INSTITUTO EVANDRO CHAGAS SVS/MS
SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE (SEMAM)
Conferência Internacional sobre Ambiente e
Condições de Saúde de Populações Rurais na
América Latina
Estudo de Populações Expostas ao Mercúrio
na Região Amazônica:
Contribuição do Instituto Evandro Chagas
Elizabeth Santos
[email protected]
Belém - Pará
Nov-2004
CONCEPÇÃO E OBJETIVOS
• Criação da Coordenação de Ecologia Humana
e Meio Ambiente – COEHMA
(1992),
atualmente Seção de Meio Ambiente –
SEMAM;
•
Desenvolver estudos de riscos e dos
impactos ambientais na região amazônica e
seus efeitos sobre a saúde da população.
AMBIENTE
• O ambiente é entendido como um espaço
geográfico, território ou lugar de distintas
escalas, dinamizado pelos movimentos
geofísicos, biológicos, econômicos, sociais,
culturais e políticos que interagem em um
processo histórico evolutivo.
• Riscos ambientais para a saúde são todos os
fatores ou situações que sob determinados
contextos e condições da relação homemsociedade-ambiente podem afetá-la.
CRIAÇÃO DA SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE
•
NOVA ÓTICA INSTITUCIONAL: Com a criação da
SAMAM a Instituição acrescentou uma nova ótica de
trabalho: interação Saúde Pública, pesquisa biomédica
e meio ambiente;
•
HOUVE UMA MUDANÇA DE PARADIGMA: Agora se
procura a saúde como condição importante da
qualidade de vida, o que significa trabalhar a saúde
humana num espaço ecogeosocial, em pesquisas
interdisciplinares e multi-institucionais;
•
METODOLOGIA: Investigações de saúde humana e
meio ambiente de Natureza Clínica, Epidemiológica e
Laboratorial, em busca de informações que permitam
análise de risco para posterior monitoramento.
A SAMAM ATUA EM QUATRO INSTÂNCIAS
DIFERENTES DA SAÚDE PÚBLICA E DA
PESQUISA BIOMÉDICA
1. Vigilância em Saúde e Meio Ambiente - feita em
áreas de
risco já avaliado e cujo
acompanhamento foi definido juntamente com a
CGVAM/SVS (Recursos de Brasília);
2. Atendendo a Problemas de Saúde e Meio
Ambiente
que
emergem
nos
Estados
amazônicos, tais como mortandade de peixes,
suspeita de contaminação da água por metais, e
ou pesticidas clorados ou fosforados, casos de
doença humana em que haja suspeita de
intoxicação, etc. (Recursos do IEC);
A SAMAM ATUA EM QUATRO INSTÂNCIAS
DIFERENTES DA SAÚDE PÚBLICA E DA
PESQUISA BIOMÉDICA (Cont.)
3.
Como apoio das Instâncias Estaduais e
Municipais em demandas que não são
atendidas pelos LACENs (Recursos do IEC);
4.
Em Projetos de pesquisa na área de Saúde e
Meio Ambiente, custeados por agências
financiadoras no Brasil e no exterior e pelo
Ministério da Saúde.
SEÇÃO DE MEIO AMBIENTE - CAMINHOS
DO DESENVOLVIMENTO
 Ampliação das Linhas de Pesquisa em atendimento
a demanda na área de Saúde e Meio Ambiente;
 Em função do aumento sistemático da consciência
das populações residentes sobre a influência que os
problemas ambientais exercem na Saúde e na
Qualidade de Vida;
 Esse crescimento foi possível através do
mecanismo de incorporar ao grupo profissionais de
nível superior por prestação de serviços, que
pudessem atender as crescentes responsabilidades
na área da pesquisa e da vigilância em saúde e
ambiente.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DA SAMAM
 VIROLOGIA AMBIENTAL
•
Técnicas sorológicas
biologia molecular;
•
Laboratório de Referência Regional para os vírus
da Rubéola e do Sarampo. O LACEN assumiu a
rotina. A tendência é parar;
•
Está em fase de implantação, a pesquisa com
vírus de água.
de
isolamento
viral
e
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DA SAMAM
 VIROLOGIA AMBIENTAL (Cont.)
CITOMEGALOVÍRUS





Diagnóstico Diferencial dos casos clínicos de doença
neurológica congênita do recém-nascido;
Suspeitos de intoxicação por metais das investigações
ambientais;
Pacientes dos processos de transplante de órgãos (Hospital
Ophyr Loyola)
Pacientes que fazem regularmente transfusão de sangue, e
apoio ao HUJBB nos casos de pacientes com SIDA.
Técnicas sorológicas de isolamento viral e Biologia Molecular.
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

Realiza o isolamento e identificação fenotípica e
molecular de enteropatógenos bacterianos de espécimes
ambientais, inclusive em águas superficiais destinadas ao
consumo humano;

Caracterização dos espécimes bacterianos isolados com
a pesquisa de fatores de virulência para a saúde humana;

Tem sido objeto de investigação a capacidade de alguns
Patógenos de interferir nos processos de transformações
de metais;

No início do ano de 2003, foram iniciadas as pesquisas e
diagnóstico das cianobactérias.
CULTURA DE TECIDOS
•
Possui um banco de cultura primária de tecidos de animais
da região, primatas e não primatas, provenientes de
diferentes órgãos, inclusive tecido nervoso.
•
Essas culturas são utilizadas experimentalmente para
inoculação de espécimes humanos para isolamento de
agentes virais e estudos de toxicidade.
•
Além de culturas animais, desenvolve também culturas
primárias de origem humana, tecidos de diferentes órgãos,
esclera, córnea e prepúcio.
•
Participamos de pesquisa voltada para o desenvolvimento
de terapia celular usando células tronco, com o Projeto
Genoma/USP.
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
 Responsável pelo processamento e análise
de materiais biológicos e ambientais em
relação à presença de metais (Mercúrio (Hg),
Cádmio (Cd), Manganês (Mn), Arsênio (As),
Selênio (Se), etc...)
 Técnicas analíticas para determinação de
Resíduos de Pesticidas Organoclorados e
Organofosforados em amostras de Soro
Sanguíneo e Água para Consumo.
ESTRUTURA DO LABORATÓRIO DE
TOXICOLOGIA
LABORATÓRIO DE
TOXICOLOGIA
HERBICIDAS,
CARBAMATOS,
PIRETRÓIDES...
CROMATOGRAFIA
LÍQUIDA DE ALTA
EFICIÊNCIA
PESTICIDAS
ORGANOCLORADOS E
FOSFORADOS
CROMATOGRAFIA
GASOSA – CP 3800
CONTAMINAÇÃO
AMBIENTAL E
HUMANA POR Hg
MERCURY ANALIZER
HG 3500
CG3800-ECD
AVALIAÇÃO DA
EXPOSIÇAO POR
METAIS PESADOS
ESPECTROFOTÔMETRO
SPECTRAA 220/220Z
VGA-77/ICP-OES-VARIAN
CARACTERIZAÇÃO
FÍSICO-QUÍMICA DE
ÁGUA
ESPECTROFOTÔMETRO
DR-2000/DR-4000
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
• Os
laboratórios
de
toxicologia
estão
capacitados para trabalhar com as seguintes
matrizes: Sangue, Urina, Cabelo, Pescado,
Solos, Sedimentos, Água e Vegetais;
• Em água, além das análises toxicológicas, são
realizadas determinações físico-químicas.
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
MERCURY ANALIZER HG-3500
#Convênio entre o Brasil e o Japão/JICA#
Hg TOTAL
(Cabelo, Sangue,
Urina, Peixe, Solo,
Sedimento, Água....)
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
CROMATOGRAFIA GASOSA - ECD
(Metil-mercúrio: Sangue, Cabelo, Peixe...)
#Convênio entre o Brasil e o Japão/JICA#
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA: CHAMA,
FORNO, GERADOR DE HIDRETOS
Metais Pesados: Pb, Cd, Cr, As, Se, Sb....
(Matrizes biológicas e ambientais)
# Verba Orçamentária do IEC/FUNASA/MS)#
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
CROMATOGRAFIA GASOSA – CP 3800
(Organoclorados-Fosforados-Nitrogenados)
# Verba Orçamentária do IEC/FUNASA/MS)#
LABORATÓRIO DE TOXICOLOGIA
CROMATOGRAFIA LÍQUIDA
DE ALTA PERFORMANCE: HPLC
(Detetor UV/Fluorescência)
# Financiamento do VIGISUS #
EPIDEMIOLOGIA
 Instrumento de interação interdisciplinar das
áreas de Pesquisa na SAMAM, a Epidemiologia
norteia o método de investigação, aliado à
Clínica e ao Laboratório para atender à missão
de conhecer a relação Saúde-Ambiente e
contribuir para o desenvolvimento de Políticas e
Estratégias para as ações dirigidas à
preservação e ao controle de riscos ambientais
e seus efeitos à Saúde Humana.
ADMINISTRAÇÃO
•
A organização da Seção de Meio Ambiente para
cumprir suas finalidades e subsidiar ações de
Políticas Públicas, possui arcabouço técnico
administrativo que permite planejar, executar, gerar
e analisar informações organizadas em bancos de
dados e produzir relatórios e trabalhos científicos.
•
Seu desempenho pode ser avaliado pela qualidade
e quantidade de sua produção científica, e pelos
relatórios anuais de atividades em Saúde Pública e
Meio Ambiente.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
 PRIMEIRO PROGRAMA DE TRABALHO (1992)
Pesquisar o perfil de saúde, inclusive a presença de
mercúrio, de populações humanas residentes em
ambientes epidemiológicos diversos, situados na bacia
hidrográfica do rio Tapajós.
 CONTROLE
Comunidades fora da área de risco do mercúrio oriundo
da garimpagem, que tenham em comum o mesmo
hábito alimentar, como forma de estabelecer controle
para as demais pesquisas, e construir parâmetros de
“normalidade” para a região.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
 PESCADO COMO INDICADOR DA SITUAÇÃO

Programa incorporou a investigação de peixes nos
principais rios e lagos do Estado do Pará: Amazonas,
Trombetas, Xingu, Guamá, Tapajós, Araguaia,
Caxiuanã (reserva), Arapiuns e Tocantins, lago Arari,
lago Salé e lago Grande, assim como amostras de
pescado da área do salgado (Oceano Atlântico).

Atualmente dispomos de cerca de 16.700 amostras de
pescado na Amazônia.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E
MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS
PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO
• Estabelecimento de Padrões de Normalidade para Hg em
cabelo e soro de populações da região Amazônica e
pescado, diferentes dos valores estabelecidos pela
Organização Mundial de Saúde;
• Utilização de Diagnóstico Diferencial na pesquisa de
populações dentro e fora de áreas de risco de exposição
ao Hg na região Amazônica;
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E
MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS
PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO
(Cont.)
• Nossas pesquisas NÃO ENCONTRARAM até o
momento casos de Doença de Minamata expressa
clinicamente, no vale do Tapajós;
• Realizamos estudo pioneiro em Recém-Nascidos em
áreas de risco de contaminação por Hg na região
Amazônica e registramos a
presença de teores
elevados de Hg ao nascimento;
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
Cont.
PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E
MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS
PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO
(Cont.)
• Mapeamos grande parte das bacias hidrográficas do
Estado do Pará e de algumas áreas da Amazônia, em
relação aos teores de Hg no pescado;
• Construímos o maior banco de peixes na região
amazônica com cerca de 16.700 amostras analisadas e
estocadas, pertencentes a aproximadamente 60
espécies;
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E
MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS
PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO
(Cont.)
• Construímos um banco de soros humanos e de cabelos
com cerca de 12.000 amostras analisadas para metais
pesados e estocadas;
• Comprovação clínica e laboratorial da ausência de
contaminação humana por arsênio na comunidade do
Elesbão, Santana-AP;
• Formação de uma equipe multidisciplinar e multiinstitucional capacitada para investigação de acidentes
ambientais;
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
Cont.
PRINCIPAIS RESULTADOS DAS PESQUISAS EM SAÚDE E
MEIO AMBIENTE NA REGIÃO AMAZÔNICA REALIZADAS
PELA SAMAM-IEC AO LONGO DOS 12 ANOS DE CRIAÇÃO
(Cont.)
• Sequenciamento do”operon” mer que confere resistência
ao mercúrio em um isolado ambiental de Acinetobacter
balmanni;
• Identificação pela primeira vez de ocorrência do alelo aadA7
que
confere
resistência
aos
antimicrobianos
espectinomicina e estreptomicina em cepas ambientais de
Víbreo cholerae não 0:1 e não 0:139.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
COMUNIDADES HUMANAS INVESTIGADAS
• Seis comunidades em áreas de risco ambiental no
Estado do Pará, sendo três indígenas;
• Onze comunidades no Estado do Acre;
• Uma comunidade no Estado do Amapá;
• Quatro áreas garimpeiras no Estado do Pará;
• Grupos de queimadores de ouro em casas de compra e
venda em duas cidades do Estado do Pará;
• Quatro áreas controle das comunidades ribeirinhas;
• Dois grupos profissionais controle dos queimadores;
• Dois mil recem-nascidos e mães em maternidades de
Itaituba/Pa.
• Duas comunidades sob vigilância em saúde no vale do
Tapajós/Pa.
• Banco de amostras humanas contendo cerca de 16.000
espécimes de soro, e outro tanto de cabelo.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
Amazônia X Mercúrio
• Valores regionais de
preconizados pela OMS;
normalidade
maiores
que
os
• Área de preservação ambiental fora da influência dos fatores
de risco para Hg ( garimpos, barragens, hidroelétricas,
queimadas, desmatamentos, com teores acima do esperado;
• Região do rio Negro, Amazônia Oriental, com teores altos de
Hg natural, provavelmente presentes há centenas de anos;
• Comunidades ribeirinhas sob risco de contaminação pelo Hg
da garimpagem, situadas no vale do rio Tapajós com teores
alterados de Hg, que variam de 0,10 a 94,5 0 g/g sem
evidência clínica de doença provocada pelo metal
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
TEORES DE MERCÚRIO TOTAL EM CABELOS
DE POPULAÇÕES EXPOSTAS E NÃO EXPOSTAS AO MERCÚRIO
25
20
Média de Mercúrio Total
Não expostas
Amazônia - Não expostas
Amazônia - Expostas
15
10
5
0
Fonte: Horvat et al.; Ayrey; Suzuki et al.; Santos et al.
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE MERCÚRIO AO
NASCIMENTO NA REGIÃO DO TAPAJÓS: MAGNITUDE
DA EXPOSIÇÃO
•
A vida pré natal é considerada muito sensível à
ação de substâncias tóxicas
•
Diversas ou continuadas exposições que a mãe
venha a sofrer no decorrer da gestação, resultam
no acúmulo dessas substâncias ou componentes
no feto
•
Podem produzir danos da mais variada gravidade
se caracterizando como Doença Congênita
AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE MERCÚRIO AO
NASCIMENTO NA REGIÃO DO TAPAJÓS: MAGNITUDE
DA EXPOSIÇÃO
Níveis de Hg em sangue de recém – nascidos e puérperas atendidas em maternidades de
Itaituba no período de novembro de 2000 a março de 2002
Faixa Etária
n
12-15
16-20
21-25
26-30
31-35
36-40
41-46
92
575
459
212
103
59
10
Mães
Média e DP
Hg (g/L)
10.81  6.92
10.84  9.87
11.74  11,56
11.88  11.41
14.37  16.27
13.71  15.88
11.96  9.63
Total
1510
11.53  11.30
0.96 - 42.60
0.38 - 117.62
0.65 - 90.95
0.65 - 76.26
0.62 - 93.91
0.70 - 101.31
3.88 - 33.01
Recém-nascidos
Média e DP
Amplitude
Hg (g/L)
0.73 – 68.48
15.87 11.51
15.59  15.16 0.35 – 135.04
16.46  17.02 0.70 – 131.65
17.50  19.43 0.76 – 111.62
21.87  25.39 1.22 – 126.87
18.37  17.34 0.76 – 90.50
16.49  10.25 5.10 – 39.30
0.38 - 117.62
16.68  17.16
Amplitude
0.35 – 135.04
NÍVEIS DE MERCÚRIO EM MÃES POR FAIXA ETÁRIA E EM
RECÉM-NASCIDOS ATENDIDOS EM TRÊS MATERNIDADES DA
CIDADE DE ITAITUBA, PARÁ, BRASIL, 2002.
Faixa etária
Mãe
•
Recém-nascido
As curvas dos níveis de Hg de mães e filhos pareados segundo
intervalo de idade materna, apresentaram comportamento
semelhante, estando a curva dos recém nascidos em patamar mais
elevado, indicando níveis maiores de exposição
CORRELAÇÃO (PEARSON) ENTRE OS NÍVEIS DE
MERCÚRIO EM SANGUE DE RECÉM-NASCIDOS E MÃES
RESIDENTES NA BACIA DO TAPAJÓS, PARÁ, BRASIL, 2002
•
Os níveis de mercúrio em sangue de recém-nascidos e mães
mostraram correlação positiva forte, com bom ajustamento linear
EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO EM RECÉM
NASCIDOS E MÃES
•
Os níveis de Hg encontrados nas mães e RN
caracterizam um quadro de exposição com teores
médios de Hg acima dos limites de normalidade (810 g/L para sangue) e, em alguns casos, acima dos
Limites de Tolerância (30 g/L para sangue)
padronizados internacionalmente (OMS, 1990)
•
Níveis de mercúrio no grupo de mães mostraram
uma correlação positiva em relação à idade e à
ingestão do pescado
EXPOSIÇÃO AO MERCÚRIO EM RECÉM
NASCIDOS E MÃES
•
As variáveis idade e nível de mercúrio em sangue
materno mostraram boa correlação com os teores
de mercúrio no sangue dos recém-nascidos como
fatores preditivos positivos de exposição.
•
Não foram observados, ao nascer, sinais clínicos
que pudessem ser associados aos níveis de
mercúrio encontrados nesses recém-nascidos.
•
Entretanto, esse processo de transferência de Hg
pela via placentária pode continuar através do
aleitamento materno, que é prática tradicional na
região, caracterizando-se como um risco potencial
de contaminação dos fetos.
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg - 1992 A 2003
GARIMPEIROS, QUEIMADORES E CONTROLES
LOCAL DA INVESTIG.
TIPO DE
SEXO
POPULAÇÃO
MASC.
Igarapé do Rato – Itaituba
Garimpeira
149
Cidade de Santarém
Queimadores de
42
ouro
Cidade de Santarém
Controle dos
20
queimadores
Cidade de Itaituba
Queimadores de
72
ouro
Cachoeira do Piriá
Urbana
433
Ex- Área garimpeira
Garimpo do São Chico
Garimpo do Creporizinho
TOTAL
SEXO
FEM.
74
8
TOT.
MÉDIA DE Hg
223
50
Uri=6,51g/l
Uri=57,52g/l
18
38
Uri=4,82g/l
10
82
Uri=27,85g/l
482
915
Cab=2,04g/g
Garimpeira
Controle do
garimpeiro
População da
corrutela
100
9
109
21
59
80
27
30
57
Garimpeira
Controle do
garimpeiro
População da
corrutela
218
15
233
36
100
136
40
41
81
2.004
Uri=9,30 g/L
San=27,74g/g
Uri=4,84g/L
San=18,30g/L
Uri=5,83g/L
San=13,71g/L
Uri=6,14g/L
San=25,23g/L
Uri=2,29g/L
San=24,4g/L
Uri=1,84g/L
San=13,52g/L
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg EM CABELO E/OU
SANGUE - 1992 A 2003 COMUNIDADES RIBEIRINHAS E CONTROLES
LOCAL DA
INVESTIGAÇÃO
Brasília Legal - Aveiro
São Luís do Tapajós –
Itaituba -1996
Santana do ItuquiSantarém
Comunidade de Aldeia Monte Alegre
Nova visita a São Luís
do Tapajós –Itaituba1999
Tabatinga - Jurutí
Caxiuanã
Barreiras – Itaituba
2.000
Recém-nascidos (RN) *
Itaituba
Mães dos RN *
Barreiras – 2.002
TOTAL
* - SANGUE
TIPO DE
POPULAÇÃO
Ribeirinha
Ribeirinha
MASC
FEM.
TOTAL
93
139
153
194
Ribeirinha
(controle)
Lacustre
(controle)
Ribeirinha
155
246
333
MÉDIA DE
Hg (g/g)
11,75
19,91
0,50 – 49,99
0,10 – 94,50
171
326
4,33
0,40 – 17,50
182
145
327
3,98
0,40 – 11,76
163
213
376
19,81
0,24 - 65,45
Ribeirinha
(controle)
Ribeirinha
(controle)
Ribeirinha
234
329
563
5,37
0,37 – 16,96
117
105
222
8,56
0,61 – 45,59
222
269
491
12,58
0,80 – 47,30
Ribeirinhos
-
-
1.510 16,68 (g/L)
0,35 – 135,04
Urbana e
Ribeirinha
Ribeirinhos
-
-
1.510 11,53 (g/L)
0,38 – 117,62
327
388
715
7.581
0,03 – 51,85
0,10 – 94,50
12,12
10,93
VARIAÇÃO
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg- 1992 A 2003
ESTADO DO ACRE
LOCAL DA INVESTIG.AÇÃO
Rio Branco – Acre 1998
Assis Brasil-Acre-2002
Brasiléia - Acre-2002
Cruzeiro do Sul- Acre-2002
Feijó - Acre-2002
Manoel Urbano - Acre-2002
Porto Acre - Acre-2002
Rodrigues Alves - Acre-2002
Sena Madureira - Acre-2002
Tarauacá
Xapuri
TOTAL
TIPO DE
POPULAÇÃO
TOT.
MÉDIA DE
g Hg /g
VARIAÇÃO
Urbana
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
Ribeirinha
2.442
76
74
159
63
92
68
50
83
52
81
3.240
2,4
4,5
1,88
6,24
1,68
14,04
2,33
4,57
7,15
3,48
2,05
4,57
0,001 – 72,50
0,04 – 49,24
0,14 – 19,41
0,29 – 38,00
0,02 – 6,72
0,54 – 67,52
0,06 – 13,41
0,53 – 13,36
0,32 – 83,47
0,56 – 12,14
0,13 – 19,76
0,001 – 83,47
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
BANCO DE AMOSTRAS HUMANAS E TEORES MÉDIOS DE Hg EM CABELO 1992 A 2003 COMUNIDADES RIBEIRINHAS INDÍGENAS E CONTROLES
LOCAL DA
INVESTIGAÇÃO
Aldeia Munduruku de
Sai Cinza – Itaituba
– 1995
Pacaas Novos –
Rondônia
Tribo Macuxi –
Roraima
TOTAL
TIPO DE
POPULAÇÃO
Ribeirinha
Indígena
MASC.
FEM.
TOTAL
330
MÉDIA
g Hg /g
16,0
137
193
Ribeirinha
Indígena
Ribeirinhos
Indígena (controle)
477
VARIAÇÃO
4,50 – 90,40
581
1.058
8,37
0,52 – 83,89
27
23
50
1,65
0,07 – 5,53
641
797
1438
8,67
0,07 – 90,40
PROBLEMAS DE SAÚDE E MEIO AMBIENTE QUE
EMERGEM NOS ESTADOS AMAZÔNICOS
• Análises Microbiológicas e Físico-químicas de Água para
Esclarecimento de Padrões de Potabilidade e Surtos de
Doença Humana: 1.689 ocorrências
• Investigação Microbiológica,
Físico-Química, Toxicológica e Biológica de Mortandade de Peixes: 5 ocorrências
• Investigação de acidentes por Resíduos de Processos
Industriais e Minerários: 5 ocorrências
• Acidente
por
Contaminação
por
Pesticidas
Organoclorados e Organofosforados: 4 ocorrências
PESQUISAS NECESSÁRIAS
• Investigar a importância dos hábitos, inclusive os
alimentares, que possam justificar a ausência de
formas clínicas em indivíduos que apresentam
indicadores biológicos de exposição acima dos
recomendados pela OMS;
• Mapear as diferentes formas de liberação do Hg para
o
ambiente
(queimadas,
desmatamentos,
hidrelétricas, barragens e garimpagem).
PESQUISAS NECESSÁRIAS
• Avaliar os teores de mercúrio nos diferentes
compartimentos ambientais e o seu potencial de
acumulação e mobilização e introdução nos
ecossistemas aquáticos;
• Conhecer os mecanismos de absorção, eliminação e
metilação do mercúrio em organismos vegetais e
animais terrestres.
PESQUISAS NECESSÁRIAS
•
Investigar outros elementos presentes nos
alimentos da região que possam interferir na
eliminação do mercúrio, como é o caso do
Selênio.
•
Avaliar
o
potencial
das
condições
meteorológicas na dispersão do mercúrio na
Amazônia, e conhecer as emissões de
mercúrio para o meio ambiente amazônico em
relação ao balanço global.
OBRIGADA