CAPA MÃES CORAGEM ARTE & CULTURA O coreto democrático da praça São Salvador EDUCAÇÃO & CONHECIMENTO Uma casa dedicada à leitura em Laranjeiras ARTE & CULTURA Entrevista com Roberto Medina, o criador do Rock in Rio ARTE & CULTURA Maré Cheia leva cinema a comunidade caiçara em Paraty SAÚDE & BEM-ESTAR Carmen Pimentel: o uso correto da palavra 'onde' PROMOÇÃO SUMÁRIO SUMÁRIO COLUNAS & ARTIGOS 06 Arlanza Crespo www.folhacarioca.com.br [email protected] 4 Fundadora Regina Luz Conselho Editorial Paulo Wagner (editor executivo) Lilibeth Cardozo (editora de conteúdo) Vlad Calado Arquimedes Celestino Fred Alves Jornalista responsável Fred Alves (MTbE-26424/RJ) Design e Criação www.Ideiatrip.com.br Projeto gráfico Vlad Calado Arte de capa Olavo Parpinelli sobre foto de Oksana Kuzmina (123RF) Diagramação e Ilustração Yuri Bigio, Carlos Pereira, Olavo Parpinelli Fotografia Arthur Moura, Fred Pacífico Revisão Marilza Bigio e Carmen Pimentel Colaboradores Alexandre Brandão, Ana Flores, André Leite, Arlanza Crespo, Carmen Pimentel, Fred Alves, Gláucia Pinheiro, Gisela Gold, Haron Gamal, Iaci Malta, Juliana Alves, Lilibeth Cardozo, Marilza Bigio, Oswaldo Miranda, Renato Amado, Sérgio Lima Nascimento , Suzan Hanson, Tamas Desenvolvimento web Bruno Costa Mídias Sociais Mary Scabora Distribuição Gratuita, veja os pontos na página 42 Publicidade Verônica Lima, Angela Bittencourt, Solange Santos (21) 2253-3879 [email protected] Uma publicação: www.arquimedesedicoes.com.br Av. Marechal Floriano, 38 / 705 Centro – Rio de Janeiro – RJ CEP.: 20080-007 Quem é Quem 07 Lilibeth Cardozo 12 Alexandre Brandão No osso 20 Iaci Malta 28 Oswaldo Miranda 29 Gisela Gold 30 Bijux in the Box 32 Carmen Pimentel 33 Haron Gamal SAÚDE & BEM-ESTAR 10 A crônica de um amor maior CAPA Mães coragem Elas não costumam dizer que são corajosas. Cuidam de seus filhos com dedicação e, muitas vezes, com dificuldades. Suas histórias podem render crônicas, novelas, romances, roteiros para cinema ou teatro com o mesmo título da peça de Bertolt Brecht, dramatista alemão que em 1939 escreveu Mães Coragem e seus filhos, imortalizada nos palcos do mundo todo. editorial editorial Maio iluminado ARTE & CULTURA 22 Roberto Medina: 24 Maré Cheia: vendedor de sonhos cinema e cultura em Ponta Negra No mês de maio as comemorações são muitas. Os dias no Rio são iluminados e o céu muito azul. A cidade é aprazível com um clima acolhedor. E em maio se comemora o dia das mães, se diz ser o mês das noivas e mês de Maria, mãe de Jesus! Festas alegres e sensíveis que mobilizam as famílias, o companheirismo, a beleza e as origens. No clima ameno deste mês, buscamos oferecer a nossos leitores o melhor. Nesta edição nossa matéria de capa é uma homenagem a todas as mães da cidade: mulheres que fazem do Rio uma cidade muito mais bela. Destacamos algumas mães de muita coragem As Marias, como a mãe de Jesus, ainda que com outros nomes, corajosas, são destaque deste mês. Nosso colaborador Oswaldo Miranda dá um toque de saber jornalístico com sua crônica “Dona de casa, mulher invisível”. E o Oswaldo bem sabe quanta visibilidade tem as mulheres donas de casa! Ele, um octogenário experiente jornalista está aí, pra nos contar muitas histórias, como a da Graciete Santana. Coisas de quem tem muitas boas histórias! Carmen Pimentel sabe muito nosso idioma. E Carmen escreve para ajudar a quem escreve. Leiam o texto da Carmen e descubram onde andam erros e acertos quando escrevem. Samantha Quintães faz tudo novo de novo contando a história de uma moça de Macapá que desce de um avião, pouco antes da decolagem, para viver um grande amor. O texto da Samantha, uma talentosa profissional de dar amor a ambientes de nossas casas, fala de amor maior. Vale conferir! Alexandre Brandão é orgulho da Folha Carioca, pois começou a escrever crônicas na Folha Carioca . Ele é tão bom ou muito melhor que cronistas dos vários jornais do país! O texto do Alexandre é “bom demais da conta”, como diriam os seus amigos mineiros de Passos , de Minas Gerais. Confiram! Iaci Malta e Bijux nos falam de televisão. Iaci toca em desconstrução dos preconceitos assistindo a séries de TV. O texto da Iaci é coisa séria pra pensar. E Bijux acerta no alvo ao comentar o desempenho da atriz Giovana Antonelli no papel de delegada na novela mais comentada do momento. Mulheres, mães, corajosas e escrevendo coisas muito interessantes. Não percam! No nosso garimpo cultural está um primor. Leiam sobre 3ª Mostra Maré Cheia de Cinema, um evento realizado pelo Coletivo João do Rio que aconteceu nos últimos dias de março em Paraty, um dos recantos mais charmosos perto do Rio. Tudo gratuito, o evento exibe filmes e oferece oficinas de formação. Conheçam como foi e torçam pelas próximas. Cinema e sempre arte e diversão! O Rock in Rio, que já é o maior festival de música do mundo, acontecerá em setembro deste ano. O criador do espetáculo falou á Folha Carioca sobre o que vem por aí. Leiam divirtam-se e alegrem-se. A Folha carioca parabeniza as mães da cidade e deseja a todas as famílias um feliz domingo de maio! 5 A RLANZA CRESPO | QUEM É QUEM [email protected] Movida pelo entusiasmo Sempre admirei mulheres que conseguiram ser mãe e trabalhar ao mesmo tempo! Eu fico fascinada! Por isso vou sempre parabenizar as mães que não abriram mão de sua profissão para se dedicar totalmente à maternidade. Pois um filho que chega é algo tão transformador na vida de uma mulher que ela tem que dividir com o mundo essa dádiva, e tudo que ela fizer nesse momento vai ter uma grandiosidade absoluta. No relacionamento ela estará melhor, no trabalho ela produzirá melhor, porque ela estará compartilhando com todos um amor que está sentindo e que não existe igual: o amor materno! 6 E por que eu estou dizendo tudo isso? Não é só porque o Dia das Mães se aproxima, mas é que eu senti esse amor imenso transbordar da minha entrevistada de hoje, que está nesse momento vivendo sua grande paixão: o primeiro filho. Da sua trajetória de autora de sucesso nem vou falar muito, está tudo na internet para quem quiser saber sobre ela: entrevistas, depoimentos, até as fotos do casamento. Só vou fazer um resumo. Antonia Leite Barbosa nasceu em 1978 e é a mais velha de três irmãos. Fez desenho industrial na Univercidade, e no ano de 2000, quando ainda estava na faculdade montou com duas amigas uma revista mensal chamada "Geração". Em 2002 levaram a revista para o Jornal do Brasil, que gostou e resolveu encartá-la. A experiência valeu, mas não teve retorno financeiro. Logo em seguida, no entanto, ela foi convidada para escrever uma coluna no jornal. A coluna durou oito anos, e ela começou a ficar conhecida como aquela jovem que estava por dentro de tudo que acontecia na cidade. Os amigos já viviam pedindo dicas de endereços, serviços, badalações etc... e de repente ela se viu dona de um material muito bom, diferente de qualquer guia de serviços tradicionais ou de um guia básico de turismo. Eram dicas de festa, moda, entretenimento, retrato de uma cidade e seu dia a dia pulsante que precisava ser registrado. Nascia assim, em 2006, a Agenda Carioca, atualizada em 2008 e depois em 2010. Com o sucesso da Agenda Carioca Antonia criou um grupo fechado no Facebook que leva o mesmo nome, e que virou um guia de serviços, cuja essência almejada é o compartilhamento de informações. Já são 16.000 pessoas sob a responsabilidade de Antonia que chamou uma estagiária e uma voluntária para ajudá-la a administrar. O grupo tem regras de conduta, e de vez em quando surge um aborrecimento, e alguém que não respeita as regras é excluído. Mas isso faz parte! Pronto, já contei um pouquinho sobre ela, leiam mais na Internet. Mas a paixão que ela colocou no seu próximo lançamento, a "Agendinha Carioca", eu não li na internet não, eu ouvi da própria, emocionada, me falando do filho e do grande amor que está sentindo. Antonia casou em 2009, com 32 anos e engravidou em 2011, tudo planejado. Uma noite, depois do Ano Novo falou para o marido: "Vamos começar a tentar engravidar?" Cuspiu a pílula e um mês depois engravidou. É tudo muito simples, "mas o amor que nos envolve quando chega o filho é algo nunca sentido!" E ela, movida desse sentimento resolveu compartilhar com as outras mães as dificuldades e as soluções que encontrou ao longo da gravidez e do primeiro ano de vida do Felipe. Criou então a Agendinha Carioca, que está prestes a ser lançada, onde ela coloca tudo que uma mãe precisa saber, tipo: o que deve ler na gravidez, a decoração do quarto, desde o tradicional até às paredes grafitadas, as modas, as marcas, a montagem do álbum, as festas (do mágico ao DJ). Resumindo: com essa agenda na mão a mãe está feita! Antonia é a mãe do século 21. l ilibeth cardozo [email protected] Alegriazinhas da meia-idade Ah, como é bom ter 55 anos e descobrir no fundo do armário o livrinho de contos de fadas, ver as figuras do príncipe encantado no cavalo branco. Achar aqueles poeminhas de menina, ou as cartas para as amigas quando meu sonho era conhecer um príncipe, casar, ter filhos, morar numa casinha branca de janelas azuis e jardima de dáliaas. Como é um prazer, com 55 anos, lembrar dos muitos príncipes que passaram em minha vida, dos beijos que encantaram e das maçãs vermelhas que me envenenaram. Lembrar do tempo em que existiam sacis, lobisomem e lobo mau. Estrelas cadentes traziam o menino da paixão. Cascas de laranja, descascadas com faquinhas finas, eram rodadas ao som do alfabeto e o marido futuro teria o nome começado pela letra onde a tirinha da casca arrebentava. Brincadeira de pêra, uva ou maçã era o máximo da traquinagem e os beijos na boca se chamavam salada de frutas. As leituras eram Monteiro Lobato com as peraltices de Narizinho e os quitutes de Dona Benta. Eu fui uma menina. Com meus cinquenta e cinco anos coleciono histórias de amor, amigos, família e desfruto do saber acumulado, ganhando serenidade e sempre novas descobertas. E é muito bom poder entender as perdas. O choro, a dor e a alegria. Aprender a lidar com a certeza de que a morte se avizinha e a vida é um breve espaço de tempo entre nascer e morrer. Como posso ainda acreditar em príncipes? Aprendi que aos cinquenta e cinco anos é muito bom beijar os sapos, e sonhar com príncipes encantados é coisa de nossas crianças e adolescentes. Beijar os sapos é admitir que nossos companheiros não são sarados, atléticos, lindos homens de capas de revista. Eles já têm barriga, careca e essas coisas da meia-idade. Não é melhor ser abraçada por um "sapo" muito amado, que nos ama e respeita do que nunca ter um abraço? Aprendi também que não podemos querer a felicidade plena e a vida pode ser feita de alegriazinhas. Alegriazinha que pode estar na simples emoção de ter um namorado na esquina, mal sabemos seu nome e chamamos "namorado" porque nossos olhares se cruzam todos os dias. Alegriazinha que é imaginar, enquanto nos arrumamos para o trabalho diário, pensar que aquele desejo segredado em nosso peito pode acontecer. Uma alegriazinha pode ser colocar a roupa mais bonita, batom nos lábios, um brinco na orelha, porque o porteiro do prédio, o motorista do ônibus ou o colega de trabalho vai comentar que você está mais bonita. Alegriazinha pode ser ter um amante em segredo, não querer casar com ele e não ficar pensando que por isso tem que destruir o seu forte casamento. Alegriazinha de viver uma verdade e ter também sinceridade numas mentirinhas necessárias. Quem aguenta viver a vida, casar, trabalhar, ter ou não ter filhos, ter muito ou pouco dinheiro e com 55 anos ainda achar que a vida pode ser só alegria? Pra mim uma das maiores alegrias na meia-idade é saber que a vida é cheia de tristezas, ganhos, perdas, nascimentos e mortes. Mas acredito que as alegriazinhas que cultivamos nos dão muita força para os sorrisos, as gargalhadas, as boas emoções e nos fortalecem para que sejamos adultos que se alegram por termos momentos em que somos jovens ou crianças com nossas "alegriazinhas". 7 SAÚDE & BEM-ESTAR Publieditorial A endometriose 8 A endometriose é definida como uma doença inflamatória crônica benigna, estrogênio-dependente, causada pela implantação e crescimento progressivo do endométrio (tecido que forma a menstruação) fora da cavidade uterina, afetando cerca de seis milhões de mulheres no Brasil, o que corresponde cerca de 5 % a 15% das mulheres em idade fértil. Nas mulheres que apresentam infertilidade, pode existir em quase 40% dos casos. Mesmo sendo uma doença que atinge muitas mulheres, atualmente, o atraso no diagnóstico inicial é, em média, de 7 a 10 anos. O principal sintoma é a ocorrência, desde a adolescência, de cólicas menstruais cada vez mais fortes e que não melhoram com o uso de medicamentos. Outros sintomas dolorosos podem ocorrer como dor profunda na relação sexual (dispareunia profunda); dor ao evacuar (disquesia) e dor ao urinar (estranguria). Uma das principais consequência da doença é a infertilidade, pois o processo inflamatório progressivo que a endometriose causa, pode comprometer a função dos órgãos envolvidos na fertilidade (útero, tubas e ovários). Para a confirmação do diagnóstico, exames como a Ressonância Nuclear Magnética Pélvica e a Ultrassonografia específica para endometriose são importantes, pois conseguem identificar, com precisão, a existência de focos profundos da doença (com mais de 5 mm) e auxiliam na decisão sobre qual tratamento será adotado e no controle evolutivo. Atualmente, baseado nos sintomas apresentados, na avaliação do médico especialista e nos exames realizados, um tratamento clínico ou cirúrgico pode ser indicado, sem a necessidade de uma cirurgia prévia para biópsia comprovatória da existência da doença. O tratamento clínico é a base de medicações hormonais, por longos períodos, com objetivo de inibir o desenvolvimento das lesões através do bloqueio da produção da menstruação, dentro e fora do útero. Já o tratamento cirúrgico é realizado, preferencialmente, pela laparoscopia que permite uma cirurgia mais detalhada e minuciosa. O objetivo é a retirada dos tecidos doentes, a reconstituição da anatomia e das funções dos órgãos acometidos. Dr. Eduardo do Valle é médico especializado em videolaparoscopia ginecológica e vídeo-histeroscopia. Devido ao grande impacto que a doença tem na população feminina, vários estudos possibilitam esclarecer algumas características, como por exemplo, o parentesco de primeiro grau ter o diagnóstico de endometriose, desenvolvimento inicial da doença nas primeiras menstruações, bem como a evolução e a gravidade da endometriose serem distintas em cada paciente. Além disso, alguns fatores externos podem influenciar, como a época e número de gestações e a utilização ou não de medicações hormonais durante a vida reprodutiva. Vale ressaltar que a extensão e profundidade das lesões nem sempre correspondem aos sintomas apresentados, pois existem pacientes com lesões mínimas e muito sintomáticas e pacientes com lesões extensas e profundas, pouco sintomáticas. É fundamental que as mulheres tenham mais consciência da doença e procurem um especialista para o diagnóstico e decisão do tratamento adequado, o mais precocemente possível, a fim de evitar que as lesões causadas pela endometriose venham a comprometer, irreversivelmente, a saúde da mulher. EMERGÊNCIA Tel.:2529-4505 GERAL Tel.:2529-4422 SAÚDE & BEM-ESTAR 9 ANÚNCIO KID´S BABY SAÚDE & BEM-ESTAR TUDONOVODENOVO Amor maior SAMANTHA QUINTANS* 10 Com amor maior. Com essas palavras, despeço-me das pessoas a quem amo em bilhetes, cartas, cartões e e-mails que tenho por hábito enviar. Amor não se mede, eu bem sei. Também não se compara. Amor se sente e ponto. Amor não é maior, muito menos se pode escrever sobre um amor menor. Toda forma de amor vale a pena, palavras e gestos de amor valem a pena e é só o amor que constrói e conhece o que é verdade. Mas só quem está disponível para o amor, reconhece seus sinais. Dia desses, já embarcados, fomos surpreendidos pelo piloto do avião anunciando greve dos funcionários de pista. Pedia colaboração e paciência a "nosotros" até que a situação se normalizasse e pudéssemos levantar voo. Burburinhos, reclamações, gente ligando do celular, falatório e para além do comum. Uma jovem passageira surgiu das últimas fileiras, dirigiu-se às aeromoças e pediu para sair, descer do avião! Como assim, está com medo de voar, não quer sentar e se acalmar um pouquinho? Tudo já vai se resolver... Amorosamente as aeromoças cumpriam o seu papel e tentaram, em vão, acalmar o impulso do amor que latejava naquela doce menina de Macapá. Não tenho medo de voar! Até gosto! Mas essa greve foi um sinal. Um sinal para que eu volte e viva o amor argentino que o destino me reservou. Vou descer. Seguindo os tais sinais, vestiu sua armadura de jovem apaixonada e desembarcou com malas, os olhos cheios de lágrimas, sorrindo um riso de morder os lábios, e com o coração saltando no peito. Foi viver seu amor maior. Opa! Amor não se mede... Amo os três filhos que nasceram da minha barriga, amo os filhos do meu amor que moram comigo, amo os amigos do meu filho que me amam como se ama a uma mãe, os meus sobrinhos, afilhados... Amo os filhos das minhas amigas através do amor de mãe que elas sentem por eles. Meus sentimentos e aspirações por eles emanam aquele amor terno que envolve, acolhe, cuida, cultiva, encoraja, sofre junto e perdoa. Vivo e respiro esse amor todos os dias da minha vida, desde que há 21 anos Luiza me apresentou a esse tal amor incondicional. Tornei-me poeta, médica, economista, cozinheira, arrumadeira, educadora, mãe de leite, palhaça e chata! Dentro de mim, moram incontáveis mulheres que amam demais. Organizar esse mix de sentimentos é o grande desafio. Sou também a mulher que em nome desse mesmo amor sufoca, transgride, invade, manipula... Empossada do trono maternal comete loucuras e espera dos amados compreensão incondicional. Amor de mãe é assim, não se compara... "Sem coragem não se faz história." Quem me disse essa frase foi o engenheiro guitarrista que ocupou o lugar vago ao meu lado no avião. Citava o seu pai, um homem por quem demonstrou grande admiração. Falou também com muito entusiasmo sobre seus quatro filhos, os amava profundamente. Ficou óbvio, aquela menina de Macapá provocou suspiros... Muitas histórias de amor foram recordadas, alguns votos foram renovados ali mesmo, flutuando nas nuvens. Retorno para alguns, partida para outros, a vida se renovando, provando que amor não se mede, nem se compara. Amor se sente e ponto. Por essas e por outras histórias de amor é que corajosamente vivemos todos os dias tudo novo de novo. com amor maior, *Samantha Quintans é personal organizer [email protected] GUIA SAÚDE & BEM-ESTAR Acupuntura Corpo e mente em harmonia São comuns as lesões resultantes da prática de exercício físico ou mesmo do envelhecimento, e saiba que a medicina chinesa também pode recuperar movimentos que antes eram naturais. No Brasil, a Dra. Ana Fu é a única especializada em reconstrução de cartilagem e as técnicas utilizadas em seu consultório são capazes de equilibrar o corpo e a mente e curar os mais diversos males. No centro de Terapias Naturais, o paciente passa por tratamentos específicos através da acupuntura contra ansiedade, sinusite, deslocamento de tendão, e ainda reabilitação pós AVC e Derrame Facial, dores na coluna vertebral e até a limpeza completa: corpo, alma, mente e aura. A novidade é a ventosaterapia, uma técnica direcionada a desintoxicação do sangue e melhoramento do sistema circulatório, o que aumenta a resistência contra doenças. Bronquites, artrites, reumatismos, insônia e muitas outras: acabe com esses problemas de saúde. Marque uma consulta. CRT 42910 Ventosaterapia Reconstrução de cartilagem Auto-conhecimento e o Cuidado de Si Muitos se perguntam qual o melhor momento ou quais os motivos que levam a fazer terapia. Na verdade o processo psicoterapêutico transcende estas questões. É uma prática que pode trazer benefícios para qualquer pessoa, melhorando a sua forma de se relacionar consigo mesmo e com o mundo. Cuidar de si, escutar a si mesmo e entender os sinais do corpo, é reconhecer e aprender a lidar com as emoções, a ansiedade e as adversidades do dia a dia de forma assertiva. São exercícios diários para uma prática de vida com qualidade. Estabeleça uma relação de amor consigo mesma. Cuide-se! Mary Scabora Psicóloga clínica Psicoterapeuta corporal (21) 9372-6551 (21) 2547-0230 www.scabora.com.br /mary.scabora @maryscabora (21) 3153.7609 • 9480.8688 • 8525.0432 • 7823.4867 • ID 65*92831 www.anafu.com.br Av. Nossa Senhora de Copacabana, 1066 • Sala 702 • 2ª/4ª/6ª feira Um espaço dedicado ao cuidado com o corpo O ESPAÇO CUIDARTE tem por filosofia oferecer um atendimento integral para buscar um equilíbrio entre corpo e mente. Nossos clientes são atendidos por profissionais altamente qualificados, em um ambiente agradável, com respeito aos horários marcados e sempre com uma preocupação de propiciar um momento de relaxamento, para fugir às pressões do dia-a-dia e dedicar um pouco de seu tempo a si mesma. PROMOÇÃO 50% de desconto em um pacote com 30 seções: • 10 de lipocavitação • 10 drenagens • 10 massagens modeladoras Tudo por apenas R$ 375,00. (21) 3025-0016 (21) 9903-1050 Av. N.S. de Copacabana, 330 sl. 1104 Próximo ao Copacabana Palce e ao metrô Cardeal Arco-Verde http://espacocuidarte.wordpress.com/ 11 A LEXANDRE BRANDÃO | NO OSSO [email protected] Decisões de um fim de domingo 12 Amanhã, logo cedo, vou escrever uma carta nos moldes antigos — colocarei no envelope e, depois de selada, levarei aos correios — para a Perpétua, antiga auxiliar de minha mãe no Lactário. Direi a ela que sempre gostei do seu jeito calmo e, do mesmo modo, do seu nome. Se eu me chamasse Perpétuo seria um fiasco paternal sem rima alguma, mas nela o nome tomou feições de sublime, artístico. Fugindo de um dos meus princípios, o de não engraxar sapatos para não tirar deles sua história, é provável que, depois dos Correios, eu entre na engraxataria da Rua da Assembleia e encomende o básico: graxa, sem tinta. O sapato é velho, bem sei, mas nada de apuro exagerado. Lá — sei porque já fui outras vezes — o engraxate nos convida a subir numa banqueta alta, da qual se vê o mundo de cima. Confesso que fico um pouco constrangido, tanto por me ver em destaque, mas principalmente por ter alguém a meu serviço em posição tão subalterna. Mais uma razão para odiar engraxar sapatos. Mas, é fim de domingo, bom momento para quebrar ao meio certezas arraigadas. Com os sapatos limpos — ou seja: sem as digitais de minha história recente (os sapatos duram pouco e guardam, quando muito, um cisco de nada de nossas vidas) —, sentarei numa praça. Uma mulher bonita há de passar por ali, então, planejo de antemão, olharei para ela com todo o respeito possível. Nas suas formas caberão tão bem as minhas! Mas evitarei esse caminho do desejo e trilharei outros. Se ela tiver pedigree de moça bem-sucedida, cujos estudos em boas escolas deram-lhe o emprego cobiçado por um a cada dez jovens no mundo, pedirei a Deus na sua infinita bondade que a poupe de despautérios, que não a faça viver momentos de decisões amargas, muitas vezes cruéis. Que não se coloque em sua vida, por exemplo, financiamento de guerras, maracutaias empresariais, canalhices dessa ordem. Posso evitar a praça. Sair do engraxate, tomar o rumo do antigo Cais Pharoux, ali embarcar numa balsa para Niterói e, lá, encostar-me a um balcão de um bar qualquer. Provocarei o aten- dente, dizendo-lhe que consigo lamber o cotovelo enquanto pulo num pé só. Decerto ele estará cansado de fregueses tão sem-noção e, automaticamente, se debruçará sobre o balcão a fim de ver o espetáculo. Eu, que desconheço quem tenha essa dupla habilidade, recorrerei a um escancarado blefe para forçar uma simulação. Quando terminar, raciocinarei que cometi um ato vil, desrespeitoso, mas será tarde, restando apenas o consolo de culpar o domingo por decisão tão disparatada. Como forma de compensar o rapaz, disposto a pagar o dobro do preço registrado no cardápio, pedirei um caldo de cana e um joelho. O joelho fará com que me lembre do cotovelo e acabarei rindo, o que poderá deixar o balconista severamente chateado. Se sair ileso de Niterói, terá chegado o momento de trabalhar. Ou já até terá passado. Neste caso, farei uso do banco de horas, essa invenção das empresas para cobrar nossos atrasos e não pagar nosso excesso de horas trabalhadas. No escritório, não sei se notarão o lustre de meus sapatos. É possível que um ou outro brinque com o fato, insinue que estou de olho em alguma moça nova, coisa ridícula e corriqueira que acomete homens de meia-idade. Darei de ombros, mais interessado em contar da Perpétua à turma. “Foi uma paixão?”, perguntarão curiosos. Quando lhes disser que não, Perpétua é apenas um nome bonito para identificar uma moça amável que trabalhou com minha mãe há uns quarenta anos, ficarão decepcionados. Não me restará alternativa a não ser a de confessar-lhes que, não faz muito tempo, assisti a um milagre. “Verdade?” Sim, vi uma senhora na casa dos oitenta anos cair de uma altura de dois metros, dar uma cambalhota no ar e cair no chão sem sofrer nada além de uns pequenos arranhões. Não é um milagre? Na segunda-feira, contarei isso aos que não creem nas leis da física. 13 G ASTRONOMIA CARIOCA BOA PEDIDA Referência em sabores do mar 14 Pense em frutos do mar e lembre-se do inigualável restaurante Príncipe de Mônaco. Pratos de bacalhau com postas que pesam mais de um quilo, bandeja com 40 camarões à milanesa, arroz, cenoura e passas, moquecas, chernes, lagostas e outras maravilhas das águas preparadas na hora. O sabor que oferecemos é reconhecido por estrangeiros que afirmam jamais terem comido algo parecido. A carta de vinhos acompanha o alto padrão da culinária local e a qualidade dos produtos e serviços e a satisfação do cliente são as prioridades da equipe de funcionários. Aproveite para fazer um desjejum especial com empadas de frutos do mar, sucos e cafés: a casa está aberta a partir das 07h. Príncipe de Mônaco Rua Miguel Lemos, 18 - A Copacabana www.restaurantemonaco.com.br Tels.: 2521.0195 / 2267.0405 O melhor frango de Copa Quase 60 anos de tradição em servir bem o melhor tempero da cidade. O restaurante Lopes, conhecido pelo frango com exclusivo tempero à base de vinho branco e ervas, preocupa-se com o dia inteiro do cliente. O atendimento diferenciado começa com o buffet self service de café da manhã até as 11h. Durante o almoço, de segunda a sexta, a escolha também pode ser por um dos pratos da linha especial executiva servida em bandejas para deixa-lo à vontade na montagem de sua refeição e, antes do jantar, uma sopinha pode ser degustada diariamente. As feijoadas tradicional e light e o linguado à belle meuniere são outras delícias do cardápio e, aos domingos, a dica para provar o cozido à portuguesa é chegar cedo, já que a procura pelo ‘saboroso’ é grande! Lopes Av. Nossa Senhora de Copacabana, 1334 Entrega em toda a Zona Sul Tel. 2247-6379 G ASTRONOMIA CARIOCA Anuncie no guia mais saboroso do Rio (21) 2253-3879 [email protected] 15 I ACI MALTA [email protected] A televisão e a desconstrução de preconceitos Vou começar confessando que sou uma assídua telespectadora de TV fechada, mas não apenas escolho, assisto, gosto ou não gosto. Eu tenho umas manias. 16 Uma delas é contar, pelos temas, quantos seriados estão sendo apresentados, por exemplo: séries de detetives, de paranormalidade, de “médicos”, de investigação forense, de “advogados”, etc. A outra é usar essas informações para refletir sobre o que possivelmente os consumidores estão demandando ou o que os criadores pensam que os usuários querem, assim como as possíveis influências que a TV pode exercer sobre os consumidores. E é sobre isso que quero falar, sobre minhas observações e reflexões a respeito de como os programas de TV fechada podem nos afetar e contribuir para a desconstrução de preconceitos e posturas discriminatórias. Bem, eu comecei “confessando” que sou uma consumidora assídua da TV fechada porque sou do tempo em que, no meu segmento sociocultural, era praticamente uma unanimidade considerar que televisão era um malefício, principalmente para crianças, mas, para também ser sincera, eu nunca fui uma telespectadora da TV aberta. Na verdade esse tema é amplo e assim, precisando fazer uma escolha, resolvi iniciar falando sobre minha conclusão a respeito da influência benéfica de séries americanas da TV fechada sobre a transformação da nossa subjetividade no que diz respeito a preconceitos. Ocorre que observei que cada vez mais são apresentadas séries que confrontam a convicção da supremacia da raça branca, assim como, mais recentemente, já surgem séries que confrontam a convicção de que pessoas diferentes do que consideramos “normais” sejam incapazes. Quanto ao preconceito: várias séries trazem personagens negros que ocupam lugares de poder, tradicionalmente ocupados por ‘brancos’. Vemos negros sendo cirurgiões-chefe, juízes, advogados brilhantes, promotores e até presidente americano (antes mes- mo do Obama). Como essas séries a que me refiro são apresentadas como uma reprodução ficcional da realidade, a desconstrução da convicção da naturalidade da supremacia da raça branca se faz de forma inconsciente, abrindo caminho para a superação de preconceitos raciais. Observei também que, com relação aos latinos, o movimento equivalente ainda é muito mais tímido. Quanto à convicção de incapacidade: o melhor exemplo é a excelente série “Big Bang Theory”, apresentada pela Warner, cujos heróis são autistas. Eles são ingênuos, têm dificuldades de entender piadas ou subtextos em geral, isto é, tudo aquilo que depende do desenvolvimento da compreensão da linguagem corporal, mas são físicos brilhantes com uma inteligência intelectual bem acima da média. E essas características descrevem bem a configuração conhecida como Asperger. Mas o grande destaque é uma nova série, Perception, em que o personagem principal é um psicólogo, professor brilhante de uma universidade, que é também esquizofrênico e que, com suas habilidades especiais, com sua forma diferente de ver o mundo, dá assessoria aos investigadores da polícia desvendando crimes de formas surpreendentes. O aspecto mais relevante é que ele tem delírios, mas desenvolveu recursos para distinguir os delírios da realidade e lida com sua condição de forma a estar integrado produtivamente na vida. V ITRINE DIA DAS MÃES Com uma magia latente o Espaço Brechicafé carrega em sua identidade o charme dos cafés e brechós ‘vintages’ europeus mesclado com o espírito alegre e democrático brasileiro. Um ponto cultural charmoso no bairro de Copacabana. R. Siqueira Campos, 143 – lj . 31 Shopping Cidade Copacabana www.espacobrechicafe.com.br facebook.com/espacobrechicafe Criativa e divertida Em Santa Teresa, a artesã Lola expõe suas inspirações e criações em espaço agradável, divertido e cheio de colorido, onde ainda pode-se tomar um saboroso café. Uma grande variedade de presentes para mães que curtem a casa e a família. Abre de 5ª a domingo de 11h30 às 19h30 21 9153-2505 Rua Santa Cristina 181 - Santa Teresa. www.facebook.com/lolaateliercafe Wall Coiffeur Sua mãe sempre na moda O requinte de todas as roupas e acessórios da Lili Presentes transforma seu gesto em emoção. Aqui você vai encontrar sapatos, bolsas, echarpes, joias, camisas, tudo para corresponder à intuição de quem te ama. Surpreenda sua mãe com presentes modernos e em cores e estilos diferentes. Tel.: 2511-6749 R. Álvaro Rodrigues, 170-A - Botafogo Estética e Bem-estar Sempre atualizado, o Wall Coiffeur trabalha com a tecnologia mais avançada na área da beleza e produtos de qualidade superior. Com 21 anos de experiência, Wall comanda a equipe que conta com Carlos Monteiro, Personal Hair e Terapia Capilar, Léo Delgado, expert em penteados e colorimetria e Concita Mauro, especialista em design de sobrancelhas e maquiagem. 21 2255-2819 / 9457-1405 / 7923-4430 Av. Na. Sra. de Copacabana, 613 / salas 201 e 203 - Copacabana www.wallcoiffeur.com.br facebook: wallcoiffeur 17 CAPA Mães coragem Quando a maternidade é a força que transforma a vida tEXto_ LiLiBEtH CARDoZo FotoS_ ARtHuR MouRA Elas não costumam dizer que são corajosas. Cuidam de seus filhos com dedicação e, muitas vezes, com dificuldades. Suas histórias podem render crônicas, novelas, romances, roteiros para cinema ou teatro com o mesmo título da peça de Bertolt Brecht, dramaturgo alemão que em 1939 escreveu "Mães Coragem e Seus Filhos", imortalizada nos palcos do mundo todo. 18 O desafio para Samantha, mãe de três filhos, foi um pouco maior quando o caçula, hoje com 18 anos, teve câncer. Com cinco anos, a doença fez com que Caio perdesse quase que toda a visão. Ao invés de tornar isso um problema maior do que já era, Samantha procurou enfrentar a doença do filho da forma mais tranquila possível. O resultado é um adolescente perfeitamente integrado a seu grupo social e familiar. Perguntada sobre ter ou não coragem para sua tarefa de educar os filhos e enfrentar a deficiência de seu filho mais novo, ela é assertiva: “Quando ele adoeceu, eu não me dava permissão para sentir dor. A dor dele era maior. O meu filho Caio precisa de mim, mas não o vejo como um problema. Procuro prepará-lo para a vida. Ele tem sonhos comuns aos meninos da idade dele e a ele cabe discernir do que dá conta ou não. O Caio precisa de cuidados, alegria e limites como qualquer filho. Sua condição já o limita”. Samantha deixa o Caio livre, ajuda no que precisa e cobra dele como aos outros filhos para que ele, dentro de suas possibilidades, avalie até onde pode ir. A força e o bom humor da Samantha em lidar com a vida faz com que ela consiga até fazer piadas com situações que normalmente deprimem outras mães. Para amenizar convulsões, por exemplo, ela as chama carinhosamente de “curto circuito”. Caio, o filho, nos diz com carinho as características de sua mãe: “Ela é carinhosa, alegre e corajosa. Quer um exemplo? Quando eu estava no hospital, com 10% de chances de viver, ela ficava ao meu lado em vez de ficar chorando. Nunca ficou deprimida, se lamentando. Sempre me alegra e é pra cima”. Ela é a dona do jogo, ela é a dona da banca... Helena é mãe há apenas um mês. Certa do momento de ter seu primeiro filho, planejou junto com seu companheiro a gravidez. Arranjou tempo para mergulhar no tema gestação, porque queria entender o que estava acontecendo com o seu corpo e preparar uma nova pessoa para o mundo. Jovem e muito forte em suas escolhas, cercou-se de informações sobre a gestação, parto, nascimento e cuidados com um bebê. Ela fez ioga para grávidas, curso de gestantes, shantala para bebês, leu bastante e fez suas escolhas. E foi justamente por uma de suas escolhas que ela precisou ter coragem: a decisão pelo parto normal. “Não tinha medo de ter meu filho de parto normal. Mas precisei ter coragem para enfrentar uma sociedade que já instituiu a cesariana como um procedimento comum para os nascimentos no Brasil. Foi difícil ter que responder por diversas vezes, durante a gestação, questionamentos sobre uma decisão que, para mim, deveria ser a normal. A cesariana é um recurso que pode e deve ser usado para salvar vidas e não uma decisão a priori. Meu filho veio ao mundo no À direita, Roberta, de 17 anos, que já é mãe de um menino de 1 ano e espera uma menina: "tirar eu não tiro"; Samantha, que tem 5 filhos e Caio: ele perdeu a visão aos 6 anos de idade dando uma nova dimensão à maternidade (à esquerda no alto); Helena e Joaquim: ela bancou ter parto normal e foi desafiada até o último momento tempo dele e do meu corpo, o tempo da natureza. Meu parto aconteceu quando tinha que acontecer. Tive uma gravidez saudável e não me assustei com nada. Eu tinha o domínio do meu momento. Tive coragem, sim, por ser contrária às intervenções tão comuns hoje em dia”. Helena, baseada na premissa de que ter filhos é um processo natural, ficou serena durante toda a gestação e parto. Ela complementa: “A natureza age e não precisamos intervir. Utilizei os modernos recursos da medicina para acompanhar minha gravidez e vibramos em acompanhar o desenvolvimento do Joaquim, desde os primeiros meses. Fiz as respirações, me apropriei do meu corpo e do processo e de tudo que sei e aprendi sobre a natureza num momento tão importante que é o nascimento. Meu filho é tranquilo e sereno e eu também estou assim, muito tranquila. O momento de minha maternidade era meu, do meu marido e do nosso pequeno filhinho. Foi corajoso porque nós já sabíamos que ele estava com o cordão umbilical em volta do pescoço, mas mantivemos nossa decisão e minha obstetra acreditou no seu saber e em mim, que era a mãe e absoluta dona de meu momento. Meu filho nasceu saudável, está lindo e com um mês de vida”. o filho é meu Entrevistamos algumas mães cariocas que vivem no Morro do Cantagalo, favela situada num dos mais famosos e caros bairros da cidade. Uma característica comum a todas é a ausência do pai de seus filhos como aliado na difícil tarefa de provê-los e educá-los. Pais não fazem parte das famílias que entrevistamos naquela comunidade, o que reforça o quadro de arranjo familiar muito comum e crescente no Brasil, de famílias formadas por mães e filhos sem a presença de cônjuge. “Pai não é parente”, nos disse uma das entrevistadas. “Pai, pra quem tem, é lucro”, nos disse outra. Samantha com seus cinco filhos: amor maior Encontramos Letícia, Bianca e Roberta, mães com muitas dificuldades e pobreza. Irmãs, filhas, mães no mesmo grupo familiar, que se dizem corajosas na defesa de seus filhos. Letícia, 32 anos, é mãe de quatro: Roberta (17), Taissa (12), Carlos (10) e Nicole (5). A irmã de Letícia, Bianca, uma bela jovem de 20 anos, é mãe de Andrei que tem um ano. Bianca comenta sobre sua gravidez e maternidade: “Foi horrível, porque a mulher precisa muito do pai da criança. Ele não era presente, não assumiu o filho alegando que não era dele. Registrei-o só no meu nome. O menino é meu filho e sonho que ele seja um oficial da Marinha”. Letícia trabalha como manicure e foi mãe pela primeira vez aos 14 anos. De todos os filhos, ela só tem ajuda do pai da Taissa, de 12 anos. Ela se queixa: “É muito difícil. Tudo sou eu, corro atrás de arranjar dinheiro. Recebemos uma cesta básica da Igreja Nossa Senhora da Paz que ajuda muito, mas o resto sou eu que arranjo com o meu trabalho”. Várias histórias entrelaçadas, de mulheres vivendo sozinhas com seus filhos. Roberta, uma adolescente de 17 anos, a mais velha de Letícia, já é mãe de um menino de um ano e está grávida de cinco meses de uma menina. Ela nos disse que o pai de seu filho está preso: “Se envolveu com o que não presta, não registrou o filho. Ele é registrado só no meu nome”. Sobre a menina que está sendo gerada, ela afirma com jeito de também menina: “Não tenho medo não. Meu primeiro filho nasceu no hospital Miguel Couto, e foi tão fácil que quase nasceu ali, nos bancos de espera”. Falando sobre a atual gravidez, diz: “O pai dela ainda vai fazer 20 anos e tem envolvimento com o tráfico. Sou corajosa e vou ter este filho sozinha, contando com minha família. Tirar filho eu não tiro. Crio com muita dificuldade, mas crio”. Claudete, uma mulher magra e bastante abatida, se diz hipertensa e que aguarda uma aposentadoria. 19 Danielle, 34 anos, mãe de sete filhos com idades entre 3 meses e 15 anos capa 20 No alto, Claudette, mãe de quatro filhos; acima, Bianca, de 20 anos, mãe de um menino de 1 ano. Circulava a nossa volta, pedindo para ser fotografada enquanto carregava portas de madeira para, segundo ela, “melhorar seu barraquinho”. A seu lado estava um belo menino de oito anos de idade, olhos esverdeados atentos a tudo. Mãe de quatro filhos, Claudete conta que perdeu a guarda de outro filho para o pai da criança: “Perdi por causa desse barraco em que vivo ser muito ruim. Vivo de uma cesta básica que ganho da Igreja e mais R$ 95,00 que ganho de pensão do menino. Os pais de meus outros filhos já morreram. O pai dos mais velhos, que já casaram e saíram daqui, (uma moça de 23 anos e um rapaz de 22), morreu de cirrose, de tanto beber, e o dos outros filhos morreu na vida do crime”. Claudete falou dos filhos com amor e carinho e se diz muito corajosa. Em nenhum momento queixou-se da ausência dos pais. Danielle, 34 anos, é nascida e criada na favela. É bastante conhecida por conta de sua prole de sete filhos, com idades que vão de 15 anos, o mais velho, a Rômulo com apenas um mês de vida. Filhos de dois pais diferentes: cinco de seu ex-companheiro com quem viveu 16 anos, e os outros dois de outra relação. Danielle não vive com nenhum dos dois pais de seus filhos. Junto com seus sete filhos, mora dividindo um pequeno cômodo com uma mulher que a abriga, sua ex-sogra, e nos diz que vive de doações e da soma da Bolsa Família e do Família Carioca, além de algum dinheiro que consegue fazendo bicastes numa barraca em Ipanema. E a história de Danielle, que teve seu primeiro filho aos 17 anos, se repete na sua filha adolescente: Samira, de 14 anos, está grávida. O pai da criança é um menino de 16 anos e não é seu companheiro. O sorriso alegre de Danielle é contagiante ao falar de seus filhos. Antônia, 54 anos, nasceu no Acre, foi criada em Sergipe e migrou para o Rio aos 19 anos. Ela nos diz: “Vocês estão precisando conversar com mulheres de coragem? Eu sou uma delas. Comecei a minha vida no Rio vindo atrás das minhas irmãs que já estavam aqui”. Trabalhando como doméstica, se casou aos 22 anos e aos 26 foi mãe de sua filha Priscilla. O pai da sua filha a abandonou quando, em busca de trabalho, foi viver na Serra dos Carajás e nunca mais voltou. “Passei a cuidar dela sozinha. Trabalhava como doméstica, e minha força era minha filha, por quem eu trabalhava o que fosse preciso para alimentá-la e educá-la. Eu morava na Rocinha, trabalhava no Flamengo, minha filha ficava comigo e só voltava pra casa nos fins de semana”. Antônia vivia em pequenos espaços alugados sem nenhum conforto, e lembra: “Eu alugava quartinhos e passei muitas dificuldades. Fui expulsa pela dona do quartinho quando minha irmã veio morar comigo. Quando minha filha tinha 5 anos, eu estava morando num quartinho alugado em que ratazanas invadiam. Eu dormia com medo e colocava peso em cima do vaso sanitário para que os ratos não invadissem. Não a abandonei em momento nenhum. Era a minha filha!”. Contando sua história, Antônia ressalta o quanto lutou para criá-la, conciliando trabalho e cuidados com a menina. “Passei por momentos muito tristes e contava muito comigo e com a ajuda e compreensão das patroas que me aceitavam com ela. Tive que ter muita coragem para chegar até aqui, e minha coragem veio da maternidade. Somos responsáveis pelas crianças que colocamos no mundo”. Força pela fé Celma é um dos mais fortes exemplos de mãe coragem que encontramos. Há trinta e um anos dedica-se a sua filha que aos dez passou de uma simples infecção de garganta a um quadro de encefalite, tendo ficado em estado de mutismo por alguns dias. Sua filha, Fabíola, é hoje uma moça e passou por diversos médicos, exames, pesquisas no Brasil e exterior até ter um diagnóstico definitivo das sequelas causadas pela encefalite que comprometeu todos os seus movimentos. Celma, mãe de mais dois filhos, nunca se deixou abater pelas dificuldades da filha que é muito inteligente, sensível e vaidosa. Quando tudo começou a mãe agarrou-se a uma fé cristã inabalável, aliou-se ao marido, filhos, amigos e Leticia, mãe de quatro filhos, com a filha mais nova e suas bonecas, e Roberta, de 17, que já vai lhe dar uma nova neta parentes, e passou a buscar a educação e socialização de sua filha. “No início eu reagi muito a colocar minha filha numa cadeira de rodas. Mesmo pequena como sou, minha força física aumentava muito para cuidar dela. Eu a colocava no meu colo e a transportava do carro para todos os lugares. Ela estudou até a oitava série e fez cursos de inglês e espanhol em casa”. A mãe sempre cuidou muito da filha e a via como uma força a mais para vencer barreiras. Fabiola é muito inteligente e não tem nenhuma sequela mental. Tem Àe junt vida social, familiar e vai com a família a todos os programas como clube, praia, reuniões festivas e religiosas. Com o uso da internet Fabíola tem acesso ao mundo globalizado e ficou facilitado seu contato com diferentes pessoas, fazendo amigos e até se apaixonando nos sites de relacionamento. A mãe coragem que Celma demonstra ser deu a sua filha muita segurança e também o reconhecimento de seus limites como, por exemplo, não poder realizar namoros virtuais. A mãe é bastante realista e nos diz que sua maior preocupação residia na sua morte e a do marido, mas não tem mais esta angústia. Por fé, crê e aconselha a outras mães a sua certeza: “Deus tem nos dado soluções nos momentos que mais precisamos. Não existe magia. Precisamos trabalhar, buscar recursos financeiros, mas como sempre Ele vai prover e colocar alguém com nossa filha. Não cobramos dos nossos outros filhos essa responsabilidade, pois acreditamos que Deus nos proverá”. À esquerda Celma e a filha Fabíola , há 31 anos lutando juntas; acima, o pai e marido que testemunha essa luta Sobre mães e coragem Ana Paula Brito Sempre que o assunto maternidade vem à tona, em algum momento acabo ouvindo, que sou corajosa. E sempre me pergunto: corajosa quem, eu? É uma maneira curiosa de ver as coisas. Não me sinto exatamente corajosa – de um modo geral – mas foram muitas às vezes em que a Renata e eu ouvimos comentários desta natureza. Renata é a outra mãe da minha filha Catarina. A mãe que gestou e amamentou, até o mês passado. Catarina está com 1 ano e 10 meses, é feliz, amorosa e dona de uma beleza irradiante (que filho não o é?). Escrevi aqui na Folha Carioca em maio de 2011, quando estávamos esperando ansiosamente pelo nascimento da minha filha e a maternidade ainda era uma expectativa. Voltando à questão da coragem, pensei: minha filha foi desejada, chegou na hora escolhida, com tudo preparado para recebê-la. Quando chegou, não bagunçou nossa vida, não quebrou nosso orçamento, não trouxe dificuldades. Tudo que ela trouxe foi uma felicidade absurda com sua presença abençoada. Onde está minha coragem? Só porque pode vir a acontecer de sermos hostilizadas em algum grau, em razão de sermos uma família homoafetiva? Quantos não são hostilizados pela condição social, por exemplo? O mundo não é gentil com os pobres. Qual a diferença? Só porque pode acontecer de minha filha ouvir na escola coisas do tipo “sua mãe é sapatão”, da boca de alguma criança-papagaio-de-pais-ignorantes? Quantas não ouvem “macaco, tição”, por serem negras? Qual a diferença? Em relação à maternidade, muito se fala em noites sem dormir e fraldas a trocar, como se residisse aí a coragem materna. Passei 9 meses imaginando as tais noites sem dormir, “até os 2 anos da criança”, segundo palpiteiros de plantão, e na prática isso nem aconteceu. Não sei se é questão de sorte, mas o fato é que minha filha sempre dormiu a noite toda e sofri em vão a expectativa. As noites mal dormidas se resumiram aos 20 dias em que ela sofreu de cólicas, deixando meu coração arrasado. (Quanto a isso sim poderiam ter me prevenido: coração arrasado). "Minha filha foi desejada, chegou na hora escolhida, com tudo preparado para recebê-la. Quando chegou, não bagunçou nossa vida, não quebrou nosso orçamento, não trouxe dificuldades. Tudo que ela trouxe foi uma felicidade absurda" Deveriam alertar as mães sobre questões realmente relevantes. Por exemplo: ninguém me avisou que eu ficaria num estado de sensibilidade tal que veria na minha filha recém-nascida todos os bebês do mundo. Ela era a materialização da mais profunda e genuína fragilidade humana. Quem estava ali na minha frente era um serzinho que não conseguia nada sozinho, nem mesmo virar a cabeça pra cima, caso se afogasse na banheira. E só vinham pensamentos terríveis na minha mente: “meu Deus, todos tão à mercê de toda sorte de atos desumanos... Que sorte tem a minha filha”. E a sensação de impotência quanto aos de má sorte? Ninguém me preveniu. Também não me contaram que seria um período em que eu choraria horrores, porque o milagre da vida ali na sua frente, provocando em você um tipo de amor até então inimaginável, com toda aquela fragilidade - e, ao mesmo tempo, uma força da natureza - tudo isso cai sobre a alma da gente como um grito. Impossível não ouvir. Impossível não chorar diante dessa grandeza. Ninguém me avisou que eu não ia ter tempo suficiente pra curtir aquele bebezinho de alguns dias, porque em muito pouco tempo ele já seria um outro bebê, de 2 meses. E depois um de 4. E 8, 12. Não me avisaram que eu teria uns 6 bebês até minha filha completar um ano, e que eu não teria tempo suficiente pra curtir cada um deles, tanto quanto eu gostaria. No máximo me disseram: passa tão rápido. E não é simples assim, não é só um tempo que passou rápido demais. Trata-se de perdas. Enfim, se existe coragem de minha parte em ser mãe, talvez ela consista em apenas uma coisa: amar incondicionalmente. É uma experiência realmente única e, com certeza, não é pra todo mundo. Mas não me sinto mais corajosa que uma mãe hétero, que tem o aval da sociedade pra exercer seu direito à maternidade e tem seu status de família reconhecido pelas leis tortas dos homens. Tudo isso eu e outras mães gays teremos lá na frente, afinal o mundo evolui, a despeito de. Gays, héteros, pobres, ricas, solteiras, casadas, estamos todas lutando pra deixar seres humanos melhores para o planeta, dando nosso melhor amor e nos preparando para o inevitável voo das nossas crias. Talvez por isso a palavra coragem seja um substantivo feminino. Mas eu sou apenas mãe. (Escrito por Ana Paula Brito, cuidando para se tornar desnecessária um dia, mas torcendo para demorar bastante, mesmo sabendo que o tempo vai voar...) 21 & CULTURA Luiz Antonio Guerreiro/Divulgação ARTE Luiz Antonio Guerreiro / Divulgação Vendedor de sonhos TEXTO_RICARDO 22 Divulgação LINDGREN Para os admiradores, Roberto Medina, seu idealizador, é ousado e determinado. Para os críticos, é megalômano e pretensioso. Ele se define como um sonhador teimoso, e crente em ideias que até a razão duvida. Seja como for, antes de Medina, ninguém conseguiu trazer o superastro Frank Sinatra ao Brasil. FC: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”. Você acha que a frase de Jean Cocteau – ou Mark Twain – define bem a sua forma de empreender? RM: O meu objetivo é sonhar o impossível, e tentar fazê-lo! Se não somos capazes de sonhar, não teremos vontade de tentar, e sem essa disposição, muito do que meu pai fez, do que eu fiz, e do que foi feito na ARTPLAN, não teria existido. É nesse contexto que vejo Dom Quixote, como figura de alta relevância para o mundo dos negócios. F C : Vo c ê é u m dos três filhos de Abraham Medina, um pioneiro no marketing e na comunicação. Lembra algum fato que mostre esse lado de empresário dinâmico e inovador? RM: Sim! Um dia ele achou que geladeiras e máquinas de lavar poderiam ter cores, Falou com os presidentes da Brastemp, e da GE, que argumentaram de forma cartesiana: “Linha branca, é branca! É assim em todo o mundo!”. Meu pai não se conformou! Alugou um galpão e passou a pinta-los por conta própria. Publicou o primeiro anúncio em cores em O Globo, e as pessoas fizeram fila na porta da loja para comprar. Depois do grande sucesso, as indústrias se renderam, e passaram a produzir a “linha branca” em cores, no Brasil e no Exterior. conta que já estávamos numa ditadura, argumentou que tinha falado a verdade. O general perdeu a paciência, e ameaçou tirar o programa do ar. Meu pai não se intimidou, e respondeu que falaria sobre democracia. Na segunda-feira seguinte, assim que começou, os militares cortaram a transmissão. Noite de Gala foi líder de audiência em diversos canais, por muitos anos. FC: Podemos dizer que seu pai também foi um pioneiro como empresário cidadão? RM: Meu pai dizia que as grandes empresas não deveriam focar apenas Arquivo pessoal / Divulgação O Rock in Rio é o maior festival de música do mundo. Nasceu em 1985, após longo período de ditadura militar, e o Rio se prepara para receber a sua 5ª edição nacional, em setembro próximo. Foram 12 edições mundiais nos últimos 30 anos, reunindo mais de seis milhões de almas. Conquistou o Brasil, Portugal e Espanha, levando múltiplos estilos musicais a diferentes plateias. Mais que um evento musical, é uma referência na divulgação das questões socioambientais, sob o slogan por um mundo melhor. FC: Ele também fez programas na televisão? RM: Com a chegada da televisão ao Brasil, meu pai importou inúmeros televisores dos EUA. Esperava um grande sucesso de vendas, mas não deu certo! O aparelho era caro, e os programas fracos. Ao invés de recuar, ele viu ali uma oportunidade, e resolveu produzir um programa de variedades, que chamou Noite de Gala, apresentado por Murilo Nery, com Flávio Cavalcanti, e grandes atrações nacionais e internacionais. Meu pai também comentava, e uma noite disse que a economia andava mal, e os negócios parados. Eram os anos 60, e um general disse que ele não podia falar aquilo. Sem se dar No alto cena do Noite de Gala, embaixo evento de o Rei da Voz, programas com a marca de Abraham Medina Luiz Antonio Guerreiro/Divulgação Grupo Queen em apresentação no Rock in Rio Iª edição de 1985 o público alvo, mas a população como um todo, promovendo atividades institucionais, capazes de gerar grandes negócios. O Rei da Voz realizava inúmeros eventos no Rio, e eu tinha 16 anos quando ele me incumbiu de levantar fundos para o Natal, que a Associação Comercial fazia com o Rei da Voz, algo como 2,5 milhões de dólares. Falei com todos, cheio de entusiasmo, mas voltei frustradissimo. Ele perguntou quanto eu tinha levantado, e respondi: “300 mil dólares”. Ele concluiu: "Ótimo! Eu nunca consegui um tostão e venho pagando tudo sozinho". Outra vez, recebemos uma fatura de 600 caminhões de água. Como não havia justificativa, fiquei desconfiado, e corri para informá-lo. Ele, calmamente, disse: "Pode pagar, está certo!" “Como?” Quis saber mais detalhes. Ele justificou que em função dos meses de forte seca, mandara irrigar o Aterro do Flamengo, por conta própria, sem alarde, e explicou que as empresas só prosperam quando têm atitude participativa e emocional com sua comunidade. O Mundo precisa de mais empresários como ele, com coragem de quebrar regras, e fazer diferente. Ousar é fundamental. Perde-se uma vez, leva-se um baque em outras, mas o balanço é positivo para todos: empresa, clientes, sócios, empregados, fornecedores, a cidade, o estado, e o país. FC: Você trabalhou em que empresas, como publicitário? RM: Comecei na MIDAS Propaganda, a house agency do Rei da Voz, que cuidava dos eventos, e da produção do Noite de Gala. Fiz de tudo! MIDAS foi uma escola, sem grandes teorias, mas com muita prática. Nasceu lá a minha paixão pelos grandes eventos. Depois, fui para a ARTPLAN, do Grupo VEPLAN, pertencente ao José Isaac Perez. Comecei em 1968, e também fiz de tudo. Acabei comprando o negócio, em 1972, e em 1974 fizemos uma grande reformulação, criando a ARTPLAN Promoções. Em 1977 mudamos para a sede própria na Fonte da Saudade, e hoje estamos na Barra. Resumindo: de uma pequena casa na Lagoa, onde oito pessoas se espremiam, nos tornamos uma das maiores agências do país, com realizações que marcaram época. FC: Como foi a história do Sinatra? RM: A Seagram encomendou uma campanha para o uísque Passport, e fizemos uma peça de testemunho de qualidade, com o David Nieven, ator de cinema de grande prestígio na época. Foi um sucesso, e as vendas aumentaram mil por cento. No ano seguinte, o desafio era superar esse patamar, e propusemos o Frank Sinatra. O cliente, incrédulo, disse que o Sinatra nunca tinha feito um comercial na vida. Respondemos que era bom, justamente, por isso! Fui pessoalmente aos EUA, e o Sinatra topou! No meio da conversa, perguntei por que ele nunca tinha ido cantar no Brasil. O empresário dele pegou uma pasta enorme com dezenas de tentativas fracassadas, e disse que não havia como viabilizar. Na mesma hora, falei que eu mesmo cuidaria do assunto, e que ele faria no Brasil, o maior show da sua vida. Voltei pra casa, fui à luta, e trouxe o homem! Sinatra cantou para 140 mil pessoas no Maracanã, em janeiro de 1980 FC: E a Árvore de Natal da Lagoa? RM: Em 1990 a Bradesco Seguros queria fortalecer sua imagem no Rio de Janeiro. Meu pai dizia que muitas vezes a propaganda bate no teto, e não há mais o que falar para trazer retornos expressivos aos investimentos. Aí, é preciso inventar, fazer o que nunca foi feito, com bom senso, mas assumindo alguns riscos. Foi assim que apresentamos a ideia desse gigante iluminado, flutuando na Lagoa Rodrigo de Freitas. Deu certo, e hoje o Natal do Rio começa quando ela é acesa e termina quando é apagada. Os pais levam seus filhos, os turistas chegam de todas as partes, e a mídia fala nela o tempo todo. FC: Como nasceu o Rock in Rio? RM: A Brahma queria rejuvenescer a sua marca, e lançamos a Malt 90, uma cerveja para o público jovem, que chegou a ter 14% do mercado. Creditados pelo êxito, apresentamos o projeto do Rock in Rio, uma loucura total, desde a sua concepção! O local seria totalmente aterrado; Tudo construído do zero. Não havia know how nacional para o evento. O ingresso médio teria que custar 7,5 vezes menos que o padrão europeu, e 10 vezes menos que o americano. Além dos cachês astronômicos, teríamos um custo extra de deslocamento, para trazer as atrações internacionais ao Brasil. Era para não dar certo, mas com o suporte da Brahma, da Rede Globo, e de outras empresas, viabilizamos o projeto! Um público de 1.380.000 pessoas, um milhão a mais que Woodstock, até então o maior evento do gênero no mundo. Financeiramente, perdi no primeiro, empatei no segundo, e a partir do terceiro, o evento se tornou superavitário. A lamentar, a demolição da "Cidade do Rock" logo após o termino da primeira edição, por ordem do então governador Leon el Brizola, mas o importante é que criamos uma marca de expressão nacional e internacional, atendemos às expectativas dos patrocinadores, promovemos as cidades, e os países que nos acolheram, e deixamos uma lembrança inesquecível na memória de milhões de seres humanos. FC: E quais as novidades em 2013? RM: São muitas novidades! A Street Dance, inspirada nas ruas de New York, onde dançarinos vão competir, em animadas batalhas. A Rock Street, que esse ano traz os ritmos da Grã-Bretanha e Irlanda. Serão 60 artistas por dia, mostrando o sapateado irlandês, o rock britânico, a música celta, além de mágicos, caricaturistas, malabares, burlesque, e um mundo de atrações. Queremos gerar um benefício para a Cidade do Rio de Janeiro, através do projeto social “Lixo no Lixo. Rio no Coração. Ajude o Rock in Rio a espalhar essa ideia”. Nosso objetivo é uma economia de 20% dos custos de gestão do lixo urbano, revertida em dezenas de creches para a população. A partir de uma grande campanha que faremos juntos com os cariocas, exercendo um compromisso de cidadania. Nossa venda de ingressos bateu o recorde mais uma vez: 455 mil vendidos em 4 horas e 4 minutos, esgotando o total de 595 mil, 5 meses antes da realização do festival. O Rock in Rio, muito mais que um público fiel, tem fãs absolutos, que se identificam com o espírito do evento, e não abrem mão da experiência, do convívio, da emoção, da festa. São mais de 8 milhões e 200 mil seguidores nas redes sociais, em todo o mundo, e o nosso site (www. rockinrio.com/rio) recebe uma média de 150 mil visitas, por dia. 23 Divulgação Árvore de Natal da Lagoa 2008 ARTE & CULTURA Animação no Paraíso Maré Cheia de Cinema: cultura e ecologia em comunidade caiçara 24 Pelo terceiro ano consecutivo as luzes coloridas do projetor competiram com o céu estrelado para maravilhar crianças, pescadores, turistas e cinéfilos nas areias de Ponta Negra, Paraty. Localidade sem luz elétrica, cercada por natureza exuberante, aonde só se chega de barco. TEXTO_ FOTOS_ TED CELESTINO PAULO VELOZO E RICARDO GUERREIRO Embalado pela divina trilha sonora do mar e do vento o Coletivo João do Rio realizou de 28 a 31 de março deste ano, apenas com apoio da comunidade e parceiros, sem nenhum patrocínio oficial, mais uma edição do Maré Cheia de Cinema, quatro dias de exibição nas areias e de oficinas construtivas e integradoras. A mostra contou com mais de trinta filmes de produção nacional, todos de classificação “livre”. Longas, entre eles o clássico “O pagador de promessa”, de Anselmo Duarte, e o infanto-juvenil “Eu e meu guarda chuva” de Toni Vanzolini. Curtas como “A velha a fiar”, de Humberto Mauro, e “Descendentes da Terra” de Ronald Almenteiro. Muitas animações como “Miau!”, de Felipe Almeida” e “O Macaco e o Rabo” dos alunos de Animação-UFPE-CAA, além dos vídeos Maré Cheia 2012 e 2013 produzidos durante os eventos. Nem a chuva que caiu forte nas noites de sexta e sábado, dias 29 e 30, diminuiu o interesse do público. A rapaziada do Coletivo girou a tela na areia para que todos pudessem assistir a projeção de dentro do bar do Leley, que virou um verdadeiro cinema. Na oficina de animação stop motion, com o animador Quiá Rodrigues, as crianças puderam criar seus personagens e começaram a perceber que todos são capazes de fazer cinema. Todas as manhãs o professor de educação física Pierre Gomes movimentou as areias e as matas com suas Oficinas AME - Arte Movimento e Ecologia - com participação de cerca de 60 crianças em cada dia. Uma das muitas atividades foi sinalizar os caminhos da Comunidade com placas de cunho ecológico, criadas pelas próprias crianças. Em Ponta Negra a canoa caiçara é como um “fusca”, todas as famílias têm uma e se aprende a remar desde muito pequeno. Essa tradição foi vivenciada intensamente no sábado à tarde, durante a Corrida de Canoa Caiçara, que teve a participação tanto de meninos quanto de meninas, jo- Legenda vens e adultos que competiram pelas medalhas com apoio de torcidas que gritavam e aplaudiam sem parar. Do alto da pequena encosta que rodeia a praia os moradores mais velhos acompanhavam e torciam por seus “meninos”. No domingo a noite foi exibido durante a mostra o filme produzido no dia anterior e que também pode ser visto no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=jC8i18xUbfw . Segundo Ronald Almenteiro, produtor do Coletivo João do Rio, o objetivo de realizar essa 3ª edição mesmo sem patrocínio oficial foi: “Perpetuar o sonho de promover o cinema nacional, a identidade da comunidade caiçara local de Ponta Negra, a construção humana a partir e através das crianças que conceberão o futuro, como a partir e através de seus anciãos que tanto viveram, viram e que nos revelam as origens deste santuário. Não menos, pelas pessoas de qualquer idade atuantes amorosamente na preservação de tanto existir e saber. Nós, Coletivo João do Rio, vamos trabalhar para realizar uma 4ª, 5ª, 6ª e sempre A Corrida de Canoa Caiçara, coordenada por Pierre Gomes, reforça as tradições da comunidade e teve participação entusiástica de remadores todas as idades edições de Maré Cheia de Cinema. Inteiramente gratuitas, exibindo filmes e oferecendo oficinas para a alegria e formação da criançada, deleite e orgulho desta população e navegantes do mundo.” A população de Ponta Negra, cerca trezentas pessoas em sessenta famílias, abraça este projeto com entusiasmo e conta com a continuidade dele. E o pessoal do Coletivo João do Rio também pretende mobilizar as comunidades vizinhas para levar e produzir cultura e ecologia em outras praias. “Temos profunda vontade de perpetuar o sonho de promover o cinema nacional e a identidade da comunidade caiçara local de Ponta Negra.” diz Ronald, do Coletivo João do Rio As oficinas AME – Arte Movimento e Ecologia – mobilizaram mais de 60 crianças Nicole, do Coletivo, e meninas caiçaras criam placas de cunho ecológico para todas as manhãs do evento sinalizar os caminhos de Ponta Negra 25 arte & cultura GARIMPO CULTURAL Vida e morte do comandante da Guerrilha do Araguaia 26 Comunista, teórico de peso e militante exemplar, Maurício Grabois foi recentemente homenageado com uma biografia póstuma escrita pela filha, Victória Lavínia Grabois. A obra é formada por relatos da autora sobre a luta de Maurício por mais liberdade e justiça para os brasileiros, pela democratização do país e contra a ditadura civil-militar, e também sobre o convívio da própria família com a política da época. A ideologia dos atingidos e a dos golpistas de 1964, a barbárie da repressão de todas as formas como perseguição, clandestinidade, cassação, prisão, tortura, exílio, morte e desaparecimento de centenas de brasileiros, a luta dos resistentes que permanecem em busca da verdade e da justiça, tudo isso é descrito com emoção muito especial de uma filha orgulhosa e militante incansável. Deputado Constituinte na bancada comunista de 1946, Maurício completaria 100 anos em 2012. Aos 62, foi assassinado pelo Exército Brasileiro como comandante-chefe da Guerrilha do Araguaia, batalha que resultou em dezenas de mortes: jamais encontraram o seu corpo. Seu pai, seu irmão e seu marido. Essas foram as maiores perdas da autora que luta, há mais de 30 anos, para que o Estado brasileiro investigue as atrocidades cometidas pelos agentes públicos envolvidos nos crimes con- tra a humanidade e também pelo cumprimento da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que garante o acesso à informação e a abertura dos arquivos da ditadura militar para esclarecimento sobre o desaparecimento de seu pai. Confira! Um tour pelos museus do Bairro Imperial Que tal fugir um pouco das praias cariocas e reviver a história do Rio de Janeiro de forma descontraída? A Zona Norte abre as portas para a 5ª edição do “Turismo Cultural no Bairro Imperial de São Cristóvão”, um passeio por instituições científico-culturais que vai encerrar as atividades da 11ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Nos dias 18 e 19 de maio, das 10h às 16h, o Museu Nacional, o Museu Militar Conde de Linhares, o 1° Batalhão de Guardas, o Museu de Astronomia e Ciências Afins e o Club de Regatas Vasco da Gama (*) receberão visitantes com atividades especiais como a apresentação da peça teatral “O Fantasma de Jaques DeMolay” (20 min), às 14h, no Centro Cultural Maçônico do Supremo Conselho do Brasil, que também faz parte do circuito. Exposições de blindados, apresentações da Banda Sinfônica do 1ºBG e observação das maravilhas do universo através de telescópios construídos no início do século XX são algumas das atrações desse imperdível fim de semana. Para participar dessa viagem, vá até a Quinta da Boa Vista, ou compareça a um dos museus e instituições dentro da programação, e embarque em ônibus exclusivos ao circuito. É gratuito! Tema 2013 da 11ª Semana Nacional de Museus: “Museus (Memória + Criatividade) = Mudança Social” * O estatuto do clube veta o acesso em suas dependências com vestimenta de qualquer outro clube do Brasil. G UIA DELIVERY * Que tal saborear a culinária oriental sem sair de casa? Festas de aniversário, eventos sociais ou aquele jantarzinho especial podem contar com o delivery do Restaurante Kioto, o especialista em alimentação saudável e exótica. Além do maravilhoso e variado cardápio japonês, você pode optar por algumas das maravilhas dos pratos chineses como carne desfiada com Gohan com moyashi ou carpaccio de salmão e atum. Entregas em até 45 minutos De segunda a quinta: 18h às 23h | Sexta-feira: 18h às 00h Sábado: 12h às 00h | Domingo: 12h às 22h (21) 21 2225-5705 / 21 2205-9197 www.restaurantekioto.com.br / [email protected] Rua Ministro Tavares de Lira, 105 • 3º andar • Flamengo • Rio de Janeiro * Promoção somente para delivery Sabores exóticos do oriente para a sua casa Delícias árabes no conforto do lar COMIDA ÁRABE Aceitamos cartões Entregamos em domicílio Desfrute as delícias da melhor comida árabe da Zona Sul sem deixar o conforto do seu lar. Caftas, coalhadas, combinados árabes, abobrinhas, berinjelas e pimentões recheados, todo o cardápio do Stambul está disponível para entrega em aproximadamente 30 minutos. Aproveite a promoção delivery: peça um carneiro com arroz e lentilha e ganhe ½ porção de homus e 2 pães sírios. Faça o seu pedido diariamente das12h às 23h30. (21) 2235-1886 - 2256-1992 Rua Domingos Ferreira, 221 – Loja B Copacabana – Rio de Janeiro – RJ (21) 3435-1797 Rua Gomes Carneiro, 112 – Loja B Ipanema – Rio de Janeiro - RJ 27 www.restaurantestambul.com.br A melhor pizza da Zona Sul Leblon: (21) 2259-4444 Ipanema: (21) 2521-2121 www.pizzaexpressrio.com.br Sua casa limpa e higienizada em os am a Sul g e r n Ent da Zo to * Promoção válida somente para entrega e não cumulativa Com 22 anos de tradição, o Pizza Express dedica-se a atender o seu pedido, de forma especial, sempre preocupado em transformar a sua vontade em realidade. Pepperone, vegetariana e Romeu & Julieta são alguns dos sabores que podem bater a sua porta, e com ingredientes extras! Para inovar, aproveite nossa linha light com massa integral e mussarela de búfala. Experimente a qualidade e a rapidez do nosso atendimento, um dos melhores da Zona Sul. 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OSWALDO MIRANDA [email protected] Dona de casa – mulher invisível 28 Uma foto de Margareth Thatcher na cozinha, mexendo com panelas e uma frase das muitas por ela proferidas quando premier da Inglaterra, me motivaram ao texto que se segue. A foto aqui está, e a frase é a seguinte: "Uma mulher que entenda os problemas de administrar uma casa, poderá entender os problemas de administrar um país”. Mês de maio, de Maria, das Mães, da dona de casa... E então vem à minha lembrança a saudosa amiga Graciete Santana. Tinha um sonho: a dona de casa ser reconhecida como profissão, tema em sua pauta diária na Rádio Copacabana. Neste mês costumava movimentar campanhas e promoções dedicadas às mães. A ideia era obsessão de Graciete. "Ninguém me dá ouvidos, Miranda". É que Graciete falava demais. Chegava a ser chata, boquirrota... Divulgou o que pretendia com um mundo de pessoas, gente por ela julgada influente, mas que não lhe dava maior atenção. Tentou Emilinha Borba, no auge, esperando sensibilizá-la, tendo em vista a imensa popularidade da cantora, ídolo, unanimidade. Não deu. Agora, com a lei das domésticas, quem sabe? Haja oportunidade para a lembrança ser apreciada por algum parlamentar. Estou lendo no Metrô: "30% das mulheres deixam o emprego para cuidar de filhos". Pesquisa do Sesc mostra também que brasileiros acham que mães devem ficar em casa. Uma noite ouvi a Fátima Bernardes falar sobre o trabalho invisível da dona de casa soltando com o poder do Jornal Nacional uma deixa muito boa. Mulher invisível. Vejo no Globo: “Horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos: homens, 5,6, mulheres, 23,3”. É pouco. Estatística... Marido sai para o trabalho. Na casa, toda a carga nas costas da mulher: filhos, deveres da escola, banho, alimentação, cozinha, lavagem de roupa, limpeza da casa, levar, trazer filhos da escola, supermercado, compras, saúde, uniforme, fogão, lavar, passar roupas, costurar, remendar, feira... Lembrança de minha saudosa Iracema, ela que deu toda a completa formação no caráter do nosso filho (eu 12 horas fora de casa!), a partir do jardim de infância Marechal Hermes, as mães comentando a impecabilidade do uniforme do menino, até no bordado do nome José Luiz. Fim do dia, cansaço e... só. Para onde foi o saldo do dia estafante, mão de obra pesada? Diluiu-se. Margareth Thatcher: “Quam administra bem uma casa, pode administrar bem um país”. Falou e disse... Tirei do Metrô: "Em famílias com filhos pequenos, o homem deve trabalhar e a mulher ficar em casa cuidando das crianças. De tudo! É o que pensa a maioria dos brasileiros de acordo com a pesquisa "Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Públicos e Privado", realizada pela Fundação Perseu Abramo e pelo Sesc. Que repercuta a proposta: dona de casa passa a ser profissão reconhecida pelas leis trabalhistas. E a doce Graciete Santana irá dar saltos de alegria lá na nuvem em que habita. Pena não ter conseguido uma foto sequer dessa mulher, atual, saudosa, amiga nas lides jornalísticas e radiofônicas, de antanho... Quanto à baronesa Thatcher, obrigado pela deixa e que descanse em paz. O tomate, quem diria? Assim o consumidor viu o tomate nas prateleiras dos supermercados, qual uma pedra preciosa, mais brilhante do que a safira, a esmeralda, o rubi – elevado, pelo preço astronômico, à condição de símbolo da inflação brasileira, coisa inimaginável pelos humildes lavradores lá de Paty do Alferes... G ISELA GOLD [email protected] VOGUE: "Capa com Michelle Obama - How the first lady and the president are inspiring America". A partir da franjinha... PEDOFILIA NA IGREJA: para o Papa Francisco, até agora, não são quatro os pontos cardeais e sim três, a saber: Roger Mahony, EUA, Keith O'Brien, Escócia e Sean Brady, Irlanda, todos na mira de Sua Santidade... VEJA: Capa - Vida de rainha. “Uma investigação do Planalto mostra como Rosemary Noronha vinha se esbaldando com o poder que recebia de Lula”. Sempre ele... O GLOBO: Carol Knoploch informa: “200 milhões de reais é o lucro aproximado que a cidade de São Paulo tem em cada edição da Formula I”. Nós? Ficamos no pit stop... FANTÁSTICO: Sensacional reportagem de Sonia Bridi, mostrando o caos do campo ao porto, rodovias esburacadas, ferrovias projetadas e não terminadas, falta de armazéns, prejuízos bilionários com as safras de soja e de milho, canceladas pela China. De que vale sermos recordistas mundiais, se só com a soja perdemos nas exportações 6 bilhões e meio por ano! E as hidrovias? Insisto: Hay gobierno? HOJE: “Falta de chuvas faz diminuir o volume de água do rio São Francisco, sendo até possível, em algumas partes, caminhar a pé em seu leito, tal a baixa do nível”. Sabia que o rio tem sua nascente na Serra da Canastra, em Minas Gerais, que ele é dos maiores do mundo e cuja transposição irá levar sua água a várias partes do nordeste. Falta de chuvas? TRIBUNA DE PETRÓPOLIS: “Serrano perde seu estádio e não vai disputar a Terceirona”. Se há notícias que me doem, esta é uma delas... EXTRA: “O mergulhador Bill Warren vai entrar fundo em tudo quanto é mar em busca do corpo de Osama Bin Laden, pois não acredita que ele esteja morto mesmo”. Que tal uma ajudinha de Netuno, das Nereidas, Iemanjá, as sereias? ANCELMO: “A Agencia Nacional de Transportes Terrestres autorizou ontem (12.4.10) a obra de duplicação da rodovia Rio-Petrópolis”. A atual, de subida, é de 1928, nossa primeira rodovia moderna, governo Washington Luiz, e não comporta mais o volume de tráfego, especialmente das enormes carretas”. Que venha logo a obra! O GLOBO: "Para conter a inflação, BC volta a subir juros”. Assim, até eu, caras pálidas. HOJE: "Neste outono as pessoas (nós, claro) sofrem com a amplitude térmica”. O que é isso? Alteração constante entre as temperaturas altas e baixas. Assim entendem os meteorologistas de plantão, viu? ÉPOCA: "Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura: Dilma não deveria apoiar uma fraude eleitoral. Governos democráticos não devem se tornar cúmplices de governos autoritários. "Mas Dilma foi a Caracas e abraçou Maduro calorosamente... ele, que venceu por apenas 1,7%... Simba Simba gostava era de papel. Ali cabia sílaba, borboleta, beijo, palavrão, soneto, piscina cheia e vazia, música pra violão, silêncio, desespero e fantasia. Se gente não tinha, inventava. Voz, tom de pele, cep, altura, data de morte e jeito na vida. Simba cresceu assim. Sem ver, já conhecia. Sem ter, já sabia. Sem dizer, já podia. Papel, com os anos, amarela. Que nem livro velho. E as almas dos velhos marinheiros de Cabral e suas palavras, Simba mantinha no presente. Que é pra se defender da maresia do tempo. Do tédio que enverga as pálpebras. Poema ele usava de colírio. Pra saber de cor os olhos de menino. Simba mete medo nas moças direitas. Mas Simba também não quer. Gosta mesmo é de trapezista. Não dirige que é pra andar na corda até ficar bamba. Dia desses, Simba encasquetou que andava dodói das ideias. Vai ver tinha que olhar um só ponto do quadro negro. Perdia rápido o olho. Tinha foco era nada. Menino cismou de procurar cura de si mesmo. Pra ficar que nem os outros. Ei, Simba. Vai se perder da caravela. Nela só anda quem não presta. Que prestar é etiqueta de coisa. Simbora se perder nesse mundo tamanho g. Tua vida é da largura do teu olho esbugalhado de tanto que quer comer. 29 B IJUX IN THE BOX [email protected] Dá-lhe, delegada! 30 Na MMO – Minha Modesta Opinião – temos os melhores atores depois daqueles de Hollywood. Não é brincadeira, não, nem patriotada. É que a gente acompanha o trabalho de profissionais do melhor gabarito, todos os dias, nas novelas e séries, e encaramos com muita naturalidade o fato de nos deixar encantar com tantos personagens. Nem nos damos conta de que entramos no clima das novelas porque os atores nos conduzem. Digo isso pensando na delegada Helô, de Salve Jorge. Incrível como a bela Giovana Antonelli conseguiu uma identidade total com uma personagem difícil, que, se pensarmos bem, é o que segura a novela desde o início. Claro que tem aí a perspicácia da autora Glória Peres, na criação de cenas e diálogos verossímeis. Mas a composição da delegada – com seus trejeitos de autoridade, sua postura, o modo de olhar que demonstra segurança, a mania de repetir as frases -, isso é criação da Giovana. Tá bem, tem a direção, os cenários, a iluminação, a maquiagem, todo um trabalho excelente de bastidores. Mas , data venia (aprendi isso com o STF julgando o Mensalão), o que nos faz gostar ou detestar, e em ambos os casos não tirar os olhos da TV, são mesmo os atores. Vamos dividir a responsabilidade. Todos os personagens são insólitos e difíceis, apesar de representarem gente de carne e osso que todos nós encontramos por aí. Nisso está a magia da autora – e seus assistentes. No entanto, tem gente que está extrapolando em matéria de talento. O que a Dira Paes fez – faz – da sanguínea Lucimar é incrível, assim como o que Zezé Polessa faz da perplexa e apavorada Berna. E tem a Totia, brilhante como Vanda/Adalgisa, grande vilã, par a par com a Claudia – sempre correta -, e com a atriz que faz a Creuza, empregada doméstica da delegada. E tem o Nero, um Stê- Cuidado com o letter Letter é o nome daquelas tarjas embaixo do vídeo que resumem a notícia dada pelos apresentadores – pelo menos é assim que o Datena chama essas vinhetas. Pois bem: as emissoras todas deveriam ter mais cuidado com a redação desses resumos. Os erros de português, de digitação e até de informação são frequentes. Às vezes dá pra notar que alguma coisa foi digitada erradamente, e aí vemos que logo se faz a correção. Como na GloboNews escrevendo Yankes em vez de Yankees, e logo nio bem trabalhado naquele tipo de sedução pelo avesso que deixa louca a delegada. Mas, nada como a própria delegada. Sei que corro o risco de ser parcial, mas me parece que pela primeira vez (será?) papéis que seriam considerados secundários é que fazem a festa na nossa telinha. Os principais – Morena, o capitão Téo, a tenente Érica e o seu triângulo amoroso – parecem já estar consolidados no nosso imaginário, e só esperamos pra ver no que vai dar. O improvável triângulo Ziá, Bianca e Aila cumpre o doloroso dever de preencher lacunas da trama geral (é o que parece, e mesmo assim os atores os tornam interessantes). Mas, de novo: nada como a delegada. Com poucos recursos cênicos – sempre numa sala de delegacia, ou na sua (dela) casa – e com a tarefa de nos envolver e manter viva nossa atenção, Giovana criou uma delegada igualzinha a uma delegada. corrigindo – em matéria sobre jogo em Nova Iorque, de homenagem aos mortos em Boston. Mas na maioria das vezes a coisa passa despercebida pelos editores – mas não por nós, telespectadores. problemas em São Gonçalo, Caxias, Belford Roxo etc. Tá bom, tem também os parceiros do RJ, em algumas regiões da cidade do Rio. Mas estes também se dedicam a materinhas positivas sobre comunidades e suas atrações turísticas. Fica faltando uma ação mais incisiva sobre bairros – não só sobre as comunidades (favelas). Sugiro, por exemplo, mais atenção com as trapalhadas das obras do BRT, e com as obras ainda nem iniciadas no terrenão que vai receber a Jornada da Juventude Católica, ambos na região de Guaratiba – Santa Cruz. RJ Móvel O bom jornalismo do RJ TV às vezes me parece proteger a Prefeitura do Rio. Deve ser só uma impressão. O fato é que o RJ Móvel, que vai até os bairros cheios de problemas e cobra ações das “otôridades” só encontra (e muitas vezes ajuda a resolver) 31 C armen pimentel | língua portuguesa [email protected] Onde está o erro? O Ministério da Língua Portuguesa adverte: usar a palavra ONDE, sem ler a bula antes, pode causar problemas graves ao seu texto! Este é o fenômeno do momento: muita gente boa, hoje em dia, resolveu usar o ONDE sem se preocupar com o seu valor semântico, retomando um termo citado anteriormente sem a ideia de lugar físico, espacial, que a palavrinha possui. Políticos, jornalistas, esportistas, alunos adotaram o modismo e utilizam o termo indiscriminadamente, causando revoltas aos ouvidos mais cautelosos! Estava eu na fila para entrar no barracão da Mangueira, vésperas de Carnaval, muita animação, quando ouvi a seguinte declaração de amor à escola: “Estou aqui na Mangueira onde é minha escola preferida!” (sic) 32 O que acontece aqui? ONDE retoma o termo “Mangueira”. Para o falante, naquele momento, Mangueira era o local em que ele se encontrava. Sendo um local, a palavra escolhida foi justamente aquela que se refere a lugares = ONDE. O que causou, então, a má escolha do mangueirense? O ONDE retomou um termo que parecia exprimir ideia de lugar, mas que, na verdade, não tinha essa função na oração em que ele estava. Analisemos! Essa frase possui duas orações: “Estou aqui na Mangueira.” e “A Mangueira é minha escola preferida.” Para unir as duas orações e evitar a repetição da palavra Mangueira, o sambista escolheu o pronome relativo ONDE, mas de maneira totalmente equivocada! Na segunda oração, “Mangueira” não dá ideia de lugar, mas de sujeito, do qual se fala algo. Dessa forma, a melhor escolha seria usar a palavra QUE: “Estou aqui na Mangueira que é minha escola preferida!” Agora sim! Para usar o ONDE, a frase teria que ser outra: “Estou aqui na Mangueira onde ficarei até o sol raiar!” (Ficarei na Mangueira até o sol raiar = ideia de lugar). Mais uma situação! Outro dia li a seguinte frase: “Vivemos uma época muito difícil, onde impera a violência gratuita”. E mais esta: “A infância é uma fase maravilhosa, onde a criança está sempre pronta para descobrir a vida!” O que essas frases têm de errado? Se ONDE é palavra que se refere a um lugar físico, não pode, portanto, ser usada nessas duas situações anteriores, já que “época” e “infância” não são lugares físicos, mas temporais. Mais exemplos de uso indevido do ONDE: “Fiz uma escolha onde sei que será melhor para mim.” (melhor usar QUE) “O que se observa são crianças nas ruas trabalhando, onde deveriam estar estudando.” (melhor usar QUANDO) Outra dúvida recorrente para muita gente: onde ou aonde? Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento (dirigir-se, ir, levar, etc.). Equivale a dizer “PARA ONDE” ou “A QUE LUGAR”. Aonde você vai? Aonde está nos levando? Você pretende chegar aonde com esta atitude? Logo, com os verbos que não dão ideia de movimento, emprega-se ONDE. “Moro onde não mora ninguém” (Agepê e Canário) Onde estão meus óculos? Não sei onde deixei meu celular... Também por esses exemplos, podemos perceber que ONDE transmite ideia de lugar (Em que lugar estão meus óculos?). Percebeu? Então, a partir de agora, tome cuidado ao escolher o ONDE para construir suas frases, evitando cometer tal gafe! H ARON GAMAL [email protected] Ilíada e Odisseia, a fundação do humano e a inauguração da literatura Pouco se sabe a respeito de Homero, até mesmo a cidade onde teria nascido é palco de controvérsias. O período em que a Ilíada e a Odisseia foram escritas também é outro ponto para discussão. Alguns pesquisadores acham que os poemas são do século VIII a.C., enquanto outros apontam o século VII e até mesmo o VI. O consenso é de que esses dois poemas épicos são os fundadores da literatura ocidental, ainda mantendo intensa atualidade. A Ilíada descreve e narra a Guerra de Troia, desde as suas motivações, a genealogia dos deuses, dos heróis, os detalhes das batalhas e o intrincado conluio entre os habitantes do Olimpo e os homens. A Odisseia já trata da vida de um homem, Odisseu, mais conhecido como Ulisses, seu nome latino. Atualmente, nas livrarias, é possível encontrar os dois livros em edições muito bem cuidadas. A Ilíada, em capa dura e arte final perfeita, traduzida por Odorico Mendes, famoso intelectual brasileiro que viveu no século XIX, é da Ateliê Editorial. A tradução é tão bem resolvida que se tornou modelo entre aqueles que desejam seguir essa muitas vezes ingrata carreira de tradutor. A Odisseia já aparece em edição mais simples, porém bilíngue e também muito bem acabada, traduzida pelo conhecido professor Trajano Vieira, com posfácio de Ítalo Calvino; a editora é a 34. Na Odisseia há ainda inúmeras notas, a geografia do Mediterrâneo à época em que se passaram a guerra de Troia e as viagens de Ulisses (calcula-se que a guerra tenha ocorrido entre 1300 e 1200 a.C., logo seis ou sete séculos antes de se transformar em literatura), e o sumário dos cantos. O motivo da Ilíada, como todos sabem, é a fuga de Helena (mulher de Menelau, rei de Esparta) e Páris para Troia (alguns afirmam que ela teria sido raptada), o que motivou uma espécie de aliança entre várias cidades-estados da Grécia para acorrer à Ásia menor e trazê-la de volta. Só que, entre marchas e contramarchas, a guerra dura dez anos. Os gregos combatem sob o comando de Agamêmnon. Já a Odisseia narra a volta de Ulisses a Ítaca, ilha governada por ele. Mas o herói, autor do cavalo de madeira que enganou os troianos e tornou possível aos gregos a vitória, leva vinte anos para conseguir retornar a sua ilha, somando o tempo que durou a guerra. Ele sofre no percurso todo o tipo de atribulações. Enquanto a Ilíada é pungente porque além de cantar a vitória das hostes aliadas ressalta a desventura dos que morrem em terra estrangeira, a Odisseia nos aponta o percurso de um homem e sua solidão. Apesar do caráter heroico atribuído a Odisseu, não há quem não se identifique com ele quando se trata dos problemas humanos. O herói é levado cada vez para mais longe de casa; experimenta a ameaça de monstros inimigos, feiticeiras, sereias, tempestades e naufrágios. Seus companheiros vão pouco a pouco perdendo a vida pelo caminho e, quando consegue voltar para casa, Ulisses chega sozinho e em nau estrangeira. Além disso, precisa disfarçar-se para tramar a vitória sobre os pretendentes que assediam sua esposa. Como havia duas décadas que partira e jamais dera notícias, muitos achavam que ele morrera enquanto navegava de volta a sua Ítaca. A viagem de Ulisses é tão tormentosa que ele chega a ir ao Hades – na mitologia grega é a terra dos mortos –, onde reencontra muitos dos seus companheiros que pereceram no campo de batalha, como Ajax e Aquiles. Também descobre entre os mortos sua mãe, que ainda vivia quando ele partiu para a guerra. Em algumas paragens, o herói também é recompensado com a lealdade e a amizade, como entre os feácios. Estes o acolhem, enchem-no de presentes e o transportam de volta a Ítaca. Outro episódio interessante ocorre logo que ele desembarca e vai à própria casa apresentando-se como um estrangeiro que pede abrigo, disfarce para driblar os pretendentes de sua mulher. É reconhecido por Argos, seu cachorro, que já tem vinte anos de idade. O animal se agita ante a aproximação do herói, dá demonstração de fidelidade e morre logo em seguida. Uma criada também o reconhece. Uma vez que era costume entre os gregos ofertar banho aos estrangeiros, a criada que o leva reconhece a cicatriz que ele possui num dos joelhos, fruto de um acidente que sofreu quando criança ao acompanhar o avô na caça ao javali. Apesar de ambas as histórias terem como pano de fundo a guerra, principalmente a Ilíada, vemos diversas demonstração de amor, lealdade e amizade. Ressalte-se o sentimento do herói, Ulisses, que nos ensina como é difícil viver como estrangeiro, pior ainda na própria terra. Embora os leitores de primeira viagem possam encontrar alguma dificuldade no começo, a leitura de ambos os livros pouco a pouco se torna mais fluida e agradável. Ler esses dois clássicos da literatura acaba tornando -se não apenas uma questão de cultura, mas de humanidade. 33 O nde encontrar BOTAFOGO Budha Spa Botafogo Av. Lauro Sodré, 445/G3 e G4 – Shopping Rio Sul Tel.: 2295-7941 OX Fitness Club Mourisco Praia de Botafogo 501 OX Fitness Club Praia Praia de Botafogo, 488 21 2295-2211 COPACABANA Banca do Babau Rua Inhangá esquina c/ NSC Banca Tia Vânia Rua Xavier da Silveira, 45 Banca Xavier da Silveira Rua Xavier da Silveira, 40 Empório Occhiali Rua Siqueira Campos, 143 – Loja 141-142 Espaço Brechicafé R. Siq. Campos 143 - loja 31 Tel: 2497-5041 34 Graça Brechó Av. N.S.Copabana 959 - Loja E Ao lado do Cine Roxy Le Chic Optique Av. N.S.Copa., 267 Livraria Nobel Rua Barata Ribeiro, 135 Tel.: 2275-4201 Helena's Studio R. Siqueiro Campos, 143/lj 25 Rest. Príncipe de Mônaco Rua Miguel Lemos, 18- Loja A Shopping 195 Av. N.S.Copacabana, 195 Sorveteria Lopes Av. N.S.Copa., 1.334 - loja A Theatro Net Rua Siqueira Campos - N° 143 - 2º Piso. Copacabana FLAMENGO República Animal R. Marquês de Abrantes, 178 lj. B Tel.: 2551-3491 / 2552-4755 GÁVEA 15ª DP – Gávea R. Major Rubens Vaz, 170 Tel.: 2332-2912 Banca da Bibi Shopping da Gávea 1º piso Tel.: 2540-5500 Banca da Gávea R. Prof. Manoel Ferreira, 89 Tel.: 2294-2525 Banca Dindim da Gávea Av. Rodrigo Otávio, 269 Tel.: 2512-8007 Banca Feliz do Rio Rua Arthur Araripe, 110 Tel.: 9481-3147 Banca New Life R. Mq. de São Vicente,140 Tel.: 2239-8998 Banca Planetário Av. Vice Gov. Rubens Berardo Tel.: 9601-3565 Banca Speranza Praça Santos Dumont, 140 Tel.: 2530-5856 Ações de Rua • Livrarias • Bancas • Cafés • Restaurantes • Espaços Culturais • Lojas cadastradas • Academias Supervídeo Rua Visconde de Pirajá, 86 lj.C e D 21 2522-6893 Via Verde R. Vinicius de Moraes, 110, LJ. C Wash Club Visconde de Pirajá, 12, loja D Banca Speranza Rua dos Oitis esq. Rua José Macedo Soares JARDIM BOTÂNICO Carlota Portella Rua Jardim Botânico, 119 Tel: 2539-0694 Casa da Táta R. Prof. Manoel Ferreira,89 Tel.: 2511-0947 Le pain du lapin Rua Maria Angélica, 197 Tel: 2527-1503 Chaveiro Pedro e Cátia R. Mq. de São Vicente, 429 Tels.: 2259-8266 Posto Ypiranga Rua Jardim Botânico, 140 Tel:2540-1470 Igreja N. S. da Conceição R. Mq.de São Vicente, 19 Tel.: 2274-5448 Supermercado Crismar Rua Jardim Botânico, 178 Tel: 2527-2727 Menininha Rua José Roberto Macedo Soares, 5 loja C Tel.:3287-7500 Posto BR – loja de conveniência Rua Mq. São Vicente, 441 Restaurante Villa 90 Rua Mq. de São Vicente, 90 Tel.: 2259-8695 LAGOA Bistrô Guy Rua Fonte da Saudade, 187 LARANJEIRAS Casa da Leitura Rua Pereira da Silva, 86 Mundo Verde Rua das Laranjeiras, 466 – loja D 3173-0890 HUMAITÁ Banca do Alexandre R.Humaitá esq. R.Cesário Alvim Tel.: 2527-1156 IPANEMA Armazem do Café Rua Maria Quitéria, 77 Banca do Renato Rua Teixeira de Mello, 30 Budha Spa Ipanema Rua Visconde de Pirajá, 365/B, Sobreloja 201 Tel: 2227-0265 Centro Cultural Laura Alvim Av. Vieira Solto, 176) Mundo Verde Rua Visconde de Pirajá, 35 LEBLON Armazém do Café Rua Rita Ludolf, 87 Tel.: 2259-0170 Banca Canto Livre Rua Gen. Artigas, s/nº Tel.: 2259-2845 Banca do Mário Rua Gen. Artigas, 325 Tel.: 2274-9446 Banca do Vavá Rua Gen. Artigas, 114 Tel.: 9256-9509 Banca Rainha R. Rainha Guilhermina,155 Tel.: 9394-6352 Banca Scala Rua Ataulfo de Paiva, 80 Tel.: 2294-3797 Banca Top Rua Ataulfo de Paiva, 900 esq. Rua General Urquisa Tel.: 2239-1874 Budha Spa Leblon Rua General Urquiza, 102/ 6º andar Tel.: 2249-5647 Café com Letras Rua Bartolomeu Mitre, 297 Café Hum Leblon Rua Gen. Venâncio Flores, 300 Tel.: 2512-3714 Central de Compras do Leblon Av. Ataulfo de Paiva, 556 Centro Empresarial Leblon Av. Ataulfo de Paiva, 204 LEME Maison 25 Haute Coiffeur Rua Roberto Dias Lopes, 25 Quiosque Espaço OX Av. Atlântica, Posto 1 SANTA TERESA Banca Chamarelli Rua Áurea, 02 Banco do Lgo. dos Guimarães Largo dos Guimarães s/nº Bar do Gomes Rua Áurea, 26 Cidade do Leblon Av. Ataulfo de Paiva, 135 Bar do Mineiro R. 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