Informativo da Pequena Central Hidrelétrica São Pedro
Domingos Martins/ES  Março/2008  Ano 1 Nº 1
Domingos Martins vai gerar
mais energia
A
Pequena Central Hidrelétrica (PCH) São Pedro, em construção em Domingos
Martins-ES, tem previsão de gerar energia a partir de setembro deste ano. A
capacidade de produção será de 30 MW, o suficiente para abastecer uma cidade
de 300 mil habitantes, o equivalente a 10 vezes a população do município.
O empreendimento faz parte do Programa Nacional de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), do Governo Federal, cujo objetivo é promover a diversificação das fontes de energia do Brasil com investimentos em PCHs, usinas
eólicas e termelétricas a biomassa.
Quatro outras pequenas centrais hidrelétricas da Brasil PCH estão sendo construídas no Estado, totalizando uma capacidade de 101,5 MW, segundo previsão
da Petrobras Distribuidora, sócia majoritária da Brasil PCH. São elas: a usina de
São Joaquim (Alfredo Chaves), a de Calheiros (São José do Calçado), a de São
Simão (Alegre/Muniz Freire) e a Fumaça IV (Dores do Rio Preto).
Vista do talude da tomada d’água,
com reflorestamento
M A I S
Comerciantes da região são
fornecedores de serviços na
obra da PCH São Pedro
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Entrevista com o ambientalista
Eduardo Pignaton
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Canteiro de Obras
60% da mão-de-obra é local
Empresa capacitou operários oferecendo cursos de pedreiro e carpinteiro
M
ais da metade – 60% – dos trabalhadores das obras da PCH
São Pedro, localizada no distrito
de Panelas, Domingos Mar tins, é
da região. Muitos deles receberam
cursos de capacitação de pedreiro
e carpinteiro de fôrmas. O próximo
curso é de eletricista.
A maioria dos 300 trabalhadores que
estão atuando nas obras da hidrelétrica foram contratados
através de um cadastro realizado pela Prefeitura de Domingos
Martins. Outros tiveram a iniciativa de
levar o próprio currículo para o escritório administrativo
da empresa.
Klein: primeiro
Este foi o caso do auxiliar de pedreiro Marcos Rogério Klein, 19 anos,
que está feliz da vida por ter conseguido o primeiro emprego. Marcos
é morador local e trabalha há quatro
meses na obra.
“Eu mesmo entreguei meu currículo na empresa. Apesar de morar
no distrito de Rio Jucu, acho que
a obra vai trazer crescimento para
toda a região. As pessoas estão
tendo muitas opor tunidades aqui”,
disse o jovem, que tem o ensino
fundamental completo.
com a capacitação, subiu de cargo
e passou para pedreiro.
Outro operário da região empregado na obra é o pedreiro Ricardo
Pereira, 29. Ele mora no centro de
Domingos Mar tins e revelou que começou como auxiliar de pedreiro e,
O restante (40%) dos trabalhadores são de vários estados do País,
como Bahia e Ceará. Eles ficam alojados em dormitórios dentro da área
do empreendimento.
emprego
Ricardo (destaque): Está trabalhando há oito
meses como pedreiro na hidrelétrica
Comerciantes da região são fornecedores de serviços na obra
Restaurante fechou parceria e teve que contratar 13 novos funcionários
Geração de empregos indiretos e maior
renda para comerciantes locais. A
construção da PCH São Pedro transformou a rotina de trabalho da proprietária
do restaurante Delpuppo, Doraci Santos
Carlos Delpuppo. Ela teve que contratar
13 funcionários a mais para conseguir
atender a demanda de servir três refeições diárias para os trabalhadores.
Delpuppo, foram contratados também
para servir o café da manhã.
Segundo Doraci, foi essencial investir nas condições de trabalho para
atender a demanda da obra.
“Tivemos que investir em nossas
ferramentas de trabalho, como equipamentos industriais e transporte.
Criamos uma cozinha no canteiro de
obras, anexa ao refeitório, para preparar as saladas. O restante preparamos
no restaurante e levamos”, contou a
comerciante, que também comemorou um aumento no movimento do
restaurante, após o início das obras.
Há 20 anos atuando no ramo, a comerciante começou servindo o famoso
prato comercial (prato com a refeição
pronta). Hoje, com as obras da PCH
São Pedro, Doraci atende diariamente
à demanda de 400 refeições para o almoço e 200 para o jantar.
Quem quiser ter a receita de sucesso
de Doraci deve ficar atento aos conselhos dela: “o olho do dono tem que
estar no negócio”. O próximo passo,
segundo ela, é fazer uma campanha
para evitar o desperdício.
Além das refeições, ela e o marido, Luiz
Há 20 anos no mercado, Doraci foi contratada
para servir três refeições diárias aos trabalhadores
Expediente
2
Energia em foco é uma publicação da São Pedro Energia.
A PCH São Pedro é financiada com recursos do BNDES.
Coordenação jornalística Sandra Cola (MTb-320/85) Jornalista responsável Natalie Marino (ES-01406-JP)
Fotos, Revisão, Edição, Editoração e Finalização Pauta 6 Comunicação Tiragem 2.000 exemplares
Informativo PCH São Pedro
Na Região
Gerando renda: produtor
desenvolve viveiro na região
Pontes reformadas
e estradas ganham
sistema de drenagem
Sementes de 5 mil mudas de ipês e jacarandás já estão no viveiro
Duas pontes e 14 quilômetros
da estrada que ligam o centro de
Domingos Martins ao distrito de
Panelas receberam melhorias da
PCH São Pedro. Após o término
das obras, estes investimentos
na infra-estrutura vão ficar para a
população local.
Foram melhorados os taludes
destes acessos e executados os
sistemas de drenagem. Assim, é
possível evitar a erosão do solo e
a chuva não chega a invadir propriedades rurais próximas.
As mudas produzidas no viveiro serão usadas na recomposição de áreas do empreendimento
E
mpreendedores com responsabilidade social e focados no meio
ambiente. Assim é o grupo formado
por profissionais engajados na construção da PCH São Pedro.
Preocupada com o reflorestamento
da vegetação nativa que está sendo
retirada para a construção da barragem da hidrelétrica, e em atendimento à legislação ambiental, a São
Pedro Energia fechou parceria com o
produtor rural e comerciante da área
do turismo Jonacir Luiz Bremenkamp,
conhecido como JB. Ele prepara mu-
das das plantas e árvores da região.
Cinco mil mudas de árvores nativas – jacarandás, ipês e figueiras – já foram produzidas. “Cerca de 80% das sementes
plantadas são da região. Sempre tive a intenção de fazer um viveiro e agora, como
essa oportunidade está dando certo, vou
levar o negócio para frente”, revelou JB.
Para conseguir dar conta de seu outro emprego e do trabalho de colher
as sementes e ensacolar as mudas
todos os dias, JB teve que contratar
outros funcionários.
A estrada foi alargada em grande
parte do trecho e um sistema de
melhoria da via foi realizado para,
quando no período de chuvas, não
prejudicar o tráfego de carros de
passeio e de ônibus escolares.
As duas pontes que cortam o trecho
por onde passam os caminhões foram alargadas e os equipamentos
da obra foram refeitos, substituindo as vigas de madeira por vigas
de aço. Em todo o trecho e, principalmente, próximo das duas pontes
foi reforçada a sinalização.
Placas com limite de velocidade,
setas indicativas do acesso à ponte, texto com alerta de animais na
pista e outros tipos de placas foram
instaladas ao longo do trajeto.
Canal comunidade
O funcionário público municipal Antônio Nildo
Brzesky, que mora a poucos metros do canteiro de
obras, quer saber quantas vezes por dia o caminhãopipa passa para minimizar a poeira.
PCH São Pedro responde – A construtora Galvão, empreiteira
responsável pela obra, informou que os caminhões-pipa passam em toda área
da obra diariamente. Nos dias sem chuva, o caminhão circula no mínimo duas
vezes por dia, dependendo do movimento de veículos.
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Informativo PCH São Pedro
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Comunidade
Empreendimento construído
com a participação da
comunidade
O
ambientalista Eduardo Pignaton,
que desde 2003 participa das discussões para a instalação da PCH São
Pedro, em Domingos Martins, falou sobre o modelo de gestão compartilhada,
das reuniões e do fórum de discussões
da sociedade civil. Pignaton lembrou
que o empreendimento não consome
água, mas utiliza sua força para gerar
energia e precisa desse recurso com
boa qualidade. Ele registrou na entrevista cuidados como a recuperação do
Córrego do Gordo e a instalação de caixas secas para evitar erosão.
Qual o modelo de gestão adotado
para discussão da obra?
Adotamos um tipo de gestão que é um
grande modelo. Ele é composto pela
sociedade civil, ministério público, promotoria pública, empreendedor, órgãos
ambientais e prefeitura, que pactuam
situações de condição mútua em que
todos têm responsabilidades. Essa gestão dá resultado ambiental porque torna
todos atores do processo. Isso tem sido
feito de maneira transparente e é visto
nas reuniões que realizamos desde 2003.
Temos discutido e encontrado soluções.
Provamos que fazendo este modelo de
gestão compartilhada, o resultado é melhor, o empreendedor fica satisfeito e a
comunidade também. O Estado tem que
ser parceiro e facilitador.
está na bacia do rio Jucu. Esse empreendimento está sendo extremamente
favorável à educação ambiental. A São
Pedro vai utilizar a água para gerar energia e a devolverá ao leito para ser utilizada. A empresa precisa de água boa,
de qualidade e permanentemente. Por
que criar conflito com quem pode ser
parceiro? É preciso ser sábio e juntar
empreendedor e pessoas de boa vontade para fazer a coisa bem feita e ser
modelo para toda a sociedade.
Como vê a instalação do
empreendimento no município de
Domingos Martins?
O potencial do rio Jucu é muito maior
do que a sociedade conseguiu enxergar. Além de gerar água para um milhão
de pessoas, ele tem potenciais energético e turístico fantásticos. Precisamos
atrair empreendedores que enxerguem
esse potencial e vejam no rio uma fonte
inesgotável, uma riqueza eterna. É uma
área pequena que dá dinheiro: 60% do
Produto Interno Bruto (PIB) capixaba
E o impacto ao meio ambiente?
Uma hidrelétrica, do ponto de vista ambiental, sempre tem um impacto, mas
as PCHs são consideradas de baixo
impacto. Apesar de que, quando feito
num rio como o Jucu que tem milhões
de pessoas que dependem da água,
com todos os fatores sensíveis do
entorno, claro que a exigência da população é maior. Mas a postura desta
empresa em relação à sociedade civil
e a todo o processo de licenciamento,
criou uma credibilidade que fez com
que todos fossem parceiros do ponto
de vista ambiental. Uma empresa que
precisa de água tem que se preocupar
com a qualidade dela. O que a sociedade civil propôs para a empresa, ela
tem acatado, dentro das possibilidades, e tem se tornado parceira desse
Eduardo Pignaton é secretário da
Associação Barrense de Canoagem
empreendimento, que é sustentável.
A instalação de caixa seca
diminui o impacto?
Sugerimos a instalação de caixa seca
e a empresa adotou. Caixas secas são
buracos que se constroem à margem
de uma estrada. A água perde velocidade e vai deixando sedimentos na
caixa seca. Se forem para o leito do
rio são maléficos. Toda estrada vicinal teria que ter caixa seca, deveria
ser uma prática corriqueira. Vai fazer
uma estrada no cafezal? Caixa seca.
Deveria ser lei. Não tem custo. A chuva cai e não deixa aquele sedimento
correr morro abaixo e parar no rio. As
folhas e outras impurezas ficam nestas caixas. A empresa construiu 17
caixas secas ao longo das estradas.
Ouvidoria
Se você tem sugestões ou dúvidas sobre a PCH São Pedro, pode procurar a empresa no canteiro de obras ou ligar para 3268-1221.
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Informativo PCH São Pedro
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