AU TO R AL D IR EI TO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PE LA LE ID E AVM FACULDADE INTEGRADA O A DIFERENCIAÇÃO DO SERVIÇO BANDA LARGA 3G E 4G PRÉ- G ID PAGA – UM ESTUDO DO MARKETING DE SERVIÇOS E OS Por: Fabio Simões de Farias Orientador Prof. Jorge Vieira D O C U M EN TO PR O TE NOVOS MERCADOS DE TELEFONIA MÓVEL Rio de Janeiro 2014 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A DIFERENCIAÇÃO DO SERVIÇO BANDA LARGA 3G E 4G PRÉPAGA – UM ESTUDO DO MARKETING DE SERVIÇOS E OS NOVOS MERCADOS DE TELEFONIA MÓVEL Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Fabio Simões de Farias. 3 AGRADECIMENTOS ....a minha esposa Glória, minha filha Maria Luisa, minha mãe Conceição, ao meu pai Francisco, meu irmão Flávio, minha afilhada Bruna, minha Djanira e a minha amada tia Beth.. avó 4 DEDICATÓRIA .....dedica-se as minhas amadas, a minha esposa Glória e minha filha Maria Luisa. A minha mãe Conceição, ao meu pai Francisco, meu irmão Flávio, minha afilhada Bruna, minha avó Djanira e a minha amada tia Bete. 5 RESUMO A finalidade deste trabalho é apresentar a monografia de final de curso de Marketing sobre o tema: “A Diferenciação do Serviço Banda Larga 3G e 4G Pré-Paga – Um estudo do Marketing de Serviços e os Novos Mercados de Telefonia Móvel. A escolha do tema baseou-se na necessidade de se respaldar o crescimento do mercado de serviços na modalidade de pacote de dados pré-paga. O constante desenvolvimento tecnológico e a alta competição no mercado de telefonia móvel fazem com que as empresas busquem a diferenciação e a inovação. Dentro deste mercado, a Claro S.A. foi a empresa escolhida para este trabalho, por ser conhecida como uma empresa inovadora, e os conceitos da Estratégia do Oceano Azul serão a base para auxiliar a procura dessas características. Neste cenário, este trabalho visa analisar se esta foi a estratégia utilizada para a criação da banda larga 3G/4G pré-paga, pela Claro S.A., e os principais critérios nela utilizados. Um seguimento exclusivamente de uso de dados (internet), visando atingir o público pré-pago, oferecendo um serviço de qualidade a um preço acessível e que cabe no bolso do cliente final. PALAVRAS CHAVE: Marketing, Serviço de Banda Larga 3G e 4G, Conceitos da Estratégia do Oceano Azul, Marketing de Serviços, Cliente Pré-Pago. 6 METODOLOGIA A metodologia adotada para confecção deste trabalho científico vem apresentar conceitos do Marketing de Serviços e a Estratégia do Livro Oceano Azul serão a base para auxiliar a procura dessas características. Neste cenário, este trabalho visa analisar se esta foi a estratégia utilizada para a criação da banda larga 3G/4G pré-paga, pela Claro S.A., e os principais critérios nela utilizados. Todo conteúdo foi utilizado para facilitar a compreensão de maneira simples, direta e objetiva, sem esquecer as questões acessórias que permeiam a necessidade de efetivar um conteúdo de qualidade. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DA INTERNET 10 CAPÍTULO II - MERCADO DE TELEFONIA MÓVEL 15 CAPÍTULO III – MARKETING SERVIÇOS 40 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 48 ÍNDICE 49 8 INTRODUÇÃO Desde a realização da primeira chamada de um telefone celular em 1.973, em Nova York (EUA), a demanda por telefonia móvel vem aumentando largamente em todo o mundo. Os benefícios são enormes, além da praticidade na comunicação, os atuais smartphones possuem inúmeras utilidades que vão muito além de realizar uma simples ligação, mas o que todos desejam é navegar na internet, adquirir um pacote de dados e permitir que o usuário se mantenha conectado com o mundo vinte e quatro horas por dia. Segundo dados divulgados pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), dados preliminares indicam que o Brasil terminou Abr/2014 com 273,6 milhões de celulares e 135,2 cel/100 hab. Esta enorme busca por conectividade leva o mercado de telefonia móvel a acirrar sua disputa e buscar a constante melhoria e inovação dos produtos e serviços ofertados para melhor atender seus clientes. Atualmente, quatro operadoras de telefonia competem pela liderança do mercado, são elas: Claro, Vivo, Oi e Tim. A Claro é controlada pelo maior grupo de telefonia móvel das Américas, a América Móvil. Seu Market share, segundo o site Teleco (www.teleco.com.br), especializado no setor, é de 25,03%. A Vivo é a maior operadora do Hemisfério Sul, possuindo 28,71% do mercado brasileiro. A Oi é a empresa mais recente a entrar nesta disputa e, com suas estratégias agressivas, possui atualmente 18,52% do mercado. A Tim conclui o mercado de operadoras do Rio com 27,00% do share de aparelhos ativos. Podemos perceber a grande disputa pela liderança no mercado de telefonia celular, o mercado se mostra acirrado e as operadoras buscam diariamente criar e superar as ofertas da concorrência para atrair a atenção dos clientes que, por outro lado, exigem menores preços e melhores funções 9 para seus aparelhos. Dentro da diversificação dos serviços oferecidos pelas operadoras de telecomunicação, está a internet através da banda larga 3G e agora a 4G. E é neste cenário que este trabalho pretende agregar novos estudos e conhecimentos, através de um modelo estratégico inovador que será descrito adiante. 10 CAPÍTULO I A HISTÓRIA DA INTERNET . 1.1 A CRIAÇÃO DA INTERNET Computadores são mídia. Marshall McLuhan (1911-1980), teórico canadense que focou seus estudos em comunicação, já alegava que os computadores são mídia mesmo sem estarem ligados a telefones ou em qualquer tipo de redeI. A autora americana Sherry Turkle chamou a máquina de “mídia expressiva” ao descrever o caso de uma mulher que “trouxe um computador para sua vida com o propósito de escrever um livro, mas foi ele que a trouxe para dentro de uma nova cultura” (Turkle, Sherry. The Second Self: Computers and the Human Spirit. New York: Simon & Schuster, 1984). Sob o ponto de vista histórico, a criação da rede mundial de computadores foi motivada pela Guerra Fria. Com o lançamento do satélite russo Sputnik em 1957, os EUA se apressaram em criar mecanismos que evitassem novas surpresas por parte do “inimigo”. Assim foi criado um departamento dentro do Ministério da Defesa chamado ARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada). A ARPA utilizaria a mais alta tecnologia da época nos esforços de defesa americanos. Embora o foco inicial da ARPA fosse o espaço, mísseis balísticos e monitoramento nuclear, desde o começo seus interesses se voltaram para o desenvolvimento uma rede de comunicação entre computadores. A ideia era permitir a transmissão de mensagens, por meio de pacotes que pudessem ser enviados de diferentes fontes e reagrupados quando chegassem ao destinatário. 11 Em 1968 um projeto batizado de Arpanet foi colocado em prática e os cientistas conseguiram realizar a troca de dados por meio de computadores, entre estudantes de duas universidades norte-americanas. A Arpanet veio a público numa conferência em Washington D.C. em 1972. Os cientistas fizeram uma demonstração interligando computadores de 40 localidades diferentes. Isto foi um estímulo para avanço da pesquisa na comunidade científica. Logo, várias outras redes começaram a aparecer. Enquanto isso, os cientistas da Arpanet trabalhavam para refinar o sistema e expandir suas possibilidades. Eles desenvolveram um programa que permitia o envio de mensagens em rede e a comunicação direta entre os usuários. Essa inovação revolucionou as comunicações pessoais e é conhecida hoje como email. Para que Arpanet atingisse a escala global, foi preciso desenvolver uma linguagem comum que permitiria que diferentes redes se comunicassem umas com as outras. Esta linguagem recebeu o nome de transmission control protocol/internet protocol (TCP/IP). O TCP/IP foi criado em 1974, no entanto precisou passar por melhorias antes ser universalmente adotado. Finalmente em 1982, a ARPA, a espinha dorsal de todo o sistema que estava se desenvolvendo, resolveu adotar o TCP/IP. Nascia a Internet. Em 24 de outubro de 1995, o órgão Federal Networking Council, aprovou por unanimidade uma resolução definindo o termo Internet (No website do órgão americano NCO/IT R&D - National Coordination Office for Information Technology Research and Development: http://www.itrd.gov/fnc/Internet_res.html , 1995). Esta definição foi desenvolvida com a orientação de lideranças da Internet e comunidades dos Direitos da Propriedade Intelectual: 12 “Internet se refere ao sistema de informação global que -(i) é logicamente ligado por um endereço único global baseado no Internet Protocol (IP) ou suas subsequentes extensões; (ii) é capaz de suportar comunicações usando o Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) ou suas subsequentes extensões e/ou outros protocolos compatíveis ao IP; e (iii) provê, usa ou torna acessível, tanto publicamente como privadamente, serviços de mais alto nível produzidos na infra-estrutura descrita.” 1.2 WORLD WIDE WEB Embora o conceito de Internet já exista há algumas décadas, sua popularização só aconteceu no início dos anos 90. Isso foi possível graças a um recurso que deu forma a Internet que conhecemos hoje: a World Wide Web. A World Wide Web começou a ser desenvolvida em 1989 pelo físico inglês Tim Berners-Lee no CERN, a Organização Européia para Pesquisa Nuclear. A proposta de Berners foi criar um espaço aonde a informação armazenada em um computador, estivesse interligada e disponível globalmente, através de websites (Um website é um computador que armazena e disponibiliza os documentos na Internet). Berners então desenvolveu uma linguagem que permite que o usuário acesse as informações de forma não-linear, isso significa que é possível vasculhar entre pastas e arquivos de forma aleatória, não sequencial, ao contrário do que acontecia com o sistema anterior. Essa linguagem recebeu o nome de hipertexto (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto - Pode ser definido como escrita não seqüencial, utilizado na Internet com o formato HTML (hypertext mark-up language). 13 O hipertexto transformou a forma linear de leitura. Conforme explica a pesquisadora americana Kimberly Amaral (Amaral, Kimberly. Artigo Hypertext and Writing – an overview of the hypertext medium, no site http://www.umassd.edu/Public/People/Kamaral/Thesis/hypertext.html - acessado em 2009), da Universidade de Massachussets, o hipertexto é uma forma não-linear de apresentar a informação, o que é obtido através da criação de links (que funcionam como pontos de acesso) entre as informações. Essa ferramenta dá ao leitor a capacidade de seguir/navegar por textos de forma quase aleatória, através dos links clicáveis que possibilitam esse rumo. 1.3 INTERNET: UMA NOVA MÍDIA Berners-Lee, criou um programa para visualizar os documentos escritos no novo formato. Esse tipo de programa é conhecido atualmente como browser, ou navegador. Em seguida ele disponibilizou sua criação na Internet e divulgou em vários grupos de notícias. Não demorou muito para que os desenvolvedores da Internet entrassem em contato com Berners-Lee, solicitando que ele disponibilizasse links no website da CERN para seus novos sites. O site da CERN se tornaria a primeira ferramenta de busca da Internet. A Internet tornou-se mais uma mídia mais atraente a medida que novos websites surgiram. Novos navegadores também foram criados para se adequar as diferentes plataformas, como Macintosh e PC. Os cientistas que já estava acostumados a compartilhar informação pela Internet, passaram a adotar as Agências governamentais que precisavam tornar públicas suas informações também se voltaram para a Web. A Internet cresceu exponencialmente tanto em número de sites, quanto de usuários. O número de visitas ao site da CERN crescia na razão de dez vezes a cada ano. No verão de 1993, o site recebia dez mil visitas por dia. A globalização da informação estava finalmente acontecendo por meio da Internet. 14 1.4 A INTERNET NO BRASIL E NO MUNDO A Internet, no Brasil, começou a crescer em 1995, desde então, vem crescendo em grande velocidade. Em 1998, conforme pesquisa do Comitê Gestor Nacional (Comitê Gestor Nacional na Internet: http://www.cg.org.br), havia um milhão e meio de computadores conectados à rede (o que representava um aumento de 100% em relação ao ano anterior), com a perspectiva de aumento de 50% até o início de 1999. Esse número cresceu avassaladoramente, pois em 2012 estima-se que 94,2 Milhões de habitantes acessam a internet diariamente (Dados do PNAD e TIC Domicílios, referentes a população de 10 anos ou mais de idade que acessou a Internet, pelo menos uma vez, nos 90 dias que antecederam à entrevista. Dados referentes ao 3º Trimestre de 2012. Fonte: http://www.teleco.com.br/internet.asp). Nicholas Negroponte, diretor do Laboratório de Mídia do MIT (Massachussets Institute of Technology) em 1995 escreveu o livro “A Vida Digital”I (Negroponte, Nicholas. A Vida Digital. São Paulo: Companhia das Letras, 1995), na obra, mostrava como o crescimento da Internet estava acelerado. A população da rede, naquele ano, era de 30 milhões de pessoas e crescia 10% ao mês. Caso esse número continuasse no mesmo ritmo, a quantidade de usuários alcançaria a população mundial por volta de 2003. Como percebemos, isso se tornou uma realidade. A partir daí, como a internet iria se popularizar nas camadas mais carentes da sociedade? Como chegaria ao mercado de telefonia móvel? E ao mercado pré-pago? É o que veremos no próximo capítulo. 15 CAPÍTULO II MERCADO DE TELEFONIA MÓVEL 2.1 TELEFONIA MÓVEL A Telefonia móvel no Brasil teve inicio em dezembro de 1990 com a capacidade de 10.000 usuários. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a usar a Telefonia Móvel Celular, logo depois apareceu o sistema da Telebrasília em 1991. E foi seguido por Campo Grande, Belo Horizonte e Goiânia. Em 1993 houve a inauguração da Telefonia Móvel Celular em São Paulo, e em novembro deste mesmo ano a Telesp Celular lança o seu celular digital. Em 17 de novembro de 1997, começa a operar o primeiro serviço celular digital nacional da Banda B, em Brasília. Em 19 de maio são ativados os primeiros celulares digitais da região metropolitana de São Paulo (acessado em Mai/2014 - http://www.wirelessbrasil.org). Em 2001, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) lança novas regras para exploração do regulamento do Sistema Móvel Pessoal (SMP). A concorrência entre as principais operadoras (Vivo, TIM, Claro e OI), a inovação em serviços e aparelhos, a redução das tarifas, e os crescentes investimentos em marketing pelas empresas, foram fatores que contribuíram para o forte crescimento de telefonia móvel (Pacheco, 2004). Na atualidade, estamos com 273,5 milhões de celulares no Brasil. As linhas pré-pagas continuam sendo a maioria (77%) e as pós-pagas representam 23% do total. A banda larga móvel totalizou 110 milhões de 16 acessos, mas no momento, apenas 6,9 milhões de celulares dispõem deste serviço. A operadora Vivo liderava o mercado, com 28,62% de participação, seguida da TIM, com 27%; da Claro, com 25,28%; da Oi, com 18,47%. (acessado em Mai/2014 - http://www.teleco.com.br/mshare.asp). 2.2 OS TABLETS E SMARTPHONES A venda de smartphones dobrou no Brasil em 2013, com 35,6 milhões de unidades vendidas, um recorde que pela primeira vez superou a comercialização de celulares convencionais. O volume de vendas de smartphones cresceu 123% em relação a 2012, quando foram vendidas 16,1 milhões de unidades. No total os brasileiros compraram em 2013, cerca de 67,8 milhões de celulares (Acessado em Mai/2014 – Venda de Smartphone dobrou no Brasil - http://atarde.uol.com.br/economia/noticias/venda-de- smartphones-dobrou-no-brasil-em-2013-1581165). O ritmo de vendas dos aparelhos tradicionais teve tendência inversa e passou de 43,4 milhões de unidades em 2012 para 32,2 milhões em 2013. O analista da IDC Brasil, Leonardo Munin, responsável pelo estudo, afirmou que estes números indicam que "2013 foi de fato o ano do smartphone no Brasil". Com isso, a chegada dos tablets e a popularização dos smartphones está ampliando as possibilidades de negócios e lazer. No Brasil, essa evolução está sendo impulsionada pelo aumento do consumo principalmente de smartphones e dos serviços de dados (Acessado em Mai/2014 – A Evolução do Mercado de Tablets e Smartphone no Brasil: 17 http://www.amcham.com.br/business-in-growth/noticias/evolucao-do-mercadode-tablets-e-smartphones-e-lenta-no-brasil): “As indústrias estão pensando em como aproveitar da melhor forma as oportunidades de uso dos tablets e smartphones, seja para uso corporativo ou voltado ao consumidor final”, disse o sócio da consultoria Accenture, Fábio Mittelstaedt, durante o comitê de TIC da Amcham-São Paulo ocorrido em (25/05/2013). Tanto os tablets como os smartphones ampliaram a mobilidade dos usuários, que acessam conteúdo corporativo ou a internet nos mais diversos locais e não precisam mais de um computador fixo para realizar essas operações: “No Brasil, o motor inicial do uso de tablets e smartphones acaba entretenimento”, Accenture. “E sendo por contextualizou isso é bom, aplicativos de o da sócio porque causa experimentação”. Desse modo, as indústrias já começam a pensar em aplicativos “mais úteis para elas”, acrescentou. Segundo Mittelstaedt, há pouco tempo, a experiência de navegação na web era ruim nos dispositivos móveis. As telas eram pequenas e a conexão, lenta, argumentou. “Agora que os planos de dados não estão tão caros e os aparelhos melhoraram em termos de visualização gráfica, as pessoas estão vendo que seu uso não é só para leitura de e-mail.” (Fábio Mittelstaedt, durante o comitê de TIC da Amcham-São Paulo ocorrido em (25/05/2013) 18 O consultor disse ainda que o Brasil possui gargalos de infraestrutura tecnológica, mas esse problema ainda está longe de restringir o crescimento dos dispositivos: “As pessoas estão agora começando a comprar pacote de dados. A sobrecarga de banda larga não acontecerá de forma tão rápida por aqui.” O Market Share de acessos via Aparelhos 3G é de 109 milhões, isso representa 40% do mercado de celulares móveis do país (acessado em Mai/2005 – www.teleco.com.br). Um mercado em franca expansão e que cresce com o advento do mercado de Tablet, Smarphones e tudo isso disponível nos pacotes de dados dos planos pré-pagos, por R$0,50 ao dia, permitindo que a internet chegue a todos os públicos. 2.3 OPORTUNIDADES TRAZIDAS PELOS DISPOSITIVOS MÓVEIS Acompanhando as mudanças no padrão de uso da tecnologia, a operadora Claro detectou algumas tendências: “O design e modelo dos aparelhos não é mais tão importante”, comentou Ricardo da Silva Santoro, diretor executivo de TI da operadora Claro. O consumidor está mais interessado nas funcionalidades dos dispositivos, como integração com Facebook, Twiter e Flickr, disse ele. Com a demanda em alta no Brasil, os tablets vão ultrapassar os notebooks em número de unidades vendidas em 2014, segundo previsão da 19 consultoria IDC (IDC é a empresa líder em inteligência de mercado e consultoria nas indústrias de tecnologia da informação). Em 2014, o mercado brasileiro alcançará 8,4 milhões de notebooks vendidos, ante 10,7 milhões de tablets. Segundo a IDC, o Brasil comercializou 7,9 milhões de tablets ao longo de 2013. O número representou um crescimento de 119% em relação ao ano anterior. Para 2014, a taxa será menor, de 35,4%. A quantidade de tablets em uso no Brasil é estimada em 11 milhões de unidades (Acessado em Mai/2014 http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/vendas-de-tablets-vao-superar-as-denotebooks-no-brasil): "Os desktops e notebooks entraram em declínio, porque formam um mercado mais maduro. Agora, as vendas serão motivadas pela reposição de máquinas. O smartphone se tornou o dispositivo principal, mas os usuários ainda usam muito o computador, e o tablet fica no meio termo entre os dois. Há uma convergência de tecnologias”, diz Freitas. Os smartphones também estão em franca expansão no Brasil. A IDC prevê que 47 milhões de aparelhos com acesso à internet e a aplicativos serão vendidos no país em 2014, o que representa um crescimento de 34,2% em um ano. Como no mercado de tablets, a taxa de crescimento será inferior à registrada em 2013, quando o número de smartphones vendidos foi 118% superior ao registrado em 2012, alcançando 35 milhões de unidades. Entre os destaques para 2014 está a venda de smartphones compatíveis com redes de telefonia celular de quarta geração (4G). De acordo com a IDC, os fabricantes venderam 3 milhões de unidades desses aparelhos no Brasil até agora, mas devem comercializar 5 milhões de dispositivos 4G só em 2014. “Os problemas 20 de conectividade e a falta de infraestrutura das operadoras não têm se mostrado um empecilho para os consumidores”, diz Freitas (Acessado em Mai/2014 - http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/vendas-de-tablets-vao- superar-as-de-notebooks-no-brasil). O resultado desse advento dos smartphones e também dos Tablets é que a Classe C teve acesso à mídia digital. É o que nos confirma o site www.mobiletime.com.br - Classe C representa 35% da base de usuários de smartphone no Brasil: A classe C aderiu definitivamente aos smartphones. Do total da base de usuários com esse tipo de aparelho no Brasil, 35% pertencem a essa classe social, informa pesquisa realizada pela Nielsen sob encomenda da Mobile Marketing Association (MMA). O restante da base está segmentada da seguinte forma: classe A (12%), classe B (49%) e classes D e E (4%). A pesquisa informa ainda que o smartphone é a principal forma de acesso à Internet para um em cada quatro brasileiros que possuem o produto. Essa importância é maior entre os mais jovens. 38% dos entrevistados com 10 a 17 anos e 33% daqueles com 18 a 24 anos apontaram o smartphone como principal meio de acesso à Internet. . 2.4 BANDA LARGA PRÉ-PAGA 3G/4G – OPERADORA CLARO S.A. A Claro S.A. iniciou sua operação em setembro 2003, com a unificação de seis operadoras: Americel (Centro-Oeste e parte da região Norte), ATL (RJ e ES), BCP Nordeste, BCP SP, Claro Digital (RS) e Tess (interior e litoral do Estado de SP). A empresa está presente em todo o Brasil e atende a mais de 21 65 milhões de clientes, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A operadora está presente atualmente em mais de 3.600 municípios com as tecnologias 3G/4G e GSM. É líder na oferta de conteúdos e serviços inovadores, possuindo acordos de roaming em mais de 160 países para serviços de voz e em mais de 140 para tráfego de dados, nos cinco continentes. É controlada pelo Grupo América Móvil, um dos cinco maiores grupos de telefonia móvel do mundo presidida por Carlos Slim, atualmente o homem mais rico do mundo. Na área de responsabilidade corporativa, a operadora mantém desde março de 2009 o Instituto Claro, que tem como objetivo estruturar seu investimento social privado e estimular o uso de novas tecnologias na educação. A Claro tem a inovação como seu foco e investe constantemente no desenvolvimento de oferta de serviços e aplicativos para atender às necessidades dos usuários. Para tornar o dia-a-dia de seus clientes cada vez mais prático e produtivo, a Claro destaca-se, ainda, por ter a maior variedade de conteúdos no Claro Ideias, portal acessível pelo celular, voltado especialmente para o público jovem, com serviços, interatividade, relacionamento, vídeos, músicas completas, hits, jogos, fotos, torpedos, imagens e notícias. Além disso, oferece diversos serviços para consumidores que desejam transmitir dados com velocidade de banda larga por intermédio de sua rede móvel, por celular, pelo computador, notebook ou palm, com planos adequados ao perfil de consumo. Sua missão é “oferecer serviços de comunicações de qualidade, conquistando a preferência dos nossos clientes para atingir a liderança de mercado, com a finalidade de superar os objetivos financeiros e de crescimento dos nossos acionistas e a satisfação de todos nós, que formamos esta companhia” (CLARO, 2011). 22 Seus valores são divididos em: • Valores da marca: “A marca é construída a partir das relações dos associados com os diversos públicos. Os valores da marca Claro são: Proximidade, Ousadia e Engajamento” (CLARO, 2011). • Valores organizacionais: “As atitudes dos associados provocam uma experiência em todos os públicos os quais a empresa se relaciona e, desta forma, a marca é construída. Os valores organizacionais da Claro são: Respeito, Ousadia, Foco do Cliente e Excelência” (CLARO, 2011). 2.5 SOBRE O MERCADO DE BANDA LARGA. A internet já é considerada item fundamental para o desenvolvimento, econômico e social, de um país. Prenunciado nos Objetivos do Milênio, firmados em 2000 por 191 países, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) podem contribuir decisivamente para a redução da desigualdade e da pobreza em todo o mundo. Na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, promovida em 2003 e 2005, a ONU traçou o objetivo de que todas as localidades do planeta tenham internet até 2015, conectando mais da metade da população mundial. 2.6 BANDA LARGA PRÉ-PAGA. As operadoras de celular aproveitaram sua rede disponível para que os clientes efetuem as ligações e investiram, também, na Banda Larga 3G e mais recentemente na 4G. 23 Pesquisas efetuadas pela Intel mapearam o comportamento das classes C e D. Seja no trabalho, na casa dos amigos, ou em Lan Houses, o acesso à internet faz parte do dia-a-dia de 96% da classe C e 88% da classe D. Até mesmo nos lares em que não existe um computador, 93% dos brasileiros da classe C e D declaram acessar a internet regularmente, com 23% do total conectando-se diariamente. Em recente pesquisa o índice Brascom, aponta que a expansão da classe C contribuiu para a ampliar a inclusão digital de milhares de brasileiros: “A inclusão de 40 milhões de pessoas na classe C entre 2003 e 2011 mudou o perfil do acesso aos recursos de TIC no Brasil”, sustenta a Brasscom. Destinado a gestores públicos, pesquisadores, formadores de opinião e agentes do setor privado, o IBCD avalia o desenvolvimento de TIC por meio de 39 indicadores de convergência digital (Acesso em Mai 2014 - www.telesintese.com.br). Vendo a possibilidade de um novo mercado, a Claro lançou em outubro de 2009 a Banda Larga pré-paga. Serviço em que o cliente paga um valor fixo e pode utilizar uma quantidade pré-determinada de megabits (unidade para medida do tráfego de dados na internet). Consequentemente, as outras operadoras também lançaram este mesmo serviço. Dessa forma, o cliente utiliza exatamente o que pagou, não tendo nenhum custo adicional ao final do serviço. 2.6 A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL A seguir a análise deste novo serviço no mercado de Banda Larga 3G/4G, segundo o modelo da Estratégia do Oceano Azul de Kim e Maubourgne (2005). 24 No mercado em questão, as empresas concorrentes optam pela redução de preços e pela maior cobertura da rede para se diferenciarem das demais. Porém, estas práticas já estão ultrapassadas e se faz necessário a utilização de novas estratégias para o alcance dos objetivos. Os autores Kim e Mauborgne (2005) abordam em seu livro “A Estratégia do Oceano Azul”, que a melhor maneira de enfrentar seus concorrentes é tornando-os irrelevantes, ou seja, sair da batalha sangrenta e diária no “oceano vermelho” e buscar estratégias inovadoras para desbravar “oceanos azuis” de espaços inexplorados no mercado. Segundo Mintzberg (1998), estratégia é a “Forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e articulador de resultados”. Atualmente podemos encontrar muitos modelos de estratégia, desde o clássico modelo das cinco forças de Porter até os novos modelos focados em inovação. Porém, o mercado está a cada dia mais competitivo e os modelos existentes não tem sido suficientes para manterem as organizações num bom posicionamento. Um novo modelo de estratégia que está sendo aplicado por diversas organizações e obtendo resultados bastante relevantes é “A Estratégia do Oceano Azul, Como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante”, de W. Chan Kim e Renée Mauborgne. Segundo os autores, as empresas não devem concorrer com suas semelhantes, mas sim torná-las irrelevantes. A competição é necessária, mas não é suficiente para sustentar altos níveis de desempenho. Os autores dividem o mercado em oceanos vermelhos e oceanos azuis: 25 “Os oceanos vermelhos representam todos os setores hoje existentes. É o espaço de mercado conhecido. Já os oceanos azuis abrangem todos os setores não existentes hoje. É o espaço de mercado desconhecido.” (KIM-MAUBOURGNE 2005, Pag. 4). Para Kim e Maubourgne (2005), nos oceanos vermelhos as perspectivas de lucro e crescimento se tornam cada vez menores com a alta competição entre as empresas. Já nos oceanos azuis há espaços de mercado ainda não explorados, o que gera demanda e possibilidade de crescimento altamente lucrativo. Os avanços tecnológicos são uma das principais razões que levam a criação de oceanos azuis, elevando a produtividade dos setores e criando condições para o fornecimento de um nível cada vez mais alto de produtos e serviços. Porém, ainda que haja grande oferta, devido à alta competição do mundo globalizado, não há nenhuma comprovação do crescimento da demanda. De acordo com o livro tese da estratégia: “Estudos setoriais recentes sobre grandes marcas americanas confirmam a tendência, ao revelarem que nas principais categorias de produtos e serviços as opções estão ficando mais semelhantes e, em consequência, a seleção dos produtos se baseia cada vez mais no preço devido à baixa diferenciação dos produtos.” (KIM-MAUBOURGNE 2005, Pag. 8). Com a concorrência dos oceanos vermelhos extremamente acirrada, as organizações precisam se preocupar cada dia mais com os oceanos azuis. 26 A fim de explicar o surgimento de oceanos azuis e a sustentação do alto desempenho, os autores sugerem analisar o “movimento estratégico” da empresa. Segundo Kim e Maubourgne (2005, p. 10), movimento estratégico é um conjunto de decisões e ações gerenciais que resultam em importantes produtos e serviços capazes de criar novos mercados. Para os autores, as teorias estratégicas, nos últimos 25 anos, foram feitas com base nos oceanos vermelhos da competição acirrada. A criação dos oceanos azuis é considerada muito arriscada para ser seguida como estratégia. E, segundo estes autores, um dos grandes diferenciais das empresas criadoras de oceanos azuis é a inovação de valor, descrita como organizações que: “Em vez de se esforçarem para superar os concorrentes, concentram o foco em tornar a concorrência irrelevante, oferecendo saltos no valor para os compradores e para as próprias empresas, que assim desbravaram novos espaços de mercado inexplorados.” (KIM-MAUBOURGNE 2005, Pag. 12). As empresas do oceano azul se distinguem das demais pela inovação de valor, pois fogem da estratégia clássica utilizada no oceano vermelho, onde para terem destaque é necessário reduzir custos ou diferenciar alguma característica do produto/serviço. No oceano vermelho, as condições estruturais do setor já estão pré-determinadas. Com base nessa nova estratégia, as organizações alinham inovação com utilidade, preço e ganho de custo. Neste novo oceano o consumidor ganhará ainda mais, pois além da redução de custos, terá a agregação de valor. 27 Para Kim e Mauborgne (2005), o aumento de valor (ou diferenciação) de um produto ou serviço, sem a redução nos custos, ou a redução de custos sem a diferenciação, não levam a inovação de valor. Esta só é alcançada quando há a união dessas duas estratégias e toda a organização está focada nesse novo direcionamento com o objetivo de empreender um salto no valor, para os compradores e para ela própria. 2.6.1 FERRAMENTAS E MODELOS PARA A CRIAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE OCEANOS AZUIS. Os executivos têm sido encorajados a criar e empreender constantemente, porém isso não quer dizer que dessa forma alcançarão o oceano azul. Para os autores “a estratégia do oceano azul eficaz consiste em minimizar os riscos, não em assumiu riscos às cegas”. Sendo assim, a seguir, seguem as ferramentas e os modelos de análise descritos pelos mesmos, e que são considerados essenciais para desenvolvimento da estratégia para busca de oceanos azuis. Segundo Kim e Maubourgne (2005) se a empresa desejar mudar fundamentalmente a matriz de avaliação de valor do setor, “deve começar com a reorientação de seu foco estratégico, de concorrentes para setores alternativos, e de clientes para não-clientes do setor”. Estudos realizados pelos autores revelaram que os próprios clientes não são capazes de criar novos espaços de mercado inexplorados. O que os clientes quase sempre querem “mais” são atributos que já são oferecidos pelo setor. 2.6.1.2 MODELO DAS QUATRO ESTAÇÕES. O modelo das quatro estações (Matriz: eliminar, reduzir, elevar, criar), desenvolvido pelos autores, tem como objetivo reconstruir os elementos de valor para o comprador, na elaboração de uma nova curva de valor. 28 Figura 1: Modelo das quatro ações Fonte: Kim e Mauborgne (2005) Com as questões levantadas, conforme a Figura 5, a empresa questiona a lógica estratégica e o modelo de negócios do setor. Nas duas primeiras questões (eliminar/reduzir) a empresa é forçada a desenvolver novas ideias sobre como aperfeiçoar sua estrutura de custos perante seus concorrentes. As duas últimas (elevar/criar) fornecem ideias sobre como aumentar o valor para os compradores e criar nova demanda. 2.6.2. TRÊS CARACTERISTICAS DA BOA ESTRATÉGIA Quando expressa na forma de uma curva de valor, a estratégia do oceano azul eficaz exibe três qualidades complementares: foco, singularidade e mensagem consistente. Sem essas qualidades a estratégia da empresa provavelmente será confusa, indistinta e difícil de comunicar, com uma estrutura de custos alta. Abaixo segue a definição de cada qualidade: 29 • Foco: Toda estratégia notável tem foco, e o perfil estratégico da empresa, ou sua curva de valor, deve mostrar isto com nitidez; • Singularidade: Quando a estratégia é formulada de forma reativa, como tentativa da empresa acompanhar a concorrência, ela perde sua singularidade; • Mensagem Consistente: A boa estratégia tem uma mensagem consistente e convincente. Uma boa mensagem não só deve ser clara, mas também anunciar uma oferta verdadeira, para que os clientes não percam a confiança e o interesse. Com efeito, uma boa maneira de testar a eficácia e a força de uma estratégia é verificar se ela possibilita a criação de um slogan vigoroso e autêntico. Para os autores, esses três critérios orientam as empresas em seu processo de reconstrução, a fim de revolucionar a criação de valor, tanto para os compradores quanto para si próprias. 2.6.3 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL. De acordo com Kim e Maubourgne (2005), temos seis princípios que impulsionam a formulação e a execução de estratégia bem-sucedidas do oceano azul. 2.6.4 RECONSTRUIR AS FRONTEIRAS DO MERCADO O primeiro princípio da estratégia do oceano azul é reconstruir as fronteiras do mercado para se liberar da concorrência e criar oceanos azuis. Esse princípio trata dos riscos da busca com o qual se defrontam muitas empresas. O desafio é identificar com sucesso, em meio às possibilidades existentes, oportunidades de oceanos azuis comercialmente atraentes. 30 Os autores descobriram alguns padrões para a criação de oceanos azuis e identificaram seis condições básicas para reformular as fronteiras do mercado, denominado de modelo das seis fronteiras. Segue a definição de cada uma: 1ª Fronteira: Examinas os setores alternativos As empresas concorrem com produtos substitutos e alternativos. Substitutos são aqueles que possuem formas diferentes, mas oferecem a mesma função. Os alternativos possuem formas diferentes, mas o mesmo propósito. Com isso, elas precisam estar atentas não só para seus concorrentes diretos (de mesmo mercado), mas sim para toda escolha possível para o cliente final. 2ª Fronteira: Examinar os grupos estratégicos dentro dos setores “Um conjunto de empresas que, dentro de um mesmo setor, adotam estratégias semelhantes” (KIM E MAUBOURGNE, 2005), é definido pelos autores como um grupo estratégico. Geralmente são classificados em ordem hierárquica com base em dois critérios: preço e desempenho. Cada ajuste no preço tende a acarretar um ajuste correspondente em algum aspecto do desempenho. A maior parte das empresas foca em melhorar sua posição competitiva dentro de um grupo estratégico. Há um oceano azul entre o vazio deixado por esses grupos estratégicos. O desafio das empresas é romper essa visão estreita e entender os fatores que influenciam os clientes a optar por um dos grupos. 31 3ª Fronteira: Examinar a cadeia de compradores Os compradores que pagam pelo produto ou serviço podem não ser o usuário final. Ao questionar o grupo de compradores-alvo, não raro, leva às empresas a descobrir novos insights e, consequentemente, a descoberta de novos oceanos azuis. 4ª Fronteira: Examinar a oferta de produtos e serviços complementares Poucos produtos e serviços são utilizados no vácuo. O segredo é definir a solução total buscada pelos compradores quando o escolhem. Para Kim e Maubourgne (2005), “uma maneira simples de agir desta maneira é pensar no que acontece antes, durante e depois do uso”. 5ª Fronteira: Examine os apelos fundamentais e emocionais dos compradores Em qualquer setor, a concorrência tende a seguir para duas fontes de apelo: “Alguns setores concorrem principalmente em termos de preço e atuam, sobretudo com base em estimativas da utilidade apelando à razão. Outros setores recorrem principalmente aos sentimentos: apelam para as emoções. Com o passar do tempo, as empresas com orientação funcional tornam-se cada vez mais funcionais e as empresas com orientação emocional tornam-se cada vez mais emocionais.” (KIMMAUBOURGNE, 2005, p. 69). 32 Ao questionar a orientação funcional e emocional de seus setores, as empresas geralmente descobrem novos espaços de mercado. Dois padrões comuns foram observados: os setores com orientação emocional oferecem muitos extras que aumentam o preço sem ampliar a funcionalidade. A eliminação desses extras pode criar modelo de negócio mais simples e com baixo custo, que serão bem recebidos pelos clientes. Por outro lado, os setores com orientação funcional podem renovar seus produtos adicionando algumas características da emoção e, consequentemente, estimulando novas demandas. 6ª Fronteira: Examine o transcurso do tempo Qualquer setor está suscetível as mudanças externas que afetam seu negócio ao longo do tempo. A observação dessas tendências sob o ponto de vista correto pode revelar oportunidades para a criação do oceano azul. Segundo Kim e Maubourgne (2005), para serem pilares da estratégia do oceano azul, as tendências devem ser “decisivas para o negócio, irreversíveis e seguir uma trajetória clara”. Ao identificar uma tendência deve-se examinar o transcurso do tempo e como seria o mercado se a tendência prosseguisse até sua conclusão a lógica. Ao raciocinar além das fronteiras convencionais da concorrência, vê-se como empreender movimentos estratégicos que revolucionam as convenções e reconstroem os limites do mercado, criando, em consequência, os oceanos azuis. 33 2.7 COMO EXECUTAR A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL. Assim como as pessoas, as empresas geralmente enfrentam dificuldades para transformar o pensamento em ação. A estratégia do oceano azul torna sua execução mais difícil, pois, ao contrário da estratégia do oceano vermelho, substitui a convergência pela divergência através das curvas de valor a custos mais baixos. Existem quatro barreiras que os gestores deverão encontrar ao executar essa estratégia: • Cognitiva (despertar os empregados para a necessidade da mudança de fundamentos); • Limitação de recursos; • Motivação; • Política organizacional Para alcançar o resultado com eficácia, os autores sugerem aplicar a liderança no ponto de desequilíbrio (tipping point leadership), um método que cria condições para que as empresas superem esses quatro obstáculos com rapidez e baixo custo. 34 Figura 2: As quatro barreiras organizacionais à execução da estratégia Fonte: Kim e Mauborgne (2005) A alavanca decisiva: fatores influentes desproporcionais. “A liderança no ponto de desequilíbrio parte da realidade pouco explorada de que em todas as organizações algumas pessoas, atos e atividades exercem influência desproporcional sobre o desempenho. [...] o mais importante é conservar os recursos e reduzir os prazos, concentrando o foco na identificação e na exploração dos fatores de influência desproporcional.” (KIM-MAUBOURGNE, 2005, p. 149). Para explorar os fatores que exercem influencia desproporcional, os autores sugerem as seguintes ações: • Romper a barreira cognitiva No campo da ciência, os estímulos positivos reforça o comportamento, enquanto estímulos negativos mudam atitudes de comportamento. 35 Portanto, a liderança no ponto de desequilíbrio deve buscar mudanças de mentalidade rápidas, que sejam impulsionadas pelas próprias percepções pessoais (“ver para crer”) e não se basear em números para romper as barreiras cognitivas da organização. • Viajar no “esgoto elétrico” Os empregados devem encarar os principais problemas operacionais. Apesar de defrontar-se cara a cara com o mau desempenho ser traumatizante e inescapável, isso induz à ação. • Encontrar-se com clientes desgostosos É necessário não só tirar os gestores do conforto dos seus escritórios, para mostra-lhes os horrores operacionais, mas também levá-los para ouvir, sem intermediários, os clientes que não estão satisfeitos. Pular as barreiras dos recursos. Após a aceitação da mudança estratégica por parte dos stakeholders, os líderes se deparam, na maioria das vezes, com a falta de recursos. Porém, os líderes no ponto de desequilíbrio não se concentram na obtenção desses recursos, mas sim na multiplicação do valor dos recursos disponíveis. Segundo os autores, eles podem explorar três fatores: • Pontos quentes - São atividades que consomem poucos recursos, mas apresentam alto potencial de ganhos de desempenho. • Pontos frios - São atividades que consomem muitos recursos, mas exercem pouco impacto sobre o desempenho. • Barganha - Consiste em trocar o excesso de recursos de uma unidade numa área pelo excesso de recursos de outra unidade noutra área, de modo a preencher carências nos demais recursos. 36 Os executivos devem redistribuir recursos para os pontos quentes, redirecionar os recursos oriundos dos pontos frios e procurar barganhar, a fim de otimizar a aplicação dos recursos na estratégia do oceano azul. Saltar a barreira motivacional - Em vez de disseminar o esforço de mudança de maneira ampla, os líderes no ponto de desequilíbrio buscam a maior concentração possível. Para isso, focam em três fatores de influência sobre a motivação dos empregados, nomeados pelos autores de: pino mestre, gestão de aquário e atomização. Foco nos pinos mestres - O esforço devem se voltar para os pinos mestres, ou seja, os principais influenciadores da organização. São os membros que atuam como líderes naturais, que são respeitados e convincentes ou que têm a capacidade de abrir ou bloquear acessos aos recursos-chave. Exponha os pinos mestres num aquário - As ações e omissões dos pinos mestres tornam-se tão transparentes para os observadores quanto peixes num aquário. Ao colocar os pinos mestres num aquário, aumenta-se o risco para os omissos e motiva novas ações aos demais. Atomizar para que a organização promova sua própria mudança Atomização é o enquadramento do desafio estratégico, uma das tarefas mais sutis e sensíveis do líder no ponto de desequilíbrio. Se as pessoas não acreditam que podem superar o desafio estratégico, a execução da mudança torna-se improvável. Portanto, os autores sugerem dividir o desafio em “átomos”, que podem ser superados. 37 2.8 DERRUBAR A BARREIRA POLÍTICA. A política organizacional é uma realidade nas empresas e na vida pública. Ao perceberem as possíveis mudanças, os resistentes a ela, sejam internos ou externos à organização, tendem a lutar pela proteção das suas posições. Para superar essas forças políticas os líderes no ponto de desequilíbrio se concentram em três fatores de influência desproporcional: alavancar os anjos, silenciar os demônios e infiltrar uma eminência parda na alta administração. Anjos são os que mais têm a ganhar com a mudança estratégica e demônios são os que mais tem a perder com ela. Eminência parda é um conselheiro político, altamente respeitado no meio, que conhece a localização de todas as armadilhas, as pessoas que o atacarão e aqueles que o defenderão. Os autores sugerem que os líderes não lutem sozinhos. Eles devem conquistar as vozes mais poderosas e amplas para lutar ao seu lado. Devem, também, identificar seus detratores e defensores, esquecer os indiferentes e lutar para produzir resultados favoráveis para ambos. Segundo eles, o segredo para derrotar os detratores ou demônios é prever de onde partirá a ofensiva inimiga e desenvolver contra argumentos apoiados por fatos e razões irrefutáveis. 2.9 EMBUTIR A EXECUÇÃO NA ESTRATÉGIA. Os resultados de uma empresa dependem do desempenho de todos os seus membros, do topo à linha de frente. Ela se destaca de seus concorrentes pela sua capacidade de execução, porém precisa que todos os seus membros estejam alinhados com a estratégia e sempre dispostos a apoiá-la em qualquer circunstância. A organização precisa recorrer à base mais primordial de qualquer iniciativa: as atitudes e os comportamentos das pessoas, como parte 38 integrante dos valores da organização. Quanto mais afastadas as pessoas estiverem do topo e quanto menos houver participado do desenvolvimento da estratégia, mais sentirão a turbulência. “O processo justo considera a execução na própria elaboração da estratégia, ou seja, incute nas pessoas desde o início a disposição para comprar a mudança. Quando se aplica o processo justo em situações de elaboração da estratégia, os participantes confiam no nivelamento do campo de jogo. Essa confiança os leva a cooperar voluntariamente na execução das decisões estratégica s.” (KIM-MAUBOURGNE, 2005, p. 173). As pessoas precisam de reconhecimento, não como mão-de-obra, mas como seres humanos a serem valorizados por seus méritos individuais, independentemente do nível hierárquico. Intelectualmente, os indivíduos buscam reconhecimento de suas idéias, no sentido de que peçam suas opiniões e sugestões e reflitam sobre elas, demonstrando consideração por sua inteligência e pedindo que exponham seus pensamentos. Comprometimento, confiança e cooperação voluntária são ativos intangíveis. Quando existe confiança entre as pessoas, elas se sentem mais seguras quanto às intenções e ações umas das outras. Quando estão comprometidas, mostram-se dispostas a sacrificar seus interesses próprios em favor dos interesses da empresa. Ao se adotar o processo justo, as pessoas tendem a comprometer-se com a estratégia resultante, mesmo quando a consideram desfavorável ou não concordam plenamente com sua implementação. 39 2.10 COMO SUSTENTAR E RENOVAR A ESTRATÉGIA. Após a aplicação da estratégia do oceano azul e a descoberta das suas consequências, mais cedo ou mais tarde surgirão os imitadores. A própria estratégia já possui algumas barreiras imitação, podendo ser operacionais ou cognitivas. Kim e Maubourgne (2005) a sustentabilidade da estratégia, no primeiro momento, pode ser atribuída as seguintes barreiras à imitação: Figura 3: Barreiras à imitação da estratégia do oceano azul Fonte: Kim e Mauborgne (2005) Porém, é importante ressaltar, que no final quase todas as estratégias do oceano azul serão imitadas. Sendo assim, é preciso que as empresas monitorem frequentemente as curvas de valor, para quando sua curva começar a convergir com a de seus concorrentes, saber que é o momento de desbravar um novo oceano azul. 40 CAPÍTULO III MARKETING SERVIÇOS Ao buscar a definição de Marketing de serviços no site http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_de_servi%C3%A7os vimos que este pode ser definido com o conjunto de atividades que objetivam a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada, atendendo desejos e necessidades dos consumidores e/ou usuários com satisfação, qualidade e lucratividade. Alberto de Oliveira Lima Filho, em seu artigo “Marketing de Serviços” (2001) define-o “como as atividades operacionais destinadas a investigar, obter e servir a demanda por assistência profissional (...) objetivando investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais. Definimos serviço como um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte posse de nenhum bem. Sua execução pode ou não estar ligado ao dinheiro. Exemplos: alugar um quarto de hotel, depositar dinheiro em um banco, cortar o cabelo, viajar de avião, aconselhar-se com um advogado - todas essas atividades envolvem a compra de um serviço. Para Hoffman e Bateson (2008, Pag. 5) serviços podem ser definidos como ações, esforços ou desempenhos. E Keller e Kotler (2006, p. 397) definem serviço como "qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a 41 um produto concreto" ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_de_servi%C3%A7os). Para Ronald H. Ballou os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e pressupõe uma relação de contato direta entre empresa/consumidor. A realidade evidencia uma crescente necessidade de implementação de processos voltados para atender ao mercado e tornar-se uma empresa competitiva. Uma empresa pronta para os desafios atuais e futuros. A permeabilidade entre serviços e serviços, produtos e produtos, e entre produtos e serviços de qualidade, tendo em vista a satisfação complementar do cliente, faz a diferença. De acordo com Mckenna (1999) o serviço não é considerado um evento e sim um ambiente de informação, garantia e conforto ao consumidor. Por outro lado Nickels e Wood (1999) enfatizam que empresas prestadoras de serviços precisam construir uma reputação através do bom serviço; este que por sua vez pode trazer mais clientes e lucros mais altos, em parte porque as pessoas estão mais dispostas a pagar mais para serem bem tratadas. Sobretudo, o custo de perder um cliente leal de serviço chega a ser oito vezes maior do que o custo de reter um, o que tem impacto sobre os lucros da empresa. Gianesi e Correa (1996) enfatizam que todo cliente tem uma expectativa inicial em relação ao serviço a ser prestado, e em cada momento ele compara a percepção do serviço e a respectiva expectativa. Os critérios usados pelo cliente na avaliação de alguns momentos da compra podem ter pesos diferentes, o que faz com que determinados momentos tornem-se críticos, uma vez que irão afetar em maior grau a percepção do cliente. Entretanto, em razão das características inerentes aos serviços, fazer uma avaliação se torna uma 42 tarefa difícil. Ao contrário de bens, os serviços tem pouca qualidade de busca, em vez disso, apresentam a qualidade de experiência e de confiança. A qualidade de experiência está associada aos atributos de gosto e de satisfação (PRIDE; FERREL, 2001). SARQUIS (2006, Pag. 55), relata que na condição atual, as áreas trabalham isoladamente e, com isso, ocorre a perda de foco no objetivo principal: atender ao mercado, manter relacionamento e tornar a empresa competitiva: Em muitas organizações, a integração entre o marketing, operações e recursos humanos não existe e as áreas trabalham isoladamente realizando objetivos e interesses diferentes (ZEITHAML; BITNER, 2003, Pag. 208; BATESON, 1995). Nesss situações, a lógica interna – princípios funcionais implícitos e/ou explícitos que determinam comportamento (KINGMAN-BRUNDAGE et al, 1996) faz com que necessidades cada próprias área e se concentre nas desconsidere as necessidades da organização. A área de operações pode valorizar a produtividade ou a redução de custos, mediante a produção em massa e a introdução de tecnologias (administração de processos). A área de recursos humanos pode valorizar a gestão pessoal, mediante atividades isoladas de contratação, treinamento, pagamento e desligamento (administração de pessoas); a área de marketing pode valorizar exclusivamente a compreensão e o atendimento das necessidades do cliente (administração de clientes). Os resultados 43 são áreas com objetivos, prioridades e tarefas direcionadas para interesses próprios e divergentes. DRUCKER (1997, Pag. 292), ressalta que há quarenta anos atrás, "gerência" era considerada um "palavrão" nas organizações sem fins lucrativos americanas, pois gerência significava "negócios" e elas não eram empresas, já que não visavam lucros. Na realidade brasileira, percebemos que muitas destas organizações também consideram termos como: "gerência", "estratégia" e "marketing" verdadeiros "palavrões". É como se tais termos pudessem ir contra os seus valores humanitários ou religiosos. Contudo, acredita-se que o marketing estratégico é o marketing voltado para criar valor para o cliente, possui instrumentos fundamentais que podem ser utilizados de forma a garantir sua sobrevivência e o alcance de seus objetivos. Algumas empresas de serviços são enormes, com vendas e receitas totais na casa dos trilhões de dólares. Mas existem também dezenas de milhares de pequenas empresas de serviços. Vender serviços apresenta alguns problemas especiais, que exigem soluções especiais de marketing. De acordo com Kotler (2003) o consumidor moderno busca constantemente novos produtos e serviços, neste sentido, é preciso que as organizações acompanhem as mudanças desse novo mercado e ofereçam um atendimento de qualidade, causando satisfação aos clientes e se fortalecendo perante a concorrência. Em 1996, Kotler já dizia: “as empresas que melhor conseguirem sincronizar oferta e demandas terão uma vantagem sobre as demais”. Tendo em vista esta afirmação, é possível se entender que a partir do conjunto de estratégias bem elaboradas e voltadas para o Marketing de 44 Serviços, é possível alcançar resultados satisfatórios. Por este motivo, desde 2010 a Claro alcançou a liderança absoluta de Marketing Share de acessso via Aparelhos 3G das operadoras de Celular com 36%. Em segundo lugar vem as operadoras Vivo e TIM, ambas com 25%. “O marketing nesse novo ambiente, orientado para a tecnologia e para o cliente, deve transformar-se em um diálogo entre produtor e consumidor. Se quiserem sua fidelidade, e as empresas precisam aprender a ser fiéis a seus clientes. Esses clientes podem estar no mundo inteiro ou no quarteirão ao lado.” (Mckenna, 1999 – Acesso em Mai/2014 http://www.qir.com.br/?p=2453). “A tecnologia está transformando as escolhas e as escolhas estão transformando o mercado. Como conseqüência, estamos testemunhando o surgimento de um novo paradigma de marketing – não um marketing do “faça mais”, que simplesmente aumenta o volume dos discursos de vendas do passado, mas um marketing baseado na Experiência e no conhecimento que representa a morte definitiva do vendedor.” (Acessado em Mai/2014 http://www.qir.com.br/?cat=2003 - Mckenna, 1999, Pag.1) “As estratégias fundamentais de marketing estão relacionadas as políticas e decisões de segmentação de mercado, seleção de mercado-alvo, diferenciação, posicionamento, produto, preço, distribuição, logística, comunicação e vendas” SARQUIS (2006, Pag. 57) por este motivo a Claro S.A. observando o nicho de mercado que se apresentava, foi pioneira em desenvolver uma estratégia que estava em linha com a tendência do mercado de forma que quando seus concorrentes perceberam, o pioneirismo na decisão a fez assumir a liderança do seguimento. 45 CONCLUSÃO Promover um mergulho na História da Internet no Brasil, o seguimento de Banda Larga pré-paga da Claro se mostrava um mercado emergente da Classe C, D e E, conforme nos mostram diversas reportagens ao longo deste estudo. O Mercado de Telefonia Móvel Pré-Paga carecia de um novo produto voltado para um público ainda intangível. Os benefícios incorporados a Claro utilizando a estratégia de Marketing Serviços voltados para atingir diretamente a satisfação dos seus clientes, gerou a liderança do mercado, pioneirismo no segmento, além de criar e melhorar os processos organizacionais e como não poderia deixar de ser, gerar lucro para a companhia, dentro de um mercado extremamente competitivo. Proporcionar um aperfeiçoamento do trabalho coletivo dentro da companhia, buscando uma sinergia entre as áreas, mas exercitando um dos fundamentos do marketing que é entender o comportamento e as necessidades do consumidor, procurando atingir todas as esferas de sua satisfação. Por isso, é necessário estar atento ao movimento da concorrência, aumentar sua eficiência, fundamentando-a num firme conhecimento e comunicando os benefícios proporcionados. O principal fundamento da Estratégia do Oceano Azul é a inovação de valor. O oceano azul acontece quando a inovação de valor ocorre tanto para a empresa, quanto para o comprador. É preciso que, através da estratégia, o mercado veja um aumento no valor do produto e, ao mesmo tempo, a empresa reduza ou elimine as características (ou serviços) que possuem menos valor para os consumidores atuais e/ou futuros. 46 Analisando o mercado de Telefonia Móvel, é possível perceber que a Banda Larga 3G/4G Pré-Paga tem como diferencial o poder de escolha do cliente, fazendo com que este compre a quantidade de megabits que pretende trafegar, não possuindo qualquer vínculo de pagamento posterior. A concorrência pode até ter equiparado a oferta, mas o diferencial no pioneirismo com um serviço de qualidade, por um preço acessível, quando anteriormente o público não tinha esta percepção, faz da Claro a líder do segmento. Porém, esse diferencial não significa que tenha sido criado um novo oceano azul neste mercado, pois além do diferencial acima, e do consequente menor custo para o cliente, a Claro disponibilizou aos clientes pré-pagos uma oportunidade de experimentar um novo serviço, um novo benefício e atendeu um seguimento carente do mercado. Enquanto as demais empresas de telefonia, demoraram um pouco fazer o mesmo movimento e isso teve resultados bastante consideráveis no período, como podemos constatar ao longo deste trabalho. Para manutenção deste market share, a Claro precisaria analisar a demanda dos clientes e não clientes. Os não clientes seriam os usuários das demais conexões existentes no mercado (não clientes “quase convertidos” e clientes “refratários”) e a parte da população que não utiliza a internet (não clientes “inexplorados”). É necessário saber quais são as necessidades dessas pessoas e entender o motivo pelo qual preferiram as outras operadoras ou por que não utilizam a internet no seu dia-a-dia. Atento ao fato de que nem sempre os clientes sabem o que querem, pois muitas vezes não são capazes de imaginar variações do mesmo serviço. Após essa pesquisa, a Claro deverá avaliar as necessidades e descobertas na pesquisa com os não clientes, entendendo o que é priorizado pela empresa e não é prioridade para o cliente, e vice-versa. Com as novas 47 necessidades em mão, será necessário reformular o serviço de banda larga pré-paga 3G e 4G, incluindo os pontos relevantes e excluindo as características que não agregam valor sob o ponto de vista do cliente. Dessa forma, a Claro poderá criar um oceano azul no setor de banda larga 3G/4G pré-paga, e se distanciar dos seus concorrentes, focando no marketing de serviços e não nas demais empresas. Ao concluir este trabalho, que é um recorte espaço-temporal de um tema de um mercado em ascensão, ao qual temos uma oportunidade de aplicabilidade imediata em outro curso de pós-graduação, muito mais poderá ser dito num tempo breve. Por esse motivo, pretendo retomar a pesquisa em um trabalho futuro. 48 BIBLIOGRAFIA 1- DRUCKRER, P. F. Administração de organizações sem fins lucrativos: princípios e práticas. São Paulo: Pioneira, 1997, Pag. 292. 2- GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica de serviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Atlas, 1996. 3- KIM, W.Chan; MAUBOURGNE, Renée. A estratégia do oceano azul: como criar novos mercados e tornar a concorrência irrelevante. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. 4- KOTLER, Philip. Administração e Marketing 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 1998. 5- LEVACOV, Marília et al.. Tendências na comunicação. Porto Alegre: LP&M, 1998. 6- MCKENNA, Regis. Marketing de relacionamento. 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São Paulo: 2006. 50 WEBIGRAFIA 1 - Disponível no site: No website da órgão americano NCO/IT R&D (National Coordination Office for Information Technology Research and Development): http://www.itrd.gov/fnc/Internet_res.html , 1995. 2 - Disponível no site Comitê Gestor Nacional na Internet: http://www.cg.org.br: 3 - Citado no site: http://www.in.gov.br/imprensa/in/missaoHistoria.htm - em 20/11/2005 - Imprensa Nacional – Informações Oficiais – Registrando a história oficial do Brasil desde 1808. 5 –- Amaral, Kimberly. Artigo Hypertext and Writing – an overview of the hypertext medium, disponível no site: http://www.umassd.edu/Public/People/Kamaral/Thesis/hypertext.html (1999). 6 - Dados referentes ao 3º Trimestre de 2012. Fonte: http://www.teleco.com.br/internet.asp). 7 - Acessado em Mai/2014 - http://www.wirelessbrasil.org). 8 - Acessado em Mai/2014 – A Evolução do Mercado de Tablets e Smartphone no Brasil: http://www.amcham.com.br/business-ingrowth/noticias/evolucao-do-mercado-de-tablets-e-smartphones-e-lenta-nobrasil. 9 - Acessado em Mai/2014 – Venda de Smartphone dobrou no Brasil http://atarde.uol.com.br/economia/noticias/venda-de-smartphones-dobrou-nobrasil-em-2013-1581165. 51 10 - Acessado em Mai/2014 – A Evolução do Mercado de Tablets e Smartphone no Brasil: http://www.amcham.com.br/business-ingrowth/noticias/evolucao-do-mercado-de-tablets-e-smartphones-e-lenta-nobrasil). 11 - Acessado em Mai/2005 – Market Share de acesso via Aparelhos 3G - www.teleco.com.br) 12 - Acessado em Mai/2014 - A quantidade de tablets em uso no Brasil http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/vendas-de-tablets-vao-superar-as-denotebooks-no-brasil) 13 - Acessado em Mai/2014 – Expansão Smarthphone no Brasil http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/vendas-de-tablets-vao-superar-as-denotebooks-no-brasil). 14 – Acessado em Mai/2014 - O resultado desse advento dos smartphones e também dos Tablets - www.mobiletime.com.br 15 – Acessado em Mai/2014 – Portal da Agência Nacional de Telecomunicações - http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do 16 - Acesso em: 23 JAN. 2011- ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Cúpula Mundial da Sociedade da Informação (2003-2005). Disponível em: http://www.itu.int/wsis. 18- IDC Brasil. Barômetro Cisco de Banda Larga Brasil 2005-2010. Disponível em: http://www.cisco.com/web/BR/barometro/barometro.html . 52 19 - Acesso em Mai 2014 - www.telesintese.com.br – Expansão da Classe C – Índice BRASCOM de Convergência Digital - IBCD é uma iniciativa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (BRASSCOM) 20 - Conexão a internet. Discada e banda larga. 3G, a cabo ou via rádio. Disponível em: http://www.luis.blog.br/conexao-internet-discada-banda-larga3g-cabo-. aspx . 21 - Conheça a Claro. Disponível em: http://www.claro.com.br . Acesso em: 05 jan. 2013. 22 – Acesso em Mai/2014 – Marketing Serviços http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_de_servi%C3%A7os 23 – Acesso em Mai/2014 - Marketing de Serviços - Alberto de Oliveira Lima Filho - 04/02/2001 http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing%20de%20servicos.htm 24 – Acessado em Mai/2014 - Mckenna, 1999, Pag 1 – http://www.qir.com.br/?p=2453 e http://www.qir.com.br/?cat=2003. 53 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I - A HISTÓRIA DA INTERNET 10 1.1 A CRIAÇÃO DA INTERNET 10 1.2 WORLD WIDE WEB 12 1.3 INTERNET: UMA NOVA MÍDIA 13 1.4 A INTERNET NO BRASIL E NO MUNDO 14 CAPÍTULO II - MERCADO DE TELEFONIA MÓVEL 15 2.1 TELEFONIA MÓVEL 15 2.2 OS TABLETS E SMARTPHONES 16 2.3 OPORTUNIDADES TRAZIDAS PELOS DISPOSITIVOS MÓVEIS 18 2.4 BANDA LARGA PRÉ-PAGA 3G/4G – OPERADORA CLARO S.A. 20 2.5 SOBRE O MERCADO DE BANDA LARGA 22 2.6 BANDA LARGA PRÉ-PAGA 22 2.6 A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL 23 2.6.1 FERRAMENTAS E MODELOS PARA A CRIAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE OCEANOS AZUIS 27 2.6.1.2 MODELO DAS QUATRO ESTAÇÕES 27 2.6.2. TRÊS CARACTERISTICAS DA BOA ESTRATÉGIA 28 2.6.3 FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL 29 2.6.4 RECONSTRUIR AS FRONTEIRAS DO MERCADO 29 2.7 COMO EXECUTAR A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL 33 54 2.8 DERRUBAR A BARREIRA POLÍTICA 37 2.9 EMBUTIR A EXECUÇÃO NA ESTRATÉGIA 37 2.10 COMO SUSTENTAR E RENOVAR A ESTRATÉGIA 39 CAPÍTULO III – MARKETING SERVIÇOS 40 CONCLUSÃO 45 BIBLIOGRAFIA 48 WEBGRAFIA 50 ÍNDICE 53