OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Frio de morrer na Europa Data: 02/18/2005 Autor: Cláudia Conceição Compara-se a sazonalidade da mortalidade em diferentes países da Europa Resumo Em Portugal parece haver mais mortes associadas ao tempo frio que nos países nórdicos. Isto parece estar ligado, entre outros, à qualidade das construções, à capacidade económica para aquecer os lares e à protecção individual contra o frio. Desenvolvimento O excesso de mortalidade associada ao Inverno tem sido objecto de estudos publicados em revistas médicas há mais de 100 anos. O facto de haver países que não apresentam variação sazonal de mortalidade, ou onde esta variação desapareceu ao longo dos anos leva a admitir que estamos perante um problema passível de prevenção. Apresentam-se aspectos de estudos sobre o excesso de mortalidade associada ao frio na Europa Estudo sobre exposição ao frio e mortalidade em regiões quentes e frias da Europa Lancet 1997; 349: 1341–46 Mortes por dia, por milhão de habitantes, em relação á média de temperatura diária numa região quente (Atenas) e numa região fria (sul da Finlândia). Algumas conclusões do estudo: · A percentagem de mortalidade acrescida por descida de 1ºC em temperaturas www.observaport.org 1 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde · · inferiores a 18º C foi maior em regiões quentes que nas frias Para uma temperatura exterior de 7º a temperatura média na sala de estar era de 19,2 em Atenas e 21,7ºC na Finlândia Para a mesma temperatura exterior (7º), a percentagem de pessoas que usava gorros era de 13% em Atenas e 72% na Finlândia. Referência: The Eurowinter Group. Cold exposure and winter mortality from ischaemic heart disease, cerebrovascular disease, respiratory disease, and all causes in warm and cold regions of Europe. The Lancet 1997; 349: 1341-1346. Estudo sobre factores de risco para o excesso de mortalidade na Europa no Inverno (todas as causas, 1988-97) J Epidemiol Community Health 2003; 57:784-789. Nota: o coeficiente de variação sazonal da mortalidade foi calculado de forma que quanto mais próximo de zero, menor é o efeito da variação sazonal da mortalidade; excesso de mortalidade é definido como a diferença de numero de mortes que ocorrem no período de Dezembro Março comparada com a média do restante ano. Coeficiente de variação sazonal da mortalidade e variáveis macroeconómicas e climáticas, nos 14 países da União Europeia. Tabela 2 www.observaport.org 2 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Coeficiente de variação sazonal da mortalidade e variáveis de prestação de cuidados de saúde, em 13 países da União Europeia. Tabela 3 www.observaport.org 3 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Coeficiente de variação sazonal da mortalidade, indicadores sócio económicos e factores de risco comportamentais em 14 países da União Europeia. Tabela 4 www.observaport.org 4 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Coeficiente de variação sazonal da mortalidade e eficiência térmica doméstica em 13 países da União Europeia. Tabela 5 www.observaport.org 5 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Referência: Healy JD. Excess wintwer mortality in Europe: a cross country analysis identifying key risk factors. J Epidemiol Community Health 2003; 57:784-789. BMJ 2001; 323:1207, citando o estudo "Cold Comfort: The Social and Environmental Determinants of Excess Winter Deaths in England, 1986-96" Excesso de mortes no Inverno e temperaturas dentro de casa www.observaport.org 6 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Base de Evidência 1. Healy JD. Excess wintwer mortality in Europe: a cross country analysis identifying key risk factors. J Epidemiol Community Health 2003; 57:784-789. 2. The Eurowinter Group. Cold exposure and winter mortality from ischaemic heart disease, cerebrovascular disease, respiratory disease, and all causes in warm and cold regions of Europe. The Lancet 1997; 349: 1341-1346. 3. Wong CM. Coronary artery disease varies seasonably in subtropics. BMJ 1999; 319: 1004. 4. Ferriman A. Excess winter deaths linked to temperatures in cold homes. BMJ 2001; 323: 1207. www.observaport.org 7