São Paulo, sábado a segunda-feira, 22 a 24 de agosto de 2015
Página 7
2º Caderno
www.netjen.com.br
Quarenta por cento das
brasileiras entre 50 e 69 anos
não fazem mamografia
Divulgação
Cerca de 60% das mulheres brasileiras entre 50 e
69 anos de idade fizeram mamografia em 2013.
Esse e outros dados sobre a saúde da mulher
estão na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS),
divulgada pelo IBGE
pesquisa foi feita em parceria com o Ministério da Saúde
para ampliar o conhecimento sobre as características de
saúde das brasileiras, que são maioria na população (51,9%)
e as principais usuárias dos serviços de saúde.
Os dados são relativos a mamografias feitas até dois anos
antes da pesquisa e revelam que a realização do exame – para
detectar câncer de mama – foi mais frequente entre mulheres
brancas (66,2%) do que pretas (54,2%) e pardas (52,9%) e mais
frequente entre aquelas com grau superior completo (80,9%), do
que entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental
completo (50,9%).
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Ruffo
de Freitas Junior, o acesso ao exame melhorou muito no país
nos últimos anos, mas ainda está abaixo do recomendado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 70% das mulheres
nessa faixa etária fazendo mamografia periodicamente.
“Além disso, a qualidade do exame é fundamental. Com o
Programa Nacional de Mamografia funcionando na maioria das
cidades, tenho certeza que nossos índices de mortalidade vão
cair nos próximos anos”, comentou Freitas Junior, ao destacar
a importância do acesso ao tratamento adequado do câncer de
mama em todo o território nacional. “Acredito que com tudo
isso em um futuro próximo estaremos ao lado de países como
Estados Unidos e Inglaterra, mostrando redução da mortalidade
por câncer de mama, que ainda é alta no Brasil”, disse.
O Norte foi a região com menor percentual de mulheres que
fizeram o exame (38,7%), seguido pelo Nordeste (47,9%),
Centro-Oeste (55,6%), Sul (64,5%) e Sudeste (67,9%). Segundo
o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o
terceiro mais frequente em mulheres no Brasil e responde por
22% dos casos novos a cada ano.
• Papanicolau - A pesquisa do IBGE entrevistou as mulheres
também sobre o exame Papanicolau, que detecta o câncer
de colo do útero. Quase 80% das brasileiras entre 25 e 64
anos fizeram o exame nos três anos anteriores à pesquisa. Os
maiores percentuais estão nas regiões Sul (83%), Sudeste
(81,1%) e Centro-Oeste (80,9%), que apresentaram percentuais acima da média nacional. No Norte a taxa foi 75,5% e
no Nordeste 75,1%. Dentre o grupo que nunca fez o exame,
45,6% declararam não achar necessário, 20,7% nunca haviam
sido orientadas para fazer o Papanicolau e 9,7% declararam
ter vergonha de fazê-lo.
• Aborto e gravidez - Quase 70% das brasileiras entre 18 e
49 ficaram grávidas alguma vez na vida e a idade média da
primeira gravidez é 21. Os dados mostram que quanto menor
o grau de instrução, mais precoce foi a primeira gravidez.
Nas regiões Norte e Nordeste, mais de 72% das mulheres
na faixa etária avaliada já havia engravidado, enquanto na
Região Sudeste esse indicador era 66,1%.
O acompanhamento médico da gestante e do bebê, o pré-natal,
foi feito para 97,3% das brasileiras grávidas em 2013 e 97,7%
fizeram pelo menos uma ultrassonografia ao longo da gestação.
Quase 65% fizeram exame de sangue para sífilis e 88,8% para
HIV. Cerca de 45% das mulheres fizeram parto normal e o percentual mais elevado foi verificado na Região Norte (59,8%) e
entre mulheres sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (65,3%). Das mulheres que fizeram cesariana, 53,5%
marcaram com antecedência a data do parto ainda no período
pré-natal. A pesquisa avaliou os partos feitos entre janeiro de
2012 e julho de 2013.
Pouco mais de 2% das mulheres na faixa etária avaliada relataram
ter provocado um aborto. Desse grupo, aproximadamente 61%
relataram que faziam uso de métodos contraceptivos. O aborto
provocado foi mais frequente entre as mulheres com menor grau
de instrução (2,8%) e mulheres pretas (3,5%). No recorte regional, a Região Sul registrou o menor percentual (1%) de aborto
provocado e a Região Nordeste (3%), o maior.
De acordo com o estudo, cerca de 15% das entrevistadas
disseram ter sofrido abordo espontâneo em 2013. O percentual
maior (21,1%) foi verificado entre as mulheres sem instrução ou
com ensino fundamental completo. Entre as mulheres com nível
superior completo, 11,7% sofreram aborto espontâneo.
• Obesidade - A pesquisa constatou também que o aumento
da obesidade no país afetou principalmente as mulheres: uma
em cada quatro brasileiras (24,4%) com mais de 18 anos é
obesa. A média nacional é é 20,8% e entre os homens o índice
cai para 16,8%. Em dez anos, a obesidade entre as mulheres
com mais de 20 anos passou de 14% em 2003 – segundo a
Pesquisa de Orçamentos Familiares –, para 25,2% em 2013,
aumento de 11,2 pontos percentuais. Já entre os homens,
o crescimento foi menor: 8,2 pontos percentuais (de 9,3%
para 17,5%).
O acúmulo de gordura abdominal também é mais frequente
no sexo feminino, atingindo 52,1% das mulheres e 21,8% dos
homens. O oposto ocorre em relação a hipertensão arterial, que é
mais comum entre os homens (25,3%) do que entre as mulheres
(19,5%), atingindo 22,3% da população.
A dona de casa carioca Maria Clara Souza, 30 anos, engordou
dez quilos nos últimos três anos e está fazendo acompanhamento
médico para emagrecer. “Depois que meu filho nasceu, parei de
fazer exercício e descuidei da dieta”, disse ela. “A verdade é que
sai mais barato e prático comer porcaria industrial do que fazer
uma comidinha saudável”, acrescenta (ABr).
Divulgação
Mais da metade dos partos cesáreos são
marcados com antecedência, no pré-natal
adequada, sem que a mulher
sequer entre em trabalho de
parto, aumentam a probabilidade de surgimento de
problemas respiratórios para
o recém-nascido, em 25%
os óbitos infantis neonatais
e triplicam o risco de morte
materna”. De acordo com o
ministro, o Ministério da Saúde
recomenda que a forma de
nascimento seja decidida, de
forma conjunta, entre a mulher e o profissional de saúde
(médico, enfermeira obstetra,
obstetriz).
Por meio da estratégia Rede
Cegonha, o governo tem incentivado o parto normal
humanizado e intensificado
a assistência integral à saúde
de mulheres e crianças, desde
o planejamento reprodutivo,
passando pela confirmação da
gravidez, pré-natal, parto, pósparto, até o segundo ano de vida
do filho. Dos 2.905.789 partos
no Brasil em 2012, 55,6% foram
por cesarianas. Já dos 1.877.505
partos no SUS, 40% foram
por cesarianas. Dos 502.812
partos realizados na saúde
suplementar, 84,6% foram por
cesarianas.
A Pesquisa estimou em 13
anos a idade média da primeira
menstruação, sem distinção
entre as Grandes Regiões do
País. Contatou-se que do total
de mulheres de 18 a 49 anos,
sexualmente ativas nos últimos
12 meses, 61,1% fez uso de
métodos anticoncepcionais,
69,2% ficaram grávidas alguma
vez na vida e a idade média
da primeira gravidez foi de 21
anos. O SUS garante o acesso
a vasectomias e a laqueaduras,
além da compra e distribuição
gratuita de diversos métodos
contraceptivos. De 2011 a 2015,
foram distribuídos 2,4 bilhões
de preservativos masculinos,
77,6 milhões de cartelas de pílulas combinadas, 1,4 milhão de
unidades de DIU, entre outros
métodos.
Pesquisadores encontram restos
de mão mais antiga do mundo
Foram descobertos os fósseis mais
antigos de uma mão humana na história. Os restos, que pertencem a
um ser similar ao homem moderno,
datam de 1,84 milhão de anos atrás
e foram encontrados na Garganta de
Olduvai, na Tanzânia. A novidade foi
apresentada na revista “Nature Communications” por um grupo do Instituto de Evolução da África de Madri,
coordenado pelo pesquisador Manuel
Domínguez-Rodrigo.
Waldir Chao (*)
O número de shopping
centers no Brasil tem
crescido em um ritmo
bem interessante
ano de 2013 entrou
para a história do setor
como o período no qual
observamos o maior número de
inaugurações: 37 novos shoppings, com média de um centro
comercial inaugurado a cada
duas semanas. Atualmente, o
País conta com 522 shoppings
em operação e, até o final deste
ano, são esperados 24 novos
empreendimentos, segundo
a Abrasce.
E por que os shoppings se
tornaram tão populares? A
concentração de lojas diversificadas, serviços e opções
de lazer se traduzem para os
clientes como comodidade,
conveniência e economia de
tempo – questões-chave no dia
a dia das pessoas. Mas a equação não é tão simples. Quando
falamos de fatores-chave de
sucesso para um shopping
center, sempre pontuo o que
chamo de “os três ‘S’ do shopping”: seguro, sustentável e
surpreendente.
Esses itens, trabalhados de
forma integrada, são capazes
de cativar e fidelizar os clientes. A segurança é um atributo
fundamental, uma das premissas do shopping center, que
vem evoluindo, acompanhando as tendências do setor e
inovando para trazer respostas
mais rápidas em tempos cada
vez menores. A segurança nos
centros de compras também se
traduz em preocupação com a
prevenção de acidentes e com
o bem-estar dos visitantes.
Já as práticas de sustentabilidade evoluíram, e hoje
fazem diferença para lojistas
e consumidores que, cada vez
mais, notam como ações de
economia de água, tratamento
de esgoto e reciclagem de lixo
impactam de forma positiva o
dia a dia de todos. O público
enxerga que essas ações, além
da contribuição ambiental,
refletem a percepção de cidadania e a preocupação com a
comunidade.
Já surpreender o cliente
– oferecendo novas marcas,
O
A
Mais da metade dos partos
cesáreos realizados nos país
são agendados, enquanto a
grávida ainda está na fase do
pré-natal. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em
parceria com o IBGE, mostra
que 53,5% dos partos foram
marcados com antecedência,
ainda durante o pré-natal, e
que mais da metade (55,3%)
foram cirurgias cesarianas.
No SUS, 35,79% agendaram
o parto cesáreo e no sistema
privado, 74,16%. Mais da
metade dessas mulheres
(56,1%) têm ensino fundamental completo, e 38,3%
sem instrução e fundamental
incompleto. Para quem fez
o parto vaginal, 65,3% não
tinham instrução e ou nível
fundamental incompleto e
39,3%, tinham nível escolar
fundamental completo.
O ministro da Saúde, Arthur
Chioro, ressaltar que “as cirurgias cesarianas agendadas,
feitas sem a indicação técnica
Os três “S” do shopping:
seguro, sustentável
e surpreendente
Segundo os arqueólogos envolvidos
no estudo, os fósseis encontrados são
uma prova fundamental de que alguns
aspectos da forma e da estrutura do
corpo humano moderno surgiram muito
antes na história evolutiva das espécies
do que se imaginava. Os restos correspondem a uma parte de uma falange do
dedo mínimo esquerdo de um hominídeo
ainda não identificado que lembra o
Homo erectus.
O osso parece ter pertencido a uma
mão distinta das dos seres que viveram
no período, como os Australopithecus
e os Homo habilis. Os pedaços encontrados se assemelham em grande parte
com os dos homens modernos, além
de mostrarem que estes hominídeos
já tinham perdido o hábito de subir e
se locomover pelas árvores. Por isso,
acredita-se que a estrutura da mão
do homem mudou com o surgimento
e crescimento dos instrumentos de
pedra (ANSA).
uma arquitetura inovadora ou
experiências digitais – é, de
fato, o que transforma muda
a simples visita ao shopping
em uma experiência de lazer
e consumo. Uma das nossas
estratégias é desenvolver
shoppings temáticos que aliam
centros de compras a espaços
de cultura e entretenimento,
além da preocupação com o
meio ambiente e a total integração com a cultura local.
Como exemplo, posso destacar nosso empreendimento em
Manaus, que traz como temática a fauna, a flora e a cultura da
Amazônia e o nosso shopping
em Londrina, onde buscamos
inspiração em ícones londrinos
para a elaboração do projeto
arquitetônico. Além disso,
buscamos oferecer recursos
interativos que tragam o mundo digital para dentro do shopping, conectando os visitantes
e os centros de compras por
meio de inovação tecnológica,
como serviços digitais e sociais,
interatividade e experimentos
digitais indoor.
Hoje avaliamos que a fórmula
de sucesso envolve a oferta
de um mix de lojas coerente
com a localização do shopping,
trazendo novidades e lançamentos, planejamento árduo
para prover acesso estratégico
e segurança adequada, além
de disponibilizar programação
com novidades e ações bem
estruturadas de marketing.
Cada um desses fatores é
elementar e o balanceamento
entre eles é imprescindível
para se alcançar o sucesso tão
esperado.
E, para identificar todas
as impressões e expectativas dos clientes, o caminho
é um só: ouvir a opinião do
consumidor. Seja por meio de
pesquisas, contatos diretos
via SAC e mídias sociais ou
até mesmo em encontros com
lojistas. É fundamental trazer
a opinião do seu público para
as tomadas de decisão sobre
novas lojas, reformas e ações
promocionais.
(*) - É diretor de Operações e Leasing
da Sonae Sierra Brasil, empresa
especialista em shopping centers. O
executivo possui vasta experiência
em planejamento, desenvolvimento,
implementação e gestão nos setores
de shopping centers e varejo.
IBGE: 6,2% da
população têm algum
tipo de deficiência
Dados do IBGE revelam que
6,2% da população brasileira
tem algum tipo de deficiência.
A Pesquisa Nacional de Saúde
(PNS) considerou quatro tipos de deficiências: auditiva,
visual, física e intelectual. O
levantamento foi divulgado
sexta (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e feito em parceria
com o Ministério da Saúde.
Dentre os tipos de deficiência pesquisados, a visual é a
mais representativa e atinge
3,6% dos brasileiros, sendo
mais comum entre as pessoas
com mais de 60 anos (11,5%).
O grau intenso ou muito intenso da limitação impossibilita
16% dos deficientes visuais
de realizarem atividades
habituais como ir à escola,
trabalhar e brincar.
O Sul é a região do país com
maior proporção de pessoas
com deficiência visual (5,4%).
A pesquisa mostra que 0,4%
são deficientes visuais desde
o nascimento e 6,6% usam
algum recurso para auxiliar
a locomoção, como bengala
articulada ou cão guia. Menos
de 5% do grupo frequentam
serviços de reabilitação. O
estudo mostra também que
1,3% da população tem algum
tipo de deficiência física e
quase a metade deste total
(46,8%) têm grau intenso ou
muito intenso de limitações.
Somente 18,4% desse grupo
frequentam serviço de reabilitação.
Ainda segundo o IBGE,
0,8% da população brasileira
tem algum tipo de deficiência
intelectual e a maioria (0,5%)
já nasceu com as limitações.
Do total de pessoas com
deficiência intelectual, mais
da metade (54,8%) tem grau
intenso ou muito intenso de
limitação e cerca de 30%
frequentam algum serviço de
reabilitação em saúde.
As pessoas com deficiência
auditiva representam 1,1%
da população brasileira e
esse tipo de deficiência foi
o único que apresentou
resultados estatisticamente
diferenciados por cor ou
raça, sendo mais comum em
pessoas brancas (1,4%), do
que em negros (0,9%). Cerca
de 0,9% dos brasileiros ficou
surdo em decorrência de
alguma doença ou acidente
e 0,2% nasceu surdo. Do total de deficientes auditivos,
21% tem grau intenso ou
muito intenso de limitações,
que compromete atividades
habituais.
Os percentuais mais elevados de deficiência intelectual,
física e auditiva foram encontrados em pessoas sem instrução e em pessoas com o ensino
fundamental incompleto. A
Pesquisa Nacional de Saúde
consultou 64 mil domicílios,
em 2013 (ABr).
Download

Página 7