INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SVS/MS SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE (SEMAM) Conferência Internacional sobre Ambiente e Condições de Saúde de Populações Rurais na América Latina Estudo de Populações Expostas ao Mercúrio na Região Amazônica: Contribuição do Instituto Evandro Chagas Elizabeth Santos [email protected] Belém - Pará Nov-2004 CONCEPÇÃO E OBJETIVOS • Criação da Coordenação de Ecologia Humana e Meio Ambiente – COEHMA (1992), atualmente Seção de Meio Ambiente – SEMAM; • Desenvolver estudos de riscos e dos impactos ambientais na região amazônica e seus efeitos sobre a saúde da população. AMBIENTE • O ambiente é entendido como um espaço geográfico, território ou lugar de distintas escalas, dinamizado pelos movimentos geofísicos, biológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos que interagem em um processo histórico evolutivo. • Riscos ambientais para a saúde são todos os fatores ou situações que sob determinados contextos e condições da relação homemsociedade-ambiente podem afetá-la. CRIAÇÃO DA SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE • NOVA ÓTICA INSTITUCIONAL: Com a criação da SAMAM a Instituição acrescentou uma nova ótica de trabalho: interação Saúde Pública, pesquisa biomédica e meio ambiente; • HOUVE UMA MUDANÇA DE PARADIGMA: Agora se procura a saúde como condição importante da qualidade de vida, o que significa trabalhar a saúde humana num espaço ecogeosocial, em pesquisas interdisciplinares e multi-institucionais; • METODOLOGIA: Investigações de saúde humana e meio ambiente de Natureza Clínica, Epidemiológica e Laboratorial, em busca de informações que permitam análise de risco para posterior monitoramento. A SAMAM ATUA EM QUATRO INSTÂNCIAS DIFERENTES DA SAÚDE PÚBLICA E DA PESQUISA BIOMÉDICA 1. Vigilância em Saúde e Meio Ambiente - feita em áreas de risco já avaliado e cujo acompanhamento foi definido juntamente com a CGVAM/SVS (Recursos de Brasília); 2. Atendendo a Problemas de Saúde e Meio Ambiente que emergem nos Estados amazônicos, tais como mortandade de peixes, suspeita de contaminação da água por metais, e ou pesticidas clorados ou fosforados, casos de doença humana em que haja suspeita de intoxicação, etc. (Recursos do IEC); A SAMAM ATUA EM QUATRO INSTÂNCIAS DIFERENTES DA SAÚDE PÚBLICA E DA PESQUISA BIOMÉDICA (Cont.) 3. Como apoio das Instâncias Estaduais e Municipais em demandas que não são atendidas pelos LACENs (Recursos do IEC); 4. Em Projetos de pesquisa na área de Saúde e Meio Ambiente, custeados por agências financiadoras no Brasil e no exterior e pelo Ministério da Saúde. SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE - CAMINHOS DO DESENVOLVIMENTO Ampliação das Linhas de Pesquisa em atendimento a demanda na área de Saúde e Meio Ambiente; Em função do aumento sistemático da consciência das populações residentes sobre a influência que os problemas ambientais exercem na Saúde e na Qualidade de Vida; Esse crescimento foi possível através do mecanismo de incorporar ao grupo profissionais de nível superior por prestação de serviços, que pudessem atender as crescentes responsabilidades na área da pesquisa e da vigilância em saúde e ambiente. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SAMAM VIROLOGIA AMBIENTAL • Técnicas sorológicas biologia molecular; • Laboratório de Referência Regional para os vírus da Rubéola e do Sarampo. O LACEN assumiu a rotina. A tendência é parar; • Está em fase de implantação, a pesquisa com vírus de água. de isolamento viral e ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SAMAM VIROLOGIA AMBIENTAL (Cont.) CITOMEGALOVÍRUS Diagnóstico Diferencial dos casos clínicos de doença neurológica congênita do recém-nascido; Suspeitos de intoxicação por metais das investigações ambientais; Pacientes dos processos de transplante de órgãos (Hospital Ophyr Loyola) Pacientes que fazem regularmente transfusão de sangue, e apoio ao HUJBB nos casos de pacientes com SIDA. Técnicas sorológicas de isolamento viral e Biologia Molecular. MICROBIOLOGIA AMBIENTAL Realiza o isolamento e identificação fenotípica e molecular de enteropatógenos bacterianos de espécimes ambientais, inclusive em águas superficiais destinadas ao consumo humano; Caracterização dos espécimes bacterianos isolados com a pesquisa de fatores de virulência para a saúde humana; Tem sido objeto de investigação a capacidade de alguns Patógenos de interferir nos processos de transformações de metais; No início do ano de 2003, foram iniciadas as pesquisas e diagnóstico das cianobactérias. CULTURA DE TECIDOS • Possui um banco de cultura primária de tecidos de animais da região, primatas e não primatas, provenientes de diferentes órgãos, inclusive tecido nervoso. • Essas culturas são utilizadas experimentalmente para inoculação de espécimes humanos para isolamento de agentes virais e estudos de toxicidade. • Além de culturas animais, desenvolve também culturas primárias de origem humana, tecidos de diferentes órgãos, esclera, córnea e prepúcio. • Participamos de pesquisa voltada para o desenvolvimento de terapia celular usando células tronco, com o Projeto Genoma/USP. LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA Responsável pelo processamento e análise de materiais biológicos e ambientais em relação à presença de metais (Mercúrio (Hg), Cádmio (Cd), Manganês (Mn), Arsênio (As), Selênio (Se), etc...) Técnicas analíticas para determinação de Resíduos de Pesticidas Organoclorados e Organofosforados em amostras de Soro Sanguíneo e Água para Consumo. ESTRUTURA DO LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA HERBICIDAS, CARBAMATOS, PIRETRÓIDES... CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA PESTICIDAS ORGANOCLORADOS E FOSFORADOS CROMATOGRAFIA GASOSA – CP 3800 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E HUMANA POR Hg MERCURY ANALIZER HG 3500 CG3800-ECD AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇAO POR METAIS PESADOS ESPECTROFOTÔMETRO SPECTRAA 220/220Z VGA-77/ICP-OES-VARIAN CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÁGUA ESPECTROFOTÔMETRO DR-2000/DR-4000 LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA • Os laboratórios de toxicologia estão capacitados para trabalhar com as seguintes matrizes: Sangue, Urina, Cabelo, Pescado, Solos, Sedimentos, Água e Vegetais; • Em água, além das análises toxicológicas, são realizadas determinações físico-químicas. LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA MERCURY ANALIZER HG-3500 #Convênio entre o Brasil e o Japão/JICA# Hg TOTAL (Cabelo, Sangue, Urina, Peixe, Solo, Sedimento, Água....) LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA CROMATOGRAFIA GASOSA - ECD (Metil-mercúrio: Sangue, Cabelo, Peixe...) #Convênio entre o Brasil e o Japão/JICA# LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA: CHAMA, FORNO, GERADOR DE HIDRETOS Metais Pesados: Pb, Cd, Cr, As, Se, Sb.... (Matrizes biológicas e ambientais) # Verba Orçamentária do IEC/FUNASA/MS)# LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA CROMATOGRAFIA GASOSA – CP 3800 (Organoclorados-Fosforados-Nitrogenados) # Verba Orçamentária do IEC/FUNASA/MS)# LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA PERFORMANCE: HPLC (Detetor UV/Fluorescência) # Financiamento do VIGISUS # EPIDEMIOLOGIA Instrumento de interação interdisciplinar das áreas de Pesquisa na SAMAM, a Epidemiologia norteia o método de investigação, aliado à Clínica e ao Laboratório para atender à missão de conhecer a relação Saúde-Ambiente e contribuir para o desenvolvimento de Políticas e Estratégias para as ações dirigidas à preservação e ao controle de riscos ambientais e seus efeitos à Saúde Humana. ADMINISTRAÇÃO • A organização da Seção de Meio Ambiente para cumprir suas finalidades e subsidiar ações de Políticas Públicas, possui arcabouço técnico administrativo que permite planejar, executar, gerar e analisar informações organizadas em bancos de dados e produzir relatórios e trabalhos científicos. • Seu desempenho pode ser avaliado pela qualidade e quantidade de sua produção científica, e pelos relatórios anuais de atividades em Saúde Pública e Meio Ambiente. ESTUDOS DESENVOLVIDOS PRIMEIRO PROGRAMA DE TRABALHO (1992) Pesquisar o perfil de saúde, inclusive a presença de mercúrio, de populações humanas residentes em ambientes epidemiológicos diversos, situados na bacia hidrográfica do rio Tapajós. CONTROLE Comunidades fora da área de risco do mercúrio oriundo da garimpagem, que tenham em comum o mesmo hábito alimentar, como forma de estabelecer controle para as demais pesquisas, e construir parâmetros de “normalidade” para a região. ESTUDOS DESENVOLVIDOS PESCADO COMO INDICADOR DA SITUAÇÃO Programa incorporou a investigação de peixes nos principais rios e lagos do Estado do Pará: Amazonas, Trombetas, Xingu, Guamá, Tapajós, Araguaia, Caxiuanã (reserva), Arapiuns e Tocantins, lago Arari, lago Salé e lago Grande, assim como amostras de pescado da área do salgado (Oceano Atlântico). Atualmente dispomos de cerca de 16.700 amostras de pescado na Amazônia. ESTUDOS DESENVOLVIDOS PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO • Estabelecimento de Padrões de Normalidade para Hg em cabelo e soro de populações da região Amazônica e pescado, diferentes dos valores estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde; • Utilização de Diagnóstico Diferencial na pesquisa de populações dentro e fora de áreas de risco de exposição ao Hg na região Amazônica; ESTUDOS DESENVOLVIDOS PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO (Cont.) • Nossas pesquisas NÃO ENCONTRARAM até o momento casos de Doença de Minamata expressa clinicamente, no vale do Tapajós; • Realizamos estudo pioneiro em Recém-Nascidos em áreas de risco de contaminação por Hg na região Amazônica e registramos a presença de teores elevados de Hg ao nascimento; ESTUDOS DESENVOLVIDOS Cont. PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO (Cont.) • Mapeamos grande parte das bacias hidrográficas do Estado do Pará e de algumas áreas da Amazônia, em relação aos teores de Hg no pescado; • Construímos o maior banco de peixes na região amazônica com cerca de 16.700 amostras analisadas e estocadas, pertencentes a aproximadamente 60 espécies; ESTUDOS DESENVOLVIDOS PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO (Cont.) • Construímos um banco de soros humanos e de cabelos com cerca de 12.000 amostras analisadas para metais pesados e estocadas; • Comprovação clínica e laboratorial da ausência de contaminação humana por arsênio na comunidade do Elesbão, Santana-AP; • Formação de uma equipe multidisciplinar e multiinstitucional capacitada para investigação de acidentes ambientais; ESTUDOS DESENVOLVIDOS Cont. PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO (Cont.) • Sequenciamento do”operon” mer que confere resistência ao mercúrio em um isolado ambiental de Acinetobacter balmanni; • Identificação pela primeira vez de ocorrência do alelo aadA7 que confere resistência aos antimicrobianos espectinomicina e estreptomicina em cepas ambientais de Víbreo cholerae não 0:1 e não 0:139. ESTUDOS DESENVOLVIDOS COMUNIDADES HUMANAS INVESTIGADAS • Seis comunidades em áreas de risco ambiental no Estado do Pará, sendo três indígenas; • Onze comunidades no Estado do Acre; • Uma comunidade no Estado do Amapá; • Quatro áreas garimpeiras no Estado do Pará; • Grupos de queimadores de ouro em casas de compra e venda em duas cidades do Estado do Pará; • Quatro áreas controle das comunidades ribeirinhas; • Dois grupos profissionais controle dos queimadores; • Dois mil recem-nascidos e mães em maternidades de Itaituba/Pa. • Duas comunidades sob vigilância em saúde no vale do Tapajós/Pa. • Banco de amostras humanas contendo cerca de 16.000 espécimes de soro, e outro tanto de cabelo. ESTUDOS DESENVOLVIDOS Amazônia X Mercúrio • Valores regionais de preconizados pela OMS; normalidade maiores que os • Área de preservação ambiental fora da influência dos fatores de risco para Hg ( garimpos, barragens, hidroelétricas, queimadas, desmatamentos, com teores acima do esperado; • Região do rio Negro, Amazônia Oriental, com teores altos de Hg natural, provavelmente presentes há centenas de anos; • Comunidades ribeirinhas sob risco de contaminação pelo Hg da garimpagem, situadas no vale do rio Tapajós com teores alterados de Hg, que variam de 0,10 a 94,5 0 g/g sem evidência clínica de doença provocada pelo metal ESTUDOS DESENVOLVIDOS TEORES DE MERCÚRIO TOTAL EM CABELOS DE POPULAÇÕES EXPOSTAS E NÃO EXPOSTAS AO MERCÚRIO 25 20 Média de Mercúrio Total Não expostas Amazônia - Não expostas Amazônia - Expostas 15 10 5 0 Fonte: Horvat et al.; Ayrey; Suzuki et al.; Santos et al. AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE MERCÚRIO AO NASCIMENTO NA REGIÃO DO TAPAJÓS: MAGNITUDE DA EXPOSIÇÃO • A vida pré natal é considerada muito sensível à ação de substâncias tóxicas • Diversas ou continuadas exposições que a mãe venha a sofrer no decorrer da gestação, resultam no acúmulo dessas substâncias ou componentes no feto • Podem produzir danos da mais variada gravidade se caracterizando como Doença Congênita AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE MERCÚRIO AO NASCIMENTO NA REGIÃO DO TAPAJÓS: MAGNITUDE DA EXPOSIÇÃO Níveis de Hg em sangue de recém – nascidos e puérperas atendidas em maternidades de Itaituba no período de novembro de 2000 a março de 2002 Faixa Etária n 12-15 16-20 21-25 26-30 31-35 36-40 41-46 92 575 459 212 103 59 10 Mães Média e DP Hg (g/L) 10.81 6.92 10.84 9.87 11.74 11,56 11.88 11.41 14.37 16.27 13.71 15.88 11.96 9.63 Total 1510 11.53 11.30 0.96 - 42.60 0.38 - 117.62 0.65 - 90.95 0.65 - 76.26 0.62 - 93.91 0.70 - 101.31 3.88 - 33.01 Recém-nascidos Média e DP Amplitude Hg (g/L) 0.73 – 68.48 15.87 11.51 15.59 15.16 0.35 – 135.04 16.46 17.02 0.70 – 131.65 17.50 19.43 0.76 – 111.62 21.87 25.39 1.22 – 126.87 18.37 17.34 0.76 – 90.50 16.49 10.25 5.10 – 39.30 0.38 - 117.62 16.68 17.16 Amplitude 0.35 – 135.04 NÍVEIS DE MERCÚRIO EM MÃES POR FAIXA ETÁRIA E EM RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS EM TRÊS MATERNIDADES DA CIDADE DE ITAITUBA, PARÁ, BRASIL, 2002. Faixa etária Mãe • Recém-nascido As curvas dos níveis de Hg de mães e filhos pareados segundo intervalo de idade materna, apresentaram comportamento semelhante, estando a curva dos recém nascidos em patamar mais elevado, indicando níveis maiores de exposição CORRELAÇÃO (PEARSON) ENTRE OS NÍVEIS DE MERCÚRIO EM SANGUE DE RECÉM-NASCIDOS E MÃES RESIDENTES NA BACIA DO TAPAJÓS, PARÁ, BRASIL, 2002 • Os níveis de mercúrio em sangue de recém-nascidos e mães mostraram correlação positiva forte, com bom ajustamento linear EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO EM RECÉM NASCIDOS E MÃES • Os níveis de Hg encontrados nas mães e RN caracterizam um quadro de exposição com teores médios de Hg acima dos limites de normalidade (810 g/L para sangue) e, em alguns casos, acima dos Limites de Tolerância (30 g/L para sangue) padronizados internacionalmente (OMS, 1990) • Níveis de mercúrio no grupo de mães mostraram uma correlação positiva em relação à idade e à ingestão do pescado EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO EM RECÉM NASCIDOS E MÃES • As variáveis idade e nível de mercúrio em sangue materno mostraram boa correlação com os teores de mercúrio no sangue dos recém-nascidos como fatores preditivos positivos de exposição. • Não foram observados, ao nascer, sinais clínicos que pudessem ser associados aos níveis de mercúrio encontrados nesses recém-nascidos. • Entretanto, esse processo de transferência de Hg pela via placentária pode continuar através do aleitamento materno, que é prática tradicional na região, caracterizando-se como um risco potencial de contaminação dos fetos. ESTUDOS DESENVOLVIDOS BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg - 1992 A 2003 GARIMPEIROS, QUEIMADORES E CONTROLES LOCAL DA INVESTIG. TIPO DE SEXO POPULAÇÃO MASC. Igarapé do Rato – Itaituba Garimpeira 149 Cidade de Santarém Queimadores de 42 ouro Cidade de Santarém Controle dos 20 queimadores Cidade de Itaituba Queimadores de 72 ouro Cachoeira do Piriá Urbana 433 Ex- Área garimpeira Garimpo do São Chico Garimpo do Creporizinho TOTAL SEXO FEM. 74 8 TOT. MÉDIA DE Hg 223 50 Uri=6,51g/l Uri=57,52g/l 18 38 Uri=4,82g/l 10 82 Uri=27,85g/l 482 915 Cab=2,04g/g Garimpeira Controle do garimpeiro População da corrutela 100 9 109 21 59 80 27 30 57 Garimpeira Controle do garimpeiro População da corrutela 218 15 233 36 100 136 40 41 81 2.004 Uri=9,30 g/L San=27,74g/g Uri=4,84g/L San=18,30g/L Uri=5,83g/L San=13,71g/L Uri=6,14g/L San=25,23g/L Uri=2,29g/L San=24,4g/L Uri=1,84g/L San=13,52g/L ESTUDOS DESENVOLVIDOS BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg EM CABELO E/OU SANGUE - 1992 A 2003 COMUNIDADES RIBEIRINHAS E CONTROLES LOCAL DA INVESTIGAÇÃO Brasília Legal - Aveiro São Luís do Tapajós – Itaituba -1996 Santana do ItuquiSantarém Comunidade de Aldeia Monte Alegre Nova visita a São Luís do Tapajós –Itaituba1999 Tabatinga - Jurutí Caxiuanã Barreiras – Itaituba 2.000 Recém-nascidos (RN) * Itaituba Mães dos RN * Barreiras – 2.002 TOTAL * - SANGUE TIPO DE POPULAÇÃO Ribeirinha Ribeirinha MASC FEM. TOTAL 93 139 153 194 Ribeirinha (controle) Lacustre (controle) Ribeirinha 155 246 333 MÉDIA DE Hg (g/g) 11,75 19,91 0,50 – 49,99 0,10 – 94,50 171 326 4,33 0,40 – 17,50 182 145 327 3,98 0,40 – 11,76 163 213 376 19,81 0,24 - 65,45 Ribeirinha (controle) Ribeirinha (controle) Ribeirinha 234 329 563 5,37 0,37 – 16,96 117 105 222 8,56 0,61 – 45,59 222 269 491 12,58 0,80 – 47,30 Ribeirinhos - - 1.510 16,68 (g/L) 0,35 – 135,04 Urbana e Ribeirinha Ribeirinhos - - 1.510 11,53 (g/L) 0,38 – 117,62 327 388 715 7.581 0,03 – 51,85 0,10 – 94,50 12,12 10,93 VARIAÇÃO ESTUDOS DESENVOLVIDOS BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg- 1992 A 2003 ESTADO DO ACRE LOCAL DA INVESTIG.AÇÃO Rio Branco – Acre 1998 Assis Brasil-Acre-2002 Brasiléia - Acre-2002 Cruzeiro do Sul- Acre-2002 Feijó - Acre-2002 Manoel Urbano - Acre-2002 Porto Acre - Acre-2002 Rodrigues Alves - Acre-2002 Sena Madureira - Acre-2002 Tarauacá Xapuri TOTAL TIPO DE POPULAÇÃO TOT. MÉDIA DE g Hg /g VARIAÇÃO Urbana Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha Ribeirinha 2.442 76 74 159 63 92 68 50 83 52 81 3.240 2,4 4,5 1,88 6,24 1,68 14,04 2,33 4,57 7,15 3,48 2,05 4,57 0,001 – 72,50 0,04 – 49,24 0,14 – 19,41 0,29 – 38,00 0,02 – 6,72 0,54 – 67,52 0,06 – 13,41 0,53 – 13,36 0,32 – 83,47 0,56 – 12,14 0,13 – 19,76 0,001 – 83,47 ESTUDOS DESENVOLVIDOS BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg EM CABELO 1992 A 2003 COMUNIDADES RIBEIRINHAS INDÍGENAS E CONTROLES LOCAL DA INVESTIGAÇÃO Aldeia Munduruku de Sai Cinza – Itaituba – 1995 Pacaas Novos – Rondônia Tribo Macuxi – Roraima TOTAL TIPO DE POPULAÇÃO Ribeirinha Indígena MASC. FEM. TOTAL 330 MÉDIA g Hg /g 16,0 137 193 Ribeirinha Indígena Ribeirinhos Indígena (controle) 477 VARIAÇÃO 4,50 – 90,40 581 1.058 8,37 0,52 – 83,89 27 23 50 1,65 0,07 – 5,53 641 797 1438 8,67 0,07 – 90,40 PROBLEMAS DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE QUE EMERGEM NOS ESTADOS AMAZÔNICOS • Análises Microbiológicas e Físico-químicas de Água para Esclarecimento de Padrões de Potabilidade e Surtos de Doença Humana: 1.689 ocorrências • Investigação Microbiológica, Físico-Química, Toxicológica e Biológica de Mortandade de Peixes: 5 ocorrências • Investigação de acidentes por Resíduos de Processos Industriais e Minerários: 5 ocorrências • Acidente por Contaminação por Pesticidas Organoclorados e Organofosforados: 4 ocorrências PESQUISAS NECESSÁRIAS • Investigar a importância dos hábitos, inclusive os alimentares, que possam justificar a ausência de formas clínicas em indivíduos que apresentam indicadores biológicos de exposição acima dos recomendados pela OMS; • Mapear as diferentes formas de liberação do Hg para o ambiente (queimadas, desmatamentos, hidrelétricas, barragens e garimpagem). PESQUISAS NECESSÁRIAS • Avaliar os teores de mercúrio nos diferentes compartimentos ambientais e o seu potencial de acumulação e mobilização e introdução nos ecossistemas aquáticos; • Conhecer os mecanismos de absorção, eliminação e metilação do mercúrio em organismos vegetais e animais terrestres. PESQUISAS NECESSÁRIAS • Investigar outros elementos presentes nos alimentos da região que possam interferir na eliminação do mercúrio, como é o caso do Selênio. • Avaliar o potencial das condições meteorológicas na dispersão do mercúrio na Amazônia, e conhecer as emissões de mercúrio para o meio ambiente amazônico em relação ao balanço global. OBRIGADA