UFF/MEB
Curso: Medicina
Disciplina: Epidemiologia - II
Introdução às medidas matemáticas
e Medidas de frequência das
doenças
Ilce Ferreira
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Medidas de frequência



1. Freqüência absoluta – simples contagem
2. Freqüência relativa – razões, proporções, coeficientes e
taxas
Freqüência absoluta – não permite
comparações
2
Razão

Uma medida matemática básica

Divisão entre duas quantidades

Proporções, coeficientes, taxas e a própria no sentido epidemiológico são razões

O numerador não está contido no denominador

Exemplo.1: Razão de sexos – masculinidade
No Brasil em 2007, estima-se haver 93211072
homens e 96124115 mulheres
RM = 93211072 / 96124115 = 0,97
Ex.2: Razão 260/280 de pureza do DNA
Razão de masculinidade = 93211072 / 96124115=0,97
3
Proporção

É uma razão

Na qual o numerador está contido no denominador

Pode ser expressa na forma decimal, fração ou percenutal.

Por definição uma proporção , varia entre 0 (0%) e 1 (100%), expresso em
percentual.

Exemplo:

Proporção de homens na população brasileira

No Brasil em 2007, estima-se haver 93211072 homens e 96124115 mulheres.
4
Proporção de homens = 93211072 /93211072 + 96124115=0,49
Taxa
Medidas de Incidência de doenças:

Taxa (Rate): É o potencial instantâneo para mudança na
condição de doença (tornar-se um caso) por unidade de
tempo, em um dado período, relativo ao tamanho da
população livre de doença.
- Expressa a força ou a magnitude da morbidade da
doença naquela população;
- Refere-se estritamente a uma população, não tendo
interpretação ao nível individual;
- É expressa em unidades de pessoa-tempo, onde a
unidade de medida de tempo pode variar (pessoaano, pessoa-dias)
- Não tem limite superior, variando de 0 a infinito
Taxa
Medidas de Incidência de doenças:

Taxa (Rate):
Como a taxa instantânea de doença é muito difícil de
ser operacionalizada a cada momento do tempo, a
Epidemiologia trabalha com taxas médias para um
determinado período, também denominadas de
Densidade de incidência.
Taxa
- Taxa (Rate): É uma medida da mudança instantânea em
uma quantidade (Y) por unidade de mudança de outra
quantidade (X) que é, geralmente, o tempo.
Ex: A velocidade de um automóvel em um dado momento
é uma taxa, expressa como distância por unidade de
tempo: 50 km/hora.
Densidade de Incidência (DI); taxa
de incidência

Mede a ocorrência de casos novos de doença por
unidade de tempo, em determinado período, em
relação ao tamanho da população sob observação
naquele período. Dá um a idéia da magnitude ou
força da doença em uma população.
DI = I/PT
I = nº de casos novos que ocorreram durante o período de
seguimento
PT = é a quantidade de pessoa-tempo de observação
experimentada pela população em risco (livre de doença)
durante o período de seguimento.
Pessoa-Tempo
Como realizar o cálculo de pessoa-tempo?
1.
Somando o período de seguimento de todos os indivíduo
que compõem a população.
PT = Soma dos tempos individuais de seguimento.
2. Multiplicando o tamanho da população pela duração do
período de seguimento. PT = N (△T).
N – Tamanho da população
△T – Duração do período de seguimento.
Pressupostos: * A dinâmica da população é estável (com
tamanho
e
composição
etária
estáveis)
e
geograficamente localizadas.

TAXA DE INCIDÊNCIA
Calcule a taxa de incidência da doença.
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TAXA DE INCIDÊNCIA
DI
= 5 casos  70 pessoas-ano
= 0,0714 casos/pessoa-ano
= 7,14 casos/100 pessoas-ano.
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INCIDÊNCIA
• Mede a frequência de casos novos de uma
doença em determinado local e tempo.
N de casos novos da doença
população sob risco
“Só a incidência mede o risco de
adoecimento em uma população.”
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Medidas de Incidência de
doenças

Incidência Cumulativa (IC); Cumulative Incidence:
Consiste na proporção de pessoas de uma população
que adoeceram durante um período de tempo. Mede
o risco de um indivíduo da população adoecer,
durante aquele período de tempo:
IC = I/N0
I - Nº de casos novos (ou incidentes)
N0 - nº de indivíduos livres da doença no início do
período.
INCIDÊNCIA

Incidência Acumulada
• Número de casos novos de uma doença em
uma população fechada (estática)
• MEDE O RISCO DIRETAMENTE, pois é uma
proporção
14
INCIDÊNCIA ACUMULADA
• Ex.: estudo de Evans et al., 1978: de 482 mulheres usuárias
de contraceptivos orais, 27 desenvolveram bacteriúria entre
1973 e 1976. Isto resulta numa incidência acumulada de
bacteriúria de 27/482 ou 5,6% neste grupo de mulheres,
durante o período de 4 anos considerado.
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INCIDÊNCIA

Densidade (ou Taxa) de Incidência
• Número de casos novos de uma doença em
uma População aberta (dinâmica)
• MEDE O RISCO INDIRETAMENTE, pois não é
uma proporção
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PREVALÊNCIA
• É uma proporção que mede a freqüência dos
casos existentes de uma doença em uma
população
Casos novos + casos antigos
N de casos existentes da doença
população
17
PREVALÊNCIA

Prevalência Pontual ou Instantânea
• Medida dos casos novos e antigos da doença em
um ponto (instante) no tempo
• “Fotografia aérea”

Prevalência no Período
• Medida dos casos novos e antigos da doença
seguida do acompanhamento da população por um
período, para a soma dos casos novos
• “Fotografia aérea + filme”
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EXEMPLO


No Brasil, no ano de 1996, foram
registrados 17.775 casos novos de AIDS
e já estavam em tratamento 109.168
pessoas. Com uma população estimada
de 157 milhões neste ano, pode-se dizer
que:
A prevalência da AIDS no Brasil no ano
de 1996 foi de:
17.775 (casos novos) + 109.168 (casos antigos )
157 milhões
= 80 casos por 100.000 habitantes
Pontual ou
no período?
19
INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA
P = I x D
20
INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA
21
INCIDÊNCIA E
PREVALÊNCIA
• Casos novos
• Casos novos + antigos
• População sob
risco
• População total
• Mede risco
• Pode ser
proporção ou taxa
• Não mede risco
• É sempre
proporção
• Adequada para
doenças e eventos
de curta duração
(agudos)
• Adequada para
doenças e eventos
de longa duração
(crônicos)
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Medidas de Freqüência
Exercício - I:
2. Leia atentamente as seguintes afirmativas para identificar qual (ais) são
as medidas de freqüência de doenças. Justifique sua resposta
argumentando se a medida é uma taxa ou uma proporção e quais suas
características.
A.
O nº de homens adultos em São Paulo identificados com câncer de
pâncreas durante o ano de 1980, dividido pelo nº total de homens
adultos em São Paulo em 1980.
B.
O nº de morte súbita na infância no Rio de Janeiro em 1980 dividido
pelo nº de nascidos vivos em Rio de Janeiro em 1980.
C.
O nº de crianças nascidas com defeito cardíaco congênito em Niteroi
em 1980 dividido pelo nº de nascidos vivos em Niteroi em 1980.
D.
O nº de pessoas que residiam em Niteroi em 1º de janeiro de 1980, e
que desenvolveram câncer de colon durante o ano de 1980, dividido
pelo total de pessoas livre de doença que eram residentes em Niteroi
em 1º de janeiro de 1980.
E.
Nº de crianças míopes com menos de 13 anos de idade em Niteroi em
1º de julho de 1980, dividido pelo nº total de crianças com menos de
13 anos em Niteroi em 1º de julho de 1980.
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Incidência e Prevalência