FACULDADE TECSOMA Curso de Bacharelado em Biomedicina Amanda Mariano Nicola Ribeiro COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO, PARACATU, MINAS GERAIS Paracatu 2012 Amanda Mariano Nicola Ribeiro COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO, PARACATU, MINAS GERAIS Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina. Orientação temática: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior. Orientação metodológica: Geraldo B. B. de Oliveira. Co-Orientadora: MSc. Medeiros de Oliveira. Rita de Cássia Co-Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva. Paracatu 2012 Ribeiro, Amanda Mariano Nicola, (1988) Comparação metodológica na determinação das glicemias capilar e venosa em idosos do lar São Vicente de Paulo, Paracatu, Minas Gerais/ Amanda Mariano Nicola Ribeiro. Paracatu, 2012. 49 f. Orientador: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior Monografia (graduação) – Faculdade Tecsoma, Programa de Graduação em Biomedicina. 1. Glicemia capilar. 2. Glicemia venosa. 3. Glicosímetro. 4. Idosos. I Júnior, Márden Estêvão Mattos. II. Faculdade Tecsoma. III. Título. CDU: 616.074 Amanda Mariano Nicola Ribeiro COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO, PARACATU, MINAS GERAIS Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, como requisito parcial a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina, da Faculdade Tecsoma. _______________________________________________ Prof: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior - FATEC Orientador _______________________________________________ Geraldo Benedito Batista de Oliveira - FATEC Orientador Metodológico _______________________________________________ MSc. Cláudia Peres da Silva Coordenadora do curso de Biomedicina Paracatu/MG, 11 de Junho de 2012. AGRADECIMENTOS Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda esta longa caminhada. Aos meus pais Ralpho e Ângela, e meus irmãos, Ralpho, Rodrigo e Ana Paula, pelo apoio, incentivo moral, profissional e financeiro. À professora e mestranda Rita de Cássia Medeiros de Oliveira, pela amizade, confiança e sabedoria. Por disponibilizar o Laboratório e ceder todos os materiais necessários para a realização das coletas e as determinações glicêmicas. Ao orientador desta monografia, Márden Estêvão Mattos Júnior, pela disponibilidade, atenção e cooperação. A todos os meus companheiros de jornada, especialmente a Cintia Barbosa, Douglas Gabriel e Thalisson Ryller, pelo auxílio na pesquisa de campo. A enfermeira Anne Siqueira, pelo carinho e por ter aberto as portas do Lar São Vicente de Paulo, para que a pesquisa fosse executada. Obrigada a todos vocês que não mediram esforços para que eu chegasse até essa etapa da minha vida. A imaginação é mais importante que o conhecimento. Conhecimento auxilia por fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem, mas a sabedoria tarda. Albert Einstein RESUMO A determinação dos níveis de glicemia pode ser efetuada por metodologias diferentes. O estudo teve como objetivo determinar e comparar os resultados de glicemia de idosos do Lar São Vicente de Paulo, localizado no Município de Paracatu, Minas Gerais, empregando-se duas técnicas: método laboratorial da glicemia venosa e dosagem capilar. A população de estudo foi composta por 33 idosos internos neste estabelecimento de amparo. A dosagem capilar foi realizada na própria instituição, ao passo que a dosagem venosa foi efetuada no Laboratório CEACLIN, sendo empregado sangue capilar e plasma fluoretado, respectivamente. Verificou-se que a maioria dos idosos é do sexo masculino. Com relação aos níveis glicêmicos, o teste T-Student pareado mostrou que há diferença estatística significativa entre os valores das glicemias capilar e venosa, o que está de acordo com outros estudos realizados com pacientes normoglicêmicos. Os dados revelados não indicaram elevada precisão e acurácia dos resultados de glicemia determinados pelo glicosímetro, quando comparado à glicemia plasmática. Assim, acredita-se que este trabalho possa favorecer pesquisas subsequentes sobre o assunto, a fim de enriquecer e expandir os dados da literatura médica nacional. Palavras- chave: Glicemia capilar. Glicemia venosa. Glicosímetro. Idosos. ABSTRACT The determination of glucose levels can be performed by different methodologies. The aim of this study is to determine and compare the blood glucose results of elderly from Lar São Vicente de Paulo, located in the city of Paracatu, Minas Gerais, using two techniques: laboratory method and venous blood glucose measurement capillary. The study population consisted of 33 elderly people in the establishment of internal support. The dosing capillary was held at the institution, while the intravenous dosing was performed at the Laboratory CEACLIN, being employed capillary blood and plasma fluoride, respectively. It was found that most of the individuals is male. With respect to blood glucose levels, the paired Student's t test showed that there was a statistically significant difference between the values of capillary and venous blood glucose, which is consistent with other studies in normoglycemic patients. The data revealed not indicate high precision and accuracy of the results of certain blood glucose by glucometer, when compared to plasma glucose. Thus, it is believed that this work will encourage further research on the subject in order to enrich and expand the national database of medical literature. Keywords: capillary glycemia. Intravenous glucose. Glucometer. Elderly. LISTAS DE FIGURAS Figura 01 – Estrutrura química da molécula de glicose .................................................. 16 Figura 02 – Metabolismo dos carboidratos ....................................................................17 Figura 03 – Mecanismo de regulação da glicemia: hormônios insulina e glucagon ......19 Figura 04 – Glicosímetro Accu-Chek® e Lanceta .......................................................... 30 Figura 05 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o sexo, (n=33) - Paracatu (MG) ..................................................................................................33 Figura 06 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme a idade, (n=33) - Paracatu (MG) ...................................................................................................34 Figura 07 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o consumo de medicamentos, (n=33) - Paracatu (MG) .....................................................................34 Figura 08 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme as classes de medicamentos consumidos, (n=29) - Paracatu (MG) ................................................. 35 Figura 09 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme dados das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) - Paracatu (MG) ..................... 36 Figura 10 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme gráfico das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) - Paracatu (MG)) ..................... 37 Figura 11 – Distribuição da média e desvio padrão das determinações capilares e venosas dos idosos do Lar São Vicente de Paulo, (n=33) - Paractu (MG). .................... 37 LISTAS DE SIGLAS ADA – American Diabette Association CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute MG – Minas Gerais NDDG – National Diabettes Data Group RPM – Rotações por Minuto SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes SBPC – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica SPSS – Statistical Package for the Social Sciences SUS – Sistema Único de Saúde SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................12 1.1 Justificativa ............................................................................................................. 13 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................................. 14 1.3 Hipóteses .................................................................................................................. 14 2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15 2.1 Geral ........................................................................................................................ 15 2.2 Específicos ............................................................................................................... 15 3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16 3.1 A glicose como combustível celular .......................................................................16 3.1.1 Digestão e absorção de carboidratos ....................................................................16 3.1.2 Ação metabólica da insulina e do glucagon ........................................................ 18 3.1.3 Ações fisiológicas da glicose ................................................................................ 19 3.1.4 Definição de glicemia ........................................................................................... 21 3.1.5 Hipoglicemia .........................................................................................................21 3.1.6 Hiperglicemia ........................................................................................................22 3.1.6.1 Diabetes mellitus ............................................................................................... 22 3.2 Métodos para a determinação das taxas de glicemia ..........................................24 3.2.1 Tipos de amostras biológicas empregadas para a determinação da glicose .......24 3.2.2 Metodologias para a determinação da glicose ..................................................... 26 4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 27 4.1 Tipo de estudo ..........................................................................................................27 4.2 Local de estudo .......................................................................................................27 4.3 Público alvo ............................................................................................................. 27 4.4 Critérios de inclusão e exclusão .............................................................................. 28 4.5 Aspectos éticos ........................................................................................................28 4.6 Processamento de amostras biológicas .................................................................29 4.6.1 Amostra para dosagem de glicemia capilar .......................................................... 29 4.6.2 Amostra para dosagem de glicemia venosa ......................................................... 30 4.7 Análise estatística dos resultados e tabulação dos dados ....................................31 4.8 Controle de qualidade ............................................................................................ 32 5 RESULTADOS ...........................................................................................................33 6 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 38 7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 41 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42 APÊNDICES .................................................................................................................. 45 12 1 INTRODUÇÃO A glicose é considerada a principal fonte de energia necessária para a manutenção e equilíbrio de todas as funções fisiológicas dos seres humanos, a qual pode ser originada do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas obtidos pela dieta. (FABRIS; FEKSA, 2007). Após todo o processo de metabolização e absorção, a taxa de glicemia mantém-se numa faixa normal, sem que haja quadros de hipoglicemia ou hiperglicemia este valor pode ser mensurado por técnicas laboratoriais. (FABRIS; FEKSA, 2007; GAW et al, 2001; HENRY, 2008; OLIVEIRA; MILECH, 2004). Na atualidade, em que se verifica facilidade de acesso a alimentos ricos em glicose, faz-se necessário que a determinação da glicemia seja realizada de forma mais específica possível, resguardando-se resultados mais similares à condição basal do organismo, de acordo com Henry (2008). Assim, Pereira e outros (2006) dizem que a verificação da concentração da glicemia é um dos testes mais realizados na prática clínico laboratorial, em razão da relevância de informações, tanto para diagnóstico quanto para monitoramento de diversas condições patológicas. Nestas condições, destacam-se a hiperglicemia e a hipoglicemia. A hipoglicemia pode ser definida como a condição em que a concentração de glicose plasmática encontra-se em níveis inferiores ao valor de referência, com um grupo característico de sintomas, os quais são revertidos logo após a ingestão de carboidratos, principalmente aqueles de fácil absorção. Taxas de glicemia após jejum noturno abaixo de 45 mg/dL são consideradas anormais, ao passo que valores acima de 55 mg/dL são aceitos como normais. (HENRY, 2008). Por outro lado, hiperglicemia é definida como o aumento da glicemia. Com valores de glicose plasmática, após jejum noturno, entre 126 mg/dL. (HENRY, 2008; CIPRIANO et al, 2006). A origem da hiperglicemia geralmente está associada a distúrbios no sistema endócrino do pâncreas que resulta em ação insuficiente da insulina, o hormônio responsável pela captação de glicose dos tecidos adiposos e musculares para conversão em glicogênio ou gordura para armazenamento ou metabolização imediata. (DORNELES; COSER, 2010). Segundo Córdova e outros (2009), diversos métodos estão disponíveis para a determinação de glicose. No entanto, a especificidade de tais testes ainda é um assunto que causa bastante discussão. 13 Os métodos laboratoriais empregam plasma fluoretado e são divididos em dois grupos: químicos e enzimáticos. Os testes químicos são aqueles baseados nas propriedades redutoras da molécula de glicose. Outras moléculas de carboidratos como a lactose, sacarose e frutose reagem tão bem quanto a glicose, por isso, o resultado é maior que o seu valor real. Os métodos enzimáticos são testes baseados na reação da enzima glicose oxidase e moléculas de glicose, formando ácido glicurônico e peróxido de hidrogênio, estes reagem com um aceptor de oxigênio numa reação catalisada pela peroxidase para formar uma cor, que é determinada espectrofotometricamente. Este método é considerado o mais específico. (HENRY, 2008). A necessidade crescente de monitorar a taxa de glicose em populações específicas conduziu a formulação de métodos portáteis, rápidos e que forneçam resultados confiáveis. Assim, surgiram os métodos capilares, os quais requerem uma gota de sangue total obtida por punção digital e aplicação sobre uma fita reativa. Conforme a concentração de glicose na amostra irá formar uma cor, sendo lida por um fotômetro de refletância. A dosagem capilar da glicemia possui várias limitações: a concentração do hematócrito, concentração de lipídeos e proteínas plasmáticas são fatores que interferem diretamente na determinação da glicose. Outros interferentes são: alterações na fita reagente, quantidade de sangue disponível e condição do aparelho. (BORGES; ANDRADE, 2009; HENRY, 2008). Buscando-se comparar as duas técnicas de determinação da glicose, vários estudos mostraram discordâncias entre si. Borges e Andrade (2009) verificaram valores condizentes entre as glicemias determinadas em jejum e pela dosagem capilar. No entanto, os autores verificaram variações significativas quando analisaram valores individuais. Vandresen e outros (2009) encontraram resultados de glicemia venosa e capilar bastante similares, tanto a nível individual quanto aos dados brutos de seus 36 pacientes acompanhados. Os autores ressaltam a utilidade dos glicosímetros portáteis na monitoração do nível glicêmico de pacientes diabéticos. Em estudo realizado para verificar a concentração da glicemia no antebraço e na ponta do dedo em paralelo com a dosagem capilar e com sobrecarga de glicose, Jungheim e Koschinsky (2002) obtiveram resultados equivalentes. Por outro lado, Córdova e outros (2009) verificaram resultados diferentes em relação à dosagem de glicemia capilar e venosa. O estudo é de extrema importância, pois foi realizado com pacientes normoglicêmicos, ao contrário de outros. 14 Assim pode-se considerar que a literatura médica traz dados bastante conflitantes a respeito da determinação da taxa glicêmica empregando metodologia capilar e venosa, e principalmente pelo fato de que os estudos relatados envolvem pacientes diabéticos, requer-se executar análise comparativa dos dois métodos em pacientes sem diagnóstico prévio de alterações metabólicas da glicose a fim de fornecer dados concisos para a população. 1.1 Justificativa Na atualidade, existem diversas tecnologias disponíveis para a determinação da glicemia capilar, os chamados glicosímetros, os quais possuem grandes benefícios, visto que facilita o controle das taxas de glicose pelo próprio paciente. Contradizendo esta metodologia, vários estudos destacam diferenças significativas entre esta e a determinação enzimático laboratorial da glicose plasmática. A explicação científica estabelecida por estes estudiosos é o tipo de amostra biológica empregada em cada mensuração, o que acaba interferindo nas dosagens. (CÓRDOVA et al, 2009). Baseado no fato de que a literatura médica traz dados bastante conflitantes a respeito da determinação da taxa glicêmica empregando metodologia capilar e venosa, e principalmente pelo fato de que os estudos relatados envolvem pacientes diabéticos, requer-se executar análise comparativa dos dois métodos em pacientes sem diagnóstico prévio de alterações metabólicas da glicose a fim de fornecer dados concisos para a população. Diante disso, essa pesquisa é fundamental por permitir avaliar se realmente existe diferença significativa entre a metodologia enzimática (venosa) e fotometria de refletância (capilar), a ponto de comprometer um possível diagnóstico do paciente; ter um método confiável para determinar rapidamente níveis glicêmicos, como por exemplo, aqueles pacientes admitidos nos serviços de urgência e emergência que precisam ter os valores glicêmicos monitorados ou elucidados rapidamente (pacientes chocados, coma hipoglicêmico, acidentados). Assim como crianças, principalmente recém-nascidos de mães que tiveram diabetes gestacional, que precisam ter níveis glicêmicos monitorados (pequeno volume de sangue e de fácil obtenção). E, como idosos asilados com difícil acesso venoso. Como futuros biomédicos, nos Laboratórios de Análises Clínicas para obter resultados de glicemia basal para realização do Teste de Tolerância Oral da Glicose. E por fim, se faz essencial na tomada de decisão de um 15 Laboratório ou serviço de saúde, quanto a melhor metodologia a empregar, a fim de fornecer um resultado seguro ao paciente. 1.2 Problema de pesquisa Existem diferenças significativas quanto à determinação do índice glicêmico pelas metodologias, capilar e venosa, em idosos internos do Lar São Vicente de Paulo, localizado no Município de Paracatu, Minas Gerais, sem diagnóstico prévio de alterações nas taxas de glicose? 1.3 Hipóteses Ao realizar esta pesquisa, espera-se que: H1: Não haja discrepância significativa quanto à determinação da taxa de glicemia no público estudado considerando as diferentes metodologias empregadas. H2: Ambos os resultados estejam dentro do desvio padrão estabelecido conforme a média das taxas de glicemia verificada no estudo. H3: Enquadrar o grupo de estudo nas classificações do Ministério da Saúde como normoglicêmico. 16 2 OBJETIVOS 2.1 Geral Verificar a confiabilidade das metodologias capilar e venosa na determinação da glicemia de jejum em idosos internos do Lar São Vicente de Paulo, localizado no Município de Paracatu, Minas Gerais, sem diagnóstico prévio de alterações nas taxas de glicose. 2.2 Específicos 1. Determinar as taxas de glicemia capilar com glicosímetro. 2. Determinar as taxas de glicemia pelo método enzimático em plasma fluoretado. 3. Comparar os resultados das glicemias determinadas pelas duas metodologias. 4. Estabelecer a média das glicemias dosadas e seus respectivos desvios padrão. 5. Classificar o grupo quanto ao nível glicêmico em: normoglicêmico, hipoglicêmico ou hiperglicêmico. 17 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 A glicose como combustível celular 3.1.1 Digestão e absorção de carboidratos A glicose constitui a principal fonte de energia necessária para a manutenção e equilíbrio de todas as funções fisiológicas dos seres humanos e sua estrutura química encontra-se esquematizada na figura 01. (FABRIS; FEKSA, 2007). Figura 01 – Estrutura química da molécula de glicose. Fonte: BIOMANIA, 2012. Os três tipos de nutrientes dos quais dependem o organismo humano podem ser classificados em carboidratos, lipídeos ou gorduras e proteínas. No entanto, estes nutrientes não podem ser absorvidos, pois possuem constituição química bastante complexa. Por isso, sofrem reações de hidrólise ao longo do trato gastrintestinal. (CASTRO JÚNIOR, 2010; GUYTON; HALL, 2006; LUPPI et al, 2007). Segundo Guyton e Hall (2006) as reações de hidrólise no trato gastrintestinal requerem água para ocorrerem. Os carboidratos da dieta humana são obtidos de três fontes: sacarose, lactose e amidos. A mastigação promove a ativação da enzima ptialina, a qual hidrolisa o amido no polissacarídeo maltose. A maltose sofre hidrólise pela enzima maltase e água, transformando-se em glicose. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007). Os enterócitos que revestem as vilosidades do intestino delgado contém as enzimas lactase, sacarose, maltose e α-dextrinase, responsáveis pela hidrólise os dissacarídeos lactase, sacarose e maltose em seus monossacarídeos constituintes. Assim, 18 a lactose é convertida em galactose e glicose; a sacarose, em frutose e glicose; a maltose, em várias moléculas de glicose. Ao final do processo da digestão dos carboidratos, são gerados monossacarídeos hidrossolúveis, que são imediatamente absorvidos. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006). Os monossacarídeos são absorvidos no intestino delgado, principalmente no duodeno e no jejuno proximal e menor taxa de absorção no jejuno distal e no íleo. (FABRIS; FEKSA, 2007). Os produtos finais do metabolismo dos carboidratos são absorvidos pelo sistema porta. Os nutrientes absorvidos são conduzidos para o fígado, órgão considerado o centro da distribuição dos nutrientes no metabolismo dos mamíferos (Figura 02). É este órgão que exerce as funções de processar e distribuir os nutrientes que chegam até ele e manter suas taxas constantes na circulação. (FABRIS; FEKSA, 2007). Figura 02 – Metabolismo dos carboidratos. Fonte: MENDONÇA, 2009. Normalmente, a glicose sanguínea ou glicemia mantém-se em uma faixa considerada normal – ou seja, não há excesso nem carência de energia, o que é fundamental para o funcionamento orgânico -, em que se verifica oxidação de parte da glicose em glicogênio, para posterior metabolização em períodos de jejum, e o excesso é convertido em ácidos graxos e triglicerídeos, sendo armazenado no tecido adiposo. Em todas as células do organismo humano, a glicose é oxidada para produzir ATP e intermediários metabólicos necessários a processos de síntese de diversos compostos, o 19 que contribui para uma dosagem abaixo do normal nos períodos de jejum. (GAW et al, 2001; HENRY, 2008; OLIVEIRA; MILECH, 2004). Os níveis de glicemia dependem principalmente do fígado, responsável pela homeostasia da glicose sanguínea através da conversão reversível de glicose em glicogênio, assim como da gliconeogênese a partir de gorduras e proteínas, e o pâncreas, responsável pela síntese de insulina, hormônio que permite a entrada de glicose para o interior da célula. Os verdadeiros mecanismos envolvidos na regulação da glicose são complexos. Acredita-se que a insulina seja capaz de aumentar o transporte de glicose para o interior da maioria dos tecidos, com exceção de hemácias, neurônios e células da mucosa intestinal, além da estimulação da oxidação da glicose e a síntese de lipídeos, glicogênio e proteínas, além de impedir a glicogenólise hepática. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006). Outras formas de carboidratos existentes são o glicogênio e os polissacarídeos de origem vegetal (celulose, hemicelulose e pectinas). O glicogênio é um polissacarídeo de origem animal constituído por várias moléculas de glicose. Os polissacarídeos de origem vegetal não são considerados nutrientes para os homens, visto que o trato intestinal não possui enzimas capazes de os degradarem. (FABRIS; FEKSA, 2007). 3.1.2 Ação metabólica da insulina e do glucagon O glucagon é um hormônio peptídico secretado pelas células α das ilhotas de Langerhans quando a demanda de glicose se torna insuficiente para a fisiologia normal dos órgãos humanos. Esse hormônio exerce sua função ao degradar o glicogênio armazenado no fígado e nos músculos para manter a glicemia em uma faixa considerada normal. (GUYTON; HALL, 2006; RAVEL, 2009). Por outro lado, a insulina exerce efeito totalmente oposto ao do glucagon. A insulina, hormônio liberado pelas células β das ilhotas de Langerhans, é responsável pela redução da glicemia circulante. Isso é possível em razão do aumento do transporte de glicose sanguínea, através da membrana plasmática das células musculares e adiposas para o espaço intracelular. Outros efeitos notáveis da insulina são: conversão da forma inativa de glicogênio sintase em sua forma ativa e a inibição da lipólise. Todos esses fatores contribuem para a conversão de glicose em glicogênio e lipídeos e a oxidação de glicose a dióxido de carbono nos tecidos periféricos. (GUYTON; HALL, 2006; RAVEL, 2009). 20 A ação da insulina é mais notória em três tecidos. No fígado, ocorre a diminuição da síntese de glicose pela ação inibidora do hormônio e consequente formação de glicogênio, e a mobilização do glicogênio armazenado. Nos músculos, a insulina aumenta a síntese de glicogênio. Nos músculos e no tecido adiposo, o hormônio aumenta a absorção celular de glicose por estimular os transportadores de glicose presentes na membrana celular (Figura 03). (FABRIS; FEKSA, 2007). Figura 03 – Mecanismo de regulação da glicemia: hormônios insulina e glucagon. Fonte: ALBERT EINSTEIN, 2007. 3.1.3 Ações fisiológicas da glicose Os dois principais tecidos humanos responsáveis pelo armazenamento, processamento e distribuição de energia para a execução das diversas funções fisiológicas são o fígado e o tecido adiposo, os quais mantêm interações maciças e dinâmicas a fim de manterem a energia constante entre os períodos de alimentação e de jejum. (FABRIS; FEKSA, 2007; BAYNES; DOMINICZAK, 2010). O tecido muscular esquelético requer grande demanda de oxigênio para manter seu funcionamento normal, com consumo diretamente proporcional ao grau de atividade muscular. A oxidação dos ácidos graxos é o principal mecanismo bioquímico consumidor de oxigênio; apenas cerca de 10% a 15% do oxigênio são empregados para 21 a oxidação de carboidratos. Durante a atividade física prolongada, há maior consumo de oxigênio pelo tecido muscular e grande consumo de glicogênio muscular, o qual é convertido a lactato pela glicólise; como resultado, ocorre diminuição da disponibilidade de oxigênio. Quando ocorre a formação de lactato na corrente sanguínea, o fígado o capta e converte-o a glicose para a geração de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; BAYNES; DOMINICZAK, 2010). Outro órgão que consome bastante oxigênio para manter suas funções adequadas é o cérebro, algo em torno de 20% do oxigênio corporal em condições basais. A glicose é o principal combustível para o cérebro, visto que não possui depósitos de glicogênio nem mecanismos que empregam os corpos cetônicos para a geração de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007). Por outro lado, o músculo cardíaco humano emprega como principal combustível os ácidos graxos mobilizados do tecido adiposo; além disso, usa também certos corpos cetônicos, glicose circulante e lactato. Este músculo possui pequenos reservatórios de glicogênio que também são usados na geração de energia em casos de diminuição dos outros nutrientes. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006). Em condições basais, os ácidos graxos correspondem a 70% das fontes energéticas do tecido cardíaco e a glicose, cerca de 30%. No entanto, com exercícios físicos pesados, cerca de 82% dos combustíveis necessários para o funcionamento do tecido cardíaco são provenientes da glicose circulante e dos depósitos de glicogênio. Porém, o suprimento de glicogênio é bastante limitado e, cerca de dois minutos após o início do exercício, já há ácidos graxos sendo liberados do fígado pelo auxílio do hormônio adrenalina e oxidados para a geração de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006). No estado de jejum, a principal fonte de energia são os triglicérides, seguidos das proteínas, as quais fornecem aminoácidos para a formação de glicogênio e consequente síntese de glicose, para manutenção das funções vitais. Quando há pouca reserva protéica, o cérebro passa a usar corpos cetônicos circulantes como fonte de energia. Na ausência de reservas de triglicérides, ocorre uso de proteínas para a geração de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006). 22 3.1.4 Definição de glicemia O conceito de glicemia é a taxa de glicose circulante no sistema sanguíneo. Esse valor é expresso em miligramas de glicose por decilitro de analito (mg/dL). Em pacientes normais, a glicemia se mantém em nível constante, com valores preconizados entre 60 a 99 mg/dL. Os dois extremos dos níveis de glicose sanguínea, isto é, a hipoglicemia e a hiperglicemia, constituem as principais condições patológicas referentes à glicose. (HENRY, 2008; SPD, 2012). Segundo Henry (2008), a amostra biológica mais adequada para a determinação da glicemia é o plasma com fluoreto coletado após jejum de 8 a 14 horas. Dorneles e Coser (2010) classificam a taxa de glicemia normal como normoglicemia, o aumento da glicose como hiperglicemia e sua diminuição como hipoglicemia. 3.1.5 Hipoglicemia A hipoglicemia é definida como o quadro em que a concentração de glicose plasmática encontra-se em níveis inferiores ao valor de referência, com um grupo característico de sintomas, os quais são revertidos logo após a ingestão de carboidratos, principalmente aqueles de fácil absorção. Taxas de glicemia após jejum noturno abaixo de 45 mg/dL são consideradas anormais, ao passo que valores acima de 55 mg/dL são aceitos como normais. (HENRY, 2008). Os sintomas típicos da hipoglicemia são: palpitação, tremor, convulsão, fome, fraqueza, confusão, tontura, perda da consciência, ansiedade, cefaleias e outras perturbações mentais; em casos mais graves, ocorre coma. (HENRY, 2008). Segundo Fabris e Fecksa (2007), esses sintomas são provocados pela liberação de catecolaminas e/ou comprometimento da atividade do sistema nervoso central. Para Ravel (2009), quadros de hipoglicemia são verificados em pacientes com produção excessiva de insulina (causada por tumor de células β pancreáticas, deficiência na síntese de cortisol, glucagon e/ou tirosana) ou na privação prolongada de carboidratos. Este autor classifica a hipoglicemia em dois tipos: hipoglicemia de jejum e hipoglicemia pós-prandial, com sintomatologia e quadros clínicos característicos. 23 3.1.6 Hiperglicemia Hiperglicemia é definida como o aumento da glicemia. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) enquadra hiperglicemia valores de glicose plasmática, após jejum noturno, entre 126 mg/dL. (CIPRIANO et al, 2006). Conforme Dorneles e Coser (2010), a principal causa de quadros de hiperglicemia são distúrbios no sistema endócrino do pâncreas que resulta em ação insuficiente da insulina, o hormônio responsável pela captação de glicose dos tecidos adiposos e musculares para conversão em glicogênio ou gordura para armazenamento ou metabolização imediata. Segundo Fabris e Feksa (2007), as duas principais complicações relacionadas à hiperglicemia são doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. 3.1.6.1 Diabetes mellitus O diabetes mellitus é definido como uma síndrome metabólica caracterizada primariamente por hiperglicemia, em razão de falta ou mau funcionamento da insulina, acompanhada de poliúria, polifagia, polidipsia, obesidade ou emagrecimento, desânimo e fadiga, dificuldades de cicatrização. (HENRY, 2008; BRASILEIRO FILHO, 2004). Segundo o National Diabetes Data Group (NDDG), há dois tipos de diabetes relacionados aos níveis de insulina liberada pelas células beta das ilhotas de Langerhans. A primeira categoria é o tipo I, típica de pacientes de menor idade; neste tipo há ausência de insulina e, por isso, o paciente necessita recebê-la exogenamente. O segundo tipo de diabetes mellitus é o tipo II, que acomete cerca de 80% dos diabéticos; geralmente começa na meia idade ou tardiamente, está quase sempre associado à obesidade e anormalidades menos severas da insulina. (RAVEL, 2009). Diabetes mellitus tipo 1 caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas sendo um distúrbio catabólico, com ausência de insulina elevação da glicemia, degradação de lipídeos e proteínas. Os pacientes passam a depender de insulina para a sobrevivência, verificada na doença autoimune. (BORGES; ANDRADE, 2009). O diabetes mellitus tipo II está associado à predisposição genética, estilo de vida e fatores ambientais. Clinicamente, é caracterizada pela resistência à insulina, que pode ser resultante de alterações metabólicas devido a alguns dos fatores citados, com 24 deficiência relativa de insulina, acentuando-se no decorrer da doença. Outro fator agravante é a glicogenólise via hepática. O paciente portador desse tipo de distúrbio geralmente é obeso, com gordura predominante na região abdominal, com mais de 40 anos de idade e geralmente sedentário – em virtude disso, normalmente desenvolvem doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, dislipidemias, microalbuminúria e fatores favorecedores de coagulação excessiva e trombose. Estima-se que a associação de todos esses fatores conduz ao óbito de cerca de 80% dos acometidos. A hiperglicemia aparece de forma gradual, dificultando o diagnóstico e o tratamento. A cetoacidose é menos proeminente quando comparada ao diabetes tipo I. A resistência à insulina pode melhorar com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. (OLIVEIRA; MILECH, 2004; BAYNES; DOMINICZAK, 2010). Segundo a American Diabette Association (ADA), a presença de um dos critérios abaixo e sua confirmação num dia subsequente indica o diagnóstico de diabetes mellitus: (1) Sintomas de diabetes mellitus com glicemia independente de jejum maior ou igual a 200mg/dL; (2) Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL; (3) Glicemia maior que 200mg/dL após teste de tolerância oral à glicose. (RAVEL, 2009). Após o diagnóstico clínico-laboratorial do diabetes mellitus, a monitorização dos pacientes é feita por determinação da glicose em jejum, glicose pós-prandial e determinação da dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c). A hemoglobina glicada está presente nos eritrócitos, sendo estruturada a partir de reações não enzimáticas entre uma molécula de glicose à hemoglobina. Em sua porção A1c há um resíduo de glicose ligado ao grupo amino terminal de uma ou de ambas as cadeias beta da hemoglobina. (SUMITA; ANDRÍOLO, 2008; LEHNINGER, 2006). A membrana do eritrócito é muito permeável à glicose, fazendo com que a hemoglobina presente em seu interior fique exposta praticamente à mesma concentração da glicose plasmática. A glicação, portanto, depende dos níveis de glicemia do paciente e da meia-vida dos eritrócitos. Logo, a dosagem de HbA1c é uma ferramenta na monitorização da doença, sendo considerada pela ADA o melhor exame com essa finalidade. (CAMARGO; GROSS, 2004; CAMPOS, 2011; LEHNINGER, 2006). O Ministério da Saúde, após consolidação da Campanha Nacional de Informação e Identificação de Portadores de Diabete e Hipertensão destacou outro modo de controle e prevenção da doença: a mudança do estilo de vida, que se desmembra em programas de exercícios físicos regulares e dieta balanceada. As pesquisas comprovam que a prática de atividades físicas é fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento da 25 doença. Para quem depende da insulina exógena ou já tem alguma complicação, como o pé diabético, a atividade física precisa ser monitorada por uma equipe multidisciplinar, visto que aquela altera diretamente o metabolismo: diminui a necessidade de insulina e aumenta a tolerância à glicose. (BRASIL, 2001). Os hábitos alimentares adequados são essenciais para a manutenção da taxa de glicemia e para evitar a obesidade. Sugere-se que o cardápio ideal para diabéticos seja constituído por 55% das calorias na forma de carboidratos, 15% de proteínas e, no máximo, 30% de gorduras, com destaque para o consumo regular de fibras, água e sais minerais, além do fracionamento das refeições, para evitar sobrecarga do pâncreas. (HENRY, 2008; BRASILEIRO FILHO, 2004; OLIVEIRA; MILECH, 2004). 3.2 Métodos para a determinação das taxas de glicemia 3.2.1 Tipos de amostras biológicas empregadas para a determinação da glicose A glicose sanguínea pode ser quantificada por diversas metodologias e em amostras de plasma, soro ou líquido intersticial, conforme a sua finalidade de diagnóstico ou monitoramento. (HENRY, 2008). Diversos fatores pré-analíticos interferem na sensibilidade dos testes. O mais importante deles é o tipo de amostra. Segundo Ravel (2009), a amostra biológica mais apropriada para a dosagem de glicose é o plasma venoso obtido com citrato de sódio. Para esta amostra, o autor destaca como fatores que influenciam os resultados a presença de contaminação microbiológica e leucocitose, por diminuírem falsamente os resultados e o tempo decorrido entre a coleta e a dosagem. Soros obtidos em até 30 minutos após a colheita também pode ser empregado para esta dosagem; em períodos superiores, deve-se acrescentar 2 mg de fluoreto de sódio por mililitro de sangue. Neste caso, sob refrigeração, a glicose permanece estável no soro ou plasma por até 48 horas. A metodologia por meio do glicosímetro para a dosagem glicêmica pode fornecer resultados semelhantes à concentração da substância no plasma ou no sangue total, conforme a calibração do fabricante. É importante ressaltar que o sangue total fornece valores de glicose aproximadamente 10 a 15% superiores á concentração do plasma e esse valor depende do valor do hematócrito. A maioria desses dispositivos emprega sangue capilar, que é muito semelhante ao sangue arterial, mas que varia 26 consideravelmente com o estado alimentar do paciente, no sentido da concentração da glicose ser maior após as refeições e menores durante o jejum. (HENRY, 2008). Henry (2008) destaca como fatores que devem ser considerados para a determinação da glicose em aparelhos domiciliares: - aplicação de volume adequado de sangue nas tiras testes; - pressão exacerbada sobre o dedo no momento da punção; - validade das tiras testes; - fatores ambientais, como a umidade, temperatura ambiente e altitude; - regulagem (calibração) do aparelho; - limpeza do aparelho; As pesquisas e perspectivas envolvendo o diabetes estão sendo concentradas na determinação da concentração de glicose instestinal, por metodologia eletroquímica, usando o líquido intersticial como amostra biológica. No entanto, os valores da glicose no líquido instersticial e no sangue capilar não são iguais, visto que há um tempo de 5 a 20 minutos para que a glicose seja metabolizada e penetre na circulação extrainstestinal. (FABRIS; FEKSA, 2007). A técnica de determinação de glicemia deve ser levada em consideração, porque os diferentes métodos disponíveis variam quanto à sensibilidade e especificidade para a glicose; o tipo de amostra é importante, assim como o tempo de permanência da amostra em temperatura ambiente – os valores de glicemia total diminuem cerca de 10mg/100mL caso não seja preservado, conforme salienta Ravel (2009). O hematócrito elevado acentua a redução de glicose, devido à intensa atividade metabólica dos eritrócitos. Habitualmente, utiliza-se sangue venoso na determinação de glicemia, embora não haja discrepâncias entre este e o sangue arterial. Segundo Henry (2008), existe certas diferenças técnicas e interferências de substâncias que são responsáveis pela falta de reprodutibilidade, o que pode afetar o resultado do exame. Destacam-se ainda como interferentes: Descumprimento do tempo determinado; Coleta inadequada; Conservação inadequada; Erros na fase analítica. 27 3.2.2 Metodologias para a determinação da glicose Henry (2008) destaca como métodos para a dosagem de glicemia os químicos e enzimáticos, assegurando a maior especificidade destes. Ressalta ainda que os resultados podem variar conforme a amostra, a conservação e procedimento analítico. Existem vários métodos bioquímicos para a determinação de glicemia. De acordo com Ravel (2009), os mesmos são classificados em métodos não específicos com substâncias redutoras, que fornecem valores significativamente acima dos verdadeiros; métodos que não são totalmente específicos para a glicose, mas que proporcionam resultados bastante próximos do real; métodos enzimáticos. Já Henry (2008) considera duas classificações: métodos químicos e métodos enzimáticos. O método químico emprega a condensação da glicose aldossacarídeo com uma amina aromática e ácido acético glacial – a cor estável da amostra é então medida espectrofotometricamente. Esse método pode ser usado com plasma, urina ou líquido cefalorraquidiano. Os métodos enzimáticos são os mais específicos para a dosagem de glicose. A glicose pode ser determinada por sua reação com a glicose oxidase, na qual se gera ácido glicurônico e peróxido de hidrogênio. Este reage com um aceptor, como a fenilalanina fenazona, catalisada pela peroxidase para formar uma cor. A determinação da glicemia através de metodologia colorimétrico-enzimática emprega como princípio a oxidação da glicose por ação catalisadora enzima glicoseoxidase. Com a interação enzimática destas, forma-se o peróxido de hidrogênio, que em presença da peroxidase como enzima catalisadora, sofre reação oxidativa de acoplamento com a 4-aminoantipirina e fenol, formando um cromógeno vermelho cereja. A intensidade da cor é proporcional à concentração de glicose na amostra em análise. (LUPPI et al, 2007). Já o glicosímetro emprega tiras reagentes que interagem com o sangue total capilar, produzindo uma reação química na qual são gerados elétrons. O aparelho mede tal reação com uma pequena corrente elétrica e automaticamente calcula o nível correspondente de glicose. (LUPPI et al, 2007). 28 4 MATERIAIS E MÉTODOS 4.1 Tipo de estudo Trata-se de um estudo descritivo qualitativo e quantitativo, amostral, do tipo comparativo. O estudo descritivo tem como objetivo determinar quantitativamente um determinado evento em uma população amostral, empregando para isso geralmente grupos de risco, para informar a situação do mesmo e traçar medidas para o prosseguimento de estudos com esse cunho. (MARCONI; LAKATOS, 2006). Segundo Marconi e Lakatos (2006), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Quanto à pesquisa qualitativa diferese por não adotar um instrumento estatístico com base no processo de análise de um problema para sua generalização, pois o método qualitativo preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. 4.2 Local de estudo O estudo foi realizado no município de Paracatu, situado no noroeste do estado de Minas Gerais, Brasil. A cidade de Paracatu localiza-se no planalto central do noroeste do estado e compreende uma área total de 8.230 km2 com 84.678 habitantes de acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, sendo a maioria da zona urbana. (IBGE, 2011). 4.3 Público alvo O público alvo deste trabalho constituiu-se de idosos internos do Lar São Vicente de Paulo, localizado neste município. O Lar São Vicente de Paulo, CNPJ no 20.582.680-0001-06, situado à Rua São Vicente, número 55, centro de Paracatu (Minas Gerais), foi fundado em 1933 e registrado em 1989. Para tanto, a Instituição abrange 74 leitos conveniados pela Prefeitura Municipal de Paracatu. Atualmente, estão abrigados 47 idosos, dos quais 27 são homens e 20, mulheres. 29 Esta instituição tem como enfermeira chefe Ane Siqueira, gerente administrativa Eliene, médica responsável Dra. Flávia Tuyana e o técnico em enfermagem Moisés. Todas as informações pertinentes à individualidade humana foram veiculadas a um questionário padronizado elaborado pela pesquisadora (Apêndice A). 4.4 Critérios de inclusão e exclusão Quanto aos critérios de inclusão de pacientes: Ambos os sexos; Ter cumprido o jejum requerido de oito horas; Idade igual ou superior a 60 anos; Sem distinção de raça; Os critérios de exclusão são: Pacientes que relatarem na entrevista estruturada serem portadores de diabetes; Idade inferior a 60 anos; Pacientes que relatarem uso de hipoglicemiantes; Valores glicêmicos abaixo dos instituídos como referência serão automaticamente excluídos das análises. 4.5 Aspectos éticos Conforme a Resolução 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, toda pesquisa que envolva indivíduos deve ser processada após consentimento livre e esclarecido dos mesmos, assegurando a autonomia do paciente, a não maleficência, beneficência e justiça, resguardando os direitos e deveres à comunidade científica e aos indivíduos envolvidos com a pesquisa. (BRASIL, 1996). O estudo foi realizado após informação verbal e escrita aos pacientes e assinatura dos respectivos termos de consentimento (Apêndice B e C), a fim de assegurar a conformidade da referida resolução. A execução do projeto foi facilitada pelo consentimento livre e esclarecido da enfermeira responsável pelo Lar São Vicente 30 de Paulo, Anne Siqueira Barros, bem como da coordenadora do curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, Cláudia Peres Silva (Apêndice C). 4.6 Processamento de Amostras biológicas A determinação das taxas de glicemia individual foi efetuada através de duas coletas: uma capilar (na ponta do dedo médio) e outra venosa, conforme os propósitos a que se destinam. As atividades foram orientadas pelo técnico do Lar, Moisés. 4.6.1 Determinação da glicemia capilar Antes da realização do procedimento, os pacientes foram informados sobre tal e foi realizada a assepsia com álcool a 70,0% e algodão hidrófilo na região a ser puncionada. A dosagem de glicemia capilar foi efetuada com o auxílio do aparelho (glicosímetro) da marca ACCU-CHEK® Active, com auxílio de tiras testes específico da ACCU-CHEK® Active, e lancetas picadoras estéreis ACCU-CHEK Softclix®. Perfurou-se a polpa digital do paciente e coletou-se o sangue e aplicou-o na tira reagente, medindo a glicemia no mesmo instante. Para análise, a tira foi introduzida no aparelho. Os resultados foram fornecidos em aproximadamente 5,0 a 10,0 segundos no visor do aparelho. Os valores obtidos foram tabulados na ficha cadastral individual (Apêndice A). Os glicosímetros portáteis que empregam tiras reativas usam amostra de sangue total e, por meio de reações químicas, é determinada a taxa da glicemia capilar. Esse mecanismo envolve duas reações. Na primeira, a glicemia é medida através da medição da cor (por fotometria/colorimetria) produzida na fita teste. A segunda tecnologia é a eletroquímica e gera resultados a partir da associação da glicose presente na amostra de sangue com elétrons, produzindo uma corrente elétrica proporcional à concentração de glicose na amostra. (FABRIS; FEKSA, 2007). O glicosímetro da marca ACCU-CHEK Active® (Figura 04) emprega a metodologia fotométrica da glicose através da associação glicose-coloranteoxidorredutase. Os resultados são liberados em aproximadamente 5,0 segundos, quando a aplicação do sangue é feita com a tira dentro do monitor e à 10,0 segundos, nos casos em que a aplicação do sangue é feita com a tira fora do monitor. O volume de sangue 31 empregado é de cerca de 1-2 microlitros com detecção automática de dose insuficiente para a análise. Os limites de variação da medição são 10 mg/dL e 600 mg/dL. (Figura 04). (ROCHE DIAGNOSTICS, 2010). Figura 04 – Glicosímetro Accu-Chek® e lanceta. Fonte: ROCHE DIAGNOSTICS, 2012. 4.6.2 Dosagem de glicemia venosa O método de flebotomia adotado foi a venopunção com agulha e seringa descartáveis. Seguiu-se o procedimento requerido pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC, 2010) para a coleta de amostra biológica, no que tange à assepsia da região a ser puncionada, confirmação do cumprimento do jejum pelo paciente, e técnica para punção. As veias de escolha para a venopunção são as da fossa antecubital, por comportar as veias mais calibrosas deste membro: a cefálica mediana e a basílica. No entanto, deve-se ter bastante cautela ao puncionar a veia cefálica, pois esta é a mais propensa à formação de hematomas e pode ser dolorosa. Caso estas veias sejam de 32 difícil acesso, as veias do dorso também podem ser usadas para esse fim. Veias na parte inferior do punho não devem ser utilizadas porque, assim como elas, os nervos e tendões estão próximos à superfície da pele nessa área. (FABRIS; FEKSA, 2007). A coleta de sangue venoso foi efetuada com seringas e agulhas descartáveis. O sangue coletado foi introduzido em tubo com anticoagulante fluoreto de sódio, o anticoagulante indicado para a determinação da glicemia, por inibir a glicólise. O material foi centrifugado a 3.500 rotações por minuto (rpm) durante cinco minutos, separando os leucócitos e eritrócitos do plasma para evitar a glicólise eritrocitária. (FABRIS; FEKSA, 2007). As dosagens de glicose foram realizadas no mesmo dia da coleta. O plasma foi empregado para a determinação da glicose pela metodologia enzimático-colorimétrica com a enzima oxidase, no aparelho Drake, Quick Lab, conforme as recomendações do fabricante. Foi colocado um mililitro de reagente de glicose da marca Labtest, lote 1007, em três tubos nomeados de branco, padrão e teste. No tubo padrão colocaram-se 10 microlitros da solução padrão fornecida pelo fabricante e no tubo teste, 10 microlitros de plasma fluoretado de cada paciente. Incubou-se por dez minutos e realizou-se a leitura em 505 nanômetros. De posse dos resultados das absorbâncias do teste e do padrão, dividiu-se o primeiro resultado pelo segundo e multiplicou-se por 100, para obter-se o valor da glicemia, em miligramas por decilitro. A reação enzimática que fornece os níveis de glicose no plasma inicia-se quando a glicose é oxidada a ácido glicurônico e peróxido de hidrogênio por meio da enzima glicose oxidase. O peróxido de hidrogênio reage com 4-aminoantipirina e fenol, formando antipirilquinonimina de cor vermelha, com intensidade diretamente proporcional a concentração de glicose na amostra. (FABRIS; FEKSA, 2007). Os resultados foram plotados na ficha individual (Apêndice A). 4.7 Análise estatística dos resultados e tabulação dos dados A comparação entre as metodologias empregadas foi efetuada conforme as recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Para cada tipo de mensuração da glicemia foram determinados as médias aritméticas simples e os desvios padrões. A análise das diferenças entre as médias amostrais foi verificada pelo Teste TStudent pareado, obtendo-se como valor p= 0,0001, dentro do coeficiente de variação de 95%. O Software empregado foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), 33 versão 17.0. O Test T-Student pareado mostra-se extremamente eficaz nas comparações de amostras relacionadas, em que dois conjuntos são investigados, cujo primeiro conjunto é formado pelos mesmos elementos do primeiro. Os dados referentes à média aritmética e desvio padrão, bem como a construção de gráficos e tabelas, foram calculados com o auxílio do programa Excel, da Microsoft, 2007. A tabulação dos dados obtidos foi feita com o emprego de gráficos e tabelas. (PAES, 2009). 4.8 Controle de qualidade Para o controle de qualidade da metodologia enzimático-colorimétrica foram feitas quatro bateladas de dosagens da glicemia dos pacientes. A cada cinco dosagens fez-se a determinação de um controle através do padrão fornecido pelo fabricante do reagente. Este padrão já possui seu valor estabelecido, 100 mg/dL. Assim, foram realizadas sete dosagens para o controle, com média de 100,4 mg/dL. A análise da atividade do glicosímetro foi realizada por controle de glicose estável em sangue total com fluoreto obtida de forma aleatória em paciente não incluso no estudo e quinze dosagens consecutivas da glicemia dessa amostra, como demonstrado com sucesso por Córdova e outros (2009). O valor médio desses valores foi 111,2 mg/dL, com valores mínimo e máximo de 110,0 mg/dL e 113,0 mg/dL, respectivamente. Os limites recomendados de desempenho intralaboratorial são um coeficiente de variação menor ou igual a 3,3%, com erro aceitável menor ou igual a 2,5% e erro total menor ou igual a 7,9%. (CÓRDOVA et al, 2009). 34 5 RESULTADOS A população de estudo foi composta de internos do Lar São Vicente de Paulo, localizado no município de Paracatu, noroeste do estado de Minas Gerais. (BRASIL, 2011). O Lar abriga quarenta e sete (47) idosos. Seguindo os critérios de exclusão estabelecidos para a seleção dos participantes da pesquisa, foram excluídos quatorze (14) idosos, dos quais seis (6) são diagnosticados, clinicamente como diabéticos e oito (8) se recusaram a participar da colheita de material biológico para a realização dos exames. Assim, a população de estudo foi constituída de trinta e três (33) idosos. Dos idosos inclusos na pesquisa, todos cumpriram o jejum requerido de 8 horas. Nenhum dos idosos é diagnosticado como portador de hipoglicemia e apenas um (1) possui hipotireoidismo, o que não o excluiu da pesquisa pelo fato do medicamento não ter colaborado para alteração de sua glicemia. Dos 33 idosos, doze (12/36, 36%) são do sexo feminino e vinte e um (21/63, 63%), do sexo masculino (Figura 05). Figura 05 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o sexo, (n=33) – Paracatu (MG). Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. Por questões éticas e de privacidade, no momento da entrevista estruturada solicitou-se a data de nascimento dos pacientes. Os resultados encontram-se na figura 06: 35 Figura 06 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme a idade, (n=33) – Paracatu (MG). Intervalo (em anos) Número absoluto Número relativo (%) 1900 Ⱶ 1910 1 3,0 1910 Ⱶ 1920 3 9,0 1920 Ⱶ 1930 4 12,1 1930 Ⱶ 1940 11 33,5 1940 Ⱶ 1950 10 30,4 1950 Ⱶ 1960 3 9,0 1960 Ⱶ 1 3,0 Total 33 100,0 Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. Dos idosos inclusos na pesquisa, apenas quatro (4/12,12%) não consomem medicamentos (Figura 07). Figura 07 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o consumo de medicamentos, (n=33) – Paracatu (MG). Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. As classes de medicamentos, juntamente com as frequências, consumidos pelos idosos encontram-se listadas abaixo (Figura 08). A frequência refere-se à quantidade de medicamentos consumidos, assim, há pacientes que consomem mais de um medicamento. E, 4 pacientes não fazem o uso de nenhum medicamento. 36 Figura 08 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme as classes de medicamentos consumidos, (n=29) – Paracatu (MG). Classe Medicamentos Frequência Antiinflamatório, AAS – Tramal - Analgésico e Antitérmico Paracetamol – Buscopan Antilipêmico Sinvastatina 1 Antianêmico Ácido Fólico 3 Antianginoso Nifedipima 1 Antiarrítmico Amiodarona 1 Antibiótico Norfloxacino 1 Antidepressivo Citalopram 2 Antiepilético Fenobarbital 1 Antiipertensivo Furosemida/Captopril 17 9 Carverdilol/Losartana/ Enalapril/Espironolactona/ Propanolol Antihipotireoidiano Levotiroxina 1 Antihistamínico Prometazina 3 Antiparkinsonianos Sinemet – Biperideno 1 Antiulceroso Omeprazol – Ranitidina 12 Bisfosfonatos Alendronato de Sódio 1 Diuréticos Furosemida Espironolactona 5 Estastina Carbonato de Cálcio 2 Hipoglicemiante Fenitoína 2 Laxante Farlac 2 Psicotrópicos e Carbamazepina - Haldol 16 Ansiolíticos Rivotril – Diazepam Vasodilatador Nifedipima – Isordil Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. 2 37 Figura 09 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme dados das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) – Paracatu (MG). Identificação Glicemia Glicemia Capilar Venosa 87 102 BLS 80 87 BFS 69 71 AEN 86 90 RC 69 73 LTS 84 84 OP 88 88 JMS 61 83 AAN 70 75 JGS 78 81 GPA 73 76 JCC 60 68 BRE 73 86 MAO 63 89 FRS 78 88 BCS 79 85 ECT 74 74 GR 79 94 JGC 79 88 SSS 81 90 SCT 78 87 MNF 81 91 HP 66 81 MFJ 79 93 ASM 73 85 AA 65 72 MDS 69 77 AA 97 115 JPS 80 91 GGN 86 86 MSO 78 74 AFD 78 85 MBS 74 88 RNO Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. A taxa de glicemia capilar média foi de 84,75 mg/dL. Ao passo que a glicemia venosa média foi 76,60 mg/dL (Figura 10). 38 Figura 10 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme gráfico das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) – Paracatu (MG). Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. Os valores das médias e dos desvios padrão estão destacados na figura 11. Figura 11 – Distribuiçào da média e desvio padrão das determinações capilares e venosas dos idosos do Lar São Vicente de Paulo, (n=33) – Paracatu (MG). Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012. 39 6 DISCUSSÃO O envelhecimento populacional pode ser entendido como um processo natural de mudanças físicas, mentais, sociais com caráter individual. Os dados retóricos sobre os idosos no Brasil mostram que esta faixa etária está aumentando gradativamente. No ano de 1991, havia aproximadamente cerca de 10.722.705 idosos; no ano de 2000, esse número já havia subido para 14.536.029; e as estimativas apontam que no ano de 2025, serão cerca de 34 milhões de idosos no território nacional. O envelhecimento populacional é acompanhado de grande desapego familiar e/ou de amizade entre os grupos em que os idosos achavam-se inseridos nas fases anteriores de suas vidas. Assim, no mundo modernizado, tornou-se necessário a criação de casas de apoio aos idosos, atendendo-os nos aspectos de alimentação e moradia. No entanto, a imagem projetada por estas instituições são bastante destrutivas: observa-se abandono, exclusão social, perda de vínculo familiar, inatividade e improdutividade, ainda que os direitos dos idosos sejam resguardados por lei. (PESTANA; SANTOS, 2007). Segundo Messora (2006), os asilos brasileiros comportam cerca de 19 mil idosos, no entanto, são locais inadequados e inapropriados às diversas necessidades dos idosos, com destaque para alimentação, assistência social e higiene. Fatos que não corroboram com o local e público estudados, onde a preocupação com o bem estar do idoso é nítida e o cuidado é eficaz. As atividades voltadas para a saúde são precárias ou até mesmo inexistentes. Assim, as doenças são características dessa faixa etária, com destaque para depressão, ansiedade, hipertensão arterial e diabetes mellitus. Diabetes mellitus tem sido mais prevalente entre os idosos do que entre outras faixas etárias. (Messora, 2006). O aumento da idade da população está acompanhado da elevação das taxas de doenças crônicas nesta faixa etária, sendo mais prevalentes a insuficiência renal crônica, as dislipidemias, hipertensão arterial e diabetes mellitus. (BERNARDI; FRIEDRICH; RIZZI, 2009). Nos trabalhos de Bernardi, Friedrich e Rizzi (2009) na cidade de Cruz Alta, Rio Grande do Sul, foram inclusos 60 idosos. Os autores destacam o declínio na tolerância à glicose como um dos fatores responsáveis pela ocorrência de diabetes mellitus, possivelmente por causa da dieta deficitária, pouca ou nenhuma prática de atividade física, redução da massa muscular magra, aumento percentual do tecido adiposo, aumento da secreção de insulina e insensibilidade dos tecidos a esse hormônio. Nos 40 estudos destes, evidenciaram-se uma taxa percentual de 93% de glicoses de jejum dentro da faixa considerada normal, resultados esses que corroboram com os obtidos pelo presente estudo. Vandresen e outros (2009) analisaram a taxa de glicemia em 36 pacientes adultos portadores de diabetes mellitus, no Paraná, e verificou que a maioria dos pesquisados eram do sexo feminino (63,9%), com idade média de 62,4 anos. Esses dados não são condizentes com a população de estudo deste trabalho, visto que a maioria dos idosos engajados é do sexo masculino, com idade média de 77,8 anos. Analisando-se os resultados da glicemia capilar e venosa dos idosos, pode-se encontrar média e desvio padrão de, respectivamente: 4,70 mmol/L e 4,22 mmol/L; 0,52 e 0,45. Córdova e outros (2009) encontraram os seguintes valores: média das glicemias capilares e venosa 5,64 e 5,02; com desvios padrão de 0,87 e 0,73. Neste estudo, pode-se verificar que houve superioridade dos valores da glicemia capilar em relação a venosa, o que é condizente com os trabalhos de Borges e Andrade (2009), Córdova e outros (2009), Vandresen e outros (2009) e Pereira e outros (2006). Em condições normais, espera-se que os valores da glicemia capilar sejam superiores aos valores da glicemia venosa. Esse fato pode ser explicado pelo tempo decorrido para que as alterações na glicose venosa alcancem os níveis do sangue capilar e pelo tipo de amostra biológica empregada na dosagem. Os glicosímetros mensuram a glicose em sangue total, ao passo que a determinação venosa emprega o plasma; assim, pode-se afirmar que a concentração de glicose no sangue capilar é maior que sua concentração no plasma. Essa diferença é notada em estudos com pacientes normoglicêmicos. (CÓRDOVA et al, 2009). Estatisticamente, pode-se afirmar que houve diferenças significativas entre as dosagens de glicemia capilar e venosa, com p=0,0001, em relação à média (t= 7,358/p = 0,0001). Em estudo similar, Mira, Candido e Yale (2006) não verificaram diferenças significativas entre as duas determinações (p>0,05) e coeficiente de correlação de 0,9819 e 0,9842, respectivamente. Por outro lado, Córdova e outros (2009) também encontraram diferenças significativas nestes dois analitos, com p<0,001. Esses dados não corroboram entre si. Acredita-se que as diferenças possam ser devidas ao tipo de teste estatístico empregado. No presente estudo, empregou-se o teste T-student pareado. Vandresen e outros (2009) usaram o test Kappa e não obtiveram diferenças significativas. Argollo e outros (2010), empregaram o teste de Spearman e verificou-se que, ao se comparar as glicemias obtidas das diferentes vias de coleta, com as 41 processadas no laboratório, a correlação entre todas as amostras foi forte e significante, sendo encontradas diferenças estatisticamente importantes entre esses valores. Outra hipótese que se pode levantar quanto a essa diferença é o tipo de paciente da pesquisa. Mira, Candido e Yale (2006) selecionaram pacientes diabéticos para seus estudos, ao passo que a atual pesquisa foi feita com pacientes normoglicêmicos, assim como Córdova e outros (2009). Pelo fato de que a pesquisa foi desenvolvida entre pacientes normoglicêmicos não se podem extrapolar os resultados conquistados para outros grupos, como os hiperglicêmicos, visto que nestes, diferenças mínimas nos níveis da glicose determinada pelas duas metodologias podem ser extremamente significativos e fugir da realidade clínica dos mesmos. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (2010) destaca que cerca de 70% dos resultados das aferições laboratoriais sejam influenciados por fatores pré-analíticos, entre os quais o uso de medicamentos é um dos mais conhecidos, no entanto, a literatura médica falha ao relatar a relação entre o uso de fármacos e as alterações nos níveis de glicemia. Assim, sugere-se que os medicamentos consumidos pelo grupo de pesquisa não influenciaram significativamente nos valores da glicemia, visto que houve apenas dois valores acima do recomendado pela Sociedade Brasileira de Diabetes, ambos referentes à glicemia capilar. A necessidade de resultados laboratoriais rápidos e precisos é uma realidade do mundo atual, principalmente em populações de risco, como pacientes diabéticos descompensados, pacientes asilados, pacientes chocados, recém-nascidos de mães que tiveram diabetes gestacional, queimados, entre outros. Assim, o monitoramento dos níveis de glicose por meio de instrumentação facilita o diagnóstico e auxilia positivamente nas escolhas médicas. Os glicosímetros são instrumentos eficazes para a determinação da glicemia, conforme denotado por diversos autores, visto que requer pouca amostra biológica, fornece resultado em tempo hábil e não oferece riscos significativos aos pacientes. Mas que, para o presente estudo o glicosímetro não se mostrou um instrumento com alta acurácia, divergindo com o estudo feito por Vandresen e outros (2009). Assim, o glicosímetro é empregado para uma etapa orientadora em um processo de automonitorização, onde a dosagem venosa continua sendo a padrão ouro para a determinação da glicemia, sendo indispensável seu valor para o diagnóstico e acompanhamento de alterações nos níveis de glicose. 42 7 CONCLUSÃO A literatura médica traz dados bastante conflitantes sobre a correlação entre as determinações de glicemias por metodologias venosa e capilar, no que tange aos valores de média, desvio padrão e consequentes resultados estatísticos. As médias das glicemias capilares e venosas foram respectivamente: 84,75 mg/dL (4,70 mmol/l) e 76,21 mg/dL (4,22 mmol/l); enquanto os desvios padrão foram: 9,41 mg/dL (0,52 mmol/l) e 8,28 mg/dL (0,45 mmol/l). Assim, pode classificar o grupo de estudo como normoglicêmicos. Com a realização deste estudo, verificou-se que houve diferenças significativas entre as determinações capilares e venosas da glicemia dos idosos selecionados como população amostral, resultado este condizente com estudos retóricos acerca do assunto; isso foi fundamentado pelo teste T Student pareado empregado para a análise estatística dos dados. Foi possível realizar as duas determinações, sem resistências por parte dos pacientes assistidos pelo estudo, nem complicações legais por parte da instituição. Esta pesquisa tem grande importância por fomentar dados sobre o assunto e favorecer a elaboração de outros estudos, a fim de verificar a confiabilidade dos glicosímetros entre pacientes normoglicêmicos. 43 REFERÊNCIAS ALBERT EINSTEIN. Informativo digital Einstein. Disponível em: <http://informativodigitaleinstein.blogspot.com.br/2007/05/respostas-com-comentrios1.html>. Acesso em: 29 abr. 2012. ARGOLLO, Ana Paula Bello et al. 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Dados de Identificação do Paciente: Iniciais:_____________________________________________________________________ Data de nascimento: ____/____/____ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino 2. Você está em jejum? ( )Sim ( )Não 3. Você é diagnosticado, clinicamente, como portador (a) de Diabetes Mellitus? ( )Sim ( ) Não 4. Você tem hipoglicemia? ( )Sim ( )Não As etapas subsequentes da entrevista serão realizadas apenas se as respostas anteriores, 03 e 04, forem negativas. 5. Você consome algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não Caso consuma, indique-nos: Medicamento Dose 6. Apresenta alguma doença tireoidiana, diagnosticada clinicamente, como Hipertireoidismo ou Hipotireoidismo?( )Sim ( )Não. Se sim, indique qual (is): __________________________________________________________________________ Data Hora Glicemia Capilar Glicemia Venosa (mg/dL) (mg/dL) 48 APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido aos pacientes TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa (IV, da Res. 196/96, do CNS). Pretendo realizar o projeto “Comparação metodológica na determinação das glicemias capilar e venosa em idosos do Lar são Vicente de Paulo, Paracatu, Minas Gerais”. Quero obter maiores informações sobre esse assunto, com o propósito de garantir aferições mais específicas das taxas de glicemia e que retratem com sensibilidade o estado do paciente. Se você quiser participar desta pesquisa, serão coletadas amostras biológicas direcionadas ao setor de Bioquímica do Laboratório CEACLIN, para posterior emprego das técnicas destinadas ao cumprimento da pesquisa. A sua participação não é obrigatória, mas se resolver participar, seu nome ou qualquer identificação, não aparecerá na pesquisa, os resultados, que são de nossa inteira responsabilidade, estarão á sua disposição. Consentimento livre e esclarecido Eu,__________________________________________________________________________ RG_________________________, certifico suficientemente esclarecido (a) sobre que tendo todos os lido as itens informações pela e sido pesquisadora, ___________________________estou plenamente de acordo com a realização do experimento. Assim, autorizo a execução do trabalho de pesquisa com os idosos do Asilo Lar São Vicente de Paulo, exposto acima, me responsabilizando sobre os mesmos. Paracatu, Minas Gerais, ______de___________________________ de 2012. ______________________________________________________________________ Assinatura do responsável ______________________________________________________________________ Assinatura da Coordenação do Curso de Biomedicina 49 APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido direcionado á Enfermeira Responsável do Lar São Vicente de Paulo de Paracatu, Minas Gerais TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO Título da pesquisa “Comparação metodológica na determinação das glicemias capilar e venosa em idosos do Lar são Vicente de Paulo, Paracatu, Minas Gerais”. Acadêmica: Amanda Mariano Nicola Ribeiro, Biomedicina – Faculdade Tecsoma. Objetivo do estudo: Comparar diferentes metodologias referentes à dosagem de glicemia disponível a pacientes. Procedimento: No dia 21 de abril de 2012, serão realizadas as dosagens de glicemia capilar e venosa dos idosos do Lar São Vicente de Paulo; os dados serão comparados por técnicas matemáticas e plotados em gráficos e tabelas. Riscos e benefícios ao paciente: Riscos inerentes à venopunção, como hematomas. Com relação aos benefícios, a pesquisa permitirá comparar os resultados das duas metodologias para a determinação da taxa de glicemia e, conforme a análise, estabelecer a mais específica. Confidencialidade: Os pacientes participantes da pesquisa serão informados através de um Informativo Técnico e verbalmente sobre o estudo. Os dados pessoais do paciente não serão divulgados. Por este termo de consentimento livre e esclarecido pós-informacional, declaro que fui devidamente informado, de forma clara e detalhada, dos motivos para a realização desse trabalho. Por isso, permito a realização desse estudo veiculado ao Lar São Vicente de Paulo ao qual sou a Enfermeira Responsável. ______________________________________________________________________ Anne Siqueira Barros Enfermeira Responsável do Lar São Vicente de Paulo de Paracatu, Minas Gerais. _______________________________________________________________________ Amanda Mariano Nicola Ribeiro Acadêmico Responsável pela Pesquisa _____________________________________________________________________________ Dra. Cláudia Peres da Silva Coordenadora do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma