios diante do momento histórico que estamos vivenciando: a transformação de valores, o capitalismo avançado, o consumo desenfreado, uma sociedade de velocidade, de tecnologia, informatizada e virtual. Neste contexto, a discussão sobre o Ensino Religioso, enquanto área de conhecimento e componente curricular explicitado pela legislação como um elemento da formação integral do educando está pautada no desenvolvimento de uma vivência e uma filosofia de vida fundamentada na ética, na justiça, nos direitos 16 humanos e na defesa da dignidade do ser humano; em outras palavras, na formação para a o exercício da cidadania. Para tal, o Ensino Religioso deve ser trabalhado de forma interdisciplinar, visando à educação integral do aluno, à formação de valores fundamentais, através da busca do transcendente e da descoberta do sentido mais profundo da existência humana, levando em conta a visão religiosa do educando (JUNQUEIRA, 2002, p.104). Considerando que o Ensino Religioso recebeu pela primeira na história da educação no país o status de área do conhecimento, sendo a quinta área na escala das demais áreas. Essa compreensão está em construção e por isso, a importância de estabelecer suas bases epistemológicas, perfil e tendências para sua consolidação. Esse entendimento parte do princípio de que um dos meios para se atingir esta finalidade é identificar e analisar a produção de conhecimento. Nesse sentido optou-se para este estudo, o recorte histórico entre o período de 1995 a 2010, porque foi nesse período em que foi estabelecido um movimento nacional de professores para a instalação do FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso) o qual contribuiu com as discussões sobre o Ensino Religioso na LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) 9394/96, sancionada em 20 de dezembro de 1996, e a revisão do artigo 33 sobre este componente curricular através da Lei nº 9475/97. Compreende-se que para alcançar os objetivos propostos para a efetivação desse componente curricular o caminho seria através do estudo sobre o estado da arte ou estado do conhecimento que é veiculado nesse ensino. Por isso esse estudo tem a abordagem qualitativa e uma metodologia exploratória e histórica analítica, para identificar e analisar a produção do conhecimento no Ensino Religioso. Esse trabalho apoia-se na análise dos registros da produção científica produzidos no Brasil ao longo do século XX e na primeira década do século XXI, tendo em vista estabelecer a identidade desta disciplina inserida no currículo escolar das escolas públicas. Compreende-se que a pesquisa de abordagem qualitativa ganha novo significado, passando a ser concebida como uma trajetória circular em torno do que se deseja compreender, não se preocupando única e/ou aprioristicamente com princípios, leis e generalizações, mas voltando o olhar à qualidade, aos elementos 17 que sejam significativos para o observador-investigador. Essa abordagem qualitativa reúne dados por meio de entrevistas e observações, técnicas. Alguns dados podem ser quantificados, como no caso do censo ou de informações históricas sobre pessoa ou objetos estudados, mas em geral a análise é interpretativa. Porém, os (as) pesquisadores (as) codificam os dados de uma forma que permita que sejam eticamente analisados. A capacidade de ir além do senso comum pela reflexão, no pensamento crítico, revisitando os fenômenos e aplicando o olhar investigativo foi o percurso para iniciarmos a pesquisa. De forma sistemática e crítica procura-se conhecer um objeto analisando profundamente em suas diferentes características por um conjunto de princípios que o organizam. Para este conhecimento foi necessário um percurso de procedimentos (descrições, explanações, interpretações, orientações, coleta de dados, métodos e análises) fundamentados por uma razão ou uma teoria que sustentarão todo este processo. A característica essencial da pesquisa é que ela deve objetivar o avanço do conhecimento. O conhecimento científico tem uma grande relevância para o meio acadêmico e, consequentemente, para o desenvolvimento cultural de um país; pois os(as) pesquisadores(as) movidos(as) de criatividade, investigação, criticidade e cientificidade desenvolvem suas pesquisas e produções intelectuais comprometidos(as) com os avanços tecnológicos e científicos que a sociedade contemporânea nos apresenta. Porém, para que este conhecimento seja valorizado e sirva de referência para posteriores estudos e avanços, se faz necessária a sua divulgação. O acesso ao conhecimento gerado, portanto, é extremamente importante para a evolução das comunidades científicas, visto que nos apropriamos de novos pontos de vista, conceitos, métodos, técnicas, instrumentos, ferramentas, enfim, tendências e perspectivas que norteiam a construção do saber de uma área de conhecimento. Para se chegar à aquisição do conhecimento científico é necessário o uso de métodos que possibilitem ao(a) pesquisador(a) sair de uma posição de expectador (a) passivo (a) e passe, através das suas hipóteses, a ser o(a) problematizador (a) utilizando os resultados obtidos para as ações e decisões, retroalimentando assim os resultados. É desta forma que o conhecimento científico é construído, a partir de 18 novas teorias e de novas leis, ao se explicar novos fatos e fenômenos fundamentado na verificação e correspondência com a realidade do fenômeno. As pesquisas procuram desenvolver declarações de verdades relevantes que possam ser utilizadas para explicitar situações que descrevam relações de interesse coletivo. No campo das Ciências Sociais destaca-se a pesquisa qualitativa, a qual é fundamentalmente interpretativa, inclui-se nesta perspectiva, o desenvolvimento da descrição de um cenário que colabora na identificação de categorias sustentadas em teorias. Dentre estas pesquisas, encontra-se o “estado da arte” ou “estado do conhecimento. Embora recentes no Brasil, os estudos de estado da arte pois são sem dúvida, de grande importância, pois pesquisas desse tipo é que podem conduzir à plena compreensão do estado atingido pelo conhecimento a respeito de determinado tema – sua amplitude, tendências teóricas, vertentes metodológicas. A relevância de pesquisas do tipo estado da arte está em acompanhar e pontuar o movimento do conhecimento em um determinado período, permitindo consequentemente compreendê-lo em perspectivas relacionáveis no que concerne a contextos históricos, políticos e sociais. Sendo que o termo estado da arte resulta de uma tradução literal do Inglês, e tem por objetivo realizar levantamentos do que se conhece sobre um determinado assunto a partir de pesquisas realizadas em uma determinada área. Esses estudos são necessários no processo de evolução da ciência, a fim de que se ordene periodicamente o conjunto de informações e resultados obtidos, favorecendo a organização que mostre a integração e configuração emergentes, as diferentes perspectivas investigativas, os estudos recorrentes, as lacunas e as contradições (Idem, p.4). Salienta a autora, que num estado da arte é necessário considerar categorias que identifiquem, em cada texto, e no conjunto deles as facetas sobre as quais o fenômeno vem sendo analisado. Os objetivos desses trabalhos não se restringem a identificar a produção, mas analisá-la, categorizá-la e revelar os múltiplos enfoques e perspectivas. As pesquisas do tipo estado da arte têm nas revisões bibliográficas suas principais aproximações, pois “analisam a produção bibliográfica em determinada área [...] fornecendo o estado-da-arte sobre um tópico específico, 19 evidenciando novas ideias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada” (NORONHA e FERREIRA, 2000, p. 191). Os diversos autores André (2002), Mazzotti (2002), Angelucci (2004), Ventorin (2006), Ferreira (2002) Romanowski (2002) que escrevem sobre o estado da arte nos afirmam que nos últimos quinze anos tem se produzido um conjunto significativo de pesquisas conhecidas pela denominação “estado da arte” ou “estado do conhecimento”. Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de mapear e discutir certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos e de seminários. Também são reconhecidas por realizarem uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e científica sobre o tema que busca investigar, à luz de categorias e facetas que se caracterizam enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno passa a ser analisado. Apesar dessa técnica ser pouco conhecida entre os pesquisadores do Brasil, ela é bem recebida e utilizada, sobretudo, na área da educação. A literatura especializada tem evidenciado de maneira imperativa a necessidade de acompanhar o desenvolvimento, as transformações e inovações que buscam tornar os campos da educação e seus profissionais cada vez mais competentes para atender, com propriedade, aos anseios daqueles que vêm conquistando o direito à educação. Neste aspecto os estados da arte podem: Significa uma contribuição importante na constituição do campo teórico de uma área de conhecimento, pois procuram identificar os aportes significativos da construção da teoria e prática pedagógica, apontar as restrições sobre o campo em que se move a pesquisa, as suas lacunas de disseminação, identificar experiências inovadoras investigadas que apontem alternativas de solução para os problemas da prática e reconhecer as contribuições da pesquisa na constituição de propostas na área focalizada (ROMANOWSKI, 2006, p. 39). Esta análise do processo de evolução da ciência, a fim de que se ordene periodicamente o conjunto de informações e resultados já obtidos, favorecendo a 20 organização que mostre a integração e a configuração emergentes, as diferentes perspectivas investigadas, os estudos recorrentes, as lacunas e as contradições; não se restringe apenas a identificar a produção, mas analisá-la, categorizá-la e revelar os múltiplos enfoques e perspectivas (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Estados do conhecimento Disponível em: http://www.inep.gov.br/comped/estudos/default.htm Acesso em 09 de junho de 2010.) Para desencadear um processo de análise qualitativa dos estudos produzidos nas diferentes áreas do conhecimento, um levantamento e uma revisão do conhecimento produzido sobre o tema é um passo indispensável; pois este tipo de estudo caracteriza-se por ser descritivo e analítico. Ao realizar uma pesquisa do tipo estado da arte, são necessários os seguintes procedimentos: Definição dos descritores para direcionar as buscas a serem realizadas; localização dos bancos de pesquisas, teses e dissertações, catálogos e acervos de bibliotecas, biblioteca eletrônica que possam proporcionar acesso a coleções de periódicos, assim como aos textos completos dos artigos; estabelecimento de critérios para a seleção do material que compõe o corpus do estado da arte; levantamento de teses e dissertações catalogadas; coleta do material de pesquisa, selecionado junto às bibliotecas de sistema COMUT ou disponibilizados eletronicamente; leitura das publicações com elaboração de síntese preliminar, considerando o tema, os objetivos, as problemáticas, metodologias, conclusões, e a relação entre o pesquisador e a área; organização do relatório do estudo compondo a sistematização das sínteses, identificando as tendências dos temas abordados e as relações indicadas nas teses e dissertações; análise e elaboração das conclusões preliminares (ROMANOWSKI, 2002. p.p. 15 e 16). Os dados coletados em estudos do tipo estado da arte ou estado do conhecimento indicam a atenção que os pesquisadores dão à temática. Além de apontar para que aspectos da área da educação voltam-se a preocupação dos pesquisadores, apontam os temas, subtemas e conteúdos priorizados em pesquisas e mostram a necessidade de algumas pesquisas, ou seja, mostram que alguns temas são quase que totalmente silenciados. Os estudos de tipo de estado da arte evocam aspectos pontuais como um 21 curso ou uma área de formação com sua proposta específica e os temas que têm preocupado os pesquisadores. Outro aspecto que esses estudos mostram são os tipos de pesquisa utilizados nas investigações. Tais pesquisas estão apoiadas na análise de depoimento, nos estudos de um caso, nos estudos de caso do tipo etnográfico, descritivos exploratórios, de pesquisa-ação, pesquisa ação-colaborativa, nos estudos que fazem a análise da prática pedagógica, a história de vida, a autobiografia, análise das práticas discursivas, pesquisa teórica, pesquisa bibliográfica. Um estado da arte é de fato um mapa que nos permite continuar caminhando; um estado da arte é também uma possibilidade de perceber discursos que em um primeiro exame se apresentam como descontínuos ou contraditórios. Em um estado da arte, está presente a possibilidade de contribuir com a teoria e prática de uma área do conhecimento (MESSINA, 1998, p.1). Através do levantamento do que se conhece sobre determinada área é possível estabelecer relação com produções anteriores, identificando temáticas recorrentes e apontando novas perspectivas, consolidando uma área de conhecimento e constituindo-se orientações de práticas pedagógicas para definição dos parâmetros de formação de profissionais para atuarem na área (BRANDÃO, 1986, p.7). Ao se estabelecer algumas ideias e definições sobre pesquisas do tipo estado da arte ou estado do conhecimento e, as suas relações com o Ensino Religioso, procura-se colaborar para que sejam criadas novas perspectivas no campo da produção científica para que, por meio destas, seja possível apontar novos caminhos e responder a antigas perguntas sobre a identidade do Ensino Religioso, bem como, identificar quais são suas características e tendências. Nesta perspectiva, esta pesquisa almeja compreender a formação do conceito sobre o Ensino Religioso a partir de autores que articularam suas reflexões e experiências nesta temática, de forma a construir um corpo de fundamentação. A difusão das etapas deste processo de mapeamento da construção da identidade do Ensino Religioso é de fundamental importância para que a comunidade acadêmica posicione-se diante dos registros desta pesquisa. O caminho percorrido para a análise de dados seguiu os seguintes passos: 1- 22 Levantamento do referencial bibliográfico para análise documental; 2- Levantamento do referencial teórico para estado da arte ou estado do conhecimento, análise qualitativa, pesquisa histórica exploratória; 3- Validação dos indicadores; 4Aplicação dos indicadores na análise, categorização e interpretação das contribuições teóricas. Considerando o objetivo proposto, o procedimento metodológico escolhido foi à pesquisa exploratória, por meio de levantamento bibliográfico. Dessa forma, levou-se a efeito o trabalho de identificação das obras, análise e interpretação das informações contidas na contra capa, apresentação, introdução e conclusão. Compreende-se pesquisa exploratória como o primeiro passo da pesquisa científica e tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias e ou a descoberta de intuições. Esse tipo de pesquisa tem por finalidade proporcionar maiores informações sobre o assunto, facilitar a delimitação da temática de estudo, definir os objetivos ou formular hipóteses de uma pesquisa ou descobrir um novo enfoque que se pretende realizar. Nesse tipo de pesquisa o que conta são as novas informações levantadas e não, o diálogo com o conhecimento acumulado. A literatura especializada enfatiza que: Explorar é tipicamente a primeira aproximação de um tema e visa criar maior familiaridade em relação a um fato ou fenômeno. Quase sempre se busca essa familiaridade pela prospecção de materiais que possam informar o pesquisador a real importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis a respeito do assunto, e até mesmo, revelar ao pesquisador novas fontes de informação. Por isso a pesquisa exploratória é quase sempre feita como um levantamento bibliográfico, entrevistas com profissionais que estudam/atuam na área, visitas a web sites, etc (SANTOS, 1999, p. 26). A pesquisa exploratória proporciona a formação de ideias para o entendimento do conjunto do problema, enquanto que a pesquisa descritiva procura quantificar os dados colhidos e analisá-los estatisticamente. Os estudos exploratórios são frequentemente utilizadas para gerar hipóteses e identificar variáveis que devem ser incluídas na pesquisa. A pesquisa com dados qualitativos é a principal metodologia utilizada nos estudos exploratórios e consiste em um método de coleta de dados não 23 estruturados, baseado em pequenas amostras e cuja finalidade é promover uma compreensão inicial do conjunto do problema de pesquisa. A pesquisa exploratória envolve o levantamento bibliográfico e documental, observação informal, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema e, análise de exemplos que estimulem a compreensão do assunto estudado. Por mais que seu planejamento seja bastante flexível, quase sempre assume a forma de pesquisa bibliográfica ou estudo de caso. Assim, com relação ao objetivo proposto para esta pesquisa, à metodologia empregada possibilitou o estudo a partir da análise de conteúdo, utilizou-se, para isso, uma vertente histórica, uma tipologia e análise tendo como referencial teórico Laurence Bardin (1977). Quanto à vertente histórica, optou-se por este recorte histórico porque tivemos neste período fatos importantes como a aprovação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) 9394/96 e também a Lei 9475/97, que traz uma nova redação para o artigo 33; em 1998 com a publicação de diretrizes para a formação dos professores, as quais orientam para uma nova caracterização ao Ensino Religioso. E também foi neste ano que se comemorou os quinze anos da instalação do FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso). Quanto à tipologia, foram considerados os livros elaborados na perspectiva de sistematização sobre o Ensino Religioso. Aqui vale ressaltar que não é um estudo sobre os textos didáticos utilizados por estudantes alunos ou livros que acompanham orientam professores de como empregar os livros didáticos. Para tal, considerou-se as orientações elaboradas, segundo a Comissão de Avaliação de Livros, a qual define o livro como um produto impresso ou eletrônico e que possua registro ISBN ou ISSN (para obras seriadas) e que contenha , no mínimo cinquenta páginas publicadas por uma editora pública ou privada, associação científica, instituição de pesquisa ou órgão oficial. Os livros são uma produção intelectual que resultam de investigação nas diferentes modalidades, tais como: obras integrais, coletâneas, dicionários ou enciclopédias, anais (texto completo) desde que o conteúdo traduza a natureza científica da produção e assuma três quesitos: relevância temática; inovação; potencialidade do impacto. Essa pesquisa nos permitiu optar por uma abordagem qualitativa, pois 24 possibilita articular vários elementos do material coletado. A análise de conteúdo foi empregada na perspectiva de Bardin (1977) sendo compreendida como: Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (BARDIN, 1977, p. 42). Do ponto de vista analítico instrumental, este conceito foi fundamental para a compreensão dos dados fornecidos através dos resumos, apresentações e considerações finais das obras. Bardin enfatiza que a análise de conteúdo busca compreender mais além dos significados imediatos; conduz a uma tarefa paciente de "desocultação" do não-dito, do latente, do que permaneceu encoberto. Como explicita Bardin (1977, p.44), a análise de conteúdo busca conhecer aquilo que está por trás das palavras... é a busca de outras realidades através das mensagens. As diferentes etapas da análise de conteúdo organizaram-se em torno de três polos cronológicos: 1) a pré-análise; 2) a exploração do material; 3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Para que a área de conhecimento sobre o Ensino Religioso possa constituirse como espaço de fato do conhecimento é necessário aprimorar o campo da pesquisa, especificamente explicitar objetos definidos, perguntas claras e coesas, metodologias que permitam realizar o percurso científico para esta área. Ao propor uma objetivação na produção realizada sobre o Ensino Religioso, é para buscar o latente, o não explicitado por estes pesquisadores, em vista da formação inicial e continuada dos(as) professores(as) desta área, procurar o que fundamenta cada um dos trabalhos, a lógica do procedimento adotado por estes autores. Todo esse processo demanda um processo de elaboração de variáveis que permitam a construção de uma linha de trabalho, em vista da percepção da estrutura dos textos e de suas fontes. Nesta perspectiva é que foi realizada a análise e mapeamento de produção bibliográfica no Brasil ao longo do século XX e na primeira década do século XXI, visando estabelecer a identidade desta disciplina inserida no currículo escolar 25 brasileiro. Para alcançar os objetivos propostos, optou-se por realizar o estudo por meio do estado da arte ou estado do conhecimento, e fora, utilizado, a pesquisa exploratória e histórica com abordagem qualitativa. O processo de coleta e análise de dados na presente pesquisa, conforme o referencial teórico de (Bardin, 1977), seguiu as seguintes etapas: 1− Pré- análise: Na pré-análise se organizou o material que constituiu o “corpus” da pesquisa. Antes de definir qual seria o corpus do trabalho, realizou-se a leitura flutuante. Este processo ocorre quando se tem o primeiro contato com o material que será analisado. A realização da leitura levou à escolha do referencial teórico e do tema que seria abordado, passando pela formulação dos objetivos, das questões norteadoras de pesquisa e do problema, a referenciação dos índices e a elaboração de indicadores. As decisões tomadas a respeito do corpus condicionaram a ênfase que foi dada na pesquisa (análise qualitativa). O próximo passo foi a constituição do corpus, isto é, definição do conjunto de documentos a serem submetidos à análise. Durante a leitura flutuante percebeu-se que seria necessário inicialmente compor o processo histórico da área de Ensino Religioso para posteriormente realizar uma análise e compreensão desta produção. A partir destes elementos organizou-se à formulação dos objetivos e a elaboração de indicadores que fundamentam a interpretação dos dados analisados, esta pesquisa leva em consideração as seguintes questões: “A produção bibliográfica difundida oferece solidez para a área de conhecimento?”, “A produção bibliográfica sobre o Ensino Religioso seguem o rigor necessário para a pesquisa na área?”, “A produção bibliográfica colabora para estabelecer a identidade do Ensino Religioso, que progressivamente assume um perfil de área de conhecimento?” Partindo destas questões, propôs-se como objetivo geral (já referenciado anteriormente) analisar e mapear a produção de conhecimento do Ensino Religioso no período de 1995 a 2010, para estabelecer o seu perfil. 2− Codificação e categorização: Na etapa de codificação e categorização da pesquisa são realizadas as decisões tomadas na pré-análise, é o momento da codificação em que os dados 26 brutos são organizados sistematicamente, segundo regras de classificação, agregação e enumeração com o objetivo de esclarecer para o analista quais são as características do material selecionado. A principal função desta etapa é fazer a ligação entre o material que foi escolhido para a análise e a teoria que será utilizada pelo (a) pesquisador (a). A codificação compreende a escolha de unidades de registro, a seleção de regras de contagem e a escolha de categorias. [...] Tratar o material é codificá-lo. A codificação corresponde a uma transformação - efetuada segundo regras precisas – dos dados brutos do texto, transformação esta que, por recorte, agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo, ou da sua expressão suscetível de esclarecer o analista acerca das características do texto, que podem servir de índices, ou, como diz O. R. Holsti: A codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exata das características pertinentes do conteúdo [..] (BARDIN, 1977, p. 103). A categorização consiste em classificar e reagrupar as unidades de registro em um reduzido número de categorias, tendo como objetivo tornar compreensível a totalidade dos dados e a sua diversidade. [...] A unidade de registro é a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização e a contagem frequencial. A unidade de registro pode ser de natureza e de dimensões muito variáveis [...] (Idem, p. 104). 3− Inferência: A inferência, esta que nos faz transitar pela parte mais fértil da análise de conteúdo, está concentrada nos aspectos implícitos da mensagem que está sendo analisada. O(A) pesquisador(a) lê o material buscando descobrir o que está nas entrelinhas, tudo aquilo que mesmo não estando explícito acaba sendo transmitido pela mensagem. Nessa fase, a interpretação é essencial, deve estar relacionada ao corpus existente, de modo que seja validada pela comunidade científica da área. 27 Concluindo, sistematizam-se os resultados com os objetivos iniciais, buscando a construção de conhecimento científico sobre o objeto pesquisado. Durante essa etapa da pesquisa, estabeleceram-se as relações entre os dados obtidos e a fundamentação teórica, na busca de minuciar e refletir sobre os dados encontrados, e assim, nesse aprofundamento desvelar além das tendências, quais caracteres estão presentes no Ensino Religioso nacional na atualidade; pois é o que dará sentido à nossa interpretação. Pois, de fato, o tema desta pesquisa está disperso em diversas áreas, percebe-se que os pesquisadores são oriundos da educação, da teologia, alguns da ciência da religião, do direito, da psicologia e discutem a questão do Ensino Religioso em decorrência de suas pesquisas como o currículo, a formação de professor, a laicidade, o livro didático, história da educação. Mas, progressivamente percebe-se que se inicia um movimento de pesquisadores por meio da análise dos Currículos Lattes em que a sua produção é dedicada ao Ensino Religioso, com pesquisa, participação em programas de pós-graduação, eventos com Grupos de Trabalho e mais recentemente a discussão dentro da subárea da Teologia/Ciência da Religião de uma área do conhecimento em que o Ensino Religioso é compreendido como aplicabilidade da Ciência da Religião o que poderá demandar para a próxima década a compreensão de uma área. O trabalho foi organizado em três partes, inicialmente denominado de “Fundamentos” em explicita-se a construção da identidade deste componente curricular e sua relação com o conhecimento; a segunda parte apresenta a estrutura do que é a produção científica no campo dos trabalhos acadêmicos (Dissertações e Teses), trabalhos em eventos, artigos em periódicos e livros, a proposta é de articular o que foi produzido até 1994 para que o pesquisador compreenda esta articulação. Finalmente a terceira parte “Produção do Ensino Religioso” apresenta a identidade da produção no campo deste componente curricular entre 1995 a 2010 visando demonstrar a compreensão dos pesquisadores, das temáticas e dos espaços em que foram produzidos. Com certeza esta identificação contribuirá para que outros trabalhos possam prosseguir na compreensão do Ensino Religioso no espaço da academia. 28 PRIMEIRA PARTE Fundamentos 29 CAPÍTULO 01 ENSINO RELIGIOSO: CONSTRUÇÃO DE SUAS TENDÊNCIAS A construção das diferentes tendências para Ensino Religioso como componente curricular é um processo que ocorreu especialmente ao longo da república brasileira, entretanto é fundamental compreender como a questão religiosa esteve presente no ambiente educacional em toda história brasileira a partir da presença europeia na constituição do povo brasileiro, pois, inicialmente o projeto de invasão territorial e dominação da população local confundiam-se com uma proposta político-econômica. Assim, cabia à educação religiosa cumprir a função de homogeneizar a cultura brasileira. Contudo, o regime republicano em seu sistema educacional construiu um componente curricular que valoriza a pluralidade cultural religiosa de sua população na formação do cidadão. De fato foi com a implantação do regime Republicano a partir de 1890 a que o contexto educacional religioso assume uma nova perspectiva, pois a organização política brasileira sofreu forte influência das ideias positivistas interferindo em diferentes aspectos da vida social especificamente no campo da escolarização em que o país é declarado laico. Portanto, a partir da proclamação da República e da formação de um Estado laico, o aspecto cultural toma relevância no país considerando que a população nacional é constituída por uma cultura heterogênea, permitindo compreender a diversidade a partir do pluralismo cultural religioso. Em decorrência de acordos entre a Igreja Católica e o Poder executivo brasileiro, teremos por conta da Reforma Francisco Campos, o decreto conhecido como Independência da República, de 30 de abril de 1931, que menciona: o ensino da religião “é admitido como facultativo de acordo com a confissão do aluno e dos interesses da família, sendo que a organização dos programas e as escolhas dos livros ficam a cargo dos ministros dos respectivos cultos” (Oliveira, L., 2007, p.51-52). Posteriormente na Constituição de 1934, no artigo 153 que cita: o ensino religioso “será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá 30 matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais”. O artigo 133, da Constituição de 1937, assume a seguinte concepção desta disciplina: “O Ensino Religioso poderá ser contemplado como matéria do curso ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não poderá, porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores nem de frequência compulsória por parte dos alunos”. Tal premissa teve forte influência do Manifesto dos “Pioneiros da Escola Nova” ou “Educadores da Escola Nova”, representantes de um grupo empenhado em reestruturar a Educação de forma a ser modernizada e orientada a adaptar-se ao processo industrial do país (GADOTTI, 1993, pp. 241-245). Os escolanovistas eram contra a inclusão do Ensino Religioso por considerarem os princípios da laicidade, obrigatoriedade e gratuidade do ensino público. Durante todo o ano de 1941 a Lei Orgânica do Ensino Secundário foi preparada pessoalmente por Gustavo Capanema. Em um documento manuscrito, redigido naquela ocasião, ele previu a inclusão da instrução religiosa no currículo do ensino secundário, entre as disciplinas de educação geral. Esta medida veio atender as reivindicações da Igreja Católica aproximando-a do Estado, já que no período da ditadura de Getúlio Vargas as aulas de Religião foram canceladas, pois o argumento utilizado apoiava-se no papel da religião como ação moderadora na sociedade, pois lhe cabia o ensino de valores e atitudes cristãs que contribuíram para a paz e para a tranquilidade social (OLIVEIRA, L. 2007, p. 52). Como consequência da Constituição da “Terceira República” estabeleceu a primeira lei de orientação geral da educação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1961 (Lei n. 4.024), no seu artigo 97 homologou o modelo mais antigo e utilizado do Ensino Religioso em todo o território nacional – Ensino Religioso Confessional. Em 1964, no quarto período republicano, o governo militar por meio de um golpe armado depôs o presidente constitucional João Goulart, e para programar o regime autoritário da ditadura foi necessário revogar e alterar dispositivos da legislação sobre a educação. Nova proposta ocorrerá em 1971, ocasião em que foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º Graus, de número 5.692/71, que em seu 31 artigo 7º, parágrafo – sem revogar totalmente a LDB DE 1961 – repete o dispositivo da Carta Magna de 1968 e Emenda Constitucional número 1/69. Esta insere o Ensino Religioso nos horários regulares, o que acaba por criar, a área de estudos de Moral e Cívica, Artes e Educação Física; no intuito, de formar alunos voltados ao civismo e a moral concernentes ao regime militar. Frente à crise política para restabelecer a democracia no país e, diante de paradigmas emergentes de possibilidades e certezas, o Ensino Religioso procura a sua redefinição como disciplina regular no currículo escolar. No contexto do início do processo para a Constituinte, em 1985 o encaminhamento do projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases no Congresso Nacional e em 1995 a instalação do FONAPER, faz com que o Ensino Religioso volte a ser objeto de discussão. Na Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 210, parágrafo 1º do Capítulo III da Ordem Social fica estabelecido que “O ensino religioso de matrícula facultativa, constituir-se-á disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Enquanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96 orienta os sistemas de ensino de todo país com uma característica mais liberal, ou seja, não mais orientar, mas tutelar todo o processo educacional, com a pretensão de favorecer a diversidade nacional e a pluralidade cultural brasileira. O que implicou, inclusive, uma nova compreensão para a educação nacional, estabelecendo os princípios e fins mais amplos. Essa lei inseriu o Ensino Religioso no contexto global da educação, que acabou por preconizar o respeito à diversidade cultural-religiosa do Brasil. Contudo, o Ensino Religioso, manteve-se como disciplina e não se reverteria em ônus para o Estado. Descarta-se, desse modo, qualquer possibilidade de uma compreensão pedagógica e apoia-se numa postura de catequização e não na perspectiva de disciplina escolar, fato este que provocou protestos e mudanças posteriores, como destaca o artigo 33, parágrafo 1º: “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de educação básica, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestas pelos alunos ou por seus responsáveis”. A inserção do Ensino Religioso no contexto global da educação visava tornar as relações do saber mais solidárias e participativas. Ajuda a descobrir instrumentos 32 eficazes para a compreensão e para a ação transformadora da realidade social, através dos valores fundamentais da vida. Portanto no período entre 1995 (abril) a 1996 (dezembro), assistiu-se a uma nova mobilização para a definição desta disciplina. Apesar de garantida na Constituição, necessitava de elementos complementares para serem melhores definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Tivemos no ano de 1995, um marco importante na história do Ensino Religioso, a fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER), o qual ocorreu no dia 26 de setembro, na cidade de Florianópolis (SC), durante a celebração dos vinte e cinco anos do Ensino Religioso em Santa Catarina. O evento promovido e apoiado pela Editora Vozes, contou com a presença de coordenadores e professores provenientes de dezoito Estados. O FONAPER caracterizou-se como espaço supra institucional, com profissionais da disciplina, com uma firme convicção de que o problema que se faz necessário discutir o aspecto pedagógico, e não o das religiões. Para tal, definiram quatro princípios norteadores de trabalho: garantir que a escola, seja qual for sua natureza, ofereça o Ensino Religioso ao educando, em todos os níveis de escolaridade, respeitando as diversidades de pensamento e opção religiosa e cultural do educando; definir junto ao Estado o conteúdo programático do Ensino Religioso integrante e integrado às propostas pedagógicas; contribuir para que o Ensino Religioso expresse uma vivência ética pautada pela dignidade humana; exigir investimento real na qualificação e capacitação de profissionais para o Ensino Religioso, preservando e ampliando as conquistas de todo magistério, bem como garantir-lhes condições de trabalho e aperfeiçoamento necessários. Em 22 de julho de 1997, foi promulgada a Lei 9.475, que alterou o artigo 33 da LDB 9.394/96 retirando o termo “sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos” e dando outros dispositivos ao texto sobre o Ensino Religioso, foi mantido a questão da matrícula facultativa, acrescido a questão deste ser parte integrante da formação básica do cidadão e constituir como disciplina dos horários normais das escolas públicas de Educação Básica, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Foi explicitado que caberia aos sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição 33 dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. Assim como aos sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso [...] (REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Lei 9.475 [22 de julho de 1997, que dá nova redação ao artigo 33 da Lei (9.394/96) de Diretrizes e Bases da Educação Nacional]. In: JUNQUEIRA, 2007, p. 45). A partir deste momento, prioriza-se o princípio religioso, sem acentuar esta ou aquela tradição religiosa; cada aluno será aceito independente do credo professado. Esta alteração da legislação foi consequência de um significativo movimento articulador promovido pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER). A nova redação do artigo 33 centra o enfoque do Ensino Religioso como disciplina escolar, entendendo-o como uma área do conhecimento, com a finalidade de reler o fenômeno religioso, este colocado como objeto da disciplina. A partir da Lei 9.475/97, o Conselho Nacional de Educação por meio da Resolução 02/98, “estabelece que a disciplina deva ser integrada no conceito de área de conhecimento, definindo-se norteadoras e estruturas de leitura e interpretação da realidade essencial para garantir a possibilidade de participação autônoma do cidadão na construção de seus referenciais religiosos” (OLIVEIRA, L. 2007, p. 58.). O FONAPER, em 1997 elaborou coletivamente, em meio a um debate acadêmico, legislativo e com a participação da sociedade civil, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER), com a finalidade de “subsidiar e auxiliar sistemas de ensino, professores e estudantes na caracterização geral do Ensino Religioso, através da organização dos conteúdos (Cultura e Tradições Religiosas, Escrituras Sagradas, Teologias, Ritos, Ethos): tratamento didático dos conteúdos e dos pressupostos para avaliação. É tomada como diretriz a abordagem do fenômeno religioso e das religiões pelo prisma da Antropologia da Religião” (FONAPER, 1997, p. 28-30). O que dá um novo impulso a toda esta proposta é, sem dúvida, a redação do artigo 33 da LDB, com o parecer 4/98 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Ao deliberarem as Diretrizes Curriculares Nacionais, 34 estabelecem que o Ensino Religioso seja compreendido como uma área do conhecimento reafirma-se, portanto, a necessidade de capacitarem educadores para ministrarem esta disciplina, pois, diante de seu novo “status”, exige-se que se tenha um tratamento adequado às novas propostas pedagógicas, o que seria alcançado com uma formação mais sistemática e efetiva do professor. Espera-se também que esta disciplina se firme de fato como uma área na formação básica do cidadão. Os esforços de estruturar uma identidade para uma disciplina, que desde a origem possui um caráter muito mais político do que pedagógico, favorecem este embate; enquanto o FONAPER compreende o Ensino Religioso como um componente do currículo, que, por isto mesmo, existe algo a ser pesquisado e ensinado por favorecer a formação do cidadão - “Ensino Religioso direito de todo cidadão” (JUNQUEIRA, 2002, p.81-82). Para a construção da escolarização deste componente curricular foi fundamental o 9º Seminário Nacional de Capacitação Profissional para o Ensino Religioso que ocorreu na PUCSP (São Paulo/SP) quando pela primeira vez foi formalizada a relação entre o Ensino Religioso e a Ciência da Religião, a partir deste evento iniciou uma construção de aproximação acadêmica para constituição de uma área de conhecimento. No campo pedagógico foi necessário uma ampla discussão sobre o componente curricular a partir das discussões da Conferência Nacional da Educação (CONAE) em 2010, evento que ocorreu entre os dias 28 de março a 01 de abril, mas que foi o resultado de uma mobilização nacional iniciada em cada município do país e culminou com esta Conferência em Brasília (DF). É necessário ressaltar que a CONAE constituiu-se, assim, num espaço democrático de construção de acordos entre atores sociais, que, expressando valores e posições diferenciadas sobre os aspectos culturais, políticos, econômicos, apontam renovadas perspectivas para a organização da educação nacional e para a formulação do Plano Nacional de Educação 2011-2020. Com esta direção, a CONAE representou um exemplo do princípio constitucional do regime de colaboração e construiu um patamar histórico para a efetivação do Sistema Nacional de Educação no Brasil. O clima de credibilidade, de entusiasmo e de compromisso com as mudanças na educação nacional, instaurado pela Conferência, mediante o assumir de medidas concretas, a curto e médio prazo, 35 constitui um desafio a ser enfrentado pelo Estado e a sociedade. Portanto, o documento final da CONAE expressou o processo democrático de sua construção e a significativa participação de trabalhadores/as, mães/pais, estudantes, dirigentes, demais atores sociais que se preocupam com a educação, seja por meio das entidades da sociedade civil organizada ou pelo compromisso pessoal, refletindo, discutindo e propondo caminhos para a educação brasileira. E no capítulo que se refere ao Documento final da Conferência Nacional de Educação (Documento Base) foi assegurada quanto à educação religiosa: a) inserir, no Programa Nacional do Livro Didático, de maneira explícita, a orientação para introdução da diversidade cultural-religiosa; b) desenvolver e ampliar programas de formação inicial e continuada sobre diversidade cultural-religiosa, visando superar preconceitos, discriminação, assegurando que a escola seja um espaço pedagógico laico para todos, de forma a garantir a compreensão da formação da identidade brasileira; c) inserir os estudos de diversidade cultural-religiosa no currículo das licenciaturas; d) ampliar os editais voltados para pesquisa sobre a educação da diversidade cultural-religiosa, dotando-os de financiamento; e) garantir que o ensino público se paute na laicidade, sem privilegiar rituais típicos de dadas religiões (rezas, orações, gestos), que acabam por dificultar a afirmação, respeito e conhecimento de que a pluralidade religiosa é um direito assegurado na Carta Magna Brasileira (CHAGAS, Francisco. Documento Final da CONAE. Brasília: MEC, 2010). Em dezembro de 2010 o Conselho Nacional de Educação (CNE) homologou a nova versão das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental atualizando o texto de 2008. Neste texto afirma que a base nacional comum, complementada em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar por uma parte diversificada e que constituem um todo integrado e não podem ser consideradas como dois blocos distintos possibilitando a sintonia dos interesses mais amplos de formação básica do cidadão com a realidade local, as necessidades dos alunos, as características regionais da sociedade, da cultura e da economia que perpassa todo o currículo, que estão voltados à divulgação de valores fundamentais ao interesse social e à preservação da ordem democrática, os conhecimentos que fazem parte da base nacional comum a que todos devem ter acesso, independentemente da região e do lugar em que vivem, asseguram a característica 36 unitária das orientações curriculares nacionais, das propostas curriculares dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, e dos projetos político-pedagógicos das escolas. Os conteúdos curriculares que compõem a parte diversificada do currículo serão definidos pelos sistemas de ensino e pelas escolas, de modo a complementar e enriquecer o currículo, assegurando a contextualização dos conhecimentos escolares em face das diferentes realidades. Sendo que a base nacional comum e parte diversificada são compostas de conteúdos que têm origem nas disciplinas científicas, no desenvolvimento das linguagens, no mundo do trabalho, na cultura e na tecnologia, na produção artística, nas atividades desportivas e corporais, na área da saúde e ainda incorporam saberes como os que advêm das formas diversas de exercício da cidadania, dos movimentos sociais, da cultura escolar, da experiência docente, do cotidiano e dos alunos. E os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental sejam organizados em relação às áreas de conhecimento: a) Linguagens (Língua Portuguesa; Língua Materna, para populações indígenas; Língua Estrangeira moderna; Arte; e Educação Física); b) Matemática; c) Ciências da Natureza; d) Ciências Humanas (História; Geografia); e) Ensino Religioso (De matrícula facultativa ao aluno, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui componente curricular dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil e vedadas quaisquer formas de proselitismo, conforme o art. 33 da Lei nº 9.394/96). De fato a identidade do Ensino Religioso no contexto das escolas está sendo solidificada a partir da leitura do pedagógico proposto pela relação deste componente curricular no cenário do ambiente da sala de aula (Resolução CNE/CEB nº 07/10). Portanto, a escolarização do Ensino Religioso de um componente curricular de aula de religião para uma resposta a leitura religiosa da sociedade a partir da Ciência da Religião e dos novos pressupostos da educação brasileira que considera a pluralidade cultura, um país laico e a importância do conhecimento em diálogo será discutido nas diferentes produções científicas produzidas em todo o país. 37 CAPÍTULO 02 UMA TEMÁTICA DE PESQUISA E SUA DIVULGAÇÃO O Ensino Religioso é objeto de pesquisa em diferentes campos do conhecimento como educação, teologia, ciência da religião, filosofia, direito, sociologia, antropologia, psicologia e outros. Estas pesquisas atuam tangencialmente ou diretamente sobre este tema. Antes de discutir a produção identificada sobre o Ensino Religioso é importante compreender o conhecimento. Para tal consideramos que o ser humano desde o início de sua existência se depara com um mundo que lhe é totalmente desconhecido, o qual precisa ser descoberto. Nesta relação entre sujeito e objeto começa a compreender e a representar a si e ao mundo que o cerca passando a dar forma e significado a estes, e assim, conhecêlos. Falar em conhecimento nos remete as seguintes questões: Que tipos de conhecimentos existem? E em cada conhecimento, qual é o seu objeto de estudo? Quais os métodos de produção de conhecimento? O que diferencia o conhecimento do senso comum do conhecimento científico? Na construção da compreensão destas questões, devemos perceber que em cada tipo de conhecimento existe um objeto e um método de produção para realizálo, bem como a diferença entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento científico. Pois, o conhecimento do senso comum é o conhecimento acumulado pelos seres humanos, de forma empírica, baseado apenas na experiência cotidiana, sem se preocupar com o rigor da experiência científica. Enquanto o conhecimento científico é uma conquista recente da humanidade: data de quase quatrocentos anos, tendo surgido no século XVII com a revolução galileana. Isso não significa que antes não houvesse um saber rigoroso, pois, desde o século VI a. C., na Grécia Antiga os sábios aspiravam a um conhecimento que se distinguisse do mito e do saber comum. O experimento científico é um tipo de conhecimento adquirido pelo ser humano baseado no uso da razão, com a intenção de buscar verdades universais ou destruir mitos. A produção do conhecimento científico inicia com o reconhecimento de uma 38 situação problema, sobre a qual o pesquisador formula possíveis hipóteses e propõe a busca da causa ou solução desta situação. A partir dessas situações postas, utiliza-se a força de um espírito investigativo; metodicamente verificam-se cada uma delas, para finalmente com a confirmação de alguma hipótese ou questão, produzir um novo conhecimento. Mas apesar de todo esse esforço metódico para produzir-se conhecimento, é preciso ter em mente que a ciência é passível de falhas, existindo assim a possibilidade do conhecimento ser refutado. A realidade do conhecimento científico só é estabelecida após sua comprovação ser efetivada, demonstrada e experimentada. “O conhecimento científico é extremamente importante para a sociedade, pois é a partir dele que é possível a transformação social e tecnológica” (GARCIA, 1997, p.45). O conhecimento científico segundo Lakatos e Marconi, (2001, p. 80) possui as seguintes características: real: porque lida com ocorrências ou fatos; contingente: suas proposições ou hipóteses têm veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão; sistemático: trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias conexas; verticalidade: os resultados devem estar explícitos, devem ser comprovados; falível: não é absoluto, definitivo; aproximadamente exato: novas proposições e pesquisas podem gerar resultados diferentes, reformulando assim o acervo existente. As pesquisas, bem como seus respectivos resultados, recebem credibilidade na medida em que são publicadas e submetidas à análise crítica de grupos de pesquisa diferenciados; como se a qualidade fosse creditada por comitês de periódicos, participantes de congressos, colegas de instituições diversas, conforme nos descrevem Adami e Marchiori (2005, p. 73): entende-se que a validade de um conhecimento científico está atrelada à sua submissão à comunidade científica, cujos participantes (pares) julgam as contribuições apresentadas, criando uma condição consensual que atesta a sua confiabilidade. Todavia, se cada ciência tem a sua particularidade, então nos questionamos: Qual método respeita o saber religioso? Em que consiste o conhecimento do Ensino Religioso? Qual é o seu objeto de estudo? Neste contexto está à discussão sobre o Ensino Religioso que compreende a religião também como um tipo de conhecimento humano, pois ela responde as 39 questões existenciais do ser humano e reflete sobre a sua dimensão religiosa. É o mesmo ser humano que pensa, sente e vive a experiência religiosa. Pois, para desenvolvermos uma relação interessante e possível sobre o encontro da religião e a cultura, o termo a ser observado é o fenômeno religioso. Podemos definir fenômeno religioso como a compreensão do fato religioso, em suas manifestações culturais, não se trata de teologia propriamente dita, mas sim, de um trabalho que leva em consideração o estudo da religião na cultura em geral. “Atualmente, considera-se como marco referencial a concepção de que o fenômeno religioso se manifesta em uma cultura. É a cultura que marca profundamente a maneira de ser e viver do ser humano” (JUNQUEIRA, 2007, p. 67). Em todas as culturas existentes encontramos um traço sempre marcante, a presença da religião; estudar esse fato é não somente necessário, como indispensável. A fenomenologia religiosa consiste no estudo do fato religioso nas suas manifestações e expressões sensíveis, com a finalidade de apreender o seu significado último. Piazza explica essa definição afirmando que, enquanto a fenomenologia religiosa tem por objeto o estudo do fato religioso, ela se situa “no campo da investigação histórica”. Enquanto compreensão do seu significado último se situa no campo da interpretação pessoal. E, por fim, enquanto adota o método fenomenológico, ela se coloca no campo da observação objetiva e não no da interpretação filosófica (PIAZZA apud JORGE, 1998, p. 18). O Ensino Religioso é um conhecimento dos componentes básicos do fenômeno religioso, e o tratamento didático dos seus conteúdos. O Ensino Religioso realiza-se em nível de análise e síntese. “Pelo fato de ser um conhecimento construído na pluralidade cultural da sala de aula, não se trata de um conhecimento fragmentário e simples; antes o Ensino Religioso é um conhecimento complexo” (OLIVEIRA, E. 2009, p, 66). O pensamento complexo é o responsável pela ampliação do saber. Se o pensamento for fragmentado, reducionista e mutilador, as ações terão o mesmo rumo, torna o conhecimento cada vez mais simplista e simplificador (PETRÁGLIA, 2003, p. 50). Como disciplina, o Ensino Religioso tem por ação sensibilizar os alunos para a necessidade de valorizar a experiência religiosa própria e a dos outros. Para tanto, 40 existe este espaço concreto que é a sala de aula. É neste contexto que se dá também a construção acadêmica do saber religioso. O Ensino Religioso é um saber que se constrói. Nas palavras de Oliveira, E, (2009, p. 115) como área do conhecimento, o Ensino Religioso constrói significados com base nas relações que os alunos estabelecem no entendimento da [experiência religiosa]. Essas construções vão arquitetando-se pelos diferentes processos de observação que se constata, pela reflexão acerca do que se observa e pela informação sobre o que se reflete de forma continuada. O Ensino Religioso, enquanto disciplina enquadra-se no padrão comum a todas as outras áreas do conhecimento, ou seja, tem: objeto de estudo: o fenômeno religioso; conteúdo próprio: conhecimento religioso; tratamento didático: didática do fenômeno religioso; objetivos definidos; metodologia própria; sistema de avaliação; inserção no sistema de ensino. O saber construído estabelece um pensamento decorrente no ensino e na aprendizagem. Desta forma, decorrem as diferentes concepções de Ensino Religioso veiculadas na história: aula de religião (Teologia – conceito de religiosidade, fé, crenças: particularidades entre elas); aula de vivência religiosa (Antropologia – favorece a compreensão das diferentes expressões religiosas, possibilitando uma visão global de mundo e de pessoa); aula de interpretação e análise do conhecimento religioso (Ciência da Religião-análise dos elementos comuns e específicos às diversas religiões, isto é, o fenômeno religioso em si e nas suas múltiplas expressões). O Ensino Religioso por meio do seu conhecimento específico e, articulando religião e cultura, tem como desafio diante da incerteza, da contradição, da descontinuidade dos fatos, da quebra dos valores e das normas sociais que vivemos na sociedade contemporânea contribuir na reconstrução das utopias e dos horizontes dos seres humanos. Outra meta a alcançar é a de incentivar a vivência e a descoberta de valores fundamentados na ética; de favorecer relações interpessoais fraternas, solidárias e justas; bem como desenvolver a consciência planetária, resgatar a essência do ser humano, para que juntos possamos construir um mundo melhor. 41 SEGUNDA PARTE Produção 42 CAPÍTULO 03 PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA Percebe-se um crescimento exponencialmente de informações por conta da especialização dos pesquisadores em diversas áreas do conhecimento como consequência a multiplicação de textos o que exige uma classificação e categorização destas produções. Na medida em que cresce o número de objetos de informação, quer seja quantitativo ou qualitativo esse crescimento, é preciso aumentar o número de índices e cuidar para que estes lhes agreguem algum valor. Outra preocupação refere-se ao gigantismo dos próprios índices, como acontece, por exemplo, com as bases de dados criadas pelos mecanismos de busca na internet e os catálogos das maiores bibliotecas. Neste cenário informacional as revisões de literatura, por seu aspecto sumarizador, principalmente, assumem importante função orgânica, juntamente com os índices, abstracts e as bibliografias especializadas. Na produção de um trabalho científico é necessário tomar como base a revisão de literatura. Por isso o processo do mapeamento da produção acadêmica contribui para os pesquisadores realizarem seus efetivos trabalhos. Nesta perspectiva se buscou junto aos programas de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado as Dissertações e Teses sobre o Ensino Religioso, e nos trabalhos apresentados em eventos científicos que possuíssem comitês de pareceristas para avaliar os trabalhos, preferencialmente relacionados a Instituições de Ensino ou a Associações de Pesquisas e livros teóricos sobre este componente curricular. Os artigos em periódicos científicos, não foram pesquisados magazines; O período selecionado foi a partir de 1995, ano de fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) que antecedeu a homologação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (9.394/96) até o ano de 2010. Entretanto ao longo desta pesquisa foram registrados trabalhos anteriores ao período selecionado, por ser o primeiro mapa de uma produção bibliográfica visando à divulgação e o seu reconhecimento. 43 1. DISSERTAÇÕES E TESES: ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA Uma das formas de verificar o amadurecimento de uma área de pesquisa é identificar a produção de trabalhos realizados junto aos programas de pósgraduação stricto senso (Mestrado e Doutorado). Para tal verificamos a importância desta etapa da escolarização desde o parecer de 1965 (CESU/977,65) que orientou a implantação no Brasil desta fase. Afirma-se que a pós-graduação torna-se, assim, na universidade moderna, cúpula dos estudos, sistema especial de cursos exigido pelas condições da pesquisa científica e pelas necessidades do treinamento avançado. O seu objetivo imediato é, sem dúvida, proporcionar ao estudante aprofundamento do saber que lhe permita alcançar elevado padrão de competência científica ou técnico-profissional, impossível de adquirir no âmbito da graduação. Mas, além destes interesses práticos imediatos, a pós-graduação tem por fim oferecer, dentro da universidade, o ambiente e os recursos adequados para que se realize a livre investigação científica e onde possa afirmar-se a gratuidade criadora das mais altas formas da cultura universitária. Três aspectos orientam a pósgraduação: formar professorado competente que possa atender à expansão quantitativa do nosso ensino superior garantindo, ao mesmo tempo, a elevação dos atuais níveis de qualidade; estimular o desenvolvimento da pesquisa científica por meio da preparação adequada de pesquisadores; assegurar o treinamento eficaz de técnicos e trabalhadores intelectuais do mais alto padrão para fazer face às necessidades do desenvolvimento nacional em todos os setores. Normalmente os Programas de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) compreendem uma área de concentração à escolha do candidato e matérias conexa. No caso do doutorado, a exigência da tese representa um trabalho de pesquisa importando em real contribuição para o conhecimento do tema, enquanto para o Mestrado se requer uma dissertação, memória ou ensaio. Nesse caso exigese dissertação, sobre a qual será examinado, em que revele domínio do tema escolhido e capacidade de sistematização. Desta forma, as pesquisas defendidas por estudantes nas diferentes Instituições de Ensino Superior, nos programas de pós-graduação permitiram 44 estruturar o ensino religioso, componente curricular organizado nas escolas brasileiras e as pesquisas se estenderão inclusive no exterior, mas foi acentuada a realidade nacional. O primeiro levantamento no âmbito da pesquisa foi realizado em 2003 pelo Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER), sendo que a produção coletada no site do CNPq constituía, no dia 04 de março de 2003, 1336 trabalhos com 350 registros de pesquisadores. Inicialmente foram selecionados apenas os trabalhos relacionados ao segmento Teses, Dissertações, Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Algumas dificuldades de ordem técnica, como o acesso a Plataforma Lattes do CNPq e as constantes mudanças do elenco de referências dos pesquisadores, retardaram os serviços de pesquisa. Esta realidade, contudo, permite avaliar a própria condição da fonte de pesquisa. A necessidade de atualizar constantemente das referências dos autores pesquisados revela-se a dinamicidade do próprio objeto de pesquisa, qual seja o “Ensino Religioso”, e o interesse que este assunto vem despertando no meio da comunidade acadêmica. Em grande parte, as temáticas das produções localizadas giram em torno da redescoberta da importância do Ensino Religioso nas escolas, da elaboração de uma proposta curricular específica e da preocupação na preparação de professores para ministrá-lo aos estudantes. Outro item bastante presente na pesquisa tem sido a descrição da perspectiva histórica do Ensino Religioso e seus fundamentos numa sociedade do conhecimento voltada para a interdisciplinaridade. Outros enfoques abordados, embora menos recorrentes, foi sobre o ensino como construção de cidadania; a questão de gênero, a expressão ecumênica como manifestação da capacidade de convivência das pessoas diante da enorme diversidade cultural da atualidade e o resgate da afetividade e da corporeidade nesse ensino. Um segundo mapeamento foi realizado pela Profª. Dra. Lurdes Caron para a Tese de Doutorado entre 2005 a 2007. Finalmente destaca-se o trabalho que ocorreu entre o segundo semestre 2008 e primeiro 2009 pelo Grupo de Pesquisa Religião e Educação do Programa de Pós-Graduação de Ciências da Religião da PUCSP, em que constataram a existência de 50 teses e dissertações relativas ao Ensino Religioso. Em um primeiro momento, procurou-se selecionar o material, fazendo a 45 leitura dos resumos, e fomos percebendo a amplitude dos assuntos abordados nas pesquisas. Assim, pensamos em agrupá-los em três eixos: formação do professor, tema que prevalece na maioria das teses e dissertações selecionadas; finalidades e currículo, que se apresentam com uma variedade de temáticas em estudo; material didático e subsídios para a formação docente, objeto de estudo enfrentado em poucos trabalhos. Nessa pesquisa percebeu-se que a ênfase maior está nos estudos realizados com relação à formação dos professores de Ensino Religioso. O que gerou no segundo semestre de 2009 um relatório voltado para a educação e formação docente apresentado no Congresso da SOTER e publicado na Revista Pistis & Práxis. Visando atualizar o mapa das dissertações e tese em 2011 foi finalizado um relatório sobre o estado do conhecimento desta área da produção científica com ênfase no período de 1995 a 2010, ou seja, a partir da fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) e a Conferência Nacional da Educação (CONAE). Ao longo destes 15 anos três fatos significativos aconteceram, homologação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) que criava o ensino religioso confessional e Interconfessional. No ano seguinte (1997) ocorreu a revisão do artigo sobre este componente curricular reorientando para uma proposta a partir da escola, vedando toda e qualquer forma de proselitismo. Mas, em 2010, o presidente Lula (Luiz Inácio Lula da Silva) homologava o acordo Brasil e Estado do Vaticano que indica a possibilidade de um ensino confessional, sem retroceder a Lei de Diretrizes (9475/97). Com uma perspectiva de historicizar este processo foi localizado que a primeira dissertação é de 1975, no período até 1994 foram localizadas nove dissertações (Tabela 01) distribuídas em cinco estados da federação (Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul) e duas sobre o Ensino Religioso no Brasil defendida na Itália – Roma (Tabela 02). 46 Período No de Dissertações 1975 01 1978 03 1982 02 1987 01 1990 02 1994 02 19 anos 11 Dissertações Tabela 01a - Dissertações Romeu Gomes Aracy Luiza Molin Dolvina Dallpissol João Breier Helena Wichert Passos José Roberto Rodrigues Dellard Cleves Emerich dos Santos José Ildeu Corgozinho José Avenas Filho Evilásio Tambosi Maria Aparecida de Andrade A não diretividade na educação religiosa: Estudo de caso com adolescentes Sugestão de um programa fundamentado em princípios cristãos para a formação de professores de Ensino Religioso Metodologia não diretiva para o Ensino Religioso? O Ensino Religioso nos estabelecimentos oficiais do ensino do primeiro grau Bases teóricas para diretrizes curriculares da educação religiosa na pré-escola – um enfoque de educação integrada ecumênica destinada à escola pública Audiovisual e educação religiosa: experiência realizada no colégio Santo Inácio e na Paróquia São Jaime Apóstolo, no município do Rio de Janeiro. Ensino Religioso: Corpo estranho no currículo de 1º e 2º graus? Aspectos educativos da prática religiosa Maria Helena Novaes Sem informação Universidade Federal Fluminense Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Universidade de Santa Maria Universidade de Santa Maria Universidade Federal do Paraná Mestrado em Educação Sem informação Creusa Capalbo Ademardo Serafim de Oliveira Sem informação O discurso cientificista sobre a religião, subsídios teóricos para uma melhor compreensão do fenômeno religioso por parte do educador. Identidade da educação religiosa no Estado de Santa Catarina Identidade da educação religiosa nas escolas do Estado de Mato Grosso do Sul Terezinha Accioly C Granto Sem informação Sem informação Sem informação Sem informação Sem informação RJ 1975 RS 1978 Sem informação RS 1978 Sem informação RS 1978 Sem informação PR 1982 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Sem informação RJ 1982 Universidade Federal do Espírito Santo Universidade Federal de Minas Gerais Universidade Federal do Rio de Janeiro Mestrado em Educação Sem informação ES 1987 MG 1994 Mestrado Educação RJ 1994 Roma /Itália Roma / Itália 1990 Universidade Salesiana Universidade Salesiana em Pontifícia Sem informação Pontifícia Sem informação 1990 Tabela 01b – Dissertações Instituição Estado No de Dissertações Universidade Federal do Espírito Santo ES 01 Universidade Federal de Minas Gerais MG 01 Universidade Federal do Paraná PR 01 Universidade Federal Fluminense RJ 01 Universidade Federal do Rio de Janeiro RJ 01 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro RJ 01 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul RS 01 Universidade de Santa Maria RS 02 Universidade Pontifícia Salesiana (Roma – Itália) 02 09 IES (08 BR/01 IT) 11 Dissertações Tabela 02 - Instituições 47 Antes de 1995 foram identificadas apenas dissertações sobre o Ensino Religioso, nenhuma Tese, sendo que entre os programas localizados na área de Educação (Tabela 03) sendo: três programas no Brasil e dois da Universidade Pontifícia Salesiana de Roma (Evilásio Tambosi - Identidade da educação religiosa no Estado de Santa Catarina – Programa de Educação e de Maria Aparecida de Andrade - Identidade da educação religiosa nas escolas do Estado de Mato Grosso do Sul, não foi identificado o Programa, ambas as defesas de 1990) e, porém seis dissertações não foram possível identificar o programa de pós-graduação de origem. Das defesas realizadas no Brasil foram identificados apenas quatro orientadores das nove dissertações finalizadas (Tabela 04). Programas Sem Informação Educação Dissertações 06 03 (BR) / 02 (IT) Tabela 03 – Programas Tabela 04 – Orientador/Orientando ORIENTADOR Ademardo Serafim de Oliveira Creusa Capalbo Maria Helena Novaes Terezinha Accioly C. Sem Informação Sem Informação Sem Informação Sem Informação Sem Informação Sem Informação Sem Informação ORIENTANDOS Cleves Emerich dos Santos José Roberto Rodrigues Devellard Romeu Gomes José Avenas Filho Aracy Luiza Molin Dolvina Dallpissol Helena Passos Wichert João Breier José Ildeu Corgozinho Evilásio Tombosi (Roma/Itália) Maria Aparecida de Andrade (Roma/Itália) Este foi o mapa identificado sobre a pesquisa do Ensino Religioso com ênfase em aspectos pedagógicos como o currículo, subsídios e elementos do sistema de ensino público no contexto brasileiro que antecedeu aprovação da Lei de Diretrizes e Base da Educação (9394/96), a partir de 1995 este cenário é alterado completamente. 48 Mapa 01 – Dissertações entre 1975 a 1994 49 2. ARTIGOS EM EVENTOS: EXPLICITAÇÃO DA PESQUISA Discutir a questão da difusão do conhecimento nos leva prioritariamente a procurar entender como e por que se comunica esse conhecimento. Isso ocorre, por exemplo, por meio de eventos de extensão universitária, como foi orientado na Reforma Universitária de 1968, expressa na Lei 5.540, tornou a Extensão obrigatória em todos os estabelecimentos de ensino superior e nas universidades, como cursos e serviços especiais estendidos à comunidade. Dessa forma cabe ao ensino superior preocupar-se com a propagação do conhecimento gerado em seu interior. Pensando nas universidades, podemos também salientar a necessidade de reforçar o trinômio essencial, ensino - pesquisa – extensão, e, assim, não basta apenas gerar conhecimento e/ou ensiná-lo a seus estudantes; a sociedade em geral também deve ter acesso a esse conhecimento e aos benefícios por ele gerados. Em novembro de 1999, é publicado o plano nacional de extensão, desenvolvido pelas Instituições Públicas de Ensino Superior, que definem “a Extensão Universitária como o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e a Sociedade.” (Extensão Universitária: organização e sistematização, 2007, p.17). Assim fica definido evento científico como a “Ação que implica na apresentação e/ou exibição pública, livre ou com clientela específica, do conhecimento ou produto cultural, artístico, esportivo, científico e tecnológico desenvolvido, conservado ou reconhecido pela Universidade”. (Extensão Universitária: organização e sistematização, 2007, p.17), que apresenta a seguinte classificação dos tipos de eventos e suas definições, conforme quadro a seguir. 50 Classificação Congresso Seminário Ciclo de debates Exposição Espetáculo Evento esportivo Festival Outros Definição Evento de grandes proporções, de âmbito regional, nacional ou internacional, em geral com duração de 3 a 7 dias, que reúne participantes de uma comunidade científica ou profissional ampla. Observação: realizado como um conjunto de atividades, como mesas redondas, palestras, conferências, apresentação de trabalhos, cursos, minicursos, oficinas/workshops; os cursos incluídos no congresso, com duração igual ou superior a 8 horas devem, também, ser registradas e certificadas como curso. Incluem-se nessa classificação eventos de grande porte, como conferência nacional de..., reunião anual de..., etc. Evento científico de âmbito menor do que o congresso, tanto em termos de duração (horas a 1 ou 2 dias), quanto de número de participantes, cobrindo campos de conhecimento mais especializados. Incluem-se nessa classificação eventos de médio porte, como encontro, simpósio, jornada, colóquio, fórum, reunião, mesa-redonda, etc. Encontros sequenciais que visam à discussão de um tema específico. Inclui: Ciclo de..., Circuito..., Semana de... Exibição pública de obras de arte, produtos, serviços, etc. Em geral é utilizada para promoção e venda de produtos e serviços. Inclui: feira, salão, mostra lançamento. Demonstração pública de eventos cênicos musicais. Inclui: recital, concerto, show, apresentação teatral, exibição de cinema e televisão, demonstração pública de canto, dança e interpretação musical. Inclui: campeonato, torneio, olimpíada, apresentação esportiva. Série de ações/eventos ou espetáculos artísticos, culturais ou esportivos, realizados concomitantemente, em geral em edições periódicas. Ação pontual de mobilização que visa a um objetivo definido. Inclui campanha. Tabela 05 – Evento A comunicação científica representa o compromisso da comunidade científica de divulgar os resultados de suas pesquisas para que seus pares tomem conhecimento do que está sendo desenvolvido e evitar a repetição de estudos e esforços físicos, materiais e financeiros. Essa divulgação é realizada através dos eventos científicos. O termo evento de origem latina “eventus” significa acontecimento (festa, espetáculo, comemoração, solenidade, etc.) e pressupõe-se que seja organizado por especialistas, com objetivos institucionais, comunitários ou promocionais. Por isso, podemos entender evento científico como o espaço privilegiado da divulgação e difusão das pesquisas realizadas que se apresentam de forma essencial na busca de novos conhecimentos, pois reúnem profissionais ou estudantes de uma determinada especialidade para troca e transmissão de conhecimento de interesse comum aos participantes. 51 Os eventos científicos podem desempenhar as seguintes funções: “encontros como forma de aperfeiçoamento de trabalhos; encontro como reflexo do estado da arte; encontros como forma de comunicação informal”. Os eventos ou encontros científicos têm por finalidade reunir profissionais e especialistas de uma determinada área de atuação para transmissão de informações de interesse comum aos participantes. As informações são transferidas oralmente, de maneira formal ou informal, e, via de regra, reunida e disseminada aos participantes através de documento específico. Os eventos podem ser realizados, de acordo com a importância e a abrangência do assunto tratado, de pequenos encontros de especialistas até congressos internacionais, reunindo um grande número de participantes. Assumem um papel de grande importância no processo da comunicação, na medida em que a transmissão de ideias e fatos novos chegue ao conhecimento da comunidade de maneira mais rápida que aquelas veiculadas pelos meios formais de comunicação, como o documento impresso. Constatamos que o evento científico é o local e o momento de comunicar os resultados da ciência. Para Salomon, a comunicação consiste em apresentar “conhecimentos extraídos e obras de pesquisas científicas e/ou tratados à maneira científica, com o fim de informar”. (1999, p. 207). E será importante descrever, mesmo que sumariamente, como é efetuada a comunicação científica. A comunicação inicia-se pela divulgação do próprio evento científico, pois disso depende muito o sucesso do próprio evento. Normalmente são divulgados com antecedência, através de anúncios em periódicos especializados, cartazes e panfletos produzidos pelas entidades organizadoras, além de nota veiculada em boletins de entidades de classe e imprensa em geral (notícias em jornais diários). Também são muito utilizados os portais eletrônicos (web-sites) das entidades organizadoras e patrocinadoras dos eventos. A antecedência é uma questão chave nesse processo, pois se faz necessário que os interessados tenham acesso às informações do evento, para que possam programar sua participação, elaborar sua pesquisa e passar pelo rito de submissão da mesma. Os responsáveis pelo evento avaliam os trabalhos e comunicações, para que essas informações possam seguir e formar o corpo de apresentações no evento, essas que são apresentadas nos eventos podem ser divulgadas antes, 52 durante ou após a sua realização. Fica clara a importância dos eventos científicos na divulgação das pesquisas, de trabalhos teóricos, de relatos de experiência, pela quantidade de comunicações aceitas, apresentadas oralmente e em pôster nos referidos eventos. Podem ocorrer sob o nome de congressos, seminários, reuniões, encontros, simpósios, jornadas e outros. As comunicações são publicadas nos Anais – publicações geradas a partir dos eventos, visando a maior disseminação dos trabalhos apresentados. Essa publicação normalmente ocorre na forma de anais, considerado um tipo de literatura que não se encontra disponível através dos canais comerciais. Apresentam ainda limitação geográfica de distribuição, dadas às pequenas tiragens, geralmente esgotando-se na distribuição aos participantes dos eventos. Com o advento da era digital, vale ressaltar que os Anais eram publicados anteriormente apenas em mídia impressa, e hoje, com os avanços das tecnologias da informação e da comunicação podem ser encontrados em mídia eletrônica digital. Passaram do impresso, para os disquetes, CD-ROM e atualmente são disponibilizados na Web, em forma de textos que passam por um processo de edição e publicação. As diversas fases deste processo podem ser informatizadas em um sistema integrado que gerencie o fluxo da informação desde a etapa de submissão do trabalho até a sua publicação e disponibilização em uma Biblioteca Digital. Segundo Campello, “os anais aparecem numa variedade de forma que vão desde a publicação feita pela própria instituição organizadora, até a publicação por editoras comerciais, caso em que o produto se apresenta na forma de volumes de excelente qualidade editorial” (2003, p. 64). Sobretudo com a possibilidade da publicação dos anais dos eventos científicos na internet, atualmente parece tarefa mais fácil localizá-los, mas isso nem sempre é regra e por esse motivo os anais são entendidos como literatura cinzenta, definida aqui por (CAMPELLO, 2003, p. 97). A expressão literatura cinzenta, tradução literal do termo inglês grey literature, é usada para designar documentos não convencionais e semipublicados, produzidos nos âmbitos governamental, acadêmico, comercial e da indústria. Tal como é empregada, caracteriza documentos que têm pouca probabilidade de serem adquiridos através dos canais usuais de venda de publicações, já que nas origens de sua elaboração o aspecto da comercialização não é levado em conta por seus 53 editores. A expressão se contrapõe àquela que designa os documentos convencionais ou formais, ou seja, a literatura branca. Essa literatura acaba ganhando esse nome justamente por ser distribuída fora do circuito comercial e não estar amplamente difundida e disponível no mercado, como, por exemplo, os livros e periódicos. Mas vale ressaltar que com a possibilidade de publicar os anais de forma digital, através da internet, seu alcance, visibilidade e importância aumentaram muito. O artigo científico é o grande responsável pela divulgação científica nos eventos e podemos definir artigo científico como um texto escrito para ser publicado, com objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa. As publicações em revistas especializadas são para divulgar conhecimentos, ou para comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, como ainda, para contestar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação controvertida. Lakatos e Marconi ressaltam outro aspecto importante dos artigos. (2001, p. 259) concluído um trabalho de pesquisa – documental bibliográfico ou de campo – para que os resultados sejam conhecidos, faz-se necessário sua publicação. Esse tipo de trabalho proporciona não só a ampliação de conhecimentos como também a compreensão de certas questões. Os artigos científicos, por serem completos, permitem ao leitor, mediante a descrição da metodologia empregada, do processamento utilizado e resultados obtidos, repetir a experiência. A avaliação da produção técnica científica apresentada em eventos permite verificar o nível de desenvolvimento dos temas abordados nos mesmos, conhecer os autores que se dedicam ao estudo e pesquisa das diversas áreas do conhecimento e entender a amplitude e a natureza das atividades de pesquisa desenvolvidas nas diferentes áreas do conhecimento. Dessa forma, precisamos entender qual é a estrutura de um artigo científico, e aqui nos servimos do modelo apresentado por Lakatos e Marconi (2001, p. 259-260), onde diz que o mesmo deve ser composto das seguintes partes: Preliminares; Cabeçalho – título (e subtítulo) do trabalho. Autor (es). Credenciais do (s) autor (es). Local de atividades 54 Sinopse Corpo do artigo Introdução – apresentação do assunto, objetivo, metodologia, limitações e proposição. Texto – exposição, explicação e demonstração do material; avaliação dos resultados e comparação com obras anteriores. Comentários e Conclusões – dedução lógica, baseada e fundamentada no texto, de forma resumida. Parte referencial Bibliografia. Apêndices ou anexos (quando houver necessidade). Agradecimentos. Data (importante para salvaguardar a responsabilidade de quem escreve um artigo científico, em face da rápida evolução da ciência e da tecnologia e demora de certas editoras na publicação de trabalhos). Os artigos científicos encontram nos eventos acadêmicos o espaço de exposição. Em áreas com uma tradição e com sociedade científicas já consolidadas, é facilmente compreendido o rigor e a qualidade dos trabalhos apresentados. No que se refere ao Ensino Religioso, uma área em que as pesquisas são recentes e naturalmente a sua divulgação e o seu rigor de análise ainda se encontram sendo estabelecidos, torna-se necessário inicialmente contextualizar o cenário dos eventos para identificarmos as referidas produções. Sendo que os registros sobre os eventos para discussão do Ensino Religioso são dispersos, tendo em vista que estes foram promovidos por órgãos do governo em diferentes esferas, instituições religiosas e educacionais. Junqueira (2010, p. 167) recorda que essa história encontra o seu registro já em 1950 (17 a 23 de janeiro), quando, no Rio de Janeiro, ocorreu o I Congresso Nacional de Ensino da Religião, uma promoção do então Secretariado Nacional de Ensino da Religião (SNER), que, além desse evento nacional, promoveu uma série de encontros e congressos estaduais e nacionais ao longo da década de 1950 visando à discussão dessa disciplina que, naquele momento histórico, era identificado com aula de uma doutrina religiosa. A CNBB foi à primeira instituição religiosa a preocupar-se, em âmbito nacional, com a formação de professores de ER. A partir de 1974, teve início a 55 formação de professores para o ER, com a realização de Encontros Nacionais para Coordenadores e Professores de Ensino Religioso (ENER), favorecendo a discussão, definição e organização curricular desse ensino. Assim, de 1974 até 1998, foram realizados 12 Encontros Nacionais. Vale a pena ressaltar que esses encontros eram promovidos pela CNBB e realizados de dois em dois anos. Durante a Assembléia Nacional Constituinte, foram realizados anualmente. Posterior a 1988, a CNBB continuou promovendo esses encontros, novamente de dois em dois anos, até 1998. Apresentamos os Encontros Nacionais para Coordenadores e Professores de Ensino Religioso ENER nº 1 Ano Local Principais temas abordados 1974 Rio de Janeiro/RJ 2 1976 Rio de Janeiro/RJ, no Mosteiro de São Bento. 3 1981 Rio de Janeiro/RJ, na Gávea. Implantação, em todos os Estados da Federação, da Lei 5692/71, que no 7º artigo, parágrafo único, se referia à disciplina do Ensino Religioso a ser ministrada dentro do horário normal das aulas, porém de matrícula facultativa. Nesse primeiro encontro foram completados e ratificados a pesquisa e o levantamento de dados cujos resultados seriam publicados, em 1976, na Coleção Estudos da CNBB sobre a Educação Religiosa na Escola. Apresentava como pauta das discussões, além do estudo da legislação federal e estadual existente, também a identidade do Ensino Religioso, com o questionamento: Evangelização ou Catequese? E ainda, foram discutidas questões a respeito do modelo confessional sobre a responsabilidade da elaboração de programas e conteúdos. Teve como objetivo a troca de experiências, a avaliação da implantação da Lei 5.692/71 nos Estados, além da organização de cursos e encontros de capacitação de coordenadores para o Ensino Religioso nas Secretarias de Educação, dioceses e escolas. No material da época é possível se observar a preocupação com seleção, formação e credenciamento dos professores para essa disciplina. 56 4 1984 Belo Horizonte/MG, no Cenáculo. 5 1986 Brasília/DF, Casa de Retiros da Assunção. 6 1988 Brasília/DF, Casa de Retiros da Assunção, no mesmo período da Constituição. Foi indicada a adoção da tríade VER-JULGAR-AGIR no desenvolvimento da temática em sala de aula. Inicialmente com trocas de experiências, seguidas de análise antropológico-teológica da religiosidade e um forte questionamento sobre a identidade do Ensino Religioso, aprofundou a distinção e a complementaridade entre o Ensino Religioso e a catequese e a questão da confessionalidade na escola pública. Não se chegou a uma conclusão definitiva, mas a proposta de continuar o estudo da identidade do Ensino Religioso e da modalidade de formação de professor. Nesse encontro faltaram apenas dois Estados e um Território. Outro elemento importante foi à discussão que subsidiou a geração do GRERE (Grupo de Reflexão do Ensino Religioso). Teve como objetivo o desenvolvimento da reflexão sobre o Ensino Religioso na política educacional vigente, em vista da nova Constituição em elaboração no Congresso Nacional. Os temas abordados foram: a política educacional no Brasil, visão panorâmica do Ensino Religioso no contexto da história, o papel da escola na educação, a pastoral da educação. Houve ainda questionamentos sobre a natureza e os objetivos do ER, qual o papel do Estado e das autoridades religiosas na formação do professor, como colocar o Ensino Religioso no contexto global da educação e como garantir as questões do na Constituição. Na ocasião, foi elaborado um manifesto ao povo brasileiro a favor da permanência do Ensino Religioso na Constituição. Contando com a presença de 19 Estados e dois Territórios, além do Distrito Federal. Os objetivos desse encontro foram: encontrar caminhos para o diálogo com os Deputados Constituintes sobre o Ensino Religioso; refletir sobre os princípios da educação no contexto sociopolítico brasileiro, buscar uma linguagem comum no ER. Na ocasião, foi analisada a situação do Ensino Religioso nos Estados, seus aspectos positivos e negativos, os desafios presentes na caminhada educacional brasileira e o papel do Ensino Religioso na educação. As conclusões foram: a elaboração e entrega de um documento aos constituintes, mobilização nacional, regional e local, organização local, regional e nacional dos coordenadores e equipes (o GRERE em nível nacional), promoção de um congresso de professores de ER, participação dos professores nos ENER´s, envio de um documento aos bispos e pastores demonstrando as dificuldades elencadas. Ficaram pendentes questões como qualificação do professor, aprofundamento na ocasião do ecumenismo. 57 7 1988 Belo Horizonte/MG, na Casa de Retiros São José. 8 1990 Petrópolis/RJ, no Convento Madre Regina. Com a presença dos coordenadores estaduais do ER, professores, representantes das principais editoras relacionadas com a disciplina, um representante do CELADEC, bispos responsáveis pelo ER, nacionais e alguns regionais, assessores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e membros do GRERE, reunindo um total de 90 participantes. O evento ocorreu no momento em que a Constituição assegurou a presença do Ensino Religioso na escola brasileira, ao mesmo tempo em que os Estados iniciaram a elaboração de suas Constituições Estaduais e Tiveram início as discussões da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Foi elaborada uma carta aberta aos educadores, na qual é defendido o posicionamento dos participantes do ENER (Encontro Nacional do Ensino Religioso): Foi defendida a escola pública, gratuita e de qualidade – O Ensino Religioso, como educação da dimensão religiosa da pessoa humana, respeitado o pluralismo cultural, de ideias, de concepções pedagógicas e da liberdade religiosa, faz parte do processo global e integral da educação. O Ensino Religioso na Escola deve contribuir para que ela possa se situar a partir da realidade do educando, levando em consideração sua vida e sua cultura. Nosso esforço é contribuir, a partir da dimensão religiosa, para a transformação da sociedade dividida em classes, numa perspectiva libertadora em uma sociedade justa, fraterna, humana e solidária. Com representantes de 26 Estados da Federação, exceto o Tocantins e a participação de 69 pessoas, das quais se destaca a presença de três bispos, três assessores da CNBB e de um representante da Comissão Evangélica Latino-Americana de Educação Cristã (CELADEC). Houve reflexões sobre os desafios da realidade cultural e das novas leis do ensino e, ao mesmo tempo, a busca de metodologias para favorecer uma prática educativa renovada. O tema principal foi o Ensino Religioso e a dimensão metodológica, com os seguintes enfoques: no marco antropológico, na prática pedagógica (linguagem e interdisciplinaridade) e sobre o processo histórico da educação nos últimos anos. Neste encontro foram levantadas ideias-chave para a organização de propostas e para aprofundar conceitos para a releitura do Ensino Religioso, tais como: valores, ecumenismo, interconfessionalidade, interdisciplinaridade, linguagem, símbolo, formação, celebração na escola, libertação como processo, além dos fundamentos antropológicos do Ensino Religioso. Nesse evento é percebida a importância do Ensino Religioso estar vinculado ao Setor de Educação da CNBB para possibilitar fazer distinção da catequese. Fato concretizado na Assembléia Geral da CNBB em abril de 1991. 58 9 1992 São Paulo/SP, Instituto Pio XI. 10 1994 Fortaleza/CE 11 1996 Brasília/DF 12 1998 Campinas/SP no Dando prosseguimento aos temas do 7º e 8º ENER´s, teve como objetivo a reflexão sobre a identidade, conteúdo e linguagem do Ensino Religioso, tendo em vista a compreensão do seu papel numa educação interdisciplinar que favoreça a formação íntegra e integradora do aluno. Participaram 88 pessoas, representantes dos Estados da Federação, quatro bispos, dois assessores da CNBB e os membros do GRERE. O tema central desse encontro foi à interdisciplinaridade e o Ensino Religioso. Foi assessorada pela professora Ivani Catarina Arantes Fazenda, que apresentou os fundamentos da interdisciplinaridade e mostrou seu desenvolvimento histórico, filosófico e pedagógico. Foram desenvolvidos discussões e debates, utilizando-se painéis sobre as questões da identidade, conteúdos e linguagem do ER, além da interdisciplinaridade. Os participantes propuseram que esse alicerce teórico interdisciplinar fosse aprofundado e orientado para uma prática mais eficiente. Na ocasião, foi constatado que em 18 Estados as aulas de Ensino Religioso eram interconfessionais; em oito, apresentavam características confessionais; e no Tocantins ainda não havia sido implantada. Foi ressaltado também que havia comissões interconfessionais as quais orientavam a prática do Ensino Religioso nas escolas na maioria dos Estados, sendo que quase a totalidade das Secretarias de Educação alicerçava-se em conteúdos programáticos já aprovados em suas instâncias. Com a temática “O Fenômeno Religioso no Contexto da Pós-Modernidade”, foram discutidas as mudanças socioculturais e o fenômeno religioso, as manifestações religiosas e o diálogo inter-religioso e a prática interdisciplinar. É importante ressaltar que um ano antes da criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) e de sua proposta sobre o modelo fenomenológico, o 10º ENER propôs a discussão sobre o fenômeno religioso. Houve uma reflexão sobre o impacto entre a matriz sociopolítica, econômica, cultural e religiosa e as culturas advenientes. Nesse percurso, foi possível compreender os aspectos sociopolíticos, econômicos, culturais e religiosos presentes em cada Estado, levantamento de princípios e critérios que possam nortear a ação pedagógica do Ensino Religioso, e com base nesses mesmos princípios e critérios foram analisados validade, urgência, metas e recursos disponíveis. Teve como temática a correlação do Ensino Religioso e o Projeto Político Pedagógico da escola, seus pressupostos e a viabilização, visando à organização de diretrizes para sua inserção no Projeto Político Pedagógico escolar, e destarte considerava o ser humano sujeito políticoreligioso. Tabela 06 - Quadro resumo dos ENER´s 59 Foi proposto para o ano de 2002 o 13° Encontro Nacional de Ensino Religioso (ENER) visando à avaliação e celebração dos 25 anos de ENERs e dos 50 anos da CNBB e sua atuação e influência com e no Ensino Religioso no Brasil, mas esse encontro não foi efetivado (JUNQUEIRA, 2009). A partir de 1996-1997, o FONAPER assumiu com competência a parte política e pedagógica do ER. A CNBB passou, então, a dar maior atenção à formação de professores de Ensino Religioso das Escolas Católicas. Mapa 02 – Eventos de Ensino Religioso de 1974 a 1998 60 3. ARTIGOS EM PERIÓDICOS: UMA PRODUÇÃO AMADURECIDA As novas descobertas e invenções criaram uma grande revolução em todas as épocas, pois interferiram nos padrões de comportamento e ao acesso do conhecimento nas sociedades, entre estas criações encontra-se a imprensa, pois provocou radicais mudanças na cultura permitindo que o conhecimento chegasse de forma mais ampla ao público, precisamos destacar a Revolução industrial, pois representou a evolução do mercado e o desenvolvimento da ciência e tecnologia. Consequentemente não é suficiente produzir o conhecimento, é fundamental a sua difusão enriquecendo as diferentes áreas de conhecimento, para tal é significativo articulação da pesquisa com o tornar público os resultados. À medida que a pesquisa é organizada surge à necessidade de criar as estratégias de publicizar o trabalho, neste cenário encontra-se a elaboração e divulgação de artigos científicos em periódicos. Pois, a comunicação científica é essencial dentro da ciência, pois enquanto a pesquisa não for analisada pelos pares esta não será certificada, esta divulgação poderá ser formal ou informal. Entre os processos de sistematização encontra-se publicação em periódicos científicos que são revistas especializadas voltadas para discussão universitária e institutos de pesquisa, especialmente para proporcionar à comunidade científica um canal formal de comunicação e disseminação da produção técnico-científica nacional por meio da publicação de artigos originais que sejam resultados de pesquisas tecno-científica e que contribuam para o avanço do conhecimento. O periódico científico ou revista científica, denominação cada vez mais aceita para designar as publicações produzidas em intervalos regulares e constituídas graças à contribuição de artigos, como um dos produtos da ciência que tem tido maior aceitação como registro da produção científica. O reconhecimento pela comunidade científica exige do pesquisador a publicação de suas pesquisas e, para esse fim, cada vez mais se impõe a busca pelas revistas mais bem avaliadas pelos órgãos reguladores e indexadores, para então ocorrer à submissão do artigo. É certo, porém, que quanto melhor a avaliação da revista, maior é o interesse dos mais renomados pesquisadores nela publicarem, o que dificulta consequentemente, a participação de novos autores nessas publicações, principalmente dada à 61 quantidade reduzida de artigos publicados em cada edição. Do outro lado do processo da comunicação científica, pode-se identificar o papel desempenhado pelo editor-chefe da revista, o responsável pelo recebimento das submissões dos pesquisadores, escolha e envio a pareceristas da área para avaliação (blind review) e finalmente para decidir o que pode ser publicado e em qual edição. O conhecimento incorporado pela literatura científica, por meio dos periódicos científicos, é também disponibilizado nas redes eletrônicas. Versões eletrônicas dos periódicos científicos impressos, bem como periódicos científicos exclusivamente eletrônicos, são cada vez mais comuns na grande rede, cópias fiéis, espelhos ou não, do formato em papel, proporcionando o aumento da visibilidade da ciência e ampliando a audiência. O mundo acadêmico e o conhecimento científico legitimado pelo sistema formal de comunicação da ciência, cuja expressão máxima é o periódico científico, passam a conviver com uma forma de comunicação e informação diferente que extrapola o convencional, rompendo fronteiras “reconhecidas”, ampliando a audiência e alcançando outros públicos, atingindo a audiência da alçada da divulgação científica, fazendo uma grande interseção com públicos não especializados. A interação da divulgação científica com a comunicação referente à pesquisa sobre o processo de comunicação científica de comunidades científicas brasileiras em redes eletrônicas, da qual as autoras participaram. Especificamente, a pesquisa visou verificar a função e a importância dos diversos recursos eletrônicos na comunicação científica em rede, na sua interdependência e relação com canais de comunicação formais e informais, tradicionais e convencionais. Entre os resultados, foi visto um dos primeiros fenômenos observados, decorrente da Internet, foi à aproximação entre comunicação científica (de cientistas para cientistas) e divulgação científica. O advento da revista científica data do século XVII, com o surgimento do Journal des Sçavants, fundado pelo francês Denis de Sallo, a comunicação de novas descobertas científicas era realizada anteriormente por um grupo restrito de pesquisadores que trocavam cartas para divulgar suas ideias ou esporadicamente se reuniam para trocar conhecimento. O cerne da concretização da revolução científica ficou evidenciado com a invenção da imprensa no século XV, fato que exerceu importante papel na difusão do conhecimento científico. Tanto o periódico 62 científico quanto o artigo representam uma das inovações mais características e notáveis da revolução científica. Enquanto no Brasil temos o registro do Propagador das Ciências Médicas ou Anais de Medicina, Cirurgia e Farmácia (1827) idealizado por Xavier Sigaud, médico francês radicado no Brasil, temos ainda a Gazeta Médica (Rio de Janeiro – 1862) e a Gazeta Médica (Salvador – 1866). Mas, foi somente no século XX que este tipo de publicação assumiu uma maior proporção e qualificação nos diferentes países. O periódico científico demonstra sua importância quando nos remete a autoridade do que é escrever e do grande valor que esse ato representa, pois a linguagem escrita é uma das conquistas mais relevantes da humanidade, ela passa a ter importância quando é descoberta e reconhecida como uma forma de comunicação. A explicitação permite que a informação seja socializada. Assim, ao serem publicadas, cumprem práticas de um itinerário consagrador, definido pelas relações presentes no âmbito da sua área de atuação, de modo a assegurar, tanto seu retorno econômico quanto simbólico, pois o contexto comporta a existência de grupos em formação e até em competição, ocupantes de diversas posições no que se considera um campo da produção cultural todos em busca da legitimidade atribuída pelas instâncias de consagração. A partir da década de 1950, um grande número de periódicos científicos começou a surgir principalmente nos Estados Unidos e Europa, contribuindo para o rápido crescimento das inovações. Nessa mesma época, Eugene Garfield, cujo primeiro trabalho data de 1955, demonstrou preocupação em identificar, entre a grande quantidade de títulos existentes, quais seriam os mais importantes para cada área, o que ele chamou de literatura nuclear, para estabelecer pelo fator de impacto, o núcleo básico de publicações relevantes na área. Em 1972, o Journal Citation Report (JCR) começou a utilizar índices bibliométricos que geravam o fator de impacto. A utilização desse indicador é considerada uma importante ferramenta para avaliação das publicações, especialmente se utilizada na comparação entre títulos de uma mesma área do conhecimento. A partir da década de 1960, estudos apontam a preocupação com a avaliação de revistas científicas e técnicas, sinalizando a necessidade de se definirem 63 parâmetros mensuráveis, capazes de refletir a qualidade da informação registrada. Ainda na visão dessas autoras, várias críticas vêm sendo formuladas, em âmbito internacional, quanto à publicação de revistas sem critérios de qualidade e para as quais vêm se perdendo esforços, material publicado, recursos financeiros e até prestígio de organizações científicas ou instituições. Aferir ou mensurar qualidade não é um processo fácil, todavia, quando se trata de revista científica, a avaliação é realizada por um conjunto de aspectos relacionados que atendem ao cumprimento das normas estabelecidas pela própria revista, pelo corpo editorial (distribuição geográfica e competência de seus membros), pelo processo de revisão por pares (revisores ou pareceristas e fluxo de revisão), pelo conteúdo e mérito científico (originalidade, relevância e validade), pela regularidade e frequência de publicação, pela aceitação da comunidade científica (distribuição geográfica e citações). Em geral, esses critérios são analisados por bases de dados e por agências de fomento à pesquisa que são os principais responsáveis pelo controle, medição e análise da produção científica. Os motivos pelos quais um editor busca que a revista seja indexada em base de dados estão geralmente ligados à oportunidade de aumento de sua visibilidade e disseminação nacional e/ou internacional. No Brasil, existe o conjunto de avaliação de procedimentos utilizados pela CAPES para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender às necessidades específicas do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio do aplicativo Coleta de Dados. Como resultado, o órgão disponibiliza uma lista com a classificação das revistas publicadas pelos programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção, instituída no ano de 1998, com a finalidade de qualificar os periódicos científicos existentes nas áreas (CAPES). Em 2007, o processo de avaliação sofreu modificações e a nova estratificação (CAPES) passou a ser avaliada. A modificação na maneira de avaliação pela CAPES causou grande impacto na comunidade científica, e para a maioria dos periódicos científicos o momento é de reestruturação. O sistema de avaliação CAPES denominado Qualis. A avaliação de um periódico contribui igualmente para o comportamento da literatura nas áreas específicas, o que pode ser observado em estudos de autoria e citações. 64 Além disso, a realidade no Brasil aponta para outros fatores que na maioria das vezes não são considerados para avaliação da produção científica das áreas, prejudicando exponencialmente a avaliação e o reconhecimento do periódico científico na comunidade. Entre os critérios de avaliação encontramos os seguintes critérios: corpo editorial; indexação em bases de dados; circulação nacional e /ou internacional; colaboração de consultores nacional/estrangeiros; permuta regular com publicações nacional/estrangeiras; veiculação virtual; periodicidade regular; artigos em idiomas de grande penetração na comunidade acadêmica; projeto gráfico de qualidade. Nestes periódicos encontramos fundamentalmente três tipos: artigo científico que são resultados de pesquisa discute ideias, métodos, técnicas relatos de experiência, estudos de caso etc.; artigo original que relata trabalhos originais completos que envolvem abordagens teórico-práticas referentes a pesquisas, indicando resultados conclusivos e significativos; artigo de revisão que constitui um relato sobre o conhecimento disponível de determinado tema, mediante análise e interpretação da produção científica existente de informações já publicadas. Os artigos científicos, publicados nos periódicos científicos, além de oferecerem um meio para a preservação do conhecimento neles registrado, servem a pelo menos mais três propósitos: a comunicação entre cientistas, a divulgação de resultados de pesquisa e dos estudos acadêmicos, e o estabelecimento da prioridade científica. Dessas funções, apenas na última citada é considerado como o único meio, gozando, até agora, de consenso na comunidade científica e acadêmica. Nas demais funções, o artigo publicado não é a única nem a primeira vez em que os resultados são divulgados, nem é o principal meio de comunicação entre os cientistas. Entre o início da pesquisa e a publicação de seus resultados em um artigo, há várias instâncias de comunicação e divulgação, em diversos níveis de abrangência e formalidade. O conhecimento dessas atividades de comunicação e divulgação que precedem a publicação do artigo é importante para o estudo dos periódicos e das literaturas científicas em geral. Neste contexto para destacar a importância do artigo numa revista científica Laville e Dionne (1999, p.247) fazem a seguinte alusão nas revistas científicas, o artigo é provavelmente o meio por excelência para comunicação da pesquisa. É nas 65 revistas que se vê melhor e mais rapidamente a ciência que se faz; é nelas que a comunidade pode avaliar a justa medida da pesquisa, pois o pesquisador precisa dizer o essencial, e com concisão, pois as páginas são limitadas. Problemas, problemática, método, tipos de dados considerados, conclusões tiradas e suas incidências sobre o saber em evolução são expostos no artigo com precisão. Isso é nele exposto, sem que seja necessário reproduzir os dados em pormenor, nem elaborar longamente sobre os instrumentos utilizados para colhê-los e os tratamentos particulares que receberam, pois os leitores dos artigos, desde que tenham um pouco de experiência em pesquisa, habitualmente sabem a que se remeter. Para definir tecnicamente um artigo científico NBR (2003, p.02) conceitua como artigo científico é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas de conhecimento. Mas, a melhor definição para o termo artigo científico é a de que este é um texto científico, daí o nome, por vezes acadêmico, mas que tem a função de relatar uma gama de resultados imbuídos de originalidade, encontrados a partir de uma pesquisa. O artigo científico é apresentado segundo a linguagem e método próprios de uma área de ciência e, de modo geral, com uma estrutura lógica de argumentação, apresentando inicialmente o problema ou objetivo da investigação, o conjunto de hipóteses, as possíveis soluções do problema ou modos de se atingir o objetivo, uma descrição dos métodos e técnicas, utilizados, uma análise dos resultados obtidos, uma conclusão que aponta qual hipótese foi verificada experimentalmente. Assim, um artigo científico pode ser conceituado como um estudo realizado de maneira resumida sobre uma questão que se fundamenta em alguma natureza científica. Define-se então como um relatório escrito e publicado que descreve resultados originais de uma pesquisa. É a publicação válida por excelência e todas as revistas científicas têm uma seção ampla dedicada a publicar artigos originais. Pois de fato, os artigos publicados nos periódicos científicos servem ao menos a três propósitos: a comunicação entre cientistas, a divulgação de resultados de pesquisa e dos estudos acadêmicos, e o estabelecimento da prioridade científica. 66 O artigo científico relata informações e resultados de uma pesquisa de maneira clara e concisa. Sua característica principal é ser publicado em periódicos científicos. É histórico o fato de que o conceito deste já é praticamente o mesmo desde o século XVIII, a partir da evolução científica ocorrida na época, a necessidade de destacar resultados de uma determinada pesquisa, o desenvolvimento das editoras especializadas, entre outros aspectos, mas o principal era a demanda por pesquisa que estava presente. Um elemento sobre os periódicos é o seu registro, embora não seja obrigatório é um parâmetro para o controle de qualidade de revistas científicas, assim como um critério de indexação em base de dados nacionais e internacionais, este registro é o ISSN - Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas (International Standard Serial Number) é o identificador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada, tornando-o único e definitivo. Seu uso é definido pela norma técnica internacional da International Standards Organization ISO 3297. O ISSN é operacionalizado por uma rede internacional, e no Brasil o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) atua como Centro Nacional dessa rede. A qualidade dos periódicos é sem dúvida consequência do resultado dos artigos publicados, como ressalta a sua especificidade destinado a serem publicados em revistas e periódicos científicos, esta modalidade de trabalho tem por finalidade registrar e divulgar, para público especializado, resultados de novos estudos e pesquisas sobre aspectos ainda não devidamente explorados ou expressando novos esclarecimentos sobre questões em discussão no meio científico. Artigo científico pode ser entendido como um trabalho completo em si mesmo, mas possui dimensão reduzida. Pois, a apresentação sintética, em forma de relatório escrito, dos resultados de investigações ou estudo realizados a respeito de uma questão. Já que escrever artigos científicos é importante para expor aspectos novos por nós descobertos, mediante o estudo e a pesquisa, a respeito de uma questão, ou de aspectos que julgamos terem sido tratados apenas superficialmente, ou soluções novas para questões conhecidas; expor de uma maneira nova questão já antiga; anunciar resultados de uma pesquisa, que será exposta futuramente em 67 livro; desenvolver aspectos secundários de uma questão que não tiveram o devido tratamento em livro que foi editado ou que será editado; abordar assuntos controvertidos para os quais não houve tempo de preparar um livro. O artigo é um meio de atualização de informações e por isso, enquanto fonte de pesquisa, jamais pode ser ignorado por estudantes e professores no processo de busca e aquisição de conhecimentos. O artigo científico é o grande responsável pela divulgação nos eventos e podemos definir artigo científico como um texto escrito para ser publicado, com o objetivo de comunicar os dados de uma pesquisa. Segundo Santos, “são geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas, seja para divulgar conhecimentos, seja para comunicar resultados ou novidades a respeito de um assunto, como ainda, para constatar, refutar ou apresentar outras soluções de uma situação controvertida”. Noronha (2000) reconhece que na divulgação do conhecimento em meios formais, os periódicos científicos tem reconhecido valor pela rapidez e eficiência na comunicação de resultados. Entretanto, há que se ressaltar também o papel desempenhado por outros tipos de documentos como no caso das dissertações e teses – produtos finais dos cursos de pós-graduação. Como há diversidade no que seja o método em cada área da ciência, a forma do artigo científico pode variar em sua apresentação, não existindo em sua estrutura única que assegure, por si mesma, a cientificidade de um artigo ou texto que pretenda ser científico. Diante dessa impossibilidade de uma construção textual objetivamente científica, há a necessidade do exame de um artigo pela comunidade científica, pois a ciência é uma forma de conhecimento de caráter público, cuja validade só se estabelece após o debate em torno dos resultados e do caminho percorrido – o método – que conduziu a sua construção. O papel do artigo científico fundamentalmente é derivado do próprio gênero do mesmo. Conforme a regra, podemos dividi-lo fundamentalmente em Três gêneros: - Artigos de revisão bibliográfica: são elaborados a partir da análise de referenciais teóricos ou fontes bibliográficas. Sua função é ampliar o entendimento 68 sobre o tema a partir, da síntese e da estruturação conceitual. - Artigos originais: seu papel é destacar os resultados de uma pesquisa prática realizada pelo autor ou pelo grupo de trabalho, apesar de também se apoiarem em fontes bibliográficas. Porém, as diferenças estão na metodologia de elaboração, que foge do universo da leitura para a vida prática real. - Artigos de divulgação: servem para comunicar ao público alvo que seja do interesse do autor. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas os artigos são classificados em dois tipos: original e revisão. O artigo original “parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens originais [...] (relatos de experiência de pesquisa, estudo de caso, etc.)”. O artigo de revisão “parte de uma publicação que resume, analisa e discute informações já publicadas A partir dessas diferenças conceituais, pode-se ter uma ideia da complexidade do trabalho exigido, de modo que, desta forma um artigo científico pode não ser mais simples ou fácil que uma monografia ou um TCC sobre o mesmo tema. Para Lakatos e Marconi (2001) os artigos científicos possuem as seguintes características: - não constituem em matéria de um livro; - são publicados em revistas ou periódicos especializados; - permitem ao leitor, por serem completos, repetir a experiência. A estrutura de artigos publicados em periódicos científicos está denominada na norma NBR 6022/2003, criada para especificar a apresentação de Artigos em publicação periódica científica impressa cuja atualização foi realizada em Maio de 2003. Esta estrutura é constituída de três partes: a) pré-textuais [título, nome(s) do(s) autor (es), resumo da língua do texto e as palavras-chave na língua do texto, resumo e palavras chave em língua estrangeira]. b) textuais [ introdução, desenvolvimento e conclusão]; c) pós-textuais [título em língua estrangeira (se houver), nota (s) explicativa(s), referências, glossário, apêndice(s), anexo(s)]. Considerando que a apresentação de um artigo científico não inclui capa, 69 folha de rosto e sumário, a primeira folha inicia com o próprio título. Assim nas páginas a seguir, serão descritas as orientações gerais de apresentação e formatação do próprio modelo. Título: Autoria: Resumo Técnico: Palavras-chave: O corpo do artigo: Nos artigos científicos: As Referências: Anexos: correspondendo ao conteúdo, deve ser conciso, todo em letras maiúsculas e em negrito. Se houver subtítulo, após dois pontos, este virá em letras minúsculas e sem o negrito. alinhado à direita deve vir, em itálico, o nome do autor, com inserção de asterisco indicativo de nota de rodapé com a sua qualificação acadêmico-profissional no pé da página (para que essa nota de rodapé apareça você deve clicar em exibir, cabeçalho e rodapé, rodapé direito e, na caixa, escreve-se a titulação e status profissional do autor). tem a finalidade de informar ao leitor o teor do artigo. Começa informando qual é a natureza do trabalho, o objeto de estudo, os objetivos visados, as teorias em que se apoiou o autor, onde e como os dados foram coletados e se os objetivos foram alcançados. Tudo isto deve ser feito em um único parágrafo, sem entrada na primeira linha, contendo entre 200 e 250 palavras. são palavras (chamadas de unitermos temáticos ou descritores) que caracterizam de forma precisa o conteúdo do trabalho, separadas por ponto e vírgula e ponto final. Ex. Palavras-chave: Formação do Professor; PROFORMAR-UE; Curso Normal Superior. artigo científico solicitado para os convidados que participarão da coletânea pode ser classificado como um Artigo Científico de Relato de Experiência Docente e, assim sendo, deve: iniciar com apresentação do tema e dos objetivos do artigo; em seguida passar a expor os fatos na ordem cronológica descendente ou ascendente; recorrer a dados e se os apresentar, analisá-los e, com base neles, concluir. agradecimentos por apoios financeiros para a pesquisa; a pessoas que contribuíram com dados ou informações e observações críticas, revisões, vêm depois das conclusões. devem ser feitas de acordo com as normas da ABNT. Devem ser referenciadas todas as obras que são citadas no corpo do trabalho direta ou indiretamente. Por obras entendese: livros, artigos de revista científicas e demais periódicos impressos, artigos, depoimentos de pessoas, anotações de aula ou outras informações retiradas de publicações eletrônicas, sítios eletrônicos com legislação, de DVDs, CDs ou qualquer outro suporte que contenha informação. nesta parte pós-textual colocam-se documentos importantes que não devem constar do corpo do texto (quadros, tabelas, mapas, fotos, etc.). Tabela 07 – Estrutura de artigo Referindo-se da evolução do conceito de artigos de pesquisa, e apesar da aparente novidade, a importância dos artigos científicos para produção científicoacadêmica já tem alguns séculos de história, esta forma textual foi uma das principais maneiras de perpetuação e divulgação em muitas disciplinas de pesquisa, mantendo uma forma mais ou menos estável há muito tempo. Os artigos científicos encontram nos eventos acadêmicos o espaço de exposição. Em áreas com uma tradição e com sociedade científicas já consolidadas, é facilmente compreendido o rigor e a qualidade dos trabalhos apresentados. No que se refere ao Ensino Religioso, uma área em que as pesquisas são recentes e naturalmente a sua divulgação e o seu rigor de análise ainda se encontram sendo estabelecidos, tornase necessário inicialmente contextualizar o cenário dos eventos para identificarmos as referidas produções. Deste modo, o artigo científico, ao tornar público e aberto ao debate o 70 conhecimento elaborado em pesquisa, é um meio fundamental para a divulgação e desenvolvimento da ciência. Historicamente o primeiro registro que temos sobre publicação de textos sobre o Ensino Religioso foi promovido pelo Secretariado Nacional de Ensino da Religião contava com o apoio das escolas e com da Associação de Educação Católica (1945), a este secretariado cabiam as seguintes funções: campanhas eficientes que visassem à catequese como base de todo apostolado, sobretudo no que se referia à grande ignorância religiosa em que o país se encontrava. Por isso ocorreram esforços conjugados no aprimoramento da catequese, para que houvesse claro conhecimento dos objetivos da formação religiosa, do catecúmeno e dos métodos catequéticos, inclusive sobre o material a ser utilizado; para tal seria estabelecido um texto único de religião que fosse prudente e seguro, além da manutenção e aprimoramento da Revista Catequética, ocorreu nas décadas de quarenta e cinquenta. Posteriormente não foram encontrados registros de artigos sobre o Ensino Religioso, até a década de setenta quando a Revista de Catequese criada em 1977 (n. 0), Editora Salesiana (SP) passou a publicar artigos, notícias, experiências sobre este componente curricular que com a Lei 5692 (1971) iniciava um novo percurso e orientação para a disciplina. O primeiro Conselho Editorial era composto por: Bernadette Mello, Hilário Moser, Hilário Passero, Luiz Colussi, Maria Stella Sanches Coelho, Mário Bonatti, Raimundo José A. Soares, Ralfy Mendes de Oliveira (Coordenador) e Wolfgang Gruen. A partir de 1995 foi reduzido significativamente a temática do ER na Revista de Catequese sendo a temática de fato assumida pela “Diálogo” (JUNQUEIRA, 2000, 187). Entre 1978 a 1999 estes foram os textos publicados pela Revista de Catequese sobre o Ensino Religioso, tornaram-se como que únicas fontes para os pesquisadores desta área do conhecimento: Período Ano 01 – n.03 - 1978 Ano 02 – n. 05 - 1979 Ano 03 – n. 09 1980 Título Ensino Religioso em Mato Grosso Aspectos Legais do Ensino Religioso na Escola Encontro de Professores Autor Redação Wolfgang Gruen Diocese de Presidente Prudente (SP) 71 Ano 04 n. 14 - 1981 Ano 05 – n. 18 - 1982 Roteiro para o Ensino Religioso Catequese e Ensino Religioso Ano 05 – n. 18 - 1982 O Ensino Religioso em Classes de 5º e 8ª séries Ensino Religioso nas escolas Coordenação do Ensino Religioso Ensino Religioso no Estado do Mato Grosso do Sul Problemas do professor do Ensino Religioso O Ensino Religioso e a confessionalidade Diferença entre catequese nas comunidades e Ensino Religioso Ensino Religioso – a escola – o currículo O 4º Encontro Nacional sobre Ensino Religioso Ensino Religioso escolar III Seminário Nacional de Educação e Ensino Religioso de Deficientes Auditivos Experiência de Ensino Religioso Ano 06 – n. 22 1983 Ano 06 – n.24 - 1983 Ano 07 – n.26 - 1984 Ano 07 – n.28 - 1984 Ano 07 – n.26 - 1984 Ano 07 – n.26 - 1984 Ano 07 – n.26 - 1984 Ano 07 – n.26 - 1984 Ano 08 – n.29 - 1985 Ano 08 – n.30 - 1985 Ano 08 – n.30 - 1985 Ano 09 – n.33 - 1986 Ano 09 – n.34 - 1986 Ano 09 – n.36 - 1986 Ano 10 – n.40 - 1987 Ano 11 – n. 42 - 1988 Ano 11 – n. 43 - 1988 Ano 11 – n. 44 – 1988 Ano 11 – n. 44 – 1988 Ano 11 – n. 44 – 1988 Ano 11 – n. 44 – 1988 Ano 12 – n. 47 – 1989 Ano 12 – n. 47 – 1989 Ano 12 – n. 47 – 1989 Ano 12 – n. 47 – 1989 Ano 13 – n. 52 – 1990 Ano 13 – n. 52 – 1990 Ano 13 – n. 52 – 1990 Ano 13 – n. 52 – 1990 Ano 14 – n. 54 – 1991 Ano 14 – n. 54 – 1991 Ano 14 – n. 55 – 1991 Ano 14 – n. 56 – 1991 Ano 14 – n. 56 – 1991 Ano 14 – n. 56 – 1991 Ano 15 – n. 58 – 1992 Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso Escolar (GRERE) 2ª. Reunião do Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso Escolar (GRERE) Encontro de coordenadores de Ensino Religioso 6º Encontro Nacional de Coordenadores Estaduais de Ensino Religioso nas escolas públicas Ensino Religioso no Brasil IV Seminário de Educação e Ensino Religioso aos deficientes Auditivos A natureza do Ensino Religioso, à luz de uma aula Ensino Religioso escolar, um desafio sempre presente O Ensino Religioso nas escolas públicas Nota do Conselho Permanente sobre o ER O Ensino Religioso no estado do Rio de Janeiro O Ensino Religioso, um desafio que continua Apoio ao Ensino Religioso Aspectos do Ensino Religioso escolar Estatuto Pastoral do Ensino Religioso escolar 8º Encontro Nacional do Ensino Religioso Encontro de Professores de Ensino Religioso Primeiro Congresso de Professores de Ensino Religioso da Diocese de Assis Grupo Nacional de Reflexão de Ensino Religioso Seminário sobre Ensino Religioso Escolar A caminhada do Ensino Religioso e da Pastoral Bíblica A linguagem do Ensino Religioso Ensino Religioso escolar e pluralismo religioso A educação Religiosa em Santa Catarina: 20 ano do CIER Ensino Religioso no contexto da escola Maria José Dias Brosch Diocese de Itabira/Cel Fabriciano Arquidiocese de São Paulo Pia Clara Raimundo Ricardo Sobrinho Redação Wolfgang Gruen Luiz Alves de Lima José Geeurickx Maria Leônida Fávero Israel José Nery Ivo Loscheiter CNBB Equipe de Coordenação de Belém (PA) CNBB CNBB Diocese de Santa Cruz do Sul CNBB Vital Wilderink Salvador Stragapede Wolfgang Gruen Marcos Sandrini Vital Wilderink CNBB Sonia Nikitiuk Vital Wilderink Ivo Loscheiter Alberto Ramos Francisco Catão CNBB Redação Diocese de Assis CNBB Redação CNBB Francisco Catão Francisco Catão CIER Vital Wilderink 72 Ano 15 – n. 59 – 1992 Ano 16 – n. 61 – 1993 Ano 18 – n. 72 – 1995 Ano 18 – n. 72 – 1995 Ano 19 – n. 73 – 1996 Ano 19 – n. 74 – 1996 Ano 19 – n. 74 – 1996 Ano 22 – n. 87 – 1999 pública Seminário sobre Ensino Religioso Escolar – Regional Sul 9º Encontro nacional de Ensino Religioso 25 anos do Conselho de Igrejas para a Educação Religiosa – CIER Reunião do Grupo de Reflexão do Ensino Religioso – GRERE Carta do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso Curso de Ensino Religioso escolar O Ensino Religioso Escolar em debate A Educação Religiosa: um grande desafio nos dias de hoje CNBB CNBB CIER CNBB FONAPER Redação Setor de Educação da CNBB Francisco Catão Tabela 08 – Revista de Catequese Paralelamente ao trabalho de divulgação dos primeiros exercícios de teorização do Ensino Religioso da “Revista de Catequese”, outro espaço de publicação que antecipou a leitura pedagógica do Ensino Religioso foi a Revista de Educação da AEC, estes foram os artigos localizados entre a origem da Revista 1978 e 1994: Período Ano 01 – n. 01 - 1978 Ano 18 – n. 72 - 1989 Ano 22 – n. 88 - 1993 Ano 22 – n. 88 – 1993 Ano 22 – n. 88 – 1993 Ano 22 – n. 88 – 1993 Ano 22 – n. 88 – 1993 Ano 22 – n. 88 - 1993 Título O objetivo específico da instrução religiosa nas escolas Interdisciplinaridade a partir do Ensino Religioso O Ensino Religioso escolar no Brasil, no contexto da história e das leis Projeto Educativo e Ensino Religioso na escola Pensando nos conteúdos do Ensino Religioso Metodologia do Ensino Religioso: novas perspectivas O Ensino Religioso na escola deve ser confessional? Interconfessional? Interreligioso? ASSINTEC – 20 anos de Ensino Religioso Interconfessional Autor M. Gurgel Carlos Henrique Carrilho Crus José Israel Ney Elí Benincá e Equipe de Suporte Teresinha Motti Lima da Cruz Rosamaria Calaes de Andrade João Barros – Guy Jorge Ruffier – Lurdes Caron Iris Mathilde Boff Serbena Tabela 09 – Revista AEC Em 1995 com a criação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) é proposto uma leitura do Ensino Religioso a partir da escola, é confirmado com alteração do artigo 33 da LDB em 1997, esta confirmação ocorre 73 em 2010 com a homologação da nova versão das Diretrizes do Ensino Fundamental que considera este componente curricular como uma área do conhecimento. A partir de uma nova configuração do Ensino Religioso com perspectiva pedagógica e concebida como área de conhecimento ampliaram as pesquisas junto aos programas de pós-graduação, com a elaboração de dissertações e teses iniciaram as produções acadêmicas a partir deste conhecimento produzido e divulgado por meio de artigos em periódicos científicos. Neste contexto é organizada a primeira revista específica sobre o Ensino Religioso, ela não possui o perfil de uma revista científica, pois a intencionalidade é contribuir na formação de professores desta área – REVISTA DIÁLOGO das edições Paulinas. A história desta revista confunde-se com o estabelecimento de uma nova configuração para este componente curricular, foi quando o bispo responsável pelo Setor da Educação da CNBB, D. Aloysio Penna, procurou viabilizar a proposta de uma revista de apoio ao Ensino Religioso, através das Edições Paulinas. Assim foi criada a primeira revista de fato para esta disciplina: revista “Diálogo (outubro 1995)”. Ocorre num contexto de reflexão e preocupação com a formação de professores, sobretudo por solicitação de diversos professores do Ensino Religioso, no X Encontro Nacional de Ensino Religioso - ENER (Fortaleza, agosto 1994), manifestou-se a urgência desta iniciativa que já fora apresentada em encontros anteriores, para o apoio aos docentes tanto de escolas públicas como privadas. A revista “Diálogo” caracteriza-se por ser monotemática, ou seja, aborda um tema sob vários aspectos, quatro números ao ano, os primeiros números publicados: Ensino Religioso no Brasil (0/1995); Ensino Religioso e direitos humanos (1/1996); Matriz cultural religiosa brasileira (2/1996); Cristianismo no Brasil (3/1996); Ética e educação (4/1996); Violência e convivência humana (5/1997); Violência e as religiões (6/1997); Deus e a violência (7/1997); Ética e violência (8/ 1997); Educação em tempos globais (9/1998); Religiões e educação (10/ 1998); Ensino Religioso: experiências pedagógicas (11/ 1998); Educação e o mundo do trabalho (12/1998); Como falar de Deus (13/1998); Experiência religiosa e transcendência (14/1999); Música na educação (15/1999); Ecumenismo (16/1999). A revista encontra-se em sua terceira editoria, a primeira foi Luzia Sena (1995-2005), seguida Maria Inês Carniatto (2006-2010) e Roseane Barbosa (2010 -...). 74 Além das revistas sobre o Ensino Religioso tivemos a publicação de Boletins e Jornal para professores deste componente curricular, o primeiro registro é o Boletim ENTRE NÓS (Notícias – Experiências – Reflexões), criado em 1990 (ago/set) pela Editora FTD (São Paulo/SP) com objetivo de criar um canal de comunicação, mediado pelo Departamento de Educação Religiosa da Editora FTD, mas que relacione professores com professores mediante intercâmbio de notícias sobre o Ensino Religioso Escolar (ERE), assim como a partilha de experiências concretas nesse terreno, aprofundamento da reflexão sobre os principais componentes da área, foi previsto para ser bimestralmente, ou seja, ser publicado e distribuído pela editora nas instituições escolares quatro vezes ao ano, com quinze páginas por número. O último boletim registrado é de 1999 (mar/abr), após este não foi localizado novas publicações. Em 1992 as edições paulinas lançou o LER (Laboratório de Ensino Religioso) iniciado em março/abril, o projeto teve seu início no primeiro semestre deste ano com reuniões de professores para discutir este componente curricular, último registrado é de abril de 1993 (n. 07). Em 2007 o Pontifício Instituto Missões Exterior (PIME) lançou o Jornal “O Transcendente” (mar/abr) com sede em Florianópolis (SC) segundo o editor a intenção é abordar o fenômeno religioso e os diversos elementos das religiosidades, em consonância com a legislação em vigor, por meio de textos, discussões, conteúdos formativos, entrevistas, dinâmicas, jogos e outras sugestões práticas que auxiliem na preparação e no desenvolvimento das aulas de Ensino Religioso e na formação do professor, são publicados quatro números por ano. Foram criados dois boletins on line, inicialmente o GPERNEWS (www.gper.com.br) o primeiro publicado em 2005 (24/03), inicialmente uma publicação quinzenal, mas em 2006 semanalmente com a preocupação de apoiar o trabalho dos professores e a divulgação de pesquisas. Entre 2005 a 2010 foram publicados 282 boletins, com um total de 3157 assinantes. O segundo boletim on line foi criado em 2011 pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, não existe uma periodicidade e a sua proposição é divulgar as novidades do site www.fonaper.com.br. Desta forma lentamente os diferentes periódicos são construídos para tornar conhecidas as pesquisas e ações pedagógicas sobre o Ensino Religioso, assim como na primeira década do século XXI com ampliação de 75 dissertações e teses nos diferentes programas de Pós-Graduação, criação de grupos de pesquisa, enfim a inserção do Ensino Religioso como objeto de pesquisa percebe-se divulgação de artigos científicos em periódicos com perfil científico no Brasil, alterando o quadro que ocorreu ao longo de todo o século XX. É necessário fazer memória do esforço realizado pela CNBB/GRERE, que entre 1997-2003 no SITE da CNBB – continha espaço para o setor de Ensino Religioso que disponibilizou informações e artigos prosseguiu entre 2004 a 2006 inclusive com o Boletim “Ensino Religioso em questão” (2005) na realidade para cada um dos vinte e sete números era divulgada uma questão respondida por um especialista: 01. O que é o Ensino Religioso no contexto escolar? (Luzia Sena - São Paulo/SP); 02. Qual a razão do Ensino Religioso na escola? (Luzia Sena - São Paulo/SP); 03. Quais os modelos de Ensino Religioso no Brasil? (Luzia Sena - São Paulo/SP); 04. Existe alguma sustentação legal para o ER no Brasil? (Profª. Anísia de Figueiredo-MG); 05. Qual a legislação que define o Ensino Religioso como área de conhecimento? (Profª. Anísia de Figueiredo-MG); 06. Por que foi dado a esta disciplina o nome de Ensino Religioso? (Profª. Anísia de Figueiredo - MG); 07. Qual o tratamento metodológico dado ao Ensino Religioso como área de conhecimento? (Profa. Ms. Marilac Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 08. Qual a linguagem para o Ensino Religioso? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 09. O Ensino Religioso é área de conhecimento? Por que? O que é uma área de conhecimento? (Prof. Sérgio Junqueira - Curitiba/ PR); 10. Que dificuldades estão presentes no imaginário coletivo brasileiro que impede a compreensão deste ensino como área de conhecimento? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 11. Que critérios didáticometodológicos podem ser observados no Ensino Religioso? (Profa. Ms. Marilac Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 12. Catequese, Ensino Religioso, aula de religião é a mesma coisa ou possui diferença? (Luzia Sena - São Paulo/SP); 13. Quem define os conteúdos do Ensino Religioso? (Profª. Anísia de Figueiredo - MG); 14. Quais são os eixos do ER e que conteúdos os integram? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 15. Existe alguma avaliação no Ensino Religioso? Como acontece? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 16. O Ensino Religioso está inserido na matriz curricular das 800 horas conforme O QUE determina a atual LDBN? (Profª Anísia de Figueiredo - MG); 17. Como se efetiva o fazer pedagógico do Ensino Religioso? 76 (Profa. Ms. Marilac Loraine R. Oleniki - Curitiba/ PR); 18. Os professores de Ensino Religioso recebem orientações pedagógicas e administrativas de quem? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 19. Como é admitido o professor de Ensino Religioso na rede pública? (Profa. Ângela Holanda - Maceió/ AL); 20. Quem é o responsável pela habilitação do professor de ER? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 21. Quais os requisitos/critérios para abertura de cursos de graduação? (Prof. Sérgio Junqueira - Curitiba/ PR); 22. Os profissionais do Ensino Religioso são formados pela Teologia? Ou quem os prepara? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP); 23. Existem experiências de organização dos professores para refletir e articular o ER? (sindicato, ASPER...) (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 24. Existem experiências de organizações religiosas para refletir e articular o Ensino Religioso? (AEC, CNBB, CONIC, CELADEC...) (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 25. Qual o papel do CONER? (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 26. Qual o papel do FONAPER? (Profa. Lurdes Caron - São Paulo/SP); 27. O ENSINO RELIGIOSO nas escolas católicas pode ser confessional? (Prof. Antonio Boeing - São Paulo/SP). A partir de 2011 na página da CNBB foi inaugurada a Biblioteca do Ensino Religioso com várias estantes que servem de fonte de apoio a que se dedica a pesquisa. http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/educacao-e-cultura/setor-ensinoreligioso (Acesso 23 de maio de 2012). Mapa 03 – Artigos em Revistas de Catequese (SP) / Educação da AEC (SP) até 1994 77 4. LIVROS: UMA PRODUÇÃO CONSOLIDADA Para realizar a difusão da produção do conhecimento existem diversas possibilidades, entre as quais a publicação de livros que resultam de pesquisas, eventos e outras ações de especialistas das diferentes áreas. Os livros, ao longo dos séculos, possuem uma história que envolve várias questões, como a preservação e acessibilidade das informações, seus avanços tecnológicos, até o procedimento de fabricação do livro. É importante ressaltar que o livro contemporâneo deve ser visto como processo da ação humana, feita por diferentes povos através de milhares de anos. Os livros nascem na antiguidade com os mesopotâmios e egípcios. Cada qual, ao seu modo, desenvolve uma forma peculiar de registrar seus conhecimentos e experiências através da escrita. Utilizando para tal tarefa materiais que encontravam mais facilmente. Os mesopotâmios utilizavam tabuletas de argila; os indianos faziam livros de folhas de palmeiras; os maias e astecas utilizavam um material macio existente entre o caule e a casca das árvores; e os romanos escreviam em “tabuletas de madeira chamadas pugillares, recobertas por camada de cera e marcadas em instrumento pontiagudo conhecido como stilus ou graphium” (Paiva, 2010, p.16), as quais possuíam arestas perfuradas de um lado para serem amarradas. No início da Idade Média, o Império Romano estava em ruínas e a invasão bárbara fez com que os livros e as bibliotecas fossem destruídos; as bibliotecas que restaram estavam nos monastérios, fazendo da cultura um privilégio do clero. Nessas bibliotecas os livros eram manuscritos, reproduzidos por algumas pessoas especializadas do clero, denominados de monges copistas, (herdeiros dos escribas egípcios ou dos libraii romanos); os quais passavam grande parte de sua vida para concluir uma única obra. Tais obras eram recheadas de iluminuras e a caligrafia ricamente decorada, transformava livro nesse período numa obra de arte de valor inestimável, o que tornava seu acesso extremamente restrito. Durante a Idade Média a arte de confecção dos livros recebeu certa evolução, ganhara um senso estético, como a introdução de margens, divisão em capítulos, paginação, a separação de palavras, a pontuação no texto, o uso de letras 78 maiúsculas, índices, sumários e resumos. O pergaminho é lentamente substituido pelo papel. No século XII ocorreu o desenvolvimento das Universidades no AlAndaluz (o sul da Espanha, então ainda árabe), na Itália, na França, na Inglaterra e em Portugal; isso ocorre junto com a ascensão da classe burguesa. Os avanços nos meios acadêmicos contribuíram para que a cultura erudita saísse dos conventos e mosteiros e fosse acessível (desde que houvesse dinheiro e vontade para isso) a pessoas de diferentes proveniências. A formação cultural era um dos meios de ascensão social; desse modo os burgueses estavam interessados em obtê-la, enquanto a aristocracia, em sua maioria, não sabia e nem queriam aprender a ler. Os códices ou livros manuscritos sofreram uma grande expansão, e foram criadas tecnologias de produção em massa de manuscritos através de dezenas de copistas que reproduziam diariamente livros e manuais para os estudantes. A burguesia no século XV estava cada vez mais próspera principalmente a dos estados italianos, pois, durante toda a Idade Média, tinham monopolizado o comércio de produtos orientais (especiarias, tapeçaria, perfumes, jóias,...) com a cidade de Constantinopla, desde a quarta cruzada, pela via mediterrânea. Aliado a esse fator acontece à migração de intelectuais do Império Bizantino que estava sofrendo constantes ataques dos turcos otomanos, os quais futuramente conquistariam o Império. Estes intelectuais traziam seus conhecimentos e livros impregnados pela cultura Greco-romana de concepção francamente humanista. Esta perspectiva é que orientará a formação cultural da burguesia italiana e, acabará incentivando dentro da Europa uma proposta cultural chamada Renascimento, que exigirá a confecção de novas obras humanistas. No século XVI, os italianos entram em decadência devido à ascensão da burguesia portuguesa com a expansão marítima, que a cada nova expedição náutica trazia novos conhecimentos das terras distantes, incentivando assim a produção literária. Todo esse desenvolvimento cultural iniciado no século XII até o século XVI impulsiona o crescimento da arte da tipografia que a principio funcionava como aspecto da xilogravura, onde eram esculpidas letras em bloco de madeira que era mergulhado em tinta e pressionado contra a folha de papel. A tipografia era simplesmente o aperfeiçoamento desta técnica, pois em vez de utilizar um bloco 79 com um texto fixo, utiliza-se um grande número de pequenas peças, cada qual entalhada com uma única letra, o “tipo”, que unidos formam palavras e após a impressão podem ser reutilizados em outra impressão. Mas não podemos ignorar que se esta técnica teve impacto por si só, foi porque já existia uma procura ávida de livros, principalmente por uma burguesia rica e sedenta de saber. Essa tecnologia iniciaria uma revolução cultural moderna e foi desenvolvida por Johannes Gutenberg, em 1455, quando inventou a imprensa com tipos metálicos móveis reutilizáveis. Temos a Biblia, traduzida do latim para o alemão, como a primeira obra realizada desta forma. A imprensa de Gutenberg revoluciona no sentido de facilitar a produção de livros rapidamente e em grande quantidade. Isso fez com que os preços dos livros sofressem uma consideravel baixa; mas, convém destacar, que a invenção da impresa só é revolucionária porque já existia uma demanda reprimida de obras literárias. Sendo assim, a técnica desenvolvida por Gutenberg acelera a popularização da leitura. Na segunda metade do século XVI, o livro adquire seu formato atual. O surgimento da revolução industrial inglesa, a partir de 1750, trouxe grandes mudanças no modo de produção de bens. A produção de livros não ficou de fora dessa onda de mecanização, que trouxe a produção em massa das obras literárias e, por sua vez, o seu barateamento. O período contemporâneo é marcado pelo surgimento da informação não linear, oriunda dos jornais ou das enciclopédias, além da elevada qualidade do acabamento dos livros nas edições de luxo. Pois, a socialização ou difusão do conhecimento é essencial para que uma área seja estruturada e desenvolvida. Desta forma, falar sobre uma produção teórica do Ensino Religioso e de sua difusão no contexto educacional brasileiro é um desafio por nos faltar documentos, pois foram localizadas obras somente a partir dos anos setenta; anteriormente encontramos brochuras. Inicialmente as obras publicadas sobre o Ensino Religioso eram de caráter prosélito para defender uma proposta ideológica entre Estado e poder eclesiástico. Progressivamente observaremos que a preocupação com o caráter de uma metodologia científica através de pesquisas com perspectiva qualitativa, especialmente em decorrência da presença do espaço universitário, alterou o perfil 80 das obras produzidas. Como já destacado, esta pesquisa foca nos estudos que sistematizam a identidade teórica do Ensino Religioso, enquanto componente curricular. Os livros sobre o Ensino Religioso no campo didático é outro estudo a ser realizado, pois por possuírem uma função própria no processo de ensino-aprendizagem, diferem desta pesquisa. No início do século XX, encontramos personagens como Mario Lima que produziu as obras: “A escola leiga e a liberdade de consciência, estudo filosófico” (1914) e “O bom combate, história da Ação Católica” (1929) as quais abordavam temas religiosos de alguma forma relacionados com a escola, um apelo ao ensino da religião na escola em resposta a um período que se travava de retirada do Ensino Religioso da mesma. Outro nome de destaque é Leonel Franca com o livro “Ensino Religioso e Ensino Leigo: aspectos pedagógicos, sociais e jurídicos” (1931). As suas obras expressam um período de embate entre correntes e introdução do Ensino Religioso no sistema educacional brasileiro que se formava. No ano de 1974, temos a publicação do livro “Educação Religiosa nas Escolas” das Editora Paulinas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Este relata a primeira pesquisa realizada no Brasil sobre a situação do Ensino Religioso nos Estados, quanto à legislação e os programas. A pesquisa realizou-se em vista do artigo 7º, parágrafo único da Lei 5692/71 e demonstrou que este componente curricular deveria assumir sua natureza a partir da escola, qualquer outro ponto de vista corre o risco de falsear radicalmente o Ensino Religioso fazendo dele um problema insolúvel. Este registro demonstra uma nova postura frente a esta disciplina, completamente alterada em relação ao processo do período de Mario de Lima e Leonel Franco. A busca de uma identidade para o Ensino Religioso ocorre não apenas nas escolas públicas, mas também nas escolas religiosas. Podemos perceber esta busca de uma nova concepção, a partir do registro no livro “Catequese em escola católica: uma experiência” de Israel Nery publicado em 1974, pela Editora Vozes, o qual relata a experiência no Colégio La Salle Abel em Niterói (RJ). Tal experiência resultou uma coleção de material didático que foi utilizado em diversas escolas brasileiras – “Coleção Meu Cristo Amigo”. 81 A década de oitenta como consequência das amplas discussões para a manutenção do Ensino Religioso na escola, por meio das articulações no período da Constituinte, resultou em uma série de publicações, entre as quais: em 1986 pela editora FTD, do livro “Religião na escola um assunto importante. Questionamentos e Metodologia do Ensino Religioso”, de Therezinha M. L. da Cruz e de Maria Ali M. Del Estal. Este livro encontra-se dentro de uma experiência didática da Coleção Didática – “Irmãos a Caminho”, dirigido aos professores e foi construído a partir do material didático. A Profa. Therezinha reviu o livro em 1987, e publicou “Prática de Educação Religiosa” em uma Coleção – Por onde começar. Em 1997 a Profa. Therezinha editou novamente o texto revisado também pela FTD – “Didática de Ensino Religioso nas estradas da vida: um caminho a ser feito”. Esta autora é uma das referências na produção didática do Ensino Religioso com os seus livros didáticos, os quais foram sistematizados teoricamente nestas três edições para formação de professores (as), este último livro faz parte da Coleção Conteúdo e Metodologia. Destaca-se a importante publicação em 1987 da obra “O Ensino Religioso nas constituições do Brasil, nas legislações de ensino e nas orientações da Igreja”. Organizado a partir dos estudos sobre o Ensino Religioso nas constituições do Brasil, nas legislações e nas orientações da Igreja Católica no Brasil, foi realizado pelo Grupo de Reflexão sobre Ensino Religioso (GRERE). O livro recupera a memória histórica das lutas jurídicas, pedagógicas e políticas em torno da questão do Ensino Religioso ao longo da história do Brasil e situa este ensino como direito fundamental da pessoa humana e para a educação integral. Propõe como prioridade no Ensino Religioso a formação de professores(as) e outros(as) agentes de educação que possam influir cristãmente, no mundo da educação. O objetivo desta obra era ser um manual para pastores (as), leigos (as) e parlamentares nos debates a favor da educação religiosa na nova Constituição de 1988 e nas legislações consequentes. Nos anos noventa em plena discussão da Lei de Diretrizes e Bases, foram publicadas duas coleções visando à formação de professores (as) e a identidade da disciplina. A primeira na perspectiva confessional, publicada pela Editora FTD, foi a Coleção Biblioteca do Ensino Religioso, pois entre as mais frequentes solicitações dos (as) educadores (as) dedicados (as) ao Ensino Religioso Escolar está a 82 exigência de formação específica. Um dos instrumentos normalmente empregados na busca dessa formação permanente são os subsídios didáticos, seja na forma de coleção seriada, seja na forma de textos monotemáticos de aprofundamento. Nasce daí o perfil desta coleção! São livros acessíveis de autores de renome, articulados com o Ensino Religioso escolar; servem como bibliografia dos cursos; facilitam o trabalho dos professores (as); permitem a todos (as) alargar as bases, às vezes demasiado acanhadas, em que se apoia nosso conhecimento de religião. As obras publicadas foram “O movimento de Jesus” (1991) de Eduardo Hoornaert; “A busca do Sagrado” (1991) de João Batista Libânio; “Paulo: trabalho e missão” (1991) de José Comblin; “Depois do Arco-Íris: uma proposta ecológica” (1991) de José Pedro Soares Martins; “Experiência de Deus: ilusão ou realidade?” (1991) de Jung Mo Sung e “A educação da dimensão religiosa no ambiente escolar” (1993) de Anísia de Paulo Figueiredo. Ano de Publicação Número de livros sobre ER identificados = 17 1914 1 1929 1 1931 1 1974 2 1986 1 1987 2 1988 1 1991 5 1993 2 1994 1 Tabela 10 – Livros Neste contexto uma das editoras que se destacou antes de 1995 foi sem dúvida a FTD que organizou uma editoria específica, mas posteriormente não mais se ocupou desta área. Ela criou nos anos noventa a oficina de professores e um boletim de apoio a docentes; como consequência, foi fundada a Biblioteca do Ensino Religioso na perspectiva confessional teológica. A Editora FTD foi fundada no Brasil, em 1902, pelos Irmãos Maristas na área 83 de educação no país. A Congregação dos Irmãos Maristas, nome pelo qual ficou conhecida a Congregação dos Pequenos Irmãos de Maria, fundada em 1817, na França, pelo Padre Marcelino Champagnat, veio para o Brasil em 1897, fundando vários colégios, faculdades e universidades. As iniciais da editora são uma homenagem à Frère Théophane Durand, que, em 1883, assumiu a diretoria da Congregação Marista, dando grande estímulo à produção de obras didáticas, o que ressaltou a função educadora dos Irmãos Maristas. Quando Frère Théophane Durand assumiu a direção da Congregação, já existiam 50 títulos publicados, e ele estimulou ainda mais a produção. A sigla FTD foi registrada como marca comercial para a criação da empresa editorial, pois os livros eram escritos pelos Irmãos Maristas, que não queriam expor seus nomes, apenas o logotipo da Congregação. Um dos objetivos das publicações era a adaptação das obras à realidade e à cultura brasileira. A primeira publicação em português da "Collecção de Livros Clássicos FTD" foi o livro Exercícios de Cálculo sobre as Quatro Operações Fundamentais, em 1902, marcando o nascimento oficial da “Coleção FTD” no Brasil. Por volta de 1915, já havia 94 títulos, e em 1925, um total de 160 volumes. Mediante a então precária produção gráfica nacional, os livros eram enviados para serem impressos em Lyon, na França. As provas voltavam para serem revisadas, até que se chegasse à publicação definitiva. Durante a Primeira Guerra Mundial, mediante a impossibilidade de transporte marítimo entre Brasil e Europa, os livros foram publicados no Brasil (entre 1925 e 1930). Na década de 60, a FTD se estabeleceu como empresa independente, com sede própria, encarregando-se totalmente da criação, publicação e distribuição dos seus produtos, passando a publicar livros de autores brasileiros. Hoje, conta com mais de 4 mil obras impressas, e em seu parque gráfico de 51 mil metros quadrados de área, continua produzindo. Localizada no bairro da Bela Vista, a matriz da Editora FTD, em São Paulo, possui dois prédios nos quais se concentram os departamentos: administrativo, financeiro, comercial e editorial da empresa. Editoras que publicaram os livros sobre o Ensino Religioso 84 Livros publicados sobre o Ensino Religioso EDITORA Paulinas FTD Vozes Schmidt 3 8 3 1 Imprensa Oficial 1 Tipografia Moderna 1 Tabela 11 - Editora Neste período que antecede a fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso constamos que os primeiros pesquisadores a produziram obras de reflexão teórica foram os seguintes: De tal forma que ao longo do século XX, especialmente na segunda metade a reflexão teórica do Ensino Religioso ocorreu por meios destes autores: Livros publicados sobre o Ensino Religioso Autores e/ou Co-Autores Anísia de Paulo Figueiredo Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – GRERE Eduardo Hoornaert Francisco Catão João Batista Libânio José Comblin José Pedro Martins Jung Mo Sung Lizete Carmen Vieser Miguel Martins Filho Therezinha M. L. da Cruz Mario Lima Leonel Franca Israel Nery Maria Ali M. Del Estal 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 Tabela 12 – Autores Nesta construção da produção histórica do ensino religioso podemos ilustrar com estas capas dos livros publicados no território brasileiro até 1994: 85 Década de Vinte (1920 a 1929) Década de setenta (1970 a 1979) Década de oitenta (1980 a 1989) Década de noventa (1990 a 1994) Livros publicados até 1994 86 TERCEIRA PARTE Produção do Ensino Religioso 87 CAPÍTULO 04 A PRODUÇÃO CIENTÍFICA ENTRE 1995 a 2010 Percebe-se um crescimento exponencial de publicações sobre o Ensino Religioso a partir de 1995 com destaque para a primeira década do século XXI, textos em eventos, artigos em revistas, livros, especialmente dissertações e teses que impulsionam as pesquisas. Para a identificação da produção se buscou junto aos programas de Pós-Graduação de Mestrado e Doutorado as Dissertações e Teses sobre o Ensino Religioso, e nos trabalhos apresentados em eventos científicos que possuíssem comitês de pareceristas para avaliar os trabalhos, preferencialmente relacionados a Instituições de Ensino ou a Associações de Pesquisas e livros teóricos sobre este componente curricular, assim como os artigos em periódicos científicos, não foram pesquisados magazines; O período selecionado foi a partir de 1995, ano de fundação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) que antecedeu a homologação da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (9.394/96) até o ano de 2010. Entretanto ao longo desta pesquisa foram registrados trabalhos anteriores ao período selecionado, por ser o primeiro mapa de uma produção bibliográfica visando à divulgação e o seu reconhecimento. 88 1. Dissertações e Tese: espaço da pesquisa O levantamento das Dissertações eTeses foi realizado a partir da seleção dos títulos ou alguma das palavras-chave que referendavam a disciplina. Foram consideradas cento e vinte e duas (122) Dissertações e vinte e uma (21) Teses no período de 1995 a 2010 defendidas em Território brasileiro, e uma dissertação sobre o Ensino Religioso produzida na Itália e duas Teses sendo uma na Itália e outra na Espanha. Após este processo de identificação foi localizado a distribuição de defesa/publicação dos respectivos trabalhos na seguinte cronologia: Período Dissertações Teses 1995 03 Dissertações 00 Teses 1996 03 Dissertações 00 Teses 1997 02 Dissertações 00 Teses 1998 02 Dissertações 00 Teses 1999 06 Dissertações 00 Teses 2000 02 Dissertações 02 Teses 2001 03 Dissertações 00 Teses 2002 05 Dissertações 01 Teses 2003 07 Dissertações 04 Teses 2004 08 Dissertações 01 Teses 2005 13 Dissertações 02 Teses 2006 12 Dissertações 00 Teses 2007 13 Dissertações 02 Teses 2008 13 Dissertações 04 Teses 2009 13 Dissertações 02 Teses 2010 17 Dissertações 03 Teses 15 anos 122 Dissertações 21 Teses Tabela 13 - Dissertações As 122 dissertações estão distribuídas em 45 Instituições de Ensino Superior, sendo: 14 Confessionais, 08 Privadas, 22 Públicas (Estaduais/Federais) e 01 Fundação Municipal. Estas dissertações estão divididas nas cinco regiões geográficas do país: Norte (nenhuma) Nordeste (CE – BA -PB – PE – PI - SE), Centro Oeste (GO – DF), Sudeste (ES – RJ – MG – SP) e Sul (PR – SC – RS). 89 Instituição de Ensino Superior Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade Anhembi Morumbi Universidade Católica de Petrópolis Universidade de Alfenas Universidade de Uberaba Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Universidade do Oeste Paulista Universidade Estácio de Sá Universidade Estadual de Campinas Universidade Federal da Bahia Universidade Federal de Juiz de Fora Universidade Federal de São Carlos Universidade Federal de São João Del Rei Universidade Federal de Sergipe Universidade Federal de Uberlândia Universidade Federal do Ceará Universidade Federal do Espírito Santo Universidade Federal do Paraná Universidade Federal do Piauí Universidade Federal do Rio de Janeiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul Universidade Federal Fluminense Universidade Gama Filho Universidade Luterana do Brasil Universidade Metodista de Piracicaba Centro Universitário Nove de Julho Universidade Braz Cubas Universidade Católica de Pernambuco Universidade de Brasília Universidade do Vale do Rio dos Sinos Universidade Estadual de Maringá Universidade Federal de Santa Catarina Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Universidade de São Paulo Universidade Estadual Paulista Universidade Federal da Paraíba Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Universidade Metodista de São Paulo Pontifícia Universidade Católica de Goiás Universidade Presbiteriana Mackenzie Universidade Regional de Blumenau Escola Superior de Teologia Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Pontifícia Universidade Católica do Paraná 45 Instituições de Ensino Superior (IES) Estado RJ SP RJ MG MG SC SP RJ SP BA MG SP MG SE MG CE ES PR PI RJ RS RJ RJ RS SP SP SP PE DF RS PR SC RS SP SP PB MG SP GO SP SC RS SP PR 15 Estados Dissertações Defendidas 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 02 02 02 02 02 02 02 03 03 03 03 04 04 06 05 06 13 15 17 122 Dissertações Tabela 14 – Instituições Enquanto as 21 Teses estão distribuídas em 11 Instituições de Ensino Superior, sendo: 05 Confessionais, 04 Públicas (Estaduais/Federais) e 02 90 Instituições Religiosas com programas não credenciados. Estas Teses estão divididas em quatro regiões geográficas do país: Nordeste (CE), Centro Oeste (GO), Sudeste (RJ – MG – SP) e Sul (RS). Instituições com Programas de Doutorado Estado Teses Universidade Federal do Ceará Pontifícia Universidade Católica de Goiás Universidade Federal de Minas Gerais Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro Escola Superior de Teologia Universidade do Vale do Rio dos Sinos Instituto Teológico Shammah (Programa não reconhecido) Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Seminário Internacional de Teologia (Programa não reconhecido) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 11 Instituições de Ensino Superior (IES) CE GO MG RJ RJ RS RS SP SP SP SP 06 Estados 01 Tese 01 Tese 01 Tese 03 Teses 01 Tese 06 Teses 01 Tese 01 Tese 04 Teses 01 Tese 01 Tese 21 Teses Tabela 15 – Instituições As Dissertações foram defendidas em 13 Programas diferentes, predominando inicialmente os da área de Educação (57 Dissertações), seguida pela área de Filosofia na subárea da Teologia/Ciências da Religião (51 Dissertações), de forma dispersa encontramos em áreas da Antropologia, Ciências Sociais, Direito, Letras, Psicologia, Comunicação. Programas Dissertações Antropologia Social Ciências Sociais Comunicação e Educação Filologia e Língua Portuguesa Gênero História e Filosofia da Educação Psicologia Sociologia e Antropologia Direito Sem Informação Semiótica, Tecnológicas de Informação e Educação Teologia Ciências da Religião Educação 13 Programas Identificados 01 01 01 01 01 01 01 01 02 02 02 17 34 57 122 Dissertações Tabela 16 – Programas Entre as 21 Teses defendidas no Brasil foram localizados com ênfase inicialmente na área da Filosofia – subárea Teologia/Ciências da Religião com 12 Teses e seguida pela área de Educação com 06 Teses. Programas de Doutorado Teses Direito 01 Tese 91 Linguística e Língua Portuguesa Filosofia Ciência da Religião Educação Teologia 06 Programas 01 Tese 01 Teses 03 Teses 06 Teses 09 Teses 21 Teses Tabela 17 – Programas Percebe-se que a discussão do Ensino Religioso foi efetivada no Ensino Superior, entre Dissertações e Teses dos 27 Estados da Federação localizamos 15 Estados, ocorreram defesas em todos os estados das Regiões Sul e Sudeste, na metade dos estados da Região Centro-Oeste, entre os oito estados do Nordeste localizamos seis estados com defesa; não foi localizado nenhum trabalho na região Norte. O trabalho foi realizado em 21 IES públicas destacando instituições com expressão no país: Universidade de São Paulo, Universidade de Brasília, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de Minas Gerais, além da significativa presença entre as Instituições Confessionais: Católicas, Luterana, Metodista e Presbiteriana. Outro aspecto a ser ressaltado é o fato de área de Educação e a Sub-área da Teologia/Ciências da Religião que pertence área da Filosofia apresentam a maior concentração de pesquisas e elaboração dos trabalhos acadêmicos. Finalizando é necessário ressaltar três Instituições que concentram o maior número de trabalhos, a PUCPR com 18 dissertações, mas em especial a PUCSP (16 M e 04 D) e a Escola Superior de Teologia (13 M e 06 D) que possuem Mestrado e Doutorado o que demonstra que SP – PR – RS concentram as pesquisas na área do Ensino Religioso. Entre as dissertações e Teses sobre o Ensino Religioso brasileiro defendidas no exterior localizadas são: Programa Marista de Educação Religiosa, um ideal, um caminho, uma proposta. Processo histórico de mudança de uma catequese escolar para educação religiosa escolar na Província Marista do Rio de Janeiro Ubaldo Gianetto Educação Universidade Pontifícia Salesiana 1996 Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 92 De forma descritiva apresentar os modelos organizados para a área pastoral da Província Marista do Rio de Janeiro, tendo como condutor a disciplina hoje denominada Educação Religiosa Escolar, mas que inicialmente era conhecida como Aula de Religião. A fim de compreender os modelos propostos, serão apresentados alguns elementos que contextualizam e contribuem para caracterizar cada uma das etapas que se sucederam progressivamente. Especificamente sobre o desenvolvimento dessa disciplina na Escola Católica do Brasil, não encontrei outro autor, entretanto pude utilizar estudos que contextualizassem, como o do P. Lima ao abordar o movimento catequético no Brasil, ou do P. Tolentino, quando, em 1989, apresentou também uma tese de doutorado sobre a renovação da catequese no Brasil, ambas produzidas na Universidade Pontifícia Salesiana. Mas o grande referencial foi, sem dúvida, Thomas Kuhn, em seu livro: “As estruturas das revoluções científicas”, ao tratar das questões referentes aos Paradigmas, referências que assumem significativo papel norteador nas decisões de homens e instituições. Para realizar tal pesquisa foi possível contar com uma certa quantidade de documentos da Instituição, sobretudo pelo acesso que me foi concedido aos Arquivos Gerais dos Irmãos Maristas, onde pude confrontar originais das circulares dos Superiores Gerais, com elementos dos Capítulos da Congregação e outros documentos do próprio Fundador. Uma grande contribuição foi a possibilidade de encontrar cópias das Circulares, Atas de Conselho, Boletins Informativos, Relatórios de diversos aspectos da Província Marista do Rio de Janeiro, no próprio Arquivo Geral. Além da contribuição direta da Comissão Pastoral Educativa, através do Escritório Central da UBEE. Um terceiro elemento enquanto orientação para a organização, seleção das fontes foram os II. Gonçalves Xavier, Claudino Falquetto, Gentil Paganotto, Sulpício José e a Profª. Janice Salomão que vivenciaram todo esse processo e prestaram uma rica contribuição no sentido de compreender certos termos, questões nem sempre explícitas nos documentos. Um quarto referencial foram os relatórios de cada Colégio Marista da Província, sintetizando o processo pastoral. Esse trabalho, organizado por mim quando membro da CPE, além de um grande relatório do processo de implantação do Programa Marista de Educação Religiosa, concluído em 1993, foi sem dúvida o marco que permitiu desenvolver toda essa pesquisa. Zelindo Trenti O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de escolarização Educação Universidade Pontifícia Salesiana 2000 Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 93 Educar é um processo democrático de descoberta e redescoberta do ser humano em comunidade, exigindo uma participação sempre mais consciente de todos. A história nos revela que não há neutralidade em educação, porque toda proposta educativa é subsidiada por aspectos que explicitam o tipo de ser humano e de sociedade em que se acredita. Desta forma a educação supõe um processo de humanização, personalização e de aquisição de meios para ação transformadora na sociedade. No Brasil, a partir dos anos setenta, diante das significativas mudanças sociais no país, e das exigências educacionais, provocou a discussão de um Currículo Escolar que fizesse frente aos desafios dos novos tempos. Para tal algumas disciplinas foram criadas e posteriormente canceladas em vista de um acerto que favorecesse a formação das novas gerações. Os especialistas no Ensino Religioso procuraram envolver a disciplina neste contexto da educação, cujas estruturas foram articuladas para que, a partir desta matéria, contribuísse na formação dos estudantes em conhecer, refletir e posicionarem-se diante da dimensão religiosa do ser humano. Cresceu a consciência de que a estrutura básica do componente curricular deveria assumir um novo perfil como elemento coerente com a proposta do sistema de educação em um todo, solicitando, portanto, uma reordenação da disciplina. Diante do significativo desafio de que todos os professores desta disciplina são “leigos”, ou seja, o Brasil não possui uma tradição em habilitar os docentes nessa área, mas apenas “credenciar” segundo os critérios das autoridades religiosas, urgiu a alteração deste quadro, exigindo um espaço de tempo para reorganização da formação dos profissionais, para articulação dos programas e para a produção de subsídios. O Ensino Religioso no Brasil foi estabelecido em um momento histórico mais intenso na perspectiva de compreendê-lo como um componente curricular e não um corpo estranho no sistema educacional. O presente trabalho foi o de buscar nas origens do país a compreensão do surgimento e desenvolvimento deste percurso, a partir da história nacional, com enfoque na educação, a fim de favorecer a exposição da escolarização do Ensino Religioso no Brasil, fator fundamental para a sua permanência na ESCOLA. Eloy Rodríguez Navarro Fuentes Antropológicas y Sociológicas de la Educación Religiosa en el sistema escolar brasileño, en la perspectiva foucaultiana. Una disciplina entre Religión y Área de Conocimiento. Filosofia Universidade Complutense de Madrid 2006 Anísia de Paulo Figueiredo 94 Para tratar de la evolución, continuidad, discontinuidad y otros aspectos de la inclusión y transición de una disciplina garantizada en el sistema público de enseñanza -que ni siquiera alcanzó su madurez como tal, y que ahora es absorbida y ampliada por la Educación Religiosa (EDUR) como área de conocimiento- son tomados algunos caminos que permiten ir al núcleo de una problemática secular. La Enseñanza Religiosa (ER) en el Brasil, disciplina del currículo escolar, tiene una trayectoria que se inició con su comprensión como Enseñanza de Religión (EDR) y proseguimiento en la Educación Religiosa (EDUR) como área de conocimiento, según la Resolución CEB /CNE nº 02/98. Para elaborar este tratado filosóficojurídico construido con algunas teorías que permiten la contextualización y la comprensión de la problemática en pauta, fue necesario utilizar conceptos de Michel Foucault, entre otros, los de procedencia, continuidad y discontinuidad, seguidos de las categorías o concepciones de poder y de saber. Tales conceptos son utilizados para la constatación de la realidad en que se encuentra una disciplina en el actual sistema escolar brasileño, en fase de configuración y ampliación, desde que absorbida por un área de conocimiento, que también convive con el problema epistemológico al definirse como tal. Las concepciones de "poder" y "saber", favorecen el análisis del discurso que preside toda la trayectoria que circunda la naturaleza de la materia en cuestión. La problemática constatada es de naturaleza epistemológica que procede de fuente antropológica. Esta se bifurca en vertientes socio-político-culturales que se orientan hacia una confluencia jurídica. La procedencia de los elementos que impiden la eventual normalidad de la disciplina y su absorción y ampliación como área de conocimiento tiene como punto de partida la comprensión del principio de la libertad religiosa, inseparable del principio de la laicidad de un Estado Republicano. El presente estudio es resultado de um esfuerzo en buscar horizontes que indiquen que dirección tomar para la superación de los antagonismos y divergencias que impiden el consenso entre corrientes de concepciones filosóficas opuestas. El diálogo entre las partes involucradas es fundamental, para que la Educación Religiosa , como área de conocimiento, pueda abrir espacio para la disciplina Enseñanza Religiosa, absorbiéndola en toda su extensión, con el fin de encaminarla para su finalidad en el conjunto curricular, debidamente configurada, desde que se encuentre la solución para las dificultades constatadas. Tabela 18 – Exterior 95 Mapa 04 – Dissertações entre 1995 a 2010 Mapa 05 – Teses entre 1995 a 2010 96 2. Artigos em eventos científicos: divulgação das pesquisas A organização de eventos científicos com trabalhos no campo do Ensino Religioso com destaque na primeira década do século XXI entre os 27 estados da federação foram localizados eventos em 22 sendo o primeiro datado do ano de 1974, ENERs - Encontro Nacional de Ensino Religioso promovido pela CNBB. Outros registrados neste período até o ano de 2010, distribuídos nas regiões: Região Norte (Pará: Belém; Rondônia: Ariquemes e Porto Velho); Região Nordeste (Alagoas: Atalaia, Maceió, São Miguel dos Campos; Bahia: Alagoinhas; Ceará: Fortaleza; Maranhão: São Luiz; Paraíba: João Pessoa; Patos; Pernambuco: Recife, Caruaru e Nazaré da Mata; Piauí: Teresina); Região Centro Oeste (Distrito Federal: Brasília e Taguatinga; Goiás: Goiânia; Tocantins: Palmas; Mato Grosso do Sul: Dourados); Região Sudeste (Espírito Santo: Vitória e Serra; Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Petrópolis, Campos de Goytacaz; Minas Gerais: Belo Horizonte, Montes Claros, Uberlândia; São Paulo: São Paulo; Campinas, Santo André; Sorocaba); Região Sul (Paraná: Curitiba, Campo Mourão, Faxinal do Céu; Santa Catarina: Florianópolis, Blumenau, Joinville, Lages, Santo Bento Sul, Brusque, Chapecó, Criciúma, Rio do Sul, Rodeio, São José; Porto Alegre: Cachoeira do Sul, Lajeado, Passo Fundo, São Leopoldo). Unidade da Federação SP RS SP SC SC SP Cidade Evento I Seminário Nacional de Ensino Religioso para professores de Escolas Católicas I Simpósio de Ensino Religioso II Seminário Nacional de Ensino Religioso para professores de Escolas Católicas I Seminário Catarinense de Ensino Religioso Fórum Nacional Luterano de Ensino Religioso III Seminário Nacional de Ensino Religioso para professores de Escolas Católicas III Seminário Nacional de Ensino Religioso das Escolas Católicas I Encontro Nordestino de Educação Religiosa I Fórum Norte Mineiro de Educação Religiosa São Paulo São Leopoldo Campinas Blumenau Rodeio Campinas SP Campinas CE Fortaleza MG Montes Claros PB Patos PR Faxinal do Céu RJ Duque Caxias de Fórum Municipal do Ensino Religioso Seminário de Ensino Religioso no Paraná I Seminário Cultura Religiosa e Educação: Intersecções Disciplinares Ano Promotor 2000 CNBB e AEC/Brasil 2001 Faculdades Est 2001 CNBB e AEC/Brasil 2002 Universidade Regional de Blumenau 2003 Igreja Luterana 2003 AEC/Brasil 2003 Associação de Educação Católica do Brasil 2004 Universidade Estadual do Ceará 2004 2004 Faculdades Santo Agostinho - Superintendência Regional de Ensino - Secretaria Municipal de Educação Secr. da Educação e Cultura do Mun. de Patos 2004 Secretaria da Educação do Estado do Paraná 2004 Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da UERJ 97 RS Passo Fundo II Encontro de Ensino Religioso 2004 RS Porto Alegre 2004 SC Brusque IV Fórum Estadual do Ensino Religioso II Mostra do Ensino Religioso AL CE Atalaia Fortaleza 2005 2005 PR Campo Mourão PR Curitiba PR Faxinal do Céu RJ Sem referência RS Sem referência TO Palmas Seminário de Ensino Religioso I Seminário sobre Ensino Religioso Seminário sobre as Diretrizes do Ensino Religioso II Seminário Paranaense do Ensino Religioso e Pastoral Escolar Seminário de Ensino Religioso no Paraná Encontro com professores de Ensino Religioso V Fórum Estadual do Ensino Religioso I Fórum de Ensino Religioso AL Maceió MA São Luis MS Dourados PA Belém PA Belém PR Curitiba RJ Rio de Janeiro RS Passo Fundo Seminário Municipal de Ensino Religioso III Fórum Municipal de Educação de São Luís Seminário Municipal de Ensino Religioso Seminário Estadual de Ensino Religioso Pará Encontro de Professores de Ensino Religioso Simpósio de Ensino Religioso no Estado do Paraná I Seminário de Ensino Religioso do Leste I IV Encontro de Ensino Religioso SP São Paulo DF Taguatinga RJ Rio de Janeiro RS RS Passo Fundo Sem referência AL São Miguel dos Campos RO Porto Velho RS Porto Alegre SC Blumenau SC Florianópolis SC Rio do Sul SC Sem referência SP São Paulo BA Alagoinhas MG Uberlândia PB João Pessoa V Capacitação do Ensino Religioso Seminário Regional de Ensino Religioso Virtual Seminário do ISER sobre o Ensino Religioso V Encontro de Ensino Religioso Encontro Estadual de Ensino Religioso I Seminário Municipal para Formação de Professores de Ensino Religioso Encontro Estadual de Coordenadores da Formação Continuada e Professores do Ensino Religioso III Seminário Estadual de Ensino Religioso Encontro Acadêmico dos Dez Anos do Curso de Licenciatura da FURB Seminário: Ensino Religioso, gênero e sexualidade em Santa Catarina Encontro de Formação Continuada do Ensino Religioso II Seminário de Ensino Religioso na Escola Católica Seminário “Ensino Religioso e Direito à Educação no Brasil VIII Encontro do Ensino Religioso V Seminário de Educação Religiosa I Seminário Paraibano de Ensino Religioso PE Caruaru PE PR Recife Curitiba 2004 Coordenadoria de Estado da Educação e da Secretaria Municipal de Educação, Instituto Teológico de Passo Fundo CONER-RS CONER/RS 2005 Escola de Educação Básica Monsenhor Gregório Locks e E.E.Fundamental Paquetá. SME Secretaria Municipal de Educação e Assistência Social Sem referência 2005 AECPR 2005 Secretaria da Educação do Estado do Paraná 2005 Sem referência 2005 CONER/RS 2005 2006 Associação Tocantinense de Ensino Religioso (ASTER) e da Secretaria da Educação e Cultura SME 2006 SEMED MA 2006 Prefeitura de Dourados 2006 2006 Departamento de Ensino Arquidiocese de Belém Sem referência 2006 Secretaria da Educação do Estado do Paraná 2006 UERJ 2006 2006 Conselho Nacional de Ensino Religioso e Instituto de Teologia e Pastoral de Passo Fundo Secretaria de Educação 2007 Universidade Católica de Brasília 2007 Instituto de Estudos da Religião 2007 2007 SEEM PF AECRS 2008 SME 2008 Secretaria de Estado da Educação 2008 Sem referência 2008 FURB 2008 Instituto Estadual de Educação 2008 GERE 2008 AECSC 2008 ONG Ação Educativa 2009 Diocese de Alagoinhas 2009 Faculdade Católica de Uberlândia 2009 Universidade Federal da Paraíba – UFPB Seminário de Ensino Religioso 2009 I Fórum de Ensino Religioso Painel sobre a identidade do Ensino Religioso no atual cenário brasileiro (EAD) 2009 2009 Secretaria de Educação, Esportes, Juventude, Ciência e Tecnologia de Caruaru Vozes UNINTER Religioso da 98 PR RJ Curitiba Campos Goytacaz Encontro de diálogo inter-religioso I Semana de capacitação dos professores de Ensino Religioso 2009 2009 ASSINTEC e SME Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacaz RJ Rio de Janeiro Encontro Estadual de Professores de Ensino Religioso 2009 AECRJ RS Cachoeira do Sul 2009 CONER e 24ªCRE RS Passo Fundo VII Seminário Regional de Formação Continuada para professores de Ensino Religioso VII Encontro de Professores de Ensino Religioso 2009 RS Porto Alegre IV Seminário Estadual da APER/RS 2009 O CONER/RS, juntamente com a 7º Coordenadoria Regional de Educação/CRE e a Secretaria Municipal de Educação de Passo Fundo Associação de Professores de Ensino Religioso do Rio Grande do Sul SC Chapecó 2009 Unochapecó SC Criciúma I Seminário Regional de Ensino Religioso Encontro de Ensino Religioso 2009 A Associação de Educação Católica de Santa Catarina/AEC, em parceria com a Gerência de Educação de Criciúma SC Joinville Encontro de Ensino Religioso 2009 Associação de Educação Católica de Santa Catarina/AEC, em parceria com a Gerência de Educação de Joinville SC Lages Encontro de Ensino Religioso 2009 Associação de Educação Católica de Santa Catarina/AEC, em parceria com a Gerência de Educação de Lages SP São Paulo 2009 ASPER - Associação de Professores de Ensino Religioso ES Vitória Do Conto de Escola às Memórias Póstumas, com Machado, da infância à velhice, aprendendo a olhar para a morte e o mal como grandes e verdadeiras razões para Viver! I Simpósio de Ensino Religioso do Espírito Santo I (ISERES) 2010 Faculdade Unida MA São Luiz Fórum de Ensino Religioso de São Luiz Ensino Religioso e Cidadania: importância e formação do cidadão 2010 UEMA – IESMA MG MG PE Belo Horizonte Uberlândia Caruaru 2010 2010 2010 SOTER/ PUC-Minas CEMEPE Secretaria de Educação de Caruaru PE Nazaré da Mata 23º Congresso Anual da SOTER VI Seminário de Educação Religiosa II Seminário de Ensino Religioso de Caruaru II Fórum de Ensino Religioso de Pernambuco 2010 Sem referência PR RJ Curitiba Rio de Janeiro VI Encontro de diálogo inter-religioso VII Seminário de Ensino Religioso 2010 2010 ASSINTEC SEEDUC-RJ RO Ariquemes Secretaria Municipal de Educação de Ariquemes Porto Velho Lajeado 2010 2010 Paulinas UNIVATES/CONER-RS/ 3ª Coordenadoria de Educação RS Passo Fundo 1º Encontro de formação sobre Ensino Religioso ER, conhecimento e diálogo Seminário Regional de Ensino Religioso Encontro de Professor de Ensino Religioso – CONER 2010 RO RS 2010 CONER/Seccional Passo Fundo SC Blumenau III Encontro Acadêmico do Curso de Ciências da Religião 2010 FURB SC São José I Simpósio Catarinense de Ensino Religioso 2010 SP Santo André 3o Seminário do Ensino Religioso da Diocese de Santo André 2010 Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), juntamente com a Secretaria de Estado da Educação (SED/SC), a Associação dos Professores de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina (ASPERSC) e o Centro Universitário Municipal de São José (USJ) Diocese de Santo André SP SP São Paulo São Paulo Seminário sobre o Ensino Religioso II Fórum de Professores de Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso 2010 2010 ANEC ANEC SP Sorocaba Encontro de professores Ensino Religioso Escolar debate 2010 Sub-Regional Sul-1 da CNBB TO Palmas 1º Encontro dos Professores de Ensino Religioso das Escolas Católica do Estado do Tocantins 2010 Universidade Católica de Tocantins dos Tabela 19 – Eventos 99 Um dos principais organizadores de eventos e difusores de trabalhos sobre o Ensino Religioso foi o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER), iniciado na Assembléia dos 25 anos do Conselho de Igrejas para o Ensino Religioso (CIER), que hospedou o Fórum Nacional do Ensino Religioso, de 24 a 26 de setembro de 1995 em Florianópolis – SC aprovou a Carta de Princípios. Nesta Assembleia foi criado o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso e eleita uma Comissão Provisória para preparar a 1ª Sessão do Fórum. (Apud JUNQUEIRA, 2004, p. 69), no período de 1995 a 2010 foram realizados Congressos de Ensino Religioso e Seminários de Capacitação Docente, esta é a relação dos eventos: CONERE nº 1 Período 18 a 21 de julho de 2000 Local Hotel Praia Sol, no município de Serra - ES 2 11 a 13 de setembro de 2002 São Leopoldo-RS, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) 3 03 a 05 de novembro de 2005 Florianópolis (SC) 4 29 de outubro de 2007 PUCPR Curitiba PR Resumo do congresso Neste evento, durante a 8a Sessão do FONAPER esteve presentes 210 profissionais da educação, representando 20 estados da Federação. O tema central estudado pelos educadores foi “O professor de Ensino Religioso aprendendo: A ver, a saber, a fazer e a ser”. Os participantes do Congresso, após estudos e debates, consideraram que para o Ensino Religioso como área do conhecimento, conforme a Resolução nº 02/98, existe a necessidade de professores habilitados para o seu exercício; consideraram a recente valorização do Fenômeno Religioso, nos documentos legais Art. 33 da Lei 9394/96, modificado pela Lei 9475/97, como parte integrante da formação do ser humano; consideraram a exigüidade do prazo dado pelo Art. 87§ 4º da Lei 9394-96, para a formação dos docentes na área em questão. Finalizando este evento, foi elaborada uma carta solicitando ao Conselho Nacional de Educação a aprovação de Curso de licenciatura em Ensino Religioso, com currículo básico equivalente em todo o território nacional. Com a temática: "Manifestações Religiosas no mundo contemporâneo: interfaces com a Educação". Entre os palestrantes, mencionamos os Professores doutores Antonio Flávio de Oliveira Pierucci (USP); James Fowler (Univ. de Emory, Atlanta, EUA) e Hans-Jürger Fraas (Univ. de Munique, Alemanha). Paralelamente, houve apresentação de trabalhos, mesas redondas e outras atividades de discussão e aprofundamento do Ensino Religioso, tendo sido um importante momento para verificar o andamento Com 480 participantes de nove estados da federação. Simultaneamente a este Congresso, ocorreu o III Seminário Catarinense de Ensino Religioso e o I Seminário de Ensino Religioso das Escolas Confessionais de Santa Catarina. O objetivo deste evento foi o de fazer memória dos dez anos do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) e traçar perspectivas para esta área do conhecimento. As questões abordadas foram a história do FONAPER; o Ensino Religioso no contexto da educação nacional; a identidade pedagógica do Ensino Religioso; objeto e objetivos do Ensino Religioso; a elaboração didática do Ensino Religioso; a confessionalidade como ponto de partida para a distinção entre Ensino Religioso e Pastoral; A formação do (a) educador (a) de Ensino Religioso: perspectivas de uma história. Outro elemento a ser destacado foram os vinte e cinco trabalhos selecionados para serem apresentados por professores, pesquisadores e estudantes da área do Ensino Religioso. Com a participação de cerca de 150 professores e pesquisadores. Na abertura a Profa. Mst. Emerli S. apresentou uma dança da cultura indiana. Em seguida houve a composição de uma mesa com a presença da Profa. Lilian B. (FONAPER), do Pe. Chiquin (ASSINTEC), da Profa. Maria Lurdes G. (PUCPR), da Profa. Eleonor (Secretaria Municipal de Educação de Curitiba) e da Profa. Rosilea W. (SECAD/MEC). Após este momento do cerimonial de abertura a Profa. Rosilea W. (MEC/SECAD) proferiu a conferência de abertura sobre as concepções da diversidade. 100 5 12 a 14 de novembro de 2009 PUC Goiás Seminários nº 1 Período 20 de maio de 1997 Local São Paulo/SP 2 4 e 7 de agosto de 1997 Brasília/DF 3 27 a 29 de outubro de 1997 Curitiba/PR 4 10 e 11 de novembro de 1998 Blumenau/SC, (FURB) 5 16 a 18 de março de 1999 Teresina/PI 6 16 e 17 de maio de 2000 15 e 16 de maio de 2002 Santos/SP 8 24 a 26 de setembro de 2004 Maceió/AL 9 03 e 04 de outubro de 2006 PUCSP Paulo/SP) 7 Em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Goiás/PUC Goiás e o Conselho de Ensino Religioso do Estado de Goiás/CIERGO, deu-se este V Congresso Nacional de Ensino Religioso (V CONERE).O evento, realizado na cidade de Goiânia, contou com a presença aproximada de 300 participantes.Os trabalhos iniciaram-se na noite do dia 12/11, no Auditório da Área IV, nas dependências da PUC Goiás. A Solenidade de Abertura contou com as seguintes autoridades: representante da Reitoria da PUC Goiás; Secretária de Estado da Educação (Profa. Milca Severino Pereira); Coordenador do FONAPER (Prof. Remí Klein); Presidente do CIERGO (Dom José Silva Chaves) e Representante do Prefeito Municipal de Goiânia. Em seguida, ocorreu o Painel Formação Docente e Ensino Religioso no Brasil, o qual contou com a presença das professoras Iria Brzezinski (ANFOPE), Dra. Glória das Neves Dutra Escarião (UFPB) e Dra. Lílian Blanck de Oliveira (FONAPER). Resumo do congresso Contou com a presença de 26 pessoas, de 22 universidades. O objetivo desse seminário foi “discutir e encaminhar sistematicamente a formação do profissional de Ensino Religioso”. Da agenda constaram os momentos de discussão sobre cursos de graduação, de especialização, de aperfeiçoamento e de extensão. Distribuiu-se, então, o relatório do padre Roque, o qual também se fazia presente, relatório esse já apresentado na Câmara dos Deputados. O voto relator traz aspectos significativos na constituição dos elementos para o Ensino Religioso Em simultaneidade com a 4ª Sessão do Fórum, com a seguinte programação: a) Ensino Religioso na LDB: histórico e encaminhamentos; b) Ensino Religioso nos sistemas de ensino (estaduais e municipais); c) processo de habilitação dos professores do Ensino Religioso; d) Política dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso; e) Política de organização do Ensino Religioso no Brasil. Essa sessão reuniu 19 universidades e cerca de 109 pessoas, com destaque para a sessão solene no Salão Dois Candangos da Universidade de Brasília, onde foram homenageados: Sr. Marco Maciel, digníssimo Vice-presidente da República; Sr. Carlos Alberto Ribeiro Xavier, representante do Ministério de Educação e Cultura; o Deputado Federal Pe. Roque Zimmerman, na figura do Sr. Paulo César Carbonari, seu representante; Sra. Eda Machado de Souza, representando o Sr. Edson Machado, seu esposo. Foram lançados oficialmente os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso. Também foi feita a entrega da sugestão de currículo para o Ensino Religioso, cuja análise ocupou praticamente todo o tempo do encontro. Também se destacou a visita do deputado federal Maurício Requião, que aceitara apresentar no Congresso a proposta do Fórum para o texto de substituição ao Art. 33 da LDB. Com a finalidade de “encaminhamento das áreas temáticas de capacitação do profissional do Ensino Religioso com os docentes das respectivas disciplinas, nas diferentes instituições de Ensino Superior”. Participaram 127 pessoas, representando 29 universidades e diversas denominações religiosas, de diferentes regiões do Brasil. Novamente contou-se com a presença do deputado federal padre Roque. O objetivo desse seminário foi “discutir e encaminhar a implementação das áreas temáticas do Ensino Religioso” a partir do tema “Área de Conhecimento na Capacitação Profissional: a) Teologia Comparada; b) Textos Orais e Escritos Sagrados; c) Fundamentos Pedagógicos do Ensino Religioso (pedagogia, didática, metodologia)”. Fizeram-se presentes 67 pessoas. O objetivo desse seminário foi “discutir e encaminhar a implementação das áreas temáticas do Ensino Religioso”, com o tema “Área de Conhecimento na Capacitação de Professores: Culturas e Tradições Religiosas”, com a participação de 150 pessoas. Realizado em parceria com a Universidade Católica de Santos. PUC/PR (São Estiveram presentes representantes de ensino superior, de sistemas de ensino e de diferentes grupos religiosos, totalizando uma representação de 15 regiões da Unidade Federativa. O evento desencadeou a discussão das políticas de formação docente para o Ensino Religioso na realidade brasileira. O seminário teve a participação do presidente da Câmara Nacional de Educação (CNE), professor Aparecido Cordão, e do professor Teófilo Bacha, membro da CEE/PR, reunidos em um painel no qual foram discutidas as diretrizes para a formação de professores de educação básica e Ensino Religioso. O segundo tema abordado em mesa-redonda tratou sobre “o epistemológico ao pedagógico na formação docente”, contando com as assessorias dos professores Dr. Danilo Romeu Streck, Dra. Lilian Anna Wachowiez e Dr. Domênico Costella. O terceiro tema, por meio de painel, consistiu em relatos de experiências nacionais sobre a formação de professores de Ensino Religioso nas instituições de ensino superior (IES) e sistemas de ensino. Com a presença de profissionais de 25 Estados da Federação, fizeram-se presentes professores de Ensino Religioso, representantes de ensino superior, sistemas de ensino e de diferentes grupos religiosos. A temática central foi “O Ensino Religioso: uma área de conhecimento para a formação do cidadão”, sendo desenvolvido através de três aspectos: epistemologia, legislação e estrutura de capacitação docente. Destacou-se a presença de professores/pesquisadores de diversas instituições de ensino superior (UFAL/UNIMEP/PUCPR/UNISINOS/EST/FURB), participando dos debates ocorridos ao longo do seminário. Foi encerrado com a presença do Prof. Dr. Francisco Aparecido Cordão, do Conselho Nacional de Educação (CNE – Câmara de Educação Básica). Participaram professores de Ensino Religioso, representantes de ensino superior, sistemas de ensino e de diferentes grupos religiosos. A temática central foi “O diálogo entre o Ensino Religioso e as Ciências da Religião”, com o objetivo de refletir 101 10 03 e 04 de novembro de 2008 11 23 a 25 de setembro de 2010 Universidade Católica de Brasília (Taguatinga/DF) Universidade Federal da Paraíba (João Pessoa/ PB) sobre a identidade das Ciências da Religião e sua relação com o Ensino Religioso com vistas a orientar a formação dos professores para essa disciplina curricular. A discussão ocorreu em três eixos: Educação – Ciências da Religião – Licenciaturas. Estiveram presentes cerca de 198 participantes, com representantes de 24 Estados da Federação, sendo este assim um importante momento político de reflexão sobre a implantação das licenciaturas do Ensino Religioso. Foi especialmente nesse evento que ocorreu a oportunidade de apresentação de trabalhos com anais Com a presença de professores de Ensino Religioso com a temática Diversidade, Direitos Humanos e Ensino Religioso: questionando concepções e práticas. Tabela 20 – CONERE No processo de fortalecimento e na da discussão do Ensino Religioso no campo dos eventos científicos, estes dois eventos que o FONAPER organizou tiveram grande influência na história, pois se detiveram em critérios importantes e necessários durante sua organização: periodicidade - apresentam regularidade; publicação de anais (impresso ou digital) com trabalhos completos; existência de comitê científico; relevância para a área em questão; participação de pesquisadores de expressão nacional e/ou internacional; público alvo de especialistas envolvidos na área. Dando sequência na apresentação dos principais eventos ligados à área do Ensino Religioso, apresentamos mais um quadro, com os eventos realizados pelas Faculdades EST (Escola Superior de Teologia em São Leopoldo no Rio Grande do Sul), com a realização dos Simpósios de Ensino Religioso, com início em 2001. Simpósios de Ensino Religioso 1 Ano Detalhes 2001 2 3 4 5 6 2003 2005 2007 2008 2009 7 2010 Com o tema “Ensino Religioso e Pastorado Escolar”, cujos anais foram publicados em 2001 sob o título “O Ensino Religioso e o Pastorado Escolar: novas perspectivas – princípios includentes”, sob a coordenação e organização de Remí Klein, Oneide Bobsin, Manfredo Carlos Wachs e Henri Luiz Fuchs, em São Leopoldo/RS, pelo Instituto Ecumênico de Pós-Graduação em Teologia da EST & Con-Texto Gráfica e Editora. Organizado por Henri Luiz Fuchs, Manfredo Carlos Wachs e Remí Klein, sem publicação de anais. Cujos anais foram publicados sob o título “Ensino Religioso na escola: bases, experiências e desafios”; “Práxis do Ensino Religioso na escola” “Ensino Religioso: Diversidade e Identidade” “Fenômeno Religioso e Metodologias”. É possível perceber que a abertura para as conferências e para socialização das pesquisas é fundamental para ampliação do conhecimento dessa área do Ensino Religioso, em efetiva construção. Com o tema “Ensino Religioso: Religiosidade e práticas educativas” seu principal objetivo foi o de refletir sobre a diversidade religiosa e a sua concretização nas práticas educativas na sala de aula. Tabela 21 - Simpósios Outra instituição que merece atenção é a Associação de Professores de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina, denominada ASPERSC, que, ainda que de dimensões regionais, apresenta certa relevância nacional, sobretudo pelo fato de ser o Estado de Santa Catarina um polo de formação de professores do 102 Ensino Religioso. Tem sistematicamente realizado o Seminário Catarinense de Ensino Religioso desde 2002 e os Colóquios Catarinenses de Ensino Religioso, em quatro edições até o momento, com seu início em 2004 ocorrendo a cada dois anos. Para estes colóquios não foram produzidos anais. Nº 1 Ano 2002 2 2003 3 2003 4 2007 5 2009 Detalhes Foi realizado na Universidade Regional de Blumenau, sua cidade-sede, com a temática “Rosto pedagógico do Ensino Religioso”. Esse primeiro evento foi organizado pelos acadêmicos do curso de Licenciatura e os trabalhos foram publicados nos anais do segundo seminário Foi sediado na Universidade do Planalto Catarinense na cidade de Lages, com a temática: “Educação e Transcendência” Realizado em Florianópolis, em parceria com o FONAPER e AECSC (2005) e apresentou como temática “Ensino Religioso: memória e perspectivas”, cujos anais foram somados aos do III Congresso Nacional de Ensino Religioso e do I Seminário das Escolas Confessionais de Santa Catarina; Na Universidade Comunitária da Região de Chapecó com o tema: Terra e Alteridade: Pesquisas e Práticas Pedagógicas em Ensino Religioso e, a partir dele foi publicada a obra “Terra e Alteridade”; Na Universidade Regional de Blumenau, com a temática: “Culturas e diversidade religiosa na América Latina: pesquisas e práticas pedagógicas”. Esse evento foi simultâneo ao I Seminário Internacional Culturas de Desenvolvimento e foi publicado o livro com os trabalhos sob o título “Culturas e Diversidade Religiosa na América Latina: Pesquisas e Perspectivas Pedagógicas”. Tabela 22 - Seminários Nº 1 Ano 2004 2 2006 3 2008 4 2010 Detalhes Ocorreu na cidade de Rio do Sul, nas dependências do PETI- Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Este colóquio foi um marco importante para a ASPERSC, pois reuniu professores de todo o Estado para momentos de reflexão a respeito da importância do professor e da professora de Ensino Religioso como agentes de transformação social. O evento foi realizado com a parceria da Gerência Regional de Educação e Inovação e da Secretaria Municipal de Educação de Rio do Sul. Ocorreu na cidade de Pomerode e reuniu cerca de 200 professores, acadêmicos e pesquisadores desta área do conhecimento. Tendo como tema “O diferente e a diferença no contexto escolar”. O encontro, desta vez contou com o apoio dos Grupos de Pesquisas Educação e Religião (GPER), Subjetividade, Educação e o Sagrado (FURB) e o patrocínio da Secretaria Municipal de Educação de Pomerode, Conjunto Educacional Dr. Blumenau, Secretaria Municipal de Educação de Jaraguá do Sul, Secretaria Municipal de Educação de Indaial e da Associação de Educação Católica (AEC/SC). Em São Bento do Sul (Auditório do Campus da UNIVILLE), com a temática “Universo Simbólico e a práxis do Ensino Religioso”. Ocorreu em Joinville, com o tema “Diversidade cultural religiosa e direitos humanos: desafios ao currículo escolar em Santa Catarina”. Tabela 23 - Colóquios Constatamos que o caráter científico/acadêmico desta área somente foi identificado na primeira década do século XXI, quando então os eventos assumiram características como: periodicidade, comissão científica, entre outros critérios que são adotados na organização de eventos. para a publicação em anais. Além das palestras e das conferências foram criados espaços para divulgação de pesquisas que iniciavam nas instituições de ensino superior. Aspecto de relevância nessa caminhada é o envolvimento das universidades e seus cursos de pós-graduação lato sensu e strictu sensu. Com essa participação o modelo de evento utilizado nas 103 universidades passa a ser adotado pelos eventos de Ensino Religioso. Com isso o rigor utilizado nos eventos das demais áreas do conhecimento também é aplicado aos eventos do Ensino Religioso. Estes são os principais motivos pelos quais os primeiros artigos com características científicas foram identificados por esta pesquisa apenas a partir de 2001. A partir deste levantamento foi possível perceber que a região sul é responsável por mais eventos, contando com um total de 36, seguida pela região sudeste, com 20 eventos. Em terceiro lugar encontramos a região nordeste com 13 eventos, em quarto a região centro oeste com 5 e por último a região norte com 4 eventos. Acreditamos que a região sul ocupa a primeira posição em número de eventos pelos seguintes motivos. O primeiro se dá pelo fato de Santa Catarina ser o primeiro Estado da federação que reconhece o Ensino Religioso como disciplina do currículo regular e com isso naturalmente as discussões ocorrem para a criação das bases necessárias para a efetivação da disciplina e da formação docente. Outro motivo de grande importância é a presença de dois grupos de estudos bem organizados na EST e na PUC/PR e suas participações no FONAPER. No entanto, observando os eventos do Ensino Religioso realizados em 2010, notamos uma distribuição mais uniforme deles no Brasil, fato esse que demonstra o crescimento quantitativo e qualitativo da discussão no âmbito nacional. Ano a ano os eventos vêm se distribuindo de maneira mais equilibrada do ponto de vista regional, fato relevante, pois como o Brasil é um país de grandes dimensões com uma cultura muito diversificada e por isso a discussão deve ocorrer da maneira mais ampla possível. Outro aspecto que não podemos deixar de mencionar nesta identificação de eventos mesmo que seja no tocante à formação continuada, é a ampliação dos mesmos e a sua divulgação nesta primeira década do século XXI. É importante ressaltar que os eventos possuem também o caráter formativo, que diferentemente dos anteriores não está atrelado à apresentação de trabalhos e pesquisa, mas que merece destaque por ser um exemplo de acontecimento de divulgação de concepção do Ensino Religioso, e ilustra o que ocorre em diversas regiões do país. Na cidade de Curitiba, Paraná, é chamado de “Arte e 104 Espiritualidade”, coordenado pela equipe pedagógica da Associação Inter-religiosa de Educação (ASSINTEC). Segundo Schlögl (2005, p. 79) em 1995 a equipe pedagógica da Assintec elaborou um projeto intitulado “Música e Espiritualidade”. O objetivo era promover, uma vez ao ano, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, um evento que focasse as diferentes manifestações musicais das culturas religiosas. O encontro realizar-se-ia em uma quarta- feira à tarde e cantores, instrumentistas e estudiosos da música sacra estariam apresentando a música e palestrando sobre seu significado no contexto religioso. A plateia constituir-se-ia de professores da Rede Pública de Educação. Por mais alguns anos esse encontro anual abarcou a música e seus desdobramentos no mundo religioso, incluindo aqui eventos que contemplaram a música sagrada dos povos indígenas, dos orientais, incluindo os cantos chineses. Posteriormente o título do evento mudou, passando a ser chamado de “Arte e Espiritualidade”, a fim de alargar as fronteiras e envolver outras linguagens artísticas como a plástica, a dança, o teatro, etc. A partir desta mudança, em cada evento pinturas de conotação espiritual foram expostas no interior do auditório, o que desde então vem acontecendo até os dias atuais. O evento que marcou a mudança de título apresentou aos professores uma experiência de unificação entre a linguagem musical e a linguagem plástica. No palco enquanto se realizava a desempenho musical, ao mesmo tempo aconteciam pinturas realizadas em estado meditativo. Pintor e músicos formavam o cenário deste momento. Em novo formato, ocorrendo uma vez ao ano, sempre em uma quarta-feira e sempre no segundo semestre, o evento tem contado com a participação significativa de professores de Curitiba e Região Metropolitana, sendo que o número de participantes varia entre 100 a 150 pessoas. Tornou-se tradição na ASSINTEC a promoção deste encontro, que é considerado como apoio na formação de um ideário dialogicista entre os docentes da área. É a seguinte a relação de temáticas desenvolvidas nos eventos: Óperas e duetos; Música Popular Brasileira e Teologia; Capoeira; grupos folclóricos: ucranianos, israelenses e italianos; cantos e percussão de umbanda e candomblé; Tai Chi Chuan; música Hare Krishna; música sacra cristã; dança sagrada indiana 105 (Bharata Natyam); viola caipira; mantras; arte indígena incluindo cantos, danças e objetos decorativos; apresentação de corais, inclusive grupos corais das Escolas Municipais de Curitiba, entre outras apresentações. As palestras que seguem às performances artísticas focaram questões, tais como: técnica vocal e espiritualidade; a dança na busca do encontro com o divino; a cultura afro-descendente, religião e arte; o folclore e as formas de acreditar dos povos; tai chi chuan e taoísmo; territórios do sagrado (dialogando com a geografia); cantos sagrados e fórmulas de poder religioso; aspectos da apontados pelos cantos populares brasileiros; música regional e espiritualidade; a arte indígena e os comunicados do espírito; mensagens espíritas em reflexão; criança e religiosidade; entre outras. Até o presente momento já ocorreram dezesseis encontros deste projeto (1995-2010). Sistematicamente e por meio das diferentes formas de expressão foi possível a divulgação de uma concepção de Ensino Religioso com impacto em uma área específica. Pois, Assintec vem tratando dos encontros de “Arte e Espiritualidade” com muita seriedade, pois está consciente de seus desdobramentos no favorecimento da compreensão das diferentes manifestações do sagrado. A partir desta atualização histórica abordaremos os aspectos ligados à análise dos artigos e pesquisadores dos 458 trabalhos em 17 Anais (Os anais do I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso publicados em conjunto no período compreendido de 2001 a 2010 distribuídos em três áreas: eventos na área de educação, /Ciências da Religião e Ensino Religioso, salientando que os eventos de Ensino Religioso, já são responsáveis pela maioria das publicações da área, com isso nos levando a considerar essa área já como consolidada e independente. Depois propomos uma análise sobre os autores, baseados numa pesquisa a partir do currículo lattes, apresentando sua formação acadêmica, desde a graduação até o doutorado, tentando compreender o perfil do pesquisador da área do Ensino Religioso. No item posterior será traçado um perfil referente aos artigos do Ensino Religioso e a análise propriamente dita. + Eventos na área de educação O evento produzido pela Associação de Pós-Graduação em Educação (ANPED) é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1976 graças ao 106 esforço de alguns Programas de Pós-Graduação da Área da Educação. Em 1979, a Associação consolidou-se como sociedade civil e independente, admitindo sócios institucionais (os Programas de Pós-Graduação em Educação) e sócios individuais (professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação em educação). A finalidade da Associação é a busca do desenvolvimento e da consolidação do ensino de pós-graduação e da pesquisa na área da Educação no Brasil. Ao longo dos anos, tem-se projetado no país e fora dele como um importante fórum de debates das questões científicas e políticas da área, tendo se tornado referência para acompanhamento da produção brasileira no campo educacional. Na área educacional este evento é anual é o com certeza o mais importante, entretanto artigos sobre o Ensino Religioso nos anais foi registrado apenas um trabalho o que demonstra a reduzida presença desta temática junto Congressos Nacionais da ANPED. Esta Associação da ANPEd é dividida pelas cinco regiões do Brasil, no Sul do Brasil encontramos a primeira edição em julho de 1998, o então denominado “I Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul” teve como sede a Universidade Federal de Santa Catarina, na cidade de Florianópolis. Participaram pesquisadores de 17 programas de pós-graduação em educação. Os 15 eixos temáticos do seminário foram organizados considerando o conjunto dos 307 trabalhos encaminhados ao evento. O II Seminário ocorreu em 1999, na Universidade Federal do Paraná, na cidade de Curitiba, contando com a participação dos 19 programas de pós-graduação em Educação da região. Percebeu-se um aumento significativo de trabalhos inscritos (686 trabalhos) nos 20 eixos temáticos definidos para o evento. Nas duas primeiras edições todos os trabalhos inscritos foram apresentados, não havendo Comitê Científico. No ano 2000 a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, organizou o III Seminário, que contou com a participação de 19 programas de pós-graduação. Para essa edição foi instituído um Comitê Científico que, com a participação de pareceristas ad hoc dos diversos programas da região, procedeu à seleção dos trabalhos. Para o evento foram selecionados 204 textos de um total de 352 submetidos à avaliação. O IV Seminário, realizado em 2002, teve como sede a Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, tendo como tema “Na contracorrente da universidade 107 operacional”. Contou com a participação de 19 programas de pós-graduação e inscrições de 714 textos, dos quais 426 foram selecionados. O V Seminário aconteceu na cidade de Curitiba no ano de 2004, tendo a Pontifícia Universidade Católica do Paraná como sede. Com o tema “Pesquisa em Educação e Compromisso Social” congregou 21 programas de pós-graduação. Este número mostra a expansão da pós-graduação em educação na região, com a abertura de dois novos cursos no período. A Universidade Federal de Santa Maria, na cidade de Santa Maria-RS, organizou o VI Seminário, no ano de 2006. Com o tema “Pesquisa em Educação: Novas Questões?” contou com a participação de 21 Programas de Pós-Graduação, sendo que os trabalhos foram apresentados em 14 eixos temáticos. O VII Seminário ocorreu na Universidade do Vale do Itajaí, sob a denominação de Anped Sul, e trouxe como tema “Pesquisa em Educação e Inserção Social”. Esse evento teve 1.176 participantes e contou com 952 trabalhos submetidos à avaliação, sendo 700 aprovados pelo comitê científico. Em 2010 a programação científica foi estruturada em conferências, apresentação de trabalhos orais, apresentação de trabalhos como pôster, abordando assuntos vinculados a 19 eixos temáticos, na Universidade Estadual de Londrina (PR), assim distribuídos V ANPED SUL (03 trabalhos), VI ANPED SUL (03 trabalhos), VII ANPED SUL (2 trabalhos). O Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE) é um evento científico, no campo educacional, que congrega pesquisadores e profissionais da educação que trabalham com questões relacionadas à temática da formação docente, do ensino das diferentes disciplinas e do currículo. Esses profissionais são, em sua maioria, docentes e discentes que atuam nos programas de Pós-graduação em Educação, nas Faculdades de Educação e nas redes de Educação Básica. Pode-se dizer que o ENDIPE é, hoje, o maior evento acadêmico na área da Educação, uma vez que, em seus últimos encontros, tem contado com mais de quatro mil participantes. O ENDIPE ocorre de dois em dois anos, em diferentes Estados e são organizados por Instituições de Ensino Superior que, na assembléia final de cada encontro, se apresentam como proponentes para sediar o próximo evento. A finalidade do ENDIPE é socializar os resultados de estudos, pesquisas e práticas. Constitui-se, portanto, em um espaço privilegiado de trocas de experiências, de 108 articulação de grupos, de questionamentos, de novas ideias e de novas reflexões, assim registrados XII ENDIPE (02 trabalhos); XIV ENDIPE (03 trabalhos). O EDUCERE é um evento acadêmico e científico organizado pela Graduação e Pós-Graduação em Educação da PUCPR. Sediado na cidade de Curitiba (ParanáBrasil), desde 2001, tem focalizado como objetivo a socialização dos resultados das pesquisas realizadas por acadêmicos da graduação, da Pós-Graduação e profissionais da Área da Educação. O evento, historicamente, tem aproximado os docentes e os estudantes da Educação Superior e os professores da Educação Básica. Este evento oportuniza um fórum permanente de discussões com apresentações das pesquisas e relatos de experiência entre os professores e os estudantes de Pós-Graduação, da Pedagogia, das Licenciaturas, da Educação Básica. Com essa articulação busca aprimorar a formação inicial e continuada dos profissionais da Educação. Em sua nona edição (2009) foi uma edição Internacional, em 2010, o evento não ocorreu, foram registrados os seguintes trabalhos: II EDUCERE (01 trabalho); III Educere (02 trabalhos); IV EDUCERE (04 trabalhos); V EDUCERE (03 trabalhos); VI EDUCERE (06 trabalhos); VII EDUCERE (03 trabalhos); VIII EDUCERE (01 trabalho); IX EDUCERE (04 trabalhos). O grupo de pesquisa de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR) realiza sistematicamente eventos que objetivam a difusão da produção científica, resultante de estudos e pesquisas de perspectiva histórica da área de Educação, realizados e/ou em andamento, tanto por estudantes de pós-graduação como por docentes de instituições de ensino superior, públicas e privadas, direta ou indiretamente envolvidos com os diversos grupos do HISTEDBR no Brasil, sendo que foram registrados no HISTEDBR VIII dois (02) trabalhos sobre o Ensino Religioso. O Congresso Ibero-americano de História da Educação Latino-Americana (CIHELA), fruto da iniciativa de pesquisadores latino-americanos e ibéricos, reunidos por interesses comuns e desejosos de maior intercâmbio científico. O evento teve sua primeira edição em 1992, na cidade de Bogotá, capital da Colômbia. Os Congressos seguintes ocorreram em Campinas (Brasil), Caracas (Venezuela), Santiago (Chile), San José (Costa Rica), San Luis Potosi (México), Quito (Equador), Buenos Aires (Argentina). Ao longo dessa trajetória, foram criadas entidades 109 científicas próprias dessa área de estudos em vários países. Além disso, redes de pesquisadores, grupos de pesquisa e investigadores individuais têm trabalhado para intensificar os esforços institucionais e informais de intercâmbio, por meio de trocas de informações, projetos comuns e publicações em periódicos especializados dos países que integram a organização do evento. Em todas as suas edições, o CIHELA contou com a liderança de um Comitê Internacional, composto por representantes dos países envolvidos. Nesta edição, há representantes dos seguintes países no Comitê Internacional: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Espanha, México, Nicarágua, Peru, Portugal, Uruguai, Venezuela. No IX Congresso Ibero americano de História da Educação Latino Americana IX CIHELA (04 trabalhos). Foram localizados trabalhos sobre o Ensino Religioso em anais em eventos na área História da Educação: Congresso de História da Educação V (03 trabalhos), e Congresso Luso Brasileiro de História da Educação VI (03 trabalhos). No campo da Educação Confessional: Congresso Estadual da AEC/PR – Curitiba/PR – 2003 XIV, Congresso Nacional de Educação da AEC – Belo Horizonte (MG) XIX e Congresso Nacional de Educação da AEC – Natal (RN) XVIII (08 trabalhos). No campo de Pesquisa da Educação: Encontro de Atividades Científicas VII (01 trabalho); Encontro de Pesquisa IV (01 trabalho); Seminário de Pedagogia em Debate VII (01 trabalho) e Seminário de Pesquisa (01 trabalho). ÁREA DE EDUCAÇÃO Anais – Evento – Local – Ano Trabalhos II EDUCERE – Curitiba/ PR – 2002 01 XIV Congresso Estadual da AEC/PR – Curitiba/PR - 2003 05 III Educere - - Curitiba/ PR – 2003 02 V ANDEP SUL – Curitiba/PR – 2004 03 XVIII Congresso Nacional de Educação da AEC – Natal (RN) - 2004 01 XII ENDIPE – Curitiba – 2004 02 IV Encontro de Pesquisa – UEPG – Ponta grossa - 2004 01 VII Encontro de Atividades Científicas - Londrina - 2004 01 V EDUCERE – Curitiba/PR – 2005 03 VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação - Uberlândia – 2006 03 VI EDUCERE – Curitiba/PR – 2006 06 VI ANPED SUL – Santa Maria/RS - 2006 03 XIX Congresso Nacional de Educação da AEC – Belo Horizonte (MG) – 2007. 02 VII EDUCERE – Curitiba/PR -2007 03 VII Seminário de Pedagogia em Debate – Curitiba - 2007 01 110 ÁREA DE EDUCAÇÃO Anais – Evento – Local – Ano Trabalhos VII ANPED SUL – Itajaí/SC – 2008 02 V Congresso de História da Educação – Aracaju/SE2008. 03 XIV ENDIPE – Porto Alegre – 2008 03 31ª ANPED – Caxambu/MG – 2008 01 VIII EDUCERE – Curitiba/PR – 2008 01 HISTEDBR VIII – Campinas/SP – 2009 02 IX EDUCERE – Curitiba/PR – 2009 04 IX Congresso Ibero americano de História da Educação Latino Americana - IX CIHELA – Rio de Janeiro – 2009 Seminário de Pesquisa 04 01 Tabela 24 – Anais Educação + Eventos na área de Teologia e Ciências da Religião Na área de Teologia e Ciências da Religião o grupo mais organizado e com o evento mais significativo é a SOCIEDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS DA RELIGIÃO (SOTER) é uma associação civil, sem fins lucrativos, fundada em julho de 1985 por um grupo de teólogos e cientistas da religião do Brasil. Com sede em Belo Horizonte - MG, seus objetivos são incentivar e apoiar o ensino e a pesquisa no campo da Teologia e das Ciências da Religião; divulgar os resultados da pesquisa; promover os serviços dos teólogos e cientistas da religião às comunidades e organismos não-governamentais na perspectiva da construção da cidadania e da inclusão social; facilitar a comunicação e a cooperação entre os sócios e defender sua liberdade de pesquisa (cf. Estatuto, Art.3.). Concretizando seus objetivos, a SOTER promove congressos periódicos, seminários e encontros de pesquisa; patrocina publicações e cadastro de Professores e Pesquisadores de Teologia e Cientistas da Religião e trienalmente organiza sua Assembléia eletiva. A sociedade conta atualmente com cerca de 500 sócios e permanece aberta à adesão de novos associados, dentro das normas do Estatuto (Art. 5.), acolhendo professores/as e pesquisadores/as que atuem academicamente na área da Teologia e das Ciências da Religião, possuindo ao menos o grau acadêmico de mestre na sua área de conhecimento. Desde o XXI Congresso (2008) foi estabelecido um GT Religião e Educação que sistematizou o espaço inclusive para o Ensino Religioso. Neste primeiro ano com 06 trabalhos, no XXII Congresso (2009) também 06 trabalhos e no XXIII (2010) 18 trabalhos. A mais recente Associação dos Programas de Pós- 111 Graduação em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE) criada em 2008, em seu segundo Congresso realizado em 2009 entre os GT´s ocorreu o de Ensino Religioso em que foram apresentados 08 trabalhos. Entre os eventos que tem ocorrido de forma sistemática encontramos o Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião (NUPPER), fundado em abril de 2003, é um grupo de investigação científica independente que objetiva, sob a ótica das ciências humanas, analisar o fenômeno religioso em sua unidade e diversidade: III Seminário Nacional Religião e Sociedade (07 trabalhos); O espaço do Sagrado no Século XXI (07 trabalhos); V Seminário Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI (03 trabalhos). Foram localizados trabalhos em outros eventos: ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión (ES) (10 trabalhos); I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH (12 trabalhos); I Simpósio Internacional em Ciências da Religião (09 trabalhos) ; III Congresso Internacional de Ciências da Religião (01 trabalho); III Seminário Nacional Religião e Sociedade (07 trabalhos); III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e hibridações (08 trabalhos) ; XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergências (10 trabalhos); III Fórum Mundial de Teologia e Libertação (01 Trabalho). ÁREA DE TEOLOGIA/CIÊNCIAS DA RELIGIÃO Anais – Evento – Local – Ano III Seminário Nacional Religião e Sociedade – O espaço do sagrado no século XXI – NUPPER/UFPR – Curitiba/PR – 2006 ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión(ES) – São Bernardo – 2006. I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH – Maringá - 2007 I Simpósio Internacional em Ciências da Religião – Paraíba – 2007 III Fórum Mundial de Teologia e Libertação - 2009 II Congresso da Associação ANPTECRE – Belo Horizonte – 2009. III Congresso Internacional de Ciências da Religião – Goiânia/Go -2009 III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e hibridações – Mato Grosso do Sul – 2009. V Seminário Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI - Curitiba – 2009 XXI Congresso da SOTER– PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2008 XXII Congresso da SOTER– PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2009 XXIII Congresso anual da SOTER – PUC - Minas – Belo Horizonte/MG – 2010 IV Congresso Internacional em Ciências da Religião – PUC Goiás – 2010 Trabalhos 07 10 12 09 01 08 01 08 03 06 06 18 01 Tabela 25 – Eventos Ciências da Religião + Eventos na área de Ensino Religioso Antes de adentrar especificamente na análise dos artigos da área do Ensino 112 Religioso, gostaríamos de chamar a atenção para o importante fato que essa área obteve 63% dos artigos pesquisados, por isso, já estão consolidados e podemos entendê-lo como área independente e de vital importância para o processo de crescimento e desenvolvimento desse ensino em nosso país. O primeiro evento realizado foi proposto pelo Instituto Ecumênico de Pós Graduação em Teologia (EST), ocorrido entre os dias 29 de junho a 1º de julho de 2000, com os anais publicados apenas em 2001, com o seguinte título: I Simpósio de Ensino Religioso e Pastorado Escolar, seu principal objetivo proporcionar a socialização da produção acadêmica tanto por parte de professores e estudantes dos cursos desta instituição. No 1º seminário foram publicados 11 trabalhos, em 2005 ocorre o III Simpósio de Ensino Religioso com 30 trabalhos, em 2007 o IV Simpósio com 28 trabalhos, em 2008 o V Simpósio com 15 trabalhos, em 2009 o VI Simpósio com 22 trabalhos e em 2010 o VII Simpósio com 16 trabalhos publicados. Esta instituição se destaca nacionalmente pela produção realizada por sua linha de pesquisa denominada Fenômeno Religioso e práxis educativa na América Latina, sendo que existem no momento dois grupos de pesquisa: Currículo, Identidade Religiosa e Práxis Educativa e Educação Religiosa na Infância e na Juventude, integrante da pós-graduação em Teologia, com o seguinte objetivo: realizar pesquisas sobre a relação entre o fenômeno religioso e a educação em suas múltiplas formas e interfaces, compreendendo a análise das políticas, processos e práticas educativas, num enfoque interdisciplinar, na perspectiva da Teologia, ética e educação emancipatórias e/ou da libertação e dos direitos sociais, com atenção para a ação/omissão do Estado e a práxis educativa das denominações religiosas, das instituições escolares e dos movimentos sociais na América Latina. Outro evento nessa área são os Seminários Catarinenses de Ensino Religioso. Em julho de 2001, acadêmicos e docentes da primeira turma de Especialização em Fundamentos e Metodologias do Ensino Religioso em Ciências da Religião, da Universidade Regional de Blumenau/FURB, organizaram o I Seminário Catarinense de Ensino Religioso, com o tema “Rosto Pedagógico do Ensino Religioso”. Em 2003, nas dependências da Universidade do Planalto Catarinense (UNIPLAC), em Lages, realizou-se o II seminário, com o tema “Educação e Transcendência”. No decorrer da programação deste evento, 113 professores e demais participantes fundaram a Associação dos Professores de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina ASPERSC. Desde então, a ASPERSC assumiu a responsabilidade de promover os Seminários Catarinenses de Ensino Religioso, de forma itinerante, para abranger todas as regiões do Estado. Nos dois primeiros seminários foram publicados 12 trabalhos. O IV seminário ocorreu em Chapecó no ano de 2007, na UNOCHAPECÓ, com 7 trabalhos, o V Seminário ocorreu em 2009 na FURB com 18 trabalhos. Os eventos do FONAPER ocupam grande importância no cenário dos eventos do Ensino Religioso. Entre eles podemos citar os CONERE, o I foi realizado em 2000 no município de Serra, no Espírito Santo. O II realizado em 2002 na Unisinos em São Leopoldo - RS, o III em Florianópolis/SC – 2005 com 26 trabalhos, o IV em Curitiba/PR – 2007 com 25 trabalhos. O V em Pontifícia Universidade Católica de Goiás – Goiânia/GO com 16 trabalhos. Também os seminários: X Seminário Nacional de Formação de Professores realizado em 2008 na Universidade Católica de Brasília – Taguatinga – DF com 28 trabalhos e o XI Seminário Nacional de Formação de Professores realizado em 2010 na Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa – PB com 32 trabalhos. Finalizando esse itinerário, citamos o I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília – UNB, realizado em 2005 com 12 trabalhos. ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO Anais – Evento – Local – Ano I Simpósio de Ensino Religioso e Pastorado Escolar EST – São Leopoldo/RS – 2001 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso - FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) - 2002/2003 II Congresso Nacional de Ensino Religioso nas escolas - Universidade Iguaçu – UNIG (Nova Iguaçu/RJ) – 2004 I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação - Universidade de Brasília – UNB – 2005 III CONERE - FONAPER – Florianópolis/SC – 2005 III Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2005 IV CONERE - FONAPER – Curitiba/PR – 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso - Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) – 2007 IV Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2007 V Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores – FONAPER - Universidade Católica de Brasília – Taguatinga – DF – 2008 V Congresso Nacional de Ensino Religioso – FONAPER - Pontifícia Universidade Católica de Goiás – Goiânia/GO – 2009 V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento – FURB – 2009 VI Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2009 XI Seminário Nacional de Formação de Professores – FONAPER - Universidade Federal da Paraíba – João Pessoa - PB – 2010 VII Simpósio de Ensino Religioso - EST – São Leopoldo/RS – 2010 Trabalhos 11 12 02 12 26 30 25 07 28 15 28 16 18 22 32 16 114 Tabela 26 – Eventos Ensino Religioso Mapa 06 – Eventos entre 1995 a 2010 115 3. Artigos publicados em Periódicos Científicos No período entre 1995 a 2010 foram localizados 129 artigos sobre o Ensino Religioso em periódicos científicos essas publicações caracterizam-se como um espaço fundamental para tornar as pesquisas conhecidas para ampliar as áreas de conhecimento. A norma NBR 6023/2002, define um periódico científico como ‘uma publicação em qualquer tipo de suporte, editada em unidades físicas sucessivas, com designações numéricas e/ou cronológicas e destinada a ser continuada indefinidamente’. Já a NBR 6021:2003, especifica os requisitos para apresentação dos elementos que constituem a estrutura de organização física de uma publicação periódica científica impressa, define-se como sendo ‘Um dos tipos de publicações seriadas, que se apresenta sob a forma de revista, boletim, anuário etc., editada em fascículos com designação numérica e/ou cronológica, em intervalos pré-fixados (periodicidade), por tempo indeterminado, com a colaboração, em geral, de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro de uma política editorial definida, e que é objeto de Número Internacional Normalizado (ISSN)’. Enquanto no site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), PERIÓDICO é definido como sendo o ‘Tipo de publicação seriada, normalmente publicada com frequência previamente definida, em fascículos sucessivos, caracterizada pela variedade de conteúdo e de colaboradores. São publicações de conteúdo técnico-cientifíco com informações baseadas em resultados experimentais podendo conter informações e/ou observações de cunho científico ou de divulgação emitindo opiniões que se apresentam sob a forma de revista, boletim, anuário, etc’. Para atingir esse primeiro ponto, merece menção a interdisciplinaridade estabelecida com a Ciência da Informação: Popis, a comunicação situa-se no próprio coração da ciência. É para ela tão vital quanto a própria pesquisa, pois a esta não cabe reivindicar com legitimidade este nome enquanto não houver sido analisada e aceita pelos pares. Isso exige, necessariamente, que seja comunicada. Possuindo a característica de fonte de informação para o desenvolvimento da ciência e indicador da produção científica teórico-prática divulgada em suas publicações, o periódico científico apresenta-se como ferramenta de memória e disseminação, sendo considerado importante instrumento de comunicação para o 116 desenvolvimento da ciência, divulgando a pesquisa científica área do Ensino Religioso, colocando o pesquisador atual e futuro em contato com a produção já registrada no campo do estudo. Por outro lado, um artigo publicado numa revista conceituada não representa apenas a opinião do autor; leva também o selo de autenticidade cientifica através do imprimatur dado pelo autor e os examinadores que ele possa ter consultado. O conteúdo dos periódicos quase sempre é formado por artigos, mas também podem ser apresentadas outras formas de trabalho, como resenhas, estudos de casos, dentre outros. Enquanto um artigo científico deva obedecer às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a equipe editorial de cada periódico científico pode estabelecer critérios diferenciados para submissão dos trabalhos apresentados, tanto no formato impresso quanto eletrônico. Todavia, alguns critérios precisam ser atendidos pelo próprio periódico para balizar a sua qualidade, para efeitos de avaliação e indexação. Nesse contexto, é muito importante que o periódico seja identificado pelo International Standard Serial Number – ISSN (Número Internacional Normalizado para Publicações Seriadas), cujo uso é definido pela norma técnica internacional da International Standards Organization ISO 3297 e é reconhecido como o identificador aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada, tornando-a única e definitiva. Por meio do ISSN identifica-se o título de uma publicação seriadas em circulação, futura (pré-publicação) e encerrada, em qualquer idioma ou suporte físico utilizado (impresso, online, CD-ROM, dentre outros). Esse código é composto por oito dígitos, incluindo o dígito verificador, e é representado em dois grupos de quatro dígitos cada um, ligados por hífen, precedidos sempre por um espaço e a sigla ISSN. O ISSN serve de parâmetro para o controle de qualidade de revistas científicas e também um critério de indexação em base de dados nacionais e internacionais. Quanto aos resultados já obtidos em relação ao mapeamento dos primeiros periódicos científicos estão sendo organizadas tabelas para favorecer análise. Um primeiro elemento a ser considerado é a distribuição dos artigos ao longo 117 dos anos, numa crescente produção e divulgação dos artigos em 37 periódicos científicos. Ano 1995 1996 1998 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 No de artigos 00 01 02 03 04 09 16 12 20 16 10 11 24 Tabela 27 Cronologia Visando uma melhor compreensão da distribuição dos artigos, organizamos os mesmos em três categorias a partir dos periódicos em suas respectivas áreas de publicação: educação, teologia/ciência da religião e diversificada. a) Área de Educação Revista N. de Revistas Números publicados Área Caderno CEDES Caderno de Pesquisa EDUCERE – Revista da Educação Revista Brasileira de Educação Revista de Educação da AEC 01 06 02 03 12 Educação Educação Educação Educação Educação Revista Diálogo Educacional 14 Revista Educação e Sociedade Revista Educação em Movimento 02 12 Revista Educação em Questão Revista CEAP Revista Mirandum 01 01 01 n. 76 n. 131/131/131/131/131/137 n. 02/02 n. 27/27/02 n. 108/136/136/136/136/136/ 138/138/138/138/138/138 n. 03/06/16/17/29/30/23/26/ 20/23/23/16/16/16 n. 106/97 n. 08/09/05/01/05/05/02/09/ 02/05/09/05 n. 00 n. 00 n. 00 Educação Educação Educação Educação Educação Educação Tabela 28 - Publicação de Educação + Caderno CEDES é uma publicação de caráter temático, dirigida a profissionais e 118 pesquisadores da área educacional, com o propósito de abordar questões que se colocam como atuais e significativas neste campo de atuação, este periódico foi iniciado em 1980, mantendo de 3 a 6 novos títulos por ano. + Caderno de Pesquisa é um periódico da Fundação Carlos Chagas, instituição considerada centro de excelência em pesquisa educacional, foi criado em 1971, com o objetivo de divulgar a produção acadêmica sobre educação, gênero e etnia. Veicula amplo especto interdisciplinar de temas emergentes, estudos e pesquisas que propiciam troca de informações e o debate sobre questões de caráter teórico e metodológico, aborda as relações entre educação e os problemas e perspectivas sociais do país, orientações das políticas públicas na área, avaliação educacional e temas étnico-raciais, de gênero e de família, privilegiando a publicação de estudos realizados no Brasil e a ótica interdisciplinar. + Revista EDUCERE é da UNIPAR publica trabalhos inéditos das diversas áreas da Educação, tais como, ensino-aprendizagem, currículo, psicologia educacional, políticas e práticas na Educação Básica e Ensino Superior, Educação Ambiental, Educação em Saúde e Educação Profissional, tecnologia educacional, dentre outras. + Revista Brasileira de Educação dedicada à publicação de artigos acadêmicocientíficos, fomentando e facilitando o intercâmbio acadêmico no âmbito nacional e internacional. É dirigida a professores e pesquisadores, assim como a estudantes de graduação e pós-graduação das áreas das ciências sociais e humanas, tendo por áreas de interesse: educação; educação básica; educação superior e política educacional; movimentos sociais e educação. São publicados também documentos, resenhas e notas de leitura. Na seção Documentos, são divulgados textos coletivos elaborados pela ANPEd ou por associações afins, bem como documentos recentes (leis, pareceres, normalizações), emanados de órgãos governamentais e que abordem questões de interesse para a área educacional. + Revista de Educação da AEC é uma revista da Associação de Educação Católica, uma publicação encerrada em 2007, de âmbito nacional que contribuía na formação de professores e gestores especialmente das escolas católicas de educação básica. + Revista Diálogo Educacional este periódico publica trabalhos originais e inéditos que contribuam para o desenvolvimento da ciência da área da educação. Abordando temas emergentes capazes de suscitar a troca de informações, bem como debate de questões neste campo de conhecimento. A revista se destina a divulgar a produção acadêmica e científica de pesquisadores e grupos de pesquisa nacionais e internacionais da área de Educação contribuindo com o intercâmbio promovendo a geração de novos conhecimentos. Com tiragem de 600 exemplares e disponível online, a Revista Diálogo Educacional vem divulgando, desde o ano 2000, pesquisas e estudos sobre a formação de professores e o pensamento educacional brasileiro. 119 + Revista Educação e Sociedade é um dos mais importantes periódicos hoje editados na área da Educação no país. Idealizada como instrumento de incentivo a pesquisa acadêmica e debate amplo sobre o ensino, nos seus diversos prismas, ela atinge, após anos de publicação ininterrupta, um grande acúmulo de análises, informações, debates, fontes teóricas, relatos de experiências pedagógicas, entre outros, de grande interesse a cientistas e educadores que atuam nas ciências humanas e outros campos do saber. Um aspecto a ser salientado, no horizonte abrangido por Educação & Sociedade, é seu trabalho de abertura aos países da América Latina e Europa. + Revista Educação em Movimento uma publicação da Associação de Educação Católica do Paraná em parceria com Pontifícia Universidade Católica do Paraná, com textos na área da docência e gestão, esta publicação foi concluída em 2005. + Revista Educação em Questão editada desde 1987, nasceu da iniciativa de professores do Departamento de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), quando o Mestrado em Educação, instalado em 1978, completou nove anos formando mestres nas áreas de concentração em Pré-Escolar e Tecnologia Educacional. Os professores acreditando na educação e na pesquisa sócio educacional como ferramentas de transformação do social, não mediram esforços para materializar o projeto editorial da Revista Educação em Questão em substituição ao Boletim de Educação, criado em 1981, de circulação basicamente restrita às universidades federais da região Nordeste. Essa ousadia significou buscar uma distribuição nacional por meio do estabelecimento de uma parceria com a Editora Cortez e, posteriormente, com a rede de editoras universitárias do país. Significou, igualmente, constituir um conselho editoral cientificamente representativo do conjunto dos professores. + Revista de Educação do CEAP esta é uma publicação do Centro de Estudos e Assessoria Pedagógica sediado em Salvador (BA) criado em 1993 e constitui um espaço de reflexão e formação permanente para professores. + Revista Mirandum é uma publicação da Editora Mandruvá, uma parceria da USP, Universidade Autônoma de Barcelona e da Universidade do Porto. A presença de artigos sobre o Ensino Religioso nos periódicos da área de Educação se efetiva a partir da iniciativa de autores que conseguem ter os seus respectivos textos aprovados. As duas revistas com maior incidência de artigos – Educação em Movimento (AEC-PR) e Diálogo Educacional (PUC-PR) possuíam relação com grupo de pesquisa tornando possível esta divulgação. 120 b) Área de Teologia/Ciência da Religião Revista Ciberteologia Ciência da Religião – História e Sociedade Estudos Teológicos Horizonte Revista Caminhos Revista de Estudos da Religião N. de Revistas 03 03 08 06 01 09 Revista Interações – Cultura e Comunidade Revista Núcleo de Estudo da Religião Revista Numen Revista Pistis e Praxis 03 03 01 10 Revista Religião e Cultura Teocomunicação Último Andar UNICLAR (Faculdades Integradas Claretianas) 06 01 1 01 Números publicados Área n. 18/23/27 n. 02/01/01 n. 02/01/02/01/02/02/02/02 n. 20/03/04/06/16/19 n. 02 n. 02/00/02/02/02/00/00/02/ 00 n. 05/08/05 n. 14/14/14 n. 01 n. 02/02/02/02/02/02/02/ 02/02/02 n.11/11/11/11/11/11 n. 02 n. 00 n. 01 Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Teol/CieRelg Tabela 29 – Publicações Teologia/ Ciência da Religião + Ciberteologia é uma revista eletrônica de teologia e cultura. Sua missão é apurar cada vez mais o diálogo com as novas mídias na complexa missão da comunicação no mundo globalizado. Como sugere o título escolhido para a revista entendido que o pensamento teológico, seja na área da pesquisa acadêmica, seja no desafio de pensar criticamente a práxis cristã, necessita urgentemente achar seu lugar na era da informação para não ficar a reboque das novas técnicas cibernéticas. Há certamente uma discussão intrateológica a ser efetivada sobre este tema, da qual já fazemos parte como sujeitos, como meio e como produto. Entretanto, no panorama das revistas e portais similares já existentes temos um diferencial. Este consiste em abrir progressivamente ao domínio público uma significativa parcela do acervo bibliográfico que viemos acumulando em quase oito décadas de atuação no Brasil. Oferece ao público, a cada número, além de artigos científicos de pesquisadores desta e de áreas afins, excertos de nossos principais livros em forma de artigos e comentários. Além disso, o ciberleitor tem acesso a resenhas abalizadas sobre nossa produção teológica e cultural, bem como a uma agenda dos Eventos mais significativos, com espaço para Fórum e opiniões dos visitantes. Desde 2005 a Revista persegue o objetivo de promover a divulgação e a discussão das novas tendências na pesquisa da área de teologia, em suas interfaces com os estudos de filosofia, literatura e ciência da religião. Sua proposta é estabelecer diálogo com autores nacionais e internacionais, acolhendo artigos de pesquisadores de outros países e divulgando a produção brasileira a outros centros de pesquisa e ensino teológicos. + Ciência da Religião – História e Sociedade é um periódico semestral do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Escola Superior de Teologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que desde seu início em 2002 tem contribuído com relevante temáticas que tratam da religião e suas mais variadas vertentes. Sua política editorial, em consonância com as tendências contemporâneas de estudo do fenômeno do campo religioso, tem como objetivo 121 publicar artigos que reflitam a religião na interface das ciências humanas e sociais; é a religião sob o olhar da Teologia Reformada, da História Social, da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia, da Educação e da Filosofia. + Estudos Teológicos uma publicação da Escola Superior de Teologia Luterana de São Leopoldo (RS), é um periódico semestral e tem como missão oferecer um fórum privilegiado para os debates teológicos sobre temas candentes, considerando a estreita ligação entre fé e religião, por um lado, com a sociedade, economia, política, ecologia e questões de gênero e etnias, por outro, de forma autônoma diante de outras teologias, como a europeia ou norte-americana, mas, por outro lado, sensível à interdependência dos países e saberes num mundo globalizado. + Horizonte - Revista de Estudos de Teologia e Ciências da Religião tem por missão veicular trabalhos científicos que contribuam para o avanço da pesquisa, especialmente nas áreas das Ciências da Religião, Filosofia e da Teologia, da formação acadêmica crítica e integral, aberta ao diálogo, à perspectiva interdisciplinar e à pluralidade de ideias. A revista publica trabalhos, especialmente de doutores de programas de pós-graduação, na forma de artigos, comunicações (como entrevistas, estudo de casos), resenhas e notas bibliográficas e resumos de dissertações e teses, preferencialmente de pesquisadores nas áreas de Filosofia, Teologia e Ciências da Religião. Criada em 1997, com a publicação dos dois primeiros números, fruto dos Ciclos de Palestras e Debates do Núcleo de Estudos em Teologia da PUC Minas (NET). Houve um intervalo entre o primeiro volume (n.1 e n.2) e o segundo volume de cinco anos. Em 2003, a revista foi assumida pelo Núcleo de Cultura Religiosa da universidade, realizando a mudança do seu layout, redefinindo a missão da revista e iniciando sua adequação aos critérios do QualisCapes. Em 2005, com o surgimento do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, houve novo impulso, a ampliação da Comissão Editorial e do Conselho Editorial Nacional e Internacional, a indexação em diversas agências e, a partir de 2007, a integração da revista a esse Programa e o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG). A Revista é filiada à Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) e iniciou em 2009 sua integração ao Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER-IBICT), com sua versão online, publicando de forma aberta e integral todos os seus números. + Caminhos uma publicação que visa divulgar a produção científica do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), bem como estabelecer intercâmbio científico com pesquisadores (as), outras instituições e demais programas na área de Ciências da Religião no Brasil e no exterior. + Revista de Estudos da Religião (REVER) é uma publicação semestral. Seus objetivos são informar o leitor sobre a pesquisa corrente (em especial no Brasil) e propiciar uma discussão metateórica em torno da Ciência da Religião. Ao mesmo tempo, a REVER pretende servir de elo com a discussão acadêmica internacional, abrindo espaço para artigos de autores de outros países. Cada número da REVER traz uma Seção temática que reúne artigos sobre um assunto específico. Outros artigos incluídos na parte principal da revista estão na seção Intercâmbio. Em Fórum, o leitor vai encontrar textos pontuais sobre temas diversos relacionados 122 ao estudo das religiões. Outros textos e informações de interesse estão na seção Resenhas. + Revista Interações – Cultura e Comunidade da Faculdade Católica de Uberlândia voltada para as Ciências da Religião e para as linhas de investigação das Humanidades e Ciências Sociais que se ocupam do estudo da cultura e dos diferentes tipos de comunidade que tenham ligação com a religião. Surgiu em 2006 com o objetivo amplo de contemplar estudos acadêmicos interdisciplinares sobre cultura e comunidade. Marcando uma nova fase, desde o terceiro número passou a focalizar-se nos estudos sobre religião desenvolvidos, sobretudo, nos programas de Pós-Graduação, com o objetivo de integrar os diversos ramos do conhecimento que buscam melhor compreensão do ressurgimento do fenômeno religioso nos últimos decênios. Nessa trajetória pretende ser um meio de comunicação científica e de interação com as comunidades acadêmicas preocupadas em compreender e analisar o fato religioso, bem como de veiculação de avanços conceituais, metodológicos e experiências nesse campo interdisciplinar de estudos. Com isso visa contribuir não apenas para o enriquecimento do debate nacional e internacional em torno das graves questões de alcance global que tangem o universo religioso contemporâneo, como também oferecer subsídios à preparação de profissionais nessa área. A revista tem como foco a publicação de contribuições científicas tanto no campo específico das Ciências da Religião e subáreas (Teologia, Filosofia da Religião, História da Religião, Sociologia da Religião, Psicologia da Religião, Antropologia, entre outras) como no campo mais amplo das Ciências Sociais e Humanidades, cujas linhas de pesquisa convergem, de maneira interdisciplinar, para o estudo da cultura e dos diferentes tipos de comunidade que tenham ligação com a religião. + Revista Núcleo de Estudos da Religião/ Revista Brasileira de História das Religiões – Criada no ano de 2008, sediada no Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá, é um periódico vinculado ao GT de História das Religiões e das Religiosidades da ANPUH – Associação Nacional de História, voltado especificamente para os estudos em religiões e religiosidades. Sua estrutura contempla artigos científicos e de atualização teórico-metodológica, dossiês temáticos, resenhas, relatos de pesquisa, estudos de caso, entrevistas e textos especiais (assinados por autores convidados, conteúdos de palestras, debates e trabalhos apresentados em congressos), quando recomendados por pesquisadores e aprovados pelo Conselho Editorial. As colaborações devem ser inéditas e podem ser encaminhadas exclusivamente por e-mail. Aceitam-se, para avaliação, textos em português e espanhol. + Revista Numen do Programa de Pós-gradução em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (PPCIR-UFJF) de trabalhos acadêmicos inéditos relacionados à área de ciência da religião, reconhecida como área do saber científico aberta ao diálogo interdisciplinar tendo como eixo a compreensão do fenômeno religioso. A proposta da revista Numen é ser um espaço para a divulgação de pesquisas relevantes para a compreensão da religião, com abertura para perspectivas diversas. Ela busca superação dos reducionismos simplistas na apreciação da religião, oferecendo oportunidade para contribuições oriundas de 123 diversas áreas de conhecimento. Com isso, intenta promover o debate de ideias sobre o tema, possibilitando olhares complementares e críticas entre abordagens conflitantes. Evidentemente, Numen não se concebe como veículo de divulgação religiosa, mas sim de compartilhamento de estudos comprometidos com a abordagem necessária no âmbito de estudos de pós-graduação + Revista Pistis e Praxis é uma publicação semestral da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), publicada pela primeira vez em 2009, com o intuito de constituir um meio de disseminação de novas descobertas na pesquisa voltada a área de Teologia, especialmente para dialogar com os pesquisadores nacionais e internacionais sobre os diversos focos que a pastoral apresenta. Para isso, o Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Teologia da PUCPR, em conjunto com o Conselho Editorial, define em cada número da revista um tema que será abordado no Dossiê, seção que objetiva estimular o debate. A revista é complementada por artigos sobre assuntos de interesse e relevância para a área, bem como por resenhas de publicações significativas. + Revista Religião e Cultura uma publicação da PUCSP em pareceria com a edições paulinas. + Teocomunicação uma publicação semestral da Faculdade de Teologia da PUCRS, que objetiva divulgar a produção científica relevante em sua área de conhecimento. São Publicados artigos originais, científicos e de revisão, que promovam a difusão de pesquisas na área de Teologia, preferencialmente, de acordo com as linhas de pesquisa do Programa, e suscitem o debate nessa área de conhecimento. + Último Andar são Cadernos de Pesquisa em Ciências da Religião inaugura em 2006 sua nova versão eletrônica. Criada em 1998, ocasião em que o Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo comemorava 20 anos, ela tem como principal objetivo dar visibilidade e incentivo aos projetos de pesquisa discente. Além de possibilitar um espaço de intercâmbio de artigos com outras Universidades e Programas de Pós-graduação, esta publicação reflete o apoio docente em manter a heterogeneidade de abordagens do fenômeno religioso. + UNICLAR uma publicação da faculdades Integradas Claretianas Unidade São Paulo, apresenta artigos que focalizam estudos de temáticas religiosas com épocas e contextos diferenciados, entre os quais alguns provenientes de pesquisas de tese de doutorado, dissertações de mestrado e monografia. A sub-área de Teologia/Ciência da Religião progressivamente assume dentro de suas políticas editoriais o tema do Ensino Religioso, um registro são ao números com dossiê sobre este componente curricular favorecendo que por meio deste periódicos existe de fato uma ampla discussão sobre a identidade e as concepções do ER no cenário brasileiro. 124 c) Áreas Diferenciadas Revista Debates do Núcleo de Estudos da Religião Fragmentos de Cultura História: Questões & Debates Horizontes Antropológicos Norte Científico Plures – Humanidades Psicologia: Teoria e Pesquisa Rev. Direito Revista Contemporânea Revista da Católica Revista de História e Estudos Culturais Revista de Antropologia N. de Revistas 01 01 01 01 01 01 01 01 06 01 01 01 Números publicados Área n. 1 n. 11 n. 43 n. 27 n. 01 n. 01 n. 01 n. 04 n. 02/02/02/06/02/02 n. 04 n. 03 n. 01 Antropologia Diversos História Antropologia Diversos Diversos Psicologia Direito Diversos Diversos História Antropologia Tabela 30 – Publicações Áreas Diferenciadas + Debates do Núcleo de Estudos da Religião a religião se apresenta como uma das questões mais recorrentes e universais da sociedade, tendo se constituído num tema clássico de estudo e pesquisa nas Ciências Sociais e Humanas. Sua longa duração histórica a torna um fato social diversificado e de grande atualidade, que exige aprofundamento e pesquisa constante. O Núcleo de Estudos da Religião (NER), integrado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é hoje uma referência nacional na área dos estudos da religião, tendo em seu periódico, Debates do NER, um importante veículo de divulgação dos resultados das pesquisas realizadas por seus membros e de intercâmbio com outros núcleos no país e no exterior. + Fragmentos de Cultura é uma publicação bimestral da Pontifícia Universidade Católica de Goiás que privilegia, na grande área das ciências humanas, as áreas de Filosofia, Teologia, Ciências Sociais e da Religião, para divulgar produções científicas e estabelecer intercâmbio científico com outras instituições locais, nacionais e internacionais. + História: Questões & Debates é publicada pela Associação Paranaense de História e pelo Programa de Pós-Graduação em História da UFPR, há quinze anos e, recentemente, foi classificada entre as cinco melhores revistas científicas brasileiras da área de História, conforme fórum designado pelas agências de fomento do governo federal. A revista é organizada a partir de dossiês temáticos, mas também aceita artigos de tema livre, preferencialmente da área de História, ou ligados às áreas de conhecimento e tema afins. + Horizontes Antropológicos surgido em 1995, o periódico semestral do PPGAS representa os esforços continuados do Programa para a publicação de uma revista acadêmica de alta qualificação e abrangência internacional. Seus números são temáticos, abertos à pluralidade de interpretações e de temas que possam interessar à antropologia para compreensão dos fenômenos socioculturais. + Norte Científico: a Revista Norte Científico é um periódico semestral de divulgação 125 científico-tecnológica do IFRR, que tem por finalidade publicar trabalhos originais sobre temas relevantes nas diversas áreas do conhecimento, que contribuam com o desenvolvimento das ciências e apresentem afinidade com os objetivos e fins deste Instituto Federal. + Plures – Humanidades a revista recebe artigos, relatos de experiência e resenhas cuja temática esteja relacionada à Educação Escolar. Conta com colaborações enviadas por professores, pesquisadores e acadêmicos da área de Educação, provenientes de instituições do Brasil e do exterior. A revista teve início em 2000 e manteve uma publicação anual, até 2007. Em 2008 passou a ser editada semestralmente. + Psicologia: Teoria e Pesquisa tem por objetivo é publicar trabalhos originais relacionados à psicologia que se enquadrem nas seguintes categorias: estudos empíricos, revisão da literatura, artigos teóricos, artigos metodológicos, relato de experiência profissional, comunicação breve, carta ao editor, nota técnica, resenha. Notícias também podem ser publicadas, a critério do Editor. + Rev. Direito – Sem informação. + Revista Contemporânea é uma revista da Universidade Federal da Bahia. + Revista da Católica tem por objetivo principal ser o veículo oficial de registro e divulgação da produção intelectual de estudantes e professores, resultante das atividades de ensino, pesquisa e extensão desta instituição. A coordenação da Revista é exercida pelo Conselho Editorial, formado pelo conjunto dos editores-representantes dos diversos cursos de graduação e da pós-graduação e pelo Setor de Publicações. + Revista de História e Estudos Culturais entrou no ar em dezembro de 2004 com o objetivo de trazer ao público leitor uma publicação que se caracterizasse pela agilidade, universalidade e gratuidade. Essa preocupação, porém, não encerrava as expectativas depositadas na sua criação. Pelo contrário, o grande propósito era tornar acessível uma publicação capaz de incentivar a interlocução acadêmica e a ampla divulgação de pesquisas instigantes e de alto nível, procurando traduzir a dinâmica e a diversidade dos diálogos interdisciplinares da pesquisa histórica e dos Estudos Culturais. + Revista de Antropologia: uma publicação semestral do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo FFLCH/USP. Seu objetivo é publicar artigos inéditos nacionais e internacionais que apresentam resultados de pesquisa ou ensaios teóricos e que estejam em concordância com as preocupações da Antropologia. A revista aceita artigos em qualquer época do ano, em fluxo contínuo, e tem publicado também dossiês ou números temáticos. Áreas como História, Direito, Psicologia, Antropologia, Direito e revistas pluridisciplinar publicaram textos de forma diversificada a partir da proposta dos autores. 126 4. Livros: uma reflexão consolidada Certamente podemos ressaltar que a construção da identidade do Ensino Religioso, a partir da escola, foi mérito da Coleção Ensino Religioso Escolar: Série Fundamentos pela Editora Vozes com os livros “Um paradigma didático para o Ensino Religioso” (1994) de Lizete Carmen Viesser; “O Ensino Religioso na escola” (1995) de Wolfgang Gruen; “Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas” (1995) de Anísia de Paulo Figueiredo; “O desenvolvimento da experiência religiosa” (1995) de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “O Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas e perspectivas” (1996) de Anísia de Paulo Figueiredo; “O Ensino Religioso na nova LDB” (1997) de Lurdes Caron e Equipe do GRERE; “Ensino Religioso e formação do ser político. Uma proposta para a consciência de cidadania” (1998) de Tarcizo Gonçalves Filho. Em 1997 foi publicada a primeira edição dos “Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso”, elaborado pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER), texto de referência para orientar esta área de conhecimento, no ano de 2009 foi publicado a nona edição. Nos anos noventa entre os livros publicados na década encontramos: “Em busca do sentido da vida. A temática da educação religiosa” (1993) de Francisco Catão, pelas Paulinas; “O fenômeno religioso: Ensino Religioso escolar” (1995) de Francisco Catão, pela Letras & Letras; “Texto referencial para o Ensino Religioso escolar” (1996) da CNBB/Regional Sul III, pela Vozes; “Educação Religiosa: como ensinar” (1997) de Miguel Lucas, pela Loyola; “Ética, religiosidade e cidadania: subsídios psicopedagógicos para professores” (1997) de Rosamaria Cales de Andrade - Laice Calaes de Oliveira - Maria da Conceição de Oliveira, pela Edt. Lê, são todos textos que buscam refletir os aspectos teóricos sobre o perfil do Ensino Religioso que está sendo construído. No século XXI a identidade pedagógica do Ensino Religioso assumiu características acadêmicas, coleções explicitam este perfil e todas voltadas para subsidiar a formação de professores (as). A coleção: Subsídios Pedagógicos, da Editora Vozes, foi para atualizar a Coleção Ensino Religioso série fundamentos, publicados na Coleção Subsídios: “O tema gerador no currículo de educação 127 religiosa: o senso do simbólico” (2000) de Anísia de Paulo Figueiredo; “Ensino Religioso nas fronteiras da ética” (2001) de Amauri Carlos Ferreira; “Fundamentos filosóficos dos valores no Ensino Religioso” (2001) de Eurico dos Santos Veloso; “Ensino Religioso e sua relação pedagógica” (2002) de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira - Rosa Gitana Krob Meneghetti - Lilian Anna Waschowicz; “Adoradores do sol. Reflexões sobre a religiosidade indígena” (2003) de Lucio Paiva Flores. A Editora Paulinas está ainda publicando uma coleção Temas do Ensino Religioso com apoio da PUCSP: “Pentecostais: origens e começo” (2005) de João Décio Passos; “Ritos: expressões e propriedades” (2005) de Maria Angela Vilhena; “Pluralismo religioso: as religiões no mundo atual” (2005) de Wagner Lopes Sanchez; “Como a religião se organiza: tipos e processos” (2006) de João Décio Passos; “O uso de símbolos: sugestões para a sala de aula” (2006) de Maria Celina Cabrera Nasser; “Novos Movimentos religiosos: o quadro brasileiro” (2006) de Silas Guerreiro; “Ensino Religioso: construção de uma proposta” (2007) de João Décio Passos; “Ensino Religioso: aspectos legal e curricular” (2007) de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira - Rosa Lydia Teixeira Corrêa - Ângela M. R. Holanda; “Espiritismos: limiares entre a vida e a morte” (2008) de Maria Angela Vilhena. O Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER) organizou duas Coleções que já estão concluídas, a primeira pela Ed. Champagnat – Coleção Educação e Religião: “Educação Religiosa: construção da identidade do Ensino Religioso e da Pastoral Escolar” (2002) foi um livro organizado por Luís Alberto Sousa Alves e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Ensino Religioso no Brasil” (2004), livro organizado por Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Raul Wagner. A coleção: Ensino Religioso, pela Ed. Ibpex, foi o principal subsídio para um Curso de Especialização na modalidade de Educação a Distância ofertada para todo o país, os livros são: “Cultura e Diversidade” (2008) de Rosa Lydia Teixeira Corrêa; “História, legislação e fundamentos do Ensino Religioso” (2008) de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Espaço sagrado estudos em geografia da religião” (2008) de Sylvio Fausto Gil Filho; “Fundamentando pedagogicamente o Ensino Religioso” (2009) de Edile Fracaro Rodrigues e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Ensino Religioso fundamentos epistemológicos” (2009) de Ednilson Turozi de Oliveira; “Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o 128 ensino médio” de Emerli Schlogl; “Cultura Religiosa: caminhos para a construção do conhecimento” (2009) de Luiz Alberto Sousa Alves; “Ensino Religioso uma perspectiva para a educação infantil e os anos inicias do ensino fundamental” (2009) de Silvana Fortaleza dos Santos. Ao elaborar textos para formar o (a) professor (a) do Ensino Religioso estabeleciam-se aspectos da identidade desta área de conhecimento, são reflexões, pesquisas, sistematizações realizadas nas mais diferentes regiões do país. Este é outro elemento que ocorre a partir de 2000, os autores não estão mais concentrados no sul e sudeste, inicia-se a produção em outras regiões do país: “Trajetória de uma luta em prol da educação com amor pela paz” (2002) de Albina Pedó (Cuiabá), publicada pela própria autora em gráfica da região; “Encantar. Uma prática pedagógica no Ensino Religioso” (2003) de Marilac Loraine R. Oleniki e Viviane Mayer Daldegan, pela Ed. Vozes; “Ensino Religioso: educação centrada na vida subsidia para a formação de professores” (2004) organizada por Valmor da Silva e equipe de Goiás, publicado pela Paulus na Coleção Pedagogia e Educação; com texto da Profa. Anísia de Figueiredo, mas publicado como obra da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil; o texto “Ensino Religioso no Cenário da Educação brasileira. Aspectos históricos e sócio-político-culturais” (2007) Ed. CNBB. A Editora Cortez em sua coleção: Formação de Professores coordenada pelos Professores Antônio Joaquim Severino e Selma Garrido Pimenta, assumiu um livro sobre o Ensino Religioso; o que o torna significativo politicamente por demarcar um espaço de área de conhecimento. O texto é “Ensino Religioso no ensino fundamental” (2007) de Lilian Blanck de Oliveira - Sérgio Rogério Azevedo Junqueira - Luiz Alberto Sousa Alves - Ernesto Jacob Kein. No campo de formação temos ainda: “Formação de docentes e Ensino Religioso no Brasil: tempos, espaços, lugares” (2008) organizado por Lilian Blanck de Oliveira - Simone Riske-Koch e Tarcísio Afonso Wickert, publicado pela Edifurb (Blumenau). Visando não apenas a reflexão, mas o fazer da sala de aula foram publicados: “Ensino Religioso e cidadania: textos e dinâmicas” (2004), organizada pela Equipe do jornal Mundo Jovem e publicada pela EDIPUCRS; “Dinâmicas para o Ensino Religioso” (2008) material organizado por Maria Dirlane Witt e Edson Ponick, publicado pela Ed. Sinodal. Finalmente publicado na Coleção Oficinas: aprender fazendo da Ed. Cortez 129 as atividades no livro “Alteridade, culturas & tradições: atividades do Ensino Religioso para o Ensino Fundamental” (2009), elaborado por Edile Maria Fracaro Rodrigues, Emerli Schlogl e Sérgio Rogério Azevedo Junqueira. Os três tipos de produção evidenciam ampliação da busca do Ensino Religioso como área do conhecimento: publicação de trabalhos acadêmicos, anais de eventos que divulgaram as pesquisas e relatórios de pesquisa. Os trabalhos acadêmicos publicados têm as seguintes dissertações de Mestrado: de Claudia Malbergier Caon (1996) que publicou “Quem tem medo da educação religiosa? A Educação Religiosa ortodoxa judaica”, pela Ed. Exodus; Lurdes Caron (1997) que pela Editora Sinodal publicou “Entre conquistas e concessões: uma experiência ecumênica em educação religiosa escolar”. No século XXI uma nova relação de dissertações foram publicadas: “Um ideal, um caminho, uma proposta. Processo histórico de mudança de uma Catequese Escolar para Educação Religiosa Escolar na Província Marista do Rio de janeiro 1958 a 1995” (2001), de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira; “Metodologia e Ensino: Religar e Projetar” (2002) de Marcio Graça pela Ed. Madras; “Contribuição do Ensino Religioso no acesso à fé: uma leitura teológico-pastoral” (2005) de Mateus Geraldo Xavier pela Edt. Loyola; “Ethos no Ensino Religioso” (2005) de Miguel Longhi pela Edt. Vicentina; “Trajetória do Ensino Religioso no Brasil e no Rio Grande do Sul: legislação e Prática” (2005) de Pedro Ruedell, pela Ed. Sulina/Unilasalle; “Idas e vindas do Ensino Religioso em Minas Gerais: a legislação e as contribuições de Wolfgang Gruen” (2007) de Antônio Francisco da Silva, pela SEGRAC Editora e Gráfica Limitada; “O Ensino Religioso: significados de religião em diferentes contextos educativos” (2007) de Célia Marize Bundchen pela Ed. Concórdia; “O livro didático na formação do professor de Ensino Religioso” (2009) de Claudino Gilz pela Ed Vozes. Foram publicadas as seguintes teses de Doutorado: “O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil” (2002) de Sérgio Rogério Azevedo Junqueira pela Ed. Vozes; “A integração pedagógica no Ensino Religioso” (2004) de Laude Erandi Brandenburg pela Ed. Sinodal; “Educação Religiosa: fundamentação antropológico-cultural da religião segundo Paul Tillich” (2007) de Pedro Ruedell, publicado pela Ed. Paulinas. Também foram publicados trabalhos resultados de cursos de especialização: “Afinal, o que é o Ensino Religioso?” (2000) de Madalena 130 Fernandes publicado pela Paulus; Sérgio Rogério Azevedo Junqueira organizou o livro “Ensino Religioso, uma produção a partir de olhares múltiplos” (2006) e publicado pela Ed. Bagozzi , com artigos elaborados em curso de especialização da Associação de Educação Católica do Paraná (AECPR). Os anais de eventos do Fórum Nacional do Ensino Religioso (FONAPER): “Ensino Religioso: memória e perspectivas. Edição comemorativa dos dez anos do FONAPER” (2005), organizado por Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Lilian Blanck de Oliveira publicado pela Champagnat; “Religião, cultura e educação: interfaces e diálogos” (2006) organizado por Cleide C. da Silva Scarlatelli - Danilo R. Streck - José Ivo Follmann publicado pela Unisinos; “Ensino Religioso e formação docente: Ciências da Religião e Ensino Religioso em diálogo” (2006), organizado por Luzia Sena publicado por Paulinas. As Faculdades EST publicaram os anais de seus eventos: O Ensino Religioso e o pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includente (2001)! , “Ensino Religioso na escola: bases, experiências e desafios” (2005) organizado pela Laude Erandi Brandenburg - Henri Luiz Fuchs - Remi Klein Manfredo Carlos Wachs, pela Ed. Oikos; “Práxis do Ensino Religioso na escola: IV Simpósio de Ensino Religioso” (2007) organizado por Manfredo Carlos Wachs Henri Luiz Fuchs - Laude Erandi Brandenburg e Remi Klein publicado pela Ed. Sinodal; “Ensino Religioso: diversidade e identidade. V Simpósio de Ensino Religioso” (2008) organizado por Remi Klein - Laude Erandi Brandenburg - Manfredo Carlos Wachs, publicado pela Ed. Sinodal; “Fenômeno Religioso e metodologias. VI Simpósio de Ensino Religioso” (2009) organizado por Laude Erandi Brandenburg Manfredo Carlos Wachs - Remi Klein – Iuri Andréas Reblin publicado pela Sinodal. Temos os Fóruns Luterano e de Santa Catarina: “Ensino Religioso no contexto escolar: Fórum Nacional Luterano de Ensino Religioso” (2005) organizado por Edson Ponick - Maria Dirlane Witt - Marta Nomberg da Silva, pela Ed. Sinodal; “Terra e Alteridade: pesquisas e práticas pedagógicas em Ensino Religioso” (2007) organizado por César da Silva Camargo, Élcio Cecchetti, Lilian Blanck de Oliveira, publicado pela Ed. Nova Harmonia; “Culturas e Diversidade na América Latina: pesquisas e perspectivas pedagógicas” (2009) organizado por Lilian Blanck de Oliveira, Élcio Cecchetti, Rosa Assunta de Cezaro, Simone Riske-Koch, publicado pelas Eds. EDIFURB e Nova Harmonia. 131 Também se destacam as publicações de relatórios de pesquisa: “Ensino Religioso em escolas públicas: impactos sobre o estado laico” (2008), organizado por Roseli Fischmann, publicado por FEUSP e Factash 2008; “O Sagrado: fundamentos e conteúdo do Ensino Religioso” (2009), organizado por Sérgio Rogério Azevedo Junqueira, publicado pela Ed. Ibpex. Finalmente, em 2010, são publicadas as obras “Religião e educação: da ciência da religião ao Ensino Religioso” (Coleção Temas do Ensino Religioso) de Afonso Maria Ligorio Soares, Ed. Paulinas; “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil” de Debora Diniz; Tatiana Lionço; Vanessa Carrião, Ed. Letras Livres/EdUNB e “Diversidade Religiosa e Ensino Religioso no Brasil: memórias, propostas e desafios. Obra comemorativa aos 15 anos do FONAPER” (2010) de Adecir Pozzer; Élcio Cecchetti; Lilian Blanck de Oliveira; Remi Klein, Ed. Nova Harmonia;” Ensino Religioso: Religiosidades e práticas educativas (2010), de Manfredo Carlos Wachs; Henri Luiz Fuchs; Laude Erandi Brandenburg; Iuri Andréas Reblin. Evidencia-se, portanto, (conforme ilustram os quadros 4 e 5) que uma das áreas com menor exploração e valorização no Brasil, dentro da história da educação, cresceu de forma significativa integrando pesquisadores e professores da educação básica, tendo como propósito estabelecer o Ensino Religioso como, de fato, uma área de conhecimento ainda em produção. Ano de Publicação Número de livros sobre ER identificados = 78 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 4 3 5 2 0 3 3 5 2 4 8 7 9 8 11 4 Tabela 31- Cronologia A partir deste histórico procuramos realizar análise de classificação considerando os três quesitos descritos pela Comissão de Avaliação de Livros da 132 CAPES e os registramos setenta e oito no período de 1995 a 2010; publicados na perspectiva da formação do conceito sobre Ensino Religioso. Buscamos autores que articularam suas reflexões e experiências nesta temática de forma a constituir um corpo de fundamentação. Para tal foi utilizado como instrumento a ficha de classificação dos livros elaborada pelo Conselho Técnico-Científico da Educação Superior. O Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES) durante a 111ª Reunião, realizada em 24 de agosto de 2009 que aprovou o roteiro para Classificação de Livros, o qual traz conceitos e definições comuns e sugestão de modelo de ficha de classificação e servirá como orientação para as 23 áreas que classificarão os livros na avaliação trienal de 2010. Em várias áreas do conhecimento, os livros constituem a principal modalidade de veiculação de produção artística, tecnológica e científica. As outras áreas de conhecimento, nas quais a produção de conhecimentos quase não se expressa na forma de livros, mas preferencialmente na forma de artigos em periódicos, não utilizarão o Roteiro para Classificação de Livros. O roteiro consolida discussões ocorridas nas áreas e no âmbito do CTC-ES desde o início do ano de 2008, cujos esforços eram de estabelecer critérios e procedimentos comuns para a qualificação de livros. Esse instrumento possibilitou caracterizar: a identificação dos dados da obra, os aspectos formais da obra, editoria, características adicionais, vínculo, tipo da obra e natureza do texto e avaliação qualitativa da obra. No que diz respeito à avaliação qualitativa do conteúdo, não foi possível analisar todos os critérios propostos pelo roteiro do CTC- ES, pois, para isso seria necessária a leitura da obra completa. Todavia, observou-se nas obras, aspectos quanto à: relevância: Contribuição para o desenvolvimento científico e tecnológico da área de conhecimento; atualidade da temática; da Inovação: Contribuição inovadora para o campo do conhecimento; potencialidade do Impacto: Reimpressão ou re-edição; Possíveis usos no âmbito acadêmico ou fora dele. De fato no período entre o século XX e a primeira década do século XXI, identificamos 95 livros, assim classificados de acordo com a sua tipologia encontramos 79 livros (41 obras completas, 11 obras organizadas, 14 anais científicos, 13 dissertações/tese). 133 1) Presença quantificada das editoras no cenário da produção de livros Numericamente cinco editoras se destacaram por uma produção de livros teóricos sobre o Ensino Religioso: Vozes (19), Paulinas (16), FTD (9), IBPEX (9), Sinodal (9). Entretanto é importante ressaltar que enquanto política de publicação as editoras Vozes, Paulinas e FTD, assumiram Editorias específicos e chegaram a estabelecer políticas de publicação, como por exemplo: desenvolvendo reuniões com professores, bem como, subsídios de apoio para a implantação de um modelo específico para esta disciplina. Especificamente a FTD criou nos anos noventa a oficina de professores e um boletim de apoio a docentes; como consequência, foi fundada a Biblioteca do Ensino Religioso na perspectiva confessional teológica. A Editora Vozes, por meio de seu departamento editorial, promoveu a divulgação do modelo fenomenológico ao apoiar reuniões do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, assim como a publicação de duas coleções específicas para subsidiar a formação docente. A Editora Paulinas promoveu reunião de professores e em suas livrarias realiza palestras de apoio ao Ensino Religioso, além de divulgar a proposta desta disciplina em sua revista Diálogo. A Editora Sinodal na realidade é uma publicadora vinculada a Instituição de Ensino Superior, muitas de suas publicações são na realidade Anais de Eventos. Finalmente a Editora IBPEX publicou uma coleção de apoio a um curso de especialização, não faz parte de sua linha editorial. EDITORA Vozes Paulinas Ibpex Sinodal Champagnat Cortez Loyola Nova Harmonia Oikos AEC Ave Maria Bagozzi Cegrac CNBB Concórdia Edifurb EDIPUCRS Êxodus Livros publicados sobre o Ensino Religioso 16 13 9 9 4 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 134 Factash FTD Gráfica Lê Letras & Letras Letras Livres Madras Paulus Sulina Unisinos Vicentina 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Tabela 32 – Editoras + Vozes sua história começa com a iniciativa de um frade, Frei Inácio Hinte, que adquiriu em Petrópolis, uma velha impressora Alauzet dos padres lazaristas. Para isso, contou com o apoio de Frei Ciríaco Hielscher, que foi o responsável pela construção do primeiro Convento Franciscano de Petrópolis e o fundador da Escola Gratuita São José, da qual foi o primeiro diretor. Como guardião do convento, foi também o primeiro responsável pela Editora Vozes, assinando a ata da reunião de fundação da editora, em 5 de março de 1901. A editora nasceu com o nome de Typographia da Escola Gratuita São José. Tocada à mão pelo Irmão Frei Matias Hermanns e sob a direção técnica de Frei Inácio Hinte, a restaurada Alauzet funcionou pela primeira vez imprimindo cartões de visita para o guardião Frei Ciríaco. Por muitos anos, os funcionários que auxiliavam Frei Inácio na Typographia da Escola Gratuita São José eram estudantes ou ex-estudantes da própria escola, que se destacavam nos estudos e iam aí trabalhar. Entre os primeiros livros publicados pela Typographia estão: "O primeiro livro de leitura", editado pelos professores da Escola Gratuita São José, "A vida e o culto de Santo Antônio", de Frei Luís Reinke, "Cecília", de Frei Basílio Röwer, "Breves meditações para todos os dias do ano", de Frei Pedro Sinzig, e "Manná: o alimento da alma devota", um livro de orações populares escrito por Frei Ambrósio Johanning. Em 1939, a editora ganhava uma nova razão social: Editora Vozes Ltda. + Paulinas é parte integrante do amplo e ousado projeto de evangelizar usando os modernos meios de comunicação, concebido pelo Padre Tiago Alberione no início do século XX, e concretizado com a participação, ativa e sábia, da irmã Tecla Merlo. No Brasil, a editora foi fundada em 1931, quando as primeiras irmãs paulinas: Dolores Baldi e Stefanina Cillario, missionárias vindas da Itália, desembarcaram na cidade de São Paulo e foram acolhidas pelo povo brasileiro. Em sua trajetória, tecida de fé e de coragem, de ousadia e determinação, a Editora Paulinas foi sempre fiel ao seu objetivo de colaborar na construção do Reino de Deus, partindo das necessidades, esperanças e desejos do nosso povo, sendo presença profética na sociedade e contribuindo para a inculturação da fé na realidade brasileira. + Sinodal iniciou em 1927, quando foi criado no sul um Centro Editorial e Distribuidor de literatura evangélica. Na realidade, porém, seus alicerces foram lançados em 1864, quando da chegada a São Leopoldo do Pastor Dr. Hermann Borchard. Borchard veio convocado pela Comunidade Evangélica de São Leopoldo, 135 mas recebera também a incumbência de organizar a vida do povo evangélicoluterano no Rio Grande do Sul. Foi, porém, muito além, pois viajou até o Uruguai e visitou também congregações luteranas no Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Desde 1933, o Centro de Impressos também fornecia materiais para o Departamento de Música Sacra, dirigido pelo Dr. E. Rotermund. Mais de 1.000 livros, entre romances e material escolar, foram vendidos somente em 1933. Além disso, o “Abreifikalender” teve uma tiragem de 3.500 exemplares e o “Jahrweiser” chegou a 7.000 (1934: 8.000) exemplares. Desde 1934 foi publicado o Cancioneiro da Juventude Evangélica (2.000 exemplares). O livro de Erich Fausel, “D. Dr. Wilhelm Rotermund. Ein Kampf um Recht und Richtung des evangelischen Deutschtums in Brasilien”, foi publicado com uma tiragem de 1.000 exemplares. Uma revista para jovens (“Evangelische Jugend”) era publicada de dois em dois meses, com uma tiragem de 1.000 exemplares. A campanha de nacionalização do governo brasileiro foi um duro golpe também para o Centro de Impressos. Praticamente tudo deixou de ser publicado. Com urgência, porém, o Centro de Impressos pode preparar materiais para o tempo de sobrevivência. Um pequeno manual de ofícios, depois hinos para o Natal e sermões foram publicados em língua portuguesa. Após a Segunda Guerra Mundial, passada a crise, em 1948, foi convocado o Pastor Wilhelm Nõllenburg, que se destacara por suas campanhas evangelísticas, para dirigir o Centro de Impressos. Em 1954 ocorreu o registro do nome “Editora Sinodal”. Atividade importante começou em 1968, quando foi criada a “Comissão de Literatura - Castelo Forte”, que a partir de 1969, publicou pela primeira vez o “Castelo Forte - Devoções Diárias”. Nos anos posteriores a 1945, timidamente, a Editora Sinodal começou a traduzir Lutero. Depois, o trabalho pode ser continuado em colaboração entre as duas maiores Igrejas Luteranas do país, editando-se, hoje, em colaboração com a Editora Concórdia, a Coleção Obras de Lutero. A Editora Sinodal conta com a colaboração de distribuidores e representantes espalhados pelo Brasil para fazer chegar ao seu público os mais de 400 títulos que compõem seu catálogo de publicações. Anualmente a Editora lança no mercado em média 35 novos títulos. 2) Perfil dos Livros Utilizando-se da metodologia já descrita anteriormente para responder a problemática da presente pesquisa, a análise dos livros foi realizada em quatro blocos respectivamente: dissertações e tese, anais de eventos científicos, obra organizada e obra completa. 1º Bloco - Dissertações e tese Uma tipologia de publicação são pesquisas resultantes especialmente de dissertações e teses apresentadas em programas de pós-graduação (Mestrado e Doutorado) que foram submetidas a julgamento de uma banca examinadora e após aprovada, são entregues inicialmente à biblioteca da instituição onde foram 136 apresentadas. A partir desta etapa este material pode ser consultado ou emprestado aos leitores interessados. Pode, ainda, ser acessado na íntegra ou em partes em portais na internet, bases de dados e bibliotecas virtuais. Entretanto, para que seus achados possam fazer parte da literatura científica é necessário que seja publicada. A dissertação ou tese pode ser transformada em artigo de periódico, com ampla redução em sua extensão, e submetido a julgamento por pares. Também pode ser publicada como livro, depois de avaliada e aceita por uma editora. Em ambos os casos – artigos e livros – esta reformulação deve obedecer às especificidades de cada um deles. A decisão de transformar a dissertação ou tese em livro deve ser respaldada no tipo de estudo realizado e, na opinião das editoras da área, as quais irão avaliar se o conteúdo é adequado para ser veiculado por este meio. A transformação de uma dissertação ou tese em livro pode não ser somente uma cópia fiel de seu conteúdo. Para se adequar ao formato do livro, o texto da tese pode passar, também, por alterações na sua estrutura e conteúdo. A extensão de algumas partes ou seções pode ser reduzida e a outras podem ser acrescidos dados, desde que não alterem o conteúdo original da tese. (Fonte: http://www.bvs-sp.fsp.usp.br:8080/html/pt/paginas/guia/a_cap_08.htm Acesso em 13 de julho de 2010). Foram localizadas treze obras publicadas entre os períodos de 1995 a 2010, resultantes de trabalhos de especialização, dissertação e tese, assim compreendidas: − Especialização: “Afinal o que é o Ensino Religioso” (2000, Paulus); “Ensino Religioso: uma produção a partir de olhares múltiplos” (2006, Bagozzi); − Dissertação: “Quem tem medo da educação religiosa?” (Exodus, 1996); “Entre conquistas e concessões: uma experiência ecumênica em educação religiosa escolar” (1997, Sinodal); “Um ideal, um caminho, uma proposta: processo histórico de mudança de uma catequese escolar para educação religiosa escolar na província marista do Rio de Janeiro 1958 a 1995” (Champagnat, 2001); “Metodologia e ensino: religar e projetar” (2002, Madras); “Ethos no Ensino Religioso” (2005, Vicentina); “Trajetória do Ensino Religioso no Brasil e no Rio Grande do Sul: legislação e prática” (Sulina, 2005); “Contribuições do Ensino Religioso no acesso à fé: uma 137 leitura teológico-pastoral” (Loyola, 2006); “Idas e vindas do Ensino Religioso em Minas Gerais: a legislação e as contribuições de Wolfgang Gruen” (Segrac, 2007); “O livro didático na formação do professor de Ensino Religioso” (Vozes, 2009); − Tese: “O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil” (2002, Vozes); “Educação Religiosa: fundamentação antropológico-cultural da religião segundo Paul Tillich” (2007, Paulinas). Quanto à avaliação qualitativa do conteúdo levando-se em consideração as variáveis para analisar as obras, no que diz respeito à relevância, observou-se que os temas abordados contribuem para o desenvolvimento científico da área de conhecimento e para a resolução de problemas nacionais relevantes. São temas como: - apresentação de uma proposta de educação e de Ensino Religioso que não seja fundamentada somente na visão religiosa, baseada unicamente na visão cristã, mas de uma visão fundamentada na antropologia filosófica, pois é esta que se volta para as questões existenciais do ser humano,- o desenvolvimento do ser humano no seu aspecto religioso, para transformá-lo num indivíduo conhecedor e observador das leis da Toráh, mas que ao mesmo tempo lhe oferece ampla oportunidade de questionar, discutir, exercitar-se no campo puramente lógico e intelectual, - a problemática da formação de professores para um programa de Ensino Religioso de caráter ecumênico, em vista da importância do corpo docente na concretização de qualquer proposta pedagógica, - pesquisa histórica com documentos originais que registra o processo do ER em instituição confessional por um período de trinta e sete anos, - a questão da fragmentação disciplinar e da importância do rompimento de pensamentos que isolam, reduzem e inibem ou reprimem a transcendência dos saberes e dos sentidos, - análise das manifestações da religiosidade do Ensino Religioso e da educação religiosa escolar, abordando seus objetivos, a qualificação e a habilitação dos docentes, assim como o currículo, seus conteúdos e sua metodologia, considerando a proposta pedagógica da escola, pública ou confessional, - apresentação e investigação das diferentes concepções de ethos incorporadas nas diversas propostas de Ensino Religioso desenvolvidas no decorrer da história da educação brasileira, a saber, as percepções de ethos nas propostas curriculares de Ensino Religioso confessional, interconfessional e fenomenológica, contribuição do livro didático na formação do professor de Ensino Religioso, - 138 afirmação de que é possível o ordenar o Ensino Religioso tomando-o como mediação pedagógica possível, desde o contexto escolar, para o acesso à fé cristã. Quanto à inovação percebeu-se originalidade na formulação do problema de investigação, pois as obras são diversificadas trazendo assim contribuição inovadora para o campo do conhecimento do Ensino Religioso; dado observado através das conclusões das pesquisas dos (as) autores (as), os (as) as quais destacam / evidenciam: - a importância do diálogo entre a escola e a antropologia filosófica para o desenvolvimento do ser humano nos seus múltiplos aspectos e dimensões, - em que medida o sistema educacional judaico poderia contribuir para a prática pedagógica de maneira geral, - a utilização do método dedutivo e do princípio metodológico do ver-julgar-agir, permitiu identificar aspectos da história e analisar a situação do Ensino Religioso de caráter ecumênico na atualidade, - as interrelações do Ensino Religioso com a Educação Artística reintegram o homo complexus, que como destaca Morin, tornando-o mais sensível e feliz, - no Ensino Religioso uma de suas carências sérias, considerando-se a legislação e os programas oficiais, é a falta de acolhida às expressões religiosas e culturais de cunho popular, bem como a não inclusão dos desafios socioeconômicos das metas e programas, - a necessidade no campo da formação de docentes para o componente curricular de Ensino Religioso na atualidade brasileira, - avanço nos resultados em relação à análise do livro didático de Ensino Religioso, evidenciando que qualquer livro didático pode ser para além de auxiliar da aprendizagem, um dos elementos constitutivos da formação docente, - a teologia como ponto de partida, para que esta área de conhecimento tenha sua cidadania plenamente reconhecida no contexto educacional brasileiro, e para que a relevância do Ensino Religioso para o acesso à fé seja confirmada, o Ensino Religioso no modelo interconfessional da década de setenta, destacando Paul Tillich como autor que construiu e aplicou o método das correlações e o aplicou especificamente em relação à cultura e religião, durante o processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil revela-se uma realidade profundamente pluralista numa nação que fala a mesma língua e que estabeleceu percursos próximos para a inserção no Ensino Religioso no ambiente escolar, entretanto nunca idêntica. Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras: 139 - pelos profissionais de Ensino Religioso escolar (coordenadores, gestores, docentes envolvidos com as discussões e encaminhamentos epistemológicos para a formação de docentes para essa área de conhecimento), - pessoas que buscam maior aprofundamento acerca da dimensão religiosa e transcendental do ser humano (setores acadêmico, teológico e espiritual), - uma obra especificamente discute o sistema educacional ortodoxo, porém com abertura para instituições judaicas de Ensino Religioso, escolas religiosas de outros credos e escolas da comunidade judaica que não seguem a linha ortodoxa, no campo da educação, na área da educação específica da educação religiosa formal, com enfoque direcionado para o Ensino Religioso, redimensionado pela legislação em vigor, Conselho de Igrejas para Educação Religiosa. 2º Bloco - Anais de eventos científicos Outra categoria identificada foram as publicações que registraram os Anais resultantes de eventos sobre o Ensino Religioso, os quais foram divulgados em mídias (CD e on line), canais eletrônicos (web-sites) das entidades organizadoras e patrocinadoras dos eventos, periódicos especializados, cartazes e panfletos. Pois, os trabalhos e comunicações, escolhidos após avaliação por especialistas indicados pelos organizadores, que são apresentados nos eventos podem ser divulgados antes, durante ou após a sua realização. Os trabalhos aceitos pela comissão organizadora dos eventos e distribuídos antes do encontro são denominados “preprints”, permitindo aos participantes um conhecimento prévio dos trabalhos para debates. O conjunto dos trabalhos apresentados é divulgado em um documento único, denominado anais, atas, "proceedings", que é distribuído aos participantes dos eventos, durante ou após a sua realização. Os anais podem ser editados como uma publicação independente (formatos impresso ou digital [disquete ou CD-ROM]), além de constar em números especiais ou suplementos de revistas e, muito raramente, como publicação comercial. Os anais de eventos são considerados como literatura cinzenta ou não convencional por serem editados não formalmente e, consequentemente de difícil localização e aquisição. Para esta análise, foram considerados os livros publicados. Sendo os eventos considerados científicos destacam-se como canais eficientes de comunicação da produção científica, na 140 divulgação dos resultados de pesquisas, de trabalhos teóricos e de relatos de experiência (JUNQUEIRA S., DISSENHA. I.C.P, BARBOSA S.R, 2010, p. 165). Este bloco de livros se apoia na análise da produção registrada em eventos, sejam estes científicos, formadores ou de outras formas que contribuíram de alguma maneira para a sistematização e divulgação na área de Ensino Religioso. Foram considerados eventos ou encontros que tinham por finalidade reunir profissionais e especialistas, com o intuito de discutir e publicizar conhecimentos relativos ao Ensino Religioso, enquanto área de atuação, além de divulgar informações resultantes de pesquisas que buscaram ampliar as discussões com seus pares de área. No campo do Ensino Religioso, são encontrados trabalhos apresentados em eventos de diversas áreas especialmente na Educação; Teologia e Ciências das Religiões, e trabalhos dispersos em História, Sociologia e outras especialmente na Área das Ciências Humanas. As trocas científicas, por especialistas e pesquisadores, especificamente quanto aos saberes do Ensino Religioso, no modelo de grandes encontros, há pouco tempo poderia ser considerada temática nova. Os encontros de outrora não assumiam uma perspectiva científico-acadêmica apresentando um forte cunho organizacional e de troca de experiências sem uma definição metodológica, porém, na marcha histórica desta área estes foram fundamentais. Os registros encontrados nos eventos, que incluem o Ensino Religioso em suas reflexões, inicialmente tratam da perspectiva da organização e formação de docentes, e só posteriormente assumem uma perspectiva científica. Especificamente foram localizados 13 livros que se adequaram a esta categoria publicados entre 1995 a 2010, os quais foram produzidos a partir dos eventos de Ensino Religioso promovidos pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso: (2002 - Religião, Cultura e Educação, publicado apenas em 2006 – Ed. Unisinos; 2005 - Ensino Religioso: memória e perspectivas – Ed. Champagnat; 2006 - Ensino Religioso e formação docente: Ciências da Religião e Ensino Religioso em diálogo – Ed. Paulinas; 2010 – Diversidade Religiosa e Ensino Religioso no Brasil: memórias, propostas e desafios – Ed. Nova harmonia); As Faculdades EST nos Simpósios de Ensino Religioso que promoveu, 141 produziu as publicações dos anais: (O Ensino Religioso e o pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includente – 2001 – Gráfica, 2005 - Ensino Religioso na escola: bases, experiências e desafios – Ed. SinoldaL/Oikos; 2007 - Práxis do Ensino Religioso na Escola – Ed. Sinodal; 2008 - Ensino Religioso: diversidade e identidade – Ed. Sinodal; 2009 - Fenômeno religioso e metodologias; 2010 - Ensino Religioso: Religiosidades e práticas educativas – Ed. Sinodal). A Associação de Professores de Ensino Religioso de Santa Catarina que promove eventos regionalmente, obteve as seguintes publicações: (2007) Terra e alteridade: pesquisas e práticas pedagógicas em Ensino Religioso – Ed. Oikos/ Nova Harmonia; (2009); Culturas e diversidade religiosa na América Latina: pesquisas e perspectivas pedagógica – EDIFURB/Nova Harmonia. A Igreja Luterana realizou um evento isolado em 2003 e publicou os anais pela editora Sinodal em 2005 - Ensino Religioso no contexto escolar. Fórum Nacional Luterano de Ensino Religioso. Todas estas obras foram estabelecidas de forma organizada. Quanto à avaliação qualitativa do conteúdo, no que diz respeito à relevância, destacam-se temas como: - os caminhos a serem traçados para prosseguir no processo de escolarização do ER no Brasil; - posicionamento frente à temática do ER nas redes estadual, municipal e sinodal de educação; - diálogo entre o ER e as Ciências da Religião; - respeito à alteridade, da existência de uma sociedade solidária e da possibilidade de uma vida de justiça e de paz; - práxis do ER na escola; - análise do processo ensino e aprendizagem e a prática docente; - reflexão sobre a área de conhecimento do ER a partir da realidade educacional brasileira; - o fenômeno religioso no contexto brasileiro e suas implicações metodológicas em contextos educativos; - dimensões da religiosidade tendo como pano de fundo a questão do fenômeno religioso e do contexto da sala de aula, percepção de que cultura e desenvolvimento estão associados à dinâmica dos processos sociais, fenomenológicos, religiosos entre outros. Quanto à inovação, percebeu-se que os textos são diversificados, demonstram originalidade nos assuntos discutidos nos eventos, trazendo assim contribuição inovadora na discussão sobre a práxis do Ensino Religioso na Escola e à continuidade da pesquisa dessa importante área de conhecimento; dado este 142 observado através dos elementos dos textos que evidenciam: - reflexões e pesquisas para subsidiar o movimento nacional para o estabelecimento do componente curricular de Ensino Religioso como uma das áreas do conhecimento, segundo a Resolução 02/98 do CNE; - o reforço e a proposta da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, através de sua postura ecumênica, de continuar a sua caminhada a partir de sua base de fé, contribuindo para que o ER seja um espaço de humanização e respeito à liberdade religiosa; - a relevância do fator religião na sociedade brasileira e seu papel na compreensão de nossa própria cultura; - a importância das Ciências da Religião, enquanto um canal indispensável para prosseguir e aprofundar a reflexão e prática; - a abordagem de que é nas interfaces da religião, cultura e educação que talvez melhor experimentemos o fato de vivermos numa confluência de temporalidades; - a práxis contextualizada, aprofundada e qualificada do Ensino Religioso na escola e uma continuidade de pesquisa nesta área de conhecimento; - o encaminhamento de atividades como pesquisa e práticas pedagógicas, onde questões como Terra e Alteridade recebam atenção especial e desafiem as novas gerações buscarem alternativas para um futuro com esperanças e compromisso para toda a humanidade; - o estado da pesquisa sobre fenomenologia religiosa e metodologia no grupo representativo; - as concepções de desenvolvimento e educação que integrem e valorizem a diversidade cultural que constitui a América Latina; - a construção de pesquisas e perspectivas pedagógicas inovadoras que promovam o (re) conhecimento das alteridades, na constante busca pela promoção dos direitos humanos. Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras entre: educadores; pesquisadores; gestores e demais pessoas comprometidas e atuantes para com o desenvolvimento do ER como área de conhecimento; professores e estudantes dos cursos de Ciências da Religião e de ER; formação e capacitação continuada de educadores (as) dentro dos novos paradigmas do ER. 3º Bloco – Obra Organizada Visando a discussão de temas convergentes encontramos em diversas áreas do conhecimento, livros organizados por um (a) ou mais autores (as), que buscam outros(as) pesquisadores (as) para partilhar temáticas semelhantes. 143 Entre os 11 livros contemplados nesta categoria, três são especificamente sobre subsídios/ recursos para o docente do Ensino Religioso: “Ensino Religioso e cidadania: textos e dinâmicas” (EDIPUCRS, 2004); “Dinâmicas para o Ensino Religioso” (Sinodal, 2008); “Alteridade, culturas e tradições: atividades do Ensino Religioso para o ensino fundamental” (2009, Cortez). As demais obras abordam textos na perspectiva pedagógica sobre a identidade do Ensino Religioso no contexto brasileiro: “Educação Religiosa: construção da identidade do Ensino Religioso e da pastoral escolar” (Champagnat, 2002); “Ensino Religioso e sua relação pedagógica” (Vozes, 2002); “Ensino Religioso no Brasil” (Champagnat, 2004);” O Sagrado: fundamentos e conteúdo do Ensino Religioso, Ibpex, 2009, “Ensino Religioso: educação centrada na vida, subsídio para formação de professores” (Paulus, 2004); “Formação de docentes e Ensino Religioso no Brasil: tempos, espaços, lugares” (Edifurb, 2008); “Ensino Religioso em escolas públicas: impacto sobre o estado laico” (Factash, 2008); “Laicidade e Ensino Religioso no Brasil” (Letras Livros, 2010). A partir da análise destes livros perceberam-se os seguintes elementos no que diz respeito à relevância: - artigos e atividades direcionadas ao trabalho do ER e Cidadania; - dinâmicas para a troca de experiência e construção coletiva do conhecimento; - aspectos teóricos sobre os fundamentos pedagógicos do ER, especificamente no campo da didática, atualizando a reflexão sobre a proposição construída pelo PCNER, - discussão do ER nas instituições confessionais, levando em consideração enquanto componente curricular e aspectos afins com a Pastoral Escolar; - discussão sobre a identidade pedagógica, projeto pedagógico e avaliação; - o registro histórico da construção do ER no cenário brasileiro ao longo da história, para estabelecer a identidade deste componente curricular; - tendências pedagógicas relacionadas com a bíblia e ao ecumenismo; - situação da formação de professores de ER no cenário brasileiro, um retorno a comunidade catarinense; análise do ER em escolas públicas em suas interações com sociedade e cidadania, destacando os impactos sobre o Estado Laico; - encontro entre as religiões e o dispositivo da laicidade, oferta do ER nas escolas públicas brasileiras. Quanto à inovação, as obras abordam temas como: – reflexões com dinâmicas para serem trabalhadas com adolescentes e jovens; - dinâmicas que 144 possibilitam aos educandos a reflexão sobre transcendência e o conhecimento religioso, - atividades que buscam valorizar o pluralismo e a diversidade cultural, reflexão sobre a identidade, concepção, história, mediação tecnológica do ER e a estrutura de Pastoral escolar; - sistematização das reflexões sobre a identidade pedagógica do ER e sua relação com aspectos da escolarização; - registro histórico da primeira década do movimento de escolarização do ER no cenário brasileiro; discussão do perfil e o momento de passagem entre os dois modelos de ER: fenomenológico e interconfessional; - relação entre ensino, pesquisa e extensão, no diálogo entre ensino superior e a educação na discussão sobre o sagrado; questionamento da existência do ER no cenário brasileiro como país laico; - as autoras percorrem as leis e livros didáticos a fim de responder sobre o significado do ER nas escolas públicas brasileiras. Quanto à potencialidade de impacto, detectaram-se possíveis usos das obras entre: educadores (as) de ER e das áreas humanas, pesquisadores da área de conhecimento, apoio didático aos professores; lideres religiosos, acadêmicos. 4º Bloco – Obra completa Esta quarta categoria são livros estruturados por um, ou mais autores, de forma unitária articuladamente, em que a temática é resultante de uma pesquisa ou de reflexões coerentes e pertinentes, bem como, com a unicidade da equipe que produziu a obra. As quarenta e uma publicações que se enquadram neste bloco de análise, foram organizadas em três grupos: - produções de único autor; - de mais de um autor com unidade na elaboração; - obras publicadas por uma instituição ou organização (por exemplo: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB; Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso – FONAPER). − Único autor: “O fenômeno religioso: Ensino Religioso escolar” (Letras e Letras, 1995); “O Ensino Religioso na escola” (Vozes, 1995); “Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas” (Vozes, 1995); “O desenvolvimento da experiência religiosa” (Vozes, 1995); “O Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas, perspectivas” (Vozes, 1996); “Educação religiosa como ensinar” (Loyola, 1997); “Didática do Ensino Religioso nas estradas da vida – um caminho a ser feito” (FTD, 145 1997); “O Ensino Religioso e formação do ser político: uma proposta para a consciência de cidadania” (Vozes, 1998); “O Ensino Religioso na nova LDB” (Vozes, 1998); “O tema gerador no currículo de educação religiosa: o senso do simbólico” (Vozes, 2000); “Fundamentos filosóficos dos valores no Ensino Religioso: subsídios no Ensino Religioso” (Vozes, 2000); “Ensino Religioso nas fronteiras da ética: subsídios pedagógicos” (Vozes, 2001);” O Ensino Religioso em sala de aula. Luz nova no chão da escola (Loyola, 2002); Adoradores do sol: reflexões sobre a religiosidade indígena” (Vozes, 2003); “A interação pedagógica no Ensino Religioso” (Sinodal, 2004); “Pentecostais: origens e começo” (Paulinas, 2005); “Pluralismo religioso: as religiões no mundo atual” (Paulinas, 2005); “Ritos: expressões e propriedades” (Paulinas, 2005); “Como a religião se organiza: tipos e processos” (Paulinas, 2006); “Novos movimentos religiosos” (Paulinas, 2006); “O uso de símbolos: sugestões para a sala de aula” (Paulinas, 2006); “Ensino Religioso: significados da religião em diferentes contextos educativos” (Concórdia, 2007); “Ensino Religioso: construção de uma proposta” (João Décio Passos (Paulinas, 2007); “Espaço sagrado: estudos em geografia da religião” (Ibpex, 2008); “História, legislação e fundamentos do Ensino Religioso” (Ibpex, 2008); “Cultura e diversidade” (Ibpex, 2008); “Fundamentalismos: matrizes, presenças e inquietações” (Paulinas, 2009); “Espiritismos: limiares entre a vida e a morte” (Paulinas, 2008); “Cultura religiosa: caminhos para a construção do conhecimento” (Ibpex, 2009); “Ensino Religioso: fundamentos epistemológicos” (Ibpex, 2009); “Ensino Religioso uma perspectiva para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental” (Ibpex, 2009); “Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio” (Ibpex, 2009); “Religião e educação: da ciência da religião ao Ensino Religioso” (Paulinas, 2010); − Mais de um autor com unicidade: “Ética, religiosidade e cidadania: subsídios psicopedagógicos para professores” (Lê, 1997); “Encantar: uma prática pedagógica no Ensino Religioso” (Vozes, 2003);” Ensino Religioso: no ensino fundamental” (Cortez, 2007); “Ensino Religioso: aspectos legal de curricular” (Paulinas, 2007); “Fundamentando pedagogicamente o Ensino Religioso” (Ibpex, 2009); − Institucional: “Texto referencial para o Ensino Religioso escolar” (Vozes, 1996 – CNBB Regional Sul III); “Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Religioso” 146 (Ave Maria, 1997 – FONAPER); “Ensino Religioso no cenário da educação brasileira” (CNBB, 2007 – CNBB). A partir destas obras percebeu-se quanto a relevância, temas que abordam: – como trabalhar a escola a educação religiosa na escola leiga e pluralista cumprindo o preceito constitucional; - a distinção entre os conceitos de catequese e ER e o modelo de aula de ER a partir da figura de Maria, (este texto tornou-se um clássico na literatura do ER); - reflexão a partir do contexto escolar para rediscutir este componente curricular em uma nova perspectiva: o pedagógico, superando a leitura eclesial; - primeiro trabalho explícito relacionando a temática do desenvolvimento humano com o ER; - registro histórico da construção do ER no cenário brasileiro, para estabelecer a sua identidade; - leitura do ER em uma perspectiva confessional, para a escola católica; - formação do professor e eixos temáticos ligados a cidadania; - - reflexão no campo filosófico que busca dialogar a relação do ER com a questão política e de cidadania; - primeiro texto que sistematiza o que de fato ocorreu na tramitação do artigo 33, da Lei 9634/96; - atualização da leitura pedagógica do ER a partir do novo perfil deste componente curricular; - aspectos filosóficos dos valores em sintonia com as urgências do processo educacional; leitura filosófica no campo da ética; - reflexão sobre o ER a partir da reuniões da AEC do Brasil; - discussão sobre a cultura indígena brasileira, especialmente sobre os elementos da religiosidade; - articulação da Ciência da Religião com o ER, contribui com uma educação religiosa de caráter transconfessional; - principais desafios do pluralismo religioso no contexto atual e Igrejas cristãs; - os ritos, enquanto pedagogias, oferecem conteúdos às consciências e regem comportamentos; - relação entre a religião e as organizações sociais; - subsídios para auxiliar na compreensão das mudanças em curso no campo religioso brasileiro; - subsídios para que os símbolos sejam utilizados com facilitador da aprendizagem, levando em consideração os objetivos da disciplina; - texto sobre o ER na ótica protestante; - proposta para a identidade do ER na ótica das Ciências da Religião (fenômeno religioso); - subsídios para a investigação do fenômeno religioso por meio da interpretação das suas espacialidades; - síntese do processo histórico da construção da identidade do ER elaborada de forma didática; - estudo da diversidade cultural e sua variável na formação do povo brasileiro; - relevância de 147 grupos fundamentalistas não somente nos conflitos políticos internacionais, como também por sua presença e ação no Brasil; - apresentação acadêmica da realidade brasileira do espiritismo; - discussão acerca do fazer pedagógico do professor de ER; - fundamentos epistemológicos do ER; - multiculturalismo (alicerça a possibilidade de se compreender que o fenômeno religioso se estabelece por meio de múltiplas linguagens: símbolos, mitos, ritos); - primeira obra que expressa a relação teórica do ER e a Ciência da Religião; - relação da aprendizagem com o ER; - roteiro para a formação de professores relacionado a prática pedagógica do ER, a partir da LDB 9394/97; - referenciais teóricos-epistemológicos e pedagógicodidáticos do ER, como componente curricular; - interação pedagógica do ER e a sua relação com a escola, especialmente na instituição pública; - fundamentos pedagógicos do ER; - texto provisório que apresenta a reflexão e ação renovadoras do ER no Rio Grande do Sul; - história do ER no contexto brasileiro, organizada pela equipe da CNBB. Quanto à inovação, as obras apresentam temáticas no que diz respeito a: reflexões de como iniciar estudantes e professores, numa atitude religiosa pluralista e aberta ao diálogo ecumênico interreligioso, na perspectiva fenomenológica; apresentam ao público leitor a sistematização do principal intelectual desta área, do período dos anos setenta a noventa, articulada nesta obra. A inovação deste texto é a sistematização das reflexões das décadas anteriores; - primeiros elementos para a escolarização do ER a partir da escola; - temática do desenvolvimento humano e da experiência religiosa vinculada ao ER (até então, não era uma temática discutida amplamente); - percurso histórico do ER que contribuiu como referencia para outros trabalhos e novas pesquisas; - orientações psicopedagógicas de Santo Agostinho para o educador religioso; - metodologia para formação de professores; - o exercício de argumentar o papel do ER e sua relação com a cidadania; - percurso histórico do movimento nacional do ER; - proposta de transposição didática do Ensino Religioso, em um tema comemorado no ano 2000; os 500 anos da chegada dos portugueses no Brasil; - reflexão sobre os valores na modernidade e pós-modernidade; - a identidade e o agir ético na formação do professor; - instrumentos e técnicas de planejamento, a fim de reconstruir um referencial para propor uma nova prática de ER, - repensar a história religiosa, a partir do índio; - a concepção que o pluralismo 148 religioso é um princípio básico para o campo religioso atual; - o universo dos rituais é o caminho para conhecermo-nos em nossa unidade antropológica fundamental e na diversidade; - compreender os novos movimentos religiosos dentro de um constante jogo entre o fundamentalismo e o relativismo; - amplo panorama sobre religião e ER no Brasil, para que se pense sobre essas questões de uma forma mais apropriada com suas repercussões e sua relação com a cultura atual; - o modelo das Ciências da Religião é o único habilitado a sustentar a autonomia epistemológica e pedagógica do ER; - operacionalização do conceito do espaço sagrado através do estudo das espacialidades religiosas; - construção do conceito de cultura e a sua aplicação, para compreender a relação na formação da diversidade religiosa brasileira; - articulação das Ciências da Religião com o Ensino Religioso; - a questão das relações complexas entre a sociedade e o religioso que a reflete, incide sobre ela, a significa; - criação e organização das tradições religiosas no seu universo histórico-cultural e sua importância no processo de humanização; - metodologia do ER por segmento escolar; - explicitação da relação entre ER e a Ciência da Religião; - aplicação dos elementos da psicopedagogia para orientar a formação do professor de ER; - a nova função do ER, enquanto área de conhecimento; - propostas de encaminhamentos epistemológicos e pedagógicos baseados na LDBEN 9394/96 e na Lei 9475/97, que alterou a redação do artigo da LDBEN; -organização dos fundamentos pedagógicos para o ER, visando a estruturação deste componente curricular; - o lugar do ER na realidade escolar e suas conexões com as políticas públicas; - sistematização de um período de pesquisa e orientação operacional no Rio Grande do Sul; - importância de estudar uma disciplina a caminho de sua configuração com área de conhecimento e fundamentos para tal. Quanto à potencialidade de impacto detectaram-se possíveis usos das obras entre: formação de professores; educadores; pesquisadores; estudantes de magistério e licenciatura, professores do Ensino Fundamental e Médio, coordenadores; educadores de escolas públicas, educação e diversos níveis de atuação; apoio didático ao professor de ER; disciplinas afins do ensino fundamental e médio. No que diz respeito à reimpressão ou reedição; vale destacar que uma obra (1995, Vozes) devido ao ineditismo esgotou e a editora não o reeditou. Estas obras destacadas nos permitem revisitar aspectos históricos, pedagógicos e epistemológicos para o Ensino Religioso no contexto brasileiro. 149 Década de noventa (1995 a 1999) Década de dez – Século XXI (2000 a 2003) Década de dez – Século XXI (2004 a 2006) 150 Década de dez – Século XXI (2007 a 2008) Década de dez – Século XXI (2009 a 2010) Livros publicados entre 1995 a 2010 151 CAPÍTULO 05 PESQUISADORES E TEMAS DE UMA IDENTIDADE Com a efetivação das pesquisas e ampliação das publicação dos diferentes aspectos sobre o Ensino Religioso especialmente a partir da revisão do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (1997) estimulado pelo trabalho articulado pelas ações do Fórum Nacional Permamente do Ensino Religioso (FONAPER) temos um novo horizonte de pesquisas e ações sobre este componente curricular. A partir do levantamento da produção científica foi possível identificar os pesquisadores e seus respectivos perfis, assim como os temas mais aprofundados nessa área. Vejamos este quadro produzido pela pesquisa. 1. PERFIL DOS PESQUISADORES Visando análise da produção científica do Ensino Religioso, é necessário conhecer o perfil de seus autores, acompanhar o processo de evolução da disciplina e assim da produção científica. Para tanto, decidimos levantar o perfil dos currículos desses autores disponibilizados na Plataforma Lattes com as informações sobre sua formação acadêmica. A Plataforma Lattes é a experiência do CNPq na integração de bases de dados de Currículos, de Grupos de pesquisa e de Instituições em um único Sistema de Informações, pois permite o cadastro, envio, atualização e download de currículos de pessoas que atuam na área de tecnologia, pesquisas e ciência. Na plataforma Lattes, o histórico e os dados de quem atua nas áreas envolvidas ajudam a formar o conceito dos profissionais que estão na base de dados. Essa situação se caracteriza na prática, pois o mundo acadêmico reconhece o currículo Lattes como a ferramenta preferencial para a apresentação do profissional da área. As pesquisas sobre os profissionais da área acadêmica, via de regra, é realizada através dessa base de dados. Devido ao seu grau de abrangência, as informações constantes da Plataforma Lattes podem ser utilizadas tanto no apoio a atividades de gestão, como no apoio à formulação de políticas para a área de ciência e tecnologia. O Currículo Lattes 152 registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores sendo elemento indispensável à análise de mérito e competência dos pleitos apresentados à Agência. A partir do Currículo Lattes (CV), o CNPq desenvolveu um formato-padrão para coleta de informações curriculares hoje adotados pela maioria das instituições de fomento, universidades e institutos de pesquisa do País. Os arquivos pessoais marcam uma característica de acordo com Fraiz (1988) esta preponderância do valor informativo de seus documentos, para uso de fins históricos e identificatórios. Tais documentos favorecem ao acesso não somente a história de pessoas ou instituições, mas também como uma trajetória de atuação e relação sócio-política e econômica que circunscreve os registros contidos nos currículos. Após o mapeamento foram localizados 559 Autores, Orientandos e Orientadores de Dissertações e Teses, Autores e Co-Autores de Artigos para Eventos Científicos e Periódicos Científicos, de Livros Teóricos sobre o Ensino Religioso. A partir do mapeamento foi possível identificar que o Paraná (PUCPR) e o Rio Grande do Sul (EST) apresentam o maior índice de produção e divulgação dos trabalhos realizados sobre este componente curricular, destacando: Sérgio Rogério Azevedo Junqueira (18 orientações de mestrado – 48 artigos em eventos – 38 artigos em periódicos – 14 livros), seguido de Remi Klein (02 orientações de mestrado – 22 artigos em eventos – 04 artigos em periódicos – 06 livros), Manfrendo Carlos Wachs (01 orientação de doutorado – 01 orientação de mestrado – 22 artigos em eventos – 06 livros), finalmente nesta relação do grupo de pesquisadores com maior incidência localizamos: Laude Erandi Brandenburg (01 orientação de mestrado – 11 artigos em eventos – 06 livros), assim como Lilian Blanck de Oliveira (13 artigos em eventos – 04 artigos em periódicos – 06 livros). Este grupo de cinco pesquisadores são de Doutores sendo um na área de Educação e quatro em Teologia que ao longo de quinze anos (1995-2010) discutiram elementos referentes a história, legislação, epistemologia e didática, relacionados a programas de pósgraduação em suas instituições PUCPR – EST – FURB o que favorece o desenvolvimento de uma produção acadêmica. A partir destes elementos detalhamos a cartografia dos pesquisadores e sua relação com a produção e sua formação. 153 Autor/a Adalgisa Regina Teixeira Adecir Pozzer Ademildo Kuhn Adilson Schultz Adriana Campos Adriana do Carmo Correa Fontes Adriana Regina de Jesus Santos Afonso Maria Ligorio Soares Ailton Trindade da Silva Airton Gomes Teixeira Alane de Lucena Leal Alberto da Silva Moreira Alberto do Amaral Júnior Alceu Ravanello Ferraro Aldinéa Gomes de Mello Alessandro Cesar Bigheto Aline Branquinho Silva Aline Pereira Lima Alípio Marcio Dias Casali Álvaro Baso Amauri Carlos Ferreira Ana Alice Alcantara Costa Ana Cândida Vieira Henriques Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia Ana Lúcia Parada Baptista Ana Maria Coutinho de Sales Ana Marie Cavaliere Ana Paula Rodrigues Cavalcanti Anaxsuell Fernando da Silva Anderson Cavalcante Viana Filho Anderson de Freitas Barros Anderson Ferreira Costa Andréa Carla Agnes e Silva Pinto Andréa de Oliveira Queiroz Andréa Gomes Cardoso Andreza Silva Souza Ângela Maria Holanda Anísia de Paulo Figueiredo Anna Cândida da Cunha Ferraz Anneliese Pikart Antonio Boeing Antonio Chizzotti Antonio da Silva Pereira Antonio Donizetti Sgarbi Antônio Francisco da Silva Antonio Gomes da Costa Neto Antonio Joaquim Severino Antônio Lopes Ribeiro Antonio Maspoli de Araújo Gomes Araceli Sobreira Benevides Augusto Betzch Augusto Schumann dos Santos Azimar dos Santos Soares Júnior Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa Benedita Aguiar Ferreira Berenice Fernandes de Souza Outeiro Bonifácio Solak Brendan Coleman McDonald Bruno Ferreira da Costa Carla Rosane Silveira Garcia Carlos André Cavalcanti Carlos Odilon da Costa Carlos Roberto Jamil Cury Carmem Maria Craidy Carmencita de Araújo Seffrin Carolina do Rocio Nizer Cássia Maria Baptista de Oliveira Ceciélio Dias Côrtes Cecília Hess Célia Marize Bundchen Célia Smarjassi Célio Borja Celma Christina Cruz da Rocha Cesar Alberto Ranquetat Júnior Cesar Augusto Castro César da Silva Camargo Cézar Alencar Arnault de Toledo Claricia Otto Claudete Beise Ulrich Claudia Kluck Claudia Malbergier Caon Orientando de Doutorado Orientador de Doutorado Orientando de Mestrado Orientador de Mestrado Autor de Artigo de Evento Autor de Artigo em Periódico Autor de Livro 154 Cláudia Regina Tavares Cardoso Claudiana Soares da Costa Claudino Gilz Cláudio de Souza Cledes Markus Cleide C. da Silva Scarlatelli Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse Cybelle Pardo Andrade Amaral Gomes Cynthia Greive Veiga Daniel Bueno da Silveira Daniel Torquato Fonseca de Lima Daniela Hack Daniela Patti do Amaral Daniela Viana Leal Danilo Badaró Mendonça Danilo Romeu Streck Danise Cristiane Rios Araújo Darcy Cordeiro Dario Paulo Barrera Rivera Debora Diniz Débora Toniolo Rau Débora Vasti Colombani Bispo de Almeida Denise Botelho Denise Hinnah de Almeira Diane Marcy de Brito Marinho Diego Messias da Silva Diego Moraes Batista Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau Diná Raquel Daudt da Costa Divino Flavio de Souza Nascimento Djanna Zita Fontanive Dolores Henn Fontanive Domenico Costella Dora Incontri Douglas Cabral Dantas Douglas Jeferson Menslin Ederlaine Fernandes Braga Edgley Cassiano Delgado Edile Maria Fracaro Rodrigues Edilson Ribeiro Edith Gonzalez Edlaine de Campos Gomes Ednilson Turozi de Oliveira Ednilza Alves Cabral da Silva Edson Pereira Lopes Edson Ponick Eduardo Basto de Albuquerque Eduardo Paiva dos Santos Elaine Gleci Neuenfeldt Elcio Cecchetti Eliana Aparecida Lopes Gagg Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas Eliane Moura da Silva Eline de Oliveira Campos Elisabeth Zisssis Gersos Elisama Sara Souto de Almeida Elisângela Pereira Machado Eliseu Roque do Espírito Santo Eliton de Araujo Santos Elizabete da Conceição Paiva de Oliveira Ellen M. Dallmann Elson Oliveira Souza Emerli Schlögl Emerson Alessandro Giumbelli Eninéia Maria de Almeida Enio José da Costa Brito Érica Emilia Rodrigues Machida Erica Ströher Erlei Antonio Vieira Ernesto Jacob Keim Eronides Rodrigues de Freitas Silva Eronildes Schultz Souza Estevão Domingos de Oliveira Neto Euclésio Rambo Euclides Marchi Eulálio Figueira Eunice Simões Lins Gomes Eurico dos Santos Veloso Eusa Reynaldo da Silva Eva Maria Siqueira Alves Evaldo Luis Pauly Evanor Daniel de Castro Everaldo Cescon 155 Éverson Dummer Fábia da Costa Leite Rodriguez Fabiana Cristina da Conceição Fábio Augusto Darius Fábio Portella Lopes de Almeida Fátima Aparecida Frisanco Fernando Lothario da Roza Flawbert Farias Guedes Pinheiro Francisca Helena Cunha Daneliczen Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa Francisco Aparecido Cordão Francisco Catão Francisco de Assis Carvalho Francisco Melquiades Falcão Leal Geraldo José de Paiva Gianice Stabile Fortes Gilberto Luiz Ludwig Gilbraz de Souza Aragão Gilmar Francisco Araujo Gilson Marcos da Silva Gilton Barbosa Abreu Giovanna Cristina Januário Alves Gisela Isolde Waechter Streck Gisele Mazzarollo Giseli do Prado Siqueira Glória das Neves Dutra Escarião Gracileide Alves da Silva Graziela Rinaldi da Rosa Gundula Schievelbein Hédio Silva Júnior Henri Luiz Fuchs Hilário Inácio Bonh Hugo Alexandre Espínola Mangueira Ieda Zimmermann Port Iglê Moura Paz Ribeiro Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado Inês Alves Lourenço Ione Fiorini Thomé Iracildo Pereira Castro Ires Lausmann Klein Iria Markus Schmidt Irma Beatriz Araújo Kappel Isabel Cristina de Moura Dorn Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Iuri Andréas Reblin Ivoni Anselmo Ivonildes da Silva Fonseca Izabel Moura Dorn Jacirema Maria Thimoteo dos Santos Jaime Roy Doxsey James Reaves Farris Janaína Camilo Janaina Hubner Janayna de Alencar Lui Jaqueline R. Bezerra Galiza Jesse Felipe de Almeida Joachim Andrade João Décio Passos João Everton Cruz João Henrique dos Santos João Marcelo Rodrigues Silva Joel Antonio Ferreira Joel Luís Dumke Joel Spcart Joelma Brandi Jonas Roos Jordanna Castelo Branco Jorge Claudio Ribeiro José Antonio Cervigon Pinedo José Antônio Lucas Guimarães José Camilo dos Santos Filho José Carlos Bertoni José Carlos Calazans José Carlos Souza Araujo José Claudio Pecini José Damião Limeira José Deon José Donizete de Souza José Ivo Follmann José J Queiroz José Luis Derisso José Ribamar Torres Rodrigues José Rubens Lima Jardilino José Vaidergorn 156 Josefa Vênus de Amorim Joselina da Silva Josely de Moraes Antonio Josias Rafael Wagner Juan José Mourino Mosquera Juliana de Mello labor Júlio César de Lima Jung Mo Sung Jussara Wilborn Griebeler Kalil de Oliveira Karin Wondracek Karina Kosicki Bellotti Kássia Mota de Sousa Kelly Sartori Sebben Kleberson Massaro Rodrigues Laan Mendes de Barros Laerthe de Moraes Abreu Junior Laice Cales de Oliveira Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz Laude Erandi Brandenburg Leá Marcondes Leandro Rosa Léo Marcelo Plantes Machado Leomar Antônio Brustolin Liana Plentz Marquardt Lidia Kadlubitski Lidiane Fatima Grützmann Carneiro Ligia de Souza Junqueira Lilian Anna Waschowicz Lilian Blanck de Oliveira Lilian Conceição da Silva Pessoa Liliana Cláudia Seehaber Loreni Maria Machado Lourival José Martins Filho Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres Lúcia Velloso Maurício Luciana Andreis Luciana de Almeida Campos Luciana Maria Giovanni Luciane Marina Zimernan Lúcio Kreutz Lucio Paiva Flores Luis Carlos de Lima Pacheco Luis José de Oliveira Geraldes Luiz Alberto Sousa Alves Luiz Alencar Libório Luiz Antônio Cunha Luiz Carlos Barreira Luiz Cavaliere Bazílio Luiz Felipe Pondé Luiz Guilherme Mattos Braga Luiz Heron Scherer Luiz João Firmino Lurdes Caron Lurdes Fatima Polidoro Lusival Antonio Barcellos Luzia Sena Lygia Baptista Beraba Pauleto Segala Lyndon de Araújo Santos Madalena Fernandes Manfredo Carlos Wachs Manoel Campos Rodrigues Mara Regina Martins Jacomelli Marceli Porn Steffens Marcelo Máximo Purificação Márcia E. L. da Paixão Marcia Mello Costa De liberal Márcia Serra Ribeiro Viana Márcio Graça Márcio Hoff Marco Aurélio Corrêa Martins Marcos André Scussel Marcos Augusto Armange Marcos Barbosa de Oliveira Marcos Prestes Marcos Rodrigues da Silva Marcos Suel Zanette Marga Janete Ströher Margarete Vill de Souza Margarida Manke Bento Margarida Maria Lacombe Camargo Maria Amélia Schmidt Dickie Maria Angela Vilhena Maria Aparecida Sanches Coelho 157 Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira Maria Azimar Fernandes e Silva Maria Cecília M. NN. Giovanella Maria Celina Cabreira Nasser Maria Clara L. Bingemer Maria Cristina Alves de Pontes Maria Cristina Caetano Maria Cristina Lima Maria Cristina Mariante Guarnieri Maria Cristina Rieth Maria da Conceição de Oliveira Maria da Graça Nicoletti Mizukami Maria de Fátima Canindé Silva da Fonseca Maria de Fátima Magalhães Mariani Maria de Lourdes Masiero Lamim Maria Dilma Watanabe Maria Dirlane Witt Maria do Carmo Martins Maria do Socorro Batista Martins Maria do Socorro de Oliveira Maria do Socorro Ieião Bezerra Martins Maria Efigênia Daltro Coelho Maria Eliane Azevedo da Silva Maria Garcia Maria Inês Carniato Maria José Fontelas Rosado-Nunes Maria José Torres Holmes Maria Judith Sucupira da Costa Lins Maria Lina Rodrigues de Jesus Maria Lúcia de Freitas Lucena Maria Luiza V. Kepler Maria Marta Martins da Silva Maria Suzana de Stefano Menin Mariane do Rocio Perts Kravice Marielle de Souza Vianna Marilac Loraine da Rosa Oleniki. Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo Marilena Rodrigues Abud Marili Bassini Marília De Franceschi Neto Domingos Marinilson Barbosa da Silva Marisa Bittar Marisa Cristina Vorraber Costa Marislei de Sousa Espídula Brasileiro Maristela Gomes de Souza Guedes Marlon Lenadro Schock Marly Ferreira Holanda Ramos Marta Nornberg da Silva Mateus Geraldo Xavier Maurício Sales de Almeida Mercedes Villa Cupolillo Michael Reinhard Maria Becker Michelle de Kássia Fonseca Barbosa Michelle Razuck Arci Miguel Longhi Miguel Lucas Milena Aparecida Almeida Candiá Mirian Matulio de Souza Mirian Rejane Flores Cerverira Monica Amaral Melo Poyares Napoleão Marcos de Moura Mendes Natasja Weena Cabral Pontes Neide da Silva Paiva Neide Márcia Scheffer de Oliveira Neide Miele Nestor Luiz João Beck Neuza Alves Nascimento Nilda de Oliveira Bentes Nilton de Freitas Monteiro Nilva Windmoller Brendler Nilza Bernardes Santiago Nilza Donizetti Dias Ferreira Nivaldo Alves de Souza Norberto Dallabrida Norma Edith Ben Altabef Núbia Berny Mauch Oneide Bobsin Oscar Vasconcelos de Souza Filho Osmarina Ercídia de Almeida Oswaldo Vianna Junior Patrícia Corsino Patrícia Lopes Fernandes Paula Maria Fernandes da Silva Paulo de Tarso Galembeck 158 Paulo Francisco Júnior Paulo Vinicius Bpatista da Silva Pedro Lima Vasconcellos Pedro Miguel Almeida Pedro Ruedell Péricles Andrade Peters Kravice Priscila Kaufmann Corrêa Rachel de Morais Borges Perobelli Rafael Rodrigues da Silva Raimundo Márcio Mota de Castro Raquel Miranda de Oliveira Raul Aragão Martins. Raul Wagner Remí Klein Renata Dumont Flecha René Simonato Sant’ana Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira Ricardo Mariano Rita Estefânia Luz dos Passos Rivael de Jesus Nacimento Roberlei Panasiewicz Roberto Antonio Daunis Roberto Ervino Zwetsch Robson Stigar Rodinei Baldinot Rodolfo Petrelli Rodrigo Augusto de Souza Rodrigo Mota Narcizo Rodrigo Oliveira dos Santos Rogerio Garcia Romilda Teodora Ens Romualdo Portela de Oliveira Ronald Alves Nunes Rosa Assunta de Cezaro Rosa Cássia Trindade Rosa Gitana Krob Meneghetti Rosa Lydia Teixeira Corrêa Rosa Maria Calaes de Andrade Rosália Maria Netto Prados Rosane Andrade Torquato Rosângela da Silva Gomes Rosangela Sturmer Rosanilda Kich Rosário de Fátima Silva Roseana Viebrante Roselí Blanck Roseli Fischmann Samir Araujo Casseb Sandra de Fátima Pereira Tosta Sandra de Sá Carneiro Sandra Mara de Oliveira Sandra Michelluzzi Biazotto Sandro Luckmann Selma de Sousa Brito Sérgio de Araújo Sérgio Junqueira Sergio Luis do Nascimento Sergio Portella Sérgio Ricardo Coutinho Santos Shirley da Silva Bastos Siéllysson Francisco da Silva Silas Guerriero Silvana Fortaleza dos Santos Silvia Cristina Hack Alves Simone Fusinato Rezende Simone Paixão Rodrigues Simone Riske Koch Sirlene de Castro Oliveira Solange de Araújo Severino Sonia Aparecida de Nogueira Sonia de Itoz Sonia Maria Dias Sonia Maria Silveira Sônia Maria Teles Teixeira Sonia Regina Lyra Sonia Salete P. Assumpção Soraya Heinrich Eberle Sueli Carneiro Sueli Teresinha de Abreu Bernardes Sunamita Araújo Pereira Susana Maria Zimmer Suzan Alberton Pozzer Suzana dos Santos Gomes 159 Sylvio Fausto Gil Filho Talita Bender Teixeira Tânia Conceição Iglesias do Amaral Tânia Cristina Markus Tarcísio Afonso Wickert Tarcizo Gonçalves Filho Tatiana Lionço Teofilo Bacha Filho Teresinha Zanella Terezinha Maria Mocellin Thalita Folmann da Silva Thalita Regina Garcia da Silva Therezinha M. L. da Cruz Thiago A. Avellar de Aquino Thomé Eliziário Tavares Filho Ulysses Rezende Neto Valdir Cândido de Deus Valério Guilherme Schaper Valmir Biaca Valmor da Silva Vanessa Carneiro Bonina Lima Magri Vanessa Carrião Vera Janete Winkelmann Vera Lúcia do Amaral Vera Lúcia Lins Sant’anna Vera Lúcia Oliveira Neiss Vera Maria Ferrão Candau Vera Regina Aparecida Faria Vera Rudge Werneck Verioni Ribeiro Bastos Veroni Teresinha Medeiros Verônica Luisa Dhein Vicente Paulo Alves Vicentina Jacques Binello Vicentina Mendes da Silva Santos Vilma Tereza Rech Vítor Lins Oliveira Viviane Cristina Cândido Viviane Lontra Teixeira Nunes Viviane Mayer Daldegan Volmir Araldi Wagner Lopes Sanches Wagner Teruel Walmor de Oliveira Azevedo Wanda Deifelt Wander Moreira da Costa Wanderley José de Faria Wilian Ramos Marcos William César Andrade Willian Kaizer de Oliveira Wilma B. Borges de Macedo Wilma Rosa Cononaco Wilson José Vieira Wolfgang Gruen Zenaide Aparecida Coradine Zilda Gaspar Oliveira de Aquino Zuleika Leonora Schmidt Costa Tabela 33 - Pesquisadores 160 + TESES E DISSERTAÇÕES a) Relação Orientando/Orientador Dos 122 pesquisadores distribuídos entre 87 Orientadores registrados e 04 não identificados nas Dissertações, e 21 pesquisadores distribuídos entre 20 Orientadores registrados. Percebe-se que o tema do Ensino Religioso para um número significativo de Orientadores das Dissertações e Teses surgiu como um elemento tangencial em suas respectivas pesquisas, não assumindo sua linha de investigação contínua. Os quadros que seguem explicitam a relação entre Orientandos e Orientadores de tal forma que permita a compreensão sobre o impacto das pesquisas. É necessário deixar registrado que a falta de complementação dos CV muitas vezes não permitiu uma clara identificação de Orientandos e Orientadores. Dissertações Orientadas - Mestrado 17 05 03 02 01 Orientadores Sérgio Junqueira José J Queiroz Ernesto Jacob Keim Cézar Alencar Arnault de Toledo Enio José da Costa Brito Gisela Isolde Waechter Streck Hilário Inácio Bonh Jung Mo Sung Márcia Mello Costa De Liberal Maria José Fontelas Rosado-Nunes Remí Klein Silas Guerriero Valmor da Silva Vera Rudge Werneck Alceu Ravanello Ferraro Alípio Marcio Dias Casali Amauri Carlos Ferreira Ana Alice Alcantara Costa Antonio Joaquim Severino Carlos André Cavalcanti Carmem Maria Craidy Claricia Otto Cristiano Otavio Paixão Araújo Pinto Danilo Romeu Streck Dario Paulo Barrera Rivera Denise Botelho Edson Pereira Lopes Elaine Gleci Neuenfeldt Emerson Alessandro Giumbelli Eva Maria Siqueira Alves Evaldo Luis Pauly Gilbraz de Souza Aragão No. de pesquisadores 01 01 01 11 74 161 04 Glória das Neves Dutra Escarião Jaime Roy Doxsey James Reaves Farris Joel Antonio Ferreir José Camilo dos Santos Filho José Carlos Souza Araujo José Ribamar Torres Rodrigues José Rubens Lima Jardilino Joselina da Silva Juan José Mourino Mosquera Laan Mendes de Barros Laerthe de Moraes Abreu Junior Laude Erandi Brandenburg Leomar Antônio Brustolin Lúcia Velloso Maurício Luciana Maria Giovanni Lúcio Kreutz Luiz Alencar Libório Luiz Carlos Barreira Lusival Antonio Barcellos Lygia Baptista Beraba Pauleto Segala Manfredo Carlos Wachs Márcia Serra Ribeiro Viana Marcos Barbosa de Oliveira Marga Janete Ströher Margarida Maria Lacombe Camargo Maria Amélia Schmidt Dickie Maria Aparecida Sanches Coelho Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira Maria Clara L. Bingemer Maria da Graça Nicoletti Mizukami Maria do Carmo Martins Maria Suzana de Stefano Menin Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo Marisa Bittar Marisa Cristina Vorraber Costa Mercedes Villa Cupolillo Nestor Luiz João Beck Nilda de Oliveira Bentes Nivaldo Alves de Souza Norberto Dallabrida Paulo Vinicius Bpatista da Silva Pedro Lima Vasconcellos Raul Aragão Martins. Ricardo Mariano Roberlei Panasiewicz Roberto Ervino Zwetsch Rodolfo Petrelli Rosália Maria Netto Prados Sandra de Fátima Pereira Tosta Sérgio de Araújo Sueli Teresinha de Abreu Bernardes Walmor de Oliveira Azevedo Zilda Gaspar Oliveira de Aquino Sem Informação Tabela 34 – Teses e Dissertações 162 ORIENTADOR - Mestrado Alceu Ravanello Ferraro Alípio Marcio Dias Casali Amauri Carlos Ferreira Ana Alice Alcantara Costa Antonio Joaquim Severino Carlos André Cavalcanti Carmem Maria Craidy Cézar Alencar Arnault de Toledo Cézar Alencar Arnault de Toledo Claricia Otto Cristiano Otavio Paixão Araújo Pinto Danilo Romeu Streck Dario Paulo Barrera Rivera Denise Botelho Edson Pereira Lopes Elaine Gleci Neuenfeldt Emerson Alessandro Giumbelli Enio José da Costa Brito Enio José da Costa Brito Ernesto Jacob Keim Ernesto Jacob Keim Ernesto Jacob Keim Eva Maria Siqueira Alves Evaldo Luis Pauly Gilbraz de Souza Aragão Gisela Isolde Waechter Streck Gisela Isolde Waechter Streck Glória das Neves Dutra Escarião Hilário Inácio Bonh Hilário Inácio Bonh Jaime Roy Doxsey James Reaves Farris Joel Antonio Ferreir José Camilo dos Santos Filho José Carlos Souza Araujo José J Queiroz José J Queiroz José J Queiroz José J Queiroz José J Queiroz José Ribamar Torres Rodrigues José Rubens Lima Jardilino Joselina da Silva Juan José Mourino Mosquera Jung Mo Sung Jung Mo Sung Laan Mendes de Barros Laerthe de Moraes Abreu Junior Laude Erandi Brandenburg Leomar Antônio Brustolin Lúcia Velloso Maurício Luciana Maria Giovanni Lúcio Kreutz Luiz Alencar Libório Luiz Carlos Barreira Lusival Antonio Barcellos Lygia Baptista Pereira Segala Pauletto Manfredo Carlos Wachs Márcia Mello Costa De Liberal Márcia Mello Costa de Liberal Márcia Serra Ribeiro Viana Marcos Barbosa de Oliveira Marga Janete Ströher Margarida Maria Lacombe Camargo Maria Amélia Schmidt Dickie Maria Aparecida Sanches Coelho ORIENTANDOS - Mestrandos Gisele Mazzarollo Maria Dilma Watanabe Vera Lúcia Oliveira Neiss Elizabete da Conceição Paiva de Oliveira Rogerio Garcia Hugo Alexandre Espínola Mangueira Zuleika Leonora Schmidt Costa Fátima Aparecida Frisanco Tânia Conceição Iglesias do Amaral Divino Flavio de Souza Nascimento Fábio Portella Lopes de Almeida Lurdes Caron Cybelle Pardo Amaral Gomes Antonio Gomes da Costa Neto Michelle Razuck Arci Maria Efigênia Daltro Coelho Luiz Guilherme Mattos Braga Antônio Francisco da Silva José Antonio Cervigon Pinedo Dolores Henn Fontanive Francisca Helena Cunha Daneliczen Simone Fusinato Rezende Simone Paixão Rodrigues Neide Márcia Scheffer de Oliveira Luis Carlos de Lima Pacheco Kelly Sartori Sebben Rita Estefânia Luz dos Passos Maria José Torres Holmes Mariane do Rocio Perts Kravice Simone Riske Koch Aldinéa Gomes de Mello Marcos Prestes Oscar Vasconcelos de Souza Filho José Claudio Pecini Sirlene de Castro Oliveira Ceciélio Dias Côrtes Débora Vasti Colombani Bispo de Almeida Maria Cristina Lima Viviane Cristina Cândido Wilma Rosa Cononaco Napoleão Marcos de Moura Mendes Zenaide Aparecida Coradine Kássia Mota de Sousa Marcos André Scussel Giseli do Prado Siqueira Jacirema Maria Thimoteo dos Santos Márcio Graça Ligia de Souza Junqueira Ulysses Rezende Neto Vilma Tereza Rech Shirley da Silva Bastos Vera Regina Aparecida Faria Luiz Heron Scherer Gilmar Francisco Araujo Antonio Donizetti Sgarbi Gracileide Alves da Silva Luciana de Almeida Campos Gianice Stabile Fortes Ailton Trindade da Silva Augusto Schumann dos Santos Berenice Fernandes de Souza Outeiro Claudia Malbergier Caon Marcelo Máximo Purificação Danilo Badaró Mendonça Janayna de Alencar Lui Giseli do Prado Siqueira 163 Maria Auxiliadora Monteiro Oliveira Maria Clara L. Bingemer Maria da Graça Nicoletti Mizukami Maria do Carmo Martins Maria José Fontelas Rosado-Nunes Maria José Fontelas Rosado-Nunes Maria Suzana de Stefano Menin Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo Marisa Bittar Marisa Cristina Vorraber Costa Mercedes Villa Cupolillo Nestor Luiz João Beck Nilda de Oliveira Bentes Nivaldo Alves de Souza Norberto Dallabrida Paulo Vinicius Bpatista da Silva Pedro Lima Vasconcellos Raul Aragão Martins. Remí Klein Remí Klein Ricardo Mariano Roberlei Panasiewicz Roberto Ervino Zwetsch Rodolfo Petrelli Rosália Maria Netto Prados Sandra de Fátima Pereira Tosta Sérgio de Araújo Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Silas Guerriero Silas Guerriero Sueli Teresinha de Abreu Bernardes Valmor da Silva Valmor da Silva Vera Rudge Werneck Vera Rudge Werneck Walmor de Oliveira Azevedo Zilda Gaspar Oliveira de Aquino Sem Informação Sem Informação Sem Informação 87 Orientadores/03 Sem Informação Maria Cristina Caetano Mateus Geraldo Xavier José Carlos Bertoni Priscila Kaufmann Corrêa Anísia de Paulo Figueiredo Nilza Donizetti Dias Ferreira Aline Pereira Lima Vanessa Carneiro Bonina Lima Magri José Luis Derisso Célia Marize Bundchen Adalgisa Regina Teixeira Roselí Blanck Iracildo Pereira Castro Cecília Hess Volmir Araldi Sergio Luis do Nascimento Robson Stigar Thalita Regina Garcia da Silva Rosangela Sturmer Valdir Cândido de Deus Cesar Alberto Ranquetat Júnior Wilian Ramos Marcos Gilton Barbosa Abreu Alane de Lucena Leal Maria de Lourdes Masiero Lamim Douglas Cabral Dantas Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa Cláudia Regina Tavares Cardoso Claudino Gilz Danise Cristiane rios Araújo Douglas Jeferson Menslin Edile Maria Fracaro Rodrigues Edilson Ribeiro Emerli Schlogl. Erlei Antonio Vieira Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Léo Marcelo Plantes Machado Liliana Cláudia Seehaber Marilac Loraine da Rosa Oleniki. Miguel Longhi Rivael de Jesus Nacimento Silvana Fortaleza dos Santos Vera Lúcia do Amaral Lurdes Fatima Polidoro Monica Amaral Melo Poyares Raimundo Márcio Mota de Castro Ederlaine Fernandes Braga Vicentina Mendes da Silva Santos Fernando Lothario da Roza Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz Marcos Suel Zanette Francisco de Assis Carvalho José Donizete de Souza Pedro Ruedell Terezinha Maria Mocellin 122 Orientados Tabela 35 – Orientando – Orientador 164 Segue a relação dos Orientadores e Orientandos do Doutorado sobre o Ensino Religioso: Teses Orientadas - Doutorado 02 01 Orientadores No. de pesquisadores Nestor João Luís Beck Alberto da Silva Moreira Antonio Chizzotti Antonio da Silva Pereira Brendan Coleman McDonald Cynthia Greive Veiga José J. Queiroz Lúcio Kreutz Luiz Cavaliere Bazílio Luiz Felipe Pondé Manfredo Carlos Wachs Manoel Campos Rodrigues Maria Clara L. Bingemer Maria Garcia Oneide Bobsin Paulo de Tarso Galembeck Roberto Antonio Daunis Vera Maria Ferrão Candau Wagner Teruel Wanda Deifelt 01 19 Tabela 36 – Teses - Orientador ORIENTADOR - Doutorado ORIENTANDO - Doutorado Alberto da Silva Moreira Antonio Chizzotti Antonio da Silva Pereira Brendan Coleman McDonald Cynthia Greive Veiga José J. Queiroz Lúcio Kreutz Luiz Cavaliere Bazílio Luiz Felipe Pondé Manfredo Carlos Wachs Manoel Campos Rodrigues Maria Clara L. Bingemer Maria Garcia Nestor João Luís Beck Nestor Luiz João Beck Oneide Bobsin Paulo de Tarso Galembeck Roberto Antonio Daunis Vera Maria Ferrão Candau Wagner Teruel Wanda Deifelt 21 Orientadores Marislei de Sousa Espídula Brasileiro Lurdes Caron Carmencita de Araújo Seffrin Michael Reinhard Maria Becker Renata Dumont Flecha Teresinha Maria Mocellin Pedro Rudell Cássia Maria Baptista de Oliveira Viviane Cristina Cândido Lourival José Martins Filho Eliton de Araujo Santos Mateus Geraldo Xavier Hédio Silva Júnior Lilian Blanck de Oliveira Laude Erandi Brandenburg Celma Christina Cruz da Rocha Irma Beatriz Araújo Kappel Gisela Isolde Waechter Streck Maristela Gomes de Souza Guedes Sonia Salete P. Assumpção Remi Klein 21 Orientados Tabela 37 – Orientador - Orientando b) Formação dos pesquisadores O mapeamento para identificar a formação dos Mestres e Doutores que 165 defenderam seus respectivos trabalhos em IES no Brasil foi realizado por meio do Currículo Lattes, entretanto não foi possível identificar o CV de todos estes pesquisadores, em consequência do não preenchimento completo deste instrumento ou mesmo a inexistência deste. Dos 122 Mestres, identificamos a graduação de 96. É necessário ressaltar que alguns destes possuem mais de um curso de bacharelado e/ou licenciatura, mas a pesquisa optou por registrar apenas o primeiro curso, ressaltando a formação dos identificados na área da Pedagogia, seguidos por Filosofia e Teologia. É compreensível pelo fato de que a pesquisa sobre a escola com a leitura do Ensino Religioso tenha promovido este interesse por parte de pedagogos e filósofos. Enquanto no campo da Teologia a formação religiosa tem produzido este estudo, não foi destaque os que possuem o curso de Ciências da Religião, é compreensível por ser uma formação restrita a instituições estaduais do ensino superior. Formação dos Mestres Graduação em Pedagogia Graduação em Filosofia Graduação em Teologia Graduação em História Graduação em Direito Graduação em Psicologia Graduação em Ciências da Religião Graduação em Ciências Sociais Graduação em Comunicação Social Graduação em Biologia Graduação em Administração de Empresa Graduação em Arquitetura e Urbanismo Graduação em Economia Graduação em Educação Artística Graduação em Letras Graduação em Serviço Social Graduação em Sociologia Graduação em Turismo 18 Cursos de Graduação Quantificação 35 16 12 06 04 04 03 03 03 02 01 01 01 01 01 01 01 01 96 Pesquisadores Tabela 38 – Formação - Graduação Dos 122 Mestres localizamos 27 Cursos de Especialização realizados por 69 dos pesquisadores no seu processo de formação, cursos na área da educação são os que possuem a maior incidência: Metodologia do Ensino Superior (08), Administração Escolar (06), Psicopedagogia (05), Currículo (03), Educação geral (03) e Didática (02). No campo do Ensino Religioso (07) e Ciências da Religião (08) são cursos que foram sendo ofertados a partir da LDB (9394/96). 166 Formação dos Mestres Quantificação Especialização Metodologia do Ensino Superior Especialização em Ciências da Religião Especialização em Ensino Religioso Especialização em Administração Escolar Especialização em Filosofia Especialização em Psicopedagogia Especialização em Currículo Especialização em Educação Especialização em Didática Especialização em Estudos dos Problemas brasileiros Especialização em Administração de Pessoal Especialização em Alfabetização Especialização em Bioética Especialização em Educação Cristã Especialização em Filosofia da Religião Especialização em Gestão Estratégica Especialização em História Especialização em História da África Especialização em Interdisciplinaridade Especialização em Língua Portuguesa Especialização em Magistério do Ensino Fundamental Especialização em Orientação Educacional Especialização em Psicodrama Especialização em Qualidade Total Especialização em Supervisão Especialização em Teologia Especialização História da América Latina 27 Cursos de Especialização 08 08 07 06 06 05 03 03 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 65 Pesquisadores Tabela 39 – Especialização A pesquisa no CV permitiu localizar que os 122 Mestres estão distribuídos em 13 programas de Mestrado, mapeamos 120 Mestres, 02 não foi possível registrar o programa específico. Programas Antropologia Social Ciências Sociais Comunicação e Educação Filologia e Língua Portuguesa Gênero História e Filosofia da Educação Psicologia Sociologia e Antropologia Direito Semiótica, Tecnológicas de Informação e Educação Teologia Ciências da Religião Educação 13 Programas Identificados Tabela 40 – Formação – Mestre Dissertações 01 01 01 01 01 01 01 01 02 02 17 34 57 120 Dissertações 167 O perfil de formação dos que defenderam a sua respectiva Tese foi a seguinte, dos 21 Doutores, no campo com maior incidência da graduação foi a Filosofia. Formação Acadêmica Doutores Graduação em Filosofia Graduação em Enfermagem Graduação em História Graduação em Letras Graduação em Teologia 05 Cursos de Graduação 05 01 01 01 02 10 pesquisadores Tabela 41 – Formação – Doutor Entre os 10 cursos de especialização localizados nos CV 12 Doutores, com a formação no campo educacional assumindo um destaque relevante. Formação Acadêmica Especialização em Alfabetização Especialização em Ensino Religioso Especialização em Administração Escolar Especialização em Capelania Hospitalar Especialização em Educação Cristã Especialização em Educação Pré-escolar Especialização em Ensino Fundamental Especialização em Língua Portuguesa Especialização em Literatura Brasileira Especialização em Planejamento Educacional 10 Cursos de Especialização Doutores 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 12 Pesquisadores Tabela 42 – Formação Os programas de Mestrado com efetiva participação destes Doutores foram o de Educação (05) e Teologia (06), conseguimos detectar de 16 pesquisadores. Formação Acadêmica Mestrado em Educação Mestrado em Teologia Mestrado em Ciências da Religião Mestrado em Direito Mestrado em Enfermagem Mestrado em Estudos Linguísticos Mestrado em Psicologia 07 Programas Doutores 05 06 01 01 01 01 01 16 Pesquisadores Tabela 43 – Formação 168 + ARTIGOS EM EVENTOS CIENTÍFICOS a) Relação Produto/Pesquisador Entre os três blocos de eventos foram localizados entre autores e co-autores 341 pesquisadores, identificados 458 trabalhos apresentados em eventos (62 ED / 89 TE/CR – 300/ER), alguns destes de fato apresentam sistematicamente suas pesquisas nacionalmente, pois é importante identificar que alguns autores se encontram vinculados a grupos de pesquisas, outros autores resumem suas apresentações às exigências dos Programas de Pós-Graduação, assim como as apresentações endógenas limitadas a seus espaços institucionais. O que poderemos verificar nas tabelas seguintes. A primeira apresenta os valores absolutos, ou seja, a soma dos artigos de cada pesquisador nas três áreas de eventos. Posteriormente apresentaremos uma tabela por cada tipo de evento, inserindo gráficos, para apresentar a representatividade dos principais autores da área. Número de autores 01 02 01 01 01 01 03 01 03 07 03 07 11 43 Autores Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Remí Klein - Manfredo Carlos Wachs Henri Luiz Fuchs Lilian Blanck de Oliveira Laude Erandi Brandenburg Simone Riske Koch Claudino Gilz - Silvana Fortaleza dos Santos - Viviane Cristina Cândido Marcos André Scussel Edile Maria Fracaro Rodrigues - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Francisca Helena Cunha Daneliczen Léo Marcelo Plantes Machado - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Dolores Henn Fontanive - Lurdes Caron - Gisela Isolde Waechter Streck - Iuri Andréas Reblin Marilac Loraine da Rosa Olenik Barbara Raquel do Prado Gimenez - Emerli Schlögl - Elcio Cecchetti Danise Cristiane Rios - Afonso Maria Ligório Soares - Edson Ponick - Márcio Hoff Maria José Torres Holmes - Marlon Leandro Schock - Talita Bender Teixeira Kleberson Massaro Rodrigues - Amauri Carlos Ferreira - Robson Stigar - Anneliese Pikart - Darcy Cordeiro – Lourival José Martins Filho - Maria do Socorro de Oliveira Mariane do Rocio Peters Kravice - - Silvia Cristina Hack Alves - Valério Guilherme Schaper - Anísia de Paulo Figueiredo Andréa Carla Agnes e Silva Pinto - Claudia Kluck - Célia Smarjassi - Eunice Simões Lins Gomes - Everaldo Cescon - Liliana Claudia Seehaber - Wilian Ramos Marcos Jacirema Maria Thimoteo dos Santos - Rachel de Morais Borges Perobelli - Sonia Regina Lyra - Adecir Pozzer - Adilson Schultz - Álvaro Baso - - Araceli Sobreira Benevides - Carlos Odilon da Costa - Claudete Beise Ulrich - - Cledes Markus Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse - Douglas Jeferson Menslin - Érica Emilia Rodrigues Machida - Eronides Rodrigues de Freitas Silva - Eusa Reynaldo da Silva Evaldo Luis Pauly - Evanor Daniel de Castro - Gisele Mazzarollo - Giseli do Prado Siqueira - Ires Lausmann Klein - Júlio César de Lima- JussaraWilborn Griebeler Lilian Conceição da Silva Pesosa de Lira - – Maria Inês Carniato - Marielle de Souza Vianna - Oneide Bobsin - Raimundo Márcio Mota de Castro - Rosangela Stürmer Sandra Michelluzzi Biazotto - Sonia de Itoz - - Viviane Lontra Teixeira Nunes Número de artigos publicado por cada autor 48 22 16 13 11 10 09 08 07 05 06 04 03 02 169 265 Adriana do Carmo Correa Fontes - Adriana Regina de Jesus Santos - Bonifácio Solak - Carolina do Rocio Nizer - Cesar Augusto Castro - Cezar de Alencar Arnaut de Toledo - Dilmeire Sant’Anna Ramos Vogerau - Erlei Antonio Vieira - Hilário Inácio Bohn - Ildemar Kunitz - Lígia de Souza Junqueira - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz Antônio Cunha - Lyndon de Araújo Santos - Celma Christina Rocha - Mara Regina Martins Jacomelli - Marco Aurélio Corrêa Martins - Maria Cecília M. NN. Giovanella Mariane do Rocio -Peters Kravice - Maristela Gomes de Souza Guedes - Marly Ferreira Holanda Ramos - Circe Mara Marques - Milena Aparecida Almeida Candiá Norma Edith Ben Altabef. - Patrícia Lopes Fernandes - Raimundo Márcio Mota de Castro - Remí Klein - Renata Dumont Flecha - Rodrigo Augusto de Souza - Rodrigo Mota Narcizo - Romilda Teodora Ens - Sandra Mara de Oliveira - Eli Benincá - Erma Klein - Sonia Aparecida de Nogueira - Tânia Conceição Iglesias do Amaral - Thalita Folmann da Silva - Wilson José Vieira - Adriana Campos - Ana Cândida Vieira Henriques - Ana Maria Coutinho de Sales - Anderson Cavalcante Viana Filho Anderson de Freitas Barros - Irena Pletsch Heinrich -Antonio Francisco da Silva Elenice Revers - Antônio Lopes Ribeiro - Antonio Maspoli de Araújo Gomes - Azimar dos Santos Soares Júnior - Claudiana Soares da Costa - Diego Messias da Silva Djanna Zita Fontanive - Edgley Cassiano Delgado - Edith Gonzalez - Eduardo Basto de Albuquerque - Elson Oliveira Souza - Eulálio Figueira - Fábia da Costa Leite Rodriguez - Fabiana Cristina da Conceição - Flawbert Farias Guedes Pinheiro Francisca Helena Cunha Daneliczen - Erica Eloni Weber Stroher - Giovanna Cristina Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Isabel Cristina Piccinelli Dissenha - João Everton Cruz - Jorge Claudio Ribeiro - José Carlos Calazans - Léo Marcelo Plantes Machado - Marcos André Scussel - Marcos Rodrigues da Silva - Maria Azimar Fernandes e Silva - Maria Cristina Mariante Guarnieri - Maria Eliane Azevedo da Silva - Maria José Torres Holmes - Marília de Franceschi Neto Domingos - Marislei Espíndula Brasileiro - Miguel Longhi - Neide Miele - Pedro Miguel Almeida - Péricles Andrade - Rafael Rodrigues da Silva - Therezinha Motta Lima da Cruz - Rivael de Jesus do Nacimento - Ronald Alves Nunes - Selma de Sousa Brito - Sérgio Barbosa Rodrigues - Sérgio Ricardo Coutinho Santos - Sônia Maria Teles Teixeira - Sylvio Fausto Gil Filho - Tarcísio Wickert - Teseinha Maria Mocellin - Thiago A. Avellar de Aquino - Vera Lúcia Lins Sant’anna - Vera Lúcia Oliveira Neiss - Verioni Ribeiro Bastos - Vicente Paulo Alves - Viviane Lontra Teixeira - William César Andrade Adriana de Campos - Airton Gomes Teixeira - Alberto da Silva Moreira - Alessandro Cesar Bigheto - Aline Branquinho Silva - Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia Ana Lúcia Parada Baptista - Ana Paula Rodrigues Cavalcanti - Anaxsuell Fernando da Silva - Anderson Ferreira Costa - Andréa de Oliveira Queiroz - Andréa Gomes Cardoso - Andreza Silva Souza - Ângela Maria Ribeiro Holanda - Augusto Betzch Benedita Aguiar Ferreira - Bruno Ferreira da Costa - Carla Rosane Silveira Garcia – Cláudio de Souza -Daniel Bueno da Silveira - Daniel Torquato Fonseca de Lima Daniela Hack - - Denise Hinnah de Almeira - Diane Marcy de Brito Marinho - Diego Moraes Batista - Diná Raquel Daudt da Costa - Djanna Zita Fontanive - Dora Incontri - Edilson Ribeiro - Ednilza Alves Cabral da Silva - Eduardo Paiva dos Santos Eliana Aparecida Lopes Gagg - Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas - Eline de Oliveira Campos - Elisabeth Zisssis Gersos - Elisama Sara Souto de Almeida - Elisângela Pereira Machado - Eliseu Roque do Espírito Santo - Ellen M. Dallmann - Eninéia Maria de Almeida - Erica Ströher - Erlei Antonio Vieira - Eronildes Schultz Souza Estevão Domingos de Oliveira Neto - Euclésio Rambo - Euclides Marchi - Éverson Dummer - Fábio Augusto Darius - Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa Francisco Aparecido Cordão - Francisco Melquiades Falcão Leal - Gilberto Luiz Ludwig - Giovanna Cristina Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Graziela Rinaldi da Rosa - Gundula Schievelbein - Ieda Zimmermann Port - Iglê Moura Paz Ribeiro - Inês Alves Lourenço - Ione Fiorini Thomé - Iria Markus Schmidt - Isabel Cristina de Moura Dorn - Ivoni Anselmo - Ivonildes da Silva Fonseca - Izabel Moura Dorn - Janaina Hubner - Jaqueline R. Bezerra Galiza - Jesse Felipe de Almeida Joachim Andrade - João Henrique dos Santos - João Marcelo Rodrigues Silva - Joel Luís Dumke - Joel Spcart - Paulo Francisco Júnior - Joelma Brandi - Jonas Roos José Damião Limeira - José Deon - Josefa Vênus de Amorim - Josely de Moraes Antonio – Kalil de Oliveira - Karin Wondracek - Lara Sayão Lobato Andrade Ferraz Leomar Antônio Brustolin - Liana Plentz Marquardt - Loreni Maria Machado - Luciana Andreis - Luciane Marina Zimernan - Luis Carlos de Lima Pacheco - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz João Firmino - Marceli Porn Steffens - Márcia E. L. da Paixão Marcos Augusto Armange - Marcos Rodrigues da Silva - Margarete Vill de Souza Margarida Manke Bento - Mari Lúcia de Freitas Lucena - Maria Azimar Fernandes e Silva - Maria Cristina Alves de Pontes - Maria Cristina Rieth - Maria de Fátima Canindé Silva da Fonseca - Maria de Fátima Magalhães Mariani - Maria do Socorro Batista Martins - Maria do Socorro Ieião Bezerra Martins - Maria Lina Rodrigues de Jesus - Maria Luiza V. Kepler - Maria Marta Martins da Silva - Marilena Rodrigues Abud - Marinilson Barbosa da Silva - Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Maurício Sales de Almeida - Michelle de Kássia Fonseca Barbosa - Mirian Matulio de Souza - Mirian Rejane Flores Cerverira - Natasja Weena Cabral Pontes - Neide da Silva Paiva - Neide Márcia Scheffer de Oliveira - Neide Miele - Nilva Windmoller 01 170 Brendler - Nilza Bernardes Santiago - Núbia Berny Mauch - Osmarina Ercídia de Almeida - Oswaldo Vianna Junior - Paula Maria Fernandes da Silva - Raquel Miranda de Oliveira - Raul Wagner - René Simonato Sant’ana - Rodinei Baldinot - Rodrigo Oliveira dos Santos - Rosa Cássia Trindade - Rosângela da Silva Gomes - Rosanilda Kich - Rosário de Fátima Silva - Roseana Viebrante - Roseana Viebrantz – Samir Araujo Casseb - Sandro Luckmann - Sergio Portella - Siéllysson Francisco da Silva Simone Fusinato Rezende - Solange de Araújo Severino - Sonia Maria Dias - Sonia Maria Silveira - Soraya Heinrich Eberle - Sunamita Araújo Pereira - Susana Maria Zimmer - Suzan Alberton Pozzer - Tânia Cristina Markus -Teresinha Maria Mocellin Teresinha Zanella - Thomé Eliziário Tavares Filho - Valmir Biaca - Vera Janete Winkelmann - Vera Lúcia do Amaral - Veroni Teresinha Medeiros - Verônica Luisa Dhein - Vicente Paulo Alves - Vicentina Jacques Binello - Vítor Lins Oliveira Wanderley José de Faria - Willian Kaizer de Oliveira - Wilma B. Borges de Macedo Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres Tabela 44 - Autores + Autores da área de educação Qtdade. Autores Trabalhos Publicados ÁREA DE EDUCAÇÃO Nomes 01 03 02 05 Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Claudino Gilz - Edile Maria Fracaro Rodrigues - Lílian Blanck de Oliveira Léo Marcelo Plantes Machado - Marilac Loraine da Rosa Olenik Barbara Raquel do Prado Gimenez - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Kleberson Massaro Rodrigues - Silvana Fortaleza dos Santos Viviane Cristina Cândido Andréa Carla Agnes e Silva Pinto - Claudia Kluck - Danise Cristiane Rios Araújo - Emerli Schlögl Adriana do Carmo Correa Fontes - Adriana Regina de Jesus Santos - Bonifácio Solak Carolina do Rocio Nizer - Cesar Augusto Castro - Cezar de Alencar Arnaut de Toledo Dilmeire Sant’Anna Ramos Vogerau - Erlei Antonio Vieira - Hilário Inácio Bohn - Laude Erandi Brandenburg - Lígia de Souza Junqueira - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz Antônio Cunha - Lyndon de Araújo Santos - Manfredo Carlos Wachs - Mara Regina Martins Jacomelli - Marco Aurélio Corrêa Martins - Maria Cecília M. NN. Giovanella - Mariane do Rocio -Peters Kravice - Maristela Gomes de Souza Guedes - Marly Ferreira Holanda Ramos - Milena Aparecida Almeida Candiá - Norma Edith Ben Altabef. - Patrícia Lopes Fernandes Raimundo Márcio Mota de Castro - Remí Klein - Renata Dumont Flecha - Rodrigo Augusto de Souza - Rodrigo Mota Narcizo - Romilda Teodora Ens - Sandra Mara de Oliveira Simone Riske Koch - Sonia Aparecida de Nogueira - Tânia Conceição Iglesias do Amaral Thalita Folmann da Silva - Wilson José Vieira 04 37 23 05 04 03 02 01 Tabela 45 – Educação Ao analisar os trabalhos publicados, foram localizados entre autores e coautores 53 pesquisadores. Como forma de valorar as contribuições, sinteticamente apresenta-se abaixo um ranking de autores e número de publicações, esta é uma forma de compreender a distribuição nacional da pesquisa. 171 01 01 04 03 14 61 Trabalhos Publicados Qtdade. Autores ÁREA DE Teologia/Ciências da Religião Nomes Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Lilian Blanck de Oliveira Afonso Maria Ligório Soares - Emerli Schlogl - Viviane Cristina Cândido - Simone Riske Koch Amauri Carlos Ferreira - Silvana Fortaleza dos Santos - Robson Stigar Célia Smarjassi - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Claudia Regina Tavares Cardoso - Claudino Gilz Dolores Henn Fontanive - Edile Maria Fracaro Rodrigues - Elcio Cecchetti - Eunice Simões Lins Gomes - Everaldo Cescon - Liliana Claudia Seehaber - Wilian Ramos Marcos - Jacirema Maria Thimoteo dos Santos - Rachel de Morais Borges Perobelli - Sonia Regina Lyra Adriana Campos - Ana Cândida Vieira Henriques - Ana Maria Coutinho de Sales - Anderson Cavalcante Viana Filho - Anderson de Freitas Barros - Antonio Francisco da Silva - Antônio Lopes Ribeiro - Antonio Maspoli de Araújo Gomes - Azimar dos Santos Soares Júnior - Claudiana Soares da Costa - Danise Cristiane Rios - Diego Messias da Silva - Djanna Zita Fontanive - Edgley Cassiano Delgado - Edith Gonzalez - Eduardo Basto de Albuquerque - Elson Oliveira Souza - Eulálio Figueira - Fábia da Costa Leite Rodriguez - Fabiana Cristina da Conceição - Flawbert Farias Guedes Pinheiro - Francisca Helena Cunha Daneliczen - Giovanna Cristina Januário Alves - Gracileide Alves da Silva - Isabel Cristina Piccinelli Dissenha - João Everton Cruz - Jorge Claudio Ribeiro - José Carlos Calazans - Léo Marcelo Plantes Machado - Marcos André Scussel - Marcos Rodrigues da Silva - Maria Azimar Fernandes e Silva - Maria Cristina Mariante Guarnieri - Maria Eliane Azevedo da Silva - Maria José Torres Holmes Marília de Franceschi Neto Domingos - Marislei Espíndula Brasileiro - Miguel Longhi - Neide Miele Pedro Miguel Almeida - Péricles Andrade - Rafael Rodrigues da Silva - Remí Klein - Rivael de Jesus do Nacimento - Ronald Alves Nunes - Samir Araujo Casseb - Selma de Sousa Brito - Sérgio Barbosa Rodrigues - Sérgio Ricardo Coutinho Santos - Sônia Maria Teles Teixeira - Sylvio Fausto Gil Filho Tarcísio Wickert - Teseinha Maria Mocellin - Thiago A. Avellar de Aquino - Vera Lúcia Lins Sant’anna Vera Lúcia Oliveira Neiss - Verioni Ribeiro Bastos - Vicente Paulo Alves - Viviane Lontra Teixeira William César Andrade - Luana Andressa Freitas Ribeiro Peres 15 06 04 03 02 01 Tabela 46 – Teologia/ Ciência da Religião +Autores da área de Ensino Religioso 01 01 01 02 01 01 04 06 13 34 Nomes Remí Klein Manfredo Carlos Wachs Henri Luiz Fuchs Laude Erandi Brandenburg - Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Marcos André Scussel Francisca Helena Cunha Daneliczen Lurdes Caron - Gisela Isolde Waechter Streck - Iuri Andréas Reblin - Simone Riske Koch Edson Ponick - Elcio Cecchetti - Márcio Hoff - Maria José Torres Holmes - Marlon Lenadro Schock Talita Bender Teixeira Anneliese Pikart - Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa - Cesar Alberto Ranquetat Júnior - Darcy Cordeiro - Dolores Henn Fontanive – Lourival José Martins Filho - Maria do Socorro de Oliveira Mariane do Rocio Peters Kravice - Silvana Fortaleza dos Santos - Silvia Cristina Hack Alves - Valério Guilherme Schaper Adecir Pozzer - Adilson Schultz - Álvaro Baso - Anísia de Paulo Figueiredo - Araceli Sobreira Benevides - Carlos Odilon da Costa - Claudete Beise Ulrich - Cláudia Regina Tavares Cardoso - Claudino Giz Cledes Markus - Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse - Douglas Jeferson Menslin - Érica Emilia Rodrigues Machida - Eronides Rodrigues de Freitas Silva - Eusa Reynaldo da Silva - Evaldo Luis Pauly - Evanor Daniel de Castro - Gisele Mazzarollo - Giseli do Prado Siqueira - Ires Lausmann Klein - Júlio César de Lima- JussaraWilborn Griebeler - Lilian Conceição da Silva Pesosa de Lira - Lilian Blanck de Oliveira – Maria Inês Carniato - Marielle de Souza Vianna - Oneide Bobsin - Raimundo Márcio Mota de Trabalhos Publicados Qtdade. Autores ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO 21 21 16 10 08 07 05 04 03 02 172 156 Trabalhos Publicados Qtdade. Autores ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO Nomes Castro - Rosangela Stürmer - Sandra Michelluzzi Biazotto - Sonia de Itoz - Viviane Cristiane Cândido Viviane Lontra Teixeira Nunes Adriana de Campos - Airton Gomes Teixeira - Alberto da Silva Moreira - Alessandro Cesar Bigheto Aline Branquinho Silva - Ana Ericka Sobral Chrispim Pereira Cínthia - Ana Lúcia Parada Baptista - Ana Paula Rodrigues Cavalcanti - Anaxsuell Fernando da Silva - Anderson Ferreira Costa - Andréa de Oliveira Queiroz - Andréa Gomes Cardoso - Andreza Silva Souza - Ângela Maria Ribeiro Holanda Augusto Betzch - Benedita Aguiar Ferreira - Bruno Ferreira da Costa - Carla Rosane Silveira Garcia – Cláudio de Souza -Daniel Bueno da Silveira - Daniel Torquato Fonseca de Lima - Daniela Hack Danise Cristiane Rios Araújo - Denise Hinnah de Almeira - Diane Marcy de Brito Marinho - Diego Moraes Batista - Diná Raquel Daudt da Costa - Djanna Zita Fontanive - Dora Incontri - Edilson Ribeiro Ednilza Alves Cabral da Silva - Eduardo Paiva dos Santos Eliana Aparecida Lopes Gagg - Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas - Eline de Oliveira Campos - Elisabeth Zisssis Gersos - Elisama Sara Souto de Almeida - Elisângela Pereira Machado - Eliseu Roque do Espírito Santo - Ellen M. Dallmann Emerli Schlögl - Eninéia Maria de Almeida - Erica Ströher - Erlei Antonio Vieira - Eronildes Schultz Souza - Estevão Domingos de Oliveira Neto - Euclésio Rambo - Euclides Marchi - Éverson Dummer Fábio Augusto Darius - Francisca Roseane Franco Ribeiro de Sousa - Francisco Aparecido Cordão Francisco Melquiades Falcão Leal - Gilberto Luiz Ludwig - Giovanna Cristina Januário Alves Gracileide Alves da Silva - Graziela Rinaldi da Rosa - Gundula Schievelbein - Ieda Zimmermann Port Iglê Moura Paz Ribeiro - Inês Alves Lourenço - Ione Fiorini Thomé - Iria Markus Schmidt - Isabel Cristina de Moura Dorn - Ivoni Anselmo - Ivonildes da Silva Fonseca - Izabel Moura Dorn - Janaina Hubner - Jaqueline R. Bezerra Galiza - Jesse Felipe de Almeida - Joachim Andrade - João Henrique dos Santos - João Marcelo Rodrigues Silva - Joel Luís Dumke - Joel Spcart - Paulo Francisco Júnior Joelma Brandi - Jonas Roos - José Damião Limeira - José Deon - Josefa Vênus de Amorim - Josely de Moraes Antonio – Kalil de Oliveira - Karin Wondracek - Lara Sayão Lobato Andrade Ferraz - Leomar Antônio Brustolin - Liana Plentz Marquardt - Loreni Maria Machado - Luciana Andreis - Luciane Marina Zimernan - Luis Carlos de Lima Pacheco - Luiz Alberto Sousa Alves - Luiz João Firmino - Marceli Porn Steffens - Márcia E. L. da Paixão - Marcos Augusto Armange - Marcos Rodrigues da Silva - Margarete Vill de Souza - Margarida Manke Bento - Mari Lúcia de Freitas Lucena - Maria Azimar Fernandes e Silva - Maria Cristina Alves de Pontes - Maria Cristina Rieth - Maria de Fátima Canindé Silva da Fonseca - Maria de Fátima Magalhães Mariani - Maria do Socorro Batista Martins - Maria do Socorro Ieião Bezerra Martins - Maria Lina Rodrigues de Jesus - Maria Luiza V. Kepler - Maria Marta Martins da Silva - Marilac Loraine R. Oleniki - Marilena Rodrigues Abud - Marinilson Barbosa da Silva - Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro - Maurício Sales de Almeida - Michelle de Kássia Fonseca Barbosa - Mirian Matulio de Souza - Mirian Rejane Flores Cerverira - Natasja Weena Cabral Pontes - Neide da Silva Paiva - Neide Márcia Scheffer de Oliveira - Neide Miele - Nilva Windmoller Brendler - Nilza Bernardes Santiago - Núbia Berny Mauch - Osmarina Ercídia de Almeida - Oswaldo Vianna Junior - Paula Maria Fernandes da Silva - Raquel Miranda de Oliveira - Raul Wagner - René Simonato Sant’ana - Rodinei Baldinot - Rodrigo Oliveira dos Santos - Rosa Cássia Trindade - Rosângela da Silva Gomes - Rosanilda Kich - Rosário de Fátima Silva - Roseana Viebrante - Roseana Viebrantz - Sandro Luckmann - Sergio Portella - Siéllysson Francisco da Silva - Simone Fusinato Rezende - Solange de Araújo Severino Sonia Maria Dias - Sonia Maria Silveira - Soraya Heinrich Eberle - Sunamita Araújo Pereira - Susana Maria Zimmer - Suzan Alberton Pozzer - Tânia Cristina Markus -Teresinha Maria Mocellin - Teresinha Zanella - Thomé Eliziário Tavares Filho - Valmir Biaca - Vera Janete Winkelmann - Vera Lúcia do Amaral - Veroni Teresinha Medeiros - Verônica Luisa Dhein - Vicente Paulo Alves - Vicentina Jacques Binello - Vítor Lins Oliveira - Wanderley José de Faria - Willian Kaizer de Oliveira - Wilma B. Borges de Macedo 01 Tabela 47 – Ensino Religioso b) Formação dos pesquisadores A partir da compreensão da leitura dos pesquisadores percebemos que o mapa da formação é o seguinte no campo da graduação: área de educação (63), filosofia (35) e ciências da religião (17). Com a especialização temos no campo da 173 educação (32); Ensino Religioso (24); administração escolar (20); ciências da religião (14). Enquanto no Mestrado os três programas localizados são: Educação (54), Ciências da Religião (32) e Teologia (29), enquanto nos programas de Doutorado são Teologia (18), Ciências da Religião (11) e Educação (11). O mapeamento dos autores confirma que os pesquisadores são oriundos da Educação, Teologia e Ciências da Religião, mas encontramos pesquisadores com formação na filosofia, história, Direito e Ciências Sociais e outras áreas em menor incidência, motivados por temáticas tangenciais a questão do Ensino Religioso. 174 + ARTIGOS EM PERIÓDICOS CIENTÍFICOS a) Autor/Produção Na análise encontramos 93 autores e coautores, sendo 53 autoras e 40 autores, a relação entre Autor e artigos produzidos assim estão distribuídos: Artigos produzidos 37 07 06 04 03 02 01 Autores Sérgio Junqueira Edile Maria Fracaro Rodrigues Luiz Antonio Cunha Claudino Gilz Emerli Schlögl Lílian Blanck de Oliveira Luiz Alberto Sousa Alves Lurdes Caron Remí Klein Robson Stigar Ângela Maria Ribeiro Holanda Cláudia Regina Tavares Cardoso Adkins Emerson Giumbelli Lurdes de Fátima Polidoro Sylvio Fausto Gil Filho Viviane Cristina Cândido Afonso Maria Ligorio Soares Alessandro Cesar Bigheto Ana Marie Cavaliere Anísia de Paulo Figueiredo Carlos Roberto Jamil Cury Cesar Ranquetat Junior Dora Incontri Erlei Antonio Vieira Gisela I. W. Streck Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Janayna de Alencar Lui Laude Erandi Brandenburg Leo Marcelo Plantes Machado Liliana C. Seehaber Marilac da Rosa Olenik Rachel de Morais Borges Perobelli Sérgio Barbosa Rodrigues Ademildo Kuhn Alberto da Silva Moreira Antonio Boeing Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa Célio Borja Celma Christina Cruz da Rocha Daniela Patti do Amaral Daniela Viana Leal Débora Toniolo Rau Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau Domenico Costella Douglas Cabral Dantas Douglas Jeferson Menslin Edlaine de Campos Gomes Ednilson Turozi de Oliveira Eliane Moura da Silva Eulálio Figueira Evaldo Luis Pauly Geraldo José de Paiva Gilson Marcos da Silva2 Henri Luiz Fuchs Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado No. de pesquisadores 01 01 01 07 06 17 60 175 Irma Beatriz Araújo Kappel Janaína Camilo Jordanna Castelo Branco José Antônio Lucas Guimarães José Carlos Bertoni José Vaidergorn Josias Rafael Wagner Juliana de Mello labor Karina Kosicki Bellotti Leá Marcondes Lidia Kadlubitski Lidiane Fatima Grützmann Carneiro3 Luis José de Oliveira Geraldes Luiz Guilherme Braga Luzia Sena Maria Amélia Schmidt Dickie Maria Celina de Queirós Cabrera Nasser Maria Eliane Azevedo da Silva Maria Judith Sucupira da Costa Lins Marili Bassini Marília De Franceschi Neto Domingos Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Miguel Longhi Neuza Alves Nascimento Patrícia Corsino Rosa Lydia Teixeira Corrêa3 Rosane Andrade Torquato Roseli Fischmann Sandra de Sá Carneiro Sergio Luis do Nascimento Simone Riske-Koch Suzana dos Santos Gomes Teofilo Bacha Filho Vera Lúcia do Amaral Vicente Paulo Alves Viviane Mayer Daldegan Wander Moreira da Costa Wolfgang Gruen Tabela 48 a - Autores Artigos produzidos 37 07 06 04 03 02 Autores Sérgio Junqueira Edile Maria Fracaro Rodrigues Luiz Antonio Cunha Alessandro Cesar Bigheto Claudino Gilz Dora Incontri Emerli Schlögl Emerson Giumbelli Lílian Blanck de Oliveira Luiz Alberto Sousa Alves Lurdes Caron Remí Klein Robson Stigar Ângela Maria Ribeiro Holanda Cláudia Regina Tavares Cardoso Adkins Lurdes de Fátima Polidoro Sylvio Fausto Gil Filho Viviane Cristina Cândido Afonso Maria Ligorio Soares Ana Marie Cavaliere Anísia de Paulo Figueiredo Carlos Roberto Jamil Cury Cesar Ranquetat Junior Erlei Antonio Vieira Gisela I. W. Streck No. de pesquisadores 01 01 01 10 05 15 176 01 Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Janayna de Alencar Lui Laude Erandi Brandenburg Leo Marcelo Plantes Machado Liliana C. Seehaber Marilac da Rosa Olenik Rachel de Morais Borges Perobelli Sérgio Barbosa Rodrigues Ademildo Kuhn Alberto da Silva Moreira Antonio Boeing Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa Célio Borja Celma Christina Cruz da Rocha Daniela Patti do Amaral Daniela Viana Leal Débora Toniolo Rau Dilmeire Sant’Anna Ramos Vosgerau Domenico Costella Douglas Cabral Dantas Douglas Jeferson Menslin Edlaine de Campos Gomes Ednilson Turozi de Oliveira Eliane Moura da Silva Eulálio Figueira Evaldo Luis Pauly Geraldo José de Paiva Gilson Marcos da Silva2 Henri Luiz Fuchs Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado Irma Beatriz Araújo Kappel Janaína Camilo Jordanna Castelo Branco José Antônio Lucas Guimarães José Carlos Bertoni José Vaidergorn Josias Rafael Wagner Juliana de Mello labor Karina Kosicki Bellotti Leá Marcondes Lidia Kadlubitski Lidiane Fatima Grützmann Carneiro3 Luis José de Oliveira Geraldes Luiz Guilherme Braga Luzia Sena Maria Amélia Schmidt Dickie Maria Celina de Queirós Cabrera Nasser Maria Eliane Azevedo da Silva Maria Judith Sucupira da Costa Lins Marili Bassini Marília De Franceschi Neto Domingos Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Miguel Longhi Neuza Alves Nascimento Patrícia Corsino Rosa Lydia Teixeira Corrêa3 Rosane Andrade Torquato Roseli Fischmann Sandra de Sá Carneiro Sergio Luis do Nascimento Simone Riske-Koch Suzana dos Santos Gomes Teofilo Bacha Filho Vera Lúcia do Amaral Vicente Paulo Alves Viviane Mayer Daldegan Wander Moreira da Costa Wolfgang Gruen Tabela 48 b - Autores 60 177 b) Formação dos pesquisadores Dos 90 autores e co-autores que publicaram 129 artigos localizados sobre o Ensino Religioso em periódicos científicos no período de 1995 a 2010, 10 currículos não foram localizados. Os demais, no que diz respeito à caracterização do perfil dos (as) autores, quanto à formação acadêmica, identificou-se: - Graduação (alguns autores tinham mais de uma graduação, foram considerados apenas a primeira graduação) com 80 professores distribuídos nas seguintes graduações localizadas foram: Pedagogia (26 autores); Filosofia (16 autores); Teologia (09 autores); Ciências Sociais (04); Letras (03); História (03); Direito (03); Educação Artística (02); Ciências da Religião (02); Arquitetura e Urbanismo (02); Turismo (01); Superior da Formação de professores (01); Sociologia (01); Psicologia (01); Informática (01); Geografia (01); Enfermagem (01); Comunicação Social (01); Ciências Biológicas (01) e Biblioteconomia (01). - Especialização: (alguns autores tinham mais de uma especialização, foram considerados apenas o primeiro curso), foram localizados 48 professores com cursos de especialização nas seguintes áreas: Ensino Religioso Ensino Superior Educação Infantil Sociologia Planejamento e Avaliação Educacional Catequética Administração Escolar Língua Portuguesa Terapia Corporal Teórico-prática em Comunicação Social Teologia Tecnologias Educacionais Supervisão Pedagógica Sistema de Informação Psicopedagogia Planejamento Urbano e Habitacional Pensamento Contemporâneo Missiologia Metodologia do Ensino Fundamental Literatura História e Sociologia História Gestão Educacional Gerência e Tecnologia de Qualidade Geografia Filosofia Educação Cristã Currículo Capelania Hospitalar Bioética 06 04 03 02 02 02 02 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 01 178 Assessores de Jovens Arte e Educação Antropologia Social Administração de Pessoa 01 01 01 01 Tabela 49 – Formação - Para o Mestrado foram localizados 69 professores com mestrado nas seguintes áreas: Educação Teologia Ciência da Religião História Antropologia Social Sociologia e Antropologia Ciências Sociais Psicologia Linguística Geografia Filosofia Enfermagem 34 12 06 04 03 03 02 01 01 01 01 01 Tabela 50 – Formação - Com o Doutorado foram localizados 42 professores com doutorado nas seguintes áreas: Educação Ciência da Religião Teologia História Antropologia Social Filosofia Sociologia e Antropologia Sociologia Psicologia Linguística Ciências Sociais 14 08 06 03 03 02 02 01 01 01 01 Tabela 51 – Formação - Para o Pós-doutorado foram localizados 14 professores com Pós-Doutorado: Educação Teologia História Sociologia Psicologia Geografia Filosofia Ciência da Religião Antropologia 04 02 02 01 01 01 01 01 01 Tabela 52 – Formação 179 - Para a Livre-Docência foram localizados 04 professores com Livre Docência: Ciência da Religião Educação Psicologia Teologia 01 01 01 01 Tabela 53- Formação 180 + LIVROS a) Relação Autor/produto Quanto aos temas de interesse, evidenciou-se em sua maioria que os (as) autores (as) são voltados para: educação, Ensino Religioso, livro didático, virtudes, valores humanos e religiosos, ciências da religião e educação confessional, cultura escolar, fundamentos, diretrizes e metodologia do Ensino Religioso, diversidade religiosa, transdisciplinaridade, diálogo inter-religioso, identidades, sociabilidades e políticas sociais, teologia, pentecostalismo, sociologia da religião e igreja, diversidades histórico-culturais e direitos humanos; culturas, ciência e desenvolvimento; currículo; formação inicial e continuada de professores, práxis docente e relação Teologia e Pedagogia. Autores e/ou Co/Autores Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Laude Erandi Brandenburg Lilian Blanck de Oliveira Manfredo Carlos Wachs Remi Klein Henri Luiz Fuchs Anísia de Paulo Figueiredo Elcio Cecchetti João Décio Passos Luiz Alberto Sousa Alves Debora Diniz Edile Fracaro Rodrigues Edson Ponick Emerli Schlogl Iuri Andréas Reblin Lurdes Caron Maria Angela Vilhena Maria Dirlane Witt Pedro Lima Vasconcellos Pedro Ruedel Rosa Lydia Teixeira Corrêa Simone Riske Koch Adecir Pozzer Afonso Maria Ligorio Soares Alberto do Amaral Júnior Amauri Carlos Ferreira Ângela Maria Holanda Anna Cândida da Cunha Ferraz Antônio Francisco da Silva Célia Marize Bundchen César da Silva Camargo Claudia Malbergier Caon Claudino Gilz Cleide C. da Silva Scarlatelli Danilo R. Streck Ednilson Turozi de Oliveira Ernesto Jacob Keim Eurico dos Santos Veloso Francisco Catão Livros publicados sobre o Ensino Religioso 14 6 6 6 6 4 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 181 José Ivo Follmann Laice Cales de Oliveira Leandro Rosa Lilian Anna Waschowicz Lucio Paiva Flores Luiz Antônio Cunha Luzia Sena Madalena Fernandes Marcio Graça Maria Celina Cabreira Nasser Maria da Conceição de Oliveira Marilac Loraine R. Oleniki Marta Nornberg da Silva Mateus Geraldo Xavier Miguel Longhi Miguel Lucas Nilton de Freitas Monteiro Raul Wagner Romualdo Portela de Oliveira Rosa Assunta de Cezaro Rosa Gitana Krob Meneghetti Rosa Maria Calaes de Andrade Roseli Fischmann Silas Guerreiro Silvana Fortaleza dos Santos Sueli Carneiro Sylvio Fausto Gil Filho Tarcísio Afonso Wickert Tarcizo Gonçalves Filho Tatiana Lionço Therezinha M. L. da Cruz Valmor da Silva Vanessa Carrião Viviane Mayer Daldegan Wagner Lopes Sanches Wolfgang Gruen Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/ Regional Sul III Equipe do GRERE Equipe Mundo Jovem Tabela 54 – Autores 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 182 b) Formação de professores Dos 80 autores e co-autores que publicaram livros de Ensino Religioso no período de 1995 a 2010, 18 currículos não foram localizados. Dos demais, no que diz respeito à caracterização do perfil dos (as) autores, quanto à formação acadêmica, identificou-se: - Graduação (alguns autores tinham mais de uma graduação): As graduações que mais se destacaram: Pedagogia, Filosofia, Teologia, Ciência da Religião, Psicologia, Educação Artística. - Especialização: Os cursos de especialização que mais se destacaram: Metodologia para o ER, Metodologia do Ensino Superior, Fundamentação e Métodos do ER em Ciências da Religião, Ciência da Religião, Didática do Ensino, Supervisão Escolar. - Mestrado: Os cursos de mestrado que mais se destacaram: Educação, Teologia, Ciência da Religião, Psicologia, Geografia da Religião, Ciências Sociais. - Doutorado: Os cursos de doutorado que mais se destacaram: Educação, Geografia da Religião, Teologia, Ciências da Religião, Filosofia, Psicologia. - Pós-doutorado: Os cursos de pós-doutorado que mais se destacaram são: Educação, Ciências Sociais, Geografia da Religião, Teologia, Ciência da Religião. Vale ressaltar que não se incluiu nos dados apontados o perfil das autorias do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, Equipe Mundo Jovem, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil/Regional Sul III, Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, Equipe do GRERE, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Além da formação acadêmica, observou-se a atuação dos (as) autores (as) na carreira docente em universidades. Dos 62 autores, 47 atuam como professores (as) em universidades e faculdades. Através destes dados constatou-se que há uma relação direta e proporcional entre a docência e a produção científica, pois aqueles que atuam como professores são os de maior destaque em produção científica. Conclui-se assim que a atividade de formação interfere significativamente na carreira de pesquisador como produtor de novos conhecimentos. Outra importante análise realizada é por meio da experiência do (a) autor (a), 183 pois permite identificar sua área de atuação e os seus respectivos temas de pesquisa. Evidenciou-se que 75% dos (as) autores (as) atuam nas áreas de Educação e Teologia. Os demais atuam nas áreas de Direito, Psicologia, Filosofia, Sociologia, Geografia e Ciências da Religião. 184 2. TEMAS ABORDADOS NAS DIFERENTES PUBLICAÇÕES Dos 809 documentos analisados (122 dissertações de mestrado, 21 teses de doutorado, 458 artigos em eventos, 129 artigos em periódicos e 79 livros teóricos sobre o Ensino Religioso tivemos a intencionalidade de compreender a questão do campo de pesquisa sobre este componente curricular, pois para se constituir como um “campo” de pesquisa é necessário definir os limites ou fronteiras próprias da estruturação de um campo científico visando clarificar o objeto que se estuda focadamente, distinguindo-se de outros, mesmo que cada campo se inscreve na interface de outros campos que integram um sistema de conhecimentos mais vastos. Com essa identificação esperamos contribuir para estabelecer dois percursos epistemológico e praxiológico (metodologia, didática) e estes possam orientar a formação do profissional que atuará junto a este componente curricular. Fazer ciência é uma tarefa crítica e reflexiva, é manter uma constante atenção epistemológica para afastar a possibilidade de enxergar o real com olhar conturbado, justamente por que os objetos de estudo das ciências humanas estão muito próximos do cotidiano dos investigadores. É fundamental dentro das Ciências Sociais o emprego da teoria rigorosa como observação sistemática da realidade. Isso posto nos leva a considerar a ideia de campo científico do autor, creio que a mesma que tinham em mente as autoras para afirmar a impossibilidade no momento de considerar a formação do professor como um campo científico de pesquisa (JARDILINO, 2010). Pois, o funcionamento do campo científico deixa transparecer que as escolhas são desinteressadas, porém, sabemos que todas as escolhas epistemológicas e metodológicas são também escolhas políticas. Já que não há escolha científica do campo da pesquisa, métodos empregados, lugar de publicação que não seja uma estratégia de investimento objetivamente orientada para a maximização do lucro científico, a obtenção do reconhecimento dos pares concorrentes. Desta maneira, podemos permanecer no estágio atual, até o esgotamento das nossas produções sobre o Ensino Religioso e a desintegração de uma temática que jamais virá a constituir o campo teórico. O que pretendemos 185 colocar são o reconhecimento e os contornos daquilo que poderá ou não se constituir um campo de pesquisa científico. Isso pode observar nas varias análises de levantamentos, diagnósticos e estados da arte produzidos no e para compreender as fronteiras daquilo que nos constituiria como campo. Foi unânime, na analise dos pesquisadores em afirmar que no quadro de referência há uma dispersão de autores sem um aprofundamento de categorias teórica e/ou aproximações e explicitações de campos epistemológicos que ajudariam a demarcar nosso objeto de análise: a questão do Ensino Religioso. De forma geral, os textos carecem de um mergulho mais denso na literatura de base e um aprofundamento nas reflexões teórico-metodológicas. Um exemplo recorrente nas análises é que uma exacerbada exploração de citação de autores provocando uma grande proliferação de citações e, percebe-se, a quase a inexistência de um aprofundamento dos conceitos que fundamentem a análise dos dados. Os autores da contemporaneidade são citados sem que ocorra um retorno à base epistemológica dos autores. Quanto à metodologia dos textos carecem de discussão e referência teórica sobre os procedimentos adotados. Em sua maioria, explicitam de forma muito aligeirada os sujeitos ou documentos para obter os dados de pesquisa. Os resultados de pesquisa são, geralmente, apresentados de forma ampla, o que significa que remete muito pouco ao “universo pesquisado”, dando margem, por meio da forma escrita, para generalizações. Nota-se uma separação entre teoria e prática, essas duas instâncias estão divorciadas em todo o processo de apresentação do texto que informa a pesquisa. Não é possível, pelos resultados analisados, apontar grandes avanços no estado do conhecimento. A pluralidade não ajuda a constituir novas descobertas, pois influenciados pelas novas abordagens metodológicas dos microcosmos e contextos localizados, há poucos trabalhos que consigam generalizar os achados de forma que constitua novas categorias para o campo. Isso possivelmente vem ocorre pela nossa falta de vigilância epistemológica tanto para os quadros de referencias como metodológicos do campo. Há hipótese de que a dispersão do campo quanto às variadas temáticas, quanto à fragilidade nas questões metodológicas e em especial nas questões teóricas de embasamento e sustentação dos trabalhos e dos 186 referenciais adotados se afirmam e nos levam a pensar em traçar contornos para a constituição de um campo. Sabemos que a existência de um campo se circunscreve a demarcação de seus limites realizados por interesse específicos dos que neles atuam e para o qual fazem investimentos econômicos e psicológicos, dos agentes dotados de um habitus e das instituições nele inseridas. Por isso o que determina a existência de campo é a ação dos sujeitos e dos grupos, constituídos e constituintes das relações de força, que investem tempo, dinheiro e trabalho, cujo retorno é pago pela economia particular de cada campo, no caso do campo científico, prestígio e reconhecimento da área. A rigor um campo é delimitado pelos valores ou forma de capital que lhe dão sustentação. Reconhecemos que o funcionamento de um campo, não somente produz, mas reconhece uma forma específica de práticas científica e interesses regulados pelo habitus, para o seu próprio reconhecimento na arena dos outros campos. Embora mantendo a vigilância epistemológica a qual sejamos chamados na métier científico e tendo consciência da dificuldade de reconhecer propriamente dita os contornos da moldura de um campo podemos ser iluminados por uma Ilusio – encantamento do local vivido como o lugar da evidência, isto é um produto não consciente da doxa do campo das variantes constituintes (método, teorias) e mesmo do habitus que petrifica os valores e, por fim, o perigo do ajustamento pela esperança nas possibilidades limitadas que o campo nos oferta. Pensamos devemos carregar as tintas numa visão mais prospectiva da construção de um campo, o que chamamos aqui de contornos. Isso está referenciado nos diversos levantamentos, estudos que foram citados e também neste que confirma o “andar da carruagem” de nossa área-campo. Em todos os trabalhos citados os temas recorrentes são: história e legislação, epistemologia, metodologia e subsídios, formação de professores, espaço confessional escolar. O que passamos a presentar é a partir de uma identificação histórica dos trabalhos realizados especialmente em recorte de 1995 a 2010 compreender o percurso de objetos e métodos para a identificação deste componente curricular, mas ao longo da pesquisa e para preparar o período histórico selecionado registramos e comentamos os trabalhos produzidos no período 187 anterior, ou seja, até 1994 o que poderá colaborar na compreensão desta área como espaço de pesquisa. De forma geral os diferentes autores produziram seus respectivos trabalhos sobre a história, a identidade, a legislação do Ensino Religioso no contexto brasileiro. Outro aspecto abordado foram os elementos sobre a questão da metodologia, subsídios, conteúdos para o cotidiano da sala de aula, assim como sobre a formação de professores, além do trabalho realizado sobre as Escolas TOTAL Livros Artigos em Periódicos Eventos de Ensino Religioso Eventos de Teologia/C R Eventos de educação Textos de Eventos Dissertaçõe s Teses Identidade (História, Legislação, Epistemologia e Política dos Sistemas de ensino). 07 42 111 22 40 50 51 24 234 Educação Formação de EnsinoConfessional professores aprendizagem (Metodologia, Subsídios, Conteúdo, Aprendizagem). Categorias Confessionais, vejamos o quadro geral da distribuição desta produção: 07 45 249 16 32 201 47 47 395 02 18 79 14 15 50 28 02 129 05 17 18 11 02 05 03 06 49 21 122 458 63 89 306 129 79 809 TOTAL Tabela 55 - Produção 188 + Identidade (História, Legislação, Epistemologia e Política dos Sistemas de ensino) Para a construção da identidade do ensino religioso pesquisa referente à história da composição deste componente curricular ao longo da educação e das legislações brasileiras foi fundamental compreender a presença do ER no contexto escolar. Especialmente os estudos sobre as Constituições brasileiras e as legislações educacionais com destaque para os textos legislativos a partir de 1996 em decorrência do novo contexto que exigiu aos sistemas de ensino a orientação específica para a efetivação desta disciplina. Paralelamente a reflexão sobre objeto do ensino religioso para estabelecer a epistemologia e a sua relação com uma área de conhecimento demandou uma nova relação com as Ciências da Religião. Desta forma as pesquisas ocorreram sobre a presença regional do desenvolvimento deste componente curricular nos diferentes estados e municípios do país. As diferentes publicações foram localizadas nas regiões do país como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, Uberaba e Jaraguá. A relação do Brasil com a União Europeia e especificamente com Portugal e o Vaticano, a questão da laicidade e o acordo que foi firmado com a Santa Sé alterando a compreensão sobre este componente curricular no cenário brasileiro. De fato a questão histórica e epistemológica do ensino religioso inicialmente foi estabelecida por uma relação de políticas entre o Estado e a igreja católica que estruturou legislações para justificar a presença deste componente na escola. As pesquisas, os estudos iniciais refletiram, sistematizaram esta realidade do século XX, mas que a partir da aproximação de uma leitura pedagógica esta realidade foi alterada. Ao analisar os 234 documentos sobre a Identidade que envolve a história, legislação, política e epistemologia do Ensino Religioso é notória que a metodologia de pesquisa é fundamentalmente qualitativa, bibliográfica, documental, histórica. Análise de textos recolhidos junto aos sistemas de ensino. Das dez dissertações defendidas entre 1995 a 2000 refletiram os trabalhos das Secretarias de Educação como de São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Entre 2001 a 2008, um total de vinte e três dissertações assume um perfil de registro do processo histórico da implantação do modelo de Ensino Religioso dos diferentes sistemas de ensino e sua relação com a leitura pedagógica a partir da Lei de Diretrizes e Bases da 189 Educação, porém entre 2009 e 2010 (dez dissertações) temos questões como o Estado laico à produção científica sobre o Ensino Religioso pode considerar um novo cenário de pesquisas sobre a identidade deste componente curricular, enquanto as sete teses em uma perspectiva da identidade e fundamentos para esta disciplina. Para este mapeamento foi possível o acesso a dezoito dissertações na integra e quatro teses, a partir das quais verificamos que entre as obras mais citadas estão: Processo de escolarização do Ensino Religioso (JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002); Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas e perspectivas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1995); Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1994); Ensino Religioso e sua relação pedagógica (MENEGHETTI, R; WASCHOWICZ, L.; JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002); O Ensino Religioso na nova LDB: histórico, exigência, documentário (CARON, L e GRERE Vozes, 1998); Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso (FONAPER, Ave Maria, 1997); O Ensino Religioso na Escola (GRUEN, W. Vozes, 1994); Ensino Religioso: memória e perspectivas (JUNQUEIRA, S.; OLIVEIRA, L. Champagnat, 2005). Quanto ao impacto dos textos apresentados nos eventos e aos artigos publicados em periódicos científicos com esta perspectiva de discutir a identidade e a questão legal do ensino religioso percebe-se que 34 trabalhos foram apresentados em eventos de representatividade: ANPED sul (V um trabalho; VI dois trabalhos); ENDIPE (XII dois trabalhos); HISTEDBR (VIII dois trabalhos); EDUCERE (III um trabalho; IV três trabalhos; VI dois trabalhos); SOTER (XXI cinco trabalhos; XXII quatro trabalhos; XIII oito trabalhos) e no GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH (I cinco trabalhos). Enquanto nos periódicos científicos foram localizados 18 artigos em revistas com classificação Qualis: Estudos Teológicos (três artigos); Revista Horizonte (três artigos). Revista Pistis & Praxis (dois artigos); Revista Diálogo Educacional (cinco artigos); Revista Interações (um artigo); Revista Brasileira de Educação (um artigo); Revista Religião & Cultura (dois artigos); Revista Ciências da Religião – história e sociedade (um artigo). Finalizando os livros são essencialmente no campo da história e da releitura do Ensino Religioso na perspectiva da escola construindo um novo cenário para a transposição didática do Ensino Religioso 40 50 49 24 TOTAL Artigos em Periódicos 22 Livros Eventos de Ensino Religioso Textos de Eventos 111 Eventos de Teologia/CR 42 Eventos de educação 07 Identidade (História, Legislação, Epistemologia e Política dos Sistemas de ensino). Dissertações Teses Categorias 190 234 Tabela 56 – Produção sobre Identidade Dissertações Maria 1995 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Ecumenismo e pluralismo na Educação Religiosa escolar em Santa Catarina Sem Informação José Antonio Cervigon Pinedo 1996 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Ensino Religioso escolar diagnóstico e possível alternativa - um estudo de caso Enio José da Costa Brito Maria Watanabe 1996 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ciências da Religião Deus não vai à escola Ensino Religioso na escola municipal de São Paulo (1989 -1992). Alípio Marcio Dias Casali Terezinha Mocellin Dilma O quadro religioso plural catarinense penetra nas escolas públicas do estado. A dimensão religiosa, parte integrante do ser humano, e contemplada no art.21 na Constituição Federal, que assegura aos educandos uma disciplina, denominada educação religiosa escolar. Em Santa Catarina, essa disciplina vem sendo organizada e ministrada em caráter ecumênico pelo CIER (Conselho de Igrejas para a Educação Religiosa). A preocupação central do CIER é passar a formação cristã aos educandos. Nossa pesquisa demonstra a necessidade de ir além, eis que o contexto plural da escola está a exigir uma educação religiosa escolar (ERE) que tenha metodologia adequada, serão inspiradores de uma consciência religiosa escolar plural e poderão fomentar uma prática de desenvolver integralmente os nossos educandos. A questão religiosa é um assunto problemático, principalmente pelos preconceitos que ao redor dela giram. O mesmo ocorre ao se falar de Ensino Religioso, enquanto matéria. Essa "crise" do Ensino Religioso é, normalmente, associada à existência dele, ou não, nas escolas públicas. Mas, e nas escolas de caráter confessional (como são as escolas católicas)? Como é que é visto o Ensino Religioso pelos estudantes desses colégios? Nesse ponto fazia-se necessária uma pesquisa de campo, para termos uma ideia, o mais aproximado possível, da realidade existente. Foi aí que iniciamos nossa busca e o nosso referencial prático. Após aplicarmos a pesquisa, com base nos dados obtidos fomos analisando as conclusões dos mesmos: “a religião vista, pelos estudantes, como necessária, ela é também, relegada à esfera do particular”. Na presente dissertação analisamos o fenômeno da importância da religião. passamos depois à análise das possíveis causas do porque foi relegado ao âmbito do particular. e concluímos, observando que as mudanças (transformações) em curso pelo mundo todo estão exigindo a necessidade de um homem, ou melhor, um ser humano integral. por outro lado, a educação não pode continuar atrelada a velhos paradigmas com sua educação esfacelada, ela exige uma educação integradora. nessa educação, o Ensino Religioso tem um papel fundamental na educação da dimensão espiritual. Em 1991, por ocasião da reorientação curricular nas escolas da prefeitura de São Paulo, algumas religiões pediram a inclusão do Ensino Religioso na grade 191 Antonio Sgarbi Donizetti 1997 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo História e Filosofia da Educação Igreja, educação e modernidade na década de 30. Luiz Carlos Barreira Marcos Zanette Suel 1997 Universidade Federal de Juiz de Fora Ciências da Religião Ensino Religioso: Sim ou Não? Uma abordagem hermenêutica no contexto da prática pedagógica Walmor Oliveira Azevedo Paulo 1999 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Realidade, poder, ilusão: um estudo sobre a legalização do Ensino Religioso nas escolas e suas relações conflitivas como disciplina "sui generis", no interior do sistema público de ensino. Maria José Fontelas Rosado-Nunes Anísia de Figueiredo de curricular. Convocou-se um seminário para que todos os credos participassem da estruturação do curso como projeto especial. Implantado no último bimestre de 91, com grave oposição da imprensa, foi logo interrompido, entretanto, por ter sido constatado, durante a avaliação, que algumas professoras estavam fazendo catequese. Meu propósito é descrever essa experiência, examinar os fatos históricos implicados nas atitudes dessas professoras, mostrando a responsabilidade da igreja católica na manutenção da consciência ingênua, através da interpretação ideológica de seus mitos e fornecer pistas para uma educação religiosa possível e necessária, pela releitura dos mitos formadores de nossa identidade, à luz do pensamento de Feuerbach e de outros humanistas, para substituir esquemas religiosos defasados por outros que façam sentido em nosso tempo, a fim de que deus possa ir à escola restabelecendo o sagrado como relações humanas. O objetivo deste estudo é contribuir para a história e a historiografia da educação brasileira, produzindo um conhecimento sobre o "escolanovismo católico dos anos 30" especificamente nos anos de 1934 a 1938, surgido no âmbito das associações de professores católicos (APCS) que começaram a se organizar a partir de 1928, sistematizado nos anos de 1933 e 1934, sobretudo pelo professor Everardo Backheuser, construído e divulgado de modo mais orgânico pela confederação católica brasileira (CCBE) e por seu órgão oficial, a revista brasileira de pedagogia. Em 1933, depois da cisão com os "profissionais da educação" da Associação Brasileira de Educação (ABE), os educadores católicos reunidos em APCS, para fortalecer sua organização, fundaram a CCBE, que tinha como objetivo a luta pelo Ensino Religioso nas escolas e a defesa das “ideias avançadas" e "progressistas", do mundo moderno, mas lendo-as à luz dos critérios e com a ponderação da encíclica divini illius magistri, de Pio XI. Essas ideias eram veiculadas pela revista brasileira de pedagogia. Quem liderou este processo foi o católico liberal Everardo Backheuser, fundador e primeiro presidente da CCBE. Foi um processo cheio de conflitos, como se pode observar ao longo da leitura da revista brasileira de pedagogia, a qual, apesar das dificuldades, manteve sua postura inicial até 1938, quando, repentinamente, deixou de circular. A revista divulgou os aspectos pedagógicos, filosóficos, políticos e psicológicos do escolanovismo católico através de artigos, resenhas, comentários, etc., que retratavam o quotidiano dos educadores e das escolas associadas à confederação. Este estudo mostra a importância dos educadores católicos das APCS e da CCBE, que não só difundiram a escola nova, mas dialogaram com a cultura moderna no campo educacional e criaram um movimento novo, original e independente, denominado "escolanovismo católico". A pesquisa articula, a partir da abordagem hermenêutico-filosófica, o lugar estratégico do educador e do educando na prática pedagógica da disciplina Ensino Religioso O presente estudo trata da legalização do Ensino Religioso no Brasil e sua consequente implementação e implantação nas escolas da rede pública oficial, nesses últimos anos, permitindonos constatar as dificuldades de ordem jurídica, administrativa e pedagógica, por conta de um imaginário que se formou sobre a disciplina, ao longo de vários séculos. Pelo curso dos acontecimentos, percebemos a origem, a continuidade e o desfecho de tal legalização, durante os quais duas correntes se formaram: uma a favor da garantia desse ensino como disciplina, com ônus para os cofres públicos. Para esta esse é um direito do cidadão e dever do Estado, uma vez que 192 Nilza Donizetti Dias Ferreira 1999 Universidade Metodista de São Paulo Ciências da Religião Da Legislação à sala de aula: O percurso do Ensino Religioso na Escola Pública Maria José Fontelas Rosado-Nunes Pedro Ruedell 1999 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Educação Evolução do Ensino Religioso nas escolas oficiais do Rio Grande do Sul. Sem Informação esse cidadão contribui para a sua manutenção com o dinheiro dos impostos. Desta forma, exige o tipo de educação, segundo suas concepções. É a corrente liderada pela Igreja, baseada no princípio da liberdade religiosa, segundo a declaração Dignitatis Humanae. A outra corrente contrária ao Ensino Religioso pago pelos cofres públicos, por entendê-lo como ensino da Religião ou Religiões. O Estado, desde a instalação da República, é laico, assim como as instituições pelas mesmas geridas. Compete às instituições religiosas organizá-lo e mantê-lo, ainda que utilizem o espaço físico das escolas. Baseia-se no princípio da liberdade religiosa, pela hermenêutica francesa. Em decorrência, instala-se uma problemática que tem como fundo um imaginário coletivo sobre o Ensino Religioso, construído ao longo do regime de padroado de conotação regalista; com raízes no princípio da laicidade do Estado, pela instalação do estado republicano e da liberdade religiosa do cidadão, corolário deste; tomando corpo, durante todo o século XX, com desfecho na Lei 9475/98 que alterou o artigo 33 da atual LDB. Em meio a uma dialética de poder interno, o Ensino Religioso figura como disciplina sui generis. Para a sua normalidade, esse estudo aponta como necessária a delimitação de seu objeto, desvinculando-a de Religiões ou de uma Religião, para, com natureza própria, adaptar-se ao ambiente escolar e aí desempenhar a sua função. O Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil tem sido alvo de constantes divergências entre políticos, educadores e clérigos. O percurso do ER até a sala de aula é longo. Antes de chegar ao seu destino percorre diferentes repartições públicas onde sobre modificações em sua interpretação, aplicabilidade e aceitação. Nesse sentido esta pesquisa realizada em escolas públicas da cidade de São Paulo, busca levantar informações legais, educacionais e eclesiásticas, que permeiam esse polêmico ensino traçando sua trajetória a partir da legislação vigente, a lei 9.475/97 que dá nova redação ao art. 33 da lei 9.394/96, passando pela regulamentação do governo estadual, indo para a delegacia de ensino, chegando à escola e finalmente, quando permitido, entrando em sala de aula através do serviço voluntário. Nota-se que no estado de São Paulo, a prática está distante da teoria legal, que dispõe sobre o ER como parte integrante da formação básica do cidadão, constituindo disciplina nas escolas públicas. Este trabalho trata da evolução do Ensino Religioso nas escolas oficiais do estado do rio grande do sul, de 1770 a 1998. Tem como objetivo caracterizar esta instrução religiosa nas instituições governamentais de ensino, discernindo as variações que o acompanham. A legislação civil e eclesiástica e os agentes promotores do Ensino Religioso foram os aspectos definidos para a pesquisa. Esta se orientou pela pergunta-chave: qual tem sido e qual é, na prática escolar, a identidade do Ensino Religioso? Como o Ensino Religioso faz parte do ensino e ambos estão condicionados pelo contexto sócio-econômicopolítico, a coleta de dados, centrada no Ensino Religioso, também abrangeu o ensino em sua contextualização. A exposição descritiva dos resultados da pesquisa segue a ordem do tempo e se divide em três partes, correspondentes às três grandes situações políticas do país: colônia, império e república. A evolução do contexto político e a variação das características do Ensino Religioso definiram a subdivisão em períodos e momentos distintos o tempo do império e da república. A conotação mais persistente é seu caráter confessional. Mudanças significativas ocorrem a partir da década de 1960. A maior alteração é trazida pela lei nº 9.475/97, passando o 193 Zenaide Aparecida Coradine 1999 Centro Universitário Nove de Julho Sem Informaçã o Ensino Religioso na Escola Pública do Estado de São Paulo - relatório final da CER (Comissão Especial sobre o Ensino Religioso): uma análise documental. José Rubens Lima Jardilino Fátima Aparecida Frisanco 2000 Universidade Estadual de Maringá Educação Ensino Religioso na escola pública brasileira: uma questão política Cézar Alencar Arnault Toledo Ensino Religioso do domínio das instituições religiosas para o dos sistemas de ensino e constituindo-se em parte integrante da formação básica do cidadão. Os dados mais significativos estão dispostos cronologicamente em nove quadros, que constituem o fulcro documental e de posicionamentos, a marcar o caminho evolutivo do Ensino Religioso no Brasil e especialmente no rio grande do sul. Para contrapor aos documentos legislativos a realidade do Ensino Religioso assim como era experimentado na prática escolar, foi feita uma pesquisa através de entrevistas individuais com 27 pessoas, que atuaram na instrução religiosa de escolas públicas, como professores e supervisores de Ensino Religioso. Seus depoimentos, por provirem de épocas diferentes, correspondem praticamente ao tempo da república, de 1902 a 1998. Pode-se salientar como características principais do Ensino Religioso: seu caráter confessional, até 1997; a ligação com a política do país e do estado através da instituição eclesiástica; e sua índole formativa na maior parte do tempo. Uma de suas carências sérias é a falta de acolhida nos seus programas às expressões religiosas e culturais de cunho popular. Outra limitação é a não inclusão dos desafios socioeconômicos nas metas e programas do ensino e do Ensino Religioso. A caracterização transhistórica do Ensino Religioso no rio grande do sul, detalhada neste trabalho, pode ajudar a situar e a compreender melhor o Ensino Religioso hoje. compreensão do processo educacional no campo jurídico, no histórico-filosófico e no campo psico-antropológico, a análise que propomos está centrada na compreensão das questões relacionadas à cidadania e ao direito das minorias religiosas, ressaltadas nas análises e nos documentos que compuseram o relatório final da Comissão. O objetivo deste trabalho foi evidenciar os motivos religiosos e políticos que fizeram mudar, num curto espaço de tempo, a redação do art. 33 da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB n.º 9.694/96. Para isso, pesquisouse sobre a relação entre a Igreja Católica e o Estado no que se refere ao Ensino Religioso na escola pública desde a proclamação da República, especificarnente, a partir da instituição do Estado e do ensino laicos. Ficou evidente, nos estudos realizados, que a perda de poder, por parte da Igreja, não representou, de fato, seu afastamento real do Estado, já que permanecia o poder de persuasão da Igreja sobre a maioria da população brasileira, que era católica. O estabelecimento de pactos de colaboração recíproca se apresenta como uma saída conveniente para as duas instituições. A moral religiosa ainda era fundamental para garantir a harmonia social e a própria sobrevivência do novo regime de governo. Ao mesmo tempo, convinha à Igreja prestar-se a isso, como oportunidade de integrar-se à República e garantir suas reivindicações, inclusive o Ensino Religioso. Mudanças foram ocorrendo nesse pacto, a partir no momento em que as outras religiões foram ganhando mais adeptos junto à população e consequente força política, impondo-se, aos poucos, o pluralismo religioso. A aceitação do pluralismo na vida social foi transformando o pacto de colaboração entre Estado e as demais denominações religiosas. A necessidade de manter a relação de troca de favores obrigou a Igreja Católica a uma reestruturação. Abriu mão do Ensino Religioso confessional e aceitou não só o diálogo com as demais religiões, como assume a defesa de um Ensino Religioso, na reformulação do referido art. 33, voltado ao conhecimento, isento de proselitismo, preconceitos e dogmas. É evidente essa nova postura a partir do momento em que ela aceitou as 194 2001 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Idas e vindas do Ensino Religioso em Minas Gerais: a legislação e as contribuições de Wolfgang Gruen Enio José da Costa Brito Cecília Hess 2002 Universidade Regional de Blumenau Educação Identidade do Ensino Religioso em Santa Catarina Nivaldo Alves de Souza Ricardo Antonio Gonçalves Teixeira 2002 Pontifícia Universidade Católica de Goiânia Ciências da Religião O Ensino Religioso nas escolas públicas municipais de Aparecida de Goiânia Sérgio Araújo Antônio da Silva Francisco de propostas dos novos paradigmas do Ensino Religioso do I Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), uma entidade civil, embora tenha muitos de seus membros ligadas à Igreja Católica e às igrejas protestantes. Portanto, a presença do Ensino Religioso na escola laica sempre foi garantida por meio de negociações políticas que favoreciam tanto o Estado como a Igreja. A escolha do tema Ensino Religioso devesse ao diuturno trabalho que este pesquisador vem desenvolvendo nessa área desde 1974, em Minas Gerais. A necessidade de aprofundamento sempre esteve presente durante a realização desses trabalhos. Compreender a trajetória evolutiva da legislação do Ensino Religioso e seus deslocamentos quanto ao conteúdo, sempre foram motivos de preocupação de sua parte. O quadro religioso nos últimos trinta anos, em Minas Gerais, sofreu profundas mudanças. Reflexo dessas mudanças é o enfoque dado à Educação Religiosa. Busca-se, hoje, partir das riquezas presentes no educando, deixando de lado as preocupações catequéticas. O que está em jogo não é mais a religião, mas a religiosidade que cada educando traz consigo. A pesquisa procura captar as mudanças no âmbito da nomenclatura, reveladoras das transformações ocorridas na compreensão mesma do Ensino Religioso: Ensino de Religião, Ensino Religioso e, finalmente, Educação Religiosa. Para acompanhar esses deslocamentos, resgatam se as mútuas influências ocorridas entre a prática do Ensino Religioso na Escola Pública e a legislação tanto no âmbito federal quanto estadual. A análise mais detalhada dessas interações revelou a influência marcante do pensamento e da prática de Wolfgang GRUEN. A história mostrou, com suas idas e vindas que a proposta de GRUEN respondia às novas demandas de diálogo, de pluralidade e de ecumenismo. A pesquisa finaliza apontando para os desafios que permanecem Este é um estudo sobre a construção do conhecimento do Ensino Religioso na pluralidade da escola. Mais do que um estudo é uma reflexão. O objetivo fundamental deste estudo é discutir a construção do conhecimento do fenômeno religioso, enquanto historicidade que constitui base concreta do ser humano, adaptado às circunstâncias de um determinado tempo, em função de sua sobrevivência. Através de um breve histórico sobre a trajetória do Ensino Religioso, desde a chegada dos Jesuítas (1549) até os dias de hoje, discute-se neste trabalho, a importância da construção do conhecimento religioso que preconiza o respeito à opção religiosa do educando. Assim dentro de um quadro de referência e contextualizando historicamente, buscou-se refletir sobre o Ensino Religioso como disciplina obrigatória dentro do currículo educacional brasileiro e sua importância na formação do cidadão. Do outro lado, procurou-se analisar o papel do Ensino Religioso na escola, e sua ação pedagógica na evolução do diferencial do Eu, o fortalecimento relacional do Nós em vista da personalização desse Eu e a humanização do Nós na construção de uma sociedade mais fraterna e solidária. O Ensino Religioso, hoje realidade em todas as escolas públicas brasileiras, é o tema gerador deste trabalho, que tem por fim discutir a intenção dos grupos religiosos ao proporem aos parlamentares a integração da disciplina na grade curricular das escolas públicas e, ainda, estudar a realidade do Ensino Religioso vivida no município de Aparecida de Goiânia para assim constatar se há ou não eficácia, segundo sua proposta. No capítulo I – Discussão acerca do Ensino Religioso a partir da Nova LDB – é feita uma análise da historicidade do Ensino Religioso no Brasil até a apresentação da 195 Sirlene de Castro Oliveira 2002 Universidade Federal de Uberlândia Educação Embates entre o Ensino Religiosos e o Ensino Laico na Imprensa Uberabense(1924-1934) José Carlos Souza Araujo Wilma Cononaco 2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Operação semente. A história, a proposta pedagógica e a importância do EREP (Ensino Religioso José J Queiroz Rosa nova LDB. O II – O Ensino Religioso nas Escolas Públicas Municipais de Aparecida de Goiânia – enfoca o Ensino Religioso em Goiás, perpassando pelos aspectos legais até chegar ao objeto de estudo, que é a realidade do Ensino Religioso nas escolas públicas municipais da referida cidade e; nesse intervalo, discutem-se as propostas de ensino e a problemática enfrentada no âmbito administrativo. No III e último capítulo – Ensino Religioso: uma Análise Sociológica acerca da Moral e da Religião – são analisadas as situações enfocadas nos capítulos I e II à luz dos teóricos. O presente trabalho constitui um estudo sobre o Ensino Religioso e o ensino laico em Uberaba, empreendido na imprensa, mais precisamente nos periódicos Correio Católico, sob a responsabilidade editorial dos frades dominicanos, e Lavoura e Comércio, enfocando o período compreendido entre 1924 e 1934. Busca a configuração do embate entre o Ensino Religioso e o ensino laico, aquele assumido pela perspectiva católica e este por uma postura liberal. O conflito acirrase na medida em que a Igreja Católica passa a exigir a inserção do Ensino Religioso no currículo da rede oficial, tendo como oponente os liberais, defensores do ensino laico. Este estudo propõe analisar como a temática foi recebida e debatida na imprensa periódica, buscando identificar os instrumentos utilizados a fim de alcançar os objetivos propostos. Para tanto, utilizou-se em primeiro lugar uma pesquisa bibliográfica e documental, com apontamentos das questões consideradas essenciais. Posteriormente, houve a transcrição de todas as publicações inerentes ao tema, sendo digitadas, analisadas e categorizadas, possibilitando assim, o delineamento do trabalho. A partir daí, propôs-se resgatar a trajetória histórica das duas instâncias diretamente ligadas ao objeto em questão, ou seja, o embate entre o Ensino Religioso e o ensino laico, realçando os aspectos que o circunscreveram. NO capítulo segundo, procurou-se apresentar o papel da educação em face dos interesses das instituições em questão e como a laicização implantada com a República em 1891 provocou mudanças no contexto educacional; a infiltração do pensamento liberal na educação e o acirramento dos debates entre os defensores deste e os representantes da Igreja Católica. O capítulo terceiro consiste na contextualização sócio-econômicoreligiosa de Uberaba, com ênfase para a educação e o seu processo de consolidação, bem como para a imprensa e a sua relevância no desenvolvimento local e regional. O capítulo quarto ocupase com a análise das publicações sobre o Ensino Religioso e o ensino laico. Buscou-se enfocar como justificativas para se implantar o Ensino Religioso nas escolas públicas, os aspectos como: o laicismo, o protestantismo, a liberdade de consciência, a moral, a educação e a instrução, a formação de professores e o patriotismo. As publicações analisadas permitiram confirmar o que já havia sido vislumbrado na fundamentação teórico, porém sob um novo prima: o lócus de onde parte o discurso. O periódico permite ao pesquisador analisar a participação dos autores na sua produção, identificar possíveis conexões entre as representações sociais e institucionais, além de possibilitar uma visão do reflexo que a notícia causa na comunidade. Dessa forma, a história local contribui extremamente com a história nacional, uma vez que é passível de constituir-se em um referencial próprio, capaz de permitir uma análise estrutural dos fatos, das mentalidades e da cultura construídas pela coletividade. A pesquisa realizada objetiva relatar a caminhada em São Paulo, do EREP, Ensino Religioso da Escola Pública, promovida pela Arquidiocese de São 196 da Escola Pública) na evolução do Ensino Religioso Alane Leal de Lucena 2004 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ciências da Religião Religião e Educação: Pressupostos básicos para a construção da Cidadania Rodolfo Petrelli José Claudio Pecini 2004 Universidade do Oeste Paulista Educação O Ensino Religioso e o seu caráter formador do cidadão José dos Filho Camilo Santos Paulo. Apontando a sua contribuição para a evolução do ER, identifica a sua proposta pedagógica, seus resultados e a permanência de alguns aspectos desta proposta na atual concepção do ER. Identificar, relatar, descrever, a ação que educadores, estimulados por membros do EREP, vêm realizando nos últimos trinta anos junto às escolas públicas paulistas no sentido de fazer valer o direito do aluno ao ER que lhe é garantido por lei, são os objetivos almejados neste trabalho. Desenvolveu-se a pesquisa a partir de duas hipóteses levantadas: a suposição inicial de que, a proposta do EREP, embora cristã/ católica parece se fundamentar em uma visão pluralista do ER, se aproxima de caráter transconfessional, superando a antiga proposta catequética; em certos aspectos, a sua prática pode ser vista como antecipatória, pois, a sua visão de ER, se aproxima das atuais concepções desta área da educação. Alguns referenciais teóricos forma invocados ao longo do trabalho para esclarecer a proposta pedagógica e a contribuição do EREP no âmbito do ER. Deste referencial destacamos, o Ensino Religioso como educação à abertura e ao questionamento, como descoberta existencial da vida no que ela tem de mais amplo e profundo; o ER como educação da religiosidade; o ER como estudo do fenômeno religioso. Os procedimentos metodológicos constituíram-se pela busca e estudos de fontes, principalmente no arquivo do EREP, onde há farta documentação, em grande parte inédita. A pesquisa permitiu confirmar as hipóteses iniciais. A proposta do EREP se mostrou aberta, passível de uma abordagem cristã/ católica que permite o diálogo inter-religioso, que respeita o pluralismo. Também ficou patente o seu caráter transconfessional. O EREP não visava a conversão do aluno, mas a educação de sua religiosidade O presente trabalho visa a estabelecer relações entre a educação e a religião como base para um novo modelo da prática religiosa ao encontro da sua essência e da formação da cidadania do indivíduo. Buscou-se, com isso, a etimologia da palavra religare, religar o indivíduo com tudo que o cerca, tendo em vista a ação, a prática religiosa no seu aspecto mais significativo: permitir ao homem perceber-se e perceber seu espaço no universo. para tanto, desenvolveram-se oficinas com estudantes de uma classe de aceleração (CA), de uma escola da rede pública de ensino fundamental. Nesses encontros, foram trabalhados elementos pertinentes ao tema cidadania, entendido como o próprio direito à vida no sentido pleno, quais sejam: solidariedade, diálogo e ecologia. O presente trabalho, intitulado o Ensino Religioso e o seu caráter formador do cidadão contemporâneo, tem como objetivo fundamental demonstrar a nova interpretação que essa disciplina ganha, em ambiente escolar, principalmente com a promulgação da lei de diretrizes e bases da educação nacional, no seu artigo 33, e, no caso do estado de São Paulo, com a indicação CEE Nº 07/2001. A opção pela análise teórica foi possível a partir de pesquisas realizadas no campo da educação religiosa, no decorrer da educação brasileira, principalmente no que há de diferente entre a concepção de aula religião e o sentido que o Ensino Religioso ganha, na atualidade. As informações obtidas por meio de leituras e pesquisas proporcionam um entendimento do caráter do Ensino Religioso, na questão educacional, tanto do Brasil como no estado de São Paulo. Quanto à contribuição que essa disciplina dá à formação do ser humano, constitui uma das partes da educação integral para o terceiro milênio, porque abrange, além de muitos elementos, o lado transcendental dentro ambiente escolar, 197 Luciana de Almeida Campos 2004 Universidade Federal Fluminense Educação Em nome de Jesus: Um estudo sobre Religião, Política e Cultura na Escola Pública e Laica Lygia Baptista Beraba Pauleto Segala Neide Márcia Scheffer de Oliveira 2004 Escola Superior de Teologia Teologia A legislação sobre o Ensino Religioso no Rio Grande do Sul: do período Colonial de 1707 ao ano 2000 Evaldo Pauly Luis principalmente no entendimento do próximo como pessoa, como cidadão, como integrante dos mistérios da vida. Então, valorizar os vários aspectos, juntamente com a sacralidade da existêcia, constitui um dos pontos essenciais para a construção de um mundo melhor Os objetivos desta dissertação são compreender como as discussões sobre a cultura popular e a religião se articulam no interior da escola pública neste início de século XXI. Parto da hipótese que com o significativo aumento de professores e estudantes pentecostais e neopentecostais, algumas mudanças vem acontecendo no cotidiano destas instituições e nos seus modos particulares de considerar a cultura popular que foram construídos sob influência da tradição cultural católica. Para tal elegi dois focos neste trabalho: o primeiro segue no sentido de pensar como acontece o Ensino Religioso dentro da escola. O segundo se encaminha para examinar a forma particular como os debates sobre a cultura popular se objetivam em sala de aula, sobretudo através da pedagogia do folclore, ponto sob o qual convergem de modo mais claro as polêmicas em torno de religião, pois neste campo podem se objetivar tensões, discordâncias e conflitos, haja vista que esta se desenha como saber impregnado de aspectos religiosos. Embora minhas preocupações se direcionem a vivência da religião nas escolas, coube considerar, nesta pesquisa, outras instâncias direta ou indiretamente relacionadas ao tema, como o poder legislativo fluminense e a formação de professores. o foco principal do meu trabalho de campo, foi a observação e o registro sistemáticos, utilizando o diário de campo, da rotina de dois estabelecimentos educativos: um público e um privado confessional. Realizei nestas escolas entrevistas gravadas com professores, estudantes e responsáveis escolhidos. Busquei analisar planos de aula e o material didático utilizado. Parti de minha experiência como professora e como bolsista, busquei entender especialmente como as discussões acerca das diferenças culturais no país, mais particularmente o repertório do folclore brasileiro, eram tratadas no interior das escolas, uma vez que percebia por vezes, o uso fragmentário e caricato das tradições populares e ainda sua frequente reinterpretação, considerando as opções religiosas dos professores. na busca de uma interlocução com o poder legislativo entrevistei dois deputados, um estadual e um federal, sobre a questão do Ensino Religioso e de modo complementar a estas entrevistas, fiz pesquisas que relacionavam estas personalidades e o tema em questão, em jornais. Foram realizadas ainda, entrevistas na Universidade Federal Fluminense Na Faculdade de Educação/Niterói a docentes e discentes sobre a temática desta dissertação. De modo complementar, foi aplicado um questionário exploratório aos estudantes da graduação do curso noturno de pedagogia, além de consulta aos dados socioculturais que a universidade já possuía sobre estes. Recorri ainda à análise de fluxograma do curso e as ementas das disciplinas. Esse trabalho apresenta um resgate da legislação sobre a disciplina escolar Ensino Religioso no estado do rio grande do sul. Alguns documentos legais pouco conhecidos são reproduzidos na íntegra. A dissertação discute, de forma fundamentada, essa legislação relacionando-a, às diferentes épocas e correntes de pensamento. O primeiro capítulo aborda a trajetória legal da disciplina do período colonial e imperial: 1707 à proclamação da república em 1889. O segundo capítulo busca mapear a história do período da república de 1889 até 2000. O terceiro capítulo apresenta a 198 Rogerio Garcia 2004 Universidade de São Paulo Educação A implantação do Ensino Religioso nas escolas públicas:? guerra de posição? e hegemonia do grupo católico Antonio Joaquim Severino legislação federal após os anos setenta e busca comprovar a possibilidade de tornar a lei uma realidade na escola pública. a dissertação busca por procedimentos válidos e apropriados para buscar compreender pedagogicamente o Ensino Religioso, após percorrer a sua trajetória evolutiva desde os séculos passados até a sua concepção atual. Nesse sentido, a dissertação apresenta tópicos de uma proposta elaborada da pedagogia espírita para que a escola deixe de receber remendos novos em pano velho, e possa ser um local onde o diálogo aberto e respeitoso prevaleça, onde a liberdade, a ação e o amor sejam os princípios para uma nova educação escolar Pesquisar o Ensino Religioso através dos muitos caminhos na história brasileira, para conseguir se implantar nas escolas públicas, foi a escolha para analisar o processo de construção da hegemonia da Igreja Católica. Da colônia, quando a catequização dos ?selvagens? os escravizava, pela fé ou pela força, com os jesuítas alcançando influência política, poder econômico e domínio total sobre a educação e o ensino, até o presente onde a disputa pelo ensino público continua. Nas Constituições se colheram subsídios para orientar a análise das relações entre o Estado e a Igreja, bem como obras que trataram do tema. Com o método materialista histórico, se articularam diversas fontes numa convergência nuclear. No entanto o estopim para todo esse conjunto, foi a contribuição intelectual ?orgânica? de um pensador marxista que muito ampliou o ferramental teórico para decodificação da complexidade das sociedades modernas. Falamos de Antonio Gramsci (19811937), este sardo que pela sua intensa atividade política e intelectual, nos legou um cabedal teórico valioso para muitas áreas do saber humano. Sem pedantismo ou pré-conceitos, Gramsci leu a sua realidade de uma maneira universal e atemporal. Estava certo ao afirmar que qualquer iniciativa para tirar as massas de sua condição subalterna, teria que necessariamente passar por uma profunda revolução moral e cultural, romper aquela ?mumificada cultura popular?. Pelo direito constitucional a Igreja atinge as massas em setores que vão do nascimento à morte, do atendimento aos confinados, à benemerência, mas o de maior peso é a educação, o ensino. A Igreja, considerada mater e magistral impera solenemente nesta área. No início na década de 30, as discussões e debates sobre o Ensino Religioso ganharam vulto e contornos específicos. De um lado se instalava o grupo católico que lutava pela sua inserção na escola pública, e do outro lado se posicionava um grupo de educadores que defendiam-na como única, laica, universal etc. Pelas letras da Lei de Diretrizes e Bases para a educação nacional, se complementaria o dispositivo constitucional do Ensino Religioso na escola pública. O Ensino Religioso conseguiu se inserir na Lei, contudo não como desejavam os católicos. Para eles, faltava o Estado arcar com as despesas de professores e outras, além de intervir no conteúdo. Os laicistas conseguiram impedir que isso ocorresse. Esse foi o período de 1961, data da promulgação da primeira LDB. A vitória viria em 1996 quando os católicos conseguiram, em menos de um ano de promulgada a nova LDB, modificá-la no artigo que trata desse ensino. Após tantos anos de embate, através de inúmeros recursos, conseguiam os católicos, além de garantir tudo que já possuíam, obrigar o Estado a arcar com o ônus do pagamento dos professores, das despesas relativas a esse ensino, bem como ter responsabilidade com os conteúdos e suas práticas. Pela ?guerra de posição? a Igreja Católica conquistou a hegemonia nacional e garantiu a disseminação de sua concepção de mundo: a 199 transcendênci Viviane Cândido Cristina 2004 Centro Universitário Nove de Julho Educação O Ensino Religioso em suas fontes. Uma contribuição para a epistemologia do Ensino Religioso José J Queiroz Berenice Fernandes de Souza Outeiro 2005 Universidade Presbiteriana Mackenzie Ciências da Religião Ensino Religioso em Minas Gerais: uma alternativa de resgate dos valores éticos e morais Márcia Serra Ribeiro Viana Débora Vasti Colombani Bispo de Almeida 2006 Pontifícia Universidade Católica de Sâo Paulo Ciências da Religião Ensino Religioso ou Ensino sobre religiões? A concepção de Ensino Religioso escolar no Estado de São Paulo José J Queiroz Tendo em vista a necessidade de caracterizar o Ensino Religioso como área de conhecimento e, conseqüentemente, melhor compreender sua natureza e finalidade, esta dissertação tem como objetivo analisar três fontes de discursos sobre o ER, a saber, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Fórum Nacional Permanente para o Ensino Religioso e o ―Grupo do Nãoǁ, apontando as respectivas concepções de ER e seus fundamentos. Partimos de uma suposição, a ser demonstrada, de que as três fontes apresentam concepções divergentes, ambíguas e até contraditórias no que tange a essa disciplina como área de conhecimento. Este fato decorreria dos fundamentos epistemológicos que embasam as concepções de ER dos três grupos. Com este trabalho, a partir do estudo das três fontes, seus discursos e suas concepções e o reflexo destas nos textos legais, pretendemos contribuir para a busca de uma epistemologia do ER. Como categorias de análise das concepções das três fontes, recorremos a três matrizes: o discurso teológico como matriz das concepções da CNBB; a visão fenomenológica e antropológica do ser humano e de religião como base das concepções do Fórum e a visão laica, pragmática e questionadora da educação como fundante da posição do ―Grupo do Nãoǁ. Trata-se de uma pesquisa documental e metodológica, para o estudo das fontes do discurso em Ensino Religioso. Este trabalho desenvolve uma análise sobre a disciplina Ensino Religioso, na atualidade, nas escolas públicas estaduais de minas gerais, no nível fundamental, de 5a. a 8a. série, face à legislação federal e à mineira especificamente. Este tema se encontra na intersecção direta do campo religioso com a formação da sociedade brasileira. O objetivo é o de mostrar o percurso da referida disciplina na legislação federal e estadual como meio de entender os seus desdobramentos hoje nas escolas mineiras. Para chegar a isto, é feito um estudo com base na história do Ensino Religioso na educação oficial brasileira desde a chegada dos jesuítas no Brasil, em 1549, passando por todo o período colonial, monárquico e republicano. Através do levantamento cronológico das principais leis procura-se evidenciar o por quê e como esta disciplina entrou na grade curricular nacional. Investiga-se também nos diversos períodos estudados o perfil do professor para esta disciplina, o que se exigia e o que se exige hoje para a formação deste profissional. O interesse central da pesquisa é verificar se, em minas gerais, no ensino fundamental, o conteúdo ensinado se aproxima mais das questões éticas ou morais do que de um Ensino Religioso propriamente dito. Esta pesquisa fundamenta-se teoricamente nas observações de Émile Durkheim a respeito da religião como fato social e coletivo e na importância que ele deu à escola como o ambiente propício para o ensino da moral leiga como virtude desejável para o desempenho futuro da criança na sociedade. A pesquisa trata da questão das concepções de Ensino Religioso no sistema escolar público do Estado de São Paulo. O estudo aponta e analisa as concepções explícitas e implícitas que aparecem nas discussões preliminares e posteriores à Lei 10783/01 que ocorreram na Assembléia Legislativa, por ocasião da tramitação do Projeto de Lei 1036/99. Focaliza também a Deliberação CEE 16/2001 e a Indicação CEE 07/2001 e os escritos produzidos pelos mentores do Ensino Religioso escolar público para o Estado de São Paulo, contidos nos Cadernos de Ensino Religioso e nos artigos publicados na revista eletrônica REVER. Como pressuposto teórico para 200 Fábio Portella Lopes de Almeida 2006 Universidade de Brasília Direito Liberalismo político, constitucionalismo e democracia: a questão do Ensino Religioso nas escolas públicas Cristiano Otávio Paixão Araújo Pinto Janayna de Alencar Lui 2006 Universidade Federal de Santa Catarina Antropolog ia Social Em nome de deus: um estudo sobre a implementação do Ensino Religioso nas escolas públicas de São Paulo Maria Amélia Schmidt Dickie José Luis Derisso 2006 Universidade Federal de São Carlos Educação O Ensino Religioso na escola pública e a epistemologia dos materiais implementados nas escolas oficiais do Estado de São Paulo após a Lei n. 9475/97 Marisa Bittar essas análises foram expostas as principais concepções de Ensino Religioso, a confessional, a transreligiosa e a fenomenológica. Conclui-se que o Ensino Religioso escolar público do Estado de São Paulo se apresenta como uma mescla de várias concepções conflitantes, prevalecendo a tendência de caracterizá-lo como Ensino de Religiões, privilegiando o enfoque da história, da cultura e da ética, preterindo o que a concepção transreligiosa e fenomenológica consideram fundamental, a saber, o estudo e a experiência do Transcendente. A presente dissertação tem por objetivo discutir, tendo por marco teórico o liberalismo político de John Rawls, a interpretação do art. 210, § 1º, da Constituição Federal de 1988, que estabelece o Ensino Religioso nas escolas públicas, tendo por objeto de estudo a constitucionalidade da Lei Estadual n. 3.459/2000, do Rio de Janeiro. Para cumprir esse objetivo, o primeiro capítulo tem por objetivo discutir o direito à liberdade religiosa, cujos delineamentos são traçados a partir de uma leitura reconstrutiva de elementos da história constitucional brasileira a respeito do tema, fundada na busca pelo equilíbrio reflexivo entre o liberalismo político rawlsiano e essa história institucional. Esse capítulo é importante porque a discussão a respeito do Ensino Religioso deve levar em consideração a própria liberdade religiosa e o modo pelo qual as instituições brasileiras têm lidado com esse direito. O segundo capítulo discute os pressupostos normativos da educação pública, também a partir do liberalismo político, de forma a mostrar que o objetivo das instituições de ensino numa democracia constitucional é formar cidadãos capazes de exercer os seus direitos e de participar na vida pública. O terceiro capítulo tem por propósito desafiar, a partir dos pressupostos estabelecidos nos capítulos anteriores, a constitucionalidade da Lei Estadual n. 3.459/2000 e a proposta de professores de ensinarem o criacionismo nas escolas públicas, que surgiu em função do modelo de Ensino Religioso adotado por esta lei. O presente estudo trata do processo de implementação do Ensino Religioso nas escolas públicas do estado de São Paulo, tendo como foco as relações de instituídas no interior do campo estudado, bem como a identificação das estratégias individuais dos atores envolvidos na ação. Através da participação de grupos como o conselho de Ensino Religioso do estado de São Paulo (CONER/SP), a associação dos professores de Ensino Religioso de São Paulo (ASPER/SP) e a secretaria de educação do estado de São Paulo é possível compreender como se deu este processo de inclusão do Ensino Religioso na rede pública de ensino. O objetivo desta pesquisa é mostrar as mudanças ocorridas no formato de epistemológica religiosa ensinada nas escolas públicas após a promulgação da lei número 9475/97 que alterou o artigo 33 da LDB número 9394/96, e para revelar a sua inclinação ideológica. Estas alterações foram observadas principalmente no estado de São Paulo em 2001, quando a Secretaria Estadual de Educação regularizou o sujeito e o Conselho de Educação implementado na rede pública de ensino. Nós pesquisamos o desenvolvimento histórico das relações entre a Igreja e o Estado no Brasil e sua interferência na educação desde a escola jesuíta. Este estudo histórico observado variadas formas em que a religião apareceu no sistema escolar e os confrontou com a nova forma adotada em São Paulo. Nós lotado nossa retrospectiva histórica com o processo de elaboração da Constituição de 1998 e número LDB 9394/96 até a definição da lei 9475/97. Assim, procedeu-se à análise epistemológica de dois materiais distintos implementados pelo Conselho de 201 Lara Sayão Lobato de Andrade Ferraz 2006 Universidade Católica de Petrópolis Educação Uma fundamentação para o Ensino Religioso na filosofia do encontro de Martin Buber. Vera Rudge Werneck Cesar Alberto Ranquetat Júnior 2007 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Ciências Sociais A implantação do novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul: Laicidade e pluralismo religioso Ricardo Mariano Jacirema Thimoteo Santos 2007 Universidade Metodista de São Paulo Ciências da Religião Ensino Religioso e Educação para Solidariedade Jung Mo Sung Maria dos a a Educação a partir de 2002, como o subsídio para professores de religião nas escolas oficiais do estado durante os dois primeiros anos da implementação de nossa análise da presença da Religião na sistema público de ensino liquidada em uma perspectiva teórica e epistemológica que concebe a religiosidade, e as instituições religiosas ou clericais como produtos históricos que expressam a relação que as pessoas compartilham um com o outro, sob a determinação de interesse distinto apresentado na sociedade. Nossa pesquisa observou que a redefinição dos religiosos ensinados mostra um esforço católica, a fim de responder a uma nova realidade em que o pluralismo religioso se manifesta mais abertamente e até mesmo no Brasil. Esse esforço dá continuidade a uma linha ecumênica adotada pela Igreja Católica, no Vaticano, de 1962-1966, e mostra também, como parece na pressão do passado da Igreja Católica, agora juntouse a outras pequenas denominações evangélicas, no sentido de manter privilégios no sistema público por subsídios materiais para a sua ação evangélica. Ele mostra que os católicos não aceitar a fórmula leigo como um negócio que consiste em reconhecer a religião como um assunto privado para preservar o sistema público contra possíveis constrangimentos. Este trabalho teve como objetivo analisar o Ensino Religioso na escola Pública. Buscou-se discutir as questões suscitadas pela presença do Ensino Religioso no currículo da Escola Pública, com base no estudo sobre o imaginário presente na história das relações Educação e Religião no Brasil, na Legislação Brasileira e nas Deliberações Estaduais que versam sobre o Ensino Religioso e nas afirmativas sobre os objetivos da disciplina (na fala dos estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Rui Barbosa, em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro). Buscou-se analisar o imaginário sobre o Ensino Religioso por se acreditar ser o imaginário uma fonte de análise crítica que possibilita uma melhor compreensão da sociedade e aponta caminhos para a Educação. No plano teórico partiu-se de um referencial específico: a Filosofia do Encontro de Martin Buber. Esta dissertação analisa, de uma perspectiva sociológica, o processo de implementação do novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas do estado do Rio Grande do Sul, em obediência à Lei federal 9.475/97, que estabelece que o Ensino Religioso é parte integrante da formação básica do cidadão e veda qualquer forma de doutrinação e proselitismo. Trata, também, da história do Ensino Religioso no Rio Grande do Sul e no Brasil e os embates ocorridos no passado e no presente, entre os grupos laicistas e a Igreja Católica, que ainda é o grupo religioso mais empenhado e influente na defesa e implementação dessa disciplina nas escolas públicas. Analisa as questões da secularização, da laicidade, do pluralismo e da relação entre Estado e igrejas no Brasil. Mostra que a nova configuração supraconfessional da disciplina de Ensino Religioso reflete, em parte, a pluralização do campo religioso brasileiro e, por conta disso, a crescente pressão sobre os agentes públicos para tratarem com isonomia as diferentes agremiações religiosas. Ao mesmo tempo, porém, demonstra a persistência, no Rio Grande do Sul, de práticas confessionais e proselitistas contrastantes com a proposta legal de uma disciplina de Ensino Religioso não-confessional e pluralista. A disciplina de Ensino Religioso; por passar desapercebida e ser entendida como de menor importância; acaba não recebendo o devido valor na grande maioria das escolas públicas e; também; na Academia. Tendo em vista essa problemática; a presente dissertação tem como objetivo mostrar a relevância da 202 Aline Pereira Lima 2008 Universidade Estadual Paulista - Julio de Mesquita Filho Educação O uso da religião como estratégia de educação moral em escolas públicas e privadas de Presidente Prudente Maria Suzana de Stefano Menin mesma para a sociedade; focando sua contribuição para superar a exclusão social e; conseqüentemente; a sua relação com a Educação para a Solidariedade. A partir dessa perspectiva; para a concretização desse objetivo; consideramos alguns conceitos fundamentais para esse fim; como educação; neoliberalismo; exclusão social; solidariedade; sentido da vida; conversão epistemológica; ética e religiosa. Também apresentamos três modelos de Ensino Religioso; a saber; o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso; a Educação para a Religiosidade e o Confessional; apontando e refletindo sobre suas propostas pedagógicas; bem como pontos positivos e algumas limitações impostas por elas que precisamos levar em consideração ao utilizar qualquer um destes modelos. Como procedimentos metodológicos optamos pela pesquisa bibliográfica; sendo Jung Mo Sung e Hugo Assmann os autores que fundamentaram e justificaram; de forma mais precisa; a pertinência da Educação para a Solidariedade com o Ensino Religioso. Com esse trabalho; pretendemos propor que o Ensino Religioso é uma disciplina que deve ser compreendida e respeitada por todos aqueles que estão envolvidos com a educação; pois essa disciplina; ao auxiliar o processo educacional no combate à exclusão social; acaba por possuir uma participação precisa na nossa sociedade. Vinculado linha de pesquisa “Processos formativos, diferenças e valores” este trabalho apresenta os resultados da pesquisa em nível de mestrado realizada em uma escola pública e duas particulares confessionais em Presidente Prudente a fim de identificar, numa perspectiva comparativa, o sentido atribuído à religião no interior dessas escolas evidenciando a relação entre educação moral e Ensino Religioso. Para tanto teve-se como objeto as estratégias de educação moral através do Ensino Religioso. Estudos recentes têm demonstrado que há um interesse crescente da sociedade como um todo e da educação pelo tema da moralidade, sobretudo, pelos “problemas” vivenciados na escola que vão desde a violência à ausência de limites, autoridade e disciplina. Há queixas generalizadas sobre violência, vandalismo, indisciplina, individualismo, etc. uma saída que tem se encontrado é oferecer religião como forma de solucionar tais problemas. No Brasil, a religião vem se fazendo presente de diferentes modos e, fortemente, dentro da escola, como forma de moralização das crianças. É o que se evidencia com esta pesquisa. Assim, tendo como referencial a psicologia da moralidade buscou-se: evidenciar o sentido atribuído à religião no interior da escola; aferir como a religião tem sido utilizada para educar moralmente em escolas públicas e particulares confessionais; e analisar os procedimentos adotados para educação moral através do Ensino Religioso. O estudo de abordagem qualitativa contou com observações em salas de 4ª série do ensino fundamental e entrevistas com professores de três escolas em Presidente Prudente, uma pública estadual, uma particular confessional católica e uma particular confessional evangélica. Os dados sistematizados e analisados permitiram corroborar que a escola pública, embora laica, se utiliza em maior escala da religião como estratégia de educação moral, entendendo ser a religião uma ferramenta preciosa na formação geral do aluno. Os procedimentos adotados estão centrados nos procedimentos verbais e de respeito unilateral que não colaboram para formação da moral autônoma na criança. As escolas particulares também se utilizam, embora de maneiras diferentes, da religião como fator moralizante. Para uma a religião configura-se como único 203 Dolores Fontanive Henn José Carlos Bertoni 2008 Universidade Regional de Blumenau Educação Dignidade e Ensino Religioso: um olhar a partir da educação para a superação Ernesto Jacob Keim 2008 Universidade Presbiteriana Mackenzie Educação, Arte e Hitória da Cultura Da legislação à prática docente: o Ensino Religioso nas escolas municipais de Santos. Maria da Graça Nicoletti Mizukami caminho ou meio de educar moralmente na escola enquanto para outra existem possibilidades diversas mas a religião é vista como meio eficiente. Os procedimentos embora variados estão centrados em procedimentos verbais de educação moral. Nesse sentido corrobora-se a necessidade do conhecimento dos postulados do desenvolvimento moral e a revisão, por parte da escola pública, de seu papel enquanto instituição de ensino laica e plural. O estudo Dignidade e Ensino Religioso: um olhar a partir da educação para a superação está situado na linha de pesquisa Filosofia e Educação do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação, da Fundação Universidade Regional de Blumenau, SC, Brasil. No cotidiano escolar identificamos diferentes espaços de exclusão, agressão, omissão e discriminação, que atentam contra a dignidade das pessoas. Toda ética que se paute na alteridade, pressupõe uma educação da escuta, acolhimento e compromisso em perceber o rosto do outro como uma exigência a trazer possibilidades de superação para a construção da dignidade humana. Esta pesquisa busca identificar como a dignidade humana, entendida como um elemento circunstancial dos princípios da Ética da Alteridade se fez presente em um conjunto de atividades na perspectiva de uma formação continuada em Ensino Religioso e contribui com referenciais teóricos e práticos para o conjunto da educação escolar. A pesquisa é de cunho qualitativo e no que se refere aos aspectos teóricos movimenta-se dentro de uma perspectiva interdisciplinar tendo em Emmanuel Lévinas e Paulo Freire seus referenciais básicos. A pesquisa social se dá na abrangência da 12ª GERED de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina, Brasil, com treze (13) educadores de Ensino Religioso, que integraram processos de formação continuada para esta área do conhecimento no período de 1996 a 2006. Os resultados sinalizam contribuições, desafios e perspectivas para a elaboração de outros processos nesta direção. O presente estudo descritivo, acrítico, de natureza qualitativa desenvolvido no ano de 2007 teve como objetivo identificar e analisar como os professores de Ensino Religioso do Ensino fundamental das Escolas Municipais de Santos traduzem na sua prática docente a Legislação, as Políticas Educacionais da Rede de Santos, o Plano de Curso e sua própria formação básica e continuada. Teve como objetivo específico analisar a legislação, a concepção de Ensino Religioso, a capacitação e formação de professores e a descrição das expectativas e práticas dos mesmos. O estudo fez alguns recortes na proposta investigativa do projeto para poder aprofundar as análises, uma vez que a legislação educacional do município de Santos determina no Artigo 2º que: “No Ensino Fundamental as aulas de Ensino Religioso serão ministradas, do 1º ao 5º ano, pelo professor regente da classe e, do 6º ao 9º ano, pelo regente da disciplina”. Logo, fez-se pesquisa qualitativa com professores do Ensino Fundamental I, do 1º ao 5º ano. Fez-se observações não-participante de dez encontros de formação continuada promovidos no ano de 2007 pelo Setor de Formação (SEFORM) do Departamento Pedagógico (DEPED) da Prefeitura Municipal de Santos. Da mesma forma observou-se e registrou-se por meio de vídeo e fotos as aulas de dez professores. Deste grupo, selecionou-se uma professora do 3º ano para análise de duas aulas sobre símbolos religiosos. Os pressupostos teóricos desta pesquisa transitam por dois eixos: O eixo da Formação de Professores dentro das contribuições teóricas de Dewey (1959), Schön (1995, 2000), Zeichner (1992, 1993, 1995, 2003), Demo (1996, 2008), Stenhouse e Elliott (2003), Alarcão (1996, 204 Ulysses Neto Rezende 2008 Escola Superior de Teologia Teologia Ensino Religioso em escolas públicas da região da Direc 5 do Estado da Bahia. Uma análise de modelos de Ensino Religioso e de práticas docentes Laude Erandi Brandenburg Gilton Abreu Barbosa 2009 Escola Superior de Teologia Teologia O Ensino Religioso como instrumento para minimizar as desigualdades sócioeducacionais no contexto escolar Roberto Ervino Zwetsch Marcelo Máximo Purificação 2009 Escola Superior de Teologia Teologia A influência do Ensino Religioso e da educação no processo de reintegração de menores em situação de vulnerabilidade social. Marga Janete Ströher Robson Stigar 2009 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião O tempo e o espaço na construção do Ensino Religioso: um estudo sobre a concepção do Ensino Religioso na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Pedro Lima Vasconcellos 2007), L. S. Shulmann (2004), Mizukami e Reali (2002, 2005) e Paulo Freire (1974, 1979, 2005). O eixo do Ensino Religioso com enfoque na fenomenologia que estuda o sentido das expressões religiosas no seu contexto específico e sua significação para o ser humano nas contribuições de Rudolf Otto (1992), Mircea Eliade (1992, 1998), nos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso – FONAPER (1998, 2000) e nas obras de Junqueira (2002, 2007), Figueiredo (1995) e Oliveira (2007). Este trabalho traz uma análise reflexiva acerca do Ensino Religioso e dos modelos utilizados nas escolas públicas estaduais que compõem a V Diretoria Regional de Educação do Estado da Bahia – DIREC 5 – a fim de compreender os conflitos estabelecidos na aplicação da legislação nacional e estadual no cotidiano dessas escolas, bem como apontar caminhos para outras reflexões acerca do Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil, de modo geral, e da Bahia, de modo específico. A sociedade atual tem dado primazia aos bens materiais e à tecnologia, estando tão iluminada no conhecimento e tão escura em sentido espiritual. É discutindo e buscando soluções que deve trabalhar o Ensino Religioso nas escolas públicas, pois constatamos a erosão dos valores morais. Isso nos leva a invocar a justiça, a paz e uma educação que estimule o senso crítico à base da pergunta, como fazia Cristo. É nesta visão que sugerimos um currículo do Ensino Religioso nas escolas públicas que trabalhe a justiça social, a tolerância, a paz e o resgate de valores. O cruzamento entre o Ensino Religioso, no âmbito educacional, e as políticas públicas, sem sombra de dúvidas, é uma temática essencial para as ciências sociais. A presente pesquisa servirá como suporte pedagógico para os professores de Ensino Religioso e para os demais profissionais que trabalham diretamente com a ressocialização de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. A primeira parte aborda a historicidade do Ensino Religioso no Brasil, sobretudo, no Estado de Goiás, apresentando aspectos curriculares da disciplina e a formação dos professores desta área do saber. Em seguida, aborda a criança e o adolescente em situação de risco, mostrando alguns aspectos sociais ligados à história dos meninos e meninas de rua, delineando o papel da família e as concepções sociais e éticas, culminando com os aspectos legais. Na seqüência, o fechamento da pesquisa se dá com o levantamento dos dados, nos três eixos: o Ensino Religioso; a problematização dos menores em situação de vulnerabilidade social; e a reintegração de jovens. O objeto da presente pesquisa é analisar a concepção do Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A Hipótese que apresento nesta pesquisa é que a concepção de Ensino Religioso apresentada no artigo 33 da atual LDB seria uma concepção “mista” e constituída por uma composição de varias correntes e interesses. Na verdade existe uma grande ambigüidade na redação do artigo 33 da atual LBD sobre a concepção de Ensino Religioso e sobre as suas deliberações. A redação do artigo 33 da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional traz inúmeras dificuldades a respeito da sua identidade, principalmente quanto ao seu conteúdo curricular, devido a sua ambigüidade. Apresento a hipótese que a atual redação do artigo 33 da referida Lei teria sido uma saída estratégica e política para agradar os vários grupos religiosos e não religiosos existentes na sociedade brasileira, principalmente a CNBB, o FONAPER, os evangélicos, as demais instituições religiosas e também o próprio 205 Hugo Alexandre Espínola Mangueira 2010 Universidade Federal da Paraíba Ciências da Religião Acordo Brasil-Santa Sé:Catolicização da Vida Pública na República Laica Carlos André Cavalcanti Isabel Cristina Piccinelli Dissenha 2010 Pontifícia Universidade Católica do Paraná Teologia Livros de Ensino Religioso: uma produção de conhecimento no período de 1995 a 2010 Sérgio Rogério Azevedo Junqueira grupo do não, que milita pela exclusão do Ensino Religioso no espaço escolar. Essas correntes, cujos lobbies se fizeram presente no congresso nacional, levaram a uma lei de consenso, por natureza ambígua, que reflete seus interesses divergentes. A saída que apresento para a resolução dessas ambigüidades e superação do mal estar da referida disciplina de Ensino Religioso é a inserção da Ciência da Religião como um novo modelo para a disciplina de Ensino Religioso. Propomos o estudo científico e laico do fenômeno religioso como qualquer outro conhecimento inscrito na esfera das ciências que são ensinadas nas escolas. Propomos a adequada formação desses profissionais com todo o cuidado que se dispensa para a formação de profissional de qualquer outra área Insistimos que o objeto desse estudo deve ser a formação do cidadão e não a conversão de discípulos. Esta Dissertação analisa o acordo ou concordata assinada pelo governo brasileiro com a Santa Sé, na CidadeEstado do Vaticano, em 2008, relativa ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, ratificada pelo Congresso Nacional no ano seguinte. O Acordo versa sobre assuntos ligados a pretensos direitos da Igreja Católica Apostólica Romana e a sua atuação no Brasil. O objetivo do trabalho foi examinar a compatibilidade do Acordo com o ordenamento jurídico nacional (análise de constitucionalidade) e verificar as possíveis influências no contexto sócio-religioso brasileiro, através de revisão bibliográfica do Direito e, de forma complementar, mitocrítica aproximativa das recorrências verbais obsessivas presentes no texto da Concordata, conforme método da Teoria do Imaginário de Gilbert Durand. Concluímos pela incompatibilidade do Acordo com os princípios constitucionais da laicidade, liberdade religiosa e isonomia e ainda pela frontal colisão com o disposto no artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O conteúdo do Acordo é inconstitucional, fere a isonomia institucional e representa um retrocesso no caráter laico da disciplina “Ensino Religioso” do sistema educacional brasileiro face aos modernos preceitos das Ciências das Religiões. Constitui-se, portanto, numa nova tentativa de catolicização da vida pública em plena República Laica já no século XXI. A presente pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar e analisar a produção do conhecimento no Ensino Religioso por meio do estado da arte, nos livros produzidos no Brasil, no período de 1995 a 2010. Para atingir a meta geral da pesquisa, foram propostos os seguintes objetivos específicos: identificar a compreensão do conceito de produção do conhecimento e sua relação com o Ensino Religioso; identificar a produção de livros sobre o Ensino Religioso no contexto brasileiro, estabelecendo o estado da arte no período de 1995 a 2010; estabelecer categorias de análise de livros para o Ensino Religioso, a fim de contribuir na construção da estrutura desta área do conhecimento e da formação do (a) professor(a). Os(As) autores(as) que deram sustentação teórica para esta investigação foram: Bardin (1977), Junqueira (2002, 2007), Adami e Marchiori (2005), Lakatos (2001), Romanowski (2002 e 2006), Brandão (1986), Noronha e Ferreira (2000), Malhotra (1993), PCNER (1997), Oliveira L. (2007), Oliveira E. (2009), Laville e Dione (1999), Garcia (1997). A metodologia da investigação foi qualitativa, empregada através da pesquisa exploratória e do tipo “estado da arte” ou “estado do conhecimento”. Foram analisadas setenta e sete obras, e o instrumento utilizado como referencial para classificação de livros fora o roteiro aprovado pelo Conselho TécnicoCientífico da Educação Superior (CTC- 206 Fatima 2010 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião O Ensino Religioso nas escolas públicas: uma violação da laicidade do Estado? Silas Guerriero Maria José Torres Holmes 2010 Universidade Federal da Paraíba Ciências da Religião Ensino Religioso: problemas e desafios Glória das Neves Dutra Escarião Valdir Cândido de Deus 2010 Escola Superior de Teologia Teologia Ensino Religioso nas escolas municipais da zona norte de Curitiba Remí Klein Lurdes Polidoro ES), pois o que se buscava era estabelecer a identidade desta disciplina inserida no currículo escolar brasileiro. Esta análise identifica que há um crescimento da pesquisa nesta área de conhecimento, assim como da sistematização e divulgação através dos livros. Porém pode-se perceber que temos a carência de publicação de obras que abordem temas referentes à formação de professores, sistematização dos aspectos pedagógicos e metodológicos, assim como, de novas proposições de estrutura curricular subsidiada pela Ciência da Religião. Outra temática não explorada é sobre os livros didáticos e as novas tecnologias para apoiar a ação docente e discente, o que exigirá novas perspectivas de publicação. O objeto da presente pesquisa é analisar a controvérsia existente entre a concepção dos que defendem e promovem a separação entre Estado e Igreja, assim como a neutralidade do Estado em relação ao Ensino Religioso. Partindo da discussão acerca de sua natureza antropológica, compreende-se que o Ensino Religioso pode auxiliar no desenvolvimento e promoção do ser humano em todas as suas dimensões, possibilitando uma integração e convívio entre adeptos de diferentes vertentes religiosas. Sendo assim, faz-se necessário lutar para que haja uma autêntica educação da religiosidade inserida no sistema público de educação. O presente trabalho leva em consideração, também, a situação da sociedade secular contemporânea para poder, a partir de então, compreender o papel de um Ensino Religioso num Estado laico. A hipótese levantada é a de que o Ensino Religioso, na Escola Pública, não viola a laicidade do Estado. Conclui-se que o Estado, ao obrigar a disciplina do Ensino Religioso para as escolas públicas do Ensino Fundamental, não está ferindo o princípio constitucional da laicidade do Estado. Cabe ao Estado garantir o Ensino Religioso como direito dos cidadãosestudantes, banindo, porém, qualquer espécie de proselitismo Tendo como referência o Ensino Religioso na rede municipal de João Pessoa, a pesquisa investiga seus problemas e propostas de superação das dificuldades. Reconhecendo o preconceito como o principal impedimento para o pleno desenvolvimento da matéria, algumas soluções são debatidas. A formação dos professores destinados à área do Ensino Religioso é o objeto deste estudo. Através de análise documental, verificamos como é ministrado o Ensino Religioso nos dias de hoje nas escolas municipais, mediante as novas orientações. O trabalho foi elaborado em três capítulos. O primeiro capítulo versa sobre a legislação que concedeu a estrutura do Ensino Religioso, perpassando desde o Brasil Colônia até nossos dias, fornecendo elementos para formação de uma proposta viabilizadora para o Ensino Religioso. O segundo capítulo evidencia o processo formativo dos professores de Ensino Religioso e também a legislação para tal procedimento, esclarecendo as dificuldades para a inserção do Ensino Religioso na escola. O capítulo três aborda o Ensino Religioso nas escolas municipais da zona norte de Curitiba. Analisamos de forma documental a ASSINTEC e sua colaboração para a vigência do Ensino Religioso no âmbito escolar. A pesquisa nos forneceu o conhecimento da existência de normas para o Ensino Religioso nas escolas municipais contidas no Caderno Pedagógico: Ensino Religioso. A pesquisa revela que o processo formativo dos professores precisa urgentemente ser realizado, pois desse modo será passado para os educandos o sentido real do exercício da cidadania, que os tornará cidadãos participativos no destino dessa 207 nação. Vanessa Carneiro Bonina Lima Magri 2010 Universidade Estadual Paulista - Júlio de Mesquita Filho Educação O Ensino Religioso na escola pública: um estudo sobre a experiência da rede estadual de Minas Gerais Marilena Ap. Jorge Guedes de Camargo O presente trabalho é resultado de investigação da experiência da disciplina do Ensino Religioso na escola pública da Rede Estadual de Ensino do Estado de Minas Gerais com a delimitação sobre a ação de ensinar do professor em sala de aula. Procuramos identificar as marcas dos conflitos e dos impasses presentes nesta prática docente. Para isso, percorremos uma trajetória de coleta de documentos que registram a implantação do Ensino Religioso, enquanto um componente curricular, observando as suas articulações com o movimento de organização de professores, de modo específico, e com o terreno cultural de Minas Gerais, de modo amplo. Junto à Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais recolhemos documentos e depoimentos, a fim de, construirmos o corpus de nosso estudo. Nesse conjunto de documentos, identificado como registro de memória de práticas docentes, cartografamos o ato de ensinar. Teses Hédio Júnior Silva 2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Direito A liberdade de crença como limite à regulamentação do Ensino Religioso Maria Garcia Irma Beatriz Araújo Kappel 2003 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Linguística e Língua Portuguesa O discurso institucional legal do Ensino Religioso Paulo de Tarso Galembeck O presente trabalho tem como escopo principal investigar os contornos constitucionais da liberdade de crença no Brasil, patenteando a relação de implicação existente entre o princípio da liberdade de crença e a regra do Ensino Religioso nas escolas públicas do ensino fundamental. A norma proibitiva contida no art. 19, inciso i, da constituição federal, comete ao estado uma obrigação negativa, de não fazer, perfazendo uma área de abrangência na qual estão focalizadas textualmente: a proibição de criar, instituir, fundar, firmar ou celebrar qualquer culto ou igreja. A proibição de destinar auxílio ou contribuição financeira, permanente ou eventual, para suportar quaisquer tipos de despesas de quaisquer cultos ou igrejas. A proibição de obstruir, impedir, tolher, perturbar ou estorvar o funcionamento de qualquer culto ou igreja. A proibição de manter, com quaisquer cultos, igrejas, ou com representantes destas, relação de sujeição, subordinação ou anexação. A proibição de realizar qualquer pacto, acordo ou união – a qualquer título - com culto ou igreja. Considerando-se que o princípio da liberdade de crença veda qualquer forma de vinculação e subvenção as atividades de natureza religiosa, buscamos promover uma reflexão sobre os limites constitucionais impostos à disciplina jurídica do Ensino Religioso, com ênfase na atividade regulamentadora. Do cânone constitucional da liberdade de crença decorrem dois princípios organizativos indispensáveis para a descrição e a regulação da matéria, quais sejam a laicidade estatal e a separação do estado da religião. Irradiando-se por todo o sistema normativo, e cimentando o regime jurídico da liberdade de crença, a laicidade enlaça as várias normas constitucionais pertinentes e incide sobre toda a matéria infraconstitucional, fixando fronteiras e cometendo obrigações positivas e negativas ao estado e aos particulares. Verificar-se-á, assim, que a norma do Ensino Religioso deve guardar rigorosa obediência e sintonia com os limites e termos da laicidade estatal, pelo que a adoção de norma infraconstitucional, que permitiu o financiamento público do Ensino Religioso, bem como a ingerência estatal nesta seara (lei n. 9.475/1997), afigura-se irremediavelmente inconstitucional. Esta tese empreendeu uma reflexão acerca dos fatores sócio-histórico e ideológicos que constituem os sentidos do Discurso Institucional Legal no que se refere ao Ensino Religioso. Para isso, efetuamos o cotejo entre os artigos das Constituições Federais e leis que regulamentaram o mesmo assunto ou silenciaram-se, a partir da hipótese de que, antes da elaboração final do texto jurídico, há um jogo político para o seu estabelecimento. Sustentada na Análise do Discurso de linha francesa, a partir de uma análise qualitativa, considerando a presença de outros discursos, discutimos o processo de constituição das vozes (polifonia - percebida a partir das marcas de heterogeneidade e dos silêncios) nos enunciados, e dos sentidos 208 Pedro Ruedell 2005 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Educação Fundamentação antropológico-cultural da religião segundo Paul Tillich Perspectivas pedagógicas aberta frente aos dispositivos legais vigentes. Lúcio Kreutz Cássia Baptista Oliveira 2008 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Educação Templos de consumo. Ensino Religioso e escola na contemporaneidade Luiz Cavaliere Bazílio Maria de (polissemia percebida a partir dos enunciados e paráfrases) na identificação das formações discursivas e ideológicas. A análise procurou demonstrar que o Discurso Institucional Legal se inscreve em formações discursivas e ideológicas conflitantes, sobrepondo o dizer dos dominantes na elaboração conceitual e teórica que serve para instrumentalizar instituições e grupos privilegiados. Conhecer parte do discurso institucional legal que normatiza um aspecto da educação possibilitar-nos-á compreender um pouco mais a sociedade em que vivemos da mesma forma que, ao analisar a sociedade, poderemos entender os discursos que nela são produzidos. Atento à problemática do Ensino Religioso, minha reflexão se insere num percurso histórico, do qual participo ativamente desde a década de 1960. Associando-me a outros profissionais do ensino, em âmbito estadual e nacional, refleti com eles sobre as mudanças contextuais, procurando ressignificar a compreensão do Ensino Religioso e reconfigurar a sua prática, dentro da realidade cambiante. Tais reflexões foram elaboradas em textos, parcialmente publicados, e levadas à prática em projetos de formação de professores e em subsídios para aulas de educação religiosa. Com esta atividade, também entrei em contato com autoridades de ensino, no sentido de promover programas de atualização dos professores na disciplina aqui em questão. Agora, no trabalho de tese, insiro-me neste processo, o qual constitui, por assim dizer, o chão de minhas considerações, que desenvolvo em três partes:1) um olhar histórico sobre a evolução do Ensino Religioso, com destaque às mudanças ocorridas, visando a uma melhor compreensão do mesmo, segundo a legislação em vigor; 2) organização de elementos basilares como tentativa de ajudar a edificar um sistema coerente de sustentação para esta disciplina escolar; 3) sugestão de indicadores para o processo educativo no qual se insere a educação religiosa. Nesta tríplice perspectiva, tenho como objetivo principal ajudar a construir uma fundamentação antropológico-cultural para a religião. Movido por este intuito, dirijo meu pensamento sobre a dimensão religiosa do ser humano como habitat do religioso e detenho-me em seguida nas expressões religiosas que se revestem de traços culturais. Abordando estes aspectos, espero contribuir, ainda que parcamente, para o estabelecimento da pretendida base e evidenciar que o Ensino Religioso é um elemento indispensável para a educação integral do cidadão e para a obra de edificar uma sociedade justa e solidária. Com a intenção de dar a este trabalho uma consistência coerente e unificadora, recorro ao pensamento de Paul Tillich (1886-1965), distinguido pensador e professor, que atuou em universidades da Alemanha e dos Estados Unidos. As categorias de pensar deste autor se ajustam como alicerce à educação religiosa, considerando esta como desenvolvimento da dimensão profunda do ser humano que é a da religião. Sigo também a Tillich no método das correlações, por ele construído, e que é de índole dialética, com a particularidade de manter os polos da realidade enfocada em tensão e na ambiguidade, no fluir constante da essência para a existência. Em tudo isto tentou identificarme e posicionar-me de maneira a conferir às três seções a interligação de um único processo do Ensino Religioso como tal, no qual minha trajetória está inserida. Este trabalho examina, a partir do fato inédito do retorno da obrigatoriedade do Ensino Religioso às escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro, os desafios singulares do capitalismo contemporâneo que perpassam a educação. Através do que acontece no Ensino Religioso, são destacadas as tensões políticas singulares entre escola pública, religião e contemporaneidade. Em busca dessa compreensão, tornou-se fundamental aventurarse pela cidade; a Avenida Brasil e a Avenida das Américas foram escolhidas como elementos de referência e funcionaram como rastros que enunciam a modernidade pesada e a modernidade leve. O que a religião poderá nos fornecer para pensar a atualidade? Que subjetividades singulares são produzidas na escola pública por meio da violação da Constituição? A importância de uma reflexão sobre o Ensino Religioso, sobretudo no campo educacional, se deve a uma preocupação em relação aos desafios, aos conflitos e às tensões gerados no âmbito da cultura brasileira, e provocados pelo fenômeno religioso. Considera- 209 Teresinha Maria Mocellin 2008 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião O mal estar no Ensino Religioso: localização, contextualização e interpretação. José J. Queiroz Viviane Cristina Cândido 2008 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciência da Religião Epistemologia da controvérsia para o Ensino Religioso: aprendendo e ensinando na diferença, fundamentados no pensamento de Franz Rosenzweig. Luiz Pondé Marislei de Sousa Espídula Brasileiro 2010 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ciência da Religião Ensino Religioso na escola: o papel das Ciências das Religiões Alberto da Silva Moreira Felipe se que os templos de consumo em que os citadinos vivem evidenciam que a religião na educação deve ser analisada pela via da politização do Ensino Religioso, reconhecendo que “os movimentos religiosos de hoje têm uma capacidade singular de revelar os males da sociedade, sobre os quais eles têm seu próprio diagnóstico”. (Bauman, 1998:226). Como suporte desta temática, buscou-se recursos na história e na sociologia, no intuito de refletir sobre os cinco conceitos em torno dos quais as narrativas da condição tendem a se desenvolver: emancipação, individualidade, tempo/espaço, trabalho e comunidade. O principal apoio consistiu no livro Modernidade líquida, de Zygmunt Bauman, em que ele examina a profunda mudança que o advento deste tipo de modernidade produziu na condição humana. Esta tese pretende analisar o Ensino Religioso nas escolas públicas; na atualidade brasileira. Parte do pressuposto de que haja um mal-estar relativo a essa disciplina. Essa metáfora; oriunda da área da saúde; aparece; em muitos discursos; como algo difuso no Ensino Religioso. Fazer uma radiografia para localizá-lo foi o objetivo principal do trabalho. Como preâmbulo; apontam-se as raízes históricas desse mal- estar. A raiz remota; na catequese dos índios e negros escravos e os conflitos que gerou nos evangelizadores e nos evangelizados. A raiz próxima; no advento da República; a separação entre Igreja e Estado e os conflitos decorrentes. O laicismo da era republicana; a principio; alijou a disciplina do espaço público. Depois; graças à pressão da Igreja Católica; ela foi readmitida; sempre; porém; em caráter facultativo para o aluno. A pesquisa localizou vários focos de mal-estar. Eles se concentram; especialmente; na legislação e sua aplicação; devido à sua imprecisão e ambiguidade. Depois; a formação dos docentes para a disciplina é a outra maior incidência do mal-estar. Estas duas situações foram analisadas no último capítulo da tese. O suporte teórico das analises é a filosofia da práxis de Gramsci. Compreendemos a finalidade do ER como sendo possibilitar aos educandos uma ampliação de sua visão de mundo, levando-os a uma maior compreensão das questões religiosas no âmbito da vida moderna, tendo a religião como seu objeto de estudo, elevando tais estudos e reflexões à categoria de elementos colaboradores na compreensão e vivência do autenticamente humano e do diálogo na diferença. Destacamos que, para ampliar a visão de mundo do educando, o ER necessita contemplar o estudo da religião tanto do ponto de vista institucional quanto do ponto de vista da experiência religiosa, ou seja, considerar a religião de forma ampla e não reduzila a alguma de suas compreensões, a saber, como fenômeno religioso, fenômeno natural, moral ou sagrado, recorrendo, para tanto, a uma abordagem multidisciplinar. Nessa persperctiva ser religioso ou não deixa de ser um a priori, uma vez que as instituições e as experiências religiosas existem independentemente da fé, por outro lado, conhecer as instituições e as experiências religiosas e suas buscas reais para, de fato, serem experiências religiosas pode vir a ser um contraponto para o embate, no ambiente das controvérsias, com as imposições da razão moderna. Pensando na religião como um objeto de estudo que, por si mesmo, exige uma abordagem multidisciplinar localizamos essa área como sendo as Ciências da Religião, entretanto, no decorrer de nossa pesquisa, pudemos perceber que essa escolha comportava a dificuldade de, sendo tão amplo o espectro das Ciências da Religião, devido e graças às muitas possibilidades de abordagem, defini-las como depositárias da epistemologia do ER seria deixar essa última diante de uma enormidade de opções e da necessidade de escolher qual delas seria seu fundamento. Neste estudo tem-se por objetivos analisar o Ensino Religioso e defender o papel das Ciências das Religiões nesse processo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com análises integrativa, sistematizada e quantiqualitativa de publicações científicas elaboradas entre 1978 e 2009. Os resultados apontaram 207 pesquisas disponibilizadas, em sua maioria, no sítio do Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso, intensificadas nos últimos dez anos em instituições das regiões Sudeste e Sul do Brasil. A análise das publicações permitiu identificar três grupos de estudos que discutem o Ensino Religioso: uma minoria que discorda do Ensino 210 Religioso na escola; um grupo que se diz satisfeito com a situação atual e um grupo maior defensor de mudanças na legislação, na formação dos professores, no currículo e na didática do Ensino Religioso. O estudo revelou um Ensino Religioso interdisciplinar e transdisciplinar, que se apresenta como uma disciplina que colabora com outras ciências, o que justifica a necessidade de compreender o Ensino Religioso por meio dos constructos teórico-filosóficos/sociológicos das religiões. Os autores concordam que o Ensino Religioso é necessário e que se deve incluir as diferenças entre as religiões. Dentro dessa perspectiva, o presente estudo analisou o papel das Ciências das Religiões como uma alternativa para o Ensino Religioso, levando-se em consideração os princípios da cientificidade, da integralidade, da supraconfessionalidade, da interdisciplinaridade, da transdisciplinaridade, da subjetividade, da contextualidade, da refutabilidade e da flexibilidade. Ante o Ensino Religioso atual, as Ciências das Religiões podem contribuir de forma neutra e sem comparar as religiões entre si. Conclui-se, com este estudo, que nos últimos trinta anos muito se publicou sobre Ensino Religioso, no entanto, existe a necessidade de uma formação docente voltada para o Ensino Religioso brasileiro, levando em consideração toda a sua complexidade por meio das Ciências das Religiões. Eventos – área Educação 2003 24 a 26 setembro III EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR O percurso do Ensino Religioso na escola de doutrinação à construção do conhecimento Kleberson M. Rodrigues Léo Marcelo P. Machado Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2004 27 a 30 de abril V ANDEP SUL Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR A construção de uma concepção: o Ensino Religioso em uma perspectiva pedagógica a partir do artigo 33 da LDB Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2004 29 de agosto a 01 de setembro XII ENDIPE Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR As tramas na construção da concepção de Ensino Religioso brasileiro Sérgio Rogério Azevedo Junqueira de Refletir sobre o Ensino Religioso na escola não é uma tarefa tão fácil, pois como se constitui em uma área do conhecimento em fase de estruturação, ainda encontra muita resistência de ambos os lados quer sejam das Igrejas e Tradições Religiosas ou dos membros da escola. Esta resistência muitas vezes é acentuada pelo desconhecimento do objetivo e finalidade do Ensino Religioso no ambiente escolar. Tendo como ponto de partida à reflexão e entrevistas com professores da educação básica, sendo complementada com dados bibliográficos, alguns membros do grupo de Pesquisa educação e Religião se propuseram a descrever o percurso histórico do Ensino Religioso, do qual se pode destacar o momento de transição de um modelo teológico para um modelo com um caráter mais pedagógico, em sintonia com o ambiente escolar. Esta concepção de um novo modelo, tendo como objetivo o fenômeno religioso, tem como grande divulgador o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER). Mas ao ser incorporado no currículo escolar junto com as demais áreas do conhecimento, é necessário sabermos a sua finalidade, o porquê do Ensino Religioso na escola e qual a sua pretensão. Esta é grande dificuldade do professor que muitas vezes não recebeu formação para tal área do conhecimento. Assim, o cenário que se evidencia é a necessidade da formação do professor para atuar nesta área do conhecimento e a questão da discussão inicia-se na escola, devido ao caráter pedagógico. O Ensino Religioso não pode ser considerado um estranho dentro da escola, mas sim uma área do conhecimento que contribui na humanização e conhecimento do educando. A revolução da educação foi uma das de maior impacto nos últimos dois séculos. O ensino se generalizou e se tornou obrigatório até idades cada vez mais avançadas em muitos países e se diversificou em seus conteúdos. O próprio conceito de educação pode-s dizer que mudou. Na maioria dos países, esse tema da educação aparece, justamente, como um dos mais desafiantes para o futuro de seu desenvolvimento. Neste contexto é o Ensino Religioso, um componente inserido no currículo das escolas brasileiras como forma de conquista de um espaço para instituições religiosas, que assume um novo perfil visando à formação do cidadão capaz de reler o seu cotidiano em uma perspectiva pluralista para que dele participe ativamente como um cidadão. Conhecemos o ensino que visa à construção (produção) do conhecimento e que se caracteriza pela promoção do debate, da hipótese divergente, da dúvida - real ou metódica, do confronto de idéias, de informações discordantes e, também, da exposição competente de conteúdos formalizados. Igualmente conhecemos o ensino que visa à transmissão e que se caracteriza pelo silêncio, pela 211 2004 IV Encontro de Pesquisa Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG (Ponta Grossa/PR) A concepção de Ensino Religioso no “discurso” do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) Léo Marcelo Plantes Machado Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Kleberson Massaro Rodrigues concordância, pela subserviência, pela aversão à dúvida metódica, pela repressão e até punição à hipótese divergente, pelo monopólio da informação e da interpretação nas mãos do professor que freqüentemente trabalha com informações arcaicas e descontextualizadas sob os aspectos antropológicos, sociológicos e históricos. No entanto, para além destes modelos de ensino, a educação passa hoje por momentos de revisão. Vivemos precisamente numa época em que a consciência da diversidade cultural entre os países e também no interior deles se acentuou. Nunca, como no presente momento histórico, o respeito à diversidade cultural foi tão reivindicado. Estamos simultaneamente conscientes da unidade do destino do homem em todo o planeta e de suas radicais diferenças culturais em cada povo (BECKER, 1993: 130). Diante deste contexto, encontramo-nos em um repensar generalizado da educação. Revisão da escola. Nas últimas décadas, nossa tarefa de educadores cristãos ficou submetida à mesma revisão que atingiu tudo quanto se refere à educação em geral. Neste contexto encontra-se o processo de escolarização do Ensino Religioso, inicialmente o trabalho realizado na escola era uma transposição do que se realizava na paróquia, o modelo caracterizavase antes de tudo um código doutrinal (dogma, moral, sacramentos), de verdade sobrenatural diretamente revelada de Deus, o professor com autoridade dada pela Igreja apresentava um catecismo segundo uma linguagem neoescolástica. Pois a catequese era concebida, sobretudo, como uma introdução sistemática e orgânica desse complexo doutrinal do catecismo, onde sua finalidade primeira era o conhecimento exato intelectual das verdades de fé. O que em prática esse tipo de catequese exprimia provavelmente no fazer aprender de memória e no recitar as perguntas e respostas do catecismo oficial. As explicações fornecidas eram em geral para aprender o sentido das palavras, não necessariamente o conteúdo. O caráter intelectual ou cognitivo desta catequese era absolutamente dominante. A formulação exata e integral deste código doutrinal era reservada ao magistério da Igreja e vinha aprofundada pela teologia. Progressivamente, existe a introdução de elementos psicopedagógicas, que influenciam na seleção de conteúdos, estratégias e nos subsídios. Existe uma preocupação de compreender a experiência do aluno. A fidelidade ao ser humano explicita-se na preocupação de compreender o processo de ensino-aprendizagem da fé cristã, buscando procedimentos didáticos mais apropriados. De um acento inicial sobre o conteúdo, percebe-se uma alteração para a preocupação com o aluno, o método adequado. Tal preocupação encontra sua origem e grande expoente na Alemanha, Áustria, França e Bélgica, seus Catequetas convictos de uma real necessidade de renovamento do método catequético. É interessante recordar que a catequese nesse ambiente é, sobretudo, realizada na escola, o que influencia os estudos sobre a o processo sistemático do ensino da religião. Nesse contexto, amplia o conceito de Pastoral como o agir da Igreja, progressivamente existe uma preocupação de explicitar a escola como espaço privilegiado desta presença eclesial. Atualmente há um crescimento na discussão sobre a presença do Ensino Religioso na escola. Por um lado há resistências, de outro, aceitações, sendo desenvolvidas várias concepções diferentes sobre sua importância, sua metodologia e finalidade no ambiente escolar. Alguns organismos buscam o debate e a reflexão sobre este assunto, dentre eles, o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER), o qual desde sua fundação em 1995, realiza eventos formativos para os professores tendo como objetivo discutir sobre o Ensino Religioso. Neste período o FONAPER formou uma concepção, esta por sua vez trouxe algumas implicações na visão de tal assunto. Esta concepção foi o objeto desta pesquisa que procurou descrever a concepção de Ensino Religioso presente no discurso do FONAPER. A metodologia constitui-se em análise documental do material distribuído aos filiados, sendo complementado com entrevistas, com as lideranças e algum filiado do FONAPER. Os resultados apontam uma fase de transição de pressupostos teológicos para pressupostos pedagógicos, assim o FONAPER busca apresentar as instituições escolares o Ensino Religioso como área do conhecimento tendo o mesmo tratamento das demais áreas do conhecimento. A concepção 212 2004 IV EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR (Curitiba/PR) O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) e sua contribuição para o processo de escolarização do Ensino Religioso Kleberson M. Rodrigues Léo Marcelo P. Machado Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2004 IV EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR (Curitiba/PR) A Associação Interconfessional de Educação (ASSINTEC) e o Ensino Religioso no Paraná Emerli Schlogl 2004 IV EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná Ensino Religioso: pressupostos e desafios Barbara Raquel Prado Corrêa do presente contempla o espaço onde a ação acontece, ou seja, é o espaço escolar que define a metodologia e aplicação, não sendo mais uma questão de fé. Mesmo com movimento formativo o FONAPER encontra dificuldades em fazer esta concepção presente no cotidiano escolar, vários fatores contribuem para isto, entre eles: a falta de formação do professor específica para esta área em alguns Estados; a dificuldade de abertura por parte dos professores que continuam a trabalhar o Ensino Religioso na perspectiva de valores. Desta forma se evidencia a necessidade da formação continuada do professor do Ensino Religioso, da qual o FONAPER que ser um agente de contribuição. O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (FONAPER) foi criado em 1995 e, ao longo de sua existência, vem buscando acompanhar, organizar e subsidiar o esforço de professores, associações e pesquisadores. Esta pesquisa teve como objetivo descrever as principais ações do FONAPER no percurso histórico de escolarização do Ensino Religioso. A metodologia constitui-se em um levantamento bibliográfico e uma análise documental do material produzido. Os resultados apontam uma fase de transição de pressupostos teológicos para pressupostos pedagógicos, que contempla o espaço em que a ação acontece, ou seja, é o espaço escolar que define a metodologia e aplicação, não sendo mais uma questão de fé. Não é possível entender a história do FONAPER de forma estática, ou mesmo linear. Em um primeiro momento, ocupou-se com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, simultaneamente com a estrutura do Ensino Religioso por meio da produção do Parâmetro Curricular Nacional do Ensino Religioso. A implementação da compreensão do atual modelo para esta área do conhecimento foi expressa pelos Cadernos Temáticos, assim como o Curso de Extensão em doze módulos, o que exigiu a preocupação com a formação de professores. Foram realizadas nove sessões ordinárias do FONAPER, sete congressos sobre a capacitação docente e dois congressos nacionais para professores do Ensino Religioso. Assim, o cenário que se evidencia é a necessidade da formação do professor para atuar nesta área do conhecimento. O Ensino Religioso não pode ser considerado um estranho dentro da escola, mas sim uma área do conhecimento que contribui na humanização e conhecimento do educando. O Brasil foi invadido pelo império português e isto trouxe uma marca muito importante para a identidade da educação neste país. Em se tratando do Ensino Religioso é importante perceber que além da invasão territorial, descuidadamente chamada de descobrimento, tivemos a invasão das idéias religiosas que vigoravam em Portugal. País marcadamente católico que ao chegar nestas terras realizou sua ocupação em termos bastante amplos, a iniciar pelos espaços e riquezas da terra e culminando com a ocupação ideológica. Conquistar um povo, subjugando-o requer certos procedimentos. A vivência religiosa de um povo se encontra no centro de sua cultura. Podemos encontrar ainda, em vilarejos antigos a posição central da igreja em relação à construção urbana da cidade. Um símbolo arquitetônico que denota a importância da religião na vida da comunidade. Sabendo que o centro da vida comunitária se estrutura a partir do substrato religioso, o conquistador habilidoso poderia, destruindo a fé local e pessoal, enfraquecer o dominado e com isso conseguir melhor manejo sobre ele. As diferentes nações indígenas aqui encontradas sofreram uma completa desqualificação da fé através do insistente trabalho de evangelização e catequização, a partir do qual se desejava salvar a alma desses povos pagãos. Isto ao menos, é o que se declarava, já observamos que motivações ocultas, como no caso a exploração do serviço humano indígena e a plena utilização de suas terras foi um determinante, inclusive da própria doutrinação. O mesmo aconteceu com o povo oriundo do continente africano. Vieram pessoas das mais diferentes nações, havia a diferença de costumes, linguagem, religião, entre outras. Eram transportados em tumbeiros, que levavam cerca de 60 dias na travessia marítima. A escravidão de africanos por portugueses data de 1442. Do mesmo modo como aconteceu com os povos indígenas, desta mesma foram os africanos foram destituídos de seu poder religioso, ou ao menos é o que se tentou fazer. A ansiedade de conhecimento, de respostas diante de algo inerente e intrínseco a essência / existência humana: a transcendência, que tem permeado toda 213 – PUCPR (Curitiba/PR) 2004 21 e 22 outubro de 2004 04 a 24 outubro de 2006 06 a 08 novembro de 2006 06 a 08 novembro de Seminário de Pesquisa Universidade Estadual de Maringá – UEM (Maringá/PR) Universidade do Norte do Paraná UNOPAR (PR) Efetivação do Ensino Religioso nas escolas públicas do Paraná Ensino Religioso: a busca de um novo paradigma educacional na formação do ser humano no contexto escolar Tânia Conceição Iglesias do Amaral Cezar de Alencar Arnaut de Toledo Sonia Aparecida de Nogueira Sandra Mara de Oliveira Adriana Regina de Jesus Santos VI EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR (Curitiba/PR) O Ensino Religioso no Brasil: uma abordagem histórica a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais Rodrigo Souza VI EDUCERE Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR (Curitiba/PR) Revista Diálogo: uma visão transformadora Cláudia Regina Tavares Cardoso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira VII Encontro de Atividades Científicas Augusto de a existência do homem. Neste contexto de procura para diferentes respostas, surgem diferentes meios e formas religiosas, com avanço significativo em todo o mundo, sendo objeto de estudo por filósofos, teólogos, sociólogos e educadores de modo geral. Os sentimentos sociais que cercam a existência do indivíduo tornaram-se fundamentais para que este procure formas e/ou fórmulas de sucesso que garantam a continuidade de sua ação e a sua interação social de maneira cada vez mais satisfatória. Abre-se, portanto, uma vasta possibilidade de elucubrações sobre a transcendência humana. Alves (1985, p. 34) afirma que a religião exerce o poder, o amor e a dignidade da imaginação e, nesse nível, simbolicamente satisfaz carências ou desejos. Deus ou qualquer entidade supra terrena tem o poder de reduzir conflitos e encaminhar soluções, que por ora a ele, indivíduo, é impossíveis de suprir ou resolver. Na perspectiva de possíveis soluções a questão espiritual do ser humano torna-se relevante a análise dos diferentes fenômenos religiosos, num entendimento científico aplicado ao Ensino Religioso, para que forneça ao indivíduo subsídios em sua busca de sentido neste aspecto, ressaltando-se a dificuldade de definições, por haver diferentes concepções científicas, éticas, morais, culturais e até mesmo de senso comum sobre a temática. Por outro lado, entendo a necessidade de compreender este indivíduo em sua totalidade global educacional. Sem resumo A pesquisa intitulada: Ensino Religioso: a busca de um novo paradigma educacional na formação do ser humano, no contexto escolar, tem como objetivo refletir sobre os valores intra e extraescolares visto que estamos inseridos numa sociedade onde o respeito, a amizade, dentre outros, são valores que estão desatualizados na visão da sociedade individualista. Durante as observações ficou evidente para nós que carecemos mudar nossas concepções e trabalharmos de forma que o outro seja tão importante quanto o eu. Sendo assim, começamos pesquisar sobre o tema e descobrimos que é possível integrar o Ensino Religioso em todas as disciplinas de maneira científica e não apenas como processo de catequização. Optamos por procurar textos relacionados à Ética, sendo que esta já está inserida nos PCNs destacando vários valores que necessitamos resgatá-los. Abordaremos também textos e atividades que conduzam as crianças à reflexão sobre como estão se comportando na vida e na escola e assim possibilitando-os a descobrir sua própria identidade. Com esse trabalho estaremos buscando a essência da vida e, juntos, construindo uma sociedade pautada na coletividade excluindo assim o individualismo. Percebendo-se a necessidade de valores, iremos propor que a escola procure de forma clara e objetiva dar continuidade ao trabalho, valorizando assim, a pessoa humana no seu aspecto biopsicossocial. O presente trabalho procura mostrar os processos e tensões da evolução histórica da compreensão que temos hoje da disciplina de Ensino Religioso. Realizando uma breve incursão histórica, o estudo vê na atual proposta de Ensino Religioso, presente na Lei Nº 9.475/1997 e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, uma significativa mudança no conceito de Ensino Religioso. Essa mudança tem implicações diretas na prática pedagógica do professor de Ensino Religioso. A Revista Diálogo é editada pelas Paulinas e foi organizada com estética, técnica e na perspectiva que permitisse uma aproximação do Ensino Religioso (ER) com o profissional-professor. Com periodicidade regular, a primeira Revista foi lançada em outubro de 1995, completando em 2005, dez anos, contribuindo na formação dos professores do ER no movimento nacional e os aproximando do modelo fenomenológico. Criada a partir das aspirações dos professores e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que desejavam um veículo de comunicação que mantivesse o profissional de ER em sintonia com as diversas iniciativas inerentes à sua área de atuação. Ela é monotemática, que aborda um tema sob vários aspectos. Há, no Diálogo, a Seção Cartas, onde os leitores expressam suas opiniões e críticas com relação às matérias publicadas, dessa forma consegue-se extrair o papel do veículo na prática e formação do professor-leitor. Buscou-se 214 2006 VI ANPED SUL Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria/RS Deslizes na proposta curricular de Ensino Religioso de Santa Catarina: um recorte discursivo Simone Riske Koch Hilário Inácio Bohn 2006 VI ANPED SUL Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria/RS Práticas pedagógicas de Ensino Religioso e séries iniciais do ensino fundamental: uma pesquisa a partir de Unidades Escolares da 24ª. GEREI de Jaraguá do Sul. Mariane do Rocio Peters Kravice Lilian Blanck de Oliveira na pesquisa de campo, o instrumento para responder aos questionamentos sobre o papel da Revista Diálogo para a prática docente do ER no Brasil. A primeira consta no Relatório do Departamento de Marketing e Publicidade da Revista, realizada em 2003. Depois, outra pesquisa executada este ano, sendo o público-alvo as 545 pessoas cadastradas no mailing list do Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER – www.gper.com.br). Outro momento da pesquisa de 2006 foi enquetes nos sites: do GPER e no FONAPER (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso - www.fonaper.com.br). No GPER o enfoque foi “o papel da Revista Diálogo na formação dos professores” e no FONAPER, se como professor, o internauta conhecia a Revista Diálogo. Por último a entrevista com a pessoafonte: Irmã Luzia de Sena, editora responsável desde a fundação do Diálogo até a edição comemorativa dos dez anos e a análise das cartas dos leitores à editoria. Somos contínua e intensamente interpelados por marcadores identitários e vivemos numa época de difusão das diferenças, em que os sentimentos de pertencimento são cambiantes, complexos, difíceis de capturar, descrever e analisar. Esta pesquisa tem por objetivo desvelar o discurso sobre os diferentes e as diferenças que atravessam um dos documentos oficiais que norteiam o componente curricular de Ensino Religioso no Estado de Santa Catarina, a saber, a Proposta Curricular de Santa Catarina: Implementação do Ensino Religioso no Ensino Fundamental. Esta proposta, em seu texto introdutório, apresenta o objetivo Conselho de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina – CONER/SC como um dos referenciais que subsidiaram a elaboração da presente proposta curricular. Analisamos este objetivo à luz da teoria da Análise do Discurso de orientação francesa. Para tal, procedemos a uma investigação teórica das questões que envolvem os diferentes e as diferenças, visando compreender como elas circulam na materialidade lingüística do texto elaborado. A análise mostra que os efeitos de sentido produzidos no texto sinalizam na direção da presença de um constante jogo de poder nas relações humanas subjacentes ao processo de elaboração deste objetivo. Este jogo de poder é marcado por um discurso que parece deslizar, pois ao mesmo tempo em que prevê o reconhecimento das diferenças, se percebe certo cerceamento de fronteiras religiosas comuns. Assim, os sentidos e os sujeitos parecem resultar de filiações em redes, na relação de distintas formações discursivas. A problemática desta pesquisa situa-se no âmbito da disciplina de Ensino Religioso oferecida nas séries iniciais do Ensino Fundamental das Unidades Escolares da 24ª Gerência de Educação e Inovação (GEREI) do Município de Jaraguá do Sul. Encontros de atualização dos conhecimentos teórico-metodológicos da disciplina de Ensino Religioso a partir da LDB n. 9394/96, realizados no decorrer do ano de 2003 com aproximadamente 180 educadores das séries Iniciais do Ensino Fundamental e Educação Infantil das Unidades Escolares dessa GEREI, sinalizaram a necessidade de uma formação continuada para essa área do conhecimento. A pesquisa bibliográfica e pesquisa social desenvolvida no segundo semestre de 2004, com alguns educadores da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino Fundamental de doze Unidades Escolares dessa GEREI investigou referenciais para um possível aporte teórico/metodológico a orientar os educadores das séries iniciais do Ensino Fundamental. Para a coleta de dados se utilizou um instrumento de pesquisa contendo questões dissertativas visando colher informações a partir de diferentes olhares, contextos e histórias de vida da temática em pesquisa. Os dados coletados foram sistematizados em (7) sete quadros síntese em função da incidência de "aspectos mais freqüentes e relevantes" enunciados nas respostas dos educadores pesquisados. Práticas pedagógicas críticas, criativas e interdisciplinares; conhecimento de valores humanos fundamentais; estudo do fenômeno religioso na diversidade cultural religiosa; respeito e convivência com o diferente; participação na formação de cidadãos éticos e formação de profissionais para uma docência de significado e com qualidade da disciplina de Ensino Religioso nas séries iniciais do Ensino Fundamental e Unidades Escolares como um todo; foram algumas das ênfases que mais se destacaram na sistematização e análise dos dados coletados. 215 2008 09 a 12 novembro de 2008 09 a 12 novembro de 2008 09 a 12 novembro de V Congresso de História da Educação Universidade Federal de Sergipe O Ensino Religioso no contexto histórico escolar de Pernambuco Andréa Carla Silva Pinto Agnes V Congresso de História da Educação Universidade Federal de Sergipe O Ensino Religioso dos jesuítas pósconcílio Vaticano II (1962-1986): permanências e mudanças Renata Dumont Flecha V Congresso de História da Educação Universidade Federal de Sergipe A educação como propagadora da Fé: um estudo sobre o Ensino Religioso através das excursões do grupo escolar José Rangel – JF (19491960) Lígia de Souza Junqueira Milena Aparecida Almeida Candiá O desenvolvimento histórico do Ensino Religioso no Brasil pode ser entendido pela observação dos diversos sentidos e objetivos que a ele foram conferidos em momentos históricos significativos da nossa formação social, buscando compreender o sentido da sua presença no currículo das escolas, desde a Colônia, extrapolando em muito os limites de uma disciplina. Julia (2002, p.44) afirma que uma disciplina se define tanto por suas finalidades quanto por seus conteúdos. Ele ressalta o cuidado para não se cair em algumas tentações no campo das disciplinas escolares: estabelecimento de genealogias enganosas, querendo a todo custo recuperar “as origens” de uma disciplina em tal ou qual segmento antecedente; afirmar que uma disciplina não é ensinada porque ela não aparece nos programas escolares ou porque não existem cátedras oficialmente com o seu nome; pensar que um funcionamento das disciplinas escolares é idêntico a antigamente, pois elas são submetidas a transformações constantes, tanto em finalidades, quanto em conteúdos e métodos. Assim, estes estudos ampliam a concepção de disciplina escolar e as “coisas ocultas” no processo de inserção de uma disciplina no currículo. Este trabalho compõe a pesquisa de doutoramento intitulada “Pecado e culpa: atualização das representações na pedagogia jesuítica pósConcílio Vaticano II (1962-1986)”, por ser este um evento importante, um verdadeiro divisor de águas na história da Igreja Católica. As mudanças trazidas pelo mundo moderno tais como a secularização, a dessacralização, a industrialização e o avanço da ciência, colocaram a Igreja diante da necessidade de promover reformulações profundas em suas estruturas de expressão da doutrina cristã, para que esta pudesse alcançar os homens de uma forma mais eficaz. A Igreja viu-se na contingência de preocupar-se também com os problemas de cunho social, como a pobreza, a injustiça e a violência, decorrentes do modo como os homens organizam sua vida social. O Concílio Vaticano II expressou essas preocupações e propostas de alternativas em seus documentos denominados constituições (textos que tratam das verdades doutrinárias), decretos (textos que expõem disposições disciplinares) e declarações (textos que emitem uma espécie de juízo sobre um problema concreto). O Ensino Religioso operado pelos jesuítas em seus colégios não se restringe à disciplina que a este conteúdo se dedica, mas busca inserir o ensino/aprendizagem das virtudes cristãs em todo o currículo de sua proposta pedagógica, bem como em práticas extraescolarizo, como os chamados “estágios sociais”. Assim, o Ensino Religioso articula-se com a própria pedagogia jesuítica e pretende a formação integral de cada aluno, abordando conjuntamente aspectos relacionados ao mundo da ciência (letras) e ao mundo da fé (virtude). O objetivo é levar o aluno a usar essa formação para ser um homem a serviço dos outros, um homem que pratique, de forma constante, a solidariedade. As excursões foram práticas pedagógicas recorrentes nos programas dos grupos escolares mineiros desde os primeiros anos de sua criação, tendo ganhado relevância de forma acentuada no final da década de 1920, quando da implementação da Reforma de Ensino Primário 1927/1928 do Estado de Minas Gerais. Essa reforma, em certa medida, estava sintonizada com os pressupostos teóricos da Escola Nova que valorizavam as excursões escolares como recursos fundamentais para a aprendizagem e socialização dos estudantes, corroborando, assim, para que as excursões se consolidassem como recursos pedagógicos importantes no cotidiano dos grupos escolares. A relevância dessas práticas fica evidenciada nos diversos registros dos arquivos escolares, que nos possibilitaram desvelar nuances significativas da cultura dos grupos, das quais podemos destacar o caráter doutrinário atribuído a essas excursões. Desta forma, buscamos neste trabalho reconstruir parte do cotidiano do Grupo Escolar José Rangel (Juiz de Fora – MG)2, a partir dos registros das excursões escolares realizadas nesta instituição, no período de 1949 a 1960. Procuramos compreender tais práticas como processos político-culturais, tanto produtoras de sentidos e identidades quanto espaços de sustentação de um projeto cultural mais amplo, ou seja, como práticas de legitimação do ideário católico na escola pública. As análises desenvolveram-se em torno das estratégias utilizadas pela Igreja para a difusão de sua ideologia, estabelecidas principalmente nas 216 2009 30 de junho a 03 de julho HISTEDBR VIII 2009 30 de junho a 03 de julho HISTEDBR VIII 2009 25 de novembro IX Congresso Ibero americano de História da Educação Latino Americana IX CIHELA UNICAMP A influência da Igreja Católica na educação pública brasileira através do Ensino Religioso (1889-1937) Patrícia Fernandes Mara Regina Jacomelli Lopes UNICAMP O Ensino Religioso no contexto histórico escolar de Pernambuco Andréa Carla Agnes e Silva Pinto UERJ O Augusto pontífice abençoa os congressistas do congresso católico de educação: Ensino Religioso, representações docentes e cobertura da imprensa no congresso promovido pela CCBE em 1937 Rodrigo Mota Narcizo Martins práticas escolares das excursões no referido grupo. Para a realização do trabalho recorremos aos Livros de Atas de Excursões do Grupo José Rangel (1949-1960) e aos Livros de Atas de Reuniões de Leitura dos Grupos Centrais, encontrados no acervo dos primeiros grupos escolares de Juiz de Fora. A investigação apoiou-se, ainda, nos textos legais da Reforma - decreto n° 7970-A, de 15 de outubro de 1927, sobre o Regulamento de Ensino Primário e o decreto n° 8094, de 22 de dezembro de 1927, sobre os Programas do Ensino Primário, além da literatura pertinente ao tema. Quanto ao recorte temporal adotado neste estudo, 1949 a 1960, cabem registrar as limitações impostas pelas fontes encontradas no acervo consultado, diante das quais nos deparamos com uma imensa lacuna não sendo possível localizar outros registros de excursões anteriores ao ano de 1949, fato que direcionou a periodização deste estudo. Sabe-se, porém, que através de outras fontes desse acervo3, há indícios claros de ocorrências freqüentes destes eventos na escola estudada. 4 Além disso, o período recortado revela-se rico pelo acirramento da luta católica frente à ameaça do Comunismo e contra a ascensão de práticas religiosas “nocivas” a seu ideário. O presente trabalho buscou demonstrar a influência da Igreja Católica na educação pública brasileira no período de 1889 - 1937. Para tanto, fez-se um significativo levantamento e análise bibliográfica, procurando responder as seguintes questões: Qual é a história do Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras, no período de 1889 a 1937? Como a Igreja Católica influenciou a educação pública brasileira através do Ensino Religioso, em especial, nesse período? De 18891937 foi possível perceber que a Igreja Católica, mesmo se separando do Estado em 1890, influenciou as decisões do país. Tal influência se verificou, principalmente, através da legislação do período, pois para fazer valer suas idéias, e preceitos, a Igreja se organizou politicamente para estar presente na elaboração das Constituições de 1934 e 1937, re-introduzindo o Ensino Religioso nas escolas públicas. O desenvolvimento histórico do Ensino Religioso no Brasil pode ser entendido pela observação dos diversos sentidos e objetivos que a ele foram conferidos em momentos históricos significativos da nossa formação social, buscando compreender o sentido da sua presença no currículo das escolas, desde a Colônia, extrapolando em muito os limites de uma disciplina. Julia (2002, p.44) afirma que uma disciplina se define tanto por suas finalidades quanto por seus conteúdos. Ele ressalta o cuidado para não se cair em algumas tentações no campo das disciplinas escolares: estabelecimento de genealogias enganosas, querendo a todo custo recuperar “as origens” de uma disciplina em tal ou qual segmento antecedente; afirmar que uma disciplina não é ensinada porque ela não aparece nos programas escolares ou porque não existem cátedras oficialmente com o seu nome; pensar que um funcionamento das disciplinas escolares é idêntico a antigamente, pois elas são submetidas a transformações constantes, tanto em finalidades, quanto em conteúdos e métodos. Assim, estes estudos ampliam a concepção de disciplina escolar e as “coisas ocultas” no processo de inserção de uma disciplina no currículo. A exposição nas páginas seguintes não tem por objetivo cair nessas tentações, de trazer uma genealogia, um esgotamento do tema, encontrar uma história linear, mas destacar alguns momentos que consideramos importantes para maior compreensão do período e obter um conhecimento mais consistente sobre o tema. Tomaremos como balizamento à ótica da “cultura escolar” que tem sido introduzida no campo historiográfico e nas pesquisas educacionais, sobretudo em pesquisas que abordam a História das Disciplinas Escolares, enfocando especificamente neste estudo, o Ensino Religioso enquanto disciplina curricular. Este trabalho tem a proposta de empreender uma análise e reflexão sobre Confederação Católica Brasileira de Educação, realizado pela Confederação Católica Brasileira de Educação (CCBE) em outubro de 1937. A abordagem inclui o Ensino Religioso e as representações de professores para esta modalidade de ensino e as formas de divulgação e cobertura do evento por parte do jornal mineiro O Diário. Os congressos promovidos pela Confederação Católica Brasileira de Educação (1933 – 1938) tinham o objetivo de reunir o professorado católico e seus intelectuais para debater a educação sob a perspectiva 217 2009 25 de novembro IX Congresso Iberoamericano de História da Educação Latino Americana IX CIHELA UERJ Educar en Tucumán en la 1º mitad del siglo XIX: primeras tensiones entre el catecismo religioso y el ideario liberal Norma Altabef. Edith Ben católica. Diferente do I Congresso – realizado 1934 -, que abordou múltiplos aspectos da “pedagogia católica” o II Congresso Católico Brasileiro de Educação teve um tema bem específico: o Ensino Religioso. A ênfase, neste aspecto, perpassou as diversas atividades do congresso, como a seleção de publicações para exposição de material pedagógico e a seleção das seções de estudo em que os trabalhos propostos deveriam ser encaixados. No evento de 1937, a importância da qualidade do catecismo dirigi-se para as camadas sociais mais favorecidas da sociedade, ao passo que, em 1934, há um enfoque menos demarcado em relação à classe social à qual o Ensino Religioso se dirige prioritariamente. Ademais, a discussão sobre a qualidade do Ensino Religioso também norteava as idéias voltadas para a formação de professores. Ao descrever e analisar as atividades e discursos presentes no II Congresso de Educação, com o objetivo de identificar modelos, representações e estratégias de profissional docente, um aspecto de grande importância é pontuar como a documentação selecionada na pesquisa produz efeitos evidentes nos processos de exame e reflexão. Quando nos debruçamos sobre o II Congresso, não temos o mesmo suporte documental em relação aos discursos produzidos pelos educadores católicos no escopo do evento de 1934. Não há livro de anais e as poucas informações presentes na Revista Brasileira de Pedagogia são insuficientes para pensarmos sobre eventuais permanências, mudanças e rupturas sobre as representações do professorado em relação ao primeiro evento. A única fonte documental encontrada que contempla, mesmo que de maneira limitada, as teses debatidas no II Congresso é o jornal mineiro O Diário. No entanto, as características deste periódico enfocam os aspectos informativos e cotidianos das atividades de ensino, em detrimento do “rigor técnico” presente em um registro sistematizado das teses. Estas circunstâncias discursivas acabam achando a atenção para outro rol de estratégias, envolvendo os professores e educadores, relacionadas, mesmo que indiretamente, ao evento em si mesmo que não estejam presentes nas teses do evento. O Diário, conforme indica seu nome, era um jornal mineiro de circulação diária de propriedade da Boa Imprensa S.A., sendo filiado à Associação de Jornalistas Católicos. O jornal realizou uma extensa cobertura do congresso noticiando diversos tipos de acontecimentos e aparentemente servindo de suporte impresso à comissão organizadora por conta da divulgação de informações relevantes sobre o evento ou a ele relacionados. A reflexão sobre as representações dos professores na questão do Ensino Religioso nos permite observar as nuances e as pontuais divergências entre os membros do grupo católico e também perceber o reforço de certas características que podem ser consideradas como desejáveis e valorizadas no professorado católico. E, atrelada a essa situação, há o aspecto da publicidade e divulgação destas idéias, onde a CCBE se posiciona como organização capaz reunir e congregar o professorado católico brasileiro. Mas, ao voltarmos nossos olhos sobre os registros do II Congresso, ocorrido três anos após o primeiro, há a nítida constatação de encolhimento da amplitude das discussões sobre a educação católica como um todo, a limitada repercussão do evento – a despeito da montagem de uma série de discursos veiculados na imprensa católica local, destacando a sua grande relevância – e a quantidade bastante restrita de produções impressas mencionado o Congresso. Estas constatações estavam relacionadas à conjuntura de problemas pelo qual passava à CCBE, extinta em 1938. El trabajo se propone analizar aspectos de la educación em Tucumán em la primera mitad del siglo XIX. Em el contexto de uma sociedade casi predominantemente rural, la província estaba integrada por seis curatos de la campana y el curato rectoral, cuyos limites se mantuvieron hasta mediados del siglo XIX. La región era una de lãs más densamente pobladas desde lãs épocas precolombina y colonial, hasta alcanzar lãs tasas más elevadas a mediados del siglo. La población de 30.000 habitantes em 1810 había ascendido, de acuerdo a um censo levantado em 1845 a 57.876, residiendo em la capital de la província el 30%. Este fue el escenario del proceso de la independência, impactando a militarización y la guerra em la sociedade, com uma marca que definió su cotidianeidad, su política, su economia y 218 2009 25 de novembro IX Congresso Iberoamericano de História da Educação Latino Americana IX CIHELA UERJ Ensino Religioso Confessional, uma ameaça para práticas educacionais multiculturalmente comprometidas Adriana do Correa Fontes Carmo su cultura. Em esse contexto irá conformando uma nueva sociedad, nuevos protagonistas com nuevos roles. El ejército revolucionario heredó de la milícia colonial uma estructura basada em relaciones clientelares y que ellas se integraron a lãs nuevas jerarquías, lealtades y solidaridades propias de la disciplina y convivência militar. Es este nuevo clientelismo de raíz familiar y social pero ahormado por la militarización em que se filtrará em la cultura política provincial imprimiéndole los rasgos que aparecen de forma particular desde 1820 com el auge de lãs facciones. Lãs urgencias de la guerra obligaron a incorporar al ejército a jóvenes que no cumplían con los requisitos de los miembros esenciales de la comunidad territorial, no eran jefes de família, y no estaban incluídos en la vida electoral por lãs nuevas reglamentaciones. Se há dicho también que al incorporarse al ejército rdtos jóvenes no solo lo hacían por lazos de clientelismo o parentesco sino por uma aspiración de participar em la vid política. Pudo tratarse de uma situación coyuntural originada em lãs necesidades de la guerra revolucionaria pero es posible también que esta fractura entre uma parte de la oficialidade y la práctica política legal fundara uma via alternativa de acceso al poder político, uma legalidad basada en la acción militar difícil de extirpar uma vez convalidadada em um momento fundacional de la política provincial independiente. La educación imperante estaba dominada por el paradigma colonial, caracterizado por el memorismo y la repetición, sobre la base de contenidos fundamentalmente referidos a cuestiones religiosas y de urbanidad, elementos de gramática, historia y latín. La disciplina se aseguraba mediante uma gama de castigos corporales, siendo el más común arrodillar al alumno; otros incluían encierros, golpes em la mano com la palmeta y azotes, solo aplicados em casos extremos. Este modelo coexistirá con intentos de moralizacion de lãs costumbres, expresiones ilustradas y liberales, que avanzaban em forma muy lenta y no sin resistências. Esta tensión se expresa em el pensamiento de Alejandro Heridia cuando manifiesta que la felicidad de um pueblo se logra “ com la propagacion d la luces y la adquisición dm uma educación regularizada...que dispone el ánimo a recibir impresiones indelebles de moral cristiana y de religión sagrada, al mismo tiempo que el entendimiento a adquirir cierto imperio que coloca a la juventud em la aptitud de refrenar lãs pasiones más desordenadas”. La Iglesia, conservaria su influencia, em esos âmbitos, por el hecho de ser depositaria de uma tradición educativa, y disponer de los recursos materiales y humanos, de los que muchas veces carecian los distintos órganos de um endeble estado provincial construcción. Lejos de primar ideas republicanas y los pricipios cívicos, los funcionários, educadores religiosos y los maestros laicos, centraban sus afanes em que lãs escuelas impartieran lãs primeras letras, la gramática latina, el catecismo “para que la educación e ilustración de la juventud.. sirviera para atajar em tiempo su prostitución y conseguir los deliciosos frutos que vuelan a la prosperidad y la utilidad pública”. Em este sentido lãs administraciones después de mayo realizaron intentos, muchos de ellos frustados, para favorecer la expansión de la educación y poder llegar a sectores marginados de la sociedad. Uma breve análise do processo de formação histórica do Brasil revela o quanto à diversidade foi substituído por um pretenso universalismo. Os dominantes trataram de impor suas crenças, credos, hábitos e costumes e as demais expressões culturais foram oprimidas, assim como as vozes de seus representantes. Daí, apesar da pluralidade religiosa presente em nosso território, o catolicismo foi adotado como religião oficial do país, já que era praticado pelos grupos dominantes. Durante um longo período da nossa história, a Igreja se manteve atrelada ao Estado. A articulação Igreja-Estado teve seu fim com a proclamação da República em (1889) que rompe de vez com o período imperial. Após tantos anos de separação, o Estado do Rio de Janeiro, desafia a laicidade da educação brasileira e o multiculturalismo ao resgatar a articulação IgrejaEstado, a partir da lei nº 3.459 de 14 de setembro de 2000 que discorre sobre o Ensino Religioso em escolas estaduais, sendo este obrigatório para as instituições e facultativo para os estudantes. É neste contexto de imposição e subalternização que o multiculturalismo em sua tendência crítica traz consideráveis contribuições, neste caso específico, para o campo educacional. Multiculturalismo crítico diz respeito à corrente teórica que luta pela valorização das diferenças, buscando espaços 219 2010 4 a 7 setembro 2010 de de 1º Congress o Internacio nal de Educação e Espirituali dade Sociedade Espírita O Ensino Religioso no contexto escolar Sérgio Rogério Azevedo Junqueira representativos para vozes e identidades desvalorizadas. Além disso, desafia as relações desiguais de poder. Em virtude d um passado excludente, um presente injusto e fortemente marcado por desigualdades, os grupos não hegemônicos não tem seus direitos respeitados e suas identidades são desprivilegiadas. Deste modo, se rendem a lógica dos dominantes. Com a religião não foi diferente, os colonizadores impuseram a doutrina Católica a todos e, assim os indígenas foram catequizados. Apesar de ter se passado mais de quinhentos anos de colonização, ainda hoje, a religião imposta pelos brancocolonizadores continua sendo a dominante, haja vista que no concurso para professor de Ensino Religioso do estado de Rio de Janeiro, o catolicismo foi à designação religiosa com o maior percentual de vagas. Com base no exposto acima, este estudo teve por objetivo identificar como o Ensino Religioso proposto pela lei 3.459/00 vem-se desenvolvendo na prática em escolas da rede estadual carioca. Dadas especificidades das pesquisas nas ciências sociais, a abordagem qualitativa é a mais adequada, dentre seus métodos, priorizamos o exploratório. A pesquisa exploratória possibilita uma compreensão global, mais geral da situação investigada e considerando as peculiaridades desta investigação este é o método que melhor se enquadra. Adotamos como instrumentos de coleta de dados a entrevista semiestruturadas e o questionário. As entrevistas foram realizadas com os professores e com os coordenadores e os questionários aplicados aos estudantes. O estudo se desenvolveu em três escolas do Estado do Rio de Janeiro, apesar do número não ser representativo quando comparado ao quantitativo de instituições estaduais, é importante destacar que na época, apenas 15 escolas ministravam a disciplina. Os dados foram levantados no portal eletrônico da Secretaria da Educação. Em relação à discussão teórica, destacamos o multiculturalismo e os documentos legais que versam sobre o Ensino Religioso. Dividise em dois eixos, no primeiro tratamos do multiculturalismo crítico, suas categorias e intencionalidades. Alguns autores o informam como um movimento revolucionário, que rompe com a lógica da homogeneização, em prol da valorização das diferenças, daí sua agenda transformadora. No que diz respeito aos documentos, ressaltamos a Lei 3.459/2000 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96, a luz das contribuições multiculturais, focalizamos seus avanços e retrocessos. Concluímos que apesar da pluralidade cultural ser um dos temas transversais, ainda há muito que avançar, na medida em que, a diversidade religiosa dos estudantes não é considerada pelas instituições que não mencionaram a facultatividade da disciplina. Percebemos neste estudo que a vertente crítica do multiculturalismo não foi adotada. Os professores revelaram que, embora houvesse preocupação com a pluralidade religiosa, na maioria das vezes, o ensino ministrado era do tipo confessional, tal como exige a lei. Contudo, mais uma vez, em nossa história, os não possuem suas identidades legitimadas. No que diz respeito aos potenciais multiculturais, precisamos avançar para que as diferenças sejam compreendidas como diferenças e não como desigualdades. Sem resumo Eventos – área de Teologia/Ciências da Religião 2006 III Seminário Nacional Religião e Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião O papel das instituições educacionais e o Ensino Religioso Elson Oliveira Souza Ao longo da educação, o Ensino Religioso foi fortemente marcado pelo vínculo estabelecido entre a Igreja e o Estado. “““ Decorrente disso, esta disciplina no ensino curricular, em sua 220 Sociedade O espaço do sagrado no século XXI no Paraná 2006 III Seminário Nacional Religião e Sociedade O espaço do sagrado no século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião A identidade do Ensino Religioso ao longo da história da educação brasileira Danise Cristiane Rios 2006 III Seminário Nacional Religião e Sociedade O espaço do sagrado no século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião A polêmica em torno do Ensino Religioso nas escolas públicas: laicismo e religião Cesar Ranquetat Junior 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergênc ias ALER – Asocación Latinoameri cana para Universidade Metodista La enseñanza de la religión en la educación colombiana: un análisis histórico Edith Gonzalez trajetória, foi marcada pela simbiose: “Igrejas” e "Estado” no espaço educacional brasileiro, em detrimento de um Ensino Religioso laico, não proselitista. No período imperial isto era normal. Considerando que a religião católica era a oficial da monarquia. Com o advento da República, a nova constituição passou a apregoar que no espaço escolar o ensino deve ser laico. A questão a ser discutida é por que esta disciplina, há séculos no espaço escolar brasileiro, ainda não sedimentou seu espaço no ambiente escolar. O atual governo do Paraná vem, através de suas atuais políticas públicas, tentado romperem com a simbiose entre a religião e a política, visto que está é a problemática que envolve o Ensino Religioso. Afinal, ainda hoje, para muitos ele é compreendido como um elemento eclesial no espaço escolar, não sendo reconheço como elemento curricular. O teto que segue referenda um pouco da história, do papel das instituições educacionais e do Ensino Religioso no Paraná. A educação nesta sociedade do século XXI continua, a enfrentar desafios e crises, como em outros tempos. É evidente o sofrimento da humanidade diante das tecnologias que em alguns momentos torna-se paradoxo, ao mesmo tempo, que trazem benefícios também acarreta desigualdades sociais, pois sabemos que não são todos que se beneficiam com os avanços das tecnologias e pesquisas. A educação nesta realidade social também está fragilizada, a escola como espaço de sistematização do conhecimento vai perdendo suas características essenciais, de ensino e aprendizagem; o professor se depara cada vez mais com a violência e a falta de comprometimento dos pais com relação aos filhos. Desse modo a escola perde sua principal característica, passando a tomar as dores da sociedade e a adquirir novas responsabilidades que não são da educação. Deste modo, o Ensino Religioso como parte da educação e área de conhecimento, também enfrenta muitos desafios. A discussão sobre a identidade do Ensino Religioso e a formação do professor desta área de ensino, faz-se necessária diante desta sociedade do século XXI, onde vivemos a era do descartável, do virtual, desta forma o homem se distancia cada vez mais dos valores e das tradições culturais e religiosas. Acredita-se que o Ensino Religioso como parte da educação quer contribuir para o processo de transformação e humanização da sociedade como afirma Junqueira: “O processo de humanização, que se realiza em base ao conhecimento, à linguagem e à ação, produz um conhecimento que se situa, nas condições materiais de produção de vida, nos valores e no sentido que se atribui à existência” O Ensino Religioso nas escolas publica volta a ser motivo de debates e discussões com a presença desta disciplina na Constituição Federal de 1988 e com a Lei 9475/97 que altera o artigo 33 da LDB de 1996. Este debate vem se realizando através de artigos escritos em jornais, revistas e na internet. Procuraremos demonstrar que as teses levantadas pelos opositores do Ensino Religioso nas escolas publicas partem de uma postura ideológica laicista, seculariza que compreende a religião, o “religioso”, como algo negativo e irracional que não deve ser ensinado nas escolas publicas. Por outro lado os defensores desta disciplina assumem uma cosmovisão onde a religião, o fenômeno religioso, apresenta-se como um fator fundamental, presente em todas as culturas e próprio do homem. Parte de uma concepção do homem, de uma antropologia filosófica que vê o ser humano como um ser naturalmente religioso, o homo religiosus, que necessita do transcendente La enseñanza de la religión en el contexto del sistema educativo colombiano ha estado presente desde la época de la colonia hasta la actualidad, con claros momentos que la definen. Es así como se pueden ubicar seis hitos en la historia de esta educación a saber: Colonia (1492-1820), República (1820-1840), Modernidad (1840-1920), Reforma a la modernidad (19201960), Modelo de tecnología educativa (19601990) y Modelo contemporáneo de educación (1990-2006). Estos hitos fueron configurando y determinado un sistema de creencias y manifestaciones religiosas en la cultura colombiana.Por lo tanto, hacer un análisis histórico a cerca de la enseñanza de la religión nos permite interpretar las intencionalidades educativas que han estado presentes en los 221 el Estudo de las Religión 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergênc ias ALER – Asocación Latinoameri cana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista Os novos paradigmas da educação teológica e do Ensino Religioso na universidade brasileira Antonio Maspoli Araújo Gomes de 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergênc ias ALER – Asocación Latinoameri cana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista Ensino Religioso: o oficial e a textualidade. Eduardo Basto Albuquerque de 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergênc ias ALER – Asocación Latinoameri cana para el Estudo Universidade Metodista A implantação do novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul. Cesar Alberto Ranquetat Júnior procesos de la enseñanza, los cuales se fueron enmarcando dentro del ámbito de la moral, las buenas costumbres, la obediencia, el respeto a la autoridad, el patriotismo, la libertad, igualdad y justicia. Así mismo nos permite hacer una lectura del momento histórico actual, donde la enseñanza de la religión en las escuelas, colegios y universidades se representa como letargo de una tradición con predominio de la iglesia católica que monopolizó el sistema educativo y del cual hoy no ha sido posible hacer realidad los sueños de respeto por la pluralidad religiosa y la libertad de cultos expresada en la Constitución Nacional Colombiana de 1991. Igualmente, pese a los esfuerzos por reglamentar la enseñanza de la religión en los establecimientos educativos con el fin de restituir la obligatoriedad de la clase de religión desde una perspectiva del conocimiento del hecho religioso presente cada cultura; si embargo, impera la base jurídica de la Ley 133 del 24 de mayo de 1994 sobre la libertad religiosa y de cultos, que en el artículo 11 ratifica .El Estado continúa reconociendo personería jurídica de derecho público eclesiástico a la Iglesia Católica y a las entidades erigidas o que se erijan conforme a lo establecido en el artículo 1 de Ley 20 de 1974, aprobatoria del Concordato.. A Teologia e as Ciências da Religião têm, no Brasil, uma longa Pré História e um curta História. A Teologia chegou ao Brasil com os Jesuítas. No entanto em função dos interesses eclesiásticos envolvidos e, especialmente, em virtude da inquisição, a teologia levou quase quinhentos anos para adentrar e encontrar o seu lugar na academia brasileira. A partir de meados dos anos setenta do século passado, foram surgindo os primeiros cursos de Pós-Graduação em Teologia e Ciências da Religião em universidades confessionais. Foram dois em Ciências da Religião e os demais em Teologia. Os primeiros que entraram no sistema de avaliação da CAPES foram o de Teologia da PUC-RJ e os de Ciências da Religião da PUC-SP e da UMESP. Hoje são onze programas nesta área. Por serem poucos, ou por razões de outra ordem, como a tradição de parentesco entre Teologia e Filosofia, esses cursos entraram para o rol da Comissão de Filosofia. A partir do Parecer 241/99 do CNE/CES e do Parecer 063 de 19 de Fevereiro de 2004 do CNE/CES a teologia e as ciências da religião passaram a ocupar seu lugar na academia através da graduação. Esta pesquisa busca explicitar as implicações deste novo paradigma para a formação teológica, formação em a ciência da religião, o Ensino Religioso e para a teologia como ciência e profissão no Brasil. Há uma história da hegemonia simbólica da produção e transmissão de discursos instauradores de visões de mundo. Esta história tem uma de suas facetas fincadas na legislação do Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras. Há três momentos dela: de 1891 a 1934, de 1934 a 1991 e o período que se inaugura pela Lei n. 9.394. Esta estabelece que o Ensino Religioso deva se pautar pelo respeito à diversidade religiosa no Brasil. E atribui a cada unidade federativa o estabelecimento de normas e procedimentos para a sua implementação. Esta comunicação focaliza este período e discute textos didáticos produzidos pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, para o Ensino Religioso, e destinados ao corpo docente. A análise deste material procurará identificar os fundamentos do dispositivo discursivo empregado, a presença de quais elementos de visões de mundo e se há a consagração de alguma delas. A Lei 9475/97 que alterou o artigo 33 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) definiu um novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas que busca respeitar o pluralismo religioso da sociedade brasileira e impedir qualquer forma de proselitismo. A partir desta Lei os diversos Estados da Federação ficaram responsáveis pela regulamentação e implantação do novo modelo de Ensino Religioso. O presente trabalho visa demonstrar o processo de implantação desta nova modalidade de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul. Explicitar e analisar os principais atores sociais envolvidos neste processo, ressaltando os conflitos, os interesses, as disputas, as articulações que estão por trás deste processo, bem como as intenções e motivações dos agentes intricados nesta questão. 222 de las Religión 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergênc ias ALER – Asocación Latinoameri cana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosida des / ANPUH Universidade Estadual Maringá de 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosida des / ANPUH Universidade Estadual Maringá de 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosida des / ANPUH Universidade Estadual Maringá de 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Universidade Estadual Maringá de Ensino Religioso no Paraná Emerli Schlögl Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sylvio Fausto Gil Filho Ensino Religioso na educação infantil, ênfase na construção de uma área de conhecimento pela proposição de temas específicos, a exemplo, a Amazônia Viviane Cristina Cândido Ensino Religioso em Franz Rosenzweig Maria Cristina Mariante Guarnieri A linguagem no Ensino Religioso: limites e possibilidades Teseinha Maria Mocellin O Ensino Religioso numa perspectiva solidária Jacirema Maria Thimoteo dos Santos Focalizaremos nossa atenção no CONER-RS (Conselho do Ensino Religioso do Rio Grande do Sul) entidade civil que reúne várias denominações religiosas, constituída de acordo com a determinação legal, para ser ouvida pelos sistemas de ensino para a definição dos conteúdos de Ensino Religioso. Ainda analisaremos o papel da Coordenadoria de Ensino Religioso na Secretária de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, a visão que as denominações religiosas têm sobre este novo modelo de Ensino Religioso e o perfil dos professores desta disciplina. O Ensino Religioso um dos componentes curriculares das escolas brasileiras é o resultado de um contínuo duelo entre Estado e Igreja, durante décadas o conteúdo definido a ser ministrado aos estudantes era a doutrina de único grupo religioso visando à doutrinação das novas gerações. Entretanto a partir da Lei 5692/71 um dos Estados da federação. Paraná iniciou uma nova experiência de superar o ensino confessional de uma única instituição para iniciar o diálogo entre grupos religiosos, inicialmente apenas de matriz cristã. O resultado desta proposta foi à criação da Associação Interconfessional de Educação (ASSINTEC) que iniciou uma reorganização do Ensino Religioso a partir da escola, a leitura pedagógica dos conteúdos religiosos promoveu um percurso de discussão sobre esta área que culminou em 1997 com a revisão do artigo trinta e três da Lei 9495/96 (LDBEN) alterando por completo objeto de estudos do Ensino Religioso que passou a ser o fenômeno religioso na sociedade. Passados quase uma década da alteração da LDBEN novamente o Estado do Paraná prossegue a reflexão repropondo objeto de estudo para a disciplina de o sagrado no coletivo. Desde a origem da ASSINTEC até o presente momento percebe-se a preocupação de compreender este componente na perspectiva do conhecimento no espaço escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 propõe que o Ensino Religioso seja disciplina de oferta obrigatória para as escolas de educação básica e de matrícula facultativa aos estudantes. Este fato deniciadenuncia a dificuldade de compreensão acerca dos conteúdos que poderiam compor o currículo dessa disciplina que evidenciassem como área de conhecimento e a retirassem do risco de caracterizar como proselitista. Neste trabalho, pretendemos dar ênfase à construção dessa área de conhecimento, situando o Ensino Religioso na educação infantil e propondo um olhar sobre o tratamento de um tema específico, a Amazônia, buscando pontuar repostas iniciais para as perguntas a quem ensinar eu que ensinar próprias de um projeto curricular. Frente à discussão que se apresenta sobre Ensino de Religião, essa comunicação pretende propor uma reflexão a partir do pesador Franz Rosenzweig (1829-1929). Partindo do pressuposto que a religião se dá na experiência concreta, Rosenzweig terá como preocupação principal o Ensino Religioso, o que transforma uma possível teoria da religião em uma pedagogia da religião, pois, para ele, compreender judaísmo é praticar judaísmo. O objetivo de Rosenzweig não é validar o judaísmo – a religião. É a experiência pessoal que funda seu pensamento e esta experiência é expressa na linguagem do judaísmo. Este texto discute importância da linguagem no Ensino Religioso, na atualidade. A linguagem expressa nossos pensamentos, possibilita-nos penetrar no âmago dos símbolos, comunica sentimentos e afetos. Por outro lado, pode ser também um instrumento de incompreensão, dominação violência descriminação e exclusão do outro. A linguagem no Ensino Religioso como mediação para comunicar, compreender e vivenciar a diversidade cultural, alteridade e a solidariedade serão vista sob o prisma das contribuições de Ludwig Wittgenstein, em sua teoria da linguagem como jogo, e na aplicação dessa teoria à linguagem religiosa elaborada por Paul Van Buren. A disciplina de Ensino Religioso pode ser um elemento fomentador de uma educação libertadora ao contribuir na luta para a superação, do atual quadro de exclusão social em nossa sociedade. Para tal, precisa ter uma práxis educativa transformadora e desenvolver um Conteúdo Programático que trabalhe a Educação 223 Religiosida des / ANPUH 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosida des / ANPUH Universidade Estadual Maringá Educação, religião, cidadania e cultura – um debate atual Liliana Claudia Seehaber Léo Marcelo Plantes Machado 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacion al em Ciências da Religião UFPB Implantação do Ensino Religioso na rede pública municipal de Ensino João Pessoa Maria Holmes 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacion al em Ciências da Religião UFPB Ensino Religioso nas escolas do Rio de Janeiro Ronald Alves Nunes 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacion al em Ciências da Religião UFPB O Ensino Religioso na Paraíba: relato de uma experiência Maria Azimar Fernandes e Silva de José Torres para a solidariedade. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o modelo de Ensino Religioso do Estado do Rio de Janeiro e os seus entraves, bem como a Educação para a Solidariedade como uma proposta pedagógica a ser desenvolvida nesta disciplina. Como fundamentação teórica utilizou, entre outros, os autores Jung Mo Sung e Hugo Assmann, pois para eles é preciso e possível discutir, refletir e trabalhar a solidariedade na educação. Pensar a religião desvinculada de um processo histórico-social para nós é incabível. Por considerando que a religião é um fenômeno social que desempenha um papel importante na formação e conduta moral do indivíduo e grupo social decidiu aprofundar o assunto, a fim de propor um subsidio pedagógico que fundamente o tema cultura e cidadania para os professores que atuam na área do conhecimento religioso. Fruto da reflexão sobre o significado da religião na vida, na cultura, na educação e na formação para a cidadania dos grupos humanos, o texto potencializa o pressuposto, de que a religião é uma relação interior do indivíduo com a realidade transcendental é a partir da experiência do sagrado vivido, que se desenvolve e fortifica a cultura em uma relação dialógica com a educação em prol da construção da cidadania. Este trabalho apresenta a proposta de implantação do Componente Curricular Ensino Religioso nas Escolas do Município de João Pessoa, com base na Lei 9475/97, que concebe o Ensino Religioso como parte integrante da formação do cidadão, assegurando sua inclusão em horário normal da escola pública, respeitando a diversidade cultural religiosa do Brasil e vedando quaisquer formas de proselitismo. O Projeto de Implantação do ER nas Escolas de Ensino Fundamental II tem como objetivo geral formalizar o ER nas escolas municipais, valorizando o pluralismo e a diversidade cultural religiosa existente na cidade, no Brasil e no mundo; e, como objetivos específicos, constituir um quadro de docentes, proporcionar um espaço de estudo e reflexão acerca do fenômeno religioso tomando como referência os PCNER, e contribuir para que o processo de ensinoaprendizagem seja um espaço de formação humana, ética e cultural. Sua proposta curricular enfoca os seguintes eixos temáticos: culturas e tradições religiosas, textos sagrados, teologias, ritos e ethos, e sua proposta metodológica enfatiza a observação, reflexão e informação. As ações do projeto incluem formação continuada de professores, visitas às escolas e relatos de experiências, com vistas a subsidiar os educadores no entendimento do diálogo religioso no cotidiano escolar. Este trabalho, baseado em projeto de doutorado, pretende contribuir para a discussão em torno do Ensino Religioso nas escolas da rede pública, assunto que tem preocupado cientistas sociais e pesquisadores de religião e educação, porque mexe com nossa tão propalada diversidade religiosa. Ao mesmo tempo, coloca em debate a posição do Estado brasileiro frente a um assunto tão polêmico, pois o aspecto religioso pertence à esfera privada e a educação pública é laica. O Rio de Janeiro se configura como o primeiro estado do país a desenvolver projetos de lei voltados para o Ensino Religioso, inclusive promovendo concurso público para contratação de professores de religião, remunerados pelo erário público. Nas escolas deste estado o Ensino Religioso tomou forma no período 2000– 2006, mas continua gerando grande polêmica quanto ao tipo de Ensino Religioso que deve prevalecer: o modelo católico? O “evangélico”? E os demais grupos religiosos? Não existe entre educadores, familiares e religiosos um consenso sobre o modelo que deve prevalecer. Os pais religiosos desejam que seus filhos tenham uma continuação do que aprendem em suas religiões; por outro lado, existem grupos que defendem que a escola não é lugar de religião, pois já existem espaços próprios para tal divulgação. Enfim, existem grandes debates, tanto no campo político quanto no religioso, sobre o ensino da religião como matéria curricular. O trabalho pretende apresentar o relato da experiência de implantação e implementação do E.R. nas Escolas Públicas da Paraíba, destacando: como tudo começou, a Comissão Gestora do E.R. na SEEC/PB, os desafios e perspectivas, a capacitação dos professores, as mudanças na legislação, a parceria com 224 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacion al em Ciências da Religião UFPB Os entraves do Ensino Religioso Azimar dos Soares Júnior Santos 2008 XXI Congresso da SOTER PUCMG Por uma Epistemologia do Ensino Religioso Afonso Soares Maria Ligorio 2008 XXI Congresso da SOTER PUCMG Ensino Religioso, uma epistemologia: de Nicolau de Cusa a Raimon Panikkar Sonia Lyra1 Regina Lyra Sonia 2008 XXI Congresso da SOTER PUCMG O Ensino Religioso na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 Robson Stigar 2008 XXI Congresso da SOTER PUCMG O conceito de religiosidade no modelo antropológico de Ensino Religioso Wilian Ramos Marcos 2008 XXI PUCMG O Pedro Miguel Almeida modelo de Este trabalho tem por objetivo analisar a disciplina de Ensino Religioso nas escolas, como sendo ponto fundamental na educação da religiosidade que tem como objetivo o estudo do “transcedente”. A L.D.B. (Leis de Diretrizes e Bases) de 1996 estabelece o Ensino Religioso como uma disciplina, assim como as outras, que fazem parte do currículo escolar. A principal preocupação com o Ensino Religioso, nas escolas que adotam tal disciplina, é a forma em que estas aulas estão sendo conduzidas. O catolicismo e o protestantismo disputam estes espaços destinados ao Ensino Religioso na maioria das escolas, deixando de lado as demais religiões existentes, a exemplo do espiritismo kardecista, da umbanda, do candomblé, entre outras. As aulas de religião não podem ser doutrinadoras, catequéticas, mas sim um espaço de reflexão, formando consciência, formando cidadania. Aqui serão apresentados três modelos de Ensino Religioso: o catequético, o teológico e o da ciência da religião e se tentará justificar porque a Ciência da religião é o modelo mais coerente para fundamentar teórica e metodologicamente a prática do ER. Em seguida, será mostrado um exemplo da contribuição que pode dar a filosofia da religião no processo de transposição didática dos resultados da Ciência da Religião para os conteúdos e práticas pedagógicas. Diante da necessidade imediata de uma epistemologia que possa fundamentar o Ensino Religioso e, se possível, transpô-lo para um diálogo inter-religioso, abordar-se-á primeiramente a mística como conceito fundamental de Raimon Panikkar e far-se-á uma associação com a obra do místico medieval Nicolau de Cusa A presente comunicação relata da forma panorâmica a pesquisa que venho desenvolvendo no mestrado de Ciências da Religião da PUCSP, que tem como tema: A concepção de Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n° 9394/96. As motivações desta pesquisa nasceram a partir da minha experiência de professor de Ensino Religioso na rede publica estadual de ensino no estado do Paraná, onde constatei as dificuldades de se trabalhar com a disciplina de Ensino Religioso devido à própria concepção de Ensino Religioso que o artigo 33 da atual LDB estabelece. Constatei que a atual lei é ambígua e esta situação prejudica a identidade do Ensino Religioso, e isso acaba por se refletir na comunidade escolar, acadêmica e na sociedade em geral. A atual redação do artigo 33 da LDB traz inúmeras dificuldades a respeito da sua identidade, principalmente quanto ao seu conteúdo curricular e contratação de professores. Por isso optei como tema da minha pesquisa, investigar como foi constituída, no tempo e no espaço a concepção de Ensino Religioso que permeia o referido artigo 33 da atual LDB. O Ensino Religioso está presente no contexto educacional brasileiro desde os tempos da colônia. Durante muito tempo foi entendido como ensino da religião oficial, isto é, como elemento eclesial na escola, como se fosse uma extensão, uma parte da Igreja Católica presente no meio escolar. Essa situação criou a identificação do ER com a catequese eclesial. Com o tempo isso mudou o ER não é mais entendido como catequese. Mudou também o panorama religioso brasileiro. A Igreja Católica não é mais hegemônica nem mantêm as mesmas relações com o aparelho estatal de outros tempos. Surgiu uma nova consciência religiosa, decorrente do pluralismo religioso. Com o atual contexto de pluralismo, mesmo que haja pressões por parte das igrejas, não existe mais espaço para um ER entendido como catequese. Ele saiu de um contexto de ensino de religião para fundamentarse em uma educação da religiosidade. Esta compreendida como a “atitude de abertura dinâmica que o homem realiza em direção do sentido radical de sua existência” (GRUEN, 1995). Este novo modelo de ER é também conhecido como modelo antropológico. Nesse sentido o presente trabalho pretende abordar alguns pontos de reflexão que o conceito de religiosidade permite levantar com relação à identidade do ER como elemento integrante da vida escolar e também com relação à formação de professores diante da perspectiva do pluralismo religioso. Em 05 de Outubro de 1910, teve lugar em 225 Congresso da SOTER Ensino Religioso nas escolas públicas em Portugal 2009 21 a 25 de janeiro III Fórum Mundial de Teologia da Libertação Belém - PA Ensino Religioso: legislação e seus desdobramentos nas salas de aula do Brasil (In) tolerância e preconceito: o Ensino Religioso em Sergipe Samir Araujo Casseb 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacion al sobre Religiosida des, Diálogos Culturais e hibridações Universidade Federal do Mato Grosso do Sul 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacion al sobre Religiosida des, Diálogos Culturais e hibridações Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Ensino Religioso: a natureza de um equívoco etimológico. Verioni Ribeiro Bastos 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacion al sobre Religiosida des, Diálogos Culturais e hibridações Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Ensino Religioso e Segurança Nacional José Carlos Calazans 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacion al sobre Religiosida des, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Epistemologia da controvérsia para o Ensino Religioso: aprendendo e ensinando na Viviane Cristina Cândido Péricles Andrade Portugal à implantação do regime republicano e, com ele, o início da chamada I República, que durou até ao golpe de 28 de Maio de 1926, o qual instituiu uma ditadura militar. O seu término deuse em 1933, iniciando-se, então, o Estado Novo que, embora diferente daquela, se caracterizou também por ser um regime contrário à democracia pluralista. A análise ou, até mesmo, a simples referência da grande complexidade de todo esse período que vai de 1910 até 1933, no tocante às questões políticas e suas implicações nas políticas de Estado para a Educação, marcadamente para o Ensino Religioso, excederia os limites desta nossa comunicação. Salientamos, apenas, o forte laicismo e anticlericalismo como marcas importantes da I República. Por exemplo, A Lei da Separação da Igreja do Estado, de 20 de Abril de 1911, no seu artº 10, considerava o Ensino Religioso, onde quer que fosse ministrado, como culto público e, no seu artº 170, fazia-o depender de autorização do Ministério da Justiça, quando ministrado fora dos templos Sem informação Esta comunicação tem como objetivo analisar os limites da aplicação dos dispositivos do artigo 33 da Lei 9475 de 22 de julho de 1997 no espaço escolar das redes estaduais em Sergipe. Algumas questões são norteadoras: a aplicação da lei consegue evitar o proselitismo? Como são definidos os conteúdos e as normas para habilitação dos professores? Parte-se da premissa que a aplicação em parte da Lei Nº 9475 não consegue evitar o proselitismo no Ensino Religioso, tendência constatada nos conteúdos, nas normas para habilitação dos professores no Ensino Religioso e no envolvimento das entidades religiosas nas práticas educacionais. A configuração epistemológica dos parâmetros que norteiam o Ensino Religioso no país, sendo a única disciplina curricular presente na Constituição Federal, que busca atingir a prática da tolerância religiosa e compreensão do ser humano, de forma holística, não se coaduna a terminologia vigente dada a essa área de conhecimento. Buscamos assim verificar os indicadores, dentro do processo histórico, e paradigmaticamente a natureza desse equívoco, como também apontar para uma nova denominação concernente ao conceito relegere. Assim, consideramos que Ensino Religioso faz emergir a idéia forjada, durante séculos, que compreende um processo confessional repleto de juízo de valores e diminuição do arcabouço cultural e das crenças de outros povos, o que foge completamente ao conceito Religião. Revolução social do século vinte definiu as idéias de uma nova estrutura social e econômica, ao mesmo tempo em que globalizou a discussão dos direitos universais do homem. A mesma revolução teve como conseqüência o desenvolvimento da informática e a digitalização da informação e do ensino, criando através do mundo virtual uma crescente relatividade do conhecimento. Assim, no século XX, principalmente após a segunda Grande Guerra, a competição tecnológica, econômica e política foram profundamente marcadas pela competição da informação. Ao mesmo tempo e em todo o mundo, a revolução social permitiu que as religiões do mundo emergissem em lugares onde antes não existiam, desenclausurando dos seus nichos históricos as religiões institucionalizadas locais. No século XXI, assistimos a uma revolução e a uma competição, para qual temos que nos preparar com profundo conhecimento dos valores e conquistas culturais adquiridos. Este século assistirá a uma revolução das idéias e da espiritualidade, onde a competição entre novas tecnologias alternativas e do pensamento laico e religioso definirão os valores sociais, econômicos e políticos. Desta forma, a Segurança Nacional deve reestruturar-se neste sentido, com um maior respeito pelas opções dos cidadãos ao mesmo tempo salvaguardando a integridade dos Estados e dos indivíduos. A questão do ER está posta: laicidade do Estado; criacionismo e evolucionismo e hegemonia da igreja católica são seus pilares; a falta de uma epistemologia a base de suas indefinições e ambigüidades. Nesse trabalho consideraremos 226 Diálogos Culturais e hibridações diferença, fundamentados no pensamento de Franz Rosenzweig 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacion al sobre Religiosida des, Diálogos Culturais e hibridações Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Escola e religião: problemas e desafios hodiernos Everaldo Cescon 2009 XXII Congresso da SOTER PUCMG A escola e a instrução religiosa: problemas e desafios hodiernos Everaldo Cescon 2009 XXII Congresso da SOTER PUCMG A concepção de Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Robson Stigar 2009 XXII Congresso da SOTER PUCMG Ciências da Religião e Ensino Religioso: um novo espaço e lugar para graduação no Brasil Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Lilian Blanck de Oliveira 2009 XXII Congresso da SOTER PUCMG Imaginário Religioso: desafios e perspectivas para o Ensino Religioso Vera Lúcia Oliveira Neiss Amauri Carlos Ferreira nossa tese de que, para ampliar a visão de mundo do educando, o ER necessita contemplar o estudo da religião tanto do ponto de vista institucional quanto do ponto de vista da experiência religiosa, evitando reduzi-la a alguma de suas compreensões, a saber, como fenômeno religioso, fenômeno natural, moral ou sagrado. Apresentamos ainda os fundamentos de uma epistemologia para o ER que tenha como pano de fundo a diferença e assuma o desafio do conhecimento que emerge dessa tensão e de uma abordagem multidisciplinar. Partindo da análise das hodiernas mudanças no cenário religioso nacional, mas, sobretudo ocidental – retorno do religioso na pósmodernidade como uma presença transversal no agir coletivo e público; encontro/confronto entre religiões universais; alastramento de uma religião sem tradição, etc. – indica-se a necessidade de repensar radicalmente o problema da transmissão do patrimônio religioso, confiada tradicionalmente à escola: que instrução religiosa será menos discriminadora, mais respeitosa e mais construtiva para todos? Estudar a religião como história, como ética, como costume social, como fé? Convém identificar as repercussões já produzidas e, a partir delas, refletir sobre os cenários de renovação do Ensino Religioso e da escola no seu todo. Enfim, comporta a fundação de uma nova Paidéia para o homem e para a sociedade de amanhã. A religião está mudando e, com ela, o quadro estrutural do Ensino Religioso na escola. É preciso repensar o problema da transmissão do patrimônio religioso. A instrução religiosa busca novos perfis: que instrução religiosa será menos discriminadora e mais construtiva para todos? Que aspecto de uma religião dar a conhecer, de que perspectiva interpretá-la e em que ótica pedagógica? Estudar a religião como história, como ética, como costume social, como fé? Convém identificar os fatores da transição e registrar as repercussões já produzidas na concepção e na práxis do Ensino Religioso dos últimos anos. Desta base empírica poderá partir uma reflexão sobre os cenários de renovação da escola: de um lado, a escola precisa redefinir-se e reavaliar-se como instituição-tipo da transmissão cultural e, de outro, é obrigada a satisfazer as expectativas impostas pelas emergências sociais, culturais, profissionais. Após a promulgação da atual LDB, a educação passou por inúmeras mudanças. Novos parâmetros surgiram e nortearam a educação. O mesmo processo também aconteceu com a disciplina de Ensino Religioso, que passou a ser orientada pela nova redação do artigo 33 da LDB sendo desenhada como área de conhecimento, passando a ser um novo foco de pesquisa, reflexão e também como componente curricular, tanto no aspecto religioso como pedagógico. Este trabalho identifica e apresenta o lócus, que circunscreve a formação de docentes para a disciplina de Ensino Religioso, ampliada e absorvida pela área de Educação Religiosa, nos termos da Resolução 02/98 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, a exigir a devida formação acadêmica dos profissionais para o campo de sua atuação, a exemplo das demais áreas de conhecimento. A partir do registro de algumas situações, estudos, pesquisas e intervenções com o objeto em discussão, busca analisar e discutir possibilidades na direção de propostas qualitativas, em relação às necessidades e ações em desenvolvimento. O estudo sinaliza e provoca para a efetiva construção de um lugar: a graduação para o componente curricular de Ensino Religioso, no espaço da formação de docentes no Brasil, a partir dos reclames e ditames da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9394/96. O tema do Imaginário Religioso Infantil foi escolhido para essa comunicação devido ao interesse em aprofundar o tema de uma monografia concluída no ano de 2004. Na ocasião, o trabalho investigativo foi bastante surpreendente e constatou-se a necessidade de retomar alguns pontos para melhor trabalhá-los. Pretende-se desenvolver o referido trabalho a partir de dois marcos teóricos, sendo um sobre a teoria do imaginário e outro sobre o simbolismo infantil, enfatizando a importância do Ensino Religioso no Ensino Fundamental I, com o intuito de compreender como se dá a formação do imaginário religioso das crianças de 10 anos e 227 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG A ASSINTEC e o Ensino Religioso no Paraná: uma história contada por seus símbolos Emerli Schlögl Sérgio Junqueira 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Ensino Religioso no mundo globalizado Giovanna Cristina Januário Alves Ana Maria Coutinho de Sales 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Estudo do aspecto social do livro: Ensino Religioso e ensino leigo de Leonel Franca Fabiana Cristina Conceição da 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG O Ensino Religioso na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil Rivael de Jesus Nacimento Sérgio Junqueira do 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG O estado da arte ou conhecimento: um caminho para pesquisa e da divulgação da produção no Ensino Religioso Sérgio Junqueira Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Sérgio Barbosa Rodrigues 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG O perfil do Ensino Religioso no Colégio e Curso Santa Catarina Fábia da Costa Leite Rodriguez Flawbert Farias Guedes Pinheiro verificar se a família, a escola e as instituições religiosas contribuem para a formação desse imaginário religioso infantil. Esta pesquisa focalizando a história da organização do Ensino Religioso a partir da Associação Inter-Religiosa (ASSINTEC) estrutura no início dos anos setenta como espaço para propor nova configuração para esta disciplina, buscando superar o modelo confessional. Utilizando o método histórico foi possível estabelecer a partir dos símbolos utilizados pelas diferentes equipes de trabalho o desenvolvimento de um modelo do componente curricular para as escolas públicas que promoveu impacto inicialmente apenas na cidade de Curitiba e posteriormente no Estado do Paraná e em outras regiões do Brasil. Este estudo regional impactou nacionalmente o Ensino Religioso brasileiro. Nesse texto discorremos sobre as perspectivas e desafios do(a) professor(a) de Ensino Religioso, frente ao processo de exclusão social, que vem atingindo a sociedade brasileira. Para tanto, partimos de estudos sobre o desenvolvimento do ajuste neoliberal e de sua hegemonia. Busca-se, portanto, compreender dialeticamente o conceito de ajuste neoliberal e como ele, de forma hegemônica, vem influindo nas questões econômicas, políticas, culturais e sociais dos países subdesenvolvidos e emergentes, bem como no comportamento das pessoas. Neste contexto, faz-se necessário discorrer sobre o Ensino Religioso enquanto disciplina voltada para formação crítica/reflexiva do(a) cidadão(ã), buscando compreender sua contribuição para a prática de atitudes de tolerância dos jovens e adolescentes frente à uma sociedade pós moderna, onde os valores voltados para o relacionamento, como: amizade, solidariedade, respeito...., estão esquecidos, em detrimento de valores extremamente competitivos e que diz respeito aos interesses pessoais/individuais, priorizando o “ter” em detrimento do “ser”. Esse trabalho discute o Ensino Religioso nas Escolas, estudando o aspecto social da obra “Ensino Religioso e Ensino Leigo” de Leonel Franca, datado de 1931. Já naquele contexto sóciohistórico, o autor dialoga com as práticas pedagógicas existentes e a repercussão das mesmas. Traz elementos acerca da educação moral e de sua interferência no âmbito social, também utilizando pesquisas empíricas, sobretudo no campo europeu, deixando sempre em evidência que as sociedades adeptas ao Ensino Religioso em suas escolas, tinham números de criminalidade e suicídios juvenis muito baixos em comparação com as escolas laicizadas. Segundo o autor, a educação auxilia na formação da consciência moral sendo esta uma questão ético-religiosa que repercute na vida social. Esta pesquisa é a conclusão da dissertação de Mestrado sobre a construção do Ensino Religioso na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no período de 1952 a 2010, é um trabalho qualitativo documental que estabelece a identidade desta disciplina que foi sendo estabelecida pelos consultores da CNBB em diálogo com o episcopado, para tal foram analisados atas, relatos, documentos e diferentes registros desta conferência nacional. Utilizando como referenciais teóricos autores como JUNQUEIRA, FIGUEIREDO, CARON e outros pesquisadores que analisam a história e fundamentos desta área do conhecimento. O Ensino Religioso desde sua origem foi concebido como espaço político de difusão da fé no espaço escolar na educação básica de crianças e adolescentes na história brasileira, entretanto na segunda metade dos anos noventa do século XX, mais precisamente em 1998 o Conselho Nacional de Educação definiu esta disciplina como uma área do conhecimento. Progressivamente as universidades estabeleceram-na como campo de produção acadêmica, inclusive produzindo trabalhos como dissertações e teses, como também eventos científicos foram organizados e livros teorizando esta área foram publicados. Diante deste quadro percebeu-se a necessidade de sistematizar e aprofundar a discussão do significado de pesquisa e divulgação para esta área a partir da proposta de estado da arte ou conhecimento. O presente trabalho analisou o perfil da disciplina Ensino Religioso (ER) no Colégio e Curso Santa Catarina, na cidade de Cabedelo-PB, identificando como é aplicada a didática em sala 228 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Por Um Debate sobre as Postulações Epistemológicas em vias do Ensino Religioso: Para Educar ou para Entender a Religião? Rui Barbosa e a questão da laicidade na escola de aula pelo professorado dessa disciplina; e, ainda, se o ER consta como disciplina autônoma do ensino fundamental (5º ao 9º ano). O art. 3º da LDBEN nº 9.394/96 propõe um diálogo mais amplo sobre as diferentes tradições religiosas e até mesmo instiga debates àqueles que não professam religião alguma, levando em conta o devido respeito ao Estado que diz laico, segundo o artigo 5º, VI da Constituição Federal de 1988. Essa temática foi proposta no intuito de contribuir para o crescente estudo acadêmico no âmbito do fenômeno Religioso. Sem resumo Eulálio Figueira Marília de Franceschi Neto Domingos A chamada “Questão Religiosa”, ao final do segundo império levou diversos políticos a posicionarem-se sobre a questão da laicidade na escola. Através de seus escritos e seus pronunciamentos políticos, Rui Barbosa foi um ardoroso defensor da escola pública laica. Tema pouco discutido e pouco conhecido na história da educação, a laicidade torna-se tema de atualidade, quando se discute sobre os rumos do Ensino Religioso na escola pública. Este trabalho de pesquisa fixou-se sobre os escritos de Rui Barbosa a respeito da laicidade –em especial sobre as propostas da escola laica – e do Ensino Religioso na despertar do período republicano. Através de uma pesquisa bibliográfica e documental apresentamos as idéias daquele que pode ser considerado um dos fundadores da escola laica no Brasil republicano. Eventos – área de Ensino Religioso 2001 2001 2001 2001 2002/2003 O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectiva s – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectiva s – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectiva s – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectiva s – princípios includentes I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso EST Ensino Religioso em chave de reflexão antropológica Anísia de Figueiredo Paulo Sem resumo EST A dimensão epistemológica do Ensino Religioso. Desafios de uma reflexão contemporânea Celma Rocha Christina Sem resumo EST O Ensino Religioso e a fenomenologia religiosa Eli Benincá Sem resumo EST Ensino Religioso: os fundamentos e desafios Ildemar Kunitz Sem resumo FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) O Ensino Religioso na construção da educação nacional Sérgio Rogério Azevedo Junqueira A revolução da educação foi uma das de maior impacto nos últimos dois séculos. O ensino se generalizou e se tornou obrigatório até idades cada vez mais avançadas em muitos países e se diversificou em seus conteúdos. O próprio conceito de educação pode-s dizer que mudou. Na maioria dos países, esse tema a educação aparece, justamente, como um dos mais desafiantes para o futuro de seu desenvolvimento. Neste contexto é o Ensino Religioso um componente inserido no currículo das escolas brasileiras como forma de conquista de um espaço para instituições religiosas, que assume um novo perfil visando à formação do cidadão 229 capaz de reler o seu cotidiano em uma perspectiva pluralista para que dele participe ativamente como um cidadão. 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) Educação Religiosa escolar/Ensino Religioso em Santa Catarina: uma história em constante tessitura Lurdes Caron 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) O Ensino Religioso na rede municipal de Pomemorode: um caminho em construção Álvaro Baso Izabel Moura Dorn Roseana Viebrante Simone Riske Koch 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso O Ensino Religioso no ensino fundamental Marilac Oleniki 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) FURB (Blumenau) / UNIPLAC (Universidade do Planalto Catarinense) O Ensino Religioso no Brasil a partir da Lei 9475 de 27 de julho de 1997 Lurdes Caron 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural : o Ensino Religioso no CentroOeste do Brasil. Congresso Internaciona l Diversidade Cultural, Religiosidad e e Educação Universidade de Brasília UNB Ensino Religioso Escolar – uma experiência investigativa sobre seus avanços teóricos e sua prática nas escolas públicas de Brasília Aline Silva 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural : o Ensino Religioso no CentroOeste do Brasil. Congresso Internaciona l Diversidade Cultural, Religiosidad e e Educação Universidade de Brasília O Ensino Religioso e seu importante papel dentro da Educação Pública Cláudio de Souza Loraine R. Branquinho O Ensino Religioso, em Santa Catarina, contemplando nas constituições e legislações estaduais a partir de 1935, vem se constituindo em uma verdadeira espiral, cuja evolução pode ser analisada através de diferentes etapas. De 1935 até 1969, caracterizou-se mais pela confessionalidade, com predomínio da Igreja Católica. A partir de 1970, passou a ser denominado e entendido como Educação Religiosa Escolar, uma proposta de educação, aberta a todo o educando catarinense, independente de credo religioso. O município de Pomerode situa-se no Vale do Itajaí, na região nordeste de Santa Catarina, a 33 quilômetros de Blumenau e a 175 de Km Florianópolis, a capital do Estado. É uma cidade de colonização alemã, cujos primeiros habitantes chegaram às margens do Rio do Texto/Pomerode em 1861, provenientes de diferentes regiões da Alemanha, deste em sua maioria vindos da região da Pomerânia. Com 23.5000 habitantes, possui uma excelente qualidade de via, conservando a sua cultura e tradição. Destaca-se nas áreas de turismo, educação, saúde e serviço social. A Secretaria Municipal de Educação abrange 32 Unidades Escolares, entre Ensino de Educação Infantil, ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Especial. Na área da educação, Pomerode tem investido continuamente na formação continuada e entre as áreas de conhecimento contempladas está o Ensino Religioso, que sempre se fez presente na história do município. O presente texto procura perpassar esta história, visando buscar nos embricamentos da mesma presença do Ensino Religioso na perspectiva dos diferentes paradigmas pelos quais passou esta área do conhecimento. Reflete o Ensino Religioso na formação do educando, no Ensino Fundamental, considerando a necessidade de uma prática (exercício pedagógico) e teoria que mobilize o conhecimento religioso numa atitude de entendimento da realidade em visa de oportunizar às novas gerações fazeremse agentes de sua história. Estamos neste início de milênio, como também o foi em outros tempos, vivendo uma acentuada busca de esclarecimentos sobre inúmeras questões, entre elas, neste documento, destacam-se as relacionadas ao Ensino Religo. É importante ressaltar que já durante o período da Assembléia Constituinte o Ensino Religioso passou a ser objeto de interesse não só da Igreja Católica Apostólica Romana, mas de diferentes igrejas, setores e níveis da sociedade brasileira, principalmente da família, dos professores e da escola pública. A temática do Ensino Religioso é algo que desde os pioneiros da educação, em 1932, divide opiniões. Esses defendiam um ensino laico, e por isso afirmavam que o Ensino Religioso não tinha o seu espaço na escola pública. Em contra partida, outro grupo defendia o Ensino Religioso como direito de todo cidadão, uma vez que todos nós possuímos uma dimensão religiosa. Devido à grande influência exercida pela igreja Católica no Brasil esse ensino foi muitas vezes caracterizado como corpo estranho a escola, sendo caracterizado como catequese. Diante dessa realidade e da nossa realidade atual, isto é, uma sociedade pós-moderna, que busca afirmar o respeito ao diferente e reconhecer e valorizar o multiculturalismo presente em nossa sociedade surge à necessidade de buscar firmar a identidade pedagógica do Ensino Religioso. Assim, este trabalho teve como objetivo aprofundar sobre o contexto histórico do Ensino Religioso escolar no Brasil, as leis que fundamentaram a sua prática e as conseqüências para a nossa atualidade. A partir desse contexto, buscou-se apresentar a configuração teórica do Ensino Religioso na atualidade, seus avanços e a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais para esse ensino. Mas sabendo-se que nem sempre os avanços teóricos encontram de imediato o seu reflexo na prática procuramos confrontar essa base teórica com uma experiência investigativa da sua prática em seis escolas públicas de Brasília. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com seis professores que ministravam essa disciplina na rede pública de Brasília, a fim de investigar no discurso desses professores a sua visão e atuação prática nesse ensino. A partir dessa confrontação, pretendeu-se identificar aproximações e distanciamentos entre a teoria e a prática do Ensino Religioso, buscando investigar as suas razões e justificativas. Este ensaio tem por objetivo refletir sobre o Ensino Religioso na educação pública. Para desenvolver esta temática algumas perguntas servirão para sua delimitação. Os estudantes da rede pública demonstram viver relacionamentos com a idéia do Sagrado e do Transcendente? Estas possíveis relações são significativas para nossos educandos? Qual seria a importância desta temática para a educação dos educandos? Como poderíamos tratar deste assunto respeitando a diversidade cultural e religiosa do Brasil? Bem, estas são algumas questões que estão colocadas aqui. A preocupação, enquanto profissional da educação, que trabalha com gente interagindo diretamente com várias pessoas dentro e fora do ambiente escolar, é o de refletir sobre a importância de valorizarmos este campo do conhecimento. A existência do fenômeno religioso como um fato, que nem sempre é devidamente valorizado e reconhecido como um conhecimento importante para um mundo cada vez mais globalizado e multicultural. Epistemologicamente o Ensino Religioso ocupa- 230 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural : o Ensino Religioso no CentroOeste do Brasil. Congresso Internaciona l Diversidade Cultural, Religiosidad e e Educação Universidade de Brasília O Ensino Religioso na construção da identidade Solange de Araújo Severino 2005 III CONERE FONAPER História FONAPER Raul Wagner 2005 III CONERE FONAPER FONAPER – 10 anos de uma história que, em si mesma, já aponta para o futuro! Viviane Cândido 2005 III CONERE FONAPER Paradigmas do Ensino Religioso Maria Inês Carniato 2005 III CONERE FONAPER Ensino InterReligioso: teoria e prática Dora Incontri Alessandro Bigheto do Cristina Cesar se do conhecimento religioso, situado num espaço para além das Instituições Religiosas e/ou Tradições Religiosas. O espaço onde se situa o conhecimento religioso é “o humano”. Seu fundamento é antropológico. O enfoque, portanto, é o ser humano, em busca da Transcendência. Ultrapassa o conhecimento comum aos crentes que têm um conhecimento “dado” e aceito pelo ato de fé. O conhecimento religioso é uma construção, fruto do esforço humano. Em razão disto, o conhecimento precisa ser epistemologicamente enfocado nas dimensões antropológica, sociológica, psicológica e teológica. O fenômeno religioso é universal. Em todos os tempos, lugares e povos encontraram tal fenômeno. Esta afirmação é atestada pela etnologia e pela História das religiões. A religião faz parte de sua natureza. Ele crê em Deus ou em ídolos, que para si pratica. A modernidade proclamou a morte de Deus. A razão a ciência tinha finalmente vencido, era o que se supunha. No entanto, o que se tem visto recentemente é o contrário, um espantoso crescimento de religiões e fiéis, com seitas e cultos os mais variados surgidos principalmente em países mais adiantados, como Japão e Estados Unidos. O comunismo de Estado buscou com todas as suas forças, poder e ciência, terminar com a religião. Para eles a religião era uma alienação, ópio do povo. No entanto, esse comunismo desmoronou e a religião segue florescente. A educação por definição e natureza, é um processo multicultural e o conhecimento religioso acumulado ao longo das eras está aí não podendo ser ignorado, ele faz parte de todo este processo de construção, particularmente, em se tratando da cultura brasileira, onde o Sagrado sempre teve lugar de destaque. Ensino Religioso trabalha como campo de humanização que constrói relações dialogais entre as diversas disciplinas e o contexto social em que a escola está inserida, agindo como elemento integrante e integrador da unidade na diversidade esteve articulando vários mini-projetos interdisciplinares. Ao mesmo tempo em que desenvolveu um trabalho específico de autoconhecimento e identidade com todas as séries de Ensino Médio, em vista do projeto bimestral interdisciplinar “A paz é a gente que faz”. O Ensino Religioso desenvolveu juntamente com as demais disciplinas, no primeiro bimestre, quatro mini projetos. O principal foi uma pesquisa sobre a identidade religiosa da família, resgatando toda a herança cultural que vem permeando a forma de ser e conviver do aluno no mundo, construindo a árvore religiosa de cada família e da turma em geral. Foi um trabalho interdisciplinar com o tema de forma contextualizada com os conhecimentos propostos para o bimestre. Cujo tema foi: a paz é a gente que faz (Paz interior). Seus objetivos foram: Favorecer o autoconhecimento na perspectiva da harmonia consigo e mesmo e com todos os seres do universo; oportunizar o desenvolvimento de argumentos claros e concisos e desenvolver uma atitude positiva diante da vida. Uso como ponto de partida para esta reflexão o momento dos 25 anos do Conselho de Igrejas para o Ensino Religioso em Santa Catarina (CIER), na perspectiva a minha caminhada e experiência no campo religioso, ecumênico e inter-religioso. Não faço referência a datas e determinados momentos que já estão registrados nas atas, crônicas e memórias encontradas no Portal do FONAPER e publicados em livros e resenhas Na Assembléia dos 25 anos do CIER - Conselho das Igrejas para o ER - realizada em Florianópolis em 25 e 26 de setembro de 1995, acontece à proposição e organização do Fórum Nacional do Ensino Religioso, o qual é instalado em 26 de setembro de 1995 e transformado em FONAPER - Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, sendo formado por educadores, organismos e entidades interessadas e/ou envolvidas com o ER. Em Carta de Princípios elaborada na data de sua instalação, os participantes definem o FONAPER como um “espaço pedagógico, centrado no atendimento ao direito do educando de ter garantida a educação de sua busca do Transcendente” e como “espaço aberto para refletir e propor encaminhamentos pertinentes ao Ensino Religioso, sem discriminação de qualquer natureza” (FONAPER, 2002) considerando a memória histórica do ER no Brasil, o trabalho das diferentes organizações que o acompanham e o contexto sócio-político-cultural e pluralista. Paulo Freire, ao falar da historicidade humana e do protagonismo histórico do ser humano em vista do mundo novo, privilegia o atributo humano da linguagem e seu potencial transformador do presente e antecipatório do futuro que sonhamos. No Ensino Religioso e na escola, de modo geral, a linguagem sonhadora revela a utopia do mundo novo, cujo solo é o conhecimento científico e o horizonte é o mistério da condição humana. Edgar Morin, professor da Universidade de Paris, no livro que escreveu a pedido da UNESCO, sobre os novos paradigmas da educação do futuro. A proposta de Ensino Religioso – e já adotamos de início o termo inter-religioso – tem de assumir pressupostos claros, para que sua elaboração didática seja eficaz e atinja as finalidades almejadas. Tanto em nossa prática pedagógica, a ser aqui descrita, como nos livros didáticos que escrevemos (Todos os Jeitos de Crer) se embutem esses pressupostos, tomados dos clássicos da educação – sobretudo Comenius, Rousseau e Pestalozzi – figuras esquecidas e negligenciadas nas pesquisas atuais. Uma determinada postura didática, para ser coerente, decorre obviamente de uma dada visão filosófico-pedagógica, que se inicia na própria concepção do 231 2005 III CONERE FONAPER Ensino Religioso na legislação: aspectos fislosófico-jurídicos e conseqüências pedagógicas Anísia de Figueiredo Paulo 2005 III CONERE FONAPER Confessionalidade e Ensino Religioso: de onde partir? Viviane Cândido 2005 III CONERE FONAPER A formação do educar de Ensino Religioso: Francisco Aparecido Cordão Cristiane ser humano e das finalidades últimas da educação. Por isso, não há como prescrever e padronizar técnicas, como receitas prontas, pois antes de qualquer aplicação possível – e toda aplicação didática tem de se adaptar ao contexto e à realidade dos estudantes, dos docentes, da escola… – devemos examinar as motivações profundas de uma ação pedagógica. Uma dada experiência, baseada em tais motivações, pode, portanto servir de inspiração, motivar outras propostas, levantar debates e não restritamente propor técnicas fechadas. Neste sentido, nossa abordagem da questão religiosa na educação procura evitar dois caminhos comuns: o ensino confessional tradicional – que é a catequese, a doutrinação num determinado credo – e o que poderíamos denominar de antropologismo diante da religião, que é uma visão distanciada, pretensamente neutra, mas que indica ceticismo em relação ao conteúdo do fenômeno religioso. Numa tentativa em perceber e analisar as concepções atuais de Ensino Religioso, seu ciclo evolutivo e/ou retroativo, em meio a continuidades e descontinuidades, e dar prosseguimento ao esforço em encontrar o caminho para sua passagem de disciplina a área de conhecimento, tomamos como fundamento a própria legislação que o mantém, com seus princípios filosófico-jurídicos, em tal realidade e da qual procedem a conflitos e perspectivas, dificuldades e possibilidades, aberturas e empecilhos para a sua configuração como componente curricular, ou seja, de disciplina absorvida e ampliada pela Educação Religiosa como “área de conhecimento”, segundo a Resolução CEB/CNE nº 02/98. Para tanto, não se consegue percorrer o itinerário construído até aqui, sem tomar o fio condutor da problemática tecida com a presença de elementos formadores da “malha” sócio-político-cultural, ou seja, o pano de fundo, ou cenário diante do qual atuaram e atuam atores sociais e políticos, de diferentes grupos, pertencentes a dois sistemas: o escolar e o religioso Nos dias atuais há os que lembram com saudade do tempo em que esta questão não se colocava para a escola católica. Tempo em que ser católico era parte da identidade pessoal e que não causava estranheza que a escola católica, lugar de católicos, fizesse acontecer à educação católica por meio, inclusive, do ER, muitas vezes assumindo o lugar da catequese. Os pais afirmavam com tranqüilidade que haviam colocado seus filhos na escola católica porque esperava uma educação com base em valores religiosos, uma educação religiosa. Assim parecia haver correspondência entre a expectativa dos pais e da sociedade e o trabalho da escola. Os tempos atuais, contudo, refletem outro panorama. Do ponto de vista da religião o que temos presenciado é o aumento da chamada pelos sociólogos da religião, oferta religiosa, o que tem significado que não contamos mais com o mesmo contingente que se dizia católico há alguns anos atrás. Isso tem sido posto em várias instâncias como a objetivação do dado de que a Igreja católica está perdendo seus fiéis. Temos questionado essa afirmação considerando que muitos dos que se diziam católicos estavam muito mais condicionados à prática dos sacramentos por motivos sociais. A escola católica, por sua vez, tem diante de si um novo contexto. Muitas estão inseridas em comunidades que, há muito, deixaram de caracterizar-se pela prática católica. Mesmo os pais embora façam, muitas vezes, um discurso em prol da escola católica e seus valores, têm como real motivo a possibilidade de escape de uma educação pública que possa não atender aos seus objetivos na formação acadêmica de seus filhos. Considerando o contexto da educação em geral, há de salientar-se que a nova LDBEN - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 9394/96, prevê uma educação em valores e voltada para a cidadania, bem como a ética como um tema transversal devendo, portanto, perpassar todas as disciplinas. Citamos esses três temas: valores, cidadania e ética para destacar que os mesmos não fazem mais parte exclusivamente da escola católica, preocupada com a formação integral e com o homem e a mulher novos. A expectativa é de que sejam tratados e vivenciados na educação em geral e nas escolas em particular, sejam elas confessionais ou laicas particulares ou públicas. Diante desses desafios a escola católica necessita abrir-se para novas perspectivas: fazer acontecer uma educação capaz de corresponder aos desafios de uma nova sociedade na quais homens e mulheres encontra diferentes formas de viver a experiência do Transcendente, não havendo, portanto, uma única via antigamente considerada a religião. Não podemos mais ousar falar de valores e ética como pressupostos religiosos, uma vez que também aqueles que não são “adeptos” de uma religião podem vivenciá-los. Termos como valores universais e sociais e ética civil visam deixar claro esse desligamento, por assim dizer, do mundo religioso. Buscar a clareza de sua identidade confessional uma vez que já não pode atribuí-la ao ER necessitando assim buscar ser toda ela confessional, em tudo o que pensa e faz, constituindose num testemunho, enquanto o ER mantém preservada sua natureza como uma disciplina, inserida num currículo e em pé de igualdade com todas as outras, conquanto tenha um conhecimento a oferecer e contribua para a ampliação da visão de mundo dos educandos. A Atual LDB – Lei Federal nº 9.394/1996, a Lei Darcy Ribeiro de Diretrizes e Bases da Educação Nacional contempla o Ensino Religioso na seção III (Do Ensino Fundamental) do 232 perspectivas uma história de 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Concepções epistemológicas do Ensino Religioso Laude Erandi Brandenburg 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A eclesiologia republicana e o Ensino Religioso Evaldo Luis Pauly 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso nas constituições do Brasil Eliseu Roque Espírito Santo do Capítulo II (Da Educação Básica), do Titulo V (Dos níveis e das modalidades de Educação e Ensino), no Artigo 33, com a redação dada pela Lei nº 9.475/97, publicada no Diário Oficial da União em 23/07/1997. O Caput do Artigo 33 apresenta desde logo a situação objetiva do Ensino Religioso no nível do Ensino Fundamental: será de matricula facultativa, será parte integrante da formação básica do cidadão, deverá constituir disciplina dos horários normais das escolas públicas, deverá assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, e estão vedados quaisquer formas de proselitismo. O § 1º do Artigo 33 determina que os sistemas de ensino a que estão vinculados os estabelecimentos de Ensino Fundamental “regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e a admissão dos docentes”. O § 2º do mesmo Artigo 33 prevê, ainda, que “os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso”. A LDB é suficientemente clara ao vetar que a disciplina Ensino Religioso se preste a pratica de “quaisquer formas de proselitismo”. O Ensino Religioso deve assegurar “o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil”. Essa diversidade e pluralidade cultural e religiosa não é um fenômeno genuinamente brasileiro. Ele é praticamente universal. Poderíamos dizer que é uma chama acesa no coração de cada ser humano e que isto, por si só, já é razão suficiente para que uma Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional contemple a temática do Ensino Religioso. A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, em estudo não concluído sobre “Ensino Religioso e sua pratica escolar”, assevera que o “Ensino Religioso, como parte integrante do currículo, quando legalmente aceito e não só, mas constitucionalmente prescrito para os currículos das escolas do ensino fundamental, na medida em que envolve a questão da laicidade do Estado, a realidade sócio-cultural dos múltiplos credos e a face existencial de cada indivíduo, tornase uma questão de alta indagação e complexidade, em termos de encaminhamento adequado, frente aos princípios que orientam a convivência democrática da humanidade contemporânea”. Observa que, “cada vez que este tema compareceu à cena dos projetos educacionais, veio sempre carregado de uma discussão intensa em torno de sua presença e factibilidade, em um país laico e multicultural.” De acordo com o prescrito no Artigo 210 da Nossa Constituição Federal de 1988, “o Ensino Religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Da Norma Constitucional podemos distinguir três elementos constitutivos do Ensino Religioso, quais sejam: de oferta obrigatória no Ensino Fundamental, de matricula facultativa e a ser executada/ministrada nos horários normais das escolas públicas. A estes três elementos constitutivos, a LDB de 1996 acrescentou, no seu Artigo 33, os seguintes: faz parte integrante da formação básica do cidadão, deverá assegurar a diversidade cultural e religiosa do Brasil e estão vedados quaisquer formas de proselitismo. Após o conhecimento dos preceitos legais e o envolvimento com as tentativas de prática dessa legislação no Ensino Religioso, passou-se à abordagem da questão dos conteúdos dessa área de saber intrinsecamente ligada com a questão legal. Vejo como fundamentais duas dimensões na organização do conteúdo: as concepções epistemológicas e a questão metodológica de encaminhamento do mesmo. Nosso foco são as concepções epistemológicas geradoras dos conteúdos e interligadas com legislação e metodologia. Isso significa que, por de trás da abordagem dos conteúdos, há concepções epistemológicas, princípios do conhecimento religioso, que fundamentam e impulsionam o Ensino Religioso nas escolas públicas ou privadas. O artigo discute a relação pública – privado a partir de dois contextos: a experiência histórica da formação de uma igreja camponesa no Brasil e a proposição de um esquema eclesiológico compatível com o modo de vida republicano. Assim, é plausível sustentar a inserção da disciplina Ensino Religioso no currículo da escola pública sob controle acadêmico da docência brasileira. De outro modo, a justificação do financiamento público desta disciplina quebra o princípio republicano basilar da separação entre o público e o privado, dentro do qual insere o princípio democrático da separação absoluta entre Igreja e Estado. O trabalho pretende analisar o debate acerca da inclusão do Ensino Religioso no currículo das escolas públicas considerando-o inserido numa disputa mais ampla onde a questão do Ensino Religioso é apenas a ponta do iceberg. Para isso analisa as Constituições do Brasil de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1988. Observa que o debate sobre o Ensino Religioso vem acompanhando toda a história da nossa educação. Enquanto o monopólio da Igreja, no Brasil colônia, o Ensino Religioso não era problema era o único tipo de ensino disponível. Com a expulsão dos jesuítas e a chegada da Corte de Portugal ao Brasil a educação a educação começa um processo de emancipação da Igreja, mas logo em seguida se vê sob o monopólio do Estado. Os textos constitucionais nos permitem ver a assunção do Estado na direção da educação. Enquanto a Constituição de 1824 dedica apenas duas alíneas ao assunto e a constituição de 1891 umas quatro, a constituição de 1934 de dica um capítulo 233 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e a formação da identidade Nilva Windmoller Brendler Manfredo Carlos Wachs 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST A pergunta sob um novo olhar no Ensino Religioso Remi Klein 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST O CONER-RS: organização ecumênica ou interreligiosa? Cesar Alberto Ranquetat Júnior 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST O aconselhamento pelo professor de Ensino Religioso: como lidar com o pedido de ajuda proveniente da comunidade escolar? Cristina Py de Pinto Gomes Mairesse inteiro e a partir daí começa-se a normatizar de forma mais ampla tanto a educação em geral como o Ensino Religioso. Esta prática analisa assunção do monopólio do Estado na Educação. Discutir a temática da educação religiosa nas escolas sem levar em conta este pano de fundo histórico pode nos levar às conclusões simplistas. Este trabalho monográfico apresenta uma pesquisa e análise das contribuições do Ensino Religioso para a formação de uma identidade pessoal e autônoma. A primeira parte consiste em uma pesquisa bibliográfica, sobre as principais características da adolescência, as mudanças biopsicossociais que acontecem nesta faixa etária. Perguntar é algo natural para uma criança, aliás, para todo ser humano, mesmo que se costume identificar e associar a idade dos porquês a crianças até seis/sete anos. Coincidentemente, é a idade de sua entrada obrigatória na escola. A partir disso, poder-se-ia concluir que, doravante, importa deixar de perguntar e passar a responder... Outrossim, que lugar e que papel tem a pergunta no processo educativo e, em especial, no processo educativo-religioso? Que concepções estão presentes numa pedagogia da pergunta? Uso esta expressão inspirado numa obra de Paulo Freire e Antonio Faundez, intitulada Por uma pedagogia da pergunta. Neste sentido, li, certa vez, um artigo muito interessante de Moacyr Scliar, intitulado: Perguntar não ofende. Aproxima. O escritor fez referência a Sócrates e à sua inovação na Filosofia pelo seu método de ensino, a maiêutica. Sócrates não afirmava, mas perguntava por acreditar que pelo diálogo se partejariam as idéias e emergeria uma verdade. A pergunta é inerente à nossa vida, à nossa comunicação, aos nossos relacionamentos e ao nosso processo educativo em geral, não só religioso. Já nem mais nos damos conta de que a todo o momento perguntamos e isso não se restringe à idade dos porquês, mas abrange a todas as idades, como vemos, por exemplo, no livro O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, que apresenta uma jovem de quinze anos também cheia de perguntas A Lei Federal nº 9475/97 afirma em seu parágrafo 2º a necessidade de ser ouvida entidade civil, formada por diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do Ensino Religioso. A partir dessa definição legal, constituem-se, em diversos estados brasileiros, conselhos de Ensino Religioso, os chamados CONER (Conselhos do Ensino Religioso), compostos por várias denominações religiosas. No estado do Rio Grande do Sul foi fundado, em 26 de novembro de 1997, o CONER-RS (Conselho do Ensino Religioso do Estado do Rio Grande do Sul), quatro meses após a Lei 9.475/97. O CONER-RS é um sucedâneo do GTERI (Grupo Tarefa para o Ensino Religioso Interconfessional, criado em 1990, que tinha como objetivo elaborar uma proposta de Ensino Religioso interconfessional cristão. Atualmente o CONER-RS é composto pelas mesmas denominações religiosas que faziam parte do Grupo Interconfessional, incluindo a Confissão Israelita. Há um predomínio de denominações cristãs na composição do CONER-RS, sendo que a única não cristã, a Israelita, tem vínculos históricos com as mesmas. Nossa sociedade está em constante modificação. Novos paradigmas vão surgindo e modificando nossa forma de pensar e agir. Idéias e crenças são transformadas rapidamente, de acordo com os cidadãos que as veiculam no ambiente social. O que é correto hoje pode não ser amanhã. Temos como exemplo o comportamento de jovens no ambiente social e escolar. Antigamente eles não tinham tanta participação em decisões familiares como têm hoje. A escola e seus representantes não questionavam, nem levavam em conta seus anseios. Atualmente, muita coisa mudou. Portanto, nem sempre temos, como educadores, as melhores posições frente ao mundo para auxiliarmos nas escolhas e decisões de nossos semelhantes. A prática do Ensino Religioso nas escolas requer que o educador responsável pela disciplina tenha diferentes conhecimentos para que possa atender a diversidade de temas e assuntos que são de interesse e preocupação de seus estudantes. Além disso, há conteúdos que devem ser trabalhados com o grupo, com o intuito de cumprir o plano político-pedagógico da instituição à qual o educador pertence. Este explicita os conteúdos que deverão ser abordados durante o período letivo e deve servir como parâmetro para a docência no cotidiano de uma sala de aula. Paralelamente, outras demandas surgem e precisam ser atendidas e supridas de forma a auxiliar na formação global dos educandos, pois podem tornar-se entraves que dificultarão o pleno desenvolvimento de uma personalidade. Os psicólogos, quando estão presentes nas escolas, muitas vezes recebem esses estudantes e a comunidade em geral e têm por uma de suas atribuições mediarem os conflitos que surgem, buscando auxiliar na resolução destes. Quando os psicólogos não estão presentes ou o aluno não se sente à vontade para procurar alguém da área psicológica, seja por que motivo for muitas vezes é o professor responsável pela disciplina de Ensino Religioso que é solicitado a auxiliar. Ele deve intervir nesse momento em que o educando precisa de ajuda para dar conta da dificuldade que se faz presente. O professor deve pelo menos iniciar a condução do processo de aconselhamento, com o intuito de atender a demanda, tentando auxiliar na elaboração da 234 2007 IV CONERE FONAPER O Ensino Religioso na rede municipal de educação de Curitiba: desafios e possibilidades Diná Raquel Daudt da Costa Wilma B. Borges de Macedo 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó Dez anos do artigo 33 da LDBEN: avanços e desafios Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó Ensino Religioso em Santa Catarina: memórias e desafios de um percurso em constante construção Élcio Cecchetti Ione Fiorini Thomé 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília Ensino Religioso no âmbito educacional das escolas públicas estaduais do Espírito Santo Eliane Maura Littig Milhomem de Freitas 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília O Ensino Religioso na rede pública municipal de ensino de João Pessoa Maria José Holmes Torres 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília O Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil: realidades e desafios Giseli do Siqueira Prado mesma. Como o professor deve proceder, se muitas vezes acredita não possuir a formação necessária para contribuir na resolução do conflito que se instaurou na vida do outro? É essa a questão principal que pretendo desenvolver nesse trabalho Este texto focaliza a questão do trabalho realizado junto aos professores da Rede Municipal de Ensino de Curitiba na área do Ensino Religioso, tendo em vista a formação dos mesmos para o exercício da docência nesta disciplina. O objeto de pesquisa foi o material e os procedimentos que a Secretaria Municipal da Educação de Curitiba utiliza para a formação do seu corpo docente. Foi realizada uma análise do material de apoio pedagógico e cursos de formação dos professores de Ensino Religioso planejados, organizados e conduzidos pela equipe pedagógica da ASSINTEC – Associação Inter-religiosa de Educação em parceria com a Secretaria Municipal da Educação de Curitiba. A pesquisa se ateve aos documentos das Diretrizes Curriculares para a Educação Municipal de Curitiba e aos Cadernos Pedagógicos elaborados com o fim específico de auxiliar os professores nas questões pertinentes ao Ensino Religioso. Quanto aos cursos, foi apresentado um breve relato de como acontecem e qual a resposta dos participantes referente aos mesmos. Ao relermos as legislações estaduais a partir de palavraschaves visando compreender a atual situação do Ensino Religioso brasileiro, operacionalizados nos estados da federação que legislaram sobre esta área do conhecimento, podemos verificar os avanços e desafios existentes para implantação deste ensino. Um dos principais aspectos ainda ser melhorado está relacionando com certeza á profissionalização do professor desta e do conhecimento com certeza abertura de curso de licenciatura em Ensino Religioso. No geral, temos professores (as) de diferentes licenciaturas e disciplinas ministrando esse ensino considerando que as normatizações estaduais e municipais permitem ter no quadro do magistério público profissionais de áreas afins, devido à inexistência de curso de licenciatura específica. Á outras realidades, professores complementando carga horária com Ensino Religioso e professor de Ensino Religioso complementando a carga horária com outras disciplinas devido à carga horária ser de apenas uma hora aula semanal no currículo das escolas. A diversidade é uma marca no nosso mundo e se manifesta em todos os ecossistemas naturais e na própria humanidade. A própria cultura adquiriu formas diversas através dos tempos e dos espaços. Essa multiplicidade manifesta-se na originalidade e na pluralidade de identidade que caracterizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. A diferença ente culturas é grupo da singularidade de cada grupo social. Constatar isso, todavia, não significa negar a existência de características comuns. O grande líder da não violência, Mahatma Gandhi, nos deixou grande exemplo nesse sentido, pois não demorou em perceber que só nos construímos no encontro com o diferente, e que todo ser torna0se humano na medida em que se confronta e dialoga com aquilo que lhe é desconhecido. A presente comunicação trata do percurso histórico da disciplina do Ensino Religioso no Estado do Espírito Santo, após Lei de nº 9.475 de 22 de julho de 1997 e instituição do CONERES pelo Decreto nº 1735-R de 26 de setembro de 2006. Inicia com explanação sobre a implantação da disciplina: a nova reformulação, diretrizes para seleção de professores e levantamento da demanda de estudantes que optaram pelo Ensino Religioso, dentre outras que garantiram seu oferecimento. Apresenta os caminhos percorridos para a formação docente: fórum, encontros, cursos, discussões, mesa redonda e reflexões que estão contribuindo para a construção dos saberes pedagógicos dos educadores capixabas que ministram o Ensino Religioso. Finaliza refletindo sobre a escola como espaço privilegiado para o Ensino Religioso, ou seja, esclarece a função social da escola e o papel pedagógico que a disciplina desempenha. Este artigo pretende socializar o processo de implementação do Ensino Religioso como componente curricular na Rede Pública Municipal de Ensino de João Pessoa/PB. Apresentase, inicialmente, uma rápida caracterização da Rede Pública Municipal de Ensino de João Pessoa e um breve histórico sobre o Ensino Religioso no Brasil. Após, descreve-se a implementação do Ensino Religioso na Rede Pública Municipal de Ensino de João Pessoa, o perfil dos professores de Ensino Religioso e os desafios e perspectivas que ora se apresentam. O Ensino Religioso foi compreendido ao longo dos anos ora como catequese na escola, ora como ensino da religião, tendo como objeto a doutrina cristã, garantida pela estrutura de cristandade, herdada do período colonial, figurando nessa condição até a primeira metade do século XX. Essa estrutura na atual sociedade pluralista não corresponde mais aos anseios dos educandos e da educação, embora ainda persistam os defensores do modelo confessional, há também os que se posicionam contrários, defendendo a liberdade religiosa, gerando permanentes discussões em relação a essa disciplina. Para compreender melhor a realidade do Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil elaboraremos um esboço de sua trajetória nas Constituições e Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pontuando os principais desafios para efetivação dessa disciplina do currículo escolar, 235 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília O mal estar no Ensino Religioso: localização, contextualização e interpretação Teresinha Mocellin Maria 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília O Ensino Religioso na sociedade pósmoderna: desafios e perspectivas diante do pluralismo religioso Adriana de Campos 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores - FONAPER Universidade Católica de Brasília Educação intercultural e Ensino Religioso: buscando aproximações Francisca Helena Ciunha Daneliczen 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Educar e cuidar Eduardo Paiva dos Santos 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ensino Religioso: na escola, na vida Eronides Rodrigues de Freitas Silva 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Laicidade: princípio fundamental para o Ensino Religioso Maria José Holmes Torres admitida hoje como área do conhecimento, nos termos da Resolução CNE/CEB nº 02/98, que estabelece a Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, e sua contribuição efetiva na "formação básica do cidadão". O presente estudo quer contribuir com o debate sobre a preocupação voltada às questões provenientes da situação de inquietação no Ensino Religioso nas escolas públicas, na atualidade brasileira. A questão pesquisada é a localização da crise ampla no Ensino Religioso. Localizar a sua gênese e mais especificamente nos pontos em que ela mais incide, é o objetivo principal do trabalho. Como preâmbulo aponta-se as raízes históricas desse mal-estar. A raiz remota na catequese dos índios e negros escravos e os conflitos que gerou nos evangelizadores e nos evangelizados. A raiz próxima, no advento da República, a separação entre Igreja e Estado e os conflitos decorrentes. A pesquisa localizou vários focos de mal-estar. Eles se concentram, especialmente, na legislação e sua aplicação. A formação dos docentes para a disciplina é a outra maior incidência do mal-estar no Ensino Religioso que desponta dos dados colhidos na pesquisa de campo. Os conflitos e desafios vivenciados pela disciplina de Ensino Religioso vêm perdurando há alguns anos. A disciplina que foi promovida pela Igreja Católica, vem acompanhando as modificações constantes da sociedade pós-moderna. A Igreja perdeu sua plausibilidade e a disciplina começou a se estranhar enquanto disciplina escolar. A modernização e a secularização trouxeram a idéia da laicização e a escola enquanto um espaço laico não pôde mais oferecer uma disciplina proselitista. Porém, a idéia de que o Ensino Religioso é um ensino de “Religião” não foi descortinada. O Ensino Religioso diante na nova consciência do pluralismo religioso em um espaço privilegiado que pode suscitar o diálogo e a tolerância encontra-se perdido e sua valorização ainda não se efetivou. Esta comunicação tem o propósito de levar a reflexão sobre os conflitos vivenciados no Ensino Religioso e as perspectivas quanto ao seu futuro no âmbito escolar. Este artigo traz elementos para contextualizar a cultura e o Ensino Religioso, que pedagogicamente oportuniza a releitura do fenômeno religioso a partir dos conhecimentos religiosos elaborados, historicamente, por diferentes grupos humanos. O Ensino Religioso, neste sentido, constitui-se elemento que assume formas culturais contribuindo para a diversidade cultural na perspectiva da educação intercultural diante de seus desafios, conflitos e necessidades. Contextualiza o cenário da pesquisa a partir de uma prática pedagógica interdisciplinar: Cultura e Religiosidade Indígena, que integra o Projeto: Respeitando as Diferenças – Uma Nova Perspectiva para o Ensino Religioso elaborado e desenvolvido através da coordenação pedagógica da área do Ensino Religioso, da Secretaria Municipal de Educação de Balneário Camburiú/SC. O texto busca identificar e sinalizar algumas considerações dos processos elaborados no intento de contribuir para identificar, discutir, desafiar, diálogos e possíveis futuras pesquisas, a partir dos diferentes olhares e leituras dos autores consultados em contraponto com o relato da prática pedagógica em apresentação. Este texto faz parte de nosso trabalho de dissertação de mestrado em Ciências das Religiões pela UFPB. Aqui buscamos instigar uma reflexão sobre a importância de uma prática pedagógica fundamentada no “cuidar” do ser humano, principalmente quando este trabalho com o “outro”, toca em questões tão delicadas e fundamentais como a educação, os fenômenos naturais e o fenômeno religioso, a nosso ver, indissociáveis no processo ensino-aprendizagem do Ensino Religioso. A relevância da abertura para novos olhares e leituras sobre o outro e conseqüentemente sobre nós mesmos, torna-se um ponto marcante em prol do exercício do diálogo como fonte de saberes e poderes de intervenção, contra toda forma de preconceito e exclusão, também, nas práticas pedagógicas. A pesquisa que venho realizando acerca do Ensino Religioso nas práticas educativas, no cotidiano das escolas públicas, tem como objetivo observar e analisar como vem sendo ministrado o Ensino Religioso como área de conhecimento, que por falta de informação e despreparo de alguns docentes, se confunde com aula de religião e foge dos ditames dos PCNER. O docente precisa ter conhecimento, dá um novo ressignificando na construção de um cidadão construído integralmente, que ele tenha em mente que a grande riqueza da humanidade esta realmente na complexidade do pluralismo no campo religioso e cultural e é isso que norteia o viver da comunidade humana. A principal tarefa do professor é entender essa diversidade cultural e religiosa na pluralidade da escola pública. E para este educador enfrentar estes desafios precisa do conhecimento. Ao se falar do Ensino Religioso (ER) não podemos deixar de falar da História do Brasil e da História da Educação que, desde o início da colonização, sempre caminharam de mãos dadas. Foi um período marcado pela cristianização dos povos indígenas e dos negros vindos da África que tinha como objetivo uma educação evangelizadora. As leis vão mudando e conseqüentemente este componente curricular também vai tomando um novo rumo, chegando até aos sistemas de ensino público pela porta principal. Atualmente eis que surge um novo ER nas escolas, respaldado pela Lei de Diretrizes e Bases 236 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Educação Religião e Luciane Zimernan Marina 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Ensino Religioso entre formação e informação Marcos Scussel Manfredo Wachs André Carlos 9.394/96, cuja nova redação do Art. 33 deu origem à Lei 9.475/97. Embora existam muitas dificuldades e muitos caminhos para percorrer, é um sonho realizado ter essa prática pedagógica nas escolas. Este trabalho apresenta o Ensino Religioso como uma área do conhecimento, levando em consideração as fase e transformações dos educandos. Ele expõe a preocupação fundamental com o aluno, que é vivo, inquieto e participante. Mostra também a preocupação com os educadores que não temem suas dúvidas e que buscam por acalmar suas inquietações de uma forma criativa e com bases convincentes. Serão abordados nas próximas páginas fatores importantes sobre o desenvolvimento físico, emocional e psicológico do ser humano, em conjunto com sua evolução de fé. Será apresentado um apanhado sobre a legislação e as concepções epistemológicas do Ensino Religioso. Far-se a um breve relato sobre o trabalho voltado para o Ensino Religioso, e finalmente será apresentada uma proposta de trabalho, que não tem a mínima intenção de ser uma fórmula mágica, mas estará voltada para uma prática dinâmica e pedagógica em favor dos educandos e dos educadores que um dia ousaram em sonhar com um Ensino Religioso, inter religioso e lúdico. Os desafios da educação atual provocam mudanças na forma de ver e compreender os processos de ensino e aprendizagem. Mais do que repassar informações, as quais estão cada vez mais acessíveis a todos, a educação precisa desenvolver competências para a construção de uma vida melhor. Segundo Morin, não basta uma cabeça cheia, precisamos de uma cabeça bem-feita. A Escola tem a função de socializar conhecimentos e produzir novos conhecimentos. O Ensino Religioso, enquanto componente curricular, juntamente com as outras áreas, tem a missão de socializar conhecimentos e de construir novos, preparando os jovens para enfrentar as incertezas da vida e do futuro. Diante da diversidade cultural e religiosa, a socialização da informação religiosa não é um fim em si mesmo, mas um meio para a formação integral do ser humano e para o desenvolvimento da cidadania. Artigos em Periódicos A construção do Ensino Religioso na atual LDB Robson Stigar A Educação na concordata Brasil-Vaticano Luiz Antonio Cunha A identidade do Ensino Religioso a partir dos livros Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Sérgio Barbosa Rodrigues A Hipótese que apresentei nesta pesquisa é que a concepção de Ensino Religioso apresentada no artigo 33 da atual LDB seria uma concepção “mista” e constituída por uma composição de varias correntes e interesses. Supomos que a atual redação do artigo 33 da LDB teria sido uma saída estratégica e política para agradar os vários grupos religiosos e não religiosos existentes na sociedade brasileira, principalmente a CNBB, o FONAPER, os evangélicos, as demais instituições religiosas e também o próprio grupo do NÃO, que milita pela exclusão do Ensino Religioso no espaço escolar. Essas correntes, cujos lobbies se fizeram presente no congresso nacional, levaram a uma lei de consenso, por natureza ambígua, que reflete seus interesses divergentes. Este texto analisa três artigos da concordata firmada pelo governo brasileiro com o Vaticano, em novembro de 2008, concernentes à educação. Com base no texto do acordo e de notícias publicados na imprensa, o texto focaliza, especialmente, a questão do Ensino Religioso nas escolas públicas, situada no contexto definido pela ambigüidade do Estado brasileiro, entre o confessionalismo e laicidade. A identidade do Ensino Religioso como área de conhecimento pode ser historicamente demonstrada a partir dos livros produzidos para sistematizar as reflexões, as pesquisas e os diversos estudos referentes aos aspectos legais, metodológicos, às propostas de conteúdo, à formação de professores e às questões relacionadas ao ensino-aprendizagem desse componente curricular. Este artigo deriva do primeiro relatório de uma pesquisa de abordagem qualitativa utilizando metodologia históricoanalítica apoiada em documentos impressos, visando compreender a identidade de uma disciplina que progressivamente assume um perfil de área de conhecimento. São apresentados três quadros que tratam da produção referente ao Ensino Religioso: Quadro 1 – Período de publicação; Quadro 2 – Editoras que Último Andar (18), 1-74, 1º Semestre, 2010 – ISSN 1980-8305 Educ. Soc., Campinas, vol. 30, n. 106, p. 263280, jan./abr. 2009 Horizonte, Belo Horizonte, v. 8, n. 16, p. 136-152, jan./mar. 2010 - ISSN: 2175-5841 237 publicaram os livros sobre o Ensino Religioso; Quadro 3 - Autores e ou coautores que publicaram livros sobre o Ensino Religioso. A presente reflexão indica outras frentes, como empreender análise de conteúdo dos textos apresentados nessas publicações a fim de contribuir para a definitiva configuração identitária do Ensino Religioso. A identidade do Ensino Religioso no contexto da laicidade Sérgio Junqueira Edile Rodrigues Rogerio Fracaro A identidade do Ensino Religioso, do rito cristão na história da educação brasileira Leá Marcondes Liliana C. Seehaber A luta pela ética no ensino fundamental: religiosa ou laica? Luiz Antonio Cunha A questão do Ensino Religioso na União Européia Lílian Blanck Oliveira Sérgio Junqueira de A discussão sobre o Ensino Religioso na escola pública das diferentes unidades da Federação é uma polêmica constante ao longo da história da República brasileira. A imposição legal do Ensino Religioso no âmbito escolar pode remeter à ideia de um Estado não laico e acarretar mais preocupações e discussões do que propriamente promover uma formação integral que favoreça os estudantes. No Estado laico, as religiões são livres contanto que respeitem a neutralidade confessional da esfera pública e a garantia de cuidar do bem comum. O Ensino Religioso, no espaço da educação, contribui para prevenir a intolerância e instiga os estudantes a buscar seus direitos e liberdades. Isto não significa abrir mão do direito de expressão da confessionalidade de estudantes e professores, mas permitir ao outro ser sujeito de sua cultura e de seus desejos. O Ensino Religioso como componente curricular está alicerçado nos princípios da cidadania, no entendimento do outro enquanto outro. E isso só é possível num Estado laico, pois é competência do Estado assegurar aos estudantes o direito de receber a formação religiosa desejada. É um direito cidadão. Horizonte, Belo Horizonte, v. 8, n. 19, p. xx-xx, out./dez. 2010 No decorrer da história, o Ensino Religioso foi marcado pelas relações estabelecidas entre Estado e Igreja, formando uma simbiose entre a política e a religião, a qual definia sua natureza e seu papel. É decorrente desta simbiose, toda a problemática e os debates que envolvem o universo educacional onde o Ensino Religioso é entendido como um elemento eclesial na escola, sendo tratado como apêndice do sistema escolar, como elemento estranho ao currículo. Atualmente, há o esforço de assegurá-lo como disciplina regular integrante do sistema escolar, mas o cerne do Ensino Religioso deve estar centrado nos conteúdos de uma Antropologia Religiosa e não mais, como o ensino das doutrinas de uma determinada religião. A compreensão de alguns dados históricos sobre a trajetória do Ensino Religioso nas escolas brasileiras, nos ajudarão a entender melhor a questão auxiliando a superar os desafios que permanecem, como entraves, no reconhecimento desta disciplina na grade curricular. O texto que segue, referenda as diversas fases e abordagens da disciplina de Ensino Religioso, nos diferentes períodos históricos, salientando o contexto sócio-político educacional vivenciado nestes 504 anos de escolarização e em especial nos últimos 33 anos quando entrou em vigor as Leis de Diretrizes de Base da Educação. Este artigo identifica um conflito entre dois conceitos de Ética no currículo das escolas públicas de ensino fundamental no Brasil contemporâneo. De um lado, a Ética laica, fundamentada nos provisórios consensos político-ideológicos; de outro, a Ética religiosa, convergente com uma Educação Moral e Cívica de conteúdo religioso. Esse conflito conceitual é explicado pelo autor como produto de um conflito político em torno da autonomia do campo educacional. O Ensino Religioso é um componente curricular nas escolas do continente europeu desde o século dezoito, quando a religião passa a fazer parte do cotidiano escolar. A compreensão de um Ensino Religioso relacionado às instituições religiosas de matriz cristã persiste no século vinte e um, entretanto a alteração do perfil Revista Educação em Movimento – v. 03 – n. 09 – set/out 2004 Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 137, p.401-419, maio/ago. 2009 Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 6, n.17, p. 125-138, jan./abr. 2006. 238 Ainda o Ensino Religioso em escolas públicas: subsídios para a elaboração de memórias sobre o tema Roseli Fischmann Análise da reportagem da Época sob os pontos de vista do Ensino Religioso e do Leitor - Jesus vai a Escola Cláudia Regina Tavares Cardoso Adkins Sérgio Junqueira Aspectos legislativos do Ensino Religioso brasileiro: uma década de identidade Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Ângela Maria Ribeiro Holanda Rosa Lydia Teixeira Corrêa3 Autonomização do campo educacional: efeitos do e no Ensino Religioso Luiz Antonio Cunha Concepções epistemológicas no Ensino Religioso: desafios para a práxis Laude Brandenburg Erandi étinico-cultural religioso do continente está exigindo todo um repensar sobre esta prática curricular. O Fórum Europeu de Ensino Religioso, por meio de suas sessões ordinárias, está promovendo uma ampla reflexão sobre esta temática, buscando tecer novos olhares, leituras e perspectivas aos desafios que se apresentam na atualidade em relação a ela. O presente artigo explicita, a partir da Constituição da União Européia e atividades do Fórum Europeu de Ensino Religioso, alguns elementos históricos da geografia e itinerários pedagógicos desse componente curricular. O presente trabalho apresenta-se como um testemunho, na linha da literatura de testemunho que se desenvolve em abordagens que integram o fazer acadêmico e a reflexão sobre a construção histórica, como em Agamben e outros. Traz narrativas da autora, de sua vivência reflexiva do debate em torno do tema do Ensino Religioso em escolas públicas, em espaço público no Brasil, destacando a experiência do Estado de São Paulo, em 1995, e, em nível federal, em 1996 e 1997, como parte do processo de elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais do MEC. A história do Ensino Religioso é organizada a partir das legislações, dos textos didáticos produzidos para subsidiar o cotidiano da sala de aula, mas especialmente dos textos publicados em revistas e jornais brasileiros. Essas publicações expressam a polêmica envolvendo esta área do conhecimento, e que mobilizam a relação do Estado e Igreja, ao longo do século XX e recentemente no século XXI. Este artigo parte das reações provocadas pelo texto publicado pela Revista Época n.º 537, edição de 1.º de setembro de 2008, a partir da concepção do Ensino Religioso e das teorias do leitor. Procura analisar mais um momento desta história contemporânea, para tal foram utilizados autores como Chartier, Chalhub e Mattelart que nos permitem construir este percurso histórico. O cenário do Ensino Religioso brasileiro foi alterado a partir de 1997 com a revisão do artigo 33 da Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional, onde ficou estabelecida para cada estado da federação a responsabilidade de orientar este ensino quanto à oferta nos horários normais das escolas públicas, a organização dos conteúdos e a formação dos(as) professoras(as). Desta forma encontramos situações diversificadas para compreender os aspectos divergentes e convergentes explicitando a sua identidade enquanto área de conhecimento nos aspectos organizacionais, curriculares, na formação de professores(as) e a entidade civil mencionada no artigo 33. Com base no conceito de campo, de Pierre Bourdieu, o autor analisa as vicissitudes do processo de autonomização do campo educacional no Brasil, focalizando, para isso, o Ensino Religioso nas escolas públicas. Ao longo da argumentação, o texto focaliza protagonistas diretamente envolvidos nos conflitos do campo e examina a legislação sobre essa questão, no nível federal e nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, a qual é referidas à conjuntura política e social. O artigo conclui que, embora seja geral a tendência de perda de autonomia do campo educacional brasileiro, em proveito do campo político e do campo religioso, ela ocorre num grau menor em São Paulo do que no Rio de Janeiro. As concepções epistemológicas são determinantes para a intencionalidade e a prática do Ensino Religioso. O presente estudo ocupa-se em apresentar concepções epistemológicas presentes numa amostragem da realidade da escola pública estadual e em setores de apoio ao Ensino Religioso no Estado do Rio Grande do Sul. Evoca também a fala das ausências na abordagem do Ensino Religioso. Constata possibilidades de encaminhamento das concepções epistemológicas na prática desse Revista Contemporânea v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006 Revista da Católica – n. 04 – v. 02 – 2010 Revista Religião & Cultura – Vol. VI – n. 11 Jan/Jun 2007 – ISSN 1676-6881, p. 9 a 42 Revista Contemporânea v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006 Estudos Teológicos, v. 46, n. 2, p. 45-59, 2006 239 Do confessional ao plural: uma análise sobre o novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras Cesar Junior Do Ensino Religioso ao estudo da Religião: uma proposta epistémológica Viviane Cândido Educação e Religião: o novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas do Estado do Rio Grande do Sul César A. Ranquertat Júnior Ensino confessional, laico ou inter-religioso? Qual a melhor resposta ? Dora Incontri – Alessandro Cesar Bigheto Emerson Giumbelli Ensino Religioso em escolas públicas no Brasil: notas de pesquisa Ranquetat Cristina Ensino Religioso na Escola Pública – Uma Mudança de Paradigma Janaína Camilo Ensino Religioso na escola pública: o retorno de uma polêmica recorrente Carlos Roberto Jamil Cury componente curricular na rede estadual de escolas/RS. Este artigo procura examinar a nova modalidade de Ensino Religioso definida pela Lei Federal 9.475/97 que altera o artigo 33 da LDB de 1996. O novo modelo de Ensino Religioso se afasta de toda forma de confessionalismo e proselitismo buscando estar de acordo com a atual pluralização do campo religioso brasileiro. Analisam-se também questões como a laicidade, a secularização e a relação Estado e Igreja Católica que estão intimamente relacionadas com o Ensino Religioso nas escolas públicas. Neste trabalho apontamos para a finalidade do ER - Ensino Religioso - e evidenciamos sua ,natureza como disciplina. Partimos das controvérsias do ER e as explicitamos. Na seqüência, apresentamos, em linhas gerais, nossa proposição de uma epistemologia para o ER, capaz de fornecer elementos para a consideração das controvérsias existentes sobre o assunto O presente texto procura examinar, o processo de implementação do novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas do estado do Rio Grande do Sul, em obediência à Lei Federal 9.475/97. Demonstra o predomínio de igrejas cristãs, principalmente a Igreja Católica na organização e administração do Ensino Religioso e a persistência, no Rio Grande do Sul, de práticas confessionais e proselitistas contrastantes com a proposta legal de uma disciplina de Ensino Religioso não-confessional e pluralista. Sem informação O texto procura discutir algumas dimensões da definição e implementação da disciplina de Ensino Religioso em escolas públicas no Brasil. Inicia com reflexões mais gerais que levam em consideração a noção de laicidade e os marcos nacionais para o Ensino Religioso. Em seguida, propõe um cotejo entre as situações dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, abordando contrastes e pontos convergentes. Por fim, apresenta os primeiros resultados de uma pesquisa que cobre 12 estados brasileiros, destacando três dimensões: os aparatos estatais, os conselhos inter-religiosos e a formação de professores. Durante o ano de 2003 foi desenvolvido o projeto “Ensino Religioso na Escola Pública do Estado de São Paulo”, que objetivou oferecer aos professores de Ensino Religioso a oportunidade de discutir propostas que viabilizassem o Ensino Religioso na Rede Oficial de Ensino, tendo como caminho norteador as premissas estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/96), especialmente aquela que veta o proselitismo religioso na sala de aula. Assim, tanto durante a realização de seminários temáticos, quanto nas várias ações de capacitação dos professores, os debates evidenciaram que não podemos ensinar uma religião, mas religiões, tendo como conceitos éticos básicos o respeito à diversidade e o exercício da tolerância. Este artigo tem como proposta sugerir leituras teóricas sobre alteridade e representação e, também, propor atividades destinadas ao desenvolvimento desses conceitos em sala de aula, especialmente através de projetos interdisciplinares. O texto objetiva refletir sobre a rumorosa questão que envolve o Ensino Religioso em escolas públicas. Esse Ensino Religioso, ainda que facultativo, vem revelando-se problemático em Estados laicos, perante o particularismo e a diversidade dos credos religiosos. Cada vez que tal proposta compareceu à cena dos projetos educacionais, veio carregada de uma discussão intensa em torno de sua presença e factibilidade em um país laico e multicultural. No caso do Brasil, o conjunto de princípios, fundamentos e objetivos constitucionais, por si só, garante amplas condições para que, com a toda a liberdade e respeitadas todas as opções, as igrejas, Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 8, n. 23, p. 289-305, jan./abr. 2008 INTERAÇÕES - Cultura e Comunidade / v. 4 n.5 / p. 229-244 / 2009 Revista do Núcleo de Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação em Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008 - número 14 Revista de Educação CEAP – v. 45 – junho/ 2004, 1-10. Revista do Núcleo de Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação em Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008 - número 14 Revista de Estudos da Religião Nº 2 / 2004 / pp. 26-36 Revista Brasileira de Educação - Set /Out /Nov /Dez 2004 No 27 240 Ensino Religioso, uma disciplina escolar Sérgio Junqueira os cultos, os sistemas filosóficotranscendentais possam, legitimamente, recrutar fiéis, manter crentes, manifestar convicções, ensinar seus princípios, fundamentos e objetivos e estimular práticas em seus próprios ambientes e locais. Além disso, hoje mais do que ontem, as igrejas dispõem de meios de comunicação de massa, em especial as redes de televisão ou programas religiosos em canais de difusão, para o ensinamento de seus princípios O status do ensino religioso nas escolas públicas em cinco países é apresentado neste artigo, que é resultado da participação do autor em seminário da Association Francophone d’Education Comparée, em Sèvres (França), em outubro de 2005. Com base nos textos apresentados e na bibliografia dos conferencistas principais, a diversidade da situação internacional é apresentada e nela se verificam surpreendentes contrastes e semelhanças. O presente artigo destaca o Ensino Religioso nesses últimos 15 anos, no contexto das legislações, apresentando aspectos entre conquistas, desafios e perspectivas desde 1995, quando da instalação do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso (Fonaper), o qual mobilizou educadores e instituições de ensino superior para a construção da identidade pedagógica deste ensino. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394/96, por meio da nova redação dada ao artigo 33 pela Lei n. 9.475/97, consolida a discussão curricular, a utopia do respeito à diversidade religiosa, na perspectiva do convívio a partir do diálogo inter-religioso, e a reflexão da operacionalização deste ensino na implantação/implementação dos sistemas e redes de ensino. Sem resumo Ensino Religioso, uma herança do autoritarismo José Vaidergorn Sem resumo Ensino Religioso: da concepção à regulamentação Anísia de Figueiredo Entre crentes e pagãos: Ensino Religioso em São Paulo Janayna de Alencar Lui O Ensino Religioso como disciplina do currículo, é assunto discutido em todas as etapas da implantação e implementação da educação no Brasil. Passou, nesse transcurso, por diferentes óticas das quais procedeu a um tipo de olhar sobre seu objeto de estudo e de interesse sóciopolítico-cultural, nas respectivas fases de sua organização e efetivação como parte integrante do sistema de ensino. Tomado como fio condutor de todo o processo civilizatório brasileiro foi sempre amparado por uma legislação especial que continua a remetê-lo à condição de disciplina “sui generis”: componente de dentro e de fora do ambiente escolar, a um só tempo. É integrante do sistema escolar como disciplina, mas dependente do sistema religioso, com linguagens, práticas, ambientes e outros aspectos diferenciados. Este último sistema é chamado a opinar sobre que conteúdos incluir na programação escolar e, em determinados Estados, a orientar a sua organização e prática pedagógica. A escola, por sua vez, com sua natureza laica, deve oferecê-lo, desde que a freqüência seja facultativa, pois a própria Carta Magna o faz passar pelo prisma da liberdade religiosa, uma vez que a escola da rede pública está vinculada ao principio da laicidade do Estado. Se entendido como algo próprio da religião, a Lei Maior, a partir de 1934, assegura ao cidadão, uma vez matriculado em escola da rede pública, o direito em fazer a opção pela freqüência à disciplina, ou não. (Constituição Federal, art. 210, § 1º). E mais, a Escola depende de alguns critérios administrativos e de aspectos filosóficos que pontuam a natureza da matéria, constantes de Leis Regulamentares O artigo procura refletir sobre as estratégias de atuação dos atores envolvidos no processo de implantação do Ensino Ensino Religioso nas escolas públicas: a propósito de um seminário internacional Luiz Antônio Cunha Ensino Religioso no contexto das conquistas, desafios e perspectivas Ângela Maria Ribeiro Holanda legislações: entre Paulo Revista Educação e Sociedade, Ano 27 - 2006 - número 97 Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 10, n. 30, p. 291-307, maio/ago. 2010 Revista de Educação da AEC Ano 27 julho/setembro 1998 n. 108 – pp.90 a 103 Cad. Cedes, Campinas, vol. 28, n. 76, p. 407411, set./dez. 2008 Revista de Educação da AEC – ano 35 janeiro/ março 2006 n. 138 – pp. 43 a 61 Caderno de Pesquisa, v. 37, n. 131, p. 333-349, maio/ago / 2007 241 Epistemologia do Ensino Religioso Domenico Costella Ednilson Turozi de Oliveira Eventos Acadêmicos: a construção da identidade do Ensino Religioso nos acontecimentos e trabalhos científicos Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Isabel Cristina Piccinelli Dissenha Sérgio Rodrigues Barbosa Há lugar para o Ensino Religioso na escola ? Viviane Cândido Mapeamento quantitativo do Ensino Religioso no Brasil: que dizem os pesquisadores? Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Alberto da Silva Moreira Cristina Religioso nas escolas públicas do Estado de São Paulo, tendo como foco as relações instituídas no interior do campo estudado. Com a análise da interpretação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.9.394/96) e a posterior modificação de seu artigo n.33 pela Lei n.9.475/97, algumas questões envolvendo a escolha dos conteúdos, capacitação docente e formação do professor aparecem como indicativas para se entender o posicionamento dos grupos envolvidos. Pela participação de grupos como o Conselho de Ensino Religioso de São Paulo, a Associação dos Professores de Ensino Religioso de São Paulo, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e o Conselho Estadual de Educação é possível compreender a formação do campo de disputa decorrente da implantação da disciplina nas escolas públicas. Este artigo situa o Ensino Religioso nas escolas no contexto da variedade dos saberes humanos, seguindo a intuição de Edgar Morin. O artigo afirma que a Epistemologia, junto com a perspectiva fenomenológico-hermenêutica, é sensível ao Sagrado e às experiências religiosas num clima de respeito, análise aprofundada e observação. O artigo propõe um processo de autoquestionamento e auto-avaliação dos próprios princípios teóricos para que os professores e as professoras de Ensino Religioso apreciem ainda mais as experiências religiosas de cada aluno (a) e tomem consciência da relevância de uma perspectiva que apresente as experiências religiosas como parte constitutiva dos seres humanos. A construção da identidade histórica do Ensino Religioso tem sido demonstrada sistematicamente a partir das legislações e seus diferentes impactos, e propomos uma nova variável para essa compreensão: os eventos de divulgação, com aspectos formadores e científi cos. Este é o primeiro relatório de uma pesquisa de abordagem qualitativa utilizando uma metodologia histórico-analítica apoiada em documentos impressos e mídia digital para estabecer essa identidade para uma disciplina que progressivamente assume um perfi l de área de conhecimento. Trata-se de pesquisa em andamento, e será necessária ainda uma análise de conteúdo dos trabalhos apresentados nesses eventos e posteriormente publicados. Em nossa dissertação, estudamos as fontes do discurso sobre o Ensino Religioso. Para este artigo, considerados os limites desta forma de apresentação, escolhemos apresentar as concepções do Grupo do Não e as reflexões decorrentes para o ER. Ao nos decidirmos pelas fontes a serem utilizadas no trabalho original, optamos por aquelas ligadas à formação da opinião pública, em duas vias: os trabalhos publicados no site: www.strbrasil.com.br. e os artigos publicados pelo jornal Folha de São Paulo. Neste artigo, no entanto, traremos apenas a primeira por considerarmos as questões apresentadas, embora relativas ao Estado de São Paulo, relevantes para o fazer pedagógico do ER em todo o país. Apresentamos a Sociedade da Terra Redonda e seu discurso e compreensão do Ensino Religioso, trabalhando um a um, os textos publicados neste site e apontando as concepções implícitas neste discurso. Como embasamento teórico para compreensão dessa fonte, apresentamos uma leitura do pensamento de Fritjof Capra, relativo à relação entre fé e ciência e de Alain Touraine acerca da modernidade. Para a reflexão acerca da educação e da escola, trazemos Luckesi e Anísio Teixeira. O que pretendemos é contribuir com um avanço na reflexão em busca das bases epistemológicas de um ER possível na escola. Nneste estudo tem-se por objetivos analisar o perfil quantitativo do Ensino Religioso no Brasil. Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, com análises integrativa, sistematizada e quanti-qualitativa de Revista Religião & Cultura – Vol. VI – n. 11 Jan/Jun 2007 – ISSN 1676-6881, p. 43 a 56 Estudos Teológicos São Leopoldo v. 50 n. 1 p. 164-186 jan./jun. 2010 Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 5, n.16, p. 185-207, set./dez. 2005. Fragmentos de Cultura, Goiânia, v. 19, n. 11/12, p. 849-866 nov./dez. 2009 242 Na lei nas escolas: diferentes aspectos do Ensino Religioso no estado do Rio de Janeiro Luiz Guilherme Braga O dilema epistemológico do Ensino Religioso Evaldo Luis Pauly O ensino inter-religioso, como fazer? O Ensino Religioso e a interpretação da lei Dora Incontri – Alessandro Cesar Bigheto Maria Amélia Schmidt Dickie Janayna de Alencar Lui O Ensino Religioso escolar: modelos teóricos e sua contribuição à formação ética e cidadã Douglas Dantas O Ensino Religioso na escola pública e privada Teofilo Bacha Filho Cabral publicações científicas elaboradas entre 1978 e 2009. Os resultados apontaram 207 pesquisas disponibilizadas, em sua maioria, no sítio do Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso, intensificadas nos últimos dez anos em instituições das regiões Sudeste e Sul do Brasil apontam um ensino majoritariamente interconfessional ecumênico. Conclui-se que nos últimos trinta anos muito se publicou sobre Ensino Religioso, no entanto, existe a necessidade de uma formação docente voltada para o Ensino Religioso brasileiro, levando em consideração toda a sua complexidade. Este artigo propõe uma discussão sobre a relação entre religião e modernidade a partir dos debates gerados pela implantação do Ensino Religioso em colégios públicos de ensino médio do Estado do Rio de Janeiro. Foi realizado, durante um ano, o acompanhamento de aulas de Ensino Religioso junto a dois professores de um colégio estadual da cidade do Rio de Janeiro. O acompanhamento do processo de implantação da lei e o trabalho etnográfico dentro da escola proporcionam construir uma nova relação entre religião e espaço público, na qual é possível compreender e aceitar a presença e atuação da religião na esfera pública de um Estado laico sem que isso cause a impressão de que a religião está fora de seu lugar. Este texto analisa e debate o dilema epistemológico decorrente da inclusão da disciplina Ensino Religioso no currículo das escolas públicas de ensino fundamental. Insere esse debate nos dilemas epistemológicos dessa disciplina em relação à liberdade de religião numa federação republicana, retomando o debate político acerca da separação entre Igreja e Estado. Analisa as diversas constituições brasileiras e a relação que foram estabelecendo com esse dilema. Analisa, posteriormente, alguns pareceres do Conselho Nacional de Educação sobre a disciplina Ensino Religioso e temas correlatos. Sem Informação O trabalho trata das diferentes interpretações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, especialmente da reformulação de seu artigo 33, de 1997, que implementou e regulou o Ensino Religioso em escolas públicas. Sendo essa regulamentação referente aos ensinos de primeiro e segundo graus, ficou a cargo dos diferentes estados por em prática os ditames legais, através de suas Secretarias de Educação. Vamos considerar dois casos específicos, o de São Paulo e o de Santa Catarina, mostrando como essas diferentes interpretações da lei condicionaram o tipo de atuação possível de agentes religiosos nos processos tanto de capacitação dos professores como de definição de currículos. O percurso histórico do Ensino Religioso na escola pública brasileira deixou-nos como herança uma compreensão pouco unânime acerca da identidade e objetivos desta disciplina, o que implicou também o surgimento de princípios e concepções diferentes em torno de projetos políticopedagógicos, metodologias e formação de seus professores. Este artigo tem como objetivo favorecer a revisão de pressupostos que estão na base de diferentes modelos teóricos do Ensino Religioso Escolar, como também de suas respectivas opções pedagógicas, e apontar algumas reflexões que contribuam para a divulgação do modelo pluralista (ou interreligioso), mais inclusivo e democrático, e, portanto, concernente com a natureza mesma da escola pública. O artigo procura situar o Ensino Religioso frente à legislação atual pertinente ao assunto, abrangendo tanto a escola pública quanto a privada. Depois de breve análise acerca do laicismo do Estado moderno e de uma rápida excursão pela história do Brasil, o autor levanta algumas interrogações acerca da formação do docente para essa Revista do Núcleo de Estudo da Religião NER (Programa de PósGraduação em Antropologia Social UFRGS) Ano 09 - - 2008 - número 14 Revista Brasileira de Educação - Set /Out /Nov /Dez 2004 No 27 Revista Mirandum – v. 15, 2003, 1-9. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 13, n. 27, p. 237-252, jan./jun. 2007 Horizonte, Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 112-124, 1º sem. 2004 Revista Educação em Movimento – v. 01 – n. 02 – p. 79 a 84 mai/ago 2002 ISSN 1676-9430 243 O Ensino Religioso na escola pública estadual . o difícil exercício da diferença Laude Brandenburg O Ensino Religioso nas escolas públicas José Carlos Bertoni O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de escolarização Sérgio Junqueira O Ensino Religioso no Brasil: estudo do seu processo de escolarização Sérgio Junqueira disciplina, o que poderia ser esse ensino na escola pública e como ele pode ser compreendido no âmbito da escola privada. O texto encerra com uma sucinta reflexão sobre as novas concepções acerca do tema O ensaio apresenta as resultados preliminares de uma pesquisa sobre concepções epistemológicas essenciais ao Ensino Religioso na rede estadual de escolas do RS. Dentre elas, destaca-se a questão das diferenças na educação e, de modo específico, no Ensino Religioso. O ponto de partida é o amparo na legislação através do respeito à diversidade religiosa nas escolas. Questões como identidade, semelhança, igualdade, tolerância, alteridade, gênero, conflitos e processo coletivo se mesclam na busca de acenos epistemológicos para as práticas no Ensino Religioso. A análise preliminar dos dados da pesquisa de campo em andamento dá conta do panorama epistemológico detectado na revisão bibliográfica até o momento. Marcado por conflitos na escola pública brasileira desde sua origem e por uma forte presença da religião cristã, o Ensino Religioso no Brasil evoluiu no seu processo histórico. De uma concepção catequética e unirreligiosa nos primórdios da colonização, o Ensino Religioso passou para uma concepção plurirreligiosa a partir da laicização do Estado como tentativa de superar o proselitismo e promover um diálogo, especialmente, entre as religiões cristãs. Já nos últimos anos, esse ensino evoluiu para uma proposta transreligiosa com o propósito de reler o fenômeno religioso como área de conhecimento e como parte da formação básica do cidadão, assegurando o respeito à diversidade religiosa brasileira. Este artigo apresenta um panorama da evolução do Ensino Religioso nas Leis de Diretrizes e Bases e uma análise da concepção proposta pela última LDB. O presente trabalho é o resultado de uma pesquisa que visou à compreensão do desenvolvimento da escolarização do Ensino Religioso no Brasil. Para isso, buscou-se nas origens do país a compreensão de como surgiu e se desenvolveu este percurso a partir da história nacional, enfocando a educação. Isto, com a finalidade, de expor o aspecto da escolarização do Ensino Religioso no Brasil e qual o fator fundamental que influenciou a sua permanência na escola. Isto ocorreu a partir do ano de 1997, em que o governo brasileiro homologou a revisão do artigo 33, da Lei 9394/96, conformando uma nova concepção para o Ensino Religioso, articulando este ensino como um componente curricular segundo as exigências dos demais componentes. Sem resumo O Ensino Religioso no Paraná. A partir da deliberação 03/2002 do Conselho Estadual de Educação Sérgio Junqueira Sem resumo O Ensino Religioso para ensinar ou formar? Um tema forte e delicado Eulálio Figueira Tratar da temática do que deve ser ensinado dentro de uma sala de aula, sabendo que não se trata de um ato gratuito e muito menos sem repercussões, constitui tarefa bastante árdua, pois isso envolve a definição dos rumos que a humanidade irá tomar. Cada conteúdo e cada metodologia levada para dentro de uma sala de aula não têm o mesmo impacto que uma conversa de bar. Uma disciplina curricular introduzida na regularidade das salas de aula deve ter como objetivo produzir um leque mais alargado de testemunhos. Deverá tomar como objeto de seu trabalho a experiência religiosa. Desse modo, entende-se que o estudo resultante dos esforços do Ensino Religioso pode ajudar, de modo relevante, não só a compreender, mas a identificar o pensamento religioso da geração contemporânea, ou dito de outro modo: ajudar a perceber como homens e mulheres, em seus lugares hodiernos, produzem razões para fazerem o que fazem e como fazem. Erandi Estudos Teológicos, v. 45, n. 1, p. 78-98, 2005 Ciências da Religião – História e Sociedade Volume 7• N. 1 • 2009 EDUCERE – Revista da Educação – Toledo – PR Vol. 1, n 2, jul/dez 2001 Educere – Revista da Educação – Vol. 1, n. 2 jul/dez 2001 Revista Educação em Movimento, Curitiba, v.2, n.5, p. 97-106, (Supl.), maio/ago. 2003. Rev. Pistis Prax., Teol. Pastor., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 329-344, jul./dez. 2010 244 O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso na internet:WWW.FONAPER.COM.BR Sérgio Junqueira Josias Rafael Wagner O lugar do Ensino Religioso na sociedade aprendente. Erlei Antonio Vieira Iliana Juracy de Amorim Biscaia Machado Miguel Longhi Sérgio Junqueira O mal estar do Ensino Religioso nas escolas públicas Ana Marie Cavaliere O projeto “As Cores da Vida” na celebração do Ano Brasileiro do Ensino Religioso Claudino Gilz Quando o Estado pede socorro à religião Ana Marie Cavaliere O Ensino Religioso como área do conhecimento assumiu um novo perfil a partir de 1997 com a promulgação da alteração do artigo trinta e três da Lei de Diretrizes de Educação do Brasil. Através da memória da construção desta identidade é possível compreender este processo, entretanto a implementação desta nova identidade somente foi possível através do processo de formação dos professores que encontram-se no cotidiano da sala de aula, para tal duas estratégias foram importantes, a primeira o curso a distância promovido pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso e a segunda estratégia a organização de um site que atua como formador para professores e pesquisadores da área. Hoje, pelo mundo todo, assiste-se a uma crescente. multiplicação dos conhecimentos e diversificação dos instrumentos de pesquisa. As alterações na economia, na política e na produção científica evidenciam este novo tempo. “““ “““ O presente e significativo desenvolvimento da pesquisa nas mais diferentes áreas passou a ser designado “estado da arte” ou” estado do conhecimento”. Definidas como de caráter bibliográfico, tais pesquisas parecem trazer em comum o desafio de mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vem sendo destacados e privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições tem sido produzidas certas teses de doutorado, dissertações de mestrado, monografias de especialização, publicações em periódicos e comunicações em anais de congressos de seminários. Neste artigo serão apresentados e desenvolvidos o percurso e os resultados de um trabalho de pesquisa sobre a produção acadêmica que vem sendo desenvolvida no Brasil no campo do Ensino Religioso, área de conhecimento estabelecida pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Esse estudo foi iniciado e conduzido como um dos projetos do Grupo de pesquisa Educação e Religião da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O artigo apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em 14 escolas da rede estadual do Rio de Janeiro, onde se analisou o processo de implementação do Ensino Religioso confessional como disciplina regular. Os depoimentos de 96 professores demonstraram que ainda que predomine o apoio à disciplina, há um malestar nas escolas quanto ao seu caráter confessional. O estudo mostrou também que a expectativa de reforço do controle social foi a base para a aceitação da disciplina pelos professores. O presente artigo tem como objetivo analisar as principais implicações à disciplina de Ensino Religioso, provenientes dos fenômenos socioculturais que compõem o atual contexto, de modo especial a necessidade de superação dos preconceitos religiosos, das marginalizações, das diferenças, das polarizações e dos fundamentalismos. Discute a contribuição que o Ensino Religioso pode oportunizar por meio de proposta pedagógica e curricular composta de um conjunto temático, gradativamente distribuído em trimestres letivos, pertinentes ao estudo das manifestações do fenômeno religioso, com objetivos estabelecidos e com enfoque adequados à faixa etária do corpo discente. Apresenta os detalhes do processo de elaboração e de implementação do Projeto “As Cores da Vida”, em comemoração ao Ano Brasileiro do Ensino Religioso, proclamado em 15 de novembro de 2009, na Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus. O artigo trata da implantação do Ensino Religioso no Estado do Rio de Janeiro, com base na lei 3.459/2000. Constatou-se que, na ausência de propostas oriundas do próprio campo educacional para a formação geral dos estudantes, a disciplina tem ocupado esse espaço, extrapolando sua Revista Educação em Movimento– v. 03 – n. 09 – p. 45 a 50 set/dez 2004 ISSN 1676-9430 Revista Educação em Movimento, Curitiba, v.2, n.5, p. 77-94, (Supl.), maio/ago. 2003. Caderno de Pesquisa, v. 37, n. 131 , p. 303 – 332, maio/ago, 2007 Rev. Pistis Prax., Teol. Pastor., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 479-499, jul./dez. 2010 Revista Contemporânea v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006 245 Religião nas escolas públicas: questões nacionais e a situação no Rio de Janeiro Emerson Giumbelli Sandra de Sá Carneiro Religião, moral e civismo na escola pública Luiz Antonio Cunha Sintonia oscilante: religião, moral e civismo no Brasil - 1931 1937 Luiz Antonio Cunha Tematizando o Ensino Religioso – identidade e desidentificações Celma Christina Cruz da Rocha Vozes e sentidos no discurso institucional legal do Ensino Religioso Irma Beatriz Araújo Kappel atuação para além da formação religiosa, prevista em lei. Apresenta-se a idéia de que, frente às dificuldades enfrentadas pelo sistema escolar no processo de incorporação de grandes parcelas das classes populares, o Estado abdica de seu papel socializador e cede à religião parte de suas responsabilidades. Neste artigo, tomamos o Ensino Religioso como campo de questões amplas sobre a relação entre Estado e religião no Brasil. Nosso foco recai sobre dois pontos mais específicos: o artigo 33 da atual LDB, que sinaliza certas transformações do papel e da natureza do Ensino Religioso, e o caso do Estado do Rio de Janeiro, enfocado a partir da polêmica lei estadual que aprovou o modelo confessional. Tecemos ainda algumas considerações sobre as mudanças que percorrem as relações no campo religioso e, ao final, esboçamos algumas questões, visando a continuidade da problematização das formas pelas quais a relação entre religião e escola vem se definindo. Sem resumo O artigo examina as relacoes observadas entre as disciplinas Ensino Religioso e Educacao Moral e Civica no ensino basico no Brasil. Analisa o Ensino Religioso particularmente no curriculo das escolas publicas e a Educacao Moral e Civica no conjunto das escolas. Para isso, a legislacao federal foi examinada como produto de aliancas e conflitos entre o campo politico e o campo religioso, naquilo que concerne ao campo educacional. O autor conclui que, no periodo estudado, ambas as disciplinas expressaram diferentes sentidos, em somatorio ou em alternancia, no jogo de forcas entre o campo politico e o campo religioso. O artigo tem como principal questão de reflexão a constituição da identidade religiosa. Utilizou-se como ferramenta teórica de diálogo elementos das contribuições de pensadores contemporâneos, num recorte específico que se refere à questão da identidade, das práticas discursivas e à constituição da identidade religiosa. O texto pretende ser uma contribuição instigante, no sentido de uma provocação permanente às relações de poder-saber-subjetividade. Contêm manifestos o desejo e o esforço para abrir novos caminhos éticos numa perspectiva da constituição de uma subjetividade que se exerce a partir da vigilância e de um ativismo incessante que não busca o fim da luta, mas a liberdade de participação nela. Este estudo fundamenta-se na base teórica da Análise do Discurso de vertente francesa, a partir de uma análise qualitativa. Considerando a presença de outros discursos, além do Discurso Institucional Legal, discutimos o processo de constituição das vozes (polifonia – percebida a partir das marcas de heterogeneidade e dos silêncios) nos enunciados, e dos sentidos (polissemia percebida a partir dos enunciados e paráfrases) na identificação das formações discursivas e ideológicas. Na perspectiva de melhor compreender a construção e os efeitos de sentido pelo objeto discursivo Ensino Religioso, buscamos refletir acerca dos textos institucionais legais tanto na referência ou não a Deus nos Preâmbulos das sete Constituições Brasileiras como na presença ou ausência de artigos específicos acerca da obrigatoriedade ou não do Ensino Religioso nas escolas de Educação Básica. Revista Contemporânea v. 01 - n. 02 - jul/dez 2006 Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 131, p. 281-283, maio/ago. 2007 Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 131, p 285 a 302, maio/ago. 2007 Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 5, n.16, p. 147-166, set./dez. 2005 Revista de História e Estudos Culturais Julho-Setembro 2006 Vol 03/ ano 03 – n. 03 Livros CNBB/ Regional Sul III Anísia de Figueiredo Paula Texto referencial para o Ensino Religioso escolar O Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas e Vozes Petrópolis (RJ) 1996 177 p. Vozes Petrópolis (RJ) 1996 150 p. 246 Lurdes Caron Lurdes Caron e Equipe do GRERE Madalena Fernandes Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Sérgio Rogério Azevedo Junqueira e Raul Wagner Pedro Ruedell Mateus Geraldo Xavier CNBB Célia Marize Brundchen Angela M. R. Holanda; Rosa L. T. Corrêa, Sérgio Rogério Azevedo Junqueira João Décio Passos Sérgio Junqueira Roseli Fischmann Débora Diniz e Tatiana Lionço Adecir Pozzer – Elcio Cecchetti - Lilian Blanck de Oliveira – Remi Klein Afonso Soares Maria Ligorio Ednilson Turozi Oliveira Laude Brandenburg Anísia de Figueiredo Erandi Paulo Tarcizo Gonçalves Filho Wolfgang Gruen Francisco Catão perspectivas Entre conquistas e concessões: uma experiência ecumênica em Educação Religiosa Escolar O Ensino Religioso na nova LDB Sinodal São Ledoldo (RS) 1997 176 p. Vozes Petrópolis (RJ) 1998 85 p. Afinal, o que é o Ensino Religioso ? O processo de escolarização do Ensino Religioso no Brasil Ensino Religioso no Brasil Paulus Vozes São Paulo (SP) Petrópolis (RJ) 2000 2002 78 p. 159 p. Champagnat Curitiba (PR) 2004 252 p. Trajetória do Ensino Religioso no Brasil e no Rio Grande do Sul: legislação e prática Contribuição do Ensino Religioso no acesso à fé: uma leitura teológicopastoral Ensino Religioso no cenário da Educação brasileira: aspectos históricos e sócio-político-culturais O Ensino Religioso: significados de religião em diferentes contextos educativos Ensino Religioso: aspectos legal e curricular Sulina Porto Alegre (RS) 2005 208 p. Loyola São Paulo (SP) 2006 142 p. CNBB Brasília (DF) 2007 128 p. Concórdia Porto Alegre (RS) 2007 112 p. Paulinas São Paulinas (SP) 2007 117 p. Ensino Religioso: construção de uma proposta História, legislação e fundamentos do Ensino Religioso Ensino Religioso em escolas públicas: impactos sobre o esta laico Laicidade e Ensino Religioso no Brasil Diversidade Religiosa e Ensino Religioso no Brasil: memórias, propostas e desafios Religião e Educação: da ciência da religião ao Ensino Religioso Ensino Religioso fundamentos epistemológicos Ensino Religioso na Escola Paulinas São Paulo (SP) 2007 143 p. Ibepx Curitiba (PR) 2008 191 p. Factash São Paulo (SP) 2008 230 p. Brasília(DF) 2010 107 p. Nova Harmonia Florianópolis (SC) 2010 192 p. Paulinas São Paulo (SP) 2010 152 p. Ibpex Curitiba (PR) 2009 123 p. Oikos/EST São Leopoldo (RS) 2005 222 p. Ensino Religioso: perspectiva pedagógica Ensino Religioso e formação do ser político. Uma proposta para a consciência de cidadania O Ensino Religioso na escola O fenômeno religioso: Ensino Religioso escolar Vozes Petrópolis (RJ) 1995 126 p. Vozes Petrópolis (RJ) 1998 126 p. Petrópolis (RJ) São Paulo (SP) 1995 1995 162 p. 133 p. Letras Livros Vozes Letras Letras e & 247 + Ensino-aprendizagem (Metodologia, Subsídios, Conteúdo, Aprendizagem). A caracterização vinculada a um componente curricular está relacionada à questão de ensino e aprendizagem, a questão da metodologia, do conteúdo, recursos e subsídios que foi matéria de diversos textos e pesquisas produzidas visando compreender estes aspectos. Entre as temáticas desenvolvidas encontramos a questão das diretrizes do ensino religioso construídas nos estados e municípios, a identidade pedagógica proposta para este componente curricular, a relação com as diferentes áreas da diversidade como elementos da etinicidade e gênero, a distinção com a catequese, a questão do livro didático, das artes. E nesse sentido as regiões mencionadas: os estados do Paraná e de Goiás; as cidades de Pomerode e de Juiz de Fora. Ao analisar os 395 documentos sobre ensino-aprendizagem que envolve aspectos sobre as questões da metodologia, recursos, da aprendizagem, conteúdos do Ensino Religioso. Metodologicamente das dissertações (21) e teses (01) que foi possível ter acesso na integra encontramos pesquisas qualitativas que utilizam de entrevistas e questionários, mas em grande parte utiliza-se de documentos e bibliografia. Ao longo dos quinze anos de pesquisa percebe-se que nos referenciais bibliográficos não existe referência entre os trabalhos, nos referenciais textos sobre os mesmos temas não são mencionados pelos autores, o que seria significativo para demonstrar ampliação dos estudos, as reflexões existem de forma paralela o que dificulta o corpus científico desta área, verificamos que entre as obras mais citadas estão: Processo de escolarização do Ensino Religioso (JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002);); Ensino Religioso e sua relação pedagógica (MENEGHETTI, R; WASCHOWICZ, L.; JUNQUEIRA, S. Vozes, 2002); Ensino Religioso no Brasil: tendências, conquistas e perspectivas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1995); Ensino Religioso: perspectivas pedagógicas (FIGUEIREDO, A. Vozes, 1994); O Ensino Religioso no Brasil (JUNQUEIRA, S.; WAGENR, R. Champagnat, 2004); Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso (FONAPER, Ave Maria, 1997); Ensino Religioso: aspectos legal e curricular (JUNQUEIRA, S.; CORRÊA, R.; HOLANDA, A. Paulinas, 2007). Quanto ao impacto e repercussão dos trabalhos, em eventos científicos com 248 impacto nacional temos 32 textos apresentados, assim estabelecidos: ANPED (31ª. um), ANPED sul (VII um), ENDIPE (XIV, um), EDUCERE (II um, III um, V um, VII um, IX três); Luso Brasileiro de História da Educação (VI três), ANPTECRE (II seis), SOTER (XXII um, XXIII sete), GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH (cinco). Referente aos artigos em periódicos pode destacar que dezessete foram publicados em revistas científicas com classificação Qualis significativa: Estudos Teológicos (cinco artigos), Revista Horizonte (três artigos), Revista Brasileira de Educação (um artigo), Revista Diálogo Educacional (três artigos), Revista Pistis & Praxis (dois artigos), Revista Interações: cultura e comunidade (dois artigos) e Revista Religião e Cultura (um artigo). Finalizando destacam-se os livros, sobre a questão de conteúdo e metodologia foram publicadas quarenta e sete obras, sendo três propostas assumem uma perspectiva diferenciada, a mais antiga a Coleção da Editora Vozes iniciada na década de noventa para subsidiar a leitura pedagógica do ensino religioso e posteriormente no início do século XXI foi recriada - Ensino Religioso nas fronteiras da ética: subsídios pedagógicos (Amauri Carlos Ferreira ); Fundamentos filosóficos dos valores no Ensino Religioso: subsídios pedagógicos(Eurico dos Santos Veloso ); Adoradores do sol: reflexões sobre a religiosidade indígena (Lucio Paiva Flores); Encantar: uma prática pedagógica no Ensino Religioso (Marilac Loraine Olenik e Viviane e Mayer Daldegan); Ensino Religioso e sua relação pedagógica (Sérgio Junqueira, Rosa Gitana Meneghetti, Lilian W.). Posteriormente a Editora Paulinas em parceria com o Programa de Ciência da Religião da PUCSP organiza uma coleção para orientar a formação do professor de Ensino religioso com a perspectiva da Ciência da Religião reordenando a questão do conteúdo para o componente curricular - Como a religião se organiza. Tipos e processos (João Décio Passos); Espiritismos. Limiares entre a vida e a morte (Maria Angela Vilhena); Fundamentalismos. Matrizes, presenças e inquietações (Pedro Lima Vasconcellos); Novos movimentos religiosos. O quadro brasileiro (Silas Guerriero); Pentecostais. Origens e começo (João Décio Passos); Pluralismo religioso. As religiões no mundo atual (Wagner Lopes Sanchez). A terceira Coleção organizada em Curitiba pelo GPER com a Editora Ibpex para o curso de especialização na modalidade EAD estrutura uma proposta que envolve aspectos teórico-metodológicos - Cultura e diversidade (Rosa L. T. Correa); Cultura 249 religiosa: caminhos para a construção do conhecimento (Luis Alberto Sousa Alves); Ensino Religioso perspectivas para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio (Emerli Schlogl); Ensino Religioso uma perspectiva para a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental (Silvana Fortaleza dos Santos); Ensino Religioso: fundamentos epistemológicos (Ednilson Turozi Oliveira); Espaço sagrado: estudos em geografia da religião (Sylvio Fausto Gil); Fundamentando pedagogicamente o Ensino Religioso (Edile Fracaro e Sérgio Junqueira); O Sagrado: fundamentos e conteúdos do Ensino Religioso (Sérgio Junqueira). A última proposta é da Editora Cortez – são dois livros que estão incluídos em coleções no campo da educação – o Ensino Religioso no Ensino Fundamental (Lilian Blanck, Sérgio Junqueira, Luis Alberto Alves e Ernesto Jacob K.) que faz parte da Coleção Formação de Professores e o Alteridade, culturas e tradições: atividades do Ensino Religioso para o ensino fundamental (Sérgio Junqueira, Emerli Schlogl, Edile Franco) que é da Coleção Oficinas, estas duas obras orientam tanto o elemento teórico como prática deste componente curricular. No que se refere a esta área momentaneamente existe uma produção significativa, será necessário um amadurecimento sobre concepções para a publicação de um livro que oriente 32 201 Tabela 57 – Produção sobre Ensino-Aprendizagem TOTAL 16 Livros Eventos de Ensino Religioso 249 Artigos em Periódicos Eventos de Teologia/CR Dissertações 45 Eventos de educação 07 Textos de Eventos Ensinoaprendizagem (Metodologia, Subsídios, Conteúdo, Aprendizagem). Teses Categorias aspectos epistemológicos – estruturais e didáticos para o ER. 47 47 395 250 Dissertações Giseli do Prado Siqueira 1998 Universidade de Alfenas Educação Linguagem do Ensino Religioso Maria Aparecida Sanches Coelho Luiz Heron Scherer 1998 Universidade do Vale do Rio dos Sinos Educação O Ensino Religioso escolar na escola pública: uma questão de educação integral. Lúcio Kreutz Este estudo tem como finalidade destacar a linguagem com um dos principais elementos para o legítimo Ensino Religioso. Sendo necessário traçar as diferenças entre religiosidade, fé e religião, como devidamente situar a linguagem da religiosidade. O estudo consiste em duas partes. Parte um estrutura-se com a contextualização do Ensino Religioso através da análise da sociedade, da escola e do próprio Ensino Religioso. Parte dois trata da linguagem do Ensino Religioso e alguns de seus pressupostos: experiência religiosidade, fé e religião, distinguindo a linguagem de cada um deles, algumas situações concretas, desafios e tarefas são empreendidas. Minha pesquisa, cujo tema é o Ensino Religioso escolar (ERE) na escola pública, tem por objetivo básico mostrar que este é parte integrante da educação escolar a nível de 1º e 2º graus. Para atingir esse objetivo, a pesquisa desenvolveu-se a partir de fundamentos antropológicos que apresentam o ser humano caracterizado por ser aberto às dimensões do transcendente e do religioso e a decorrência para o pedagógico. Embora este tema tenha relação com a teologia, esta apenas foi referida em relação à reflexão antropológica que é o núcleo básico. Tal reflexão antropológica traz as questões das dimensões humanas que a educação escolar deve atingir para a realização pessoal e social dos educandos. A partir do embasamento acima descrito, a pesquisa desenvolveu o tema reportandose à história da educação no Brasil desde que aqui chegaram os europeus (portugueses, espanhóis e outros) no século XVI. Neste período, a igreja católica, religião oficial no Brasil, entre 1500 e 1889, foi a principal articuladora, com ativa ação no projeto colonial português de cristandade e de exploração política e econômica e, consequentemente, o principal agente da educação escolar. Com esse poder, a igreja impôs um estilo de educação religiosa nos seus moldes. A partir da modernidade (surgimento da república, ciências modernas, positivismo, industrialização), muda esse quadro social e acontecem mudanças nos parâmetros da educação em termos dos interesses do estado. Há outros estudos sobre a educação religiosa nas escolas brasileiras (confessional ou pública) que são apresentados nesta dissertação. Algumas delas pertinentes ao Ensino Religioso escolar na escola pública são usadas como referências para essa pesquisa. A partir do capítulo 4 é feito um estudo sobre o ser humano com o respaldo de pensadores humanistas que apresentam uma visão cultural, psicológica e social do ser humano com dimensões para o transcendente e religioso. A partir desta realidade, define-se 251 Márcio Graça 1999 Universidade Anhembi Morumbi Comunicaç ão e Educação Roselí Blanck 1999 Escola Superior de Teologia Teologia Zuleika Leonora Schmidt Costa 2000 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Educação Religar e Projetar: a inter-relação do Ensino Religioso com a educação artística O Ensino Religioso mediante a Pedagogia e Projetos face à pluralidade cultural religiosa brasileira Laan Mendes de Barros O Ensino Religioso em uma instituição de educação infantil: um olhar sobre a fé. Carmem Maria Craidy Nestor Luiz João Beck uma proposta pedagógica para a educação escolar na escola pública brasileira (municipal ou estadual) com a inserção da disciplina "Ensino Religioso escolar". Essa proposta é elaborada a partir do "fórum permanente do Ensino Religioso", que é uma equipe interconfessional e ecumênica. A referida equipe elaborou um texto básico com os parâmetros curriculares do Ensino Religioso escolar. Sem Informação Este estudo tem por objetivo investigar uma prática pedagógica mais viável para o alcance dos objetivos e fins da proposta curricular de Ensino Religioso de acordo com os parâmetros curriculares nacionais para esta disciplina (PCNER). Para tal efeito, em primeiro lugar busca-se elucidar o elemento característico desta disciplina, a pluralidade cultural religiosa brasileira. Em segundo lugar estabelece-se um diálogo compreensivo entre a pedagogia de projetos, de Josette Jolibert e Gloria Inostroza de Celis, quanto a seus pressupostos e encaminhamentos e os PCNER. Em terceiro lugar procura-se realizar uma articulação entre a pedagogia de projetos e o Ensino Religioso, através de uma aproximação concreta, a fim de visualizar possibilidades e dificuldades na práxis da sala de aula. O trabalho realizou, por intermédio de uma pesquisa empírica, uma analítica da produção do Ensino Religioso em sujeitos que freqüentam uma determinada instituição de educação infantil assistencialista. O estudo foi feito neste local, que abrange crianças, adolescentes e adultos, localizado no município de porto alegre. Trata de verificar os processos de subjetivação, tendo como fatores o Ensino Religioso de uma determinada confissão religiosa proposta no local, e as diferentes práticas religiosas desenvolvidas por estes sujeitos fora da instituição. Para realizar a investigação, foram utilizadas as observações da instituição, como um todo, e as atividades que envolvem a educação religiosa, bem como foram propostas entrevistas com as mães/educadoras, crianças e adolescentes. Autores como Foucault e Deleuze, propiciaram o aporte teórico que dá sustentação a este estudo. A hipótese verificada é a de que esse ensino, por meio dos procedimentos pedagógicos utilizados, não objetiva/subjetiva estas pessoas conforme sua intencionalidade. Conclui que, com estes múltiplos atravessamentos de poderes, saberes e verdades religiosas dentro ou fora do local pesquisado, o que se cria são modos de subjetivação religiosa, que se forma, sobretudo, em relação às possibilidades e condições de vida que cada experiência, tendo a vivência religiosa na instituição, uma influência relativa. A fé como recorte temático desta investigação, se 252 Adalgisa Regina Teixeira 2001 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Psicologia A formação de conceitos no cotidiano da sala de aula de uma escola religiosa Mercedes Villa Cupolillo Ederlaine Braga 2001 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ciências da Religião Ensino Religioso: disciplina integrante das diretrizes curriculares do ensino fundamental. Valmor da Silva Fernandes mostrou como uma busca constante nas vivências religiosas destas pessoas na procura de efeitos práticos e imediatos para suas vidas, situando-se de forma ambígua ao que é proposto pela instituição. O estudo apresentado enfoca a formação de conceitos a partir da análise das interações entre a professora e os estudantes da 3ª. série do ensino fundamental em contextos diferentes na própria instituição de Ensino Religioso da rede privada de Goiânia. A pesquisa desenvolveu em duas situações: em uma sala de aula comum (todos os estudantes) com a professora regente e outra na sala de recuperação paralela (com um número restrito de estudantes considerados defasados em seus processos de aprendizagem) com outra professora. Investigou-se a intervenção do professor na formação de conceitos novos para a construção do conhecimento do aluno, bem como a utilização de conceitos espontâneos da criança na formação de conceitos escolares na sala de aula. Procedeu-se à investigação através de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental (do organograma e do estatuto da instituição) e pesquisa de campo, através da gravação em vídeo retiradas das aulas. Os recortes foram realizados a partir de contexto de significação. Cada professora e coordenadora foram entrevistadas, para um melhor compreensão de seus objetivos e de seus padrões interativos. Com base nas dinâmicas das aulas e interações das professoras com os estudantes, as análises interpretativas evidenciam que, nessa escola, os valores religiosos caracterizam-se como um importante canalizador na formação de conceitos. Concluiu-se que os processos que envolvam a formação de conceitos apoiados na unidade valores -cognição - afeto emergiram de forma diferenciada pelas professoras na complexa rede de aspectos que participaram das situações ensino-aprendizagem. Este estudo se propõe analisar a história e legislação da disciplina Ensino Religioso no Brasil, através de pesquisa bibliográfica e de entrevista com professores(as) e estudantes(as). O Ensino Religioso no Brasil, no transcorrer de sua história passou por diversas alterações fundamentadas em leis, no entanto se manteve ligado à fé religiosa conforme orientação das igrejas. O trabalho aponta as lutas e as conquistas tidas no Ensino Religioso, porém, na maioria das vezes pouco valorizadas pelas lideranças políticas e pelos profissionais da educação envolvidos com a disciplina Ensino Religioso. Pode-se constatar que ao sancionar uma lei é necessário oferecer condições de execução da mesma. Aponta-se para a necessidade de se ter presente, na análise, a questão da execução do artigo 33 da Nova Lei de Diretrizes e Bases na 253 Giseli do Prado Siqueira 2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Tensões entre duas propostas de Ensino Religioso: estudo do fenômeno religioso e/ou educação religiosa Jung Mo Sung prática da disciplina Ensino Religioso procurando trabalhar os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso, buscando o exercício efetivo a respeito da diversidade cultural existente na sala de aula e no Brasil. Os conteúdos do Ensino Religioso propostos nos Parâmetros Curriculares visam dar contribuições para a reafirmação da escola como lugar de encontro, diálogo entendimento com vistas à formação básica cidadã. O Ensino Religioso foi compreendido ao longo dos anos ora como catequese na escola, ora como ensino da religião, tendo como objeto à doutrina cristã, garantida pela estrutura da cristandade, herdada do período colonial que se configura até a primeira metade do século XX. Essa estrutura na atual sociedade pluralista não corresponde mais aos anseios dos educandos e da educação. Para elucidar essa questão, elaboramos um esboço de sua trajetória nas Constituições e Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, pontuando os modelos que se configuraram ao longo dessa história. Há hoje um consenso de que o Ensino Religioso não deve ser proselitista, nem instrumento nas mãos das igrejas, mas há proposições diferentes quanto ao seu objeto de estudo no panorama nacional. Destacamos, porém duas correntes, uma defende o estudo do fenômeno religioso e outra a educação da religiosidade. A primeira proposta, foi elaborada pelo Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, instalado na década de 90, constituindo-se em ' um organismo que trata de questões pertinentes ao Ensino Religioso' que representando os interesses da área, elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais e posteriormente investiu-se na formação de professores, através de um curso a distância - Capacitação Docente para um Novo Milênio e também através da publicação de cadernos temáticos com o 'propósito de apoiar e incentivar a capacitação dos profissionais da educação.' Explicitando sempre o fenômeno religioso como ponto de partida, fazendo dele o eixo central de toda a proposta de Ensino Religioso. A segunda proposta é apresentada na década de 70, pelo Padre Wolfgang Gruen, como uma proposta pedagógica com enfoque antropológico, visando à educação da religiosidade, compreendida aqui como 'atitude dinâmica de abertura do homem ao sentido fundamental da sua existência, seja qual for o modo como é percebido este sentido. Não se trata apenas de uma atitude entre muitas: quando está presente, a religiosidade está à raiz de todas as dimensões da pessoa; melhor, está à raiz da vida humana na sua totalidade.' Apresentamos também o pensamento de Assmann, Morin, Piaget, Sung e outros como pressupostos para análise de critérios que nos permita compreender qual a proposta mais adequada para o Ensino Religioso entendido como área 254 Maria Cristina Lima 2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Ciência da Religião Deus é maior o Ensino Religioso na Perspectiva da Transreligiosidade José J Queiroz Tânia Conceição Iglesias do Amaral 2003 Universidade Estadual de Maringá Educação Análise dos parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras Cézar Alencar Arnault Toledo do conhecimento. A presente dissertação tem por objetivo central buscar um pressuposto teórico capaz de sustentar um Ensino Religioso, com status de área do conhecimento escolar, pertinente e inserido no nosso tempo pós-moderno. Em nossa hipótese, este pressuposto consiste no caráter transreligioso do Ensino Religioso. Compusemos um breve histórico do Ensino Religioso, desde sua identificação com a catequese nos tempos coloniais, até sua inclusão no currículo escolar, amparado por leis e dispositivos constitucionais. Discutimos os impasses, as ambigüidades, avanços e recuos desta trajetória. Em seguida, fizemos uma leitura sociológica, da Transreligiosidade no Ensino Religioso, procurando explicitar a categoria do transreligioso no espectro da condição pósmoderna. Por fim, buscamos na categoria da Transdisciplinaridade, analogias para caracterizar a Transreligiosidade no Ensino Religioso. Propomos também as Ciências da Religião como o lócus próprio da reflexão e estudo do Ensino Religioso em sua conotação de Transreligiosidade. Como suporte utilizamos trabalhos de autores como Basarab Nicolescu, Faustino Teixeira, Wolfang Gruen, Leonardo Boff, Carlo Cantone e outros, que contribuem para fundamentar teoricamente e justificar a pertinência da categoria transreligiosa como constituinte do Ensino Religioso e como caminho de resposta às tendências, que observamos, hoje, na sociedade pósmoderna. Este trabalho se insere no campo das relações entre educação e religião no Brasil, e mais precisamente, na presença do Ensino Religioso como disciplina nas escolas públicas do país. Executando-se o período da instituição da república, o Ensino Religioso esteve presente em todo processo histórico educacional brasileiro. A constatação da criação de uma identidade pedagógica pautada em parâmetros epistemológicos a partir da LDBEN (1996) que permitiu a inclusão dessa disciplina como componente curricular da educação básica originou essa pesquisa, cujo objetivo principal é analisar os "parâmetros curriculares nacionais" propostos para o Ensino Religioso. A pesquisa toma para a análise o documento dos "parâmetros curriculares nacionais para o Ensino Religioso", no qual se constatou que o modelo proposto não cumpre com os objetivos de isenção proselitista com a qual se comprometeu, porque ainda apresenta visões de mundo particulares o que os evidenciam como uma estratégia para garantir a manutenção dessa disciplina pelo estado em benefício das igrejas, especialmente as cristãs. Isso mostra que nunca na história brasileira o Ensino Religioso conseguiu tanto espaço na esfera pública, porque além de ter garantida 255 Miguel Longhi Simone Rezende Fusinato 2004 Pontifícia Universidade Católica do Paraná Educação O Ethos no currículo de Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2004 Universidade Regional de Blumenau Educação A concepção de Sagrado no contexto do Ensino Religioso Ernesto Keim Jacob sua permanência na constituição de 1988, ainda garantiu pela lei 9.475/97 o status de disciplina junto às demais constantes do currículo básico nacional. O estudo contribui, dessa forma, trazendo à discussão questões mais abrangentes no campo político e educacional brasileiro sobre a ingerência de instituições privadas na esfera pública uma vez que agora o Ensino Religioso passou a se constituir uma política pública nacional. As constantes e incontidas mudanças em todas as esferas da sociedade humana atestam que a realidade não é permanente. Diferentes cosmovisões representam formas diversas de conceber, ser e agir segundo o âmbito em que cada um se move. Cada cultura apresenta uma forma (interior) particular, própria e característica de ver a moral humana e conceber o mundo. Assim, as várias maneiras de ser e as formas diversas de se pôr constituem os diferentes ethos existentes. Tanto nos sistemas culturais quanto nas tradições religiosas existem diferentes verdades e diferentes caminhos de salvação. No caso do Brasil, o ethos no Ensino Religioso necessita ser explicitado à luz de três vertentes ou enfoques de compreensão, a saber, confessional (o saber em si), interconfessional (o saber em relação) e fenomenológico (o saber de si). Em termos históricos, como modo de ser das coisas e das pessoas, o ethos representa tanto o ponto de partida (fundamento) quanto o ponto de chegada (meta) na busca de compreensão e constituição de um modus vivendi intercultural, tendo na tradição, na cultura e na religião sua fonte de significação, inspiração e renovação. Uma proposta educacional aberta e confluente dará ao ser humano condições de re-significar continuamente a realidade, tornado-a a um tempo espaço e oportunidade de humanização mediante os conhecimentos, valores e práticas dos próprios educadores, especialmente do professor de Ensino Religioso na perspectiva do ethos. Sobretudo, se pensar que o dever ético-moral do educando nasce da consciência interior dos valores e vai formando a teia de sentidos e símbolos com que representa a vida e dá suporte às suas vivências no cotidiano. Esta pesquisa tem por objetivo investigar e debater a Concepção de Sagrado no contexto do Ensino Religioso no Ensino Fundamental da Escola Pública Brasileira. O interesse de investigar esta temática surgiu diante da necessidade de clarear o objeto desta disciplina, estabelecendo sua razão de ser, a fim de fortalecer um suporte teórico e epistemológico aos educadores para sua formação e construção de seus conteúdos. A fundamentação teórica da pesquisa é embasada, principalmente, em Eliade, Berger, Otto, Geertz e Boff, que destacam uma compreensão da dimensão do sagrado de maneira mais ampla e complexa superando o 256 Augusto Schumann dos Santos 2005 Universidade Presbiteriana Mackenzie Ciências da Religião A importância do Ensino Religioso na formação integral do aluno do ensino fundamental Márcia Costa Liberal Célia Marize Bundchen 2005 Universidade Luterana do Brasil Educação Significados De Religião Em Diferentes Contextos Educativos Marisa Cristina Vorraber Costa Mello De entendimento de sagrado veiculado pela religiosidade institucionalizada. Na perspectiva educacional e pedagógica, o referencial adotado foi Freire. Esta pesquisa é de natureza qualitativa, apoiada em análise bibliográfica e documental. A partir do levantamento e estudo teórico e epistemológico sobre a concepção de sagrado, foi realizada a análise de alguns documentos norteadores desta disciplina em nível nacional e estadual. Esta pesquisa identificou que o Ensino Religioso carece de um suporte teórico e epistemológico que permite ter o sagrado como seu principal referencial, e recomenda que haja a identificação do sagrado como base dessa disciplina. Dos documentos analisados, percebeu-se que a percepção de sagrado é muito tênue e pouco consistente. Enfim, constatou-se que o Ensino Religioso proposto, atualmente, para as escolas da rede pública de ensino não dá conta da concepção de sagrado investigado nesta pesquisa. O presente trabalho trata primordialmente de verificar a importância do Ensino Religioso, como um dos caminhos para minimizar a violência que nos preocupa e assusta cotidianamente e para tentar diminuir o desrespeito aos mais velhos, e a insubordinação dos jovens em relação às instituições sociais, em especial a irreverência para com os professores e diretores, fatos incontestes em nossas escolas. Procurou-se estabelecer uma ponte lógica entre a importância dos valores imateriais e religiosos como pilares básicos da educação, fazendo uma análise diacrônica dos valores que embasaram a educação ao longo do tempo, e da diversidade geográfica dos povos. Ressaltamos os ideais filosóficos de grandes pensadores e educadores desde a antiguidade até nossos dias, e o aflorar dos valores imateriais em todas as concepções educacionais. Em nossa pesquisa pudemos constatar que nossa idéia inicial da importância da religião, para a plena formação da personalidade, obteve confirmação quer através dos objetivos educacionais constantes da legislação educacional em nosso país, bem como no anseio de estudantes, pais e professores, todos preocupados não só com o conhecimento, mas acima de tudo com a formação de hábitos e atitudes comportamentais louváveis pela sociedade. Este estudo teve como objetivo conhecer e discutir o significado de Religião em três diferentes grupos inseridos em contextos educativos distintos: a) um grupo de professoras de escolas públicas que participavam do curso de extensão universitária Metodologia do Ensino Religioso; b) um grupo de estudantes de sétima série de uma escola municipal de Cruz Alta; c) um grupo de mulheres atendidas em um projeto social organizado por uma entidade religiosa em parceria com a 257 Cybelle Andrade Pardo Amaral Gomes 2005 Universidade Metodista de São Paulo Ciências da Religião A religião na educação publica brasileira: o papel do Ensino Religioso no estado de São Paulo Dario Paulo Barrera Rivera Prefeitura Municipal de Cruz Alta. Tal foco de estudo surge em decorrência de preocupações que se constituíram ao longo de minha trajetória como professora de Ensino Religioso. A dissertação compõe-se de duas partes. Na primeira – Contextualizando ? procuro demarcar e caracterizar o panorama cultural em que se inscreve o estudo. Parto de um levantamento inicial de perspectivas históricas e legais do Ensino Religioso no Brasil, enfocando também os Parâmetros Curriculares para este Ensino. Acrescento a isso uma discussão sobre Religião no mundo contemporâneo, relacionando-a a algumas abordagens que vêm sendo dadas ao Ensino Religioso com vistas a evitar o proselitismo e inscrever tal ensino no conjunto dos saberes escolares propícios à preparação dos estudantes para viverem e conviverem em um mundo plural. Na segunda parte ? Problematizando ? apresento o problema de pesquisa e uma discussão sobre religião a partir da análise e reflexão sobre os significados de religião expressos pelos grupos nos três contextos educativos pesquisados. Para captar, analisar e discutir os significados de Religião que circulam nestes diferentes grupos, propus a montagem de painéis ilustrados sobre o tema, recolhendo-se as imagens e os textos escritos de farto material disponibilizado para recorte como revistas, livros, folhetos, jornais, etc. Realizei a pesquisa com base nos subsídios teóricos de autores que tratam de religião e Ensino Religioso, como Jostein Gaarder, Anísia Figueiredo, Valter Kuchenbecher e Hans?Jürgen Frass; bem como de autores dos Estudos Culturais, como Stuart Hall e Douglas Kellner, que destacam a importância das imagens, da visibilidade e da mídia no cenário da cultura contemporânea. As análises mostraram que os painéis expressam a relação entre significados de religião e questões problemáticas do mundo atual. Há diferenças entre as formas como os grupos de cada contexto organizam seus painéis e também entre aquilo que é destacado ao expressarem o significado de religião. Observa-se, igualmente, que a mídia é produtiva na criação e veiculação de algumas imagens de religião como, por exemplo, a grande disseminação da figura e da vida do Papa. Registra-se a predominância de elementos da cultura cristã e do catolicismo. Sonhos, angústias, esperança, amor, saúde e paz são expressões que apareceram intensamente associadas aos significados de religião nestes contextos educativos. A religião influenciou e esteve intimamente ligada com o processo educativo no decorrer de toda a história da educação brasileira. O Ensino Religioso é instituído obrigatório nas escolas públicas brasileiras. Sendo o Brasil um país secular e pluralista, onde há diversidade religiosa em todos os setores da sociedade, inclusive a 258 Danilo Badaró Mendonça 2005 Universidade Gama Filho Direito O caráter do Ensino Religioso nas escolas públicas estaduais em face da lei estadual nº 3.459/00 Margarida Maria Lacombe Camargo Gisele Mazzarollo 2005 Escola Superior de Teologia Teologia Espiritualidade e adolescência a partir da disciplina de Ensino Religioso Alceu Ravanello Ferraro educação, a obrigatoriedade do Ensino Religioso nas escolas públicas viola a laicidade do estado e contraria a Lei e Diretrizes e Bases da Educação (LDB). O contexto religioso brasileiro atual mostra que ocorreu significativa mudança no quadro da religiosidade. No estado de São Paulo, a Secretaria de Estado de Educação e UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas elaborou documento para orientar as secretarias de educação municipais. Tal documento defende a importância da disciplina Ensino Religioso, e argumenta que auxiliará o educando no desenvolvimento e pleno exercício da cidadania. O documento contempla temas como valores culturais, pluralidade cultural, religiosidade e ética, mas mostra-se contraditório e falho na abordagem desses assuntos. Essa pesquisa discute o lugar do Ensino Religioso nas escolas públicas de São Paulo, a fim de compreender como a religião influencia a sociedade secular brasileira. A constituição da república federativa do Brasil determina que o Ensino Religioso deva ser oferecido nas escolas públicas de ensino fundamental, mas nada diz explicitamente sobre o caráter confessional ou interconfessional do mesmo. Por conta disso, legislações estaduais e municipais, bem como a jurisprudência, não têm oferecido normatização coerente e uniforme sobre o assunto. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o tema voltou ao debate (não só no âmbito legislativo e judicial, mas envolvendo a opinião pública em geral) especialmente por conta de lei estadual que determinou o caráter confessional do Ensino Religioso, respeitando-se a crença dos estudantes e de seus pais. A presente dissertação tem como objetivo salientar a função do direito da família na educação, tradicionalmente enunciado como a faculdade dos pais ou responsáveis de educarem seus filhos conforme suas convicções morais e religiosas, direito esse reconhecido por diversas declarações internacionais de direitos humanos. Demonstra-se aqui a importância de sua vinculação ao princípio da subsidiariedade – segundo o qual a família tem a primazia na educação - um aspecto que não se deve olvidar a fim de que se possa oferecer uma resposta integral à questão do Ensino Religioso nas escolas públicas. Espiritualidade e adolescência a partir da disciplina de Ensino Religioso é uma pesquisa que vem responder perguntas norteadoras acerca do desenvolvimento integral dos adolescentes. As questões centrais da pesquisa foram: A espiritualidade é uma questão que pode interessar o adolescente? Se a espiritualidade interessa ao adolescente, como ela se manifesta? Desta forma, a pesquisa teve o objetivo de identificar e mapear as manifestações de espiritualidade dos 259 Mateus Geraldo Xavier 2005 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Teologia Contribuição do Ensino Religioso no processo de educação da fé: um estudo teológicopastoral. Maria Clara L. Bingemer adolescentes, a partir de materiais e símbolos, como capa de Cd, livros, agendas, objetos, música, etc.presentes no cotidiano dos adolescentes. Além destes símbolos foram utilizados na pesquisa questionários, enriquecendo a metodologia da observação participante. Diferentemente dos rótulos colocados na fase da adolescência, muitas vezes o adolescente se apresenta sensível e preocupado com questões cotidianas, como a violência. Assim, a pesquisa auxilia na compreensão do universo adolescente. A espiritualidade interessa ao adolescente e se manifesta através das diversas relações cotidianas e de um sentido especial para a vida. O desejo contínuo de transcender manifesto no confronto diário entre o mundo externo e o mundo interno do adolescente, faz com que este se desenvolva espiritualmente. Além da transcedência, o adolescente procura dar sentido a sua vida quando lança objetivo e metas a serem alcançados, diferenciando-se do adulto que dá sentido a vida a partir da família. Embora o adolescente esteja preocupado com sua vida futura, nem sempre consegue equilibrar o cuidado consigo mesmo e/ou ampliá-lo para o cuidado com o outro social. Assim, a disciplina de Ensino Religioso tem um papel fundamental para que o adolescente possa transcender e expandir suas relações, resgatando o papel do eu social, ativo e cuidador da sociedade e do planeta Terra. Educar à fé, para fé ou na fé através do Ensino Religioso, constitui, na hora presente, grande desafio para a comunidade eclesial. Na sociedade tradicional, marcada pelo contexto de cristandade, o Ensino Religioso escolar dá continuidade ao ambiente familiar e cultural. Contudo, no ambiente secularizado e pluralista, a comunidade eclesial se vê desafiada a repensar a natureza deste ensino na perspectiva da escola para todos. Para fazer face ao novo ambiente, o modelo tradicional se reformula, e dois novos modelos se colocam lado a lado: o Ensino Religioso centrado na educação da religiosidade e o Ensino Religioso focado no estudo do fato religioso. Ora, estes dois modelos têm encontrado fortes resistências na perspectiva do modelo anterior. Educar na fé, para os representantes deste modelo, só é possível única e exclusivamente desde um contato explícito com a revelação judaico-cristã. No entanto, a plenitude da revelação de Jesus Cristo atinge qualitativamente todas as culturas e toda realidade. Assim, as demais tradições religiosas são lugares onde se condensa a revelação de Deus. Logo, o terceiro modelo tem sua relevância. O cristão acostumou a ver a realidade com o olhar dualista da fé e da razão e a classificar a revelação em natural e sobrenatural. Na realidade, a experiência religiosa demonstra que há uma união radicalíssima entre Deus 260 Shirley da Silva Bastos 2005 Universidade Estácio de Sá Educação O Ensino Religioso: representações sobre um tema polêmico Lúcia Velloso Maurício Volmir Araldi 2005 Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Educação Os dispositivos que garantem o Ensino Religioso em Santa Catarina Norberto Dallabrida e o ser humano, entre Deus e a realidade, antes de qualquer construção conceitual. Portanto, não se pode negar a validade dos outros modelos para o processo de educação da fé. Se a realidade dos estudantes não permite, sem mais, o anúncio explícito, é de grande valia o Ensino Religioso como preâmbulo à fé cristã. Este estudo discute em que medida o Ensino Religioso confessional nas escolas públicas do Estado do Rio de Janeiro, aprovado pela Lei n° 3.459/2000, atende à diversidade religiosa e cultural do seu alunado ou a interesses políticos e corporativos de professores e autoridades religiosas. Investigou-se a representação que professores, autoridades religiosas e políticos envolvidos com o tema têm do Ensino Religioso e o contexto institucional que permitiu que ele se mantivesse na escola pública brasileira ao longo do tempo. A análise da reificação e da legitimação do Ensino Religioso nas práticas escolares usou como referência os estudos de Berger e Luckmann (2002) sobre Sociologia do Conhecimento. As relações de poder que permeiam o Ensino Religioso foram estudadas à luz do aporte antropológico de Geertz (1989) e da perspectiva dos estudos culturais críticos. Foram utilizadas, como técnica de coleta de dados, a análise documental e entrevistas semiestruturadas. A análise documental envolveu as constituições brasileiras, as leis de educação nacional, os projetos de lei em disputa no Estado do Rio de Janeiro, a Lei 3.459/2000, portarias e pareceres de órgãos do sistema educacional, além de matérias publicadas em diversos jornais do Rio de Janeiro entre 2000 e 2004. As entrevistas (N=19) foram realizadas com líderes espirituais, políticos, autoridades da Secretaria Estadual de Educação e professores. Tanto as reportagens como as entrevistas foram tratadas com base na análise de conteúdo na perspectiva de Bardin (1999). Os resultados indicaram que os professores não conseguem perceber as marcas da confessionalidade nas práticas escolares nem os condicionamentos culturais que elas impõem. Os políticos e líderes religiosos consideram que: não cabe à escola o Ensino Religioso; o Ensino Religioso na escola pública deve ter um caráter plural; a doutrina a ser ensinada deve ser a cristã. A terceira perspectiva é a que prevalece nas práticas escolares, limitando a pluralidade religiosa. Problematizo, a partir da lógica foucaultiana, a disciplina e a forma disciplinar do Ensino Religioso nas escolas estaduais de Santa Catarina; a difusão de diversos dispositivos utilizados a cada momento da história do Ensino Religioso para reorganizar e reestruturar os mecanismos funcionais da sociedade enquanto lógica moral cristã; a obediência e a subserviência como fatores primordiais para que a lógica 261 Monica Poyares Amaral Oscar Vasconcelos Souza Filho Melo 2006 Pontificia Universidade Católica de São Paulo Ciências da Religião Abra a Roda Tin dô Lê Lê - Dimensão Religiosa nas Brincadeiras de Roda entre Crianças de 4 a 6 anos Silas Guerriero de 2006 Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ciências da Religião Liberdade e diversidade religiosa em Anápolis: construção da harmonia na pluralidade Joel Antonio Ferreir disciplinar funcione. O legado religioso assenta-se em patamares discursivos e legislativos diferenciados numa relação de poder/saber, e o Ensino Religioso aparece fundamentado num princípio humanista e baseado em leis para prover a conduta dos indivíduos, o que pode ser observado com sua implantação na grade curricular. Dessa forma, o Ensino Religioso possui uma característica de continuidade e não de ruptura como se apresenta na sociedade. Este trabalho teve como objetivo estudar as Brincadeiras de Roda enquanto possibilidade de experiência religiosa dentro do espaço escolar. Sua contribuição está na possibilidade ser uma alternativa de trabalho em Ensino Religioso com crianças em idades de 4 a 6 anos. Para isto, foi feita uma aproximação entre as Danças Circulares Sagradas, estudadas primeiramente por Bernhard Wosien, e as Brincadeiras de Roda tradicionais, levantando aspectos comuns entre as práticas. Em 2004 um grupo de 24 crianças e duas professoras foram observados e a experiência foi gravada em fitas de vídeo cassete. Para a compreensão da linguagem simbólica presente na atividade, os conceitos junguianos de self, ego, inconsciente coletivo e arquétipos foram estudados. Utilizamos os conceitos de Espaço Sagrado, definido pelos adeptos da Nova Era, e de Hierofania, concebido por Mircea Eliade. Tendo em vista que as atividades recebem um tratamento de rito, os conceitos de liminariedade e communitas de Victor Turner foram trazidos para a na ajuda da compreensão dos passos dos rituais e suas conseqüências. Vygotsky contribui com sua visão de mediação e zona de desenvolvimento proximal, para explicar motivo pelo qual as Brincadeiras de Roda são escolhidas para colaborar com o conhecimento do conteúdo do Ensino Religioso. Dentre as possibilidades o recorte feito foi o dos ritos e sua linguagem simbólica. Finalmente fez-se uma leitura de algumas das atividades filmadas à luz do corpo teórico acima citado. Chegou-se à conclusão de que as Brincadeiras de Roda, da forma em que foram tratadas, podem ser um dos instrumentos do professor na construção do conhecimento do Ensino Religioso e que aliado a isto, podem ser promotoras de mudanças na forma de relacionamento das crianças, já que têm aspectos comuns com os ritos de iniciação. Esta dissertação é o resultado de estudo, no município de Anápolis, no atual contexto do Ensino Religioso num mundo cada vez mais pluralista. Propõe como alternativa o processo de levar pessoas a uma maturidade dentro de uma abertura crítica, num processo que torne o aprendizado mais prazeroso possível. O ponto de partida é a atitude ecumênica como pedra fundamental da construção constitucional da liberdade religiosa e do Ensino 262 Vera Regina Aparecida Faria 2006 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Educação O Ensino Religioso na visão de estudantes, professores e professoras coordenadoras de escolas públicas estaduais de ensino fundamental ciclo II da cidade de Sâo Paulo: um estudo exploratório Luciana Maria Giovanni Francisca Helena Cunha Daneliczen 2007 Universidade Regional de Blumenau Educação Interculturalidade e Ensino Religioso: olhares e leituras a partir de uma experiência pedagógica Ernesto Keim Jacob Religioso, o qual é uma mera conseqüência da liberdade religiosa. O trabalho conclui que o não-proselitismo promove a civilização através da harmonia social. O relatório aqui apresentado refere-se à pesquisa realizada com o objetivo de investigar a implantação da disciplina de Ensino Religioso na grade curricular de duas escolas públicas estaduais de Ensino Fundamental ciclo II da cidade de São Paulo, na perspectiva de professoras, professoras coordenadoras e estudantes envolvidos. A pesquisa busca obter novos discernimentos, colher informações para a formulação de um problema mais preciso de pesquisa e desenvolver hipóteses que levem a pesquisas posteriores. Apesar de a disciplina de Ensino Religioso ter garantias legais de funcionamento em escolas públicas há algum tempo, esta é a primeira vez no Estado de São Paulo que o encargo de ministrar as aulas é dado a um professor licenciado em História, Ciências Sociais ou Filosofia, que faz parte do quadro docente da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo. A pesquisa tem por natureza ser um estudo exploratório, com dados predominantemente descritivos, coletados pelo contato direto com estudantes, professoras e professoras coordenadoras. Foram selecionadas duas escolas de bairros, regiões, Diretorias e contextos sócioeconômico-culturais diferentes, com a finalidade de observar as similaridades e diferenças com relação às manifestações emitidas pelos sujeitos das duas escolas, frente a uma proposta única da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo. Esta investigação pretende contribuir de forma a ampliar dados em uma trajetória tão conturbada, como é o Ensino Religioso nas escolas públicas. Os dados coletados em 2005, com auxílio de instrumentos previamente construídos e testados, foram mapeados, organizados e são apresentados em QuadrosSíntese e Tabelas. Os resultados obtidos revelam que a proposta de Ensino Religioso é pouco conhecida por parte dos diferentes agentes escolares e acaba negligenciada em seus conteúdos e práticas. A dificuldade de implantação desse projeto relaciona-se principalmente à diversidade de situações e às proporções de uma rede pública escolar como a do estado de São Paulo. O espaço contemporâneo das relações sociais não é culturalmente homogêneo e se apresenta marcado pelo encontro e conflito de diferentes grupos. As diferenças culturais acompanham a história da humanidade e quando um encontro entre diferentes grupos parece ter resultados homogêneos, no interior destes aparecem diferenças significativas, que acabam por marcar outras fronteiras entre os grupos sociais. Neste sentido, surgem questionamentos e reflexões no espaço da intercultura, que se 263 Kelly Sartori Sebben 2007 Escola Superior de Teologia Teologia O desenvolvimento do julgamento moral e a educação de valores na disciplina de Ensino Religioso Gisela Isolde Waechter Streck refere às possibilidades de exercícios de alteridade e integração de maneira, que as diferenças sejam ressignificadas. Esta intenção/ação é válida para as diferenças étnicas e culturais, a diversidade de propostas metodológicas e saberes do pensamento complexo, pois a intercultura refere-se a um campo em que convivem múltiplos sujeitos sociais, diferentes perspectivas epistemológicas e políticas, bem como diversas práticas e variados contextos sociais. O espaço de debate entre as diversas concepções e propostas com relação ao surgimento de questionamentos entre os processos de identidades sociais e culturais constitui a intercultura, que traz sérias implicações e desafios para a educação. Esta pesquisa investiga como o componente curricular de Ensino Religioso no Ensino Fundamental aborda a interculturalidade nas práticas pedagógicas desenvolvidas no âmbito escolar. A pesquisa é de cunho bibliográfico e documental e busca referenciais para conceituar, discutir, refletir e enunciar indicadores para uma educação intercultural, a partir de teóricos como Reinaldo Matias Fleuri, Paulo Freire, Enrique Dussel, Emmanuel Lévinas, Antônio Sidekum, Telmo Marcon, Vera Maria Candau. A pesquisa documental consiste na análise de um filme e fotos gravados em DVD que apresentam resultados de uma das práticas pedagógicas do Ensino Religioso: Cultura e Religiosidade Indígena, desenvolvidas na Rede Municipal de Educação do Município de Balneário Camboriú, Estado de Santa Catarina, que integra o conjunto de estudos e práticas pedagógicas do projeto Respeitando as Diferenças: Uma nova Perspectiva para o Ensino Religioso. A análise dos dados em confronto com os indicadores teóricos traz questionamentos e reflexões no intuito de contribuir para discutir, ampliar, desafiar, fomentar e intensificar o diálogo entre os diversos saberes, buscando tecer olhares e leituras de práticas pedagógicas na e para uma educação intercultural comprometida com a construção de uma sociedade mais humana tendo como um dos critérios a alteridade. O presente trabalho tem o propósito de descrever etapas da história recente da disciplina de Ensino Religioso, sua trajetória e atual legislação, entender o desenvolvimento moral do indivíduo, observando as fases que o mesmo passa até chegar a um nível de maturidade em termos de moralidade; definir o que são valores, perceber como podem ser trabalhados na disciplina de Ensino Religioso e verificar se a educação de valores está presente na mesma. O objetivo dessa pesquisa é realizar um estudo sobre o desenvolvimento do julgamento moral na infância e pré-adolescência (educandos e educandas do Ensino Fundamental) e também sobre uma educação moral por meio de uma educação de valores na 264 Luiz Guilherme Braga Mattos Marcos André Scussel 2007 Universidade Federal do Rio de Janeiro Sociologia e Antropologi a Fórum Permanente de estudos juvenis: estudo sobre uma proposta de Ensino Religioso Emerson Alessandro Giumbelli 2007 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Educação Religiosidade humana e fazer educativo Juan José Mourino Mosquera escola, especificamente na disciplina de Ensino Religioso. A pesquisa foi efetivada através de uma revisão bibliográfica e pesquisa social numa escola estadual, na cidade de Passo Fundo/RS. O método utilizado para a abordagem do problema foi o qualitativo, e quanto ao objetivo geral, em termos de instrumento de coleta de dados, utilizaram-se dois questionários, sendo que um foi respondido por educadores/as e o outro pelos educandos/as da escola, visando identificar o que é trabalhado na disciplina de Ensino Religioso e se a educação de valores está inserida no meio educacional. Como resultados, pode-se afirmar que a educação de valores está presente, mesmo que implicitamente, na disciplina de Ensino Religioso da escola pesquisada. Esta dissertação propõe uma discussão sobre a relação entre religião e modernidade a partir dos debates gerados pela implantação do Ensino Religioso em colégios públicos de ensino médio do Estado do Rio de Janeiro. Foi realizado, durante um ano, o acompanhamento de aulas de Ensino Religioso junto a dois professores de um colégio estadual da cidade do Rio de Janeiro. O acompanhamento do processo de implantação da lei e o trabalho etnográfico dentro da escola proporcionam construir uma nova relação entre religião e espaço público, na qual é possível compreender e aceitar a presença e atuação da religião na esfera pública de um Estado laico sem que isso cause a impressão de que a religião está fora de seu lugar. Partindo do entendimento de que o homem é um ser religioso, o presente estudo buscou construir uma compreensão da relação entre a religiosidade humana e o fazer educativo. Desenvolveu-se com um grupo de alunas/educadoras do Curso Normal que foram acompanhadas durante o processo de formação e em sua prática de estágio. Fazendo uma leitura da religiosidade neste mundo fragmentado e dessacralizado, em que o sagrado encontra-se, muitas vezes, camuflado na realidade profana, percebe-se que há um retorno ao estudo e à vivência da espiritualidade. Por isso, são lançados outros olhares sobre a religiosidade, a partir da física, da psicologia, da filosofia e da teologia. Dialogou-se sobre o desenvolvimento espiritual, relacionando vida e educação, desenvolvimento da fé e desenvolvimento moral em busca de uma “teoria de tudo”. Buscou-se compreender que espiritualidade, educação, ética e vida se tecem junto, construindo uma vida integrada e complexa. Optando por uma abordagem qualitativa de estilo participante, pesquisou-se a dimensão da religiosidade humana e, posteriormente, da prática educativa de um grupo de sete alunas do Curso Normal em atividades desenvolvidas no componente curricular de Didática do Ensino Religioso. Os dados necessários foram coletados através de memoriais descritivos da vivência religiosa 265 Maria de Masiero Lamim Lourdes 2007 Universidade Braz Cubas Semiótica, Tecnológic as de Informação e Educação Valores Éticos: Análise semiótica do discurso da formação da religiosidade das escolas brasileiras Rosália Maria Netto Prados pessoal, de partilhas em aulas e através de uma entrevista durante o período de estágio docente das educadoras. Utilizou-se a análise textual enquanto ferramenta para compreender, interpretar e apresentar os resultados da pesquisa, através de sete categoriais a priori dos fatores do Inventário Espiritual respondido por elas. Da análise das entrevistas emergiram três categorias: o mundo dos estudantes, o significado do trabalho no Ensino Religioso e a religiosidade do educador e a sua prática pedagógica. O pensamento de Paul Tillich de que fé é estar possuído por aquilo que nos toca incondicionalmente e é um ato da pessoa como um todo, ajudou a compreender o fenômeno religioso e a manifestação da fé na vida, mostrando a dinâmica da fé humana na partilha do ser em seu fazer educativo. A prática de estágio das educadoras possibilitou o desenvolvimento de aulas de Ensino Religioso, trabalhando a dimensão religiosa do homem. Um olhar para a História do Ensino Religioso no Brasil e para a experiência das educadoras possibilitou vislumbrar caminhos para formação de professores neste componente curricular e para o desenvolvimento de uma educação ética, humana e espiritual. Esse estudo enfoca a questão do ensino de religião nas escolas brasileiras, não para uma reflexão sobre a religião em si, mas para uma análise do discurso pedagógico religioso, para uma reflexão sobre a Filosofia e religiosidade como ponto de equilíbrio e ética. Ele é atual e importante visto que muitas crianças e jovens recebem em casa uma precária formação religiosa e a Filosofia hoje não é trabalhada na escola pública. No entanto, sabe-se que o homem sente necessidade de ir ao encontro de uma divindade, ou de vivenciar sua espiritualidade. Nesse estudo, focaremos a religião, a arte e a filosofia, como uma abordagem da realidade para que a pessoa possa responder a questões que a inquietam como saber por que as coisas acontecem que destino tem de onde viemos. No entanto, temos como hipótese que a educação se sedimenta e se faz instrumento para formar cidadãos críticos, responsáveis e com sólidos fundamentos morais. O pressuposto que sustenta a necessidade do Ensino Religioso demonstra que a religião é uma abordagem da realidade que não pode ser vista como negativa ou positiva, pois é um dado antropológico e sociocultural, com força para fundamentar ações boas ou más, conservadoras ou transformadoras. Que embora tendo se transformado ao longo dos tempos não desapareceu e exerce um papel relevante na vida da pessoa. O Ensino Religioso ao fazer parte do currículo das escolas coloca a religião como parte integrante das ciências antropológicas e ao alcance de todos os estudantes complementando sua formação e auxiliando na 266 Simone Riske Koch Fernando Roza Lothario da 2007 Universidade Regional de Blumenau Educação Discurso e Ensino Religioso: um olhar a partir da diferença Hilário Bonh Inácio 2008 Universidade Braz Cubas Semiótico Tecnologia s de Informaçao e Educação A ideologia subjacente nas imagens fotográficas do livro didático de Ensino Religioso: Descobrindo Caminhos Vera Rudge Werneck composição de valores válidos para vida. Portanto, pesquisar a formação docente no sentido de abrir condições de trabalhar a religiosidade infantil é a pretensão desse trabalho. Busca-se enfatizar a questão da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, possíveis e desejadas na formação do aluno e que através do Ensino Religioso possibilitam costurar as várias vertentes educacionais. O estudo Discurso e Ensino Religioso: um olhar a partir da diferença está situado na linha de pesquisa Discurso e Práticas Educativas, do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Educação, da Fundação Universidade Regional de Blumenau, SC, Brasil. Objetiva compreender os efeitos de sentido que podem ser produzidos em relação às diferenças no discurso de um dos documentos oficiais da educação que norteia o componente curricular de Ensino Religioso no Estado de Santa Catarina: a Proposta Curricular de Santa Catarina: Implementação de Ensino Religioso. A pesquisa é de cunho qualitativo e inscrevesse no viés teórico e metodológico da Análise do Discurso delineada por Michel Pêcheux, na França e Eni Orlandi e outros estudiosos no Brasil. No que se refere aos aspectos teóricos, a investigação movimenta-se dentro de uma perspectiva interdisciplinar e busca: 1) conceituar a linguagem e a noção de formação discursiva; 2) compreender a constituição da diferença em relação à religiosidade humana e o Ensino Religioso no espaço escolar como um dos lugares no contexto da educação, a trabalhar esta temática. 3) analisar um dos documentos oficiais da educação que norteiam o Ensino Religioso em Santa Catarina. Discute-se a partir da base epistemológica e das condições de produção os fatos da linguagem que constituem o corpus dessa investigação. A partir do mirante teórico da Análise do Discurso são apresentados efeitos de sentido relacionados com diversos sítios de significância entre os quais destacam-se condições de produção; discurso da legalidade para a legitimação; discursos de autoridade; elementos lingüísticos de repetições, dêitico, polissemia e linguagem categórica; da homogeneidade para a heterogeneidade. No texto do documento analisado também identificamos a presença do silêncio registrada principalmente na relação direta com o outro; o outro que é diferente e que causa estranhamento. A presença do outro se apresenta como um constante desafio a quem produz, aplica e legitima as propostas na área da educação. A religião é umas das instituições sociais que mais interveio nas relações humanas, em que a sociedade acaba por assumir uma forma de servidão voluntária. Por esse aspecto a Igreja Católica, como uma instituição religiosa denominada histórica, vem realizando o processo de imigração de 267 Francisco Carvalho de Assis Gianice Stabile Fortes 2008 Universidade de São Paulo Filologia e Língua Portuguesa O Gênero editorial e a polêmica do Ensino Religioso Zilda Gaspar Oliveira de Aquino 2008 Escola Superior de Teologia Teologia O(A) Professor(A) de Ensino Religioso e os (as) estudantes (as) de Manfredo Carlos Wachs idéias, produzindo e impondo para a sociedade os seus valores, que se tornaram parâmetro de conduta das relações sociais. O papel da Igreja Católica na formação dos valores culturais da sociedade brasileira, assim como sua participação junto ao Estado na construção do modelo educacional no século XIX, assim como, seu distanciamento a partir da Primeira República. Seu confronto contra os liberais no quando manifesta dos pioneiros da educação. Sua luta para se manter hegemônica no sistema educacional brasileiro, com a manutenção da disciplina de Ensino Religioso para o ensino oficial. Nesse sentido, observamos através da literatura produzida para o ensino fundamental, onde são pontuados os valores como de família de mulher e seu papel no meio social, são apresentados pela Igreja o seu modelo para sociedade.Objeto de estudo deste trabalho está relacionado a uma análise de imagens fotográficas publicadas nos quatro volumes do livro didático de Ensino Religioso para o ensino fundamental de autoria de Terezinha M. L. da Cruz, intitulado: Descobrindo caminhos: Ensino Religioso.Analisamos as imagens fotográficas, que expressam o papel da mulher na família como no mundo do trabalho e relacionamos a imigração de idéias, que a igreja católica realiza por meio da disciplina Ensino Religioso desenvolvida para o ensino fundamental. Esta pesquisa como objetivo analisar o discurso da mídia sobre a implantação do Ensino Religioso nas Escolas Publicas do Estado do Rio de Janeiro. O Corpus compreende quatro editorais , sendo dois do Jornal O Globo e dois A Folha de São Paulo, todos vinculados no período de 2003 a 2004. O foco da pesquisa se concentra na observação de como são utilizadas as estratégias discursivas no desenvolvimento desse discurso que pode ser analisado como polemico e como se dá o processo argumentativo, visando destacar marcas ideológicas das relações que estão implícitas na produção desse discurso. Alicerçamos nossos estudos na Teoria da Argumentação, a partir do que indicam Chaim Perelman e Lucie OlbrechtsTyteca e na Analise critica do discurso(ACD), segundo as pesquisas de Teun A. Van Dijk (1983; 2000; 2004 e 2005) entre outros. Como todo fato divulgado pela imprensa não pode ser apartado do seu contexto especifico de produção, este trabalho também observa como os decretos indicaram a implantação do Ensino Religioso nas escolas publicas no Estado do Rio de Janeirodentro dos parâmetros políticos-educacionais, buscando destacat, por meio da anallise de corpus, o papel desempenhado pela mídia (a imprensa) como construtora de imagens e sentidos. O tema abordado nesta dissertação refere-se às relações de confiança, troca e 268 4o e 5a. série do ensino fundamental: as relações de troca de saberes e de confiança no espaço educativo da sala de aula Mariane do Rocio Perts Kravice 2008 Universidade Regional de Blumenau Educação Livro Didático de Ensino Religioso e o discurso da diferença Hilário Bonh Inácio afetividade estabelecidas no espaço educativo da sala de aula entre o(a) professor(a) de Ensino Religioso e os(as) estudantes(as) de 4ª e 5ª série do Ensino Fundamental, de uma instituição confessional metodista, em Porto Alegre, e todos os aspectos a ele relacionados para que tenhamos um trabalho de qualidade, bem como para um crescimento consciente e reflexivo de todos(as) os(as) envolvidos(as) neste processo. Sendo assim, para que estes aspectos sejam abordados, a dissertação de Mestrado está distribuída em três capítulos, sendo o primeiro capítulo voltado para o Ensino Religioso enquanto fenômeno religioso e toda a documentação pertinente ao seu trabalho, o segundo capítulo voltado para as questões referentes à criança e ao(à) adolescente que se encontram na faixa etária de 4ª e 5ª série do Ensino Fundamental, relacionando os aspectos biopsicossociais, cognitivos e religiosos, e o terceiro capítulo sobre a formação docente e a apresentação dos resultados da pesquisa de campo. A metodologia utilizada foi a pesquisa participante, onde foram realizadas três observações com uma turma de 4ª série do turno da manhã, três observações com uma 4ª série do turno da tarde, três observações com uma 5ª série do turno da manhã e três observações com uma 5ª série do turno da tarde. Cabe destacar que as professoras trabalham em turnos distintos. Após as observações foram elaborados dois questionários, um destinado às professoras, com questões semi-dirigidas, que tiveram a oportunidade de discuti-lo com a pesquisadora, e outro destinado aos(às) estudantes(as), com questões objetivas. Os(As) estudantes(as) responderam ao questionário, após autorização dos(as) responsáveis através de um Termo de Consentimento. Os resultados da pesquisa foram analisados pela pesquisadora e representados através de gráficos. O estudo: Livro didático de Ensino Religioso e o discurso da diferença está situado na linha de pesquisa Discurso e Práticas Educativas, do Programa de Pós-Graduação – Mestrado em Educação, da Fundação Universidade Regional de Blumenau, SC, Brasil. Objetiva compreender como é abordada a temática da diferença nos textos dos livros didáticos de Ensino Religioso. Um dos desafios da educação na atualidade brasileira é o respeito à diversidade cultural religiosa presente no cotidiano escolar e o livro didático é um dos recursos metodológicos em que podemos observar e investigar essas questões. A pesquisa é de cunho qualitativo e inscreve-se no viés teórico e metodológico da Análise do Discurso. No que se refere aos aspectos teóricos, a investigação movimenta-se dentro de uma perspectiva interdisciplinar e busca: desvelar o discurso sobre a diferença que atravessa o Livro 269 Rosangela Sturmer 2008 Escola Superior de Teologia Teologia Religiosidade popular: uma análise dos PCNs do Ensino Religioso em confronto com a práxis pedagógica Remí Klein Didático (LD); identificar as formações discursivas que atravessam o texto do LD e refletir sobre as implicações do discurso do LD para o Ensino Religioso. Para desenvolver a análise, faz-se um recorte de alguns textos dos diversos capítulos do volume I da coleção de Ensino Religioso: Todos os jeitos de crer de Dora Incontri e Alessandro Bigheto, editada em 2004. Com o recorte da materialidade lingüística definida, busca-se desvelar o discurso sobre a diferença, que atravessa o LD. A partir do mirante teórico da Análise do Discurso são apresentados dois nichos de sentido: homogeneização e heterogeneidade, subdivididos, respectivamente, em subnichos como: universalização, dogmatismo, hierarquização, autoritarismo e respeito à diferença, dialogismo e reflexão pedagógica. O resultado da análise do corpus selecionado apresenta discursos conflitantes. Percebe-se que estes mudam de posição, ora apresentam um discurso de respeito à diferença remetendo ao entendimento de um discurso heterogêneo, ora sinalizam autoritarismo, universalização e dogmatismo em que se manifesta a homogeneização. De um lado, pode-se, pois, verificar um profundo respeito à diferença, por outro ainda existem alguns deslizes, que indicam homogeneização, mas freqüentemente modalizados pelos convites de respeito à diferença. Estudo que objetiva analisar a relação entre religiosidade popular e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso em confronto com a práxis pedagógica. A primeira parte aborda o surgimento da religiosidade popular procurando conceituála. Para isso foram realizadas no Grupo de pesquisa: Religiosidade Popular do Instituto de Teologia e Pastoral – ITEPA observações de manifestações de religiosidade popular em diferentes locais e dessas observações foram realizados os diários de bordo. A pergunta sobre o que faz o ser humano buscar expressar de alguma forma sua religiosidade, assim como a busca de transcendência e o valor ao sagrado, finalizam esta primeira parte. A segunda parte procura compreender a religiosidade popular num sentido antropológico. Aborda a relação que o ser humano tem com o sagrado fortemente presente na religiosidade popular. Sendo que o sagrado é uma categoria presente em todas as religiões e é principalmente na religiosidade popular que as pessoas o expressam de forma bem criativa, com simplicidade, sem se preocuparem com os discursos teológicos das instituições. Neste sentido, trazse duas experiências em sala de aula para mostrar que as manifestações de religiosidade popular estão presentes no cotidiano escolar. A partir das respostas encontradas nesta parte do trabalho surgem as questões referentes às crenças 270 Maria Efigênia Daltro 2009 Escola Superior de Teologia Teologia Educação e Religião como elementos culturais para a superação da intolerância religiosa: integração e relação na compreensão do Ensino Religioso Elaine Gleci Neuenfeldt Raimundo Márcio Mota de Castro 2009 Universidade de Uberaba Educação Tocar em frente as ensinhanças da dúvida: a busca da identidade do Ensino Religioso Sueli Teresinha de Abreu Bernardes dos docentes e discentes e a relação com o conhecimento. Por isso é importante rever de que modo os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso apresentam o tema da religiosidade popular. Através de uma experiência em sala de aula constata-se que há uma tensão entre crença e conhecimento. Para tentar contornar essa problemática propõe-se a pedagogia da pergunta, a qual vem demonstrar que o mais importante não são as respostas, mas os questionamentos. O propósito deste trabalho é entender até que ponto a influência da colonização brasileira interfere ou dificulta o entendimento do Ensino Religioso e o relacionamento educador(a) e educando(a) com essa realidade, já que vivemos numa capital, Salvador, com uma diversidade religiosa e cultural, de maioria afrodescendente. Convivemos com uma gama de preconceitos e intolerância religiosa que podem fazer com que as aulas de Ensino Religioso não sejam respeitadas como deveriam, bem como prejudicar a prática educativa, transformando as aulas em espaço de construção de mais preconceitos. Por esta razão, pontuamos a necessidade de uma integração entre a educação, a religião e a cultura para o discernimento entre educador(a) e educando(a), entendendo que cada um possui suas próprias experiências e convicções de vida religiosa e cultural, nas quais tolerância e ética sejam princípios básicos. A pesquisa Tocar em frente as ensinhanças da dúvida: a busca da identidade do Ensino Religioso está situada na linha de pesquisa Formação Docente e Práticas Educativas, do Programa de Mestrado em Educação, da Universidade de Uberaba. Este estudo tem como objetivo principal a busca da identidade do Ensino Religioso enquanto componente curricular escolar. Trata-se de uma pesquisa teórico-empírica, de abordagem qualitativa. Utilizou como procedimentos a leitura bibliográfica e, na parte empírica, narrativas de três professoras que atuam no Ensino Religioso na rede estadual de ensino, no município de Uberaba/MG. O referencial teórico apóia-se em Junqueira (2002a; 2002b; 2003), Eliade (2008), Otto (2007), Freire (1987; 1993; 2001) e Oliveira et al. (2007). A base metodológica fundamentase em Benjamim (1994), Bosi (1994) e Moreira (2004). A interpretação das experiências vividas pelas narradoras aproximou-se da análise fenomenológica por meio da qual se procura desvelar o nãoaparente e perceber o sentido da experiência docente nesse componente curricular. No escopo da pesquisa, observa-se a identidade do Ensino Religioso em três momentos: em alguns momentos da histórica da educação brasileira; no entrelaçamento educação, Ensino Religioso e sagrado; e, na experiência de professoras que atuam nesse componente 271 Rita Estefânia Luz dos Passos 2009 Escola Superior de Teologia Teologia Ensino Religioso no contexto escolar: educação em valores Gisela Isolde Waechter Streck Sergio Luis Nascimento 2009 Universidade Federal do Paraná Educação Relações raciais em livros didáticos de Ensino Religioso do ensino fundamental. Paulo Vinicius Bpatista da Silva do curricular. Como resultado observou-se que: trata-se de um novo ensino nascido a partir da LDB 9394/96, tendo sua forma embrionária no ensino catequético católico e, posteriormente, no ensino da religião; o sagrado enquanto objeto de estudo da disciplina não pode estar vinculado a uma única tradição religiosa, haja vista ao pluralismo presente no ambiente escolar; por ausência de formação específica e continuada, o professor não consegue, ainda que se esforce, atribuir uma identidade que personifique o Ensino Religioso, uma vez que o entende, quase que exclusivamente, como disciplina de valores humanos. O que possibilita afirmar que a identidade do Ensino Religioso depende da construção de sua epistemologia. O presente estudo apresenta um panorama da história do Ensino Religioso no Brasil a partir de uma pesquisa bibliográfica e nos documentos da Secretaria Regional de Educação do Guará II, Distrito Federal, os quais abordam especificamente o Ensino Religioso com os estudantes e alunas do Ensino Fundamental das últimas séries. Retrata o Ensino Religioso na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), identificando na análise a necessidade da execução do artigo 33 da nova LDBEN na prática do Ensino Religioso, procurando trabalhar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do Ensino Religioso, considerando em seu exercício o respeito à diversidade cultural existente na sala de aula, o desenvolvimento humano e a formação de valores no indivíduo. Aborda a definição de valores e o modo como estes podem ser tratados na disciplina de Ensino Religioso no contexto escolar, tendo como base os quatro pilares da Educação apresentados no relatório da UNESCO. O estudo é uma proposta de trabalho de Ensino Religioso com o objetivo de alcançar os estudantes e as alunas das últimas séries do Ensino Fundamental do Guará II, Distrito Federal. O estudo conclui que é a educação em valores deve estar presente de forma efetiva, no respectivo componente curricular. Na dissertação se efetuou análise dos discursos sobre os segmentos raciais negros e brancos em livros didáticos de Ensino Religioso de 5ª e de 8ª séries do ensino Fundamental, publicados entre 1977 e 2007. A análise foi produzida nos contextos interpretativos da teoria da ideologia (Thompson, 1995) e dos estudos contemporâneos sobre discursos racistas. Além disso, manteve-se como foco os possíveis impactos da movimentação em torno do tema na produção de discurso racista em livros didáticos de Ensino Religioso, procurando contemplar livros didáticos produzidos de acordo com os três modelos tradicionalmente presentes em diversas escolas do Brasil, a saber: as concepções denominadas Confessional, Interconfessional e a Fenomenológica. A análise 272 Vilma Tereza Rech 2009 Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Teologia Pluralismo religioso: diálogo e alteridade no Ensino Religioso Leomar Antônio Brustolin foi realizada em perspectiva diacrônica. Foi adotada a proposta metodológica de Hermenêutica de Profundidade/HP (Thompson, 1995), envolvendo três níveis de análise. O primeiro nível foi a análise sócio-histórica de produção simbólica, que baseou-se em: a) discussão sobre aspectos teóricoconceituais acerca do racismo e das relações entre negros e brancos no Brasil; b) revisão de estudos sobre desigualdades raciais em livros didáticos brasileiros e em livros de Ensino Religioso; c) uma revisão sobre a história do Ensino Religioso nas escolas brasileiras e os modelos temáticos nesse campo do conhecimento que vieram se construindo ao longo do período recente e estabeleceram nuances de identidade pedagógica, no que se refere aos modelos: Confessional, Interconfessional e Fenomenológico. Traçamos um panorama das religiões no Brasil e a consonância das diversas manifestações religiosas, até chegar ao cenário democrático representado na legislação que pela lei nº 9.475/97 (LDB) que assegura o respeito à diversidade cultural religiosa no Brasil. O segundo, a análise formal ou discursiva, consistiu na análise interna às próprias formas simbólicas, à qual buscou-se integrar técnicas de análise de conteúdo. Para análise quantitativa foi analisada uma amostra de 229 unidades de leitura, retiradas de 20 livros didáticos de Ensino Religioso de 5ª e de 8ª séries do Ensino Fundamental, nas quais foram observados 468 personagens nos textos e 433 personagens nas ilustrações. O terceiro nível de análise consistiu na interpretação/reinterpretação das formas simbólicas e como podem ser utilizadas para estabelecer e manter relações de poder desiguais entre os grupos raciais. Os personagens negros analisados, no modelo Confessional, foram submetidos, principalmente, a uma estratégia ideológica de dissimulação que ocultava, negava a existência social desse grupo étnico. Além disso, observamos que nos selos publicados e classificados do modelo Interconfessional, em seu conteúdo as formas simbólicas atuaram de forma a naturalizar os personagens brancos como representantes da espécie e como interlocutores em potencial dos textos. O modo de operação ideológica da fragmentação foi identificado nos três modelos e o principal nas publicações mais recentes como os que são classificados de Fenomenológicos. Os livros desse modelo apresentaram, ao mesmo tempo, rupturas e permanências nos discursos sobre os personagens negros e brancos. A presente dissertação de mestrado tem por objetivo abordar o pluralismo religioso: diálogo e alteridade no Ensino Religioso. Pretende explicitar a origem, os conceitos, desdobramentos e limitações. Inicialmente, situa-se o paradigma pluralista no pluralismo cultural e religioso no 273 Antonio Gomes da Costa Neto 2010 Universidade de Brasília Educação Ensino Religioso e as Religiões de Matrizes Africanas no Distrito Federal. Denise Botelho Kássia Mota de Sousa 2010 Universidade Federal do Ceará Educação Entre a Escola e a Religião: Desafio para Crianças de Candomblé em Juazeiro do Norte Joselina Silva da contexto histórico do mundo ocidental, especialmente na sociedade brasileira. Analisa-se a compreensão de religião, o pluralismo das tradições religiosas, e o direito à liberdade religiosa como liberdade de consciência, de crença, de culto. A tolerância nas diferenças bem como a necessidade da alteridade. Abordou-se as questões sobre o novo horizonte da teologia das religiões, e a teologia cristã diante do pluralismo religioso. Finaliza-se com questões práticas sobre o Ensino Religioso, assegurando o respeito à diversidade religiosa e garantindo a integralidade das diferentes tradições religiosas. Essa dissertação abordou sobre a prática do racismo cultural e institucional em relação às religiões de matrizes Africanas, como manifestação da diversidade cultural e religiosidade, com ênfase na disciplina Ensino Religioso, que se constitui como área de conhecimento da base comum, de oferta obrigatória e de matrícula facultativa nos currículos do Ensino Fundamental e Médio das escolas públicas no Distrito Federal. A metodologia utilizada foi a qualitativa, que tornou possível uma discussão sobre a educação, com foco em relação a participação das Religiões de Matrizes Africanas no Ensino Religioso no Distrito Federal. Para tanto, foi citado o parâmetro das políticas públicas para o Ensino Religioso e as Religiões de Matrizes Africanas e a prática do racismo cultural e institucional. Nesse contexto, foi apresentada a questão da identidade religiosa e sua prática de ensino, enquanto elemento que reflete as identidades nos processos de inclusão e exclusão que constituem a questão da identidade e da diferença. Através de uma fundamentação teórica, foi discorrido sobre o Ensino Religioso, bem como identificou-se os estudos sobre as religiões de matrizes Africanas no Distrito Federal. Também, são apontadas as questões de Políticas Públicas para o Ensino Religioso face a diversidade cultural religiosa e como as religiões de matrizes Africanas participam desse processo de ensinoaprendizagem da disciplina. Portanto, a abordagem foi satisfatória, tendo em vista que se verificou de que modo as políticas públicas distritais contemplam as religiões Africanas no Ensino Religioso, considerando a diversidade populacional brasileira, e a perspectiva da inclusão educacional em relação à religiosidade afro-brasileira como forma de combate ao racismo, além das prerrogativas dos gestores da Secretaria de Educação do Distrito Federal no sentido de tornarem efetivas, as Políticas Públicas Afirmativas. Este trabalho tem como temática a relação entre a criança candomblecista e a escola em Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. Esta pesquisa buscou compreender significados e sentimentos que as crianças candomblecistas constroem sobre as suas 274 Ligia de Souza Junqueira 2010 Universidade Federal de São João Del Rei Educação A Educacao como propagadora e mantenedora da fé: Representações das Praticas Educativas Religiosas nos Grupos Escolares José Rangel e Delfin Moreira do Município de Juiz de Fora (1945-1960) Laerthe Moraes Junior de Abreu experiências escolares. Adotamos como metodologias de pesquisa entrevistas individuais e a pesquisa participante. Reconhecendo a importância da atuação das crianças nas pesquisas acadêmicas, optamos por conhecer, ouvir e acompanhar 5 crianças candomblecistas do terreiro Ilê Axé Gitofalogi, em Juazeiro do Norte, para adentrarmos em suas experiências escolares, além de ouvir as crianças, realizamos também, entrevistas com adultos da comunidade, com professores, coordenadores e fizemos observações nas escolas onde as mesmas estudavam. A escuta, a observação da realidade, as entrevistas com as comunidades religiosa e escolar nos demonstraram que as crianças candomblecistas, por seu pertencimento religioso, são vítimas de discriminações várias. Percebemos que a intolerância religiosa contra o candomblé e religiões de matriz africana são mais um mecanismo de reprodução da ideologia do racismo. Realizamos uma reflexão sobre a realidade escolar juazeirense a partir da lei 10.639/03, discutimos a ministração do Ensino Religioso e a presença dos signos de fé católica dentro dos ambientes escolares. A análise sobre o ensino vivenciado pelas crianças juazeirenses pesquisadas, aqui chamadas de erês, nos possibilitou concluir que: Crianças candomblecistas são vítimas de racismo em suas escolas, sejam elas públicas ou particulares. Seus agressores podem ser professores, estudantes, materiais didáticos, bem como, práticas educativas; Concluímos também que, o Ensino Religioso promovido pela secretaria de educação do estado do Ceará, aplicado no município de Juazeiro, se não for criticamente analisado pode constituir-se como mais um espaço para a prática de discriminações múltiplas e intolerâncias religiosas, ao promover o catolicismo, em detrimento de inúmeras outras crenças religiosas às quais as crianças estudantes guardam identidade e pertencimento. O sistema educacional brasileiro passou a ser laico a partir da Proclamação da República, porém nunca deixou de lado seu caráter religioso, chegando até a voltar, através de práticas escolares, na década de 1930, nas escolas públicas oficiais do país. Comprova-se tal fato, sobretudo nos relatos das educadoras dos primeiros Grupos Escolares de Juiz de Fora – José Rangel e Delfim Moreira – encontrados em registros de excursões e auditórios realizados nas referidas instituições. Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar a influência do Ensino Religioso católico nas práticas educacionais dos respectivos Grupos, investigar como a Igreja utilizava a educação para difundir seu ideário e quais as estratégias utilizadas pela entidade católica para conseguir a reinserção do ensino da sua doutrina nos currículos oficiais. Para tanto, foi 275 Luis Carlos Pacheco de Lima 2010 Universidade Católica de Pernambuco Ciências da Religião Imagens de fé: uma busca de critérios na produção de subsídios audiovisuais para o Ensino Religioso no Brasil Gilbraz de Souza Aragão realizada pesquisa nos Livros de atas de registros das excursões e dos auditórios dos Grupos Escolares Delfim Moreira e José Rangel, bem como nos Livros de atas das Reuniões de Leitura dos Grup os Centrais e do Grupo José Rangel, encontrados no acervo dos primeiros grupos escolares de Juiz de Fora. A investigação recorreu também aos textos das Legislações reformistas do ensino do estado de Minas Gerais empreendidas a partir de 1906, além da literatura pertinente ao tema abordado. Este trabalho tem como recorte temporal o período de 1945 a 1960, intervalo esse adotado pela limitação das fontes, uma vez que não foram encontrados outros registros além dos já citados. Outras fontes consultadas foram os jornais católicos Lar Católico e O Lampadário, encontrados na Biblioteca Municipal Murilo Mendes, na Biblioteca Redentorista e no Arquivo Arquidiocesano de Juiz de Fora. As análises das fontes citadas reforçam a hipótese de que além das finalidades didáticopedagógicas, as práticas das excursões e dos auditórios tiveram um papel fundamental na configuração de uma cultura escolar própria aos Grupos. No entanto, cumpre-se apontar o quanto essa cultura foi marcada por ideários que extrapolavam os muros da escola, deixando entrever projetos políticoculturais mais amplos que se fizeram notar no cotidiano dessas instituições, atendendo a interesses ideológicos diversos, como os da Igreja do Brasil. Esta pesquisa tem como objetivo desenvolver critérios para a elaboração de subsídios em vídeo para o Ensino Religioso nas escolas brasileiras. Surge da constatação de que há uma lacuna não preenchida no Ensino Religioso quanto ao fornecimento de subsídios audiovisuais que correspondam, quanto ao conteúdo, à implementação das novas políticas educacionais e suas exigências de inter-religiosidade e respeito à dignidade humana; bem como que atendam, quanto à forma, à cultura eletrônica dos nossos tempos. A dissertação, pois, apresenta uma historiografia do Ensino Religioso no Brasil e faz um levantamento do Campo Religioso brasileiro, a partir de onde se estabelece uma plataforma curricular legal para avaliação dos subsídios da educação religiosa (que deve tematizar o religioso enquanto conhecimento humano, enquanto experiência cultural de transcendência). A seguir se aprofundam fundamentos epistemológicos para análise dos subsídios audiovisuais do Ensino Religioso: a teoria midiática da Modulação, de Pierre Babin, e as abordagens de conhecimento Transdisciplinar e Integral (Basarab Nicolescu e Ken Wilber). Com base nesse suporte histórico e epistemológico, então, fazemos um ensaio de criteriologia, partindo da análise de uma obra audiovisual exemplar no Ensino 276 Vera Lúcia Oliveira Neiss 2010 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Ciências da religião Imaginário Religioso Infantil: desafios e perspectivas para a compreensão da criança de dez anos Amauri Carlos Ferreira Wilian Ramos Marcos 2010 Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Ciências da Religião Modelos de Ensino Religioso: contribuições das Ciências da Religião para a superação da confessionalidade Roberlei Panasiewicz Religioso escolar. Essa dissertação busca compreender a formação do imaginário religioso da criança da faixa etária de dez anos. Para tal, aprofundou-se em estudos de teóricos como Piaget, Kohlberg, Fowler, Durand, dentre outros, para entender o processo de desenvolvimento da criança no que se refere à passagem do concreto para o abstrato. Foi realizada uma pesquisa de campo em duas escolas confessionais cristãs, uma católica e outra protestante, ambas trabalham a disciplina de Ensino Religioso na sua grade curricular e estão localizadas na zona sul de Belo Horizonte-MG. A coleta de dados da pesquisa foi realizada a partir de um questionário respondido pelos estudantes, escolhidos aleatoriamente, do 5º ano do Ensino Fundamental I de cada uma das escolas pesquisadas. A pesquisa investigou as possíveis influências da família, da escola e das instituições religiosas na formação do imaginário religioso das crianças de dez anos. Inicialmente, partiu-se do pressuposto que o imaginário religioso infantil estava ligado a uma intenção das escolas confessionais em contribuir através da disciplina do Ensino Religioso para a formação desse imaginário. Abordar a temática referente ao Ensino Religioso não se constitui como tarefa das mais fáceis. A disciplina extrapola o campo escolar, pois envolve questões que vão além do campo pedagógico. Ao longo de seu percurso em território brasileiro pode-se perceber que este componente curricular encontra-se relacionado ao campo das tensões políticas, que envolvem negociações entre Estado e religiões. Estão em jogo, além de questões pedagógicas, elementos de ordem legal, religiosa e epistêmica. Dessa forma, propõe-se nesta dissertação o desenvolvimento da temática Modelos de Ensino Religioso: Contribuições das Ciências da Religião para a superação da confessionalidade. Coloca-se como objetivo principal analisar o Ensino Religioso considerando seus elementos em Minas Gerais – levando em conta seus dilemas e complexidade e constituição histórica, tendo como pano de fundo a relação entre Estado e religiões - e a sua possível relação com as Ciências da Religião enquanto fundamento de área de conhecimento e elemento relevante na formação de professores para a disciplina e suas contribuições para a superação das propostas de Ensino Religioso que adotam a confessionalidade. Dessa forma, o percurso adotado utiliza como principais linhas de reflexão os seguintes pontos: apresentar de que maneira o Ensino Religioso se faz presente nas Constituições brasileiras e na legislação educacional de Minas Gerais, analisar a relação entre a disciplina e as religiões, identificar de que forma o modelo Ciências da Religião pode se configurar como 277 importante opção na formação de professores de ER ou aquela que responde com mais ganhos nesse quesito. Os principais resultados obtidos durante a realização desta pesquisa apontam para a adoção e desenvolvimento do Modelo Ciências da Religião como elemento importante na compreensão do Ensino Religioso enquanto área de conhecimento. Esse posicionamento, por sua vez, contribuirá no sentido de despolitizar a disciplina em favor do reconhecimento da graduação em Ciências da Religião como habilitação para docência em Ensino Religioso. Teses Carmencita de Araújo Costa Seffrin 2000 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Teologia A inculturação da fé no Ensino Religioso escolar uma questão multidimensional Antonio da Silva Pereira Laude Erandi Brandenburg 2002 Escola Superior Teologia de Teologia O lugar da participação na interação pedagógica no Ensino Religioso escolar: perspectivas a partir da teoria e da prática. Nestor Luiz João Beck Celma Christina Cruz da Rocha 2003 Escola Superior Teologia Teologia Um olhar sobre a constituição da identidade religiosa a partir dos parâmetros curriculares nacionais de Ensino Religioso Oneide Bobsin de A inculturação da fé no Ensino Religioso escolar é uma questão multidimensional. Tem suas implicações teológicas, antropológicas e pedagógicas. Teológicas: porque é na teologia da criação que vamos encontrar o dado teologal de cultura e fé. Antropológicas: porque a inculturação exige uma leitura da cultura que queremos evangelizar; no nosso caso, brasileira. Pedagógicas: porque o Ensino Religioso escolar está inserido na educação sistematizada desta cultura. A partir do seu nascedouro, o Ensino Religioso depende das filosofias, das políticas educacionais e das relações igreja e estado. O empenho em inculturar a fé cristã na escola pública estatal deve considerar estas implicações. O trabalho constitui uma análise da disciplina de Ensino Religioso na perspectiva da participação. O objetivo da presente tese é detectar possibilidades de participação inerentes ao ato de ensinar e aprender, e que podem ser potencializadas no cotidiano escolar do Ensino Religioso. O enfoque pedagógico do Ensino Religioso trata do modo como o viés religioso da vida social estrutura-se, ou pode se estruturar, a partir do princípio da participação, na realidade da sala de aula da escola pública estadual do RS. Os três primeiros capítulos apresentam o enfoque teórico da participação nas concepções sócio-política, pedagógica e religiosa. Já o quarto capítulo apresenta os subsídios buscados em sala de aula, através da pesquisa social, sobre possibilidades de participação existentes e que podem ser ampliadas ou implementadas. A partir do quadro teórico e das amostras da realidade de sala de aula, procura-se por uma proposta participativa para a interação pedagógica no Ensino Religioso na escola pública estadual do RS. O quinto e último capítulo ocupa-se com uma proposta de ação para o Ensino Religioso a partir da consideração de diferentes elementos pedagógicos. A participação atinge, em termos de Ensino Religioso, três áreas: as políticas públicas de espaço da disciplina como área reconhecida de saber, o lugar da disciplina de Ensino Religioso no projeto político-pedagógico de cada escola e a organização participativa da disciplina no limite da sala de aula. Embora esteja conectado com os dois primeiros, esse último aspecto recebe atenção especial no encaminhamento da proposta. A presente pesquisa tem como objeto a identidade religiosa constituída pelos PCNER. Estes foram material empírico, ou seja, a fonte discursiva que realiza esta constituição. Considerando a relevância de tratar-se a questão da linguagem, o presente trabalho tem como a sua principal pergunta de investigação: Como se constituem as identidades religiosas pelo discurso dos PCNER, pelas relações de poder que estabelece, pelas formas de saber que institui, pelos tipos de sujeito que desenha, prescreve, constrói, pelas relações entre ele e consigo mesmos e com outros, mundo, sociedade? Esta questão foi como um viés da investigação. Como objetivos específicos, buscou-se realizar uma revisão epistemológica, utilizando-se como ferramenta teórica de diálogo elementos das contribuições de pensadores contemporâneos, articulando-se tais elementos com a análise do discurso dos PCNER, focando a constituição da identidade religiosa, e com ela se dá a partir deste documento. No capítulo I foram feitas considerações sobre elementos tematizados na reflexão contemporânea, num recorte específico que se refere à questão da identidade, das práticas discursivas e à constituição da identidade religiosa. Após tais considerações, no capítulo II clarificou-se a metodologia utilizada para a leitura e análise dos 278 Remi Klein 2004 Sonia Salete Parode Assumpcão Eliton de Araujo Santos 2007 Lourival José Martins Filho 2009 2008 Escola Superior Teologia PCNER, contextualizando e apresentando o documento. No capítulo III procurou-se relacionaremse as questões tematizadas pelas reflexões contemporâneas com a análise dos PCNER, pontuando a forma como constituem/validam identidades. O texto conclui, portanto que sua contribuição relaciona-se a ser instigante, no sentido de uma provocação permanente as relações de podersaber-subjetividade. Contém manifesto o desejo e o esforço para abrir novos caminhos éticos numa perspectiva da constituição de uma subjetividade que se exerce a partir da vigilância e de um ativismo incessante que não busca o fim da luta, mas a liberdade de participação nela. O tema da tese de doutorado em Teologia é o processo educativo-religioso da criança. Propõe-se a perceber com crianças as suas aprendizagens religiosas significativas, a partir da interação entre as histórias bíblicas lidas ou narradas e as suas próprias histórias de vida e o seu imaginário religioso infantil, percebendo aí e assim as suas conexões e interrelações. Usa a expressão histórias em jogo num duplo sentido, por tratar-se de um entre jogo, que se constitui num fundamento epistemológico no processo educativo-religioso, e, por outro lado, por usar o jogo Minha história – tua história como metodologia de pesquisa, por considerar a história e o jogo como atividades inerentes ao próprio ser criança. Esboça e propõe um olhar etnocartográfico como forma de pesquisa, a fim de exercitar novos olhares de aproximação ao imaginário religioso infantil, valendo-se de suas contribuições e interlocuções da etnografia e da cartografia para criar uma própria proposta, procurando perceber o protagonismo infantil e levando a sério a criança como sujeita do seu processo educativo-religioso. Busca uma correlação entre pesquisa e ensino-aprendizagem, sistematizando uma experiência docente realizada durante quatro anos em vinculação com a disciplina de Metodologia do Ensino: Ensino Religioso, envolvendo estudantespesquisadores de Pedagogia e de Teologia em sua formação teológico-pedagógica por meio da vivência do jogo e da elaboração de memoriais descritivoanalíticos. O primeiro capítulo apresenta, de forma narrativa e reflexiva, as reminiscências do seu autor, rememorando as histórias bíblicas em sua história de vida, de formação e de atuação docente. O segundo capítulo propõe um jogo de memórias sob um olhar etnocartográfico sobre o processo educativo-religioso da criança. O terceiro capítulo aborda as memórias em jogo a partir das histórias em perspectivas na formação docente. O quarto e último capítulo enfocam as lembranças marcantes de crianças e histórias em jogo. Sem Informação Teologia Histórias em jogo: rememorando e resinificando o processo educativo-religioso sob um olhar etnocartográfico Wanda Deifelt Instituto Teológico Shammah Seminario Internacional de Teologia Filosofia Criatividade no Ensino Religioso Wagner Teruel Teologia Manoel Campos Rodrigues Sem informação Escola Superior Teologia Teologia Historicidade da Disciplina Ensino Religioso no Amazonas e sua importância na Grade Curricular para o desenvolvimento moral e ético de nossos educadores e educandos "Tem azeite na botija?" Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental em Florianópolis - SC. Manfredo Carlos Wachs Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo que buscou analisar como e a partir do quê os docentes que atuam nos anos iniciais do Ensino Fundamental em Florianópolis, devidamente habilitados em Pedagogia, desenvolvem suas práticas pedagógicas do componente curricular Ensino Religioso. A inquietação que gerou o tema/problema surge desde nossa infância e vai se alimentando na trajetória acadêmica, como profissional da educação e como pesquisador. Optou-se pela pesquisa-ação como percurso metodológico, sendo que participaram da pesquisa dezesseis docentes que balizaram os procedimentos para a observação nas unidades educativas, às questões para as entrevistas, a realização dos seminários e as construções teóricas decorrentes deste exercício de pesquisar/compartilhar. A necessidade de repensar a formação inicial e continuada dos docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a inserção do Ensino Religioso nos projetos pedagógicos escolares como compromisso de todos os profissionais envolvidos e a busca coletiva por práticas pedagógicas interdisciplinares em Ensino Religioso são algumas das reflexões decorrentes da pesquisa. Entende-se que este estudo possibilita uma reflexão do componente curricular Ensino Religioso nos anos iniciais do Ensino Fundamental e contribui com as vozes que ainda lutam em favor da vida e da escola em uma perspectiva de currículo em que o Ensino Religioso não é anexo nem apêndice, mas de de 279 possibilidade de produção e apropriação de conhecimentos na feitura de um mundo mais bonito e equânime. Eventos – área Educação 2002 30 de setembro a 04 de outubro II EDUCERE Pontifícia Universida de Católica do Paraná Perfil pedagógico do Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Léo Marcelo Plantes Machado Luiz Alberto Sousa Alves Marilac Loraine da Rosa Oleniki 2003 09 a 11 de julho XIV Congresso Estadual da AEC/PR Associação de Educação de Educação Católica do Paraná Uma reflexão histórica sobre o aspecto metodológico do Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2003 09 a 11 de julho XIV Congresso Estadual da AEC/PR Associação de Educação de Educação Católica do Paraná O Ensino Religioso na formação integral do educando Marilac Oleniki 2003 09 a 11 de julho XIV Congresso Estadual da AEC/PR Associação de Educação de Educação Católica do Paraná A Educação Religiosa num mundo pluralista Bonifácio Solak 2003 24 a 26 de setembro III EDUCERE Pontifícia Universida de Católica do Paraná Sobre a formação do cidadão: uma proposta de Ensino Religioso Maria Cecília M. NN. Giovanella Thalita Folmann da Silva Romilda Teodora Ens Loraine R. O Ensino Religioso a partir da nova LDBEN (9394/96), mais especificamente da reescrita do artigo treze, passou a ser proposto a ser proposto dentro dos parâmetros pedagógicos e não mais como uma forma de buscar fiéis ou realizar a educação da fé dos mesmos. Entretanto, a atual proposta, ainda a ser amadurecida, urge aprimorar o seu caráter pedagógico. A discussão do que é a sua identidade dentro do contexto da educação é o desafio que professores especialistas e pesquisadoras estão debatendo por meio de diferentes eventos e publicações que crescem em todo o país. O percurso ainda não está concluído e para tal urge a seriedade e a honestidade científica perseguida por tantos. A nomeação do Ensino Religioso como área do conhecimento pela câmara de educação básica do Conselho Nacional de Educação provocou uma séria reflexão sobre o embasamento deste componente curricular, historicamente a presença e justificativa do Ensino Religioso nas escolas sempre foram resultado da pressão política, mas fundamentos epistemológicos e pedagógicos eram, ou ainda são inexistentes ou inexpressivos. Exige-se um significativo desafio de refletir aspectos que progressivamente venham a contribuir na estruturação destes fundamentos. O que se pretende não é neste momento explicitar esta estrutura, mas organizar alguns argumentos provocativos, a fim de estabelecer um percurso para desenhar uma área de conhecimento. O espaço escolar, lugar de formação, propicia entrelaçamento entre as dimensões individual social dos educandos. Nele o aprendizado de convivência congrega a aprendizagem de si e do outro, contribuindo para a integração dos educandos na sociedade. Neste espaço, o Ensino Religioso ocupa um papel significativo na formação integral dos educandos, enquanto area de conhecimento, ao gerar uma ação pedagógica que se fundamenta em três dimensões: saber de si, saber do outro e transcendência. Por meio dessa dimensões propicia-se a construção de saberes que viabilizam a cultura do respeito e a sustentatibilidade da vida sem preconceito. No Brasil católico do passado, a educação foi entendida como a formação da pessoa, desde criança, na fé cristã, confundiase com catequese, responsabilidade legítima da Igreja. Isto acontecia, inclusive, com a convivência dos governos. Por isso, hoje, educação religiosa ainda é entendida por muita gente de modo restrito ao cristianismo. Hoje o paradigma é outro, convivemos com o pluralismo cultural e religioso. Os legisladores garantiram a educação da dimensão religiosa do ser humano, não acolhendo, entretanto, qualquer forma de proselitismo ou desrespeito às diferentes manifestações religiosas. Os Parâmetros Curriculares de Ensino Religioso, elaborados no contexto cultural e religioso plural, estão sendo uma referência na definição de conteúdos e na formação e contratação de professores, o desafio, agora, está na mudança de concepções e adesão ao novo paradigma. O ER, como disciplina escolar, não é a questão de fé. O Ensino Religioso esteve sempre presente no contexto histórico das escolas brasileiras, com o intuito de oferecer aos estudantes um ensino voltado para uma educação integral. O conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade necessita estar à disposição na Escola. Em vista da operacionalização deste processo, o Ensino Religioso tem se caracterizado pela busca de compreensão desse sujeito, explorando temas de seu interesse, de forma interdisciplinar, com estratégias que consideram este novo perfil de indivíduos, estimulando, sobretudo, o diálogo. Nos Parâmetros Curriculares nacionais incluem-se os critérios para seleção dos conteúdos e objetivos do Ensino Religioso, de uma forma interdisciplinar, considerando a liberdade de expressão diante das diferentes regiões encontradas no âmbito escolar. O Ensino Religioso é um conhecimento humano e devem estar disponível à socialização, os seus conteúdos não servem ao proselitismo, mas devem proporcionar o conhecimento de elementos básicos que compões o fenômeno religioso. A proposta do Ensino Religioso para as escolas não é transformá-la em uma comunidade de fé, mas um espaço que favoreça o desenvolvimento da consciência religiosa, contribuindo para a formação do indivíduo enquanto cidadão, cultivando nos estudantes os valores fundamentais para a vida em sociedade do indivíduo enquanto cidadão, cultivando nos estudantes os valores fundamentais para a vida em sociedade. O Estado reconhece a necessidade de uma educação religiosa direcionada para a cidadania, sendo preciso que os educadores estejam preparados para este desafio, aprimorando o encaminhamento metodológico que os educadores estejam preparados para este desafio, aprimorando o encaminhamento metodológico e, assim, proporcionando aos educando, de uma maneira Interconfessional, o conhecimento religioso. 280 2005 03 a 05 de outubro V EDUCERE Pontifícia Universida de Católica do Paraná A diversidade cultural presente no Ensino Religioso Cláudia Regina Tavares Cardoso Danise Cristiane Rios Araújo Silvana Fortaleza dos Santos 2006 17 a 20 de abril VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação Universida de Federal de Uberlândia O Ensino Religioso nas escolas públicas de Juiz de Fora (1930-1956) Marco Aurélio Corrêa Martins 2006 17 a 20 de abril VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação Universida de Federal de Uberlândia A construção histórica de um componente curricular brasileiro: Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Lílian Blanck de Oliveira Falar de cultura é falar das inúmeras ciências. Ela é a somatória da intelectualidade do ser humano, sua experiência com o meio ambiente e a sociedade. O Brasil, desde seu descobrimento, foi constituído com bases na diversidade religiosa, começando com a própria cultura dos índios. A religião, por meio da cultura, traz ao grupo social e ao indivíduo uma leitura própria, particular, uma compreensão do ser, do agir, do conviver e da responsabilidade de relacionar com o Transcendente. Dessa responsabilidade nasce a necessidade de desenvolver uma relação harmônica com o próximo, como também com tudo que faz parte do meio ambiente. A distância geográfica, por si só, provoca a diversidade no processo dos grupos sociais. Por exemplo, o Oriente e o Ocidente. Bortoleto (FONAPER, 2001) confirma o papel fundamental da cultura para as civilizações, no aspecto das tradições religiosas. No Brasil a aculturação religiosa foi introduzida pelas diversas etnias, que é composta de religiões oriundas da África, da Europa e dos povos indígenas, entre outras. É nesse contexto de diversidade cultural e religiosa que os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso e agora, mais recentemente, as Diretrizes do Ensino Religioso do Estado do Paraná, elaborado por uma equipe multidisciplinar, coordenada pela Secretaria de Estado da Educação, encontra antigos e novos desafios. Trabalhar a manifestação do Transcendente nas escolas e introduzir as diferentes medidas do conhecimento religioso é um dos desafios dos educadores. Porém, entre as ferramentas disponíveis para articular esse saber, os professores encontram o diálogo. Uma das estratégias adotadas pela Igreja no Brasil para influir na sociedade ou “cristianizá-la por dentro” – princípio cristandade renovada com a Pastoral de 1916 de D. Leme, quando assumiu a Diocese de Olinda e recife, período conhecido como o de Neo-cristandade – foi à atuação junto às escolas públicas que estavam surgindo. Sobretudo após o Movimento de 1930 e as reformas protestantes e o crescimento dos espíritas no cenário educacional e religioso. Isso representava uma ameaça à ordem católica e a seus projetos. Era preciso marcar presença em todos os espaços, sobretudo nos públicos. Inspirados ainda nos princípios da Encíclica de Pio XI – “Divini Illius Magistri”, de 1929, acreditavam ser força da família educar e, em seu lugar, da Igreja (princípio"in loco parenis”), jamais do Estado. Por isso sua opção pelo ensino privado, através do qual poderiam livremente educar segundo os princípios do cristianismo católico. Buscaram influir em todas as ordens e esferas administrativas do Estado a fim de garantir esses princípios educacionais e religiosos. Buscando, conquistar e manter o espaço dentro do Estado e, neste caso, dentro da escola pública, muitas iniciativas forma tomadas pela Igreja. Em Juiz de Fora, algumas destas se destacam: a criação da Associação de Professores Católicos e a Associação de pais e educadores, além do Apostolado da Imprensa, representados, na Diocese, pelo Jornal “O lampadário”. A estratégia adotada não difere da adotada pela Igreja em nível nacional e, até mesmo, internacional. Trazem a marca do processo de Romanização da Igreja, iniciada no final do século XIX e levada a termo até meados de século XX. Pela Romanização a Se Romana passa a ter mais controle sobre as dioceses, sobretudo em questões de doutrina. É uma postura reacionária da Igreja no sentido de que reage à modernidade, negando-a. Esse processo começa a mudar no final da década de 1950 quando a Igreja Católica se encaminha para o Concílio Vaticano II, marco do início do diálogo da Igreja com a modernidade. Pesquisa bibliográfica e documental, o presente trabalho procurou compreender esses mecanismos de investigação da Igreja na Escola pública entre as décadas de 1930 a 1950, com ênfase no debate das reformas educacionais da década de 1930. Baseado em pesquisa no jornal “O lampadário”, seminário da Diocese de Juiz de Fora, criado por D. Justino, seu primeiro bispo, procurou levantar algumas das principais estratégias adotas pela Igreja liderada por seus Bispos ou por vigários paroquiais, no intuito de se fazer presente nos meios escolares públicos, chamados neutros a fim de torná-los católicos. Não foi preocupação de este trabalho dimensionar o alcance das tarefas da Igreja em Juiz de Fora, apenas indicar que houve um processo e que ele está em total conformidade com as orientações da Igreja em Roma e, sobretudo, da Igreja no Brasil, sinal dos resultados da romanização. Também ficaram fora dessa análise as iniciativas leigas, embora apoiadas pela hierarquia, como a União de Moços Católicos, o Centro Dom Vital, e, em especial, no caso de Juiz de Fora, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Juiz de Fora, por não encontrarem eco no Seminário “O lampadário”, e por serem objeto de outras análises. Um dos componentes curriculares que polemizam o cotidiano da sala de aula é com certeza a disciplina criada no período republicano denominada de Ensino Religioso, prevista na Constituição brasileira de 1931. Esta disciplina retrata as relações Igreja e Estado em um período da história nacional mesmo considerando a laicidade estabelecida a partir de 1891. A inferência de instituições religiosas no processo de escolarização brasileira não foi limitada às chamadas escolas confessionais, mas fruto de contínuos esforços de que a federação e os sistemas estaduais acolhessem ações e profissionais de tradições, especialmente cristãs na 281 2006 17 a 20 de abril VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação Universida de Federal de Uberlândia Sintonia oscilante: religião, moral e civismo no Brasil – 1931/97 Luiz Antônio Cunha orientação do cotidiano escolar. Um exemplo desta presença e inferência foi à articulação do Ensino Religioso Escolar ministrado por lideranças das igrejas. Portanto, com objetivo de compreender a identidade e evolução deste componente do currículo nacional ainda vigente, a partir das Constituições e legislações educacionais brasileiras, desenvolve-se o presente trabalho. Para tal foi realizado um estudo comparativo para análise e definição do Ensino Religioso na história da educação brasileira utilizando as legislações e comentários de época para compreender as discussões que envolveram os diferentes textos legislativos. Em um primeiro momento esta disciplina assumiu explicitamente um caráter confessional (1931) e recentemente foi definida em uma perspectiva multicultural nacional no modelo estabelecido pela lei 9475 (1997) que introduz o veto ao proselitismo e o respeito à diversidade religiosa nacional. Utilizando-se de estudos como de BEREZINSKI (1997), EMÍLIO (1992), FÁVERO (1996), FIGUEREDO (1993), FILORANO (1987) LUSTOSA (1991), vislumbrou-se a compreensão do contexto sócio-cultural e procederam-se as hermenêuticas da legislação pertinente para estabelecer a relação entre a introdução e a manutenção de uma disciplina que, a partir de 1998 tornou-se área de conhecimento. A transformação em área de conhecimento deu-se graças ao Conselho Nacional de Educação (Diretrizes Curriculares de Ensino Fundamental), que demonstrou um contínuo confronto entre dois projetos: político-religioso e político-pedagógico. O Brasil ao longo da república estabeleceu três modelos para o Ensino Religioso, inicialmente o confessional assumido desde o padroado em que os professores atuaria como iniciadores de uma tradição religiosa, muita das vezes “preparando” as crianças em horário escolar para os sacramentos religiosos, os conteúdos da disciplina e a formação docente estabelecida a partir dos princípios de Lactâncio (Séc. IV da era cristã). A proposta era de que o professor seria o evangelizador, favorecendo os estudantes que compreendidos como fieis deveriam estudar o conteúdo para uma melhor adesão à religião considerada hegemônica. A partir de 1971 (5.692 na reforma educacional) foi elaborado o modelo interconfessional que consistia em uma articulação entre as denominações cristãs, utilizando-se do método antropológico-kerigmático de origem franco-belga. O professor era compreendido como um animador que a partir de temas relacionados a questões como a vida, namoro, família, vida sexual deveria ensinar os valores da sociedade a partir da ótica cristã, assumindo o evangelho como parâmetro de comportamento. Estes dois primeiros modelos foram reconhecidos formalmente na primeira versão do artigo trinta e três da lei 9394 (1996), que descreve o Ensino Religioso confessional como possível de ser ministrado de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, orientado por professores ou religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades religiosas, enquanto o Ensino Religioso interconfessional, resultado de acordo entre as diversas entidades religiosas, se responsabilizam pela elaboração do respectivo programa. Diante das discussões ocorridas na ocasião da assinatura desta legislação 9394 (1996), ocorreu uma ampla mobilização para reestruturação do artigo que orientava o Ensino Religioso, pois as duas modalidades deste componente curricular contrariavam a concepção de laicidade do Estado. O resultado foi à primeira alteração da LDBEN com uma nova redação para o artigo trinta e três desta legislação em julho de 1997. O texto foi modificado sendo publicada uma nova versão para orientar um novo modelo denominado de fenomenológico, estruturado a partir da compreensão de “religio” em Cícero (75 a.C). Em decorrência desta pesquisa o resultado alcançado foi à sistematização da história estabelecida por este componente do currículo ao longo do período republicano e seus pressupostos estabelecidos na colônia e império brasileiro. Ensino Religioso nas escolas públicas é tema pouco freqüente na bibliografia brasileira, assim como a Educação Moral e Cívica. Quando aparecem, evidencia-se o caráter, sobretudo ideológico da defesas ou refutação dessas disciplinas. Sem embargo de tais posições, a comunicação proposta atenta para um elemento comum a ambas as disciplinas – o fato de serem inseridas nos currículos das escolas publicas por pressões externas, de origem religiosa e/ou política. Atenta, também para a necessidade de sentimento das diferenças entre o ER e a EMC, bem como das relações entre elas, para além de sua dimensão estritamente religiosa o política. Embora essas disciplinas existissem já nas escolas públicas do Império, foram às mudanças, ocorridas na educação brasileira nos anos 1990 que propiciaram a reorientação buscada pela pesquisa em curós. Com efeito, após a segunda LDB, verifica-se a enfática retomada da antiga demanda da Igreja Católica no sentido da implantação do ER no sistema públicos de educação básica. A rapidez com que essa disciplina vem sendo efetivada, inclusive mediante o recrutamento de professores credenciados pelas entidades religiosas, em concursos por credo, como se fez em 2004, no Rio de Janeiro, leva a pensar no enfraquecimento político de certo laicismo passivo (todavia eficaz), que protelou, por décadas, a implantação generalizada dessas disciplina nas escolas públicas. Mas, a retomada católica não se faz sem dimensão interno à própria burocracia eclesiástica, a respeito da estratégia orientadora 282 2007 05 a 08 novembro VII EDUCERE Pontifícia Universida de Católica do Paraná Currículo escolar e algumas possibilidades de integração entre as disciplinas de história, geografia e Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Edile M. Fracaro Rodrigues Barbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa 2008 VII ANPED SUL Universida de de Itajaí Perspectivas da pesquisa etnográfica no Ensino Religioso: a validação dos Edile Maria Fracaro Rodrigues Dilmeire Sant’Anna Ramos Vogerau Sérgio Rogério de as relações com os demais segmentos religiosos, o que tem repercutido sobre a direção a adotar no ER nas escolas públicas para uma corrente, ele deve ser confessional, para outra, inter/supra confessional. Recentemente, essa disputas se intensificaram com os partidários da primeira corrente acusando os da segunda de pretenderem transformar o ER numa espécie de EMC, alusão dotada de forte conotação pejorativa: a imagem dessa disciplina é a de ter sido uma fusão do autoritarismo político com o catolicismo conservador e o patrimonialismo cultural. Tais disputas presentes me levam a buscar reconstruir as relações entre os projetos dessas duas disciplinas no período de 1931 (quando o ER passou a integrar o currículo das escolas públicas, pelo decreto 19.941) a 1997 (quando a LDBEN foi alterada 9475 que reforçou sobremaneira as entidades religiosas na definição de tal disciplina). Nesse período, a EMC ora foi incluída no currículo, ora foi dele suprimida: presente na lei orgânica do ensino secundário (1942), até o fim do Estado Novo; ausente na República Populista, para retornar com toda a força em 1969 (decreto lei 869), sendo mais uma vez suprimida em 1993(lei 8.663). A hipótese que orienta a pesquisa é a de que se impõe a superação do esquema binário Igreja-Estado para a compreensão do tema em foco (útil quando a Igreja Católica era protagonista praticamente exclusiva), pela adaptação do conceito de campo, de Pierre Bourdieu, à pesquisa histórica. Esse conceito permite a apreensão tanto das alianças e dos conflitos internos à “esfera” política e à proposta, a legislação federal é examinada como produto de alianças e conflitos entre o campo político e o campo religioso, naquilo que concerne ao campo educacional. Leis, decretos, decretos-leis, portais ministeriais e pareceres de Conselhos de Educação são examinados, assim como suas justificativas, com o fim de extrair deles os significados manifestos e não manifestos lidos no contexto em que foram gerados. A conclusão do estudo é que as disciplinas em questão expressam diferentes sentidos no jogo de força entre o que foram gerados. A conclusão do estudo é que as disciplinas em questão expressam diferentes sentidos no jogo de forças entre o campo político e o campo religioso. O ER expressa à tentativa do campo religiosa de instrumentalizar o campo político para propósitos hegemônicos via ação no campo educacional. A EMC por sua vez, representa a tentativa do campo político de instrumentalizar o campo religioso para propósitos igualmente hegemônicos, pela mesma via escolar pública. Nas justificativas, os sentidos indicados podem aparecer invertidos, como no texto pelo qual o ministro Francisco Campos encaminhou a minuta do decreto de 1931, ao Chefe do Governo Provisório Getúlio Vargas. Quando as disciplinas integraram os currículos, Simultanemanete houve convergências entre os respectivos propósitos instrumentalizadores: abrangente no Estado Novo (1937/45) e restrita na ditadura militar (1964/85). Divergências entre o ER e a EDM não foram encontradas no período estudado. Em todos os casos, a instrumentalização visou, sempre, o campo educacional, que teve retardo seu processo de autonomização. Compreendida como um direito de todos, dever do Estado e da família em colaboração com a sociedade, a Educação no Brasil é caracterizada pela igualdade de condições, pelo respeito à pluralidade de idéias e pela valorização do patrimônio cultural. O diálogo entre o sujeito e os saberes do espaço que ocupa é importante no processo de apropriação do conhecimento. Nessa proposta, o professor assume uma perspectiva de instigar seus estudantes a questionar o cotidiano, a investigar novos elementos para construir o conhecimento, superando o processo de apenas repetir informações. Historicamente no Brasil, as principais características do currículo se compuserem numa postura de transferência de conteúdos e informações, com baixa possibilidade de reflexão e criticidade. Propor que temas como trabalho, sociedade e cultura sejam articuladas para colaborar na formação da identidade nacional desses sujeitos do conhecimento permitem a compreensão do espaço e tempo que o ser humano ocupa. As disciplinas de História e Geografia podem ajudar a construir os pressupostos da presença religiosa no país. Sendo essas três disciplinas, áreas de conhecimento do desenvolvimento humano, pode-se na escola articular seus objetivos para possibilitar ao aluno a formação humana, a inter-relação com o contexto sóciocultural e a superação de possíveis pensamentos preconceituosos diante dos diferentes olhares ao transcendente. Assim, a interdisciplinaridade entre essas disciplinas levará a uma reflexão sobre a diversidade sociocultural e a uma reverência aos que compreendem o mundo de forma diferente do que aprenderam, pois levarão em conta os espaços histórico-geográficos diferentes. Articulando os saberes constitutivos dessas disciplinas, em um currículo contextualizado, com estratégias que considerem esse novo perfil de indivíduos, estaremos criando um espaço privilegiado de (re) elaboração constante das situações crescentes sobre as diferentes instâncias sociais. Vários movimentos sociais pela igualdade de direitos marcaram a década de 1960. As rebeliões estudantis que aconteceram na França e as lutas contra a discriminação racial e social provocaram o interesse dos pesquisadores para o uso de uma abordagem antropológica ou etnográfica 283 2008 XIV ENDIPE Pontifícia Universida de Católica do Rio Grande do Sul indicadores de análise utilizando um software de análise qualitativa Azevedo Junqueira Práxis educativa no Ensino Religioso – confluência entre epistemologia e didática Laude Brandenburg Erandi para investigar o que estava se passando dentro das escolas e das salas de aula (ANDRÉ, 2007, p. 20). Ainda segundo a autora, “os métodos qualitativos também ganhavam popularidade porque buscavam retratar os pontos de vista de todos os participantes, mesmo dos que não detinham poder nem privilégio”, o que se alinhava perfeitamente com os ideais democráticos que surgiam nesse momento da História. Todo sujeito é político, religioso, social, lúdico, racional, individual, mas não é nada disto isoladamente. “E, embora mantenha uma relação consigo mesmo, é no limiar do encontro com o outro que constrói sua identidade” (MATO, 1998, p.282). A caracterização social do sujeito e dos papéis por ele exercidos é necessária para reconhecer o quanto as relações sociais são efetivas na formação do indivíduo, pois ao pensar, o homem estabelece sistemas de representações, de conceitos e de mediações que lhe possibilite avançar para além de suas contradições. Ao mesmo tempo em que uma formação mais ampla é valorizada, percebe-se uma sociedade que privilegia o ter e não o ser, o descartável e não os valores reais, a razão e não a afetividade. Tendo a visão de que o Ensino Religioso precisa ser entendido a partir de uma visão mais ampla que reúna todas as áreas do conhecimento, conforme salienta a própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), é que algumas pesquisas (LONGHI 2004, SCHLÖGL, 2005; CORRÊA, 2006; OLIVEIRA et al., 2006) têm se desenvolvido para que, orientados por critérios éticos, a religiosidade presente em cada um possa ser desenvolvida de maneira dialógica e reverente ante as diferentes expressões religiosas. As diferentes formas de interpretações da vida, as formas de compreensão do senso comum, significados variados das experiências percebidos pelos participantes, são o campo da etnografia que tenta mostrar essa diversidade de significados. Assim, a etnografia não é somente a transcrição de textos, levantamento de genealogias, mapeamento campos, manutenção de um diário, mas a percepção do significado das perspectivas imediatas que um grupo particular de pessoas faz, o que Geertz denomina como uma "descrição densa"1. Para orientar o currículo para toda rede pública estadual, a SEED — Secretaria de Estado de Educação do Paraná — construiu, com o auxílio de equipes pedagógicas dos Núcleos Regionais de Educação e de técnicospedagógicos da SEED, um documento orientador, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica no Paraná. Essas diretrizes orientam a organização as disciplinas que compõem a base nacional comum e a parte diversificada, estando entre essa disciplina o Ensino Religioso. Para debater essas Diretrizes, na semana de 23 a 26 de outubro de 2006 em Curitiba (PR), a Secretaria de Educação do Estado do Paraná promoveu um Simpósio de Ensino Religioso. Estiveram presentes mais de 350 professores que atuam nessa área do conhecimento. Na ocasião, foi proposto aos participantes que elaborassem um desenho e uma frase com o objetivo de expressar o papel do Ensino Religioso na educação dos estudantes do Ensino Fundamental do Estado do Paraná. Com o material coletado nesse evento, pretende-se responder “Qual a compreensão que o professor possui acerca do papel do Ensino Religioso como componente do currículo do Ensino Fundamental?”. Sendo que para esse artigo, buscou-se apresentar a etapa inicial de nossa pesquisa, na qual foi proposto como objetivo identificar e validar os indicadores a serem aplicados na análise de duzentos e dezessete (217) documentos. A busca destes indicadores se deve ao fato de que, mesmo que a pesquisa etnográfica já esteja presente em vários estudos no campo educacional, no que tange ao Ensino Religioso, estudos dessa natureza ainda são recentes. Isso acarreta algumas dificuldades para os pesquisadores que vão adentrar nesse campo, pois possuem pouco referencial teórico e metodologias para sustentar e encaminhar a análise de dados de suas pesquisas, ainda mais quando se tem diferentes tipos de dados como é o caso dessa pesquisa, que utiliza imagens e textos como fonte de informações. Essa preocupação com o rigor metodológico de análise é compartilhada com André (2007) que comenta sobre a complexidade e cuidados necessários quando se utiliza dados cuja forma de apresentação tem origem em desenhos, fotografias, histórias em quadrinhos ou vídeos. Além disso, é preciso ser bastante persistente, não hesitando em fazer uma, duas, ou até dez versões do caso até que realmente se consiga expressar a riqueza, a complexidade e o movimento do que foi observado, ouvido, partilhado (ANDRÉ, 2007, p. 63). Devido às diferentes fontes e a quantidade de documentos utilizados, buscamos também verificar, nessa etapa, como um software de análise qualitativa de dados poderia contribuir para uma visão aprofundada dos fenômenos inerentes do processo do Ensino Religioso. O trabalho enfoca a área do Ensino Religioso na perspectiva da relação entre a epistemologia e a didática que se concretiza na prática do currículo escolar na escola pública. Apresenta resultados de uma pesquisa sobre concepções epistemológicas e práticas no Ensino Religioso na rede estadual de escolas do Rio Grande do Sul, já concluída, e de uma pesquisa em andamento que faz um olhar para a mesma temática no âmbito municipal. Enfoca a problemática do Ensino Religioso e não ignora a polêmica que envolve seu reconhecimento como área de conhecimento, mas aponta 284 2008 31ª ANPED 2009 26 a 29 outubro IX EDUCERE 2009 26 a 29 outubro IX EDUCERE Livros didáticos católicos: o Ensino Religioso e a discriminação de religiões afrodescendentes Maristela Gomes de Souza Guedes Pontifícia Universida de Católica do Paraná A utilização como possibilidade de investigação no Ensino Religioso Raimundo Márcio Mota de Castro Pontifícia Universida de Católica do Paraná As diretrizes curriculares de Ensino Religioso do estado do Paraná como documento de concepção e orientação Carolina do Rocio Nizer Wilson José Vieira possibilidades de práticas no cotidiano escolar, a partir de concepções epistemológicas a ela pertinentes. O respeito à diversidade religiosa, a articulação entre identidade e diferença, a convivência respeitosa e alteridade e o desenvolvimento da tolerância e resolução de conflitos evidenciam-se como concepções fundamentais. Esses princípios são resultados da manifestação de estudantes, docentes, direções de escola, setores de apoio como Conselho do Ensino Religioso - CONER, Coordenadorias de educação e Secretaria de Educação em consonância com o referencial bibliográfico da pesquisa. Inicialmente é feita a contextualização do assunto e caracteriza-se o Ensino Religioso como área de conhecimento. Em seguida aborda-se o lugar do Ensino Religioso no currículo e sua abordagem no cotidiano escolar através de uma didática específica conectada com os princípios epistemológicos que orientam a área do Ensino Religioso. O diálogo que tento fazer através desse texto é sobre mais um desafio, além dos muitos com os quais já lidam professores e professoras em todo país. Mas penso no tema desta 31ª Reunião da ANPED “Constituição Brasileira, Direitos Humanos e Educação” e me animo a fazê-lo. Em agosto de 2007, foram lançamentos os livros católicos: “As Obras de Deus Criador” e “O fato Cristão”. A organização é da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a coordenação geral é de Dom Filippo Santoro e a publicação é da Editora Vozes com colaboração da entidade alemã Adveniat-Essen. Segundo Dom Filippo, os livros foram produzidos de acordo com os pressupostos fundamentais da Arquidiocese. Em uma revisão detalhada do material, o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid, assegurou que o conteúdo é compatível com as diretrizes da Igreja da cidade. Logo depois foram lançados “A Igreja de Cristo” e “Os sinais do Espírito”. Nenhum problema, não fossem essas publicações Livros Didáticos Católicos de Ensino Religioso Confessional. Os dois primeiros destinados ao 1º e 2º ano e os dois últimos, ao 4º e 5º ano do Ensino Fundamental. Na ocasião, em artigo publicado no Jornal O Testemunho de Fé, Dom Filippo, que é Bispo da Educação e do Ensino Religioso, afirmava que “os livros estão sendo muito apreciados também fora do Estado do Rio, por sua simplicidade e seu conteúdo bonito”. Pudera, o principal ilustrador dos livros é o famoso cartunista Ziraldo. Os livros surgiram pela brecha aberta através da lei estadual 3.459/2000, que regulamentou o Ensino Religioso como confessional, nas escolas do Rio de Janeiro. As obras desrespeitam a Constituição, burlam a própria lei do Ensino Religioso, discriminam religiões afro-descendentes e representam um retrocesso em importantes conquistas de educadores e educadoras preocupados (as) com a diversidade do país. Por onde quer que se olhe a situação é absurda, mas vamos por partes e sem nenhuma pretensão de esgotar aqui o assunto. Em pesquisas educacionais tem se multiplicado, nos últimos anos, as possibilidades de investigação. Inúmeras metodologias e abordagem procuram mostrar as mais diversas facetas do complexo panorama educacional. Em recente pesquisa, realizada no Programa de Mestrado em Educação da Universidade de Uberaba, tem-se utilizado de narrativas com instrumento metodológico para investigar e aferir uma possível identidade para o Ensino Religioso. O presente trabalho visa apresentar as narrativas como possibilidade de investigação na pesquisa educacional, particularmente no que se refere ao Ensino Religioso, uma vez que se entende que a escolha metodológica de uma pesquisa seja determinante para a busca de um resultado mais aproximado e satisfatório do que se pretende investigar. A utilização e entendimento das narrativas aplicadas nessa pesquisa apóiam-se na perspectiva de Benjamim (1994), que serve de instrumental para Bosi (1994), Brandão (2003) entre outros. A coleta de dados foi realizada no período de março a maio de 2009, gravado em aparelhos de MP3 e transcritas para a utilização na pesquisa mencionada. Mesmo em andamento, já se observa que as falas das narradoras são esclarecedoras, quando se tenta pensar a identidade do Ensino Religioso. Percebem-se inúmeras categorias de análise, a saber: o sagrado enquanto objeto do Ensino Religioso, formação de professores, currículo, o espaço do Ensino Religioso na escola e na vida do aluno, didática utilizada entre outras. Pensa-se que a pesquisa com narrativas na investigação educacional proporciona um olhar atento e preciso sobre o vivido na efetivação da atividade docente, na aprendizagem do aluno e na relação dialógica que compõe o complexo mundo da escola, ainda mais quando se evidencia o Ensino Religioso. As Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso da Secretaria de Educação do Estado do Paraná foi um documento construído coletivamente com a participação dos professores da rede estadual de ensino, de professores de instituições superiores e de diferentes organizações religiosas com o objetivo de desenvolver uma proposta para o Ensino Religioso que superasse a “tradicional aula de religião”, ou seja, que desenvolvesse uma perspectiva laica do Ensino Religioso. Após a elaboração desse documento houve a necessidade de uma efetiva implementação e tal ação, foi desenvolvida através do processo de formação continuada denominada “DEB Itinerante”. Nome que se dá à ida dos técnicos do Departamento de Educação Básica aos 32 285 2009 26 a 29 outubro IX EDUCERE Pontifícia Universida de Católica do Paraná Acordos que acordam para o direito e a diversidade Claudia Kluck Núcleos Regionais de Ensino do Estado do Paraná para desenvolver oficinas nas quais se discutiam as Diretrizes Curriculares e práticas oriundas de tal perspectiva. Um dos principais elementos presentes nesse documento é a definição do objeto de estudo o Sagrado que possibilita o tratamento das diferentes manifestações religiosas sem que ocorra o tratamento privilegiado de uma religião em detrimento de outra. Neste documento o Ensino Religioso tem como intenção superar o próprio processo histórico de proselitismo ao apresentar a disciplina enquanto forma de abordar a religião como conteúdo escolar. A presente reflexão sobre a diversidade e direitos foi provocada pelo Acordo firmado entre Brasil e Vaticano, assinado no dia 13 de novembro de 2008, em seu Artigo 11, onde, aparentemente se descortina uma tentativa em vincular o Ensino Religioso ao Catolicismo. Em primeira instância isso seria imputar a condição de proselitista à educação brasileira, o que contraria preceitos legais da Magistratura Nacional e da Educação. Num segundo momento, refletindo sobre as implicações do acordo, surgiu o questionamento se poderia ser estabelecidos dias de retrocesso, onde a pluralidade e a diversidade cultural e religiosa acabariam sendo reprimida e até combatida. Como forma de instigar a reflexão, muito necessária, sobre o direito a diferença – como se neste país a diversidade não fosse à regra, valendo-se de um paralelo analisou-se, brevemente, a dominação das nações africanas no Brasil Colônia e a negação as questões identitários. A forma de enfrentamento do proselitismo que se anunciava encontrou resposta no Parecer do MEC, que em franca oposição ao Artigo 11, apóia a necessidade do Ensino Religioso na grade escolar, e dele como fomentador ao respeito à multiplicidade de expressões religiosas brasileiras, contribuindo com a valorização da espiritualidade, e negando posições proselitistas. Considerados o objeto do estudo e o conteúdo a ser analisado, metodologicamente foi encaminhado por meio da pesquisa qualitativa, com abordagem fenomenológica, sendo sua modalidade a Revisão Bibliográfica. Justificando a leitura como lócus formativo de docentes são apresentados alguns avanços no âmbito dos Direitos Humanos e algumas posições de religiões e organizações onde a cultura da paz encontra tradução de intenções e práticas, indicando a força que os questionamentos sobre as questões cotidianas contribuem ao levar a possibilidade de crescimento e novas formas de encarar velhos problemas humanos. Eventos – área de Teologia/Ciências da Religião 2006 III Seminário Nacional Religião e Sociedade O espaço do sagrado no século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião Educação, religião e símbolos Emerli Schlogl Sergio Rogério Azevedo Junqueira 2006 III Seminário Nacional Religião e Sociedade O espaço do sagrado no século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião Diálogo – revista de Ensino Religioso Cláudio Regina Tavares Cardoso Este texto focaliza a questão da simbologia no Ensino Religioso tendo em vista a formação do professor para a o exercício da docência nesta disciplina. A pesquisa foi realizada nos anos de 2004 e 2005 e se orientou na perspectiva do método fenomenológico, o que possibilitou a inclusão do subjetivo, condição favorável ao estudo do simbólico. Os símbolos são identificados e explicitados na analise feita sobre os materiais de apoio pedagógico e cursos de formação do professor de Ensino Religioso, idealizados e conduzidos pela ASSINTEC, desde o seu surgimento em 1973 até o ano de 2005. Buscou-se estabelecer articulações possíveis entre o universo simbólico cultural religioso que estrutura os conteúdos do Ensino Religioso e o universo simbólico do professor. Para tanto, como procedimento de pesquisa de campo empregou-se um questionário dirigido aos professores de Ensino Religioso do Paraná e realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a teoria dos símbolos. Resultante das análises interpretações realizadas evidenciou-se que o olhar que se dirige ao mundo capta deste aquilo que em instância psíquica o indivíduo já simbolizou, portanto não basta abrir as janelas e tornar conhecimento dos códigos simbólicos que compõem o fenômeno religioso, é preciso um olhar para o próprio olhar, ou seja, articular o diálogo entre aquilo que se conhece e aquilo que se deseja conhecer, tomando o cuidado de perceber que os significados pessoais podem auxiliar ou impedir o contato direto e a compreensão dos significados e significantes de outras culturas. Com periodicidade regular, a primeira Revista Diálogo (RD), foi lançada em outubro de 1995, completando dez anos em 2005 de contribuição na formação dos professores do Ensino Religioso (ER). Criada a partir das aspirações dos professores e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que desejavam um veículo de comunicação que mantivesse o profissional de ER em sintonia com as diversas iniciativas inerentes à sua área de atuação. Há, na Diálogo, a Seção Cartas, onde os leitores expressam suas opiniões com relação as materiais publicadas, dessa forma consegue extrair o papel do veículo na prática e formação do professor leitor. Buscou na pesquisa de campo, o instrumento para responder aos questionamentos sobre o papel da RD para a prática docente do ER no Brasil. A primeira pesquisa consta no Relatório do Departamento de Marketing e Publicidade da Revista, realidade em 2003. Outra pesquisa executada este ano, com 545 pessoas cadastradas no mailing lis do Grupo de Pesquisa Educação e Religião (GPER). Também nos sites do GPER e 286 2006 III Seminário Nacional Religião e Sociedade O espaço do sagrado no século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião Alteridade e ética: um exercício na perspectiva de uma formação continuada Lilian Blanck de Oliveira Tarcísio Wickert Dolores Henn Fontanive Djanna Zita Fontanive Simone Riske Koch 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergências ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista Aplicabilidade da disciplina de Ensino Religioso nas escolas: uma proposta pedagógica crítica, reflexiva e solidária Jacirema Maria Thimoteo dos Santos 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergências ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista Ensino Religioso: uma prática pedagógica de respeito às diferenças culturais e religiosas Francisca Helena Cunha Danelicze n 2006 03 a 07 de julho XI Congresso Latino Americano sobre Religião e Etnicidade: Mundos Religiosos: identidades e convergências ALER – Asocación Latinoamericana para el Estudo de las Religión Universidade Metodista Por uma prática pedagógica em Ensino Religioso condizente com a liberdade religiosa Viviane Cristina Cândido 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH Universidade Estadual de Maringá Haveria um jogo de linguagem específico para o Ensino Religioso? – uma analise dos Parâmetros curriculares nacionais para o ER como fonte Viviane Cristina Cândido no FOANEPR (Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso). No GPER o enfoque foi o “papel da Revista Diálogo na formação de professores”, já no FONAPER, se como professor, o internauta conhecia a Revista Diálogo. O presente trabalho busca refletir a formação de docentes numa perspectiva de formação continuada em relação ao componente curricular de Ensino Religioso na região do Alto do Vale do Itajaí/SC. Os educadores de ER da 12ª, Gerência de Educação, Ciências e Tecnologia no decorrer da última década desenvolveram exercícios de formação docente com o objetivo de ressignificar conhecimentos e práticas pedagógicas num processo de construção coletiva. No presente momento o grupo de educadores com assessoria de docentes da FRUB desenvolve estudos que circunscrevem a temática da alteridade, um dos conteúdos que fundamental e encaminham de forma substancial a proposta curricular de Ensino Religioso para o ensino fundamental de SC. Neste sentido, buscam estudar e investigar no referencial teórico de Lévinas possíveis contribuições sobre uma ética da alteridade. A metodologia adotada pelo grupo de trabalho se constitui em estudos bibliográficos, observação das práticas pedagógicas no cotidiano escolar analise e discussão coletiva buscando estabelecer relações com as vivências e desafios na educação básica. A sociedade planetária encontra-se doente: miséria, violência, guerras, tráfico que controla toda uma comunidade, gravidez precoce, desigualdades sociais que culminam em exclusões, poderíamos dizer que estamos voltando à barbárie, apesar de todo o progresso conquistado, a civilização está regredindo ao primitivo para galgar espaços maiores, ou seja, se o outro atrapalha, é preciso eliminá-lo. Urge superarmos todas estas questões que impedem o desenvolvimento da cidadania e do Brasil. E nesta mesma sociedade excludente existe uma Instituição Social que tem condições de mudar ou pelo menos melhorar esta situação que vem se alastrando no nosso meio: a escola, que pode proporcionar uma educação libertadora, denunciando o opressor e ajudando o oprimido a reinventar o mundo. Sendo a disciplina de Ensino Religioso o principal elemento articulador nesse processo de mudança, com uma prática pedagógica crítica, reflexiva e solidária. Neste trabalho, pretende-se apontar uma concepção de Ensino Religioso como partícipe na construção de uma sociedade mais cidadã e, conseqüentemente, mais solidária, identificando a relevância da mesma enquanto parte integrante do sistema educacional. Como pressupostos teóricos utilizar-se-á os autores Jung Mo Sung, Hugo Assmann, Philippe Perrenoud, Paulo Freire, entre outros. Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o currículo na perspectiva multicultural, enfatizando a importância do Ensino Religioso como elemento necessário na concretização do diálogo entre as diferenças culturais e religiosas na comunidade escolar, bem como apresentar uma prática pedagógica desenvolvida com educadores e educandos, das séries finais do ensino fundamental, na Rede Municipal de Educação, da cidade de Balneário Camburiú - SC, que enfocou nos seus trabalhos escolares pesquisas das matrizes culturais/religiosas Oriental, Indígena, Ocidental e Africana. Esta proposta foi idealizada a partir da necessidade de construir reflexões sérias, com o objetivo de integrar as .minorias. sociais, étnicas, culturais e religiosas no currículo escolar. A reflexão parte da análise da capacidade da educação acolher a diferença, a pluralidade de culturas e religiões presentes na sociedade brasileira, já que os padrões da escolarização direcionam para a homogeneização, portanto, uma cultura impressa e dominante. Pensar em currículos multiculturais, onde culturas diversas tenham a mesma importância não é utopia a partir do momento em que estes sejam democratizados, ou seja, onde os interesses de todos os grupos culturais e religiosos sejam representados. Isto implica em que a escola seja espaço aberto para o diálogo, repensando assim os padrões de funcionamento da educação escolar. Neste trabalho pretendemos evidenciar a necessidade de definirmos uma epistemologia para o Ensino Religioso capaz de por fim às indefinições e ambigüidades de que essa disciplina curricular é portadora, devido às diferentes concepções presentes em suas fontes, a saber, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso e o Grupo do Não, título que atribuímos aos que se colocaram contrário à implantação do ER em São Paulo, por ocasião da publicação da deliberação 16/2001 em jornais de ampla circulação no estado. Apontaremos os motivos para considerarmos que uma epistemologia de um ER que considere a liberdade religiosa necessita estar fundamentada nas Ciências da Religião. Na seqüência, apontaremos impasses e possibilidades para a prática pedagógica no tocante as referenciais para um currículo e para a avaliação desta disciplina. A compreensão do Ensino Religioso como disciplina ainda não é um fato, prova disso é tratar de uma disciplina de oferta obrigatória para as escolas de educação básica e de matrícula facultativa aos estudantes. O Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso, uma das fontes do discurso do ER no Brasil, tem o mérito de evidenciá-lo como disciplina e situá-lo no campo pedagógico, para tanto declara concepções e propõe conteúdos, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais 287 do discurso disciplina dessa 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH Universidade Estadual de Maringá A contribuição do ponto de vista do professor-leitor, da revista diálogo para o Ensino Religioso Claudia Regina Tavares Cardoso 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH Universidade Estadual de Maringá Ethos e cultura no Ensino Religioso Liliana Claudia Seehaber Miguel Longhi 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH Universidade Estadual de Maringá O uso dos textos sagrados em Ensino Religioso, algumas notas para não cair no discurso doutrinário Rafael Rodrigues da Silva 2007 07 a 10 de maio I Encontro do GT nacional de História das Religiões e das Religiosidades / ANPUH Universidade Estadual de Maringá O ser e o fazer no Ensino Religioso Marcos André Scussel 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacional em Ciências da Religião UFPB Ensino Religioso, religiões afrobrasileiras e suas implicações na realidade escolar Selma de Sousa Brito 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacional em Ciências da Religião UFPB O Ensino Religioso e o estudo do sagrado no contexto de pluralidade religiosa na escola Edgley Cassiano Delgado para esta disciplina, estabelecendo, desta forma, um jogo de linguagem, entender os seus porquês e nos perguntaremos se o ER necessita de uma linguagem específica para constituir como disciplina. Com periodicidade regular, a primeira Revista Diálogo (RD), foi lançada em outubro de 1995, completando dez anos em 2005 de contribuição na formação dos professores do Ensino Religioso (ER). Criada a partir das aspirações dos professores que desejavam um veículo de comunicação que mantivesse o profissional de ER em sintonia as diversas iniciativas inerentes à sua área de atuação. Há, no Diálogo, a Seção de Cartas, onde os leitores expressam suas opiniões com relação às matérias publicadas, dessa forma consegue extrair o papel do veículo na prática e formação do professor-leitor. Buscou-se na pesquisa de campo, o instrumento para responder aos questionamentos sobre o papel da RD para a prática docente do ER no Brasil. Oriundo da fusão de pensamentos de duas dissertações de Mestrado, o presente trabalho propõe-se AA averiguar as relações inter-relações existentes entre ethos e cultura como base real de um presumível contrato de convivência e sobrevivência do gênero humano nas atuais circunstâncias. Subsiste o fato de que o espetáculo do progresso científico não conseguiu conter a inquietude no ser humano que continua na sua busca por repostas para os por quês da vida. O Ensino Religioso surge, neste contexto como área de conhecimento que propõe um debruçar-se sobre as questões fundamentais da existência humana. O enraizamento da transcendência é a cultura. E, se a transcendência se expressar para a maioria dos indivíduos através da religião, torna-se imprescindível para a educação trabalhar o fenômeno religioso como elemento que compõe e constitui a identidade do sujeito. Buscar a conexão existente entre ethos e cultura significa ir ao encontro das expectativas de fundo da humanidade no seu modo de ser, de perceber e conceber a realidade, o tempo e a transcendência. Tudo isso no contexto da multiculturalidade, no qual o docente, no sue papel de mediador, deve estar preparado para compreender e fazer compreender as inúmeras faces, símbolos e significados das várias religiões ou orientações filosóficas presentes na sua sala de aula, nesta busca pelo Absoluto e pela Verdade, inerente a todo o ser humano, por mais diversa que seja a sua cultura. O objetivo desta comunicação no simpósio sobre o Ensino Religioso no Brasil consiste na tentativa de analisar: Quais os textos sagrados são utilizados nas aulas? Como esses textos são utilizados? Quais as linhas de interpretação? A partir deste mínimo mapeamento, tentaremos lançar alguns questionamentos e algumas perspectivas para que a disciplina de Ensino Religioso não seja mais uma análise do fenômeno religioso sem a perspectiva da religião e suas interfaces, nem tampouco que seja transformada num aprisionamento doutrinal e catequético. Enfim, pretendemos nesta comunicação aguçar nossos olhares para que a dinâmica do Ensino Religioso nas escolas não caia nas armadilhas da doutrina de uma religião, nas discussões e intrigas intrareligiosas e que se possa pensar esta disciplina de maneira ampla e numa perspectiva macro-ecumênica (por isso antoortodoxa). Ao refletirmos sobre o Ensino Religioso enquanto área do conhecimento e ao nos ocuparmos com o estudo do fenômeno religioso, precisamos ter presente a função do professor desse componente curricular. Nenhum processo educativo constituise isoladamente sem uma intencionalidade que perpassar o fazer pedagógico do timoneiro da educação. Neste artigo, que é parte da dissertação do Mestrado em Educação na PUCRS, busco aprofundar o papel do educador no desenvolvimento da aprendizagem, no diálogo e na partilha que acontece em sal de aula. A partir da história do Ensino Religioso, lançamos um olhar prospectivo no aspecto do conteúdo, da metodologia e, principalmente, do ser educador inserido no processo. O presente trabalho tem como objetivo apresentar de que forma a religião Afro-brasileira está sendo trabalhada no contexto da realidade escolar a partir da disciplina Ensino Religioso e da Lei 10.639. Neste sentido a pesquisa realizada na cidade de Belém, com professores de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas teve como instrumento de coleta de dados entrevistas semi-estruturadas desenvolvidas no período de maio de 2007. Os resultados preliminares apontaram não só para o desconhecimento da Lei, como para um quadro de desinteresse e falta de preparo para o ensino da cultura Afro de um modo geral e, muito mais, para a Religião Afro-brasileira, apontando não só os fatores acima citados, mas o preconceito que nossa cultura depreende sobre o conhecimento oriundo da África. Este trabalho é resultado de pesquisa realizada nas Escolas Virgem de Lourdes e Imaculada Conceição, tendo como método a coleta de dados por meio de entrevistas aos que lecionam o Ensino Religioso nos citados estabelecimentos de ensino em Campina Grande, PB. Desse modo, o estudo em pauta, que é resultado de trabalho monográfico de Especialização em Ensino Religioso, objetiva vislumbrar como é entendido e abordado o tema do Sagrado nas escolas por meio do ER, dentro de uma realidade de pluralismos, inclusive religiosos, como a nossa, sobretudo no sistema educacional. Precisamos entender o tema do Sagrado e perceber como 288 2007 16 a 18 de julho I Simpósio Internacional em Ciências da Religião UFPB Estrutura Pedagógica do Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2009 21 a 24 de abril III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e hibridações Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Linguagem, diferença e dignidade: espaços e encontros na diversidade Simone Riske Koch Dolores Henn Fontanive Elcio Cecchetti 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG Ensino Religioso em Minas Gerais: Percurso evolutivo da disciplina nas legislações de ensino após a década de 70 Adriana de Campos 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG A experiência religiosa do jovem no ambiente escolar em tempos de pós-modernidade Anderson Cavalcant e Viana Filho 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG Práticas do ensino de religioso: um estudo de caso do colégio Anderson de Freitas Barros 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG A pesquisa e a produção do Ensino Religioso nos programas de PósGraduação de Teologia e Ciências da Religião 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG Religião e Educação: temas contemporâneos? Uma tentativa de aproximação a partir de Álvaro Negromonte Afonso Maria Ligorio Soares Rachel Perobelli Remi Klein Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Antonio Francisco da Silva este tem sido trabalhado pelo ER numa perspectiva de respeito à formação integral do ser humano. Este texto estabelece elementos para articulação do Ensino Religioso como componente curricular dentro do cenário nacional de educação. Nesta perspectiva, este componente curricular considera todas as dimensões, mas, como Área de Conhecimento, enfatiza a dimensão religiosa do ser humano contemplando a sua interrelação capaz de promover o respeito à diversidade; atualização do conhecimento do fenômeno religioso e a reflexão sobre as diversas formas de expressão em diferentes culturas e tradições religiosas. O Ensino Religioso deve tornar possível reler e estabelecer novos significados para o objeto de seu estudo: o fenômeno religioso. Isso envolve: compreender a diversidade religiosa, conhecer o significado da experiência de transcendência, atitudes, gestos, símbolos, textos sagrados e ritos de diversas tradições. O cotidiano escolar é um dos espaços onde continuamente transitam sujeitos e conhecimentos cujas vivências e redes de significados se percebem entretecidas com questões que indicam a presença do religioso em uma relação de diversidade. As linguagens que transitam no contexto escolar são vozes, que como janelas se abrem pronunciando, desafiando e requerendo vivências educativas em perspectivas de alteridade e compromisso com a construção de um mundo melhor e possível. O presente texto busca contribuir com breves reflexões sobre linguagem, diferença e dignidade no intento de sinalizar possíveis espaços e encontros na área de conhecimento de Ensino Religioso marcada pelas diversidades. O Ensino Religioso vem buscando encontrar sua identidade no âmbito escolar. Cada estado tem autonomia em regulamentar os procedimentos para a definição dos conteúdos e estabelecer as normas para habilitação e admissão dos professores, o que contribui para grandes desafios. Outro fator relevante para debate é a questão de a disciplina ser de caráter facultativo para o aluno. Mesmo diante de vários questionamentos sobre a temática, Minas Gerais conseguiu garantir o Ensino Religioso nas grades curriculares das escolas públicas. Uma evolução foi a Lei Estadual 15435/2005 que prevê isonomia de tratamento entre os professores de Ensino Religioso e os demais da rede pública e a garantia ao profissional em participar de concurso público. A presente comunicação visa refletir sobre esta temática. O Ensino Religioso vem passando por uma crise de identidade nesses tempos pós-modernos. Ao tentarmos especular sobre a experiência religiosa do jovem no ambiente escolar em tempos de pós-modernidade, não podemos perder de vista o debate sobre a ―secularização e dessecularização. O objetivo deste estudo é correlacionar os efeitos dos fenômenos da ―secularização e dessecularização no Ensino Religioso e suas repercussões na experiência religiosa do jovem no ambiente escolar. A revisão de literatura realizada nos levou a constatar que é preciso passar de uma cultura da subjetividade para uma cultura da alteridade caracteriza pelo acolhimento do outro, resgatando, assim, a identidade e o sentido do Ensino Religioso na relação do jovem com o sagrado. A presente comunicação busca salientar, uma proposta de educação religiosa direcionada a determinados fundamentos humanistas franciscanos (sobre questões do respeito ao outro, da abertura ao outro e da promoção do outro), ao propor um estudo de caso, através da prática do Ensino Religioso no Colégio Franciscano Coração de Maria de Belo Horizonte, numa perspectiva de reflexão sobre um Ensino Religioso integrado ao complexo sistema educacional, e perceber no decorrer da história a multiplicidade de caminhos criados, sua inserção no currículo sem, no entanto, se ter atingindo a compreensão de seu verdadeiro papel no plano educacional, frente a uma pedagogia franciscana para formação do jovem da infância à maturidade, ao apontar-lhe a meta a atingir e o caminho a seguir. Nos últimos anos, o Ensino Religioso tem sido tratado de maneira mais sistematizada. Este artigo se propõe a contribuir com este processo, investigando que espaço ele tem nos programas de Pós-Graduação em Teologia e Ciências da Religião, com o intuito de identificar os grupos de pesquisa, os projetos, os pesquisadores e a produção sobre o tema. Este é um passo importante para a compreensão do seu desenvolvimento e solidificação como área do conhecimento. Os dados aqui apresentados são provenientes dos sites das instituições brasileiras que oferecem os referidos programas. O Tema de estudo tem a ver com a grande influência de Avaro NEGROMONTE na defesa dos direitos da Igreja e da Religião, nos meios educacionais que se apresentavam ameaçados com a chegada da modernidade e do Estado Laico. Nosso trabalho tem como ponto de partida os movimentos empreendidos pelos defensores do lugar da Religião na sociedade moderna, bem como a incorporação de elementos da Escola Nova, como meios de aproximação possível entre o público (laico) com o privado (religioso). Trabalhamos ainda o que contém nas obras num total de dezessete livros de Álvaro NEGROMONTE, que foge do esquema de Catecismo, que até então eram adotados (décadas de 1940/1960, e adota planos de aulas e livros que incorporam metodologias que fogem ao 289 2009 24 a 27 de agosto II Congresso da Associação ANPTECRE PUCMG Conhecer, ser e saber: Desafios e perspectivas de matriz africana para a área de conhecimento de Ensino Religioso Lilian Blanck de Oliveira Marcos Rodrigues da Silva 2009-1206 16 e 17 de outubro V Seminário Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião – Faculdade Batista A concepção de Ensino Religioso na atual lei de diretrizes e bases da educação nacional Robson Stigar 2009-1206 16 e 17 de outubro V Seminário Religião e Sociedade: O Espaço do Sagrado no Século XXI Núcleo Paranaense de Pesquisa em Religião – Faculdade Batista O Ensino Religioso na educação infantil: a possibilidade de manter o sono acordado Viviane Lontra Teixeira 2009 09 a 11 de novembro III Congresso Internacional de Ciências da Religião Universidade Católica de Goiás Goiânia O Ensino Religioso: uma condição para o exercício saudável da cidadania Marislei Espíndula Brasileiro 2009 XXII Congresso da SOTER PUCMG Espiritualidade: conteúdo e estratégia didática para uma aprendizagem significativa no Ensino Religioso Célia Smarjassi esquema de decorar ou guardar o conteúdo, mas levando-se em conta muito mais a compreensão). As obras de NEGROMONTE ainda trazem uma dupla finalidade: servir para uma aula de catecismo e uma aula de religião (Ensino Religioso) ministrada na época na Escola, em alguns casos dentro dos horários normais de aula, em outros fora do dia letivo. A epistemologia constitui um campo da filosofia dificilmente delimitado devido às inúmeras e tênues fronteiras com outras áreas de conhecimento. Este trabalho busca tecer reflexões a partir de outras tradições de crenças e saberes àquilo, que o movimento do pensamento eurocêntrico estabeleceu como instrumento balizador de interpretação e conhecimento no XIX e XX. As contribuições das crenças em saberes e sabores dos povos africanos e da diáspora se apresentam como referenciais, para a elaboração de outros diálogos, hermenêuticas e relações entre sujeitos e culturas para a área de conhecimento do Ensino Religioso em construção. Como acessar, pensar e integrar esses conhecimentos de forma inter e trans disciplinar para e no estudo do fenômeno religioso no contexto escolar é um dos desafios deste trabalho. A Concepção de Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional A presente comunicação tem a pretensão de relatar da forma panorâmica a pesquisa que venho desenvolvendo no mestrado em Ciências da Religião na PUCSP. Esta pesquisa tem o seguinte tema: A concepção de Ensino Religioso na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As motivações desta pesquisa nasceram a partir da minha experiência de professor de Ensino Religioso na rede publica estadual de ensino no estado do Paraná, onde constatei as dificuldades de se trabalhar com a disciplina de Ensino Religioso devido a própria concepção deste componente curricular regulamentado pelo artigo 33 da atual LDB. Constatei que a atual lei é ambígua e esta situação prejudica a identidade do Ensino Religioso, e isso acaba por se refletir na comunidade escolar, na academia e na sociedade em geral. A atual redação do artigo 33 da LDB traz inúmeras dificuldades a respeito da sua identidade. Por isso optei como tema da minha pesquisa, investigar como foi constituída, no tempo e no espaço a concepção de Ensino Religioso que permeia o referido artigo 33 da atual LDB. O trabalho pretende discutir a importância do Ensino Religioso para a formação e o desenvolvimento da criança no contexto da Educação Infantil. Percorre as diferentes visões atribuídas ao Ensino Religioso e à criança ao longo dos séculos discutindo o tema sob a perspectiva histórica e pedagógica, tendo como apoio teórico a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 9.475/97), os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCs - ER), recentes livros acadêmicos que englobam o Ensino Religioso como componente curricular e artigos publicados pelo FONAPER. A metodologia constou de uma revisão da bibliografia, observações e registros da atuação das crianças diante do mistério, bem como a maneira como lidam com o fenômeno religioso. Concluiu-se que o Ensino Religioso constitui um dos melhores veículos para transmitir às crianças um significado para a vida. Através do respeito à diversidade ampliam-se as referências das crianças e favorece a melhoria das relações na sociedade por meio do convívio respeitoso com as outras formas de expressão religiosa e compreensão da riqueza cultural. Espera-se que esta apresentação seja uma contribuição para a formação inicial e continuada de professores de Educação Infantil, estudantes dos cursos de Ensino Religioso e pessoas que desejam trabalhar com o Ensino Religioso nas escolas A crescente situação de pluralismos e diversidade religiosa no Brasil coincide com as discussões em torno do Ensino Religioso nas escolas públicas. Neste estudo objetivou-se compreender se o Ensino Religioso é condição especial para um exercício pleno da cidadania e que tipo de Ensino Religioso é mais adequado à escola pública. Para tanto, optou por um estudo exploratório, bibliográfico, com análise qualitativa de material disponível em Bibliotecas convencionais e virtuais. Percebeu-se que a religião exerce influência na sociedade atual e tem o seu papel, mas que essa influência precisa ser sistematizada por profissionais das ciências da religião, sendo este um dos caminhos para que a cidadania seja alcançada e o Ensino Religioso é um dos instrumentos para esse alcance. Esse artigo aspira a refletir e contribuir para a implementação de um modelo de Ensino Religioso adequado ao caráter laico do Estado, à pluralidade religiosa e à diversidade cultural que são características singulares do povo brasileiro. Para tanto, elegemos a categoria espiritualidade como conteúdo e estratégia didática. Desse modo, convocamos alguns autores segundo a necessidade da argumentação para fundamentar teoricamente nossa proposta: nos princípios da Teoria da Complexidade de Edgar Morin encontramos o fundamento epistemológico, em Alfonso López Quintás a filosofia da educação que confere ao conhecimento o status de verdadeiro encontro. Objetivando extrapolar o nível teórico da discussão, apresentamos uma sugestão de transposição didática para o ER a partir dos princípios ausubelianos de aprendizagem significativa 290 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG A contribuição do Ensino Religioso à paz mundial, como instrumentos de resgate ao Ethos Antônio Lopes Ribeiro 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG A idéia de laicização e o Ensino Religioso escolar João Everton Cruz 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Educação e diversidade religiosa Amauri Carlos Ferrerira 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Educação e religião: reinvenção de uma prática educativa no curso de Ciências das Religiões Eunice Simões Lins Gomes Ana Cândida Vieira Henriques Claudiana Soares da Costa 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Sônia Maria Teles Teixeira 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Ensino Religioso: Uma disciplina transformadora ou mais uma disciplina curricular? Pedagogia da religiosidade: subsídios para o Ensino Religioso 2010 XXIII Congresso da SOTER PUCMG Preconceito e discriminação religiosa no ambiente escolar Thiago A. Avellar de Aquino Neide Miele Eunice Simões Lins Jorge Claudio Ribeiro Na pós-modernidade, o mundo efetivamente tornou-se uma aldeia global, como disse Macluhan. Hoje, só se fala em globalização. Nesse mundo globalizado, cujo avanço tecnológico chegou a proporções jamais imaginadas, principalmente nos meios de comunicações, o que afeta um país, afeta o mundo inteiro. Qualquer acontecimento em qualquer parte do mundo atinge uma dimensão planetária. Se alguém é assassinado num bairro pobre do Rio de Janeiro, tão logo se torne de conhecimento público, em questão de segundos vira notícia no mundo inteiro. Se a bolsa de valores não vai bem no Japão, por certo isso irá refletir nas bolsas de vários outros países afetando assim a economia e o bem-estar da sociedade e do próprio indivíduo. Nesse contexto, atos de violência como os cometidos pela Marinha de Israel recentemente, na faixa de Gaza, matando humanistas e soldados palestinos, é motivo de preocupação para o mundo inteiro, pois coloca em risco a segurança internacional e a paz mundial. Outro aspecto a se considerar, nesse mundo globalizado é com relação à preservação da natureza, também de interesse mundial, pois o desmatamento da Amazônia, por exemplo, afeta o clima em todo o planeta o que faz com que o olhar dos ambientalistas do mundo inteiro volte-se para aquela região. O presente trabalho tem como propósito contribuir para o aprimoramento do Ensino Religioso Escolar dentro de um contexto de abertura para uma cultura da paz. Compreendendo que as sociedades modernas alavancaram a idéia de laicização e a escola, na condição de espaço público e, portanto laico, deve refletir sobre a prática de ensinar. O Ensino Religioso pode ensinar a tolerância religiosa e o diálogo inter-religioso. Percebendo que o cultivo dos hábitos religiosos não se reduz tão-somente à elite brasileira, os camponeses também manifestam suas expressões de fé inseridas no catolicismo popular sertanejo do Nordeste brasileiro que une suas espiritualidades num autêntico sincretismo. O Ensino Religioso escolar tem sido nos últimos anos, objeto de discernimento, tanto para professores, diretores escolares e secretários de Estados. Educação ética e diversidade foi tema da pesquisa desenvolvida na UFMG em 2009, na qual procuramos a partir de entrevistas, relatos e conversas informais com educadores da educação básica evidenciar as manifestações da diversidade no espaço escolar. Nessa pesquisa, a diversidade religiosa aparece como responsável na formação do preconceito. Tendo em vista que é polêmico falar de diversidade religiosa em um país tipicamente cristão, as questões ligadas a essa problemática estão circunscritas a pequenos espaços evidenciando conflitos e dilemas .Essa comunicação apresenta parte dessa pesquisa e discute a diversidade religiosa na escola e os desafios de professores especificamente aqueles que lecionam Ensino Religioso e História da África. O Curso de Ciências das Religiões na Universidade Federal da Paraíba tem como abordagem o fenômeno religioso, sendo esse entendido como característica cultural dos povos, passível de ser pesquisado, que visa estudar as crenças e práticas religiosas e suas conseqüências para a vida humana e a sociedade. Nosso objetivo consiste em preparar os discentes do Curso de Ciências das Religiões através da imaginação, explorando a dimensão simbólica do cotidiano da realidade escolar do Ensino Religioso nas escolas municipais desejando ultrapassar a burocratização e o conformismo que se explicita nos livros didáticos do Ensino Religioso proposto nas salas de aula. A metodologia consiste na pesquisa descritiva, de campo e com abordagem qualitativa e fenomenológica. Como instrumento para coleta dos dados, o questionário semi-estruturado. Sem resumo O objetivo desta reflexão é encaminhar uma compreensão da experiência religiosa dos jovens, especialmente universitários, inseridos num ambiente de conhecimento e numa modernidade que são seculares e, ao mesmo tempo, sedentos de sentido para a existência. Nosso ponto de partida é o conceito de religiosidade, que entendemos como “uma capacidade humana, histórica e culturalmente determinada, que elabora sentidos para a totalidade da existência”. Esta concepção se nutre das idéias de Georg Simmel (1858-1918), um dos fundadores da sociologia alemã, e que propõe a distinção entre religiões e religiosidade, sendo que esta é uma disposição mais original e o “berço” de religiões e/ou de outras agências produtoras de sentido. Simmel compara a religiosidade a outra capacidade humana, a sexualidade, na medida em que ambas criam seus objetos e formas concretas de realizá-las. Sem resumo 291 Gomes Diego Messias da Silva Eventos – área de Ensino Religioso 2001 O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes O Ensino Religioso e Pastorado escolar: novas perspectivas – princípios includentes I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso EST Dimensão metodológica do Ensino Religioso. Pensando o novo num mundo em mudança Therezinha Motta Lima da Cruz Sem resumo EST Ensino Religioso e a dimensão curricular Remi Klein Sem resumo EST Avaliação em Educação Religiosa: uma questão de mediação Erma Klein Sem resumo EST Ensino Religioso e língua portuguesa numa perspectiva interdisciplinar Erica Eloni Weber Stroher Sem resumo EST Educar para a paz um projeto viável na Educação Infantil Circe Mara Marques Sem resumo EST A música popular brasileira como recurso na aprendizagem do Ensino Religioso Irena Pletsch Heinrich Sem resumo EST Fundamentos metodológicos do Ensino Religioso Elenice Revers Sem resumo FURB Universidade do Planalto Catarinense Corporeidade, cultura consumista e tradições religiosas Luiz Alberto Sousa Alves 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB Universidade do Planalto Catarinense Ensino Religioso como educação par ao Sagrado Simone Fusinato Rezende Dolores Henn Fontanive 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB Universidade do Planalto Catarinense Ensino Religioso e estudos culturais: um enfoque educacional Carlos Odilon da Costa Luiz João Firmino 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB Universidade do Planalto Catarinense O Ensino Religioso no cotidiano escolar e as relações de gênero Claudete Beise Ulrich A disciplina de Ensino Religioso nas exigências curriculares atuais é a disciplina de maior complexidade a ser trabalhada na escola, pois exige que o educador tenha um perfil pedagógico de interdisciplinaridade, um potencial de análise e síntese amplo e uma capacidade de reflexão aguçada. Foi-se o tempo em que a exigência qualitativa para trabalhar a disciplina nas escolas passava pela necessidade de pertencer-se a uma tradição religiosa, de estar engajado num movimento religioso ou simplesmente ser amigo de alguém influente. Este texto busca discutir a dimensão do Sagrado inerente à natureza humana, enquanto questão pertinente à formação escolar, alicerçada na disciplina de ER. A primeira parte trata da busca do sagrado pelo homem, procurando identificar essa dimensão de busca, em diferentes áreas do conhecimento. Ressalta-se também a relevância de discutir e refletir criticamente essa questão na escola. Num segundo momento, destaca-se a importância da disciplina de ER enquanto componente curricular voltado para uma educação que respeite e valorize a pluralidade cultural, bem como, oportunize a compreensão critica e dialética da dimensão do sagrado na formação humana. O presente texto tem como objetivo principal trazer para o mundo das discussões acadêmicas as relações existentes entre os estudos culturais e a disciplina do Ensino Religioso. Como podemos trabalhar nas aulas de Ensino Religioso, com o apoio metodológico dos estudos culturais, determinados assuntos? Quais as possíveis contribuições que os estudos culturais podem oferecer ao professor ou pesquisador do fenômeno religioso. A partir da explicação da origem e do que são os estudos culturais, os autores se propõem a responder essas indagações e apresentar um caminho novo que é possível percorrer dentro da disciplina de Ensino Religioso. O tema o Ensino Religioso no cotidiano escolar e as relações de gênero é um tema novo. A própria disciplina de ER está de rosto novo. Ela atualmente é reconhecida como uma área de conhecimento humano para a formação do/a cidadão/ã. Busca-se reincorporar 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2002/2003 292 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB Universidade do Planalto Catarinense Culturas e religiões indígenas: implicações para o Ensino Religioso Cledes Markus Annelize Pikart 2002/2003 I e II Seminário Catarinense de Ensino Religioso FURB Universidade do Planalto Catarinense Respeitando as diferenças uma nova perspectiva para o Ensino Religioso Francisca Helena Cunha Daneliczen 2004 03 a 05 de Junho II Congresso Nacional de Ensino Religioso nas escolas Universidade Iguaçu A concepção fenomenológica da Educação inclusiva: perspectiva para o Ensino Religioso nas escolas Thomé Eliziário Tavares Filho 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília O sagrado como objeto do Ensino Religioso Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa a espiritualidade, a transcendência como elementos importantes na formação integral da pessoa brasileira. O cotidiano escolar é um lugar onde se manifesta a pluralidade, sendo um espaço privilegiado para a aprendizagem da convivência respeitosa entre as diferenças. Além da convivência entre as diferentes tradições religiosa, outro fato presente são as manifestações nas relações de gênero, classe, etnia que retratam muitas vezes, inclusive, manifestações do próprio fenômeno religioso. Buscaremos refletir, primeiramente, a importância do ER no cotidiano escolar, o relacionamento, então com a perspectiva teórica das relações de gênero, apontando para alguma perspectiva de atuação na sala de aula. A sociedade brasileira é caracterizada pelo pluralismo religioso e diversidade cultural, que se refletem nas escolas. Os PCNER e a nova LDB reconhecem e consideram esta realidade escolar e seu dinamismo, prevendo a disciplina de ER como parte integrante da formação básica do cidadão, garantindo-lhe o direito constitucional de liberdade de consciência e de crença, “o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo (lei 9475/97). A prática deste ER, no entanto, requer diálogo intercultural e inter-religioso, atitude ecumênica, respeito mútuo +a identidade e à alteridade de cada ser humano. Mas em muitos casos ainda prevalece o ensino confessional, com pressupostos cristãos, desconsiderando as outras expressões religiosas. Isto tem origem na história da colonização quando Igreja e Estado trouxeram o cristianismo católico dentro do projeto colonial português, numa prática de submissão e dominações. Pensando em uma prática educativa que contemple o pleno desenvolvimento de nossas crianças e conscientes de que para tanto é necessário estar contemplando a dimensão da religiosidade das mesmas no cumprimento do projeto educativo, compreendemos como urgente a necessidade de estar repensando as práticas pedagógicas com respeito ao Ensino Religioso escolar. O presente trabalho tem como objetivo relacionar os pressupostos da Fenomenologia Existencial com os Princípios Filosóficos que regem a Educação Inclusiva no Brasil, e que serve como ideário da Educação Especial no momento em que se discute em todo o território nacional as políticas públicas da inclusão escolar dos portadores de necessidades educacionais especiais, cujo movimento rompe com as tendências sociais do preconceito e da discriminação, assegurando os princípios de uma educação para todos, e um olhar humanista, tendo nos excepcionais como sujeitos os direitos de ser diferente. Outrossim, procuramos relacionar as similaridades dessa concepção fenomenológica com os pensamentos que regem os preceitos bíblicos cristãos que apregoam o resgate do homem a partir da internalização dos valores éticos ensinados por Jesus Cristo, como veremos a seguir. Diversos são os desafios à sociedade do século XXI. O desafio da escola persiste em como relacionar tal conhecimento com o conhecimento empírico do aluno, mediando saberes também historicamente construído e os desafios sociais/culturais exigidos na contemporaneidade. O entendimento sobre essa importante e fundamental área do conhecimento humano. Ensino Religioso recai numa concepção que tem por base seu multiculturalismo, enfocando o sagrado e suas diferentes manifestações religiosas, proporcionando a reflexão sobre a realidade, numa perspectiva de compreensão sobre si e para o outro, na diversidade universal do conhecimento religioso, tendo em vista assegurar o direito á igualdade de condições de vida e cidadania, nas diferentes expressões religiosas advindas da elaboração cultural, considerando o igual direito às histórias e culturas que compões a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional. Essa reflexão visa proporcionar ao educando do Ensino Religioso sua formação integral o aluno com o sujeito do processo contínuo de educação, seu direito de acesso, a universalidade da educação, a concepção de formação em seus diferentes aspectos: estéticos, éticos, cognitivo, afetivo, cultural, biológico, social e religioso, ou seja, a completude e a significância. Nesta perspectiva, o conhecimento religioso enquanto patrimônio da humanidade necessita promover aos educandos oportunidade de se tornarem capazes de entender os movimentos específicos das diversas culturas, cujo substantivo religioso colabora no aprofundamento para o autêntico cidadão multiculturalista. Requer ainda o entendimento e a reflexão no espaço escolar diante do reconhecimento da justiça e dos direitos de igualdades civil, social, cultural e econômico, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os diferentes 293 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília Perspectivas transculturais para Ensino Religioso 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília Religião se aprende na escola? o Inês Alves Lourenço Lara Sayão Lobato Andrade Ferraz componentes culturais de elaboração histórico-cultural da nação brasileira e o reconhecimento de adoção de políticas educacionais e sociais, de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial-religiosa, garantindo o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão da mesma (Art. 5º, inciso VI, da Constituição Brasileira). O objeto do Ensino Religioso é o estudo das diferentes manifestações do sagrado no coletivo. Portanto o objetivo é analisar e compreender o sagrado como o cerne da experiência religiosa do cotidiano que nos contextualiza no universo cultural. Assim sendo, no espaço escolar justifica-se este estudo por fazer parte do processo civilizador da humanidade. O resgate do sagrado é precisamente a busca do âmago da experiência religiosa. Esse texto visa colocar em discussão a reflexão do sagrado, no universo da educação e como objeto do Ensino Religioso, visando uma nova forma de pensar essa área do conhecimento. O objetivo deste trabalho é partilhar uma experiência vivenciada, tentando apresentar um referencial teórico para uma educação integralizante com características transculturais, tendo em vista a harmonização do ser humano. Nesta perspectiva se resgata o sentido missionário da escola franciscana em permanente testemunho profético de paz, resgatando, fundamentalmente o ser irmão como principal identidade de um franciscano. Neste sentido o ser irmão e irmão expressa uma consciência cósmica da interconectividade de todos os seres entre si, no sentido da solidariedade planetária que aponta para relações revolucionárias de convivência. Neste contexto o Ensino Religioso se torna um campo de humanização, que articula todas as disciplinas em torno de um eixo formador, num diálogo trascultural que potencializa a multirreferencialidade entre os diversos grupos socioculturais do contexto escolar, agindo como elemento integrante e integrador da unidade na diversidade, pensando o ser humano em sua totalidade, como imanente e transcendente, vislumbrando-o em suas potencialidades afetivas, cognitivas, morais, interpessoais e espirituais, apontando para uma educação comprometida com o desenvolvimento superior de consciência, em vista da espiritualidade, inerente ao ser humano. Portanto, ao resgatar a mística franciscana da fraternidade universal, aponta-se para pressupostos didáticos metodológicos viabilizadores de uma práxis humanizadoras que estabelece um currículo trascultural que respeita as alternativas culturais religiosas e não religiosas na comunidade escolar. Neste texto procuramos desenvolver uma reflexão acerca das concepções de Ensino Religioso presentes no imaginário da escola, apontando para um dever ser desta disciplina, tendo como fundamentação teórica a filosofia do encontro de Ensino Religioso na educação pública. A educação como prática formativa considera um dever ser do homem, e um dever ser remete-nos necessariamente a um fim último. O fim último do homem, segundo a ética clássica de Aristóteles (Ética a Nicômaco. Brasília: UnB, 2001), é o bem supremo, a felicidade. Neste sentido, é preciso que a educação leve em conta as dimensões que cooperam para a realização e compreensão do ser humano, dentre estas a dimensão religiosa. Entendendo a religião enquanto relação, esta realidade é compreendida como um convite a pensar a existência humana em sua plenitude. Apontar para uma perspectiva transcendente é entender-se convocado para a relação que comprometa a vida, transforme o homem e por ele, a sociedade. Precisamos garantir um ensino que considere a dimensão religiosa do homem entendido como aspecto natural e essencial da vida humana. Sugerimos que a questão que deva ser tratada com mais urgência seja a questão ontológica: o que é o Ensino Religioso? E a questão normativa: o que deve ser o Ensino Religioso? Consideramos então o Ensino Religioso no imaginário da escola, que idéias foram se formando sobre ele e que acabaram por mascarar sua essência e real importância no currículo? Analisamos num primeiro momento o que o Ensino Religioso não é para depois propor um dever ser fundamentado na filosofia da religião de Martin Buber (1878-1965), filósofo judeu, reformulador do hassidismo. Sua filosofia propõe o homem inserido necessariamente numa condição dialógica que permeia toda a sua existência e permite um olhar novo sobre as questões com os quais o homem tem que se deparar: o lugar do homem é o entre, a relação. Sendo o homem um ser essencialmente religioso e sendo o mundo contemporâneo, o mundo do absurdo, contraditoriamente fundamentalista e indiferente, com valores manipuláveis pela mídia e com um apela religioso confuso, o Ensino Religioso deve ser uma possibilidade de encontro autêntico com Deus, já que inserido no contexto educativo, deve ser uma prática 294 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília A construção do conhecimento no Ensino Religioso Iglê Moura Paz Ribeiro 2005 25 a 28 de agosto I Fórum Multicultural: o Ensino Religioso no Centro-Oeste do Brasil. Congresso Internacional Diversidade Cultural, Religiosidade e Educação Universidade de Brasília O Ensino Religioso no primeiro ciclo uma proposição pautada no referencial curricular do Ensino Religioso para a proposta pedagógica da escola: é possível realizar! Bárbara Raquel do Prado Gimenez Corrêa refletida diante dos fins da educação, livre de interesses imediatos dos diversos grupos, uma promoção da oportunidade de adesão autônoma à convocação para uma vida de diálogo com Deus, com o mundo e com o outro. O Ensino Religioso deve oportunizar a possibilidade deste encontro, promovendo a reflexão sobre o que seja essencial nesta relação: a abertura ao diálogo, a consciência da alteridade e a responsabilidade do viver. Conhecendose a si mesmo e entendendo-se ser convocado a estar em relação, o aluno do Ensino Religioso deve ter a oportunidade de perceber-se no entre, onde lhe é exigida uma resposta responsável. A educação não pode negar-se considerar este aspecto da existência humana, por isso, religião também se aprende na escola. O projeto educacional exige ressignificar o processo ensino aprendizagem, preservando o desejo de conhecer e saber com a qualidade do vínculo com o conhecimento. Esta relação do conhecimento para com as aprendizagens requer de nós educadores estratégias e ações transdiciplinares que sejam fontes de riqueza e interação nas práticas de sala de aula. Necessárias, também no Ensino Religioso, como perspectiva de inovação e compreensão da culturalidade e da construção de novos conhecimentos, no campo da cultura, da religiosidade e da espiritualidade. As oficinas são espaços de interação que tem por objetivo atualizar a construção dos conhecimentos práticos e experiências. Em sua autonomia, subsidia as aprendizagens significativas, possibilitando a multiplicidade de conhecimento. O Plano Operatório é uma proposta de ação e planejamento de atividades de ensino e de aprendizagem transdiciplinar, necessários na operacionalização do processo educativo, ajustadas às capacidades cognitivas dos estudantes. Ele favorece a construção de conhecimentos interdisciplinares desenvolvendo as habilidades e competências necessárias para a aprendizagem e construção do sujeito como agente transformador de seu próprio conhecimento. Composta de diferentes áreas do conhecimento, o currículo educacional brasileiro avança no sentido da superação da fragmentação não só do ensino, mas d indivíduo em si. O Ensino Religioso, componente curricular da educação brasileira, visa pedagogicamente constituído, corroborar para essa formação. Toda sociedade organiza-se em volta e produz sua cultura diante dos seus desafios de sobrevivência e conservação, numa perspectiva antropológica e ontológica humana, é na compreensão dessa relação entre indivíduos-cultura- indivíduos, que reside à realidade de entendimento e construção real da postura ética, do conhecimento e saberes, ou seja, do patrimônio de cada sociedade. Na perspectiva de possíveis soluções às questões espirituais do ser humano, torna-se relevante à análise dos diferentes fenômenos religioso, num entendimento científico aplicado ao Ensino Religioso, para que forneça ao indivíduo subsídios em sua busca de sentido neste aspecto, ressaltando-se a dificuldade de definições, por haver diferentes concepções científicas, éticas, morais, culturais e até mesmo de senso comum sobre a temática, por outro lado entendo a necessidade de compreender este indivíduo em sua totalidade global educacional. O homem sempre esteve voltado a tentar responder questões intrínsecas à sua existência e em relação a sua ação em sociedade. Questões como a morte, a vida, o presente e o porvir sempre foram âmbitos de constantes preocupações e especulações. Não se nega que a construção da identidade humana está cada vez mais enfraquecida e distante do que realmente seria viável para sua sustentabilidade no mundo. A identidade do espaço escolar por conseqüência também passa por sérias crises e distúrbios, pois perdeu sua essência diante da avassaladora situação dicotômica entre o saber e o fazer. Diante desse quadro o Ensino Religioso, outrora firmado como sendo finito e engessado nos moldes da doutrinação, tem lutado para mudar seu perfil e firmarse numa nova identidade que beneficiará que as gerações dêem um passo a mais diante da alteridade multiforme, saibam conviver no espaço multicultural e sem fronteiras. As reflexões nas quais os conteúdos que envolvem os pressupostos do Ensino Religioso oportunizam, permitem esclarecer posições e criar a autenticidade da integridade humana, é questão de preservação da vida, de sustentabilidade, de generosidade e muito mais, de ação consciente e constituinte das novas gerações que virão. Esse trabalho buscou refletir o Ensino Religioso com estudantes da rede pública municipal de Curitiba, e assim propiciar ao educando a compreensão de sua identidade religiosa numa construção em reciprocidade com o outro e na percepção da idéia do Transcendente, expressas de maneiras diversas pelos 295 2005 III CONERE FONAPER O adolescente e relação com Transcendente a o 2005 III CONERE FONAPER Desenvolvimento da dimensão religiosa do ser humano e currículo: novos olhares e perspectivas Carlos Odilon Da Costa Eronildes Schultz Souza Francisca Helena Cunha Daneliczen 2005 III CONERE FONAPER A evolução dos paradigmas e o Ensino Religioso Darcy Cordeiro 2005 III CONERE FONAPER A legislação do Ensino Religioso na escola pública do Rio Grande do Sul Neide Márcia Scheffer de Oliveira 2005 III CONERE FONAPER Para além da fé: proposta do CECR Neide Miele a Gisele Mazzarollo símbolos religiosos. A pesquisa trata do tema: Adolescente e sua Relação com o Transcendente. Esta pesquisa tem como objetivo identificar e mapear as manifestações da relação dos adolescentes com o transcendente, apresentadas na disciplina de Ensino Religioso e no cotidiano de suas vidas. A pesquisa em torno deste tema trouxe algumas contribuições acerca da religiosidade do adolescente. No senso comum, a sociedade rotula a fase da adolescência, como época de afastamento das religiões e não envolvimento dos adolescentes, em questões do sentido de suas vidas. O artigo, porém, trará dados que contrapõem o senso comum e que reforçam a idéia de um adolescente mais religioso do que alguns anos atrás. O ser humano é por excelência um ser em relação. Relaciona-se com os outros, com a natureza e o Transcendente. Na aspiração de sobreviver e dar significação para sua existência vai desenvolvendo as mais diversas formas de conhecimentos e de relacionamentos de acordo com o relatório Delors (1998), publicado pela UNESCO, e, que apresenta as quatro colunas de sustentação do conhecimento, o conviver também é uma forma de conhecer. Na tentativa de superação de sua provisoriedade, limitação, ou seja, sua finitude procura responder perguntas existenciais: Quem sou? O que busco? De onde vim? Para onde vou? Freire (2000) menciona que somos seres em permanente devir, ou seja, incompletos e inconclusos, que buscam ser mais. Ainda que o tente, não consegue superar a dicotomia Platônica-Agostiniana. Para Platão (427-347 a.C.) existem dois mundos: um superior, transcendente, perfeito, espiritual do qual tudo provém e retorna; outro inferior, contingente, imperfeito, material, dependente do primeiro. Para Sto. Agostinho (354-430), que adotou a dicotomia platônica na sua visão do cristianismo, o ser humano, composto de espírito e matéria, só pode atingir a perfeição mediante o desprezo do mundo material e a busca do mundo espiritual. O Ensino Religioso parece ser um tema pouco explorado pela História da Educação Brasileira. A presente pesquisa o reconhece em vista da questão do Ensino Religioso ser uma das polêmicas na educação, ou seja, um terreno cauteloso num território delicado cheio de conflitos por causa de sua própria história. Busco com muito cuidado alcançar uma posição de equilíbrio, sem querer em momento algum travar uma guerra, mas fundamentar a legislação discutindo com respeito às diferentes concepções religiosas. Um procedimento válido e apropriado de fazer compreender o Ensino Religioso na sua concepção atual e recorrer a sua trajetória evolutiva desde os séculos passados. Este trabalho tentou mapear a história do Ensino Religiosos no Estado do Rio Grande do Sul, apresentou as transformações pelas quais passou o que nos ajudam a situá-lo no âmbito do sistema escolar e a compreender-lhe suas características atuais. É justamente este o propósito pelo qual desenvolvi esta pesquisa de índole histórica, contribuindo para desvendar as conotações desse componente curricular nas escolas oficiais do Estado do Rio Grande do Sul. O Ensino Religioso na história da educação brasileira sempre se constituiu numa questão de fé e de doutrinação religiosa, amplamente exercida por apenas uma vertente. Até a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal o ensino ficou praticamente restrito aos seminários e colégios católicos. Esta situação perdurou durante todo o período colonial, uma vez que a escola pública ainda não existia. Introduzida durante o Império, a incipiente rede pública foi ampliada a partir de 1930, porém o Ensino Religioso continuou sendo doutrinário e uma prerrogativa da Igreja Católica. Com a implantação do regime republicano deu-se a separação entre Estado e Igreja. A primeira Constituição da República (1891) estabeleceu que “seria laico o ensino ministrado nos estabelecimentos oficiais de ensino”. Apesar deste dispositivo, a Igreja Católica continuou exercendo o Ensino Religioso na escola pública. Com a crescente complexidade da realidade sociocultural do Brasil, a Constituição de 1934, em seu artigo nº 153, menciona pela primeira vez o Ensino Religioso: “O Ensino Religioso será de matrícula facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno (...) e continuará matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais”. Desde então a matrícula facultativa e o princípio da confissão religiosa do aluno se consolidaram numa espécie de ranço histórico, que foi mantido na Constituição Cidadã de 1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Esta última, ao ser sancionada, oferecia um Ensino Religioso confessional e sem ônus para o Estado. Os legisladores deram esta redação por entenderem que, 296 2005 III CONERE FONAPER Rádio informativo e Ensino Religioso – uma tentativa de diálogo da técnica jornalística com a prática pedagógica Kalil Oliveira 2005 III CONERE FONAPER Arte, Educação Religião Emerli Schlögl 2005 III CONERE FONAPER O componente curricular de Ensino Religioso na Secretaria Municipal de Pomerode: leituras e percepções e de Álvaro Basso Ellen M. Dallmann Isabel Cristina de Moura Dorn Loreni Maria Machado Roseana Viebrantz Simone Riske Koch sendo o Ensino Religioso uma prerrogativa das igrejas, estas deveriam arcar com os custos de tal atividade. Assim sendo, a concepção do Ensino Religioso nas escolas públicas continuou sendo a mesma de sempre: uma questão de fé e de doutrinação religiosa. Nos manuais de jornalismo, como o Manual de Redação do jornal Folha de São Paulo, é possível encontrar a recomendação de que o “jornalista deve ser meticuloso e refletido, a fim de oferecer ao leitor a mais correta expressão dos fatos” Esse tipo de consideração, presente também em outras importantes obras sobre comunicação, coloca o rádio informativo como instrumento de utilidade pública e de formação da cidadania. O estudo analisa a possibilidade de um Ensino Religioso de abordagem que, assim como o jornalismo, atenda uma relação entre o acontecimento e o relato. Do ponto de vista teórico, esta abordagem do conhecimento religioso implica uma postura mais ética dos professores para vencer o conflito que surge entre a convicção pessoal e a necessidade real dos estudantes. Segundo Juarez Bahia, uma atitude dessas no jornalismo exige independência, veracidade, objetividade, honestidade, imparcialidade, exatidão e credibilidade. Em resumo, se o professor de Ensino Religioso assumir o hábito de reflexão constante de sua prática pedagógica, vai defrontar-se com responsabilidades básicas como o radio jornalista que reúne, escreve e divulga notícias. Por assim dizer, assim como os manuais cobram do radio jornalista que este trabalhe a favor do ouvinte, o professor deve atuar a favor do aluno. No âmbito da educação, a diferenciação feita na Proposta Curricular de Santa Catarina (1998) entre o professor reprodutor e o professor transformador é um caso de atitude de ambos. O primeiro tende a repetir o modelo de exclusão, enquanto o segundo questiona os problemas da sociedade atual. Passividade versus reflexão. A arte como criação humana, especificamente humana, releva os conflitos, desejos e os movimentos conscientes e inconscientes do ser humano. A arte, considerada como sacra isto é sagrada, afirma e aponta para uma dimensão de transcendência, objetivando na maioria das vezes estreitar o contato entre o humano e o divino. O campo de sagrado muitas vezes imprime uma divisão entre mundos, a saber, o profano e o sagrado. Não em todas as culturas, mas em algumas esta divisão se estabeleceu de modo bastante marcado. Pode-se encontrar na arte religiosa a delimitação entre o mundo do contato com o divino e mundo meramente humano e material. Conhecer o universo religioso, delimitando as próprias crenças em relação às crenças diferentes, admitindo que todas elas têm valor intrínseco, e procurar um diálogo saudável entre as diversas tradições, pode fazer o ser humano situar-se no mundo de forma muito mais segura e fraterna. Saber que as respostas e os cultos da fé que integram a nossa identidade têm eco entre outras identidades religiosas pode aumentar a nossa própria fé e ao mesmo tempo nos fazer mais compreensivos e empáticos com a riqueza e a beleza das religiões do planeta. Presentes em todas as culturas, entre todos os povos, de todos os tempos, e assumindo diversas formas de devoção, doutrinas e princípios éticos, buscando o sentido da vida e a transcendência em relação à morte, as religiões têm suas especificidades, mas têm também um patamar comum de moralidade e busca humana, onde é possível e urgente estabelecer um diálogo respeitoso e solidário. O reconhecimento de uma raiz comum, profundamente humana e, por isso mesmo, divina, é vital para que o diálogo se projete além de uma conversa cordialmente superficial, para se tornar uma vivência enriquecedora. Sendo a religião um fenômeno humano abrangente, que está entranhado em todas as áreas da cultura, suas diversas facetas permitem perfeitamente a interdisciplinaridade no seu tratamento. E uma das formas deste tratamento passa pelo universo escolar, através do Ensino Religioso. Assim, ao mesmo tempo em que o Ensino Religioso serve para ampliar o universo cultural do aluno, este ensino se torna muito mais consistente, enraizando-se nas múltiplas áreas do conhecimento. Cumpre-se assim a proposta do Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. O ser humano é por excelência um ser em relação, se relaciona com os outros, a natureza e o Transcendente. Na aspiração de sobreviver e dar significação para sua existência organiza e desenvolve as mais diversas formas de conhecimento e relacionamento. Na tentativa de superação de sua provisoriedade, limitação, e de sua finitude, procura responder questionamentos existenciais tais como: Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Para que existo? A disposição de busca da dimensão subjetiva do que transcende o ser humano é denominado historicamente de religiosidade. A fonte do discurso religioso situa-se no próprio ser humano, como um sistema de significação construído em torno da 297 2005 III CONERE FONAPER O Ensino Religioso e a escola reflexiva: uma proposta para o diálogo entre as religiões Márcio Hoff 2005 III CONERE FONAPER O discurso sobre a diferença nos textos didáticos de Ensino Religioso Mariane do Rocio Peters Kravice percepção e da expressão do seu sentido de vida. Segundo MESLIN), “o religioso pertence, portanto, ao mais intimo do humano. Não lhe é nem estrangeiro nem alienante, mas o constitui, como a libido, um dos fundamentos essenciais da natureza humana”. A religiosidade é pois uma forma histórica que assume a capacidade de abertura ao Transcendente, inscrita na experiência de vida de cada cultura. “Cada cultura tem , em sua estruturação e manutenção, o substrato religioso que a caracteriza. Este o unifica a vida coletiva diante de seus desafios e conflitos”. O conhecimento religioso é um dos conhecimentos humanos. Entendendo a escola como o espaço em construção e reconstrução dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados pela humanidade, o conhecimento religioso é patrimônio da mesma, devendo, portanto, estar disponível a todos os que a ele queiram ter acesso A Secretária Municipal de Educação do município de Charqueadas, buscando refletir com os educadores da rede acerca da proposta de pensar a construção de uma Escola Reflexiva, organizou e propôs através do seu coletivo, a realização de Encontros Temáticos nos meses de julho e agosto de 2005, em todas as áreas de conhecimento. A supervisão pedagógica do Ensino Religioso propôs dois encontros devido ao grande número de inscritos. Os encontros foram oferecidos primeiramente aos professores da área específica e as vagas que restaram foram ocupadas por profissionais de outras áreas de conhecimento, proporcionando aos últimos, o contato com o universo do Ensino Religioso Escolar. Com isso, o Ensino Religioso objetivou desenvolver um espaço fundamental na participação e formação de todos os que se fizeram presentes, para que, através da sensibilidade e religiosidade imanentes a cada educador, enquanto “ser” humano, sejam capazes de se abrir a uma proposta reflexiva de diálogo, e ao pluralismo, incluindo o religioso, exercitando o convívio respeitoso com o diferente. A racionalidade dialógica proposta pela Escola Reflexiva como uma das diretrizes de orientação às instituições escolares, surge como paradigma no constructo desse processo. Pensar a dialogicidade, a alteridade e a tolerância entre a comunidade escolar, “torna a escola participativa e democrática, descentralizando o poder de decisões e envolvendo todos num trabalho coletivo e socialmente responsável”. Nos Encontros Temáticos, se lançou a proposta de construir o Ensino Religioso considerando as proposições demarcadas em sua nova lei e, procurando uma interface com a Escola Reflexiva. Assim também, o constructo do diálogo interreligioso deve ser pensado no espaço de sala de aula e em outros espaços pedagógicos, onde a diversidade de etnias, culturas, tradições, expressões religiosas e modelos de pensamento estão presentes e se entrecruzam se misturam e ao mesmo tempo se chocam através de um tensionamento dialógico. Dentro deste contexto “o estudo das religiões pode ser importante para o desenvolvimento pessoal do indivíduo. As religiões do mundo podem responder a perguntas que o Homem vem fazendo desde tempos imemoráveis Um dos grandes desafios da educação brasileira na atualidade é o estudo e a pesquisa sobre a pluralidade cultural e a diversidade religiosa existentes no contexto histórico-cultural dos educandos, visando assim identificar possibilidades para estabelecer formas de diálogo e reverência entre os 'diferentes' no cotidiano escolar. O conhecimento e a compreensão das diferentes formas de expressão do transcendente de cada indivíduo no processo histórico da humanidade contribuem para a aceitação das diferenças e, conseqüentemente, a valorização do outro na construção de uma sociedade democrática, e de um mundo melhor. O ambiente escolar, como um dos espaços privilegiados para o estudo e pesquisa nos múltiplos processos interativos dos indivíduos, tem no componente escolar de Ensino Religioso um dos tempos/lugares privilegiados para as práticas educativas que objetivam atitudes de diálogo e reverência entre os educandos. Pelo estudo e decodificação do fenômeno religioso na diversidade cultural religiosa que, normalmente está presente na sala de aula, se pode compreender as dificuldades do educador de Ensino Religioso e como este pode precaver-se contra qualquer forma de exclusão e/ou de proselitismo, conforme sugere a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) Nº 9475/97, sendo, pois vedadas quaisquer formas de proselitismo. Dentro desse pressuposto de os educadores de Ensino Religioso não poderem fazer proselitismo e nem favorecerem determinadas concepções de transcendência parece ser motivo suficiente e significativo para abordar-se esta temática. O recorte que apresento neste trabalho é uma breve abordagem de uma temática mais ampla que desenvolvo na minha dissertação de mestrado e objetiva compreender como é abordada a diferença do 298 2005 III CONERE FONAPER Ensino Religioso e relações de gênero, tecendo novos e coloridos fios contribuições para um currículo não sexista. Claudete Beise Ulrich 2005 III CONERE FONAPER A herança do respeito e do diálogo Claudino Giz Sérgio Rogério Azevedo Junqueira 2005 III CONERE FONAPER A diversidade presente no Religioso Cláudia Regina Tavares Cardoso Danise Cristiane Rios Araújo Silvana Fortaleza dos Santos cultural Ensino texto Em que Todo Mundo Acredita da coleção Todos os Jeitos de Crer – Ensino Inter-Religioso de Icontri e Bigheto, identificando, outrossim, possíveis referenciais para a elaboração de textos didáticos que tenham a inclusividade como um dos desafios para a prática pedagógica dos educadores do Ensino Fundamental. Há algum tempo, sente-se a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre o que significa ser menino e ser menina e as relações de gênero no cotidiano escolar. Como as disciplinas, organizadas na escola, têm colaborado na busca e na formação de um ser humano mais pleno? Nesta reflexão, questiona-se uma disciplina específica: o Ensino Religioso. Qual é a visão de ser humano que o Ensino Religioso tem buscado refletir e construir? Qual é o ponto de partida para de reflexão do novo Ensino Religioso escolar? “Todo ponto de vista é à vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.”. O desejo do olhar e da leitura que transita e acompanha a presente reflexão parte da tradição cristã. É um olhar aberto e interdisciplinar. Tecer novos e coloridos fios, como Ensino Religioso e relações de gênero, é colocar-se a caminho da construção e reconstrução da pessoa humana, buscando a sua plenitude. Tecer um novo Ensino Religioso com a reflexão de gênero objetiva a formação de cidadãs e cidadãos plenos, éticos, solidários, onde o respeito à diversidade cultural e religiosa e a construção de uma sociedade democrática seja uma busca permanente. Com o reconhecimento, em lei, do Ensino Religioso no final da década de 90, como área de conhecimento e como parte integrante da formação básica do cidadão nascia um grande desafio: o de construir um material didático-metodológico capaz de atender – isento de qualquer forma de proselitismo - a prerrogativa de salvaguardar a diversidade cultural e religiosa do Brasil (FÓRUM NACIONAL, 1998, verso da capa). Uma das iniciativas bem sucedidas se deu na Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, tendo alguns de seus professores sistematizado um material didático todo próprio: a Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso", publicada nos anos de 2001 e 2002 pela Editora Vozes. O presente trabalho tem como objetivo explicitar o processo de implementação da Coleção "Redescobrindo o Universo Religioso" na AFESBJ. Toma como principal objeto de estudo os precedentes inoperacionais, históricos e pedagógicos da AFESBJ, as razões da estruturação didática que a Coleção assumiu e, por fim, o parecer dos professores de Ensino Religioso (Educação Infantil e Ensino Fundamental) sobre os desafios e conquistas obtidos com a sua implantação. Educar para a concretização do sonho de uma convivência respeitosa e pacífica entre as culturas e tradições religiosas é atualmente uma incumbência essencialmente da escola. No entanto, como atendê-la? As páginas que seguem não só apresentam a proposta de abordagem didática da Coleção “Redescobrindo o Universo Religioso” como reafirmam a importância de sua implantação nas escolas, sejam elas públicas ou privadas. A vida do ser humano é constantemente bombardeada por questionamentos, dúvidas e anseios que permeiam a realidade. Com a mente povoada por uma diversidade de opiniões antagônicas, que apresentam como verdades absolutas, o homem se sente inseguro. Com uma análise não apurada das idéias propostas, mergulha, embebe seu espírito nelas, que mesmo assim continuará árido e sedento. Ele ainda possui em sua essência um ardente desejo de sanar suas dúvidas quanto aos mistérios da vida. Porém sabemos que a própria palavra mistério carrega em si, algo que ainda está escondido, que possivelmente pode ser descoberto, mas que ainda não sabemos o que é, com segurança. O ser humano parece satisfazer este desejo com a conquista econômica, social, afetiva, isto é, com um imediatismo proposto pelo mundo que se apresenta muito frágil, causando aos que a ele aderem uma insatisfação que acentua o vazio existencial. O ser humano pode satisfazer sua sede de realidade material, social e afetiva, mas só descansará, quando realizar o seu desejo de eternidade. Por si mesmo, almeja um desejo de plenitude, mesmo que não o reconheça. Existe no coração dos homens tal exigência de verdade, de justiça, de esperança e de redenção, dando a certeza de que a mensagem transmitida pelos grandes líderes da humanidade é viva e aceitável também em nossos dias. Ela encontrará corações prontos para responder, lealmente, se os profetas de tal anúncio forem também eles, verdadeiros testemunhos. O homem por excelência é um ser religioso, alguém que vive nos limites entre profético (que se realiza na denúncia e no anúncio daquilo que impede e impulsiona a vida plena) e o mistério (que atrai numa perspectiva de plenitude). Entendemos neste sentido, que ”o Transcendente é 299 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso FONAPER Ensino Religioso: um olhar retrospectivo a partir da legislação atual Lurdes Caron 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A interdisciplinaridade no Ensino Religioso uma análise circunspectiva Henri Luiz Fuchs 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Os conteúdos no ER nas categorias factuais, conceituais, atitudinais e procedimentais Manfredo Carlos Wachs 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Adolescentes infratores: uma esperança de reintegração na sociedade. Gundula Schievelbei n 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Apresentação do projeto relativo à prática pedagogia em Ensino Religioso Ivoni Anselmo Susana Maria Zimmer 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Espiritualidade e adolescência a partir da disciplina de Ensino Religioso Gisele Mazzarollo 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Interdisciplinaridade Ensino Religioso Graziela Rinaldi da Rosa no essencial para a explicação de sua vida e da sua finalidade”. Vivemos em um tempo de inúmeras mudanças no mudanças no mundo da tecnologia, da política, da economia e da cultura sócio-religiosa. Neste contexto de mudanças, a sociedade brasileira em seu processo de articulação nacional e internacional deixa marcos significativo em seu diferente mecanismo de organização e formação, de modo especial, na Educação. A concepção de ensino-aprendizagem proposta pela LDBEN 93949/96, resulta a formação de um cidadão ativo e tecnicamente competente. Esse fato exige uma reestruturação do Ensino Religioso. Vivemos num tempo de ambigüidades e complexidade nas ciências. Até há pouco, o conhecimento era pautado pelas ciências naturais, oriundas do século XVI. Somente no século XVII, de forma preliminar e no século XIX que este modelo re racionalidade se estende às ciências sociais emergente. Este modelo re racionalidade se estende às ciências sociais emergentes. Este modelo de racionalidade está presente em todas as esferas e níveis da ciência moderna. A racionalidade criou uma estrutura totalitária, controladora de fronteiras entre o que é considerado científico e o que é senso comum e as humanidades. Todo conhecimento que não segue os princípios epistemológicos e as regras metodológicas são negadas pela racionalidade científica. Atualmente vivemos uma complexidade que não consegue ser respondida pelas regras e princípios racionalidade. Nos últimos anos tenho atuado em diversos cursos de pós-graduação de especialização em Ensino Religioso e também em atividades letivas de extensão promovidas por Instituições de Ensino Superior. Nos diálogos desenvolvidos durante a atividade letiva, é possível constatar que se tem assimilado com naturalidade a mudança dos paradigmas e dos referenciais do Ensino Religioso. A dimensão epistemológica determinada pela legislação já não soa mais tão estranha. Nos últimos anos, já não percebemos as mesmas resistências frente ao referencial do Ensino Religioso inter-religioso. E as pessoas já conservam com naturalidade sobre a diversidade religiosa e não se consegue mais ignorar a realidade do pluralismo religioso presente na escola. Nosso trabalho realiza-se na FASE: Fundação de Atendimento ócio-Educativo. Esta Fundação compõese, atualmente de outros centros que são os CASES: Centro de Atendimento Sócio-Educativo. EM Novo Hamburgo, no bairro Canudos, divisa com o município de Campo Bom, está localizada uma dessas unidades, desde agosto de 2004. O projeto KIT ENSINO RELIGIOSO é uma das formas de ativação cultural que a Biblioteca Pública Municipal Machado de Assis e o Colégio Estadual 25 de julho de Novo Hamburgo estão desenvolvendo, num trabalho de parceria na confecção de material lúdico e didático, referente a aulas práticas de Ensino Religioso para as séries iniciais do Ensino Fundamental. Estes KITS são emprestados para professores da rede pública municipal, estadual e particular de ensino, mediante cadastro na Biblioteca Pública. A espiritualidade e Adolescência a partir da disciplina de ER é uma pesquisa que vem responder perguntas norteadoras acerca do desenvolvimento integral dos adolescentes. Esta pesquisa foi realizada com 176 adolescentes com idade média de 13 a 15 ano em uma escola confessional, no interior do estado do Rio Grande do Sul. As questões centros da pesquisa foram: A espiritualidade e é uma questão pode interessar o adolescente, como ela se manifesta? Desta forma, a pesquisa teve por objetivo de identificar e mapear as manifestações de espiritualidade dos adolescentes, a partir de materiais e símbolos, como capa de CD, livros, agendas, objetos, música, etc, presentes no cotidiano dos adolescentes. Além destes símbolos foram utilizados na pesquisa questionários, enriquecendo a metodologia da observação participante. Diferentemente dos rótulos colocados na fase da adolescência, muitas vezes o adolescente se apresenta sensível e preocupado com questões cotidianas, como a violência. Assim, a pesquisa auxilia na compreensão do universo adolescente. Tenho buscado em minha pesquisa no Mestrado de Educação na UNISINOS/RS resgatar e/ou desocultar pensadoras que desafiaram e continuam a desafiar-se num mundo ainda tão masculinizado, o mundo do saber filosófico. Como professora também de Ensino Religioso percebo que trabalhar com as questões de gênero, sexualidade e mulheres é um desfio, pois faz entrarmos em um mundo mais humano, percebemos que há muita história de vida de mulheres, bem como seus saberes a serem restagatados. Algumas pesquisas e trabalhos em núcleos, grupos, centros de programas escolares, universitários ou populares vêm sendo realizados e tem contribuído muito para excluir 300 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e a escola reflexiva: uma proposta para o diálogo entre as tradições religiosas e seus adeptos Márcio Hoff 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O mistério das letras vivas: um mergulho no universo dos textos sagrados das religiões Elisângela Pereira Machado Márcio Hoff 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A aprendizagem de valores nas aulas de Ensino Religioso Elisabeth Zisssis Gersos Valério Schapper 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A importância do Ensino Religioso na formação integral Tânia Cristina Markus Remi Klein 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A interdisciplinaridade no Ensino Religioso Iria Markus Schmidt Henri Luiz Fuchs 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST A primeira infância e o Ensino Religioso: encontro essencial Marceli Porn Steffens Remi Klein 2005 24 a 26 de III Simpósio de Ensino Religioso EST A reflexão pedagógica de uma professora de Rosanilda Kich preconceitos. Mas, para que essas atitudes criem forças e espaços maiores, precisamos falar gritar, citar e criar como em um movimento único e forte, com redes, tramando em favor de mulheres que escreveram, pensam e pensaram. Mulheres que produziram e que vem produzindo conhecimentos, que possuem corpo, mente e histórias. O presente trabalho resulta de uma experiência pedagógica na área do Ensino Religioso, realizada no formato de Encontros Temáticos, entre os meses de julho e agosto de 2005. A proposta desses encontros teve por objetivo, possibilitar, possibilitar perspectiva de ação reflexiva sobre a prática pedagógica dos professores de Ensino Religioso da Rede Municipal do município de Charqueadas, fundamentados nos princípios de uma Escola Reflexiva. Esta foi concebida a partir dos pressupostos teóricos de Isabel Alarcão, pensadora portuguesa. A Área de conhecimento do Ensino Religioso inserida na proposta de construção da Escola Reflexiva está buscando através de um fazer reflexivo proposto nos Encontros Temáticos instrumentalizar os educadores acerca da nova proposta do Ensino Religioso Escolar. Deste modo, estes poderão pensar nas aulas de Ensino Religioso baseado neste aporte teórico-metodológico e também nos específicos de área. Como resultado deste processo, espera desenvolver um espaço fundamental na formação de educandos, possibilitando os instrumentos capazes de fazê-los se abrir à reflexão, ao diálogo e ao pluralismo, incluindo o religioso, e ao convívio respeitoso e harmônico com a diversidade cultural que se mostra cada vez, mas em nossa sociedade. Na tentativa de conduzir o ser humano na compreensão e no respeito da historicidade religiosa presente nos Livros Sagrados das Religiões, A Escola Menino Deus, acolhendo a na proposta do ER e suas mudanças, lança-se na ventura de tornar próxima a mensagem humanizadora das religiões revelada, transmitida de foram viva e desafiante em suas letras e credos. Assim, apresentamos uma experiência pedagógica que envolveu de forma participativa, estudantes e Comunidade Escolar, incida em julho de 2004, culminando em uma Exposição dos Textos Sagrados das Religiões: Hindu, Budista, Judaica, Crista, Islâmica e Religiões Primitivas, realizada na Capela da Escola, em setembro de 2004. Para tornar estes Textos Sagrados conhecidos dos educandos, ocorreram encontros de formação extraclasse, que antecederam ao evento, o que instigou os estudantes a pesquisar sobre cada Livro Sagrado exposto. Ampliando assim, o estudo realizado em sal de aula. Houve participação intensa da Comunidade Escolar no dia da exposição realizada na Feira dos Livros. As avaliações feitas após o término da atividade demonstram que a Comunidade Escolar recebeu muito bem a proposta da Escola, pela iniciativa de acolher o Pluralismo Religioso em um espaço que por Identidade, confessa a fé Católica e o cultivo do Carisma Franciscano. O artigo 33 9475/97 promulga ser facultativo o ER, ao mesmo tempo em que diz ser ele parte integrante da formação básica do cidadão. O termo facultativo isenta a escola de qualquer problema com relação a diferenças de credos e crenças, mas não isenta a escola de formar o cidadão; pelo menos é isso que a sociedade espera dela. Para se saber a importância do Ensino Religioso, é preciso conhecer sua história; o contexto onde está inserido. Neste trabalho poderemos observar quando o Brasil foi colonizado não se dava importância ao ensino de um modo geral, pois sua importância era meramente para fins lucrativos. Com o tempo houve a necessidade de mão de obra, aqui chegaram os religiosos, entre eles, em maior número vieram os jesuítas que fizeram o trabalho de catequizar, ensinar a ler e tornar os escravos mais dóceis para o trabalho, facilitando o trabalho de colonização, Ito ocorreu até a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal. A pesquisa busca analisar o trabalho interdisciplinar na escola, partindo de uma revisão histórica da interdisciplinaridade, conceitos, características, desafios e sua relação em especial com o Ensino Religioso, que é a mais nova área de conhecimento. Neste caso, uma análise direcionada para a Escola Estadual de Educação Básica Pancho Verde, localizada em Panambi/RS com vistas a entender a concepção do trabalho interdisciplinar na sua prática diária. O Ensino Religioso é um componente essencial na vida de todo ser humano, principalmente da criança. E, como fonte de desenvolvimento, contribui para a criatividade e para o crescimento intelectual, social, emocional e religioso do indivíduo. Este trabalho tem por finalidade fazer uma análise a partir de uma reflexão sobre a ação pedagógica, as 301 novembro Ciências Biológicas diante do Ensino Religioso A relação da religião na política e construção dos PCNs Evaldo Luis Pauly Denise Hinnah de Almeira Henri Luiz Fuchs 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Currículo do Religioso no Fundamental 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso: desafios de um novo paradigma 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), um novo olhar 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso: veículo condutor para a liberdade e a ética do educando 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e as estratégias de prevenção diante do fenômeno Bullying 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Interação educador educando: um desafio possível no Ensino Religioso Vicentina Jacques Binello Manfredo Carlos Wachs 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e a valorização da vida Margarida Manke Bento Karin Wondracek 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Observações a respeito do babélico e do antibabélico no fenômeno e no Ensino Religioso Euclésio Rambo Oneide Bobsin Ensino Ensino Carla Rosane Silveira Garcia Oneide Bobsin Silvia Cristina Hack Manfredo Carlos Wachs João Marcelo Rodrigues Silva Valério Guilherme Schaper Maria Luiza V. Kepler Laude Erandi Brandenbur g Érica Emilia Rodrigues Machida Remi Klein possíveis relações entre as áreas de estudo das ciências biológicas e a área do Ensino Religioso quanto à origem e evolução do homem. Portugal lançou-se às aventuras marítimas e, dentre varais conquistas territoriais o Brasil foi à principal. A península Ibérica notabilizou-se por defender ardentemente a fé católica. Em função disso, os ditames do catolicismo foram levados ao Brasil e demais países da América Latina. Portanto, o nascimento do Brasil foi fortemente marcado pela égide da Igreja Católica Apostólica Romana. A vocação de nação católica já está estabelecida no documento fundados do Brasil, que é a carta do escrivão da frota cabralina, Pero Vaz de Caminha. Para repensar e re-planejar o currículo do Ensino Religioso para o ensino fundamental nas escolas públicas é importante que o professor desta área esteja atualizado, tornando conhecimento dos aspectos da legislação atual, que envolvem o Ensino Religioso. Também é necessário possibilitar a reflexão sobre as teorias de currículo para assim posicionar-se e construir sua proposta curricular segundo o contexto em que a escola está inserida. Vivemos em uma época onde o termo qualidade está presente em vários setores de nossa sociedade. Está presente também nas discussões em torno da educação, que é uma das áreas essenciais à formação do ser humano. O presente trabalho tentará relatar a experiência de trabalhar o Ensino Religioso com os estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em escola pública. Este trabalho não será uma pesquisa, mas um relato do que ocorre neste espaço, onde pessoas de melhor idade, excluídas da sociedade e privadas de seu tempo escolar, voltam para a escola. Neste espaço elas se vêem diante da chance de debater e de conviver com as diferentes denominações religiosas, isto é, o pluralismo religioso das escolas públicas do Brasil, mais especificamente o do Rio Grande do Sul, ainda que seja um pluralismo cristão. Este espaço escolar tem um diferencial, pois o educando tem a possibilidade de falar e de relatar suas experiências com o sagrado, compreendendo e interagindo com as demais religiões. Esta prática não é usual nas outras áreas de conhecimento, pois não há um espaço sistemático para dialogo e acaba prevalecendo uma educação de perguntas e respostas prontas. Entre as questões que merecem atenção de pensadores de todas as épocas e culturas está a da liberdade. Existe a liberdade? O que é a liberdade? Como é possível agirmos livremente? O século XXI defronta-se com os desafios existentes nos últimos 20 anos do século XX, o qual assistiuperplexo a uma realidade multifacetada a enconcobrir fatores extremamente conflituosos, sendo considerado o mais violento da história humana e encerrou-se sem ter conseguido corporificar sequer as propostas do final do século que o precedeu. Igualmente nesse período, descobertas científicas e tecnológicas relevantes acontecerem à custa da degradação da natureza e da agressão à dignidade humana, determinada por um modelo econômico extremamente capitalista e excludente, que modificou, progressivamente, a paisagem cultural, social, econômica e política de diversos países e regiões do mundo, os quis irão influenciar o momento atual que clama por superar a exclusão e defender a vida. A formação do educador brasileiro vem sofrendo mudanças significativas no decorrer dos anos. Observando a trajetória histórica desta formação é possível perceber os processos de mudanças no século XVIII o exercício do magistério era exercido por pessoas das classes mais favorecidas com exclusividades para o gênero masculino. As escolas de formação destinavam-se a este público. Essa prioridade foi diminuindo e a partir do início do século XX a mulher começa conquistar seu espaço nesta área, mas a exclusividade continuava sendo para a classe mais favorecida. Atuo na disciplina de Ensino Religioso em uma escola pública estadual e seu da importância fundamental dessa disciplina na formação integral dos educandos. Um dia, em sala de aula, observando as atitudes e comportamentos de muitos estudantes e alunas, questionei-me sobre o meu papel de educadora, principalmente de Ensino Religioso. O que eu via a minha frente eram crianças e jovens sem um sentido de vida, com falta de respeito mútuo e próprio, com falta de afeto e de cuidado. O estudo do fenômeno e do Ensino Religioso, com observações a partir do mito de Babel, será abordado, inicialmente considerando o antibabélico e partindo do que pode ser entendido como uma tentativa de 302 2005 24 a 26 de novembro III Simpósio de Ensino Religioso EST Proposta curricular do ER na Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão do Rio Branco de Catuípe/RS Augusto Betzch Henri Luiz Fuchs 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso: que espaço é este? Uma identidade pedagógica... Sérgio Rogério Azevedo Junqueira homogeneização de um fenômeno plural e diverso. Já o segundo ponto estudado contempla o que poderia ser apresentar como uma totalização do diverso proposto por fragmentos babélicos, o que se aprestaria igualmente antibabélico. EM ambos os postos serão observados os problemas do antibabélico no Ensino Religioso. Sendo Babel o mito que aponta para a diversidade e a pluralidade, estes aspectos serão te matizados no teórico ponto, no qual será contemplada ainda, a questão do diálogo, do respeito e do reconhecimento com o diferente. O presente trabalho de pesquisa objetiva analisar a proposta curricular do ER da Escola Estadual de ensino fundamental Barão do Rio Branco de Catuipe RS. Serão analisadas as turmas de 5ª. a 8ª. série ou ciclos 3 e 4. Para que possamos trabalhar na educação pensando no aluno como um ser integral, devemos trabalhar com o ER incluindo no currículo e no dia a dia da escola. Devemos trabalhá-lo de forma integrada, pois o aluno é integral. Propor uma reflexão sobre o Ensino Religioso no contexto brasileiro hoje é questionar sobre a sua relação no espaço escolar, é refletir sobre a sua identidade no contexto pedagógico. Mas, ao afirmamos que alguém ou alguma coisa possui uma identidade é, com certeza, por percebermos um conjunto de caracteres próprios e muitas vezes exclusivos. O desafio de discutir a IDENTIDADE PEDAGÓGICA do Ensino Religioso encontra-se no fato de que este historicamente não foi concebido como elemento integrante de uma área maior como a educação, pois, ao propormos as características pedagógicas, significa compreender dentro do conjunto de teorias e doutrinas na educação. Quando os pesquisadores procuram estudar o desenvolvimento do Ensino Religioso brasileiro, a grande fonte é a legislação e não as linhas educacionais. Atualmente especialistas que se dedicam a este componente curricular estão procurando realizar por inferência a tentativa de associar correntes pedagógicas aos diferentes modelos desenvolvidos neste país, por associação a partir dos subsídios didáticos existentes. Toda esta análise e reflexão desenvolvidas em regiões brasileiras sofrem a interferência das concepções de educação, escola, professor, currículo e outros segmentos relacionados ao pensar pedagogicamente o processo de ensino-aprendizagem. Atuais proposições da educação nacional a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam dois enfoques significativos na articulação da formatação dos componentes curriculares: - O primeiro é o enfoque social aos processos de ensino e aprendizagem, desta forma propondo para a discussão pedagógica aspectos de extrema relevância, em particular no que se refere à forma como se devem entender as relações entre desenvolvimento e aprendizagem; à importância da relação interpessoal nesse processo, assim como a relação entre cultura e educação e o papel da ação educativa ajustada às situações de aprendizagem e às características da atividade mental construtiva do aluno em cada momento de sua escolaridade. - O segundo aspecto presente nos Parâmetros é a psicologia genética responsável pelo aprofundamento e a compreensão do processo de desenvolvimento na construção do conhecimento. Compreender os mecanismos pelos quais o indivíduo constrói suas representações em uma perspectiva psicogenética contribui para além das descrições dos grandes estágios de desenvolvimento. A compreensão da concepção de que os componentes do currículo devem ser uns espaços de formação e informação, em que a aprendizagem dos conteúdos deve necessariamente favorecer a inserção do estudante no dia-a-dia das questões sociais marcantes em um universo cultural maior. A formação escolar deve, portanto, propiciar o desenvolvimento de capacidades, de tal forma que o favorecimento, a compreensão e a intervenção nos fenômenos sociais e culturais possibilitem aos estudantes usufruir as manifestações de sua comunidade seja local e/ou universais. Essa função socializadora remete a dois aspectos: o desenvolvimento individual e o contexto social e cultural, com a valorização da cultura de sua comunidade e simultaneamente buscar superar seus limites, propiciando aos estudantes, pertencentes aos diferentes grupos sociais, o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos conhecimentos socialmente relevantes da cultura nacional como no que faz parte do patrimônio universal da humanidade. É importante ressaltar que os conhecimentos transmitidos na escola se recriam e recebem um novo sentido, sobretudo, quando é produto de uma construção dinâmica que se opera na interação constante entre o saber formal escolarizado e os demais saberes; entre o que ele aprende institucionalmente e o que traz consigo para o espaço escolar, em um processo contínuo, permanente de aquisição, no qual interferem fatores políticos, 303 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Sala de aula do Ensino Religioso - em busca do novo? Laude Erandi Brandenbur g 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Práxis do Ensino Religioso: olhares em perspectivas e novos olhares em formação Remi Klein 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST O canto no Religioso: a como congregante Edson Ponick Ensino canção opção sociais, culturais e psicológicos. Na atual compreensão do processo de ensino-aprendizagem, proposta no Brasil, o conhecimento não é percebido como algo fora do indivíduo, adquirido por meio de mera transmissão, muito menos que o indivíduo constrói independentemente da realidade exterior, dos demais e de suas próprias capacidades pessoais. É antes de mais nada uma construção histórica e social, na qual variáveis como fatores políticos, sociais, culturais e psicológicos interferem nesta construção. Desta forma o papel da educação seja das pessoas como da sociedade é ampliado e indica para a necessidade de vislumbrar uma escola voltada para a formação de cidadãos. Nisto o atual contexto ressalta a competição e a excelência, em que o progresso científico e os avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressarão no mundo do trabalho, portanto, tal demanda impõe uma revisão dos currículos que orientam o fazer cotidianamente realizado pelos professores e especialistas em educação em nosso país. Há mais de 10 anos trabalha-se na configuração do perfil do Ensino Religioso (ER) como componente curricular. O Ensino Religioso vai constituindo sua identidade de modo muito lento. Dez anos... Processo vagaroso... Mas já se espera o novo. Essa expectativa pela novidade é, ao mesmo tempo, desafiadora e limitante. Espera-se que o Ensino Religioso seja altamente inovador em termos de currículo e de metodologia. A novidade é especialmente esperada de eventos científicos e da produção bibliográfica. Seguidamente ouço de pessoas que participam em encontros dessa área, que é preciso apresentar-se "coisas novas", pois muito já se sabe de como deve ser o ER. Como, então, buscar o novo no já "velho" ER? Discorro sobre algumas inferências e suspeitas que percebo nesta área. Em decorrência de uma suposta clareza referencial, surge a sala de aula como o espaço em que se deve adentrar ou sair com esse "novo" ER que se apregoa desde 1997. Nestas palavras de Paulo Freire em epígrafe evidencia-se quão importante no processo educativoreligioso, bem como no processo educativo em geral, é partir do conhecimento prévio de nossos educandos, sejam eles crianças e jovens estudantes ou docentes em sua formação inicial e continuada. Com este pressuposto e princípio pedagógico trago, a seguir, uma reflexão sobre a práxis do Ensino Religioso, a partir de uma amostra de uma pesquisa de campo vinculada ao meu projeto de Doutorado em Teologia, na Área de Concentração em Religião e Educação, Desenvolvido no Instituto Ecumênico de PósGraduação da Escola Superior de Teologia. Realizei a pesquisa de campo entre 2000 e 2004, em estreita vinculação com a minha docência e voltada à formação docente, a partir da disciplina de Metodologia do Ensino Religioso, no Curso de Licenciatura em Pedagogia da UNISINOS e no Curso de Bacharelado em Teologia da EST. Como metodologia de pesquisa utilizou um jogo Minha história – tua história e o resgate de memoriais descritivo-analíticos. A meu ver, tais metodologias de pesquisa participante possibilitaram aos estudantes em sua formação docente pensarem sobre o seu próprio processo educativo-religioso como crianças e jovens, enquanto educandos, para, a partir daí, melhor se assumirem e se prepararem como educadores que estão sendo hoje ou que serão um dia, com vistas, em especial, à sua atuação docente no Ensino Religioso na escola. Como referencial teórico para a minha pesquisa de campo apoiou-me especialmente na etnografia e na cartografia. Tomei a liberdade de fazer um jogo de palavras entre etnografia e cartografia e, no intuito de aproximá-las e de integrá-las em minha proposta de pesquisa, criei o termo ‘etnocartografia’. A tese ficou assim intitulada: Histórias em jogo: rememorando e ressignificando o processo educativo-religioso sob um olhar etnocartográfico A expressão musical é constitutiva de praticamente todas as denominações religiosas. Por sua constituição, seus efeitos sobre o ser humano, a música ocupa um lugar especial nas diferentes manifestações religiosas. Nesse sentido, entendo a música como um elemento indispensável no Ensino Religioso. Em primeiro lugar, no sentido de conhecer e de saber valorizar as diversas formas de como a música integra cada religião. Cabe ao professor ouvir com os e as estudantes composições musicais das denominações religiosas em estudo, procurando uma aproximação contextual a todos os elementos que compõem cada obra. Em segundo lugar, a música aparece como um instrumento didático-pedagógico, enquanto caminho para experenciar momentos de convivência, de aproximação e de respeito à alteridade. Esse também é um aspecto importante nas aulas de Ensino Religioso. Conhecer as diferentes denominações religiosas deve acontecer junto com 304 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST A avaliação nas práticas educativas: socializando aprendizagens Ires Lausmann Klein 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Celebração no Ensino Religioso 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e a educação infantil Júlio César de Lima (Colégio Santa Inês – Porto Alegre/RS) Veroni Teresinha Medeiros Laude Erandi Brandenbur g 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso projetos 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST O lúdico Religioso no por Liana Plentz Marquardt (Professor de ER em Porto Alegre/RS) Ensino Manfredo Carlos Wachs Erica Ströher JussaraWilb momentos em que é possível experimentar o prazer de estar junto, pensando, sentindo, crendo diferente. Segundo Faustino Teixeira, “a educação religiosa deve favorecer não apenas conhecimentos teóricos, mas uma aproximação existencial: experiências práticas de diálogo”. Em relação à música, uma experiência prática que ela oferece, é a possibilidade de cantar e dançar em conjunto, através das canções populares e folclóricas. O canto ou a canção é uma das manifestações musicais mais acessíveis. A canção popular está presente na vida de cada pessoa de uma forma ou outra. Em casa, nas ruas, nos coletivos, nos consultórios, há sempre um aparelho eletrônico nos (en) cantando, gostemos ou não. A canção, além de todas as características musicais – ritmo, melodia, harmonia, entre outros –, possui também um texto. Esse, integrado a todos os elementos da música já citados, dá à canção essa acessibilidade e flexibilidade que um concerto para piano e orquestra, por exemplo, não tem. Uma pessoa pode estar em qualquer lugar e cantar uma canção; um grupo se reúne à beira da praia, com ou sem um violão, e canta suas canções preferidas. Arrisco dizer que é na canção que a força congregante da música mais se manifesta. A abordagem da avaliação no Ensino Religioso encontra-se entre os assuntos de difícil compreensão e das mais complexas práxis em todas as modalidades de ensino. Talvez seja uma das causas por que as mudanças estão sendo tão lentas no cotidiano da vida escolar. A literatura é vasta e as concepções teóricas apresentam relevantes questões a serem consideradas no fazer pedagógico. Constato uma distância entre as propostas teóricas e a práxis, bem como tímidos movimentos para mudar ações sedimentadas na estrutura da vida escolar no decorrer da História da Educação. Ao longo de três décadas como educadora, vivenciei, em cada época, diferentes concepções pedagógicas e tive a oportunidade de construir e desconstruir diversos conceitos e práticas sobre o processo avaliativo na escola. Atualmente, como pedagoga toma conhecimento de propostas de Regimentos Escolares de escolas estaduais, municipais e particulares e também das práticas pedagógicas que os docentes desenvolvem nas diversas modalidades de ensino. O Regimento Escolar tem implicações e conseqüências no processo avaliativo da escola e dos sujeitos que nela buscam e interagem com o conhecimento. Este não é único documento de referência para a práxis escolar, mas o considero um retrato de suas opções e ações, pois a legitimidade e, na maioria das vezes, a continuidade da história escolar de cada sujeito está nele baseada. Mais do que se constituírem em documentos da escola, o Projeto Pedagógico, o Regimento Escolar, o Plano de Estudos e o Histórico Escolar do educando enquanto indivíduo deve ser considerado a significação da aprendizagem enquanto função social, a serviço da cidadania, que eles expressam. Celebrar é tornar célebre algum aspecto importante da vida humana. É, na verdade, uma necessidade humana. No Ensino Religioso a celebração da vida tem o seu papel e a sua importância. A educação nas fases iniciais da infância deixou de ser mero luxo das classes abastadas ou simples necessidade de famílias pobres. A educação integral na infância alcançou reconhecida importância também a partir das políticas educacionais. Dentro dessa concepção de educação integral também a dimensão religiosa encontra o seu espaço de abordagem. Para que o trabalho seja eficiente, torna-se necessário focar, com toda seriedade, a fase em que as crianças se encontram como se apresentam suas necessidades e como se dá o seu desenvolvimento religioso. Uma das características mais importantes dos projetos é que eles envolvem o educador, o educando e a comunidade escolar, transpondo as barreiras da sala de aula, levando ao encontro do outro com suas diferenças e peculiaridades, abrindo novas perspectivas, ajudando a aprender a ter um novo olhar sobre as pessoas, fatos, situações, valores... O projeto pressupõe abertura: o saber não está construído - a proposta é construí-lo. Por isso tem como sinônima intenção, plano. Planejamos o que queremos alcançar, mas não temos nenhum controle sobre o resultado, porque envolve pessoas e sua ação criadora. O presente texto visa apresentar sugestões de atividades práticas para serem realizadas nas aulas de Ensino Religioso. São atividades que têm como princípio a interdisciplinaridade. São, portanto, proposições que podem e devem ser realizadas em conjunto com professores de outros componentes 305 orn Griebeler 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Análise de material didático para o Ensino Religioso Henri Luiz Fuchs 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Construções de valores a partir do Ensino Religioso Ana Lúcia Parada Baptista Henri Luiz Fuchs 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Prática pedagógica em Ensino Religioso Daniel Bueno Silveira da curriculares ou pelo mesmo educador numa perspectiva interdisciplinar. Apesar das sugestões e orientações serem redigidas para o contexto da educação formal, as sugestões de atividades também podem ser adaptadas para os espaços educativos informais. Os jogos explicados neste texto são uma das coletâneas de atividades ensinadas na disciplina de Didática do curso de Magistério do Instituto de Educação Ivoti – IEI, sendo confeccionadas e exercitadas em oficinas das práticas de ensino. As possibilidades de jogos, as modalidades e as variantes de cada jogo não precisam se restringir às sugestões aqui apresentadas. Sem dúvida, a criatividade de educadores é grande e as possibilidades de criar jogos são maiores do que as que estão aqui apresentadas. Ao realizarmos as oficinas de práticas de ensino, reforçamos esta nossa convicção e, no processo dialógico de ensino, constatamos, em conjunto com os estudantes, outras variantes e modalidades de elaboração e execução dos jogos. O Ensino Religioso enquanto área de conhecimento requer uma nova abordagem na sala de aula. O processo ensino-aprendizagem dessa área de conhecimento requer uma nova epistemologia e uma nova didática. A didática é entendida como a arte de ensinar e aprender. Por ser uma arte, a didática nunca estará completa, concluída. Haverá, a cada momento, uma nova forma de abordar um assunto, aprofundar um tema, produzir um novo conhecimento. O Ensino Religioso requer uma abordagem pedagógica e não religiosa no contexto escolar. Não é a confessionalidade que provoca a didática, mas a forma como será estudado um tema relacionado com a dimensão religiosa ou com cada expressão do sagrado. O currículo de Ensino Religioso não é um espaço reservado para a legitimação, a doutrinação ou a evangelização, de expressão de ritos, símbolos, campanhas e celebrações. Os conteúdos curriculares do Ensino Religioso estão relacionados com as diversas manifestações do sagrado que constitui o conhecimento religioso, patrimônio cultural da humanidade. É enquanto patrimônio cultural que o Ensino Religioso deve ser contemplado no currículo da escola. A partir deste enfoque, ele se transforma num espaço privilegiado para a formação integral do ser humano. A construção de referenciais de vivência, reverência e experiência de convívio com o diferente estará assegurada na medida em que o Ensino Religioso conseguir superar a sua trajetória histórica associada à catequese ou ao modelo de tornar as pessoas religiosas dentro de uma visão fragmentada de ser humano inserido na história. A partir da concepção epistemológica e pedagógica contida na LDB 9394/96, o Ensino Religioso visa dialogar sobre o fenômeno religioso a partir das experiências dos educandos. Através desta compreensão do espaço do Ensino Religioso na escola, antes de pensarmos em materiais didáticos para os diferentes níveis de formação escolar, somos desafiados a conhecer melhor os parceiros de caminhada e o contexto no qual estão inseridos. Esta aproximação didática requer um planejamento integrado com a comunidade escolar e as diversas áreas de conhecimento. Para tal, antes de buscar materiais de apoio didático, o professor deverá construir conceitos e princípios que orientem a sua prática pedagógica em consonância com aqueles definidos pela sociedade. O professor de Ensino Religioso é um servidor da sociedade e não um ser solitário desconectado do contexto histórico e da sociedade na qual atua enquanto profissional da educação. O ato educativo é marcado pelas intencionalidades e construído nas tensões e contradições presentes na sociedade e no ambiente escolar. Para construirmos valores através do Ensino Religioso é preciso entender a importância da ética e dos valores humanos, éticos, morais e espirituais, tão importantes para o desenvolvimento integral do ser humano. Precisamos também compreender o comportamento dos estudantes e para isso é preciso saber um pouco sobre as etapas do desenvolvimento da adolescência para tentarmos resgatar valores essenciais para a formação de pessoas cidadãs. Segundo Vazquez, a Ética vem do grego Ethos, que significa analogamente “modo de ser”, “costume” ou “caráter”, enquanto forma de vida também adquirida e conquistada pelo homem. Ethos, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, significa também o conjunto de valores e atitudes que determinam a cultura. O Ensino Religioso significa comunicar a cultura religiosa, através da organização técnica adequada ao contexto da aprendizagem de “ser” e “vir a ser” um ser humano religioso e solidário. A idéia da elaboração destas sugestões de práticas pedagógicas em Ensino Religioso é não só um esforço honesto em prol de uma renovação e modernização da Metodologia do Ensino Religioso que, no Brasil, já 306 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Fenômeno bullyng e a presença do Ensino Religioso: alteridade e resilência, na perspectiva de um olhar terno educacional Érica Rodrigues Machida (Secretaria Municipal de Bagé) Remi Klein 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso: uma prática pedagógica de respeito às diferenças culturais Francisca Helena Cunha Daneliczen 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Corpos e ritos na escola Gilberto Luiz Ludwig Remi Klein conta com anos de experiência, mas propõe-se, sobretudo, a transmitir a nossa contribuição pessoal à melhoria da qualidade do Ensino Religioso. Efetivamente a necessidade desta melhoria surge do fato de que o acomodamento a velhas técnicas do ensino do religioso, sem a busca de modernos métodos de transmissão do conhecimento religioso, motiva, pelo menos, estagnação, o que, comparado à dinâmica da própria vida moderna, equivale ao declínio e à deteriorização. Para essa acomodação às velhas técnicas contribui, de forma sensível, a carência sobre a concepção de interdisciplinaridade e dos esforços intencionais no sentido de criar os contextos nos quais o Espírito de Deus possa trazer à atividade humana de fé uma interação transformadora e redentora com a história cristã, para um eficiente processo de ensino e aprendizagem. Para que o Ensino Religioso seja inovador e exigente consigo mesmo, é essencial que o educador receba especial atenção. No entanto, não é suficiente oportunizar aos docentes a realização de cursos de pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, possibilitando o progresso na carreira e a ampliação de condições de dedicação integral; mas também a capacitação do educador em metodologia do Ensino Religioso, posto que as próprias experiências de cursos de pós-graduação pouca relevância têm dado à formação do professor na área do Ensino Religioso. Quais são os saberes necessários para o Século XXI? Qual seriam as possibilidades apontadas para a construção de um cenário educativo e prazeroso? Como o Ensino Religioso pode servir de aporte para estabelecer um diálogo frente à diversidade cultural, religiosa e de gênero? Tais perguntas são de extrema importância para a sociedade de hoje e para a sociedade que se quer para o amanhã. As relações interpessoais no Século XXI demonstram que a violência está presente em todos os segmentos sociais, sendo uma das principais causas que ameaçam a construção da paz. O fenômeno Bullying retrata de forma singular esta constatação. Caracteriza-se por ser uma forma de violência velada, que acontece de forma direta ou indireta nos mais variados ambientes onde há relações interpessoais, numa relação de desigualdade entre iguais, marcado por perseguições constantes a uma mesma vítima e, por ser complexo e variável, torna-se difícil sua detecção, prevenção e erradicação. O fenômeno é realidade inegável em nossas escolas, acontece em cem por cento delas, quer sejam da rede pública ou particular, e é responsável pelo estabelecimento de um clima de perplexidade e medo entre os que ali estudam, impedindo-os de se sentirem tranqüilos e seguros. As conseqüências do bullying são nefastas, ferem o indivíduo no mais íntimo do seu ser: a sua infância e juventude, a sua pureza, tirando a tranqüilidade e o direito de estudar em um lugar que deveria se mostrar prazeroso, a escola. Segundo as vítimas, o fator que mais as incomoda, somado às agressões físicas, verbais e psicológicas sofridas no decorrer do ano letivo, é a humilhação pela qual passam silenciosamente. De acordo com o relato de pessoas que foram vítimas do bullying na escola, em pesquisa que tenho desenvolvido e acompanhado para a dissertação de mestrado em Teologia: Educação Comunitária, a queixa maior se dá pela falta de percepção da dor e do sofrimento; a falta de cuidado com o outro e do olhar da escola. O presente texto aborda reflexões a respeito da importância da escola contemplar, nos seus projetos educativos, propostas na perspectiva multicultural, bem como a contribuição do Ensino Religioso para a concretização de práticas pedagógicas que respeitem e valorizem as diferenças. Neste sentido, o texto inclui o relato do projeto Respeitando as diferenças: uma nova perspectiva para o Ensino Religioso. A configuração do Ensino Religioso como área de conhecimento implicou mudanças ao que se compreendia como Ensino Religioso. Tanto os Parâmetros Curriculares Nacionais – Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, ao destacarem a diversidade social brasileira no que tange à “multiplicidade de modos de relação com a natureza, de vivência do sagrado e de sua relação com o profano como também o FONAP sobre os critérios para a organização e a seleção de conteúdos apresentam o Corpo e o Rito como objetos de estudo da disciplina. texto abordará o corpo e o rito da delimitação dos conceitos até o espaço duma aula de Ensino Religioso numa escola católica. O desafio se coloca em função do resgate da corporeidade e do respeito à diversidade cultural presentes nas diversas manifestações religiosas e nos seus ritos, como também as ritualidades cotidianas. Nos vetores civilizatórios, o corpo sempre esteve relegado a um segundo plano. Uma clara distinção entre o corpo, matéria, contingente, e a alma, espírito, divino. As 307 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Morte: uma lição para a vida Leomar Antônio Brustolin 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Religiosidade humana e fazer educativo: um olhar a partir da didática do Ensino Religioso Marcos André Scussel 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Disciplina do Ensino Religioso como dever ou como prazer 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Avaliação Religioso Mirian Rejane Flores Cerverira Remi Klein Núbia Berny Mauch Márcia E. L. da Paixão 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Pensando as diretrizes curriculares do Ensino Religioso no Paraná no Ensino René Simonato Sant’ana conseqüências desta compreensão afetaram a plasticidade do fenômeno religioso ocidental, a educação, da ciência, o conhecimento e as relações humanas. Atualmente as discussões sobre a corporeidade ganham terreno em diversas áreas do conhecimento. O ser humano não tem um corpo. Ele é o corpo. O seu corpo é a sua possibilidade concreta de expansão de seu ser. O corpo é o meu próprio eu, que se expande. O corpo se constrói nesta materialidade. Revelo-me absolutamente no corpo. Revelo-me pelo meu corpo, pelas minhas emoções. Aliás, “graças ao corpo os sentimentos e as emoções não podem ser represados; ele, o corpo, sente incontrolável necessidade de expressá-los. É impossível guardar sentimentos ou uma emoção. De uma forma ou de outra o corpo se encarrega de criar linguagens pelas quais os sentidos se tornam evidentes” Pelas emoções e pelos sentimentos nos damos conta de que somos corpo. Toda a ritualidade das celebrações nasce do corpo para a satisfação do corpo. A partir da sensibilidade humana o corpo sente os efeitos dos rituais de celebração, os absorve e nos faz sentir corpos plenos. Dentre os conteúdos específicos da disciplina de Ensino Religioso está a morte, seu sentido e seus ritos. Infelizmente este é um dos temas menos tratados na formação do cidadão atual. O ocidente criou um estilo de vida baseado no consumo, no bem-estar e no desejo de gozar a vida sem limites. Esta mentalidade paralisou a reflexão sobre o sentido de viver, sofrer, perder e morrer. Crescem em diversos ambientes o vazio e a crise de quem não reflete mais sobre o adoecer, o sofrer, o enlutar e o envelhecer. Este artigo visa apresentar alguns elementos sobre a morte e seu significado para que os educadores se sintam provocados a uma postura diferente da imposta pelo sistema que reduz tudo ao poder do mercado, ao imediatismo e à falta de esperança. O texto não pretende ser um recurso para a sala de aula, mas deseja alertar sobre a necessidade dessa temática para os professores que pretendem formar pessoas capazes de acolher o mistério da vida. Saber viver implica em saber perder e morrer. Nada mais óbvio, nada mais camuflado em nossos dias. Este trabalho relata o processo de aprendizagem e formação de educadores desenvolvido no componente curricular de Didática do Ensino Religioso no Curso Normal – Aproveitamento de Estudos, para o Mestrado em Educação da PUCRS. Objetivou relacionar a vivência religiosa das alunas com a sua prática pedagógica no estágio enquanto educadoras. O estudo em desenvolvimento mostra a dinâmica da fé humana na partilha do ser em seu fazer educativo. Este trabalho é a síntese de um capítulo de uma monografia do curso de Pedagogia da Unisinos, com ênfase em Ensino Religioso, tendo como objetivo a reflexão sobre como estão sendo desenvolvidas as aulas de Ensino Religioso em nossas escolas. A avaliação no Ensino Religioso segue os procedimentos da avaliação geral da escola. Este tema é bastante polêmico e exige muito estudo. Sabe-se que avaliação tem que mudar, mas o quê? É preciso pesquisa, determinação, persistência e educadores conscientes da necessidade de mudança. É importante a partir do conhecimento da realidade buscar, com o grupo, metas e estratégias a serem utilizadas, para plena recuperação dos conteúdos abordados e/ou praticados no dia-a-dia da sala de aula. O objetivo geral é pesquisar métodos e técnicas que tornem a avaliação um processo dinâmico e contínuo para a formação integral do aluno. Como objetivos específicos temos: trabalhar o processo de ensino-aprendizagem em consonância com a prática avaliativa e, ainda, buscar métodos e estratégias que auxiliem o aluno na recuperação dos objetivos que não forem alcançados. Para que se tenham instrumentos avaliativos sob novas perspectivas, cito três possíveis modalidades de avaliação pesquisadas: a avaliação diagnóstica; a avaliação formativa e a avaliação cumulativa. Justificase este trabalho partindo da necessidade de mudança no sistema avaliativo sem exclusão, promovendo o aluno através de novas práticas pedagógicas, que lhe dêem condições de trocar idéias, interagir, desenvolver-se integralmente e construir sua autonomia. Torná-lo cidadão preparado para interagir na sociedade em que vive. Em síntese, a escola precisa estar preparada para seu verdadeiro papel, fazendo com que os estudantes tenham condições de desenvolverem suas habilidades e competências, tendo uma visão crítica de mundo. É mister detalhar as ações que se referem à avaliação, uma vez que tal assunto/temática mostra a “incerteza” por parte de alguns educadores no tocante de sua abordagem. Divulgar as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná para a disciplina de Ensino Religioso a todos os interessados 308 Valmir Biaca 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso: ensinar ou aprender? Teresinha Zanella Remí Klein 2007 12 a 14 de abril IV Simpósio de Ensino Religioso EST A prática pedagógica do Ensino Religioso nos anos iniciais Verônica Luisa Dhein Manfredo Carlos Wachs sobre o ensino e a implementação deste componente curricular é o objetivo maior deste artigo. Almeja, desta feita, convocar os leitores a uma leitura crítica e, por conseguinte, receber destas sugestões e argumentos a respeito do assunto. O que aqui se veicula, para dimensionar o trabalho que se propõe ao Ensino Religioso no estado do Paraná, é um texto articulado em três momentos. Primeiramente, encaminha um enfoque histórico crítico sobre o desenvolvimento do Ensino Religioso enquanto disciplina escolar, já fazendo uma relação com os fundamentos teóricos e os possíveis conteúdos a se abarcar neste meio educativo. Em segundo lugar, pontuam-se os fundamentos teóricos e encaminhamentos metodológicos. Por fim, divulgam-se mais pormenorizadamente os conteúdos estruturantes e os conteúdos específicos pensados para a aplicação do Ensino Religioso na educação pública escolar. Ao me lançar no desafio da Prática Pedagógica I, escolhi como ênfase o Ensino Religioso, porque sempre gostei das experiências contadas e vividas no mundo das religiões e seus mistérios em relação ao sagrado e ao transcendente, enquanto elementos do humano. A partir desse pressuposto, investiguei o que o educando, enquanto ser humano, mais busca na vida para superar os conflitos existenciais, em relação ao sagrado e ao transcendente. Com a profundidade da minha experiência acadêmica, sobremaneira quando realizava uma Prática Pedagógica na instituição bancária em que trabalho, sobre Etnomatemática, referente à disciplina de Metodologia do Ensino de Matemática II, pude constatar e perceber o quanto as pessoas buscam, além do profissional, alguém que as considere como seres humanos, suprindo suas carências afetivas, como uma luz que perpassa o seu íntimo, para que o todo seja iluminado. São essas experiências que nos direcionam para um mundo em que a religiosidade se faz presente no respeito face ao outro, que é diferente na sua essência religiosa, cultural e na experiência de vida, e vejo que esses processos vitais não podem ser desvinculados do mundo da educação. Comecei a trilhar um caminho desconhecido, em busca de uma nova experiência num colégio particular de confissão católica de São Leopoldo para fazer minha pesquisa qualitativa e levantar dados para identificar e aproximar o meu objeto de estudo. Em outro momento, realizei a Prática Pedagógica II num colégio estadual de São Leopoldo. Os sujeitos da Prática Pedagógica II eram educandos da segunda, terceira e quarta séries. Uma vez por semana, num período para cada turma, realizava a construção de um conhecimento religioso em sala de aula, com sonhos e esperanças, que pudesse deixar uma marca ou uma pequena semente e, quem sabe, um brilho no olhar ou uma pequena luz que contribuísse para um ser humano melhor e, conseqüentemente, um mundo melhor. Mediante o desafio lançado, mesmo entre a angústia e o medo, pensei que tudo seria mágico e lindo e que todos iriam gostar e participar, mas, aos poucos, fui percebendo que atrás daqueles rostos se escondiam outros mistérios não revelados. E fui observando que entre os próprios colegas mediam força de poder, quem era o mais forte era aquele que provocava mais o outro, as diferenças entre eles eram motivo de desavença dentro da própria sala de aula, com isso percebia também a dificuldade de uns revelarem sua própria identidade religiosa. O presente trabalho faz uma reflexão a respeito do Ensino Religioso, considerando a perspectiva da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação e dos pareceres do Conselho Nacional de Educação. Estes regem que o Ensino Religioso deve ser visto como área do conhecimento e ser trabalhada em sua essência a formação integral dos estudantes, respeitando a diversidade cultural religiosa existente, embasado em uma metodologia dialógica. A legislação a respeito do Ensino Religioso e seus objetivos vêm tecendo muitas discussões em nível nacional. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 aponta para um Ensino Religioso fundamentado na formação básica do cidadão e o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil. A pesquisa realizada nas escolas municipais constatou que ainda existem muitas dúvidas e diferentes interpretações sobre esta legislação entre educadores e pais de estudantes. Por outro lado, a pesquisa bibliográfica revela que também os legisladores e pesquisadores possuem dúvidas e divergências, dificultando, conseqüentemente, a prática do Ensino Religioso nas escolas públicas brasileiras. Através de diálogos e entrevistas presenciais com educadores da rede municipal de ensino de Ivoti que atuam nos quatro primeiros anos do ensino fundamental, busquei inteirar-me de como acontece à prática educativa do Ensino Religioso nestas séries. E, a partir disto, pontuar alguns dos desafios existentes e sugerir propostas que possam vir de encontro a uma 309 2007 IV CONERE FONAPER O professor de Ensino Religioso: o currículo e a diversidade cultural religiosa Henri Luiz Fuchs 2007 IV CONERE FONAPER Interculturalidade e Ensino Religioso: olhares, leituras e desafios Francisca Helena Cunha Daneliczen 2007 IV CONERE FONAPER Qualidade no Ensino Religioso na perspectiva dos educandos Silvia Cristina Hack Alves Manfredo Carlos Wachs 2007 IV CONERE FONAPER Sobre o espaço do outro: educação religiosa e tolerância João Henrique dos Santos 2007 IV CONERE FONAPER Ensino Religioso como área do conhecimento no colégio Emile de Villeneuve no estado de São Paulo Sonia Itoz de prática educativa mais consistente e assim atingir o real objetivo desta disciplina, essencial na vida de todos os estudantes. A partir da pesquisa com as educadoras e da minha experiência na docência e gestão escolar na rede municipal, foi possível constatar a evidência de alguns elementos merecedores de destaque para uma reflexão mais aprofundada. Com certeza não se esgotam nesse momento todas as questões que foram abordadas, porém, darei alguns indicativos a partir daquilo que surgiu e sobre isso farei uma reflexão das questões que mais se destacaram. O professor de Ensino Religioso é desafiado, a partir da LDB Lei Nº 9.394/96, que estabelece uma nova dinâmica curricular que contempla e insere o Ensino Religioso como componente obrigatório no currículo da escola, a refletir e planejar as atividades letivas levando em consideração à diversidade cultural religiosa do Brasil. A diversidade cultural está presente em toda a realidade. Não é assunto novo. Nem sequer é a última descoberta! Vivemos, porém, uma nova realidade que desafia o ser humano a construir sua identidade a partir do outro que não necessariamente compartilha dos mesmos referenciais culturais e religiosos. O professor desta área de conhecimento é provocado a contribuir na construção do sentido da vida dos seus estudantes numa realidade complexa que supere os limites da fragmentação moderna. A partir do Ensino Religioso, a reflexão sobre a diversidade poderá ser desencadeada através da interdisciplinaridade. Este trabalho apresenta alguns olhares e leituras a partir da pesquisa sobre interculturalidade, considerando seus significados e interpretações para o contexto educacional escolar no Ensino Religioso. Busca conhecer e compreender algumas representações elaboradas socialmente em torno dos conceitos de cultura, interculturalidade e alteridade, no intuito de identificar indicadores de interculturalidade para a elaboração de práticas pedagógicas de Ensino Religioso, que atendam aos desafios e exigências de uma sociedade, que se percebe diversa O objetivo deste estudo é a análise do Ensino Religioso em seu aspecto real e potencial sob o enfoque da qualidade na perspectiva dos educandos. A amostra deste estudo é de estudantes de uma turma de 6ª série e uma turma de 8ª série, totalizando 85 estudantes, em duas escolas estaduais do município de Panambi. Aplicou-se um questionário onde os estudantes respondiam duas questões: 1ª Em sua opinião, as aulas de Ensino Religioso são de qualidade? Justifique a sua resposta; 2ª Cite 4 aspectos que definem uma aula de Ensino Religioso de qualidade. Também foram realizadas observações diretas para verificar a relação das respostas dos educandos com a aula propriamente dita. Através da análise dos dados e das observações foi possível verificar que, para os estudantes das séries analisadas, sinônimo de qualidade nas aulas é a existência do conteúdo: aprender sobre Deus, evidenciando a importância que o educando dá à vivência da transcendência. Nas 6ª séries também se destacou em segundo lugar, a questão de se ter brincadeiras durante as aulas, evidenciando-se a importância do lúdico, bastante latente nesta fase ainda. E nas 8ª séries, em segundo lugar, aparece a questão sobre “a professora explica bem o conteúdo”, uma vez que os estudantes nesta fase já começam a dar maior importância e ter uma compreensão mais abstrata dos conteúdos e não somente prática. Os aspectos mais citados em ambas as séries como referência de qualidade nas aulas foram: ter brincadeiras e jogos, trazer, ler e estudar a Bíblia, aprender sobre Deus e aprender sobre Jesus. Nestes aspectos, mais uma vez evidenciou-se a importância dada ao lúdico pelo educando, é o aprender brincando. Como os estudantes vivem em um município de maioria cristã, associam a aula de Ensino Religioso também com conteúdos desta dimensão religiosa. A presente comunicação visa a apontar a necessidade de que a educação religiosa a ser ministrada nas escolas públicas desenvolva e aprimore as noções de respeito e tolerância a serem exercidas no exercício cotidiano da convivência, especialmente com o “diferente”, com o praticante de outra religião. Para além da estruturação curricular, o papel do professor de educação religiosa, como mediador das diferenças, emerge como fundamental no sentido de mediar conflitos e desfazer preconceitos. Desenvolver o Ensino Religioso como área do conhecimento, nas condições atuais, pressupõe entender a função social da escola, considerar o diálogo com as ciências, ter clareza e intenção na ‘escolha/eleição’ de conteúdos e desenvolver metodologias que incluam, dialoguem e acolham as diversidades. A sistematização do pensar/fazer/repensar, num processo de reelaborar e 310 2007 IV CONERE FONAPER Não apenas um dia... A valorização de diferentes culturas na práxis curricular do Ensino Religioso Laude Erandi Brandenbur g 2007 IV CONERE FONAPER A construção da valorização do outro através da convivência na aula de Ensino Religioso Edson Ponick 2007 IV CONERE FONAPER Diversidade cultural religiosa nas turmas da educação de jovens e adultos Maria do Socorro de Oliveira 2007 IV CONERE FONAPER A identidade do futuro professor no curso normal: a problematização de uma realidade – um estudo introdutório Luciana Andreis Manfredo Carlos Wachs refazer constantes, com objetivos, intenções e indicadores, estabelece os critérios para fazê-lo da escola, o mediar do professor, a aprendizagem do aluno e para o conhecimento da comunidade escolar. O artigo visa analisar a diversidade cultural e o Ensino Religioso sob a ótica do slogan do IV CONERE: “Conhecer, respeitar e participar”. A reflexão sobre a questão da cultura na escola visa trazer contribuições para a organização do Ensino Religioso a partir do conhecimento de culturas silenciadas. Conhecer as características e necessidades de seu grupo de estudantes apresenta-se também como tarefa docente. O respeito vem do conhecer e pode se solidificar através da educação intercultural. Já a participação decorre da concretização desses dois aspectos na práxis curricular no Ensino Religioso e visa ao resgate da integralidade humana. O texto é uma reflexão sobre a experiência das atividades em pequenos grupos realizadas num seminário de formação continuada de educadores e de professores de Ensino Religioso (ER). Parte de relatos e de reflexões sobre as experiências de participantes desse seminário, conhecido como Semana de Criatividade. Defende a atividade em pequenos grupos como um importante recurso metodológico para a construção, individual e coletivo-comunitária, do respeito e da valorização do outro em sala de aula e fora dela. O texto está dividido em duas partes. A primeira trata da aprendizagem que acontece na convivência com as outras pessoas. Enfatiza a desconstrução de preconceitos através dos relatos de experiências vividas por quem está participando das atividades em pequenos grupos. Destaca também a riqueza presente numa discussão em grupo, partindo da expressão riqueza babélica, de Jorge Larrosa, que defende a característica babélica em toda e qualquer comunicação. A segunda parte do texto explora a expressão descobrindo (-se) (n) o outro. Apresenta aspectos relacionados à questão do descobrir o outro e no outro e descobrir-se no outro o outro. Descobrindo o outro reflete sobre a importância de estar aberto para conhecer a outra pessoa na convivência diária. Descobrindo no outro, próximo ao primeiro, refere-se às descobertas feitas na convivência e que estão relacionadas consigo mesmo, com o outro e com o mundo ao seu redor. Descobrindo-se no outro enfatiza a valorização de si mesmo como caminho para a valorização do outro. Descobrindo-se o outro destaca a condição inerente a cada pessoa, de ser, sempre e em todos os lugares, o outro. Toda a reflexão leva à conclusão de que as atividades em pequenos grupos podem contribuir para a formação de crianças e adolescentes que, além de conhecerem as várias manifestações do fenômeno religioso, também exercitam O presente trabalho de pesquisa apresenta como foco de estudo a diversidade cultural religiosa nas turmas de Educação de Jovens e Adultos, da Escola Municipal Professor Zuza na cidade de Natal, Rio Grande do Norte. O estudo se encaminhou no reconhecimento da influência dessa diversidade em todo o trabalho pedagógico: planejamento, currículo e prática. A diversidade aqui entendida como um potencial humano que cada pessoa traz consegue. Porém, no campo educacional, surgem muitos obstáculos em relação à inclusão, pois a igualdade tende a ser um padrão para todos os educandos. Focalizaremos a cultura como um produto da vida humana, construída pelos homens de geração a geração no decorrer da história de diferentes povos e grupos sociais. A religião apresenta-se como expressão gestual e ritual de uma religiosidade, é parte integrante da vida de um povo, possui um conjunto de elementos que se expressam em mitos, símbolos, normas de conduta, práticas celebrativas, ritos e festas, cuja função é promover a experiência de uma manifestação divina. Com esses fundamentos, religião e cultura estão interligadas, tendo como base a dimensão da diversidade social e religiosa do ser humano. Este projeto de pesquisa tem como tema central a questão da identidade religiosa dos estudantes do curso Normal do Instituto Estadual de Educação Professor Pedro Schneider. Nosso objetivo é identificar as denominações religiosas dos estudantes da escola e refletir sobre as possibilidades para o desenvolvimento do diálogo inter-religioso durante o curso e na sua prática docente. Pretendemos desenvolver reflexões sobre as identidades religiosas dos estudantes a fim de que eles saibam valorizá-las de forma equilibrada, resgatando-as como ponto de partida para o reconhecimento do outro. Partimos da análise de alguns aspectos sobre as atitudes dos estudantes, suas manifestações em sala de aula ao expressarem sua pertença religiosa e seu comportamento frente à diversidade cultural-religiosa de seu contexto escolar, que para alguns é 311 2007 IV CONERE FONAPER Ensino Religioso: as fragilidades de uma criança de dez anos Darcy Cordeiro 2007 IV CONERE FONAPER Proposta curricular do Ensino Religioso da secretaria municipal de educação de Natal/RN para o ensino fundamental e educação de jovens e adultos 2007 IV CONERE FONAPER Diálogo: revista Ensino Religioso Airton Gomes Teixeira Elisama Sara Souto de Almeida Maria de Fátima Canindé Silva da Fonseca Maria Marta Martins da Silva Maria do Socorro Batista Martins Maria do Socorro de Oliveira Inês Carniato de desconhecido e muitas vezes um local de conflitos. Quando presente no processo de formação docente, as questões sobre a identidade religiosa tornam-se algo fértil, pois envolve o conhecimento de si, a tolerância, o desenvolvimento da auto-estima, a valorização do outro. Nosso fundamento teórico origina-se no estudo preliminar da identidade do ser em Martin Heidegger, e verificamos, através desta leitura, a necessidade de reconhecimento e reflexão do ser em si para prepará-lo ao encontro com o outro. Também consideramos a questão da linguagem como meio para tal conhecimento, pois é ela um dos elos fundamentais para esta busca da identidade do ser. Através deste trabalho pretendemos refletir sobre a aplicação prática de princípios que se revelam fundamental para o diálogo inter-religioso nas escolas. No aniversário dos dez anos da Lei N. 9.475/97, optamos por relacionar e discutir os principais problemas que, ainda hoje, o Ensino Religioso enfrenta. Para maior facilidade dos leitores, usamos uma linguagem familiar (pai = Estado; mãe = Igreja; e filha = disciplina: Ensino Religioso). A criança cresceu é verdade, porém, diferente das outras, com algumas características de excepcionalidade. Tentam jogá-la em “classe especial”, mas ela teima em lutar por seus direitos de ser diferente, numa escola que deve não só permitir, mas abrir-se cada vez mais para a diversidade. Desenvolvemos, nesta comunicação, algumas questões básicas para o Ensino Religioso, a partir da experiência de sua implantação no Estado de Goiás (Cordeiro, 2007). São elas: a) Deve o Estado leigo assumir uma disciplina religiosa, num regime democrático de separação entre Estado e Igreja? b) Como integrar num currículo escolar uma disciplina que faz parte da Base Nacional Comum do ensino fundamental, mas que, paradoxalmente, é de matrícula facultativa? c) Afinal, Ensino Religioso é disciplina ou área de conhecimento, ou seja, um pacote de conhecimentos fechado ou uma proposta aberta à integração aos demais saberes da escola? d) Que entidades civis são essas que não pertence a nenhuma Igreja nem ao Estado, mas que têm uma função fundamental para o ER, não só a nível federal (FONAPER) como a níveis estaduais e municipais (CONERs)? e) Como operacionalizar a formação do professor de Ensino Religioso, se o próprio CNE ainda não autoriza para as IES a criação de cursos de licenciatura plena em Ciências da Religião? A elaboração da Proposta Curricular do Ensino Religioso para o Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos objetiva implantarem um trabalho que auxiliará a prática pedagógica dos professores de Ensino Religioso. A Proposta é o resultado de uma construção coletiva entre professores da disciplina e Secretaria Municipal de Educação de Natal/RN. Um dos pontos a se destacar nesse documento deve-se a busca de um referencial teórico-metodológico que atenda às exigências do novo paradigma do Ensino Religioso, conforme trata o art. 33 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, reformulado pela Lei complementar 9.475/97. Assim, a respectiva proposta tem por objeto de estudo o fenômeno religioso presente nas culturas e na comunidade escolar, com a finalidade de despertar no educando uma consciência ética comprometida com o respeito e tolerância às diferentes crenças religiosas, possibilitando a construção de um projeto de vida cidadã estabelecendo novas relações consigo, com o outro, com a natureza e com o Transcendente. Há 12 anos a Editora Paulinas lançou a revista Diálogo de Ensino Religioso, em consonância com a nova legislação do País que tornou o Ensino Religioso componente curricular obrigatório do Ensino Fundamental nos sistemas públicos de educação. Durante mais de 30 anos o Ensino Religioso vem mudando de enfoque, em sintonia com a cultura e as novas exigências pluralistas da sociedade, passando de confessional cristão para ecumênico, depois para antropológico e centralizado em valores e atitudes, até chegar à identidade atual: intercultural e inter-religiosa, conforme o modelo dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso, definidos pelo Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso. É longa a trajetória do Ensino Religioso no País, porém, sua evolução é pouco conhecida, não só fora, como também dentro dos sistemas de educação e da própria escola. Muitas pessoas ainda o consideram doutrinal e confessional, portanto, excludente, em uma escola pluralista como a de hoje. É urgente a necessidade de proporcionar aos profissionais da educação o conhecimento da nova identidade do Ensino Religioso e de seu potencial de educação para a cidadania e de conhecimento, humanização e convivência solidária em busca de metas comuns para a sociedade e a terra. Esse potencial, na escola, é praticamente infinito, por se tratar de uma ciência humana, uma cultura viva em constante reelaboração e não do acervo particular 312 2007 IV CONERE FONAPER O Ensino Religioso na escola e dimensão ética no processo pedagógico Rosangela Stürmer 2007 IV CONERE FONAPER Cultura, religião e Ensino Religioso: diversidade em questão Euclides Marchi 2007 IV CONERE FONAPER O Ensino Religioso e os conhecimentos indígenas Cledes Markus 2007 IV CONERE FONAPER Cultura, religião e Ensino Religioso: a diversidade em questão Joachim Andrade SVD 2007 IV CONERE FONAPER Cultura, Religião e Ensino Religioso: A diversidade em questão – Povo Negro, Negritude e o Totalmente Outro Marcos Rodrigues da Silva de uma ou outra religião. A UNESCO, órgão das Nações Unidas para a educação e a cultura, há décadas vem desenvolvendo o projeto Patrimônio Cultural da Humanidade, pelo qual, em dezenas de países em todos os continentes, são preservados lugares arqueológicos da pré-história, da idade antiga e construções ou ruínas da época medieval. A quase totalidade destes lugares foi ou é formada por espaços sagrados, onde povos de todos os tempos desenvolveram seus ritos religiosos. Este se pode dizer, é um “inconsciente coletivo” da humanidade, que, por outro lado, continua hoje mais vivo do que nunca, em milhares de diferentes manifestações. No ano de 2001, a UNESCO adotou a Declaração Universal Sobre a Diversidade Cultural, que assim diz no artigo 3º: “A diversidade cultural é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não somente em termos de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existência intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória.” O presente trabalho de pesquisa tem por objetivo fazer uma análise da dimensão ética na relação do professor com sua prática pedagógica na disciplina de Ensino Religioso. Sabemos que o professor que atua nesta área de ensino tem certa resistência na busca de uma formação voltada para a cultura religiosa, a qual envolve as ciências humanas que ajudam a compreender o fenômeno religioso. O problema a ser tratado é: Por que há um descompromisso por parte dos professores com o Ensino Religioso? E em que medida isso tem implicações éticas? Este texto discute os conceitos de religião, cultura e diversidade cultural relacionados à disciplina Ensino Religioso. Problematiza a adjetivação do ensino designando-o de Ensino Religioso, e a necessidade da legislação garantir o respeito à diversidade cultural e religiosa e a proibição do proselitismo. Ressalta que o respeito ela é tarefa de todo o cidadão e não somente de uma disciplina escolar. As diversas culturas indígenas, ao longo de milênios têm construído uma diversidade e riqueza de conhecimentos culturais e religiosos a partir de suas cosmovisões e de sua forma global de perceber, interpretar e agir no mundo. Estes saberes se tornam patrimônio da humanidade e como tal devem estar disponíveis e, por isso, a Escola não pode se recusar a socializá-los. Historicamente, no entanto, estes conhecimentos foram negados e desqualificados como idolatrias a partir do ponto de vista monocultural da tradição ocidental. Devido a isto, ainda hoje há falta de informação sobre a religiosidade destes povos, sendo que no contexto escolar sua abordagem é realizada a partir de recortes fragmentados. No entanto, a proposta do Ensino Religioso contempla o respeito à diversidade cultural e religiosa, com isso esta disciplina se dispõe a estar aberta para a perspectiva intercultural, que privilegia o horizonte conceitual e aportes teóricos das diversas culturas, inclusive a dos povos indígenas. Esta abordagem intercultural propicia o reconhecimento dos diversos mundos, das diversas culturas, e o reconhecimento ético da alteridade absoluta do outro. Desde a entrada no terceiro milênio todas as grandes tradições religiosas tomaram a consciência da necessidade de estabelecer relações mútuas favorecendo para uma convivência harmônica. Os contextos de globalização, comunicação e as relações comerciais entre os continentes promoveram as imigrações dos empresários, executivos e pessoas qualificadas, em diversas áreas, tanto para ocidente como para oriente facilitando uma maior integração entre as etnias, religiões e inclusive os casamentos mistos. Essa realidade dos últimos 20 anos introduziu novo tema nos campos de sociologia, antropologia e ciências da religião, conhecido como ‘coexistência cultural’ que por sua vez apresentaram outros temas como a tolerância religiosa, o diálogo inter–religioso etc. Muitas vozes insistem na necessidade de um diálogo sério e sem preconceitos entre o espírito liberal, secular e humanístico do Ocidente e as tradições culturais e religiosas do Oriente. Os objetivos de tal diálogo deveriam focar na criação de uma mentalidade cultural que se ajustasse melhor a um mundo multi-polarizado. A historia das populações africanas na diáspora no território brasileiro é de, aproximadamente, 60% da população. Estes são reconhecidos por 505 anos de muita luta e resistência pela autodeterminação de um povo, que se afirmam como uma cultura marcada pela pluralidade étnica, a diversidade religiosa, numa sociedade neoliberal, onde apenas consegue reconhecer-se na sua realidade multicultural. O desafio está em dar um passo adiante na afirmação da pluralidade étnica e na valorização da diversidade cultural, como parte integradora da identidade brasileira. 313 2007 IV CONERE FONAPER Ensino Religioso no Brasil: uma década de continuidades e descontinuidades Anísia de Paulo Figueiredo 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó Diferença e alteridade em Ensino Religioso: aproximações a partir de um exercício de formação continuada Dolores Henn Fontanive Simone Riske Koch 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó Interculturalidade: desafio às práticas pedagógicas em Ensino Religioso Francisca Helena Cunha Daneliczen 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó A alteridade e a religiosidade do aluno na aula de Ensino Religioso Adecir Pozzer 2007 IV Seminário Catarinense de Ensino Religioso Universidade Comunitária da Região de Chapecó Cuidados e preservação do meio ambiente: uma prática pedagógica no cotidiano escolar de Ensino Religioso 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Identidade e Ensino Religioso: uma relação necessária na educação escolar Osmarina Ercídia de Almeida Jesse Felipe de Almeida Henri Luiz Fuchs 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso e educação em direitos humanos Laude Erandi Brandenbur g 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Educar para a sensibilidade solidária: interface entre Ensino Religioso e literatura infantil Remi Klein 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Religiosidade popular e os PCNs do Ensino Religioso Rosângela Sturnmer A passagem dos dez anos de sanção da Lei nº 9475 de 22 de julho de 1997 é marcada por mais um acontecimento que confirma a existência de duas categorias que interagem como dois trilhos sobre os quais deslizam o trem do sistema educacional brasileiro. É um trem que leva em seu bojo: organizações, discussões, movimentos, tendências, concepções e outros elementos de natureza sóciopolíticocultural, com ênfase em aspectos filosóficos e jurídicos. Nos últimos meses, deparamo-nos com a circulação, no Congresso Nacional, de Projetos de Lei que visam a interromper, mais uma vez, o curso normal das ações que se encaminham para a compreensão, configuração e implantação do Ensino Religioso como disciplina absorvida e ampliada, pela “Educação Religiosa” como área de conhecimento, nos termos da Resolução CNE/CEB nº 02/98. Tal Resolução pode ser considerada como uma importante ferramenta para a operacionalização da Lei nº 9475/97. O pano de fundo do cenário atual retrata uma “Mudança de Época, mais do que uma Época de Mudanças”, segundo o pensamento de alguns filósofos contemporâneos. Em tal cenário, consideramos como os dois trilhos anunciados, anteriormente nesta reflexão, às categorias foucaultianas: Continuidades e descontinuidades. A formação de docentes é uma necessidade, desafios e exigência legal à práxis pedagógica. Lei 93994/96 em seu artigo 67 legisla acerca da valorização dos profissionais de educação, promovendo entre outros direitos, o aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico para esse fim, haja vista o universo pluralista, as novas tecnologias, as descobertas do mundo, a essência ontológica e profissional, resultando em novos paradigmas educacionais. Ao buscarmos fazer aproximações da temática intercultural é necessário inicialmente nos aproximarmos do termo e conseqüentemente conceitos de cultura, tomando sempre como referência o fato das possíveis variáveis teóricas a partir de significados e de interpretações que decorrem dos diferentes contextos, de onde nossos olhares e leituras podem se situar. O ambiente escolar é o local onde se encontram todas as diferenças possíveis. Estando em uma sala de aula, to o educando carrega consigo tudo o que é o que sente o que crê o que sonha. A religiosidade de cada educando está presente no ser que está aí. O desafio da educação está em acolher esse ser como outro e não como mais um enfrentando o riso da uniformização de massas onde Eu sou mais um. A questão do meio ambiente não afeta somente grupos isolados, mas é uma questão nacional e planetária. O cuidado com a natureza e a vida no planeta se apresenta como um dos desafios também para a disciplina de Ensino Religioso no Ensino Fundamental. A identidade sempre desperta interesse, seja no cotidiano, seja nos contextos acadêmicos. Cada ser humano está em constante busca por uma identidade. As diferentes áreas do conhecimento contribuem com suas multiplicidades de sentidos e terminologia para a compreensão e definição de identidade. Neste texto, refletiremos sobre a identidade e o Ensino Religioso por considerarmos este momento histórico marcado pela globalização e fragmentação, simultaneamente, pela busca de sentido e organização da vida, um tempo apropriado para a discussão. O surgimento da temática dos direitos humanos remonta à elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela ONU, no ano de 1948. Isso significa que a preocupação com os direitos humanos é recente na história da humanidade. Apenas 60 anos de tempo aos países signatários implementarem políticas e programas de aplicação dessa Declaração Universal. As histórias ocupam lugar central no proceso educativo religiosas, nos diversos contextos educacionais e nas diferentes tradições religiosas, como vemos no testemunho pedagógico contido no texto sagrado judaico-cristão: “o que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais não o encobriremos a seus filhos, mas contaremos à vindoura geração...” As escrituras Sagradas e Tradições Orais constituem-se num eixo organizar do conteúdo do Ensino Religioso, conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais. Assim, a leitura e a narração de história são atividade central no ER, sobretudo na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental. Contudo, como na proposta atual, a Bíblia deixa de ser o texto sagrado e passa a ser um, ao lado de outros, assim também não há necessidade de se usar unicamente texto sagrado do ER. Nesse sentido, procuro abordar neste artigo como os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso tratam a questão da religiosidade popular, pois se percebe que os conteúdos das disciplinas nas escolas 314 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Possíveis significados e debates sobre ecologia na perspectiva do Ensino Religioso Talita Bender Teixeira 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso x ensino laico: a laicização da escola pública na 1ª. República Cesar Alberto Ranquetat Júnior 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso nos sistemas municipais de ensino: alguns hiatos a serem enfrentados Daniela Hack Laude Erandi Brandenbur g 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso: a diversidade e a identidade na escola Henri Luiz Fuchs 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Sobre teias e significados: uma contribuição de Rubem Alves para a reflexão acerca do Ensino Religioso Iuri Andréas Reblin 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Pedagogia de projetos: um convite à ação a partir das aulas de Ensino Religioso Joel Luís Dumke ainda estão distantes da cultura local. Compreendendo a escola como espaço de formação de opiniões e de vivências, o currículo deve favorecer aos habitantes de uma determinada região um amor em relato às vivências locais, em especial, às vivências religiosas da população, respeitando seu universo religioso. Embora os eixos temáticos e conteúdos do Ensino Religioso previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais tenham sido elaborados a partir da concepção de que atuação do ser humano nãos e limita às relações com o meio ambiente e as relações sociais, mas está sempre em busca de algo que transcenda essas realidades, as temáticas que envolvem a natureza perpassam uma necessária consciência da sacralidade de toda a vida presente no Planeta Terra. Nesse sentido, é preciso entender que a nossa sociedade é produto de um paradigma cartesiano utilitarista que, ao longo de centenas de anos, agiu de forma predatória sobre os recursos naturais – colhendo agora seus nefastos frutos, que vêm em forma do desequilíbrio ambiental. O objetivo deste artigo é destacar a importância da temática sobre o meio ambiente e a ecologia e relacioná-la com os eixos temáticos propostos para o Ensino Religioso. Para tanto, valh0me de Ética da vida, de Leonardo Boff, livro essencial que traz profundas e lúcidas reflexões do autor sobre questões de ecologia, ética e espiritualidade. O regime republicano inaugurado em 1889 sepulta o regime do padroado. O decreto 119 – A, de 7 de janeiro de 1890, separa a igreja do Estado. Várias esferas da vida social até então ligadas à Igreja Católica se secularizam. A constituição de 1891 institui o casamento civil, a secularização dos cemitérios e o fim da subvenção estatal a qualquer culto religioso. A secularização do Estado brasileiro refletiu-se na esfera da educação e do ensino, que também se secularizou. O artigo 72 parg. 6º. Da Constituição Federal, de 1891, assim estabelecia: “Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”. A formação tanto inicial quanto continuada é condição primeira para as pessoas que trabalham ou desejam atuar na educação, especialmente para as professoras e os professores. No entanto, nota-se muitas vezes uma significativa diferença entre o que esses profissionais aprenderem e aprendem nos cursos e eventos em que participam e o que realmente fazem em seu cotidiano. Essas diferenças podem tornar-se bastante significativas, fazendo com que a realidade e da prática educativa seja distinta ou até mesma contrária aos conteúdos da formação recebida. Tivemos num momento histórico em que o fundamentalismo e a segregação estão se tornando cada vez mais visíveis a partir das diferentes manifestações religiosas. A dificuldade de dialogar sobre temas pertinentes à vida parece a cada momento. Os movimentos religiosos estão em uso proceso dinâmico de conquistar novos prosélitos como se o ser humano fosse uma mercadoria. O ser humano, por sua vez, necessita de verdades para obter um sentido para a vida. No entanto, paradoxalmente, quanto mais se busca um sentido para a vida a partir das respostas oferecidas pelas tradições religiosas, mais encontramos pessoas sem sentido para viver e fazer a diferença na sociedade. Desde os primórdios, o ser humano busca se organizar em grupos culturais que contribuem para a construção da identidade individual, grupal e transcendental. A partir do momento em que as diferentes culturas passaram a educar seus descendentes na escola, os conhecimentos passaram a ser selecionados e transmitidos de forma organizada e sistematizada. Atualmente, um dos conhecimentos presentes nos currículos escolares é o conhecimento religioso. Era uma vez um menino que morava no interior das Minas Gerais e tinha o sonho de ser pianista. Ele se chamava Rubem Azevedo Alves. Lamentavelmente, ele não tinha muito talento para música e as varas andanças que ele e sua família fizeram durante sua vida acabaram conduzindo a outros caminhos, tornando-o um mineiro muito peculiar: pensador brasileiro, teólogo, filósofo, cronista, psicanalista, crítico da educação, contador de estórias (do tempo em que ainda se permitia escrever assim: estória). Suas palavras já foram ouvidas e lidas por milhares de pessoas e seu pensamento adquiriu destaque principalmente entre os educadores. Rubem Alves esboçou uma proposta pedagógica em oposição aos moldes educacionais dominantes. Essa proposta defendia espaço para a inteligência criativa, a ênfase na sapiência, no respeito à integralidade de cada pessoa, no lúdico, no erótico e no petiço. Tendo como princípio a pedagogia libertadora de Freire, o trabalho tem por objetivo superar o modelo de educação para os educandos e, baseando-se no diálogo, criar uma alternativa que procure valorizar os 315 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso como área do conhecimento no ensino médio José Deon Laude Erandi Brandenbur g 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST O registro do conhecimento religioso Júlio César de Lima 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso e a docência nas séries iniciais do ensino fundamental: inquietações iniciais Lourival José Martins Filho Manfredo Carlos Wachs 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Professor-pesquisador no Ensino Religioso: um olhar para a religiosidade e as religiões Marcos André Scusel 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST A temática indígena e o Ensino Religioso Maria Cristina Rieth 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Diálogo no Ensino Religioso escolar: possibilidades e interdições da relação identidade-diversidade Rodinei Baldinot 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Diversidade e Ensino Religioso: a historicidade como pressuposto comum Sergio Portella sujeitos e seus saberes no meio em que vivem. A partir de uma metodologia voltada aos interesses do aluno, buscam-se argumentos o que solidifiquem o paradigma libertador e acredita-se que o ato de aprender precisa estar vinculado ao mundo do estudante, o que o afasta do simples ato de memorização e esquecimento. Propõe-se um paradigma no qual o educando e o educador aprenda e ensine junto. Não somente através de repostas dadas, mas principalmente pelas experiências, um processo real no qual a teoria e a pratica não se encontre dissociadas da realidade, mas em que a práxis possa intervir e alcançar os objetivos propostos. A metodologia libertadora de trabalhar com projetos assumem o educando como sujeito inacabado e, com ele, cria e desenvolve novos conhecimentos científicos que podem ser útil como instrumento de ação transformadora na busca de uma sociedade mais justa e fraterna. Utiliza-se o conhecimento já produzido e disponível para, através do problema proposto, constituir novo conhecimento. Mas reflexões acadêmicas, a partir da segunda metade do século XX, têm predominado uma hierarquização dos conhecimentos com uma visão de superioridade do saber das ciências exatas sobre as outras áreas. O saber das ciências forçou um novo olhar sobre as religiões que trabalhavam com a idéia de verdade pronta e acabada. A partir do momento em que a epistemologia demonstrou que o saber está em construção, que verdades prontas e acabadas não respondem às necesidades do conhecimento, o estudo do objeto das religiões se dinamizou. O conhecimento religioso, bem como todo tipo de conhecimento humano, constrói-se a partir de perguntas fundamentais. Ao perguntar-se que é de onde veio, para onde vai, o que faz aqui, o ser humano formula e sistematiza respostas que lhe serão favoráveis na experiência do seu cotidiano existência. Das pinturas rupestres nas cavernas onde habitou há milhares de anos, a mais moderna das invenções é o registro de suas próprias experiências que fará as nuanças da cultura, revelando um escondido desejo humano de eternizar-se. Muitas questões têm permeado as discussões e os estudos sobre a formação e a atuação docente, dentre elas a necessidade de um/a professor; a critico/a, reflexivo; a e pesquisador/a. Assim há uma profusão de autores imbuídos nessas temáticas, ora defendendo, contrapondo ou ponderando. Salienta-se que a partir da Lei 9475/97, que dá nova redação no artigo 33 da LDBEN 93994/96, o Ensino Religioso deixou de ser confessional, exigindo uma radical transformação de sua maneira de compreênde-lo e administrá-lo. Diante da diversidade religiosa que existe em nosso país, o Ensino Religioso assume a missão de desenvolver uma releitura crítica do fenômeno religioso e das religiosidades. A partir das reflexões sobre a prática educativa, quero partilhar caminhos que nos ajudem a qualificar nossa ação no Ensino Religioso. É preciso começar pela realidade, pelas partilhas e vivências dos estudantes para construir os conceitos e ampliar a compreensão e vivencias dos estudantes para construir os conceitos e ampliar a compreensão e o conhecimento do fenômeno religioso. Assim começa a ação de um educador-pesquisador: um professor que dá o primeiro passo fazendo uma releitura religiosa pessoal e também instituição, para depois pensar como seria possível trabalhar o Ensino Religioso com os estudantes: um educador que faz da pesquisa uma pratica cotidiana em sala de atual para refletir sobre a identidade e a diversidade religiosa. O modo de narrar o indígena, a partir da visão do não índio, tomando a si como referência e o outro como o diferente, reflete o modo de ver a realidade sob a ótica de uma postura considerada etnocêntrica. Etnocentrismo e a tendência que tem o ser humano de olhar o mundo através de sua própria cultura e considerado como o mais correto e natural. O comportamento etnocêntrico é um dos aspectos do processo das relações socioculturais pelo qual se tende a transformar o que se acha diferente em normal à luz do olhar da própria cultural, considerar-se superior às outras culturas, discriminando as diferenças. Há pouco tempo, o Ensino Religioso foi considerado parte integrante da formação básica do cidadão e livre da direção confessional. Isso é obra da Lei 93949/96. O artigo 33 diz que o Ensino Religioso de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais da escola públicas de ensino fundamental e asseguram o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. Recentes transformações na proposta educacional brasileira concedemos a pensar o Ensino Religioso no espaço escolar, seu papel específico e suas relações para com os demais componentes curriculares. Nossa 316 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Adolescentes e a compreensão da morte: perspectivas para o Ensino Religioso Sonia Maria Silveira Gisela W. Streck 2008 29 a 31 de maio V Simpósio de Ensino Religioso EST Representações e percepções de estudantes do ensino fundamental sobre o Ensino Religioso e a Nova Era Talita Bender Teixeira 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Estudo preliminar sobre a especialização no Ensino Religioso Sérgio Rogério Azevedo Junqueira Douglas Jeferson Menslin 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília O Ensino Religioso e as teorias da educação Darcy Cordeiro 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Ensino Religioso na educação infantil: a possibilidade de manter o sonho acordado Viviane Lontra Teixeira Nunes busca de identidade é concomitante à adesão no contexto da diversidade curricular que é também hoje desafiada no anseio da formação cidadã. Tal cumprimento mostra árduo, ao que a busca de unidade pelos componentes curricular. Nossa busca de identidade é concomitante à adesão no contexto da diversidade curricular que é também hoje desafiada no anseio da formação cidadã. Tal cumprimento mostrase árduo ao que a busca de unidade pelos componentes curriculares expressa sua necessidade de fortalecimento. Concebemos a sociedade aos olhos de nosso tempos e lhe devemos à contrapartida a oferta de instituições escolares coerentes com estes tempos. Para tanto, propomos que pressupostos comuns aos referidos anseios sejam evidenciados na compreensão da afirmação identitária por grupos sociais dados no mesmo processo face ao qual hoje repensamos nosso trabalhos. Tais seriam pressupostos históricos. A identidade social do educando e a identidade pedagógica do ER seriam então os sujeitos históricos em vias de ma mesma formação cidadão historicamente compreendida. O presente escrito visa à melhor desenvolver as presentes afirmações. Na sociedade altamente consumista em que vivendo, está em evidência o ter e o prazer, ficando esquecido o sentido do ser, da mesma forma o sentido de viver, sofrer, perder e morrer, crescendo em diversos ambientes o vazio e a crise de quem não reflete mais sobre o adoecer, o sofrer, o enlutar e o envelhecer. Quando mais a ciência avança, menos se aceita a realidade da morte, não somente nos hospitais, mas também no dia a dia das pessoas, pois se passa para as crianças a idéia de que o morto está dormindo, não deixando que elas participem dessa experiência triste, mas rela que lhes poderá permitir um amadurecimento mais consciente, encarando a morte, como parte da vida. Esta comunicação visa a apresentar dados referentes à minha pesquisa de doutorado, no qual analiso a Nova Era e o Ensino Religioso. A Nova Era constitui-se numa exuberante proliferação de ramificações, encontros, fusões, superposições, tradições particulares e sedimentações universais. A amplitude de significado que acerca é relevante no contexto da religiosidade pós-moderna, marcado por situações de arranjo pessoal. Pesquisas recentes atestam a maleabilidade religiosidade dos brasileiros em que a religião do Self (de si mesmo) é a resposta para um mundo d existente individualismo. A partir da homologação da LDB 9.394/96, onde se institucionalizou a exigência de formação profissional para aqueles que atuam no magistério, tentou-se estabelecer uma identidade para os profissionais docentes para as diversas áreas do conhecimento; entre essas áreas está o profissional docente para o Ensino Religioso. Apesar da legalização desse profissional, o que se tem detectado é que poucos são os profissionais que estão habilitados para essa área do ensino. Uma das alternativas encontradas é a criação de cursos de especialização Lato Sensu, cuja característica de formação é justamente complementar a formação docente para áreas específicas do conhecimento. O objetivo deste artigo é retratar a construção ou a (des) construção dessa identidade no decorrer da história educacional no Brasil, apontando as características dos cursos de especialização para o Ensino Religioso através de um estudo entre os anos de 1997 a 2008 dos diferentes cursos de especialização para o Ensino Religioso oferecidos no território nacional brasileiro bem como propor algumas reflexões sobre a construção da identidade do profissional docente para o Ensino Religioso no Brasil. Pretende-se discorrer sobre os diversos modelos de Ensino Religioso (ER) – confessional interconfessional e Transconfessional – relacionando-os com as principais teorias pedagógicas modernas – tradicional, comportamental, renovada e progressista – bem como com as práticas didáticas de multi, inter e transdisciplinaridade, destacando a importância das ciências da religião nesse contexto educacional. O objetivo do presente trabalho é discutir a importância do Ensino Religioso para a formação e o desenvolvimento da criança no contexto da Educação Infantil. Percorrem as diferentes visões atribuídas ao Ensino Religioso ao longo dos séculos, discutindo o tema sob a perspectiva histórica e pedagógica, tendo como apoio teórico a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, pela nova redação dada ao artigo 33 pela Lei 9.475/97), os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNs: ER), os artigos publicados pela Associação de Educação Católica do Brasil (AEC) e o Programa Marista de Educação Religiosa (PROMER). A metodologia constou de uma revisão da bibliografia e observações e registros das mudanças ocorridas em 317 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília O currículo do Ensino Religioso: formação do ser humano a partir da diversidade cultural Henri Luiz 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Proposta curricular de Ensino Religioso de Santa Catarina: um olhar discursivo a partir da diferença Simone Riske-Koch 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Ensino Religioso: uma proposta metodológica Sonia Itoz 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Conceituação: análise e possibilidades de inserção da nova era no currículo do Ensino Religioso Talita Bender Teixeira de uma escola confessional com relação à nova concepção de Ensino Religioso. Concluiu-se que o Ensino Religioso constitui um dos melhores veículos para transmitir às crianças um significado para a vida. Através do respeito à diversidade ampliam-se as referências das crianças e se favorece a melhoria das relações na sociedade por meio do convívio respeitoso com as outras formas de expressão religiosa e a compreensão da riqueza cultural. Espera-se que esta apresentação seja uma contribuição para a formação inicial e continuada de professores de Educação Infantil, estudantes dos cursos de Ensino Religioso e pessoas que desejam trabalhar com o Ensino Religioso nas escolas. O currículo do Ensino Religioso, a partir da LDB 9.394/96, requer uma nova compreensão enquanto espaço de construção do conhecimento. A proposta curricular elaborada pelo FONAPER e assumida como Parâmetros Curriculares Nacionais do ER, após uma década de implantação, carece de uma avaliação para contribuir na reflexão e no planejamento de atividades educativas que levem em consideração à diversidade cultural religiosa do Brasil. A diversidade cultural está presente nos espaços educativos. O ser humano que constrói sua identidade a partir deste contexto histórico marcado pela diversidade necessita de um espaço para refletir, experenciar e desenvolver um caminho para sua vida considerando os referenciais culturais e religiosos. O currículo do Ensino Religioso deve proporcionar um espaço para acessar informações, refletir sobre a trajetória humana e proporcionar práticas vivenciais que proporcionem experiências vitais na sala de aula. O professor de ER é desafiado a contribuir na construção do sentido da vida dos seus estudantes numa realidade complexa que supera os limites da fragmentação moderna. O currículo do Ensino Religioso, para dar conta dos desafios da diversidade, deve ser desenvolvido numa perspectiva interdisciplinar. Somos contínua e intensamente interpelados por marcadores identitários e vivemos numa época de difusão das diferenças, em que os sentimentos de pertencimento são cambiantes, complexos, difíceis de capturar, descrever e analisar. Esta pesquisa tem por objetivo compreender como discursivamente as diferenças atravessam um dos documentos oficiais que norteiam o componente curricular de Ensino Religioso no Estado de Santa Catarina, a saber, a Proposta Curricular de Santa Catarina: Implementação do Ensino Religioso no Ensino Fundamental. Esta proposta, em seu texto introdutório, apresenta o objetivo do Conselho de Ensino Religioso do Estado de Santa Catarina – CONER/SC como um dos referenciais que subsidiaram a elaboração da presente proposta curricular. Analisamos este objetivo à luz da teoria da Análise do Discurso de orientação francesa. Para tal, procedemos a uma investigação teórica das questões que envolvem as diferenças, visando perceber como elas circulam na materialidade lingüística do texto elaborado. Através da análise percebemos que os efeitos de sentido produzidos no texto sinalizam na direção da presença de um constante jogo de poder nas relações humanas subjacentes ao processo de elaboração deste objetivo. Este jogo de poder é marcado por um discurso que parece deslizar, pois, ao mesmo tempo em que prevê o reconhecimento das diferenças, percebe-se certo cerceamento de fronteiras religiosas comuns. Assim, os sentidos e os sujeitos parecem resultar de filiações em redes, na relação de distintas formações discursivas. O Ensino Religioso é um componente curricular em processo de constituir-se pedagogicamente como uma área de conhecimento na educação brasileira. Em busca de uma possível proposta metodológica socializamos a visão desta área desenvolvida numa escola da rede de ensino particular na Zona Sul de São Paulo. Neste trabalho, pautado no projeto políticopedagógico da escola, nos documentos do FONAPER e em autores que atualmente subsidiam os referenciais pedagógicos para o trabalho de Ensino Religioso, propomo-nos a sistematizar fundamentações e objetivos desta prática. Os cinco eixos temáticos através dos quais se configura o currículo do Ensino Religioso abrem espaço para que o aluno possa dialogar com a diversidade do fenômeno religioso. As variantes permitem, ao professor e a professora, dentro do espaço plural que se concretiza na sala de aula, uma ampla abordagem sobre o Transcendente. Este artigo busca analisar, primordialmente, as possibilidades de inserção das abordagens sobre a Nova Era no saber que é construído através dos eixos temáticos previstos nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso. Para tanto, num primeiro momento, apresento uma conceituação da Nova Era, a partir de 318 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Avaliação no Ensino Religioso: limites e possibilidades Ires Lausmann Klein 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Concepções epistemológicas do Ensino Religioso e suas práticas em sistemas municipais de ensino Laude Erandi Brandenbur g 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Religião e comunicação: subsídios audiovisuais para educação religiosa Luis Carlos de Lima Pacheco 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília A prática pedagógica do professor de Ensino Religioso no contexto da diversidade religiosa da Ilha Cotijuba/PA Rodrigo Oliveira dos Santos Diego Moraes Batista 2008 X Seminário Nacional de Formação de Professores FONAPER Universidade Católica de Brasília Culturas juvenis Ensino Religioso escola Gisela Isolde Waechter Streck Silvia Cristina Hack Alves e na autores que abordaram o fenômeno e, num segundo momento, aponto algumas possibilidades de abordagem e inserção da temática no currículo do Ensino Religioso. A proposta deste texto é abordar a avaliação da aprendizagem no Ensino Religioso, entre os limites e as possibilidades na sala de aula. A memória traz na bagagem os retratos e, pelas frestas, aponta concepções que podem mudar o enfoque das praticas educativas. Os/As professores/as de Ensino Religioso convivem com os limites de concepções que insistem em sair das frestas do tempo e, por outro lado, vislumbram outras possibilidades por novas frestas. O processo educativo pode ser qualificado e prazeroso, sendo o portfólio apresentado como um instrumento de avaliação. O trabalho aborda resultados parciais do projeto de pesquisa “Ensino Religioso – um olhar para as concepções e práticas em sistemas municipais de ensino”. O projeto trata das concepções epistemológicas e do encaminhamento prático do Ensino Religioso em várias instâncias de quatro sistemas municipais de ensino de quatro diferentes associações municipais. O projeto em sua pesquisa de campo abarca diferentes instâncias envolvidas: secretarias municipais de educação, responsáveis pelo Ensino Religioso ou coordenações pedagógicas municipais, professoras de Ensino Religioso, estudantes e alunas da Educação Infantil e dos Anos Iniciais, coordenadores do CONER das regiões envolvidas na pesquisa. O presente trabalho apresenta os resultados da pesquisa de campo realizada com secretarias municipais de educação e responsáveis em relação a três focos de análise: conhecimento da legislação de Ensino Religioso, concepções epistemológicas do Ensino Religioso e as práticas escolares nessa área de conhecimento. Inicia-se com uma reflexão sobre o papel dos sistemas de ensino e sua relação com o encaminhamento do Ensino Religioso em nível municipal. Em seguida, apresenta os posicionamentos das pessoas envolvidas com o encaminhamento dessa área de conhecimento junto às escolas do sistema municipal de ensino. Ao final, apresentam-se alguns prenúncios e considerações sobre a pesquisa realizada. Esta pesquisa tem como objetivo comunicar reflexões preliminares e motivadoras para minha dissertação de mestrado em Ciências da Religião em torno do tema da comunicação na educação religiosa. A reflexão parte da constatação de lacunas na comunicação religiosa que tem sua raiz numa inadequação à linguagem e à cultura da mídia. A cultura da comunicação é concebida nesta reflexão como chance para a educação religiosa. A reflexão tem como referenciais epistemológicos a fenomenologia da religião na perspectiva da transdisciplinaridade e a teoria da modulação de Pierre Babin. O foco da reflexão é a pesquisa da produção de subsídios em vídeo para o Ensino Religioso. O objetivo da pesquisa é desenvolver uma metodologia de abordagem adequada às exigências de transdisciplinaridade do fenômeno religioso. Este estudo buscou investigar se o professor de Ensino Religioso considera em sua prática pedagógica a diversidade religiosa da ilha de Cotijuba/PA. O campo de investigação concentrou-se em duas escolas públicas de ensino fundamental, sendo uma da rede estadual e outra da rede municipal, ambas localizadas na Ilha de Cotijuba. A metodologia foi fundamentada na abordagem quanti-qualitativa, com o método etnográfico. A coleta de dados foi realizada através das técnicas de entrevistas e de observação participante, tendo como sujeitos envolvidos um professor de Ensino Religioso e vinte estudantes de 5ª a 8ª séries, sendo dez pertencentes à escola municipal e os outros dez da escola estadual. Os resultados revelaram, inicialmente, que o professor não considerava a diversidade religiosa dos estudantes no desenvolvimento de sua prática pedagógica. Observamos que, a partir do desenvolvimento da pesquisa, houve mudanças na prática pedagógica do professor, que passou a desenvolver um trabalho mais voltado para a diversidade religiosa existente na ilha. As contínuas transformações da realidade e os constantes movimentos que a acompanham têm influenciado decisivamente no comportamento dos/as jovens. No cenário cultural, os/as jovens necessitam eleger aqueles elementos que julgam adequados para si, na construção de sua própria identidade. Aspectos culturais como o forte apelo estetização do corpo, dentre outros, geram conseqüências no comportamento dos/as jovens e influenciam diretamente no seu modo de agir e de pensar e nem sempre trazem conseqüências positivas para os mesmos. O/A jovem, no entanto, não se apresenta somente como um mero consumidor dos aspectos 319 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Do fenômeno religioso para o imaginário religioso: teses para o diálogo no VI Simpósio de Ensino Religioso na EST Adilson Schultz 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Diversidade religiosa e os desafios para o Ensino Religioso Adilson Schultz 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST O fenômeno religioso no Ensino Religioso e o currículo escolar Henri Luiz Fuchs 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST A fenomenologia religiosa e os espaços educativos Laude Erandi Brandenbur g culturais. Ele/a também acaba produzindo novos elementos que, por sua vez, influenciarão e poderão produzir modificações na cultura já existente. A juventude torna-se então um produto da cultura vigente, ao mesmo tempo em que atua sobre ela, produzindo também novas formas e práticas de expressão cultural. E é na adoção de um estilo, nas diversas vivências dos pares e grupos, nas incursões pelas metrópoles, nas interações com as tecnologias, dentre outras formas, que o/a jovem vai encontrando espaços para criar, produzir, recriar ou expressar suas próprias culturas. É neste fazer e refazer, consumir e produzir que se expressam as culturas juvenis. No entanto, o mundo da escola e o mundo dos/as jovens, com suas expressões culturais, ainda são mundos separados. Além disso, o mundo da cultura apresentase muito mais interessante e cativante. Os/As jovens, no entanto, querem inclusão e reconhecimento de sua cultura também na escola. Estas possibilidades são colocadas também para o Ensino Religioso: ou se abre espaço para que os/as jovens possam dialogar sobre suas necessidades e dificuldades e, por meio de suas culturas, se expressarem (e expressar sua espiritualidade), ou se fica ausente e distante do mundo juvenil. É notório que o fenômeno religioso forjado culturalmente, bem como tantos estudos de religião matizados academicamente, é formulado na dicotomia binária redutória transcendente imanente - numa linguagem clássica, na dicotomia sagrado – profano. Essa lógica excludente provoca dramas infindáveis e soluções esquizofrênicas tanto na constituição quanto na percepção do fenômeno religioso: espiritualidades afastadas da realidade; ideologias religiosas fundamentalistas; análises científicas em perspectiva redutora isolando uma ciência da outra; percepções teóricas que ignoram ou isolam o dado da fé: fanatismo que opõem a verdade de uma religião à outra, etc. Em última análise, essas esquizofrenias religiosas repousam sobre a separação espiritual temporal, ou imanente-transcendente, sagrado-profano. Nunca existiu um período na história em que houvesse uma só religião no mundo. Nem no nosso país, nem na nossa cidade – e hoje, nem na nossa família! Ou seja, a diversidade religiosa é um fenômeno universal e atemporal. Tratamos, portanto, de um fenômeno que não é novo. O desafio certamente é novo: as tentativas pedagógicas e legais de um Ensino Religioso não confessional ou que faça apologia a um determinado credo. Para citar apenas uma questão: Como criar o processo de ensino e aprendizagem no Ensino Religioso sem cair no relativismo que confundo religião como ética: Por outro lado, nunca antes na história do Brasil vivemos num ambiente de tanta proteção à liberdade religiosa. É ela que provoca a diversidade religiosa que experimentamos. O sentimento popular de que no fim qualquer caminho religioso leva a Deus instaura uma necessidade vigilante de que nossas práticas pedagógicas no Ensino Religioso sejam pautadas pelo direito à diferença, pelo direito da crítica e da autocrítica religiosa e, sobretudo pela liberdade religiosa. Ensino Religioso é social para a formação cidadã globalizada, uma idéia universal de cidadania. O presente texto apresenta uma reflexão a partir do currículo escolar e sua relação com o Ensino Religioso, no qual será dada a ênfase no fenômeno religioso. Inicialmente faremos um estudo introdutório da relação entre o fenômeno religioso e a experiência religiosa. Num segundo momento buscaremos estabelecer uma relação do currículo com o Ensino Religioso. Num terceiro momento, buscaremos relacionar o currículo escolar com Ensino Religioso a partir dos fenômenos religiosos. Situar a fenomenologia religiosa nos espaços educativos e analisar a relação real ou possível entre os dois focos são os propósitos do texto, após as abordagens sobre imaginário religioso, diversidade religiosa, cultura, currículo escolar e Ensino Religioso. Ao mesmo tempo em que se recolhe de modo panorâmico alguns aspectos discutidos, este texto pretende lançar algumas questões sob a ótica de quem vive o cotidiano de uma escola que se debate com tantas questões essenciais. O estado da arte do assunto mostra-se ainda incipiente, embora a presença do tema fenômeno religioso se faça sentir dendê os primórdios da concepção do Ensino Religioso como área de conhecimento. Ao tratarmos desta temática, há questões das quais nãos e pode deixar de falar a compreensão de religião – religiosidade, a relação entre ciências da religião e teologia e, dentro dela, os conceitos de transcendência e sagrado. A compreensão de religião e de religiosidade tem sido temática recorrente nos debates sobre o Ensino Religioso, justamente por se tratar de uma questão de fundo para uma área de conhecimento que leva o religioso no nome. 320 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Deus é pai- Deus é como um amigo como falar de Deus com adolescentes no Ensino Religioso Gisela Streck W. 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Cinema e Ensino Religioso: possibilidades metodológicas Iuri Reblin Remi Klein 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso e materiais didáticos necessidade de novos olhares Marcos André Scussel Manfredo Carlos Wachs 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Um convite para trabalhar com a literatura no cotidiano escolar Marielle de Souza Vianna 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Sobre o uso da musica e a espiritualidade: a tensão entre canto comunitário e música de performance Soraya Heinrich Eberle 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Notas de uma proposta: o Ensino Religioso como cenário de uma alfabetização como cenário de uma alfabetização ecológica Anaxsuell Fernando da Silva 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST O Ensino Religioso nas escolas públicas de Goiás: continuidades e mudanças Cesar Alberto Ranquetat Júnior A imagem de Deus é central para entender o desenvolvimento da religiosidade do ser humano. É significativa não só na realidade da pessoa adulta, mas também na da criança e do adolescente. As mudanças que acontecem na maneira como o ser humano imagem de Deus, no transcorrer da sua vida, são decisivas para entender o desenvolvimento da sua religiosidade. O Ensino Religioso é um espaço adequado para de Deus? O objeto de estudo do Ensino Religioso é o fenômeno religioso. Mas o que significa isso? Por fenômeno religioso entende-se o proceso de busca que o ser humano realiza na procura de transcendência; desde a experiência pessoal do Transcendente até a experiência religiosa na partilha de grupo. Assim colocar o desafio de como falar de Deus com adolescente no Ensino Religioso? O cinema é certamente uma das invenções uma das invenções mais fantásticas da história da humanidade. E essa extraordinariedade do cinema não se deve apenas ao entretenimento audiovisual e narrativo que ele proporciona, mas, sobretudo, ao fato de ele reunir em um mesmo plano de expressão a imaginação, a criatividade, os sonhos, as visões de mundo, os desejos, os símbolos, as axiologias, as ideologias, as culturas, as linguagens, as técnicas, as tecnologias, as religiões, as ciências. Tudo o que circunda o universo humano pode ser encontrado no cinema em inúmeras proporções e perceptivas sujeitas à história que se quer contar e à visão e à intenção de seu contador. A perfeita sincronia entre a luz, o som e as imagens em movimento atribui ao cinema uma característica singular de janela da realidade. Rubem Alves, em seu livro O que é religião, afirma que estudar a religião de determinado grupo social é de, de certo modo, fácil. O estudo da História das Religiões, seus textos sagrados, seus símbolos e sua doutrina são acessíveis ao espaço acadêmico, pois se constitui num conhecimento formado, definido e disponível a todos. O desafio que nos é apresentado é formado, definido disponível a todos. O desafio que nos é apresentado é perceber, conhecer, compreender, ler e interpretar a religião presente em nosso cotidiano. Reler o fenômeno religioso e as religiosidades presentes de forma sutil, discreta, camuflada e, às vezes e, às vezes, invisível em nossa cultura e sociedade. Esse desafio se apresenta aos educadores de Ensino Religioso em sala de aula. E os recursos que tem à disposição para desenvolver a educação nesta área de conhecimento estão diretamente ligados à forma como compreendermos os processos educativos. Ao pensarmos em atividades para trabalhar em sala de aula que tematizem os conteúdos propostos para o Ensino Religioso, podemos contato como auxílio dos clássicos da literatura (adaptações ou os originais, dependendo do contexto escolar). Por exemplo, na obra cervantina Dom Quixote de la Mancha podemos encontrar um constante diálogo entre o sagrado e o profano, que parecem conviver no texto de forma harmônica e, a partir desse romance, podemos discutir essa importante temática em sala de aula. Sábado à tarde, liga-se a televisão em algum canal aberto e, surpreendente, ouve-s música evangélica. Em outro canal, o comercial de um CD, gravado por uma cantora evangélica. Em outro ainda, o culto de uma igreja neopentecostal é transmitido ao vivo, e o pastor cana. Também no contexto católico-romano encontramos uma renovação, com religioso sendo reconhecido como artistas de sucesso por sua carreira musical. Na escola, os estudantes perguntam se a professora conhece esse ou aquele outro cantor ou grupo evangélico e cantam músicas com entusiasmo. De qualquer forma, costuma utilizar música no contexto do Ensino Religioso também, já que ela é um excelente recurso. Música e culto: música e um dia: (ab|) usos da música. Concluímos que esse novo repertório, chamado de evangélico ou gospel, tem encontrado livre trânsito na mídia nacional. Desde suas origens, a sociologia destacou a importância da religião como forma de mediação simbólica apta para consolidar os laços sociais e fortalecer as ordens normativas. Max Weber definiu religião como tentativa de achar um sentido do mundo acessível à compreensão humana. É a essa perceptiva bem mais ampla, capaz de englobar além das religiões institucionalizadas, com estruturadas dogmáticas rígidas, movimentos religiosos e/ou místicos dentro da idéia de religião, que nos referiremos constantemente, na qual este trabalho se inclui. Este trabalho baseia-se em entrevistas realizadas no ano de 2007 com os principais personagens envolvidos na implantação do novo modelo de Ensino Religioso nas escolas públicas de Goiás e na análise da norma que regula está disciplina. Procura-se apresentar de forma sintética um panorama do Ensino Religioso nas escolas públicas desse Estado. 321 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST Ensino Religioso resgatando valores Eliana Aparecida Lopes Gagg 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST A correlação entre pergunta e reposta na prática do Ensino Religioso Jonas Roos 2009-12-11 10 a 12 de setembro VI Simpósio de Ensino Religioso EST O encontro sagrado das religiões: contribuições do Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre para o Ensino Religioso escolar Márcio Holf 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB O Ensino Religioso no segmento da educação infantil Andréa Gomes Cardoso Sandra Michelluzzi Biazotto 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Projeto pedagógico Religioso: reflexões Dolores Henn Fontanive 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Uma pedagogia da imperfeição: uma metodologia ao Ensino Religioso? Evanor Daniel Castro 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Educação interculturalidade: desafios as práticas pedagógicas Francisca Helena Cunha Daneliczen e político Ensino algumas de A sociedade precisa regatar os seus valores, pois a falta desses vem acarretando uma degeneração ética e moral. Ultimamente, os meios de comunicação têm bombardeado a população com informação que tratam da necessidade de se encontrar um caminho para o restabelecimento dos valores no convívio diário. Este texto procura compreender a prática do Ensino Religioso a partir da relação entre perguntas existenciais e conhecimento religioso enquanto possibilidade de reposta. Proponho que é possível pensar em uma correção entre perguntas existenciais e desenvolvimento de conhecimento religioso. Entretanto, faz-se necessário refletir sobre o modo pelo qual deve ser desenvolvido esse conhecimento. Em que medida é possível desenvolver o conteúdo nas aulas de ER sob uma perspectiva existencial? Há 23 anos, acontecia na cidade de Assis, Itália, a Jornada Mundial de Oração pela Paz. Um encontro que reuniu pela primera vez,a convite do papa João Paulo II diversas lideranças religiosas que ali estiveram para rezar pela paz no mundo. Conforme Teixeira, a jornada de Assis abriu espaço para uma série de eventos inter-religiosos que se seguiram e representou uma luz de esperança para paz no mundo. Nesse contexto tal encontro passou a representar uma possibilidade de colaboração entre as religiões, pois diálogo e fraternidade entre as religiões são condições primeiras para qualquer iniciativa de Paz entre as nações. Dessa forma, Assis representou um primeiro sinal de profunda ruptura com uma longa e triste história de intolerância entre as religiões. O presente texto quer contribuir com a reflexão sobre a temática Metodologia no Ensino Religioso. Tem por objetivo auxiliar os professores quanto a métodos/estratégias de planejamento e avaliação das aulas, no segmento da Educação Infantil. Para isso, apresenta algumas reflexões acerca da criança no processo de desenvolvimento psicossocial e religioso. Aborda também, aspectos do Ensino Religioso na educação infantil, pois a criança que vai à escola não vai apenas de corpo, mas leva consegue desejos, pensamentos, suas emoções e sua religiosidade. Logo, a escola precisa ter um currículo que contemple todas essas dimensões e auxilie o aluno em sua formação integral. Por isso, acreditamos que o Ensino Religioso seja uma disciplina que contribui para essa formação, desde que o professor esteja preparado e tenha metodologias adequadas para trabalhar as curiosidades e interesses dos estudantes. O cotidiano escolar move e se move em sintonia com o projeto formador, que o identifica e constitui. O presente trabalho objetiva socializar algumas reflexões e referenciais, que subsidiam, questionam e desafiam processos e construções de Projetos PolíticoPedagógicos no contexto escolar. Busca apresentar alguns resultados que decorrem de uma pesquisa em desenvolvimento, a partir do ano de 2008, com algumas escolas da abrangência da 12ª Gerência de Educação de Rio do Sul. Os resultados parciais sinalizam contribuições, desafios e perspectivas para a necessidade de um constante processo de reformulações, ressignificações diante das (pró) vocações do contexto escolar. Trata-se de uma proposta de metodologia e de objeto de estudo para o componente curricular do Ensino Religioso. O autor começa fundamentando a partir de uma relação de confiança existente entre o transcendente e a finitude humana. Essa relação de confiança geraria a noção de cuidado consigo e para com o outro. Ao discorrer essa premissa, o autor propõe uma metodologia provida de uma alteridade capaz de estabelcer um relacionamento de confiança, de cuidado entre corpo docente e corpo discente. Desse modo, o profissional do Ensino Religioso inspiraria uma atitude diferenciada para com seu corpo discente: seria capaz de transmitir o seu cuidado, de tal modo que a educanda e o educando sentissem apostados e acreditados em seus potenciais, em suas capacidades e em seus dons singulares. E, por fim, defende que uma Pedagogia da imperfeição promoveria uma acolhida às diferenças religiosas e culturais. Este artigo refere-se à pesquisa realizada no Curso de Mestrado em Educação, com a temática e objeto de análise a cultura, interculturalidade e educação e a prática pedagógica no ensino fundamental. Como suporte teórico, apresenta o debate com diferentes autores para conhecer, compreender e caracterizar a cultura, interculturalidade e educação. Objetiva, ainda, a partir do corpo teórico, identificar a presença de alguns indicadores de interculturalidade com o propósito de analisar documentos de uma prática pedagógica desenvolvida no contexto escolar, a partir de uma experiência do componente curricular de Ensino Religioso, que busca perspectivas que atendam aos desafios e exigências de uma sociedade que se 322 percebe diversa. 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB A diversidade cultural religiosa e o currículo: o diálogo inter-religioso necessário a partir do Ensino Religioso Henri Luiz Fuchs 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Quando a religião se faz arte: sugestões de como trabalhar o cinema nas aulas de Ensino Religioso Iuri Andréas Reblin Remí Klein 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Conexões entre currículo, alfabetização e Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental Lourival José Martins Filho Manfredo Carlos Wachs 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB O Ensino Religioso como espaço para o diálogo inter-religioso Marcos André Scussel 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB A sala de aula usada como espaço de desenvolvimento da criança para a construção da alteridade na diversidade Margarete Vill de Souza 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Livro didático e Ensino Religioso Mariane do Rocio Peters Kravice A diversidade cultural religiosa está presente no contexto da sala de aula e, a partir da LDB 9.394/96, que estabelece uma nova dinâmica curricular que contempla e insere o Ensino Religioso, como componente obrigatório no currículo, a escola deve refletir e planejar as atividades educativas, levando em consideração a diversidade cultural religiosa do Brasil. A partir da escrita, a escola passou a conceber um conhecimento como padrão universalizante em detrimento da diversidade cultural religiosa. Vivemos, porém, uma nova realidade que desafia o ser humano a construir sua identidade a partir do outro, que não necessariamente compartilha dos mesmos referenciais culturais e religiosos. Através da área de conhecimento, a escola é provocada a contribuir na construção do sentido da vida dos seus estudantes, através do diálogo inter-religioso, numa realidade complexa que busca superar os limites da fragmentação moderna. A partir do Ensino Religioso, a reflexão sobre a diversidade poderá ser desencadeada através da interdisciplinaridade. O cinema é certamente uma das invenções mais fantásticas da história da humanidade. E essa extraordinariedade do cinema não se deve apenas ao entretenimento audiovisual e narrativo que ele proporciona, mas, sobretudo, ao fato de ele reunir em um mesmo plano de expressão a imaginação, a criatividade, os sonhos, as visões de mundo, os desejos, os símbolos, as axiologias, as ideologias, as culturas, as linguagens, as técnicas, as tecnologias, as religiões, as ciências. Tudo o que circunda o universo humano pode ser encontrado no cinema em inúmeras proporções e perspectivas sujeitas à história que se quer contar e à visão e à intenção de seu contador. A perfeita sincronia entre a luz, o som e as imagens em movimento atribui ao cinema uma característica singular de janela da realidade. O artigo que apresentamos é fruto de nossa pesquisa intitulada: Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental em Florianópolis – SC, realizada junto ao Programa de Pós Graduação em Teologia, na área de Religião e Educação das Faculdades EST em São Leopoldo-RS. Participamos na referida instituição, do grupo de pesquisa Currículo, Identidade, Religiosa e Práxis educativa que tem como objetivo: subsidiar a formação de profissionais e pesquisadores nas temáticas da identidade religiosa e da área do conhecimento e práxis do Ensino Religioso Realizou uma pesquisa-ação, cientes do rigor acadêmico, buscando promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas, o conhecimento teórico do componente curricular Ensino Religioso e as práticas pedagógicas realizadas por professores habilitados em Pedagogia que atuam como docentes nos anos iniciais em Florianópolis. O presente trabalho tem o objetivo de abordar o diálogo inter-religioso e o trabalho educativo no Ensino Religioso. Reflete sobre os processos de diálogo ecumênico e inter-religioso que vem sendo construído ao longo dos tempos pelas instituições religiosas. Diante do pluralismo religioso, reflete sobre as possibilidades de o Ensino Religioso construir caminhos que promovam esse diálogo no espaço acadêmico, que transcende ao espaço institucional religioso, e visa à formação integral e cidadã do ser humano. As motivações que nos levaram a elaborar este artigo foram fruto de necessidades dificuldades que nós, profissionais da educação, encontramos para aplicação de metodologias na prática de ensino-aprendizagem na sala de aula para os conteúdos de Ensino Religioso. Este artigo propôs como tema de estudo a metodologia de aprendizagem na prática pedagógica de turmas do 1º ciclo do Ensino Fundamental, com a atividade “a beleza das cores”. Esta foi utilizada para o desenvolvimento e construção de novos saberes e de uma abordagem que possa vir a contribuir para que os professores conheçam essa metodologia e possam refletir sobre a forma que a sala de aula está sendo usada como espaço de desenvolvimento da educabilidade, para a construção da alteridade na diversidade. Este artigo procura apresentar um breve histórico do Livro Didático (LD), no Brasil, como se deu a primeira escola de leitura e escrita e como, no decorrer dos anos, os educadores começaram a sentir falto de livros e materiais didáticos. A partir daí, os educadores começaram a elaborar textos e manuscritos. Atualmente, o LD faz parte da vida escolar de milhares de educandos em todo o país, auxiliando no processo de ensino e de aprendizagem, não como uma ferramenta única de conhecimento, mas como um 323 2009 22 a 24 de outubro V Seminário Catarinense de Ensino Religioso – I Seminário Internacional de Culturas e Desenvolvimento FURB Olhares que se encontram: o Ensino Religioso, o diálogo inter-religioso e os povos indígenas Sandro Luckmann 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso – FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás A relação entre ciência e religião: pressupostos metodológicos do ensino e da aprendizagem do religioso Marcos Augusto Armange 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Saberes compartilhados entre história e Ensino Religioso: uma experiência que deu certo Talita Bender Teixeira 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás O fenômeno religioso e a epistemologia do Ensino Religioso no currículo escolar Henri Luiz Fuchs 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ensino Religioso e cidadania – da escola para a sociedade Mirian Matulio de Souza Rosângela da Silva Gomes 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás O Ensino Religioso: uma das condições para o exercício da cidadania Marislei de Sousa Espíndula Brasileiro Alberto da Silva Moreira suporte para os educadores que buscam, através desses manuais, aprimorarem sua prática pedagógica. As escolas, por sua vez, participam do Programa Nacional do Livro Didático – PNLD – que tem como objetivo principal prover as escolas das redes federal, estadual e municipal com obras didáticas e dicionários de qualidade. O FNDE disponibiliza um Guia do Livro Didático em seu sítio na internet, e envia o mesmo material impresso às escolas cadastradas no censo escolar. A escolha dos LDs se dá num processo democrático, com base no Guia do Livro Didático. Diretores e educadores analisam e escolhem as obras que serão utilizadas. Assim, num processo histórico, o LD se disseminou ao longo dos anos. Mudanças ocorreram por decretos, leis e/ou práticas cumulativas e, aos poucos, estes foram sendo reformulados, aprovados e implementados. Hoje, as escolas de todo país atuam no processo ensino e de aprendizagem de seus componentes curriculares com esse suporte, ainda que não seja o único, mas como mais uma ferramenta para educandos e educadores. Relatamos, a seguir, como se deu o processo histórico do livro didático no Brasil até os tempos atuais, de forma mais específica para o livro didático de Ensino Religioso, a disseminação dos textos e manuais até a década 90 e os desafios para estes livros didáticos a partir da atual LDB. O texto apresenta reflexões sobre algumas implicações entre o Ensino Religioso e a diversidade dos povos indígenas, concebidos como olhares distintos. Onde se encontram? Quais as expectativas vislumbradas? Qual ou quais os caminhos identificados? Por onde trilhálos? As diferentes denominações religiosas e a diversidade cultural, presentes no universo do Ensino Religioso, podem interagir entre si, criando um ambiente favorável e propício para o diálogo interreligioso, como prática e metodologia ao Ensino Religioso na escola? São questões presentes nesta reflexão. O artigo examina a postura das ciências e da psicanálise em particular sobre a religião. A partir do método materialista, que nega a dimensão metafísica, as ciências consideram a priori a religião como criação humana. Nessa ótica, ela cumpriria importantes funções no atendimento das necessidades existenciais e, por isso, deve ser analisada unicamente a partir de sua utilidade. Para o autor, no entanto, a religião nasce a partir do encontro pessoal entre o ser humano e a sua divindade. Nesse encontro revela-se a categoria do desejo que relativiza o conceito da necessidade da religião. Essa categoria pode ser identificada pelo mesmo método de analise das ciências, pois está expressa na forma externa com que a religião se apresenta: ritos, doutrinas e celebrações. A distinção entre os conceitos torna-se importante instrumento de ensino e aprendizagem do religioso. Este artigo tem por objetivo relatar uma experiência que deu certo, fruto dos saberes compartilhados entre estudantes e professores. Numa proposta de interdisciplinaridade, História e Ensino Religioso se encontraram, frutificando desse encontro, possibilidades ricas de valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes e enriquecer o debate sobre as relações étnico-raciais, especialmente através das religiões afro-brasileiras. O presente texto apresenta uma reflexão a partir do currículo escolar e o Ensino Religioso, no qual será dada a ênfase no fenômeno religioso. Inicialmente faremos um estudo introdutório da relação entre o fenômeno religioso e a experiência religiosa. Num segundo momento, buscaremos estabelecer uma relação do currículo escolar com o Ensino Religioso. Num terceiro momento, buscaremos relacionar o currículo escolar com o Ensino Religioso e a sua epistemologia a partir dos fenômenos religiosos. O presente texto baseia-se em experiências pedagógicas realizadas dentro de um planejamento interdisciplinar. Busca identificar e sinalizar algumas considerações sobre o campo das representações simbólicas, mitos e lendas que assumem formas culturais, contribuindo para a diversidade cultural na perspectiva da educação. Neste sentido, tomamos o Festival do Boi bumbá em Parintins – Amazonas, como manifestação da cultura popular que, embora tendo contato com a modernidade, seus habitantes conservam muito da mitológica indígena e cabocla que veicula entre o real e o imaginário da região. A crescente situação de pluralismo e diversidade religiosa no Brasil coincide com as discussões em torno do Ensino Religioso nas escolas públicas. Neste estudo objetivou-se compreender se o Ensino Religioso é uma das condições para um exercício pleno da cidadania e que tipo de Ensino Religioso é mais adequado à escola pública. Para tanto, optou-se por um estudo exploratório, bibliográfico, com análise qualitativa de material disponível em Bibliotecas 324 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ensino Religioso: do que mesmo estamos falando? Marlon Leandro Schock 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás O Novo paradigma do Ensino Religioso Wanderley José de Faria 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Alteridade no contexto escolar: experiências em Ensino Religioso e em psicologia escolar educacional Adecir Pozzer Suzan Alberton Pozzer 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás O currículo de Ensino Religioso para o ensino médio no estado de Goiás Diane Marcy de Brito Marinho 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Quando a religião se faz arte: sugestões de como trabalhar o cinema nas aulas de Ensino Religioso Iuri Andréas Reblin Remí Klein 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Conexões entre Ensino Religioso e prática pedagógica nos anos iniciais do ensino fundamental Lourival José Martins Filho Manfredo Carlos Wachs convencionais e virtuais. Percebeu-se que a religião exerce influência na sociedade atual e tem o seu papel, mas que essa influência precisa ser sistematizada por profissionais das ciências da religião, sendo este um dos caminhos para que a cidadania seja alcançada e o Ensino Religioso é um dos instrumentos para esse alcance. Este texto é um convite à reflexão e ao diálogo a serem instigados pelos dados apresentados por duas pesquisas de campo e um simpósio recente sobre o Ensino Religioso (10-12/09/2009 nas Faculdades EST). A diversidade de respostas apresentadas à pergunta: qual é o objeto próprio do Ensino Religioso? Levou-me diversas vezes a fazer outra pergunta: do que mesmo estamos falando? Diante da importância de uma definição e uma concordância a respeito de um objeto próprio (ou de objetos próprios) para esta disciplina, compreendida como área de conhecimento, como um componente curricular, faz minhas considerações e deixo aqui um convite à reflexão. A superação do paradigma aristotélico-tomista e a assumência do paradigma cartesiano-galileano, que mais tarde entrou em processo de crise, vem mudando a configuração da sociedade. Neste contexto vem sendo gestado um novo paradigma, e este é de certa forma responsável pela mudança de visão do Ensino Religioso no Brasil, tudo isso em um processo dialético, de construção e desconstrução. A sociedade brasileira é composta por uma diversidade de crenças, religiões diferentes, maneiras distintas de viver sua religiosidade. Este novo paradigma de Ensino Religioso (E.R) deve levar em consideração toda essa diversidade religiosa. E dentro da perspectiva do conhecimento, do diálogo, do encontro, do respeito que o novo paradigma do Ensino Religioso deve ser fundamentado e ser trabalhado nas escolas A diversidade cultural presente na escola implica diretamente nas relações estabelecidas entre os diversos personagens que constituem o ambiente escolar. Pensar estas relações na escola supõe desafios e possibilidades. Desafios enquanto dificuldades de aceitar o diferente e as diferenças e possibilidades enquanto espaço de contato com o diferente e as diferenças para então (re) significá-las na perspectiva da alteridade. Quando se criam condições para o contato com a própria identidade, viabiliza-se a construção de relações menos preconceituosas em relação ao outro, favorecendo assim o exercício da alteridade. Rede pública estadual de Goiás constrói uma matriz curricular inovadora para o Ensino Médio, a ser implantada juntamente com as comunidades escolares, cujas principais características são: período por semestralidade e flexibilidade na distribuição das disciplinas e sua carga horária, buscando mudanças que proporcionem aos estudantes condições para sua realização pessoal, profissional e cidadã, ou seja, um ensino centrado no aluno e na integração entre arte, cultura, trabalho, ciência e tecnologia. Com a implantação dessa nova proposta para o Ensino Médio, foi necessário reconstruir os currículos. Na construção deste novo cenário educacional, o E.R. que também começa a ser implantado, neste ano de 2009, ganha forças e começa a construir o seu próprio currículo para o Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além de ser uma nova disciplina, ainda não existe o profissional específico, com licenciatura plena em Ciências da Religião que deveria credenciá-lo com as competências necessárias para trabalhar com este novo ensino. Apresentamos, nesta comunicação, uma proposta de currículo transformada em Seqüência Didática que está sendo testada pelos professores de E.R. O presente texto aborda possibilidades de uso do cinema nas aulas de Ensino Religioso a partir da leitura do livro Como usar o cinema em sala de aula, de Marcos Napolitano, e do material disponibilizado pelo MEC sobre o uso de recursos audiovisuais na escola. Atesta que o cinema envolve seus espectadores por lidar, sobretudo, com as emoções humanas e pela perfeita sincronia entre imagem, som e movimento e pela utilização de um recurso milenar: o ato de contar estórias. O texto apresenta os desafios, os cuidados e os procedimentos necessários para o sucesso do uso do cinema. Além disso, sugere filmes e possibilidades de leituras religiosas de filmes diversos, reiterando, por último, que a religião integra a realidade humana e o segredo de uma abordagem bem sucedida no ambiente escolar pode estar na interdisciplinaridade. O artigo que apresentamos é fruto da pesquisa: Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental em Florianópolis – SC, realizada junto ao Programa de Pós- Graduação em Teologia na área de Religião e Educação das Faculdades EST em São Leopoldo–RS. Participamos na referida instituição grupo de pesquisa: Currículo, Identidade, Religiosa e Práxis educativa que 325 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ensino Religioso e materiais didáticos: inquietações iniciais Marcos André Scussel Manfredo Carlos Wachs 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás O Ensino Religioso nos anos iniciais do ensino fundamental Sandra Michelluzzi Biazotto 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Contribuição do Ensino Religioso na formação da religiosidade do aluno nas séries finais do ensino fundamental Sonia Maria Dias Manfredo Carlos Wachs 2009 12 a 14 de novembro V Congresso Nacional de Ensino Religioso FONAPER Pontifícia Universidade Católica de Goiás Ensino Religioso na educação infantil: a possibilidade de manter o sonho acordado Viviane Lontra Teixeira 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Diversidade, Humanos e Religioso Direitos Ensino Andreza Silva Souza 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Reflexões sobre Ensino Religioso, pluralismo, intolerância e Direitos Humanos Estevão Domingos de Oliveira Neto 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba A ação pedagógica para a diversidade numa perspectiva de raça/etnia e sua intersecção com os PCNER Lilian Conceição da Silva Pessoa de Lira tem como objetivo: subsidiar a formação de profissionais e pesquisadores nas temáticas da identidade religiosa e da área do conhecimento e práxis do Ensino Religioso. O presente trabalho busca refletir sobre os desafios do atual contexto educacional e sobre o papel do Ensino Religioso. Reflete sobre o Ensino Religioso e a religiosidade. Indaga-se sobre a necessidade de construção de novos materiais didáticos que possam contemplar os desafios que se apresentam. Busca visualizar possibilidades a serem desenvolvidas em pesquisas e em práticas inovadoras em sala de aula que integrem as áreas do saber e construam relações de conhecimento e vivência. O presente texto quer contribuir com a reflexão sobre a temática “Práticas Pedagógicas no Ensino Religioso” que tem por objetivo auxiliar os professores quanto ao método/ estratégias de planejamento e avaliação de suas aulas, nos anos iniciais do ensino fundamental. Para isso, o texto apresenta algumas reflexões sobre a faixa etária da criança atrelada ao contexto social, a escola. Aborda também, aspectos de seu currículo escolar fomentando a relevância do Ensino Religioso aos estudantes, pois eles vão à escola e levam consigo seus desejos, pensamentos, suas emoções e crenças. Logo, a escola precisa ter um currículo que contemple todas essas dimensões e auxilie o aluno em sua formação integral. Por isso, acredita-se que o Ensino Religioso seja uma disciplina que contribui para essa formação, desde que o professor busque constantemente aperfeiçoar sua ação pedagógica levando o aluno à prática da alteridade, ao exercício da cidadania e o (re) conhecimento e valorização da diversidade cultural religiosa. O presente trabalho busca refletir sobre a formação integral do ser humano, destacando e enfocando a pesquisa no sujeito do jovem que freqüenta as séries finais do ensino fundamental e procurando verificar a contribuição do Ensino Religioso para a formação e/ou aprofundamento da religiosidade do jovem. Este trabalho faz parte do projeto de mestrado e busca, aqui, nesta comunicação apresentar os propósitos da pesquisa. O trabalho pretende discutir a importância do Ensino Religioso na formação e no desenvolvimento da criança no contexto da Educação Infantil. Percorre as diferentes visões atribuídas ao Ensino Religioso e à criança ao longo dos séculos discutindo o tema sob a perspectiva histórica e pedagógica. A metodologia constou de observações das formas de recepção das ações pedagógicas, bem como de registros das reações das crianças diante do mistério e a relação que estabelecem com o fenômeno religioso. Concluiuse que o Ensino Religioso constitui um dos melhores veículos para transmitir às crianças um significado para a vida. Através do respeito à diversidade amplia as referências das crianças e favorece a melhoria das relações na sociedade por meio do convívio respeitoso com as outras formas de expressão religiosa e compreensão da riqueza cultural. Espera-se que esta apresentação seja uma contribuição para a formação de professores de Educação Infantil e de Ensino Religioso. Este trabalho trata do desafio de se adequar o processo de internacionalização dos direitos humanos à diversidade e à religiosidade inerentes à humanidade. Neste sentido, analisa os argumentos das posturas universalistas e relativistas frente aos direitos humanos, concluindo pela incompletude das duas. Em vista disso, o texto defende o diálogo e a ênfase em determinados pontos de convergência entre as diversas culturas de vidas como forma de superar a polêmica em torno da diversidade cultural e programar uma agenda de consenso que possa tornar o processo internacionalização dos direitos humanos bem sucedidos. Refletindo sobre alguns aspectos do Ensino Religioso nas escolas públicas do Brasil com ênfase às questões relacionadas à legislação, surgiu o presente artigo. Destacamos as implicações do pluralismo religioso no contexto do Ensino Religioso nas escolas públicas, bem como as contradições da intolerância religiosa. Como primeiro resultado de nossa análise ressaltamos a relevância do Ensino Religioso como instrumento formador do aluno cidadão e beneficiário de direitos. A pesquisa selecionada para o estudo foi descritiva/bibliográfica com abordagem qualitativa. O presente artigo propõe uma modesta incursão na conquista da educação como um direito a partir do século XVIII, assumindo a condição de direito social no início do século XX, quando o Estado de Direito passa a ser considerado Estado Social. Nas décadas finais do século XX, o Estado passa a assumir o status de Estado Democrático de Direito, no qual o direito à educação, com base no princípio da igualdade, passa a considerar o direito à diferença como pilar necessário 326 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba O Ensino Religioso e as teimosias juvenis: abertura para o diferente Benedita Aguiar Ferreira Rosa Cássia Trindade 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Sob a proteção de Deus. O Currículo do Ensino Religioso: um desafio a partir da diversidade cultural Henri Luiz Fuchs 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Ensino Religioso e ecologia: uma proposta educativa para a diversidade José Damião Limeira 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Diversidade cultural religiosa nas turmas da educação de jovens e adultos Maria do Socorro de Oliveira 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Saber cuidar do humano na educação Maria José Torres Holmes à garantia desse princípio. Ou seja, somente é possível considerar o direito à igualdade mediante o reconhecimento da identidade do sujeito como o elemento elucidador da diferença desse sujeito. Nesse sentido, a ação pedagógica numa perspectiva de raça/etnia pode contribuir para a garantia da diversidade na Educação, superando a homogeneidade historicamente imposta como sinônimo de igualdade. Ao mesmo tempo propondo sua intersecção com os PCNER. Este trabalho tem como objetivo, questionar e refletir sobre as teimosias juvenis e suas relações de identidade, alteridade no âmbito escolar. Como o Ensino Religioso trabalha as questões juvenis através dos movimentos culturais, como os rappers, punks, emos, roqueiros, forrozeiros, hip hop, etc., no âmbito do estudo das religiões, tendo como lugar o sagrado e o profano, a partir das diferentes manifestações, expressos na linguagem simbólica, e por mais diferentes que aparentam serem, essas manifestações juvenis estão carregadas de uma linguagem simbólica, que diz algo da inquietação em que vivem. Na contramão de um discurso que propaga a idéia de que os jovens são apáticos, desinteressados, alienados, mostrando que ainda há os que desejam participar ativamente na construção de uma sociedade alternativa. No preâmbulo da Constituição brasileira de 1988 consta a afirmação “sob a proteção de Deus”, marco de um tempo histórico e de uma compreensão de sociedade civil em processo de constituição. Além disso, no artigo 210 da referida Constituição encontramos uma redação que torna mais explicita essa concepção de estado na medida em que introduz o Ensino Religioso como componente curricular, único em comparação com os demais componentes do currículo escolar da educação básica brasileira. No Brasil, o Ensino Religioso é, de acordo com LDB, Lei 9394/96, componente curricular obrigatório. A partir da legislação vigente e das mudanças de paradigmas, a educação escolar passa a ser espaço de construção de identidade individual e coletiva num contexto marcado peal diversidade cultural religiosa. O currículo é um espaço político no qual as diferentes concepções de vida e de mundo se encontram e se imbricam com o intuito de resgatar e preservar a vida. O Ensino Religioso é parte integrante da formação básica do cidadão e, para tal, necessita romper com o etnocentrismo cultural que marcou a trajetória curricular na educação brasileira. Este estudo investiga a relação entre Ensino Religioso e ecologia: uma proposta educativa para a diversidade. Sem dúvida, a disciplina de Ensino Religioso, disciplina para a diversidade, oferece uma ampla gama de possibilidades para chegarmos a uma compreensão maior no que se refere à Ecologia. Nosso objetivo é contribuir para a formação do ser humano, permitindoo desenvolver a consciência e o compromisso com a saúde planetária. A relação entre Ensino Religioso e Ecologia é uma relação de construção, fornecendo aos educadores e educandos maiores possibilidades de desenvolvimento e aprimoramento da vida, dos sentimentos, dos valores, do cuidado com o ambiente na qual habitamos. O ser humano, portanto, precisa evoluir-se religioso ecologicamente, ou seja, deve refletir sua reconstrução pessoal, política, social, psicológica e emocional no Habitat natural. O presente estudo trata da Diversidade Cultural Religiosa em turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e surgiu da necessidade de responder dificuldades vivenciadas nas relações entre professores de Ensino Religioso e a convivência com as diferentes crenças e práticas religiosas presentes na sala de aula. O Ensino Religioso integra a proposta curricular nacional de educação e procura rejuntar as diferentes culturas, não importando qual seja o tipo de religião a que o aluno pertença: católica, protestante, espírita, budista ou hinduísta. Daí, este estudo ter encaminhado mais uma reflexão na busca de superar os obstáculos e desafios que o educador da EJA enfrenta no seu fazer pedagógico. Para isso, precisa alimentar a esperança de que a escola, sendo um espaço plural, deve cultivar valores éticos, culturais e religiosos imprescindíveis para a educação integral. A humanização da educação é uma necessidade prioritária no campo educacional brasileiro. Precisamos repensar a escolares que queremos para as nossas crianças, jovens e adultos. De que adianta inovar os Sistemas de Ensino com as novas tecnologias, onde as mudanças vêem apenas a parte material! Antes de tudo é importante somar a essa escola que queremos uma reflexão sobre o ser humano que passar por nossas mãos, pelos quais somos responsáveis, bem como aqueles que trabalham nas escolas. Precisamos pensar esse cidadão que queremos formar, na sua totalidade envolvendo, não só o físico, mas o espírito, a 327 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba A ausência da religiosidade das irmandades no Ensino Religioso Siéllysson Francisco da Silva 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba Currículo Religioso Médio Vítor Lins Oliveira 2010-12-11 23 a 25 de setembro de 2010 XI Seminário Nacional de Formação de Professores para o Ensino Religioso Universidade Federal da Paraíba A contribuição do Ensino Religioso na formação crítico/reflexiva do(a) cidadão (a) no c