Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Múltiplos Órgãos para Transplante Versão 2012 Coordenação: Prof. Dr. Ben Hur Ferraz Neto Elaboração: Tadeu Thomé Luciana Carvalho Moura Adaptado segundo Protocolos Assistenciais do Programa de Transplantes de Órgãos do Hospital Israelita Albert Einstein e Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgãos e Tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Sumário 1. Organização do Sistema Nacional de Transplantes ................................................................. 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5. 4 SNT/CGSNT/CNNCDO Secretaria de Estado da Saúde CNCDO - Central de Notificação, Captação, Distribuição de Órgãos e Tecidos para Transplantes OPO – Organização de Procura de Órgãos / OPC - Organização de Procura de Córneas CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante 2. Terminologia da Doação e Transplantes ................................................................................. 5 2.1. 2.2. 2.3. 2.4. 2.5. 2.6. 2.7. 2.8. Hospital Notificante Hospital Transplantador Equipe Transplantadora Possível Doador de Múltiplos Órgãos Potencial Doador de Múltiplos Órgãos Doador Elegível de Morte Encefálica Potencial Doador de Tecidos Doador Efetivo 2.8.1 Doador Efetivo ou Real de Tecidos 2.8.2 Doador Efetivo ou Real de Órgãos 2.8.3 Doador de Órgãos implantados 2.9 Doador com órgãos transplantados 3. Processo Doação – Transplante.............................................................................................. 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 7 Transplante Cadastro Técnico Único (Fila de Espera) Condições de Priorização Tipo de Doadores Morte Encefálica Logística do Processo Doação-Transplante 4. Captação de órgãos ............................................................................................................. 9 4.1. Documentos Importantes a serem obrigatoriamente conferidos (quanti e qualitativamente) antes da cirurgia de extração 4.2. Cirurgia de extração 4.2.1 Técnica de Extração de Fígado 4.2.2 Técnica Extração de Rim 4.3. 4.4. 4.5. 4.6. 4.7. Horário de Clampeamento Soluções de Preservação Acondicionamento do enxerto- Portaria RDC 66/09 Identificação da embalagem - Portaria RDC 66/09 Transporte do órgão e Tecidos - Portaria RDC 66/09 4.8. Tempos de Isquemia (Fria, Quente e Total) 5. Técnica de Perfusão de Órgãos .............................................................................................. 19 5.1. Fígado 5.2. Pâncreas 5.3. Rim Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 2 6. Atribuições do Perfusionista 25 7. Segurança e Qualidade no Processo de Captação e Transplante 25 7.1. Fluxograma com barreiras de segurança 28 8. Referência Bibliográfica............................................................................................................. 9. Anexos ...................................................................................................................................... Sugestão de Registros da Cirurgia de Extração de Fígado Termo de declaração de morte encefálica Ficha de informação de doador de múltiplos órgãos Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 3 29 1 Organização do Sistema Nacional de Transplantes 1.1 SNT/CGSNT/CNNCDO Em 1997, foram criados o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), o Sistema Estadual de Transplantes (SET) através das respectivas Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) e o Cadastro Técnico Único (lista única de espera) para distribuição dos órgãos e tecidos doados em todo o território nacional. Integram o SNT: I - o Ministério da Saúde (exerce as funções de órgão central) II - as Secretaria da Saúde dos Estados e do DF III - as Secretaria da Saúde dos Municípios IV - os estabelecimentos hospitalares autorizados para os procedimentos relacionados V - a rede de serviços auxiliares necessários à realização dos transplantes As funções de órgão central do Sistema Nacional de Transplantes são exercidas pelo Ministério da Saúde por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes - CGSNT, do Departamento de Atenção Especializada - DAE, da Secretaria de Atenção à Saúde - SAS. 1.2 Secretaria de Estado da Saúde Obedecendo a determinação do Decreto Federal 2.268/97 que regulamenta a Lei Federal 9.434/97, o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo fez publicar resoluções criando e regulamentando o Sistema Estadual de Transplantes (SET), integrante do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que, em última análise, estabelece a maneira como os órgãos e tecidos cadavéricos serão captados e distribuídos no Estado de São Paulo conforme legislação em vigor 1.3 CNCDO - Central de Notificação, Captação, Distribuição de Órgãos e Tecidos para Transplantes É parte integrante da Secretaria de Estado da Saúde que realiza a coordenação do Sistema Estadual de Transplantes. É o setor da Secretaria de Estado da Saúde responsável pelo recebimento das inscrições e armazenamento de dados dos receptores. Também recebe informações sobre doadores, realizando a seleção de pacientes e distribuição de órgãos de doador cadáver. Coordena as atividades relativas ao Transplante de Órgãos de doadores falecidos e córneas. 1.4 OPO – Organização de Procura de Órgãos / OPC - Organização de Procura de Córneas Entidades sem fins lucrativos, pertencentes a CNCDO, com atuação regionalizada, para detecção de doador potencial, constituído por um ou mais hospitais de sua área territorial de atuação. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 4 1.5 CIHDOTT – Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante Comissão interna de cada hospital que permite uma melhor organização do processo de captação de órgãos, melhor identificação dos potenciais doadores, mais adequada entrevista de seus familiares, melhor articulação do hospital com a respectiva CNCDO, o que, por fim, viabilizam uma ampliação qualitativa e quantitativa na captação de órgãos. 2 Terminologia da Doação e Transplantes 2.1 Hospital Notificante Hospitais públicos, privados ou filantrópicos, integrantes de uma única CNCDO, para detecção, notificação, manutenção clínica e preparo do doador potencial da área territorial de atuação que integra. 2.2 Hospital Transplantador Instituição Hospitalar, pública ou privada, devidamente credenciada pelo Ministério da Saúde e pelo Sistema Nacional de Transplantes que realiza qualquer modalidade de Transplantes de Órgãos e/ou Tecidos. 2.3 Equipe Transplantadora Equipes Médicas de Transplantes pertencentes a um ou mais hospitais de uma determinada área geográfica cuja finalidade é inscrever potenciais receptores no Cadastro Técnico Único (CTU) da CNCDO e realizar os transplantes dos pacientes selecionados para um dado doador. 2.4 Possível Doador de Múltiplos Órgãos É todo paciente com acometimento neurológico conhecido em coma aperceptivo, com score3 na escala de coma de Glasgow, que se inicia o protocolo para o diagnóstico de Morte Encefálica. 2.5 Potencial Doador de Múltiplos Órgãos Indivíduo em morte encefálica diagnosticada pelo primeiro exame clínico 2.6 Doador Elegível de Morte Encefálica Indivíduo em morte encefálica já diagnosticada sem contra-indicações conhecidas. 2.7 Potencial Doador de Tecidos É todo paciente com diagnóstico de parada cardíaca irreversível, no qual tenham sido descartadas contra indicações clínicas que representem riscos aos receptores dos tecidos. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 5 2.8 Doador Efetivo 2.8.1 Doador Efetivo ou Real de Tecidos: Indivíduo do qual foi removido algum tecido para fim de transplante 2.8.2 Doador Efetivo ou Real de Órgãos: Indivíduo que realizou a cirurgia para fim de retirada. 2.8.3 Doador de Órgãos implantados: Doador do qual foram removidos pelo menos 2 órgãos diferentes para fim de transplantes. 2.9 Doador com órgãos transplantados É o Doador Efetivo que teve um órgão ou tecido retirado e que foi implantado, pelo menos um, em algum receptor. Fluxograma do Processo Doação-Transplante (Nomenclatura) Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 6 3 Processo Doação – Transplante Conjunto de ações e procedimentos que conseguem transformar um potencial doador em doador efetivo, concluindo o processo com o transplante. 3.1 Transplante Refere-se à substituição cirúrgica de um órgão ou tecido acometido por lesão progressiva e irreversível por um outro sadio, de doador falecido ou vivo. 3.2 Cadastro Técnico Único (Fila de Espera) Criado a partir da Lei 9.434, de 4 de Fevereiro de 1997, organiza a lista de espera para os receptores de órgãos/tecidos provenientes de doadores falecidos. A inscrição gera um número de registro, o Registro Geral da Central de Transplantes, ou RGCT. Esse número deve ser conhecido pelo paciente para facilitar a obtenção de informação sobre sua a situação na lista de espera. 3.3 Condições de Priorização Ocorre quando o paciente é colocado como preferencial na lista de distribuição de órgãos. Este critério é definido pelo Ministério da Saúde, distintos para cada órgão/tecido. O pedido é feito pela equipe responsável pelo paciente, que informa a Central. A priorização tem validade de trinta dias, podendo ser renovada. 3.4 Tipo de Doadores 3.4.1 Doador Vivo : Refere-se ao indivíduo saudável, disposto a doar órgão ou tecido para fins de transplante. Sendo permitido apenas órgãos duplos, partes de órgãos ou tecidos desde que não ofereça riscos 3.4.1.1 Vivo Relacionado: Pode ser doador em vida toda pessoa que tiver parentesco cosangüíneo Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 7 de até quarto grau com o indivíduo que receberá o órgão transplantado. Isso significa pais, irmãos, filhos, avós, tios e primos. Além desses casos, os cônjuges. 3.4.1.2 3.5 Vivo Não Relacionado: Toda pessoa, não aparentada, que apresentar autorização judicial e ser submetido ao Comitê IntraHospitalar de Doador Vivo Não Relacionado. Essa autorização é dispensada no caso de transplante de medula óssea. Morte Encefálica Estado irreversível de cessação de todo o encéfalo e funções neurais, considerando tanto os hemisférios cerebrais como o tronco encefálico, resultante de edema e maciça destruição dos tecidos encefálicos, apesar da atividade cardiopulmonar poder ser mantida por avançado sistemas de suporte vital e mecanismos de ventilação. AJMR 17:731-735/abril/1997. Resolução CFM (Conselho Federal de Medicina) no 1.480/97 3.6 Logística do Processo Doação-Transplante A CIHDOTT ou a OPO são responsáveis por identificar os potenciais doadores até sua conversão em doadores efetivos. Cabe à CNCDOs de cada Estado determinar as regras a serem seguidas pelas equipes quanto ao tempo de resposta de aceitação dos órgãos, bem como de sua retirada. No Brasil, as CNCDO´s são o ponto de partida para iniciar o processo de doação, a partir da notificação de morte encefálica, e são responsáveis por concluir o processo de distribuição dos órgãos e tecidos obtidos para transplante. O serviço de coordenação tem duas funções primordiais: o Servir de suporte a todo processo de doação/transplante; o Responsabilizar-se pelo trabalho de distribuição dos órgãos e tecidos. Seqüência de atuação das equipes na cirurgia de extração de múltiplos órgãos: 1º Coração 2º Pulmões 3º Fígado 4º Pâncreas 5º Intestino delgado 6º Rins 7º Enxertos vasculares (artérias e veias) 8º Córnea 9º Pele, e outros tecidos Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 8 4 Captação de órgãos 4.1 Documentos Importantes a serem obrigatoriamente conferidos (quanti e qualitativamente) antes da cirurgia de extração ( ANEXO I) 4.1.1. Termo de declaração de morte encefálica; (ANEXO II) Verificar assinatura dos 2 médicos Conferir os horários dos exames clínicos Checar se todos os ítens dos exames foram marcados 4.1.2 Laudo do exame complementar (arteriografia, EEG, Doppler transcrianiano, cintilografia); 4.1.3 Termo de autorização de doação de múltiplos órgãos; (ANEXO III) Checar se realmente o órgão que está sendo captado foi autorizado pelos familiares 4.1.4 Ficha de informação de doador de múltiplos órgãos; (Anexo IV) Tipagem Sanguínea; 4.1.5 Laudo de sorologias; 4.2 Cirurgia de extração É o procedimento cirúrgico onde são retirados os diferentes órgãos e tecidos com o propósito de beneficiar um ou mais receptores (independente de sua futura viabilidade). 4.2.1 Técnica de Extração de Fígado (Anexo V) A hepatectomia do doador, de um modo geral, faz parte de um procedimento de retirada de múltiplos órgãos. Esse método precisa ao mesmo tempo ser uniforme em alguns aspectos, mas flexível para permitir a retirada de várias combinações de enxertos sem o comprometimento individual de cada um deles. Para isso é imprescindível que as diferentes equipes de transplantes discutam as técnicas e a sequência das extrações que pretendem adotar. Procedimentos chave da extração de fígado incluem a manutenção da integridade anatômica, o reconhecimento das anomalias vasculares e a preservação fria do enxerto. O método para a retirada do fígado para transplante apresenta algumas variações, de acordo com o treinamento recebido pelo cirurgião e por pequenas modificações que advêm da experiência na realização desse ato operatório. Solicita-se ao anestesista, além da manutenção da hemodinâmica durante o procedimento, a curarização do doador, já que os reflexos medulares podem estar presentes, gerando tensão da musculatura abdominal e maior dificuldade durante a operação. Caso não esteja empregando antibióticos solicita-se também a administração de uma dose inicial (por exemplo 2 g de cefalotina ou cefazolina), bem como 1,0 g de metilprednisolona (Solumedrol®). 1. Doador em decúbito dorsal horizontal. Antissepsia da pele. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 9 2. Incisão mediana longitudinal estendendo-se do apêndice xifóide à sínfise púbica, associada a esternotomia mediana. Pode ser realizada mesmo quando não serão retirados órgãos intratorácicos. Permite maior facilidade para pinçamento da aorta descendente e drenagem do efluxo da solução de preservação para o saco pericárdico por meio de abertura do átrio direito. 3. Colocação do afastador tipo Finocchietto ou Gosset pequeno para a esternotomia. 4. Ligadura do ligamento redondo, secção do ligamento falciforme e colocação do afastador de Gosset para o abdome. 5. Inventário da cavidade: aspecto macroscópico do fígado: presença de aderências, cor (cianose, esteatose), tamanho, consistência, qualidade da perfusão, presença de nódulos ou tumores, lesões provenientes de trauma, avaliação inicial da anatomia vascular hepática por palpação. Verificação dos outros órgãos intra-abdominais: presença de tumores, adenomegalias, supurações etc. 6. Abordagem do ligamento hepatogástrico, junto ao omento menor, para inspeção e palpação da região, pesquisar ramo arterial para o lobo esquerdo do fígado proveniente da artéria gástrica esquerda. Esta variação anatômica está presente em cerca de 20 a 30% dos indivíduos. 7. Palpação da região posterior à veia porta no hilo hepático (hiato de Winslow) para investigação quanto à presença de ramo hepático direito proveniente da artéria mesentérica superior. Esta variação anatômica está presente em cerca de 19% dos indivíduos. Tronco da artéria hepática comum proveniente da artéria mesentérica superior ocorre em menos de 2% dos indivíduos (tronco hepatomesentérico). 8. Nos casos em que ocorre captação de pâncreas, com doador hemodinamicamente estável, pode-se realizar manobra de Cattel para permitir a abordagem da artéria mesentérica superior junto à sua emergência na aorta. A artéria mesentérica é isolada e dissecada por cerca de 3 cm de extensão para se certificar de que não emita ramo para o fígado. Reparo da artéria mesentérica superior com cadarço de silicone. 9. Isolamento da aorta distalmente à emergência das artérias renais. Reparo com fita cardíaca. 10. Isolamento da veia cava inferior distalmente à emergência das veias renais. Reparo com fita cardíaca. 11. Isolamento da veia mesentérica superior ou inferior. 12. Nos casos de retirada conjunta de pâncreas, é necessária dissecção da região do hilo hepático até o tronco celíaco para isolamento da artéria esplênica. Esse tempo deve ser feito antes do pinçamento e infusão da solução de preservação. 13. Dissecção e secção do ducto colédoco próximo à cabeça do pâncreas. É realizada lavagem da via biliar, com injeção de soro fisiológico na vesícula biliar. 14. Estabelecimento da tática e dos tempos de pinçamento com a equipe de cirurgia torácica, quando presente. 15. Anticoagulação do doador com 400 UI/kg de heparina. 16. Cateterização da aorta infrarrenal com cânula de calibre adequado (sonda orotraqueal, sonda gástrica, sonda vesical com balão, cateter arterial), o mais calibroso possível, com o cuidado de não inserir a sonda excessivamente para não bloquear a infusão de solução de preservação para as artérias renais. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 10 17. Cateterização da veia cava inferior infrarrenal com cânula de calibre adequado, o mais calibroso possível, com o cuidado de não inserir a sonda excessivamente para não bloquear a drenagem das veias renais. 18. Cateterização da veia mesentérica superior ou inferior com sonda de calibre adequado de acordo com a inspeção. Palpação da região hilar para posicionamento da sonda junto ao tronco da veia porta, sem inserí-la demasiadamente, para que não haja infusão da solução de preservação dirigida para apenas um dos lados do fígado. 19. Conexão das cânulas da aorta e veia mesentérica superior ou inferior aos equipos de perfusão já preenchidos de solução. 20. Como sugestão, deve-se ser utilizada preferencialmente as soluções de Belzer/ UW, TDK ou Celsior, tanto para aorta como para veia porta (ver Tabela 1), a critério da equipe cirúrgica. Alternativamente, pode-se utilizar 2 litros de solução Euro-Collins pela aorta e 1 litro de solução Euro-Collins seguida de 1 litro de solução de Belzer/UW ou equivalente pela veia porta. Nos casos onde for realizada retirada de pâncreas, deve ser utilizada solução de Belzer/UW ou equivalente na aorta. 21. Depois da colocação dos cateteres para perfusão, e em acordo com a equipe de cirurgia torácica, realiza-se, após a interrupção da ventilação mecânica, o pinçamento da aorta intratorácica na sua porção descendente após abertura da cavidade pleural esquerda e rotação do pulmão esquerdo para a direita e superiormente, com abordagem da aorta junto à coluna vertebral e ao diafragma. Alternativamente, pode-se realizar previamente a dissecção e cadarçamento da aorta na região dos pilares diafragmáticos e no momento do pinçamento utilizar essa via de acesso. 22. Início da infusão das soluções de preservação, podendo-se colocar solução salina gelada e congelada (picada) na cavidade abdominal. 23. A veia cava inferior é seccionada acima do diafragma, junto ao átrio direito, para descompressão e drenagem da solução de preservação. Alternativamente, podese cateterizar ou seccionar a veia cava infra-renal, para drenagem da solução de preservação. É fundamental não permitir hipertensão venosa no fígado. 24. É realizada lavagem da via biliar, com injeção de soro fisiológico gelado na vesícula biliar. 25. Secção dos ligamentos triangulares esquerdo e direito. Rotação do lobo direito do fígado para a frente e para a esquerda. Secção do ligamento hepatorrenal. Este tempo requer cuidado adicional porque a maioria das lesões da cápsula hepática ocorrem em trações inadvertidas dessa área, que Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 11 contém também a glândula adrenal direita, que deve permanecer aderida à face posterior do fígado e ser trazida em bloco, junto com a veia cava retrohepática. Dissecção da área nua até o limite direito da veia cava retrohepática. 26. Dissecção do hilo hepático. No caso de retirada em conjunto do pâncreas, a dissecção prossegue até a origem do tronco celíaco na aorta, com individualização de seus ramos, para cadarçamento e secção da artéria esplênica. 27. Secção do tronco celíaco com patch na região da aorta. 28. Se não houver captação de pâncreas, parte da cabeça pancreática e a artéria mesentérica superior podem acompanhar o bloco de dissecção do hilo hepático para ulterior dissecção a frio na cirurgia de bandeja (“back-table” ou “bench surgery” ou “ex-vivo”). 29. Abordagem da veia cava inferior infra-hepática, identificação das desembocaduras das veias renais direita e esquerda, e secção da veia cava inferior logo acima das veias renais. 30. Complementação da dissecção na região retro-hepática, junto ao diafragma e pericárdio. 31. Retirada do fígado. 32. Depois da retirada, o fígado é colocado sobre saco plástico estéril em um recipiente contendo gelo e pode ser perfundido conforme : Tabela 2. Deve-se evitar o contato do gelo diretamente com o fígado. 33. A seguir, o fígado deve ser acondicionado no saco plástico estéril, imerso na solução de conservação a 4ºC, e um segundo saco estéril adicional contendo gelo estéril picado, sendo ambos os sacos vedados com fita cardíaca e colocados numa caixa térmica contendo gelo para o transporte. 34. Após a retirada dos demais órgãos, retorna-se ao campo operatório para a retirada de enxertos vasculares. 35. Dissecção e retirada da artéria aorta abaixo da sua cateterização até seus ramos distais: ilíacas externa e interna. 36. Dissecção e retirada da veia cava inferior abaixo das renais até as veias ilíacas externa e interna. 37. Dissecção e retirada do coto distal da artéria mesentérica superior e seus ramos mensenteriais, caso não haja retirada do intestino. 38. Abordagem da região intratorácica, dissecção do arco aórtico, identificação das artérias subclávias e carótidas. Retirada das mesmas preservando tanto quanto possível suas bifurcações mais distais para eventual utilização. 39. Fechamento da incisão em plano único, com adequada reconstituição do cadáver. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 12 4.2.2 Técnica Extração de Rim (ANEXO VI) Existem várias sequências de retirada de órgãos, desde retirada renal exclusiva até a de todos os órgãos intra-abdominais e torácicos passíveis de serem transplantados.Este algoritmo tem como objetivo situar o cirurgião dentro do conceito multidisciplinar de retirada. Após a retirada do fígado e/ou pâncreas, os ureteres são dissecados e seccionados, bilateralmente próximos à bexiga. Esta dissecção deve preservar o tecido periureteral. Os rins são retirados em monobloco junto com a aorta e a cava inferior, sempre que possível. Devemos ressaltar que a dissecção dos grandes vasos deverá ser realizada junto à musculatura paravertebral no sentido cranial. Durante este procedimento o auxiliar deverá manter uma tração dos dois ureteres e das unidades renais, objetivando preservá-los de lesões iatrogênicas. Após a extração dos rins, realiza-se a “cirurgia de banco” para separação dos rins e identificação dos pedículos. As artérias e veias ilíacas deverão ser retiradas desde sua bifurcação até o mais distal possível. Tais estruturas podem ser importantes, como enxertos vasculares na falta de vasos para as respectivas anastomoses. Muita atenção deverá ser tomada com relação às artérias renais polares, frequentemente presentes. Sempre que possível, deverão ser mantidas no “patch” de aorta para a realização da “cirurgia de banco”. Também deverão ser retirados linfonodos do mesentério e o baço para a realização do exame no qual é identificada a histocompatibilidade doador receptor. Concluído todo o procedimento de retirada dos órgãos intraperitoneais e intratorácicos, todo o líquido existente nas cavidades deverá ser aspirado, procedendo-se ao fechamento das incisões cirúrgicas. A retirada renal exclusiva não envolverá outras equipes, cabendo à equipe de retirada renal a realização de todas as etapas anteriores (descritas na extração do fígado), para o preparo do doador cadáver e a extração somente dos rins em bloco, preferencialmente, incluindo veia cava e aorta abdominal. É importante Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 13 salientar que nestes casos dispensam-se os procedimentos inerentes à retirada do fígado e do pâncreas. Rins de doadores com menos de 3 anos de idade ou rins menores do que 6 cm têm indicação de transplante em bloco, porque a massa renal funcionante de cada unidade e os vasos de pequeno diâmetro podem evoluir com complicações para o rim implantado separadamente. O limite de peso do doador aceito para o transplante de rim separado é acima de 15 Kg. A técnica de retirada é muito semelhante à do adulto, com detalhes para a mobilização da aorta e cava desde os vasos ilíacos comuns até próximo do diafragma, o que possibilitará um implante em bloco utilizando os grandes vasos. 4.3 Horário de Clampeamento Refere-se a hora da parada circulatória (intra-operatória), onde a Aorta é clampeada e começam a infusão dos Líquidos de Preservação de órgãos. Anotar a hora do clampeamento é muito imPortante, pois inicia-se a contagem do Tempo de Isquemia. 4.4 Soluções de Preservação São líquidos destinados a preservação das células do enxerto, oferecendo-lhes meios adequados de sobrevivência até a sua substituição pelo sangue do receptor. São eles: Viaspan ( Belzer* ) - (Fígado e Pâncreas) Celsior - (Fígado) Custodiol - (Fígado) Euro Collins - (Fígado e Rim) Soltran - (Fígado e Rim) Sant Thomas - (cardioplegia para retirada do Coração) Perfadex - (Pulmão) 4.5 Acondicionamento do enxerto- Portaria RDC 66/09 Consiste no método de acondicionamento do enxerto para o transporte até o hospital transplantador. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 14 Órgão Coração Pulmão Fígado/ Pâncreas/ Intestino Delgado Rins Enxertos vasculares (artérias e veias) Método de Armazenamento O coração é colocado em um saco plástico estéril com soro fisiológico a 4°C até ficar totalmente imerso, amarrando com fita cardíaca a abertura do mesmo. A seguir, é colocado num segundo saco plástico com soro fisiológico gelado e lacrado da mesma forma. Todo o conjunto é colocado num terceiro saco plástico e lacrado, colocando um cartão com o horário da cardioplegia. O transporte deste enxerto será em recipientes térmicos de tamanho compatível com o enxerto acondicionado nos três sacos plásticos. O bloco, com os dois pulmões ligados a uma porção de átrio esquerdo, é colocado em um saco plástico estéril contendo 3 litros de soro fisiológico gelado (10°C). Este é hermeticamente fechado e envolvido em outros dois sacos estéreis, colocando um cartão com o horário do clampeamento. O conjunto é mantido em caixa térmica e encaminhado ao centro de transplante. Cada um destes órgãos será colocado separadamente no interior de um saco plástico estéril contendo 1 litro de solução Viaspan (4°C) e lacrado com fita cardíaca. Após, este o saco será mantido no interior de outro saco plástico estéril contendo gelo moído e novamente lacrado com fita cardíaca, colocando um cartão com o horário do clampeamento. Este conjunto permanecerá em caixa térmica, coberto com gelo não estéril até a utilização dos enxertos. Os rins, previamente separados, deverão ser mantidos no interior de um saco plástico estéril contendo 500 ml de solução Viaspan ou 500 ml da solução de Euro-Collins a 4°C. O primeiro saco deve ser lacrado com fita cardíaca e um novo saco plástico estéril deverá envolvê-lo contendo gelo moído no interior. A seguir, devem ser armazenados no interior de caixa térmica com gelo não estéril a 4°C. Acondicionados em frascos estéreis com a solução de preservação de órgãos utilizada na extração. Mantê-los em caixas térmicas que assegurem a temperatura de 4°C . Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 15 Quadro explicativo sobre os passos de acondicionamento de órgão e tecidos : Embalagem Primária (1ª Embalagem) Conteúdo Órgão + solução de preservação. Embalagem primária: órgão e a solução de preservação estéril. Embalagem Secundária Primeira embalagem secundária (2ª embalagem): solução estéril em volume suficiente para proteger o órgão de choques externos. Segunda embalagem secundária – (3ª embalagem): vazia para prevenir a contaminação. Órgão + solução de preservação (embalado) + Colocado em embalagem com solução estéril. Órgão + solução de preservação (embalado) + Colocado em embalagem com solução estéril + embalagem vazia. Embalagem- Terciária (Caixa térmica) RDC – ANVISA - 66/2009 As embalagens anteriores (1ª, 2ª e3ª), devem ser colocadas em uma caixa térmica preenchida com gelo (ponto de fusão a 0° C) em quantidade suficiente para envolver todo as embalagem e garantir a manutenção da temperatura pelo tempo necessário do processo de transporte. Órgão + solução de preservação (embalado) + Colocado em embalagem com solução estéril e depois em embalagem vazia + Caixa Térmica com gelo. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 16 4.6 Identificação da embalagem - Portaria RDC 66/09 A identificação da embalagem deve ser escrita de forma clara, legível e indelével. A etiqueta de identificação do conteúdo da embalagem deve conter as seguintes informações: – I - RGCT do doador; – II - tipo de órgão; – III - lateralidade. A parte externa da embalagem terciária destinada ao transporte de órgãos para TRANSPLANTEs deve conter, além do símbolo de risco biológico, as seguintes informações na etiqueta de identificação, cujo modelo consta no Anexo II da Portaria GM/MS n°. 2600, de 21 de outubro de 2009, ou a que vier a substituí-la: I - identificação da doação: Registro Geral da Central de TRANSPLANTE – RGCT e o registro hospitalar do doador; II - nome do serviço de origem e do remetente; III - nome do serviço de destino e do destinatário; IV - data e horário de início de isquemia fria; V - tempo máximo de entrega do órgão ao destinatário; VI - identificação da carga; VII - telefones (incluindo o código de área) das CNT/CNCDO e da equipe técnica de captação para contato em casos de emergência Exemplo de Etiqueta (utilizada no 4ºPasso do acondicionameto – caixa térmica) Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 17 4.7 Transporte do órgão e Tecidos - Portaria RDC 66/09 Os órgãos humanos devem ser transportados de forma segura, obedecendo às normas de biossegurança, com o propósito de assegurar a integridade e conservação, além de prevenir a contaminação do material e do pessoal envolvido no transporte. Os órgãos humanos devem ser transportados por profissional designado pela equipe técnica de TRANSPLANTE, sob ciência da CNCDO, ou pela própria CNCDO. 4.8 Tempos de Isquemia (Fria, Quente e Total) É o T entre a parada circulatória do doador até a re-perfusão do enxerto no receptor. É dividida em: • • Tempo de Isquemia Fria: Hora do Clampeamento até a retirada do enxerto do gelo (no Centro Cirúrgico do Hospital Transplantador). Tempo de Isquemia Quente: Retirado do enxerto do gelo até a re-perfusão do órgão. Retirada do Enxerto do Gelo Clampeamento Tempo de Isquemia Fria Tempo de Isquemia Total Reperfusão Tempo de Isquemia Quente Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 18 Tempo de Isquemia Fria Ideal Relativo à cada Órgão 5 Técnica de Perfusão de Órgãos O desenvolvimento de métodos para conservação de órgãos é um dos responsáveis pelo sucesso atual dos transplantes, juntamente com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas, a utilização de novos agentes imunossupressores, novos antibióticos e medidas para o aumento das doações de órgãos. Uma boa conservação dos enxertos traz muitas vantagens para o sucesso do transplante. Sendo a mais importante é que se tenha tempo suficiente para o transporte do enxerto até o hospital e a preparação adequada do receptor e da equipe cirúrgica. 5.1 Fígado Durante o procedimento de retirada do Fígado do doador, a solução de conservação é infundida a 4º C por via arterial (Aorta) e também pela via venosa (Porta), promovendo um rápido resfriamento. Como complemento, as cavidades abdominais são banhadas por uma solução salina congelada, acelerando o resfriamento da periferia dos órgãos. A diminuição da temperatura a 4°C é acompanhada de uma redução do metabolismo celular de até 95%, e a perfusão de soluções fracamente saturadas em oxigênio resulta na troca do metabolismo energético de aeróbio para anaeróbio. Objetivos: atingir adequada perfusão do fígado conferindo uma boa qualidade ao enxerto, pois se sabe que quando o enxerto quando bem preservado, a ocorrência de disfunção e/ou falência (primary non-function) e a necessidade de retransplantes são minimizadas. Indicação e Contra-Indicação: a técnica deverá ser aplicada na cirurgia de extração de fígado em doadores de múltiplos órgãos. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 19 Responsáveis: Instrumentadoras e Cirurgiões da equipe de Extração. Orientações: Pré Execução do Procedimento: após o início da cirurgia de extração o cirurgião fará a inspeção e palpação in situ do fígado com o objetivo de avaliar macroscopicamente o órgão e iniciar a preparo dos sítios de canulação. Durante este período o perfusionista deverá: realizar a lavagem das mãos; calçar luvas de procedimento; posicionar os 2 equipos do soro aos “pés” da mesa cirúrgica; preparar mesa auxiliar; manter as soluções de preservação nas caixa térmicas sob a mesa auxiliar; manter as medicações para ativação do Belzer* sob a mesa auxiliar; manter os equipos e cânulas sob a mesa auxiliar; estar atento e aguardar o “ok” do cirurgião para iniciar o preparo da perfusão. Pós Execução do Procedimento: anotar o horário do clampeamento, início e término da perfusão; Anotar volume e solução infundida bem como sua velocidade de infusão (com/sem pressão); Após a perfusão deve-se iniciar imediatamente o preparo para o acondicionamento do órgão para o transporte. Soluções necessárias: Soluções de preservação: o Viaspan (Belzer* ) – 3 frascos de 1000 mL à 4°C; o Custodiol – 2 frascos (2000 mL) à 4°C ; o Soltran - 5 frascos (1000 mL) à 4°C; Solução salina 0,9% - 3 frascos (500 mL) gelados (somente para o preenchimento do equipo perfusor); Solução salina 0,9% - 8 f4rascos (1000 mL) congelados para serem triturados e colocados na cavidade. Materiais e Equipamentos necessários: ver checklist da mala de captação Medicações para ativação do Belzer* : Insulina Regular Humana; Dexametasona; Benzil Penicilina Potássica; Água destilada. Descrição do Procedimento PERFUSÃO IN SITU Após a verificação do enxerto pelo cirurgião e a decisão de sua utilização: Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 20 Caso a opção da utilização seja a Solução de Belzer* , deve-se ativá-la e mantê-la na caixa térmica aos “pés” da mesa cirúrgica; Caso seja optado por utilizar Custodiol, deve-se abrir o frasco, conectar ao equipo e mantê- lo na caixa térmica aos “pés” da mesa cirúrgica; Abrir 3 Soluções de Soltran, instalá-lo no pressurizador e manter na caixa térmica; Aguardar a solicitação do cirurgião para entregar as cânulas de acordo com a numeração solicitada; Informar o cirurgião os lados para a canulação da Artéria Aorta (Soltran) e da Veia Porta (Belzer); Aguardar o momento para oferecer à instrumentadora os equipos de perfusão (utilizar técnica asséptica); Instalar as soluções salinas no equipo de acordo com o informado (lados); Solicitar auxílio ao cirurgião e/ou instrumentadora para preencher os equipos com as soluções instaladas; Preencher os equipos com a solução salina refrigerada; Clampear os equipos; Certificar-se da ausência de ar nos equipos; Retirar soluções salinas do equipo e instalar as soluções de preservação após solicitação do cirurgião; Instalar 1000 ml de Belzer* ou o Custodiol no equipo que corresponde à veia Porta; Instalar 2000 ml de Soltran com o pressurizador, nos equipos, que correspondem à artéria Aorta; Manter os equipos clampeados; Aguardar o “start” do cirurgião para iniciar a perfusão; Conferir o horário para posterior anotação; Estar atento ao volume e velocidade das soluções infundidas; Relatar o volume e velocidade da infusão ao cirurgião durante toda perfusão; Atentar-se para não entrar ar no equipo de perfusão; Clampear o equipo ao término do volume de Belzer* infundido e informar cirurgião; Clampear o primeiro equipo de Soltran infundido e informar o cirurgião; Assegurar a pressão constante de 100mmHg nos 2 primeiros frascos de Soltran na A. Aorta; Obs.: caso o Pâncreas também esteja sendo retirado, as soluções da A. Aorta não deverão ser infundidas com pressão; Abrir o segundo volume e já instalar o 3º frasco de Soltran, neste momento sem pressão; Aguardar o término da perfusão e conferir horário. PERFUSÃO NA MESA Preparar 1000 ml de Belzer* para a perfusão na mesa; Posicionar o suporte do Belzer* ao lado da mesa auxiliar do cirurgião; Manter o Belzer* na Caixa térmica até a hepatectomia; Oferecer ao cirurgião o dispositivo intravenoso (gelco) de acordo com o número o solicitado; Aguardar o OK para iniciar a perfusão na mesa; Infundir volume de acordo com a solicitação do cirurgião. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 21 Cálculo para ativação do Belzer* : a cada frasco de Solução Belzer* (1L): 200.000 UI Benzil penicilina Potássica ( diluir em 08 ml de AD - distribuir 0,4 ml para cada frasco de Belzer* ) 16 mg de Decadron = 4 ml, em cada frasco. 40 U de Insulina Regular Humana em cada frasco. Volume de perfusão padrão PERFUSÃO in situ Belzer* ou Custodiol (1000mL) na V. Porta; SOLTRAN (3000ml) na A. Aorta (2 com 100mmHg de pressão e 1 sem pressão). PERFUSÃO NA MESA 500 ml Belzer* na V. Porta; 250 ml A. Hepática; 250 ml no Ducto Biliar. 5.2 Pâncreas Atualmente o aproveitamento do pâncreas em cirurgias de retirada de múltiplos órgãos, mesmo com a extração de fígado, é uma realidade possível, até em doadores com variações anatômicas, deixando-se entre 1,5 a 2 cm de veia porta junto ao pâncreas e o restante no enxerto hepático. A solução de conservação é infundida a 4° C, através de cânula introduzida por via arterial (Aorta), acima das ilíacas, ligando-se distalmente este vaso. Acompanha-se o resfriamento da cavidade abdominal uma solução salina congelada triturada, estéril. Objetivos: atingir adequada perfusão do pâncreas conferindo uma boa qualidade ao enxerto, pois se sabe que o enxerto quando bem preservado, minimiza os riscos de isquemia de reperfusão. Indicação e Contra-Indicação: a técnica deverá ser aplicada na cirurgia de extração de pâncreas, em doadores de múltiplos órgãos. Responsáveis: Perfusionistas, Instrumentadoras e Cirurgiões da equipe de Extração. Orientações: Pré Execução do Procedimento: após o início da cirurgia de extração o cirurgião fará a inspeção e palpação in situ do pâncreas com o objetivo de avaliar macroscopicamente o órgão e iniciar a preparo do sítio de canulação. Durante este período o perfusionista deverá: se possível, checar glicemia capilar do doador e solicitar correção, se necessário; confirmar com o cirurgião e solicitar ao anestesista que intercale colóides na hidratação do doador; realizar a lavagem das mãos; Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 22 calçar luvas de procedimento; posicionar o equipo do soro aos “pés” da mesa cirúrgica; preparar mesa auxiliar; manter as soluções de preservação nas caixa térmicas sob a mesa auxiliar; manter as medicações para ativação das soluções de Belzer* sob a mesa auxiliar; manter o equipo e cânula sob a mesa auxiliar; estar atento e aguardar o “ok” do cirurgião para iniciar o preparo da perfusão. Durante Execução do Procedimento: O cirurgião posiciona uma sonda nasogástrica, de grosso calibre (18 ou20), distal ao piloro; Aguardar confirmação do posicionamento da sonda pelo cirurgião; Irrigar o duodeno com solução antisséptica de descontaminação (450 mL de SF 0,9% + 50 mL de iodopovidona, solução tópica); Na seqüência, irrigar o duodeno com solução antimicrobiana (450 mL de SF 0,9% + 5g de neomicina , por ex, + 1 amp de anfotericina B a 1%), durante o procedimento de dissecção; Informar cirurgião término das soluções; Drenar o duodeno, quando cirurgião solicitar. Pós Execução do Procedimento: anotar o horário do clampeamento; Anotar volume e solução infundida; Após a perfusão deve-se iniciar imediatamente o preparo para o acondicionamento do órgão para o transporte; O ideal é que o pâncreas seja acondicionado em frasco tipo tupperware*, imerso em 1000 mL da solução de preservação. Nota: como o pâncreas é retirado junto com o baço, não esquecer de disponibilizar fragmentos do baço para realização de imunohistocompatibilidade do rim. Soluções necessárias: Soluções de preservação: o Viaspan (Belzer* ) – 3 frascos de 1000 mL à 4°C (ideal), ou; o Celsior – 3 frascos de 1000 mL à 4°C ; Solução salina 0,9% - 2 frascos (500 mL) gelados (somente para o preenchimento do equipo perfusor); Solução salina 0,9% - 6 frascos (1000 mL) congelados para serem triturados e colocados na cavidade. Materiais e Equipamentos necessários: ver checklist da mala de captação Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 23 Medicações para ativação do Belzer* : Insulina Regular Humana; Dexametasona; Benzil Penicilina Potássica; Água destilada. Descrição do Procedimento PERFUSÃO IN SITU (se for extraído o enxerto hepático, o processo é realizado pela equipe de fígado, na artéria e veia, caso contrário, é realizada somente canulação arterial) Após a verificação do enxerto pelo cirurgião e a decisão de sua utilização: Caso a opção da utilização seja a Solução de Belzer*, deve-se ativá-la e mantê-la na caixa térmica aos “pés” da mesa cirúrgica; Caso seja optado por utilizar Celsior, deve-se abrir o frasco somente próximo ao clampeamento, pois o líquido é sensível à luz; Aguardar a solicitação do cirurgião para entregar a cânula de acordo com a numeração solicitada; Aguardar o momento para oferecer à instrumentadora o equipo de perfusão (utilizar técnica asséptica); Instalar as soluções salinas no equipo; Solicitar auxílio ao cirurgião e/ou instrumentadora para preencher os equipos com as soluções instaladas; Preencher os equipos com a solução salina refrigerada; Clampear o equipo perfusor; Certificar-se da ausência de ar no equipo; Retirar soluções salinas do equipo e instalar as soluções de preservação após solicitação do cirurgião; Instalar 2000 ml de Belzer* ou o Celsior no equipo perfusor; Manter o equipo clampeado; Aguardar o “start” do cirurgião para iniciar a perfusão; Conferir o horário para posterior anotação; Estar atento ao volume e velocidade das soluções infundidas; Relatar o volume e velocidade da infusão ao cirurgião durante toda perfusão; Atentar-se para não entrar ar no equipo de perfusão; Clampear o equipo ao término do volume de Belzer* ou Celsior infundido e informar cirurgião; Obs.: as soluções da A. Aorta não deverão ser infundidas com pressão PERFUSÃO NA MESA Raramente é necessário a reperfusão do pâncreas na mesa; Preparar 1000 ml de Belzer* para a perfusão na mesa; Posicionar o suporte do Belzer* ao lado da mesa auxiliar do cirurgião; Manter o Belzer* na Caixa térmica até a duodenopancreatectomia; Oferecer ao cirurgião o dispositivo intravenoso (gelco) de acordo com o número o solicitado; Aguardar o OK para iniciar a perfusão na mesa; Infundir volume de acordo com a solicitação do cirurgião: Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 24 5.3 Rim A equipe de extração de rim atua após a retirada dos outros órgãos intra-abdominais. Quando há extração de outros órgãos abdominais ( fígado e pâncreas), a técnica perfusão in situ e a escolha das soluções de conservação deve-se combinada entre as equipes. A retirada renal exclusiva não envolverá outras equipes, cabendo à equipe de retirada renal a realização de todas as etapas da pefusão in situ ( vide descrição perfusão do fígado) Após a extração dos rins, realiza-se a “cirurgia de banco” para separação dos rins e identificação dos pedículos. Neste momento, faz-se a “perfusão na mesa”: PERFUSÃO NA MESA Preparar 1000 ml de Euro Collins para a perfusão na mesa; Posicionar o suporte do Euro Collins* ao lado da mesa auxiliar do cirurgião; Manter o Euro Collins na Caixa térmica até a nefrectomia; Oferecer ao cirurgião o dispositivo intravenoso (gelco) de acordo com o número o solicitado; Aguardar o OK para iniciar a perfusão na mesa; Infundir volume de acordo com a solicitação do cirurgião. Obs.: Rins de doadores com menos de 3 anos de idade ou rins menores do que 6 cm têm indicação de transplante em bloco, porque a massa renal funcionante de cada unidade e os vasos de pequeno diâmetro podem evoluir com complicações para o rim implantado separadamente. O limite de peso do doador aceito para o transplante de rim separado é acima de 15 Kg. 6 Atribuições do Perfusionista 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6 6.7 6.8 7. Recebimento e confirmação das informações do doador e receptor; Garantia dos materiais necessários para a cirurgia; Organização da sala de cirúrgica para a perfusão; Checagem da documentação da doação; Perfusão do enxerto; Acondicionamento e transporte do enxerto; Controle do tempo de isquemia; Registros dos procedimentos. Segurança e Qualidade no Processo de Transplante O transplante de órgãos é um procedimento dinâmico e complexo que envolve diversos profissionais em diferentes etapas. Neste contexto, destaca-se a fase da captação de órgãos até o implante, sendo que, a comunicação e a identificação correta do paciente são pontos fundamentais para que as etapas aconteçam de forma segura e eficaz. A Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 25 diversidade e quantidade de profissionais que podem acessar as informações sobre o potencial doador e receptor, além das mudanças de turnos são fatores que contribuem para as falhas neste processo. A identificação de pacientes é prática indispensável para garantir a segurança em qualquer ambiente de cuidado à saúde, sendo considerada meta internacional de segurança. 7.1 Time Out e Fluxograma com barreiras de segurança O Programa de Transplante de Órgãos sólidos do Einstein, instituiu um fluxograma que contem barreiras de segurança nas fases críticas do processo de identificação do doador e receptor de órgãos para o transplante. Foram estabelecidos três identificadores para o doador e receptor, são eles: nome completo, tipo sanguíneo e RGCT. Além disso, foram desenvolvidos impressos específicos para registrar as informações de contra-checagem nos seguintes momentos: 1º Oferta de órgãos pela CNCDO para equipe de tx; 2º Identificação do enxerto na cirurgia de captação; 3º Recepção do órgão no centro cirúrgico; 4º Validação do órgão pela equipe cirúrgica; 5º Time-Out específico do Transplante; 6º Time-Out institucional. Nos momentos acima, foram implantadas barreiras de segurança visando à identificação precoce de possíveis falhas no processo. As barreiras de segurança implantadas foram: 1ª Barreira - Contra Checagem de Informações da Central de Transplantes Após o médico receber a oferta do órgão pela Central de Transplantes, são contra-checados as informações: Nome completo, RGCT e tipo sanguíneo; Registro das Informações em Formulário específico de identificação do receptor-doador Registro das Informações no Prontuário Eletrônico do Paciente 2ª Barreira - São realizados: Check list de captação de órgãos (onde são verificadas as principais informações referente ao procedimento para captação. Por exemplo: materiais necessários, documentação, equipe, etc) Etiqueta de Identificação do Enxerto Amostra de Sangue do Doador 3ª Barreira – São realizados: Check -List de recepção do órgãos ( onde são reverificadas as principais informações do enxerto) Processamento da re-tipagem sanguínea do doador pelo Banco de Sangue no Einstein. 4ª Barreira É realizada e registrada uma validação do órgão pela equipe cirúrgica, onde são contra-checadas as informações referente ao enxerto. 5ª Barreira Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 26 Time-Out Específico do Transplante, neste momento, são confrontados os 3 identificadores relacionados ao doador do órgão x paciente receptor. Sendo eles: Nome completo, RGCT e tipo sanguíneo. 6ª Barreira Time Out institucional (Antecipação de eventos críticos). Neste momento é realizada a conferência de todas as informações importantes para o procedimento cirúrgico, inclusive, verificado o resultado da re-tipagem sanguinea, confirmando assim, a compatibilidade ABO do doador. Portanto, foi preconizado que em todas as captações realizadas pela equipe Einstein obrigatoriamente deve ser coletada uma amostra de sangue do doador para se efetuar uma nova tipagem sanguínea pelo Banco de Sangue do Einstein, sendo este responsável pela última validação do enxerto antes da incisão cirúrgica. Este resultado é transmitido, via impressão, para centro cirúrgico dentro de 20 minutos após o envio da amostra de sangue para o Banco de Sangue, preservando assim, o menor tempo de isquemia do enxerto que será transplantado. Abaixo, segue o fluxograma com todas as etapas do processo de identificação do enxerto a ser transplantado: FLUXOGRAMA DA CAPTAÇÃO E TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS Confirmação de dados com a Central de Transplantes 1ª Barreira Contra Checagem de Informações na SES (nome completo, RGCT e tipo sanguíneo ) Registro das Informações em Formulário específico de identificação do receptor-doador Registro das Informações no PEP Central de Transplantes Equipe Captação HIAE FAX para Centro Cirúrgico e Banco de Sangue Comunicação Unidade de Internação Contato com paciente receptor Enfermeira UVM 4ª Barreira Validação do órgão pela equipe cirúrgica 5º Barreira_____________ Cominicação à equipe de Extração (perfusionista) Time-Out Específico do Tx 3ª Barreira 2ª Barreira Check -List de recepção do órgãos Processamento da re-tipagem sanguínea do doador Check list de captação de órgãos Etiqueta de Identificação do Enxerto Amostra de Sangue do Doador Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 6º Barreira Check-List de Recepção do órgão Entrega do órgão e amostra de sangue no CC 27 Saída para a Extração ou Busca do enxerto Referências Bibliográficas PEREIRA WA. Manual de Transplantes de Órgãos e Tecidos; 3ª Edição. Rio de Janeiro; MEDSI Diretrizes Básicas para Captação e Retirada de Múltiplos Órgãos e Tecidos da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos / coordenação geral Walter Antonio Pereira; coordenação executiva Roni de Carvalho Fernandes, Wangles de Vasconcelos Soler. -- São Paulo : ABTO - Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, 2009. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 28 ANEXO I “CHECK-LIST-CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS” Confirmar com a enfermeira da VM: Horário previsto p/ captação:_______ Saída do HIAE ______________ Dados do Doador x Receptor DOADOR Nome:_________________________________________________________________________ RGCT:_________________________ Tipo Sanguíneo:___________________________________ RECEPTOR Nome:_________________________________________________________________________ RGCT:_________________________ Tipo Sanguíneo:___________________________________ Retirar material no CC do HIAE No Centro Captador: Checar documentações do doador; Termo de declaração de morte encefálica; Laudo do exame complementar (arteriografia, EEG, Doppler transcrianiano, cintilografia); Termo de autorização de doação de múltiplos órgãos; Ficha de informação de doador de múltiplos órgãos; Tipagem Sanguínea; Laudo de sorologias; Preparar perfusão (vide descrição detalhada); Após avaliação do cirurgião e decisão de utilização do órgão, ligar para: Médico da equipe Tx; Centro Cirúrgico Instrumentadora do tx; Checar material utilizado; Preencher dados do doador – Ficha de Informações; Preencher relatório de cirurgia; No HIAE – Durante Tx. Fazer requisição de material utilizado; Entregar instrumentais utilizados:_________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________ Realizar Checklist para recepção do órgão do doador externo Ativação BELZER A cada frasco de Sol. Belzer: - 200.000 UI Benzil penicilina Potássica 16 mg de Decadron = 4 ml, em cada frasco. 40 U de Insulina Regular Humana, em cada frasco. PERFUSÃO in situ 1 BELZER (1000 ml) NA V. PORTA; 3 SOLTRAN (3000ml) NA A. AORTA (2 COM PRESSÃO E 1 SEM). PERFUSÃO NA MESA 500 ml Belzer na V. Porta; 250 ml A. Hepática; 250 ml no Ducto Biliar. Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 29 ANEXO II Documentos Importantes a serem obrigatoriamente conferidos antes da cirurgia de extração Termo de declaração de morte encefálica TERMO DE DECLARAÇÃO DE MORTE ENCEFÁLICA ( Resolução CFM n.º 1.480 de 08 / 08 / 97 ) Data _____ / _____ / _____ Nome :_________________________________________________________________ Pai : _________________________________________________________________ Mãe : _________________________________________________________________ Idade :______ anos ____ meses ____dias Data de nascimento ____ / _____ / _____ Sexo: ( ) M ( ) F Raça : ( ) Amarelo ( ) Branco ( ) Negro Registro Hospitalar ( prontuário ): _________________ 1) Causa do Coma:_______________________________________________________ 1.1) Causas do coma que devem ser excluídas durante o exame: a) Hipotermia ( abaixo de 32,2 º C ). ( ) SIM ( ) NÃO b) Uso de drogas depressoras do sistema nervoso central. ( ) SIM ( ) NÃO Obs. : Se a resposta for SIM a qualquer um dos itens, interrompe-se o protocolo. 2) Exame Neurológico: Atenção: verificar o intervalo mínimo exigível entre as avaliações clínicas, constantes da tabela abaixo: Idade a) 7dias a 2 meses incompletos b) De 2 meses a 1 ano incompleto c) De 1 ano a 2 anos incompletos d) Acima de 2 anos Intervalo 48 horas 24 horas 12 horas 6 horas 2.1) Elementos do Exame Neurológico : Ao efetuar o exame, assinalar uma das duas opções ( SIM / NÃO ) obrigatoriamente, para todos os itens abaixo. Resultados Exames 1º Exame 2º Exame Pupilas fixas e arreativas ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO Ausência de reflexo córneo-palpebral ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO Ausência de reflexo óculo-cefálico ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO Ausência de respostas às provas calóricas ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO Ausência do reflexo da tosse ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO Apnéia ( ) SIM ( ) NÃO ( ) SIM ( )NÃO 3) Assinaturas dos Exames Clínicos – ( os exames devem ser realizados por profissionais diferentes, que não poderão ser integrantes da equipe de remoção e / ou transplante ) 1º Exame 2º Exame Data: _____/_____/_____ Hora: ____:_____ Data :_____/_____/_____ Hora :_____:_____ Dr. :________________________________ CRM:___________ Tel.:( Dr. :_________________________________ )____________ CRM:_____________ Tel.:( )___________ End.:________________________________ End.:________________________________ Ass.:________________________________ Ass.:_________________________________ 4) Exame Complementar : Indicar o exame realizado e anexar o laudo com identificação do médico responsável: Arteriografia Cerebral ( ) Doppler Transcraniano ( ) Cintilografia Cerebral ( ) Eletroencefalograma ( ) Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 30 ANEXO III Termo de Consentimento de Doação de Órgãos e Tecidos Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 31 ANEXO IV Ficha de informação de doador de múltiplos órgãos Ficha Ficha -5 -5 SECRETARIA DE ESTADO ESTADODA DASAÚDE SAÚDE SECRETARIA DE SISTEMA ESTADUALDE DETRANSPLANTES TRANSPLANTES SISTEMA ESTADUAL e-mail:[email protected] [email protected] e-mail: Home Home Page: Page: http://www.saude.sp.gov.br http://www.saude.sp.gov.br INFORMAÇÕES O DOADOR DOADORDE DEMÚLTIPLOS MÚLTIPLOSÓRGÃOS ÓRGÃOS INFORMAÇÕES SOBRE O RGCT: Data : Telefone: Hora : O.P.O.: Ramal: Contato: Telefone: Nome: Ramal: Tipo Sangüíneo Idade: Sexo: Cor: A B O AB Kg Altura: Peso: cm Causa da Morte Encefálica: História e evolução clínica (incluir doenças auto-imunes, neoplasias, aneurismas, AVCs, IAMs, etc.) Antecedentes: Diabetes no doador: Sim HAS DPOC Drogas PCR min. Dias de UTI PA: Não mmHg Recebeu Sangue ou Hemoderivados: Não Diurese em 24 hs. Sim Sim Dopamina PAM Infecção: Sim Diurese: ml/Kg/hora Dobutamina Não Noradrenalina Local: dia (s) Data Hemoglobina Hematócrito Leucócitos Plaquetas Uréia Creatinina Na (Sódio) K (Potássio) Glicemia CPK CK – MB Amilase Antibiótico 3: dia (s) Não Resultado dia (s) Germe isolado: RX Tórax: Data TGO TGP Fos. Alcalina Gama GT Bil. Total Bil. Direta FiO2 PH PO2 PCO2 Sat. O2 IgM Chagas Anti-HCV HBs - Ag Anti - HBs Anti – HBc Órgãos e tecidos doados: Coração Valvas Cardíacas Pele mcg/Kg/min mcg/Kg/min Antibiótico 2: Hemocultura positiva: Sim cm mmHg mcg/Kg/min Antibiótico 1: Ignorado Especificar: ml Não Sorologia Parentes de 1º grau: Sim Não Outros dias Perímetro Torácico: Intubado há: X Drogas Vasoativas: Ignorado ECG: ECO: Cateterismo: Sorologia Resultado IgG HIV HTLV I/II IgM IgG Toxoplasmose IgM IgG Citomegalovírus VDRL Pumão Fígado Pâncreas Rim Intestino Vasos Osso Músculo Tendão Córnea Responsável pelas informações: Data: Assinatura: Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 32 ANEXO V Sugestão de Registros da Cirurgia de Extração de Fígado EQUIPE Cirurgião: 2º. Auxiliar: 1º. Auxiliar: Instrumentador(a): Hora da Parada Circulatória: : Hora da Hepatectomia: : Hora da Colocação do Fígado no Gelo: Uso de Bypass: ( ) SIM. ( ) NÃO. PERFUSÃO in situ h. h. : h. Veia PORTA Artéria AORTA Solução de Conservação: Volume: Pressão: PERFUSÃO na mesa Veia PORTA A. HEPÁTICA DUCTO BILIAR Solução de Conservação: Volume: Solução de transporte: Perfusão: ( ) BOA. ( )RUIM. ( ) LENTA. ( ) MANCHADA. ANATOMIA ARTERIAL A B C D E - Normal: ( ) Hepática E ramo da Gástrica E: ( ) Hepática D ramo da Mesentérica Superior: ( ) Hepática E ramo da Gástrica E e Hepática D ramo da Mesentérica Superior: Outro ( Descrever ) : ( ) ( ) INCLUÍDO Artéria Ilíaca: Veia Ilíaca: Baço: ( ) SIM. ( ) SIM. ( ) SIM. ( ) NÃO. ( ) NÃO. ( ) NÃO. OUTROS COMENTÁRIOS Médico Responsável: CRM: Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 33 Anexo VI DADOS DE NEFRECTOMIA RGCT: Data da extração: Hospital: Cirurgião: SPOT: Telefone: Nome do doador: Retirada com coração batendo Sim Não Retirada em bloco Sim Não Clampeamento da Aorta Perfusão in situ S N Líquido de preservação: Data: Hora: Faça um esquema dos vasos renais, patchs, comprimentos e calibres: Direito Esquerdo Tempo de isquemia quente: Início de perfusão: Perfusão: h Boa Regular Ruim min Tempo de isquemia quente: min Início de perfusão: Perfusão: min h Boa Regular min Ruim Descreva lesões: Programa de Transplantes do Hospital Israelita Albert Einstein Curso Prático de Extração, Perfusão e Acondicionamento de Órgãos e Tecidos para Transplantes 34