Número de referência do documento de trabalho: ISO/PC 1 2 277 N 037 Data: 2014-06-06 Número de referência do documento: ISO/CD 3 4 18617.2 Secretaria: AFNOR / ABNT 5 Compras sustentáveis 6 Achats responsables 7 8 Aviso 9 10 Este documento não é uma norma internacional ISO. Ele é distribuído para fins de análise e comentário, está sujeito a alterações sem aviso prévio e não pode ser mencionado como sendo uma Norma Internacional. 11 12 13 Os destinatários desta minuta são convidados a submeter, com os seus comentários, notificação de quaisquer direitos de patentes relevantes de que tenham conhecimento e apresentar documentação comprobatória. 14 Tipo de documento: Norma internacional Etapa do documento: (30) Comitê Idioma original do documento: Inglês ISO/CD 18617.2 15 Notificação de direitos autorais 16 17 18 19 20 21 Este documento da ISO é uma minuta de trabalho ou minuta de comitê com direitos autorais protegidos pela ISO. 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Os infratores poderão ser processados. © ISO 2002 – All rights reserved ii ISO/CD 18617.2 34 Índice 35 1 Escopo ....................................................................................................................................................1 36 2 Referências normativas ........................................................................................................................1 37 3 Termos e definições ..............................................................................................................................1 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 4 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.3 4.4 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 Fundamentos .........................................................................................................................................4 Introdução aos fundamentos ...............................................................................................................4 O que são compras sustentáveis? ......................................................................................................4 Informações Gerais ...............................................................................................................................4 Princípios da responsabilidade social ................................................................................................4 Por que comprar de forma sustentável ...............................................................................................5 Integração da sustentabilidade à sua política de compras ...............................................................6 Informações gerais ................................................................................................................................6 Alinhamento da política de sustentabilidade organizacional e a abordagem de compras ...........6 Considerações-chave para compras sustentáveis ............................................................................9 Etapas-chave (de compras) e processo de materialidade ..............................................................10 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 5 5.1 5.2 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.3 5.3.1 5.3.2 5.3.3 5.3.4 5.3.5 5.3.6 5.4 5.5 Organização da função de compras no sentido de garantir a sustentabilidade ..........................11 Informações gerais ..............................................................................................................................11 Definição de prioridades .....................................................................................................................12 Capacitação de pessoas .....................................................................................................................16 Informações gerais ..............................................................................................................................16 Cultura organizacional ........................................................................................................................16 Gestão do desempenho ......................................................................................................................16 Desenvolvimento de competência .....................................................................................................17 Governança das compras ...................................................................................................................17 Informações gerais ..............................................................................................................................17 Grupos de governança ........................................................................................................................17 Responsabilização (Accountability) ..................................................................................................17 Procedimentos e sistemas .................................................................................................................18 Guias .....................................................................................................................................................18 Garantia ................................................................................................................................................18 Envolvimento .......................................................................................................................................18 Mensuração e melhoria do desempenho ..........................................................................................23 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 6 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4 6.2.5 6.3 6.3.1 6.3.2 6.3.3 6.3.4 6.4 6.4.1 6.4.2 6.4.3 6.4.4 6.4.5 6.5 6.5.1 Integração da sustentabilidade ao processo de compras ..............................................................27 Informações gerais ..............................................................................................................................27 Planejamento .......................................................................................................................................28 Informações gerais ..............................................................................................................................28 Avalie riscos e oportunidades ...........................................................................................................29 Analise necessidades .........................................................................................................................30 Analise o mercado de abastecimento ...............................................................................................31 Desenvolva uma estratégia de compras ...........................................................................................32 Especificações .....................................................................................................................................33 Informações gerais ..............................................................................................................................33 Tipos de especificação .......................................................................................................................33 Especificações obrigatórias e opcionais ..........................................................................................33 Certificação de terceira parte .............................................................................................................34 Seleção .................................................................................................................................................35 Informações gerais ..............................................................................................................................35 Pré-qualificação ...................................................................................................................................35 Licitação ...............................................................................................................................................37 Métodos de Avaliação .........................................................................................................................38 Seleção do fornecedor, negociação e contratação .........................................................................39 Gestão de contratos ............................................................................................................................40 Informações gerais ..............................................................................................................................40 © ISO 2002 – All rights reserved Page iii ISO/CD 18617.2 87 88 89 90 91 92 93 94 95 6.5.2 6.5.3 6.5.4 6.5.5 6.5.6 6.5.7 6.5.8 6.6 Garantir a qualidade do relacionamento com o fornecedor ........................................................... 40 Implementação de contratos .............................................................................................................. 40 Plano de gestão de contratos ............................................................................................................ 41 Gestão do desempenho e de relacionamentos ................................................................................ 41 Iniciativas conjuntas fornecedor/cliente ........................................................................................... 42 Falha do fornecedor ............................................................................................................................ 42 Descarte e gestão de resíduos........................................................................................................... 42 Revisão de contratos e lições aprendidas ........................................................................................ 43 © ISO 2002 – All rights reserved iv ISO/CD 18617.2 96 Prefácio 97 98 99 100 101 102 103 A ISO (Organização Internacional de Normalização) é uma federação mundial de organizações nacionais de normalização (organizações membros da ISO). O trabalho de elaboração de Normas Internacionais geralmente é realizado pelos comitês técnicos da ISO. Cada organização membro interessada em um assunto para o qual um comitê técnico tenha sido estabelecido tem o direito de ser representada no referido comitê. Organizações internacionais, governamentais e não governamentais também participam do trabalho em ligação com a ISO. A ISO colabora estreitamente com a Comissão Eletrotécnica Internacional (CEI) em todas as matérias relativas à normalização eletrotécnica. 104 As Normas Internacionais são elaboradas de acordo com as regras contidas nas Diretivas ISO/CEI, Parte 2. 105 106 107 108 A tarefa principal dos comitês técnicos é a de elaborar Normas Internacionais. Os projetos de Normas Internacionais adotados pelos comitês técnicos são distribuídos às organizações membros para votação. A publicação na forma de Norma Internacional requer a aprovação de pelo menos 75% das organizações membros com direito a voto. 109 110 111 Chama-se atenção para a possibilidade de que alguns dos elementos deste documento possam ser objetos de direito de patente. A ISO não assume responsabilidade pela identificação de todos esses direitos de patente ou de parte deles. 112 A ISO 18617 foi elaborada pelo Comitê de Projeto ISO/PC 277 – Compras Sustentáveis. 113 © ISO 2002 – All rights reserved v ISO/CD 18617.2 114 Introdução 115 116 117 118 119 120 A ISO 26000, que estabelece diretrizes universalmente reconhecidas sobre responsabilidade social, já está à disposição das organizações. A função de compras pode ser considerada um fator-chave e um verdadeiro elemento propulsor da implementação da responsabilidade social na governança das organizações. Ela oferece também uma oportunidade real para fortalecer o seu papel estratégico tanto interna como externamente e, assim, modificar fundamentalmente a gestão das relações com fornecedores e a avaliação do desempenho global. 121 122 123 124 Ainda há muitas barreiras ao desenvolvimento de iniciativas de compras sustentáveis, no nível tanto organizacional como estratégico. A globalização e mercados abertos muitas vezes levam as organizações a compartilhar as mesmas preocupações na esfera internacional, justificando, portanto, a necessidade de uma estrutura compartilhada de boas práticas para compras sustentáveis. 125 126 127 128 A situação energética atual e futura e a consciência coletiva dos impactos ambientais e suas consequências provocam reações que podem ser prejudiciais à imagem de uma organização. Esta norma deve incluir as várias dimensões de responsabilidade social e ambiental, envolvendo todas as partes interessadas relevantes e, mais especialmente, os fornecedores que, assim, se tornam atores de peso. 129 Este documento transversal será uma ferramenta valiosa para a consecução das seguintes metas principais: 130 • Promover e valorizar compras sustentáveis; 131 • Melhorar a comunicação entre prestadores de serviços e todas as partes interessadas; 132 • Promover relações mutuamente benéficas; 133 134 • Integrar à função de compras quaisquer restrições econômicas, bem como as diferentes dimensões da responsabilidade social, conforme descritas na ISO 26000; 135 • Ser global e aplicável a qualquer organização, seja ela pública ou privada; 136 137 • Facilitar o entendimento do conceito de "compras sustentáveis" e torná-lo acessível por meio de uma abordagem prática e operacional. 138 139 © ISO 2002 – All rights reserved vi 140 Compras sustentáveis 141 1 142 143 144 145 Esta Norma Internacional oferece orientação às organizações que integram o desenvolvimento sustentável às suas compras, independentemente do seu porte ou de sua atividade, conforme descrito na ISO 26000 Diretrizes sobre Responsabilidade Social. A Norma foi desenvolvida para atores envolvidos ou afetados por processos e decisões associados a compras. 146 2 147 148 149 Os seguintes documentos de referência são indispensáveis para a aplicação deste documento. No caso de referências datadas, somente a edição citada se aplica. Para referências não datadas, aplicar-se-á a última edição do documento mencionado (incluindo quaisquer alterações). 150 ISO 26000, Diretrizes sobre Responsabilidade Social Escopo Referências normativas 151 152 3 Termos e definições 153 Para os fins do presente documento, aplicam-se os termos e definições constantes da ISO 26000. 154 155 156 3.1 Direitos absolutos Em conformidade com os Direitos Humanos e direitos civis e políticos, econômicos, sociais e culturais. 157 158 159 3.2 Melhor oferta A ser preenchido 160 161 162 3.3 Ética comercial A ser preenchido 163 164 165 3.4 Rótulo Ecológico (Ecolabel) A ser preenchido 166 167 168 3.5 Declaração ambiental Declaração que indica os aspectos ambientais de qualquer bem/bens ou serviço(s). 169 [Fonte: ISO 15392:2008, definição 3.11] 170 171 172 3.6 Práticas comerciais justas A ser preenchido 173 174 175 3.7 Revisão intermediária (gateway review) A ser preenchido 176 177 178 3.8 Indicador Representação mensurável da condição ou situação de operações, gestão ou condições. 179 [FONTE: ISO 14031:2013, definição 3.15] ISO/CD 18617.2 180 181 182 183 3.9 Indicador-chave de desempenho (Key performance indicator - KPI) Indicador de desempenho considerado significativo por uma organização e que dá destaque e atenção a determinados aspectos. 184 [FONTE: ISO 14031:2013, definição 3.17] 185 186 187 3.10 Práticas trabalhistas A ser preenchido 188 189 190 191 3.11 Fornecedor de Nível 1 Os fornecedores de Nível 1 fornecem produtos ou serviços à empresa principal (por exemplo, um fabricante de equipamentos originais). 192 193 194 195 196 3.12 Fornecedor de Nível N Oganização que fornece um produto ou serviço a uma empresa cliente, a qual, por sua vez, é fornecedora de nível N-1 da organização 'principal'. O produto/serviço é empregado para produzir outro produto e/ou serviço fornecido à organização pelo fornecedor de nível 1 no final da cadeia. 197 198 199 A organização confia a outro fornecedor - e a seus eventuais subcontratados - parte de sua competência e expertise na cadeia de valor, transferindo a ele suas responsabilidades, em particular a responsabilidade pela política de compras responsáveis. 200 201 202 203 3.13 Análise do ciclo de vida Compilação e avaliação dos insumos (inputs), processos e produtos (outputs) e impactos ambientais potenciais do sistema de um produto ao longo do seu ciclo de vida. 204 [FONTE: ISO 140040:2006, definição 3.2] 205 206 207 3.14 Fornecedor local A ser preenchido 208 209 210 3.15 Matriz de maturidade A ser preenchido 211 212 213 3.16 Relações mutuamente benéficas A ser preenchido 214 215 216 3.17 Objetivo Resultado a ser alcançado. 217 218 219 3.18 Política Intenções e direção de uma organização, conforme formalmente expressas por sua alta diretoria. 220 221 222 3.19 Comprar A ser preenchido © ISO 2002 – All rights reserved ii ISO/CD 18617.2 223 224 225 226 227 3.20 Compras Função organizacional que inclui elaboração de especificações, análise de valor, pesquisa do mercado fornecedor, negociação, atividades de compra, gestão de contratos, controle, tráfego, recebimento e armazenagem de estoque. 228 [FONTE: ISM] 229 230 231 232 3.21 Responsabilidade Ser responsável, responsabilizado ou prestar contas por uma entidade, uma função, um sistema, um serviço de segurança ou uma obrigação. 233 [FONTE: ISO/TS 17574:2009, definição 3.20] 234 235 236 3.22 Risco Efeito ou incerteza. 237 238 239 3.23 Avaliação de riscos Processo global de identificação de riscos, análise de riscos e avaliação de riscos. 240 [FONTE ISO 31000:2009, definição 2.14] 241 242 243 3.24 Condições de trabalho satisfatórias A ser preenchido 244 245 246 3.25 Especificação Documento que estabelece requisitos. 247 [FONTE: ISO 17665-1:2006, definição 3.46] 248 249 250 3.26 Fornecedor Pessoa jurídica ou física que fornece um produto. 251 [FONTE: ISO 9000:2005, definição 3.3.6] 252 253 254 255 256 3.27 Sustentabilidade Estado do sistema global, incluindo aspectos ambientais, sociais e econômicos, em que as necessidades do presente são atendidas sem comprometer a capacidade de gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. 257 [FONTE: ISO/Guia 82:2014, definição 3.1] 258 259 260 3.28 Sustentável A ser preenchido 261 262 3.29 Compras sustentáveis 263 264 265 266 Processo pelo qual as organizações satisfazem suas necessidades de bens, obras e serviços de utilidade pública de uma forma que permita a obtenção de um bom custo-benefício com base no ciclo de vida, em termos da geração de benefícios não apenas para a organização, mas também para a sociedade e a economia, minimizando, ao mesmo tempo, danos ao meio ambiente. © ISO 2002 – All rights reserved iii ISO/CD 18617.2 267 [FONTE: Procuring the Future, 2006 (Plano Nacional de Ação do RU)] 268 4 269 4.1 270 271 272 273 A primeira seção desta norma foi desenvolvida para ser usada pela alta diretoria de uma organização na definição da estratégia e das políticas relativas a compras sustentáveis. Assim, serão considerados aspectos como o que são compras sustentáveis, as principais questões que levam uma organização a implementá-las e como integrar sustentabilidade a políticas de compras. 274 4.2 275 4.2.1 276 277 278 Implementar um sistema de compras sustentáveis significa, em termos gerais, garantir que os produtos e serviços adquiridos por uma organização produzam, na medida do possível, os menores impactos ambientais e os impactos sociais e econômicos mais positivos. 279 280 281 282 Como tal, um sistema de compras sustentáveis permite que uma organização atenda às suas necessidades de bens, serviços e obras, de uma forma que faça sentido em termos fiscais, com base em um ciclo de vida completo em termos da geração de benefícios não apenas para a organização, mas também para a sociedade e a economia, minimizando, ao mesmo tempo, os danos ao meio ambiente. 283 284 285 Compras sustentáveis se traduzem em boas aquisições e não devem ser vistas como uma meta abstrata, idealista, mas sim como um objetivo prático e viável para todas as organizações públicas ou privadas, independentemente da sua atividade ou seu porte. 286 287 Compras e suprimentos tornam-se aspectos essenciais quando uma organização considera requisitos de desenvolvimento sustentável, responsabilidade social e comércio justo e equitativo. 288 289 290 A esse respeito, a ISO 26000:2010 - Diretrizes sobre Responsabilidade Social - é uma referência importante para uma organização empenhada em implementar a Responsabilidade Social e, portanto, em melhorar sua contribuição para o desenvolvimento sustentável. 291 292 Cabe lembrar que responsabilidade social é a responsabilidade de qualquer organização pelos impactos sociais e ambientais resultantes de suas decisões e atividades. 293 294 295 Agir de forma socialmente responsável implica integrar critérios sociais, econômicos e ambientais a processos decisórios e aceitar a responsabilização pelos impactos de decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente. 296 4.2.2 297 De acordo com a ISO 26000, os princípios da Responsabilidade Social são os seguintes: Fundamentos Introdução aos fundamentos O que são compras sustentáveis? Informações Gerais Princípios da responsabilidade social 298 299 Responsabilização (accountability): uma organização deve ser responsabilizada por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente. 300 301 Transparência: uma organização deve ser transparente em suas decisões e atividades que têm impacto na sociedade e no meio ambiente. 302 Comportamento ético: uma organização deve se comportar de maneira ética. 303 304 Respeito aos interesses das partes interessadas: uma organização deve respeitar, considerar e responder aos interesses de suas partes interessadas. © ISO 2002 – All rights reserved iv ISO/CD 18617.2 305 306 Respeito ao Estado de Direito: uma organização deve aceitar que o respeito ao Estado de Direito é obrigatório. 307 308 309 Respeito às normas internacionais de comportamento: uma organização deve respeitar as normas internacionais de comportamento, aderindo, ao mesmo tempo, ao princípio do respeito ao Estado de Direito. 310 311 Respeito aos direitos humanos: uma organização deve respeitar os direitos humanos e reconhecer sua importância e universalidade. 312 4.3 Por que comprar de forma sustentável 313 314 315 316 317 A prática de compras sustentáveis é uma das maneiras pelas quais uma organização pode contribuir para o desenvolvimento sustentável. As organizações que adotam os princípios da Responsabilidade Social devem considerar a adoção de um processo de compras sustentáveis. Trata-se de uma prática que pode influenciar, entre outras coisas, a percepção do seu desempenho, particularmente em termos de imagem, vantagem competitiva e relações com suas partes interessadas. 318 319 320 A busca da sustentabilidade não deve ser considerada opcional e deve integrar o processo de compras. Além das normas legais, uma série de outras razões justifica a prática de compras sustentáveis. Essas razões podem ser resumidas em cinco principais indutores de negócios: 321 322 323 324 325 326 327 Indutores financeiros: obter economias operacionais por meio da aquisição de bens e serviços mais eficientes e/ou de melhor qualidade; minimizar o custo da eliminação de produtos no final de sua vida útil; ser mais exigente, desde o início, em relação a produtos de melhor qualidade e maior competitividade; intervir em toda a cadeia de valor e em toda a cadeia de abastecimento; desenvolver as capacidades do mercado e buscar inovação e competitividade. Alguns produtos que a princípio podem parecer mais caros são, numa análise mais detalhada, mais baratos ao longo do seu ciclo de vida. 328 329 330 331 332 333 334 Gestão de riscos: abordar as categorias de risco aplicáveis, ou seja, possibilidades de processos judiciais, passivos financeiros, exposições éticas/morais, (in)segurança de abastecimento, flutuações de preços e riscos associados a licenças de operação. A organização precisa também desenvolver um mapeamento de suas ameaças e oportunidades econômicas, legais, ambientais e sociais, além de políticas para gerenciá-las. Todos os impactos significativos relacionados à sustentabilidade devem ser identificados e tratados como parte de qualquer estratégia de gestão de riscos abrangente. 335 336 337 338 339 340 341 342 Compromissos e metas organizacionais: os compromissos e as metas da política de uma organização são a expressão da cultura, dos valores e da ética empresarial com base na qual a organização funciona. Isso demonstra a necessidade de formulação, por qualquer função de compras, de políticas que estejam em harmonia com a estratégia global da organização. Em outras palavras, os compromissos corporativos devem estar visíveis na política da organização (seja ela formalizada ou não) e na sua implementação operacional. Essa implementação deve estar refletida em suas práticas de compras (redução de pagamentos em atraso, desenvolvimento de produtos e serviços inovadores, etc.) 343 344 345 346 Resposta às expectativas crescentes das partes interessadas: as organizações e suas partes interessadas estão cada vez mais conscientes da importância da responsabilidade social e de questões de sustentabilidade. As organizações estão sendo cada vez mais pressionadas a considerar fatores ambientais e sociais e a implementar iniciativas sustentáveis. 347 348 349 350 351 352 Atratividade: o marketing pode servir como vetor para a incorporação da sustentabilidade às compras. Em termos de responsabilidade social e sustentabilidade, o desempenho de uma organização pode ter impactos na sua imagem, nas suas vantagens competitivas e na sua atratividade para clientes, empregados e investidores. Dar destaque à implementação de um sistema de compras sustentáveis pode, portanto, aumentar as vendas e atrair não apenas investidores, mas também novos talentos. © ISO 2002 – All rights reserved v ISO/CD 18617.2 353 354 355 Para a alta diretoria, essa abordagem desenvolve uma estrutura e uma comunicação consistente para as principais partes interessadas internas e externas. Isso deve ajudar a definir políticas, estratégias, planos de ação e iniciativas para compras sustentáveis. 356 4.4 357 4.4.1 358 359 360 A governança é uma força motriz essencial para compras sustentáveis, na medida em que permite à organização assumir a responsabilidade pelos impactos de suas decisões e atividades e considera a responsabilidade social tanto internamente quanto em termos de suas relações. 361 A governança pode ter impactos em quatro grandes áreas relativas a compras sustentáveis, a saber: Informações gerais 362 363 364 365 366 Integração da sustentabilidade à sua política de compras Formulação de uma política de compras sustentáveis, que deve estar inter-relacionada com a estratégia global, a política e os objetivos da organização e incorporar critérios de responsabilidade social e questões de sustentabilidade. OBS.: Em muitos casos, especialmente para PME, é possível que a estratégia global, a política e os objetivos da organização existam, mas não estejam formalmente documentados. 367 368 369 370 371 372 Integração estratégica e implementação de compras sustentáveis, cujos objetivos devem refletir o conceito de uma boa relação custo-benefício, ou seja, a avaliação do desempenho global, incluindo os custos e as receitas geradas, bem como a consecução de objetivos sociais, ambientais e sociais. Os objetivos devem permitir também o estabelecimento de relações mutuamente benéficas entre a organização e suas partes interessadas, tanto internamente (demais funções da organização) como externamente (fornecedores, governo, etc.). 373 374 375 376 377 Implementação operacional de compras sustentáveis, a começar com a introdução de uma estratégia e um plano de ação. Relatórios serão necessários para monitorar a atividade geral, analisar variações em relação aos objetivos definidos e buscar melhorias contínuas no funcionamento da política de compras sustentáveis. A estratégia e o plano de ação devem ser aplicados a toda a cadeia de abastecimento e abranger tanto fornecedores como subcontratados. 378 379 380 381 Comunicação responsável, porque a organização deve compartilhar seus compromissos, progressos e resultados. O objetivo é informar às suas partes interessadas o âmbito de aplicação das compras sustentáveis, dialogar e facilitar a implementação operacional do programa em parceria com os fornecedores, oferecendo-lhes orientação. 382 4.4.2 Alinhamento da política de sustentabilidade organizacional e a abordagem de compras 383 384 385 386 387 388 389 Uma organização geralmente tem visões e objetivos relacionados a desenvolvimento sustentável e responsabilidade social que constituem o que se pode chamar de uma política organizacional de sustentabilidade. Essa política organizacional de sustentabilidade geralmente é formalizada em um documento, que é uma declaração de intenções e uma direção assumida por uma organização expressa por sua alta diretoria. Em alguns casos – mais comuns nas PME - essa política não é formalizada. De uma forma ou de outra, essa política define as visões, as intenções e os compromissos da organização em relação à sustentabilidade ou à RS. 390 391 392 393 394 395 396 397 Quando uma organização tem uma política organizacional de sustentabilidade, uma consequência lógica de sua implementação é a inclusão da função de compras e, portanto, a implementação de processos de compras sustentáveis. No entanto, a primeira abordagem a questões relacionadas à responsabilidade social ou ao desenvolvimento sustentável de algumas organizações é a de se preocuparem com o que estão comprando. Nesses casos, a organização deve perceber que o envolvimento com compras sustentáveis implica conscientizar-se de sua responsabilidade pelos impactos sociais e ambientais de suas decisões e atividades. A implementação de uma política de sustentabilidade pode representar a expressão de como lidar com essas responsabilidades. © ISO 2002 – All rights reserved vi ISO/CD 18617.2 398 399 400 Como um primeiro passo na direção da adoção de processos de compras sustentáveis, a organização deve implementar uma política de compras sustentáveis, definindo claramente as intenções e os objetivos que a organização vem se esforçando para alcançar por meio de suas compras. 401 402 403 404 Essa política deve fornecer orientações claras a todas as partes interessadas e estar refletida em objetivos estratégicos no nível de cada departamento. Isso ajuda a garantir que questões relacionadas à responsabilidade social ou ao desenvolvimento sustentável estejam plenamente alinhadas e incorporadas em todos os níveis da organização. 405 406 407 408 409 410 411 412 413 A política de compras sustentáveis deve estar claramente alinhada com a política ou estratégia organizacional mais ampla de desenvolvimento sustentável ou responsabilidade social, que deve proporcionar a base sobre a qual toda a atividade de compras é desenvolvida. Ela não precisa ser um documento autônomo, podendo ser parte de uma política geral de compras ou de sustentabilidade organizacional (ou ambas). Muitas vezes, a política de compras sustentáveis funde-se com a política de compras ao longo do tempo, na medida em que o desenvolvimento sustentável se torna reconhecido e incorporado ao ethos da organização. Portanto, um sistema de compras sustentáveis pode ser uma parte natural da política de compras e da estratégia global da organização, ajudando a definir uma orientação clara, no sentido de torná-lo um componente da política global da organização. 414 Ao implementar uma política de compras sustentáveis, recomenda-se que a organização: 415 416 Reflita seus próprios valores e demonstre seu senso de compromisso com o desenvolvimento sustentável; 417 418 Avalie os riscos e as oportunidades aplicáveis em termos de suas atividades e, portanto, de seus produtos e serviços; 419 Defina sua política de forma clara e precisa; 420 Verifique como sua política de aquisições se enquadra na política da organização como um todo; 421 422 Assegure a comunicação eficaz da sua política, de modo a garantir que todas as partes interessadas sejam devidamente informadas a seu respeito; 423 424 Leve em conta os três pilares do desenvolvimento sustentável: considerações econômicas, sociais e ambientais. 425 426 Ao se estabelecer uma política de compras sustentáveis, os sete temas centrais contidos na ISO 26000 devem ser considerados, a saber: 427 a) Governança organizacional; 428 b) Direitos humanos; 429 c) Práticas trabalhistas; 430 d) Meio ambiente; 431 e) Práticas operacionais justas; 432 f) 433 g) Envolvimento e desenvolvimento da comunidade. Questões relativas ao consumidor; e © ISO 2002 – All rights reserved vii ISO/CD 18617.2 434 435 Figura 1 – Os sete temas centrais da Responsabilidade Social [ISO 26000:2010] Abordagem holística 6.8 Envolvimento e desenvolvimento da comunidade 6.7 Questões relativas ao consumidor 6.6 Práticas operacionais justas 6.2 Governança 6.3 Direitos humanos ORGANIZAÇÃO 6.4 Práticas trabalhistas organizacional 6.5 Meio ambiente Interdependência 436 437 438 Ao se considerar os temas centrais da ISO 26000 para a implementação de uma política de compras sustentáveis, sugere-se que os seguintes aspectos sejam levados em consideração: 439 440 441 442 443 444 Direitos Humanos: a política de compras sustentáveis deve incorporar o respeito aos direitos humanos, a promoção dos direitos absolutos e o controle de riscos para os direitos humanos. De acordo com esse controle, os riscos para os direitos humanos são principalmente evitados integrando-se o respeito aos direitos humanos à política geral da organização. Para esse fim, aconselha-se que a organização participe de iniciativas proativas concebidas para promover os direitos humanos; 445 Práticas trabalhistas: a política de compras sustentáveis deve garantir condições satisfatórias de © ISO 2002 – All rights reserved viii ISO/CD 18617.2 446 447 448 trabalho e proteção social. Por essa razão, sua política de compras deve estabelecer ou manter relações equilibradas entre o fornecedor e seus empregados e incluir pelo menos as recomendações da OIT; 449 450 451 Meio ambiente: a política de compras sustentáveis da organização deve promover o uso sustentável de recursos, prevenir a poluição, mitigar mudanças climáticas e adaptar-se a elas, proteger o meio ambiente e restaurar habitats naturais; 452 453 454 455 456 457 458 Práticas comerciais justas: a política de compras sustentáveis deve promover o estabelecimento de relações comerciais equilibradas, especialmente no que se refere ao preço dos produtos ou serviços adquiridos, às condições de pagamento ao fornecedor e à implementação de uma relação contratual equilibrada e estável. Deve também promover uma distribuição equitativa dos custos e benefícios da implementação de Responsabilidade Social e questões ambientais, e reduzir a dependência cliente-fornecedor. Finalmente, recomenda-se respeitar os direitos de propriedade do fornecedor, bem como prevenir, detectar e corrigir riscos de corrupção; 459 460 461 462 463 Questões relativas ao consumidor: para levar em consideração os direitos do consumidor, a política de compras sustentáveis deve promover a proteção da saúde e segurança do consumidor, fomentar o consumo sustentável e prestar atendimento ao consumidor, resolver suas queixas e solucionar controvérsias. Recomenda-se, ainda, a promoção de práticas operacionais justas no que se refere a vendas e marketing, informações e contratos; 464 465 466 467 Envolvimento da comunidade e desenvolvimento local: recomenda-se avaliar sistematicamente a oferta de fornecedores locais e facilitar seu acesso a contatos. A organização também deve considerar a possibilidade de sua política facilitar resultados de ofertas locais, uma vez que isso poderia ter efeitos benéficos no tecido social e no ecossistema locais. 468 469 470 Esses critérios devem ser considerados durante todo o processo de compras, da alta diretoria aos compradores, e seus principais impactos nas partes interessadas relevantes devem ser avaliados e levados em consideração. 471 4.4.3 472 473 As seguintes considerações-chave devem ser levadas em conta na elaboração de uma política e de uma estratégia de compras sustentáveis: Considerações-chave para compras sustentáveis 474 475 476 477 Usar as compras para apresentar resultados sustentáveis: comprar é um processo estratégico e uma forma de atingir objetivos comerciais por meio de uma cadeia de abastecimento. Os objetivos de sustentabilidade de uma organização devem ser abordados na fase inicial do processo de compras, por meio de técnicas de compras estratégicas. 478 479 480 481 Concentrar-se em impactos importantes para o comprador: a organização precisa entender claramente os elementos que a impulsionam, bem como seus objetivos e suas metas de sustentabilidade. Isso permite definir metas para a cadeia de abastecimento. A ISO 26000 oferece uma boa orientação para essa abordagem. 482 483 484 485 Não devem ser adotadas soluções gerais para todos os itens: questões e metas de sustentabilidade devem ser mapeadas em relação a categorias de suprimentos, e questões/categorias de alta prioridade devem ser abordadas em primeiro lugar; uma análise mais aprofundada da cadeia de abastecimento baseada nessas prioridades será necessária para a elaboração de planos de ação. 486 487 488 489 490 491 Fornecimento sustentável ou fornecedor sustentável? Compras sustentáveis envolvem o uso de técnicas de compras para a produção dos resultados exigidos pelos objetivos de responsabilidade empresarial ou sustentabilidade da organização (ou resultados de políticas para o setor público). As práticas de sustentabilidade do fornecedor em sua própria organização devem ser uma consideração secundária, a menos que isso represente um risco para a organização que efetua as compras (por exemplo, normas trabalhistas). © ISO 2002 – All rights reserved ix ISO/CD 18617.2 492 493 Gerenciar a demanda: a forma mais sustentável de comprar é simplesmente não comprar ou manter a demanda em um nível mínimo a partir de uma operação mais eficiente da empresa. 494 495 Incorporar a sustentabilidade à prática de compras atual: é importante que se alcancem resultados mais sustentáveis por meio das práticas de compras atuais de uma organização. 496 497 498 O nível 1 não é o único: a cadeia global de abastecimento deve ser considerada e deve-se estar atento a áreas onde muitas vezes há riscos significativos (por exemplo, normas trabalhistas) ou oportunidades (por exemplo, posicionamento das PME locais) em níveis mais baixos. 499 500 501 Incentivar a inovação: o processo deve incentivar a inovação relacionada a bens, obras e serviços mais sustentáveis, por meio de pesquisas de mercado eficazes e do uso de especificações de resultados. 502 503 504 505 Desenvolver uma cadeia de abastecimento sustentável competitiva: deve-se enfatizar a manutenção ou a melhoria do mercado competitivo de bens e serviços mais sustentáveis. Isso pode significar o desenvolvimento de fornecedores com menor capacidade, ou iniciativas de colaboração para melhorar a competência de setores específicos. 506 507 508 509 Oportunidade plena e justa: compras locais, empresas de minorias, PME, etc. são frequentemente prioridades significativas das partes interessadas e devem ser apoiadas por meio da cadeia de abastecimento, quando pertinente. No entanto, isso precisa ser definido no contexto de oportunidade plena e justa e não de discriminação positiva, salvo disposição legal em contrário. 510 4.4.4 Etapas-chave (de compras) e processo de materialidade 511 A implementação de uma política de compras sustentáveis exige: 512 513 Um mapeamento da cadeia de valor: estabelecimento de diálogo com fornecedores e identificação de partes interessadas, bem como da esfera de influência da organização; 514 515 516 517 Diligência devida (due diligence) e priorização de acordo com a política de sustentabilidade da organização e aspectos e impactos identificados, incluindo a consideração dos princípios orientadores da ISO 26000 com base nas características do ambiente, dos produtos e dos fornecedores da organização; 518 519 520 Cooperação de um extremo ao outro da cadeia de valor: harmonização de todas as iniciativas da cadeia de valor combinadas com o exercício de influência destinado a produzir um efeito positivo no desenvolvimento sustentável; 521 522 Monitoramento da cadeia de valor: desenvolvimento de ferramentas para medir o progresso, com a identificação de variações e a adoção de ações corretivas; 523 524 Implementação de um sistema de informação que permita o monitoramento tanto da política como do progresso efetivamente logrado. 525 526 527 As etapas acima devem ser integradas ao processo de compras sustentáveis, que poderá, por sua vez, envolver as seguintes cinco fases principais: 528 529 530 Preparação do processo de compras sustentáveis a partir da fonte, identificando-se as partes interessadas, determinando-se os requisitos e analisando-se a rentabilidade com base no ciclo de vida do produto e em dados do custo do produto; 531 532 533 534 Definição de especificações precisas que reflitam as principais questões relativas à responsabilidade social e à sustentabilidade e incluindo detalhes de características ambientais técnicas específicas, métodos de produção e uso de critérios específicos, bem como procedimentos para a verificação de cumprimento; © ISO 2002 – All rights reserved x ISO/CD 18617.2 535 536 Seleção de fornecedores com base em princípios de responsabilidade social, abordagem de ciclo de vida e custos ao longo do ciclo de vida do produto; 537 538 539 Assinatura de contratos, emissão de pedidos e monitoramento de execução. É importante que cláusulas contratuais sejam acordadas para a compra tanto de produtos como de serviços; recomenda-se, ainda, que o cumprimento das exigências contratuais seja monitorado; 540 541 542 Avaliação da experiência adquirida e do desempenho de fornecedores, incluindo insumos de clientes; em seguida, ajuste da política com base em constatações; e, finalmente, elaboração de recomendações com vistas à melhoria contínua. 543 544 545 Materialidade e prioridades devem ser consideradas e integradas às diferentes etapas do processo de compras sustentáveis, mesmo que alguns aspectos, como o do respeito à regulamentação, da ética comercial e do combate à corrupção, devam ser plenamente respeitados. 546 547 Esses conceitos serão abordados mais detalhadamente nos próximos capítulos relativos aos aspectos organizacionais e operacionais de compras sustentáveis. 548 5 549 5.1 550 551 Esta seção da norma examina as condições organizacionais que devem ser criadas para permitir que sistemas de compras sustentáveis sejam implementados de forma coerente e continuamente aprimorados. 552 553 554 555 Um primeiro passo essencial é definir a política organizacional descrita na seção anterior, no contexto da organização e de sua cadeia de abastecimento. Se a organização já houver identificado claramente suas partes interessadas, questões materiais, objetivos e princípios, estes devem ser usados. Caso contrário, recomendam-se os temas centrais e as questões identificados na ISO 26000, conforme listados abaixo. Organização da função de compras no sentido de garantir a sustentabilidade Informações gerais Tema central: Governança organizacional Tema central: Direitos humanos Questão 1: Diligência Devida Questão 2: Situações de riscos aos direitos humanos Questão 3: Evitar cumplicidade Questão 4: Resolver queixas Questão 5: Discriminação e grupos vulneráveis Questão 6: Direitos civis e políticos Questão 7: Direitos econômicos, sociais e culturais Questão 8: Princípios e direitos fundamentais no trabalho Tema central: Práticas trabalhistas Questão 1: Emprego e relações trabalhistas Questão 2: Condições de trabalho e proteção social Questão 3: Diálogo social Questão 4: Saúde e segurança no trabalho Questão 5: Desenvolvimento humano e capacitação no local de trabalho Tema central: Meio ambiente Questão 1: Prevenção da poluição Questão 2: Uso sustentável de recursos Questão 3: Mitigação e adaptação a mudanças climáticas Questão 4: Proteção do meio ambiente, biodiversidade e restauração de habitats naturais Tema central: Práticas operacionais justas © ISO 2002 – All rights reserved 6.2 6.3 6.3.3 6.3.4 6.3.5 6.3.6 6.3.7 6.3.8 6.3.9 6.3.10 6.4 6.4.3 6.4.4 6.4.5 6.4.6 6.4.7 6.5 6.5.3 6.5.4 6.5.5 6.5.6 6.6 xi ISO/CD 18617.2 Questão 1: Combate à corrupção Questão 2: Envolvimento político responsável Questão 3: Concorrência justa Questão 4: Promoção de responsabilidade social na cadeia de valor Questão 5: Respeito a direitos de propriedade Tema central: Questões de consumo Questão 1: Comercialização justa, informação factual e imparcial e práticas contratuais justas Questão 2: Proteção da saúde e segurança do consumidor Questão 3: Consumo sustentável Questão 4: Atendimento e apoio ao consumidor e solução de queixas e controvérsias Questão 5: Proteção e privacidade de dados sobre o consumidor Questão 6: Acesso a serviços essenciais Questão 7: Educação e conscientização Tema central: Envolvimento e desenvolvimento da comunidade Questão 1: Envolvimento da comunidade Questão 2: Educação e cultura Questão 3: Criação de emprego e desenvolvimento de competências Questão 4: Desenvolvimento de - e acesso a - tecnologias Questão 5: Geração de riqueza e renda Questão 6: Saúde Questão 7: Investimento social 6.6.3 6.6.4 6.6.5 6.6.6 6.6.7 6.7 6.7.3 6.7.4 6.7.5 6.7.6 6.7.7 6.7.8 6.7.9 6.8 6.8.3 6.8.4 6.8.5 6.8.6 6.8.7 6.8.8 6.8.9 556 557 5.2 Definição de prioridades 558 559 560 561 562 563 564 565 Nem todas as categorias de abastecimento têm o mesmo impacto. A definição de prioridades permitirá às organizações implementar sistemas de compras sustentáveis de forma eficiente e sem o acréscimo de trabalho e custos desnecessários para o pessoal interno e a cadeia de abastecimento. As prioridades de um sistema de compras sustentáveis dependem de uma série de fatores, tais como objetivos da empresa e da cadeia de abastecimento, categorias de abastecimento, magnitude dos impactos, influência na cadeia de abastecimento, bem como sua natureza e localização geográfica. Portanto, o processo de definição de prioridades ocorre em vários níveis, na medida em que a organização adquire um melhor entendimento da cadeia de abastecimento. Um exemplo será ilustrado abaixo. © ISO 2002 – All rights reserved xii ISO/CD 18617.2 566 567 Política Priorizar Priorizar Priorizar Priorizar 568 e objetivos por por por cadeia de por categoria fornecedor abastecimento localização 569 570 571 572 573 574 575 As organizações podem ter uma metodologia própria para definir prioridades corporativas, que pode ser usada na abordagem de compras sustentáveis. Muitas organizações usam o Mapeamento de Calor (Heat Map) como um método eficaz, que pode ser realizado em cinco etapas: 576 577 578 579 580 A Seção 1 desta norma descreve como definir objetivos e normas organizacionais, que podem ser divididos em questões mais específicas a fim de proporcionar maior clareza, e adaptados para criar objetivos mensuráveis que possam ser usados em toda a cadeia de abastecimento e todo o processo de compras. Um exemplo será apresentado abaixo. Etapa 1 - Compreender metas e normas organizacionais Uma imobiliária definiu o seguinte objetivo no nível corporativo: "Construir um legado de benefícios sociais e econômicos para as áreas em que atuamos" Embora seja uma ambição meritória, esse objetivo não tem qualquer significado para um comprador ou uma cadeia de abastecimento e, por isso, precisa ser transformado em metas mais tangíveis. Nesse caso: “Até dezembro de 2018, nossa carteira mista de projetos de desenvolvimento atingirá as seguintes metas anualmente: • 20% da despesa total da nossa cadeia de abastecimento serão provenientes de empresas em operação (ou seja, 25% do valor do contrato) em bairros locais. © ISO 2002 – All rights reserved xiii ISO/CD 18617.2 • 25% da força de trabalho da cadeia de abastecimento nas nossas localidades serão constituídos por moradores de bairros locais. • 6% da força de trabalho da cadeia de abastecimento em nossas localidades serão constituídos por aprendizes ou estagiários.” 581 582 583 584 585 586 587 588 589 590 591 592 593 594 595 596 597 598 599 600 601 Quando não for possível estabelecer metas, questões fundamentais como, por exemplo, direitos humanos, devem ser abordadas em conformidade com normas internacionais, como as definidas pelo Pacto Global das Nações Unidas. Etapa 2 - Questões do Mapa em relação a categorias para a definição de prioridades As organizações de compras devem dispor de dados de despesas por categoria. Isso será um bom ponto de partida para definir prioridades de sustentabilidade. Com base na visão geral de categorias, pode-se criar um ‘mapa da cadeia de valor' que permitirá entender a origem de produtos e serviços. Esse exercício vai além do nível um e considera qualquer impacto da cadeia de abastecimento em relação a riscos e oportunidades (objetivos da empresa). Um mapa de prioridades é então criado mapeando-se os principais temas/questões para as categorias de abastecimento. Isso pode ser feito de maneira mais eficaz na forma de um exercício coletivo entre o pessoal de compras, clientes internos e pessoas de outras áreas da empresa que tenham conhecimentos a oferecer, como por exemplo, pessoal técnico com entendimento profundo das categorias de abastecimento, especialistas em RSE, ou pessoas da área de atendimento a clientes que entendem suas necessidades e expectativas. O grupo deve trabalhar em cada categoria de abastecimento e em cada meta, levando em consideração: 602 603 Relevância - magnitude relativa da questão no que diz respeito a essa categoria em relação a outros temas e categorias. 604 605 Significado - nível de preocupação das partes interessadas e consequências da omissão no longo prazo. 606 Influência – potencial da organização de compras para melhorar o desempenho. 607 608 Prioridade - nível atual de prioridades expresso por expectativas da sociedade, pelas partes interessadas, pela organização e pelos objetivos da função de compras. 609 610 611 612 613 Ao identificar os impactos vermelhos e âmbar como primeira e segunda prioridades, respectivamente, a estratégia pode ser definida pela leitura vertical das colunas para que se entenda como os impactos de sustentabilidade serão abordados, e pela leitura horizontal das linhas para que se entendam as prioridades para cada categoria de abastecimento. Um exemplo simplificado será mostrado abaixo. © ISO 2002 – All rights reserved xiv ISO/CD 18617.2 Envolvimento e desenvolvimento da comunidade Questões relativas ao consumidor Práticas operacionais justas Meio ambiente 614 Práticas trabalhistas Governança organizacional Categoria de gasto Usinagem A R R R G A Acionadores G G R A G A Montagem eletrônica A R R R G A Estampagem G R A G G R Cilindros G A G G G G Serviço externo R R R A G A Costura G R G R G R Solenoides R R G A G R Tabela 1: Questões do mapa em relação a prioridades definidas 615 616 Etapa 3 – Desenvolvimento e execução de um plano de ação 617 618 Para cada categoria com impactos vermelhos, uma avaliação específica de nível de categoria e um plano de ação devem ser desenvolvidos, envolvendo todas as partes interessadas. O objetivo dessa avaliação é: 619 620 • Sempre que necessário, obter mais informações sobre a categoria, os fornecedores ou a cadeia de abastecimento, a fim de determinar a extensão do impacto; 621 622 623 • Determinar as principais causas - como, por que e onde os problemas surgem e onde o foco deve estar na cadeia de abastecimento para a consecução dos objetivos (isso poderá envolver um mapeamento mais detalhado da cadeia de abastecimento); 624 625 626 • Poderá ser necessário adotar diferentes táticas e prioridades para os fornecedores dentro de uma categoria, dependendo de seu desempenho atual, sua localização geográfica, sua estrutura de propriedades, etc.; e 627 • Desenvolver planos de ação para abordar os problemas e as categorias priorizados. 628 629 O envolvimento das partes interessadas é necessário para a apresentação do plano de ação; para maior orientação, veja a seção sobre Envolvimento. 630 631 Os compradores são muitas vezes desafiados a entender qual o ponto mais baixo de uma cadeia de abastecimento de vários níveis em que devem abordar os impactos de sustentabilidade. Não há resposta © ISO 2002 – All rights reserved xv ISO/CD 18617.2 632 633 634 635 fácil para isso, uma vez que depende do significado global do impacto, da posição na cadeia de abastecimento com o impacto, a alavancagem e os recursos mais significativo disponíveis para enfrentá-lo. Alguns exemplos serão apresentados abaixo. Até onde se deve ir? Um grande fabricante de roupas esportivas se ocupa de todas as etapas do processo de fabricação de roupas de algodão, uma vez que o maior risco relacionado com a roupa provavelmente reside na plantação de algodão, onde o trabalho forçado ainda é a norma em algumas partes do mundo, e o algodão é responsável por uma proporção significativa do uso mundial de agrotóxicos. O risco para a empresa é muito significativo e ameaça, potencialmente, a viabilidade dos negócios. Um fabricante global de Bens de Grande Consumo (Fast Moving Consumer Goods - FMCG) toma como ponto de corte para considerar os impactos de sustentabilidade, o ponto em que sua marca aparece no produto. Isso fornece uma orientação clara e inequívoca para compradores e pessoas que lidam com a cadeia de abastecimento. Uma imobiliária de uma grande cidade preocupa-se apenas com as normas trabalhistas para os empregados de suas propriedades, uma vez que a comunidade local é a sua principal parte interessada. 636 637 Etapa 5 – Absorção de aprendizagem e revisão 638 639 640 Recomenda-se que o mapa de prioridades seja revisto regularmente, ou quando houver mudanças materiais na empresa ou na cadeia de abastecimento. Isso permitirá que a aprendizagem seja devidamente absorvida e que novas circunstâncias sejam abordadas. 641 5.2 642 5.2.1 643 644 645 646 647 648 A implementação efetiva de uma política e de uma estratégia de compras sustentáveis exige que todo o pessoal envolvido nas decisões de compras ou com fornecedores, em qualquer função, compreenda as razões para a implementação de um sistema de compras sustentáveis, saiba como desempenhar seu papel nessa implementação e seja dotado dos meios para fazê-lo. Isso pode incluir não apenas compradores, como também responsáveis por orçamentos e especificações, clientes internos, gerentes de qualidade, especialistas técnicos e gerentes operacionais, além de profissionais de RSE. 649 650 As pessoas encarregadas de implementar sistemas de compras sustentáveis devem estar habilitadas para fazê-lo com base na cultura organizacional, na gestão de desempenho, na capacitação e no apoio. 651 5.2.2 652 653 654 655 656 A apresentação de um conceito relativamente novo às pessoas exige a cultura organizacional correta. Uma comunicação inspiradora da alta diretoria, uma cultura de "poder fazer" e um ambiente em que a inovação e a assunção adequada de riscos são encorajados, facilitarão a implementação eficaz. Pessoas-chave devem ser incentivadas a atuar em rede e se envolver em grupos relevantes para compartilhar aprendizado e comparar desempenhos, desde que o envolvimento com esses grupos possa agregar valor ao negócio. 657 5.2.3 658 659 A função de compras deve rever seus acordos em vigor para garantir que os seguintes elementos reflitam a política e os objetivos de compras sustentáveis da organização: Capacitação de pessoas Informações gerais Cultura organizacional Gestão do desempenho 660 Programas de recrutamento e indução; 661 Descrições de funções e planos de desenvolvimento pessoal; e 662 Objetivos pessoais e pacotes de recompensa e reconhecimento afins. 663 © ISO 2002 – All rights reserved xvi ISO/CD 18617.2 664 5.2.4 Desenvolvimento de competência 665 666 667 668 669 670 671 672 673 674 675 676 677 678 679 680 681 682 A competência pode ser vista como uma fusão entre conhecimentos, habilidades e atitudes. A aplicação de uma estratégia de compras sustentáveis requer a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades para aplicar esses conhecimentos na prática. 683 5.3 684 5.3.1 685 686 687 688 689 690 691 Uma estrutura de governança clara é essencial para assegurar a responsabilização e o envolvimento da diretoria no planejamento de compras, no processo de aquisição e na consecução dos objetivos de sustentabilidade. A governança no conjunto da organização é tratada na seção 1. É importante incorporar sustentabilidade a arranjos de governança existentes, em vez de desenvolver um novo programa de governança. Deve haver uma ligação clara entre a forma como as compras são regidas e os temas e impactos centrais descritos anteriormente nesta seção. 692 5.3.2 693 694 695 696 697 Normalmente, as organizações terão um grupo de pessoas do alto escalão responsável pela governança de questões como aprovação de estratégias de compras, revisões intermediárias e compromissos, monitoramento de economia e outros indicadores-chave de desempenho funcionais. Esse grupo (ou esses grupos) deve incorporar a governança de questões de sustentabilidade, de acordo com esta norma. 698 5.3.3 699 700 701 702 703 704 705 706 É preciso que sejam estabelecidas responsabilizações claras por compras sustentáveis. A responsabilização em um alto nível de gestão geralmente recai sobre o chefe do setor de compras. Isso, aliado à incorporação da sustentabilidade aos objetivos e descrições de funções das equipes, deve ser suficiente. No entanto, como a maioria dos programas de compras sustentáveis envolve um grau de gestão de mudanças, poderá ser necessário atribuir responsabilização para a implementação dessa norma. Normalmente, pode ser um único “patrono” de compras sustentáveis em uma função de tempo integral ou meio período, ou uma rede de patronos, possivelmente incorporados a equipes de categoria, ou em equipes de compras incorporadas à empresa. As organizações de compras devem identificar as necessidades de aprendizagem e desenvolvimento das pessoas envolvidas no processo de compras. O processo de compras de forma sustentável deve ser incorporado a toda capacitação profissional relevante. Outras considerações podem incluir aprendizado por observação, troca de função interna ou externamente, participação em conferências, adesão a grupos virtuais de mídia social apropriados, compartilhamento de aprendizagem e de boas práticas, ou trabalho em uma equipe de projeto específica. Os compradores não podem alcançar plenamente práticas de compras sustentáveis, sem garantir que os principais interessados e os gestores de orçamento também possuam as habilidades e os conhecimentos necessários. No entanto, não se deve esperar que os profissionais de compras sejam especialistas em sustentabilidade: a organização deve assegurar-lhes assessoria e apoio profissionais em sustentabilidade. Governança das compras Informações gerais Grupos de governança Responsabilização (Accountability) © ISO 2002 – All rights reserved xvii ISO/CD 18617.2 707 5.3.4 Procedimentos e sistemas 708 709 710 711 712 713 714 A governança requer um conjunto de regras que as pessoas precisam seguir. Para a maioria das organizações, isso em geral compreende um conjunto de documentos: políticas, sistemas, procedimentos, normas e modelos, etc. Esses documentos precisam estar alinhados aos objetivos de sustentabilidade e compras da organização. Algumas organizações adotam sistemas (por exemplo, licitação eletrônica, sistema de gestão de contratos, sistemas de planejamento de recursos da empresa, etc.) para apoiar seu fluxo de trabalho e seus procedimentos. Esses sistemas devem estar alinhados aos objetivos de sustentabilidade da organização, sempre que necessário. 715 5.3.5 716 717 Documentos "flexíveis", tais como ferramentas e diretrizes podem ser fornecidos para permitir que os profissionais de compras atinjam os objetivos de sustentabilidade. Por exemplo: Guias 718 Guias de sustentabilidade por categoria; 719 Guias de rótulos ecológicos (ecolabels), sistemas de gestão, etc.; 720 Ferramentas de avaliação, tais como modelos de custos ao longo do ciclo de vida; 721 Estudos de caso. 722 5.3.6 723 724 Processos de garantia existentes devem ser modificados para incorporar a sustentabilidade. Normalmente, isso incluiria auditorias, revisões intermediárias (gateway reviews), revisões de diretoria e verificação externa. 725 5.4 726 5.4.1 727 728 729 730 731 Uma organização é responsável pelos impactos das decisões e atividades sobre as quais tem controle formal. Além de ser responsável por suas próprias decisões e atividades, uma organização de compras pode ter a capacidade de afetar o comportamento dos fornecedores com os quais mantém relações. Haverá situações, determinadas pelo mapa de prioridades, em que uma organização de compras terá a responsabilidade de exercer influência. 732 733 734 735 736 737 738 739 740 Um princípio básico de responsabilidade social é o respeito e a consideração, por uma organização, aos interesses de suas partes interessadas, que serão afetados por suas decisões e atividades. 1 A gestão de mudanças na direção de práticas de compras sustentáveis requer o envolvimento de atores-chave, tais como partes interessadas internas e fornecedores. Poucos resultados podem ser obtidos sem sua plena contribuição. 741 5.4.2 742 743 744 A tabela abaixo mostra uma faixa típica de principais partes interessadas a serem envolvidas a partir de uma perspectiva de compras, e o motivo pelo qual devem ser envolvidas: Garantia Envolvimento Informações gerais O envolvimento de partes interessadas ajuda a organização a abordar sua responsabilidade social, ao propiciar uma base informada para as suas decisões. Esse envolvimento deve ser interativo e destina-se a oferecer oportunidades para que as opiniões das partes interessadas sejam ouvidas. Definição de partes interessadas 745 746 1 Princípio Nº 4, ISO 26000 © ISO 2002 – All rights reserved xviii ISO/CD 18617.2 747 748 Grupos de partes interessadas Exemplos (Quem) Cadeia de abastecimento • • • Fornecedores Grupos da indústria Associações comerciais Exemplos de objetivos (Por que) • • • Partes interessadas internas Pares da indústria Partes interessadas externas • • • • • • • • Clientes internos Profissionais de RSE Pessoal da assistência ao cliente Pessoal de operações Outros compradores Órgãos setoriais Instituições profissionais • • • Governo central e local ONG Grupos de consumidores • • • • • • 749 750 751 752 Cumprir requisitos específicos sustentabilidade Criar valor com base em programas sustentabilidade Participar de programas desenvolvimento de sustentabilidade Apoiar/endossar a abordagem compras sustentáveis em sua esfera influência de de de de de Aumentar a influência nos fornecedores Compartilhar aprendizagem Colaborar em questões de benefício mútuo Aumentar a influência nos fornecedores Conhecimentos/expertise para apoiar programas de desenvolvimento de sustentabilidade Simular inovação Tabela 2: Envolvimento das principais partes interessadas Envolvimento de partes interessadas internas 753 754 755 756 757 758 759 760 761 762 O primeiro envolvimento relacionado com compras sustentáveis é, provavelmente, o Mapeamento de Prioridades. O envolvimento eficaz na definição de prioridades implica uma extensão lógica desse envolvimento até a consecução dessas prioridades. Grande parte disso será feito por meio de processos normais de compras, tais como desenvolvimento de planos de categoria, compras específicas ou atividades de gestão de contratos. 763 Avaliação da capacidade de influenciar 764 765 766 767 As organizações de compras devem considerar sua capacidade de influenciar sua cadeia de abastecimento. Isso deve ser feito por meio da avaliação sistemática da organização e de sua relação com sua cadeia de abastecimento. Sempre que possível, isso deve ser integrado a uma avaliação comercial mais abrangente da cadeia de abastecimento. Um exemplo será apresentado abaixo. Sempre que forem identificadas prioridades específicas para a gestão de mudanças, tais como a renovação de um importante contrato, um plano de ação relativo a uma questão de sustentabilidade, poderá ser necessário participar de reuniões específicas com altos executivos, a fim de desenvolver planos específicos de comunicação e criar grupos de trabalho para formular planos e iniciativas específicos. Como avaliamos nossa capacidade de influenciar? Considera-se que a influência (alavancagem) existe quando a organização tem a capacidade de afetar mudanças nas práticas da entidade da cadeia de abastecimento. A alavancagem pode refletir um ou mais de uma série de fatores, tais como: (a) se há um grau de controle direto entre a organização e o fornecedor; (b) os termos do contrato entre a organização e o fornecedor; (c) a proporção de negócios que a organização representa para o fornecedor; © ISO 2002 – All rights reserved xix ISO/CD 18617.2 768 (d) a capacidade da organização de incentivar o fornecedor a apresentar um melhor desempenho em termos de negócios futuros, vantagem de reputação, assistência769 ao desenvolvimento de capacidade, etc.; 770 (e) os benefícios em termos de reputação, para o fornecedor, de trabalhar com a 771 organização, e os danos à reputação resultantes da saída dessa relação; (f) a capacidade da organização de colaborar com outro comprador para incentivar772 um melhor desempenho; 773 (g) a capacidade da organização de envolver o governo na exigência de um melhor 774 desempenho por parte do fornecedor, por meio da implementação de regulações, monitoramento, sanções, etc. 775 776 777 Exercício da influência 778 779 780 781 782 O exercício da influência de uma organização deve ser sempre orientado por um comportamento ético e outros princípios e práticas de responsabilidade social. Ao exercer sua influência, uma organização deve considerar, em primeiro lugar, a possibilidade de se envolver em um diálogo destinado a aumentar a conscientização da responsabilidade social e incentivar um comportamento socialmente responsável. Se o diálogo não for eficaz, ações alternativas deverão ser consideradas. 783 784 785 Quando a entidade da cadeia de abastecimento é fundamental para a organização, mas não tem poder para influenciar o desempenho, sua prioridade deve ser buscar maneiras de aumentar sua influência para permitir a mitigação. Isso pode assumir várias formas, como por exemplo: 786 787 788 789 790 791 792 793 794 795 796 (i) oferecer apoio para o desenvolvimento de capacidade à entidade da cadeia de abastecimento, a fim de ajudá-la a resolver problemas; (ii) trabalhar em colaboração com outras organizações que mantêm relações com a entidade, a fim de incentivar melhorias; (iii) trabalhar com outras organizações em nível regional ou setorial mais amplo, a fim de incentivar melhorias; (iv) trabalhar com o governo local ou central para os mesmos fins. Se esses esforços se revelarem infrutíferos, a organização precisará tomar medidas para pôr fim à relação, ou terá que ser capaz de demonstrar que tem feito tudo que é razoavelmente possível para melhorar o desempenho, e precisará também estar preparada para enfrentar quaisquer consequências de sua decisão de manter a relação. Métodos de exercer influência incluem: 797 798 Envolvimento com partes interessadas (por meio de diálogo aberto, oficinas, simpósios, etc.); Publicação de uma carta de compras sustentáveis; 799 Compartilhamento de conhecimentos e informações; Realização de projetos conjuntos; 800 Definição de disposições ou incentivos contratuais; 801 Tomada de decisões relativas a investimento/compras; 802 Realização de lobby responsável e uso de relações com a mídia; 803 Promoção de boas práticas; e Formação de parcerias com associações do setor, fornecedores e outros. 804 805 Envolvimento da cadeia de abastecimento 806 807 808 Um processo justo e adequado deve ser desenvolvido, com base no envolvimento dos fornecedores mais relevantes. O interesse (ou os interesses) dos fornecedores deve ser genuíno. O envolvimento eficaz do fornecedor baseia-se na boa-fé e vai além de relações públicas. © ISO 2002 – All rights reserved xx ISO/CD 18617.2 809 810 811 Uma organização de compras deve estar consciente do efeito de suas decisões e atividades nos interesses e nas necessidades dos seus fornecedores. Ela deve respeitar seus fornecedores, bem como suas diferentes capacidades e necessidades de se envolver com a organização. 812 813 814 815 816 O envolvimento do fornecedor provavelmente é mais significativo quando os seguintes elementos estão presentes: há entendimento de um propósito claro para o envolvimento; os interesses dos fornecedores foram identificados; a relação que esses interesses estabelecem entre a organização e o fornecedor é direta ou importante; os interesses dos fornecedores são relevantes e significativos para o desenvolvimento sustentável; e os fornecedores têm as informações e o entendimento necessários para tomar suas decisões. 817 818 819 Uma organização de compras deve incentivar os fornecedores a identificar seus problemas fundamentais e agir para resolvê-los. A análise mútua levará ao diálogo adequado relativo ao mapa de calor (Heat Map) de prioridades entre a organização de compras e o fornecedor. 820 821 822 Várias técnicas de envolvimento podem ser usadas, dependendo do grau de ambição dos objetivos da organização de compras em relação à gestão dos impactos de sustentabilidade em sua cadeia de abastecimento e do nível de competência da cadeia de abastecimento para produzi-los. 823 Ilustração de técnicas de envolvimento da cadeia de abastecimento 824 As seguintes etapas podem ser consideradas: 825 826 827 828 829 830 Mapeamento de todas as partes interessadas relacionadas com as categorias e questões prioritárias. Desenvolvimento de um perfil: contexto, objetivos, mapa de interesses para partes interessadas importantes. Determinação de como a cadeia de abastecimento contribui para os objetivos e interesses da organização. 831 832 Colaborar Selecionar 833 Desenvolver Gerenciar desempenho Purchaser ambition – Ambição do comprador © ISO 2002 – All rights reserved xxi ISO/CD 18617.2 834 Supply chain competence – Competência da cadeia de abastecimento 835 High – Alta 836 Low - Baixa 837 838 839 Quando a ambição e a competência são baixas, a definição de requisitos em um contrato e a gestão de desempenho devem ser adequadas. 840 841 842 Quando a ambição é baixa e a competência é alta, a simples seleção do fornecedor mais adequado usando uma abordagem de pontuação equilibrada (balanced scorecard) que incorpore critérios de sustentabilidade pode ser suficiente. 843 844 Quando a ambição é alta e a competência é alta, a colaboração entre a organização de compras e a cadeia de abastecimento pode estimular a inovação e produzir resultados significativos. 845 846 847 848 Quando a ambição é alta e a competência é baixa, há o risco de que o comprador possa não atingir seus objetivos ou que o número de fornecedores capazes de atender o requisito se torne tão baixo a ponto de a concorrência ser reduzida e os custos majorados. Nesse caso, pode ser necessário desenvolver a cadeia de abastecimento. Um exemplo será mostrado abaixo: 849 Estudo de caso da Escola de Sustentabilidade da Cadeia de Abastecimento A indústria da construção global teve uma receita total de $ 3.357 bilhões em 2012 e empregou 180 milhões de pessoas, 75% das quais provenientes de países em desenvolvimento; é responsável pela destinação de 50% dos resíduos do mundo para aterros e 90% da produção global de madeira. 45% das emissões mundiais de carbono vêm de construções. As cadeias de abastecimento da construção são profundas e amplas, e um projeto típico será composto por um empreiteiro principal com centenas de subempreiteiros, em sua maioria pequenas e médias empresas (PME). O aumento substancial das expectativas em relação aos padrões de sustentabilidade para a indústria está levando a falhas de mercado, na medida em que a indústria luta para chegar à sua cadeia de abastecimento. Em 2012, sete grandes empresas do Reino Unido trabalharam em conjunto para desenvolver a Escola de Sustentabilidade da Cadeia de Abastecimento, um ambiente virtual de aprendizagem para a cadeia de abastecimento, com prioridade para o uso da técnica de mapeamento de calor (Heat Mapping) recomendado por esta norma. No início de 2014, a Escola havia chegado a 16 parceiros e garantido a participação de mais de 5.500 empresas da cadeia de abastecimento. A iniciativa está sendo desenvolvida em outras partes do mundo como Austrália, Oriente Médio, Escandinávia e Leste da Ásia. 850 851 Envolvimento de pares da indústria e de outras partes interessadas externas 852 853 854 855 856 857 Pesquisas adicionais podem permitir a identificação de novas partes interessadas como, por exemplo, organizações que poderiam apoiar a implementação de ações tais como pares da indústria, universidades, ONGs, etc. Isso pode ajudar a aumentar a alavancagem, o compartilhamento de aprendizagem e/ou a criação de colaboração para a implementação de projetos conjuntos relativos a questões de sustentabilidade. O envolvimento precisa estar alinhado à abordagem da organização e deve ser coordenado com funções voltadas para o exterior, tais como relações com clientes e investidores, relações públicas, RSE, etc. 858 859 860 O envolvimento pode ser individualizado ou ser mais eficaz por meio de grupos como organizações comerciais/setoriais, grupos apoiados pelo governo ou ONGs e outras organizações sem fins lucrativos com foco na melhoria do desempenho da RSE. © ISO 2002 – All rights reserved xxii ISO/CD 18617.2 861 862 863 Ao se envolver em diálogo entre pares, deve-se ter o cuidado de assegurar que qualquer envolvimento seja ético e não venha a ser visto como anticompetitivo, e que informações confidenciais ou propriedade intelectual sejam devidamente protegidas e quaisquer riscos de corrupção ou fraude evitados. 864 5.5 865 A mensuração e o monitoramento são necessários para: Mensuração e melhoria do desempenho 866 • Aferir a melhoria e adotar medidas corretivas, se necessário; 867 • Mostrar resultados a decisores e partes interessadas internas; 868 • Comparar a organização a concorrentes e líderes de sustentabilidade; 869 • Informar as partes interessadas externas, por exemplo, por meio de relatórios anuais. 870 871 872 873 874 A função de compras deve definir indicadores-chave de desempenho, criar sistemas para coletar e analisar dados e usá-los para apoiar sua abordagem de compras sustentáveis. A mensuração pode ter dimensões tanto qualitativas como quantitativas e pode ser aplicada a práticas e resultados de compras. Também devem ser considerados indicadores subjetivos como pesquisas e comentários de funcionários e fornecedores, coletados a partir de atividades de envolvimento. 875 Métricas e indicadores 876 877 878 Métricas são dados brutos que coletamos para entender o desempenho. Indicadores são informações que usamos para gerenciar. Por exemplo, métricas relativas a fontes e uso de energia podem ser convertidas em um indicador relacionado a emissões de carbono. 879 880 881 882 É importante medir a posição da linha de base, para que o impacto das atividades de compras sustentáveis possa ser monitorado e medido. É preciso tempo para que o impacto de um programa de compras sustentáveis flua dos indicadores organizacionais para os resultados e, eventualmente, tenha efeito no impacto macroeconômico da organização. 883 884 Indicadores organizacionais 885 886 887 888 Uma boa maneira de rastrear indicadores organizacionais é usar uma matriz de maturidade, conforme o exemplo abaixo. Isso não apenas permite que planos de ação sejam elaborados, mas também facilita a análise comparativa entre empresas de diferentes grupos em relação a uma estrutura comum. Um exemplo será mostrado abaixo. 889 Exemplo de matriz de maturidade 890 Progresso em relação à matriz de maturidade 891 Questão Análise de gastos mapeada em relação aos impactos identificados na política de gestão responsável da cadeia de abastecimento (RSCM) da Cobham, para formar um Mapa de Calor (Heat Map) de prioridades atualizado a cada 12 meses, ou à luz de quaisquer alterações que sejam importantes para a organização. Pessoal de compras e pessoal que lida regularmente com fornecedores receberam treinamento em RSCM. © ISO 2002 – All rights reserved Básico Bom Mapa de Calor (Heat Map) atualizado nos últimos 12 meses apenas pelo departamento de compras. O Trabalho demonstrou um entendimento superficial dos objetivos de RSCM da Cobham. Mapa de Calor (Heat Map) atualizado nos últimos 12 meses. Prova de que >50% das disciplinas relevantes foram envolvidas e >50% dos objetivos de RSCM da Cobham foram cobertos de uma forma que demonstra um entendimento detalhado. Pessoal-chave de compras recebeu treinamento em RSCM nos últimos 12 meses. Todo o pessoal de compras recebeu treinamento em RSCM nos últimos 12 meses. Superior Mapa de Calor (Heat Map)atualizado nos últimos 12 meses. Prova de que >80% das disciplinas relevantes foram envolvidas e >80% dos objetivos de RSCM da Cobham foram cobertos de uma forma que demonstra um entendimento detalhado. Todo o pessoal de compras e 50% do pessoal que lida com fornecedores receberam treinamento em RSCM nos últimos 12 meses. xxiii Eficiência de Recursos Ética ISO/CD 18617.2 Pessoal de compras e pessoal que lida regularmente com fornecedores incorporaram a RSCM aos seus objetivos pessoais. Pessoal-chave de compras incluiu objetivos de RSCM genéricos em objetivos pessoais. Todo o pessoal de compras incorporou a RSCM aos seus objetivos pessoais de forma relevante para a sua função. Objetivos de RSCM totalmente integrados à estratégia de prospecção (sourcing) e governança das atividades de compras. Algumas evidências de referências à RSCM na estratégia e na governança, mas sem aplicação consistente; 40% das estratégias de prospecção (sourcing)por categorias abordam a RSCM. Estratégia de RSCM e processo de governança separados, não integrados à atividade de compras convencional; 60% das estratégias de prospecção (sourcing) abordam a RSCM. A análise do mercado de abastecimento leva em conta os principais impactos, oportunidades e riscos de RSCM identificados pelo Mapa de Calor (Heat Map). 40% das análises do mercado de abastecimento abordam todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map). 60% das análises do mercado de abastecimento abordam todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map). A análise do mercado de abastecimento incentiva ativamente a inovação em produtos e serviços mais responsáveis. 40% das análises do mercado de abastecimento abordam inovação relacionada a todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map). 60% das análises do mercado de abastecimento abordam inovação relacionada a todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map). Perfis de fornecedores incorporam objetivos de RSCM e prioridades do Mapa de Calor (Heat Map). 40% dos perfis de fornecedores abordam impactos Vermelhos do Mapa de Calor (Heat Map), atualizado nos últimos 12 meses. 40% dos fornecedores em categorias com impactos Vermelhos para Ética passaram por uma avaliação de riscos nos últimos 12 meses. Algumas evidências de rastreamento de mitigação. 60% dos perfis de fornecedores abordam impactos Vermelhos do Mapa de Calor (Heat Map), atualizado nos últimos 12 meses. 60% dos fornecedores em categorias com impactos Vermelhos para Ética passaram por uma avaliação de riscos nos últimos 12 meses. Fortes evidências de rastreamento de mitigação. Análise de riscos realizada para todos os impactos Vermelhos relacionados a ética e um programa de mitigação ativa está em vigor. Fornecedores com impactos Vermelhos para eficiência de recursos têm planos em vigor e são capazes de mostrar tendências positivas de desempenho. © ISO 2002 – All rights reserved 40% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos de eficiência de recursos em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses. 60% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos de eficiência de recursos em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses. Todo o pessoal de compras e 50% do pessoal que lida com fornecedores incorporaram a RSCM aos seus objetivos pessoais de forma relevante para a sua função. 80% das estratégias de prospecção (sourcing) abordam os objetivos de RSCM da Cobham como ditados pelo Mapa de Calor (Heat Map). 80% das estratégias de prospecção (sourcing) por categoria abordam a RSCM. 80% das análises do mercado de abastecimento abordam todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map). 80% das análises do mercado de abastecimento abordam inovação relacionada a todos os impactos Vermelhos no Mapa de Calor (Heat Map); algumas evidências de produtos e serviços inovadores na cadeia de abastecimento. 80% dos perfis de fornecedores abordam impactos Vermelhos do Mapa de Calor (Heat Map), atualizado nos últimos 12 meses. 80% dos fornecedores em categorias com impactos Vermelhos para Ética passaram por uma avaliação de riscos nos últimos 12 meses. Rastreamento de mitigação consistente para todos os riscos identificados. 80% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos de eficiência de recursos em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses, e 20% mostram tendências positivas para todos os recursos abordados. xxiv ISO/CD 18617.2 Comunidade Fornecedores com impactos Vermelhos para comunidade têm planos em vigor e podem demonstrar benefícios mensuráveis para suas comunidades locais. 40% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos para a comunidade em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses. 60% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos para a comunidade em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses. 80% dos fornecedores com indicação em Vermelho no Mapa de Calor (Heat Map) têm planos para a comunidade em conformidade com a orientação técnica da Cobham, atualizados nos últimos 12 meses, e 20% mostram impactos positivos na comunidade. 892 893 894 Indicadores de resultados 895 896 É preciso conhecer os resultados das atividades de compras sustentáveis da organização. Isso começa com a definição de metas e indicadores-chave de desempenho (KPI, na sigla em inglês). 897 898 Metas e KPI devem estar alinhados às metas e aos objetivos mais amplos da organização e aos objetivos da política de compras sustentáveis em particular. 899 900 901 A ilustração abaixo mostra um exemplo de indicadores de resultados para uma empresa do setor imobiliário. Ele está ligado ao exemplo ilustrado na Definição de Prioridades, para mostrar como objetivos e metas podem fluir até medidas para a cadeia de abastecimento. 902 Exemplo de indicadores de resultados Objetivo principal Construir um legado de benefícios sociais e econômicos para as regiões em que opera Metas Medidas Até dezembro de 2018, nossa carteira mista de projetos atingirá as seguintes metas anualmente: Como mediremos o sucesso • • • • 20% do gasto total da nossa cadeia de abastecimento virão de empresas em operação em bairros locais. 25% da força de trabalho da cadeia de abastecimento em nossas localidades serão formados por moradores de bairros locais. 6% da força de trabalho da cadeia de abastecimento em nossas localidades serão formados por aprendizes ou estagiários. • Informaremos, no que se refere à nossa carteira de projetos • % de gastos na região. • % da força de trabalho local. • % da força de trabalho formada por aprendizes ou estagiários. Todos os novos projetos informarão: • Gastos em negócios locais. • Pessoa/dias no local para moradores locais. • Pessoa/dias no local para aprendizes/estagiários. 903 904 905 906 A coleta de dados eficiente e eficaz é crucial. Os dados devem ser coletados no nível adequado da cadeia de abastecimento e agregados para uma organização, um produto ou um nível de projeto. Na criação de um sistema de indicadores de resultados, as seguintes questões devem ser levadas em consideração: 907 Ferramentas on-line podem permitir a coleta e a agregação eficientes de dados de desempenho; 908 909 A cadeia de abastecimento somente deverá ser solicitada a fornecer dados sobre os impactos ditados pelo Mapa de Prioridades detalhado na Definição de Prioridades; 910 911 Evitar a coleta de dados desnecessários que não serão usados de forma significativa, para não incorrer em custos sem qualquer benefício; questionários genéricos são um exemplo disso e devem © ISO 2002 – All rights reserved xxv ISO/CD 18617.2 912 913 914 915 916 ser considerados apenas se as informações forem usadas para subsidiar decisões relativas a compras; e Usar dados existentes coletados para outros fins, com vistas a evitar duplicação. No exemplo acima, é necessário coletar informações sobre pessoas que trabalham no local, para fins de saúde e segurança; as mesmas informações podem ser usadas para fornecer dados sobre emprego. 917 Indicadores macroeconômicos 918 919 920 921 Esses indicadores em geral não são usados no nível da cadeia de abastecimento. No entanto, algumas organizações podem usá-los para subsidiar uma estratégia global. Um exemplo seria o retorno social do investimento (SROI), que pode, por sua vez, afetar os objetivos para a cadeia de abastecimento e os critérios para a tomada de decisões relativas a compras. 922 Relatórios 923 924 925 É importante que o desempenho de compras sustentáveis seja informado de forma aberta e transparente. Isso pode ser parte do relatório anual da organização, um relatório de RSE separado ou parte de um processo de informação mais formal com garantia independente. 926 927 Ao fazê-lo, a equipe de compras precisa certificar-se de que os dados agregados sejam apresentados de uma forma significativa para fins de gestão e publicação. 928 Um exemplo será ilustrado a seguir: 929 930 © ISO 2002 – All rights reserved xxvi ISO/CD 18617.2 931 Benchmarking 932 933 934 935 936 937 938 Uma organização pode optar por avaliar a si própria em relação a organizações pares. Há vários índices robustos de medição de responsabilidade empresarial disponíveis, que não estão limitados a atividades da cadeia de abastecimento, mas levam em conta todos os aspectos das práticas comerciais de uma organização, incluindo a cadeia de abastecimento. Os principais índices são: Business in the Community Corporate Responsibility Index, Dow Jones Sustainability Indexes e FTSE4Good. Alternativamente, iniciativas de informação pública como a GRI podem ser usadas para garantir transparência e oportunidades de benchmarking. 939 6 940 6.1 941 942 943 944 945 946 947 As seções 3 e 4 destacam aspectos estratégicos e organizacionais de compras sustentáveis para a alta diretoria e decisores. A seção 5 aborda o processo de compras e destina-se a profissionais de compras e funções similares ou afins. Integração da sustentabilidade ao processo de compras Informações gerais Ao integrar a sustentabilidade à compra de bens e serviços, deve-se usar um processo de compras reconhecido. A Figura xx ilustra um fluxo de processo de compras típico, usado como a estrutura desta seção. 948 949 Figura xx – Processo de compras 950 951 952 953 © ISO 2002 – All rights reserved xxvii ISO/CD 18617.2 Planejamento Revisão de Contratos Especificações Gestão de Contratos Seleção 954 955 6.2 Planejamento 956 6.2.1 957 958 959 960 961 962 963 964 965 966 967 968 969 970 971 972 973 974 975 976 977 978 Essa etapa destina-se a definir a melhor estratégia de sustentabilidade para um projeto ou uma estratégia de compras específica. Embora demande algum tempo inicialmente, ela permite: Enfrentar riscos e oportunidades de sustentabilidade significativos do bem/serviço e evitar o foco em detalhes e questões menores; Iniciar um programa de colaboração de trabalho com clientes internos e usuários do negócio; Definir requisitos de sustentabilidade aos quais os fornecedores possam responder, obtendo, ao mesmo tempo, uma boa relação qualidade-preço. Informações gerais Há três elementos-chave no processo: Riscos e oportunidades: quais são os principais riscos e oportunidades de sustentabilidade relacionados a esse bem ou serviço específico? Que planos podemos colocar em prática para mitigar esses riscos e/ou aproveitar essas oportunidades? O ponto de partida desse processo é o mapa de prioridades descrito na Seção 4. Necessidades comerciais: como os nossos requisitos levam a maiores impactos de sustentabilidade? Podemos mudar nossos requisitos para minimizar esses impactos, e como podemos fazê-lo? Devemos observar o conselho na Seção 3 de que a gestão da demanda é importante e a opção mais sustentável é simplesmente não comprar. Análise de mercado: qual a capacidade do mercado de abastecimento para abordar nossos riscos/oportunidades e atender às nossas necessidades comerciais? Devemos desenvolver a capacidade de nossos atuais fornecedores ou encontrar novos fornecedores? O mercado pode exceder as nossas expectativas? © ISO 2002 – All rights reserved xxviii ISO/CD 18617.2 979 980 Todos esses elementos devem, então, ser incorporado à sua estratégia global de compras, de modo que considerações de sustentabilidade se tornem parte do processo de tomada de decisões estratégicas. 981 982 983 984 Figura xx – Insumos para uma estratégia de compras Avalie riscos e oportunidades Analise necessidades Desenvolva uma estratégia de compras Analise o mercado 985 986 6.2.2 Avalie riscos e oportunidades 987 988 989 990 991 992 993 994 995 996 997 998 999 1000 1001 1002 1003 1004 1005 1006 1007 1008 1009 Riscos e oportunidades de sustentabilidade podem sofrer enormes variações de um bem/serviço para outro e de um fornecedor para outro, dependendo de aspectos técnicos, locais de origem, estruturas da cadeia de abastecimento, etc. 1010 1011 1012 1013 O uso de uma abordagem de ciclo de vida pode ser útil nessa fase. Essa técnica consiste em avaliar impactos de sustentabilidade associados a todas as etapas da vida de um produto - do berço ao túmulo, por exemplo: extração de matéria-prima, processamento de materiais, fabricação, distribuição, uso, reparo e manutenção, e descarte ou reciclagem. Embora a técnica seja mais usada para avaliar impactos ambientais O mapeamento de calor descrito na seção 4 é uma técnica útil para esse tipo de análise. O mapeamento de calor é realizado quando a "definição de prioridades" da organização considera a categoria de produto/serviço como um todo. Os resultados desse exercício devem ser usados para informar as prioridades globais para a categoria, como parte de uma abordagem de gestão de categorias. No estágio de planejamento do processo de compras, o foco deve ser mais específico em relação ao bem/serviço e contexto particular, alinhando-se, ao mesmo tempo, às orientações da organização. Essa análise não deve ser feita de forma isolada. Muito pelo contrário, identificar as verdadeiras questões de sustentabilidade exige capturar o conhecimento de: Especialistas técnicos que tenham um conhecimento profundo de como o bem/serviço é fabricado, processado, entregue, etc. Especialistas em sustentabilidade que possam prestar assessoria técnica em assuntos como Saúde e Segurança, Gestão Ambiental, questões Legais, etc. Usuários do negócio que saibam como o bem/serviço é usado pela organização. Um pequeno grupo de trabalho deve ser constituído para realizar esse exercício. Além de identificar riscos e oportunidades, o grupo deve considerar possíveis soluções e planos de mitigação que poderiam ser implementados. © ISO 2002 – All rights reserved xxix ISO/CD 18617.2 1014 1015 (por exemplo, por meio do método de "análise do ciclo de vida"), a mesma abordagem pode ser aplicada a todas as questões de sustentabilidade. 1016 6.2.3 1017 1018 1019 1020 1021 1022 1023 1024 1025 1026 1027 1028 1029 1030 1031 1032 1033 1034 1035 1036 1037 1038 1039 1040 Uma vez identificados os principais riscos e oportunidades, é importante reexaminar a necessidade da empresa à luz dessas informações, com as partes interessadas. Isso permite que os principais riscos e oportunidades sejam abordados por meio de uma contestação robusta da necessidade. 1041 1042 1043 Analise necessidades Ao analisar uma necessidade, reflita sobre possíveis opções alternativas para produzir o mesmo resultado de uma forma melhor como, por exemplo: Eliminando a demanda; Reduzindo a frequência de uso/consumo; Identificando métodos alternativos para atender demandas; Agregando e/ou consolidando a demanda; Compartilhando o uso entre divisões ou organizações; Incentivando a reutilização/reciclagem quando pertinente. As técnicas existentes para avaliar e contestar necessidades incluem análise de valor e engenharia de valor, que são usadas para redesenhar bens ou serviços e podem ser ampliadas a fim de incorporar questões de sustentabilidade. Em segundo lugar, devem-se consultar as principais partes interessadas internas (por exemplo, detentores do orçamento, usuários do negócio) para avaliar a viabilidade de possíveis soluções 'sustentáveis', adaptar recomendações e envolvê-los para que apoiem as mudanças necessárias. Caso essas mudanças tenham um impacto importante na forma como as coisas funcionam atualmente, recomenda-se mapear seu poder e sua influência em relação ao seu interesse e às suas aspirações, e desenvolver um plano de envolvimento e comunicação adequado (oficinas, entrevistas, etc.). Nessa etapa, você também poderá pensar em designar um "patrono" para apoiar a sua abordagem. Figura xx – Interesses das partes interessadas e matriz de influência Manter satisfeito Manter próximo Esforço mínimo Manter informado © ISO 2002 – All rights reserved xxx ISO/CD 18617.2 1044 1045 1046 1047 1048 1049 Stakeholder group’s power and influence - Poder e influência do grupo de partes interessadas Stakeholder group’s interest and aspirations – Interesse e aspirações do grupo de partes interessadas High – Alto Low - Baixo Riscos de Sustentabilidade Maiores riscos de saúde e segurança relacionados com a limpeza em turnos noturnos Maiores impactos ambientais (uso de água, detergente e energia) relacionados com requisitos de limpeza semelhantes para todos os tipos de áreas de trabalho Oportunidades relacionadas com a demanda Limpar durante o expediente Definir expectativa de acordo com tipos de áreas: do depósito (baixa), a mesas de escritório (média), a banheiros (alta) Plano de envolvimento de partes interessadas Fazer com que os usuários aceitem os agentes de limpeza durante o expediente de trabalho Fazer com que os usuários aceitem que ‘tudo limpo o tempo todo’ não deve ser a meta da organização Figura xx – Exemplo de serviços de limpeza na sede de uma organização 1050 1051 6.2.4 Analise o mercado de abastecimento 1052 1053 1054 1055 1056 1057 1058 1059 1060 1061 1062 1063 1064 1065 1066 1067 1068 O objetivo é obter um entendimento profundo da capacidade atual e futura do mercado de abastecimento para suportar suas necessidades de sustentabilidade, fornecendo, ao mesmo tempo, um nível igual ou melhor de preço e qualidade do serviço. Certifique-se, também, de que entende se seus requisitos de sustentabilidade reduzem o nível de concorrência e/ou o seu poder de compra. Se essas questões forem identificadas como significativas no mapa de prioridades, você deve certificar-se de que sua pesquisa de mercado inclua fornecedores locais, PME e populações e comunidades desfavorecidas (por exemplo, empresas fornecedoras de propriedade de - e/ou que empreguem - pessoas com deficiência, comunidades indígenas, etc.). Os fornecedores podem estar à frente de seus clientes em termos de criatividade e inovação. É importante envolver-se com uma gama diversificada de fornecedores logo no início do processo, a fim de averiguar se novas tecnologias, novos produtos, novos fornecedores ou avanços em práticas comerciais sustentáveis poderiam atender ou exceder os requisitos comerciais. Considere a posição do mercado entre o comprador e o mercado. O diagrama a seguir pode ser usado como guia. 1069 © ISO 2002 – All rights reserved xxxi ISO/CD 18617.2 Figura XX – Matriz de Envolvimento do Mercado 1070 1071 Selecionar melhor da classe Impulsionador do mercado Tomador do mercado Influenciador do mercado 1072 1073 Ambition – Ambição 1074 Leverage - Alavancagem 1075 1076 1077 1078 1079 1080 1081 1082 1083 1084 1085 Em áreas onde há alavancagem significativa é possível influenciar ou até mesmo impulsionar os mercados para um nível superior. Onde a alavancagem é menor, basta simplesmente avaliar e selecionar a opção mais sustentável. A alavancagem não deve ser considerada apenas em termos financeiros. Alguns fornecedores serão atraídos pela ideia de desenvolver produtos e serviços mais sustentáveis para um pequeno cliente, com vistas a criar mais vantagem competitiva com os clientes maiores. A alavancagem também pode ser melhorada por meio de colaboração com outras organizações de compras, com a devida consideração a questões éticas e ao direito concorrencial. A pesquisa de mercado não deve ser limitada a fontes externas: as próprias áreas comerciais de uma organização podem estar aptas a fornecer insights valiosos sobre requisitos e oportunidades de sustentabilidade. 1086 6.2.5 1087 1088 1089 1090 1091 1092 1093 1094 1095 1096 1097 1098 1099 1100 1101 1102 1103 1104 1105 1106 1107 1108 A estratégia de compras descreve como produzir o melhor resultado para as suas compras. Ela pode ter apenas uma página, no caso de uma compra simples (por exemplo, uma nota informativa), ou ser bem mais longa, no caso de uma compra complexa. Desenvolva uma estratégia de compras As orientações estratégicas relacionadas à sustentabilidade devem ser incorporadas às diferentes seções desse documento, como por exemplo: Principais constatações sobre riscos e oportunidades de sustentabilidade, necessidades e mercado de abastecimento; Ações necessárias para gerenciar os principais riscos e oportunidades de sustentabilidade; Abordagem recomendada relacionada com a demanda (eliminação, redução, reutilização, etc.); Como a abordagem de prospecção cumprirá objetivos de sustentabilidade; Como requisitos de sustentabilidade serão incorporados à especificação, incluindo quaisquer critérios do tipo passa/não passa na fase de pré-qualificação ou licitação; O peso atribuído à sustentabilidade nos critérios de avaliação, com uma análise cuidadosa na busca do melhor equilíbrio com outros critérios, tais como preço ou qualidade; Os benefícios de sustentabilidade esperados, incluindo a economia ao longo do ciclo de vida; Os impactos da abordagem de sustentabilidade no plano e no orçamento do projeto. As decisões tomadas nessa fase influenciam todo o processo de compras. Certifique-se de que as decisões sejam apoiadas e acordadas por todas as partes interessadas e que, em última análise, constem de um documento escrito. Muitas organizações usarão uma Revisão Intermediária (Gateway Review) nessa etapa, com a aprovação das principais partes interessadas, antes de avançar para a próxima etapa. © ISO 2002 – All rights reserved xxxii ISO/CD 18617.2 1109 6.3 Especificações 1110 6.3.1 1111 1112 1113 1114 1115 1116 1117 1118 1119 1120 1121 1122 1123 1124 Uma vez tomada a decisão sobre a estratégia de compras, as especificações (ou às vezes resumo ou escopo de trabalho) podem ser finalizadas. Usar as especificações para incorporar elementos sustentáveis é o meio mais eficaz para garantir que aspectos sustentáveis sejam incorporados à decisão de comprar. 1125 6.3.2 1126 1127 1128 1129 1130 1131 1132 1133 1134 1135 1136 1137 1138 1139 Há diferentes tipos de especificação que podem ser usados: Técnica: especifique uma característica física do produto (= atributo), por exemplo, conteúdo reciclado, livre de mercúrio, ou a forma como o produto é fabricado ou apresentado (= processo), por exemplo, madeira e pesca orgânica ou submetida a manejo sustentável. Desempenho: defina as normas de desempenho a serem cumpridas pelo produto ou solução. Por exemplo, padrões de atendimento e número de clientes para um serviço de assistência social. Funcional: defina a função proposta a ser cumprida pelo produto requerido. Por exemplo, resistência e durabilidade do concreto a ser fornecido, eficiência energia/combustível. 1140 6.3.3 1141 1142 1143 1144 1145 1146 1147 1148 1149 1150 1151 1152 1153 1154 1155 As especificações podem ser: Obrigatórias, quando estabelecem um desempenho mínimo aceitável, excluindo ativamente características indesejáveis; Opcionais, quando definem soluções de sustentabilidade ideais. Nesse caso, devem estar relacionadas a um critério de avaliação - que será utilizado para recompensar o desempenho que exceder os padrões mínimos - e, possivelmente, a um indicador-chave de desempenho (KPI) a ser gerenciado durante o contrato. Informações gerais A inclusão de requisitos de sustentabilidade nas especificações deve ser feita em articulação com as principais partes interessadas, a fim de refletir as considerações práticas e técnicas. Ao redigir especificações, atente para os seguintes aspectos: As especificações devem estar de acordo com as leis e os direitos fundamentais definidos na norma ISO 26000; Defina os requisitos de sustentabilidade, sem qualquer risco de parcialidade ou conivência; Todas as especificações devem ser comunicadas de forma transparente e eficaz a potenciais fornecedores; Permita a concorrência leal e, ao fazê-lo, preste especial atenção às PME e à sua capacidade para cumprir os seus requisitos. Tipos de especificação Geralmente, uma combinação de especificações de desempenho e funcionais é preferível, uma vez que permite aos fornecedores propor a solução técnica mais eficiente para o desempenho ou a função requerida, levando a benefícios de sustentabilidade potenciais, tais como melhor desempenho energético, redução de resíduos, maior segurança para usuários, etc. Ao adotar especificações técnicas, tome cuidado para não especificar marcas, a menos que absolutamente inevitável e aceito por lei. Especificações obrigatórias e opcionais Além dessas duas opções principais, um comprador pode usar técnicas adicionais, tais como variantes, a fim de recompensar melhores soluções alternativas. A análise prévia do mercado subsidia a decisão sobre o que deve ser obrigatório e opcional. Por exemplo, o grau em que os fornecedores podem cumprir os requisitos de sustentabilidade da organização pode nem sempre ser conhecido ao elaborar a licitação, ou a análise de mercado revelou que havia uma enorme lacuna entre fornecedores em termos de desempenho de sustentabilidade. Nesse caso, o risco de restringir a © ISO 2002 – All rights reserved xxxiii ISO/CD 18617.2 1156 1157 concorrência e excluir fornecedores qualificados deve ser evitado, salvo se o requisito for uma necessidade absoluta para a organização. Requisitos Veículos Especificações obrigatórias Padrão mínimo <100 g CO2 /km. Padrão mínimo 5% das horas de trabalho para pessoas socialmente desfavorecidas Especificações opcionais + Critérios de avaliação Um ponto atribuído por cada 10 g abaixo do limite. A melhor oferta recebe 10/10; 5% recebem apenas 0/10. 1158 Obras civis Papel de escritório Padrão mínimo 100% reciclados ou rotulado como FSC/PEFC ou equivalente 10/10 se 100% rótulo ecológico que garanta benefícios ambientais adicionais ao longo do ciclo de vida Figura xx - Exemplos de especificações obrigatórias/opcionais mistas 1159 1160 6.3.4 Certificação de terceira parte 1161 1162 1163 1164 1165 1166 1167 1168 1169 1170 1171 1172 1173 1174 1175 1176 1177 1178 1179 1180 1181 1182 1183 1184 1185 1186 1187 1188 1189 1190 1191 1192 1193 Há diferentes iniciativas para comprovar, por meio de terceiras partes, o desempenho de um produto/serviço ou processo em termos de sustentabilidade. Elas parecem oferecer uma solução rápida para compradores que buscam especificar requisitos de sustentabilidade para processos, bens ou serviços. No entanto, elas ainda cobrem apenas uma pequena gama de indústrias e produtos/serviços. Rótulos são usados para identificar produtos ou serviços (principalmente gastos operacionais e indiretos), certificados como possuidores de determinadas propriedades. Geralmente são voluntários e concedidos por terceiras partes imparciais. O mais comumente usado em termos de sustentabilidade são os rótulos ecológicos (ecolabels) para produtos ou serviços ecológicos. No entanto, os rótulos podem existir em qualquer questão da sustentabilidade. Antes de usar um rótulo ecológico como base para uma decisão de compra, é importante verificar os critérios exigidos pelo rótulo e saber quem o concedeu, para certificar-se de que é realmente imparcial. Para obter mais informações sobre rótulos ecológicos, consulte a Global Ecolabelling Network (GEN): www.globalecolabelling.net. Rótulos são diferentes de declarações, que são afirmações que indicam os aspectos de desempenho de um produto ou serviço. Declarações ambientais vêm sendo usadas cada vez mais pelas organizações para comunicar o desempenho ambiental de produtos, obras e serviços de maneira confiável e compreensível. Essas declarações devem ser relevantes, verificadas e comparáveis, a fim de orientar o processo decisório do comprador. Os sistemas de gestão permitem às organizações melhorar seu desempenho por meio de um processo de melhoria contínua. Uma simplificação é a abordagem "Planejar, Executar, Verificar, Agir". Um sistema mais completo inclui responsabilização (uma atribuição de responsabilidade pessoal) e um cronograma de atividades a serem realizadas, bem como ferramentas de auditoria para implementar ações corretivas, além de atividades programadas, criando uma espiral ascendente de melhoria contínua. Muitas organizações implementam sistemas de gestão relacionados com questões de sustentabilidade, tais como meio ambiente ou saúde e segurança. Estes são muitas vezes específicos para indústrias e podem ser corroborados por uma norma ou um código de conduta típico de uma indústria. Há também sistemas de gestão certificados de terceiros relacionados à sustentabilidade, tais como: ISO 14001 para gestão ambiental; OHSAS 18001 para gestão de saúde e segurança; SA 8000 para direitos humanos e trabalhistas. © ISO 2002 – All rights reserved xxxiv ISO/CD 18617.2 1194 1195 1196 1197 1198 As certificações de sistemas de gestão não avaliam a qualidade ou a sustentabilidade de um produto/serviço, mas a qualidade da gestão de uma atividade, um processo ou um local. Não garantem um desempenho absoluto de sustentabilidade, mas um processo que impulsiona melhoria contínua em termos de impactos de sustentabilidade. 1199 6.4 1200 6.4.1 1201 1202 1203 1204 1205 1206 1207 1208 1209 1210 1211 1212 1213 1214 1215 1216 1217 1218 1219 1220 1221 1222 O objetivo desta etapa é avaliar a capacidade dos fornecedores de contribuir para os objetivos de sustentabilidade da organização, por meio do fornecimento de produtos ou serviços. Os compradores não devem avaliar os fornecedores em sua abordagem de sustentabilidade em geral, mas sim em requisitos específicos do relacionamento cliente/fornecedor. 1223 6.4.2 1224 1225 1226 1227 1228 1229 1230 1231 1232 1233 1234 1235 1236 1237 1238 1239 1240 O objetivo da pré-qualificação é reunir informações sobre a capacidade dos licitantes e, em alguns casos, para avaliá-los em relação a critérios de passa/não passa. A estratégia precisa identificar quaisquer critérios de sustentabilidade sujeitos a essa condição, para garantir que sejam acordados com as partes interessadas e fiquem claros para o mercado. Seleção Informações gerais A seleção de fornecedores geralmente compreende a pré-qualificação e a licitação. A principal diferença entre as fases de pré-qualificação e de licitação são: A pré-qualificação geralmente tem como foco as capacidades gerais do fornecedor para entregar resultados de sustentabilidade; A licitação geralmente tem como foco a capacidade e o compromisso para cumprir os requisitos de sustentabilidade detalhados e específicos para o produto e o serviço, conforme descritos nas especificações. Ao realizar a seleção de fornecedores, certifique-se de respeitar todos os requisitos legais (regulamentos de compras públicas, por exemplo) e promover a concorrência aberta e leal entre potenciais fornecedores. Ao fazê-lo, atente especialmente para aspectos como: Ética, prevenção de corrupção e controles internos; Transparência e responsabilização de todo o processo de seleção; Práticas de referência/deferência. Inclusão de todas as empresas de qualquer porte, condição ou posicionamento, com capacidade para cumprir o requisito. Pré-qualificação Muitas normas, códigos de conduta de fornecedores e sistemas de gestão específicos da indústria são utilizados na pré-qualificação. Por exemplo, o cumprimento das Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre condições de trabalho e direitos humanos pode ser um critério obrigatório. Uma organização pode também decidir exigir que os fornecedores assinem seu próprio código de conduta ou carta de sustentabilidade. As organizações podem optar por usar diferentes graus de evidência em vários pontos do processo de compra. Na fase de pré-qualificação, pode ser suficiente exigir prova de comércio ético e políticas trabalhistas ou autocertificação. No entanto, na medida em que o processo avança e a pré-seleção de potenciais fornecedores pelo processo de licitação se torna ainda mais rígida, auditores externos ou auditores internos especializados podem, então, ser chamados a atuar, a fim propiciar maior segurança. © ISO 2002 – All rights reserved xxxv ISO/CD 18617.2 1241 1242 1243 1244 1245 Alguns critérios de pré-qualificação podem ser discricionários e usados com outros critérios comerciais para subsidiar uma avaliação ponderada, que permita uma pré-seleção ainda mais rígida de fornecedores que cumpram todos os critérios obrigatórios. Por exemplo, um fornecedor com um histórico comprovado na redução de emissões de carbono pode ser selecionado, em detrimento de outro com menos experiência nessa área. 1246 1247 Figura xx - Exemplo de questão e critérios de pré-qualificação Práticas trabalhistas – Questão de pré-qualificação (QPQ) • Descreva sua experiência em trabalhos prestados com base em práticas de emprego justas e éticas, por meio de sua força de trabalho e cadeia de abastecimento. • Informe sua política de emprego em relação a: salários de subsistência; igualdade e diversidade; liberdade de associação; procedimentos de queixa; horário de trabalho, incluindo turnos divididos e excluindo contratos de zero hora; trabalho não remunerado; e trabalho infantil. • Demonstra compreensão do problema, mas tem pouca experiência além do cumprimento de requisitos legais. BÁSICO BOM DIFERENTE 1248 1249 1250 • Demonstra compreensão de práticas trabalhistas justas e gestão de riscos para a cadeia de abastecimento. • Aborda todos os aspectos identificados na questão. • Apresenta evidência de projetos anteriores que demonstram elevados padrões éticos. • Tem vasta experiência no emprego ético de recursos tanto diretamente como por meio da cadeia de abastecimento para projetos de diferentes portes e complexidades, corroborada por evidências de estudo de caso e análise de riscos. • Política para cumprimento de norma internacional como o Código Base da ETI. • Pode demonstrar o estudo de viabilidade para a adoção de práticas de emprego éticas e redução de custos. O exemplo acima poderia ser usado como uma condição passa/não passa, com "BOM" como um padrão mínimo ou uma forma de pré-seleção, caso não haja critérios obrigatórios mínimos. © ISO 2002 – All rights reserved xxxvi ISO/CD 18617.2 1251 1252 1253 1254 1255 No caso de desclassificação de fornecedores, uma boa prática é notificá-los formalmente e convocar uma reunião informativa. Os fornecedores devem ser informados sobre se e como suas credenciais de sustentabilidade ficaram aquém da exigência, o que por sua vez envia um sinal claro para o mercado sobre a importância de práticas comerciais sustentáveis. 1256 6.4.3 1257 1258 1259 1260 1261 1262 1263 1264 1265 1266 1267 1268 1269 1270 1271 1272 1273 1274 1275 1276 1277 1278 O objetivo da licitação é reunir informações suficientes sobre a capacidade e o compromisso dos fornecedores pré-selecionados de cumprir o requisito para chegar à seleção final. Licitação Os fornecedores podem ser convidados a participar de uma reunião informativa anterior à licitação, destinada a descrever o processo de licitação e garantir comunicação contínua, dependendo da escala, do mercado e da complexidade da compra. Essa é mais uma oportunidade para garantir que os fornecedores entendam plenamente a oportunidade de negócio e as expectativas comerciais e de negócios sustentáveis, e os compradores devem maximizar essa oportunidade para promover a concorrência e influenciar proativamente os fornecedores. Transparência e responsabilização são fundamentais na fase de licitação: todos os critérios de avaliação de propostas, a metodologia de pontuação e a avaliação de benefícios devem ser acordados antes da emissão da licitação, e comunicados claramente aos fornecedores. Certifique-se de que eles compreendem plenamente a importância de todos os aspectos do edital, incluindo os requisitos relativos a negócios sustentáveis. Os compradores também devem deixar claro até que ponto precisam descer na cadeia de abastecimento ao avaliar impactos. Isso depende da posição e do risco da política empresarial. Os critérios podem ser avaliados de várias formas, incluindo: Definição de requisitos mínimos ou normas de desempenho (critérios passa/não passa); Critérios de ponderação; Avaliação de Custos ao Longo do Ciclo de Vida (ACCV); Monetização de determinados impactos, tais como consumo de energia e resíduos. A construção do Parque Olímpico de Londres exigiu a aquisição de 500.000 m3 de concreto usinado. Pelo menos 12 meses antes da licitação, a Autoridade Olímpica (Olympic Delivery Authority - ODA) envolveu-se com a indústria de concreto, para lançar o desafio à indústria de fornecer níveis sem precedentes de conteúdo reciclado e baixo teor de carbono incorporado. A concorrência foi incentivada a fim de impulsionar inovação, em vez de fixar uma meta finita. Após selecionar a oferta mais sustentável (que também foi a mais competitiva em termos comerciais) com a aplicação de 20% de peso a critérios de sustentabilidade, a ODA trabalhou com o fornecedor para desenvolver a opção mais sustentável. Esse processo resultou em um uso de 22% de materiais reciclados, redução de 24% de carbono incorporado e eliminação de mais de 70 mil movimentações de veículos. Trabalhar com o fornecedor para racionalizar o projeto resultou em uma economia adicional de 23% em carbono incorporado, por meio da redução do uso de material. Figura XX – Estudo de caso concreto - Londres 2012 1279 © ISO 2002 – All rights reserved xxxvii ISO/CD 18617.2 1280 Figura XX – Exemplo de questão e critérios de avaliação de licitação 1281 1282 Emprego – Carta-Convite (CC) • Buscamos oferecer uma oportunidade plena e justa a fornecedores competitivos locais e empregar pessoal local devidamente qualificado. Pedimos confirmar seus níveis atuais de força de trabalho local e gastos com compras, suas metas para introduzir melhorias nessa área, e apresentar um plano de ação a esse respeito. • Dados de linha de base fornecidos, sem compromisso firme com metas ou com um plano de ação. BÁSICO BOM DIFERENTE • Compromete-se com metas <10% acima da linha de base e pode descrever como isso será feito. • Fornece informações e garantia para demonstrar competência e relações locais para cumprir a meta. • Compromete-se com uma meta >10% acima da linha de base. • Plano de ação completo e detalhado. 1283 1284 1285 1286 1287 O fornecedor com a melhor proposta de sustentabilidade nem sempre vencerá uma licitação se não for competitivo em outras áreas. Nesse caso, pode ser apropriado adjudicar um contrato condicionado à obtenção de um padrão mínimo ao longo de um período de tempo especificado. No exemplo acima, o contrato pode ser adjudicado na condição de o fornecedor obter o padrão "Bom" após um período de tempo. 1288 6.4.4 1289 1290 1291 1292 1293 1294 Fornecedores com práticas não sustentáveis podem estar aptos a oferecer preços mais baixos do que fornecedores com melhores condições. A menos que os processos e critérios de pré-qualificação e licitação sejam robustos para garantir bons padrões mínimos antes de o fornecedor ser aceito, a organização poderia estar constantemente enfraquecendo suas próprias políticas de sustentabilidade, expondo-se a uma ampla gama de riscos, e sinalizando para o mercado que subvaloriza a sustentabilidade em relação a outras questões. Métodos de Avaliação © ISO 2002 – All rights reserved xxxviii ISO/CD 18617.2 1295 1296 1297 1298 As respostas à licitação devem ser avaliadas em conformidade com a estratégia de pontuação previamente acordada, geralmente definida na estratégia de compras. A especificação deve sempre capturar elementos sustentáveis no maior número de detalhes possível. No entanto, há também outras maneiras de promover resultados sustentáveis na fase de avaliação. 1299 1300 O primeiro método - e o mais comum - consiste em recompensar padrões e desempenho superiores, e é apresentado na seção 'Especificações'. 1301 1302 1303 1304 1305 1306 1307 Em segundo lugar, julgamentos qualitativos podem ser usados em alguns contextos específicos. Fornecedores, especialmente nas indústrias de serviços, podem ser solicitados a resumir, em sua resposta à licitação, sua experiência e seu método em relação a critérios de sustentabilidade. Isso permite aos compradores avaliar sua abordagem para gerenciar os principais riscos e/ou oportunidades de sustentabilidade, identificados durante a fase de planejamento. Muitas vezes é aconselhável realizar entrevistas presenciais com pessoal-chave e visitar locais onde serviços semelhantes estejam sendo realizados, a fim de garantir que os julgamentos qualitativos sejam corroborados pela melhor prova possível. 1308 1309 1310 1311 1312 1313 1314 Em terceiro lugar, avaliações para fins específicos permitem identificar e avaliar corretamente produtos que podem não ser suficientemente robustos, resultando em custos mais elevados de reparo e substituição. Outras propostas poderão ser excessivas, oferecendo funcionalidades ou serviços indesejados a custos adicionais. Nenhum dos extremos fornece uma solução sustentável e isso deve ser refletido na avaliação. Rótulos ecológicos, Declarações Ambientais de Produtos e outras normas de produtos podem ajudar a avaliar as credenciais de sustentabilidade de um produto. Alternativamente, evidências baseadas em ensaios ou outras referências de clientes ajudam a avaliar esse aspecto importante. 1315 1316 1317 1318 1319 1320 Finalmente, o custo ao longo do ciclo de vida deve ser usado para garantir a obtenção de um bom custobenefício, resultando na seleção do fornecedor economicamente mais vantajoso durante a vigência do contrato. Se aplicada corretamente, essa técnica ajuda a monetizar impactos de sustentabilidade tais como custos de energia, substituição ou reparo precoce de produtos menos duráveis e descarte no final da vida. Quando possível, custos futuros e tributação ambiental e social prevista devem ser levados em conta para que se obtenha a avaliação de custos mais bem equilibrada. 1321 6.4.5 1322 1323 1324 1325 Organizações do setor privado e alguns órgãos públicos podem estar em condições de negociar após a avaliação da licitação. Essa fase representa riscos de menores compromissos com a sustentabilidade por parte do(s) fornecedor(es), especialmente em decorrência de um enfoque apenas no custo, assim como oportunidades para obter seu maior envolvimento. 1326 1327 1328 1329 Elementos de sustentabilidade como, por exemplo, representantes de RSE, Saúde e Segurança, Meio Ambiente devem ser incluídos na preparação de uma reunião de negociação e/ou estratégia de negociação, e para representar interesses de sustentabilidade durante reuniões de negociação importantes. 1330 Os principais resultados da negociação podem incluir o seguinte: Seleção do fornecedor, negociação e contratação 1331 Especificações de sustentabilidade garantidas; 1332 1333 Acordo feito para a adoção de medidas para gerenciar riscos identificados na fase de préqualificação ou avaliação de propostas; 1334 Influência proativa na agenda de sustentabilidade futura do fornecedor obtida. 1335 1336 1337 1338 1339 1340 1341 Sempre que possível, os compromissos com a sustentabilidade devem ser incluídos no contrato, para garantir que o fornecedor estará contratualmente obrigado a cumpri-los ou a melhorar seu desempenho ao longo do tempo. Se não for possível negociar compromissos contratuais, uma abordagem mais informal e flexível poderá ser necessária para convencer os fornecedores a adotar iniciativas de sustentabilidade. Essas iniciativas não seriam contratualmente vinculantes, e normalmente são capturadas em um plano separado de melhoria do fornecedor ou em um memorando de entendimento. Exemplos de iniciativas incluem compromissos de mudar para (ou aumentar o uso de) madeira de manejo sustentável, reduzir ou eliminar o © ISO 2002 – All rights reserved xxxix ISO/CD 18617.2 1342 1343 uso de produtos químicos perigosos, aumentar o uso de PME locais, ou garantir melhores condições de trabalho a jusante da cadeia de abastecimento. 1344 1345 1346 1347 Após a conclusão da negociação, o contrato deve ser formalmente adjudicado ao fornecedor. O contrato deve ser totalmente aprovado pelas partes interessadas necessárias e autoridades delegadas (as organizações poderão realizar uma revisão intermediária nesse momento). A comunidade mais ampla de partes interessadas deve ser informada dos novos acordos. 1348 1349 1350 Os fornecedores malsucedidos devem ser notificados e plenamente informados. Os fornecedores devem ser informados sobre se e como suas credenciais de sustentabilidade ficaram aquém dos requisitos. Isso, por sua vez, reforça a importância de práticas de negócios sustentáveis no mercado de abastecimento. 1351 6.5 1352 6.5.1 1353 1354 1355 1356 É apenas na fase de gestão de contratos que os resultados de sustentabilidade desejados serão produzidos. Para tanto, é essencial que a adjudicação de um contrato não seja vista como o fim do processo de compras sustentáveis, mas sim como o início de um processo que produz resultados. 1357 1358 1359 Embora a gestão de contratos seja fundamental para resultados bem sucedidos, também é importante garantir um relacionamento saudável com o fornecedor, bem como focalizar algumas questões mais subjetivas na gestão do relacionamento com o fornecedor. 1360 6.5.2 1361 1362 1363 1364 1365 1366 1367 1368 1369 1370 1371 1372 1373 1374 1375 1376 1377 1378 1379 1380 1381 Os compromissos de sustentabilidade de uma organização devem estar refletidos na qualidade do relacionamento com seus fornecedores. A obtenção de resultados de sustentabilidade muitas vezes requer o desenvolvimento de uma visão de longo prazo, que tem mais chances de ser compartilhada por um fornecedor que considera a organização de compras um "cliente preferencial". 1382 6.5.3 1383 1384 1385 Há um período de transição e acomodação no início de qualquer novo acordo contratual e, frequentemente, a influência e o envolvimento de partes interessadas mudam na medida em que um contrato se torna operacional. A partir de uma perspectiva comercial sustentável, é fundamental que a conscientização e o foco Gestão de contratos Informações gerais Garantir a qualidade do relacionamento com o fornecedor A qualidade do relacionamento com o fornecedor pode ser garantida e reforçada por meio de uma combinação de práticas, que incluem: Total cumprimento de requisitos legais em termos do relacionamento cliente-fornecedor; Cláusulas equilibradas, condições justas (por exemplo, garantias, prazos...) e penalidades em contratos; Procedimentos (por exemplo, contratos de base, de proteção de propriedade intelectual) e condições (por exemplo, pagamentos imediatos), gerando melhor saúde para todas as partes interessadas da cadeia de abastecimento; Emissão de pedidos sempre que a organização cliente e o fornecedor concordarem em iniciar o trabalho, e prevenção de custos ocultos e aumento de riscos para ambas as partes quando da elaboração do pedido; Controlar e melhorar o desempenho de pagamentos em relação aos termos contratuais e requisitos legais, mesmo quando os fornecedores forem responsáveis por atrasos; Prevenção de conflitos por meio de diálogo e solução eficiente de controvérsias; Atenção especial às diferentes categorias de fornecedores: estratégicos, PME, fornecedores frágeis, etc. Implementação de contratos © ISO 2002 – All rights reserved xl ISO/CD 18617.2 1386 1387 1388 1389 1390 1391 em elementos sustentáveis e em metas de desempenho afins sejam comunicados e compreendidos pelas partes interessadas internas relevantes. 1392 6.5.4 1393 1394 1395 1396 1397 1398 1399 1400 1401 1402 1403 1404 1405 1406 1407 1408 1409 1410 1411 1412 1413 1414 1415 1416 1417 1418 1419 1420 1421 Um plano de gestão de contratos que integre metas e medidas de desempenho pode ser elaborado e aprovado conjuntamente. A ligação de metas sustentáveis com o plano de gestão de contrato coloca a sustentabilidade na agenda comercial e ajuda a manter foco e impulso para a sustentabilidade. 1422 6.5.5 1423 1424 1425 1426 1427 1428 1429 1430 1431 1432 1433 O monitoramento de desempenho contínuo é essencial durante a vigência do contrato, para garantir que o fornecedor continue a cumprir as especificações, as condições contratuais e/ou planos de ação separados. O fornecedor também deve apoiar plenamente a implementação de práticas de sustentabilidade (potencialmente novas), desde o início do contrato. É função do gestor do contrato certificar-se de que a sustentabilidade esteja no topo da agenda do fornecedor. Plano de gestão de contratos Muitas organizações usam indicadores-chave de desempenho (KPI) para medir seu desempenho e o de seus fornecedores. Metas e KPI afins podem abranger todo o espectro de impactos sustentáveis e dependem das prioridades definidas na estratégia de compras e depuradas durante a fase de licitação: da prospecção de matérias-primas, normas trabalhistas em toda a cadeia de abastecimento, prospecção e capacitação local, até a produção, o uso e a gestão de fim de vida. Nesse ponto, o gestor do contrato e o fornecedor devem revisitar qualquer análise de risco e oportunidade conduzida pela organização ao longo das fases de planejamento e seleção. Planos de ação correspondentes devem ser revistos ou desenvolvidos para garantir o comprometimento do fornecedor, o alinhamento e o foco contínuo em riscos e oportunidades cruciais de sustentabilidade. Estes devem ser mencionados nos planos de gestão de contrato e, quando apropriado, incorporados aos planos de desenvolvimento de fornecedores. Em alguns casos pode haver um conflito de interesses, e melhorar as práticas de sustentabilidade pode não ser do interesse financeiro do fornecedor no curto prazo. Por exemplo, empresas de coleta de resíduos que são pagas por tonelada poderão resistir em adotar iniciativas de redução de resíduos; ou fornecedores de equipamentos de TI poderão não apoiar tentativas de clientes de estender a vida útil de um produto por meio da atualização do produto, em detrimento de sua substituição. Nesses casos, uma combinação de incentivos e remédios pode ser adotada para realinhar a rentabilidade à sustentabilidade. Por exemplo: Pagamento de bonificações a fornecedores para a consecução de metas; Contratos de preço fixo poderiam ser acordados (nesse caso, a redução de resíduos ou o aumento da eficiência melhoraria as margens de lucro de um fornecedor); Acordos de divisão de lucros poderiam ser colocados em prática: o cliente e o fornecedor dividem os lucros decorrentes de melhorias em acordos de fornecimento sustentável. Gestão do desempenho e de relacionamentos Muitas organizações adotam uma metodologia de pontuação equilibrada (balanced scorecard), em que critérios de sustentabilidade podem ser monitorados junto a requisitos de serviço, de entrega de qualidade, de custo e técnicos. Se qualquer pontuação individual ou combinada mostrar uma tendência negativa ou ficar abaixo de um limiar acordado, o fornecedor deverá ser obrigado a adotar medidas corretivas. Reuniões de revisão devem ser mantidas a intervalos acordados, e no caso de fornecedores-chave devem ser presenciais. Essas reuniões devem proporcionar uma oportunidade para que ambas as partes se comuniquem, compartilhem preocupações, promovam o entendimento e fomentem um bom relacionamento © ISO 2002 – All rights reserved xli ISO/CD 18617.2 1434 1435 1436 comercial. As organizações devem sempre tentar aproveitar a experiência dos fornecedores para manter uma vantagem competitiva, e um processo de revisão construtivo fomenta essa iniciativa. 1437 1438 1439 É uma boa prática para as organizações realizar auditorias periódicas de fornecedores durante a vigência do contrato, especialmente no caso de contratos importantes e complexos, para assegurar que reivindicações de sustentabilidade e práticas de trabalho atendam aos requisitos declarados. 1440 6.5.6 1441 1442 1443 1444 1445 1446 1447 As organizações devem promover iniciativas para melhorar a sustentabilidade, e isso muitas vezes envolve fornecedores e clientes em abordagens conjuntas. As cadeias de abastecimento podem ser longas e complexas, e os esforços para melhorar a prática sustentável a jusante requerem o apoio proativo de fornecedores-chave de nível 1. Por exemplo, os esforços dos clientes para melhorar as condições de trabalho ou obter a garantia de integridade de matérias-primas podem ser imensamente facilitados pelo apoio proativo desses fornecedores. 1448 1449 1450 1451 1452 1453 Quando apropriado, iniciativas conjuntas devem ser sustentabilidade identificadas quando as prioridades foram ser capaz de fornecer normas novas ou desafiadoras necessários programas de desenvolvimento da cadeia de capacidade (ver seção "Envolvimento”). 1454 6.5.7 1455 1456 1457 1458 1459 1460 1461 1462 1463 1464 1465 Em casos extremos, pode ser necessário romper um relacionamento com um fornecedor quando este houver falhado na implementação das melhorias de sustentabilidade exigidas. É importante que a falha no cumprimento dos requisitos de sustentabilidade seja tratada da mesma forma como qualquer outra falha de um fornecedor. 1466 6.5.8 1467 1468 1469 1470 1471 1472 1473 1474 1475 1476 1477 1478 1479 Alguns bens, equipamentos e itens de infraestrutura exigem o desenvolvimento de estratégias de descarte no fim da sua vida útil. Iniciativas conjuntas fornecedor/cliente implementadas para melhorar as questões de definidas. Em alguns casos, o mercado pode não de sustentabilidade. Nesse caso, poderão ser abastecimento para melhorar a competência e a Falha do fornecedor Esse deve ser um último recurso, adotado apenas após a organização ter se esforçado para apoiar o fornecedor no cumprimento dos requisitos acordados, mas o fornecedor houver feito pouco ou nenhum esforço para melhorar ou houver se mostrado incapaz de implementar melhorias. A insistência em recorrer a esse fornecedor sinaliza para o mercado de abastecimento que a organização não é séria em relação aos seus compromissos de sustentabilidade em suas cadeias de abastecimento. Descarte e gestão de resíduos Nesse ponto, as opções de descarte devem ser examinadas e avaliadas com o objetivo de minimizar os impactos ambientais, maximizar a reciclagem e a reutilização e determinar todas as oportunidades de redução de aterros sanitários e poluição. O descarte antiético pode acarretar custos significativos de reparação e danos à reputação da organização. No entanto, essas exigências de descarte devem ser levadas em conta durante todo o projeto, processo de compra e fases operacionais da vida do produto. Isso inclui considerações sobre desmontagem e reutilização na fase de projeto, escolha ideal de componentes e materiais na especificação, de modo a maximizar oportunidades de reciclagem, e recuperação de subsistemas e recursos, minimizando ao mesmo tempo o uso de materiais perigosos cujo descarte pode ser perigoso e caro. Esse processo costuma ser © ISO 2002 – All rights reserved xlii ISO/CD 18617.2 1480 1481 descrito como uma abordagem "do berço ao berço", que apoia a ideia de uma Economia Circular em que não há desperdício de recursos. 1482 6.6 1483 1484 1485 1486 1487 1488 1489 1490 1491 1492 1493 1494 1495 1496 1497 1498 1499 1500 1501 1502 1503 1504 1505 Com essa última etapa, voltamos efetivamente à primeira etapa do processo de compras. A sustentabilidade, como a compra, é um processo contínuo. Revisão de contratos e lições aprendidas É importante assegurar que a sessão de esclarecimentos não ocorra apenas ao término de um contrato, mas que as lições aprendidas sejam compartilhadas durante toda a vigência do contrato. No final do contrato, é útil elaborar um documento informativo que servirá de insumo para a próxima estratégia de compras. Esse documento deve conter: Riscos e oportunidades, objetivos e metas de sustentabilidade prioritários; Visão geral de desempenho; Análise dos critérios-chave de sucesso; Lições-chave para contratos futuros. A próxima estratégia de compras deve basear-se nas lições da última estratégia. Isso permite que um novo pensamento seja incorporado ao processo, juntamente com uma revisão de prioridades e objetivos para promover a melhoria contínua. É considerado melhor prática publicar as lições aprendidas em detalhes e de uma forma que outras organizações possam aprender. Essas lições não devem ser documentos com foco em marketing ou relações públicas, mas sim tentativas genuínas de permitir que outras organizações aprendam com experiências boas e ruins na implementação de maior sustentabilidade. Um exemplo de melhor prática seria o site da Learning Legacy criado pelo programa Olímpico de Londres 2012: http://learninglegacy.independent.gov.uk/. © ISO 2002 – All rights reserved xliii