LUCIANO LUIZ MANARIN D’AGOSTINI
Luciano D'Agostini é Economista (2002), Mestre (2004) e Doutor em Desenvolvimento Econômico pela
Universidade Federal do Paraná (2006-2010). Foi aluno visitante do Doutorado em Métodos Numéricos
Aplicados a Engenharia e Estatística na Universidade Federal do Paraná (2006-2010). É Integrante do grupo
de pesquisa Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento /CNPq e filiado da Associação Keynesiana
Brasileira (AKB). É co-autor do Livro Política Monetária, Bancos Centrais e Metas de Inflação (FGV, 2010)
e autor do Livro Econometria Temporal Multivariada, (Blucher, 2011). Possui artigos macroeconômicos, de
finanças e econométricos publicados em revista científica, livro de economia, congressos, reportagens em
jornais, revistas e programas de televisão de grande circulação. É corretor de seguros habilitado pela SUSEP,
gestor de recursos habilitado pela CVM e agente de fomento mercantil, habilitado pela ANFAC. É professor
de Macroeconomia, Estatística, Matemática e Microeconomia do curso preparatório ANPEC
(CORECON/PR) e professor de pós-graduação em diversas instituições do país. Recebeu o Prêmio Brasil de
Economia do Conselho Federal de Economia em 2013 (categoria artigo científico com estudos ligados aos
preços dos imóveis), 2012 e 2010, na categoria Livro. Recebeu também o Prêmio Selo de qualidade acadêmica
(2011) da Editora Blucher, categoria tese de doutorado e o Prêmio Paraná de Economia (2005), categoria
Artigo Científico pelo Conselho Regional de Economia do Paraná.
Imprensa: para entrevistas sobre o SELIC, Reunião do COPOM, Política Monetária, Política Fiscal, Crise
Internacional, Economia Imobiliária, Economia Industrial e Desenvolvimento Econômico.
Contato: Prof. Dr. Luciano D’Agostini, telefones (41) 32061893 / 96731842, e-mail:
[email protected]
Para contratação para palestras em eventos empresariais: www.grandesprofissionais.com.br com Cristiana
Nogueira (11) 3522-4434 ou (13) 3011-4434
Créditos para a Imprensa:
Dr. Luciano D’Agostini
Integrante do Grupo Macroeconomia Estruturalista do Desenvolvimento
OPINIÃO SOBRE A NOVA NOTA DE CRÉDITO DO BRASIL
No início da semana a S&P rebaixou a nota de crédito soberana do Brasil de BBB para BBB- e, por correlação, de 13 instituições
financeiras. Mas o que é nota de crédito soberana e porque, na minha opinião, a nova nota não foi merecida para o Brasil? Existem
atualmente 24 escalas de risco de crédito soberano, subdivididas em três conjuntos de risco: o “Grau de Investimento” que começa na
melhor escala 1 e termina na escala 10, ou seja, do triplo A (AAA) até o triplo B menos (BBB-); o “Grau Especulativo”, da escala 11 a 19,
ou seja, do duplo B (BB) até o triplo C (CCC) e, por último, o “Grau de Incapacidade de Pagamento ou Default”, da escala 20 a 24, ou seja,
do duplo C, CC, até a escala D. Nos três conjuntos de níveis de escala de risco, países são agrupados em faixas de acordo com fatores e
variáveis macroeconômicas, microeconômicas, políticas e sociais. Quem faz o agrupamento? As agências de classificação de risco,
entidades estas com fins lucrativos e amplamente reconhecidas pelo mercado financeiro e de capitais. E por quê o Brasil teve a sua nota de
crédito rebaixada de BBB para BBB-, escala 9 para 10? Porque praticamente todos os indicadores inseridos em modelos que medem o
nível de risco resultaram em pioras consideráveis. Em especial, comparam-se os indicadores do Brasil de hoje com o Brasil do passado
recente e projetam-se perspectivas dinâmicas sobre a capacidade de pagamento do país no curto, médio e longo prazo dos títulos públicos
emitidos pela economia. E cada faixa de risco soberano exibe um padrão, ainda que não homogêneo, de indicadores de países. E que
indicadores foram mais importantes para definir a nova nota de crédito soberana do Brasil? Quando passamos a lupa nos fatores
macroeconômicos observamos que ouve deterioração do superávit fiscal primário, deterioração do déficit em conta corrente como
proporção do PIB, deterioração da taxa de poupança sobre o PIB, deterioração da taxa de crescimento do PIB, aumento significativo na
taxa real de juros com aumento da inflação e da taxa de juros, deterioração da oferta de energia no país em relação a demanda, deterioração
das condições de consumo das famílias pelo baixo poder de compra dos salários e do endividamento sobre a renda real anual auferida,
queda dos indicadores de competitividade da indústria, queda na confiança e expectativas dos consumidores e empresários quanto à
macroeconomia, descoordenação entre política fiscal e monetária e, por fim, o baixo dinamismo do crescimento econômico. Pelos fatores
sociais, existem maiores probabilidades de aumento de protestos contra o governo e solicitações de mudanças drásticas na saúde, educação,
transporte, salários e qualidade de vida. Por fatores políticos, perdura-se a corrupção, o populismo, a Constituição antiga, velha e
ultrapassada, a deterioração de ideologias partidárias e condições institucionais inadequadas para o desenvolvimento da macroeconomia
estruturalista. Todas estas variáveis, em conjunto, determinam que o Brasil tenha hoje e nos próximos períodos (pelo menos 1 a 2 anos à
frente) menos condições de pagar dívidas emitidas aos credores do que em 2008, quando saiu do grau especulativo e juntou-se aos países
com grau de investimento. O fato é que a nota de crédito soberana do país permanece com Grau de Investimento, na fronteira com o Grau
Especulativo. Caímos quase 40 posições no ranking mundial de risco de crédito soberano. Isto significa que o rebaixamento adicional e que
pode ocorrer em 2015, fará com que o Brasil deixe uma zona de conforto para captar recursos e migre para a zona especulativa. E para
completar, por quê a nota não foi merecida? Porque o Brasil com os indicadores atuais, na minha opinião, deveria estar na escala 11 de
risco soberano, ou seja, a primeira escala do Grau Especulativo. As condições se deterioram e para lembrar vocês, caros leitores, quando o
país voltar a ter o Grau Especulativo, grandes fundos de investimentos soberanos, pelos seus regulamentos, deverão se desfazer
rapidamente dos títulos públicos que estão nesta condição. Preço dos títulos de renda fixa e ações diminuem, liquidez da economia diminui,
preço dos imóveis inflados diminui e a macroeconomia se ajusta com taxas de juros mais altas e mais desemprego.
OPINION ABOUT THE NEW CREDIT RATING OF BRAZIL
Earlier in the week the S&P downgraded the sovereign credit rating of Brazil from BBB to BBB-, and too 13 financial institutions . But
what's sovereign credit rating and why, in my opinion, the new note has not deserved to Brazil? There are currently 24 scales of sovereign
credit risk , divided into three sets of risk: "Investment Grade" beginning on best scale 1 and ends on scale 10, i.e., the triple A (AAA ) to
triple B minus (BBB-), the "Speculative Grade" scale 11 to 19 , ie , the double- B ( BB ) to the triple C ( CCC ) and, finally , the "Degree of
Disability Payment or Default" scale 20-24 , i.e., the double-C, CC, until the scale D. In the three sets of levels of risk scale, countries are
grouped according to factors and macroeconomic, microeconomic, political and social variables. Who makes the grouping ? The risk rating
agencies, these for-profit entities and widely recognized by the financial and capital markets. And why Brazil had its credit rating
downgraded from BBB to BBB-, range 9 to 10? Because virtually all indicators embedded in models that measure the level of risk resulted
in considerable worsening. In particular, compare the indicators of Brazil today with Brazil 's recent past and are projected dynamic
perspectives on the repayment capacity of the country in the short, medium and long-term government bonds issued by the economy. And
each track displays a sovereign default risk, although not homogeneous, indicators of countries. And what were the most important
indicators to define the new sovereign credit rating of Brazil? When we move the magnifying glass in the macroeconomic factors that hears
observed deterioration in the primary fiscal surplus, deterioration of the current account deficit as a proportion of GDP deterioration in the
savings rate on GDP, decay rate of GDP growth, significant increase in the real rate of interest with rising inflation and interest rates,
deterioration of the energy supply in the country in relation to demand, deterioration of household consumption by the low purchasing
power of wages and debt accrued on the annual real income falling indicators competitiveness of the industry, decline in trust and
expectations of consumers and entrepreneurs regarding the macroeconomy , mismatch between fiscal and monetary policy and, finally, the
low dynamism of economic growth. By social factors, is more likely to increase in anti-government protests and requests for drastic
changes in health, education, transport, wages and quality of life. By political factors, lasts up corruption, populism, ancient, old and
outdated Constitution, the deterioration of party ideologies and inadequate institutional conditions for the development of structuralist
macroeconomics. All these variables together determine that Brazil has today and in the near term (at least 1-2 years ahead ) less able to
repay debts to creditors issued than in 2008, when he left the speculative grade and joined the countries with investment grade. The fact is
that the sovereign credit rating of the country remains investment grade, on the border with Speculative Grade. Fell almost 40 positions in
the world ranking of sovereign credit risk. This means that additional drawdown may occur and 2015, causes the Brazil leave a comfort
zone and migrate to raise money for speculative zone. And to complete, why the note was not deserved? Because Brazil with current
indicators, in my opinion, should be in the range of 11 sovereign risk, i.e., the first stop of the Speculative Grade. Conditions deteriorate
and to remind you, dear readers, when the country back to a Speculative Grade, large sovereign wealth funds, by its regulations, should
quickly dispose of the bonds in this condition. Prices of fixed income and equity decrease, liquidity of the economy decreases, prices
inflated property decreases and macroeconomics fits with higher interest rates and higher unemployment.
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