ESTUDO DA CAPACIDADE DE REDUÇÃO DA CARGA MICROBIANA EM UMA ESTUFA DE SECAGEM EQUIPADA COM LUZ ULTRAVIOLETA (MULTI-SEC®) LUCIANA NEVES CAMARGO, ROBSON MIRANDA DA GAMA, LUIS ANTONIO PALUDETTI. LESIFAR – Laboratório Escola Semi Industrial de Farmácia. Faculdade de Farmácia. Universidade de Santo Amaro (UNISA). Introdução: A qualidade na preparação de medicamentos pela farmácia de manipulação é uma constante preocupação de farmacêuticos e consumidores e cuidados para que não ocorra contaminação microbiana nas preparações magistrais é mais um fator a ser considerado. O processo de limpeza dos equipamentos com o uso de água, sabão e álcool 70º GL nem sempre consegue retirar contaminantes patogênicos e os processos de desinfecção utilizados normalmente são os químicos que podem deixar resíduos tóxicos. O uso da radiação por ultravioleta pode ser uma alternativa para uso em farmácias de manipulação. Objetivo: Este trabalho avaliou o uso de uma secadora equipada com luz ultravioleta, na capacidade de sanitização de materiais após o uso na preparação magistral. Material e métodos: Foi escolhido como material de trabalho bandejas de encapsuladora, que após contaminação com o microrganismo Staphylococcus aureus (S. aureus), foram analisadas, quanto ao número de viáveis totais, antes e após a secagem. Um swab foi introduzido num tubo contendo solução salina estéril contaminada com S. aureus na concentração 5,0 x 109 UFC/mL. O swab (que determina o volume de 0,2 mL) foi passado nas bandejas da encapsuladora em três pontos diferentes: superior, centro e inferior, indicando uma contaminação de 109 UFC em cada ponto da bandeja. O procedimento foi repetido para 12 bandejas de encapsuladora, totalizando 72 pontos de amostragem. Para a avaliação da contaminação foi feito um swab das bandejas antes da secagem, molhando o mesmo em solução salina estéril, passando em cada ponto da bandeja e logo após em placa de Petri contendo TSA. Em seguida, as bandejas foram colocadas na secadora e deixadas por 45 minutos expostas à luz ultravioleta e ao aquecimento de 40 C. Após o tempo de secagem, novamente foi molhado um swab em solução salina estéril e passado nos 3 pontos de cada bandeja e semeadas em placas de Petri contendo TSA. As placas de Petri inoculadas, antes e após secagem, foram levadas a estufa de 35C por 24 horas. O procedimento foi repetido por mais duas vezes em dias diferentes, totalizando 216 pontos de amostragem. Resultados e discussão: A quantificação de células viáveis de S.aureus foi realizada com a contagem do número de unidades formadoras de colônia (UFC) que cresceram no meio de cultura e calculada a taxa de morte e de sobrevivência dos microrganismos. Foi feito uma média das 12 bandejas analisadas e verificou-se que em 10 bandejas não houve crescimento do microrganismo, dando uma taxa de eficiência de 100% e taxa de sobrevivência zero UFC , o que indica uma queda de 10 ciclos logaritmos, e em duas bandejas a taxa de sobrevivência foi de aproximadamente 3x10-7 UFC com taxa de eficiência de 99,9999997%, indicando queda de 9 ciclos logaritmos. No processo de esterilização ocorre a total eliminação de patógenos e é definida como uma redução de contaminantes igual ou superior a 8 logs ou 99,999999 %. Na desinfecção tem se uma redução na concentração de patógenos para níveis não infecciosos. Conclusão: Os resultados demonstram que a secadora equipada com luz ultravioleta apresenta capacidade esterilizante para o microrganismo S.aureus.