CAPA
MÃES CORAGEM
ARTE & CULTURA
O coreto democrático
da praça São Salvador
EDUCAÇÃO &
CONHECIMENTO
Uma casa dedicada à
leitura em Laranjeiras
ARTE &
CULTURA
Entrevista com
Roberto Medina, o
criador do Rock in Rio
ARTE &
CULTURA
Maré Cheia leva
cinema a comunidade
caiçara em Paraty
SAÚDE &
BEM-ESTAR
Carmen Pimentel:
o uso correto
da palavra 'onde'
PROMOÇÃO
SUMÁRIO
SUMÁRIO
COLUNAS &
ARTIGOS
06 Arlanza Crespo
www.folhacarioca.com.br
[email protected]
4
Fundadora
Regina Luz
Conselho Editorial
Paulo Wagner (editor executivo)
Lilibeth Cardozo (editora de conteúdo)
Vlad Calado
Arquimedes Celestino
Fred Alves
Jornalista responsável
Fred Alves (MTbE-26424/RJ)
Design e Criação
www.Ideiatrip.com.br
Projeto gráfico
Vlad Calado
Arte de capa
Olavo Parpinelli sobre foto de
Oksana Kuzmina (123RF)
Diagramação e Ilustração
Yuri Bigio, Carlos Pereira,
Olavo Parpinelli
Fotografia
Arthur Moura, Fred Pacífico
Revisão
Marilza Bigio e Carmen Pimentel
Colaboradores
Alexandre Brandão, Ana Flores,
André Leite, Arlanza Crespo, Carmen
Pimentel, Fred Alves, Gláucia Pinheiro,
Gisela Gold, Haron Gamal, Iaci Malta,
Juliana Alves, Lilibeth Cardozo, Marilza
Bigio, Oswaldo Miranda, Renato
Amado, Sérgio Lima Nascimento ,
Suzan Hanson, Tamas
Desenvolvimento web
Bruno Costa
Mídias Sociais
Mary Scabora
Distribuição
Gratuita, veja os pontos na página 42
Publicidade
Verônica Lima, Angela Bittencourt,
Solange Santos
(21) 2253-3879
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Uma publicação:
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Centro – Rio de Janeiro – RJ
CEP.: 20080-007
Quem é Quem
07 Lilibeth Cardozo
12 Alexandre Brandão
No osso
20 Iaci Malta
28 Oswaldo Miranda
29 Gisela Gold
30 Bijux in the Box
32 Carmen Pimentel
33 Haron Gamal
SAÚDE &
BEM-ESTAR
10 A crônica de um
amor maior
CAPA
Mães
coragem
Elas não costumam dizer que são corajosas. Cuidam
de seus filhos com dedicação e, muitas vezes, com
dificuldades. Suas histórias podem render crônicas,
novelas, romances, roteiros para cinema ou teatro com
o mesmo título da peça de Bertolt Brecht, dramatista
alemão que em 1939 escreveu Mães Coragem e seus
filhos, imortalizada nos palcos do mundo todo.
editorial
editorial
Maio iluminado
ARTE &
CULTURA
22 Roberto Medina: 24 Maré Cheia:
vendedor de
sonhos
cinema e cultura
em Ponta Negra
No mês de maio as comemorações são muitas. Os dias no Rio são
iluminados e o céu muito azul. A cidade é aprazível com um clima acolhedor. E em maio se comemora o dia das mães, se diz ser o mês das noivas
e mês de Maria, mãe de Jesus! Festas alegres e sensíveis que mobilizam as
famílias, o companheirismo, a beleza e as origens.
No clima ameno deste mês, buscamos oferecer a nossos leitores o
melhor. Nesta edição nossa matéria de capa é uma homenagem a todas as
mães da cidade: mulheres que fazem do Rio uma cidade muito mais bela.
Destacamos algumas mães de muita coragem As Marias, como a mãe de
Jesus, ainda que com outros nomes, corajosas, são destaque deste mês.
Nosso colaborador Oswaldo Miranda dá um toque de saber jornalístico
com sua crônica “Dona de casa, mulher invisível”. E o Oswaldo bem sabe
quanta visibilidade tem as mulheres donas de casa! Ele, um octogenário
experiente jornalista está aí, pra nos contar muitas histórias, como a da
Graciete Santana. Coisas de quem tem muitas boas histórias!
Carmen Pimentel sabe muito nosso idioma. E Carmen escreve para
ajudar a quem escreve. Leiam o texto da Carmen e descubram onde
andam erros e acertos quando escrevem.
Samantha Quintães faz tudo novo de novo contando a história de uma
moça de Macapá que desce de um avião, pouco antes da decolagem, para
viver um grande amor. O texto da Samantha, uma talentosa profissional de
dar amor a ambientes de nossas casas, fala de amor maior. Vale conferir!
Alexandre Brandão é orgulho da Folha Carioca, pois começou a escrever crônicas na Folha Carioca . Ele é tão bom ou muito melhor que
cronistas dos vários jornais do país! O texto do Alexandre é “bom demais
da conta”, como diriam os seus amigos mineiros de Passos , de Minas
Gerais. Confiram!
Iaci Malta e Bijux nos falam de televisão. Iaci toca em desconstrução
dos preconceitos assistindo a séries de TV. O texto da Iaci é coisa séria pra
pensar. E Bijux acerta no alvo ao comentar o desempenho da atriz Giovana
Antonelli no papel de delegada na novela mais comentada do momento.
Mulheres, mães, corajosas e escrevendo coisas muito interessantes. Não
percam!
No nosso garimpo cultural está um primor. Leiam sobre 3ª Mostra
Maré Cheia de Cinema, um evento realizado pelo Coletivo João do Rio
que aconteceu nos últimos dias de março em Paraty, um dos recantos mais
charmosos perto do Rio. Tudo gratuito, o evento exibe filmes e oferece
oficinas de formação. Conheçam como foi e torçam pelas próximas. Cinema e sempre arte e diversão!
O Rock in Rio, que já é o maior festival de música do mundo, acontecerá
em setembro deste ano. O criador do espetáculo falou á Folha Carioca
sobre o que vem por aí.
Leiam divirtam-se e alegrem-se. A Folha carioca parabeniza as mães da
cidade e deseja a todas as famílias um feliz domingo de maio!
5
A RLANZA CRESPO | QUEM É QUEM
[email protected]
Movida pelo
entusiasmo
Sempre admirei mulheres que conseguiram ser mãe e trabalhar ao mesmo tempo! Eu fico fascinada! Por isso vou sempre
parabenizar as mães que não abriram mão de sua profissão
para se dedicar totalmente à maternidade. Pois um filho que
chega é algo tão transformador na vida de uma mulher que ela
tem que dividir com o mundo essa dádiva, e tudo que ela fizer
nesse momento vai ter uma grandiosidade absoluta. No relacionamento ela estará melhor, no trabalho ela produzirá melhor, porque ela estará compartilhando com todos um amor
que está sentindo e que não existe igual: o amor materno!
6
E por que eu estou dizendo tudo
isso? Não é só porque o Dia das Mães
se aproxima, mas é que eu senti esse
amor imenso transbordar da minha
entrevistada de hoje, que está nesse
momento vivendo sua grande paixão:
o primeiro filho.
Da sua trajetória de autora de sucesso nem vou falar muito, está tudo
na internet para quem quiser saber
sobre ela: entrevistas, depoimentos,
até as fotos do casamento. Só vou fazer
um resumo. Antonia Leite Barbosa
nasceu em 1978 e é a mais velha de
três irmãos. Fez desenho industrial
na Univercidade, e no ano de 2000,
quando ainda estava na faculdade
montou com duas amigas uma revista
mensal chamada "Geração". Em 2002
levaram a revista para o Jornal do
Brasil, que gostou e resolveu encartá-la. A experiência valeu, mas não teve
retorno financeiro. Logo em seguida,
no entanto, ela foi convidada para escrever uma coluna no jornal. A coluna
durou oito anos, e ela começou a ficar
conhecida como aquela jovem que estava por dentro de tudo que acontecia
na cidade. Os amigos já viviam pedindo
dicas de endereços, serviços, badalações etc... e de repente ela se viu dona
de um material muito bom, diferente
de qualquer guia de
serviços tradicionais ou
de um guia básico de
turismo. Eram dicas de
festa, moda, entretenimento, retrato de uma
cidade e seu dia a dia
pulsante que precisava
ser registrado. Nascia assim, em 2006, a
Agenda Carioca, atualizada em 2008 e depois
em 2010.
Com o sucesso
da Agenda Carioca Antonia criou um
grupo fechado no Facebook que leva
o mesmo nome, e que virou um guia
de serviços, cuja essência almejada é o
compartilhamento de informações. Já
são 16.000 pessoas sob a responsabilidade de Antonia que chamou uma
estagiária e uma voluntária para ajudá-la
a administrar. O grupo tem regras de
conduta, e de vez em quando surge
um aborrecimento, e alguém que não
respeita as regras é excluído. Mas isso
faz parte!
Pronto, já contei um pouquinho
sobre ela, leiam mais na Internet. Mas a
paixão que ela colocou no seu próximo
lançamento, a "Agendinha Carioca", eu
não li na internet não, eu ouvi da própria, emocionada, me falando do filho
e do grande amor que está sentindo.
Antonia casou em 2009, com 32
anos e engravidou em 2011, tudo
planejado. Uma noite, depois do Ano
Novo falou para o marido: "Vamos
começar a tentar engravidar?" Cuspiu
a pílula e um mês depois engravidou.
É tudo muito simples, "mas o amor
que nos envolve quando chega o filho
é algo nunca sentido!" E ela, movida
desse sentimento resolveu compartilhar com as outras mães as dificuldades e as soluções que encontrou
ao longo da gravidez e do primeiro
ano de vida do Felipe. Criou então a
Agendinha Carioca, que está prestes
a ser lançada, onde ela coloca tudo
que uma mãe precisa saber, tipo: o
que deve ler na gravidez, a decoração
do quarto, desde o tradicional até às
paredes grafitadas, as modas, as marcas, a montagem do álbum, as festas
(do mágico ao DJ). Resumindo: com
essa agenda na mão a mãe está feita!
Antonia é a mãe do século 21.
l
ilibeth cardozo
[email protected]
Alegriazinhas da meia-idade
Ah, como é bom ter 55 anos e descobrir no fundo do armário o livrinho de contos de fadas, ver as figuras do príncipe
encantado no cavalo branco. Achar aqueles poeminhas de
menina, ou as cartas para as amigas quando meu sonho era
conhecer um príncipe, casar, ter filhos, morar numa casinha
branca de janelas azuis e jardima de dáliaas.
Como é um prazer, com 55
anos, lembrar dos muitos príncipes
que passaram em minha vida, dos
beijos que encantaram e das maçãs
vermelhas que me envenenaram.
Lembrar do tempo em que existiam sacis, lobisomem e lobo mau.
Estrelas cadentes traziam o menino
da paixão. Cascas de laranja, descascadas com faquinhas finas, eram rodadas ao som do alfabeto e o marido
futuro teria o nome começado pela
letra onde a tirinha da casca arrebentava. Brincadeira de pêra, uva ou
maçã era o máximo da traquinagem
e os beijos na boca se chamavam
salada de frutas. As leituras eram
Monteiro Lobato com as peraltices
de Narizinho e os quitutes de Dona
Benta. Eu fui uma menina.
Com meus cinquenta e cinco
anos coleciono histórias de amor,
amigos, família e desfruto do saber
acumulado, ganhando serenidade
e sempre novas descobertas. E
é muito bom poder entender as
perdas. O choro, a dor e a alegria.
Aprender a lidar com a certeza de
que a morte se avizinha e a vida é
um breve espaço de tempo entre
nascer e morrer. Como posso ainda
acreditar em príncipes? Aprendi que
aos cinquenta e cinco anos é muito
bom beijar os sapos, e sonhar com
príncipes encantados é coisa de nossas crianças e adolescentes. Beijar os
sapos é admitir que nossos companheiros não são sarados, atléticos,
lindos homens de capas de revista.
Eles já têm barriga, careca e essas
coisas da meia-idade. Não é melhor
ser abraçada por um "sapo" muito
amado, que nos ama e respeita do
que nunca ter um abraço? Aprendi
também que não podemos querer
a felicidade plena e a vida pode ser
feita de alegriazinhas. Alegriazinha
que pode estar na simples emoção
de ter um namorado na esquina,
mal sabemos seu nome e chamamos
"namorado" porque nossos olhares
se cruzam todos os dias. Alegriazinha
que é imaginar, enquanto nos arrumamos para o trabalho diário, pensar
que aquele desejo segredado em
nosso peito pode acontecer. Uma
alegriazinha pode ser colocar a roupa
mais bonita, batom nos lábios, um
brinco na orelha, porque o porteiro
do prédio, o motorista do ônibus ou
o colega de trabalho vai comentar
que você está mais bonita. Alegriazinha pode ser ter um amante em
segredo, não querer casar com ele e
não ficar pensando que por isso tem
que destruir o seu forte casamento.
Alegriazinha de viver uma verdade
e ter também sinceridade numas
mentirinhas necessárias. Quem
aguenta viver a vida, casar, trabalhar,
ter ou não ter filhos, ter muito ou
pouco dinheiro e com 55 anos ainda
achar que a vida pode ser só alegria?
Pra mim uma das maiores alegrias
na meia-idade é saber que a vida é
cheia de tristezas, ganhos, perdas,
nascimentos e mortes. Mas acredito
que as alegriazinhas que cultivamos
nos dão muita força para os sorrisos,
as gargalhadas, as boas emoções e
nos fortalecem para que sejamos
adultos que se alegram por termos
momentos em que somos jovens ou
crianças com nossas "alegriazinhas".
7
SAÚDE
& BEM-ESTAR
Publieditorial
A endometriose
8
A endometriose é definida
como uma doença inflamatória
crônica benigna, estrogênio-dependente, causada pela implantação e crescimento progressivo
do endométrio (tecido que forma
a menstruação) fora da cavidade
uterina, afetando cerca de seis
milhões de mulheres no Brasil, o
que corresponde cerca de 5 % a
15% das mulheres em idade fértil.
Nas mulheres que apresentam
infertilidade, pode existir em quase
40% dos casos. Mesmo sendo
uma doença que atinge muitas
mulheres, atualmente, o atraso no
diagnóstico inicial é, em média, de
7 a 10 anos.
O principal sintoma é a ocorrência, desde a adolescência, de
cólicas menstruais cada vez mais
fortes e que não melhoram com
o uso de medicamentos. Outros
sintomas dolorosos podem ocorrer como dor profunda na relação
sexual (dispareunia profunda);
dor ao evacuar (disquesia) e dor
ao urinar (estranguria). Uma das
principais consequência da doença
é a infertilidade, pois o processo
inflamatório progressivo que a
endometriose causa, pode comprometer a função dos órgãos
envolvidos na fertilidade (útero, tubas
e ovários).
Para a confirmação do diagnóstico, exames como a Ressonância Nuclear Magnética Pélvica
e a Ultrassonografia específica para
endometriose são importantes, pois
conseguem identificar, com precisão, a existência de focos profundos
da doença (com mais de 5 mm) e
auxiliam na decisão sobre qual tratamento será adotado e no controle
evolutivo. Atualmente, baseado nos
sintomas apresentados, na avaliação
do médico especialista e nos exames
realizados, um tratamento clínico ou
cirúrgico pode ser indicado, sem a
necessidade de uma cirurgia prévia
para biópsia comprovatória da existência da doença.
O tratamento clínico é a base de
medicações hormonais, por longos
períodos, com objetivo de inibir o
desenvolvimento das lesões através
do bloqueio da produção da menstruação, dentro e fora do útero. Já
o tratamento cirúrgico é realizado,
preferencialmente, pela laparoscopia que permite uma cirurgia mais
detalhada e minuciosa. O objetivo
é a retirada dos tecidos doentes,
a reconstituição da anatomia e das
funções dos órgãos acometidos.
Dr. Eduardo do Valle
é médico especializado
em videolaparoscopia
ginecológica e
vídeo-histeroscopia.
Devido ao grande impacto
que a doença tem na população
feminina, vários estudos possibilitam esclarecer algumas características, como por exemplo, o
parentesco de primeiro grau ter
o diagnóstico de endometriose,
desenvolvimento inicial da doença
nas primeiras menstruações, bem
como a evolução e a gravidade da
endometriose serem distintas em
cada paciente. Além disso, alguns
fatores externos podem influenciar, como a época e número de
gestações e a utilização ou não de
medicações hormonais durante
a vida reprodutiva. Vale ressaltar
que a extensão e profundidade das
lesões nem sempre correspondem
aos sintomas apresentados, pois
existem pacientes com lesões
mínimas e muito sintomáticas e
pacientes com lesões extensas e
profundas, pouco sintomáticas.
É fundamental que as mulheres
tenham mais consciência da doença
e procurem um especialista para o
diagnóstico e decisão do tratamento
adequado, o mais precocemente
possível, a fim de evitar que as lesões
causadas pela endometriose venham
a comprometer, irreversivelmente, a
saúde da mulher.
EMERGÊNCIA
Tel.:2529-4505
GERAL
Tel.:2529-4422
SAÚDE
& BEM-ESTAR
9
ANÚNCIO KID´S BABY
SAÚDE
& BEM-ESTAR
TUDONOVODENOVO
Amor maior
SAMANTHA QUINTANS*
10
Com amor maior. Com essas
palavras, despeço-me das pessoas a
quem amo em bilhetes, cartas, cartões e e-mails que tenho por hábito
enviar. Amor não se mede, eu bem
sei. Também não se compara. Amor
se sente e ponto. Amor não é maior,
muito menos se pode escrever sobre
um amor menor. Toda forma de amor
vale a pena, palavras e gestos de amor
valem a pena e é só o amor que constrói e conhece o que é verdade. Mas
só quem está disponível para o amor,
reconhece seus sinais.
Dia desses, já embarcados, fomos
surpreendidos pelo piloto do avião
anunciando greve dos funcionários de
pista. Pedia colaboração e paciência a
"nosotros" até que a situação se normalizasse e pudéssemos levantar voo.
Burburinhos, reclamações, gente ligando
do celular, falatório e para além do comum. Uma jovem passageira surgiu das
últimas fileiras, dirigiu-se às aeromoças e
pediu para sair, descer do avião! Como
assim, está com medo de voar, não
quer sentar e se acalmar um pouquinho?
Tudo já vai se resolver... Amorosamente
as aeromoças cumpriam o seu papel e
tentaram, em vão, acalmar o impulso
do amor que latejava naquela
doce menina de Macapá. Não
tenho medo de voar! Até gosto!
Mas essa greve foi um sinal. Um
sinal para que eu volte e viva o
amor argentino que o destino me
reservou. Vou descer. Seguindo os
tais sinais, vestiu sua armadura de jovem
apaixonada e desembarcou com malas,
os olhos cheios de lágrimas, sorrindo
um riso de morder os lábios, e com o
coração saltando no peito. Foi viver seu
amor maior. Opa! Amor não se mede...
Amo os três filhos que nasceram
da minha barriga, amo os filhos do meu
amor que moram comigo, amo os amigos do meu filho que me amam como
se ama a uma mãe, os meus sobrinhos,
afilhados... Amo os filhos das minhas
amigas através do amor de mãe que
elas sentem por eles. Meus sentimentos
e aspirações por eles emanam aquele
amor terno que envolve, acolhe, cuida,
cultiva, encoraja, sofre junto e perdoa.
Vivo e respiro esse amor todos os dias
da minha vida, desde que há 21 anos
Luiza me apresentou a esse tal amor
incondicional. Tornei-me poeta, médica,
economista, cozinheira, arrumadeira,
educadora, mãe de leite, palhaça e
chata! Dentro de mim,
moram incontáveis
mulheres que amam
demais. Organizar esse
mix de sentimentos é o grande
desafio. Sou também a mulher que
em nome desse mesmo amor sufoca,
transgride, invade, manipula... Empossada do trono maternal comete loucuras
e espera dos amados compreensão
incondicional. Amor de mãe é assim,
não se compara... "Sem coragem não
se faz história."
Quem me disse essa frase foi o engenheiro guitarrista que ocupou o lugar
vago ao meu lado no avião. Citava o seu
pai, um homem por quem demonstrou
grande admiração. Falou também com
muito entusiasmo
sobre seus quatro filhos, os amava
profundamente. Ficou
óbvio, aquela menina de
Macapá provocou suspiros...
Muitas histórias de amor foram recordadas, alguns votos foram renovados ali
mesmo, flutuando nas nuvens. Retorno
para alguns, partida para outros, a vida se
renovando, provando que amor não se
mede, nem se compara. Amor se sente
e ponto. Por essas e por outras histórias
de amor é que corajosamente vivemos
todos os dias tudo novo de novo.
com amor maior,
*Samantha Quintans é personal organizer
[email protected]
GUIA SAÚDE &
BEM-ESTAR
Acupuntura
Corpo e mente em harmonia
São comuns as lesões resultantes da prática de exercício
físico ou mesmo do envelhecimento, e saiba que a
medicina chinesa também pode recuperar movimentos
que antes eram naturais. No Brasil, a Dra. Ana Fu é
a única especializada em reconstrução de cartilagem
e as técnicas utilizadas em seu consultório são capazes de equilibrar o corpo e a
mente e curar os mais diversos males. No centro de Terapias Naturais, o paciente
passa por tratamentos específicos através da acupuntura contra ansiedade, sinusite,
deslocamento de tendão, e ainda reabilitação pós AVC e Derrame Facial, dores
na coluna vertebral e até a limpeza completa: corpo, alma, mente e aura. A
novidade é a ventosaterapia, uma técnica direcionada a desintoxicação do sangue e
melhoramento do sistema circulatório, o que aumenta a resistência contra doenças.
Bronquites, artrites, reumatismos, insônia e muitas outras: acabe com esses
problemas de saúde. Marque uma consulta.
CRT 42910
Ventosaterapia
Reconstrução
de cartilagem
Auto-conhecimento e o Cuidado de Si
Muitos se perguntam qual o melhor momento ou quais os motivos
que levam a fazer terapia. Na verdade o processo psicoterapêutico
transcende estas questões. É uma prática que pode trazer benefícios
para qualquer pessoa, melhorando a sua
forma de se relacionar consigo mesmo
e com o mundo. Cuidar de si, escutar a
si mesmo e entender os sinais do corpo,
é reconhecer e aprender a lidar com as
emoções, a ansiedade e as adversidades do
dia a dia de forma assertiva. São exercícios
diários para uma prática de vida com
qualidade. Estabeleça uma relação de amor
consigo mesma. Cuide-se!
Mary Scabora
Psicóloga clínica
Psicoterapeuta corporal
(21) 9372-6551
(21) 2547-0230
www.scabora.com.br
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(21) 3153.7609 • 9480.8688 • 8525.0432 • 7823.4867
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11
A LEXANDRE BRANDÃO
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Decisões de um
fim de domingo
12
Amanhã, logo cedo, vou escrever
uma carta nos moldes antigos — colocarei no envelope e, depois de selada,
levarei aos correios — para a Perpétua,
antiga auxiliar de minha mãe no Lactário. Direi a ela que sempre gostei do
seu jeito calmo e, do mesmo modo,
do seu nome. Se eu me chamasse
Perpétuo seria um fiasco paternal sem
rima alguma, mas nela o nome tomou
feições de sublime, artístico.
Fugindo de um dos meus princípios, o de não engraxar sapatos para
não tirar deles sua história, é provável
que, depois dos Correios, eu entre na
engraxataria da Rua da Assembleia e
encomende o básico: graxa, sem tinta.
O sapato é velho, bem sei, mas nada
de apuro exagerado. Lá — sei porque
já fui outras vezes — o engraxate nos
convida a subir numa banqueta alta, da
qual se vê o mundo de cima. Confesso
que fico um pouco constrangido, tanto
por me ver em destaque, mas principalmente por ter alguém a meu serviço
em posição tão subalterna. Mais uma
razão para odiar engraxar sapatos. Mas,
é fim de domingo, bom momento para
quebrar ao meio certezas arraigadas.
Com os sapatos limpos — ou seja:
sem as digitais de minha história recente
(os sapatos duram pouco e guardam,
quando muito, um cisco de nada de
nossas vidas) —, sentarei numa praça.
Uma mulher bonita há de passar por
ali, então, planejo de antemão, olharei
para ela com todo o respeito possível.
Nas suas formas caberão tão bem as
minhas! Mas evitarei esse caminho do
desejo e trilharei outros. Se ela tiver
pedigree de moça bem-sucedida, cujos
estudos em boas escolas deram-lhe o
emprego cobiçado por um a cada dez
jovens no mundo, pedirei a Deus na
sua infinita bondade que a poupe de
despautérios, que não a faça viver momentos de decisões amargas, muitas
vezes cruéis. Que não se coloque em
sua vida, por exemplo, financiamento
de guerras, maracutaias empresariais,
canalhices dessa ordem.
Posso evitar a praça. Sair do engraxate, tomar o rumo do antigo Cais
Pharoux, ali embarcar numa balsa para
Niterói e, lá, encostar-me a um balcão
de um bar qualquer. Provocarei o aten-
dente, dizendo-lhe que consigo lamber
o cotovelo enquanto pulo num pé só.
Decerto ele estará cansado de fregueses tão sem-noção e, automaticamente, se debruçará sobre o balcão a fim de
ver o espetáculo. Eu, que desconheço
quem tenha essa dupla habilidade,
recorrerei a um escancarado blefe
para forçar uma simulação. Quando
terminar, raciocinarei que cometi um
ato vil, desrespeitoso, mas será tarde,
restando apenas o consolo de culpar o
domingo por decisão tão disparatada.
Como forma de compensar o rapaz,
disposto a pagar o dobro do preço registrado no cardápio, pedirei um caldo
de cana e um joelho. O joelho fará com
que me lembre do cotovelo e acabarei
rindo, o que poderá deixar o balconista
severamente chateado.
Se sair ileso de Niterói, terá chegado o momento de trabalhar. Ou já
até terá passado. Neste caso, farei uso
do banco de horas, essa invenção das
empresas para cobrar nossos atrasos
e não pagar nosso excesso de horas
trabalhadas. No escritório, não sei
se notarão o lustre de meus sapatos.
É possível que um ou outro brinque
com o fato, insinue que estou de olho
em alguma moça nova, coisa ridícula e
corriqueira que acomete homens de
meia-idade. Darei de ombros, mais
interessado em contar da Perpétua à
turma. “Foi uma paixão?”, perguntarão
curiosos. Quando lhes disser que não,
Perpétua é apenas um nome bonito
para identificar uma moça amável
que trabalhou com minha mãe há uns
quarenta anos, ficarão decepcionados.
Não me restará alternativa a não ser a
de confessar-lhes que, não faz muito
tempo, assisti a um milagre. “Verdade?”
Sim, vi uma senhora na casa dos
oitenta anos cair de uma altura de dois
metros, dar uma cambalhota no ar e
cair no chão sem sofrer nada além de
uns pequenos arranhões. Não é um
milagre? Na segunda-feira, contarei isso
aos que não creem nas leis da física.
13
G ASTRONOMIA CARIOCA
BOA PEDIDA
Referência em sabores do mar
14
Pense em frutos do mar e
lembre-se do inigualável restaurante
Príncipe de Mônaco. Pratos de bacalhau com postas que pesam mais de
um quilo, bandeja com 40 camarões
à milanesa, arroz, cenoura e passas,
moquecas, chernes, lagostas e outras maravilhas das águas preparadas
na hora. O sabor que oferecemos
é reconhecido por estrangeiros que
afirmam jamais terem comido algo
parecido. A carta de vinhos acompanha o alto padrão da culinária local e
a qualidade dos produtos e serviços
e a satisfação do cliente são as prioridades da equipe de funcionários.
Aproveite para fazer um desjejum
especial com empadas de frutos do
mar, sucos e cafés: a casa está aberta
a partir das 07h.
Príncipe de Mônaco
Rua Miguel Lemos, 18 - A Copacabana
www.restaurantemonaco.com.br
Tels.: 2521.0195 / 2267.0405
O melhor frango de Copa
Quase 60 anos de tradição em
servir bem o melhor tempero da
cidade. O restaurante Lopes, conhecido pelo frango com exclusivo
tempero à base de vinho branco
e ervas, preocupa-se com o dia
inteiro do cliente. O atendimento
diferenciado começa com o buffet
self service de café da manhã até
as 11h. Durante o almoço, de
segunda a sexta, a escolha também
pode ser por um dos pratos da
linha especial executiva servida em
bandejas para deixa-lo à vontade na
montagem de sua refeição e, antes
do jantar, uma sopinha pode ser
degustada diariamente. As feijoadas
tradicional e light e o linguado à
belle meuniere são outras delícias
do cardápio e, aos domingos, a dica
para provar o cozido à portuguesa é
chegar cedo, já que a procura pelo
‘saboroso’ é grande!
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15
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A televisão e a desconstrução
de preconceitos
Vou começar confessando que sou uma assídua telespectadora
de TV fechada, mas não apenas escolho, assisto, gosto ou não
gosto. Eu tenho umas manias.
16
Uma delas é contar, pelos temas, quantos seriados estão sendo
apresentados, por exemplo: séries
de detetives, de paranormalidade, de
“médicos”, de investigação forense, de
“advogados”, etc. A outra é usar essas
informações para refletir sobre o que
possivelmente os consumidores estão
demandando ou o que os criadores
pensam que os usuários querem, assim como as possíveis influências que a
TV pode exercer sobre os consumidores. E é sobre isso que quero falar, sobre minhas observações e reflexões a
respeito de como os programas de TV
fechada podem nos afetar e contribuir
para a desconstrução de preconceitos
e posturas discriminatórias.
Bem, eu comecei “confessando”
que sou uma consumidora assídua da
TV fechada porque sou do tempo em
que, no meu segmento sociocultural,
era praticamente uma unanimidade
considerar que televisão era um malefício, principalmente para crianças,
mas, para também ser sincera, eu
nunca fui uma telespectadora da TV
aberta.
Na verdade esse tema é amplo e
assim, precisando fazer uma escolha,
resolvi iniciar falando sobre minha
conclusão a respeito da influência
benéfica de séries americanas da TV
fechada sobre a transformação da
nossa subjetividade no que diz respeito
a preconceitos. Ocorre que observei
que cada vez mais são apresentadas
séries que confrontam a convicção
da supremacia da raça branca, assim
como, mais recentemente, já surgem
séries que confrontam a convicção de
que pessoas diferentes do que consideramos “normais” sejam incapazes.
Quanto ao preconceito: várias
séries trazem personagens negros que
ocupam lugares de poder, tradicionalmente ocupados por ‘brancos’. Vemos
negros sendo cirurgiões-chefe, juízes,
advogados brilhantes, promotores e
até presidente americano (antes mes-
mo do Obama). Como essas séries a
que me refiro são apresentadas como
uma reprodução ficcional da realidade,
a desconstrução da convicção da naturalidade da supremacia da raça branca
se faz de forma inconsciente, abrindo
caminho para a superação de preconceitos raciais. Observei também que,
com relação aos latinos, o movimento
equivalente ainda é muito mais tímido.
Quanto à convicção de incapacidade: o melhor exemplo é a excelente
série “Big Bang Theory”, apresentada
pela Warner, cujos heróis são autistas.
Eles são ingênuos, têm dificuldades
de entender piadas ou subtextos em
geral, isto é, tudo aquilo que depende
do desenvolvimento da compreensão
da linguagem corporal, mas são físicos
brilhantes com uma inteligência intelectual bem acima da média. E essas
características descrevem bem a configuração conhecida como Asperger.
Mas o grande destaque é uma
nova série, Perception, em que o
personagem principal é um psicólogo,
professor brilhante de uma universidade, que é também esquizofrênico e
que, com suas habilidades especiais,
com sua forma diferente de ver o
mundo, dá assessoria aos investigadores da polícia desvendando crimes
de formas surpreendentes. O aspecto
mais relevante é que ele tem delírios,
mas desenvolveu recursos para distinguir os delírios da realidade e lida
com sua condição de forma a estar
integrado produtivamente na vida.
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17
CAPA
Mães coragem
Quando a maternidade é a força que transforma a vida
tEXto_ LiLiBEtH CARDoZo
FotoS_ ARtHuR MouRA
Elas não costumam dizer que são corajosas. Cuidam de seus filhos com
dedicação e, muitas vezes, com dificuldades. Suas histórias podem render
crônicas, novelas, romances, roteiros para cinema ou teatro com o mesmo
título da peça de Bertolt Brecht, dramaturgo alemão que em 1939 escreveu
"Mães Coragem e Seus Filhos", imortalizada nos palcos do mundo todo.
18
O desafio para Samantha, mãe de
três filhos, foi um pouco maior quando o caçula, hoje com 18 anos, teve
câncer. Com cinco anos, a doença
fez com que Caio perdesse quase
que toda a visão. Ao invés de tornar
isso um problema maior do que já
era, Samantha procurou enfrentar
a doença do filho da forma mais
tranquila possível. O resultado é um
adolescente perfeitamente integrado a
seu grupo social e familiar. Perguntada
sobre ter ou não coragem para sua
tarefa de educar os filhos e enfrentar
a deficiência de seu filho mais novo,
ela é assertiva: “Quando ele adoeceu,
eu não me dava permissão para sentir
dor. A dor dele era maior. O meu
filho Caio precisa de mim, mas não
o vejo como um problema. Procuro
prepará-lo para a vida. Ele tem sonhos
comuns aos meninos da idade dele e
a ele cabe discernir do que dá conta
ou não. O Caio precisa de cuidados,
alegria e limites como qualquer filho.
Sua condição já o limita”.
Samantha deixa o Caio livre, ajuda
no que precisa e cobra dele como aos
outros filhos para que ele, dentro de
suas possibilidades, avalie até onde
pode ir. A força e o bom humor da
Samantha em lidar com a vida faz
com que ela consiga até fazer piadas
com situações que normalmente
deprimem outras mães. Para amenizar convulsões, por exemplo, ela
as chama carinhosamente de “curto
circuito”. Caio, o filho, nos diz com
carinho as características de sua mãe:
“Ela é carinhosa, alegre e corajosa.
Quer um exemplo? Quando eu estava
no hospital, com 10% de chances
de viver, ela ficava ao meu lado em
vez de ficar chorando. Nunca ficou
deprimida, se lamentando. Sempre
me alegra e é pra cima”.
Ela é a dona do jogo, ela
é a dona da banca...
Helena é mãe há apenas um
mês. Certa do momento de ter seu
primeiro filho, planejou junto com
seu companheiro a gravidez. Arranjou
tempo para mergulhar no tema gestação, porque queria entender o que
estava acontecendo com o seu corpo
e preparar uma nova pessoa para o
mundo. Jovem e muito forte em suas
escolhas, cercou-se de informações
sobre a gestação, parto, nascimento
e cuidados com um bebê. Ela fez ioga
para grávidas, curso de gestantes,
shantala para bebês, leu bastante e
fez suas escolhas. E foi justamente
por uma de suas escolhas que ela
precisou ter coragem: a decisão pelo
parto normal. “Não tinha medo de ter
meu filho de parto normal. Mas precisei ter coragem para enfrentar uma
sociedade que já instituiu a cesariana
como um procedimento comum para
os nascimentos no Brasil. Foi difícil ter
que responder por diversas vezes,
durante a gestação, questionamentos
sobre uma decisão que, para mim,
deveria ser a normal. A cesariana é um
recurso que pode e deve ser usado
para salvar vidas e não uma decisão
a priori. Meu filho veio ao mundo no
À direita, Roberta, de 17 anos, que
já é mãe de um menino de 1 ano e
espera uma menina: "tirar eu não
tiro"; Samantha, que tem 5 filhos e
Caio: ele perdeu a visão aos 6 anos
de idade dando uma nova dimensão à
maternidade (à esquerda no alto); Helena
e Joaquim: ela bancou ter parto normal e
foi desafiada até o último momento
tempo dele e do meu corpo, o tempo
da natureza. Meu parto aconteceu
quando tinha que acontecer. Tive uma
gravidez saudável e não me assustei
com nada. Eu tinha o domínio do meu
momento. Tive coragem, sim, por ser
contrária às intervenções tão comuns
hoje em dia”.
Helena, baseada na premissa de
que ter filhos é um processo natural,
ficou serena durante toda a gestação
e parto. Ela complementa: “A natureza
age e não precisamos intervir. Utilizei
os modernos recursos da medicina
para acompanhar minha gravidez e
vibramos em acompanhar o desenvolvimento do Joaquim, desde os
primeiros meses. Fiz as respirações,
me apropriei do meu corpo e do
processo e de tudo que sei e aprendi
sobre a natureza num momento
tão importante que é o nascimento.
Meu filho é tranquilo e sereno e eu
também estou assim, muito tranquila.
O momento de minha maternidade
era meu, do meu marido e do nosso
pequeno filhinho. Foi corajoso porque
nós já sabíamos que ele estava com o
cordão umbilical em volta do pescoço,
mas mantivemos nossa decisão e minha
obstetra acreditou no seu saber e em
mim, que era a mãe e absoluta dona de
meu momento. Meu filho nasceu saudável, está lindo e com um mês de vida”.
o filho é meu
Entrevistamos algumas mães
cariocas que vivem no Morro do Cantagalo, favela situada num dos mais
famosos e caros bairros da cidade.
Uma característica comum a todas é
a ausência do pai de seus filhos como
aliado na difícil tarefa de provê-los e
educá-los. Pais não fazem parte das
famílias que entrevistamos naquela
comunidade, o que reforça o quadro
de arranjo familiar muito comum e
crescente no Brasil, de famílias formadas por mães e filhos sem a presença
de cônjuge. “Pai não é parente”, nos
disse uma das entrevistadas. “Pai, pra
quem tem, é lucro”, nos disse outra.
Samantha
com seus
cinco filhos:
amor maior
Encontramos Letícia, Bianca e Roberta, mães com muitas dificuldades e
pobreza. Irmãs, filhas, mães no mesmo
grupo familiar, que se dizem corajosas
na defesa de seus filhos. Letícia, 32
anos, é mãe de quatro: Roberta (17),
Taissa (12), Carlos (10) e Nicole (5). A
irmã de Letícia, Bianca, uma bela jovem
de 20 anos, é mãe de Andrei que tem
um ano. Bianca comenta sobre sua
gravidez e maternidade: “Foi horrível,
porque a mulher precisa muito do pai
da criança. Ele não era presente, não
assumiu o filho alegando que não era
dele. Registrei-o só no meu nome. O
menino é meu filho e sonho que ele
seja um oficial da Marinha”.
Letícia trabalha como manicure
e foi mãe pela primeira vez aos 14
anos. De todos os filhos, ela só tem
ajuda do pai da Taissa, de 12 anos.
Ela se queixa: “É muito difícil. Tudo
sou eu, corro atrás de arranjar dinheiro. Recebemos uma cesta básica
da Igreja Nossa Senhora da Paz que
ajuda muito, mas o resto sou eu que
arranjo com o meu trabalho”. Várias
histórias entrelaçadas, de mulheres
vivendo sozinhas com seus filhos. Roberta, uma adolescente de 17 anos,
a mais velha de Letícia, já é mãe de
um menino de um ano e está grávida
de cinco meses de uma menina. Ela
nos disse que o pai de seu filho está
preso: “Se envolveu com o que não
presta, não registrou o filho. Ele é
registrado só no meu nome”. Sobre
a menina que está sendo gerada, ela
afirma com jeito de também menina:
“Não tenho medo não. Meu primeiro
filho nasceu no hospital Miguel Couto,
e foi tão fácil que quase nasceu ali, nos
bancos de espera”. Falando sobre a
atual gravidez, diz: “O pai dela ainda
vai fazer 20 anos e tem envolvimento
com o tráfico. Sou corajosa e vou
ter este filho sozinha, contando com
minha família. Tirar filho eu não tiro.
Crio com muita dificuldade, mas crio”.
Claudete, uma mulher magra e
bastante abatida, se diz hipertensa
e que aguarda uma aposentadoria.
19
Danielle, 34
anos, mãe de
sete filhos com
idades entre 3
meses e 15 anos
capa
20
No alto, Claudette, mãe de quatro filhos;
acima, Bianca, de 20 anos, mãe de um
menino de 1 ano.
Circulava a nossa volta, pedindo para
ser fotografada enquanto carregava
portas de madeira para, segundo ela,
“melhorar seu barraquinho”. A seu
lado estava um belo menino de oito
anos de idade, olhos esverdeados
atentos a tudo. Mãe de quatro filhos,
Claudete conta que perdeu a guarda
de outro filho para o pai da criança:
“Perdi por causa desse barraco em
que vivo ser muito ruim. Vivo de uma
cesta básica que ganho da Igreja e mais
R$ 95,00 que ganho de pensão do
menino. Os pais de meus outros filhos
já morreram. O pai dos mais velhos,
que já casaram e saíram daqui, (uma
moça de 23 anos e um rapaz de 22),
morreu de cirrose, de tanto beber, e
o dos outros filhos morreu na vida do
crime”. Claudete falou dos filhos com
amor e carinho e se diz muito corajosa. Em nenhum momento queixou-se
da ausência dos pais.
Danielle, 34 anos, é nascida e
criada na favela. É bastante conhecida
por conta de sua prole de sete filhos,
com idades que vão de 15 anos, o
mais velho, a Rômulo com apenas um
mês de vida. Filhos de dois pais diferentes: cinco de seu ex-companheiro
com quem viveu 16 anos, e os outros
dois de outra relação. Danielle não
vive com nenhum dos dois pais de
seus filhos. Junto com seus sete filhos,
mora dividindo um pequeno cômodo
com uma mulher que a abriga, sua ex-sogra, e nos diz que vive de doações
e da soma da Bolsa Família e do Família Carioca, além de algum dinheiro
que consegue fazendo bicastes numa
barraca em Ipanema. E a história de
Danielle, que teve seu primeiro filho
aos 17 anos, se repete na sua filha
adolescente: Samira, de 14 anos, está
grávida. O pai da criança é um menino
de 16 anos e não é seu companheiro.
O sorriso alegre de Danielle é contagiante ao falar de seus filhos.
Antônia, 54 anos, nasceu no
Acre, foi criada em Sergipe e migrou
para o Rio aos 19 anos. Ela nos diz:
“Vocês estão precisando conversar
com mulheres de coragem? Eu sou
uma delas. Comecei a minha vida no
Rio vindo atrás das minhas irmãs que
já estavam aqui”. Trabalhando como
doméstica, se casou aos 22 anos e aos
26 foi mãe de sua filha Priscilla. O pai
da sua filha a abandonou quando, em
busca de trabalho, foi viver na Serra
dos Carajás e nunca mais voltou. “Passei
a cuidar dela sozinha. Trabalhava como
doméstica, e minha força era minha
filha, por quem eu trabalhava o que fosse preciso para alimentá-la e educá-la.
Eu morava na Rocinha, trabalhava no
Flamengo, minha filha ficava comigo e
só voltava pra casa nos fins de semana”.
Antônia vivia em pequenos espaços alugados sem nenhum conforto, e lembra:
“Eu alugava quartinhos e passei muitas
dificuldades. Fui expulsa pela dona do
quartinho quando minha irmã veio
morar comigo. Quando minha filha
tinha 5 anos, eu estava morando num
quartinho alugado em que ratazanas
invadiam. Eu dormia com medo e colocava peso em cima do vaso sanitário
para que os ratos não invadissem. Não
a abandonei em momento nenhum.
Era a minha filha!”. Contando sua história, Antônia ressalta o quanto lutou para
criá-la, conciliando trabalho e cuidados
com a menina. “Passei por momentos
muito tristes e contava muito comigo e
com a ajuda e compreensão das patroas
que me aceitavam com ela. Tive que ter
muita coragem para chegar até aqui, e
minha coragem veio da maternidade.
Somos responsáveis pelas crianças que
colocamos no mundo”.
Força pela fé
Celma é um dos mais fortes exemplos de mãe coragem que encontramos. Há trinta e um anos dedica-se a
sua filha que aos dez passou de uma
simples infecção de garganta a um
quadro de encefalite, tendo ficado em
estado de mutismo por alguns dias.
Sua filha, Fabíola, é hoje uma moça e
passou por diversos médicos, exames,
pesquisas no Brasil e exterior até ter
um diagnóstico definitivo das sequelas
causadas pela encefalite que comprometeu todos os seus movimentos.
Celma, mãe de mais dois filhos, nunca
se deixou abater pelas dificuldades da
filha que é muito inteligente, sensível e
vaidosa. Quando tudo começou a mãe
agarrou-se a uma fé cristã inabalável,
aliou-se ao marido, filhos, amigos e
Leticia, mãe de quatro filhos, com a filha mais
nova e suas bonecas, e Roberta, de 17, que já
vai lhe dar uma nova neta
parentes, e passou a buscar a educação e socialização de sua filha.
“No início eu reagi muito a colocar
minha filha numa cadeira de rodas.
Mesmo pequena como sou, minha
força física aumentava muito para
cuidar dela. Eu a colocava no meu
colo e a transportava do carro para
todos os lugares. Ela estudou até a
oitava série e fez cursos de inglês e
espanhol em casa”. A mãe sempre
cuidou muito da filha e a via como
uma força a mais para vencer barreiras. Fabiola é muito inteligente e não
tem nenhuma sequela mental. Tem
Àe
junt
vida social, familiar e vai com a família
a todos os programas como clube,
praia, reuniões festivas e religiosas.
Com o uso da internet Fabíola tem
acesso ao mundo globalizado e ficou
facilitado seu contato com diferentes
pessoas, fazendo amigos e até se
apaixonando nos sites de relacionamento. A mãe coragem que Celma
demonstra ser deu a sua filha muita
segurança e também o reconhecimento de seus limites como, por
exemplo, não poder realizar namoros
virtuais. A mãe é bastante realista e
nos diz que sua maior preocupação
residia na sua morte e a do marido,
mas não tem mais esta angústia. Por
fé, crê e aconselha a outras mães a
sua certeza: “Deus tem nos dado
soluções nos momentos que mais
precisamos. Não existe magia. Precisamos trabalhar, buscar recursos
financeiros, mas como sempre Ele vai
prover e colocar alguém com nossa
filha. Não cobramos dos nossos outros filhos essa responsabilidade, pois
acreditamos que Deus nos proverá”.
À esquerda Celma e a filha Fabíola , há 31 anos lutando
juntas; acima, o pai e marido que testemunha essa luta
Sobre mães e coragem
Ana Paula Brito
Sempre que o assunto maternidade vem à tona, em algum
momento acabo ouvindo, que sou
corajosa. E sempre me pergunto:
corajosa quem, eu? É uma maneira
curiosa de ver as coisas. Não me
sinto exatamente corajosa – de um
modo geral – mas foram muitas às
vezes em que a Renata e eu ouvimos
comentários desta natureza. Renata
é a outra mãe da minha filha Catarina. A mãe que gestou e amamentou,
até o mês passado. Catarina está
com 1 ano e 10 meses, é feliz, amorosa e dona de uma beleza irradiante
(que filho não o é?).
Escrevi aqui na Folha Carioca
em maio de 2011, quando estávamos esperando ansiosamente pelo
nascimento da minha filha e a maternidade ainda era uma expectativa.
Voltando à questão da coragem,
pensei: minha filha foi desejada,
chegou na hora escolhida, com tudo
preparado para recebê-la. Quando
chegou, não bagunçou nossa vida,
não quebrou nosso orçamento,
não trouxe dificuldades. Tudo que
ela trouxe foi uma felicidade absurda
com sua presença abençoada. Onde
está minha coragem?
Só porque pode vir a acontecer
de sermos hostilizadas em algum
grau, em razão de sermos uma
família homoafetiva? Quantos não
são hostilizados pela condição social,
por exemplo? O mundo não é gentil
com os pobres. Qual a diferença? Só
porque pode acontecer de minha
filha ouvir na escola coisas do tipo
“sua mãe é sapatão”, da boca de
alguma criança-papagaio-de-pais-ignorantes? Quantas não ouvem
“macaco, tição”, por serem negras?
Qual a diferença?
Em relação à maternidade,
muito se fala em noites sem dormir
e fraldas a trocar, como se residisse
aí a coragem materna. Passei 9 meses
imaginando as tais noites sem dormir,
“até os 2 anos da criança”, segundo
palpiteiros de plantão, e na prática isso
nem aconteceu. Não sei se é questão
de sorte, mas o fato é que minha filha
sempre dormiu a noite toda e sofri
em vão a expectativa. As noites mal
dormidas se resumiram aos 20 dias
em que ela sofreu de cólicas, deixando meu coração arrasado. (Quanto a
isso sim poderiam ter me prevenido:
coração arrasado).
"Minha filha foi desejada,
chegou na hora escolhida,
com tudo preparado
para recebê-la. Quando
chegou, não bagunçou
nossa vida, não quebrou
nosso orçamento, não
trouxe dificuldades. Tudo
que ela trouxe foi uma
felicidade absurda"
Deveriam alertar as mães sobre
questões realmente relevantes. Por
exemplo: ninguém me avisou que eu
ficaria num estado de sensibilidade tal
que veria na minha filha recém-nascida
todos os bebês do mundo. Ela era
a materialização da mais profunda e
genuína fragilidade humana. Quem
estava ali na minha frente era um
serzinho que não conseguia nada
sozinho, nem mesmo virar a cabeça
pra cima, caso se afogasse na banheira.
E só vinham pensamentos terríveis na
minha mente: “meu Deus, todos tão à
mercê de toda sorte de atos desumanos... Que sorte tem a minha filha”. E
a sensação de impotência quanto aos
de má sorte? Ninguém me preveniu.
Também não me contaram que
seria um período em que eu choraria
horrores, porque o milagre da vida ali
na sua frente, provocando em você
um tipo de amor até então inimaginável, com toda aquela fragilidade - e, ao
mesmo tempo, uma força da natureza
- tudo isso cai sobre a alma da gente
como um grito. Impossível não ouvir.
Impossível não chorar diante dessa
grandeza.
Ninguém me avisou que eu não ia
ter tempo suficiente pra curtir aquele
bebezinho de alguns dias, porque em
muito pouco tempo ele já seria um
outro bebê, de 2 meses. E depois
um de 4. E 8, 12. Não me avisaram
que eu teria uns 6 bebês até minha
filha completar um ano, e que eu não
teria tempo suficiente pra curtir cada
um deles, tanto quanto eu gostaria.
No máximo me disseram: passa tão
rápido. E não é simples assim, não
é só um tempo que passou rápido
demais. Trata-se de perdas.
Enfim, se existe coragem de
minha parte em ser mãe, talvez ela
consista em apenas uma coisa: amar
incondicionalmente. É uma experiência realmente única e, com certeza,
não é pra todo mundo.
Mas não me sinto mais corajosa
que uma mãe hétero, que tem o aval
da sociedade pra exercer seu direito
à maternidade e tem seu status de
família reconhecido pelas leis tortas
dos homens. Tudo isso eu e outras
mães gays teremos lá na frente, afinal
o mundo evolui, a despeito de.
Gays, héteros, pobres, ricas, solteiras, casadas, estamos todas lutando
pra deixar seres humanos melhores
para o planeta, dando nosso melhor
amor e nos preparando para o inevitável voo das nossas crias.
Talvez por isso a palavra coragem
seja um substantivo feminino. Mas eu
sou apenas mãe.
(Escrito por Ana Paula Brito, cuidando para se tornar desnecessária um dia,
mas torcendo para demorar bastante,
mesmo sabendo que o tempo vai voar...)
21
&
CULTURA
Luiz Antonio Guerreiro/Divulgação
ARTE
Luiz Antonio Guerreiro / Divulgação
Vendedor
de sonhos
TEXTO_RICARDO
22
Divulgação
LINDGREN
Para os admiradores, Roberto
Medina, seu idealizador, é ousado e
determinado. Para os críticos, é megalômano e pretensioso. Ele se define
como um sonhador teimoso, e crente
em ideias que até a razão duvida. Seja
como for, antes de Medina, ninguém
conseguiu trazer o superastro Frank
Sinatra ao Brasil.
FC: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Você
acha que a frase de Jean
Cocteau – ou Mark
Twain – define bem a
sua forma de empreender?
RM: O meu objetivo é
sonhar o impossível, e tentar fazê-lo! Se não somos
capazes de sonhar, não
teremos vontade de tentar,
e sem essa disposição, muito
do que meu pai fez, do que
eu fiz, e do que foi feito na
ARTPLAN, não teria existido.
É nesse contexto que vejo
Dom Quixote, como figura
de alta relevância para o
mundo dos negócios.
F C : Vo c ê é u m
dos três filhos de
Abraham Medina,
um pioneiro no marketing e na
comunicação. Lembra algum
fato que mostre esse lado de
empresário dinâmico e inovador?
RM: Sim! Um dia ele achou
que geladeiras e máquinas de lavar
poderiam ter cores, Falou com os
presidentes da Brastemp, e da GE,
que argumentaram de forma cartesiana: “Linha branca, é branca! É assim
em todo o mundo!”. Meu pai não
se conformou! Alugou um galpão e
passou a pinta-los por conta própria.
Publicou o primeiro anúncio em cores
em O Globo, e as pessoas fizeram fila
na porta da loja para comprar. Depois
do grande sucesso, as indústrias se
renderam, e passaram a produzir a
“linha branca” em cores, no Brasil e
no Exterior.
conta que já estávamos numa ditadura,
argumentou que tinha falado a verdade. O general perdeu a paciência, e
ameaçou tirar o programa do ar. Meu
pai não se intimidou, e respondeu que
falaria sobre democracia. Na segunda-feira seguinte, assim que começou,
os militares cortaram a transmissão.
Noite de Gala foi líder de audiência
em diversos canais, por muitos anos.
FC: Podemos dizer que seu pai
também foi um pioneiro como
empresário cidadão?
RM: Meu pai dizia que as grandes
empresas não deveriam focar apenas
Arquivo pessoal / Divulgação
O Rock in Rio é o maior festival de música do mundo. Nasceu
em 1985, após longo período de ditadura militar, e o Rio se prepara para receber a sua 5ª edição nacional, em setembro próximo. Foram 12 edições mundiais nos últimos 30 anos, reunindo
mais de seis milhões de almas. Conquistou o Brasil, Portugal e
Espanha, levando múltiplos estilos musicais a diferentes plateias.
Mais que um evento musical, é uma referência na divulgação das
questões socioambientais, sob o slogan por um mundo melhor.
FC: Ele também fez programas
na televisão?
RM: Com a chegada da televisão
ao Brasil, meu pai importou inúmeros
televisores dos EUA. Esperava um
grande sucesso de vendas, mas não
deu certo! O aparelho era caro, e
os programas fracos. Ao invés de
recuar, ele viu ali uma oportunidade, e
resolveu produzir um programa de variedades, que chamou Noite de Gala,
apresentado por Murilo Nery, com
Flávio Cavalcanti, e grandes atrações
nacionais e internacionais.
Meu pai também comentava, e
uma noite disse que a economia andava mal, e os negócios parados. Eram
os anos 60, e um general disse que
ele não podia falar aquilo. Sem se dar
No alto cena do Noite de Gala, embaixo
evento de o Rei da Voz, programas com
a marca de Abraham Medina
Luiz Antonio Guerreiro/Divulgação
Grupo Queen em
apresentação no Rock in
Rio Iª edição de 1985
o público alvo, mas a população como
um todo, promovendo atividades
institucionais, capazes de gerar grandes negócios. O Rei da Voz realizava
inúmeros eventos no Rio, e eu tinha
16 anos quando ele me incumbiu de
levantar fundos para o Natal, que a
Associação Comercial fazia com o
Rei da Voz, algo como 2,5 milhões
de dólares. Falei com todos, cheio de
entusiasmo, mas voltei frustradissimo.
Ele perguntou quanto eu tinha levantado, e respondi: “300 mil dólares”. Ele
concluiu: "Ótimo! Eu nunca consegui
um tostão e venho pagando tudo
sozinho".
Outra vez, recebemos uma fatura
de 600 caminhões de água. Como não
havia justificativa, fiquei desconfiado,
e corri para informá-lo. Ele, calmamente, disse: "Pode pagar, está certo!"
“Como?” Quis saber mais detalhes. Ele
justificou que em função dos meses de
forte seca, mandara irrigar o Aterro
do Flamengo, por conta própria, sem
alarde, e explicou que as empresas
só prosperam quando têm atitude
participativa e emocional com sua
comunidade.
O Mundo precisa de mais empresários como ele, com coragem
de quebrar regras, e fazer diferente.
Ousar é fundamental. Perde-se uma
vez, leva-se um baque em outras,
mas o balanço é positivo para todos:
empresa, clientes, sócios, empregados, fornecedores, a cidade, o estado,
e o país.
FC: Você trabalhou em que empresas, como publicitário?
RM: Comecei na MIDAS Propaganda, a house agency do Rei da Voz,
que cuidava dos eventos, e da produção do Noite de Gala. Fiz de tudo!
MIDAS foi uma escola, sem grandes
teorias, mas com muita prática. Nasceu lá a minha paixão pelos grandes
eventos. Depois, fui para a ARTPLAN,
do Grupo VEPLAN, pertencente ao
José Isaac Perez. Comecei em 1968, e
também fiz de tudo. Acabei comprando o negócio, em 1972, e em 1974
fizemos uma grande reformulação,
criando a ARTPLAN Promoções. Em
1977 mudamos para a sede própria na
Fonte da Saudade, e hoje estamos na
Barra. Resumindo: de uma pequena
casa na Lagoa, onde oito pessoas se
espremiam, nos tornamos uma das
maiores agências do país, com realizações que marcaram época.
FC: Como foi a história do Sinatra?
RM: A Seagram encomendou uma
campanha para o uísque Passport, e
fizemos uma peça de testemunho
de qualidade, com o David Nieven,
ator de cinema de grande prestígio
na época. Foi um sucesso, e as vendas
aumentaram mil por cento. No ano
seguinte, o desafio era superar esse
patamar, e propusemos o Frank Sinatra. O cliente, incrédulo, disse que o
Sinatra nunca tinha feito um comercial
na vida. Respondemos que era bom,
justamente, por isso! Fui pessoalmente
aos EUA, e o Sinatra topou! No meio
da conversa, perguntei por que ele
nunca tinha ido cantar no Brasil. O
empresário dele pegou uma pasta
enorme com dezenas de tentativas
fracassadas, e disse que não havia
como viabilizar. Na mesma hora, falei
que eu mesmo cuidaria do assunto, e
que ele faria no Brasil, o maior show
da sua vida. Voltei pra casa, fui à luta,
e trouxe o homem! Sinatra cantou
para 140 mil pessoas no Maracanã,
em janeiro de 1980
FC: E a Árvore de Natal da Lagoa?
RM: Em 1990 a Bradesco Seguros
queria fortalecer sua imagem no Rio
de Janeiro. Meu pai dizia que muitas
vezes a propaganda bate no teto, e
não há mais o que falar para trazer
retornos expressivos aos investimentos. Aí, é preciso inventar, fazer o que
nunca foi feito, com bom senso, mas
assumindo alguns riscos. Foi assim que
apresentamos a ideia desse gigante
iluminado, flutuando na Lagoa Rodrigo
de Freitas. Deu certo, e hoje o Natal
do Rio começa quando ela é acesa e
termina quando é apagada. Os pais
levam seus filhos, os turistas chegam
de todas as partes, e a mídia fala nela
o tempo todo.
FC: Como nasceu o Rock in Rio?
RM: A Brahma queria rejuvenescer a sua marca, e lançamos a Malt
90, uma cerveja para o público jovem,
que chegou a ter 14% do mercado.
Creditados pelo êxito, apresentamos
o projeto do Rock in Rio, uma loucura
total, desde a sua concepção! O local
seria totalmente aterrado; Tudo construído do zero. Não havia know how
nacional para o evento. O ingresso
médio teria que custar 7,5 vezes
menos que o padrão europeu, e 10
vezes menos que o americano. Além
dos cachês astronômicos, teríamos um
custo extra de deslocamento, para trazer as atrações internacionais ao Brasil.
Era para não dar certo, mas com
o suporte da Brahma, da Rede Globo,
e de outras empresas, viabilizamos o
projeto! Um público de 1.380.000
pessoas, um milhão a mais que Woodstock, até então o maior evento do
gênero no mundo. Financeiramente,
perdi no primeiro, empatei no segundo, e a partir do terceiro, o evento se
tornou superavitário.
A lamentar, a demolição da "Cidade do Rock" logo após o termino
da primeira edição, por ordem do
então governador Leo­n el Brizola,
mas o importante é que criamos uma
marca de expressão nacional e internacional, atendemos às expectativas
dos patrocinadores, promovemos
as cidades, e os países que nos acolheram, e deixamos uma lembrança
inesquecível na memória de milhões
de seres humanos.
FC: E quais as novidades em
2013?
RM: São muitas novidades! A Street Dance, inspirada nas ruas de New
York, onde dançarinos vão competir,
em animadas batalhas. A Rock Street,
que esse ano traz os ritmos da Grã-Bretanha e Irlanda. Serão 60 artistas
por dia, mostrando o sapateado
irlandês, o rock britânico, a música
celta, além de mágicos, caricaturistas,
malabares, burlesque, e um mundo
de atrações.
Queremos gerar um benefício
para a Cidade do Rio de Janeiro,
através do projeto social “Lixo no Lixo.
Rio no Coração. Ajude o Rock in Rio
a espalhar essa ideia”. Nosso objetivo
é uma economia de 20% dos custos
de gestão do lixo urbano, revertida em
dezenas de creches para a população.
A partir de uma grande campanha que
faremos juntos com os cariocas, exercendo um compromisso de cidadania.
Nossa venda de ingressos bateu
o recorde mais uma vez: 455 mil
vendidos em 4 horas e 4 minutos,
esgotando o total de 595 mil, 5 meses
antes da realização do festival.
O Rock in Rio, muito mais que
um público fiel, tem fãs absolutos,
que se identificam com o espírito do
evento, e não abrem mão da experiência, do convívio, da emoção, da
festa. São mais de 8 milhões e 200
mil seguidores nas redes sociais, em
todo o mundo, e o nosso site (www.
rockinrio.com/rio) recebe uma média
de 150 mil visitas, por dia.
23
Divulgação
Árvore de Natal da Lagoa 2008
ARTE
&
CULTURA
Animação no Paraíso
Maré Cheia de Cinema: cultura e ecologia em comunidade caiçara
24
Pelo terceiro ano consecutivo as luzes coloridas do projetor competiram com o céu estrelado
para maravilhar crianças, pescadores, turistas e cinéfilos nas areias de Ponta Negra, Paraty.
Localidade sem luz elétrica, cercada por natureza exuberante, aonde só se chega de barco.
TEXTO_
FOTOS_
TED CELESTINO
PAULO VELOZO E RICARDO GUERREIRO
Embalado pela divina trilha sonora
do mar e do vento o Coletivo João
do Rio realizou de 28 a 31 de março
deste ano, apenas com apoio da comunidade e parceiros, sem nenhum
patrocínio oficial, mais uma edição do
Maré Cheia de Cinema, quatro dias
de exibição nas areias e de oficinas
construtivas e integradoras.
A mostra contou com mais de
trinta filmes de produção nacional,
todos de classificação “livre”. Longas,
entre eles o clássico “O pagador de
promessa”, de Anselmo Duarte, e
o infanto-juvenil “Eu e meu guarda
chuva” de Toni Vanzolini. Curtas
como “A velha a fiar”, de Humberto
Mauro, e “Descendentes da Terra” de
Ronald Almenteiro. Muitas animações
como “Miau!”, de Felipe Almeida”
e “O Macaco e o Rabo” dos alunos
de Animação-UFPE-CAA, além dos
vídeos Maré Cheia 2012 e 2013
produzidos durante os eventos. Nem
a chuva que caiu forte nas noites de
sexta e sábado, dias 29 e 30, diminuiu
o interesse do público. A rapaziada do
Coletivo girou a tela na areia para que
todos pudessem assistir a projeção de
dentro do bar do Leley, que virou um
verdadeiro cinema.
Na oficina de animação stop motion, com o animador Quiá Rodrigues,
as crianças puderam criar seus personagens e começaram a perceber que
todos são capazes de fazer cinema.
Todas as manhãs o professor de
educação física Pierre Gomes movimentou as areias e as matas com suas
Oficinas AME - Arte Movimento e
Ecologia - com participação de cerca
de 60 crianças em cada dia. Uma
das muitas atividades foi sinalizar os
caminhos da Comunidade com placas
de cunho ecológico, criadas pelas
próprias crianças.
Em Ponta Negra a canoa caiçara
é como um “fusca”, todas as famílias
têm uma e se aprende a remar desde muito pequeno. Essa tradição foi
vivenciada intensamente no sábado
à tarde, durante a Corrida de Canoa
Caiçara, que teve a participação tanto
de meninos quanto de meninas, jo-
Legenda
vens e adultos que competiram pelas
medalhas com apoio de torcidas que
gritavam e aplaudiam sem parar. Do
alto da pequena encosta que rodeia a
praia os moradores mais velhos acompanhavam e torciam por seus “meninos”. No domingo a noite foi exibido
durante a mostra o filme produzido no
dia anterior e que também pode ser
visto no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=jC8i18xUbfw .
Segundo Ronald Almenteiro,
produtor do Coletivo João do Rio,
o objetivo de realizar essa 3ª edição
mesmo sem patrocínio oficial foi:
“Perpetuar o sonho de promover
o cinema nacional, a identidade da
comunidade caiçara local de Ponta
Negra, a construção humana a partir
e através das crianças que conceberão o futuro, como a partir e através
de seus anciãos que tanto viveram,
viram e que nos revelam as origens
deste santuário. Não menos, pelas
pessoas de qualquer idade atuantes
amorosamente na preservação de
tanto existir e saber. Nós, Coletivo
João do Rio, vamos trabalhar para
realizar uma 4ª, 5ª, 6ª e sempre
A Corrida de
Canoa Caiçara,
coordenada por
Pierre Gomes,
reforça as
tradições da
comunidade
e teve
participação
entusiástica
de remadores
todas as idades
edições de Maré Cheia de Cinema.
Inteiramente gratuitas, exibindo filmes
e oferecendo oficinas para a alegria e
formação da criançada, deleite e orgulho desta população e navegantes
do mundo.”
A população de Ponta Negra,
cerca trezentas pessoas em sessenta
famílias, abraça este projeto com entusiasmo e conta com a continuidade
dele. E o pessoal do Coletivo João
do Rio também pretende mobilizar
as comunidades vizinhas para levar
e produzir cultura e ecologia em
outras praias.
“Temos profunda vontade
de perpetuar o sonho
de promover o cinema
nacional e a identidade da
comunidade caiçara local
de Ponta Negra.”
diz Ronald, do
Coletivo João do Rio
As oficinas AME – Arte Movimento e Ecologia – mobilizaram mais de 60 crianças
Nicole, do Coletivo, e meninas caiçaras criam placas de cunho ecológico para
todas as manhãs do evento
sinalizar os caminhos de Ponta Negra
25
arte
&
cultura
GARIMPO CULTURAL
Vida e morte do comandante
da Guerrilha do Araguaia
26
Comunista, teórico de peso e
militante exemplar, Maurício Grabois
foi recentemente homenageado com
uma biografia póstuma escrita pela
filha, Victória Lavínia Grabois. A obra
é formada por relatos da autora sobre
a luta de Maurício por mais liberdade e
justiça para os brasileiros, pela democratização do país e contra a ditadura
civil-militar, e também sobre o convívio da própria família com a política
da época. A ideologia dos atingidos e
a dos golpistas de 1964, a barbárie da
repressão de todas as formas como
perseguição, clandestinidade, cassação, prisão, tortura, exílio, morte e
desaparecimento de centenas de
brasileiros, a luta dos resistentes que
permanecem em busca da verdade
e da justiça, tudo isso é descrito com
emoção muito especial de uma filha
orgulhosa e militante incansável.
Deputado Constituinte na bancada comunista de 1946, Maurício
completaria 100 anos em 2012.
Aos 62, foi assassinado pelo Exército
Brasileiro como comandante-chefe
da Guerrilha do Araguaia, batalha
que resultou em dezenas de mortes:
jamais encontraram o seu corpo. Seu
pai, seu irmão e seu marido. Essas
foram as maiores perdas da autora
que luta, há mais de 30 anos, para
que o Estado brasileiro investigue as
atrocidades cometidas pelos agentes
públicos envolvidos nos crimes con-
tra a humanidade e também pelo
cumprimento da Sentença da Corte
Interamericana de Direitos Humanos,
que garante o acesso à informação e
a abertura dos arquivos da ditadura
militar para esclarecimento sobre o
desaparecimento de seu pai.
Confira!
Um tour pelos museus do Bairro Imperial
Que tal fugir um pouco das praias
cariocas e reviver a história do Rio de
Janeiro de forma descontraída? A Zona
Norte abre as portas para a 5ª edição
do “Turismo Cultural no Bairro Imperial de São Cristóvão”, um passeio por
instituições científico-culturais que vai
encerrar as atividades da 11ª Semana
Nacional de Museus, promovida
pelo Instituto Brasileiro de Museus
(IBRAM). Nos dias 18 e 19 de maio,
das 10h às 16h, o Museu Nacional,
o Museu Militar Conde de Linhares,
o 1° Batalhão de Guardas, o Museu
de Astronomia e Ciências Afins e o
Club de Regatas Vasco da Gama (*)
receberão visitantes com atividades
especiais como a apresentação da
peça teatral “O Fantasma de Jaques
DeMolay” (20 min), às 14h, no Centro Cultural Maçônico do Supremo
Conselho do Brasil, que também faz
parte do circuito.
Exposições de blindados, apresentações da Banda Sinfônica do 1ºBG e
observação das maravilhas do universo
através de telescópios construídos
no início do século XX são algumas
das atrações desse imperdível fim de
semana. Para participar dessa viagem,
vá até a Quinta da Boa Vista, ou compareça a um dos museus e instituições
dentro da programação, e embarque
em ônibus exclusivos ao circuito. É
gratuito!
Tema 2013 da 11ª Semana Nacional de Museus: “Museus (Memória +
Criatividade) = Mudança Social”
* O estatuto do clube veta o
acesso em suas dependências com
vestimenta de qualquer outro clube
do Brasil.
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sociais ou aquele jantarzinho especial podem contar com o delivery do Restaurante
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Dona de casa – mulher invisível
28
Uma foto de Margareth Thatcher
na cozinha, mexendo com panelas e
uma frase das muitas por ela proferidas
quando premier da Inglaterra, me
motivaram ao texto que se segue. A
foto aqui está, e a frase é a seguinte:
"Uma mulher que entenda os problemas de administrar uma casa, poderá
entender os problemas de administrar
um país”. Mês de maio, de Maria, das
Mães, da dona de casa... E então vem
à minha lembrança a saudosa amiga
Graciete Santana. Tinha um sonho: a
dona de casa ser reconhecida como
profissão, tema em sua pauta diária
na Rádio Copacabana. Neste mês
costumava movimentar campanhas e
promoções dedicadas às mães.
A ideia era obsessão de Graciete.
"Ninguém me dá ouvidos, Miranda". É
que Graciete falava demais. Chegava
a ser chata, boquirrota... Divulgou o
que pretendia com um mundo de pessoas, gente por ela julgada influente,
mas que não lhe dava maior atenção.
Tentou Emilinha Borba, no auge, esperando sensibilizá-la, tendo em vista
a imensa popularidade da cantora,
ídolo, unanimidade. Não deu. Agora,
com a lei das domésticas, quem sabe?
Haja oportunidade para a lembrança
ser apreciada por algum parlamentar.
Estou lendo no Metrô: "30%
das mulheres deixam o emprego
para cuidar de filhos". Pesquisa do
Sesc mostra também que brasileiros acham que mães devem ficar
em casa. Uma noite ouvi a Fátima
Bernardes falar sobre o trabalho
invisível da dona de casa soltando
com o poder do Jornal Nacional uma
deixa muito boa. Mulher invisível.
Vejo no Globo: “Horas semanais
dedicadas aos afazeres domésticos:
homens, 5,6, mulheres, 23,3”. É
pouco. Estatística... Marido sai para
o trabalho. Na casa, toda a carga nas
costas da mulher: filhos, deveres da
escola, banho, alimentação, cozinha,
lavagem de roupa, limpeza da casa,
levar, trazer filhos da escola, supermercado, compras, saúde, uniforme,
fogão, lavar, passar roupas, costurar,
remendar, feira... Lembrança de
minha saudosa Iracema, ela que deu
toda a completa formação no caráter
do nosso filho (eu 12 horas fora de
casa!), a partir do jardim de infância
Marechal Hermes, as mães comentando a impecabilidade do uniforme
do menino, até no bordado do nome
José Luiz. Fim do dia, cansaço e... só.
Para onde foi o saldo do dia estafante,
mão de obra pesada? Diluiu-se.
Margareth Thatcher: “Quam administra bem uma casa, pode administrar bem um
país”. Falou e disse...
Tirei do Metrô: "Em famílias com
filhos pequenos, o homem deve
trabalhar e a mulher ficar em casa
cuidando das crianças. De tudo! É o
que pensa a maioria dos brasileiros de
acordo com a pesquisa "Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos
e Privado", realizada pela Fundação
Perseu Abramo e pelo Sesc. Que repercuta a proposta: dona de casa passa
a ser profissão reconhecida pelas leis
trabalhistas. E a doce Graciete Santana
irá dar saltos de alegria lá na nuvem em
que habita. Pena não ter conseguido
uma foto sequer dessa mulher, atual,
saudosa, amiga nas lides jornalísticas e
radiofônicas, de antanho...
Quanto à baronesa Thatcher,
obrigado pela deixa e que descanse
em paz.
O tomate, quem diria?
Assim o consumidor viu o tomate nas prateleiras
dos supermercados, qual uma pedra preciosa, mais
brilhante do que a safira, a esmeralda, o rubi – elevado,
pelo preço astronômico, à condição de símbolo da
inflação brasileira, coisa inimaginável pelos humildes
lavradores lá de Paty do Alferes...
G ISELA GOLD
[email protected]
VOGUE: "Capa com Michelle Obama - How the first lady and the president are inspiring America". A partir da
franjinha...
PEDOFILIA NA IGREJA: para o Papa Francisco, até agora, não são
quatro os pontos cardeais e sim três, a saber: Roger Mahony, EUA, Keith O'Brien,
Escócia e Sean Brady, Irlanda, todos na mira de Sua Santidade...
VEJA: Capa - Vida de rainha. “Uma investigação do Planalto mostra como Rosemary Noronha vinha se esbaldando com o poder que recebia de Lula”. Sempre ele...
O GLOBO: Carol Knoploch informa: “200 milhões de reais é o
lucro aproximado que a cidade de São Paulo tem em cada edição da
Formula I”. Nós? Ficamos no pit stop...
FANTÁSTICO: Sensacional reportagem de Sonia Bridi, mostrando
o caos do campo ao porto, rodovias esburacadas, ferrovias projetadas
e não terminadas, falta de armazéns, prejuízos bilionários com as
safras de soja e de milho, canceladas pela China. De que vale sermos
recordistas mundiais, se só com a soja perdemos nas exportações 6 bilhões e meio por ano! E as hidrovias?
Insisto: Hay gobierno?
HOJE: “Falta de chuvas faz diminuir o volume de água do rio São Francisco, sendo até possível, em algumas
partes, caminhar a pé em seu leito, tal a baixa do nível”. Sabia que o rio tem sua nascente na Serra da Canastra,
em Minas Gerais, que ele é dos maiores do mundo e cuja transposição irá levar sua água a várias partes do
nordeste. Falta de chuvas?
TRIBUNA DE PETRÓPOLIS: “Serrano perde seu estádio e não vai disputar a Terceirona”. Se há notícias
que me doem, esta é uma delas...
EXTRA: “O mergulhador Bill Warren vai entrar fundo em tudo quanto é mar em busca do corpo de Osama
Bin Laden, pois não acredita que ele esteja morto mesmo”. Que tal uma ajudinha de Netuno, das Nereidas,
Iemanjá, as sereias?
ANCELMO: “A Agencia Nacional de Transportes Terrestres
autorizou ontem (12.4.10) a obra de duplicação da rodovia Rio-Petrópolis”. A atual, de subida, é de 1928, nossa primeira rodovia
moderna, governo Washington Luiz, e não comporta mais o volume
de tráfego, especialmente das enormes carretas”. Que venha logo
a obra!
O GLOBO: "Para conter a inflação, BC volta a subir juros”. Assim,
até eu, caras pálidas.
HOJE: "Neste outono as pessoas (nós, claro) sofrem com a amplitude térmica”. O que é isso? Alteração
constante entre as temperaturas altas e baixas. Assim entendem os meteorologistas de plantão, viu?
ÉPOCA: "Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura: Dilma não deveria apoiar uma fraude eleitoral. Governos
democráticos não devem se tornar cúmplices de governos autoritários. "Mas Dilma foi a Caracas e abraçou
Maduro calorosamente... ele, que venceu por apenas 1,7%...
Simba
Simba gostava era de papel. Ali cabia sílaba,
borboleta, beijo, palavrão, soneto, piscina cheia
e vazia, música pra violão, silêncio, desespero
e fantasia.
Se gente não tinha, inventava. Voz, tom de
pele, cep, altura, data de morte e jeito na vida.
Simba cresceu assim. Sem ver, já conhecia.
Sem ter, já sabia. Sem dizer, já podia.
Papel, com os anos, amarela. Que nem
livro velho. E as almas dos velhos marinheiros
de Cabral e suas palavras, Simba mantinha no
presente. Que é pra se defender da maresia
do tempo. Do tédio que enverga as pálpebras.
Poema ele usava de colírio. Pra saber de cor
os olhos de menino.
Simba mete medo nas moças direitas. Mas
Simba também não quer. Gosta mesmo é de
trapezista. Não dirige que é pra andar na corda
até ficar bamba.
Dia desses, Simba encasquetou que andava
dodói das ideias. Vai ver tinha que olhar um só
ponto do quadro negro. Perdia rápido o olho.
Tinha foco era nada.
Menino cismou de procurar
cura de si mesmo. Pra ficar que
nem os outros.
Ei, Simba. Vai se perder
da caravela. Nela só anda
quem não presta. Que
prestar é etiqueta de
coisa.
Simbora se perder nesse mundo
tamanho g. Tua
vida é da largura
do teu olho esbugalhado de tanto
que quer comer.
29
B IJUX IN THE BOX
[email protected]
Dá-lhe, delegada!
30
Na MMO – Minha Modesta
Opinião – temos os melhores atores
depois daqueles de Hollywood. Não
é brincadeira, não, nem patriotada. É
que a gente acompanha o trabalho
de profissionais do melhor gabarito,
todos os dias, nas novelas e séries, e
encaramos com muita naturalidade
o fato de nos deixar encantar com
tantos personagens. Nem nos damos
conta de que entramos no clima
das novelas porque os atores nos
conduzem.
Digo isso pensando na delegada
Helô, de Salve Jorge. Incrível como
a bela Giovana Antonelli conseguiu
uma identidade total com uma personagem difícil, que, se pensarmos
bem, é o que segura a novela desde o
início. Claro que tem aí a perspicácia
da autora Glória Peres, na criação de
cenas e diálogos verossímeis. Mas a
composição da delegada – com seus
trejeitos de autoridade, sua postura,
o modo de olhar que demonstra segurança, a mania de repetir as frases
-, isso é criação da Giovana.
Tá bem, tem a direção, os cenários, a iluminação, a maquiagem,
todo um trabalho excelente de bastidores. Mas , data venia (aprendi isso
com o STF julgando o Mensalão), o
que nos faz gostar ou detestar, e em
ambos os casos não tirar os olhos da
TV, são mesmo os atores.
Vamos dividir a responsabilidade.
Todos os personagens são insólitos
e difíceis, apesar de representarem
gente de carne e osso que todos
nós encontramos por aí. Nisso está
a magia da autora – e seus assistentes. No entanto, tem gente que está
extrapolando em matéria de talento.
O que a Dira Paes fez – faz – da
sanguínea Lucimar é incrível, assim
como o que Zezé Polessa faz da
perplexa e apavorada Berna. E tem a
Totia, brilhante como Vanda/Adalgisa,
grande vilã, par a par com a Claudia –
sempre correta -, e com a atriz que
faz a Creuza, empregada doméstica
da delegada. E tem o Nero, um Stê-
Cuidado com o letter
Letter é o nome daquelas tarjas
embaixo do vídeo que resumem a
notícia dada pelos apresentadores
– pelo menos é assim que o Datena
chama essas vinhetas. Pois bem: as
emissoras todas deveriam ter mais
cuidado com a redação desses resumos. Os erros de português, de
digitação e até de informação são frequentes. Às vezes dá pra notar que alguma coisa foi digitada erradamente,
e aí vemos que logo se faz a correção.
Como na GloboNews escrevendo
Yankes em vez de Yankees, e logo
nio bem trabalhado naquele tipo de
sedução pelo avesso que deixa louca
a delegada.
Mas, nada como a própria delegada. Sei que corro o risco de ser
parcial, mas me parece que pela
primeira vez (será?) papéis que seriam considerados secundários é que
fazem a festa na nossa telinha. Os
principais – Morena, o capitão Téo, a
tenente Érica e o seu triângulo amoroso – parecem já estar consolidados
no nosso imaginário, e só esperamos
pra ver no que vai dar. O improvável
triângulo Ziá, Bianca e Aila cumpre o
doloroso dever de preencher lacunas
da trama geral (é o que parece, e
mesmo assim os atores os tornam
interessantes).
Mas, de novo: nada como a delegada. Com poucos recursos cênicos
– sempre numa sala de delegacia, ou
na sua (dela) casa – e com a tarefa
de nos envolver e manter viva nossa
atenção, Giovana criou uma delegada
igualzinha a uma delegada.
corrigindo – em matéria sobre jogo
em Nova Iorque, de homenagem aos
mortos em Boston. Mas na maioria
das vezes a coisa passa despercebida
pelos editores – mas não por nós,
telespectadores.
problemas em São Gonçalo, Caxias,
Belford Roxo etc. Tá bom, tem também os parceiros do RJ, em algumas
regiões da cidade do Rio. Mas estes
também se dedicam a materinhas
positivas sobre comunidades e suas
atrações turísticas. Fica faltando uma
ação mais incisiva sobre bairros – não
só sobre as comunidades (favelas).
Sugiro, por exemplo, mais atenção
com as trapalhadas das obras do BRT,
e com as obras ainda nem iniciadas no
terrenão que vai receber a Jornada da
Juventude Católica, ambos na região
de Guaratiba – Santa Cruz.
RJ Móvel
O bom jornalismo do RJ TV às vezes me parece proteger a Prefeitura
do Rio. Deve ser só uma impressão.
O fato é que o RJ Móvel, que vai até
os bairros cheios de problemas e cobra ações das “otôridades” só encontra (e muitas vezes ajuda a resolver)
31
C armen pimentel | língua portuguesa
[email protected]
Onde está o erro?
O Ministério da Língua Portuguesa adverte: usar a palavra ONDE, sem ler a bula antes,
pode causar problemas graves ao seu texto!
Este é o fenômeno do momento: muita gente boa, hoje em dia, resolveu usar o ONDE sem
se preocupar com o seu valor semântico, retomando um termo citado anteriormente sem a
ideia de lugar físico, espacial, que a palavrinha possui. Políticos, jornalistas, esportistas, alunos
adotaram o modismo e utilizam o termo indiscriminadamente, causando revoltas aos ouvidos
mais cautelosos!
Estava eu na fila para entrar no
barracão da Mangueira, vésperas de
Carnaval, muita animação, quando
ouvi a seguinte declaração de amor
à escola:
“Estou aqui na Mangueira onde é
minha escola preferida!” (sic)
32
O que acontece aqui? ONDE
retoma o termo “Mangueira”. Para o
falante, naquele momento, Mangueira
era o local em que ele se encontrava.
Sendo um local, a palavra escolhida
foi justamente aquela que se refere
a lugares = ONDE. O que causou,
então, a má escolha do mangueirense?
O ONDE retomou um termo que
parecia exprimir ideia de lugar, mas
que, na verdade, não tinha essa função
na oração em que ele estava.
Analisemos! Essa frase possui duas
orações:
“Estou aqui na Mangueira.”
e “A Mangueira é minha escola preferida.”
Para unir as duas orações e evitar
a repetição da palavra Mangueira, o
sambista escolheu o pronome relativo
ONDE, mas de maneira totalmente
equivocada! Na segunda oração,
“Mangueira” não dá ideia de lugar, mas
de sujeito, do qual se fala algo. Dessa
forma, a melhor escolha seria usar a
palavra QUE:
“Estou aqui na Mangueira que é
minha escola preferida!”
Agora sim! Para usar o ONDE, a
frase teria que ser outra:
“Estou aqui na Mangueira
onde ficarei até o sol raiar!” (Ficarei
na Mangueira até o sol raiar = ideia
de lugar).
Mais uma situação! Outro dia li a
seguinte frase: “Vivemos uma época
muito difícil, onde impera a violência
gratuita”. E mais esta: “A infância é uma
fase maravilhosa, onde a criança está
sempre pronta para descobrir a vida!”
O que essas frases têm de errado?
Se ONDE é palavra que se refere
a um lugar físico, não pode, portanto,
ser usada nessas duas situações anteriores, já que “época” e “infância” não
são lugares físicos, mas temporais.
Mais exemplos de uso indevido
do ONDE:
“Fiz uma escolha onde sei que será
melhor para mim.” (melhor usar QUE)
“O que se observa são crianças nas
ruas trabalhando, onde deveriam estar
estudando.” (melhor usar QUANDO)
Outra dúvida recorrente para muita gente: onde ou aonde? Emprega-se
AONDE com os verbos que dão ideia
de movimento (dirigir-se, ir, levar,
etc.). Equivale a dizer “PARA ONDE”
ou “A QUE LUGAR”.
Aonde você vai?
Aonde está nos levando?
Você pretende chegar aonde com esta atitude?
Logo, com os verbos que não
dão ideia de movimento, emprega-se ONDE.
“Moro onde não mora
ninguém” (Agepê e Canário)
Onde estão meus óculos?
Não sei onde deixei meu celular...
Também por esses exemplos,
podemos perceber que ONDE transmite ideia de lugar (Em que lugar estão
meus óculos?).
Percebeu? Então, a partir de agora,
tome cuidado ao escolher o ONDE
para construir suas frases, evitando
cometer tal gafe!
H ARON GAMAL
[email protected]
Ilíada e Odisseia, a
fundação do humano e a
inauguração da literatura
Pouco se sabe a respeito de Homero, até mesmo a cidade onde teria
nascido é palco de controvérsias. O
período em que a Ilíada e a Odisseia foram escritas também é outro
ponto para discussão. Alguns pesquisadores acham que os poemas são
do século VIII a.C., enquanto outros
apontam o século VII e até mesmo o
VI. O consenso é de que esses dois
poemas épicos são os fundadores da
literatura ocidental, ainda mantendo
intensa atualidade.
A Ilíada descreve e narra a Guerra
de Troia, desde as suas motivações,
a genealogia dos deuses, dos heróis,
os detalhes das batalhas e o intrincado conluio entre os habitantes do
Olimpo e os homens. A Odisseia já
trata da vida de um homem, Odisseu, mais conhecido como Ulisses,
seu nome latino.
Atualmente, nas livrarias, é possível
encontrar os dois livros em edições
muito bem cuidadas. A Ilíada, em capa
dura e arte final perfeita, traduzida por
Odorico Mendes, famoso intelectual
brasileiro que viveu no século XIX,
é da Ateliê Editorial. A tradução é tão
bem resolvida que se tornou modelo
entre aqueles que desejam seguir
essa muitas vezes ingrata carreira de
tradutor. A Odisseia já aparece em
edição mais simples, porém bilíngue e também muito bem acabada,
traduzida pelo conhecido professor
Trajano Vieira, com posfácio de
Ítalo Calvino; a editora é a 34. Na
Odisseia há ainda inúmeras notas, a
geografia do Mediterrâneo à época
em que se passaram a guerra de
Troia e as viagens de Ulisses (calcula-se que a guerra tenha ocorrido entre
1300 e 1200 a.C., logo seis ou sete
séculos antes de se transformar em
literatura), e o sumário dos cantos.
O motivo da Ilíada, como todos sabem, é a fuga de Helena (mulher de
Menelau, rei de Esparta) e Páris para
Troia (alguns afirmam que ela teria sido
raptada), o que motivou uma espécie
de aliança entre várias cidades-estados
da Grécia para acorrer à Ásia menor e
trazê-la de volta. Só que, entre marchas e contramarchas, a guerra dura
dez anos. Os gregos combatem sob
o comando de Agamêmnon.
Já a Odisseia narra a volta de Ulisses
a Ítaca, ilha governada por ele. Mas
o herói, autor do cavalo de madeira
que enganou os troianos e tornou
possível aos gregos a vitória, leva vinte
anos para conseguir retornar a sua
ilha, somando o tempo que durou a
guerra. Ele sofre no percurso todo o
tipo de atribulações.
Enquanto a Ilíada é pungente porque
além de cantar a vitória das hostes
aliadas ressalta a desventura dos
que morrem em terra estrangeira, a
Odisseia nos aponta o percurso de
um homem e sua solidão. Apesar do
caráter heroico atribuído a Odisseu,
não há quem não se identifique com
ele quando se trata dos problemas
humanos. O herói é levado cada vez
para mais longe de casa; experimenta a ameaça de monstros inimigos,
feiticeiras, sereias, tempestades e
naufrágios. Seus companheiros vão
pouco a pouco perdendo a vida pelo
caminho e, quando consegue voltar
para casa, Ulisses chega sozinho e em
nau estrangeira. Além disso, precisa
disfarçar-se para tramar a vitória sobre
os pretendentes que assediam sua esposa. Como havia duas décadas que
partira e jamais dera notícias, muitos
achavam que ele morrera enquanto
navegava de volta a sua Ítaca. A viagem de Ulisses é tão tormentosa que
ele chega a ir ao Hades – na mitologia
grega é a terra dos mortos –, onde
reencontra muitos dos seus companheiros que pereceram no campo
de batalha, como Ajax e Aquiles.
Também descobre entre os mortos
sua mãe, que ainda vivia quando ele
partiu para a guerra.
Em algumas paragens, o herói também
é recompensado com a lealdade e a
amizade, como entre os feácios. Estes
o acolhem, enchem-no de presentes e
o transportam de volta a Ítaca.
Outro episódio interessante ocorre
logo que ele desembarca e vai à própria casa apresentando-se como um
estrangeiro que pede abrigo,
disfarce para driblar os pretendentes
de sua mulher. É reconhecido por
Argos, seu cachorro, que já tem
vinte anos de idade. O animal se
agita ante a aproximação do herói, dá
demonstração de fidelidade e morre
logo em seguida. Uma criada também
o reconhece. Uma vez que era costume entre os gregos ofertar banho
aos estrangeiros, a criada que o leva
reconhece a cicatriz que ele possui
num dos joelhos, fruto de um acidente que sofreu quando criança ao
acompanhar o avô na caça ao javali.
Apesar de ambas as histórias terem
como pano de fundo a guerra, principalmente a Ilíada, vemos diversas
demonstração de amor, lealdade e
amizade. Ressalte-se o sentimento do
herói, Ulisses, que nos ensina como
é difícil viver como estrangeiro, pior
ainda na própria terra.
Embora os leitores de primeira
viagem possam encontrar
alguma dificuldade no começo, a leitura de ambos os
livros pouco a pouco se torna
mais fluida e agradável. Ler esses dois
clássicos da literatura acaba
tornando -se
não apenas
uma questão de
cultura, mas de
humanidade.
33
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