Histórias: OBRAS DA
COLEÇÃO DE SERRALVES
Histories: Works from the
Serralves Collection
29 MAI mAY — 21 SET SEP 2014
EXPOSIÇÕES EXHIBITIONS
Inauguração oficial OFFICIAL OPENING: 27 JUN 2014
Amalia Pica, A ∩ B ∩ C (line), 2013. 72 formas em acrílico colorido e performance ocasional 72 coloured acrylic shapes and occasional
performance. Col. Coll. Fundação de Serralves — Museu de Arte Contemporânea, Porto. Fotografia Photo: Cortesia Courtesy Herold St, London
Português
English
Histórias:
Obras da Coleção de Serralves
Assinalando o 15.º aniversário da abertura do Museu de Arte Contemporânea de
Serralves, “Histórias” propõe uma nova reflexão sobre a Coleção de Serralves e a criação artística no século XXI. Apresentada no
Museu, na Casa e no Parque de Serralves, a
exposição sugere três perspetivas interrelacionadas sobre a Coleção.
A exposição no Museu destaca o papel central da narrativa na produção artística dos
nossos dias, incluindo obras recentemente
incorporadas na Coleção juntamente com
trabalhos da autoria de artistas que se prevê venham a integrá-la no futuro. Na Casa
de Serralves serão apresentadas obras datadas de meados dos anos 1960 a meados dos
anos 1970, a década fundadora da Coleção
de Serralves. A instalação temporária de
obras da Coleção no Parque de Serralves
pretende estimular um renovado diálogo
das mesmas com os jardins e as esculturas
aí permanentemente instaladas.
Desenrolando-se em cinco momentos cruzados dedicados à pintura, à fotografia, ao
filme, à escultura e à performance, a exposição no Museu aborda questões situadas
na confluência entre história e memória,
identidade e cultura, realidade e ficção.
Subsidiárias de práticas discursivas da arte
conceptual e dos formalismos do modernismo, do minimalismo e do pós-minimalismo,
as obras expostas relevam também de outras histórias e convenções visuais que
suscitam novas ideias e novas questões.
Narrativas visuais encenadas oscilam entre
relatos da vida real e enredos ficcionados,
onde a história pessoal e a ordem do dia se
fundem, a suposição e o rumor contaminam
factos históricos e a experiência subjetiva
se conforma às estratégias organizativas do
arquivo. Em algumas obras, os artistas apropriam-se de formas estéticas preexistentes
— do simbolismo arcaico ao racionalismo
modernista — para abordar questões relativas ao valor e à autenticidade. Noutras, referentes visuais como a abstração indiciam ou
integram práticas artísticas questionadoras
dos modos como a cultura impregna e afeta
a forma como vemos e vivemos o mundo.
Desdobrada em duas etapas sucessivas, a
exposição está patente na ala esquerda do
Museu a partir de 29 de maio e na galeria
central do Museu, no Parque e na Casa a
partir de 27 de junho.
Corredor
Suspensa no corredor que dá acesso às galerias, Research Platform [Plataforma de investigação] (2005), de Liam Gillick, designa
uma zona de atividade delimitada pela luz
ténue de cor vermelha que irradia da estrutura em forma de grelha. A forma abstrata,
associada a uma função conceptual de pesquisa, alude tanto ao design modernista e à
arte minimalista como a antigos modelos de
eficácia racional característicos das indústrias empresariais do século XX. Para Gillick,
é através do reconhecimento da linguagem
desses modelos que podemos chegar a novas formas de autodeterminação coletiva.
I.
Nesta primeira sala da exposição são apresentadas pinturas e obras relacionadas com
uma prática pictórica. Os trabalhos, datados
de 1986 a 2013, têm em comum a atenção
à figura humana. As convenções do retrato
são evidentes em Director [Diretor] (2005),
de Wilhem Sasnal, e nos desenhos de
Nedko Solakov Enlightened by the Decisions
[Iluminados pelas decisões] (1986), realizados na Sófia da era comunista no ano do desastre nuclear de Chernobyl. May 21, 1987 [21
de maio de 1987] (1987), de On Kawara, é um
retrato conceptual do artista que atesta a
sua existência através da apresentação factual de um determinado dia a uma determinada hora. Na sua pintura/colagem Catálogo
(1998), Albuquerque Mendes compõe, a partir de figuras recortadas do catálogo de um
grande armazém e de revistas policiais, uma
paisagem urbana de cariz surrealista habitada pela imagem dupla de um homem e a
figura destacada de um polícia, protagonistas de um episódio obscuro de uma história
desconhecida.
Camadas de história e tradições associadas são abordadas nas pinturas Petrus &
Paulus (1998), de Luc Tuymans, e Niebieski
Ptak (Jan Dorman wg M. Maeterlincka
1963) [O pássaro azul (Jan Dorman segundo M. Meaterlinck 1963)] (2013), de Paulina
Olowska, ambas inspiradas nas ações encenadas do teatro. Embora separados por
várias gerações e oriundos de geografias
diferentes (a Bélgica e a Polónia respetivamente), tanto Tuymans como Olowska
estendem as suas narrativas pictóricas a
objetos visuais tridimensionais. Em Sem
título (1995), de Paula Rego, Flashlight in
Mouth [Lanterna na boca] (2013), de Tala
Madani, e Some Distance from Now [A alguma distância de agora] (2013), de Lynette
Yiadom-Boakye, personagens fictícias são
reproduzidas com uma atenção ao realismo
próxima dos quadros dos velhos mestres. A
relação com a figura humana em Alhambra
Motifs I [Motivos de Alhambra I] (2013), de
Lucy McKenzie, é sugerida pela escala arquitetónica da pintura e pela referência à decoração islâmica inspirada pelo antigo palácio
árabe na Andaluzia. Esses temas da tradição
e das artes decorativas, e a sua relação com
a identidade coletiva, também ecoam na
escultura em cerâmica vidrada de Paulina
Olowska (Fryzjer [Cabeleireiro], 2013).
II.
Neste grupo de galerias, são expostos trabalhos fotográficos e fílmicos da autoria de
Walid Raad, Jimmie Durham, Jorge Molder,
Paulo Nozolino e Tacita Dean. Com uma
estrutura narrativa que a aproxima do cinema, cada obra ou série de obras encerra o
seu próprio enredo. No caso de Preface to
the Seventh Edition­_I­—VI [Prefácio à sétima
edição_I–VI] (2012), de Walid Raad, a narrativa é discursiva, diretamente alusiva à lógica
organizadora da história da arte tal como
ela é aplicada na esteira de uma emergente
consciência histórica da arte no mundo árabe. Jimmie Durham, por seu turno, usa a fotografia simultaneamente como documento
— do rescaldo de uma ação por si executada
— e como uma espécie de adereço ou peça
de mobiliário com uma escala que evoca a
do interior doméstico onde o acontecimento
supostamente teve lugar. Tiradas num café
de Lisboa, as 25 fotografias a preto e branco
da icónica série “Waiters” (1986), de Jorge
Molder, levam a ideia de teatro numa direção
mais cinemática, sugerindo um romance ou
um conto policial.
Na série de fotografias a preto e branco Fim
(Série “Macau”) (1999), Paulo Nozolino dá
forma expressiva ao género documental,
oferecendo um panorama da antiga colónia
portuguesa antes da sua transferência para
a China. Aqui, marinhas e figuras de pessoas
e animais mortos são mostradas por entre
sombras de um negro aveludado e cinzentos
esfumados, numa meditação breve sobre a
vida e a morte e a passagem do tempo. O
tempo é também central na reflexão fílmica
de Tacita Dean Bubble House [Casa-bolha]
(1999), que reúne a pesquisa da artista sobre uma história — a do marinheiro Donald
Crowhurst, cujo navio encalhou na ilha caribenha de Cayman Brac — ao mesmo tempo que interseta uma outra, em torno das
ruínas de uma casa concebida para resistir
a furacões mas abandonada aos elementos
antes de terminada.
III.
A série de fotografias de Simon Starling The
Pink Museum [O museu cor-de-rosa] (2001)
e a instalação de vídeo e filme de Akram
Zaatari Letter to a Refusing Pilot [Carta a
um piloto que se recusou] (2013) partilham
um interesse pelo arquivo quer como fonte
primária quer como processo de recolha,
organização e apresentação de informação.
Em ambas as obras, os mecanismos da representação fotográfica são evidentes, tal
como o é a referência à história. No caso
de Starling, essa história está ligada a uma
série de encontros do artista com a Casa de
Serralves e o Museu Militar do Porto e a sua
coleção. Na instalação de Zaatari, uma extensa narrativa de um conflito — neste caso,
o que afeta o Líbano, de onde o artista é natural — é reenquadrada através da biografia
e da memória pessoais. A imagem arquivística assume outras dimensões no uso que
Sanja Ivekovic e Haris Epaminonda fazem de
fotografias encontradas. A utilização pioneira da imagem fotográfica por Ivekovic, neste
caso uma fotografia retirada de um jornal de
Zagrebe, comenta o papel da representação
no controlo do espaço público. De uma geração mais jovem, Epaminonda produz uma
imagem polaroide de uma das pirâmides de
Gizé (2008) que exibe a pátina do tempo,
tanto no seu registo efémero como na evocação de viagens realizadas e vidas vividas.
IV.
Nesta galeria a forma e os materiais escultóricos adquirem um potencial expressivo
imbuído de histórias do passado, que vão
da arquitetura modernista ao Holocausto
e à diáspora pós-colonial. Estados de mobilidade e fluxo estão presentes nos métodos e materiais usados pelos artistas cujo
trabalho é aqui apresentado bem como na
transmissão de valores, da tradição aos
mecanismos de intercâmbio económico e financeiro. As esculturas de parede e chão de
Leonor Antunes lembram não só as formas
repetidas da escultura minimalista como as
texturas táteis e o pormenor da atividade
artesanal. A sensação tátil é também um aspeto da escultura adaptável de Franz West,
destinada a encorajar a interação física e
a autoexpressão. Do mesmo modo, Vasco
(1998), de Ana Jotta, uma peça de pano
azul evocadora do gesto de secar as mãos,
está coberta de meditações serigrafadas
e elementos gráficos livremente associados. Os materiais têm um peso e proporções que remetem para o corpo humano em
2(270 x 90 x 8), Ø 0.8 x 927, 101 x 41 x 12, 3(Ø 12)
(1994), de Mirosław Bałka, cujas superfícies
de ferro enferrujado evocam também a passagem do tempo e a ausência. Para Danh Võ,
o peso e a forma dos seus Ingots [Lingotes]
(2012) de cobre são diretamente traduzíveis
em processos de permutação, enquanto a
natureza aparentemente provisória de uma
caixa de cerveja Budweiser — uma icónica
marca americana — que foi gravada a folha
de ouro na Tailândia, e onde o título da canção pós-punk epónima da obra foi manuscrito pelo pai do artista, representa um nexo de
fluxos e intercâmbios culturais.
V. (A partir de 27 de junho)
Nesta galeria, a abstração como referência
histórica torna-se um veículo para a animação e a participação enquanto meios para
construir modos alternativos de perceção.
A ∩ B ∩ C (line) [A ∩ B ∩ C (linha)] (2013), de
Amalia Pica, propõe a abstração num conjunto improvisado de quadros-vivos produzidos em tempo real diante do público. Haegue
Yang convida os espectadores a tornarem-se atores e ao mesmo tempo produtores
de paisagens sonoras imprevisíveis com as
suas “Rotating Geometries” [Geometrias
rotativas] (2013). Os modelos de Charlotte
Posenenske para Prototype Series B Relief
[Protótipo série B relevo] (1967) apontam
para a promessa de uma nova forma de
escultura capaz de desempenhar um papel
mais ativo em relação ao espaço público coletivo. Em todas estas obras, pontos de vista
singulares dão lugar a perspetivas múltiplas.
22
21
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6
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34
5
4
3
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2
1
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15
Entrada para a exposição
Entrance to the exhibition
17
Livraria Bookshop
18
35
Entrada para o Museu
Entrance to the Museum
Piso 3 3rd Floor
25
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26
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28
28
31
26
24
29
24
30
Piso 1
1st Floor
Piso 3 3rd Floor
1. Liam Gillick
Research Platform [Plataforma de investigação], 2005
2. On Kawara
May 21, 1987 [21 de maio de 1987], 1987
3. Paulina Olowska
Niebieski Ptak (Jan Dorman wg M. Maeterlincka 1963)
[O pássaro azul (Jan Dorman segundo M. Meaterlinck
1963), The Blue Bird (Jan Dorman after M. Maeterlinck
1963)], 2013
21. Haris Epaminonda
Untitled #482 [Sem título n.º 482], 2008
22. Sanja Iveković
Novi Zagreb (Ljudi iza prozora) [Nova Zagreb (pessoas
por trás das janelas New Zagreb (People Behind the
Window)], 1979
Piso 1 1st Floor
23. Danh Võ
17.01.1980, 2010
4. Wilhem Sasnal
Director [Diretor], 2005
24. Leonor Antunes
‘avoiding the mistral wind’ [“evitando o vento
mistral”], 2009
5. Luc Tuymans
Petrus & Paulus, 1998
25. Danh Võ
Ingots [Lingotes], 2012
6. Luc Tuymans
Oberammergau, 1999
26. Leonor Antunes
‘a spine wall supressed all draughts’ [“uma parede
mestra suprimiu todas as correntes de ar”], 2009
7. Paula Rego
Sem título [Untitled], 1995
8. Tala Madani
Flashlight in Mouth [Lanterna na boca], 2013
9. Lynette Yiadom-Boakye
Some Distance from Now [A alguma distância de
agora], 2013
10. Lucy McKenzie
Alhambra Motifs I [Motivos de Alhambra I], 2013
11. Albuquerque Mendes
Catálogo [Catalogue], 1998
12. Nedko Solakov
Enlightened by the Decisions [Iluminados pelas
decisões], 1986
13. Paulina Olowska
Fryzjer [Cabeleireiro Hairdresser], 2013
14. Walid Raad
Preface to the Seventh Edition­_I­–VI [Prefácio à sétima
edição_I–VI], 2012
27. Franz West
Ohne Titel (Passstück) [Sem título (Peça ajustável)
Untitled (Adjustable Piece)], 1998
28. Leonor Antunes
‘paving stones across the garden’ [“pavimento
disperso pelo jardim”], 2009
29. Danh Võ
Fabulous Muscles [Fabulosos músculos], 2013
30. Ana Jotta
Vasco, 1998
31. Mirosław Bałka
2(270 x 90 x 8), Ø 0.8 x 927, 101 x 41 x 12, 3(Ø 12), 1994
32. Amalia Pica
A ∩ B ∩ C (line) [A ∩ B ∩ C (linha)], 2013
(a partir de 27 de junho From 27 June)
33. Charlotte Posenenske
Prototype Series B Relief [Protótipo série B relevo], 1967
(a partir de 27 de junho From 27 June)
15. Jimmie Durham
Time heals all wounds [O tempo cura todas as feridas], 1995
34. Haegue Yang
Sonic Rotating Geometry Type D — Nickel Plated # 16
[Geometria rotativa sónica tipo D — niquelada n.º 16], 2013
16. Jorge Molder
“Waiters”, 1986
Sonic Rotating Geometry Type D — Nickel Plated # 17
[Geometria rotativa sónica tipo D — niquelada n.º 17], 2013
17. Paulo Nozolino
Fim (Série “Macau”) [End (‘Macau’ series)], 1999
18. Tacita Dean
Bubble House [Casa-bolha], 1999
19. Simon Starling
The Pink Museum [O museu cor-de-rosa], 2001
20. Akram Zaatari
Letter to a Refusing Pilot [Carta a um piloto que se
recusou], 2013
Sonic Rotating Geometry Type E — Nickel Plated # 18
[Geometria rotativa sónica tipo E — niquelada n.º 18], 2013
Sonic Rotating Geometry Type F — Nickel Plated # 19
[Geometria rotativa sónica tipo F — niquelada n.º 19] , 2013
(a partir de 27 de junho From 27 June)
35. Tino Sehgal
This is New [Isto é novo], 2003
(a partir de 27 de junho From 27 June)
Histories
Works from the Serralves Collection
Marking the 15th anniversary of the opening
of the Serralves Museum of Contemporary
Art, ‘Histories’ invites fresh thinking around
the Serralves Collection and art making in
the twenty-first century. Presented in the
Serralves Museum, Villa and Park, the exhibition proposes three interrelated views
of the Collection.
The exhibition in the Serralves Museum
highlights the importance of narrative in recent art making, and includes recent acquisitions together with works by artists planned
for the Collection in the future. Works dating from the mid-1960s to the mid-1970s —
the historically foundational decade for the
Serralves Collection — will be presented in
the Serralves Villa. In the Serralves Park, the
installation of works from the Collection is
intended to stimulate renewed dialogue with
the gardens and their permanently sited
sculptures.
In the Museum, the exhibition is organized
according to five intersecting moments devoted to painting, photography, film, sculpture and performance that address themes
of history and memory, identity and culture,
truth and fiction. While indebted to the
discursive practices of conceptual art and
the formalisms of modernism, minimalism
and post-minimalism, the works in the exhibition also draw upon other histories and
visual conventions that express new ideas
and pose new questions. Staged visual narratives shift between real-life accounts and
imaginary tales, personal stories merge with
current events, historical facts are blurred
by supposition and hearsay, and subjective
experience is submitted to the organizing
strategies of the archive. In certain works,
artists appropriate aesthetic forms, from
archaic symbolism to modernist rationalism, to articulate questions of value and authenticity. In others, visual referents such as
abstraction become markers or elements of
performed actions, questioning the ways in
which culture is embodied and impacts on
how we see and act in the world.
Unfolding in two successive stages, the exhibition is presented in the galleries of the
left wing of the Museum from 29 May and
in the Museum’s central gallery and the
Serralves Park and Villa from 27 June.
Entrance
As you enter the Museum galleries, Liam
Gillick’s Research Platform (2005) designates a zone of activity, its grid-like structure creating a diffusely radiating set of
primary colours. Its abstract form, linked to
a conceptual function of research, alludes
both to modernist design and minimal art
and to past models of rational efficiency
characteristic of twentieth-century corporate
industries. For Gillick, it is through recognizing the language of these models that
we might arrive at new forms of collective
self-determination.
I.
Painting and works relating to painterly
practices are presented in this first room of
the exhibition. The works, dating from 1986
to 2013, share an attention to the human figure. The conventions of portraiture are evident in Wilhem Sasnal’s Director (2005), and
in Nedko Solakov’s drawings, Enlightened by
the Decisions (1986), made in communistera Sofia the year of the Chernobyl Nuclear
Disaster. On Kawara’s May 21, 1987 (1987) is a
conceptual portrait of the artist that attests
to his existence through the factual presentation of a particular day at a particular time.
In the Surrealist-like city scape populated by
the double image of a man and the looming
figure of a policeman, Albuquerque Mendes
suggests a dark episode in an unknown
history with his painting-collage Catálogo
[Catalogue] (1998), composed from figures
cut out from department store catalogues
and crime magazines.
Layers of history and related traditions are
addressed in the paintings by Luc Tuymans
(Petrus & Paulus, 1998) and Paulina
Olowska (Niebieski Ptak (Jan Dorman wg
M. Maeterlincka 1963) [The Blue Bird (Jan
Dorman after M. Maeterlinck 1963)] (2013),
which draw upon the staged actions of theatre.
While several generations apart, Belgian
Tuymans and Polish-born Olowska also extend their painterly narratives into threedimensional visual objects. In Untitled (1995)
by Paula Rego, Flashlight in Mouth (2013) by
Tala Madani and Some Distance from Now
(2013) by Lynette Yiadom-Boakye, fictional
characters are rendered with an attention
to realism akin to that of old-master paintings. The relationship to the human figure in
Lucy McKenzie´s Alhambra Motifs I (2013) is
suggested in its architectural scale and the
reference to Islamic decoration inspired by
the former Arab palace in Andalucía, Spain.
These themes of tradition and craft and
their relationship to collective identity also
resonate in Paulina Olowska’s glazed ceramic sculpture (Fryzjer [Hairdresser], 2013).
II.
Works of photography and film by Walid
Raad, Jimmie Durham, Jorge Molder, Paulo
Nozolino and Tacita Dean are presented in
this suite of galleries. Each work or series of
works contains a specific story line. In this
respect, their narrative structures also elide
with those of cinema. In the case of Walid
Raad’s Preface to the Seventh Edition I–­VI
(2012) narrative is discursive, alluding to the
organizing logic of art history as it is applied
in the wake of an emergent art historical
consciousness in the Arab world. Jimmie
Durham, on the other hand, uses photography as both a document — of the aftermath
of an action performed by the artist — and a
type of prop or furniture, its scale evoking
that of the domestic interior in which the
event supposedly took place. Jorge Molder’s
iconic ‘Waiters’ series (1986) takes the idea
of theatre in a more cinematic direction with
his 25 black and white photographs taken in
a Lisbon café suggesting a mystery novel or
detective story.
In his series of black and white photographs
Fim (Série “Macau”) (1999), Paulo Nozolino
gives expressive form to the documentary genre, offering a view of the former
Portuguese colony prior to its hand-over to
China. Here seascapes, and figures of peoples and slaughtered animals are revealed
coming amidst shadows of velvety black and
dusty greys, in a fugitive rumination on life
and death and the passing of time. Time is
also central to Tacita Dean’s filmic meditation Bubble House (1999), that connects
the artist’s research into one story — that of
the sailor Donald Crowhurst whose ship run
aground on the Caribbean island of Cayman
Brac — while stumbling upon another in the
form of the ruin of a house designed to resist hurricanes but that was not completed
before being abandoned to the elements.
III.
Simon Starling’s series of photographs The
Pink Museum (2001) and Akram Zaatari’s
film and video installation Letter to a
Refusing Pilot (2013) share an interest in the
archive, both as primary material and as a
means of collecting, organizing and presenting information. In both works, the mechanisms of photographic representation are
evident, as is the reference to history. In the
case of Starling, this history is bound to a
series of encounters by the artist with the
Serralves Villa and the Military Museum of
Porto and its collection. In Zaatari’s installation, a grand narrative of a conflict — in this
case, the one afflicting the artist’s native
Lebanon — is reframed through personal
biography and recollection. The archival image takes on other dimensions in the use of
found photographs by Sanja Iveković and
Haris Epaminonda. Iveković’s pioneering use
of the photographic image, in this case a picture taken from a Zagreb newspaper, comments on the role of representation in the
control of public space. Of a younger generation, Epaminonda produces a Polaroid image
of one of the pyramids at Gizeh (2008) that
carries the veneer of time, both in its fleeting registration and in its evocation of journeys made and lives lived.
IV.
In this gallery, sculptural form and materials
take on an expressive potential imbued
with past histories, spanning from modernist architecture to the Holocaust and postcolonial diaspora. States of mobility and flux
are present in the methods and materials
used by the artists whose work is presented,
and in the transmission of values, from tradition to mechanisms of economic and financial exchange. The wall- and floor-based
sculptures of Leonor Antunes bring to mind
both the repeated forms of minimalist sculpture and the tactile textures and detail of
artisanal activity. The sensation of touch
is also a feature of Franz West’s adaptive
sculpture, intended to encourage physical
interaction and self-expression. Similarly,
Ana Jotta’s Vasco (1998), a roll of blue towel
meant to evoke the gesture of drying one’s
hands, is inscribed with silkscreened musings and graphic elements freely associated.
Materials have a weight and proportions that
refer to the human body in Mirosław Bałka’s
2(270 x 90 x 8), Ø 0.8 x 927, 101 x 41 x 12.3 (Ø 12)
(1994), their rusting iron surfaces also evoking the passage of time and absence. For
Danh Võ, the weight and form of his copper Ingots (2012) are directly translatable
into processes of exchange, whereas the
seemingly provisional nature of a box for
Budweiser beer — an iconic American brand
— that has been imprinted with gold leaf in
Thailand and inscribed with the title of the
work’s eponymous post-punk musical lyrics hand-painted by his father, embodies a
nexus of cultural flows and exchange.
V. (From 27 June)
In this gallery, abstraction as a historic reference becomes a vehicle for animation and
participation as a means to construct alternative modes of perception. Amalia Pica’s
A ∩ B ∩ C (line) (2013) proposes abstraction
as a set of improvised tableaux produced in
real time before an audience. Haegue Yang
invites spectators to become players and at
the same time producers of unpredictable
soundscapes with her ‘Rotating Geometries’
(2013). Charlotte Posenenske’s Prototype
Series B Relief (1967) point to the promise
of a new form of sculpture that can play a
more active role in relation to collective public space. In all of these works, singular viewpoints give way to multiple perspectives.
Encontros na exposição Guided visits
18 JUL 2014, 19h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
com a artista by artist Leonor Antunes
10 SET SEP 2014, 17h30 | Parque Park
com a artista by artist Luisa Cunha
27 JUL 2014, 12h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
com a contadora de histórias by storyteller
Carla Pinto
Visitas guiadas Guided tours
07 JUN 2014 15h00—16h00 | Galerias do
Museu Museum Galleries
para Amigos de Serralves, pela curadora
do Museu de Serralves for Members, by
Serralves Museum Curator Marta Moreira
de Almeida
08 JUN 12h00—13h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
por by Raquel Sambade
28 JUN 2014 15h00—16h00 | Parque e
Casa Park and Villa
para Amigos de Serralves, pela curadora
do Museu de Serralves for Members, by
Serralves Museum Curator Marta Moreira
de Almeida
14 JUN 16h00—17h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
por by Raquel Sambade (inglês English)
15 JUN 12h00–13h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
por by Rita Roque
05 JUL 16h00—17h00 | Galerias do Museu
Museum Galleries
por by Rita Martins (inglês English)
05 JUL 17h00—18h00 | Casa Villa
por by Rita Martins
13 JUL 12h00–13h00 | Parque Park
por by Rita Roque
06 AGO AUG 16h00—17h00 | Galerias do
Museu Museum Galleries
por by Rita Martins (inglês English)
06 AGO AUG 17h00—18h00 | Galerias do
Museu Museum Galleries
por by Rita Martins
31 AGO AUG 12h00–13h00 | Casa Villa
por by Rita Roque
05 SET SEP 18h30–19h30 | Galerias do
Museu Museum Galleries
por by Ricardo Nicolau, adjunto da Diretora
do Museu de Serralves Deputy to the
Museum Director
13 SET SEP 16h00—17h00 | Galerias do
Museu Museum Galleries
por by Rita Roque (inglês English)
13 SET SEP 17h00—18h00 | Casa Villa
por by Rita Roque
21 SET SEP 12h00–13h00 | Galerias do
Museu Museum Galleries
por by Raquel Sambade
28 SET SEP 12h00—13h00 | Parque Park
por by Raquel Sambade
Oficinas Workshops
21 JUN 15h00—18h00 | Sala do Serviço
Educativo Education Room
Colecionadores de Memórias Collectors of
Memories
Oficina para famílias por Family workshop
by Raquel Sambade e and Rita Roque
07 JUL—10 JUL 15h00–18h00 | Casa Villa
Histórias na Rádio Histories Broadcasted
por by Rádio Manobras e Serviço
Educativo da Fundação de Serralves and
Serralves Education Service
mais informações em more information at
www.serralves.pt
Exposição comissariada por Suzanne Cotter, Diretora do Museu
de Arte Contemporânea de Serralves, assistida pelas curadoras
do Museu de Serralves curators Marta Almeida e Filipa Loureiro
Investigação curatorial de Catarina Rosendo
Arquitetura da exposição de Ana Maio
Registo: Daniela Oliveira, Helena Abreu
Instalação: Nuno Aragão, Rui Barbosa, António Bessa, João
Brites, Manuel Martins, Adelino Pontes, Carla Pinto, Lázaro Silva
Serviço educativo: Liliana Coutinho (coord.), Rita Martins, Rita
Roque, Raquel Sambade
‘Histories’ is curated by Suzanne Cotter, Director of the Serralves
Museum, assisted by Serralves Museum curators Marta Almeida
and Filipa Loureiro
Curatorial research by Catarina Rosendo
Exhibition design by Ana Maio
Registrars: Daniela Oliveira, Helena Abreu
Installation: Nuno Aragão, Rui Barbosa, António Bessa, João
Brites, Manuel Martins, Adelino Pontes, Carla Pinto, Lázaro Silva
Education: Liliana Coutinho (coord.), Rita Martins, Rita Roque,
Raquel Sambade
Mais informação sobre as obras expostas
More information about the works
in the exhibition can be found at
Apoio institucional
Institutional support
Projeto “Serralves — Património Classificado” cofinanciado por
‘Serralves — Património Classificado’ project co-financed by
Mecenas Exclusivo do Museu
e da Exposição
Exclusive Corporate Sponsor
of the Museum and of the
Exhibition
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Apoio Support: Sugestões & Opções — Catering de Eventos
Fundação de Serralves / Rua D. João de Castro, 210 . 4150-417 Porto / www.serralves.pt / [email protected] / Informações Information: 808 200 543
PARQUE Entrada pelo Largo D. João III (junto da Escola Francesa) PARKING Entrance by Largo D. João III (next to the French School )
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roteiro da exposição - Fundação de Serralves