Quando nesta vida
Envelhecer meu corpo
Quero transbordar minhas lembranças
Em um fluxo da imagem do que fui
No que me tornei
Quero ver nas mechas brancas de meus cabelos
O branco dos verões passados
Das neves que transbordaram os dias
Que trouxeram o inverno em meu coração
E que muitas vezes me cercaram
Do outono das dores deixadas com o tempo
Dos sentimentos perdidos
Dos amores mal compreendidos
Das mágoas dispostas das árvores
Como pedaços de um grande ser
Sem vida
Largadas, levadas
Como folhas ao vento
ENVELHECER
Quero tocá-la e me apossar de sua natureza
Mas dela apenas tenho o delírio de meus olhos
Na admiração de seus significados
Profunda representação
Na delicadeza das fases inexplicáveis
De uma vida que se inicia
E se inicia..., se inicia
Sem fim
Como fases de minha vida
Em minhas lembranças
Elas se unem e me trazem o amor
A imagem de minha infância
Os elos que existem
Mas que deste mundo se desfizeram
Pela natureza de nossas vidas
Foram levadas para outras estações
Para outros espaços de nossas possibilidades de ser
Sob os vários sentidos
Expressões, formas e existências
Meu envelhecer será de muitas vidas
Em uma só
Traduzidas por várias estações
Como a transformação de uma borboleta em suas formas
Em sua beleza
Quero olhar para o tempo
E me emocionar pelos passos deixados pelo longo caminho
Olhar para o horizonte e ver
Desses passos, a beleza
Como a borboleta pousando em minha mão
Suave!
Ela pousa e me emociona
Paula
Julho 2010
Meu pai
Está neste mundo em que moram as lembranças
Em um mundo cheio de borboletas que
Voam, repousam naquelas folhas
Seguem com o vento
Sem parada
E para sempre irão me emocionar
Em todas as minhas
Lembranças
Estarei perto àquela grande árvore
Cercada pelas flores
As borboletas sussurrando-me
Meu envelhecer
Nos versos e nas lembranças
De minha vida
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