O BIG BANG DA INOVAÇÃO Idade e cargo não são obstáculos para fazer mudanças radicais. Mas todo profissional deve se preparar para um mundo em transformação rápida e contínua A inovação não tem idade — é um aprendizado contínuo. No curso de MBA da Escola Superior de Propaganda e Marketing. (ESPM), onde leciono, recebo todas as semanas uma aluna septuagenária, otimista, elegante e interessada em aprender. Ao lado dela senta um perspicaz jovem executivo de 20 e poucos anos e com muita garra para ascender. A inovação não tem grau na hierarquia, mas requer senso de oportunidade. Presenciei há poucos dias o presidente de uma grande empresa financeira fazendo um apelo a todos os seus 12 diretores: “Precisamos criar um ambiente inovador”. Talvez devesse ouvir o atendente de call center que ganhou um prémio de inovação ao sugerir um processo que economizou dezenas de milhares de reais em sua empresa. E que, ao ganhar o prêmio, contou que a ideia revolucionária foi da mãe, que tinha pouco estudo, mas aprendeu muito na escola da vida. A inovação não tem idade, mas pede novos olhares. Vamos entender o conceito de growth hacker, técnica de marketing usada nas startups mais inovadoras, como Airbnb, Twitter e Dropbox. Nessas empresas, que nascem pequenas, com pouco dinheiro em caixa, a estratégia é focar o crescimento com uso máximo de recursos tecnológicos e conexão com os clientes não é o que todo mundo deveria fazer? Seja um hacker do crescimento. A inovação não tem idade, mas pede velocidade. Se o assunto pressa no trabalho lhe dá calafrios, prepare-se. Para dois consultores de estratégia americanos. Paul Nunes e Larry Downes, velocidade é o mais valioso bem que você pode ter nos negócios hoje em dia. Essa é a conclusão do livro que a dupla lançou em janeiro deste ano, Big Bang Disruption: Strategy in the Age of Devastating innovation — título que, numa eventual tradução para o português, seria “Rompimento Big Bang: a estratégia na era da inovação devastadora”. A obra não tem edição brasileira e custa 19 dólares na Amazon. Segundo os autores, a evolução de uma inovação, que antes era representada por um gráfico em forma de morro com leve subida, hoje tem a forma de uma barbatana de tubarão, dizimando tecnologias e criando ciclos de vida curtíssimos de produtos e serviços. Não fique parado esperando o trem-bala da inovação passar. Movimente-se na velocidade do estudar e fazer. E boa viagem!