BRICOLAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA: CRIAÇÃO DE INSTRUMENTOS PARA O
ENSINO E A APRENDIZAGEM DE MODELOS ATÔMICOS
Sandra Cristina Oliveira NOGUEIRA1 - [email protected]
Gllen Wertbley Gonçalves VERA1 - [email protected]
Paula Maria Melo da SILVA1 - [email protected]
João Paulo de Souza BEZERRA1 - [email protected]
Marcelo Jacques PAMPOLHA1 - [email protected]
Jorge Raimundo da Trindade SOUZA2 - [email protected]
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Universidade Federal do Pará (UFPA)
Universidade Federal do Pará / Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas
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Resumo: O termo bricolagem, que vem do francês “bricolage”, é usado em atividades em que você edifica
material para seu próprio uso ou consumo. Este trabalho objetiva apresentar o desenvolvimento de modelos
atômicos com a finalidade de facilitar a visualização, a explicação e a previsão de comportamentos de
sistemas atômicos, sendo utilizados como instrumentos facilitadores do ensino de Química. A estratégia de
ensino tem como objetivo o desenvolvimento do raciocínio e de argumentações motivando os processos
de ensino e aprendizagem. A metodologia abordada seguiu os seguintes procedimentos: seleção do conteúdo
de modelos atômicos, pesquisa bibliográfica, construção de materiais didáticos, criação dos instrumentos e
apresentação em sala para alunos do curso de Licenciatura em Química da UFPA. Alguns instrumentos
utilizados foram construídos na disciplina de Instrumentação Para o Ensino de Química, como por exemplo: a
criação de uma aula multimídia com animações, uso de palavras cruzadas e analogias. Os resultados da
investigação apontam que todos os licenciados, alunos da disciplina de Instrumentação Para o Ensino de
Química, consideram os instrumentos apresentados pertinentes e de grande utilidade para o ensino do conteúdo
de modelos atômicos, tendo em vista que todos foram participativos e mostraram-se estimulados, demostrando
que esses instrumentos podem deixar as aulas mais atrativas e de fácil compreensão. Esta pesquisa revelou que
os instrumentos utilizados no ensino do conteúdo em questão o tornaram mais compreensível e de fácil
entendimento para os discentes, uma vez que as dinâmicas proporcionam um ambiente favorável à construção
do conhecimento.
Palavras-Chave: Ensino de Química. Modelos Atômicos. Bricolagem.
INTRODUÇÃO
O ensino de química foi por muito tempo ministrado de forma tradicional, os educadores
utilizam de forma sequencial os conteúdos que apresentam os livros didáticos e cumprindo assim o
conteúdo programático, consequentemente a visão do aluno sobre a Química quanto ciência, será
como uma disciplina de difícil compreensão, cheias de fórmulas e decorativa. “Dessa forma, o
processo de ensino e aprendizagem não deve mais objetivar pela memorização, mas sim primar pelo
desenvolvimento do ato de pensar, refletir, para que o aluno possa se expressar corretamente e seja
capaz de identificar e solucionar problemas tomando decisões conscientes e responsáveis” (LIMA
FILHO, et al. 2011, p. 170). Com o intuito de resolver esse problema, e “para que haja uma
aprendizagem significativa sobre a Química, é preciso ultrapassar esses limites, buscando novos
métodos de ensino, novas alternativas e recursos inovadores que possibilitem aos educandos criarem
seus conceitos” (LIMA FILHO, et al. 2011, p. 168).
Os conteúdos de ciências em geral, são totalmente voltados para o dia-a-dia e partindo desse
princípio, existem diversos métodos que interligam diretamente o ensino com o cotidiano. Com isso
o presente trabalho utilizou a bricolagem como método para apresentar o desenvolvimento de
modelos atômicos com a finalidade de facilitar a visualização, a explicação e a previsão de
comportamentos de sistemas atômicos, sendo utilizados como instrumentos facilitadores do ensino
de Química: um jogo de palavras cruzadas, analogia e uma aula multimídia com o uso de animações.
Segundo Kishimoto (1996, apud Benedetti Filho et al., 2009, p. 88) “uma se refere à função lúdica,
ou seja, o jogo relacionado com a diversão, ao prazer; e outra, à função educativa, na qual está
envolvido o pedagógico, o educativo” e “sobre as possibilidades de uso de softwares educacionais,
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entende-se que alguns deles podem ser considerados como ferramentas que auxiliam o aluno a
raciocinar a respeito de certos fenômenos” (EICHLER e DEL PINO, 2000, p. 835).
De acordo com Souza (2011, p. 15), “o termo bricolagem, que vem do francês “bricolage”, é
usado em atividades em que você edifica material para seu próprio uso ou consumo”. Para Denzin e
Lincoln (2006, p.20 apud NUNES, 2014) relata que a bricolagem é aquela que desenvolve múltiplas
tarefas, estas com cunho procedimentais, isto é, quando o pesquisador transmite e trabalha utilizando
diferentes estratégias em seu trabalho.
OBJETIVO
A estratégia de ensino tem como objetivo, o desenvolvimento do raciocínio e de
argumentações motivando os processos de ensino e aprendizagem, através das ferramentas utilizadas.
O lúdico proporciona ao aluno buscar soluções e explicações para a resolução do jogo, que o mesmo
consiga interpretar a analogia utilizada sobre a teoria de Dalton e através da aula multimídia que as
animações ilustram os conceitos que são abstratos, facilitando a compreensão do aluno tanto
quantitativa e qualitativamente. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar e analisar o
desenvolvimento de modelos atômicos com a finalidade de facilitar a visualização, a explicação e a
previsão de comportamentos de sistemas atômicos, sendo utilizados como instrumentos facilitadores
do ensino de Química.
METODOLOGIA
Inicialmente, seguiu-se os seguintes procedimentos: seleção do conteúdo de modelos
atômicos, pesquisa bibliográfica, construção de materiais didáticos, criação dos instrumentos e
apresentação em sala para alunos do curso de Licenciatura em Química da UFPA.
Os instrumentos utilizados foram desenvolvidos na disciplina de Instrumentação para o
Ensino de Química e são eles: a criação de uma aula multimídia, uso de palavras cruzadas e analogia.
As palavras cruzadas (Figuras 1 e 2) foram elaboradas em cima da temática selecionada, onde
cada palavra continha um conceito sobre o conteúdo e cada palavra tinha sua respectiva dica que
auxiliava a decifrar o conceito.
A aula multimídia foi elaborada com slides e animações (Figuras 2, 3 e 4), onde os discentes
observaram os elétrons movimentando-se na eletrosfera, ouviram diálogos onde os grandes cientistas
“debatiam” suas teorias, com isso as animações facilitaram a visualização de alguns efeitos.
A analogia foi elaborada de uma forma simples o qual ilustrou o modelo atômico de Dalton,
onde foi distribuída uma folha de papel em branco e se pediu que os alunos dividissem a folha até
onde fosse possível. Essa analogia serviu para explicar que, segundo Dalton, o átomo seria a menor
parte da matéria, pequena e indivisível.
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Figura 1- Representação do jogo de palavras cruzadas.
Figura 2- Representação das dicas do jogo de palavras cruzadas.
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Figura 3- Representação de uma animação utilizada no slide, o movimento os elétrons (Parte1)
Figura 4- Representação de uma animação utilizada no slide, o movimento os elétrons (Parte2).
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Figura 5- Representação de uma animação utilizada no slide, o movimento os elétrons (Parte3).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir do conceito de bricolagem que fala sobre como “fazer você mesmo” seu próprio
instrumento de trabalho, o mesmo tem o propósito de incentivar profissionais da educação a buscar
novas abordagens metodológicas para serem desenvolvidas em sala de aula e desta forma relacionar
teoria e prática. Para Nunes (2014 apud DENZIN e LINCOLN, 2006, p. 20) relata que a bricolagem
é aquela que desenvolve múltiplas tarefas, estas com cunho procedimentais, ou seja, quando o
profissional transmite e trabalha utilizando diferentes estratégias que neste trabalho as ferramentas
utilizadas foram o jogo de palavras cruzadas, analogia e aula multimídia com o uso de animações,
como estratégias para favorecer o ambiente de trabalho que seria desenvolvido o conteúdo de modelos
atômicos. Nesse sentido foi possível observar, que por meio dos instrumentos utilizados em sala para
os alunos do curso de Licenciatura em Química, foi possível compreender e visualizar a explicação
do comportamento de sistemas atômicos.
Os resultados da investigação apontam que os discentes consideraram todos os instrumentos
apresentados pertinentes e de grande utilidade para o ensino da Química. A analogia e aula multimídia
apresentadas em sala de aula, mostrou que os alunos aprenderam melhor quando se associava palavras
e imagens, do que somente a palavra.
No momento que foi desenvolvido o jogo, os discentes relacionaram o conhecimento cognitivo
que já possuem aliando a função lúdica com a função educativa, organizando a estrutura cognitiva
sobre o conteúdo desenvolvido referente a modelos atômicos. Todos os alunos foram participativos
e interessados, mostrando que esses instrumentos podem deixar as aulas mais atrativas e de fácil
compreensão. Neste trabalho foi possível observar que as ferramentas utilizadas no ensino do assunto
em questão o tornaram mais compreensível e de fácil entendimento para os discentes, uma vez que
as dinâmicas proporcionam um ambiente favorável à construção do conhecimento.
CONCLUSÃO
A pesquisa desenvolvida mostrou resultados satisfatórios, pois observou-se que os
instrumentos são uma importante ferramenta de auxílio para a ação do professor. Os recursos
didáticos propostos no trabalho, quando devidamente apresentados, manuseados e aplicados devem
ser utilizados como uma ferramenta de ensino, pois facilitou o ensino do conteúdo de modelos
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atômicos. E estes recursos utilizados funcionaram como ferramentas que ajudaram a facilitar a
compreensão e o desenvolvimento do raciocínio do aluno.
Por meio dos instrumentos os discentes visualizaram e entenderam melhor o comportamento
dos sistemas atômicos, contribuindo para uma maior aprendizagem proporcionando o
desenvolvimento do caráter investigativo pela simbologia do que está representado e também a
curiosidade pelo material. O que ajuda também a tirar o aluno da passividade das aulas de ensino de
química e proporciona um maior diálogo e interação entre professores e alunos.
REFERÊNCIAS
EICHLER, Marcelo; DEL PINO, José Claudio. Computadores em Educação Química: estrutura
atômica e tabela periódica. Química Nova, Porto Alegre, v. 23, n. 6. 2000.
BENEDETTI FILHO, Edemar. et al. Palavras cruzadas como recurso didático no ensino de teoria
atômica. Química Nova na Escola, vol. 31, n 2, p. 88-95, maio 2009.
LIMA FILHO, Francisco de Souza. et al. A importância do uso de recursos didáticos alternativos no
ensino de Química: Uma abordagem sobre novas metodologias. Enciclopédia Biosfera, Centro
Científico Conhecer. Goiânia. vol.7, n 12, 2011.
NUNES, Aline, sobre pesquisa enquanto da bricolagem, reflexões sobre o pesquisador como
bricoleur, Santa Maria, v,7, n.1, p. 30-41. Mai/ago.2014.
SOUZA, Jorge Raimundo da Trindade. Instrumentação para o Ensino de Química. Ed. da UFPA,
Belém, 2011.
Ensino da Química (ENQUI).
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