PIBIC – CNPq Projeto Flandres XXI ENCONTRO DE JOVENS PESQUISADORES III MOSTRA DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA COMPORTAMENTO ELETROQUÍMICO DE FOLHAS DE FLANDRES COM TRATAMENTO DE CONVERSÃO COM CÉRIO (CCCe) EM SOLUÇÃO SALINA Vinícius S. Teixeira, Márcia D. Grave, Ivana G. Sandri, Lisete C. Scienza (orientadora) UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA LABORATÓRIO DE CORROSÃO E PROTEÇÃO SUPERFICIAL – PESQUISA 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVO 3 RESULTADOS A partir da década de 1980, numerosos estudos reportaram a significativa redução da taxa de corrosão para diferentes substratos metálicos mediante o emprego de sais de cério como inibidores de corrosão ou revestimentos de conversão, despertando interesse em se investigar o processo de formação, o mecanismo de deposição e a caracterização de revestimentos de conversão de cério (CCCe). Contudo, estudos referentes ao comportamento eletroquímico demonstrado pela folha de flandres (aço estanhado) quando submetida a esses mesmos tratamentos são escassos. Desse modo, objetiva-se com o presente trabalho avaliar o desempenho protetor conferido por sais de cério quando aplicados à folha de flandres empregada como material de embalagens na indústria de alimentos. 3.1 Análise visual por microscopia eletrônica de varredura [a] [b] [c][c] Figura 3. Microscopia eletrônica de varredura [500x] das amostras sem tratamento [a], passivadas com sais de cério [b] e mapeamento de cério na superfície [c]. 3.2 Caracterização eletroquímica 3.2.1 Curvas de polarização potenciodinâmica 2 MATERIAIS E MÉTODOS 87 mm 1. Desengraxe com etanol [2 minutos] 2.1 Preparo dos corpos de prova 2. Lavagem e secagem com ar frio [2 minutos] [b] [a] 34 mm 3. Isolamento da área de teste [1 cm²] Figura 1. Aspecto do corpo de prova empregado. 2.2 Aplicação do revestimento (CCCe) [Scanning Potentiostat EG & G – modelo 362] Figura 4. Curvas de polarização anódicas e catódicas para [a] amostras tratadas com cério e [b] amostras comerciais. 3.2.2 Ensaios de polarização linear Folha de flandres comercial Folha de flandres com CCCe Ecorr [VECS] -0,5059 -0,52655 Icorr [A/cm2] 3,042.10-7 2,2198. 10-7 Taxa de corrosão [mm/ano] 0,000995 0,000726 Solução de 5 g/L CeCl3 + 7 g/L (NH4)2SO4 – pH 5,75 Aplicação de corrente catódica de 40 mA/cm² Agitação magnética de 240 rpm Lavagem com jatos de água destilada t = 30 s 2.3 Ensaio de caracterização visual T = 25 ± 2 °C Secagem com exposição ao ar frio [2 minutos] Microscopia eletrônica de varredura [MEV] [Microscópio eletrônico de varredura Jeol –modelo JSM 5800] Voltagem de aceleração: 20 kV Magnitude: 500x 2.4 Ensaio de caracterização eletroquímica Elétrolito: NaCl(aq) 3,5% (m/V) – pH 5,6 Curvas de polarização potenciodinâmicas [Potenciostato Iviumstat Technologies] - Célula de um compartimento com três eletrodos: eletrodo de trabalho [folha de flandres]/ Eletrodo de referência [Eletrodo de calomelano saturado com KCl(aq)]/ Contra-eletrodo [platina] Faixa de potenciais: 1,5 VECS e -2 VECS Velocidade de varredura: 5 mV/s Ensaio de polarização linear Célula eletroquímica convencional de três eletrodos EI = Potencial de circuito aberto EF = -0,365 V Monitoramento de potencial de circuito aberto [OCP] - Multímetro portátil Minipa ET-1600 acoplado a um eletrodo de calomelano saturado com KCl(aq) - Tempo de imersão: 245 h Figura 2. Modelo da célula eletroquímica empregada nos ensaios de polarização potenciodinâmica e polarização linear. Tabela 1. Valores de Ecor, Icor e da taxa de corrosão das amostras obtidos através da polarização linear. 3.2.2 Monitoramento de potencial de circuito aberto (OCP) [NaCl(aq) 3,5%] Gráfico 1. Monitoramento de potencial de circuito aberto em solução salina neutra por 245 h. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS As imagens de MEV revelaram que o revestimento de CCCe não ocasionou alterações na morfologia da superfície da amostra, sugerindo que houve a deposição regular de um filme de óxido de cério pouco espesso sobre a superfície. Através das curvas de polarização potenciodinâmica constatou-se que as camadas passivas à base de cério inibiram mais eficazmente as reações catódicas do processo corrosivo. O valor de potencial de corrosão para a amostra sem tratamento foi inferior ao obtido pelo revestimento com cério; todavia, os valores de corrente e taxa de corrosão para os corpos de prova com CCCe foram inferiores aos obtidos para as amostras sem tratamento, possivelmente estando este valor relacionado com a diminuição da exposição do substrato metálico ao eletrólito pelo filme protetor, provavelmente um óxido de cério. Este filme é formado com o aumento do pH interfacial devido à atividade catódica na região, permitindo uma maior resistência a processos corrosivos mediante a deposição dos filmes de CCCe. Os ensaios de OCP revelaram que a amostra com cério apresentou um potencial mais nobre que os corpos de prova sem tratamento durante as primeiras 50 horas de ensaio. Para períodos maiores de exposição, a diminuição do potencial das amostras com CCCe deve estar relacionada com o rompimento ou dissolução da camada depositada sobre a área de teste. 5 REFERÊNCIAS - CAMPESTRINI, P.; TERRYN, H.; HOVESTAD, A.; DE WIT, J. H. W.. Formation of a cerium-based conversion coating on AA2024: relationship with the microstructure. Surface and Coatings Technology, v. 176, p. 365-381. 2004. - KIYOTA, S.; VALDEZ, B.; STOYTCHEVA, M.; ZLATEV, R.; BASTIDAS, J. M. Anticorrosion behavior of conversion coatings obtained from unbuffered cerium salts solution on AA6061-T6. Journal of Rare Earths, v. 29, p. 961-969, 2011. - JOHNSON, B. Y.; EDINGTON, J.; WILLIAMS, A.; O'KEEFE, O. Microstructural characteristics of cerium oxide conversion coating obtained by various aqueous deposition methods. Materials Characterization, v. 54, p. 41-48, 2005. 6 AGRADECIMENTOS