A UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA AUDIOVISUAL COMO RECURSO
DIDÁTICO
THE USE OF AUDIOVISUAL TOOL AS A DIDATIC RESOURSE
Jayme Alves de Oliveira Neto1
RESUMO
Na tentativa de ajudar os alunos a melhorar sua atitude em trabalhos expositivos, o presente
trabalho propõe a utilização do recurso didático vídeo. A fim de exemplificar, utilizamos como
tema a vida de Arquimedes, onde os grupos de alunos puderam encenar certos episódios da vida
desse importante matemático. Dessa forma, os alunos tiveram várias oportunidades para expor suas
próprias idéias sem a dependência da leitura do texto escrito. Através de discussões em mesas
redondas, atividades expositivas com materiais construídos pelo próprio grupo e os próprios vídeos
filmados dentro e fora de sala de aula. Foi possível desenvolver a criatividade dos alunos assim
como auxiliá-los no aperfeiçoamento das apresentações de quaisquer trabalhos em público. Na aula
que iniciou esse projeto, foi apresentado aos alunos um texto retirado de alguns livros e revistas
com alguns fatos da vida de Arquimedes onde, após leitura (realizada por eles), deu-se inicio a uma
discussão em que os alunos levantaram algumas questões relacionadas a sub-temas que os mesmos
julgavam ser interessantes dentro do assunto maior: Arquimedes. Os grupos se comprometeram a
pensar em como seria feita a filmagem de cada trabalho e analisar as revistas e livros apresentados
em sala de aula dispondo-se a trocar material entre eles, pesquisar na internet, procurar figurino e
sempre que necessitassem haveria um diálogo sobre o andamento do trabalho. Após a avaliação, os
alunos tiveram mais duas semanas até a entrega dos vídeos. No dia da entrega foi possível assistir
aos filmes de cada grupo e, como o planejado, os filmes que não passassem ou que precisassem ser
filmados em sala de aula seriam entregues e filmados na semana seguinte. Durante as aulas sempre
surgiram perguntas e comentários sobre o trabalho de forma a manter viva para os alunos a idéia do
vídeo e a tentativa de transformar o aprendizado em uma atividade lúdica. Acredita-se que este
trabalho tenha sido bem sucedido, pois dos oito grupos formados, apenas um grupo não conseguiu
se desprender do antigo sistema de apresentação, talvez devido ao tema necessitar de uma prática de
aula que os alunos não possuíssem.
Palavras-chave: vídeo – audiovisual – Tecnologias de informação e comunicação (TIC) filmagem
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Pós-graduando do curso de Especialização em Educação a Distância da Universidade de Franca e Mestrando no curso
de mestrado profissional em ensino de ciências exatas da Universidade Federal de São Carlos (2008)
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ABSTRACT
In an attempt to help students improve their attitude in seminaries , this paper proposes the use of
the resource teaching video. To illustrate, used as a theme the life of Archimedes, where groups of
students were able to stage some episodes of the life of this important mathematical. Thus, the
students had several opportunities to expose their own ideas without the dependence of the reading
of the written text. Through discussions, roundtables, exhibitions activities with materials
constructed by the group itself and their own videos filmed inside and outside the classroom. It was
possible to develop the creativity of the students as well as help them to improve the presentation of
any work in public. In class that started this project, was presented to pupils withdrawn a text of
some books and magazines with a few facts of life of Archimedes where, after reading (held by
them), gave themselves beginning to a discussion in which the students raised some issues related
to sub-themes that they thought be interesting in the larger issue: Archimedes. The groups have
committed to thinking about how it would be done the shooting of each job and review the
magazines and books presented in the classroom offering to exchange material between them,
searching on the internet, for costumes and whenever there needed dialogue on the progress of the
work. After the evaluation, students have two more weeks until the delivery of videos. On the day
of delivery was possible to watch movies from each group and, as planned, the films that do not
pass or who needed to be filmed in the classroom would be delivered and filmed the following
week. During the lessons always emerged questions and comments on the work to keep alive for
students to the idea of the video and attempt to transform the learning in a leisure activity. It is
believed that this work has been successful because of the eight groups formed, only a group were
not able to make a work different form the old system of presentation, perhaps because of the need
to issue a practice of tuition that the students had not.
Key words: video – audiovisual – Information and Communication Technology (ITC) - Shooting
INTRODUÇÃO
Este projeto foi idealizado na tentativa de melhorar a oralidade e a criatividade de alunos em
trabalhos de pesquisa e seminários. Devido à falta de prática, os alunos não têm o hábito de fazer
apresentações em público, assim, em situações onde é necessária a apresentação oral de trabalhos, é
possível observar que os alunos apenas lêem o conteúdo preparado por eles mesmos e mesmo com a
utilização de recursos multimídia, é nítida a dificuldade dos alunos na apresentação, eles dão as
costas ao público ouvinte e lêem o conteúdo tornando a apresentação nada atraente.
Na tentativa de ajudá-los a melhorar sua atitude em trabalhos expositivos, o presente
trabalho propõe a utilização do recurso didático vídeo, a fim de exemplificar, será utilizado como
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tema a vida de Arquimedes, onde os grupos de alunos poderão encenar certos episódios da vida
desse importante matemático.
Dessa forma, os alunos terão várias oportunidades para expor suas próprias idéias sem a
dependência da leitura do texto escrito. Através de discussões em mesas redondas, atividades
expositivas com materiais construídos pelo próprio grupo e os vídeos filmados dentro e fora de sala
de aula, será possível desenvolver a criatividade dos alunos assim como auxiliá-los no
melhoramento das apresentações de quaisquer trabalho em público.
A primeira tentativa de trabalhar com os alunos se deu com a sugestão de trabalharmos com
a utilização do teatro, mas essa idéia se tornou inviável devido à falta de interesse dos alunos pelo
assunto. Reestruturada a idéia, optou-se por trabalhar com recursos tecnológicos onde existe uma
grande possibilidade de utilização e aplicação, pois no teatro, eles iriam ensaiar para um evento
onde os alunos devem ter certa maturidade para poderem se apresentar em público, já no vídeo, os
alunos que são mais tímidos poderão ensaiar varias vezes até se sentirem seguros para a realização
da filmagem final, podendo ser em público ou apenas com os integrantes do grupo.
Outra facilidade de se trabalhar com vídeo é que atualmente a maioria das pessoas possuem
ou tem acesso a pelo menos um suporte que possibilite este trabalho como uma câmera de vídeo,
uma máquina digital, um aparelho celular ou até a obtenção do áudio através de um aparelho de
MP3.
A partir da problemática apresentada estruturou-se o presente trabalho a fim de encontrar
soluções através do meio de comunicação que é o vídeo para trabalhar um melhor desempenho dos
alunos.
REVISÃO DA LITERATURA
Segundo NAGAMINI (1993), os veículos de comunicação em massa tem um grande
impacto na vida dos alunos, quando se refere a sua recepção e interpretação de mundo, justificando
assim uma abordagem pedagógica desses veículos. É interessante que se conheça como a mídia
opera as linguagens visual e verbal visando produzir um determinado efeito. A televisão se torna
então uma opção interessante, pois se apóia na relação imagem/palavra, oferecendo lazer a um
baixo custo e atingindo uma camada enorme da população, em todas as classes sociais.
Entretanto, é preciso estar atento para as informações que a mídia nos traz, pois nem tudo
que nos é transmitido é verídico e muito dessas informações necessitam que o receptor tenha um
conhecimento e uma análise crítica para interpretar a notícia.
Por outro lado, não devemos desenvolver preconceitos dentro da instituição escolar contra
os meios de comunicação, mas conhecê-los para podermos interferir nesses meios e, através de um
maior domínio da linguagem da TV, assim como conhecimento dos mecanismos que envolvem os
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meios de comunicação em massa a fim de encontrar um caminho para a formação do leitor crítico
(MACHADO apud NAGAMINI, 1993).
O contato com os vários suportes de informação como a leitura de livros, jornais, revistas e
artigos são fundamentais para um formador de opinião que quanto mais conhecimento adquire mais
crítico se torna.
Segundo MORAN (1990), a escola não deve ignorar ou considerar inimigo os meios de
comunicação, não deve também imitá-lo, pois nesses meios predomina a função lúdica, de
entretenimento. A escola deve, portanto, estabelecer pontes com os meios de comunicação
utilizando-os como motivação do conteúdo de ensino.
É importante que as Instituições de Ensino possam integrar a educação com os meios de
comunicação apropriados, através desta interdisciplinaridade é possível criar um ambiente diferente
de aprendizagem muito mais atrativo e que foge aos meios tradicionais e engessados de ensino.
NAGAMINI (1993) cita uma pesquisa que conclui que em média crianças assistem a quatro
horas diárias de programação televisiva, e devido a análise dos dados percentuais de retenção
mnemônica elaborados pelo escritório de estudos da sociedade americana Secondary-Vacuum oil
Co. Studies, informações obtidas através de métodos de ensino orais e visuais combinados
representam um percentual de retenção de até 85% após três horas e até 65% após três dias
tornando assim a televisão ou o vídeo uma ferramenta extremamente poderosa para a assimilação de
conteúdos (NORBIS apud FERRÉS, 1996).
É preciso ser seletivo na escolha dos programas televisivos não só para nós mesmos, mas
principalmente para as crianças que nesta fase, de acordo com pesquisas, assimilam muito do que
assistem. Desta forma, é essencial direcionar as crianças para um meio de comunicação que
apresente informação de qualidade e adequada para cada indivíduo.
Segundo FERREIRA (1975), a linguagem pode ser bastante auxiliada por outros recursos
que estimulem outros sentidos. Deve-se então criar um ambiente que permita estimular o maior
número de sentidos possível. É sabido que a visão é o sentido que apresenta maior possibilidade
porcentual de aprendizagem. Recursos audiovisuais formam uma combinação simples que oferece
as melhores contingências para a aprendizagem. A criatividade e o conhecimento do professor
aliam-se as características particulares dos diferentes recursos didáticos tornando-se elemento
fundamental para que a atuação do professor no processo de ensino aprendizagem se torne cada vez
mais eficaz.
Em uma classificação dos recursos audiovisuais (DALE apud FERREIRA, 1975), é
associada a eficiência da aprendizagem ao tipo de recurso utilizado, assim quanto mais concreto é
esse recurso, mais eficiente será a aprendizagem, sendo a mais abstrata o recurso somente verbal e
os mais concretos as dramatizações, as experiências simuladas e as experiências diretas.
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O cinema educativo aparece pela primeira vez entre 1870 e 1880 a partir de uma seqüência
de desenhos e fotografias sobre locomoção animal, mas somente após 1923, quando Eastman
Kodak produziu filmes não inflamáveis e os filmes com projetor portátil que ocorre uma maior
penetração do cinema nas escolas. Em 1960, com o retorno dos filmes 8 mm possibilitou produções
de baixo custo e fácil realização, permitindo ao professor realizar seus próprios filmes (FERREIRA,
1975).
O uso do vídeo sob um enfoque didático esta apenas começando a explorar e a experimentar
suas múltiplas possibilidades de aplicação em sala de aula. FERREZ (1996) classifica a utilização
do vídeo em ambiente escolar nas seguintes modalidades de uso: videolição, videoapoio,
videoprocesso, programa motivador, programa monoconceitual e vídeo interativo.
Pode se dizer que o presente trabalho enquadrou-se em quase todas as modalidades
propostas por Ferres, pois cada grupo de trabalho teve uma atuação distinta.
FERREIRA (1975) exalta a importância de filmes instrutivos com atuação, por forçar o
aluno a se situar no lugar do protagonista a ponto de reviver o acontecimento ao assistir o filme.
Mesmo que os alunos saibam que a pessoa que representa o papel é somente um ator, o filme lhes
da uma sensação de realidade. Se o filme for apresentado no ambiente emocional adequado, o aluno
se incorpora do mundo que surge na tela e recordará por muito tempo as cenas importantes.
Sendo assim, os melhores filmes educativos são resultados da combinação de algumas
possibilidades cinematográficas, sendo estas a câmara rápida, a câmara lenta, a detenção de
movimento, atuação, a sonorização e a cor. Com o filme é possível comunicar uma idéia
encompridando ou encurtando o tempo e podendo isolar o principal do geral.
MATERIAL E MÉTODOS
Na aula que iniciou esse projeto, foi apresentado aos alunos um texto retirado de alguns
livros e revistas com alguns fatos da vida de Arquimedes onde, após leitura (realizada por eles),
deu-se inicio a uma discussão em que os alunos levantaram algumas questões relacionadas a subtemas que os mesmos julgavam ser interessantes dentro do assunto maior: Arquimedes. Os temas
sugeridos foram:
- Maquinas de Guerra;
- Como Arquimedes Morreu;
- Eureca – Episódio da coroa do rei Heron;
- Pergaminhos;
- Stomachion (Jogo tipo Tangram);
- Reportagem – Acompanhamento com entrevistas do desenvolvimento dos outros grupos.
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O intuito de criar este último tema foi uma maneira de juntar os temas em um só filme no
formato de telejornal.
Definidos os temas, foi a vez de definir também a divisão dos grupos de trabalho que estava
limitada a quatro alunos por grupo no máximo e dois no mínimo. A escolha foi feita do seguinte
modo: de forma aleatória, escolhia-se um número que corresponde a um aluno e este tinha o direito
de escolher qual tema gostaria de trabalhar, e assim sucessivamente os alunos foram escolhendo
seus temas de preferência de maneira que quando um tema já houvesse completado quatro alunos,
não era mais permitido a sua escolha. Para evitar que a escolha do tema não ocorresse por grupos de
amigos, mas pelo interesse do aluno, quando este dizia qual tema gostaria de trabalhar, o professor
anotava um caderno, e não na lousa.
O grupo “máquinas de Guerra” foi subdividido em três novos grupos, e entre os alunos
destes grupos foi feita uma discussão e definiu-se quais os sub-temas a serem estudados.
Finalmente, com os grupos definidos, constituiu-se a seguinte situação:
Grupo 1 – Máquinas de Guerra – Alavanca de Arquimedes - composto por três alunos;
Grupo 2 – Máquinas de Guerra – Catapulta - composto por três alunos;
Grupo 3 – Máquinas de Guerra – Espelhos Esféricos - composto por três alunos;
Grupo 4 – A morte de Arquimedes - composto por quatro alunos;
Grupo 5 – Eureca – Episódio da coroa do rei Heron - composto por três alunos;
Grupo 6 – Pergaminho - composto por dois alunos;
Grupo 7 – Stomachion (Jogo) - composto por dois alunos;
Grupo 8 – Reportagem - composto por três alunos.
Em seguida, estabeleceram-se as datas onde voltaríamos a conversar sobre o assunto. Definimos
também que o trabalho seria entregue no formato de vídeo, que poderia ser feito usando uma
máquina digital, uma filmadora, vídeos feitos a partir de um aparelho celular ou, não tendo maneira
de realizá-las, teríamos uma aula que seria utilizada para filmarmos os grupos que faltassem.
Os grupos se comprometeram a pensar em como seria feita a filmagem de cada trabalho e que
iriam analisar as revistas e livros apresentados em sala de aula e dispuseram-se a trocar material
entre eles, pesquisar na internet, procurar figurino e sempre que necessitassem iríamos conversar
sobre o andamento do trabalho.
Definimos que no prazo de quatro semanas, iríamos compor uma mesa redonda com o intuito de
sabermos em que ponto estariam as filmagens.
Duas semanas após a mesa redonda, houve uma avaliação relacionada aos temas trabalhados.
Optamos por um questionário que seria respondido no formato de uma redação, ou seja, os alunos
deveriam criar um texto que respondesse às questões interligando as frases. Essa avaliação serviria
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tanto para lembrá-los de detalhes que talvez não houvessem sido discutidos quanto para que fosse
possível ter um panorama real de onde cada grupo estaria organizado.
Após a avaliação, os alunos tiveram mais duas semanas até a entrega dos vídeos.
No dia da entrega assistimos aos filmes de cada grupo e, como o planejado, os filmes que não
passassem ou que precisassem ser filmados em sala de aula seriam entregues e filmados na semana
seguinte.
Durante as aulas sempre surgiam perguntas e comentários sobre o trabalho de forma a manter
viva para os alunos a idéia do vídeo e a tentativa de transformar o aprendizado em uma atividade
lúdica.
Na mesa redonda definiu-se que:
– O grupo 1 (alavanca) faria uma maquete da alavanca e faria um filme explicando o
funcionamento da mesma;
– O grupo 2 (catapulta) construiria uma maquete de uma catapulta, de maneira que já
detinha um projeto para a construção da mesma, me comprometi a trazer o projeto aos alunos.
– O grupo 3 (espelhos esféricos) iria a partir de uma lente de aumento, filmar um
experimento onde aproveitando a luz do sol iriam tentar fazer um barco de papel que ao estar
flutuando na água incendiar-se-ia.
– O grupo 4 (como Arquimedes Morreu) filmaria uma encenação do suposto ocorrido, os
alunos já haviam selecionado os papéis e estavam discutindo onde seria filmada a encenação para
que desse a impressão de que o local era uma praia. Sugeri que comentassem sobre a lápide de
Arquimedes, pois sua estória também é interessante.
– O grupo 5 (Eureca) explicaria como foi o episódio da banheira e da coroa do rei Heron.
Eles já haviam definido o local onde iria ser filmada a cena, e tentariam explicar como Arquimedes
descobriu que a coroa não era de ouro puro.
– O grupo 6 (pergaminho) trabalharia com a idéia de telejornal na tentativa de explicar o que
era o pergaminho.
– O grupo 7 (Stomachion) construiria uma réplica do jogo criado por Arquimedes e, em sala
de aula, realizaria uma atividade com os outros alunos. Sugeri também que utilizasse o Tangram na
preparação dessa atividade.
– O grupo 8 (reportagem) esperou que os demais grupos avisassem a data e local onde iriam
fazer as filmagens para que estes acompanhassem o andamento do trabalho e pudessem ter material
para desenvolver suas próprias atividades.
Na avaliação, aplicada no formato de redação, os alunos foram questionados sobre seu grupo de
pesquisa, sua opinião sobre o tema, sobre seu papel durante a filmagem, sobre como foram as
reuniões para a tomada de decisões como figurino, músicas e falas utilizadas nas filmagens, que
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decisões foram essas, sobre o grau de dificuldade em se realizar pesquisas no sentido de obter
conteúdo e construir um embasamento teórico a partir das informações obtidas, sobre a opinião do
aluno acerca do matemático Arquimedes descrevendo qual episódio de sua vida o aluno julgou ser
mais interessante, sobre o método de avaliação tal como dizer se este era interessante e criativo e
abrindo espaço para sugestões em um próximo trabalho, elogios ou críticas em relação à atividade
de trabalho em grupo e em relação ao próprio grupo.
O resultado dessa avaliação apresentou-se bastante positivo, pois a maioria dos grupos tinha
uma meta definida, e os que ainda não haviam tomado algumas decisões, tiveram consciência de
que estavam precisando iniciar a preparação deste trabalho.
O dia da entrega foi extremamente interessante, pois os alunos estavam com muita expectativa
afim ver os resultados. Os alunos foram muito criativos com seus filmes fazendo entrevistas,
mostrando erros de gravação e ao mesmo tempo cumprindo sua tarefa com grande qualidade.
A seguir apresentamos o desenvolvimento de cada grupo:
– O grupo 1 não conseguiu apresentar o CD pois a gravação foi feita a partir de um aparelho
celular, o grupo trouxe então um modelo da alavanca feito de isopor e fizeram a explicação em sala
se aula (sem depender de leitura teórica) do funcionamento da alavanca. O CD ficou em minha
posse na tentativa de conseguir uma maneira de fazê-lo funcionar no computador.
– O grupo 2 trouxe seu trabalho por escrito no intuito de explicar a realização do mesmo
para a sala de aula, trouxe ainda um vídeo feito através de um aparelho celular exemplificando o
funcionamento de uma catapulta utilizando uma colher. O grupo em questão ficou responsável por
trazer o vídeo na aula seguinte, entreguei a eles um folheto ensinando-os a construir uma catapulta.
– O grupo 3 já havia entregado o vídeo no dia em que fizemos a mesa redonda (onde eles
apresentavam o barquinho de papel sendo incendiado através do uso de uma lente de aumento
utilizando-se da luz do sol), fizeram então uma ótima explicação em sala de aula (sem depender de
leitura teórica) e trouxeram um espelho esférico para mostrar para os demais alunos.
– O grupo 4 trouxe um DVD feito a partir de uma câmera que grava em Mini-DVD,
infelizmente este não funcionou no momento da apresentação pois o DVD não havia sido
devidamente finalizado. Este grupo também ficou responsável por trazer o DVD com as devidas
correções na aula seguinte.
– O grupo 5 trouxe um filme muito bem elaborado onde os três aparecem na filmagem
narrando a estória de Arquimedes e a coroa do rei Heron com os alunos que compõem o grupo
explicando a lei da hidrostática.
– O grupo 6 realizou a atividade no formato de um telejornal extremamente criativo fazendo
o uso de detalhes de figurino como os jornalistas de terno e bermuda, mostrando também os erros
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de gravação no final do filme. Os alunos lembraram de um episódio do programa “ilha ratimbum“
onde o programa ensinava o que é um pergaminho.
– O grupo 7 ficou de preparar uma atividade na aula seguinte pois não possuíam máquina
filmadora ou similar de modo que utilizariam o equipamento da escola.
– O grupo 8 não apresentou nenhum material com a justificativa de que os outros grupos não
os avisaram de quando fizeram as filmagens. O grupo se comprometeu a entrevistar os demais
grupos para a próxima aula e as filmagens se dariam durante a mesma.
Na aula seguinte, foi possível fazer as filmagens dos grupos que ainda não haviam conseguido
realizá-las e também as entrevistas.
– O grupo 2 trouxe um vídeo em VHS e trouxe também um modelo de catapulta construído
em madeira.
– O grupo 4 trouxe o DVD agora em perfeito funcionamento e pudemos assistir a encenação
da morte de Arquimedes que foi feita no pátio da escola, comentando as guerras Púnicas e o citando
o general Marcelo.
– O grupo 7 trouxe um jogo do “Stomachion” em tamanho grande, e remontaram o quebra
cabeça de 14 peças de diferentes tamanhos e cores criado por Arquimedes ao seu formato original
que é um quadrado, fizeram também algumas outras figuras utilizando-se do jogo para mostrar aos
outros grupos. Fizeram uma apresentação expositiva no computador, embora sua apresentação
tenha sido bastante parecida com o formato tradicional e não recomendado para este trabalho (lendo
as telas da apresentação e de costas para o público) a partir de questões formuladas pelos alunos de
outro grupo da sala foi possível que o grupo em questão demonstrasse uma melhor desenvoltura e
conhecimento do trabalho.
– O grupo 8 entrevistou todos os grupos, fazendo com que os membros dos outros grupos
novamente explicassem seus trabalhos sem a utilização da leitura.
RESULTADOS
Como resultados deste trabalho podemos destacar os vídeos que cada grupo produziu, que se
materializou em um produto tangível que pôde ser visto e bastante aproveitado ao longo das aulas
como meio de aprendizagem de um conteúdo específico. Porém, a metodologia utilizada para a
realização deste trabalho pode ser aplicada a qualquer outra área do conhecimento.
Ressaltamos ainda a construção de um protótipo de uma catapulta que serviu para
demonstrar o poderio das máquinas construídas por Arquimedes no século IV a.C.
O presente trabalho possibilitou a primeira colocação no concurso “Projeto Pedagógico Nota
10” do sistema de ensino Integral no mês de janeiro de 2008.
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DISCUSSÃO
Os trabalhos resultantes deste projeto podem ser classificados como videolição, pois
sistematizam certos conteúdos, tratados em momentos anteriores. Nas apresentações onde os alunos
tentaram explicar o funcionamento de alguma maquina ou processo, o resultado pode ser
considerada como o equivalente a uma aula expositiva, com o diferencial de que o professor foi
substituído pelos alunos apresentando o programa de vídeo.
Pode ser classificado como videoapoio por existir a integração de elementos visuais e
sonoros em uma única unidade expressiva, com imagens em movimento ilustrando o discurso
verbal dos alunos. O discurso verbal dá dinamismo as imagens e as imagens ilustram o discurso
verbal dos alunos.
Como videoprocesso por terem sido realizados integralmente pelos alunos, na busca de
informação, elaboração do texto, gravação com a câmera e a sonorização, fazendo-os se sentirem
criadores, ou pelo menos, sujeitos ativos nessa dinâmica de aprendizagem. É uma atividade que
exige participação, de criatividade, de compromisso, de dinamismo por parte de todos os alunos
envolvidos.
Como programa monoconceitual ao ser analisados os vídeos separadamente, pois cada um
apresenta apenas um conceito, um aspecto parcial e concreto de um tema, um fenômeno ou um fato.
Como vídeo interativo devido aos avanços das tecnologias de informação e comunicação
(TIC), pois os alunos realizaram através da informática, a edição e tratamento das imagens obtidas
nas filmagens e transformá-las em arquivos que pudessem ser visualizados em sala de aula.
Como não existiu um trabalho realizado a partir destes vídeos posterior a apresentação dos
mesmos, não podemos classificá-lo como programa motivador, apesar de ser perfeitamente possível
a utilização destes vídeos em um momento posterior a da filmagem, ou até apresentá-los para a
inserção de novos conteúdos em outras salas de aula ou em outro ano letivo.
CONCLUSÕES
O principal objetivo do projeto era proporcionar aos alunos uma melhoria em suas
apresentações expositivas, fazendo-os perceber que o trabalho se torna muito mais interessante
quando não é necessário fazer a leitura da parte teórica forçando-os então a expor suas próprias
opiniões com suas palavras. Acredita-se que este trabalho tenha sido bem sucedido, pois dos oito
grupos formados, apenas um grupo não conseguiu se desprender do antigo sistema de apresentação,
talvez devido ao tema necessitar de uma pratica de aula que os alunos não tivessem.
A avaliação escrita no formato de redação também foi uma aplicação interessante, pois foi
possível detectar várias falhas dos grupos em relação à organização e boas idéias também. Com esse
texto, foi possível que o professor tivesse uma idéia de como seria cada filmagem, e também dos
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grupos que necessitariam de algum tipo de ajuda para sua realização. Foi possível detectar os
problemas relacionados à escrita, que dificilmente aparecem em uma prova de matemática. Os
conteúdos específicos puderam ser avaliados, e eventualmente corrigidos, durante a mesa redonda e
a apresentação dos filmes.
Este trabalho foi um desafio diferente, pois o professor tem que estar todo o tempo
acompanhando o processo, fornecendo material, dando idéias, questionando os alunos em que ponto
está sendo desenvolvido o trabalho, superando adversidades tecnológicas, motivando os alunos e
principalmente tendo a confiança de que seus alunos são capazes de surpreendê-lo com um
conteúdo muito criativo, inusitado e de qualidade. Ele foge aos seminários de formato engessado
onde os alunos entregam ao professor a parte teórica da mesma maneira que foi retirada da internet
ou outros meios de obtenção de informação e sua apresentação é mera leitura desse texto.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Oscar Manuel de Castro; SILVA Jr., Plínio Dias da. Recursos Audiovisuais para o
ensino. São Paulo: E.P.U., 1975.
MORAN, José Manuel. Os meios de comunicação na escola. In: Multimeios aplicados à
educação: uma leitura crítica. TRUFFI, Ymair Helena; FRANCO, Luiz Antonio Carvalho
(Orgs.). São Paulo: FDE, 1990. (Série Idéias, n.9).
FERREZ, Joan. Vídeo e educação. 2. ed. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1996. p. 21-43.
NAGAMINI, Eliana. Televisão, publicidade e escola. In: Aprender e Ensinar Com Textos Não
Escolares. CITELLI, Adilson. O.. São Paulo: Ed. Cortez, 1997. 196 p.
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