MARINA CASTELI RODRIGUES MONTEIRO A HIDRATAÇÃO INTRAVENOSA COM SOLUÇÃO SALINA A 0,45% PROVOCA HEMÓLISE INTRAVASCULAR EM PACIENTES GRAVES? Tese apresentada ao Curso de Pós-graduação em Patologia, área de concentração “Patologia Clínica”, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Daniel Ferreira da Cunha Uberaba – MG Novembro/2011 i Este trabalho foi realizado através do apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Fundação de Ensino e Pesquisa de Uberaba (FUNEPU), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) ii Dedicatória Ao meu marido, amigo e confidente, por compreender as minhas angústias e fraquezas, a minha ausência e principalmente por aceitar e entender que o meu tempo naquele instante não era tão seu....Obrigada, querido! Aos meus pais João Manoel e Ester que me fizeram entender que o sucesso caminha lado a lado a dedicação pessoal... À minha irmã Manoela, com todo o meu amor... Ao meu querido irmão João Pedro que se vê em mim em um futuro tão distante dedico toda a minha vida.... iii Agradecimentos À DEUS, agradeço os infinitos momentos de fé, silêncio e reflexão...quando os obstáculos pareciam superar as minhas expectativas, Ele me fez forte.... Agradeço amavelmente ao Dr. Daniel que de forma elegante me aceitou por duas vezes como sua aluna e me fez entender o verdadeiro sentido das palavras amor, ética e dedicação em um trabalho de pesquisa..... Ao Dr. André, meu inestimável amigo, que despertou em mim o interesse diário pela leitura e pela pesquisa...e que se fez presente do começo ao fim, em todos esses dias me apoiando e me incentivando mesmo quando os caminhos pareciam se fechar.....é com muito carinho que agradeço a conclusão deste trabalho que também é fruto de sua dedicação e seu companheirismo... À Silvinha pelos socorros diários e as doces palavras que me confortavam..... À Ariana por fazer dos nossos plantões uma extensão dos projetos de pesquisa, agradeço pela realização dos exames bioquímicos... Ao Dr. Marlos Vander e a enfermeira Hilda, que gentilmente contribuíram neste trabalho em me comunicar quando os pacientes eram admitidos na UTI.... Aos queridos pacientes meu agradecimento pela concretização de um sonho.... iv Sumário Lista de Abreviaturas e Símbolos ............................................................................................. vi Lista de Tabelas .......................................................................................................................vii Lista de Gráficos ......................................................................................................................vii Lista de Figuras e Quadros ...................................................................................................... ix Introdução ................................................................................................................................10 Hematopoese .........................................................................................................10 Teste de Fragilidade Osmótica .............................................................................16 Hipernatremia .......................................................................................................18 Sinais e sintomas da hipernatremia ......................................................................22 Terapêutica da hipernatremia ..............................................................................22 Hipótese ...................................................................................................................................25 Objetivo ....................................................................................................................................26 Materiais e Métodos ................................................................................................................27 Local de Estudo.....................................................................................................27 Coleta de Dados ....................................................................................................27 Aspectos Éticos e Grupos......................................................................................29 Critérios de Exclusão ............................................................................................30 Análise Laboratorial .............................................................................................31 Análise Estatística .................................................................................................33 Resultados ................................................................................................................................34 Discussão .................................................................................................................................41 Conclusão .................................................................................................................................46 Resumo ......................................................................................................................................47 Abstract .....................................................................................................................................49 Referências Bibliográficas ........................................................................................................51 Anexos .......................................................................................................................................58 v Lista de Abreviaturas e Símbolos Abreviaturas e Símbolos Significado α Alfa β Beta γ Gama δ Delta °C Grau Celsius μm Micrômetro h Hora IL Interleucina kDa Kilodaltons Kg Quilograma L Litro mEq/L Miliequivalente por litro mOsm/Kg Miliosmoles por quilo t Teste T de Student χ2 Teste do qui-quadrado % Porcentagem CD Cluster designation CO2 Dióxido de carbono EDTA ácido etilenodiamino tetra-acético et al. Outros autores FIO2 Fração inspirada de oxigênio Na Sódio NaCl Cloreto de sódio O2 Oxigênio pH Concentração de íons hidrogênio SEM Erro médio padrão vi Lista de Tabelas Introdução Tabela I- Valores de referência de concentrações de NaCl para hemólise ..............................18 Tabela II- Soluções que poderão ser utilizadas para correção da hipernatremia ....................23 Materiais e Métodos Tabela 1- Valores de referência para exames laboratoriais comparativos entre homens e mulheres ....................................................................................................................................33 Resultados Tabela 1- Características gerais dos pacientes à admissão do estudo ......................................35 Tabela 2- Escores APACHE II e SOFA, mortalidade em 28 dias e tempo de internação até o momento basal do grupo salina 0,45% e grupo salina 0,9% .................................................... 36 Tabela 3- Valores de hemoglobina e concentrações séricas de glicose, albumina, proteína Creativa, sódio, uréia, creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% no tempo basal ........................................................................................36 Tabela 4- Valores de hemoglobina e concentrações séricas de glicose, albumina, proteína Creativa, sódio, uréia, creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1º dia, 3º dia e 5º dia ..................................................38 vii Lista de Gráficos Resultados Gráfico 1. Concentrações séricas de haptoglobina (g/L) entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1ºdia, 3ºdia e 5º dia. ............................................................................39 Gráfico 2. Concentrações séricas do sódio (mEq/L) entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1ºdia, 3ºdia e 5ºdia ..............................................................................40 viii Lista de Figuras e Quadros Introdução Figura 1. Fragilidade osmótica dos eritrócitos de um paciente normal (área cinza) em várias tonicidades de solução de NaCl depois de 0 e 24 horas de incubação .....................................18 Quadro 1. Causas da hipernatremia .........................................................................................20 Materiais e Métodos Quadro 2. Classificação de Child-Pugh...................................................................................30 Quadro 3. Classificação de morte encefálica ..........................................................................31 ix 10 Introdução 1 Hematopoese 2 O fenômeno que dá origem as células sanguíneas é denominado hematopoese, 3 sendo o saco vitelínico o principal local de produção durante as primeiras semanas de 4 gestação. Após cerca de dois a sete meses de vida fetal, o fígado e o baço são os principais 5 órgãos hematopoéticos que continuam a produzir células sanguíneas até cerca de duas 6 semanas após o nascimento (HOFFBRAND et al., 2008). 7 A medula óssea é o sítio fisiológico de produção celular mais importante a partir 8 dos sete meses de vida fetal e, durante a infância e vida adulta é a principal fonte de novas 9 células sanguíneas (HOFFBRAND et al., 2008). Nos dois primeiros anos, toda a medula 10 óssea é hematopoética, mas durante o resto da infância há substituição progressiva da 11 medula dos ossos longos por gordura, de modo que a medula hematopoética no adulto é 12 limitada ao esqueleto central (crânio, vértebras, costelas, esterno e ilíacos) e às 13 extremidades proximais do fêmur e do úmero (HOFFBRAND et al., 2008; ROSENFELD, 14 2007). 15 Com a diferenciação das células-tronco (stem-cells) em células progenitoras, as 16 células pluripotentes se transformam em precursores da linhagem mielóide ou linfóide com 17 ajuda de fatores de crescimento e interleucinas (IL-2, 3, 4, 5, 6, interferon α, β e γ) 18 (ROSENFELD, 2007). 19 Os fatores de crescimento hematopoéticos (GM-CSF-fator estimulador de colônia 20 granulocítica e monocítica, G-CSF-fator estimulador de colônia granulocítica, 21 eritropoetina e trombopoetina) são hormônios glicoprotéicos que regulam a proliferação e 22 diferenciação das células progenitoras e a função das células sanguíneas maduras (ZAGO, 23 2004). Podem agir no local em que são produzidos por contato célula a célula ou circular 11 1 no plasma e estimular não só a proliferação celular, mas também diferenciação, maturação 2 e prevenir a apoptose (HOFFBRAND et al., 2008). 3 Em condições normais um adulto produz cerca de um bilhão de hemácias por dia, 4 substituindo o número equivalente de células destruídas diariamente, para manter estável a 5 massa total de hemácias do organismo (ZAGO, 2004; HOFFBRAND et al., 2008). 6 A eritropoetina é o principal fator de crescimento, proliferação e maturação que 7 atua sobre a linhagem eritróide e regula a produção das hemácias. É uma glicoproteína 8 constituída de 165 aminoácidos, com peso molecular de cerca de 30-kDa. A principal fonte 9 de eritropoetina no organismo advém do tecido renal, provavelmente das células 10 intersticiais peritubulares renais, que são altamente sensíveis a hipóxia tecidual e produzem 11 cerca de 90% do hormônio, sendo os 10% restantes produzidos pelos hepatócitos (ZAGO, 12 2004; HOFFBRAND et al., 2008). 13 O pró-eritroblasto é o precursor eritróide e caracteriza-se por intensa produção 14 protéica sendo a principal proteína a hemoglobina. 15 eritroblastos ortocromáticos que são células que não apresentam mais a capacidade de se 16 dividir e, assim, perdem o núcleo. O núcleo perdido será fagocitado pelos macrófagos da 17 medula óssea e o eritroblasto ortocromático se transformará em um reticulócito. (ZAGO, 18 2004). Pode originar cerca de 8-32 19 O reticulócito é uma célula anucleada um pouco maior que o eritrócito maduro e 20 que ainda conserva no citoplasma alguns resquícios de organelas como retículo 21 endoplasmático, ribossomos e mitocôndrias (HOFFBRAND et al., 2008). Detém ainda 22 alguma capacidade de síntese de hemoglobina sendo de 10 a 20% completada neste 23 estágio. Permanece em torno de três dias na medula óssea e cai na corrente sanguínea onde 24 haverá a perda das organelas e de volume citoplasmáticos e a transformação em eritrócito 25 maduro (ZAGO, 2004; ROSENFELD, 2007). 12 1 A principal função dos eritócitos é o transporte de oxigênio (O2) aos tecidos e o 2 retorno de dióxido de carbono (CO2) dos tecidos aos pulmões. Para executar essa troca 3 gasosa os eritrócitos contêm uma proteína especializada, a hemoglobina (Hb) que é uma 4 proteína de peso molecular de 64,5 kDa, pigmentada e formada por duas partes: (1) porção 5 que contém ferro, denominada heme, e (2) porção protéica, denominada globina. (ZAGO, 6 2004; LORENZI, 2006; HOFFBRAND et al., 2008). 7 A globina constitui a maior porção da molécula da hemoglobina. A síntese da 8 globina é ativada por genes que são capazes de comandar a síntese das quatro cadeias 9 polipeptídicas que formam as globinas normais no indivíduo adulto. Essas cadeias 10 polipeptídicas são denominadas alfa (α), beta (β), gama (γ) e delta (δ) e a síntese de cada 11 uma dessas cadeias é controlada pelo gene α, que está localizado no cromossomo 16 e 12 pelos genes β, γ e δ, localizados no cromossomo 11 (LORENZI, 2006). 13 As hemácias duram em média 120 dias na circulação, em virtude de seu 14 esgotamento metabólico e alterações degenerativas de membrana, as hemácias são 15 removidas e destruídas intracelularmente em células do sistema fagocítico-mononuclear 16 especialmente no baço, fígado e medula óssea (ZAGO, 2004; LORENZI, 2006). 17 Uma vez fagocitada, a hemácia libera a hemoglobina e os componentes da 18 membrana. A hemoglobina é degradada em globina que é metabolizada dando origem a 19 aminoácidos que serão reutilizados para a síntese geral de proteínas no organismo. O 20 heme, por sua vez, sofre cisão do anel de protoporfirina e se converte em bilirrubina, já o 21 ferro permanece no macrófago e será reaproveitado para a síntese de novas moléculas de 22 hemoglobina (LORENZI, 2006). 23 A bilirrubina indireta, formada a partir da abertura do anel do heme e liberação do 24 ferro, circula ligada à albumina, sendo retirada de circulação pelos hepatócitos. Nos 25 hepatócitos a bilirrubina é conjugada com compostos que a tornam hidrossolúvel, em 13 1 especial o ácido glicurônico. O composto hidrossolúvel (bilirrubina direta ou conjugada) é 2 excretado nos canalículos hepáticos indo finalmente alcançar o duodeno como parte da 3 bile. No intestino, numerosos compostos são derivados da oxidação e metabolismo da 4 bilirrubina direta denominados de estercobilinogênio e seus produtos contribuem para dar 5 coloração às fezes. Uma parte do estercobilinogênio é reabsorvida do intestino e alcança o 6 fígado pela circulação portal, sendo praticamente todo captado pelo hepatócito e re- 7 excretado no intestino (ZAGO, 2004). 8 A hemólise extravascular consiste na remoção e destruição das hemácias com 9 alterações de membrana pelos macrófagos do baço e fígado. O sangue circula 10 continuamente através das paredes finas dos sinusóides esplênicos que possuem um 11 diâmetro de 3μm. Hemácias normais apresentam um diâmetro de 8μm e podem se 12 deformar o suficiente para atravessar os cordões esplênicos, entretanto, hemácias com 13 alterações estruturais na superfície da membrana (incluindo anticorpos) são incapazes de 14 atravessar sendo fagocitadas e destruídas pelos macrófagos (DHALIWAL et al., 2004). 15 Na hemólise intravascular, uma lesão grave das hemácias pode levar à sua 16 destruição dentro da circulação sanguínea com a liberação do conteúdo celular dentro do 17 plasma. Isso acontece em mecanismos traumáticos como choques, queimaduras e prótese 18 de valvas (DHALIWAL et al., 2004). 19 Nessas circunstâncias a hemoglobina é liberada na circulação (hemoglobinemia) e 20 eventualmente perdida na urina (hemoglobinúria). Quando a quantidade de hemoglobina 21 liberada no plasma é pequena, toda a hemoglobina forma um complexo com a 22 haptoglobina, uma α-glicoproteína de fase aguda sintetizada pelo fígado e capaz de se ligar 23 à hemoglobina. Dessa forma, o complexo hemoglobina-haptoglobina é levado ao fígado 24 onde é catabolisado; esse fenômeno reduz drasticamente a concentração da haptoglobina 25 plasmática (ZAGO, 2004; QUAYE, 2008). 14 1 Segundo RAYNES et al. (1991) a haptoglobina foi primeiramente descoberta por 2 Polonovski e Jayle em 1938, em resposta a secreção de citocinas como as interleucinas IL- 3 6, IL-1 e fator de necrose tumoral. A destruição intravascular dos eritrócitos, que acomete 4 cerca de 10 a 20% das hemácias normais, libera hemoglobina livre dentro da circulação; a 5 primeira função da haptoglobina, então, é ligar-se a hemoglobina prevenindo a sua 6 excreção renal e protegendo os vasos sanguíneos dos seus efeitos tóxicos e oxidativos 7 (GIBLETT, 1968, LANGLOIS et al., 1996; DEVLIN et al., 1997). 8 A hemoglobina livre é eliminada pela filtração glomerular e isso pode causar danos 9 renais. Portanto, a haptoglobina reduz a perda de hemoglobina e do ferro porque forma um 10 complexo haptoglobina-hemoglobina irreversível de ligações não covalentes de alta 11 estabilidade e afinidade (GIBLETT, 1968, LANGLOIS et al., 1996; DEVLIN et al., 1997) 12 Quando a quantidade de hemoglobina liberada na circulação excede a capacidade 13 de ligação da haptoglobina, a hemoglobina livre é filtrada nos rins. A maior parte da 14 hemoglobina filtrada nos glomérulos é reabsorvida nos túbulos; se a capacidade de 15 reabsorção dos túbulos é excedida, aparece hemoglobina na urina (hemoglobinúria) 16 (ZAGO, 2004; LORENZI, 2006). 17 Quando não há a ligação com a hemoglobina, a haptoglobina é removida do plasma 18 em cerca de três a cinco dias, mas quando ligada à hemoglobina, o tempo médio para 19 remoção do complexo (principalmente nos hepatócitos) é de 20 minutos (NOYES et al., 20 1967; BISSEL et al., 1972; JAVID, 1978). O receptor para o complexo haptoglobina- 21 hemoglobina nos macrófagos foi recentemente identificado como CD163 e reconhece a 22 mudança conformacional na haptoglobina causada pela formação do complexo com a 23 hemoglobina; entretanto o receptor do complexo nos hepatócitos ainda não foi 24 identificado. (KINO et al., 1980; KRISTIANSEN et al., 2001; HORN et al., 2003). 15 1 Embora presente em todos os vertebrados, a haptoglobina humana é caracterizada 2 pela heterogeneidade molecular causada pelo seu polimorfismo genético. Jayle e Judas 3 (1946) foram os primeiros a suspeitar que existissem diferenças na estrutura da molécula 4 de haptoglobina e Smithies (1955), usando um gel de eletroforese identificou três fenótipos 5 de haptoglobinas (Hp): Hp1-1, Hp 2-1 e Hp 2-2. 6 Em 1956, Smithies e Walker mostraram que esse três fenótipos eram controlados 7 por dois alelos autossômicos codominantes identificados como HP1 e HP2 (MALCHY et 8 al., 1973; RAUGEI, 1983). Esse polimorfismo resulta em diferentes massas moleculares de 9 haptoglobina: 86 kDa de Hp1-1, 86-300 kDa de Hp2-1 e 170-900 kDa de Hp2-2 sendo o 10 lócus localizado no braço longo do cromossomo 16 (16q22) (LANGE, 1992; LANGLOIS 11 et al., 1996). 12 A determinação das concentrações séricas da haptoglobina pode ser usada para 13 determinar episódios de hemólise com diminuição e consumo desta proteína no sangue. 14 Também é uma proteína de fase aguda com propriedades imunomodulatórias que pode 15 inibir ou estimular a resposta imune estando elevada em processos inflamatórios, 16 infecciosos e malignos (BRAESCKMAN et al., 1999; WOBETO, 2008). Níveis de 17 haptoglobina podem ser afetados pelo fenótipo, os quais circulam nas seguintes 18 concentrações: Hp1-1>Hp2-1>Hp2-2 (LANGLOIS et al., 1996; IMRIE et al., 2006). 19 As anemias hemolíticas são um grupo de doenças onde a anemia ocorre devido à 20 redução do tempo de sobrevida eritrocitário. Segundo Henry (1999) se a destruição das 21 hemácias excederem a capacidade da medula em substituí-las na mesma proporção, ocorre 22 a anemia hemolítica. Com uma hemólise menos grave, a medula (se mantidas suas 23 quantidades de ácido fólico, vitamina B12 e ferro) pode estar apta a produzir hemácias em 24 quantidade normais, de modo que a anemia não ocorre; isto é chamado hemólise 25 compensada. 16 1 Os motivos para a redução da sobrevida eritrocitária são variados, e vão desde 2 alterações estruturais da molécula da hemoglobina a defeitos no esqueleto da membrana 3 celular (GARCIA et al., 2006). 4 De acordo com Hoffbrand (2008) os achados laboratoriais para as anemias 5 hemolíticas são divididos em três grupos: 6 Sinais de aumento da destruição eritróide: 7 • aumento da bilirrubina indireta 8 • aumento da lactato dehidrogenase (LDH) 9 • aumento de urobilinogênio 10 • aumento de estercobilinogênio 11 • haptoglobinas séricas ausentes 12 Sinais de aumento da produção eritróide: 13 • reticulocitose 14 • hiperplasia eritróide da medula óssea 15 Alterações e sinais de dano dos eritrócitos: 16 • morfologia: microesferócitos, eliptócitos, esquizócitos e acantócitos 17 • fragilidade osmótica aumentada 18 • encurtamento da sobrevida dos eritrócitos 19 20 Teste de fragilidade osmótica 21 A fragilidade osmótica das hemácias reflete a habilidade delas absorverem certa 22 quantidade de água antes de sofrerem lise, o que é função da relação entre as medidas de 23 volume e de superfície das hemácias. A resistência dos eritrócitos normais à hipotonia 24 decorre da sua forma bicôncava, que lhes permite aumentar o volume em até 70% antes da 25 membrana atingir o limite de distensão; alcançado esse limite, há lise. Os esferócitos 17 1 apresentam menor capacidade de absorver água até o limite de resistência da membrana do 2 que hemácias normais, o que os torna suscetíveis à lise osmótica, portanto o aumento da 3 fragilidade osmótica é uma característica da forma esferóide. Já a diminuição da 4 fragilidade osmótica indica presença de eritrócitos anormalmente achatados (leptócitos ou 5 hemácias em alvo), no qual há uma tolerância maior na absorção de água, e, portanto, 6 maior resistência à lise osmótica (LEWIS, 2006). 7 Portanto, o valor principal do teste de fragilidade osmótica é detectar a presença de 8 hemólise em diferentes concentrações de NaCl que indicam, ou não, a presença de 9 anormalidades morfológicas nos eritrócitos como, por exemplo, eliptócitos, esferócitos, 10 hemácias em alvo e acantócitos (LEWIS, 2006). 11 Segundo Henry (1999) no teste de fragilidade osmótica as hemácias são colocadas 12 em suspensão em uma série de frascos contendo concentrações de NaCl variando de 0,9% 13 a 0,0%, incubadas em temperatura ambiente por 30 minutos e centrifugadas. A hemólise 14 percentual nas soluções sobrenadantes é medida e tabulada para cada concentração de 15 NaCl. As células que são mais esféricas, com uma relação superfície/volume diminuída, 16 apresentam uma capacidade limitada de se expandir em soluções hipotônicas e, assim, 17 sofrem lise em uma concentração mais alta de NaCl do que as hemácias bicôncavas 18 normais. Por outro lado, células que são hipocrômicas e mais planas apresentam uma 19 maior capacidade de se expandir em soluções hipotônicas e apresentam lise em uma 20 concentração menor do que as células normais e mostram então uma fragilidade osmótica 21 diminuída. 22 In vitro, a diminuição da lise osmótica pode ser afetada pelo pH, temperatura e 23 concentração do meio (HAUT, 1962). As mudanças na fragilidade osmótica dos eritrócitos 24 de um paciente normal submetido a várias concentrações de NaCl depois de 0 e 24 horas 25 de incubação podem ser vistas na figura 1. 18 1 2 3 4 Figura 1. Fragilidade osmótica dos eritrócitos de um paciente normal (área cinza) em várias tonicidades de solução de NaCl depois de 0 e 24 horas de incubação. A esquerda observa-se a amostra em temperatura ambiente e à direita, a mesma amostra incubada por 24 horas a 37° C (<www.ciencianews.com.br>). 5 Segundo LEWIS (2006) a forma sigmóide da curva de fragilidade osmótica indica 6 que a resistência à hemólise varia gradualmente em função da idade dos eritrócitos, sendo 7 os mais jovens mais resistentes, e os mais velhos, mais frágeis. O aumento da fragilidade 8 durante a incubação é devido ao acúmulo celular de sódio que excede a perda de potássio. 9 Essa troca de cátions é causada por propriedades da membrana que controlam o fluxo 10 passivo de íons e que determina o bombeamento ativo dos gradientes de concentração. A 11 incubação de 24 horas consome energia e faz falhar o mecanismo de bombeamento (tabela 12 I). Tabela I. Valores de referência de concentrações de NaCl para hemólise inicial e completa (a 20°C, pH 7,4) ( LEWIS, 2006). FGM, fragilidade globular mediana. Sangue Fresco Sangue incubado 37°C % NaCl 24hrs % NaCl Lise inicial 0,5 0,7 Lise completa 0,3 0,2 FGM (lise 50%) 0,4-0,45 0,465-0,590 13 14 Hipernatremia 15 A concentração sérica do sódio é controlada pela homeostase da água, a qual é 16 mediada pela sede, hormônio anti-diurético (HAD) e rins. Qualquer desequilíbrio no 19 1 balanço de água manifesta-se com uma concentração sérica anormal de sódio: 2 hipernatremia ou hiponatremia (GENNARI, 1984) 3 O sódio por ser um soluto impermeável, contribui para a tonicidade e induz o 4 movimento de água através das membranas das células. Portanto a hipernatremia evolui 5 com hiperosmolaridade hipertônica e sempre provoca desidratação celular, pelo menos 6 transitoriamente. A hipernatremia é definida, quando o sódio sérica ultrapassa o valor 7 considerado normal no laboratório de 145 mEq/L. (ROSS et al., 1969). 8 A hipernatremia é menos freqüente do que a hiponatremia, e mais comum em 9 pacientes muito jovens, muito velhos e doentes que não têm condição de ingerir líquido em 10 resposta ao aumento de osmolaridade plasmática. Ocorre com a freqüência de 6% a 9% em 11 pacientes criticamente doentes, geralmente hospitalizados em Unidades de Terapia 12 Intensiva (UTI), e tem sido associada com risco aumentado de morte e complicações 13 devido a tratamento inadequado (NETO, 2003; LINDNER, 2007; STELFOX, 2008). 14 Estudos Britânicos revelaram uma incidência de hipernatremia em 0,3% nos pacientes 15 hospitalizados (LONG, 1991), enquanto um estudo Americano revelou a incidência de 16 0,2% de hipernatremia em pacientes recém admitidos e 1% em pacientes hospitalizados 17 (PALEVSKY, 1996). 18 A hiperglicemia também é freqüente em pacientes doentes críticos e ocorre em 19 indivíduos com ou sem história prévia de diabetes, sendo sua prevalência de difícil 20 estimativa (KOVALASKE, 2009). Entretanto um estudo avaliou a prevalência de 21 hiperglicemia em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva e revelou que após 22 a admissão mais de 60% dos pacientes apresentavam glicose acima de 110 mg/dL, 38% 23 maior que 150 mg/dL e 23% maior do que 200 mg/dL (CELY, 2004). 24 Segundo Reynolds (2006) a hipernatremia reflete uma perda de água ou ganho de 25 sódio, com inevitável hiperosmolaridade. Sintomas graves são usualmente evidenciados 20 1 somente em grandes aumentos de concentrações de sódio plasmático, acima de 158-160 2 mEq/L. Um fato importante é que a sensação de sede intensa que protege o organismo 3 contra a grave hipernatremia pode estar ausente ou reduzida em pacientes com alterações 4 do estado mental ou lesões hipotalâmicas que afetem o seu senso da sede. 5 Sintomas e sinais não específicos como anorexia, dor muscular, náuseas e vômitos 6 tendem a aparecer mais cedo. Os sinais mais sérios seguem com alteração do estado 7 mental, letargia, irritabilidade e coma (KUMAR, 1998). De acordo com Neto (2003) as 8 causas de hipernatremia podem ser (quadro 1): 9 Quadro 1: Causas de hipernatremia Perda de água: Perdas insensíveis: pela pele e pela respiração Diabetes insipidus central: após trauma, neoplasias, doenças inflamatórias Diabetes insipidus nefrogênico: Doença renal (doença cística medular, por exemplo) Hipercalcemia ou hipocalemia Drogas: lítio, demeclociclina, foscarnet, metoxiflurano, anfotericina B Perda de líquidos hipotônicos: Causas renais: diuréticos de alça diurese osmótica (glicose, uréia, manitol) diurese pós-desobstrução (próstata) fase diurética da necrose tubular aguda Causas gastrointestinais: Vômitos drenagem nasogástrica fístulas enterocutâneas Diarréia Causas cutâneas: queimaduras, sudorese excessiva Ganho de sódio infusão de bicarbonato de sódio 21 ingestão de cloreto de sódio; ingestão da água do mar infusão de soluções hipertônicas de sódio; diálise hipertônica hiperaldosteronismo primário e síndrome de Cushing 1 Existem dois tipos de respostas fisiológicas à hipertonicidade do plasma: a 2 conservação da água pelo rim e a sede. A conservação renal de água é dependente da 3 presença do hormônio anti-diurético (HAD). O HAD é sintetizado nos núcleos supra- 4 óptico e paraventricular do hipotálamo, e depois é transportado através dos axônios para a 5 hipófise posterior, onde é armazenado (ZIMMERMAN et al., 1984). 6 A hipertonicidade do plasma é o estímulo principal para a secreção do HAD. Em 7 indivíduos normais, a secreção de HAD é mínima quando a osmolaridade do plasma é 8 inferior a 280 mosm/Kg de água. Logo que a osmolaridade aumenta acima deste valor, a 9 secreção da HAD aumenta proporcionalmente. Alterações hemodinâmicas, como 10 hipotensão e a hipovolemia estimulam os receptores de volume da circulação arterial e 11 venosa que são transmitidos à medula através dos nervos vago e glossofaríngeo, e daí ao 12 hipotálamo, com produção de HAD (SAWCHENKO, 1981). Os osmorreceptores que 13 medeiam a secreção de HAD são sensíveis, respondendo a alterações da osmolaridade do 14 plasma inferiores a 1% (BAYLIS, 1978; ROBERTSON, 1976). 15 A sede constitui o estímulo adicional para a ingestão de água, quando a água da 16 dieta e a endógena são insuficientes para manter um adequado balanço hídrico. Há dois 17 estímulos principais para a sede, a hipertonicidade e a hipovolemia, e um estímulo 18 acessório, a angiotensina II, uma substância que induz sede pela estimulação dos 19 osmorreceptores hipotalâmicos (PALEVSKY, 1998). 22 1 Sinais e sintomas da hipernatremia 2 Os sintomas da hipernatremia (hiperosmolaridade) são primariamente neurológicos. 3 Os achados mais precoces são letargia, astenia e irritabilidade, que podem, depois, 4 progredir para convulsões, coma e morte nos casos graves (ROSE, 1994). 5 A gravidade destes sintomas está relacionada não só com o grau de 6 hiperosmolaridade, mas, mais importante, com a velocidade com que esta se instalou. Os 7 sintomas são devidos às alterações no conteúdo da água cerebral. Em resposta à 8 hipertonicidade, a água move-se do compartimento intracelular para o compartimento 9 extracelular. No entanto, esta desidratação cerebral é transitória, já que se iniciam 10 mecanismos de adaptação em duas fases, uma, mais rápida, que ocorre em poucas horas, e 11 outra, mais lenta, que ocorre em alguns dias (ABREU, 2002). 12 A saída aguda de água dos neurônios provoca uma rápida entrada de eletrólitos para 13 a célula cerebral, com conseqüente entrada de mais água para o seu interior (MILLER et 14 al., 1970). A esta resposta segue-se uma fase adaptativa mais lenta, na qual há acumulação 15 de osmolitos no interior dos neurônios, isto é, solutos orgânicos que, pelo seu poder 16 osmótico, levam à entrada de água para o interior da célula cerebral, possibilitando a saída 17 dos eletrólitos, assim se restabelecendo o volume da célula cerebral (ABREU, 2002). Os 18 principais osmolitos desta fase adaptativa são os aminoácidos glutamina, glutamato e 19 inositol, que provêem do fluido extracelular, e da degradação proteica intracelular 20 (MILLER et al., 1970). 21 22 Terapêutica da hipernatremia 23 O tratamento da hipernatremia se inicia com o diagnóstico da causa do processo e 24 correção da hipertonicidade (ADROGUE et al., 1994; PALEVSKY, 1998). O tratamento 25 das causas pode, por exemplo, controlar a perda de líquidos gastrointestinais, febre, 23 1 controlar o aumento de temperatura e à hiperglicemia. Nos pacientes com hipernatremia, 2 que se desenvolve após algumas horas, a correção rápida melhora o prognóstico, sem risco 3 de provocar edema cerebral (PALEVSKY, 1998). Nesses pacientes, a redução de 1 4 mEqL/h é adequada (PALEVSKY, 1998; LIEN et al., 1990). 5 Uma correção mais prudente torna-se necessária nos pacientes com hipernatremia 6 de longa duração ou de duração desconhecida, devido ao fato que a dissipação do acúmulo 7 dos solutos cerebrais pode levar vários dias (HOGAN et al., 1969; LIEN et al., 1990). 8 Nesses casos, deve-se reduzir a diminuição da concentração de sódio sérico a 0,5 mEq/h o 9 que evita o aparecimento de edema e convulsões (KAHN et al., 1979; BLUM et al., 1986). 10 Recomenda-se que a redução do sódio plasmático não exceda a 10 mEq/L nas 24 h. O 11 objetivo do tratamento é levar as concentrações séricas do sódio em torno de 145 mEq/L 12 (ADROGUE, 2000). 13 Vários consensos e artigos de revisões sugerem que a via preferencial para correção 14 da hipernatremia, quando possível, é a oral ou através de sondas nasogástricas ou enterais. 15 Se não for possível, administrar, por via intravenosa soluções como glicose a 5%, soluções 16 hipotônicas de cloreto de sódio a 0,2% (um quarto do soro fisiológico) ou 0,45% (metade 17 da solução fisiológica) (DAGGETT, 1979; ADROGUE, 2000; ABREU, 2002; NETO, 18 2003; TAREEN, 2005; REYNOLDS, 2006;) como mostrado, abaixo, na Tabela II. 19 Quanto mais hipotônico o líquido de infusão, mais lenta deve ser a administração, 20 porque o risco de edema cerebral aumenta com o volume de infusão (KHAN, et al., 1979). 21 22 Tabela II. Soluções que poderão ser utilizadas para correção da hipernatremia. Adaptada de ADROGUE, 2000. Solução a ser infundida Quantidade de Na (mEq/L) Salina a 0,9% 154 Salina a 0,45% 77 Salina a 0,2% 34 Glicose a 5% 0 24 1 Segundo Rose (1994), a maioria das hipernatremias é devida à perda de água. A 2 substituição do déficit de fluidos necessita que seja calculado o déficit de água, obtida pela 3 resolução da seguinte equação: Déficit de água = 0,6 Peso corporal kg 4 5 Na 140 140 Utiliza-se a mesma fórmula para o cálculo das hipernatremias e hiponatremias: 6 Mudança de sódio (mEq/L)= Na infundido Na sérico Água corporal 1 7 Sendo a água corporal calculada como fração do peso corporal. O índice para 8 crianças é 0,6; para homens e mulheres adultos é de 0,6 e 0,5 respectivamente, e para 9 homens e mulheres idosos é de 0,45 e 0,5 respectivamente (ADROGUE, 2000). 10 Vários estudos mostram o aumento da mortalidade em pacientes com hiperglicemia 11 internados em Unidades de Terapia Intensiva (VAN DER BERGH, 2001; FINFER, 2009). 12 Nesses pacientes, o uso de soro fisiológico deve ser recomendado, para não aumentar os 13 níveis de glicemia (ADROGUE, 2000). Entretanto, nos pacientes que apresentam 14 hipernatremia acompanhando a hiperglicemia ocorre o fenômeno da diurese osmótica, 15 onde há perda de água na urina induzida pela presença de solutos não reabsorvidos no 16 lúmen tubular como a glicose. Na urina produzida por este mecanismo, a quantidade de 17 sódio e potássio é muito inferior a do plasma, surgindo assim a hipernatremia e, neste caso, 18 está contra-indicado o uso de soro fisiológico (ADROGUE, 2000; ABREU, 2002; NETO, 19 2003). 20 Por isso, na tentativa de se manter os níveis glicêmicos com controle mais 21 adequado e corrigir a hipernatremia, usa-se a solução hipotônica a 0,45% (ADROGUE, 22 2000). 25 Hipótese 1 O uso de solução hipotônica a 0,45% em pacientes com hipernatremia pode 2 provocar hemólise intravascular, que pode ser comprovada pela redução na concentração 3 sérica de haptoglobina. 26 Objetivo 1 Verificar se há redução nas concentrações séricas de haptoglobina em pacientes 2 adultos que estejam recebendo solução salina hipotônica a 0,45%, durante cinco dias de 3 tratamento. 27 Materiais e Métodos 1 Local de Estudo 2 Este é um estudo realizado no período de agosto de 2009 a setembro de 2010 pela 3 Disciplina de Nutrologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Triângulo 4 Mineiro (UFTM). As amostras selecionadas para o estudo foram obtidas de pacientes 5 adultos (>18 anos) de ambos os sexos e internados nas Unidades de Terapia Intensiva do 6 Hospital de Clínicas. 7 O Hospital de Clínicas da UFTM atende a 27 municípios que compõem a macro 8 região do Triângulo Sul, oferecendo atendimento terceirizado e de alta complexidade aos 9 pacientes. Atualmente, o Hospital de Clínicas comporta 290 leitos, sendo 10 de UTI 10 Adulto e 10 de UTI Coronariana. 11 A Unidade de Terapia Intensiva do hospital é um serviço que recebe pacientes de 12 alta gravidade como politraumatizados, pós-operatórios, doenças renais, diabetes mellitus, 13 pacientes que necessitam de monitorização e observação devido à baixa probabilidade de 14 sobrevida. Portanto, a UTI trabalha com uma equipe de médicos e enfermeiros plantonistas 15 que obedecem a protocolos locais de tratamento e assistência aos pacientes. Neste trabalho 16 não houve interferência na conduta médica de prescrição diária, bem como a escolha dos 17 pacientes a serem incluídos. 18 No momento deste estudo os pacientes estavam recebendo como tratamento 19 solução hipotônica a 0,45% para a correção de hipernatremia, denominado Grupo Salina 20 0,45%, ou solução fisiológica ou glicosada a 5%, denominado Grupo Salina 0,9%. 21 Coleta de Dados 22 Durante o período da coleta das amostras foram registradas informações pessoais 23 importantes da prescrição médica de ambos os grupos que incluíam: idade, sexo, 28 1 diagnóstico clínico e exames laboratoriais. Posteriormente, após a análise laboratorial e 2 autorização prévia do Serviço de Arquivo Médico (SAME) do Hospital de Clínicas, foi 3 realizada a análise dos prontuários destes pacientes, nos quais foram documentados os 4 antimicrobianos utilizados, tipo de hidratação e dieta, necessidade de diálise e transfusão 5 de hemácias e cálculo dos escores APACHE e SOFA. 6 A escala denominada APACHE II (Acute Phisiology And Chronic Health 7 Evaluation) foi desenvolvida por Knaus em 1981 e revisada e simplificada em 1985 8 (JUNIOR, 2006). É um sistema de classificação e prognóstico que deve ser calculado nas 9 24 horas imediatas de admissão do paciente no hospital, principalmente na Unidade de 10 Terapia Intensiva. Para o cálculo do APACHE II é necessário realizar a soma de 12 11 variáveis que incluem variáveis clínicas (idade, temperatura corporal), fisiológicas (pressão 12 arterial média, freqüências cardíaca, respiratória e FIO2 (fração inspirada de oxigênio)) e 13 laboratoriais (hematócrito, leucócitos, concentrações de sódio, potássio e creatinina, pH ) 14 determinando uma pontuação entre 0 a 71 que será útil para classificar e prever a 15 mortalidade hospitalar (OH, et. al., 1995; ROWAN, et al., 1994; KNAUS, et. al., 1985). 16 A escala SOFA (Sepsis-related Organ Failure Assessment) foi descrita por Vicent 17 et al., em 1995 para avaliação de morbidade em paciente sépticos, uma vez que a sepse é a 18 principal causa orgânica de falência múltipla. A pontuação do escore SOFA é realizada 19 pela soma de seis alterações em diferentes sistemas (sistemas respiratório, cardiovascular, 20 hepático, renal, neurológico e de coagulação sanguínea) determinando um escore que varia 21 de 6 a 24 pontos, e que tem sido amplamente utilizado nas Unidades de Terapia Intensiva 22 para avaliar a evolução do paciente com disfunção orgânica múltipla, além de ser um bom 23 preditor de mortalidade (VICENT, 1996; LEMOS et al., 2005; AZEVEDO, 2009). 29 1 Para o cálculo do escore APACHE foram utilizadas informações contidas nas 2 primeiras 24 horas de admissão do paciente na UTI e, para o escore SOFA, foram colhidos 3 dados da avaliação feita no tempo basal. 4 Aspectos Éticos 5 O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética pelo protocolo de nº 1518 6 da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) com parecer aprovado. 7 Grupos 8 9 Foram estudados 32 pacientes (12 mulheres e 20 homens) divididos em dois grupos que estavam pareados para idade, sexo e diagnósticos da seguinte forma: 10 • 16 pacientes (4 mulheres e 12 homens) que estavam recebendo tratamento 11 com solução hipotônica a 0,45%, denominado grupo salina 0,45%. A 12 solução salina 0,45% consiste em uma solução hipotônica a partir do soro 13 fisiológico que é prescrita e preparada da seguinte maneira: 14 490 mL de água destilada + 1 ampola de 10 mL de NaCl a 20%. 15 Esta solução, na verdade, quando preparada, atinge uma concentração de 0,397%, 16 ou seja, menor do que 0,45% como é denominada, assim como pode ser demonstrado pelo 17 cálculo abaixo: 18 1 ampola 10 mL de Nacl 20%: 34mEqNa 19 SF 0,9%77mEqNa em 500mL x 34mEqNa em 500mL, x 0,397% 20 Logo, se: 21 Se: 500mL SF0,9% 77mEqNa 500mL 0,45% x, x 38,5mEqNa, portanto: 22 Se: 10mL de NaCl34mEqNaCl x 38,5mEq, x 11,3mL 30 1 2 3 4 O modelo de prescrição com 10 mL foi criado para padronizar as prescrições médicas e facilitar a manipulação da solução pela equipe de enfermagem. • 16 pacientes (8 mulheres e 8 homens) que não estavam recebendo tratamento com solução hipotônica, denominado grupo salina 0,9%. 5 6 7 8 9 10 Critérios de exclusão Foram excluídos pacientes que apresentavam os seguintes critérios: Insuficiência hepática: através da pontuação e classificação de Child-Pugh (quadro 2) de acordo com FERREIRA, 2007. Quadro 2: Classificação de Child-Pugh Encefalopatia Ascite Bilirrubinas totais (mg/dL) Albumina (g/dL) Atividade (%) 11 12 Coagulação 1 2 3 Ausente Ausente <2 >3,5 >70% Graus 1 e 2 Leve/moderada 2-3 2,8-3,5 50%-70% Graus 3 e 4 Tensa >3 <2,8 <50% intravascular disseminada (CIVD): manifestação de 13 sangramento difuso (petéquia, equimose, sangramento em locais de punção 14 venosa e cicatriz cirúrgica) e sinais de trombose (BICK, 1998). Alterações 15 laboratoriais com prolongamento de TAP (tempo de atividade da 16 protrombina), TTPA (tempo de tromboplastina parcialmente ativada), 17 consumo de fibrinogênio e plaquetas, aumento de produtos de degradação 18 de fibrina (PDF) e presença de hemácias fragmentadas (esquizócitos) em 19 esfregaço sanguíneo (PINTÃO, 2001) 20 21 Morte encefálica: diagnosticada de acordo com as seguintes etapas (quadro 3), de acordo com AZEVEDO, 2009. 31 Quadro 3: Classificação de morte encefálica. Fase preparatória: - identificar a causa da morte - afastar diagnósticos conflitantes Fase de exame: - otimização do paciente - pré-oxigenação - exame neurológico inicial: tríade do coma, arreflexia, apnéia - repetição dos itens anteriores desta fase após intervalo adequado Fase de exame documental: - preenchimento dos formulários - comunicação à família do resultado - comunicação aos órgãos de saúde responsáveis 1 casos de anemia hemolítica ou Teste de Coombs Direto positivo: 2 reticulocitose, aumento da concentração de bilirrubina indireta, aumento da 3 concentração de desidrogenase lática e diminuição da concentração de 4 haptoglobina (DHALIWAL, 2004) 5 Para o grupo salina 0,45% também foram excluídos os pacientes que não 6 receberam o tratamento com salina a 0,45% por menos de cinco dias consecutivos 7 ou foram a óbito nesse período. 8 Análise Laboratorial 9 10 As amostras utilizadas neste trabalho foram obtidas da rotina diária de exames das 11 Unidades de Terapia Intensiva Adulta e Coronariana e foram realizadas pelo Serviço de 12 Patologia Clínica (SPC), laboratório este que participa do Programa de Excelência para 13 Laboratórios Médicos (PELM) da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC). 14 Foi utilizado um tubo com anticoagulante EDTA para a análise do hemograma e 15 um tubo de soro com gel separador para as análises bioquímicas. Os exames bioquímicos 32 1 incluíam concentrações séricas de glicose, albumina, proteína C-reativa, sódio, bilirrubina 2 indireta, uréia, creatinina e haptoglobina. 3 As análises das amostras em ambos os grupos foram divididas em quatro tempos: 4 basal, 1º, 3º e 5º dia. No momento basal, os pacientes do grupo salina 0,45% estavam 5 recebendo outro tipo de hidratação (soro glicosado a 5% ou soro fisiológico). No grupo 6 salina 0,9% como não houve mudança no tipo de hidratação as amostras foram coletadas 7 em quatro tempos subsequentes: basal, 1º dia, 3º dia e 5º dia. 8 A análise do hemograma foi realizada por citometria de fluxo automatizada no 9 equipamento Sysmex- XE/2100D (SYSMEX CORPORATION, Japão, 2005) e 10 posteriormente, foram confeccionadas lâminas de esfregaço sanguíneo para a contagem 11 manual e percentual de células pelo equipamento Leucotron (modelo TP) (anexos). 12 13 As análises bioquímicas foram realizadas pelo equipamento de automação COBAS INTEGRA 400 plus® (ROCHE DIAGNOSTICS, Suiça) (anexos). 14 As concentrações séricas de glicose e albumina foram determinadas pelo método 15 colorimétrico automatizado respectivamente pela reação enzimática de hexoquinase e 16 Verde de Bromocresol. A concentração da bilirrubina não conjugada foi determinada 17 através de um cálculo de subtração a partir das dosagens da concentração da bilirrubina 18 total e direta, ambas de metodologia colorimétrica com o reagente Diazo. 19 A concentração da uréia foi determinada pelo método cinético com urease e 20 glutamato desidrogenase, enquanto a concentração de creatinina foi determinada pelo 21 método colorimétrico através da reação de Jaffé. A concentração da proteína C reativa e da 22 haptoglobina foram determinadas pelo ensaio de imunoturbidimetria e a concentração 23 sérica do sódio realizada pelo método do eletrodo íon seletivo (ISE). 33 1 Análise Estatística 2 3 Para a avaliação estatística foi elaborada uma planilha no Microsoft Excel® 4 constando todos os dados laboratoriais e clínicos dos pacientes e que foram 5 estatisticamente analisados utilizando o programa Primer. 6 As variáveis contínuas com distribuição normal foram expressas como média ± erro 7 médio, e neste caso, as comparações entre os Grupos foram realizadas pelo teste “t” 8 pareado de Student. 9 O teste exato de Fisher ou teste do χ2 foi usado na comparação de freqüências entre 10 os grupos. Foram consideradas estatisticamente significativas as diferenças em que o nível 11 de significância foi menor que 5% (p< 0,05). 12 13 Os valores de referência de todas as dosagens laboratoriais para pacientes adultos se encontram na tabela 1. Tabela 1. Valores de referência para exames laboratoriais comparativos entre homens e mulheres. Parâmetros Homens Mulheres Hemoglobina (g/dL) 13,5-17,5 12-15,5 Glicose (mg/dL) 70-99 70-99 Albumina (g/dL) 3,5-5,5 3,5-5,5 Proteína C-reativa (mg/L) <5,0 <5,0 Sódio (mEq/L) 136-145 136-145 Bilirrubina indireta (mg/dL) <0,8 <0,8 Uréia (mg/dL) <50 <50 Creatinina (mg/dL) 0,7-1,2 0,5-0,9 Haptoglobina (g/L) 0,3-2,0 0,3-2,0 34 Resultados 1 Dentre as amostras coletadas no período de agosto de 2009 a setembro de 2010 2 foram estudados 32 pacientes adultos (>18 anos), internados nas Unidades de Terapia 3 Intensiva do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. 4 5 Os pacientes estavam pareados de acordo com a idade, diagnósticos e exames laboratoriais, como pode ser melhor visto pela tabela 1. 6 Os dados do grupo salina 0,45% também foram similares em relação ao grupo 7 salina 0,9% como sexo (masculino/feminino) (12/4 vs 8/8), uso de hidratação [16 vs 7 8 (salina 0,9%) e 9 (solução glicosada 5%)], nutrição parenteral total (0 vs 3), antibióticos 9 (cefepime: 5 vs 2, ceftriaxona: 6 vs 4, imipenem: 3 vs 8 e vancomicina: 4 vs 8), 10 hemodiálise (1 vs 6) e ventilação mecânica (10 vs 13), e transfusão de concentrado de 11 hemácias (1 vs 6). 12 A média dos escores APACHE II e SOFA também foram similares em ambos os 13 grupos, assim como a freqüência de mortalidade em 28 dias e o tempo de internação 14 hospitalar até o momento basal, como pode ser visto pela tabela 2. 35 Tabela 1. Características gerais dos pacientes à admissão do estudo. Salina 0,45% Média±SEM 0,9% Média±SEM Idade Diagnósticos Sódio mEq/L Hapto g/L PCR mg/L 85 Pneumonia, sepse 150 0,75 490 38 Pneumonia, PO revascularização cardíaca 169 3,27 30 39 Pneumonia, politraumatizado 158 0,94 98 61 Sepse, IRA, neoplasia de próstata 156 2,73 101 80 Pneumonia 153 3,01 21 66 Sepse, infecção intestinal 153 2,76 75 68 Pneumonia, ICC, DPOC 160 4,34 83 77 Pneumonia, sepse, neoplasia de estômago 153 2,97 27 63 Neuroinfecção, IRA, DM II 162 3,62 230 62 Crise convulsiva 146 3,24 221 67 Sepse, PO cirurgia de esôfago 151 1,46 218 77 PO ressutura esternal 153 3,12 36 56 Grande queimado, IRA, DM II 166 2,93 301 32 Trauma de crânio 161 3,46 116 72 Sepse, PO colecistectomia 166 2,36 110 52 Pneumonia, paracoccidiodomicose 157 2,59 221 157,1±1,61 2,72±0,23 148,6±331,4 62,2±3,9 71 Pneumonia, IRA, AVCH 144 3,99 399 71 Taquicardia ventricular sustentada, ICC 141 2,60 75 85 Pneumonia, IRA, IRC 141 0.90 19 33 Mastite, IRA, IRC 135 1.80 255 83 Pneumonia ,IRA 144 2.36 289 59 DPOC, insuficiência respiratória 143 2,45 38 57 Derrame pericárdico, IRC, DM II 142 3,80 165 56 Sepse, ITU, IRC 140 1,10 20 87 Pneumonia, miocardite chagásica 143 1,30 17 40 Sepse, pseudocisto de pâncreas 130 2,12 149 45 Pneumonia, Sepse, ITU 147 2,20 321 71 Pneumonia, ITU, IRA 145 1,80 146 76 Sepse, PO colectomia, 144 2.93 77 68 Pneumonia, sepse, AVE 143 1.37 10 42 Sepse, PO litotripsia 144 2,00 88 35 Sepse, PO invaginação intestinal 147 1,88 321 142,1±1,07 2,16±0,21 130,0±31,0 61,2±4,5 Hapto (Haptoglobina), PCR (Proteína C-reativa), IRA (insuficiência renal aguda), ICC (insuficiência cardíaca congestiva), DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica, DM II (diabetes mellitus II), AVCH (acidente vascular cerebral hemorrágico), IRC: insuficiência renal crônica, ITU (infecção do trato urinário), AVE (acidente vascular encefálico), PO (pós-operatório). 36 Tabela 2. Escores APACHE II e SOFA, mortalidade em 28 dias e tempo de internação até o momento basal do grupo salina 0,45% e grupo salina 0,9%. Características Grupo salina 0,45% Grupo salina 0,9% APACHE II 23,69 ± 2,62 24,19 ± 2,22 SOFA 7,20 ± 0,86 8,10 ± 0,93 Mortalidade 28 dias 7 (43,75%) 6 (37,5%) Tempo de internação até o 10,62± 1,78 momento basal APACHE II, SOFA e tempo de internação (Média ± SEM). 10,31±2,51 1 Todos os pacientes foram submetidos aos mesmos exames que incluíam: 2 hemoglobina, dosagens séricas de glicose, albumina, proteína C-reativa, sódio, uréia, 3 creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina. 4 Os dados laboratoriais comparativos expressos no tempo basal para os grupos 5 salina 0,45% e salina 0,9% estavam pareados para vários parâmetros bioquímicos de 6 importância, no entanto, apresentaram relevância significativa apenas para as dosagens 7 séricas de glicose e sódio, como pode ser demonstrado na tabela 3. Tabela 3. Valores de hemoglobina e concentrações séricas de glicose, albumina, proteína C-reativa, sódio, uréia, creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% no tempo basal. Média ± SEM. Parâmetros Salina 0,45% Salina 0,9% (16) (16) Hemoglobina (g/dL) 10,3 ± 0,46 10,1 ± 0,46 Glicose (mg/dL)* 206 ± 26,1 138,2 ± 20,6 Albumina (g/dL) 2,2 ± 0,17 2,18 ± 0,18 Proteína C-reativa (mg/L) 149 ± 31,4 149,3 ± 32,2 Sódio (mEq/L)* 157 ± 1,61 142,1 ± 1,07 Uréia (mg/dL) 139,2 ± 22,1 111,5 ± 20,8 Creatinina (mg/dL) 1,82 ± 0,27 2,39 ± 0,42 Bilirrubina indireta (mg/dL) 0,26 ± 0,05 0,33 ± 0,08 Haptoglobina (g/L) 2,72 ± 0,23 2,16 ± 0,21 * p < 0,05 8 Quando comparados os valores basais e do 1° dia dentro do grupo salina 0,45%, 9 houve diferença significativa para hemoglobina, proteína C-reativa, sódio e haptoglobina. 10 Entre os valores basais e o terceiro dia, houve diferença significativa para a proteína C- 37 1 reativa, sódio e haptoglobina. Os dados de base comparados em relação ao quinto dia 2 foram diferentes estatisticamente para o sódio e a haptoglobina. 3 A comparação dos mesmos exames entre os tempos basal, 1°, 3° e 5° dias também 4 foi realizada no grupo salina 0,9% e mostrou diferença significativa somente para a 5 dosagem da hemoglobina entre o tempo basal e 1º dia. 6 A comparação dos dados basais entre os grupos mostrou diferença significativa 7 para a glicose (206,0 ± 26,1 vs 138,2 ± 20,6) e para o sódio (157,0±1,61 vs 142,1 ± 1,07). 8 Entretanto, quando comparados os dados do 1º , 3º e 5º dia, novamente entre os grupos, 9 houve diferença significante apenas para o sódio. Os dados acima podem ser melhor 10 visualizados pela tabela 4 e gráficos 1 e 2. 38 Tabela 4. Valores de hemoglobina e concentrações séricas de glicose, albumina, proteína C-reativa, sódio, uréia, creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1º dia, 3º dia e 5º dia. Parâmetros Salina Basal 1º dia 3º dia 5º dia Hemoglobina(g/dL) 0,45% 10,30 ± 0,46 [a] 9,62 ± 0,42 [a] 9,73 ± 0,35 9,87 ± 0,45 0,9% 10,10±0,46[b] 9,89±0,48[b] 10,42±0,50 10,14±2,46 0,45% 206,0 ± 26,1* 208,3 ± 28,1 170 ± 21,3 161,8 ± 17,3 0,9% 138,2 ± 20,6* 143,4 ± 30,2 169,2 ± 23,1 139,8 ± 15,3 0,45% 2,20 ± 0,17 2,22 ± 0,15 1,97 ± 0,16 1,98 ± 0,16 0,9% 2,18 ± 0,18 2,16 ± 0,20 2,13 ± 0,20 2,16 ± 0,19 0,45% 149,0 ± 31,4 [c, d] 124,1 ± 28,5 [c] 102,5 ± 25,9 [d] 130,8 ± 32,0 0,9% 149,3 ± 32,2 141,8 ± 31,1 145,8 ± 31,8 152,6 ± 31,2 0,45% 157,0±1,61[e, f,g]* 154,3 ± 1,77 [e]* 149,2 ± 1,86 [f]* 145,9 ± 1,61 [g]* 0,9% 142,1 ± 1,07* 142,1 ± 1,16* 141,2 ± 1,12* 140,2 ± 1,79* 0,45% 139,2 ± 22,1 146,3 ± 23,7 137,3 ± 22,9 134,7 ± 22,3 0,9% 111,5 ± 20,8 112,4 ± 20,5 120,8 ± 24,0 113,7 ± 16,9 0,45% 1,82 ± 0,27 1,93 ± 0,31 1,77 ± 0,31 1,69 ± 0,29 0,9% 2,39 ± 0,42 2,35 ± 0,43 2,46 ± 0,47 2,29 ± 0,37 0,45% 0,26 ± 0,05 0,26 ± 0,04 0,21 ± 0,03 0,20 ± 0,05 0,9% 0,33 ± 0,08 0,35 ± 0,10 0,32 ± 0,06 0,40 ± 0,11 0,45% 2,72 ±0,23 [h, i, j] 2,32 ± 0,21 [h] 2,08 ± 0,20 [i] 2,16 ± 0,14 [j] 0,9% 2,16 ± 0,21 2,15 ± 0,23 2,27 ± 0,27 2,41 ± 0,26 Glicose (mg/dL) Albumina (g/dL) PCR (mg/L) Sódio (mEq/L) Uréia (mg/dL) Creatinina (mg/dL) BI (mg/dL) Haptoglobina (g/L) * Indica diferença significante entre os grupos salina 0,45% vs salina 0,9%. Letras iguais representam diferença significante entre os momentos; (Média±SEM), p<0,05. PCR: Proteína C-reativa, BI: Bilirrubina indireta 39 Gráfico 1. Concentrações séricas de haptoglobina (g/L) entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1ºdia, 3ºdia e 5º dia. Média ± SEM (p<0,05). Salina 0,45% 3.0 [a,b,c] Salina 0,9% Haptoglobina (g/L) 2.8 2.6 [a] 2.4 [b] [c] 2.2 2.0 1.8 Basal 1º 3º 5º Dias Salina 0,45% Salina 0,9% Basal 1º dia 3º dia 5º dia 2,72±0,23[a,b,c] 2,32±0,21[a] 2,08±0,20[b] 2,16±0,14[c] 2,16 ± 0,21 2,15 ± 0,23 2,27 ± 0,27 2,41 ± 0,26 Letras iguais representam diferença significante entre os momentos. (Média±SEM), p<0,05. 40 Gráfico 2. Concentrações séricas do sódio (mEq/L) entre os grupos salina 0,45% e salina 0,9% nos tempos basal, 1ºdia, 3ºdia e 5ºdia. Média ± SEM (p<0,05). 160 Salina 0,45% [d,e ,f]* [d]* Salina 0,9% Sódio (mEq/L) 155 [e ]* 150 145 [f]* * * * * 140 135 Basal 1º 3º 5º Dias Basal 1º dia Salina 0,45% 157,0±1,61[d,e,f]* 154,3±1,77[d]* Salina 0,9% 142,1 ± 1,07* 142,1 ± 1,16* 3º dia 5º dia 149,2±1,86[e]* 145,9±1,61[f]* 141,2 ± 1,12* 140,2 ± 1,79* * Indica diferença entre os grupos salina 0,45% vs salina 0,9%. Letras iguais representam diferença significante entre os momentos; (Média±SEM), p<0,05. 41 Discussão 1 Quando comparado ao grupo salina 0,9%, o grupo recebendo salina 0,45% mostrou 2 redução significativa e persistente nas concentrações séricas de haptoglobina ao longo dos 3 cinco dias de estudo. Esses achados parecem não se dever a diferenças demográficas como 4 sexo, idade, tempo de internação até a inclusão no estudo, diagnósticos clínicos ou mesmo 5 a gravidade do caso, presença de resposta de fase aguda, função renal ou terapêutica 6 utilizada, como ventilação mecânica, tipo de antibióticos ou terapia de substituição renal. 7 No entanto, no início do estudo, os grupos não estavam pareados em relação a dois 8 achados principais, apresentando maiores concentrações séricas de glicose e sódio no 9 grupo que recebeu solução a 0,45%. Isso não se deveu ao acaso, mas à própria composição 10 dos grupos, já que os médicos intensivistas enfrentam um dilema na abordagem destes 11 casos em que a desidratação ocorre em pessoas com sensório rebaixado, portanto inábeis 12 para beber água. 13 Na desidratação com hipernatremia e hiperglicemia geralmente predominam os 14 sinais e sintomas de poliúria, polidipsia, astenia e letargia progressivas. A diurese osmótica 15 causada pela hiperglicemia, e conseqüentemente, condição de hiperosmolaridade, leva a 16 uma desidratação importante, podendo ocorrer taquicardia, hipotensão arterial, fraqueza, 17 náuseas, vômitos e alterações do estado mental (CAMPOS, 2003; AZEVEDO, 2009). 18 A escolha da hidratação com solução glicosada a 5% tem sido evitada devido ao 19 potencial aumento da glicemia e piora do prognóstico. Alguns ensaios clínicos, em 20 pacientes críticos, revelaram que o controle glicêmico agressivo reduz a mortalidade a 21 curto e longo prazo, a falência de múltiplos órgãos, as infecções sistêmicas, o tempo de 22 hospitalização e a permanência em unidades de terapia intensiva (UTI), além dos custos de 23 hospitalização (VAN DEN BERG, 2001; VAN DEN BERG, 2006). Outros estudos, 42 1 entretanto, demonstraram dados conflitantes em relação à meta glicêmica para diminuição 2 da mortalidade como o NICE-SUGAR (2009) que revelou mortalidade significativamente 3 maior no grupo com controle estrito da glicemia, de 81-108mg/dL. Em contrapartida, 4 Hermanides, (2010), concluiu em seu estudo que a variabilidade na concentração de 5 glicose combinada com altos valores médios de glicose está firmemente associada à 6 mortalidade em UTI. 7 O uso de solução salina 0,9% tem o inconveniente de manter um aporte excessivo 8 de sódio (154 mEq/L) em pacientes com hipernatremia e distúrbios em seus mecanismos 9 de excreção de sódio (renal, hormonal, redistribuição entre espaços intra e extracelular) 10 (ADROGUE, 2000; ABREU, 2OO2; NETO, 2003). 11 Muito embora a abordagem mais racional nestes casos seja a administração de água 12 (hipotônica) por via digestiva, essa não é uma solução razoável na maioria das condições 13 observadas nas Unidades de Terapia Intensiva, e vários serviços e consensos (no Brasil e 14 exterior) recomendam o uso de solução salina 0,45% para o tratamento de pacientes que 15 apresentam hipernatremia associada a hiperglicemia (ADROGUE, 2000; ABREU, 2002; 16 NETO, 2003; REYNOLDS, 2006). 17 É improvável que a redução das concentrações séricas de haptoglobina se deva à 18 hipernatremia em si, pois a hemólise intravascular não faz parte do quadro clínico e 19 laboratorial clássico descrito em textos e artigos sobre o assunto (ADROGUE, 2000; 20 ABREU, 2002; NETO, 2003; REYNOLDS, 2006; AZEVEDO, 2009). Mecanismo similar 21 ocorreria em casos de hiperglicemia e em situações de hiperosmolaridade, comuns em 22 pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (GROSSI, 2006; FALCIGLIA, 23 2009; HERMANIDES, 2010). 43 1 Além disso, a hemólise seria esperada em casos de hiponatremia ou 2 hipoosmolaridade, situação em que a água do meio extracelular entra nas hemácias, 3 acarretando sua turgescência e lise (NETO, 2003). 4 Este estudo é o primeiro a documentar evidências de hemólise intravascular em 5 pacientes com hiperglicemia e hipernatremia recebendo hidratação com solução salina a 6 0,45%. 7 Embora seja um estudo retrospectivo, os grupos estavam pareados para importantes 8 parâmetros clínicos, incluindo idade, sexo, condição clínica, e o seu delineamento foi 9 realizado em quatro tempos subseqüentes com estatística pareada. 10 Entretanto, as limitações para este estudo seriam o “n”, que, apesar de ter mostrado 11 adequação para documentar a queda na concentração sérica de haptoglobina, pode ter sido 12 insuficiente para documentar eventual redução significativa nas concentrações de 13 hemoglobina e bilirrubina indireta. 14 A dosagem da hemoglobina livre no plasma também poderia ser realizada num 15 estudo prospectivo, visto que no presente estudo, o aparelho automatizado Sysmex 16 XE/2100D (Roche Diagnostics) utilizado para a análise dos hemogramas apresentou baixa 17 sensibilidade para a leitura, impossibilitando a sua quantificação. 18 Também seria importante a existência de um grupo controle, composto por 19 pacientes com hipernatremia tratados com água por via enteral ou oral, ou solução 20 glicosada a 5% (isotônica) e controle estrito da glicemia, como é a tendência na maioria 21 dos estudos (VAN DEN BERGHE, 2001; VAN DEN BERGHE, 2006; FINFER et al., 22 2009; HERMANIDES, 2010). 23 Estudos preconizam o uso de solução salina a 0,45% para o tratamento de 24 hipernatremia com hiperglicemia (PALEVSKY, 1996; ADROGUE, 2000; ABREU, 2002; 44 1 NETO, 2003). No entanto, não há dados na literatura mundial que mostrem a possibilidade 2 da ocorrência de hemólise intravascular com esse tipo de hidratação. 3 Porém, um estudo com 479 indivíduos da Universidade Médica de Viena em 2006 4 revelou que os pacientes mesmo estando em condições de resposta de fase aguda e 5 aumento nas concentrações séricas de PCR apresentaram depleção nas concentrações 6 séricas de haptoglobina quando expostas as condições de hemólise, sendo que essa 7 diminuição ocorreu mais rapidamente do que seu aumento devido ao processo de síntese 8 induzida pela inflamação. O estudo também demonstrou que a haptoglobina não sofreu 9 influência pelo tipo de hemólise (intravascular ou extravascular) nem mesmo por estar, 10 simultaneamente, em resposta de fase aguda o que enfatiza a confiabilidade da proteína 11 como valor diagnóstico para hemólise mesmo em pacientes em processo inflamatório 12 (KORMOCZI, 2006). 13 Outros estudos que mostram a possibilidade de hemólise intravascular foram feitos 14 em pacientes submetidos à ressecção endoscópica de próstata, onde, ao invés de usar um 15 fluido isotônico (manitol ou sorbitol) foi utilizada água destilada para irrigação do tecido 16 durante o ato operatório. O estudo mostrou que a absorção do fluído de irrigação ocorre em 17 até 25% pelo tecido o que provocou aumento da hemoglobina livre plasmática, redução das 18 concentrações séricas de haptoglobina e aumento da LDH (lactato dehidrogenase) 19 (MEMON, 1999; HUNG, 2002; CHEN, 2006). 20 A solução salina a 0,45% contém 77 mEq de sódio por litro, o que não a torna 21 adequada para o tratamento da hipernatremia. Alem disso, a real possibilidade da 22 ocorrência de hemólise intravascular associada ao seu uso para o tratamento de 23 hipernatremia com hiperglicemia, mostrada neste estudo, mesmo que sem grandes 24 implicações clínicas, deve alertar os médicos intensivistas para a revisão dos protocolos 25 deste tipo de terapia em pacientes graves. 45 1 Finalmente, seria de interesse um estudo prospectivo, multicêntrico e caso-controle 2 com grande número de casos que permitisse avaliar o desfecho, incluindo prevalência de 3 anemia, número de transfusões de concentrado de hemácias e mortalidade em 28 dias e 4 também que investigasse a possível influência do polimorfismo dos fenótipos da 5 haptoglobina em cada indivíduo. 46 Conclusão 1 Concluímos neste estudo que os resultados mostrados deram suporte à hipótese 2 apresentada de que a hidratação intravenosa com solução salina a 0,45% pode provocar 3 hemólise intravascular em pacientes graves. 47 Resumo 1 Introdução: A hipernatremia é definida quando as concentrações séricas de sódio 2 ultrapassam o valor laboratorial definido de 145 mEq/L. Vários consensos mundiais 3 sugerem administrar, por via intravenosa, soluções hipotônicas como é o caso da salina 4 0,45% (metade da solução fisiológica) na terapêutica de pacientes com hipernatremia e 5 hiperglicemia. 6 Objetivo: Verificar se há redução nas concentrações séricas de haptoglobina em pacientes 7 adultos que estejam recebendo solução salina hipotônica a 0,45% durante cinco dias de 8 tratamento. 9 Materiais e Métodos: Foram estudados 32 pacientes adultos internados nas UTIs do 10 Hospital de Clínicas da UFTM e que foram divididos em dois grupos (grupo salina 0,45% 11 (16) e grupo salina 0,9% (16) e que estavam pareados para idade, sexo e diagnósticos. As 12 amostras foram analisadas em quatro momentos (basal, 1º dia, 3º dia e 5º dia) para as 13 concentrações de hemoglobina, glicose, sódio, proteína C-reativa, albumina, uréia, 14 creatinina, bilirrubina indireta e haptoglobina. Foram excluídos os pacientes que 15 apresentavam: insuficiência hepática, coagulação intravascular disseminada, morte 16 encefálica, casos de anemia hemolítica e também aqueles que não mantiveram o 17 tratamento para hipernatremia por cinco dias consecutivos. Os grupos foram comparados 18 pelo teste “t” de Student, e teste do qui-quadrado, e valores de p<0,05 foram considerados 19 significantes. 20 Resultados: No tempo basal a comparação entre os grupos mostrou diferença apenas para 21 as concentrações séricas de glicose (206 ± 26,1 para salina 0,45% versus 138,2 ± 20,6 para 22 salina 0,9%) e sódio (157 ± 1,61 para salina 0,45% versus 142,1 ± 1,07 para salina 0,9%). 23 Para o grupo salina 0,45% a comparação entre os dados basais e 1º dia revelou diferença 48 1 significativa para hemoglobina, proteína C-reativa, sódio e haptoglobina. Entre os valores 2 basais e o terceiro dia, houve diferença significativa para a proteína C-reativa, sódio e 3 haptoglobina. Os dados de base comparados em relação ao quinto dia foram diferentes 4 estatisticamente para o sódio e a haptoglobina. A comparação dos mesmos exames entre os 5 tempos basal, 1°, 3° e 5° dias também foi realizada no grupo salina 0,9% e mostrou 6 diferença significativa somente para a dosagem da hemoglobina entre o tempo basal e 1º 7 dia. Quando comparados os dados do 1º, 3º e 5º dia, entre os grupos, houve diferença 8 significante apenas para o sódio. 9 Conclusão: Concluímos neste estudo que os resultados mostrados deram suporte à 10 hipótese apresentada de que a hidratação intravenosa com solução salina a 0,45% pode 11 provocar hemólise intravascular em pacientes graves. 12 Palavras-chave: hipernatremia, haptoglobina, hemólise intravascular, teste de fragilidade 13 osmótica. 49 Abstract 1 Introduction: Hypernatremia is defined when the serum sodium concentrations exceed the 2 value defined laboratory 145 mEq/L. Several worldwide consensus suggest administer 3 intravenous hypotonic solutions such as saline of 0.45% (half of the saline) in the treatment 4 of patients with hypernatremia and hyperglycemia. 5 Objectives: To verify if there is a reduction in serum haptoglobin in adult patients who are 6 receiving 7 Materials and Methods: We studied 32 adult patients admitted to the ICU of the Hospital 8 de Clinicas, UFTM, and were divided into two groups (0.45% saline (16) and 0.9% saline 9 group (16) and were matched for age, sex and diagnosis. The samples were analyzed at 10 four time points (baseline, 1st, 3rd and 5th days) for concentrations of hemoglobin, 11 glucose, sodium, C-reactive protein, albumin, urea, creatinine, bilirubin and haptoglobin. 12 We excluded patients with: liver failure, disseminated intravascular coagulation, brain 13 death, cases of hemolytic anemia and those who failed to maintain treatment for 14 hypernatremia for five consecutive days. The groups were compared by using "t" Student 15 and 16 Results: At the time baseline comparison between groups showed difference only for the 17 serum concentrations of glucose (206 ± 26.1 to 0.45% saline versus 138.2 ± 20.6 to 0.9% 18 saline) and sodium (157 ± 1.61 to saline 0,45% versus 142.1 ± 1.07 to 0.9% saline). For 19 the 0.45% saline group comparison between baseline data and day 1 revealed a significant 20 difference for hemoglobin, C-reactive protein, sodium, and haptoglobin. Between baseline 21 and the third day there was a significant difference for C-reactive protein, sodium, and 22 haptoglobin. The data base then compared to the fifth day were statistically different for 23 sodium and haptoglobin. The comparison of these tests between the basal, 1st, 3rd and 5th the hypotonic chi-square saline test solution and p 0.45% values for <0.05 five were days of considered treatment. significant. 50 1 days was also performed in 0.9% saline group and showed significant difference only for 2 the measurement of hemoglobin between the baseline and time 1 day. When comparing the 3 data from the 1st, 3rd and 5th days, between groups, there was significant difference only 4 for sodium. 5 Conclusion: We conclude that the results of this study supported the hypothesis presented 6 that intravenous hydration with 0.45% saline can cause severe intravascular hemolysis in 7 patients. 8 Keywords: hypernatremia, haptoglobin, intravascular hemolysis, osmotic fragility test. 51 Referências Bibliográficas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 ABREU, C. P. Hipernatremia: uma revisão. Medicina Interna.v. 9, n 2, p, 2002. ADROGUE, H. J., MADIAS, N. E. Hipernatremia. N Engl J Med. v. 342, p. 1493-1499, 2000. AZEVEDO, L. C. P. Medicina Intensiva Baseada em Evidências. São Paulo: Atheneu, 2009, 319p. BAYLIS, P. H. Osmoregulation and control of vasopresson secretion in healthy humans. Am J Phisiol. v. 253, p. 671-678, 1978. BICK, R. L. Disseminated intravascular coagulation: objective criteria for clinical and laboratory diagnosis and assessment of therapeutic response. Semin Thromb Haemost. v. 24. p, 3-18, 1998. BISSEL, D. M., HAMMAKER, L., SCHIMID R. Hemoglobin and erythrocyte catabolism in rat liver: The separate roles of parenchymal and sinusoidal cells. Blood. v. 40, p. 812822, 1972. BLUM, D., BRASSEUR, D., KAHN, A., BRACHET, E. Safe oral rehydration of hypertonic dehydration. J Pediatr Gastroent Nut. v. 5, p. 232-235, 1986. BRAECKMAN, L., BACQUER, D. D., DELANGHE, J., CLAEYS L., BACKER, G. D. Association between haptoglobin polymorphism, lipids, lipoproetins and inflammatory variables. Atherosclerosis. v. 143, p. 383-388, 1999. CAMPOS, M. V., BASTOS M., MARTINS, T., LEITÃO, P., LEMOS, M., RUAS, M. C. A. Hiperosmolaridade Diabética-Análise retrospectiva de 60 casos. ACTA MÉDICA PORTUGUESA. v. 16, p. 13-19, 2003. CELY C. M., ARORA, P., QUARTIN, A. A., KETT, D. H., SCHEIN, R. M. Relationship of baseline glucose homeostasis to hyperglycemia during medical critical illness. Chest. v. 126, n. 3, p. 879–87, 2004. 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 CHEN, S. S., LIN, A. T., CHEN, K. K., CHANG, L. S. Hemolysis in transurethral resection of the prostate using distilled water as the irrigant. J Chin Med Assoc. v. 69, n. 6, p. 270-275, 2006. DAGGETT, P., DEANFIELD, J., MOSS, F., REYNOLDS, D. Severe hypernatraemia in adults. British Medical Journal. v. 1. p, 1177-1180, 1979. DEVLIN, T. M. Textbook of Biochemistry with clinical correlation. New York: WileyLiss, 1997, 1020p. DHALIWAL, M. D., CORNETT, P. A., TIERNEY, L. M. Hemolytic Anemia. American Family Phisican. v. 69, p. 2599-2606, 2004. FALCIGLIA, M., FREYBERG, R. W., ALMENOFF, P. L. D’ALESSIO, D. A., RENDER, M. L. Hyperglycemia-related mortality in critically ill patients varies with admission diagnosis. Crit Care Med. v. 37, n. 12, p. 3001–3009, 2009. FERREIRA, F. G., DUDA, J. R., ORLANDOSKI, M., JUNIOR, A. C. Influência do grau de insuficiência hepática e do índice de congestão portal na recidiva hemorrágica de cirróticos submetidos a cirurgia de Teixeira-Warren. Arq Gastroenterol. v. 44, n. 2, p. 123-127, 2007. FINFER, S., CHITTOCK, D.R., SU, S. Y., BLAIR, D., FOSTER, D., DHINGRA, V., BELLOMO, R., COOK, D., DODEK, P., HENDERSON, W. R., HÉBERT, P. C., HERITIER, S., HEYLAND, D. K., MCARTHUR, C., MCDONALD, E., MITCHELL, I., MYBURGH, J. A, NORTON, R., POTTER, J., ROBINSON, B. G., RONCO, J. J. Intensive versus conventional glucose control in critically ill patients NICE-SUGAR Study Investigators. N Engl J Med. v. 360, n. 13, p. 1283-1297, 2009. GARCIA, L. Y. C., SEKIA, E. J., QUAGLIA, S.N.C., MACEDO, A.C.D. Principais Temas em Hematologia para Residência Médica. 2 ed. São Paulo: Medcel, 2006, 59p. GENNARI, F. J. Serum osmolality: uses and limitation. N. Engl J Med. v. 310, p. 102105, 1984. GIBLETT, E. R. The haptoglobin system. Ser Haematol. v. 1, p. 3-20, 1968. GROSSI, S. A. A. O manejo da cetoacidose em pacientes com Diabetes Mellitus : subsídios para a prática clínica de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP. v. 40, n. 4, 582586, 2006. 53 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 HAUT, A., TUDHOPE, G. R., CARTWRIGTH, G. E., WINTROBE, M. M. Studies on the osmotic fragility of incubate normal and abnormal erytrhrocytes. Journal of Clinical Investigation. v. 41, p.1766-1774, 1962. HENRY, J. B. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 19 ed. São Paulo: Manole, 1999, 148p. HERMANIDES, J., VRIESENDORP, T. M., BOSMAN, R. J., ZANDSTRA, D. F., HOEKSTRA, J. B., HANS DEVRIES, J. Glucose variability is associated with intensive care unit mortality. Crit Care Med. v. 38, p. 838-842, 2010. HOGAN, G. R., DODGE, P. R., GILL, S. R., MASTER, S., SOTOS, J. F. Pathogenesis of seizures occurring during restoration of plasma tonicity to normal in animais previously chronically hypernatremic. Pediatrics. v. 43, p. 54-64, 1969. HOFFBRAND, A.V., MOSS, P.A.H., PETTIT, J.E. Fundamentos em Hematologia. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2008, 11p. HORN, I. R., NIELSEN, M. J., MADSEN, M., JACOBESEN, C., GRAVERSEN, J. H., MOESTRUP, S. K. Generation of a haptoglobin-hemoglobin complex-specific Fab antibody blocking the binding of the complex to CD 163. Eur J Haematol. v. 71, p. 289293, 2003. HUNG, C. L., WU, C.J., YANG, S., CHEN, H. H., LIN, J. S. Acute renal failure directly caused by hemolysis associated with transurethral resection of the prostate. Urology. v. 59, n. 1, p, 137, 2002. IMRIE, H., FOWKES, F. J., MICHON, P., TAVUL, L., HUME, J. C., PIPER, K. P., REEDEER, J. C., DAY, K. P. Haptoglobin levels are aassociated with haptoglobin genotype and alpha Thalassemia in a malaria-endemic area. Am J Trop Hyg. v. 74, p. 965-971, 2006. JAVID, J. Human Haptoglobin. Curr Top Hematol. v. 1, p. 151-192, 1978. JAYLE, M. F., JUDAS, O. Formule glycoproteidique du plasm sanguine. Helv Chim Acta. v. 29, p. 1310-1314, 1946. 54 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 JUNIOR, M. A. M. C., CASTRO, M. A. M., CASTRO, A. P., SILVA, A. L. O sistema APACHE II e o prognóstico de pacientes submetidos às operações de grande e pequeno porte. Rev. Col. Bras. Cir. v. 33, n. 5, 2006. KAHN, A., BRACHET, E., BLUM, D. Controlled fall in natremia and risk of seizures in hypertonic dehydration. Intensive Care Med. v. 5, p. 27-31, 1979. KINO, K., TSUNOO, H., HIGA, Y., TAKAMI, M., HAMAGUCHI, H., NAKAJIMA, H. Hemoglobin-haptoglobin receptor in rat liver plasma membrane. J Biol Chem. v. 255, p. 9616-9620, 1980. KNAUS, W. A., DRAPER, E. A., WAGNER, D. P., et al. APACHE II: A severity of disease classification system. Crit Care Med. v. 13, p. 818-829, 1985. KRISTIANSEN, M., GRAVERSEN, J. H., JACOBSEN, C., SONNE, O., HOFFMAN, H. J., LAW, S. K. A., MOESTRUP S. K. Identification of the hemoglobin scavenger receptor. Nature. v. 409, p. 198-201, 2001. KOVALASKE, M. A., GANDHI, G. Y., Glycemic Control in the Medical Intensive Care Unit. Journal of Diabetes Science and Technology .v. 3, n. 6, p. 1330-1341, 2009. KUMAR, S., BERL, T. Sodium. Lancet. v. 352, p. 220-222, 1998. LANGE, V. Haptoglobin polymorphism- Not only a genetic marker. Anthropol Anz. v. 50, p. 281-302, 1992. LANGLOIS, M. R., DELANGHE, J. R. Biological and clinical significance of haptoglobin polymorphism in humans. Clin Chem. v. 42, p. 1589-1600, 1996. LEMOS, R. L. L., DAVID, C. M. N., OLIVEIRA, G. M. M., AMITRANO, D. A., LUIZ, R. R. Associação do SOFA com a Mortalidade de idosos com sepse grave e choque séptico. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. v. 17, p. 246-250, 2005. LEWIS, S. M., BAIN, B. J., BATES, I. Hematologia Prática de Dacie e Lewis. 9 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, 147p. LIEN, Y. H., SHAPIRO, J. I., CHAN, L. Effects of hipernatremia on organic brain osmote. J Clin Invest. v. 85, p. 1427-35, 1990. 55 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 LINDNER, G., FUNK, G. C., SCHWARZ, C., KNEIDINGER, N., KAIDER, A., SCHNEEWEISS, B., KRAMER, L., DRUML, W. Hypernatremia in the critically ill is an independent risk factor for mortality. Am J Kidney Dis. v. 50, p. 952–957, 2007. LORENZI, T. F. Manual de Hematologia Propedêutica e Clínica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006, 1p. LONG, C. A., MARIN, P., BAYER, A. G. SHETTY, H. G. PATHY, M. S. Hypernatraemia in an adult in-patient population. Postgrad Med J. v. 67. p, 643-645, 1991. MALCHY, B., RORSTAD, O., DIXON, G. H. The half-molecule of haptoglobin: Studies on the product obtained by the selective cleavage of a haptoglobin disulfide. Can J Biochem. v. 51, p. 265-273, 1973. MEMON, A., BUCHHOLZ, N. P., SALAHUDDIN, S. Water as an irrigant in transurethral resection of the prostate: a cost-effective alternative. Arch Ital Urol Androl. v. 71, n. 3, p.131-134, 1999. MILLER, M., KALKOS, T., MOSES, A. M. Recognition of partial defects in antidiuretic hormone secretion. Ann Intern Med. v. 73., p.721, 1970. NETO, O. M. V., NETO, M. M. Distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico. Medicina Ribeirão Preto. v. 36, p. 325-337, 2003. NOYES, W. D., GARBY, L. Rate of haptoglobin in synthesis in normal man. Determination by the return to normal leves following hemoglobin infusion. Scand J Clin Lab Invest. v. 20, p. 33-38, 1967. OH, M. S., CARROLL, H. J. Regulation of intracellular and extracellular volume. New York: Churchill Livingstone, 1995, 1p. PALEVSKY, P. M., BHAGRATH, R., GREENBERG, A. Hypernatremia in Hospitalized Patients. Annals of Internal Medicine. v. 124. p, 197-203, 1996. PALEVSKY, P. M. Hypernatremia. Seminars in Nephrology. v. 18, p. 20-30, 1998. PINTÃO, M. C. T., RENDRIK, F. F. Coagulação Intravascular Disseminada. Medicina Ribeirão Preto. v. 34. p, 282-291, 2001. 56 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 QUAYE, I. K. Haptoglobin, Inflammation and Disease. Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene. v. 102, p. 735-742, 2008. RAUGEI, G., BENSI, G., COLANTUONI, V., ROMANO, V., SANTORO, C., CONSTANZO, F., CORTESE, R. Sequence of human haptoglobin cDNA: Evidence that the α and β subunits are coded by the same mRNA. Nuc Acids Res. v. 11, p. 5811-5819, 1983. RAYNES, J. G., EAGGLIN, S., McADAM, K. P. Acute-phase protein synthesis in human hapatoma cells: Differential regulation of serum amyloid A (SAA) and haptoglobin by interleukin-1 and interleukin-6. Clin Exp Immunol. v. 83, p. 488-491, 1991. REYNOLDS, R. M., PADFIELD, P. L., SECKL, J. R. Disorders of sodium balance. Brist Me J. v. 322, p. 702-705, 2006. ROBERTSON, G. L., SHELTON, R.L., ATHAR, S. The osmoregulation of vasopressin. Kidney Int. v. 10, p. 25-37, 1976. ROSE, B. D. Hyperosmolar states-Hipernatremia. Clinical Physiology of acid-base and electrolyte disorders. 4. ed. New York: McGraw – Hill, 1994, 695p. ROSENFELD, R. Fundamentos do Hemograma. Rio de Janeioro: Guanabara Koogan, 2007, 10p. ROSS, E.J., CHRISTIE, S. B. M. Hypernatremia. Medicine (Baltimore). v. 48, p. 441-73, 1969. SAWCHENKO, P. E., SWANSON, L.W. Central noradrenergic pathways for the integration of hypothalamic neureendocrine and autonomic responses. Science. v. 214, p. 685-687, 1981. SMITHIES, O. Zone electrophoresrs in starch gels: Group variation in the serum proteins of normal human adults. Biochemistry. v. 61, p. 629-641, 1955. SMITHIES, O., WALKER, N.F. Notation for serum-protein groups and the genes controlling their inheritance. Nature. v. 178, p. 694-695, 1956. 57 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 STELFOX, H. T., AHMED, S. B., KHANDWALA, F., ZYGUN, D., SHAHPORI, R. The epidemiology of intensive care unit acquired hyponatremia and hypernatremia in medical– surgical intensive care units. Crit Care. v. 12, p. 162, 2008. TAREEN, N. MARTINS, D., NAGAMI, G. LEVINE, B. NORRIS, K. C. Sodium disorders in the Elderly. Journal of the National Medical Association. v. 97. p, 217-224, 2005. VAN DEN BERGHE G., WOUTERS, P., WEEKERS, F., VERWAEST C., et al. Intensive insulin therapy in the critically ill patients. N Engl J Med. v. 345, p. 1359-1367, 2001. VAN DEN BERGHE G., WILMER, A., HERMANS G., MEERSSEMAN, W., et al. Intensive insulin therapy in the medical ICU. N Engl J Med. v. 354, p. 449-61, 2006. VINCENT J. L., MORENO, R., TAKALA, J., WILLATS, S., DE MENDONÇA A., BRUINING H, et al. The SOFA (sepsis – related organ failure assessment) score to describe organ dysfunction / failure. On behalf of the Working Group on Sepsis – Related Problems of the European Society of Intensive Care Medicine. Intens Care Med. v. 22, p. 707-710, 1996. WOBETO, V. P. A., ZACCARIOTTO, T. R., SONATI, M. F. Polymorphism of human haptoglobin and its clinical importance. Genetics and Molecular Biology. v. 31, p. 602620, 2008. ZAGO, M. A., FALCÃO, R. P., PASQUINI, R. Hematologia Fundamentos e Prática. São Paulo: Atheneu, 2004, 15p. ZIMMERMAN, E. A., NILAVER, G., HOU-YU, SILVERMAN, A. J. Vasopressinergic and oxytocinergic pathway in central nervous system. Fed Proc. v. 43, p. 91, 1984. 58 Anexos 1 Anexo 1. Metodologia automatizada dos exames bioquímicos e hematológicos 2 3 Glicose: 4 Método enzimático de referência com hexoquinase. A hexoquinase catalisa a 5 fosforilação da glicose pelo ATP, dando origem a glicose-6-fosfato e ADP. Para prosseguir 6 a reação, uma segunda enzima, a glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) é utilizada para 7 catalisar a oxidação de glicose-6-fosfato pelo NADP+, dando origem ao NADPH. A 8 concentração de NADPH formado é diretamente proporcional à concentração de glicose. É 9 determinada medindo o aumento da absorvância a 340 nm. 10 Albumina: 11 Ensaio colorimétrico com método de ponto final. Com um valor de pH de 4,1, a 12 albumina apresenta um caráter suficientemente catiônico, tendo a capacidade em se ligar 13 com verde de bromocresol (BCG), um corante aniônico, formando um complexo azul 14 esverdeado. 15 16 A intensidade da cor azul esverdeada é diretamente proporcional à concentração de albumina da amostra. É determinada monitorizando o aumento da absorvância a 583 nm. 17 Proteína C-reativa: 18 Ensaio turbidimétrico, onde a PCR humana aglutina-se com partículas de látex 19 revestidas com anticorpos monoclonais anti-PCR. O precipitado é determinado 20 turbidimetricamente a 552 nm. 21 Sódio: 22 Um eletrodo seletivo de íons (ISE) utiliza as propriedades únicas de alguns 23 materiais membranosos para desenvolver um potencial elétrico para a medição de íons em 59 1 solução. O eletrodo possui uma membrana seletiva em contato com a solução de teste e 2 com uma solução de enchimento interna. Esta solução de enchimento interna contém o íon 3 a testar numa concentração fixa. Devido à natureza particular da membrana, os íons a testar 4 irão associar-se a cada lado da membrana e a força eletromotora da membrana é 5 determinada pela diferença de concentração do íon a testar na solução de teste e na solução 6 de enchimento interna. 7 Uréia: 8 Teste cinético com uréase e glutamato desidrogenase. 9 A uréia é hidrolisada pela urease dando origem a amônia e a carbonato. Na segunda 10 reação, o 2-oxoglutarato reage com a amônia na presença da glutamato desidrogenase 11 (GLDH) e da coenzima NADH, dando origem a L-glutamato. Nesta reação dois mols de 12 NADH são oxidados a NAD por cada mol de uréia hidrolisada. 13 14 A diminuição na concentração de NADH é diretamente proporcional á concentração de uréia na amostra, medida em uma de absorvância de 340 nm. 15 Creatinina: 16 Reação cinética Jaffé tamponada sem desproteinização. 17 Em uma solução alcalina, a creatinina reage com picrato para formar um complexo 18 amarelo-avermelhado. A taxa de formação do corante (intensidade da cor) é diretamente 19 proporcional à concentração de creatinina na amostra, medida em uma absorvância de 20 512nm. 21 Bilirrubina não conjugada: Bilirrubina Total – Bilirrubina Conjugada. 22 Bilirrubina Total: através de ensaio colorimétrico a bilirrubina total liga-se a um íon 23 diazônico em meio fortemente ácido. A intensidade da cor do azo-corante vermelho 24 formado é diretamente proporcional à concentração da bilirrubina total na amostra e pode 25 ser determinada fotometricamente em absorvância de 552 nm. 60 1 Bilirrubina conjugada: através do método Diazo, a bilirrubina conjugada reage 2 diretamente com o ácido sulfanílico diazotizado em tampão ácido, formando a 3 azobilirrubina de cor vermelha. A intensidade da cor é proporcional à concentração de 4 bilirrubina conjugada na amostra, e é determinada em absorvância de 552 nm. 5 Haptoglobina: 6 Ensaio imunoturbidimétrico no qual a haptoglobina humana forma um precipitado 7 com um antisoro (anticorpo anti-haptoglobina humana) específico, que é determinado em 8 um comprimento de onda de 340 nm. 9 Hemograma: 10 Ensaio por citometria de fluxo. 11 A citometria de fluxo é uma técnica utilizada para contar, examinar e classificar 12 partículas microscópicas suspensas em meio líquido em fluxo. Permite a análise de vários 13 parâmetros simultaneamente, sendo conhecida também por citometria de fluxo 14 multiparamétrica. Através de um aparelho de detecção óptico-eletrônico são possíveis 15 análises de características físicas e/ou químicas de uma ou mais células. Para a dosagem da 16 hemoglobina é utilizado um reagente SLS (Lauril Sulfato de Sódio), atóxico e livre de 17 cianeto que será lido em espectrofotometria. 61 Anexo 2. Banco de Dados Idade VM Grupo HaptB Hapt1 Hapt3 Hapt 5 HbB Hb1 Hb3 Hb 5 VCMB VCM1 VCM 3 85 38 39 61 80 66 68 77 63 62 67 77 56 32 72 52 71 71 85 33 83 59 57 56 87 40 45 71 76 68 42 35 não não sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim não não sim sim não sim não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,45% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,90% 0,75 3,27 0,94 2,73 3,01 2,76 4,34 2,97 3,62 3,24 1,46 3,12 2,93 3,46 2,36 2,59 3,99 2,60 0.90 1.80 2.36 2,45 3,80 1,10 1,30 2,12 2,20 1,80 2.93 1.37 2,00 1,88 1,07 2,11 0,73 2,4 2,44 2,18 3,83 3,16 3,06 2,69 1,27 2,68 2,49 3,46 1,95 1,71 4,24 2,56 0,87 1,71 2,26 2,54 3,68 0,96 1,20 2,39 2,16 1,68 3,01 1,22 2,03 1,86 1,31 0,99 0,65 2,53 2,53 2,49 2,6 2,32 1,96 2,93 1,35 2,2 3,86 2,63 1,42 1,63 3,79 3,28 0,56 1,5 2,65 2,46 4,34 1,3 1,08 2,2 2,97 1,55 3,72 1,42 1,75 1,89 1,56 1,41 1,47 2,71 2,18 2,13 3,18 2,29 1,82 2,5 1,49 2,11 2,64 2,97 1,88 2,22 3,88 3,63 0,69 1,37 2,48 2,79 4,19 1,64 2,06 2,36 2,76 1,24 3,33 1,37 1,85 2,92 10,2 14,6 8,6 11,8 10,4 12,6 11,7 8,6 12,3 8,7 9,4 8,7 10,7 8,6 8,5 9,3 9,5 11,4 10,9 10,0 12,2 8,7 9,7 10,3 15,0 10,9 8,8 8,6 6,6 9,5 9,9 9,0 10,2 12,7 9,4 10,5 9,6 12 11,4 8,2 11,5 7,2 8,3 8,5 10,1 8,6 7,7 8 9,4 11,5 11,1 9,6 11,9 8,4 9,4 10,2 14,6 11,4 8,4 8,7 6,3 9,0 9,6 8,7 10,3 13,4 9,2 9,7 8,7 11,5 9,8 8,5 10,3 8,7 9,7 8,6 10,8 8,8 10,3 7,4 8,5 13,4 10,7 10,4 12,3 7,7 9,6 8,6 15,3 9,7 9,7 12,6 9,8 9,7 9,9 8,9 9,9 13,3 10 10,6 9,1 11 10,3 8 10 6,6 12,5 8,2 11,4 9,6 10,4 7,1 7,6 14,5 9,7 7,5 11,3 9,8 10,2 9,9 16,6 7,1 9,5 10,9 8,6 9,3 10,7 9,1 94,6 100,0 101,0 87,5 96,5 88,7 80,7 88,5 93,4 104,9 87,2 95,8 100,0 93,1 95,7 103,0 96,2 83,0 96,3 80,0 103,4 96,0 89,0 93,2 90,3 89,4 98,3 90,6 88,5 97,5 88,3 80,1 94,8 100,7 102,3 88 96,2 89 81,6 89,8 90,1 97 85,4 94,5 102 94,2 95,8 105 96,4 84,2 96,2 79,5 103,3 95,3 103,0 92,6 89,9 93,2 97,4 93,5 87,3 99,0 88,6 81,1 94,8 96,1 102,6 89,5 89,9 88,4 82 88,7 93,1 95,1 86,1 95,4 100 90,1 95,4 107,7 96,1 82,6 95,8 79 103,3 94,6 86 94,2 87,3 88,4 99 86,2 87,4 96,9 89,4 82,9 62 Anexo 3. Banco de Dados VCM 5 94,1 97 102,7 95,1 93,8 88,7 87,1 87,9 93,1 95,8 89 96,3 98,8 91,6 97,6 107,8 97,2 83,5 96,1 79,5 103,6 89,6 85,3 92,1 88,6 88,7 96,4 84,3 89,8 96,4 88,8 82,3 BI b 0,79 0,62 0,36 0,28 0,20 0,31 0,23 0,09 0,17 0,10 0,05 0,20 0,16 0,10 0,49 0,05 0,22 0,33 0,22 0,19 0,21 0,10 0,15 0,10 0,33 0,77 1,02 0,23 0,09 0,15 0,12 1,10 BI 1 0,52 0,53 0,58 0,3 0,17 0,21 0,16 0,16 0,18 0,18 0,01 0,26 0,11 0,11 0,47 0,14 0,28 0,30 0,22 0,29 0,18 0,12 0,14 0,15 0,38 0,39 1,79 0,28 0,13 0,23 0,07 0,68 BI 3 0,34 0,58 0,38 0,3 0,25 0,12 0,1 0,07 0,09 0,18 0,2 0,19 0,13 0,14 0,2 0,01 0,18 0,39 0,23 0,32 0,19 0,14 0,16 0,08 0,32 0,81 0,63 0,22 0,2 0,14 0,11 1,03 BI 5 0,83 0,5 0,27 0,39 0,2 0,09 0,19 0,08 0,13 0,04 0,07 0,14 0,12 0,05 0,1 0,03 0,16 0,3 0,3 0,13 0,24 0,11 1,44 0,06 0,36 0,94 1,05 0,21 0,01 0,07 0,07 1,01 Al B 3,08 3,60 2,31 2,54 2,19 2,18 3,24 1,17 1,56 2,23 1,35 2,26 1,49 2,32 2,17 1,40 2,19 3,33 1,81 2,88 2,65 3,01 2,88 2,20 3,00 1,33 1,32 1,09 1,54 1,77 2,36 1,38 Al 1 3,08 3,26 2,54 2,21 2,27 2,33 2,89 1,38 1,58 1,97 1,35 2,14 1,29 2,46 2,71 1,09 2,24 3,22 1,71 2,78 2,77 3,10 2,69 2,26 3,41 1,16 1,29 1,24 1,28 1,71 2,44 1,26 Ab 3 2,63 3,48 2,44 2,17 2,35 2,09 2,32 1,28 1,32 1,86 1,24 2 1,86 1,49 2,12 0,97 2,13 3,42 1,96 2,41 2,75 3,04 2,96 1,85 2,97 1,57 0,63 1,14 1,62 1,83 2,46 1,45 Ab 5 1,87 3,37 2,5 2,18 2,09 2,16 3,17 0,92 1,42 1,68 1,55 1,92 1,39 1,88 2,23 1,31 2,11 3,65 2,07 2,27 2,64 3,02 2,76 2,05 3,1 2,08 1,05 1,02 1,26 1,76 2,12 1,58 Pcr B 490 30 98 101 21 75 83 27 230 221 218 36 301 116 110 221 399 75 19 255 289 38 165 20 17 149 321 146 77 10 88 321 Pcr1 413 18 96 40 17 77 47 19 144 125 277 22 219 117 98 256 438 61 28 229 232 47 132 17 13 225 254 163 58 13 75 283 Pcr 3 353 35 113 20 20 50 21 9 123 187 295 17 108 70 43 176 346 76 17 236 362 11 194 27 7 115 336 156 122 16 62 249 Pcr 5 297 34 108 21 18 61 30 8 183 334 433 108 202 52 53 150 315 160 20 280 233 30 310 16 8 108 354 150 84 18 76 280 Uréia B 180 180 36 158 167 72 55 100 242 120 329 284 124 21 100 60 133 99 247 99 341 148 128 59 93 30 135 109 55 25 31 52 Uréi 1 180 180 42 118 177 71 58 101 243 226 353 280 152 30 87 43 143 100 258 94 323 153 153 47 81 36 122 114 60 30 37 47 63 Anexo 4. Banco de Dados Uréi 3 203 149 44 88 170 54 46 106 183 200 363 240 192 25 75 59 113 110 314 66 362 160 57 101 154 24 141 136 66 28 29 72 Uréi5 211 124 33 55 146 66 94 111 191 162 347 268 185 27 67 68 152 131 232 59 225 165 120 119 176 12 142 94 57 21 30 87 CreB 1,99 2,54 0,94 2,60 1,62 1,06 0,73 0,84 2,26 2,35 3,86 4,07 2,02 0,83 0,87 0,42 3,99 2,79 4,90 3,56 6,02 1,30 1,99 2,30 1,10 0,55 1,97 4,26 1,00 0,29 0,94 1,20 Cre1 1,99 2,65 0,84 2,09 1,62 1,2 0,8 0,99 2,26 4,48 3,95 3,63 2,59 0,65 0,89 0,39 4,16 2,81 4,88 3,65 5,91 1,02 2,23 1,90 0,96 0,65 2,00 4,04 0,96 0,35 0,88 1,19 Cre3 2,41 2,06 0,81 1,16 1,7 0,99 0,53 0,97 1,77 4,33 4,03 3,3 2,51 0,67 0,65 0,58 3,04 2,9 5,24 2,87 7,28 1,1 1,21 2,77 1,82 0,48 2,66 4,27 1,03 0,31 0,8 1,62 Cre5 2,32 1,58 0,64 0,99 1,49 1,1 1,12 1,01 1,86 4,3 3,39 3,49 1,95 0,7 0,72 0,51 3,51 3,08 4,18 2,65 5,28 1,15 1,85 3,53 1,66 0,25 2,97 3,18 0,89 0,26 0,88 1,4 Sódio B 150 169 158 156 153 153 160 153 162 146 151 153 166 161 166 157 144 141 141 135 144 143 142 140 143 130 147 145 144 143 144 147 Sód1 150 162 155 160 150 147 159 153 155 138 147 149 163 158 162 161 142 140 142 133 145 145 140 139 145 132 149 146 143 141 144 147 Sód3 146 142 150 159 146 143 159 149 145 136 146 145 164 147 158 152 146 144 140 139 142 142 141 133 142 130 144 146 143 139 142 147 Sódio 5 140 149 148 149 146 142 146 148 142 134 137 142 156 146 159 150 147 146 139 137 145 140 133 134 142 127 133 140 155 136 139 150 GliB 144 103 127 256 423 240 169 247 148 203 139 313 413 108 78 184 90 99 88 411 109 144 123 120 130 246 130 150 99 98 86 89 Glic1 144 85 160 287 432 409 169 247 282 106 139 313 248 115 128 69 78 83 85 452 91 142 137 114 125 440 112 77 122 96 93 47 64 Anexo 5. Banco de Dados Gli3 139 Gli5 120 Diag 1 Pneumonia 112 96 222 334 357 141 247 120 72 121 228 131 93 121 182 222 104 87 410 295 170 128 149 125 55 136 242 83 186 92 223 98 142 180 314 241 253 233 78 114 107 218 112 108 123 148 124 110 108 137 126 108 77 66 149 254 130 173 141 159 77 297 Pneumonia Pneumonia Sepse Pneumonia Sepse Pneumonia Pneumonia Neuroinfecção Bicitopenia Sepse Pos-op ressut esternal Grande queimado Trauma de crânio Sepse Pneumonia Pneumonia Taqui ventr sustentada Pneumonia Mastite Pneumonia DPOC Derrame pericárdico Sepse Pneumonia Sepse Pneumonia Pneumonia Sepse Pneumonia Sepse Sepse Diag 2 Sepse Pos-op revascularização miocárdica Politraumatizado IRA Infecção intestinal DPOC Sepse IRA Crise convulsiva Pos-op cirurgia de esôfago IRA Pos-op colecistectomia Úlcera de pressão IRA ICC IRA IRA IRA Insuficiência respiratória IRC ITU Miocardite chagásica Pseudocisto de pâncreas Sepse ITU Pos-op colectomia direita Sepse Pos-op litotripsia Pos-op invaginação intestinal Diag 3 Neoplasia de próstata ICC Neoplasia de estômago DM II DM II Paracoccidioidomicose AVCH IRC IRC DM II IRC Fístula pancreática ITU IRA AVE Pos-op abscesso hepático 65 Anexo 6. Banco de Dados APACHE II 19 15 17 29 16 9 28 31 31 39 36 36 34 5 17 17 33 16 40 17 33 18 25 30 23 17 26 37 26 20 6 20 SOFA 6 5 6 11 1 4 7 11 13 8 9 10 11 3 3 7 13 6 8 5 16 6 12 7 6 8 9 10 8 5 0 10 Atb 1 Atb 2 cefepime 6g/d ceftriaxona 2g/d cefepime 3g/d ceftriaxona 2g/d ceftriaxona 2g/d vancomicina 2g/d ceftriaxona 2g/d ceftriaxona 2g/d ampicilina+sulbactan 9g/d claritromicina 1g/d Teicoplanina 400mg/d metronidazol 1.5g/d clindamicina 2,4g/d imipenen 2g/d oxacilina 12g/d cefepime 6g/d cefepime 4g/d imipenen 2g/d ceftriaxona 2g/d ertapenem 1g/d cefepime 6g/d vancomicina 1g c/ 7dias ceftriaxona 2g/d vancommicina 1g 8/8 dias ceftrixona 2g/d vancomicina 0,5g7/7dias ceftriaxona 2g/d vancomicina 1g/7 dias cefepime 2g/d ceftriaxona 2g/d vancomicina 2g/d amicacina 500mg/d imipenen 5oomg/d gentamicina 240mg/d vancomicina 2g/d vancomicina 2g/d cefepime 6g/d vancomicina 1g 3/3 d vancomicina 2g/d clindamicina 2,4g/d Atb 3 meropenen 3g/d imipenem2g/d sulfametoxsazol+trimetoprin1,2g/d imipenem 500mg/d imipenen 500mg/d vancomicina 1g cada 7d ampicilina+sulbactan 3g/d imipenen 1g/d imipenen 500mg/d imipenen 2g/d teicoplanina 400mg/d metronidazol 1,5g/d imipenen 2g/d imipenem 2g/d metronidazol 1,5g/d fluconazol 400mg/d fluconazol 400mg/d 66 Anexo 7. Banco de Dados SF 0.9% SG 5% 250ml/d 1000ml/d 1500ml/d 1000ml/d 2000ml/d 2500ml/d 250ml/d 500ml/d 500ml/d 3000ml/d 2000ml/d 500ml/d 2500ml/d 1500ml/d 1500ml/d 2000ml/d S.0.45% 2500ml/d 200Oml/d 2000ml/d 3000ml/d 2000ml/d 2000ml/d 1500ml/d 2000ml/d 3000ml/d 2500 ml/d 3500ml/d 4000ml/d 6000ml/d 1900ml/d 3000ml/d 3000 ml/d Dieta Dieta enteral padrão 960 ml/d dieta enteral padrão 1440 ml/d Dieta enteral para diabético 960 ml/d Dieta enteral padrão 1440ml/d Dieta enteral para diabético 1440ml/d Dieta enteral padrão 1440ml/d Dieta enteral padrão 1700ml/d dieta para diabético 960ml/d dieta enteral padrão 1900 ml/d Dieta enteral padrão 1440 ml/dia Dieta enteral para IRC 1440ml/d Dieta enteral peptamen 1900ml/d Dieta enteral padrão 1400ml/d Dieta enteral padrão 960ml/d dieta enteral padrão 1200 ml/d dieta enteral para IRC 1440ml/d Dieta enteral padrão 720ml/d Dieta enteral para IRC 1440ml/d dieta enteral para diabético 1440ml/d dieta enteral para IRC 1440ml/d dieta enteral padrão 1440ml/d Dieta enteral peptamen 1440ml/d dieta enteral para IRC 1680ml/d dieta enteral padrão 720ml/d dieta parenteral total 1500ml/d dieta parenteral total 1300ml/d dieta enteral para IRC 1700ml/d dieta zero dieta enteral para diabético 1440ml/d dieta enteral padrão 1200ml/d Dieta parenteral total 1500ml/d Diálise Con Hem Não não Não não Não não Não não Não não Não não Não não Não não Não sim Não Não Não não Não não Não não Não não 600ml não Não sim Não não Não sim Não sim Não sim Não não 600ml sim 600ml não Não não Não não 900ml não Não sim 600ml não Não não Não não Não não 600ml 67 Anexo 8. Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa 68 Anexo 9. Parecer de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa